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INTRODUÇÃO

Este Tema faz parte da Geologia Aplicada, um dos domínios da


Geologia. Muitos minerais e rochas são matérias primas vitais
para o Homem, apresentando uma grande importância
industrial e social, sendo a sua descoberta e exploração essenciais
para o progresso e continuidade do Homem.

A extracção e transformação de substâncias minerais é essencial


ao desenvolvimento e bem estar das sociedades contemporâneas.
Nomeadamente, a actividade de determinados sectores da
indústria transformadora de um país depende da capacidade de
obtenção de matérias-primas minerais, seja pela sua aquisição no
mercado internacional, seja pela utilização dos recursos do
território nacional.
Os jazigos minerais, tanto metalíferos como não metalíferos são
acumulações ou concentrações de uma ou mais substâncias úteis
que na sua maioria estão distribuídos escassamente na crusta
terrestre. Na sua maioria são raríssimos nas rochas ígneas e podem
estar ausentes nas rochas sedimentares. No entanto, alguns
depósitos consistem na concentrações de minerais petrogénicos
comuns, tais como o feldspato e a mica.

Os elementos que entram na composição dos materiais dos jazigos


minerais provêm das rochas da crusta terrestre exterior, isto é, de
massas fundidas (magmas) que se arrefeceram ou formaram rochas
ígneas. Originalmente, todos os elementos, salvo os que persistem
na atmosfera, derivaram de magmas ou rochas ígneas da crusta
rochosa externa da Terra.
Dos 98 elementos conhecidos, só 8 estão presentes na crusta
terrestre em quantidades superiores a 1% e 99.5% da crusta
terrestre (16 km de profundidade) está integrado pelos seguintes
treze elementos: oxigénio, silício, alumínio, ferro, cálcio,
potássio, magnésio, titânio, fósforo, hidrogénio, carbono e
manganês.
Os restantes elementos que a constituem 0.5%, compreendem
todas as substâncias preciosas e úteis, tais como: platina, ouro,
prata, cobre, chumbo, zinco, estanho, níquel, entre outros.

Assim, é evidente que são necessários processos geológicos de


concentração para formar estes elementos e difundi-los nos
depósitos minerais exploráveis.
Os minerais que constituem a massa da crusta terrestre também são
pouco numerosos. Conhecem-se mais de 1 600 espécies minerais,
mais ou menos 50 destas espécies são minerais petrogenéticos e
destes só 29 são vulgares. Uns 200 estão classificados como minerais
de importância económica. O resto procede, na sua maioria, dos
depósitos minerais.

O estudo dos jazigos minerais teve grande desenvolvimento no final


do século XIX e princípios do século XX. Durante esse período
destacaram-se distintas escolas no domínio da pesquisa e exploração
de jazigos minerais: Norte Americana, Alemã, Inglesa, Francesa,
Russa, etc.
Os jazigos minerais têm grande importância na economia de um País,
pois fornecem matérias primas minerais para a indústria.
Génese e modo de jazida dos minerais
A génese dos minerais, tanto metalíferos como petrográficos está sempre
ligada ou condicionada a três grandes séries de fenómenos que são:

1º - Fenómenos relacionados com a ascensão de massas magmáticas através


da crusta terrestre
2º - Fenómenos de metamorfismo, devido às variadas acções dos agentes de
metamorfismo: calor, pressões e fluidos de circulação (água e substâncias
voláteis provenientes das massas magmáticas).
3º - Fenómenos devidos à actividade dos agentes de geodinâmica externa
(agentes atmosféricos, águas circulantes e seres vivos).
Estas três grandes séries de fenómenos podem talvez, com vantagem,
agrupar-se apenas em duas, consoante a origem dos agentes que neles
intervêm:
 fenómenos endógenos
 fenómenos exógenos
Após a sua formação, os minerais podem experimentar, alterações
químicas variadas e, se muitas vezes permanecem "in loco", isto
é, no local onde se originaram, outras vezes sofrem deslocações,
jazendo em regiões muito afastadas desse local.

Quer num caso quer no outro, acontece, por vezes, que certas
substâncias minerais se encontram anormalmente concentradas
em determinadas regiões da crusta terrestre, podendo
eventualmente ser exploradas lucrativamente pelo Homem. Tais
concentrações, como já dissemos, designam-se por jazigos
minerais.
O conhecimento destes jazigos minerais tem para o Homem um
duplo interesse, teórico e prático.

1º - o seu estudo pode fornecer preciosas indicações sobre o


condicionalismo em que a sua génese ocorreu (temperatura, pressão,
etc.).

2º - muitas destas concentrações são constituídas por minerais que


desempenham, por si ou pelas substâncias que deles se possam
extrair, papel de primordial importância em muitos ramos da
actividade humana. Estão neste caso, por exemplo, os jazigos
metalíferos, isto é, os jazigos de minérios. Esta designação engloba
os metais nativos e os minerais dos quais se possa eventualmente
fazer uma extracção proveitosa, isto é, lucrativa, de determinados
elementos, especialmente metais.
Entretanto, os conceitos de jazigo mineral e de minério, assim
definidos exclusivamente económicos, isto é, não se ajustam
perfeitamente aos respectivos conceitos técnico-industriais.

No vocabulário técnico industrial, são jazigos minerais as


concentrações anormais de quaisquer substâncias minerais úteis,
exploráveis em condições económicas vantajosas.

No mesmo vocabulário, a designação de minério é aplicada a todas


as substâncias minerais utilizáveis lucrativamente, após
transformação industrial física ou química (além dos metais nativos
e dos minerais metalíferos, inclui carvões, os caulinos, xistos
betuminosos, etc.).
Estes conceitos são duma extrema variabilidade,
condicionados como são pelos factores tempo e espaço, os
quais podem fazer variar, dentro de limites muito latos, as
condições de exploração e mesmo a utilização de uma
dada substância mineral.

Exemplo: A galenite, até há pouco tempo explorada em


Portugal num grande jazigo da faixa Caima-Vouga, não o
é presentemente, visto a sua exploração, devido à baixa
cotação do chumbo no mercado mundial, ter deixado de
ser lucrativa.
Na linguagem técnico-industrial, aquela concentração de
galenite deixou, pois de ser um jazigo e este mineral não
é, neste momento naquele País, considerado um minério
pelos técnicos mineiros e industriais. Mas se no futuro,
por qualquer circunstância (modificação das condições
de exploração que permitam uma extracção mais
lucrativa, aumento da cotação do chumbo, etc.), as suas
minas entrarem de novo em laboração, voltará a
concentração de galenite da faixa Caima-Vouga a ser
considerada um jazigo e voltará aquele mineral a figurar
como minério, no vocabulário técnico-industrial.
Alguns conceitos básicos

Minério – é um conjunto de componentes ou um agregado mineral


que cumpre com o conteúdo mínimo industrial e que resulta rentável
para a economia de um país. Portanto, minérios são os minerais que
constituem objectos de exploração industrial.

Em termos mais simples:

Minério é qualquer mineral explorado para um fim utilitário. O


minério em bruto, normalmente, é constituído por uma mistura do
mineral desejado (útil) e de minerais não desejados, os quais são
designados por ganga.
A figura ilustra Cristais idiomórficos octaédricos de magnetite
(M=minério de ferro), sendo G a ganga constituída por
quartzo.
Por conseguinte, considera-se minério o mineral mais valioso dos que estão
associados, pelo que, o seu valor pode depender, muitas vezes, da sua
abundância, de tal modo que, num jazigo o que é considerado minério ( exemplo,
fluorite ou baritina), poderá ser em outros casos ganga, quando estiver associado a
minerais metálicos, como por exemplo a galena ou a calcopirite. Logo, os
conceitos de minério e ganga são relativos.

Ganga – são minerais ou rochas associadas, que não são objecto de exploração
industrial. Vulgarmente a ganga contém tão somente minerais não metálicos, mas
tecnicamente podem ser também ganga os minerais metálicos, tais como a pirite.
No entanto, certas gangas podem ser aproveitadas, em ocasiões, em forma de
subprodutos.

Entretanto, alguns minerais de ganga considerados inúteis hoje em dia podem


resultar úteis no futuro. Por outro lado, embora inútil a ganga pode influir no
método ou no custo de tratamento, de modo que determine o valor do mineral.
Jazigo mineral – é toda acumulação ou concentração de uma ou
mais substâncias úteis que, em geral, estão dispersas nas rochas da
crusta terrestre, de tal forma que podem ser exploradas
economicamente.

Reserva mineral – quantidade de mineral que se encontra no


subsolo.

Qualidade de matéria prima mineral – é o valor do elemento útil.


Este valor é expresso pelo teor ou conteúdo metálico do minério.
Geralmente expressa-se em percentagens, onças ou gramas por
toneladas.

O teor do minério varia com o preço de um metal, com o custo de


produção, com minérios de metais diferentes e ainda com minérios
do mesmo metal.
Quanto mais elevado for o preço de um metal, mais baixo é o teor
metálico necessário para que seja beneficiado

Exemplos:

- No caso de urânio e tório o teor mínimo de metal é de


0.5 a 1%.
- Para o mineral de ferro será de 20 a 25% Fe;
- O mineral de Cobre necessita conter 0.8 % Cu;
- O minério de Ouro necessita de 0.001% Au.
- Geralmente, o teor mínimo de um metal é de 1%
O teor de mineral ou de minério não necessita ter nenhum limite
superior; quanto mais rico for melhor. Pelo contrário, o limite
inferior está fixado por considerações de ordem económicas e varia
segundo a natureza e grandeza do jazigo, preço do metal e custos
de exploração. Entretanto, esse valor do teor mínimo do mineral útil,
não pode ser mínimo ao conteúdo de clarke

O Clarke é o teor médio de um elemento químico, em relação com


os demais, segundo uma distribuição homogénea na crusta terrestre.

Ex: o teor mínimo de Cu num minério de Cu é de 0.2 % ou 2000


ppm; o Clarke do elemento Cu na Crusta terrestre é de 0.0047 %.
O Clarke - é uma unidade de medida correspondente à
percentagem média de um elemento existente na crusta
terrestre, o mesmo que abundância média de um elemento
pertencente à crusta terrestre.

Na tabela a seguir representada, observamos que muitos


elementos estão presentes em muito baixas concentrações.
Após a análise da tabela verificamos que existem elementos, como o alumínio e o ferro que são
abundantes. Contudo, as suas concentrações económicas só interessam quando ocorrem sob a
forma de óxidos simples, hidróxidos ou, no caso do ferro, como carbonatos. Isto porque,
geralmente, estão alojados na rede espacial dos minerais silicatados (as leis da química regulam
a união de átomos para formar moléculas), o que impede a sua fácil separação e recuperação
económica.
Elementos nocivos – são os elementos que de certo modo
dificultam o processo metalúrgico de exploração do jazigo. Cada
jazigo na sua valorização é exigido um certo limite máximo de
elementos nocivos.

Exemplo: - nos jazigos de laterites ( intemperismo) o magnésio


dificulta o processo metalúrgico de exploração de níquel e cobalto.
Elementos úteis - Na tabela seguinte e de forma muito sintética
apresentamos alguns dos elementos mais utilizados na indústria
transformadora, bem como alguns minerais mais comuns a partir
dos quais aqueles elementos são extraídos.
2ª aula de Jazigos Minerais
Os elementos químicos que compõem o nosso planeta estão distribuídos de
uma forma, que em termos gerais, pode ser considerada muito regular, já
que depende de dois grandes factores:
A Sua abundância em cada uma das camadas que compõe o planeta;
A natureza e composição das rochas presentes em cada sector concreto
que analisarmos;
Com base nos dados conhecidos sobre a natureza e composição
geoquímica, mineralógica e petrográfica das diferentes camadas em que
está dividido o nosso planeta, a composição é simples e homogénea na zona
mais profunda – o núcleo – e composição intermédia – no manto –
enquanto que a camada mais superficial – a crusta – apresenta uma
composição mais complexa e heterogénea. Esta composição nesta camada
superficial se deve por sua vez a dois factores:
1º - O facto de que a diferenciação planetária tenha produzido um
enriquecimento relativo desta camada nos elementos mais ligeiros,
que não cabiam nos minerais que compõem o manto, que só de
composição relativamente simples: fundamentalmente silicatos de
Mg e Fe.
Isso fez com que em relação ao manto, a crusta só está
empobrecida em elementos como Fe e Mg (no que se refere a
elementos maiores) e Ni Cr, Pt, no que se refere a elementos
menores ou elementos traços.

2º - A maior complexidade dos processos geológicos que operam na


crusta, produzem fenómenos muito variados de enriquecimento ou
empobrecimento de carácter local, que afectam à concentração dos
distintos elementos químicos de diferentes minerais.
Deste modo, podemos entender a crusta como aquele segmento do nosso planeta
no qual se rompe a homogeneidade da distribuição dos elementos que
encontramos nas camadas mais profundas. Por exemplo, apesar de que existam
algumas variações composicionais no manto, estas são insignificantes com relação
à altíssima variabilidade que observamos na crusta. Assim, nesta podemos
observar rochas ígneas que independentemente do seu lugar de origem (manto
astenosférico, manto litosférico, crusta) vão desde composições peridotíticas até
as graníticas. É na crusta donde, além disso, encontraremos as rochas
sedimentares e metamórficas.

Os processos que levam à diferenciação de um magma ou à formação de uma


rocha sedimentar ou metamórfica implicam, em certas ocasiões, transformações
profundas químico-mineralógicas. É durante o curso desses processos que alguns
elementos ou "minerais" podem concentrar-se selectivamente, muito por cima
dos seus valores "normais" para um determinado tipo de rocha, dando origem a
concentrações "anómalas", que daqui em diante designaremos "Jazigos
minerais
Os jazigos minerais são formados por processos magmáticos, isto é, derivam
da cristalização directa de um magma (Rochas magmáticas), bem como por
outros processos como iremos analisar.

As principais causas para a deposição dos minérios, em muitos jazigos,


envolvem mecanismos de precipitação que não resultam da simples
diminuição da temperatura e pressão, tal como acontece com os magmas,
mas que se associam com processos mais complexos, nomeadamente,
envolvendo miscibilidade ou imiscibilidade de fluidos e reacções químicas
entre fluidos e as rochas encaixantes. A interacção química dos fluidos com
rochas da crosta superior desempenha, em muitos casos, um papel essencial
na formação dos jazigos minerais.

A classificação dos jazigos minerais permite traçar planos de trabalho


essenciais à elaboração de estratégias de exploração e à avaliação de jazigos
promissores.
O carácter "anómalo" destas concentrações faz com que os jazigos constituam
particularidades na crusta terrestre.

É muito importante considerar o aspecto geoquímico do conceito: todos os


elementos químicos estão distribuídos na crusta de forma muito ampla, se bem
que, no geral, as suas concentrações nas rochas sejam demasiado baixas como
para permitir que as suas extracções das rochas resultem rentáveis. Como temos
explicado, a sua concentração para dar lugar a um jazigo mineral produz-se como
consequência de algum processo geológico (ígneo, sedimentar ou metamórfico)
que provoca a concentração do elemento. Por exemplo, o Ouro que se encontra
concentrado nos jazigos sedimentares de tipo placeres pode proceder do ouro
disseminado em áreas de grande extensão regional. Nessas áreas o ouro estará
presente nas rochas, mas em concentrações demasiado baixas, como para poder ser
extraído com uma rentabilidade económica. No entanto, o processo sedimentar
produz a sua concentração nos aluviões ou nas praias, possibilitando em alguns
casos a sua extracção económica.
Definitivamente, para que um elemento seja explorável num jazigo
mineral, a sua concentração deve ser muito superior à sua concentração
média (clark) na crusta terrestre.
O outro factor importante a considerar é o económico: essas concentrações
poderão ser ou não de interesse económico, o que delimita o conceito de
um jazigo explorável ou não explorável, em função de factores muito
variados, entre os que à primeira vista destacam alguns, como:
o valor económico do mineral ou minerais extraídos;
a sua concentração ou Teor (lei);
o volume das reservas;
a maior ou menor proximidade de pontos de consumo;
a evolução previsível do mercado, etc.

Alguns destes factores são facilmente identificáveis, enquanto que outros


são quase impossíveis de se reconhecer de antemão.
Esta conjunção de factores geológicos e económicos faz com que
o estudo dos jazigos minerais seja uma questão complexa e
problemática, na qual há que conjugar os trabalhos de
especialistas de distintos campos de saber, já que incluem desde as
questões que afectam à prospecção ou pesquisa destas
concentrações, a sua avaliação, geometrização ou traçagem do
jazigo e prosseguimento da fase de exploração mineira.
o estudo da viabilidade económica da exploração, a análise do
mercado previsível para o nosso produto (análise de sensibilidade),
até factores políticos (estabilidade económica e social de um país)
ou questões meio ambientais, como a recuperação dos espaços
afectados por esta actividade.
O termo de jazigo mineral vem sendo utilizado tradicionalmente
para referirmos unicamente aos jazigos de minerais metálicos, que
se empregam para obter um minério, da que se extrai um metal.
É o caso, por exemplo, do cenábrio, que se explora para a
extracção do mercúrio.
No entanto, o auge das explorações de minerais e rochas
industriais, bem como a semelhança dos processos que dão origem
aos jazigos metálicos e de rochas e minerais industriais tornam
com que esta precisão já não tenha sentido.
Desta forma, neste tema vamos abordar de forma integral o estudo
de ambos.
Quando falamos de jazigos minerais, há uma série de conceitos
que têm uma grande importância , seja nos aspectos geológicos-
geoquímicos, ou nos económicos. Os mais importantes são os
seguintes:
Minério – é o mineral que apresenta interesses mineiros. Geralmente, o
termo que se refere a minerais metálicos e que designa ao mineral do qual
se extrai o elemento de interesse. Para poder aproveitar melhor o minério,
pode ser necessário o seu tratamento, que no geral compreende duas
etapas:

o tratamento na boca da mina para aumentar a concentração do


mineral em questão (processos hidrometalúrgicos, flutuação, etc.);
e o tratamento metalúrgico final, que permite extrair o elemento
químico em questão (tostação, electrólise, etc.)
Ganga – compreende aos minerais que acompanham o minério, mas que não
apresentam interesse mineiro no momento da exploração. Convém ressaltar que
minerais considerados como ganga em determinados momentos se haviam
transformados em minérios ao conhecer-se alguma aplicação nova para os
mesmos.

Subprodutos (by-products) – podem ser minerais de interesse económico, mas


que não são o objecto principal da exploração, se bem que aumentem o valor
económico da produção: por exemplo, o Cd ou o Hg contidos num jazigo de
sulfuretos, ou o manganês contido nos pórfiros cupríferos.

Reservas - quantidade (massa ou volume) do mineral susceptível de ser


explorado. Depende de um grande número de factores : teor médio, teor de corte
e das condições técnicas meio ambientais e de mercado existentes no momento
de se decidir à sua exploração. Este conceito é complementado com o conceito de
recurso.
Recurso – é a quantidade total de mineral existente na zona ou região incluindo
aquele que não poderá ser explorado por razões de sua baixa concentração ou
teor.

Teor médio – é a concentração que apresenta o elemento químico de interesse


mineiro no jazigo. Expressa-se tanto em percentagens, como em gramas por
tonelada (g/t) ou onças por tonelada (oz/t)

Teor de Corte – (cut-off) – é a concentração mínima que deve ter um elemento


num jazigo para ser explorável, isto é, a concentração que torna possível pagar
os custos da sua extracção, tratamento e comercialização. É um factor que
depende por sua vez de outros factores, que podem ou não ter nada haver com a
natureza do jazigo, como por exemplo, a proximidade ou distanciamento do
jazigo às vias de transporte, os avanços tecnológicos na extracção, etc.
Factor de concentração: é o grau de enriquecimento que tem que
apresentar um elemento com relação a sua concentração normal para
que resulte explorável, isto é:
Teor de corte
Fc = ---------------------
Clark
Assim, por exemplo, o ouro encontra-se nas rochas da crusta numa
proporção média ou clark de 0.004 ppm, enquanto que nos jazigos
da bacia de Witwatersrand (República de África do Sul) o seu
teor de corte é de 7g/ton (1.750 vezes maior).
A figura a seguir mostra os factores de concentração de uma série
de elementos e pode apreciar-se como, para elementos escassos,
este valor é muito mais alto que para os elementos mais comuns ou
mais abundantes no conjunto da crusta.
A prospecção consiste em diversos trabalhos geológicos e mineiros
orientados para o conhecimento do valor económico de um jazigo
mineral.

Há várias classificações dos jazigos minerais consoante os critérios


utilizados. Vamos optar por uma classificação baseada num critério
genético.

Os jazigos minerais que se formam no interior da crusta terrestre são


designados por jazigos endogénicos, enquanto que os jazigos
minerais que se formam à superfície da crusta terrestre são
chamados jazigos exogénicos.
Segundo Smirnov (1982) os Jazigos metalíferos
endógenos, estão relacionados com os processos
geoquímicos das partes profundas e ultra-profundas da
crusta terrestre. Estão localizados nas estruturas
geológicas profundas que determinam as condições de
concentração, morfologia e estrutura dos corpos
mineralizados. Tais jazigos se formam sob a influência
da energia interna da Terra, responsável pelas causas
dos processos magmáticos na crusta terrestre e nas partes
mais profundas e pela desintegração radioactiva dos
elementos. Existem nessas profundidades altas
temperaturas, elevadas pressões e imensas actividades
químicas, que constituem as condições físico-químicas
de formação.
Os jazigos exógenos, segundo as condições de formação, estão
relacionados com os processos geoquímicos que ocorreram no
passado e os que se desenvolvem actualmente na superfície terrestre
e nas zonas circun-vizinhas.

Geralmente encontram-se formadas por uma fina camada e os locais


preferenciais de concentração dos minerais metalíferos são:
 na superfície da crusta terrestre;
 nas finas películas superficiais que se estendem até ao nível
freático das águas subterrâneas;
 no fundo dos pântanos, lagos, rios, mares e oceanos.
Estes jazigos formam-se em consequência da diferenciação
química, bioquímica e em menor grau mecânica das substâncias
minerais, condicionadas pela energia externa da Terra, cuja
fonte principal é o Sol.

De acordo com essas condições, a série de jazigos exógenos está


constituída por três grupos:

jazigos de intemperismo ou da crosta de meteorização;


 jazigos de placeres;
jazigos sedimentares
Os jazigos metamorfogénicos forma-se à grandes profundidades e
em condições de temperaturas e pressões variáveis e podem ser
localizados nas estruturas sólidas transformadas consoante o tipo
de metamorfismo.

De relembrar que o metamorfismo pode ser tanto, regional ou


haloquímico (que se desenvolve num sistema aberto), como de
contacto ou isoquímico (que se desenvolve num sistema fechado).

Todas estas séries de jazigos (endógenos e exógenos) serão


descritas de forma individual mais adiante.
Rochas sedimentares

Esquema que ilustra os processos endógenos e exógenos que entram em jogo na formação
de jazigos minerais
Classificação dos Jazigos Endógenos
Vamos passar a fazer uma análise, um pouco mais pormenorizada,
à classificação dos jazigos endógenos.

Observando a tabela representada,a seguir, podemos concluir que


uma primeira subdivisão dos jazigos minerais endogénicos implica
os jazigos ígneos, magmáticos ou primários, enquanto que a
segunda subdivisão abrange os metamórficos ou secundários.

Por sua vez os jazigos magmáticos podem-se subdividir em


ortomagmáticos, pegmatíticos-pneumatolíticos,
pirometassomáticos e hidrotermais. Os hidrotermais
subdividem-se, de acordo com as temperaturas de formação, em
hipotermais, mesotermais e epitermais.
Os Jazigos Ortomagmáticos - De acordo com a diferenciação magmática,os
jazigos ortomagmáticos formam-se durante o primeiro estado de cristalização
magmática, no qual cerca de 80 % do magma pode cristalizar, dependendo da
rapidez de arrefecimento do referido magma.
São exemplos de jazigos deste tipo, os jazigos de cromite (cromato de ferro)
pertencentes ao complexo ígneo de Bushveld na África do Sul e os jazigos de
magnetite (óxido de ferro) de Kiruna na Suécia.

Os jazigos pegmatíticos-pneumatolíticos - formam-se a partir dos fluidos


sobreaquecidos e substâncias voláteis que escapam do magma e penetram nas
fendas e fissuras das rochas ígneas mãe ou nas rochas encaixantes.
São exemplos deste tipo, os jazigos de espodumena (silicato de alumínio e
lítio) de Black Hills (Dakota do Sul, EUA), Madagáscar, Bikita (Zimbabwe) e os
jazigos de berilo (silicato de alumínio e berílio) da Alemanha, Estados Unidos e
Brasil.
O berilo apresenta grande número de variedades, segundo a cor e
a composição química. Algumas das variedades, mais
conhecidas, são:

1) esmeralda, explorada como gema (pedra preciosa de cor


verde) na Colômbia, Zimbabwe, África do Sul, Tanzânia, Brasil.

2) água-marinha, explorada como gema (pedra preciosa de cor


verde azulada) no Brasil, Irlanda do Norte, Itália (Ilha de Elba),
Birmânia...
JAZIGOS ORTOMAGMÁTICOS

Imiscibilidade líquida
Cristalização fraccionada
(liquação) (?)

Cristalização + Cristalização + Cristalização


acumulação + injecção acumulação simples Sulfuretos de Cu-Ni-Fe
(EGP)

Jazigos Titânio-
magnetites Cromites Diamantes
Os jazigos minerais pirometassomáticos - formam-se, normalmente, nos
contactos entre calcários (rochas sedimentares) e os granodioritos intrusivos
(rochas ígneas plutónicas de grão grosseiro, constituídas por quartzo,
plagioclases e feldspato potássico; como minerais acessórios apresentam biotite,
horneblenda e mais raramente piroxena. É uma rocha cuja composição
mineralógica situa-se entre o granito e o diorito.).

Os fluidos à temperatura entre os 500 e 800 graus centígrados, portadores de


elementos químicos importantes para a formação de minérios, passam das
rochas ígneas (granodioritos) para as rochas encaixantes (calcários), dando lugar
ao fenómeno de metassomatismo (processo de substituição de um mineral por
outro).
A recristalização e reconstituição mineralógica, originam uma
associação característica (paragénese) de minerais nos jazigos deste
tipo.

Os minérios são a magnetite, hematite, pirite, calcopirite, blenda,


galena, cassiterite, ouro, molibdenite e volframite (de notar que
estes minérios, por vezes, têm géneses distintas, caso já acima
exemplificado com a magnetite).

Um exemplo clássico deste tipo de jazigos são as minas de Morenci


no Arizona, Estados Unidos.
Os jazigos hidrotermais - pertencem à classe final dos jazigos de
génese magmática.
Os fluidos hidrotermais transportam elementos químicos,
importantes para a formação de minerais com interesse económico,
a partir do magma de origem. Estes fluidos activos abandonam o
magma a elevada temperatura e, deste modo, as reacções químicas
com as rochas encaixantes que atravessam na sua trajectória e o
abaixamento da temperatura originam novos minerais, por vezes
em concentrações com interesse económico. Esta deposição de
novos minerais pode ter lugar em cavidades e fendas (fissuras,
diáclases, fracturas e falhas) sob a forma de filões e veios, ou entre
os grãos das rochas sedimentares ou outros espaços similares sob
a forma de impregnações.
Os jazigos hidrotermais subdividem-se com base nas temperaturas
de formação, em jazigos de altas temperaturas, médias e baixas,
constituindo, respectivamente:

 jazigos hipotermais – altas temperaturas


 jazigos mesotermais – médias temperaturas
 e jazigos epitermais – baixas temperaturas

Um exemplo de jazigo hipotermal é o filão aurífero de Kolar na


Índia, explorado até à profundidade de 2800 metros, situado numa
zona de falha.
Complexos de domos e jazigos associados (Sillitoe y
Bonham, 1984).
Caldera tipo Vales e jazigos associados (Sillitoe y Bonham,
1984).
Fácies de alteração no sector de Rodalquilar (argílica)
(Arribas, 1992).
Antiga exploração aurífera à céu aberto de Rodalquilar
(Arribas, 1993).
Observe o intenso recobrimento de limonites na parede da rocha do fundo
(cratera de Rodalquilar a Los Albaricoques).
Os jazigos metamórficos - resultam da formação e
concentração de novos minerais por efeito do
metamorfismo, seja regional ou de contacto.

Alguns silicatos de alumínio, tais como silimanite, cianite


e andaluzite, são explorados a partir de jazigos
metamórficos.

A silimanite é explorada, por exemplo, na Alemanha,


Áustria, Índia e Estados Unidos; a cianite é explorada,
por exemplo, na Rússia, Estados Unidos e Itália; a
andaluzite é explorada, por exemplo, na Espanha, Rússia,
Estados Unidos e Austrália.
Localização de jazigos minerais
Se a verdadeira correlação entre o enquadramento geológico e
jazigos de determinado mineral for estabelecida, a pesquisa de
outros jazigos pode ser mais efectivamente dirigida. A África
constitui um exemplo típico.

Se partirmos do conceito atrás definido de que constitui jazigos


minerais, as acumulações ou concentrações locais de rochas e
minerais que podem ser exploradas com lucro, podemos
constatar que quase todos os processos de concentração para a
formação de jazigos envolvem movimentos de fluidos (líquidos e
gases) que, na grande maioria, se englobam em três categorias:
1 - Fluidos de origem magmática (ígnea);
2 - Águas derivadas da atmosfera;
3 - Fluidos associados a processos metamórficos, isto é, fluidos
presentes nas rochas que são postos em movimento pelas variações
de pressão e temperatura.

Dar-se-á maior ênfase à importância destes processos de


concentração se considerarmos, em primeiro lugar, as concentrações
médias de alguns elementos económicos na crusta da Terra, que se
apresentam catalogados na tabela 1.
Manifestamente, muitos destes elementos estão
presentes em baixas concentrações.
Elementos mais abundantes, como o ferro e alumínio,
estão geralmente alojados na rede espacial dos minerais
silicatados, o que impede a sua fácil separação e
recuperação económica. Só são manejáveis quando
ocorrem como óxidos simples, hidróxidos ou, no caso do
ferro, como carbonatos.
Dois exemplos servirão para ilustrar o que se entende por
concentrações económicas:

1º - O Ouro – normalmente com um clarke (abundância média na


crusta) de 0.004 ppm (partes por milhão), forma 7 ppm da rocha no
grande campo de ouro de Witwatersrand da África do Sul. Isto
representa uma concentração de 1750 vezes o teor médio da crusta.

2º - O Cobre, Chumbo e Zinco – têm clarkes de 55.00, 13.00 e


70.00 ppm respectivamente na crusta da Terra, mas numa área
mineira do Sudoeste da África a rocha explorada tem em média 155
Pb, 7% Zn e 6% Cu. Comparada com as médias crustais, isto
representa uma concentração de 1000 vezes para o Cu e Zn e 10 000
vezes para o Pb.
Launay (1913) e Spurr (1923) indicam claramente nos seus
trabalhos publicados que existe um modelo de distribuição dos
jazigos minerais.

Em particular, há regiões geográficas caracterizadas pela


ocorrência de numerosos jazigos minerais, todos com as mesmas
características. Tais regiões são chamadas províncias
metalogénicas. Algumas áreas, tais como a Zâmbia e a área do
Lago Superior da América do Norte são ricas em cobre.

A África do Sul é rica em Ouro. Outras áreas são aparentemente


estéreis em riqueza mineral.
O processo pelo qual os jazigos minerais se formam pode ocorrer
mais de uma vez numa região particular. Quando isto acontece usa-
se a designação de província metalográfica.

É evidente que o controlo fundamental dos modelos regionais da


riqueza mineral se encontra no interior da Terra. Os jazigos
individuais são realçados por factores de concentração local.

Não restam dúvidas de que as bacias oceânicas representam um


vasto reservatório para determinados tipos de riqueza mineral.
Contudo, muitos dos jazigos minerais presentemente trabalháveis
encontram-se nos continentes ou nas plataformas continentais.
Devemos , portanto, examinar a relação entre a
distribuição dos jazigos minerais e os
acontecimentos da história geológica dos
continentes para ver se existe algum controlo
essencial na distribuição dos jazigos.

A África é um exemplo particularmente bom deste


estudo, pois representa 20% da área dos
continentes e as suas rochas cobrem um período de
3 500 milhões de anos.
Áreas de distribuição

Os jazigos minerais dividem-se em seis áreas principais de


distribuição:
Província mineral
Região mineral
Distrito mineral
Campo mineral
Jazigo mineral
Corpo mineral
As Províncias minerais ou metalogénicas são grandes extensões da crusta
terrestre com estruturas de grandes dimensões que controlam as mineralizações.
Exemplo: plataformas, fundos oceânicos, geossinclinais, escudos antigos, etc.
Distritos minerais – São áreas que se encontram dentro duma região mineral,
caracterizadas por concentrações minerais locais. Num distrito mineral pode
haver, às vezes, vários jazigos minerais. Ex: Jazigos de intemperismo

Campo mineral – é uma área mineralizada contida num distrito mineral. É


determinado por vários jazigos minerais. Caracteriza-se pela comunidade de
origem e de estrutura geológica contemporânea.
Jazigos minerais – são formados por vários corpos minerais. Estão localizados
dentro dum campo mineral e são controlados e/ou associados a um
determinado elemento geológico estrutural

Ex: A Lunda Norte é uma região mineira dividida por vários distritos minerais
e vários campos minerais de diamantes. Estes campos estão formados por
vários jazigos minerais secundários nos quais se encontram os corpos minerais
de diamantes.
3ª Aula
Composiço substancial dos minérios

Consoante a composição os minérios dividem-se numa série de


grupos que são:
1 . Grupo de minérios oxidados – formado essencialmente por
óxidos e hidróxidos de Fe, Mn, Sn, U, Cr, Al, entre outros.
Ex: magnetite e hematite são óxidos de Ferro
Limonite é um hidróxido de Ferro
2. Grupo de minérios silicatados – é típico de minerais não
metálicos.
Ex:
micas, asbesto, crisotilo, talco, etc.
3. Grupo de minérios sulfuretos – forma os minérios constituidos
por minerais sulfuretos, como antimónio, arsénio, e a maioria dos
minerais que constituem os metais não ferrosos, tais como: Cu,
Pb, Zn, Sb, Ni, Etc.
Ex:
Calcopirite.....................Cu;
Galena........................... Pb,
Esfalerite ou Blenda......Zn
Antimonite......................Sb
Pentlandite.....................Ni
4. Grupo de minérios carbonatados – forma jazigos de: Fe, Mn,
Pb, Zn, Cu e Mg.

Ex:
Siderite............................. Fe2CO3

Rodocrosite…………….. Mn2CO3

Magnesite ……………….Mg2CO3

Cerussite ……………….Pb2CO3

Smithsonite……………..Zn2CO3

Malaquite e Azurite.........hidratos de cobre


5. Grupo de minérios sulfatados – pertence fundamentalmente aos
sulfatos de: Ba, Sr, Pb, etc.
Ex:
Baritina ..............................BaSO4

Celestina.............................SrSO4

Anglesite............................PbSO4

6. Grupo de minérios fosfatados – pertence os fosfatos e os


elementos que derivam deles
7. Grupo de minérios halogenados – neste grupo associam-se os
elementos de jazigos salíferos e fluoríferos.
Ex:
Halite
Salgema
Fluorite
8. Grupo de minérios nativos – Formado fundamentalmente
por elementos nativos, tais como:

Ouro .........................Au
Prata .........................Ag
Cromo ......................Cr
Cobre ........................Cu
Platina .......................Pt
Através de análise química e mineralógica, foi determinado dois
grupos de minerais:

1 º - Minerais metalíferos ou minérios – que constituem os


minerais úteis do ponto de vista industrial Ex :
Cromite ........Minério de Cr

2º - Minerais formadores de rochas ou minerais de rochas – que


não têm importância industrial. São constituintes de rochas, tais
como: piroxenas, olivina, plagioclases, nas rochas básicas como o
gabro.

Portanto, efectuam-se análises químicas para determinar as


percentagens (%) de elementos minérios e análises químicas de
óxidos de ferro para determinar minerais formadores de rochas.
Na análise química de minerais minérios ou minerais
metalíferos quando a concentração do minério é maior que 80 %,
diz-se que é um minério compacto. E quando a concentração de
minerais metalíferos é menor que 80 %, diz-se que o minério é
disseminado.

Para análises mineralógicas empregam-se: Raios X; raios infra-


vermelhas; análises espectrais; análises mineralógicas e
análises térmicas diferenciadas.
Génese dos jazigos metalíferos

Os fenómenos endógenos e exógenos que estão na base da origem


da formação dos minerais em geral e dos minérios em particular,
condicionam igualmente a sua concentração em certas e
determinadas regiões da crusta terrestre.

Assim podemos dividir os jazigos minerais ou jazigos metalíferos


em jazigos endógenos e jazigos exógenos, consoante as
concentrações do minério ou minérios que os constituem forem
provocadas por uma ou outra daquelas duas categorias de
fenómenos.
Origem dos jazigos endógenos
A formação dos jazigos primários ou jazigos endógenos relaciona-
se directa ou indirectamente com a ascensão de massas magmáticas
através da crusta terrestre.
Nas regiões da crusta terrestre situadas a uma profundidade de 15 a
20 km e de há muito em repouso, quando se verifica uma rotura de
equilíbrio traduzida, por exemplo, pela abertura de extensas fendas
nas camadas suprajacentes, a pressão devido ao peso dessas
camadas deixará de se fazer sentir, o que fará baixar , dentro de
limites mais ou menos latos, a pressão (de alguns milhares de
atmosferas).
Devido a esta diminuição de pressão, verificar-se-á a expansão das
substâncias voláteis dissolvidas no magma e, consequentemente a
ascensão deste.
A ascensão dos magmas coloca-os em condições muito diferentes de
pressão e de temperatura, tanto mais baixas estas quanto mais o
magma se aproximar da superfície e, em virtude disto, um outro
fenómeno ocorrerá, condicionado no tempo por aquelas duas
condições – a consolidação do magma.
Quimicamente conforme já foi definido em petrologia, os magmas
são fluídos de composição muito complexa, constituídos por
substâncias minerais no estado de fusão (predominantemente sílica
e silicatos) e por substâncias voláteis no estado de dissolução.
As substâncias voláteis, cuja proporção está calculada em cerca de
10 %, compreendem os mineralizadores, constituídos por H2O ,CO2,
F, Cl, Bo, etc e algumas das suas combinações metálicas.
A consolidação magmática pode ter lugar à superfície ou a maior
ou menor profundidade. Quer num caso quer noutro, dela resultam,
como já sabemos, «grandes massas de carácter sensivelmente
constantes» a que se dá a designação de rochas. Mas a consolidação
do magma pode dar lugar também a concentrações metalíferas
importantes.

Niggli mostrou que os fenómenos de diferenciação dum magma, sua


consolidação em profundidade e consequente concentrações
metalíferas, dependem essencialmente da profundidade em que se
passam, realizando-se numa série de fases sucessivas, entre as quais
pode decorrer num tempo muito longo.
1ª Fase Ortomagmática – consolida a maior parte do magma,
individualizando-se os seus constituintes não voláteis, de ponto de
fusão mais elevado. Nela se originam na sua maior parte os
silicatos característicos das rochas magmáticas comuns – granitos,
etc.

No decurso desta primeira fase da consolidação magmática, a


cristalização dos minerais não é simultâneo, antes se vai dando
sucessivamente, condicionada por vários factores (sua
concentração no "banho" magmático, ponto de fusão, etc.).

Esta cristalização fraccionada leva à separação do magma


inicialmente mistura mais ou menos homogéneo, em porções
quimicamente diferentes – leva à sua diferenciação.
Se se formarem cristais de densidade diferente da do "banho magmático" no seio
do qual se originaram, actuará ainda como factor de diferenciação a força da
gravidade, fazendo concentrar no fundo os mais densos e à superfície os menos
densos.
As concentrações metalíferas, ocorridas durante esta fase, são um caso particular
destas diferenciações magmáticas.
Por vezes o minério fica disseminado no maciço rochoso resultante desta
primeira fase da consolidação, como qualquer outro dos seus componentes.
Forma então inclusões ou disseminações.
Outras vezes, porém, acumula-se em certos dos seus pontos – no interior da sua
massa ou nas suas bordaduras – constituindo segregações – internas e
periféricas-
Segundo Fourmarier (1950) – as segregações magmáticas dão a impressão que,
aquando da consolidação dum magma, tende a formar-se uma mistura
homogénea, de composição determinada, dando origem a uma rocha magmática
homogénea na sua constituição; toda a matéria em excesso se separa ou segrega e
cristaliza independentemente.
2ª Fase pegmatítica-pneumatolítica – a individualização dos
componentes não voláteis do magma determina a concentração dos
voláteis na massa em fusão.

Durante a fase ortomagmática, a acção dos componentes voláteis na massa


em fusão foi diminuta, limitando-se a baixar o ponto de fusão dos silicatos
e a diminuir a viscosidade do magma. Porém, à medida que a sua
concentração aumenta, o seu papel vai-se tornando preponderante,
acabando o magma residual por se transformar numa solução dos silicatos
e da sílica (não ainda cristalizados) nas substâncias voláteis.

Devido a isto, a tensão do referido magma residual, muito fluido, atinge


valores consideráveis e as substâncias voláteis tendem a escapar-se pelas
direcções de menor resistência das rochas encaixantes, arrastando consigo
as matérias minerais não voláteis nelas dissolvidas.
Nos seus movimentos de expansão, os componentes voláteis do
magma poderão mesmo provocar, por sua vez, fracturas nas rochas
encaixantes ou ampliar as já existentes. Estas fracturas constituirão
outros tantos caminhos abertos para o magma residual que se vai
tornando cada vez mais fluido, à medida que se vão
individualizando os seus componentes não voláteis.
Da consolidação deste magma residual resultam, muitas vezes,
rochas de textura pegmatítica, caracterizadas pelas grandes
dimensões dos seus cristais componentes.
As rochas pegmatíticas (pegmatitos) são formadas pelos
constituintes não voláteis do magma, mais solúveis nos
mineralizadores. O grande desenvolvimento dos seus cristais indica
uma cristalização fácil num meio muito fluído. Como minerais
acessórios figuram, muitas vezes, nestes pegmatitos minerais de
valor.
Portanto, as substâncias voláteis libertadas do magma, isto é,
mineralizadores e suas combinações metálicas constituem os
agentes pneumatolíticos, que desempenham papel preponderante
na formação de pegmatitos, durante a fase pegmatítica-
pneumatolítica.
Devido à acção desses agentes pneumatolíticas, se constituem
importantes concentrações metalíferas, a uma distância maior ou
menor do maciço magmático.

Muitas vezes ficam na sua proximidade imediata, na sua


bordadura. Outras vezes, preenchem fendas alongadas ou
cavidades irregulares das rochas encaixantes. Podem também
acontecer que impregnem as referidas rochas, preenchendo os seus
interstícios.
3ª Fase hidrotermal – nesta fase desempenham ainda papel
primacial os agentes pneumatolíticos.
Destes agentes os que ainda não cristalizaram, podem, dissolvidos
em águas de circulação (águas juvenis, isto é, de origem magmática;
ou águas de infiltração) afastar-se extraordinariamente do maciço
magmático donde provieram, vindo a originar, a tais distâncias,
concentrações metalíferas importantes.
Nos seus movimentos através da crusta terrestre, as águas
transportadoras destes agentes podem aproximar-se da superfície.
Se tal acontecer, a que a pressão e a temperatura estavam
submetidas diminuem grandemente, diminuindo também,
consequentemente, o grau de solubilidade daqueles agentes e de
outras substâncias minerais arrastadas pela água na sua passagem
através das diferentes rochas.
Devido a esta diminuição do seu grau de solubilidade, muitas
dessas substâncias podem precipitar e virem a formar minérios de
valor. A precipitação dessas substâncias pode também ser
provocada por reacções químicas entre as várias substâncias
dissolvidas, conduzindo deste modo à formação de produtos
insolúveis.

A precipitação, normalmente ocorre em fendas de maior ou menor


extensão ou em cavidades irregulares. Todavia, não é possível
encontrar em jazigos hidrotermais, substâncias minerais solúveis,
nas condições normais de temperatura e de pressão. Estas poderão
chegar, dissolvidas nas águas de circulação, até à superfície
terrestre.
Se a consolidação magmática se verificar à superfície terrestre, em
condições muito diferentes, portanto, de temperatura e de pressão,
ela será muito mais rápida, não originando em regra, mineralizações
metalíferas importantes.

Finalmente, após esta complicada série de fenómenos, todos eles


provocados por uma rotura do equilíbrio num ponto qualquer da
crusta terrestre, este voltará possivelmente a estabelecer-se,
ocorrendo, neste período de tempo muitas transformações, tais como
as que respeitam às acções metamórficas exercidas ao contacto das
massas magmáticas ascendentes e mesmo, a uma distância maior ou
menor destas, pelos agentes pneumatolíticos:
 modificações da composição mineralógica das rochas;
 modificações na sua composição química;
 alterações da sua textura e estrutura;
 cristalização ou recristalização dos seus materiais componentes;
 etc.

Em consequência destas alterações, nas rochas encaixantes do


maciço magmático, inicialmente de composição uniforme, podem
constituir-se agrupamentos minerais diferentes e alguns destes
podem ser concentrações metalíferas. A estas concentrações
constituídas por diferenciação metamórfica, dá-se o nome de
Jazigos pirometassomáticos.
Em síntese, a ascensão de massas magmáticas através da crusta
terrestre dá lugar a muitos e variados fenómenos.

As concentrações metalíferas são uma dessas consequências de


toda essa série de fenómenos. Essas concentrações associadas às
formações petrográficas, são produtos da diferenciação
magmática ocorrida durante a consolidação. Elas podem
originar-se em qualquer das fases (atrás descritas), em que
decorre a referida consolidação e podem resultar ainda das
acções metamórficas exercidas ao contacto das massas
magmáticas ascendentes.
Consoante uma ou outra destas origens, assim os jazigos endógenos
se designarão por:

1º Jazigos de génese Magmática


 ortomagmáticos;
 pegmatíticos;
 pneumatolíticos;
 hidrotermais

2º Jazigos Pirometassomáticos – designação que alude ao papel na


formação destes jazigos desempenham as acções ígneas («piros» -
fogo) e ao processo – por metassomatose – pelo qual estas acções
se exercem.
Nota: - a metassomatose consiste numa acção simultânea de
dissolução e de precipitação, de tal maneira que um novo
mineral diferente, no todo ou em parte, pela sua composição
química, pode desenvolver-se no interior dum mineral ou duma
associação de minerais.

Segundo Lindgren, a metassomatose, nas rochas sólidas, opera-


se sem mudança de volume da matéria afectada, sendo o espaço
necessário para a fixação do novo mineral fornecido pela
dissolução do mineral substituído.
Quanto ao local onde se constituem os jazigos endógenos podem
ser:
- Intramagmáticos – que ficam incluídos no próprio maciço
rochoso proveniente da mesma actividade magmática;
- Apomagmáticos – que ficam situados nas proximidades dos
maciços magmáticos;
- Telemagmáticos – que podem formar-se a distâncias muito
grandes desses maciços.
Morfologia dos corpos minerais endógenos
Diz respeito à forma de corpos minerais. Esta forma é definida
por três dimensões: comprimento, largura e profundidade. De
acordo com estas dimensões, pode-se classificar os corpos
minerais em 4 grupos:
O primeiro grupo pertence aos corpos minerais que apresentam
formas isométricas, isto é, que têm as três dimensões
equidimensionais. Os seus eixos cristalográficos são
aproximadamente iguais.
Exemplo:
Stockwork

A forma de stock é típica de jazigos magmáticos e hidrotermais.


Um stockwork é uma rede entrelaçada de pequenos veios portadores de mineral
que atravessam uma massa rochosa. Cada um destes pequenos veios poucas
vezes ultrapassam a largura de uns centímetros e o comprimento de uns poucos
metros. A distância que as separa entre si oscila entre uns quantos centímetros ou
decímetros. As porções compreendidas entre estes veios podem estar
parcialmente impregnadas de minerais que se beneficia toda a massa de rocha.
Geralmente, estes pequenos veios consistem em recheadas bolsadas que
apresentam estruturas aguçadas, cruzadas e drusas.

Os stockworks dão minerais de Sn, Au, Ag, Cu, Mo, Co, Pb, Zn, Hg, e Asbesto.

O segundo grupo, engloba os corpos minerais com formas tabulares ou planas,


ou seja, os que apresentam duas dimensões mais longas e uma curta. Como
exemplo citam-se os estratos relacionados com jazigos sedimentares e os filões
relacionados com jazigos hidrotermais.
O terceiro grupo pertence os corpos minerais que apresentam
formas tubulares, donde se evidencia uma só dimensão com um
eixo principal. São corpos alongados numa direcção e têm
inclinação que varia de 0º a 90º. A este grupo incluem os pipes
kimberlíticos e carbonatíticos.
O quarto grupo enquadra os corpos minerais que apresentam formas
irregulares, sem dimensões definidas.

O conhecimento da morfologia dos jazigos minerais tem grande


interesse, visto que a forma é um dos principais factores que
determinam a escolha do método de lavra a adoptar na sua
exploração.

Como já nos referimos atrás, esta forma morfológica de os jazigos


se apresentarem na crusta é extremamente variada.
Para os Jazigos ortomagmáticos podem se apresentar sob a forma
de inclusões ou de segregações (internas ou periféricas). Estas têm
formas muito irregulares, podendo ser globosas, lenticulares,
tabulares, etc..
Se o minério impregna as rochas circundantes do maciço
magmático com cuja sua génese se relaciona, constituindo massas
mais ou menos ligadas entre si, as suas concentrações designam-se
por impregnações difusas.
Se preenche cavidades, assumindo a forma de massas irregulares,
estas denominam-se massas, bolsas ou bolsadas.
Se, finalmente, preenche fendas alongadas, constitui filões ou
vieiros, os quais podem ter um comprimento de mais de uma
centena de quilómetros.
Num filão dá-se a designação de tecto e de muro, respectivamente, às superfícies
que o limitam a todo o comprimento, na parte superior e na parte inferior. A
distância entre estas duas superfícies, que se designam em comum por hasteais,
tem o nome de possança ou espessura do filão.

Entre os hasteais e o minério encontram-se frequentemente nos filões uma


formação mais ou menos argilosa chamada salbanda.

A figura esquematiza um Filão com as partes principais


7. Elementos de Jazida de um corpo mineral

Os elementos de jazida de um corpo mineral são:


 eixo do minério;
direcção ou azimute;
imersão ou mergulho;
pendor ou inclinação;
largura;
possança ou espessura;
profundidade;
8. Texturas e estruturas dos minérios

O estudo das texturas e estruturas nos minérios tem grande


importância , pois permite determinar as condições físicas e
químicas em que se formaram esses minérios e esclarece também a
génese do jazigo mineral.

A textura é determinada pela disposição espacial dos agregados


minerais, sua forma, dimensões, tamanho e sua composição
química. Assim, de acordo com o tamanho, a textura diferencia-se
em:
mega-textura – que pode ser observada a nível de afloramentos, escavações
mineiras, etc;
macro-textura – que se observa também a nível dos minerais por via
macroscópica;
micro-textura – observada somente com recurso aos microscópios.

A estrutura de um minério é determinada pela forma, tamanho e


modo de combinação dos elementos minerais em agregados e
separados espacialmente. Assim de acordo com o tamanho, as
estruturas subdividem-se em:
macro-estruturas – que se referem à agregados de grãos grosseiros;
micro-estruturas – que se referem à agregados de grãos finos.

Existem por conseguinte, texturas e estruturas específicas em cada


minério e em função dessas propriedades, os jazigos minerais são
classificados em: jazigos com estrutura maciça, jazigos com
estruturas estratificadas, etc.
Em termos genéticos as estruturas podem ser:

estruturas de cristalização – típicas de jazigos endógenos, donde se observa um alto grau


de ideomorfismo, que indica condições estáveis de formação;

estruturas de decomposição de soluções sólidas – que indicam as condições de


temperaturas em que se formou o jazigo, isto é, funcionam como termómetros geológicos;

estruturas de desvitrificação de coloides – que indicam o começo da cristalização;

estruturas de substituição – que se observam nos jazigos de escarnitos e metassomáticos


hidrotermais (jazigos que se formaram através de processos de dissolução e substituição de
um mineral por outro);

estruturas metamórficas – típicas para diferenciar o metamorfismo regional do


metamorfismo de contacto ou local.
9. Etapas e estádios de mineralização

Define-se como etapa de mineralização o período de tempo geológico que


demora um jazigo mineral a formar-se (Smirnov.....). Esse tempo pode ter uma
duração de milhares de anos. Ex: tempo que demora a se formar um jazigo
magmático, hidrotermal ou um jazigo de placeres.
Em geral o minérios de um jazigo tende a pertencer a uma só etapa de formação e
raramente a várias etapas.

Estágio de mineralização é o tempo geológico enquadrado dentro das etapas de


formação dos minérios, isto é, o período de tempo compreendido dentro dos
limites de uma etapa, durante o qual ocorre concentrações de minerais metalíferos
de determinada composição e separados de outros estádios, por uma interrupção
na mineralização. Compreende a uma trégua de movimentos tectónicos, ou seja,
término dum movimento tectónico e início do outro.
Exermplo: Na etapa de formação de jazigos de sulfuretos
hidrotermais, houve vários estágios que são:
1º estágio de formação de scheelite – óxidos de volfrâmio e cálcio;
2º estágio de formação de sulfuretos de zinco, chumbo, cobre e
ferro;
3º estágio de formação de sulfuretos de ferro, antimónio e cobre;
4º estágio de formação de sulfuretos de ferro, antimónio e cobre.
Como as condições de formação são similares, todos esses
minerais formam uma paragénese, mas com estágios diferentes
numa mesma etapa.
Distribuição dos jazigos Endógenos segundo a composição das rochas

Na distribuição dos jazigos minerais segundo a génese das rochas, existem:


Jazigos singenéticos – que se formaram ao mesmo tempo, isto é, durante a
génese das rochas;
Jazigos epigenéticos – que se formaram mais tarde, ou após a génese das rochas;
Jazigos metamorfizados – que sofreram transformações através do
metamorfismo;
Jazigos de intemperismo – que sofreram alterações por acções física e química;
Jazigos de escarnito ou metassomáticos – que sofreram metassomatismo
(substituição) nas zonas de contacto entre uma intrusão granítica e rocha
encaixante carbonatada.
Distinguem-se três grupos principais de rochas magmáticas:
Distinguem-se três grupos principais de rochas magmáticas:
rochas eruptivas ácidas;
rochas eruptivas básicas
rochas eruptivas alcalinas
As rochas eruptivas ácidas formaram-se nos estágios médios e final
da evolução de um geossinclinal. Encontram-se em todos os níveis
de profundidade da crusta terrestre. Todos os jazigos minerais
relacionados com as rochas magmáticas ácidas são categorizados à
classe de jazigos após-magmáticos. Os mesmos jazigos formaram-
se com a participação de fluídos gasosos e líquidos de
temperaturas elevadas nas últimas fases dos processos magmáticos
tardios. Estes jazigos localizam-se dentro, nas periferias e à
distâncias dos maciços rochosos eruptivos, observando-se, portanto,
uma enorme disseminação no seu modo de jazida.
As rochas eruptivas básicas formaram-se exclusivamente nos
primeiros estágios de evolução dos geossinclinais e depois nas fases
de plataformas.
Consolidam-se a uma profundidade relativamente pequena, no
intervalo de transição entre a zona abissal e a zona hipabissal,
sobretudo dentro dos limites desta última zona, ou ainda a um nível
próximo à superfície. Nessas formações surgem os jazigos
magmáticos que se formaram durante o processo de arrefecimento
dos maciços de rochas ultrabásicos e básicos. Todos esses jazigos
localizam-se na parte central e nas periferias dessas rochas.
De notar que nas fácies efusivas, só se formaram os jazigos
hidrotermais e vulcano-sedimentares com minérios de sulfuretos e
óxidos.
Rochas eruptivas puramente alcalinas à semelhança das
rochas básicas formaram-se durante a fase primária do
desenvolvimento geossinclinal e na fase da formação das
plataformas. São rochas localizadas nas zonas
hipabissais, podendo aparecer até às zonas superficiais.
De acordo com a sua alcalinidade, distinguem-se três tipos
de rochas alcalinas:
rochas alcalinas básicas;
rochas puramente alcalinas
e rochas alcalinas ácidas
Nas rochas puramente alcalinas associam-se importantes
jazigos magmáticos apatíticos; jazigos de elementos
raros e jazigos Carbonatíticos;

Nas rochas alcalinas ácidas associam-se os jazigos


albitíticos metassomáticos e jazigos magmáticos tardios
de elementos raros.

Todos esses jazigos situam-se dentro ou nas periferias


dos maciços de rochas alcalinas.
Níveis de profundidade de formação dos jazigos minerais
endógenos
Os jazigos minerais na sua generalidade formaram-se a
distintos níveis da superfície terrestre, que podem reflectir
nas características geológicas e físico-químicas que eles
apresentam.
De acordo com os estudos geológicos podem separar-se
quatro zonas de profundidade com formações
metalíferas:
zona Ultra-abissal;
zona abissal;
zona hipabissal;
e zona superficial;
A zona Ultra-abissal estende-se aproximadamente desde o limite da
superfície de Mohorovicic até acima de 10 – 15 km da superfície
terrestre. Nalgumas regiões da crusta terrestre, o limite de Moho, situa-
se a distâncias diferentes da sua superfície. Em geral esta superfície
localiza-se a uma profundidade de 25 a 50 Km nos continentes e 5 – 8
km nos fundos dos oceanos.

Na zona ultra-abissal são reconhecidos complexos de rochas


metamórficas profundas do pré-câmbrico. É característico nesta zona
um desenvolvimento de granitoides palingénicos não mineralizados,
devido aos processos de ultrametamorfismo que ocorre nessa zona,
fazendo com que haja uma mobilidade intensa dos elementos ligeiros
das partes profundas para as zonas superiores situados mais acima da
frente do metamorfismo. Nesta zona são reconhecidos jazigos
relativamente raros de origem metamórfica, tais como: jazigos de
distena, silimanite, xistos andalusíticos, concentrações de rútilo,
coríndon, grafite e flogopito.
A zona Abissal encontra-se situada aproximadamente à distância
de 3 – 5 km a 10 – 15 km dos fundos oceânicos e dos
continentes respectivamente.
Os jazigos endógenos dessa zona estão associados geneticamente
às rochas eruptivas abissais, diferenciadas por uma série de
indícios característicos:
1) composição homogénea;
2) fácies marginais de pouca possança;
3) estrutura equigranular;
4) desenvolvimento da microclina ou da plagioclase debilmente
zonal ou azonal,
5) autometassomatose de albite-greissen.
Na zona abissal as rochas típicas são os granitos da parte interior dos
geossinclinais, que se intruíram, durante a fase média do seu
desenvolvimento, nos quais estão associados os jazigos pegmatíticos,
albitíticos e quartzo greissen de metais raros.
A parte superior da zona abissal, que é o sector de passagem à zona
hipabissal suprajacente, estão associadas duas formações distintas de
rochas eruptivas:
1) as rochas eruptivas ultrabásicas e básicas da fase prematura (ou
pré-orogénica) do desenvolvimento geossinclinal, controladas por falhas
profundas que contêm jazigos magmáticos de cromo, titanio-magnetite e
platinoides;
2) as rochas granitóides moderadamente ácidas situadas nas partes
periféricas dos geossinclinais, que se intruíram na fase média do seu
desenvolvimento e que contêm jazigos de escarnitos (pneumatolíticos-
metassomáticos) e hidrotermais de metais raros, metais não ferrosos e de
ouro.
Os jazigos formados nas zonas abissais distinguem-se por: uma
composição mineralógica diferenciada simples; uma distribuição
relativamente uniforme dos componentes valiosos; e os seus
minérios apresentam texturas e estruturas essencialmente
cristalinas .
A zona hipabissal localiza-se aproximadamente à distância de 1 –
1,5 km e a 3 – 5 km da superfície da terra respectivamente nos
fundos oceânicos e na parte continental.
As rochas magmáticas que compõem esta zona têm as seguintes
características:
1) são de composição petrográfica complexa;
2) apresentam grandes possanças de fácies marginais;
3) têm estruturas porfiríticas;
4) contêm ortoclase e plagioclases zonais;
5) existe nessas rochas um desenvolvimento de quartzificação, sericitização e
serpentinização no processo de autometassomatismo.
Na zona hipabissal ocorre três tipos de rochas eruptivas:

1) plagiogranitos e sienitos da fase prematura do geossinclinal


(fase pré-orogénica), acompanhado de jazigos de escarnitos de
Fe e Cu;
2) pequenas intrusões formadas durante a fase final de
desenvolvimento geossinclinal acompanhados com as
mineralizações hidrotermais plutogénicos;
3) grano-sienitos da fase do início da plataforma (fase orogénica)
com jazigos hidrotermais de minérios de Au e raramente outros
metais.
A parte superior da zona hipabissais que é o sector de transição à
zona superficial tem duas formações a mais, que se introduziram
em condições de regime de plataforma:
1) as rochas básicas com jazigos magmáticos de segregação e
injecção (liquação) de minérios de sulfuretos de cobre e níquel;
2) As rochas alcalinas com os seus respectivos jazigos magmáticos
ou carbonatíticos e albíticos de elementos raros.
Os jazigos hidrotermais da zona hipabissal, sobretudo os situados na
parte superior, diferenciam-se por possuirem:

 uma composição mineralógica complexa "conglomerática" ;


 uma distribuição desigual dos metais no minério;
 formação de acumulações de alta concentração de minerais valiosos;
 um desenvolvimento evidente das texturas e estruturas coloidais;
A zona superficial distingue-se pelo desenvolvimento das rochas
efusivas e extrusivas e, ainda, pelos jazigos minerais associados
a estas formações. Estende-se desde a superfície da Terra até à
profundidade de 1 –1,5 km.
Dentro dos seus limites destacam-se quatro principais formações de
rochas magmáticas:
1) espelito-keratófiros do primeiro estádio de desenvolvimento geossinclinal com
minérios piríticos e de óxidos de metais ferrosos, não ferrosos e de manganês;
2) corpos efusivos básicos e ácidos formados no último estádio de desenvolvimento
geossinclinal e da formação de plataforma com jazigos vulcanógenos hidrotermais
de Au, Ag, Sn, Hg, Cu e outros metais;
3) chaminés kimberlíticas diamantíferas de plataforma;

4) intrusões alcalinas ultrabásicas de tipo central com carbonatitos .

Esta mesma zona se formam todos os jazigos da série exógena.


Na transição de uma zona profunda para outra, mudam-se as condições físico-
químicas gerais de formação de minerais:

A temperatura tem tendência geral de elevar-se desde a superfície da Terra até à


profundidade. Calculada segundo o coeficiente ou gradiente geotérmico normal,
deveria ser de 100º C à profundidade de 10 km. No entanto, a julgar pela
composição das rochas metamórficas, há de ser muito mais alta e provavelmente,
a sua variação em função da profundidade ocorre com irregularidade segundo os
focos de calor interno local da crusta terrestre.
Em regra os dados geofísicos apontam que a temperatura da envoltura terrestre
ascende até 2000º C à profundidade de 400 km, enquanto que a profundidade de
3000 km a mesma temperatura se estima dentro dos limites de 2000º - 4000º C .
Quanto à pressão, esta aumenta proporcionalmente com a profundidade e pode
alcançar 1,4 × 106 kgf/cm2 na base da envoltura terrestre.
A densidade da substância da Terra aumenta pouco a pouco até à profundidade
de cerca de 500 km, depois, no intervalo de 500 – 1000 km, cresce de maneira
brusca até um valor superior a 4, e de novo começa a elevar-se ligeiramente até à
base da envoltura terrestre, atingindo um valor superior a 5.
O módulo de compressão aumenta mais ou menos com a suavidade desde
1,8 até mais de 12 no centro da Terra, tendo uma inflexão positiva da curva a
profundidade de cerca de 500 km, e uma inflexão negativa à profundidade de
3000 km aproximadamente. Em função disto variam as características das
rochas formadas nas zonas profundas da crusta terrestre.
Por outro lado, a grande profundidade da crusta, na zona hipabissal,
predomina uma baixa porosidade intersticial e se observam deformações
de tipo plástico pouco penetráveis para as soluções mineralizadoras. Na
zona abissal, é possível que apareçam cavidades tectónicas pertencentes
essencialmente à deformação por rotura. Ainda na zona hipabissal, junto com
as cavidades tectónicas, provavelmente, existam fissuras de desprendimento e
brechas de sectores de dilatação local que desempenham um papel
considerável na infiltração das soluções mineralizadoras após adquirirem um
máximo desenvolvimento na parte superficial da crusta terrestre (zona de
falhas).
O quimismo do meio de formação dos jazigos endógenos varia muito em
função da profundidade, e é condicionado em grande medida pela evolução
do regime de H2O, O2 e CO2 que passa da superfície terrestre às zonas
profundas.
Com a profundidade aumenta sensivelmente, embora de maneira irregular a
elasticidade dos vapores de água.
Rochas espelíticas-keratófiros Rochas alcalinas com Jazigos hidrotermais
com jazigos piríticos e de carbonatitos subvulcânicos de Au, Hg,
óxidos Rochas alcalinas com Cu, etc
jazigos magmáticos de
1 – 1,5 Zona superficial Jazigos diatrémicos de apatite, metais raros e
diamantes terras raras

Rochas alcalinas com


albite
Rochas básicas com jazigos Grano-sienitos com
de segregação e injecção de jazigos hidrotermais de Au
Cu, Ni, Ti, Fe Pequenas intrusões de
porfiritos e pórfiros com
Plagiogranitos e sienitos com jazigos hidrotermais de
jazigos de escarnitos de Fe e metais não ferrosos, raros,
Zona Hipabissal Cu radioactivos e Au.
3–5
Zonas
de
Profundidade Rochas ultrabásicas e básicas Granodioritos com jazigos
( Km) com jazigos magmáticos de de escarnitos e hidrotermais
segregação de Fe, Cr, Ti, Pt de metais raros, não
ferrosos e nobres
10 – 15 Granitos com jazigos
e Zona abissal pegmatíticos e greissen-
5–8 quartzosos de metais raros

Zona ultra-abissal Granitos palingénicos não


Moho mineralizados

Magma básico Magma alcalino Magma ácido

Magma
O método fundamental das investigações de campo durante o estudo dos
jazigos minerais é a cartografia geológica, isto é, a elaboração de mapas e
cortes geológicos à diferentes escalas, geralmente bastante detalhadas.
Para a estimação de reservas industriais, deve-se efectuar trabalhos de
exploração geológica mediante escavações mineiras, abertura de
poços, métodos geofísicos e geoquímicos. Em simultâneo, deve-se
esclarecer as condições hidrogeológicas e geotécnicas da lavra e
explorabilidade dos jazigos.
As investigações de laboratório estão relacionadas com o estudo dos
minérios ou substâncias minerais que constitui a matéria prima industrial.
Essa investigação divide-se em:
estudo da composição mineralógica e química do minério;
análise das propriedades físico técnicas dos minérios;

Ao investigar a composição mineral deve-se especificar todos os


componentes úteis integrantes, as texturas e estruturas dos minérios, as
associações paragenéticas naturais, a sua correlação dentro dos
contornos dos depósitos e a ordem de desenvolvimento no decurso geral
de acumulação de minerais durante o processo de formação e posterior
transformação do jazigo.
As investigações mineralógicas são efectuadas para determinar
as formas e o grau de concrescência de alguns minerais, cujos
dados são necessários para criar esquemas racionais de
transformação metalúrgica ou industrial, e em particular, do seu
enriquecimento. Em simultâneo deve-se investigar a composição
mineral (petrográfica e litológica) das rochas encaixantes para
estabelecer as relações e a influência mútua das composições dos
corpos minerais e as rochas laterais durante o período da sua
formação e a posterior interacção.

Estes estudos realizam-se por meio de distintos métodos de


diagnósticos e investigação dos minerais:
- cristalográfico;

- roentgenoestrutural (Raios X);


- químico;
- espectroscópico (corrente, infravermelhas combinadas espectrómetros
de massa);
- óptico (microscopia em luz reflectida e transmitida, electrónico, etc.);
- análises físicas (dureza, densidade, deformabilidade, etc.);
- electromagnético (termomagnetometria, força termo electromotriz,
ressonância paramagnética electrónica);
- térmico;
- termobarométrico;
- de luminiscência, etc.
A composição química da substância mineral
é determinada nesses estudos para esclarecer
os elementos químicos integrantes (principais
e secundários) e a variabilidade da sua
proporção segundo as variedades de mineral e
para as distintas partes do jazigo.
Processos Geológicos de Formação dos Jazigos Minerais
A formação dos jazigos minerais é complexa. Existem muitos tipos
de jazigos que geralmente contêm vários minérios e gangas. Não
existem jazigos iguais; eles diferem na composição mineralógica,
textura, conteúdo, forma, volume e outras características. Se
formam mediante processos diversos e na formação de um só
depósito pode haver intervenção de mais de um processo. Os modos
de formação dos minerais são distintos, sendo a temperatura, a
pressão e a água factores decisivos que jogam papel importante na
deposição da grande maioria desses minerais. Outros agentes que
intervêm na formação dos jazigos são: os diferentes tipos de
magmas, os gases, os vapores, os sólidos em dissolução, a
atmosfera, os organismos vivos e as rochas encaixantes.
Os jazigos podem-se classificar segundo os processos que os formam. A cada
grupo de jazigo podem-se aplicar muitas considerações económicas:

o modo como se apresenta um determinado componente representativo, pode


indicar lugares favoráveis para a pesquisa de depósitos similares desconhecidos;

as características de um só representante de cada grupo de jazigo bem


reconhecido, podem ser aplicadas para investigar outros jazigos pouco
conhecidos do mesmo grupo;

conclusões relativas ao volume provável, continuidade e valor, podem ser


tiradas com base na experiência conseguida noutros depósitos formados pelos
mesmos processos.
Ex: se um dado depósito tiver sido formado mediante
metassomatismo de contacto numa camada favorável de
calcário por um monzonito de contacto, justificar-se-á a
pesquisa de jazigos similares noutros sítios donde a
mesma camada está em contacto com o mesmo
monzonito. Em geral, o minério encontrado neste, pode
supor-se que apresente uma composição mineralógica
similar à do jazigo inicial.
Esta compreensão de controlo de mineralização foi o que
conduziu, por exemplo, à notável exploração de importantes
massas de mineral de cobre na zona chamada Cinturão de
Cobre da Zâmbia, donde a situação geográfica havia sido
ordinariamente um obstáculo. Deste modo, a experiência
adquirida com jazigos formados por um só processo
geológico, pode ser aplicado na totalidade a outros jazigos
semelhantes, sobretudo na fase de estudos preliminares.
Diferentes processos podem actuar para produzir tipos
distintos de jazigos de um mesmo metal.
Os depósitos de minério de ferro, por exemplo, podem ser
formados por processos magmáticos, metassomáticos de
contacto, de substituição, sedimentares e supergénicos. A
distinção entre eles é de vital importância, principalmente em
termos económicos.
Ex: um depósito de ferro formado por processos
sedimentares apresenta continuidade lateral,
pouca espessura e uniformidade geral de
composição; enquanto que, o depósito formado
por substituição hidrotermal será lateralmente
restringido, de reduzida tonelagem e
provavelmente de forma irregular.
Diferentes Processos que dão origem à formação de jazigos minerais

Os diferentes processos que dão origem aos jazigos minerais são:


Concentração magmática;
- Sublimação;
- Metassomatismo;
- Processos hidrotermais
- Sedimentação
- Evaporação
- Concentração residual e mecânica;
- Oxidação e enriquecimento supergénico.
- Metamorfismo
Os jazigos formados ao mesmo tempo que à formação das rochas que
os encobrem, como os depósitos de ferro magmático ou
sedimentares, são denominados às vezes singenéticos;
Os formados posteriormente às rochas que os encobrem são
denominados de epigenéticos.
Estes termos são empregues não para classificar depósitos minerais,
mas sim meramente como termos descritivos.
Os diferentes processos de formação dos jazigos minerais serão
estudados aqui em detalhe, começando pela massa magmática
primitiva ou ortomagmática, passando pelas condições de formação
à temperaturas inferiores de formação até chegar aos processos
secundários (condições geológicas e físico-químicas de formação).
Concentração Magmática

Certos constituintes acessórios ou não comuns dos magmas podem


concentrar-se em massas de suficiente volume e riqueza, chegando a
constituir jazigos minerais de valor económico. Alguns, são grandes e
ricos; outros, como os jazigos de cromite e platina, são a única fonte de
procedência destes minerais; no entanto, muitos têm maior interesse
científico que comercial.

Os jazigos representantes da concentração magmática são muitos e estão


muito difundidos, mas existem relativamente poucos tipos dos mesmos;
a sua mineralização é simples e os produtos que rendem não são
numerosos. Embora os depósitos em si sejam de grande valor, em
conjunto ficam eclipsados pela importância de outros jazigos formados
por outros processos.
Já atrás estudamos, que os jazigos minerais magmáticos
caracterizam-se pela sua estreita relação com as rochas
intrusivas intermédias ou profundas.
Na realidade, especificamente são rochas ígneas cuja
composição tem um valor especial para o homem.
Constituem à totalidade da massa ígnea, ou só uma parte
dela, ou ainda, podem formar massas separadas. São
produtos magmáticos que cristalizam à partir dos
diferentes tipos de magmas. Assim, são denominados
também de, jazigos de segregações magmáticas, de
injecções magmáticas ou depósitos singenéticos .
Modo de formação
É sabido que os jazigos magmáticos se formam das massas ígneas
intrusivas por simples cristalização ou por concentração mediante
diferenciação magmática.
As investigações actuais apontam que existem vários modos de formação
de jazigos magmáticos, cuja origem é atribuída à diferentes fases de
cristalização do magma. Em algumas fases, os minerais cristalizaram-se
imediatamente e noutras fases a cristalização deu-se mais tarde; e noutras
ainda, permaneceram em forma de líquidos imiscíveis até haver a
cristalização da rocha hóspede. Deste modo, muitos geólogos,
propuseram os termos de : jazigos ortotéticos ou ortomagmáticos para
os directamente magmáticos e jazigos pneumatolíticos para aqueles em
cuja a formação desempenharam um papel preponderante os elementos
mineralizantes. No quadro a seguir figura uma terminologia algo variada
para à classificação de jazigos magmáticos.
Classificação dos jazigos magmáticos e seus processos de formação

Tipo Genético Modo de jazida Processo Exemplo

Cristalização disseminada Chaminés Kimberlíticas


I. Jazigos magmáticos A. Disseminação sem concentração diamantíferas; alguns
Primários depósitos de coríndon

Diferenciação e acumulação da Cromite de Bushveld.


B. Segregação cristalização

C. Injecção Diferenciação e injecção Kiruna (Suécia) (?)

Diferenciação da cristalização e Titanomagnetite de Bushveld;


A. Segregação de acumulação de magma residual Taberg (?); Ferro-Magnetite
líquido residual de Wyo (E.U.A.) (?); Platina
II. Jazigos magmáticos de Bushveld.
Secundários Diferenciação da cristalização e Magnetite de Adirondack
B. Injecção de acumulação de magma residual, Kiruna (Suécia) (?);
líquido residual com pressão infiltrante e injecção Pegmatitos

C. Segregação de Separação e acumulação de Insizwa (África do Sul)


líquido imiscível líquidos imiscíveis

D. Injecção de Separação e acumulação de Vlakfontein Bushveld


líquido Imiscível líquido imiscível com injecção
(África do Sul)
5ª Aula

Abordagem genérica dos conceitos de


Recursos e reservas. Sua disponibilidade na
natureza
Conceito e utilidade

Designam-se recursos naturais a todos os


elementos materiais que a natureza nos oferece
em forma espontânea, isto é, sem intervenção
directa da mão do homem.
Os recursos naturais são aproveitados pelo
homem e servem para satisfazer as necessidades
da população. São reforços naturais do homem.
São recursos naturais:
-as árvores que formam as nossas florestas tropicais;
-os grandes prados naturais que crescem nas regiões
planálticas;
-os peixes que vivem nos mares, rios, lagos;
-os minerais que jazem no subsolo como, o cobre,
diamante, ouro, prata, o petróleo;
-os solos dos vales;
-os animais silvestres das diferentes regiões do país;
-a água dos rios, lagos, subterrâneas, etc.
Os recursos naturais se convertem em riqueza com o
trabalho organizado dos homens.

Os países que exploram racionalmente os seus recursos


naturais criam riqueza, para pô-la ao serviço da
população.

Os recursos naturais só têm valor económico quando são


explorados racionalmente, isto é, quando são convertidos
em riqueza e estas postas à mão do homem.
Um país com abundantes recursos naturais
inexploráveis, e os seus habitantes a padecerem
de fome, compara-se a um mendigo sentado num
banco de ouro.

Por isso os recursos naturais devem estar ao


serviço do homem. Devem ser utilizados para
satisfazer as necessidades humanas.
Os recursos naturais divide-se em:

- Renováveis
- Não renováveis
- Inesgotáveis
Os Recursos naturais renováveis
Os recursos naturais renováveis são aqueles
que, com os cuidados apropriados, podem
manter-se e/ou aumentar.
Os principais recursos renováveis são as plantas
e os animais.
Essas plantas e animais que constituem tais
recursos, dependem para sua subsistência de
outros recursos renováveis que são a água e o
solo.
A água, embora seja muito abundante, não é um
recurso permanente, visto que se contamina com
facilidade e uma vez contaminada torna-se muito
difícil de recuperar a sua pureza.
Este bem precioso, pode também ser explorado de
forma irresponsável pelo homem, criando
constrangimentos noutros sectores onde o seu
benefício é necessário.
O solo também necessita de cuidados. Há cultivos que
o esgotam e o fazem perder a sua fertilidade. Por isso
torna necessário alternar estes cultivos com outros para
renovar os elementos nutrientes da terra.
Os recursos naturais não renováveis
São aqueles que existem em quantidades determinadas e
ao serem sobre-explorados podem se esgotar.
Nessa categoria estão: os minerais, o petróleo... que
levam muitos milhões de anos para se formarem nas
profundidades da Terra e uma vez que se utilizam não
podem se recuperar.
Portanto se o homem continuar a extrair o petróleo do
subsolo ao rítmo que se faz actualmente, poderá existir o
risco de ao fim de alguns anos se esgotar.
O melhor método de aproveitamento desses recursos não renováveis
é de utiliza-los o menos possível, isto é, tirando só aquilo que seja
realmente necessário e tratar de substitui-los com recursos
renováveis ou inesgotáveis.
Principais recursos naturais não renováveis

Os principais recursos naturais não renováveis são:


- Os minerais
•- Os metais
•- O petróleo
•- O gás natural
•- Os depósitos de águas subterrâneas.
Os recursos naturais inesgotáveis.

Os recursos naturais permanentes ou inesgotáveis,


são aqueles que não se esgotam, sem importar a
quantidade de actividades produtivas que o ser
humano realiza com eles, como por exemplo: a
energia solar, a energia das ondas; do mar e do
vento.
O deserto de Saara, por exemplo constitui um sítio
adequado para aproveitar a energia solar.

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