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Monumentos

funerários

Alice Moutinho (202006353)


Arqueologia Clássica II
2021/2022
Índice
• Como os romanos viam a morte:
 Crenças e rituais;
 Desenvolvimento dos cemitérios fora das cidades.

• Tipo de monumentos funerários:


 Columbarium;
 Mausoléu em forma de torre;
 Túmulo com exedra e coluna;
 Tumulus circular com base quadrangular;
 Mausoléu em forma de templo;
 Tumulus em forma de pirâmide;
 Tumulus com base circular.
Crenças acerca da morte
• À semelhança dos Etruscos, os Romanos acreditavam na sobrevivência da alma após a morte.
• Pode também ser deduzido que os mortos eram vistos como um elemento coletivo, divino, sendo
venerados como antepassados.
• Existia uma vontade de manter os mortos “vivos” e nutridos com oferendas de comida, bebida,
óleos e até sangue. Para este fim, alguns marcadores possuíam furos onde estas eram depositadas.
Faziam-se também refeições como parte de rituais junto ao túmulo do defunto.
• Acreditava-se que aqueles que tinham morrido tinham regressado para descansar no seio da
Terra, daí as várias representações da Terra Mater na arte sepulcral.

“…rezo para que as suas cinzas se tornem violetas e rosas, e que a Terra, que é agora sua mãe, lhe
seja leve…”
[1] [2]
Rituais fúnebres
O termo funus é usado para descrever tudo o que acontecia entre a hora da morte e
a realização dos últimos ritos após o enterro e não só o funeral.

• Funus translaticum: cidadãos, dos mais pobres até aos de meios consideráveis.

• Funus militare: soldados.

• Funus publicum: pessoas que tinham prestado serviços de prestigio ao Estado.

• Funus imperatorium: imperadores e membros das suas famílias.


Funus translaticum
Quando a morte era iminente, familiares e amigos reuniam-se à volta da pessoa. O
familiar mais próximo dava o último beijo, de modo a apanhar a alma do defunto, que se
acreditava que deixava o corpo da pessoa com o último fôlego. O mesmo fechava os
olhos (óculos premere), e os vários presentes exortavam o nome do defunto, até à hora do
enterro (conclamare). O corpo era então posto no chão e lavado (deponere) e uma moeda
colocada na boca. O corpo era então deitado no leito fúnebre, com os pés virados para a
porta. Os mais pobres eram carregados para o enterro/cremação numa sandapila. Um
ritual importante era o de atirar para cima do corpo um pouco de terra, pois acreditava-se
que deixar um corpo desenterrado tinha repercussões negativas na alma do defunto.
Proibição dos enterramentos dentro
das cidades

• Acreditava-se que os mortos eram impuros, trazendo poluição, exigindo atos de


purificação e penitência.

• Os restos mortais/cinzas tinham que ser depositados fora das cidades, depois do
pomoerium, e assim se desenvolveram os cemitérios ao longo dos arruamentos.

• Precauções sanitárias e medo de profanação dos corpos explicavam esta medida,


publicada na Lei das XII Tábuas.

• Exceções existiam para imperadores e outras pessoas de grande importância.


[3]
Tipos de monumentos
funerários

• Enterramento podia ser em conjunto com outros ou


individual. O monumento escolhido dizia muito acerca
da identidade e do estatuto da pessoa nele colocado.

• Os mais pobres eram enterrados em valas comuns.


Podiam também ser cremados, as cinzas colocadas numa
ânfora e a parte de cima desta, deixada fora de terra,
servia como marcador.

• Pequenos marcadores imitavam o estilo dos monumentos


maiores que os rodeavam. Marcadores de pedra como os
que ainda se vêm nos dias de hoje, podiam marcar um
enterro ou conter as cinzas.

[4]
Columbarium
• Câmara, que poderia ser subterrânea ou estar à superfície, onde eram depositadas as
cinzas em nichos nas paredes, que continham urnas.
• Alguns destes nichos já continham placas que descreviam quem neles estava
depositado.
• Este espaço estava organizado hierarquicamente, sendo os fundadores do columbarium
geralmente ocupariam o espaço central, mais ornamentado, com urnas maiores e um
epitáfio que descrevia quem eram.
• Era financiado por patronos abastados, permitindo um enterro simples mas decente a
membros de um mesmo grupo (mesma ocupação, ou até a escravos de grandes casas).
• Columbarium de Pomponius Hylas. Câmara subterrânea, com paredes decoradas em
estuco e pintadas com motivos florais e mitológicos.
[14] [15]
Mausoléu em forma de
torre
• Estruturas altas construídas em alvenaria de base retangular ou
quadrangular.
• O rácio entre a largura da base e a altura seria de 1:3.
• A maior parte destas estruturas encontra-se destruída. Teriam
pelo menos dois andares, e os topos que chegaram até aos dias
de hoje são lisos ou piramidais.
• É encontrado maioritariamente na Síria, com alguns exemplos
em Espanha e no norte de África.
• Torre de los Escipiones: encontra-se em Tarragona, junto a uma
estrada romana. Tem 8m de altura e 3 andares separados por
simples cornijas. É pouco decorado com apenas 2 estátuas
numa das faces.

[5]
Túmulo com exedra
e coluna
• Túmulos teriam uma planta circular ou em forma de
U.
[12]
• Foram comuns durante a Roma republicana.
• Inúmeros túmulos deste género são vistos à volta de
Pompeia.
• À semelhança de outros túmulos, estes estavam
localizados ao longo das estradas que radiavam das
cidades. Estes continham bancos que serviam de
local de repouso para os viajantes, bem como um
local onde se comia, bebia e se realizavam rituais
de homenagem ao defunto.

[13]
Tumulus circular com
base quadrangular
• Variação do túmulo de base circular.
• Tumulus de Caecilia Metella é o exemplo mais conhecido.
• Localizado na Via Appia, a sul de Roma. Datado de meio do
séc. I a.C.
• Assenta num podium quadrangular com 22.30m de
comprimento, no qual se apoia o edifício circular com
29.50m de diâmetro, ambos em tempos cobertos com
travertino.
• A escultura de mármore no friso contém escudos bárbaros,
celebrando a vitória dos Romanos sobre estes povos.

[6]
Mausoléu em forma de templo

• Mausoléu de Aulus Murcius Obulaccus.


• Tem 8.92m, assente num podium alto,
quadrangular, neste caso sem degraus. Duas
colunas de estilo coríntio suportam o
entablamento e o topo de formato piramidal.
Atrás está esculpida uma porta falsa que leva
a uma cella inexistente.

[7]
Tumulus em forma de
pirâmide
• Após a batalha do Áccio em 31
a.C. e consequente anexação do
Egipto desenvolveu-se no
império romano um gosto pelo
que era Egípcio.

• Tumulus de Gaius Cestius terá


sido construído entre 18 e 12
a.C.

• Tem 36.40m de altura, a base é


feita de travertino, a estrutura de
opus caementicum coberta em
blocos de mármore italiano.

[11]
Tumulus com base circular
• Tipo de monumento funerário foi popular durante mais de três séculos.
• Tumulus de Augusto, construído em 28 a.C., parece ser o primeiro deste género.
• Tem 87m de diâmetro. Dentro, no meio da câmara sepulcral, existe um pilar que teria
44.65m, sendo este o ponto mais alto do monumento, que suportava uma estátua de
Augusto.
• À volta deste ponto existem cinco paredes concêntricas de alturas decrescentes, sendo
que a mais exterior serviria de suporte ao telhado em forma de cúpula e cobriria todas
as estruturas interiores. Esta parede exterior era coberta de travertino.
• Após a construção deste túmulo, observa-se uma mudança de paradigma: monumentos
extravagantes deixaram de ser a norma para aqueles mais abastados.
[8]

[9] [10]
Referências bibliográficas

• MACDONALD, W. L. - The Architecture of the Roman Empire, I. An Introductory


Study; II. An Urban Appraisal, New Haven / Londres, 1986
• TOYNBEE, J. M. C. - Death and Burial in the Roman World, Londres, 1971 (reimpr.
1982)
• The Open University (9 de Novembro de 2009). Roman funerary monuments [Video].
OpenLearn.
https://www.open.edu/openlearn/history-the-arts/history/roman-funerary-monuments?tr
ackno=1
Referências iconográficas
• [1] Science Museum Group, s.d.
https://collection.sciencemuseumgroup.org.uk/objects/co84733/stone-grave-marker-for-pouring-l
ibations-roman-1-300-ce-sepulchral-slab
Acedido a 17 de Maio de 2022.
• [2] Soprintendenza Speciale Roma, 2018
https://www.smithsonianmag.com/smart-news/construction-workers-find-rare-intact-tomb-rome-
180969247/
Acedido a 17 de Maio de 2022.
• [3] da Baldassarre, 1987 https://books.openedition.org/efr/3683 Acedido a 18 de Maio de 2022.
• [4] Scott, 2019
https://www.wantedinrome.com/news/isola-sacra-life-and-death-in-ancient-rome-2.html Acedido
a 16 de Maio de 2022.
• [5] Rafael DP, 2011
https://es.m.wikipedia.org/wiki/Archivo:Torre_de_los_Escipiones._Tarragona_(Espa%C3%B1a).
jpg
Acedido a 17 de Maio de 2022.
• [6] Raddato, s.d. https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=30152812 Acedido a 17 de
Maio de 2022.
Referências iconográficas
• [7] Sailko, s.d. https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=94244380 Acedido a 17 de
Maio de 2022.
• [8] e [9] Desconhecido, s.d. https://colosseumrometickets.com/mausoleum-of-augustus/ Acedido a
17 de Maio de 2022.
• [10] Toynbee, 1971, p.153
• [11] Rabax63, 2018 https://commons.wikimedia.org/wiki/File:CestiusPyramide3.jpg Acedido a 17
de Maio de 2022.
• [12] Macdonald, 1986, p. 158
• [13] Gagnon, s.d. https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=27299927 Acedido a 16 de
Maio de 2022.
• [14] Desconhecido, s.d.
https://www.sovraintendenzaroma.it/i_luoghi/roma_antica/monumenti/colombario_di_pomponio_h
ylas
Acedido a 17 de Maio de 2022.
• [15] Desconhecido, s.d. https://rome-tours.com/tours/columbarium-of-pomponius-hylas/ Acedido a
17 de Maio de 2022.

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