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RESPOSTA A ELI VIEIRA: TERIA SIDO ANTONY FLEW


MANIPULADO POR CRISTÃOS?

Por Eliel Vieira

Eli Vieira1 escreveu: Eliel, [...] considere isso um desafio a você: refute a notícia do New York
Times, mostre de alguma forma plausível que Antony Flew não estava gagá (sic) e que o argumento
do desígnio é aceitável e não sofre nenhum baque com a teoria da evolução.2

- RESPOSTA -

Eli, seu desafio envolve duas questões distintas: o caso Antony Flew – se ele foi ou não
manipulado por cristãos – e a argumentação sobre o design. Sendo assim, no intuito de não responder
você às pressas e também de deixar as respostas organizadas, responderei seu desafio em duas frentes:
segue aqui minha resposta sobre o caso da manipulação de Antony Flew por parte dos cristãos. A
resposta sobre a argumentação do desígnio será escrita e publicada posteriormente.

CASO ANTONY FLEW

Não posso afirmar isto com certeza – trata-se apenas de uma especulação – mas eu tendo a
acreditar que existe uma obsessão por parte dos ateus neste caso “Antony Flew”. Para tal, apenas para
demonstrar este ponto, basta observar a reação de Richard Carrier em 2001 quando Flew começou a

1
Não confundir os nomes. Existem Eliel Vieira (cristão, escritor do blog <www.ElielVieira.org>) e Eli Vieira (ateu, fundador
do blog <www.BuleVoador.com.br>). Para aumentar as coincidências, ambos temos nossas origens no interior de MG e
ambos gostamos de Heavy Metal.
2
<http://www.elielvieira.org/2010/04/morre-filosofo-antony-flew.html>

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dar os primeiros sinais de flerte com o teísmo (caso citado na dita reportagem do The New York
Times3). As palavras iniciais de Carrier a Flew, “Estou escrevendo desta vez para transmitir minha
preocupação e a de inúmeros colegas”, mostram uma preocupação efetiva dos ateus naquele momento
com a possibilidade de que Antony Flew tivesse passado a acreditar em Deus.

Richard Dawkins e outros escritores ateus contemporâneos também comentaram o caso da


conversão de Antony Flew. De forma bastante pejorativa, diga-se passagem. (Como o próprio Antony
Flew reclamou, se Dawkins estava realmente preocupado em saber a verdade sobre o caso de sua
conversão, porque ele simplesmente não o escreveu, como vários outras pessoas fizeram?4)

De sua parte, Eli, os dois textos sobre Antony Flew que foram postados em meu blog5
receberam comentários seus – o que é um tanto raro. No geral, desde as especulações até a confirma-
ção de que Antony Flew estava abandonando o ateísmo os ateus tem comentado e especulado sobre o
caso, mostrando que não estão indiferentes a ele. Uma evidência interessante e particular que me dá
mais motivos para me convencer de que estou certo: você pela primeira vez veio a mim com a palavra
“desafio”, o que é bastante interessante, afinal, só se desafia alguém desta forma, com este ar implícito
de certeza e confiança, quando se tem certeza absoluta de que se está certo.

No seu caso, a certeza é fácil de ser explicada. Já que “acreditar em entidades sobrenaturais
sempre foi uma coisa muito irracional”6, um filósofo que tenha passado a vida inteira defendendo o
ateísmo e que começa então progressivamente a flertar com o teísmo, abandonando tudo o que ele
defendia no passado, só pode estar sofrendo de demência. No caso de Antony Flew, que foi o mais
forte e influente ateu antes de Richard Dawkins, Daniel Dennett, Christopher Hitchens e Sam Harris
(Dennett e Harris não são tão influentes assim, enfim) o caso é ainda mais grave! Não foi um simples
ateu que mudou de opinião, como foi o caso de C. S. Lewis, Alister McGrath, Lee Strobel, Francis
Collins e tantos outros ateus não-militantes que em determinado momento da vida abandonaram o
ateísmo em direção ao teísmo, foi Antony Flew! Foi aquele mesmo filósofo que nos anos 80 e 90
debateu com William Lane Craig, J. P. Moreland, Gary Habermas, Terry L. Miethe, Alvin Plantinga e
alguns outros. Usando as palavras da própria reportagem do The New York Times sobre a qual estamos
discutindo, “Antes da atual safra de autores-cruzados ateus – Richard Dawkins, Daniel Dennett,
Christopher Hitchens – havia Antony Flew”.

3
<http://bulevoador.haaan.com/2010/04/16/como-explorar-um-filosofo-senil/>.
4
<http://www.elielvieira.org/2010/01/filosofo-antony-flew-comenta-o-livro.html>.
5
<http://www.elielvieira.org/2010/01/filosofo-antony-flew-comenta-o-livro.html> e <http://www.elielvieira.org/2010/04
/morre-filosofo-antony-flew.html>.
6
<http://www.youtube.com/watch?v=2JlXLQfqlh8>.

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Mas simplesmente não há escusas! Se “acreditar em entidades sobrenaturais sempre foi uma
coisa muito irracional”, um influente ateu do passado que repentinamente passa acreditar em Deus tem
que estar “gagá”. Ele simplesmente não pode estar normal. Se esta pré-conclusão puder ser alimenta-
da com alguns indícios de senilidade por parte deste que se converteu, então ótimo!, temos um caso!

Não quis dizer no parágrafo acima que não existem indícios de senilidade em Antony Flew.
Estou dizendo que, mesmo se estes indícios não existissem, é provável dizer que os ateus estariam com
a mesma conclusão de agora, já que o pressuposto da irracionalidade da crença em Deus necessária-
mente os conduz a esta conclusão. Na verdade estes indícios de senilidade em Antony Flew existem,
sim, eu admito. Mas é interessante ter em mente que mesmo que nenhum indício de demência fosse
observado, a conclusão ateísta de que Flew estava “gagá” também viria, já que “acreditar em entidades
sobrenaturais sempre foi uma coisa muito irracional”.

Afinal, a conclusão a que um ateu conhecido meu chegou sobre C. S. Lewis, que era ateu e se
tornou cristão, mesmo sem aparentemente ter lido nada do que Lewis escreveu (já que atacou a pessoa,
não os argumentos dela), é que C. S. Lewis escreveu “tolices” que precisam de “refutação especial”7. É
completamente indiferente o fator “indícios sobre saúde intelectual” aqui: uma pessoa de intelecto
aguçado passou a acreditar em Deus?, então ele é tolo (pois escreveu tolices), irracional (pois
“acreditar em entidades sobrenaturais sempre foi uma coisa irracional”), demente, “gagá”, etc.

Mas, deixando estes rodeios introdutórios e pressupositivos de lado e indo direto para a questão
“Antony Flew”, a dupla acusação ateísta é que (1) Antony Flew estava sofrendo de senilidade quando
supostamente se converteu. Isto é, demência, perda das faculdades cognitivas, enfim, no bom portu-
guês popular, ele estava “caduco”; e (2) que ele foi criminosamente manipulado por cristãos apologis-
tas por causa da influência que a suposta conversão de Flew causaria.

Senilidade de Antony Flew?

Disse um pouco acima que existem indícios de que Antony Flew estava sim sofrendo de uma
perda progressiva de suas faculdades cognitivas. Mas, veja bem, “indícios” apenas. Me desculpe, mas
eu não vi nada que seja tão conclusivo para justificar a tamanha certeza que vocês ateus apresentam de
que ele foi manipulado. O que temos são ocasiões em que aparentemente Flew mostra desconhecimen-

7
<http://avozdaespecie.wordpress.com/2009/12/23/o-delirio-de-dawkins/>.

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to sobre o conteúdo do livro que ele lançou após sua conversão8, e momentos em que ele aparentemen-
te se contradiz, como se ele não fizesse a mínima idéia do que ele está dizendo.

Agora, vamos com calma. Indícios podem apontar para vários lados, principalmente quando a
objetividade da fonte que nos apresenta os dados é passível de ser questionada. Qual é a fonte de todos
os indícios disponíveis? Uma reportagem feita por Mark Oppenheimer, do The New York Times. Ela
está filmada? Podemos efetivamente ver ou ouvir Antony Flew dando as respostas que Mark
Oppenheimer afirma que ele deu? Me perdoe pelo ceticismo – posso estar parecendo o Pedro
Pedreira, aquele personagem humorístico dos anos 90 que respondia “Há controvérsias!” aos seus
interlocutores – mas se existem fontes com as quais devemos tomar bastante cuidado são as que
provêm de jornalistas. A verdade nunca é o objetivo principal destas pessoas, mas sim a história, a
repercussão. Os jornalistas vendem até a alma para conseguir uma matéria que venda bem. Se o
objetivo prévio de Mark Oppenheimer era mostrar a história de que a conversão de Antony Flew nada
mais era do que exploração cristã sobre a influência de Flew dado sua progressiva perda de suas
capacidades cognitivas, então não seria em nada difícil a ele aumentar alguma citação ou selecionar o
que ele quisesse para atingir seu objetivo. Mark Oppenheimer cita em sua reportagem algumas
respostas de Flew do tipo “não sei”, mas será que apenas estas perguntas foram feitas? Pois, se Flew
respondeu dez perguntas e em duas ou três ele não apresentou objetividade, pela sua idade, isto não é
algo tão surpreendente assim.

Confundir nomes? Não reconhecer nomes? Esquecer citações? Quem não passa por isto? Eu
mesmo cometo isto várias vezes por semana.

E apenas de olhar para a reportagem vemos pontos realmente estranhos. Veja só esta pergunta
feita por Oppenheimer a Flew e a sugestão conclusiva dele logo após a pergunta:

“Você já se encontrou com o filósofo Paul Davies?”. Em seu livro, Flew diz que Paul Davies
é “indiscutivelmente o mais influente expositor contemporâneo de ciência moderna”.9

Ora, quem disse que para considerar alguém influente devemos ter nos encontrado com este
alguém pessoalmente? Eu admiro o Dr. William Lane Craig, o considero um grande escritor e filósofo,
mas der fato nunca o encontrei. Para que alguém considere uma pessoa como “influente expositor
contemporâneo de ciência moderna” basta a este alguém apenas ter lido as obras deste que ele
considera “influente expositor”.

8
FLEW, Antony. Deus existe: as provas incontestáveis de um filósofo que não acreditava em nada. São Paulo : Ediouro,
2008.
9
<http://bulevoador.haaan.com/2010/04/16/como-explorar-um-filosofo-senil/>.

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Mas não apenas isto. Para mim é fácil responder que nunca encontrei o Dr. Craig antes, pois eu
jamais me encontrei com a maioria dos escritores que aprecio (De fato, com exceção de Rubem Alves,
eu jamais me encontrei com nenhum escritor que eu aprecio). Mas se mudarmos o exemplo da
pergunta mantendo o foco, a minha situação pode se complicar. Eu já escrevi para algumas revistas
eletrônicas de Heavy Metal, onde eu comentava notícias, escrevia resenhas, fazia entrevistas e ia a
shows praticamente toda semana. Mas se subitamente me fizessem uma pergunta do tipo, “Você já se
encontrou com o guitarrista Fulano de Tal?”, não seria de admirar que eu tivesse dúvidas. “Como é o
nome mesmo?”, “Como ele é?”, “De que banda mesmo?”, são perguntas que provavelmente eu faria
mesmo que já tivesse escrito especificamente sobre ele antes. Agora pense em Antony Flew. Com
quantas pessoas – físicos, teólogos, filósofos, sociólogos, psicólogos, etc – ele já não se encontrou
pessoalmente? Quantos livros ele já não leu? De quantos autores diferentes? Na idade em que ele
estava (se é que podemos confiar no conteúdo daquela reportagem) não é de se admirar que ele tivesse
dificuldades de se recordar de algum nome específico citado assim na lata.

Mas vamos admitir que Flew estivesse mesmo “gagá” em 2004, quando anunciou que havia
abandonado o ateísmo. Será que ele estava assim já em 2001, quando os primeiros boatos de que ele
estava flertando com o teísmo surgiram? Quando ele trocou cartas com Richard Carrier, ele já estava
“gagá”? Qual é o padrão de comparação que podemos usar para medir isto?

É realmente estranho o que eu observo. Pois de fato eu não teria problema algum em aceitar
que Antony Flew não estaria são intelectualmente quando se converteu ao deísmo. Seria apenas um a
menos, em uma lista de pensadores ex-ateus que é um tanto rica. Mas o que me causa estranheza é o
fato dos ateus estarem tão certos sobre algo sobre o qual é difícil apresentar um veredicto de certeza.
Os indícios que temos são muito pobres: sinais de fraqueza de memória (o que é normal em pessoas
com mais de oitenta anos) e, pior, em uma reportagem de conteúdo claramente sensacionalista (o
repórter conseguiu o que queria: sua reportagem está sendo comentada por todo mundo, após seis anos
de lançada).

Antony Flew foi manipulado?

O segundo ponto levantado pelos ateus é de que Antony Flew havia sido manipulado por
apologistas cristãos. Temos que tomar cuidado aqui, pois “manipular” pode ter vários significados di-
ferentes. Em alguns sentidos do termo “manipular” eu concordo que os cristãos manipularam Antony
Flew e o fato de sua conversão, em outros sentidos do termo não.

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Se por “manipular” vocês ateus querem dizer que os cristãos aproveitaram a oportunidade da
conversão de Flew para fazer lobby, propaganda, colocar isto em livros e na mídia, fazer documentá-
rios, convencer Antony Flew a se expor de uma forma que talvez ele não quisesse, promover o
movimento Design Inteligente (alguns) e outras coisas do tipo, sim, eu concordo que os cristãos
manipularam Antony Flew e sua conversão. Em uma ação óbvia, os cristãos aproveitaram o fato da
mesma forma como vão aproveitar se algum dia, por exemplo, Richard Dawkins ou qualquer ateu hoje
influente vir a abandonar o ateísmo.

Eu não vejo mal algum nesta forma de “manipulação”. Cristãos e ateus estão numa arena
pública de debate. Aqui no Brasil não chega a ser o caso, mas em outros países (principalmente nos
EUA) este debate tem repercussões em várias áreas sociais (existe uma guerra política de influência
por trás da discussão entre Design Inteligente e Evolucionismo), e é acompanhado não apenas por
cristãos e céticos, mas por políticos, sociólogos, jornalistas e uma gama de pessoas das mais variadas
áreas. Então de repente um grande ateu dá as costas ao ateísmo após defendê-lo a vida toda. “Ora,
vamos explorar este caso da melhor forma que pudermos!”. O mesmo aconteceria se fosse um cristão
influente a se tornar ateu – como os ateus aproveitaram quando o pastor Charles Templeton10 se tornou
ateu.

Se por “manipular” você quer dizer que os cristãos maleficamente fizeram alguma espécie de
lavagem cerebral em Antony Flew de forma a fazê-lo negar o que ele antes defendia, aproveitando-se
do seu estado de debilidade, então eu não concordo que os cristãos manipularam Antony Flew. Em
primeiro lugar, repetindo o que eu já disse, não posso garantir certeza sobre as fontes que nos trouxe-
ram os indícios com os quais estamos trabalhando de que Antony Flew não estava com suas faculdades
cognitivas funcionando bem; além disto, os próprios indícios não são objetivos como os ateus
pretendem que eles sejam. Em segundo lugar, o óbvio, se os cristãos fossem manipular Flew para que
ele se convertesse, por que razão absurda eles conduziram esta manipulação de forma a Flew se tornar
deísta? Não seria muito melhor aos manipuladores que Antony Flew se tornasse cristão, fazendo-o
tornar uma espécie de C. S. Lewis dos dias atuais, por exemplo?

Na verdade, algumas declarações de Antony Flew pós-conversão – como a entrevista que ele
concedeu a Gary Habermas11 – são bastante constrangedoras ao próprio teísmo cristão. Flew chega a
mostrar rispidez e sarcasmo em algumas de suas respostas a algumas perguntas de Habermas relativas

10
Autor de Farewell to God [Adeus a Deus], escrito, coincidentemente, quando Templeton estava em idade bem avança-
da, assim como Antony Flew.
11
<http://www.biola.edu/antonyflew/flew-interview.pdf> (A tradução desta entrevista será publicada dentro de alguns
dias no blog <www.ElielVieira.org>)

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às formas de teísmo (incluindo também o cristianismo) que apresentam um Deus que se revela às suas
criaturas. Eu sinceramente não entendo porque estes cristãos tão maléficos, manipuladores e espertos
(para orquestrar uma manipulação desta forma com antecedência é necessário bastante inteligência e
maldade, como conquistar fingir amizades de décadas) com a oportunidade de manejar a mente de
Antony Flew para onde quer que quisessem, não o conduziram diretamente à fé cristã, ao invés de
terem o levado ao insípido deísmo.

Por fim, se por “manipulado” você quer dizer que os cristãos apologistas se aproveitaram da
debilidade de Antony Flew para criar um livro, colocar nele o nome de Antony Flew e lucrar com as
vendas, também não há concordância de minha parte. Existem formas mais eficazes e mais lucrativas
de se ganhar dinheiro (aliás, os ateus não acusam os apologistas e membros do DI – como a Fundação
Templeton – de serem financiados por políticos republicanos americanos?); e, ademais, isto não muda
o fato de Antony Flew ter abandonado o ateísmo que por toda a vida ele defendeu – que é o ponto que
realmente gera desconforto nos ateus (“Estou escrevendo desta vez para transmitir minha preocupação
e a de inúmeros colegas”). Se os cristãos manipularam Flew para ganhar com vendas de livros, isto em
nada muda o fato verdadeiramente constrangedor ao ateísmo de que Antony Flew começou a flertar
com o teísmo no final da década passada e que alguns anos depois ele anunciou publicamente que
havia abandonado tudo o que até então ele havia defendido.

Conclusão

Então, antes de responder se concordo ou não com a acusação ateísta de que um grupo de
cristãos manipulou Antony Flew, é necessário saber o que vocês querem dizer com “manipulação”.
Ademais, como a afirmação está sendo feita por vocês – e sendo afirmada com certeza, como se isto
fosse fato estabelecido além de qualquer dúvida – o ônus da prova está em suas costas, e não na minha.
Se você diz que Antony Flew estava “gagá” e que por isto ele abandonou o ateísmo em direção ao
teísmo, então cabe a você apresentar evidências de que este foi o caso – não eu! –; eu estou completa-
mente aberto à possibilidade dele realmente não estar desde 2001 com suas faculdades cognitivas em
debilidade. Apenas gostaria de ver indícios mais objetivos e fontes de maior confiabilidade do que
reportagens de jornal – que podem ser na verdade meros textos sensacionalistas de repórteres que
desejam ter sua matéria sendo comentada na mídia.

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E, para encerrar, tenho ao meu lado as palavras do próprio Antony Flew que certamente deve
lido a dita reportagem do The New York Times e, ao responder aos ateus que sustentaram que ele foi
manipulado, disse:

“Meu nome está no livro e ele representa exatamente minhas opiniões. Eu não colocaria meu
nome em um livro cujo conteúdo eu não concordasse 100%. Eu precisei de alguém para
escrevê-lo, pois eu estou com 84 anos e esta foi a tarefa de Roy Varghese. A idéia de que
alguém me manipulou porque eu estou velho está completamente errada. Eu posso estar
velho, mas é difícil me manipular. Este é meu livro e ele representa meu pensamento”.12

Não estou dizendo que Antony Flew não foi manipulado. Mas também não aceito com tamanha
certeza uma historia sustentada em indícios tão pobres. (Lembrando que o fato de ter sido o famoso
jornal The New York Times a ter publicado a reportagem não significa nada. Não se infere a veracidade
de algum argumento apenas porque quem o apresentou foi Fulano ou Sicrano, como você deve bem
saber.) Até que me apresentem indícios mais objetivos e confiáveis de que tudo o que Flew disse
acima é mentira, não vejo porque não confiar que ele estivesse falando a verdade e estivesse plena-
mente consciente do que estava dizendo.

Estou completamente aberto a todas as possibilidades, mas o ônus de provar alguma coisa aqui
está com quem está com vocês, ateus.

12
<http://www.elielvieira.org/2010/01/filosofo-antony-flew-comenta-o-livro.html>.

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