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Sumário:

➢ Formação das ligações químicas entre átomos


➢ Variação da Energia potencial elétrica na formação de
uma ligação
➢Ligação química: ligação covalente, ligação metálica e
ligação iónica
Domínio 2 – Propriedades e Transformações da matéria

Subdomínio 2.1 – Ligação química

2.1.1 Ligação química entre átomos e iões


Relembra…Tipos de ligações químicas

 Covalente: Ligação química onde há partilha de eletrões


entre os átomos constituintes da molécula. Ex: H2O

 Iónica: Ligação química entre iões positivos e negativos,


obtida por transferência de eletrões.
Ex: NaCl.

 Metálica: Ligação que une os átomos dos metais e que


resulta das forças de atração entre os eletrões livres e os iões
positivos do metal. Ex: Cu.
Ligação química entre átomos e iões
Tipos de ligações químicas

As substâncias podem ser formadas por átomos, por moléculas ou por


iões, que se associam através de ligações químicas.

Substância formada Substância formada Substância formada


por átomos. por moléculas. por iões.

Cromo, Cr. Dicloro, Cℓ2. Tricloreto de cromo, CrCℓ3.


Ligação química entre átomos e iões

Quando num sistema de dois ou mais átomos esses átomos se ligam,


formando, por exemplo, moléculas, a estabilidade do sistema aumenta.

As ligações químicas formam-se devido a forças atrativas de natureza eletrostática,


resultantes do facto de eletrões e núcleos terem cargas elétricas de sinal contrário.
Ligação química entre átomos e iões

Na molécula de di-hidrogénio, H2, uma molécula diatómica, as forças


elétricas entre os dois átomos de hidrogénio são de:

― repulsão entre núcleos;

― repulsão entre eletrões;

― atração entre núcleos e eletrões.

Molécula de di-hidrogénio, H2
Ligação química entre átomos e iões

A energia de interação nos átomos e nas moléculas é uma energia potencial.

O gráfico representa a variação da


energia potencial elétrica do conjunto de
dois átomos de hidrogénio à medida que a
distância entre ambos, r, diminui para
formar a molécula de hidrogénio, H2.
Ligação química entre átomos e iões

Neste caso os átomos estão suficientemente afastados (r → ∞) para que a interação entre
eles seja nula, ou seja, a energia potencial elétrica do sistema constituído pelos dois átomos
é zero. Tal significa que a distância r tende para infinito.
Ligação química entre átomos e iões
À medida que os átomos se aproximam, as forças atrativas aumentam mais
do que as forças repulsivas – há deformação das nuvens eletrónicas.

Nesta situação dominam as forças atrativas sobre as forças


repulsivas, provocando a aproximação dos átomos. Esta
aproximação faz com que continue a deformação das nuvens
eletrónicas dos dois átomos, diminuindo a energia potencial elétrica
do conjunto.
Ligação química entre átomos e iões
Esta situação corresponde ao estado de menor energia possível para o conjunto dos dois
átomos, que assim atinge o máximo de estabilidade, formando a molécula H2 sendo que
a energia potencial elétrica é mínima.

re

−7,24 × 10−19
Ligação química entre átomos e iões

Quando os núcleos se situam à distância re,


distância internuclear de equilíbrio, também
conhecida por comprimento de ligação,
re
atinge-se uma situação de equilíbrio entre
as forças repulsivas e as forças atrativas.

−7,24 × 10−19
Ligação química entre átomos e iões

Se os núcleos se aproximam mais do que a distância re, as forças repulsivas tornam-se mais
intensas, aumentando a energia potencial elétrica. O sistema torna-se então instável e os
núcleos afastam-se de novo.
Ligação química entre átomos e iões
No gráfico observa-se a evolução da energia potencial do sistema formado por dois
átomos de hidrogénio em função da distância internuclear, ou seja, da distância entre os
seus núcleos.

Gráfico da energia potencial de um sistema de dois átomos


de hidrogénio em função da distância internuclear.
Ligação química entre átomos e iões
Da análise e interpretação da informação gráfica podemos concluir que:

― quando os átomos estão afastados, sem qualquer interação entre eles, a

energia do sistema é zero;


Ligação química entre átomos e iões
― predominam as atrações e a energia do sistema diminui até atingir o valor mínimo igual a
−436 kJ mol−1, para a distância internuclear de equilíbrio r0 = 74 pm. Estes valores são
determinados pelo equilíbrio entre forças atrativas e repulsivas, que permite o
estabelecimento da ligação H–H, ou seja, a formação da molécula H2, e correspondem à
máxima estabilidade do sistema;
Ligação química entre átomos e iões

Para quaisquer moléculas diatómicas:

Há uma distância internuclear de equilíbrio, r0, para a qual as forças de


repulsão entre núcleos e entre eletrões são equilibradas pelas forças
de atração entre os núcleos e os eletrões.

― As atrações predominam para distâncias superiores a r0.

― As repulsões predominam para distâncias inferiores a r0.

― Quando a energia do sistema é mínima a sua estabilidade é

máxima, o que acontece para a distância r0.


Atividade
Classifique em Verdadeira ou Falsa cada uma das afirmações seguintes.

A. Quando se estabelece uma nova ligação química existe um equilíbrio entre as forças
atrativas e repulsivas. Verdadeira.

B. Quanto maior a energia potencial de uma molécula mais estável ela se torna.
Falsa. Quanto menor a energia potencial maior a estabilidade da molécula.
C. Os eletrões constituintes de uma molécula repelem-se entre si. Verdadeira.

D. Numa molécula só há forças de atração.


Falsa. Existem forças de atração e de repulsão numa molécula.
E. À medida que dois átomos se aproximam para formar uma molécula as forças atrativas
aumentam mais que as forças repulsivas. Verdadeira.
Atividade
Atividade
Ligação química entre átomos e iões
Ligações covalentes

Numa ligação covalente, há partilha de


eletrões pelos dois átomos entre os quais se
estabelece a ligação.

Formação da molécula de di-hidrogénio, H2.


Ligação química entre átomos e iões
Ligações covalentes

A ligação química entre dois átomos é


favorecida por eletrões partilhados que se
localizem na zona internuclear, ou seja, entre
os dois núcleos.

Formação da molécula de di-hidrogénio, H2.


Ligação química entre átomos e iões

Ligação covalente:

― Predomina entre não-metais.

― Ocorre entre dois átomos por partilha localizada de eletrões.

― Explica a formação de moléculas como H 2O, CO2, HCℓ …


Ligação química entre átomos e iões
Ligações metálicas
De modo geral, a ligação química entre átomos de metais explica-se com
base na partilha de eletrões de valência entre todos os átomos do metal.

Chama-se ligação metálica e a partilha de eletrões não ocorre apenas na


proximidade de dois núcleos atómicos: dizemos que há uma partilha
deslocalizada de eletrões de valência.
Ligação química entre átomos e iões
Ligações metálicas

Os eletrões de valência dos metais são fracamente atraídos pelos núcleos


atómicos, devido à baixa energia de ionização, movem-se livremente por todo o
metal e são partilhados por todos os átomos, sendo denominados eletrões livres.
Ligação química entre átomos e iões
Ligações metálicas

Nos metais os átomos organizam-se em redes de átomos.

Ouro, Au e organização dos átomos no metal.


Ligação química entre átomos e iões

Ligação metálica:

― Predomina entre metais.

― Ocorre entre todos os átomos do metal por partilha deslocalizada

de eletrões.
― Explica a formação de redes de átomos, organizados numa

estrutura bem definida, em substâncias metálicas como Au, Li, Mg


….
Ligação química entre átomos e iões
Ligações iónicas

Os metais tendem a perder facilmente os


seus eletrões, formando iões positivos
(catiões) e os não metais tendem a captar
eletrões formando iões negativos (aniões).

Estrutura do Cloreto de sódio.

A formação de iões explica que entre metais e não metais se formem ligações iónicas.
Ligação química entre átomos e iões
Ligações iónicas

Na ligação iónica há transferência de


eletrões de um metal para um não metal
com formação de catiões e aniões que se
atraem.
Estrutura do Cloreto de sódio.
Ligação química entre átomos e iões
A ligação é interpretada como sendo o resultado da transferência de eletrões
de um átomo de metal para um átomo de não metal e é estabelecida entre os
respetivos iões como, por exemplo, no fluoreto de lítio.

e–

Li F → Li+ F– → LiF

A ligação entre iões positivos e negativos


explica-se pela existência de forças de
atração, de natureza eletrostática, entre

Transferência de eletrões. iões de cargas de sinal contrário.


Ligação química entre átomos e iões
Ligações iónicas

A ligação iónica explica a formação de substâncias iónicas como, por exemplo, os sais.

Nos sais, os catiões e os aniões organizam-se em redes iónicas.

Lente de fluoreto de lítio, LiF, e organização dos iões no sal.


Ligação química entre átomos e iões

-
Ligação iónica: +

― Predomina entre metais e não metais.

― Resulta da atração entre iões positivos e negativos formados por

transferência de eletrões entre átomos.


― Explica a formação de redes de iões organizados numa estrutura

bem definida, como LiF, MgH2, NaOH…


Atividade
Indique, para cada um dos exemplos, o tipo de ligação estabelecida:

1. Água, H2O.
2. Cobre, Cu.
3. Cloreto de Sódio, NaCℓ.
4. Metano, CH4.

Resolução:
1. Ligação covalente.
2. Ligação metálica.
3. Ligação iónica.
4. Ligação covalente
Domínio 2 – Propriedades e Transformações da matéria
Síntese Subdomínio 2.1 – Ligação química

2.1.1 Ligação química entre átomos e iões


2.1.1 Ligação química entre átomos e iões
Síntese
Sumário:
➢Notação de Lewis e regra do octeto.
➢Ligação covalente simples, dupla e tripla.
➢Estruturas de Lewis de moléculas poliatómicas.
Domínio 2 – Propriedades e Transformações da matéria

Subdomínio 2.1 – Ligação química

2.1.2 Ligação covalente


Ligação covalente
Estruturas de Lewis

Um dos contributos mais importantes para


a compreensão da estrutura das moléculas
foi dado por Gilbert Lewis. Em 1916,
propôs a designada notação,
representação ou estrutura de Lewis.

Gilbert Lewis
Químico EUA(1875-1946)
Ligação covalente
Estruturas de Lewis

Nesta representação apenas participam os eletrões do último nível (eletrões


de valência), responsáveis pela formação de ligações covalentes.

Estes eletrões são representados por pontos • ou cruzes × à volta do símbolo


do elemento químico.
Ligação covalente
Para a molécula de fluoreto de hidrogénio, HF:
As letras representam o símbolo do elemento.

×× Pontos • ou cruzes × representam os


H• ×
F ×× eletrões de valência de cada átomo.
××

Dois eletrões de valência contribuem efetivamente para a ligação química.


Representam-se entre os dois símbolos químicos – 2 eletrões ligantes.
××
H •× F ××
××
Seis eletrões de valência não contribuem para a ligação.
Não se representam entre os dois símbolos químicos – 6 eletrões não ligantes.
Ligação covalente
Estruturas de Lewis

Na representação das moléculas, através da localização relativa dos


eletrões de valência, é possível conhecer quantos eletrões partilhados
contribuem efetivamente para o estabelecimento da ligação –eletrões
ligantes – e quantos eletrões de valência não contribuem para a ligação
– eletrões não ligantes.

6 eletrões não ligantes

2 eletrões ligantes
Ligação covalente
Estruturas de Lewis

Cada par de eletrões pode representar-se por um traço sendo possível a


seguinte representação para a molécula de fluoreto de hidrogénio, HF:

ou

Fórmulas de estrutura de Lewis

A representação por • e × serve apenas para distinguir


Modelo molecular de HF: a distância
os eletrões provenientes de um e de outro átomo, internuclear de equilíbrio é 95 pm.
ainda que, na molécula, eles não se distingam.
Ligação covalente
Estruturas de Lewis

Para realizar o modelo de Lewis primeiro é preciso conhecer o número de


eletrões de valência dos átomos que originam as moléculas.

Essa informação pode obter-se:

― consultando a Tabela Periódica, pelo nome ou símbolo químico;

― escrevendo a configuração eletrónica a partir do número atómico, Z.


Ligação covalente
Estruturas de Lewis
Eletrões de valência dos átomos de H, F, O e N.

Localização na Configuração Eletrões de


Elemento
tabela periódica eletrónica valência
Hidrogénio, H (Z=1) Grupo 1 1s1 1

Flúor, F (Z=9) Grupo 17 1s2 2s2 2p5 7


Oxigénio, O (Z=8) Grupo 16 1s2 2s2 2p4 6
Nitrogénio, N (Z=7) Grupo 15 1s2 2s2 2p3 5

A representação de Lewis para estes átomos é:


Ligação covalente

Os quatro lados do símbolo químico estão preenchidos, cada um dos quais


com um máximo de dois eletrões por lado.
Ligação covalente
Para haver formação de moléculas, os átomos partilham eletrões ficando
com oito (ou dois, no caso do hidrogénio) eletrões de valência uma vez que 2
eletrões de valência no subnível 1s ou 8 eletrões de valência nos subníveis ns,
np de um mesmo nível n são critérios de estabilidade dos átomos.

Regra do octeto

ou

As moléculas são mais estáveis do que os respetivos átomos isolados.


Ligação covalente

Na molécula de di-hidrogénio, H2, há 2 eletrões de valência, um por cada átomo.

A partilha dos dois eletrões pelos dois átomos assegura a ligação e também
permite que cada átomo fique com dois eletrões de valência adquirindo assim
maior estabilidade.
2 eletrões de valência

2 eletrões ligantes

2 eletrões de valência
Ligação covalente
Na molécula de diflúor, F2, há 14 eletrões de valência, pois cada átomo
contribui com sete eletrões de valência.

Dois dos eletrões partilhados asseguram a ligação e permitem que cada


átomo fique com oito eletrões de valência.

8 eletrões de valência

2 eletrões ligantes 8 eletrões de valência


Ligação covalente

Em H2 e F2 a ligação é assegurada por um par de eletrões (dois eletrões)


ligantes – estabelece-se uma ligação covalente simples.

Modelo molecular de H2 e F2 – ligação covalente simples.

Ligação covalente simples


Ligação covalente
Na molécula de dioxigénio, O2, cada átomo contribui com seis eletrões de
valência e, por isso, há 12 eletrões de valência.

Quatro dos eletrões partilhados permitem que cada átomo fique com oito
eletrões de valência e asseguram a ligação entre eles.

8 eletrões de valência
4 pares de eletrões não ligantes

Ligação covalente dupla


2 pares eletrões ligantes
8 eletrões de valência
Ligação covalente

Cada átomo de oxigénio está com oito eletrões de valência, uma vez que os
eletrões na zona entre os átomos são partilhados por ambos.

A ligação é, neste caso, uma ligação covalente dupla, já que há dois pares
de eletrões ligantes que asseguram a ligação OO.

Modelo molecular de O2 – ligação covalente dupla.


Ligação covalente

Para a molécula de dinitrogénio, N2:

8 eletrões de valência
2 pares de eletrões não ligantes

8 eletrões de valência
3 pares eletrões ligantes

Ligação covalente tripla


Ligação covalente

Para a molécula de dinitrogénio, N2:

Neste caso existe uma ligação covalente tripla: há três pares de


eletrões ligantes a assegurar a ligação NN.

Modelo molecular de N2 – ligação covalente tripla.


Ligação covalente

Ligação covalente:

― Pode ser simples, dupla ou tripla;

No balanço global da partilha destacam-se os eletrões ligantes que


são os que efetivamente asseguram a ligação.

Regra do octeto:
Os átomos ligam-se partilhando eletrões de forma que cada um fique
com oito eletrões de valência (dois, no caso do hidrogénio).
Ligação covalente
As moléculas com mais do que dois átomos são tratadas de modo semelhante.

6C: 1s2 2s2 2p2 – o átomo possui quatro eletrões de valência.

1H: 1s1 – o átomo possui um eletrão de valência.

A molécula de metano
+ possui quatro pares de
eletrões ligantes
Ligação covalente

Representação, com base na regra do octeto, da fórmula de estrutura de


Lewis da molécula de metano, CH4:

2 eletrões

8 eletrões
2 eletrões

2 eletrões

2 eletrões
Ligação covalente

Representação, com base na regra do octeto, da fórmula de estrutura de


Lewis da molécula de amoníaco, NH3:

8 eletrões
2 eletrões

2 eletrões
2 eletrões
Ligação covalente

Representação, com base na regra do octeto, da fórmula de estrutura de


Lewis da molécula de água, H2O:

8 eletrões
2 eletrões

2 eletrões
Ligação covalente

Representação, com base na regra do octeto, da fórmula de estrutura de


Lewis da molécula de dióxido de carbono, CO2:

8 eletrões
8 eletrões 8 eletrões
Ligação covalente

Número de eletrões de valência na


Substância molécula
Molécula Número de ligações covalentes
molecular Não
Total Ligantes
ligantes

Metano CH4 8 8 0 4 ligações simples C – H

Amoníaco NH3 8 6 2 3 ligações simples N – H

Água H2O 8 4 4 2 ligações simples O – H

Dióxido de 2 ligações duplas C = O


CO2 16 8 8
carbono
Ligação covalente

Ligação covalente:

Há partilha de eletrões entre átomos.

― eletrões ligantes: eletrões que asseguram a ligação;

― eletrões não ligantes: eletrões que não afetam a ligação.


Ligação covalente

Uma ligação covalente pode ser:

Simples Dupla Tripla


– ═ ≡
1 par… 2 pares… 3 pares…
… de eletrões ligantes;
2 eletrões… 4 eletrões… 6 eletrões…
…partilhados contribuem para a ligação.
Atividade
Classifique cada uma das seguintes afirmações em verdadeira ou falsa.

1. Na molécula de dicloro são partilhados 4 eletrões.


2. No amoníaco só se estabelecem ligações covalentes simples.
3. Na molécula de água existem 2 eletrões não ligantes.
4. No dióxido de carbono são estabelecidas duas ligações covalentes duplas.

Resolução:
Verdadeira: 2 e 4
Falsa: 1 e 3
Manual página 124

a) i. Ligações CH – covalentes simples. Ligação CO – covalente dupla.


ii. Ligação CH – covalente simples. Ligação CN – covalente tripla.
2.1.2 Ligação Covalente
Síntese
Sumário:
➢Energia de ligação e comprimento de ligação
➢ Geometria molecular
➢ Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência
Ligação covalente

Energia de ligação e comprimento de ligação


Ligação covalente
Energia de ligação

A energia de ligação é a energia necessária para quebrar uma ligação, ou


seja, a energia que se deve fornecer a dois átomos ligados para que a
energia do sistema seja nula.

+ Energia

H2 + 436 kJ mol−1 → H + H
Ligação covalente
Energia de ligação

A energia da ligação coincide com o simétrico da energia libertada na


formação da ligação e, portanto, da energia mínima do sistema formado
pelos dois átomos.

H + H → H2 + 436 kJ mol−1 Eformação = - 436 kJ mol−1

H2 + 436 kJ mol−1 → H + H Eligação = 436 kJ mol−1


Ligação covalente
Energia de ligação

A quebra de ligação corresponde então à dissociação da molécula, ou seja, à


separação dos átomos ligados, como ilustra a representação simbólica para o
dinitrogénio, N2:

Eligação = 945 kJ mol−1


Ligação covalente
Energia de ligação

Energia de ligação para a molécula O2 :

Eligação = 498 kJ mol−1

Energia de ligação para a molécula F2 :

Eligação = 157 kJ mol−1

Energia potencial em função da distância internuclear.


Ligação covalente
Comprimento de ligação

O comprimento de ligação é a
distância internuclear de equilíbrio,
ou seja, a distância entre os
núcleos dos dois átomos ligados.

Energia potencial em função da distância internuclear.


Ligação covalente
Comprimento de ligação

Trata-se de uma distância média, pois os átomos ligados vibram


continuamente.
Ligação covalente
Comprimento de ligação

Comprimento de ligação para a molécula F2 :

r0 = 143 pm

Comprimento de ligação para a molécula O2 :

r0 = 121 pm

Comprimento de ligação para a molécula N2 :

r0 = 110 pm
Energia potencial em função da distância internuclear.
Ligação covalente
Energia de ligação e comprimento de ligação

Energia da ligação / Comprimento da


Molécula Tipo de ligação
kJ mol -1 ligação / pm

N2 945 110 Ligação covalente tripla

O2 498 121 Ligação covalente dupla

F2 157 143 Ligação covalente simples

É necessária mais energia para quebrar a ligação N≡N em N2 do que a ligação


O=O em O2.
Ligação covalente
Energia de ligação e comprimento de ligação

Dizemos que a ligação em N2 é mais forte que em O2, e que a ligação em F2 é


a mais fraca.

Os valores de comprimento de ligação informam que as moléculas N2, O2 e F2


estão dispostas por ordem crescente de distância internuclear de equilíbrio.
Ligação covalente
Energia de ligação e comprimento de ligação

Maior energia de ligação

Ligação mais difícil de quebrar

Ligação mais forte

Menor comprimento de Ligação


Ligação covalente
Energia de ligação e comprimento de ligação

Entre átomos dos mesmos elementos, de modo geral:

― A energia de ligação aumenta e o comprimento de ligação diminui,


com o aumento do número de eletrões ligantes.

― A ligação é mais forte quanto maior for o número de eletrões ligantes.

― Para o mesmo número de eletrões ligantes, a força de uma mesma


ligação também depende da existência de outros átomos na
molécula.
Energia de ligação e comprimento de ligação
Ligação covalente

Geometria molecular
Molécula de água, H2O
Ligação covalente
Geometria molecular

Molécula de água, H2O Molécula de metano, CH4

Geometria angular Geometria tetraédrica


Ligação covalente
Geometria molecular

A geometria de uma molécula, ou seja, a disposição espacial dos átomos na


molécula, é a que torna mínima a sua energia, isto é, a que torna mínimas as
repulsões na molécula entre os pares de eletrões de valência.

Para interpretar e prever a geometria das moléculas, usa-se a Teoria da


Repulsão de Pares Eletrónicos de Valência (TRPEV).
Ligação covalente
Geometria molecular

Teoria da Repulsão de Pares Eletrónicos de Valência (TRPEV):

1) há repulsões entre todos os pares de eletrões de valência;

2) a disposição espacial dos átomos na molécula é a que minimiza as


repulsões entre os pares de eletrões de valência (ligantes e não ligantes);

3) as posições relativas dos núcleos atómicos definem a geometria molecular


que corresponde à maior estabilidade da molécula.

Par eletrões ligantes (PL),


Repulsões: PNL–PNL > PNL–PL > PL–PL
Par eletrões não ligantes (PNL),
Ligação covalente
Geometria molecular

Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência (TRPEV):

As repulsões entre pares eletrónicos de valência são minimizadas, o


que aumenta a estabilidade e determina a geometria da molécula.

A disposição relativa dos átomos numa molécula é aquela que confere à


molécula a menor energia, isto é, a maior estabilidade.
Ligação covalente

Molécula Geometria Ângulo de ligação Fórmula de estrutura

CO2 Linear

TRPEV (Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência)

Não existem pares de eletrões não ligantes no átomo central da molécula


triatómica. A geometria que minimiza as repulsões entre todos os pares
de eletrões de valência chama-se linear.
Ligação covalente

Molécula Geometria Ângulo de ligação Formula de estrutura

H2O Angular

TRPEV (Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência)

Existem dois pares de eletrões não ligantes no átomo central da molécula


triatómica. A geometria que minimiza as repulsões entre todos os pares de
eletrões de valência chama-se geometria angular.
Ligação covalente

Molécula Geometria Ângulo de ligação Formula de estrutura

BH3 Triangular plana

TRPEV (Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência)

Não existem pares de eletrões de valência não ligantes no átomo central


da molécula tetratómica. A geometria que minimiza as repulsões entre
todos os pares de eletrões de valência chama-se triangular plana.
Ligação covalente

Molécula Geometria Ângulo de ligação Formula de estrutura

NH3 Piramidal trigonal

TRPEV (Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência)

Existe um par de eletrões não ligantes no átomo central da molécula


tetratómica. A geometria que minimiza as repulsões entre todos os pares
de eletrões de valência chama-se geometria piramidal trigonal.
Ligação covalente

Molécula Geometria Ângulo de ligação Formula de estrutura

CH4 Tetraédrica

TRPEV (Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência)

Não existem pares de eletrões de valência não ligantes no átomo central


da molécula pentatómica. A geometria que minimiza as repulsões entre
todos os pares de eletrões de valência chama-se geometria tetraédrica.
Ligação covalente
Ligação covalente

Os pares de eletrões não ligantes nos átomos centrais são determinantes


na definição da geometria molecular.
Ligação covalente

O ângulo de ligação é o menor ângulo formado pelos segmentos de reta


que unem os núcleos de três átomos ligados.
Ligação covalente

Através do ângulo de ligação pode concluir-se


que o afastamento dos pares eletrónicos de
valência aumenta na sequência:

H2O (104,5°) NH3 (107,5°) CH4 (109,5°) BH3 (120°) CO2 (180°)
Ligação covalente

Os pares de eletrões não ligantes nos átomos centrais são determinantes


na definição da geometria molecular.

Vejamos de forma mais pormenorizada o caso da molécula de água:

Pares não ligantes

Pares ligantes
Molécula de água.
Ligação covalente

As repulsões são minimizadas, com ganho de


estabilidade da molécula, quando esta adquire
uma geometria angular.

Como a repulsão entre pares não ligantes e ligantes é superior à repulsão


entre pares ligantes, então os átomos de hidrogénio aproximam-se mais do
que seria esperado numa disposição tetraédrica.
Vídeo: Repulsão dos Pares de
Elétrons(Geometria Molecular)

https://www.youtube.com/wat https://phet.colorado.edu/en/simulati
ch?v=Cs2P3Bx2IyU ons/molecule-shapes
Atividade
Classifique em Verdadeira ou Falsa cada uma das afirmações seguintes.

A. A estrutura de Lewis do dióxido de carbono é . Verdadeira.

B. A repulsão entre pares de eletrões não-ligantes (PNL) é inferior à repulsão entre pares
de eletrões ligantes (PL). Falsa. A repulsão entre PNL é superior à existente entre PL.

C. O amoníaco possui geometria piramidal trigonal. Verdadeira.

D. O dióxido de carbono possui geometria angular. Falsa. Possui geometria linear.

E. Como o enxofre o oxigénio se encontram no mesmo grupo da Tabela Periódica o


comprimento da ligação H-S é igual ao comprimento da ligação H-O nas moléculas
H2S e H2O
Falsa. O comprimento da ligação H-S na molécula de H2S é superior ao
comprimento H-O na molécula de H2O.
2.1.2 Ligação Covalente
Síntese
Síntese
Sumário:
➢Polaridade das moléculas e polaridade das ligações
Ligação covalente

Polaridade de moléculas e polaridade de ligações


Ligação covalente
Polaridade de moléculas

Em moléculas diatómicas homonucleares (moléculas com dois átomos iguais),


como H2 ou N2, os átomos envolvidos na ligação são iguais, pelo que os eletrões
na molécula são igualmente partilhados por ambos os núcleos, resultando numa
distribuição simétrica da carga elétrica.

Distribuição simétrica de carga em N2.


Ligação covalente
Polaridade de moléculas

Distribuição simétrica de carga em N2.

Moléculas como H2 ou N2 (moléculas diatómicas homonucleares), com


distribuição simétrica de carga elétrica, são moléculas apolares.
Ligação covalente
Polaridade de moléculas

Nas moléculas diatómicas heteronucleares (moléculas com dois átomos


diferentes), como HF e HCℓ, a partilha dos eletrões pelos dois núcleos é
desigual, o que origina uma distribuição assimétrica de carga elétrica.

Distribuição assimétrica de carga em HF.


Ligação covalente
Polaridade de moléculas

Em HF há uma maior densidade de carga negativa no átomo de flúor e menor


densidade de carga negativa no átomo de hidrogénio.

Distribuição assimétrica de carga em HF.

Moléculas como HF ou HCℓ, com distribuição assimétrica de carga elétrica,


são moléculas polares.
Ligação covalente
Polaridade de moléculas

― Molécula apolar: apresenta simetria na distribuição de carga elétrica.


Por exemplo, moléculas diatómicas homonucleares: F 2 e N2.

― Molécula polar: apresenta assimetria na distribuição de carga elétrica.


Por exemplo, moléculas diatómicas heteronucleares: CO e HF.
Ligação covalente
Polaridade de moléculas e polaridade de ligações

Potencial eletrostático: a cor


vermelha pretende representar
maior densidade eletrónica e
menor potencial; a cor azul,
menor densidade eletrónica e
maior potencial.
Ligação covalente
Mapa de potencial eletrostático (MPE)
Ligação covalente
Polaridade de moléculas

A análise dos mapas de potencial eletrostático, MPE, de uma molécula


também permite concluir sobre a polaridade das ligações entre quaisquer dois
átomos na molécula.

― Ligação covalente apolar – entre átomos do mesmo elemento.

― Ligação covalente polar – entre átomos de elementos diferentes.


Ligação covalente
Polaridade de moléculas e polaridade de ligações
Representação
Fórmula de Ligações Ligações
Molécula da densidade
estrutura polares apolares
de carga

HCN Não há

C2H2

C2H4
Ligação covalente
Polaridade de moléculas e polaridade de ligações

Uma molécula é polar ou apolar dependendo da distribuição global de carga


elétrica, a qual está relacionada com a polaridade das ligações presentes e
também com a geometria molecular.

Moléculas Moléculas
polares apolares

H2O NH3 CO2 CH4


Ligação covalente
Polaridade de moléculas e polaridade de ligações

As moléculas H2O e NH3 são exemplos bem conhecidos de moléculas


polares, enquanto as moléculas CO2 e CH4 são exemplos bem conhecidos de
moléculas apolares.

Moléculas Moléculas
polares apolares

H2O NH3 CO2 CH4


Atividade

A molécula de ácido decanoico é polar, pois tem uma distribuição assimétrica de carga,
o que é evidenciado pela diferença de cor no mapa de potencial eletrostático.
Atividade
Atividade

São moléculas apolares.


Atividade
Para cada molécula indique a sua geometria e polaridade:

1. Metano, CH4.

2. Água, H2O.

3. Amoníaco, NH3.

Resolução:

1. Geometria tetraédrica, molécula apolar.


2. Geometria angular, molécula polar.
3. Geometria piramidal trigonal, molécula polar.
2.1.2 Ligação Covalente
Síntese
Sumário:
➢Hidrocarbonetos. Alcanos, alcenos e alcinos
➢ Representação de fórmulas de estrutura e nomenclatura
dos alcanos
➢ outras famílias de compostos orgânicos (álcoois,
aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos e aminas)
Ligação covalente

Estrutura de moléculas orgânicas

Propano Ciclo-hexano
Estrutura de moléculas orgânicas
Os seres vivos são constituídos, na sua maioria, por substâncias com carbono.
Estrutura de moléculas orgânicas
Os compostos orgânicos formam um grupo enorme de substâncias que inclui a
esmagadora maioria daquelas que contêm o elemento carbono na sua
constituição.
Estrutura de moléculas orgânicas
A grande diversidade de compostos de carbono, também
designados por compostos orgânicos, deve-se às características
especiais do átomo de carbono, que, por apresentar quatro eletrões
de valência, pode estabelecer quatro ligações.
Estrutura de moléculas orgânicas
É habitual representar as substâncias orgânicas através de fórmulas de
estrutura simplificadas.

Butano, C4H10:

Fórmula de estrutura condensada


Fórmula de estrutura
CH3−CH2−CH2−CH3

CH3CH2CH2CH3

CH3(CH2)2CH3
Estrutura de moléculas orgânicas

As fórmulas de ligação em linha mostram apenas ligações entre átomos de


carbono, omitindo os respetivos símbolos e os dos átomos de hidrogénio a
eles ligados.

No caso do butano, fica:


CH3−CH2−CH2−CH3

Cada ponta e cada vértice representam um átomo de carbono com ligações


a átomos de hidrogénio, de acordo com a regra do octeto.
Estrutura de moléculas orgânicas
Os compostos orgânicos mais simples são os hidrocarbonetos, assim
designados por serem constituídos unicamente por carbono e hidrogénio.
Estrutura de moléculas orgânicas
Os hidrocarbonetos só com ligações simples chamam-se alcanos.

Metano CH4 CH4

Etano C2H6 CH3−CH3

Propano C3H8 CH3−CH2−CH3

Butano C4H10 CH3−CH2−CH2−CH3


Estrutura de moléculas orgânicas

Para qualquer um dos alcanos apresentados, a relação entre a quantidade de


átomos de carbono e de hidrogénio, é expressa por:

n(H) = 2 × n(C) + 2

Quanto maior for o número de átomos de carbono, maior é a possibilidade de


haver hidrocarbonetos com a mesma fórmula molecular mas de estruturas
diferentes e mais complexas.

C4H10

Metilpropano
Butano
Estrutura de moléculas orgânicas
Em qualquer um dos hidrocarbonetos anteriores:

― as ligações entre átomos de carbono são todas simples;

― verifica-se a relação CnH(2n+2).

Os hidrocarbonetos apresentados têm apenas ligações simples entre os


átomos de carbono e, por isso, chamam-se hidrocarbonetos saturados.

Há hidrocarbonetos que têm pelo menos uma ligação dupla ou tripla


entre átomos de carbono. Chamam-se hidrocarbonetos insaturados.
Estrutura de moléculas orgânicas
Hidrocarbonetos insaturados com uma ligação dupla, de fórmula geral
CnH2n, chamam-se alcenos.
CH2 ═ CH2
Ou
Responsável pelo
Eteno C2H4 amadurecimento da
fruta

CH2 ═ CH−CH3
Ou Usado no fabrico
Propeno C3H6
de plásticos

CH3−CH2−CH ═
CH2
Usado no fabrico
But-1-eno C4H8 Ou
da borracha
Estrutura de moléculas orgânicas
Hidrocarbonetos insaturados com uma ligação tripla, de fórmula geral
CnH(2n−2), chamam-se alcinos.

HC ≡ CH Usado em
Ou maçaricos
Etino C2H2
para corte e
soldadura
HC ≡ C −CH3
Propino C3H4 Ou
Usados na
síntese
CH3−C ≡ C−CH3 da vitamina E.
But-1-ino C4H6 Ou
Estrutura de moléculas orgânicas

Nos hidrocarbonetos podemos ter ligações covalentes, simples, duplas


e triplas entre átomos do mesmo elemento, o carbono.

As energias e os comprimentos de ligação correspondentes são diferentes.

Ligação Comprimento da Energia da


covalente ligação / pm ligação / KJ mol -1
Simples − 154 346
Dupla ═ 134 602
Tripla ≡ 120 835
Estrutura de moléculas orgânicas
Pode concluir-se que, à medida que o número de pares de eletrões ligantes
numa ligação carbono-carbono aumenta:

― o comprimento de ligação diminui;

― a energia de ligação aumenta (a ligação é mais forte).

Entre átomos dos mesmos elementos maiores valores de energia de


ligação correspondem a menores valores de comprimento de ligação.
Estrutura de moléculas orgânicas

Hidrocarbonetos:
Compostos constituídos apenas pelos elementos carbono e hidrogénio.

― Compostos saturados: têm apenas ligações covalentes simples


entre átomos de carbono.

― Compostos insaturados: têm pelo menos uma ligação covalente


dupla ou tripla entre átomos de carbono.
Estrutura de moléculas orgânicas
Um hidrocarboneto insaturado de grande importância é o benzeno, C6H6, no
qual há, em média, três eletrões partilhados em cada ligação carbono-carbono.

ou

O anel benzénico é a base estrutural de uma importante classe de compostos


orgânicos chamados compostos aromáticos.

O benzeno não é um alceno, apesar de ser um hidrocarboneto insaturado.


Atividade
Classifique cada um dos seguintes hidrocarbonetos em saturados ou insaturados:

1. C3H4
2. C6H14
3. C4H10
4. C6H12

Resolução:
1. Hidrocarboneto insaturado.
2. Hidrocarboneto saturado.
3. Hidrocarboneto saturado.
4. Hidrocarboneto insaturado.
Ligação covalente

Outras famílias de compostos orgânicos


Outras famílias de Compostos orgânicos
Existem compostos orgânicos que na sua constituição incluem outros elementos
além do carbono e do hidrogénio.

Elementos presentes Classe de compostos orgânicos

Halogéneos (F, Cℓ, Br, I) Haloalcanos


Álcoois; aldeídos; cetonas; ácidos
Oxigénio
carboxílicos
Nitrogénio Aminas

Esses átomos formam grupos funcionais que são característicos de certas


famílias ou classes de compostos orgânicos.
Outras famílias de Compostos orgânicos

Um grupo funcional é um átomo ou um conjunto de átomos que confere

a uma molécula determinadas propriedades químicas.

Todos os compostos que possuem o mesmo grupo funcional pertencem

a uma mesma família de compostos orgânicos e possuem

propriedades químicas semelhantes.


Outras famílias de compostos orgânicos: Álcoois

Os álcoois incluem um ou mais grupos hidroxilo: −OH. * União Internacional de


Química Pura e Aplicada
O nome dos álcoois termina em -ol.

O álcool mais conhecido é o álcool etílico, que existe nas bebidas alcoólicas e no
álcool sanitário, o seu nome IUPAC* é etanol.
Outras famílias de compostos orgânicos: Aldeídos

Nos aldeídos existe, na extremidade de uma cadeia carbonada, o grupo formilo:


−CHO . Também se pode dizer que têm o grupo carbonilo, C=O, no extremo da
cadeia carbonada.

O nome dos aldeídos termina em -al.


Outras famílias de compostos orgânicos: Cetonas

As cetonas, caracterizam-se por terem no meio da cadeia carbonada um


grupo carbonilo: C=O.

O nome das cetonas é dado pelo nome do alcano com cadeia


carbonada idêntica à da cetona, com terminação -ona.
Outras famílias de compostos orgânicos: Ácidos carboxílicos

Os ácidos carboxílicos formam uma família de compostos orgânicos cujas


moléculas são caracterizadas pela presença do grupo funcional carboxilo −COOH.

Estrutura do grupo carboxilo

O nome dos ácidos carboxílicos é dado pelo nome do alcano com cadeia
carbonada idêntica à do ácido carboxílico, com terminação -oico.

O ácido etanoico, também conhecido por ácido


acético, está presente no vinagre.
Outras famílias de compostos orgânicos: Ácidos carboxílicos

Os ácidos gordos ómega 3 (DHA e EPA) são ácidos carboxílicos


polinsaturados, têm várias ligações duplas.

Alimentos ricos em ácidos


gordos ómega 3.
Outras famílias de compostos orgânicos: Aminas

As aminas são compostos derivados do amoníaco, NH3, pela substituição de


um ou mais átomos de hidrogénio.

Estrutura do grupo amina

O nome das aminas termina em -ina.

O chocolate tem cafeína


Atividade
Associe cada um dos compostos à sua família correspondente.

1.

2. A. Aminas

B. Ácidos carboxílicos
3.
C. Álcoois

4. D. Aldeído

E. Cetonas
5.
1C; 2B; 3E; 4D; 5A
Página 145 manual questão proposta 8
Atividade
Exemplos de biomoléculas e fármacos

Grupo carboxilo
O ácido acetilsalicílico (presente na
Aspirina®) tem um grupo característico
dos ácidos carboxílicos ligado a um anel
benzénico.

Anel benzénico

A designação penicilina (antibiótico)


refere-se a várias substâncias; R
representa um grupo de átomos que pode
variar.
Exemplos de biomoléculas e fármacos

A glicose tem um grupo característico dos aldeídos e a frutose um grupo característico


das cetonas.

Grupo carbonilo
(aldeído)

Grupo carbonilo
(cetona)

Glicose Frutose
2.1.2 Ligação Covalente
Síntese
Sumário:
➢Ligações intermoleculares: Forças de van der Waals
e ligações de hidrogénio;
➢ importância das ligações intermoleculares em
sistemas biológicos;
➢Solubilidade e ligações intermoleculares.
Domínio 2 – Propriedades e Transformações da matéria

Subdomínio 2.1 – Ligação química

2.1.3 Ligações intermoleculares


Ligações intermoleculares

As moléculas estabelecem ligações entre si, designadas por ligações


intermoleculares.

As ligações intermoleculares são de


natureza eletrostática e permitem
explicar as propriedades de muitos
materiais.

Ligações intermoleculares
na molécula de água
Ligações intermoleculares

As ligações intermoleculares também


existem em iões (por exemplo, em
soluções aquosas) ou átomos (por
exemplo, nos gases nobres).

Ligações intermoleculares
na molécula de água
Ligações intermoleculares

As ligações intermoleculares permitem interpretar:

➢ a solubilidade de sólidos em líquidos,

➢ a miscibilidade de líquidos,

➢ a formação de agregados de moléculas,

➢ o ponto de fusão e o ponto de ebulição.

Ligações intermoleculares
na molécula de água
Ligações intermoleculares

A intensidade das ligações intermoleculares


é, de um modo geral, inferior à das ligações
intramoleculares (ligações entre átomos nas
moléculas).

Ligações intermoleculares
na molécula de água
Ligações intermoleculares
Forças de van der Waals

Chamam-se forças de van der Waals às ligações


intermoleculares que podem ocorrer:

― entre moléculas polares;

― entre moléculas polares e apolares;

― entre moléculas apolares (forças de London).

As ligações entre moléculas polares surgem devido à distribuição


assimétrica de carga nestas moléculas, da qual resultam forças atrativas.
Ligações intermoleculares
Forças de van der Waals

As ligações entre moléculas polares surgem devido à distribuição


assimétrica de carga nestas moléculas, da qual resultam forças
atrativas.

+ - + -

As moléculas polares têm extremidades com diferentes distribuição de cargas.


Ligações intermoleculares
Forças de van der Waals

As ligações entre moléculas polares e apolares surgem porque uma molécula


polar pode induzir uma distribuição assimétrica de carga numa molécula apolar.

Molécula Molécula Polaridade


apolar polar induzida

Entre a molécula polar e a molécula com polaridade induzida surgem forças


atrativas similares às que existem entre moléculas polares.
Ligações intermoleculares
Forças de van der Waals

Também há ligações entre moléculas apolares como, por exemplo F2,


porque as moléculas apolares podem sofrer assimetrias momentâneas da sua
densidade eletrónica.

Moléculas apolares Assimetria momentânea


Ligações intermoleculares
Forças de van der Waals

As distribuições assimétricas de carga momentâneas induzem assimetrias de


carga em moléculas próximas, sendo as assimetrias de distribuição de carga
instantâneas responsáveis por interações entre as moléculas apolares.

Forças de London

Moléculas apolares Assimetria momentânea


Induz assimetria de carga
em outra molécula
Ligações intermoleculares
Forças de van der Waals

As ligações, denominadas forças de London, são as únicas que existem


entre moléculas apolares.

No entanto, as forças de London estão sempre presentes, também em


moléculas polares, coexistindo sempre com as outras forças de van der Waals.

As forças de London são as forças intermoleculares menos intensas e, por


isso, explicam baixos pontos de fusão e de ebulição de substâncias
apolares.
Ligações intermoleculares
Forças de van der Waals
As forças de van der Waals explicam, por exemplo, que a acetona, constituída
por moléculas polares, seja uma substância líquida, enquanto o propano, formado
por moléculas apolares, de tamanho e forma similar às da acetona, seja um gás
nas mesmas condições de pressão e temperatura.

Propano Acetona

Moléculas apolares Moléculas polares

Ligações intermoleculares Ligações intermoleculares


menos intensas mais intensas
Ligações intermoleculares
Forças de van der Waals

Forças de van der Waals ocorrem entre:

― moléculas polares (HCℓ, H2S, CO…)

― moléculas polares e apolares (por exemplo, entre H2O e O2)

― moléculas apolares – forças de London (N2, CO2…)


Ligações intermoleculares

As ligações intermoleculares que se estabelecem entre moléculas de água


são mais fortes do que seria de esperar se ocorressem apenas ligações de
van der Waals.
Ligações intermoleculares
Ligações de hidrogénio
A densidade de carga à volta do átomo de oxigénio é muito superior à que
existe à volta do hidrogénio, o que favorece a interação entre átomos de
oxigénio e átomos de hidrogénio de moléculas próximas.

Chamam-se a estas interações ligações de hidrogénio e ocorrem em moléculas


onde o hidrogénio, H, se liga a nitrogénio, N, a flúor, F, ou a oxigénio, O.
Ligações intermoleculares
Ligações de hidrogénio

As ligações de hidrogénio formam-se quando estão reunidas em simultâneo as


seguintes condições:

➢ Existência, na molécula, de átomos de hidrogénio ligados a átomos de pequeno


tamanho com elevada tendência para atrair eletrões, como, por exemplo, o flúor, F, o
oxigénio, O, e o nitrogénio, N.

➢ Existência na molécula, de átomos de pequeno tamanho com pares de eletrões


não-ligantes, tais como os átomos de flúor, F, de oxigénio, O, e de nitrogénio, N.
Ligações intermoleculares
Ligações de hidrogénio
Representação das ligações de hidrogénio entre moléculas de água:

As ligações de hidrogénio, representam-se por linhas a tracejado ------ e são


mais fracas do que as ligações O–H.

Entre moléculas de água existem ligações de hidrogénio, forças de van der


Waals entre moléculas polares e forças de London.
Ligações intermoleculares

Forças de van der Waals ocorrem entre:

― moléculas polares (HCℓ, H2S, CO…)

― moléculas polares e apolares (por exemplo, entre H2O e O2)

― moléculas apolares – forças de London (N2, CO2…)

Ligações de hidrogénio ocorrem quando há ligações O–H, N–H ou F–H


(por exemplo, entre H2O e HF e entre NH3 e H2O).
Ligações intermoleculares Ligações de
hidrogénio
Moléculas
Forças de polares Moléculas Moléculas
London apolares polares e
apolares

Comparação da intensidade das ligações intermoleculares.


Ligações intermoleculares
Importância em sistemas biológicos

Se adicionarmos etanol a água, estes dois líquidos misturam-se. A água e o


etanol são miscíveis, pois formam uma solução homogénea.

Mas se adicionarmos azeite e água verificamos


que estes não se misturam (formam camadas
distintas), isto é, são dois líquidos imiscíveis.
Ligações intermoleculares

Líquidos cujas moléculas estabelecem entre si ligações intermoleculares do


mesmo tipo misturam-se muito bem.

Etanol Água

A solubilidade é tanto maior quanto mais semelhantes forem as ligações


intermoleculares no soluto e no solvente.
Ligações intermoleculares

São líquidos miscíveis, o que significa que as suas moléculas estabelecem


entre si ligações intermoleculares, como por exemplo o glicerol, C3H8O3, o
etanol, C2H6O, e a água.

Glicerol Etanol Água


Ligações intermoleculares
Na mistura dos três líquidos predominam ligações de van der Waals entre
moléculas polares e ligações de hidrogénio, as ligações intermoleculares mais
fortes, pois as suas moléculas são polares e todas possuem na sua estrutura
ligações interatómicas O–H.

Glicerol Etanol Água

Um solvente dissolverá bem um soluto se tiverem propriedades semelhantes:


“Semelhante dissolve semelhante”.
Ligações intermoleculares
Importância em sistemas biológicos

A estrutura em dupla hélice do


código genético (ADN) deve-se à
existência de ligações de hidrogénio
entre as bases nitrogenadas guanina
e citosina, e adenina e timina.

Fragmento de uma cadeia de ADN.


Ligações intermoleculares
Importância em sistemas biológicos

O azeite não se mistura com a água porque as


suas moléculas são de muito baixa polaridade,
devido à extensão da cadeia saturada de
carbonos, apolar, e, por isso, as ligações que
predominam entre estes dois líquidos são
forças de London, ao contrário do que
acontece entre moléculas de água.
O azeite e a água são
imiscíveis.
Ligações intermoleculares
Importância em sistemas biológicos

Neste ácido gordo, apesar de existir uma ligação O–H no grupo característico –
COOH, a extensa cadeia insaturada de 18 átomos de carbono, apolar, faz com
que as forças de London sejam as predominantes entre as moléculas.

Ácido oleico ou Ácido octadec-9-enoico presente no azeite


Ligações intermoleculares
Importância em sistemas biológicos

As membranas biológicas têm lípidos


na sua composição, compostos que
também têm longas cadeias de
carbono apolares.
Membrana biológica
Ligações intermoleculares
Importância em sistemas biológicos

É a existência dessas cadeias apolares que


facilita a absorção, por exemplo, de α-
Tocoferol, uma forma da vitamina E muito
importante na nutrição humana.
Membrana biológica

A vitamina E é uma vitamina


lipossolúvel, ou seja, solúvel
α-Tocoferol – Vitamina E em lípidos.
Atividade
Classifique cada uma das afirmações seguintes em verdadeira ou falsa:

1. Entre moléculas de água só atuam ligações de hidrogénio. Falsa

2. As ligações que prevalecem entre moléculas de metanos são as forças de London.


Verdadeira

3. O etanol é apolar logo só atuam forças de London entre as suas moléculas.


Falsa

4. As ligações de van der Waals são menos intensas que as ligações de hidrogénio.
Verdadeira
2.1.3 Ligações intermoleculares
Síntese

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