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Validação de uma ferramenta de avaliação da

cognição em indivíduos com EM, o Processing


Speed Test –
Fase 1 do estudo CogEval
Inês Ferreira1, Ernestina Santos2, Raquel Samões2, João Cerqueira4, Ana Paula Sousa3, Ana Martins Silva2, Sara
Cavaco1

1 - Service of Neuropsychology, Hospital Santo António, Porto (city), Portugal (country);


2 - Service of Neurology, Hospital Santo António, Porto (city), Portugal (country) UMIB - Unit for Multidisciplinary Research in Biomedicine, ICBAS - Instituto de Ciências
Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto, Porto, Portugal ITR - Laboratory for Integrative and Translational Research in Population Health, Porto, Portugal;
3 - Service of Neurology, Hospital Santo António, Porto (city), Portugal (country);
4 - School of Medicine, University of Minho, Braga, Portugal
• A velocidade de processamento da informação é um dos domínios cognitivos mais frequentemente afetados na
Esclerose Múltipla (EM).1-3
• A avaliação regular das alterações na velocidade de processamento pode ajudar os clínicos na identificação de doentes
em risco de declínio cognitivo e funcional e a reconhecer a atividade da doença de EM, adaptando o tratamento em
conformidade.1-3
• O Processing Speed Test (PST) é uma ferramenta de avaliação baseada numa aplicação iPad, recentemente desenvolvida
para medir os défices relacionados com a EM na velocidade de processamento da informação. 4
• O estudo inicial conduzido nos Estados Unidos e realizado num único centro, mostrou que o PST tem boa sensibilidade e
fiabilidade e pode ser utilizado como uma alternativa ao Symbol Digit Modalities Test (SDMT) em centros clínicos de
EM.4

Referências:
1. Oreja-Guevara C, et al. Cognitive dysfunctions and assessments in multiple sclerosis. Front Neurol. 2019;10(JUN):19. doi:10.3389/fneur.2019.00581
2. Grzegorski T, Losy J. Cognitive impairment in multiple sclerosis - A review of current knowledge and recent research. Rev Neurosci. 2017;28(8):845-860. doi:10.1515/revneuro2017-0011
3. Campbell J, et al. Cognitive impairment among patients with multiple sclerosis: Associations with employment and quality of life. Postgrad Med J.2017;93(1097):143-147. doi:10.1136/postgradmedj-2016-134071
4. Rao SM, et al. Processing speed test: Validation of a self-administered, iPad®-based tool for screening cognitive dysfunction in a clinic setting. Mult Scler.2017;23(14):1929-1937. doi:10.1177/1352458516688955
Objetivo:
Validar e normalizar para a população portuguesa o Processing Speed Test, uma ferramenta
digital desenvolvida para avaliar velocidade de processamento na EM.
Desenho do estudo:

Fase 1 Consiste na avaliação da tradução, validação e normalização da ferramenta de rastreio


baseada no modelo de iPad para a população portuguesa. Inclui participantes
saudáveis e doentes diagnosticados com EM.

Na segunda fase, os doentes com EM incluídos na fase 1 são acompanhados


Fase 2
por 12 meses após a sua inclusão. Será feita uma comparação entre o PT CogEval e as
ferramentas de avaliação tradicionais usadas para avaliar os Scores de Velocidade de
Processamento na prática clínica realizados nos doentes com EM incluídos na fase 1.
Critérios de inclusão:
Participantes Saudáveis
• Idade ≥ 18 anos e < 65 anos;
• ≥ 4º ano de escolaridade e ≥ 50% do período educacional completo em Portugal;
• Formulário de Consentimento Informado assinado pelo participante.

Participantes com diagnóstico de EM


• Diagnóstico de EM definitivo de acordo com a revisão dos critérios McDonald;
• Idade ≥ 18 anos e < 65 anos;
• ≥ 4º ano de escolaridade e ≥ 50% do período educacional completo em Portugal;
• EDSS < 8;
• Formulário de Consentimento Informado assinado pelo participante.
Critérios de exclusão:
Participantes Saudáveis
• História de doença psiquiátrica e/ou neurológica e/ou autoimune;
• Exposição prévia à aplicação CogEval.

Participantes com diagnóstico de EM


• História de surto(s) da doença no mês anterior à inclusão no estudo (durante a fase 1);
• Outras doenças do Sistema Nervoso Central para além da EM, ou doenças autoimunes, ou comorbilidades
graves que possam interferir com o estado emocional e/ou cognitivo do doente;
• Exposição prévia à aplicação CogEval.
Procedimentos:
• O PST e o Symbol Digit Modalities Test (SDMT) foram aplicados aleatoriamente a indivíduos com
EM (IEM) e a controlos saudáveis (CS).
• Foram recolhidos dados da história clínica de EM, incluindo EDSS e tratamento.
• O PST e o SDMT foram re-administrados a um subgrupo de IEM 30 dias após a avaliação inicial,
tendo sido aplicado o coeficiente de correlação de concordância para explorar a fiabilidade teste-
reteste.
• Potenciais efeitos da prática (primeira/segunda sessão) e da ordem de administração (PST
antes/após SDMT) nos resultados do PST foram avaliados através de um modelo linear misto.
Resultados
Dados demográficos e clínicos
Indivíduos com EM Controlos Saudáveis p
N 208 200 -
Sexo feminino, n (%) 130 (62.5) 131 (65.5) 0.598
Idade, mediana±IQR (anos) 42.0±15.2 40.5±22.0 0.427
Escolaridade, mediana±IQR (anos) 15±5 12±7 0.083
Duração de EM, média±DP (anos) 10.6±7.9 - -
Tipo de EM
Surto-Remissão 186 (89.4) - -
Primária Progressiva 15 (7.2)
Secundária Progressiva 7 (3.4)
EDSS, mediana±IQR 1.50±3.0 - -
Resultados
A idade e a EDSS à data de diagnóstico foram preditores
A pontuação inicial no PST dos CS foi
estatisticamente superior aos IEM. significativos do PST: a pontuação média diminuiu 0.515
(IC 0.3268-0.7033) por cada ano adicional de idade e 2.866
Média±DP: 52.7±14.5 vs. 48.5±15.8; p=0.008 (IC 1.8087-3.9234) por cada ponto adicional no EDSS.
PST score

CS IEM
Resultados
A fiabilidade teste-reteste
do PST foi de 95.8%
A prática, a ordem de administração ou a interação
entre ambas não influenciaram os resultados do PST.
Resultados

Verificou-se uma correlação moderada entre o


PST e o SDMT, de magnitude semelhante para os
IEM (r=0.69) e os CS (r=0.70).
Conclusão
• O PST é um instrumento válido e confiável que pode ser utilizado como uma alternativa
simples e de fácil administração de avaliação da cognição em indivíduos com EM.
Agradecimentos
• Este estudo foi realizado com o apoio da Prime Focus (Ana Santos) e da phiStat (José Loff)
através do suporte financeiro não restritivo da Biogen Portugal.

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