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Uma das questões mais debatidas e significativas da filosofia

diz respeito à existência de Deus. Foi este o problema que


interessou Xenófanes, Epicuro, São Tomás de Aquino, Santo
Anselmo, Blaise Pascal, Ludwig Feuerbach e, mais
recentemente, Jean-Paul Sartre e Richard Swinburn.

O problema é saber se Deus existe e que razões há para


pensar que sim (ou que não).
A crença em Deus pode ser observada não apenas na nossa
cultura mas em muitas outras culturas e sociedades. A prova
encontramo-la na existência das várias religiões teístas: o
cristianismo, o judaísmo e o islamismo. Estas religiões creem
num Deus único, omnipotente e criador.

Mas nem todos os que professam uma religião creem em


Deus: por exemplo, os budistas.
Este contraste entre o budismo e as grandes religiões teístas
levanta um problema filosófico. Estarão os adeptos de
Siddhartha Gautama (o primeiro Buda) enganados? Mas, se
for esse o caso, será possível demonstrá-lo racionalmente?
Haverá boas razões para concluir que estão errados?
(Buda é o estado de alguém que atingiu o conhecimento
perfeito ou completo.)
O problema da existência de Deus é tipicamente filosófico:
está em causa obter uma resposta apenas pelo uso da razão
– como fez Xenófanes. Ora, não será a existência de Deus
também uma questão de fé?
Talvez a fé seja essencial quando queremos formar uma
opinião religiosa. Mas isto não anula o facto de existirem fés
diferentes e até contraditórias.
BUDISTAS e TEÍSTAS estão em contradição uns com os
outros. Não é possível Deus existir, como acreditam cristãos
e muçulmanos e, ao mesmo tempo, Deus não existir, como
pensam os budistas. Alguém está errado.
(Duas afirmações são contraditórias quando não podem ser
ambas verdadeiras nem ambas falsas. É o caso de Deus
existe e Deus não existe.)
A procura de razões que justifiquem a crença na existência
de Deus tem levado os filósofos a refletir ao longo dos
tempos. O debate de ideias tornou-se inevitável. Este facto,
no entanto, tem excelentes consequências: exercita a
capacidade argumentativa e desenvolve o sentido crítico.
Não chega acreditar – eis a mensagem: é preciso ter boas
razões.
Seja qual for a hipótese que mais nos atraia, ela
simplesmente pode estar errada.
O problema da existência de Deus ocupa uma posição
nuclear em filosofia da religião. Mas não é o único. Alguns
outros exemplos são os seguintes:
•Existirá vida depois da morte?
•A ideia de um Deus sumamente bom, omnipotente e
omnisciente é coerente?
•Qual a relação entre fé e razão?
•Será possível conciliar liberdade humana e omnisciência de
Deus?

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