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Melaine KLEIN

Teorias Psicodinâmicas
Biografia de Melaine Klein
• Psicanalista leiga britânica de origem
austríaca (Viena – 1882 – Londres, 1960)
• Nasceu, sem ser desejada, em uma
família judia, os Reizes.
• Sua mãe, brilhante, dedica-se, por
necessidades familiares, ao comércio de
plantas e répteis, e seu pai é médico e
odontólogo.
• Seu pai morreu quando ela era ainda
adolescente.
Biografia de Melaine Klein
• Em 1903, casa com A.Klein.
• Utiliza seu sobrenome em toda a sua obra,
embora tenham se divorciado em 1926.
• Antes disso, nasceram-lhes uma filha e 2
filhos.
• Um deles, quando pequeno, foi analisado
por Melaine Klein , que retirou dessa
análise, entre 1919 e 1926, várias
conferências e artigos que fizeram seu
renome.
Biografia de Melaine Klein
• Desde 1910, morou em Budapeste, onde
iniciou, em 1914, ano de nascimento de
um dos seus filhos e da morte de sua
mãe, uma análise com S. Ferenzi.
• Essa análise foi interrompida devido à 1a.
Grande Guerra.
• Ela recomeça em 1924, mas em Berlim,
com K Abraham, que morreria no ano
seguinte.
Biografia de Melaine Klein
• A análise é concluída em Londres, com
S.Payne.
• Em 1927, M. Klein instala-se em Londres,
por instâncias de E.Jones, criador e
organizador da Sociedade Britânica de
Psicanálise.
• Ali ensina sua teoria e funda uma escola,
o que lhe vale, a partir de 1938, conflitos
muitos violentos com Anna Freud.
Melaine Klein X Ana Freud
• Teoricamente, Ana Freud censurava as concepções
do objeto, supereu, Édipo e fantasmas originários;
para ela, a inveja, a gratidão e as posições depressiva
e esquizoparanóide não são psicanalíticas.
• Clinicamente, censura-a por afirmar que é possível
uma transferência no tratamento da criança, tornando
desnecessário todo o trabalho com os pais. Para
A.Freud as crianças não desenvolvem uma neurose
transferencial.
• M.Klein recusa tais críticas, acusando sua rival de não
ser freudiana.
• Em 1946, são criados 2 diferentes grupos de
formação de psicanalistas e, em 1955, é fundado o
Melaine Klein Trust.
Freud e M.Klein
• A estrutura da mente é concebida como um
sistema de objetos internos produzidos por
transações de relações objetais e da fantasia
inconsciente.
• Em segundo lugar propõe um sistema de
relações emocionais, reunidas nos conceitos
de posição esquizoparanóide e depressiva,
que organiza as atitudes, vínculos e, de
maneira geral, todo o funcionamento
psíquico.
Freud e M.Klein
• Com estas categorias, Klein sustenta que o conflito
mental está baseado na luta de emoções e
fantasias inconscientes com os objetos internos e
externos.
• É uma ótica diferente da noção clássica de conflito
concebido como luta de pulsão e a defesa.
• O enfoque Kleiniano é personalístico, a mente é
um espaço onde habitam objetos internos, à
maneira das pessoas que vivem no mundo, ou dos
atores que se movem em um cenário.
Panorama geral de sua Obra
• Período de 1919 a 1932 – neste período, produz
uma grande quantidade de artigos, com seus
achados teóricos e clínicos.
• Inicia-se técnica do jogo, para a análise infantil,
e a aplica, originalmente, em crianças pequenas.
• Suas descobertas destacam a importância da
agressão no desenvolvimento mental.
• As hipóteses principais versam sobre a neurose
de transferência completa, na análise infantil, o
complexo de Édipo precoce e a formação do
Superego precoce.
Panorama geral de sua Obra
• Período de 1932 a 1946 – em 1932
escreve Psycho-Analiysis of Children,
onde procura sistematizar suas
descobertas sobre a vida psíquica infantil.
• Neste período formula o essencial de sua
teoria: a idéia de posição depressiva,
como ponto crucial do desenvolveimento
mental (1935-40) e de posição esquizo-
paranóide (1946).
Panorama geral de sua Obra
• Período de 1932 a 1946 – Formalizam-se os aspectos
da metapsicologia kleiniana, com a descrição da
mente como um espaço povoado por objetos internos,
que interagem com os externos, através dos
processos de projeção e introjeção.
• O mecanismo da identificação projetiva será, a partir
de 1946, e, durante os seguintes 30 anos, um dos
temas principais da investigação kleiniana.
• O destaque que Klein tinha posto na agressão, no
período anterior, é agora modulado em boa parte pela
idéia de uma luta pulsional entre sentimentos de amor
e ódio.
Panorama geral de sua Obra
• Período de 1946 a 1960 – o ponto principal é a inveja
primária, que Klein formula em 1957.
• Sua obra póstuma, Narrative of a child Analysis
(1961) em que reconstrói o caso Richard, a quem
atendeu , na época da 2a. Guerra Mundial,
novamente abre campo polêmico em torno dos
fundamentos da técnica kleiniana: análise das
fantasias, centrada nas angústias predominantes da
sessão, acesso ao material profundo inconsciente,
através da interpretação da transferência positiva e
negativa, manifesta e latente; interpretação
sistemática das relações do objeto que se vão
expressando na sessão, através do jogo e das
associações livres dos pequenos pacientes.
Estrutura da teoria Kleiniana
Resumo dos conceitos de Klein
• Ocupou-se das relações objetais na
primeira etapa da vida
• Estudou especificamente a dinâmica da
vida emocional da criança pequena e, por
conseguinte, os mais primitivos
mecanismos de defesa.
Esclarecimento a respeito das descrições
sobre os mecanismos precoces das
crianças
• “Em certo sentido, todas as descrições realizadas por nós
são artificiais, porque temos que usar palavras para
descrever experiências que têm lugar num nível primitivo,
antes que a verbalização tenha sido adquirida, e porque o
processo de verbalização a que nos vemos obrigados
para poder transmiti-lo envolve, provavelmente, uma
modificação dessas primeiras situações; os processos
psíquicos estão ligados, e aquela experiência original cujo
conteúdo queremos traduzir usando somente palavras
deve ser, sem dúvida, vivenciado pelo bb como
sensações, podendo dizer-se que a criança só pode usar
o corpo para expressar seus processos mentais”.
Significado de fantasias para
Freud
• “ a psique responde à realidade de suas experiências
interpretando-as – ou melhor, interpretando-as mal ou
distorcendo-as – de modo tão subjetivo, que incrementa
seu prazer e preserva-o de dor.”
• Esta interpretação subjetiva da experiência por
intermédio da projeção e introjeção, foi chamado por
Freud de alucinação e constitui a base da “vida
fantasiada”.
• Entende-se por vida fantasiada a forma pela qual as
percepções e sensações internas e externas são
interpretadas e representadas a si mesmo em sua
mente, sob a influência do princípio do prazer-
desprazer.
Definição de alguns conceitos
• Avidez – é uma emoção de tipo oral que
consiste num desejo veemente, impetuoso
e insaciável, que excede o que o sujeito
necessita e que o objeto é capaz de dar.
– Por ex.: esvaziar totalmente o seio,
chupando-o até secar e devorá-lo, quer dizer
que é o seu propósito é uma introjeção
destrutiva.
Definição de alguns conceitos
• Inveja – não é apenas roubar como
anteriormente, mas também colocar na mãe, e
especialmente em seu seio,
maldade,excrementos e partes más de si
mesmo, com o fim de lhe causar dano, destruir
e controlar.
• No sentido mais profundo significa destruir sua
capacidade criadora; é uma identificação
projetiva destrutiva.
• Também podemos defini-la como um
sentimento de raiva contra outra pessoa que
possui ou desfruta de algo desejável, sendo o
impulso o de tirá-lo ou danificá-lo.
Definição de alguns conceitos
• Ciúme – baseia-se na inveja mas
compreende pelo menos 2 pessoas e
refere-se principalmente ao amor que o
indivíduo sente que lhe é devido e lhe
foi tirado ou está em perigo de lhe ser
tirado por um rival.
Estrutura da teoria Kleiniana
• Nos primeiros anos de vida as crianças
sofrem desilusões, experimentam
impulsos sexuais e a angústia.
• No começo da vida há 2 fontes de
ansiedade na criança: uma interna e
outra externa.
A fonte da ansiedade externa
• Estaria na experiência do nascer, ou seja – como
Freud assinalou-, a angústia do nascimento seria
o padrão de todas as futuras angústias em face
de um momento de frustração ou necessidade.
• A dor e o incômodo produzidos pela perda do
agradável estado intra-uterino são vividos pela
criança como forças que atacam, como forças
hostis.
• Por isso, a angústia persecutória está presente
desde o começo da vida e desde o início da
relação da criança com o mundo extra uterino.
A fonte da ansiedade interna
• É resultante da ação da pulsão de morte
que atuaria no interior do organismo do
indivíduo, a qual fundamenta o temor de
aniquilação.
• Já haveria nessas primeiras experiências
ou sensações uma idéia de perseguição e
destruição, de aniquilamento interno.
Estrutura da teoria Kleiniana
• Os primeiros meses de vida, as crianças
passam por estádios de angústia persecutória
ligados a fase de exacerbação do sadismo.
• O bb experimenta sentimentos de culpa por
seus impulsos destrutivos e fantasias, que
são dirigidos contra seu primeiro objeto – a
mãe, ou melhor, o seio.
• Desses sentimentos de culpa surge a
tendência a fazer reparações ao objeto
injuriado.
O que inicia a relação objetal na
criança?
• A primeira relação objetal que a criança
realiza é a alimentação e a presença da mãe,
que fazem com que a criança se relacione
objetalmente mas com a característica de
que é uma relação de objeto parcial.
• Não é objeto total visto que a relação
primordial é com o seio, com o mamilo
externo.
• Essa relação é objetal, tanto para os
impulsos de vida como para os de morte.
O que inicia a relação objetal na
criança?
• M. Klein presume que existe sempre uma
interação variável entre os impulsos
libidinais e impulsos destrutivos; nesse caso,
pode-se conceber a existência de um
equilíbrio ótimo entre os instintos quando o
indivíduo está livre de fome, de sua urgência
em urinar e defecar e, tensão interna.
• A alteração do equilíbrio entre o instinto de
vida e o instinto de morte desperta uma
emoção oral que é a avidez.
O que inicia a relação objetal na
criança?
• Qq aumento da avidez faz o bb ficar mais
sensível às frustrações e, paralelamente,
aumenta a intensidade da agressão.
• Isso incrementa ao mesmo tempo a
ansiedade persecutória e esta, aumenta a
avidez e é a causa de inibições precoces
na alimentação, ao mesmo tempo que
intensifica a avidez, formando-se um
círculo fechado.
O que inicia a relação objetal na
criança?
• Repetindo:
• A avidez produz um aumento na sensibilidade
à frustração, e a frustração aumenta a
intensidade da agressão; a intensidade da
agressão produz a intensificação da ansiedade
persecutória.
Base constitucional da
intensidade da avidez
• Para Klein esta intensidade é provocada
pela força dos impulsos destrutivos, em
sua interação com os impulsos libidinais.
• Seria algo constitucional.
• Em alguns casos a ansiedade
persecutória aumenta a avidez e em
outros produz inibições precoces da
alimentação.
Estímulos dos impulsos
libidinais e destrutivos
• São as experiências do bb em ser
alimentado e em ser frustrada.
• Assim como resultado dessas
experiências, constituem-se internamente
a imagem de 2 seios: um seio vinculado à
satisfação (bom) e um seio vinculado à
frustração (mau).
• Esta separação faz-se em decorrência da
imaturidade do ego.
Introjeção e projeção
• A experiência de gratificação e frustração somam-
se aos processos de introjeção e projeção.
• Contribuem para tornar a relação objetal mais
ambivalente.
• Assim a criança projeta as coisas boas no seio
bom e as sensações desagradáveis no seio mau.
• A imagem do seio bom e do seio mau vão se
transformando em protótipos que, formam o
núcleo do superego e, transformam-se, ao
mesmo tempo, na origem de tudo o que é bom e
de tudo o que é mau.
Relação da criança com o seio
mau
• Nas fantasias, a criança tem impulsos
destrutivos e sente que morde e despedaça
o mamilo ou seio, o devora e aniquila, e que
depois o seio fazem o mesmo dentro dela.
• Isso quer dizer que ela projeta sua agressão
oral no seio mau, o destrói, e depois sente o
que tem dentro, que este seio mau a está
mordendo, destruindo internamente.
• Uma fantasia desta é a que levaria lactentes
a não aceitarem o seio materno.
Relação da criança com o seio
mau
• Como na fantasia o objeto é influenciado
pela avidez devido ao impulso oral da
criança, passa a ser o elemento essencial
da angústia persecutória, ou seja, na
fantasia a criança sente que o seio mau a
persegue e quer devorá-la, da mesma forma
como ela fantasia devorar o seio frustrador.
• Entretanto a ação ou atividade do seio mau
e perseguidor está neutralizada, nas
primeiras etapas pelo seio bom.
Relação da criança com a mãe
• Klein assinala que, embora localize seu
sentimento em sua relação com o seio, a criança
também se relaciona com outros aspectos da
mãe, quando responde a um sorriso, quando a
mãe a pega no colo e cuida dela.
• É assim que a satisfação e o amor que recebe
nessas situações ajudam a criança a neutralizar
a ansiedade paranóide e também os sentimentos
de perda e de perseguição que foram
despertados pelo trauma do nascimento.
Estrutura da teoria Kleiniana
• De 6 a 8 meses de vida o bb vive 2 fases
principais :
– Posição paranóide
– Posição depressiva
• Por que posição e não fase?
• Fase é uma coisa estática. Você vive e se voltar, é
denominado regressão.
• Posição é mais dinâmica. Apresenta
agrupamentos específicos de angústias e defesas
que aparecem e reaparecem nos primeiros anos
de vida.
Estrutura da teoria Kleiniana

• Posição paranóide – estádio em que


predominam os impulsos destrutivos e
as angústias persecutórias.
– Estende desde o nascimento até 3, 4 ou
5 meses de idade.
Estrutura da teoria Kleiniana
• Posição depressiva – segue-se ao estádio
anterior.
– Está ligada a passos importantes do desenvolvimento
do Ego – 6º. Mês.
– As fantasias e impulsos sádicos, assim como a angústia
persecutória diminuem de intensidade.
– O bb introjeta o objeto total e torna capaz de sintetizar
os vários aspectos do objeto e suas emoções.
– O amor e o ódio unem-se na sua mente. Esta união
produz a angústia – temor que o objeto, tanto externo
quanto interno seja danificado ou destruído.
Estrutura da teoria Kleiniana
• Posição depressiva –
– Os sentimentos depressivos e de culpabilidade
suscitam o anseio de preservar ou ressuscitar
o objeto amado e fazer reparações pelas
fantasias e impulsos destrutivos.
– Inicia-se o estádio primitivo do complexo de
Édipo.
Estrutura da teoria Kleiniana
• M. Klein sugere que o complexo de Édipo
se inicia sob o domínio do sadismo e do
ódio, quando a criança se volta para um
segundo objeto – o pai – com sentimentos
de amor e ódio.
• Ela vê nos sentimentos depressivos
derivados do medo de perder a mãe – como
objeto externo e interno – um impulso
importante para os primeiros desejos
edípicos.
Estrutura da teoria Kleiniana
• Posição esquizoparanóide – que combate de forma
ilusória, mas violenta, toda a perda,
• Posição depressiva – na qual a perda é realmente
comprovada .
• Estas 2 posições referem-se à perda, ao trabalho de
luto e `reparação, consecutivos, de 2 objetos
psíquicos parciais e primordiais, dos quais todos os
demais nada mais são do que substitutos
metonímicos : o seio e o pênis.
• Ambos os objetos parciais entram em jogo em uma
cena imaginária inconsciente, chamada de cena
materna.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• M.Klein admite a existência de um Ego
dotado de certos elementos de integração
e de coerência, desde o início de seu
desenvolvimento e considera que o
conflito se produz antes de que o
desenvolvimento do Ego tenha progredido
muito e que o poder de integrar o
processo psíquico esteja plenamente
estabelecido.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• A raiz do Ego, só podem ser entendidos
pelos mecanismos de introjeção e projeção.
• É evidente que o Ego não começa a existir
subitamente como entidade bem
estabelecida; ele se desenvolve
gradualmente por repetições da experiência
e de modo desigual em suas diferentes
funções, a partir de processos gerais de todo
organismo vivo, assim como a incorporação
e a expulsão.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• O Ego está exposto à angústia provocada pela
dualidade pulsional e quando a criança se vê
frente à angústia causada pelos instintos de
morte, o Ego desvia esta angústia e a
transforma em agressão.
• O Ego tem, por outro lado, um papel de
clivagem, de transformação e de projeção
desta agressão sobre o seio materno, primeiro
objeto exterior que ele encontra.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• A noção de objeto, para ela, é inteiramente
determinada pelas necessidades físicas,
pelas pulsões e fantasias.
• As fantasias servem de suporte à
representação da necessidade e o objeto
do bb pode ser definido como aquilo que
está no interior e no exterior do seu pp
corpo.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• Durante o período da supremacia oral, o
objeto fantasiado introjetado é vivido pela
criança como o seio bom ou mau, quando
a sua necessidade oral for gratificada ou
frustrada.
• O objeto tratado, por sua vez, como se ele
estivesse no interior – Ego – e no exterior –
não Ego – e, portanto ele está no exterior,
embora concernente à pessoa e
dependente dela.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• Se segundo Freud, o Superego é o sucessor
do complexo de Édipo, ele é para Klein, uma
estrutura construída durante toda a infância e
que começa pela introjeção da mãe nutridora
(do seio).
• Este Superego precoce só pode ser
compreendido quando admitimos uma rica
atividade imaginária inconsciente, um objeto
imaginário e uma pulsão primitiva de
destruição que é identificada como pulsão de
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• Os impulsos edípicos da criança são
liberados pelas frustrações orais e que o
superego começa, simultaneamente a se
formar.
• Os impulsos genitais ficam desapercebidos
até o 3o ano de vida.
• Nesse período começa a manifestar-se
claramente e a criança entra numa fase em
que a sexualidade precoce chega ao clímax
e há o desabrochar do conflito edípico.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• Ao prazer de sucção, sucede o prazer de
morder.
• Se o bb não tiver satisfação no estádio de
sucção terá de obter maior prazer (mais
necessidade) no estádio oral de morder.
• Não é somente as causas externas de má
alimentação que pode causar um desprazer
na sucção.
• Segundo M. Klein, seria um desenvolvimento
de um sadismo anormal.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• Existe assim um complexo edipiano precoce
“na criança por volta de 1 ano de idade,
assumindo a ansiedade causada pelo início
do conflito edipiano a forma de um temor de
ser devorado e destruído.
• A pp criança deseja destruir o objeto libidinal,
mordendo-o, devorando-o e cortando-o, o que
produz ansiedade, já que o despertar das
tendências edipianas é seguido da introjeção
do objeto, que se torna alguém de quem se
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• A criança teme agora uma punição correspondente à
ofensa: o Superego torna-se alguma coisa que morde,
devora e corta.
• Assim o Superego deve ser considerado como uma
estrutura construída durante toda a infância, e que
começa pela introjeção da mãe nutridora.
• O Superego bom (objeto internalizado benévolo) age
como estimulante para o desenvolvimento do Ego e
não o torna menos capaz de expansão e de
progresso do que o Superego ameaçador, nem o
impede de atuar.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein

• Para Klein, estádio é posição, mistura de


ângústia e de defesa, que, iniciando de
forma precoce, surgem e reaparecem
durante os 1° anos de infância e em
determinadas circunstâncias na vida
posterior.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• Ela admite que o objeto parcial pode ser alucinado
ou fantasiado (seio ou outra parte do corpo) e
dotado fantasiosamente de carcterísticas
semelhantes aos de uma pessoa, isto é, por
exemplo, ser bom ou ser mau e ser introjetado sob a
forma de sentido individual, desempenhando o papel
de um realidade interna ou se projetar sobre um
objeto exterior para criar um objeto ideal.
• O objeto torna-se, um representante do Ego, e estes
processos estão baseados na identificação por
projeção se apresentando como 2 processos
complementares.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• Ela admite e desenvolve a noção de
bipolaridade dos instintos (de vida e de
morte).
• O perigo proveniente da função interna da
pulsão de morte é a causa primária da
angústia, e já que a luta entre as pulsões
de vida e de morte persiste durante toda a
vida, esta fonte de angústia não é jamais
eliminada e entra como fator permanente
em todas as situações de angústia.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• Podemos nos perguntar se a regressão não
seria um fracasso da libido que não pode
eliminar as pulsões destruidoras e a angústia
despertadas pela frustração.
• As pulsões criadoras e geradoras tiram 1
grande parcela de sua força das tendências
à reparação que surgem na angústia
depressiva.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• Essas atividades iniciam-se então pelos
sentimentos e as fantasias, e um
determinado grau, uma certa quantidade de
culpabilidade e de angústia estimulam a
reparação e favorecem a sublimação,
embora um excesso destes sentimentos
paralise estas sublimações.
• Pode-se dizer que no fenômeno da
regressão as finalidades reparadoras são
pertubadoras.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• Durante o desenvolvimento pode-se descrever um
determinado número de posições, em particular a
posição esquizoparanóide e a posição depressiva.
• Durante a posição esquizoparanóide, nos
primeiros anos de vida, a criança não se relaciona
com as pessoas como humanos, ma somente
como objetos parciais.
• E presença da angústia provocada pelos instintos
de morte, o Ego desvia esta angústia e a
transforma em agressão.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• Por um processo de clivagem, esta agressão é
projetada sobre o seio materno, tornando-se este seio
perseguidor, objeto mau que parece ameaçar a
criança.
• Entretanto, a parte da agressão permanece favorável
à criança, que a dirige contra o perseguidor.
• Da mesma maneira a libido se acha projetada sobre
um objeto exterior, para criar um objeto ideal, o seio
bom.
• O Ego estabelece uma relação com 2 objetos que
resultam da clivagem do objeto primitivo: o seio ideal
e o seio perseguidor.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• A posição depressiva é mais tardia, na fase
onde a criança é capaz de reconhecer o
objeto por inteiro e não mais parcialmente.
• A angústia persecutória da posição
paranóide é substituída aqui por uma
angústia inteiramente centrada sobre o
temor de que estas pulsões destrutivas
teriam podido ou poderiam destruir o objeto
que ela ama e do qual depende totalmente.
Estrutura Mental Precoce
segundo M.Klein
• Incorporando-o, ela o protege contra as
suas próprias pulsões destrutivas.
• A introjeção permite proteger o objeto bom
contra as pulsões destrutivas
representadas não apenas pelos objetos
maus esternos, mas também pelos
objetos maus interiorizados.
Técnica lúdica de Klein
• Para Klein o brincar tornou-se um campo de exame a
ser investigado. Inicialmente Klein ia à casa da criança e
analisava usando os próprios brinquedos desta.
• Posteriormente Klein atendeu em seu consultório com
material privativo à cada criança. Melaine Klein intuiu
que o brincar possuía um mecanismo semelhante ao
dos sonhos. Percebeu que os sintomas obedecem a
processos inconscientes análogos aos da formação dos
sonhos.
• Assim processos psíquicos que Freud desvendara ao
interpretar os sonhos – deslocamento, condensação,
representação verbal pela linguagem arcaica e,
principalmente a simbolização, foram utilizados por Klein
para descobrir o sentido oculto do brincar.
Técnica lúdica de Klein
• Observar uma criança brincando exige paciência para
esperar, pois presume que o brincar não é uma
atividade sem sentido. É equivalente a associação livre
do adulto e que o analista deve acompanhar o brincar
com a mesma atenção flutuante, isto é, não faz críticas,
não deixa os desejos nem as teorias influenciarem na
observação dos acontecimentos.
• Quando o analista já tem uma hipótese interpretativa, às
vezes é útil fazer uma intervenção preliminar para
reforçar a hipótese, chamar atenção do analisando para
a situação focalizada e obter informações adicionais
pela sua resposta.
• Considera-se o brincar equivalente ao conteúdo
manifesto do sonho, que, após interpretado, revela o
significado oculto, o conteúdo latente do sonho.
“A influência do esclarecimento sexual e o
relaxamento da autoridade sobre o
desenvolvimento intelectual da criança”.
• Este trabalho marcou o ingresso de Klein na Sociedade da
Psicanálise .
• Tem o mérito de servir como base de reflexão sobre alguns pontos
para orientação de pais e educadores.
• Mostra como a repressão é desnecessária e como ela interfere na
capacidade da criança, através de atitudes de mistério e falsas
informações sobre a sexualidade, o que poderá causar
perturbações no desenvolvimento intelectual.
• Klein mostra o peso que a educação autoritária tem sobre o
desenvolvimento mental da criança, criando barreiras e inibições
que irão privá-la do uso da energia mental, fazendo com que sua
inteligência desenvolva-se aquém do que poderia.
• Volta-se contra a idéia de Deus. Considera-se uma forma de
educação que combina autoridade e poder incontestável, gerando
temor e submissão incondicional.
• A idéia de Deus teria um efeito desastroso sobre o desenvolvimento
intelectual da criança.
“Análise precoce”
• No trabalho lido em 1921, “Análise precoce” Klein ainda
não aborda propriamente a psicanálise, mas uma
aplicação desta à criança.
• Ela dá normas para avaliação da saúde mental de uma
criança com menos de 6 anos.
• Criança saudável mostra interesse sobre si mesma e o
ambiente; revela curiosidade sexual e procura satisfaze-
la gradualmente; não demonstra inibições nessa área e
assimila esclarecimentos; consegue na imaginação e no
brincar expressar parte de seus instintos,
particularmente o complexo de Édipo; não se apavora
depois de ouvir contos de fadas ou filmes de heróis na
tv; apresenta bom equilíbrio mental geral.
Referências bibliográficas
• BLEICHMAR E BLEICHMAR – A psicanálise
depois de Freud
• KLEIN, M – Psicanálise da Criança
• KLEIN, M; RIVIERE, J – Amor, ódio e
reparação.
• RAPPAPORT, Clara Regina. Introdução a
Psicanálise. Melaine Klein. Temas básicos da
Psicologia.
• TALLAFERRO, A – Curso Básico de Psicanálise

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