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3665 – Elites e Movimentos Sociais
Descrição Pág.
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3665 – Elites e Movimentos Sociais
1. A Questão da Elite
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Carlyle (séc. XIX) entende que na acção de mudança o factor individual é invulgar.
A mudança social é um facto Imperceptível – “As sociedades chocam febres
revolucionárias”.
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Os factores da mudança
Os principais factores de mudança social são as Elites, os Heróis, os Movimentos
Sociais e a Pressão Externa.
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Tipologias das elites políticas
Centro Oligarquia
• Obediência a Credo;
Coordenador gerontocráti-ca
• Ortodoxia;
exclusivo (a que se
• Poder emanado de um estrato restrito;
elite social encontra na
• Inexistência de Contra-Elite;
encontra-se China, na ex-
• Recursos Sociais na posse do Centro
subordinada a URSS.
Coordenador;
Elite uma elite
• Repressão ou liquidação de dissidências;
unificada política
• Vorazes disputas internas pelo poder;
poderosament
• Gigantesco aparelho burocrático;
e dotada, seja
• Elite renovada por selecção cooptativa;
como Partido
• Estrutura conservadora;
único, o
• Base na força repressora;
Exército ou
• Elite nepótica.
uma Igreja
• Obediência a Credo; Polónia até à
• Ortodoxia; queda do
• Poder emanado de um estrato restrito, Pacto de
todavia capaz de conviver com outras Varsóvia.
fontes de influência; A Jugoslávia do
• Existência de Elites em sectores não- General Tito.
Elite
políticos; O Chile de
tendencial Centro
• Grande parte dos Recursos Sociais na Pinochet.
mente Coordenador
posse do Centro Coordenador; O Japão de
unificada
• Repressão ou liquidação de dissidências; Meiji.
• Ampla Mobilidade Vertical dos quadros da Portugal de
Classe Dominante; Salazar.
• Elite renovada por selecção cooptativa; A Itália fascista.
• Estrutura dominada por uma Elite A Espanha
Dominante (Militar ou Financeira). franquista.
Grupos de Elite Países do
Política Terceiro Mundo
• Elites e Contra-Elites detentoras de forças
altamente
armadas próprias, o que constrange a
competitivos e
Elite estabilidade de gestão de poder;
pouco sensíveis
Fragmenta • Conflitualidade aberta entre elites que
a uma
da incluem elites militares e contra-elites, bem
Coordenação
como dentro do núcleo das elites;
una ou num
• Elites sociais diminutas e inexpressivas;
quadro de
competição
• Elite política governante profissional civil; Ocidente
• Elite política não-governante; desenvolvido
• Contra-Elite preconizadora de outro regime
político;
• Elite não-política diversificada e distribuída
pelas principais funções da sociedade,
Elite onde decorrem conflitos pela oposição de
consensua interesses entre organizações sectoriais;
Partidocracia
lmente • Circulação do poder pela
dividida institucionalização do voto visando a
sanção dos governantes;
• Divisão ideológica e doutrinas sócio-
políticas, consubstanciada em
organizações competitivas;
• Uso do marketing pela facção da elite,
com vista à captação do voto popular
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A transformação da elite política
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As outras elites influentes
Segundo Max Weber, os três tipos de legitimação de poder são o poder tradicional;
o poder burocrático-racional; o poder cuja fundamentação assenta no carisma do
dirigente.
Para Ettore Albertoni (1987), na estrutura pós-moderna o tema das elites políticas
tornou-se insignificante e aceitável
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A função das elites ideológicas por António Gramsci (1976) – Relação entre
ideologia e utopia:
• Preparar uma nova ideologia.
• Função deletéria.
• Infiltração e uso dos meios de comunicação de massa para alterar a cultura
dominante
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2. Elites e Movimentos
Os últimos cinquenta anos do século passado podem ser classificados como era dos
movimentos sociais. Sendo de destacar o conceito de massa de movimento social,
pois ao primeiro são conferidas características como a falta de organização, a
motivação efémera e acção irracional por contágio capaz de ser destrutiva, sendo
que o segundo constitui-se segundo objectivos definidos, cuja realização tem uma
agenda predefinida e estão confinados à estrutura e hierarquia de uma
organização.
Movimento Social é:
Nolan e um grupo com ligações flexíveis, que pretende a mudança da
Lenski, sociedade.
Cohen (1980) um grupo de indivíduos está envolvido num esforço organizado,
seja para mudar, seja para manter alguns elementos da
sociedade global.
Horton e Hunt uma colectividade agindo com certa continuidade, para
promover ou resistir à mudança na sociedade ou no grupo de
que faz parte.
Fairchild acção ou agitação concentrada, com algum grau de
continuidade, que um grupo plena ou vagamente organizado,
unido por aspirações mais ou menos concretas, segue segundo
um plano traçado e orientando-se para uma mudança das
formas ou instituições da sociedade existente ou para um
contra-ataque em defesa dessas instituições.
John Markoff um desafio aberto, colectivo, sustentado, aos modos
dominantes de fazer as coisas.
Giddens uma tentativa colectiva para desenvolver um interesse comum
(1998) fora da esfera das instituições reconhecidas.
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Nesta constante síntese entre as elites e os movimentos sociais, é notório que a visão
hegeliana parece mais confortável, que a definição de Giddens de movimentos
sociais.
Assim, quer da parte das elites, quer dos movimentos sociais, seja por recurso à
absorção, eliminação de uns pelos outros ou seja pela negociação/concessão,
parece que de uma forma ou de outra – mesmo aqueles que parecem não deter
uma agenda política – são actores que pretendem o controlo dos “bem-desejados”
recursos públicos, seja numa perspectiva ampla de poder, seja pela prossecução
de um determinado fim, pelo que mesmo numa análise estritamente
jurídica/determinista das organizações não parece que os movimentos visem “uma
tentativa colectiva para desenvolver um interesse comum fora da esfera das
instituições reconhecidas”. Antes pelo contrário, como fenómeno político
eventualmente não persistente/duradoiro poderão utilizar mecanismos mais ou
menos assistémicos, mais ou menos legais, mais ou menos reconhecidos,
revolucionários/renovadores, reaccionários/conservadores. Ainda assim, tal
construto não os classifica como estranhos no processo político.
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As cinco dimensões de análise dos movimentos
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Tipologias dos movimentos
Na opinião de Broom e Selznick os movimentos sociais podem ser classificados de
acordo com os seus fins e os seus elementos constituintes ou recursos
Selznick, que estudou os movimentos sociais, apresenta algumas orientações que
aqueles podem seguir:
Meios Orientação Valores Normas de Poder
• Valores • Socialismo • Anular
• Normas Revolucionário proibições
Poder
• Movimentos • Conquistar
Focam-se em fins mais
estreitos
Terroristas Objectivos
• Propaganda
• Educação
• Marketing • Controlo de
Focam-se em fins estreitos e • Social Natalidade
Persuasão
globais, tentando soluções Democracia • Sufragistas
de consenso, onde não • Ambientalistas
hajam perdedores e a luta
seja diminuta
• Recrutamento • Comunidades
• Movimento
Participação • Valorativa Utópicas
Focam-se em fins mais Laboral
• Seitas
globais
Características Movimentos
• dirigidos a toda a sociedade • Revolucionários
Movimentos
• visam mudanças catastróficas • Radicais;
Transformadores
• podem recorrer a meios violentos • Milenaristas
• dirigidos a toda a sociedade
• visam alterar certos aspectos da
ordem social
Movimentos
• recorrem a mecanismos de • Sectoriais
Reformistas
pressão, no sentido de serem
criadas leis permissivas
• acção gradualista
• Católicos
• destinados ao indivíduo • Pentecostal
Movimentos
• visam a mudança de hábitos do • Carismático
Redentores
indivíduo pela salvação de almas • new age
• self-help
• destinados ao indivíduo • Alcoólicos Anónimos
Movimentos • visam a mudança de hábitos do • para a proibição
Alternativos indivíduo, mas não querem uma e/ou liberalização
mudança total das drogas
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Movimentos e elites
Ideia dos “partidos temporários” proposta por Moisei Ostrogorski, mais não era do
que o fomento de movimentos de defesa de interesses efémeros com vista a serem
partidos destinados a evitar a degradação da vida política, tutelada pela
organização partidária instalada e dominante.
Todavia, também os movimentos detinham uma estrutura organizativa e como
defendeu Robert Michels essa era uma linha matricial entre movimentos e partidos,
pois é a organização que dá eficácia ao partido, ao grupo, ao movimento (Efeito
Michels).
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Verifica Gaetano Mosca que a organização, porque estrutura hierarquizada, enfim
estratificada acaba por produzir a elite. Segundo Giddens nos movimentos
transformadores e reformistas há uma propensão para o desenvolvimento de
burocracias, que fomentam o surgimento de uma nomenclatura.
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Elites e movimentos
As opções que restam à elite política governante face aos movimentos sociais são:
• Absorver os movimentos sociais e integrar parte dos seus dirigentes – O caso do
Movimento Solidariedade na Polónia, revela como a elite política integrou parte
dos dirigentes do movimento social;
• Eliminar ou proibir os movimentos sociais;
• Fazer concessões aos movimentos sociais sem integração na elite;
• Ignorar os movimentos sociais. O que pode revelar-se arriscado, fruto dos
constantes erros de avaliação produzidos no domínio da importância e dimensão
dos movimentos ignorados.
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3. Movimentos Sociais
A descolonização
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Modelos e dependência
• Dirigismo – Sistema cuja planificação central do Estado em que este tutela todos
os meios de produção, com base num Partido Único.
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O movimento feminista
Contributo de Betty Friedman (anos 60) para a causa do feminismo – Feminismo
francês:
• Partindo da dicotomia masculino/feminino declara a alteridade absoluta da
mulher.
• Recurso à Psicanálise, explorando o inconsciente como meio de reconstrução de
uma identidade exclusivamente feminina. Annie Leclerc; Hélène Cixous e Luce
Irigary. - Movimento feminista francês “Psicanálise e Política”, anos 70.
• O conceito de “massas” compreende a acção planeada e por contágio como
características
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O feminismo socialista
As últimas tendências
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