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Tecnologia e Prevenção

de Combate a Sinistros I
Planos de Emergência
Capítulo 19

CEA – Centro Educacional de Aracruz


Curso: Técnico de Segurança do Trabalho
Prof.: Eng. Hugo Luiz Fagundes Siqueira
19. PLANOS DE EMERGÊNGIA

Os planos de emergência definem a organização dos meios


materiais e humanos disponíveis para garantir uma intervenção
imediata no caso da ocorrência de uma emergência.

19.1. CLASSIFICAÇÃO DA EMERGÊNCIA

As emergências podem ser classificadas como demonstrado a


seguir:

19.1.1. Tipos de Risco


a-) Riscos Naturais
- Terremotos;
- Furacões;
- Tufões;
- Nevascas;
- Inundações;
- Secas;
- Quedas de raios
b-) Riscos Tecnológicos
- Incêndios;
- Explosões;
- Acidentes com materiais radioativos;
- Vazamentos de contaminantes químicos (tóxicos, corrosivos etc);
- Colapsos de estruturas.

c-) Riscos de origem criminosa


- Invasão;
- Sabotagem, atentados;
- Seqüestros;
- Ameaças de bomba.

19.1.2. Áreas de Influência


a-) Internas: quando as áreas afetadas estão incluídas no recinto da
empresa.
b-) Externas: quando as áreas afetadas ultrapassam o recinto da
empresa.
19.1.3. Nível de Aplicação
Em função da zona ou área da instalação que é afetada.
a-) Emergência local (restrita): só afeta a área onde ocorre a
emergência.
b-) Emergência setorial: afeta um setor parcial da empresa.
c-) Emergência geral: afeta todas as dependências da empresa.

19.1.4. Situação de Trabalho


- Em horário normal de trabalho;
- Em turno de revezamento;
- Em horário fora do expediente;
- Em épocas de conflito de trabalho.

19.2. ESTABELECIMENTO DOS PLANOS DE EMERGÊNCIA


Conforme o tipo de emergência, caracterizada pelos pontos do item
anterior, e em outras circunstâncias que particularizem a situação,
devem ser estabelecidos planos de emergência que garantam uma
resposta rápida e eficaz perante uma situação de emergência e
suas conseqüências.
Outros procedimentos para estabelecer o plano de emergênica
compreendem as fases discriminadas a seguir:

19.2.1. Identificação dos Riscos


Levando em conta os riscos já relacionados, deve-se identificar
aqueles que podem ocorrer na empresa em questão.
Além dos riscos inerentes à empresa, deve-se considerar aqueles que
podem ser provocados por atividades ou instalações vizinhas.

19.2.2. Avaliação dos Riscos


Para cada um dos riscos detectados, deve-se fazer uma análise dos
danos que podem provocar a:
- Pessoas;
- Bens materiais;
- Processos produtivos, operativos, comerciais etc.

É aconselhável utilizar métodos de análise quantitativos e


comparativos, submetendo-se à análise final de especialistas.
19.2.3. Ações a serem Desenvolvidas nas Emergências
Para cada um dos riscos detectados e em função da gravidade
avaliada para os mesmos, prioritariamente no que se refere a danos
pessoais, deve ser feita uma lista exaustiva de todas as ações
necessárias para cada tipo de emergência.

Algumas das ações a serem desenvolvidas durante um incêndio são


as seguintes:
- Avisar ao Departamento de Segurança e aos membros das
brigadas;
- Avisar ao Corpo de Bombeiros;
- Avisar a Defesa Civil;
- Orientar a entrada dos bombeiros nas instalações;
- Desligar a alimentação elétrica por zonas;
- Verificar e controlar o correto funcionamento das bombas do
sistema de combate a incêndio;
- Remover produtos armazenados (deterioráveis ou perigosos) de
áreas próximas ao incêndio;
- Controlar as válvulas da rede de incêndios;
- Parar as bombas de alimentação de combustíveis líquidos;
- Fechar as válvulas das redes de circulação de gases combustíveis;
- Ordenar a evacuação de edifícios e andares;
- Parar as máquinas e interromper os processos de fabricação;
- Controlar o pessoal nos pontos de encontro;
- Fechar as portas;
- Fechar os dispositivos corta-fogo nos dutos de ar e gases, galerias
etc;
- Avisar a outros serviços de auxílio (ambulâncias, gruas,
companhia de eletricidade, companhia de abastecimento de água
etc.);
- Avisar às companhias de seguro;
- Cobrir com lonas (após extinto o incêndio), caso necessário, as
máquinas, equipamentos, produtos etc;
- Drenar áreas inundadas;
- Isolar as áreas de acesso ao local da emergência;
- Iniciar investigações quanto às causas da emergência o mais
rápido possível.
As ações a serem desenvolvidas, em cada tipo de emergência, devem
estar coordenadas entre si e serem desenvolvidas de forma
cronológica.

19.2.4. Inventários de Meios Próprios

Para empregar as ações adequadas, são necessários meios humanos


e materiais, de acordo com o tipo e o nível da emergência, assim
como a situação de trabalho.

Deve-se determinar quais as ações que podem ser desenvolvidas com


meios próprios e em que casos será necessária ajuda externa.

A partir deste inventário dos meios próprios disponíveis, serão


conhecidas as ações de possível execução sem ajuda externa e as
que necessitarão dessa ajuda.
19.2.5. Inventário de Meios de Socorro Exteriores

Deve-se ter um conhecimento preciso dos meios que podem ser


utilizados em um prazo imediato
Nestes meios estão incluídos o corpo de bombeiro, as ambulâncias,
as gruas móveis, as escavadeiras, os meios de transporte, os
sistemas de drenagem etc, tanto de serviços públicos como de
empresas privadas.

Posteriormente será necessário confirmar estas possibilidades de


ajuda a coordenar a utilização destes meios com os seus
proprietários.

19.2.6. Relação do Plano de Emergência

Definidos os pontos anteriores, pode-se elaborar o Plano de


Emergência Geral para riscos de pouca gravidade e os “Planos de
Emergência Específicos” para os acidentes graves.
O conteúdo dos planos de emergência deve incluir os seguintes
itens:
- Definição e objetivos;
- Identificação dos riscos;
- Análise e avaliação dos riscos;
- Direção da emergência
* chefe da emergência;
* comitê assessor;
* chefes das equipes de emergência;
* coordenação com a direção dos auxílios externos.
- Equipes de emergência.

19.2.7. Desencadeamento da Emergência


- Informação da emergência ao Centro de Controle;
- Difusão do alarme;
* Interno: local, setorial, geral;
* Externo.
19.2.7. Atuações de Emergência
As atividades definidas devem ser solicitadas a determinados
trabalhadores,organizados em equipes e com uma cadeia de
comando bem definida.
As atividades devem estar descritas em procedimentos operativos, de
uma forma clara e precisa, sem deixar dúvidas aos seus
executantes.
Devem ser preparados desenhos que definam graficamente as
seqüências operacionais das ações. É também de grande ajuda a
combinação de esquemas e informações em planos e croquis.
As ações básicas nas situações de emergência são efetuadas pelas
seguintes equipes:
- Equipes de intervenção;
- Equipes de apoio – intervêm tecnicamente em instalações
mecânicas, elétricas, alimentação de energia etc;
- Equipes de evacuação;
- Equipes de primeiros socorros;
- Equipes de controle do acesso à área da emergência e seus
arredores;
- Equipe de comunicações.
19.3. IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS PLANOS DE
EMERGÊNCIA

Uma vez elaborado o plano de emergência, este deve ser apresentado


aos seus executores, que deverão também receber os
equipamentos necessários para cumprirem as metas do plano de
emergência.

As etapas para implantação do plano de emergência estão


relacionadas a seguir.
a-) Execução e dotação de meios complementares, entre os quais se
encontram:
- Meios de proteção (extinção);
- Vias de evacuação;
- Sinalização;
- Iluminação de emergência;
- Telecomunicações;
- Outros.
b-) Elaboração resumida do manual do plano de emergência para ser
distribuído entre os trabalhadores.
Instruções gerais e instruções específicas.

c-) Mentalização do plano pelos trabalhadores:


- Reuniões informativas;
- Campanhas de divulgação, cartazes etc.

d-) Seleção dos membros das equipes de emergência e formação das


mesmas.

e-) Distribuição do manual do plano de emergência para cada


conjunto executivo.

f-) Formação e treinamento das equipes de emergência.

g-) Coordenação com os auxílios externos.


h-) Realização de exercícios, os mais parecidos possível com as
situações reais, começando por simulações parciais e previamente
divulgadas até a realização de exercícios sem aviso prévio e que
envolvam todos os empregados da empresa e pessoal de fora.

É aconselhável que os exercícios sejam realizados anualmente,


variando-se, de ano para ano, as características da emergência
simulada: tipos de ocorrências diferentes, horários diversos,
diferentes vias de evacuação e pontos de encontro etc.

Os planos de emergência devem ser mantidos atualizados mediante:

- Inspeção periódica das condições de risco e da adequação dos


meios de proteção, ao longo do tempo;
- Programas de formação e treinamento do pessoal e das equipes
de emergência;
- Simulações periódicas.

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