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ano de
A evolução da higiene
A higiene pessoal, tal como é conhecida
hoje na maioria dos países, só se
estabeleceu em efetivo no século XIX.
Antes disso, as pessoas não apenas
toleravam a sujeira como ainda, muitas
vezes, se compraziam com ela. A evolução
dos cuidados íntimos deu-se aos trancos,
com pequenos avanços seguidos de longos
recuos.
O cristianismo representou um retrocesso
na história da higiene, no entanto o
teólogo Tertuliano e os santos Agostinho e
João Crisóstomo, ainda frequentavam a
casa de banho.
A evolução da higiene
Uma vez perdida, a prática de lavar o corpo todos os dias demoraria
séculos para se restabelecer e em alguns países europeus ainda não se
restabeleceu.
O banho foi no máximo uma moda episódica – cavaleiros que voltaram
das cruzadas, por exemplo, trouxeram o hábito do banho quente, muito
comum entre os muçulmanos, que eram bastante mais asseados que os
cristãos.
A evolução da higiene
As mulheres deveriam manter as
unhas, os dentes e a pele limpos e
sobretudo, deveriam zelar pela limpeza. O
prestígio do banho, porém, parece ter sido
apenas literário. O cristão europeu médio
lavava o rosto e as mãos antes da refeição e
esfregava os dentes com paninhos e assim se
resumia a sua higiene pessoal.
A transição para a era moderna não
trouxe nenhuma melhora higiénica – pelo
contrário, o progressivo aumento das cidades
gerou catástrofes sanitárias. Em Londres, Paris
ou Lisboa, a disposição de lixo e de dejetos
humanos era feita na rua.
Mitos sobre a Higiene
• Os médicos certa vez recomendaram banhos ao Rei Sol como forma de
terapia para as convulsões que ele sofria, mas interromperam esse
tratamento quando o monarca se queixou de que a água lhe dava dor
de cabeça.
• Acreditava-se então no poder de cura da imersão em água para certas
doenças.
• Contraditoriamente, porém, também se atribuíam perigos ao banho:
lavar o corpo todo abriria os poros, facilitando a infiltração de doenças.
Ironicamente, as práticas precárias da higiene pessoal facilitaram
epidemias europeias, como a peste e a cólera.
• Outra crença curiosa do mesmo período diz respeito ao poder
purificador da roupa: acreditava-se que o tecido "absorvia" a sujidade
do corpo. Bastaria, portanto, trocar de camisa todos os dias para se
manter limpo. Já no século XIX, o rei português D. João VI, mostrava-se
descrente até da troca de camisas, que ele literalmente deixava
apodrecer no corpo.
A higiene Moderna
Foi só no século XIX, com a propagação
da água canalizada e do esgoto e com o
desenvolvimento de uma nova indústria da
higiene, principalmente nos Estados
Unidos, que o banho foi reabilitado. O
sabão, conhecido desde a Antiguidade, mas
por muito tempo considerado um produto
de luxo, foi industrializado e popularizado.
Em 1877, a Scott Paper, companhia
americana pioneira na fabricação de papel
higiénico, começou a vender o seu produto
em rolos, formato que se mostra até hoje
inalterado. O século XX prosseguiria com a
expansão da higiene. Os
desodorizantes modernosdatam de
escova de1907
dentes plástica éedos anosa 50.
primeira
A higiene Moderna
Alguns cientistas já levantaram a hipótese de
que a superprotecção com que as crianças hoje
em dia são educadas está a debilitar as suas
resistências imunológicas e a aumentar a
incidência de doenças alérgicas. A história dos
séculos sujos que nos precederam pode ser
uma lição moderadora: a humanidade,
afinal, sobreviveua toda essa imundície. As
vantagens de viver na era do desodorizante e
do fio dental mentolado são auto- evidentes,
mas convém lembrar sempre a frase de Henry
J. Temple, nobre inglês da virada do século
XVIII para o XIX: "Sujidade é só matéria fora do
lugar".
REFERÊNCIAS