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CELIO SARAIVA
O que você deve saber sobre
CONCORDÂNCIA
CONCORDÂNCIA NOMINAL
NOMINAL E
E VERBAL
VERBAL
A concordância nominal estuda a flexão e a variação em gênero e
número entre o substantivo e seus determinantes. A concordância
verbal estabelece a flexão do núcleo do verbo em número e pessoa
com o sujeito.
I. CONCORDÂNCIA NOMINAL
Ocorre entre o núcleo (normalmente um substantivo ou um pronome) e o
predicativo ou adjunto adnominal
(adjetivo, pronome adjetivo, numeral e artigo).
Obrigado
Concorda com o substantivo a que se refere. Emprega-se a mesma regra para:
mesmo (adjetivo), próprio, incluso, anexo, leso e quite.
Menos
A palavra é invariável e sempre fica no singular.
Nessa classe há menos mulheres do que homens.
Mesmo
a) Invariável quando desempenha o papel de advérbio.
Elas fizeram isso tudo sozinhas mesmo?
Meio
a) Variável quando desempenha o papel de numeral.
Meu irmão comeu meia melancia.
Bastante
a) Variável quando desempenha o papel de pronome indefinido.
Havia bastantes mulheres lindas naquele evento.
Palavras específicas
Adjetivos compostos
formados por cor + substantivo
Os dois elementos são invariáveis.
As blusas vermelho-sangue. (sangue = substantivo)
Adjetivos compostos
formados por cor + adjetivo
Somente o segundo elemento é variável.
Suas camisetas verde-claras. (clara = adjetivo)
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
II. CONCORDÂNCIA VERBAL
Sujeito simples
Coletivo
O verbo concorda no singular.
O cardume foi pescado ilegalmente.
Anteposto
O verbo irá para o plural.
O dólar e o euro inflacionaram o real.
Posposto
O verbo concorda no plural ou com o núcleo do sujeito mais próximo.
Chegaram o diretor e o professor.
Chegou o diretor e o professor.
Núcleos sinônimos
O verbo pode concordar no singular ou no plural.
Medo e terror é (são) frequente(s) em cidades grandes.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
II. CONCORDÂNCIA VERBAL
Sujeito composto por diferentes pessoas gramaticais
Verbo ser
Texto 1
(...) Eu sempre gostei muito de viver, de maneira que nenhuma manifestação da vida me é indiferente. Eu tanto
aprecio uma boa caminhada a pé até o alto da Lapa como uma tocata de Bach e ponho tanto entusiasmo e carinho no
escrever um dístico que vai figurar nas paredes dum bailarico e morrer no lixo depois como um romance a que darei a
impassível eternidade da impressão. Eu acho, Drummond, pensando bem, que o que falta pra certos moços de
tendência modernista brasileiros é isso: gostarem de verdade da vida. Como não atinaram com o verdadeiro jeito de
gostar da vida, cansam-se, ficam tristes ou então fingem alegria, o que ainda é mais idiota do que ser sinceramente
triste. Eu não posso compreender um homem de gabinete e vocês todos, do Rio, de Minas, do Norte me parecem um
pouco de gabinete demais. Meu Deus! se eu estivesse nessas terras admiráveis em que vocês vivem, com que gosto,
com que religião eu caminharia sempre pelo mesmo caminho (não há mesmo caminho pros amantes da Terra) em
longas caminhadas! Que diabo! estudar é bom e eu também estudo. Mas depois do estudo do livro e do gozo do livro,
ou antes vem o estudo e gozo da ação corporal. (...) E então parar e puxar conversa com gente chamada baixa e
ignorante! Como é gostoso! Fique sabendo duma coisa, se não sabe ainda: é com essa gente que se aprende a sentir e
não com a inteligência e a erudição livresca. Eles é que conservam o espírito religioso da vida e fazem tudo
sublimemente num ritual esclarecido de religião. Eu conto no meu “Carnaval carioca” um fato a que assisti em plena
Avenida Rio Branco. Uns negros dançando o samba. Mas havia uma negra moça que dançava melhor que os outros. Os
jeitos eram os mesmos, mesma habilidade, mesma sensualidade mas ela era melhor. Só porque os outros faziam aquilo
um pouco decorado, maquinizado, olhando o povo em volta deles, um automóvel que passava. Ela, não. Dançava com
religião. Não olhava pra lado nenhum. Vivia a dança. E era sublime. Este é um caso em que tenho pensado muitas
vezes. Aquela negra me ensinou o que milhões, milhões é exagero, muitos livros não me ensinaram. Ela me ensinou a
felicidade.
Texto 2
Inúmeros são os casos de troca de correspondência entre artistas, escritores, músicos, cineastas, teatrólogos
e homens comuns em nossa tradição literária. Mário de Andrade, por exemplo, foi talvez o maior
de nossos missivistas. Escreveu e recebeu cartas de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade,
Tarsila do Amaral, Câmara Cascudo, Pedro Nava, Fernando Sabino, só para citar alguns. O conjunto
de sua correspondência não só nos ajuda a conhecer o seu pensamento, seus valores e sua própria vida,
como também entender boa parte da história e da cultura brasileira do século XX.
EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
(PUC-RJ)
A partir da leitura do trecho da carta de Mário a Drummond (Texto 1) e do comentário anterior (Texto 2), responda aos seguintes
itens.
EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
(ITA-SP)
Leia o texto abaixo e responda às perguntas seguintes.
O sol ainda nascendo, dou a volta pela Lagoa Rodrigo de Freitas (7.450 metros e 22 centímetros). Deslumbrante. Paro diante
de uma placa da prefeitura, feita com os maiores cuidados técnicos, em bela tipografia, em português e inglês, naturalmente
escrita por altos professores e, no longo período com que trabalham as burocracias, vista e revista por engenheiros, psicólogos,
enfim, por toda espécie e gênero de PhDs. Certo disso, leio, cheio do desejo de aprender, a história da lagoa e seus d’intorni,
environs, neighbourhood.
Lá está escrito: “beleza cênica integrada aos contornos dos morros que a cerca (!)”. Berro, no português mais castiço do
manual do [jornal] Globo: HELP!
E, como isso não tem a menor importância, o sol continua nascendo no horizonte. Um luxo!
EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
(Fuvest-SP)
Leia o trecho a seguir e responda ao que se pede.
A Polícia Federal investiga os suspeitos de terem ajudado na fuga para o Paraguai e a Argentina. A polícia desses países não
puderam prendê-los porque o governo brasileiro não fez o pedido formal de captura.
EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
(Unicamp-SP)
Apesar de consideradas erradas, construções como “No segundo turno nós conversa”, “A gente fomos”, “Subiu os preços”
obedecem a regras de concordância sistemáticas, características principalmente de dialetos de pouco prestígio social.
O trecho a seguir, extraído de um editorial de jornal (portanto, representativo da modalidade culta), contém uma construção que é
de fato um erro de concordância.
Pode-se argumentar, é certo, que eram previsíveis os percalços que enfrentariam qualquer programa de estabilização (...)
necessário no Brasil.
Folha de S.Paulo, 7 nov. 1990.
EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
(UFPR)
Assinale a alternativa que reescreve o texto a seguir de acordo com a norma culta, mantendo-lhe o sentido.
Os presídios não é uma forma de mudar o ponto de vista de qualquer pessoa que esteja lá presa, um marginal que já fez de
tudo na vida não é que vai preso que ele vai mudar totalmente.
No ensino, como em outras coisas, a liberdade deve ser questão de grau. Há liberdades que não podem ser toleradas. Uma vez
conheci uma senhora que afirmava não se dever proibir coisa alguma a uma criança, pois ela deve desenvolver sua natureza de
dentro para fora. “E se a sua natureza a levar a engolir alfinetes?” indaguei; lamento dizer que a resposta foi puro vitupério. No
entanto, toda criança abandonada a si mesma, mais cedo ou mais tarde engolirá alfinetes, tomará veneno, cairá de uma janela
alta ou doutra forma chegará a mau fim. Um pouquinho mais velhos, os meninos, podendo, não se lavam, comem demais,
fumam até enjoar, apanham resfriados por molhar os pés, e assim por diante – além do fato de se divertirem importunando
anciãos, que nem sempre possuem a capacidade de resposta de Eliseu. Quem advoga a liberdade da educação não quer dizer que
as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta. Deve existir um elemento de disciplina e autoridade: a questão é
até que ponto, e como deve ser exercido.
RUSSELL, Bertrand. Ensaios céticos
EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
(Unifesp)
No período “Quem advoga a liberdade da educação não quer dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na
veneta”, substituindo-se “quem” por “as pessoas que”, obtém-se:
EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
(PUC-Campinas-SP)
A frase em que a concordância nominal está INCORRETA é: