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E mesmo assim, seu livro “Deus, um Delírio” vendeu milhões de cópias. Como explicar isso? Teria um grande
número de pessoas baixado o seu senso crítico? Ou seria o simples fato que Dawkins ajuda a estimular a
crença que “ateísmo o faz se sentir bem”?
O filósofo Luiz Felipe Pondé já havia dado seu pitaco no assunto. Leiam a entrevista a seguir:
IHU On-Line – Poderia explicar com detalhes sua idéia de que o livro de Dawkins não passa de um libelo
político? O que quer dizer com isso?
Luiz Felipe Pondé – Não há idéias novas no sentido da biologia darwinista ou sua concepção cosmológica; sua intenção é
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08/01/14 Pondé já dizia: Dawkins é literatura de auto-ajuda | Projeto Quebrando o Encanto do Neo-ateísmo
convencer a neo-esquerda (mistura de iluminismo anti-clerical + foucaultismo das minorias oprimidas) de que o darwinismo
não tem a política “de direita” do darwinismo social, mas sim é uma teoria que liberta do medo da opressão metafísica de
uma autoridade louca como Deus. O ateu pode sair do armário, como ele diz, e será feliz.(…) Seu iluminismo é aquele que
pensa que a confessionalidade atéia nos deixa mais felizes. Por definição, não levo a sério ninguém que associa suas idéias a
venda de alegria, mesmo que supostamente dolorida.
E ele continua:
IHU On-Line – O ateísmo chique de Dawkins reedita o embate fé-razão. Por que é importante definir quais dos
dois campos está correto na explicação da origem da vida?
Luiz Felipe Pondé – Não acho que seja necessário uma explicação que opere em uma das pontas. Não partilho
da idéia de que exista tal oposição, pelo menos nos moldes de como é colocado (esclarecimento x escuridão,
por exemplo, o que é pra iniciantes que acreditam na utopia racionalista moderna). Dawkins não é elegante em seu
ateísmo. (…) Esse livro do Dawkins é uma auto-ajuda para ateus inseguros.
O que Pondé disse poderia ser apenas uma teoria, até analisarmos a postura de Richard Dawkins e seus fãs
na internet.
Vejam, por exemplo, a confissão do autor John Wayland do site Humanist Life:
As palavras e idéias de Richard se encaixaram em tudo que eu conhecia sobre o mundo. Sua defesa da
ciência, razão e da verdade me incitaram a defendê-las também e encorajar os outros a realmente olhar o
mundo e considerar a evidência.
Lentamente, minha auto-confiança foi crescendo. Qualquer hora que eu me sinto triste ou preocupado, eu leio
um dos livros de Richard. Muitos são rápidos em criticá-lo, mas se eles apenas escutassem o que ele fiz, sua
honestidade, integridade e verdade, seja em livro ou vídeo, eu não consigo imaginar como é possível não se
sentir tocado pelo o que ele diz.
Richard Dawkins é meu herói humanista porque ele me fez sentir confiante em dizer que “Eu não acredito em
Deus”!
Link do original: http://www.humanistlife.org.uk/2010/07/humanist-heroes-richard-dawkins-by-john-wayland/
E não para por aí: no próprio site de Dawkins há toneladas de depoimentos do mesmo tipo, numa seção que
ele criou, aparentemente, especificamente para esse fim (o “Canto dos Convertidos“). Por exemplo, aqui:
This “closet” Atheism was carried with me until very recently when I began reading and watching Professor
Dawkins’ speeches, among other prominent scientists, mostly in the fields of evolutionary biology and
evolutionary psychology. I know have no fear or remorse in telling people I am an Atheist, and even engaging in
“debates”
Aqui:
I want to thank you, Mr. Dawkins. My life is so much better without religion being a part of it. I feel liberated. I
feel that I can truly live my life for me, the way that I want to live it.
E aqui:
My mother, who had become an atheist, gave me The God Delusion as a gift. But I resisted reading it because
the very title was offensive to my Christian sensibilities. Then with constant encouragements from a certain
friend I finally read it, and by the end I had prayed my last prayer to God. My life was my own again, not the
property of some invisible tyrant.
Todos exemplos colhidos a esmo. É só ir lendo que não acaba mais.
Também temos campanhas como essa que mostradas na foto do post, que confirmam a teoria de Pondé. O
sujeito precisa se “livrar” das “amarras divinas” para poder “aproveitar a vida”.
Se fosse possível fazer um resumo do conteúdo de Deus, um Delírio, poderia ser assim:
1 – Argumentos ruins, beirando a infantilidade (e, provavelmente, é por isso que ele evita debates com pessoas
como William Lane Craig)
2 – Fingir ser o porta-voz da Ciência e da Racionalidade (no que muitos acreditam, vide o comentarista Ateísta
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