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Os Frutos Amargos do Ateísmo

[Parte I]

Por Kyle Butt, M.Div.

Introdução

[NOTA DO EDITOR (em Inglês): Por várias décadas, a evolução tem


recebido exposição proeminente em toda a cultura americana através
de escolas públicas, museus de ciência e história natural,
programação de televisão, folhetos guias em parques nacionais,
revistas populares, brinquedos e roupas infantis, filmes e cinema, e a
lista continua indefinidamente. Quais foram os resultados dessa
propaganda generalizada, unilateral? Tem o ensino da evolução
exercido uma influência positiva na sociedade? As pessoas têm sido
enriquecidas, elevadas e enobrecidas pelo ensino da
evolução? Evolucionistas ateus não gostam de tomar sobre si a
responsabilidade pelas implicações lógicas e as consequências do seu
sistema de crenças. No entanto, leia e comprove por si mesmo a
primeira parte desta série sobre os frutos amargos de ateísmo e sua
descendência, a evolução.]

Em 12 de fevereiro de 1998, William Provine, distinto professor do


Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária na Universidade
de Cornell, subiu ao pódio no campus da Universidade do Tennessee
em Knoxville. Ele foi convidado a pronunciar o discurso principal no
Segundo Dia Anual de Darwin, um dia dedicado à comemoração da

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vida e ensinamentos de Charles Darwin. Em um resumo do que
discursou, no site Dia de Darwin, os comentários introdutórios do Dr.
Provine estão registrados com as seguintes palavras:

“A evolução naturalista nos trás claras consequências, as quais


Charles Darwin entendeu perfeitamente: 1) Não há deuses
dignos de existência; 2) Não existe vida após a morte; 3) Não
existe nenhum fundamento último para a ética; 4) Não existe
nenhum significado final na vida; e 5) A liberdade humana é
inexistente1.” (Provine, 1998). A mensagem de Provine que se
seguiu esteve centrada em sua quinta declaração sobre o livre-
arbítrio humano. Antes de mergulhar no “cerne” de sua
mensagem, no entanto, ele observou: “As primeiras 4
implicações são tão óbvias para os evolucionistas naturalistas
modernos que vou passar pouco tempo defendendo-as”. (Idem,
1998).

Fica claro, então, pelos comentários de Provine, que ele acredita que
a evolução naturalista não tem como produzir um “fundamento
último para a ética”. E é igualmente claro que este sentimento era
tão evidente para os “evolucionistas naturalistas modernos” que o Dr.
Provine não sentia que ele ainda precisava ser defendido. O Professor
de Oxford, Richard Dawkins, concordou com Provine, dizendo: “A
discriminação moral absolutista2 é devastadoramente prejudicada
pelo fato da evolução.” (2006, p 301).

Os comentários de tais evolucionistas de alto nível proporcionam um


excelente trampolim a partir do qual iremos examinar as
consequências lógicas de crença na evolução naturalista. Se é
verdade que os seres humanos evoluíram a partir de não-vivos, de

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um lodo3 primordial, então qualquer sentimento de obrigação moral
deve ser simplesmente apenas um trabalho subjetivo dos neurônios
físicos disparando no cérebro. Teoricamente, cientistas e filósofos
ateus admitem esta verdade. Charles Darwin compreendeu isso
perfeitamente. Ele escreveu:

“Um homem que não tem a crença assegurada e sempre


presente na existência de um Deus pessoal ou de uma
existência futura com retribuição e recompensa, pode ter a sua
regra de vida, tanto quanto eu posso ver, apenas para seguir
aqueles impulsos e instintos que são o mais forte ou que
lhe parecem os melhores”. (1958, p. 94, emp.
acrescentada).

Em um nível pragmático, no entanto, quando uma pessoa ou grupo


de pessoas realmente permitir que a ideia teórica para influenciar as
suas ações, a brutalidade da imoralidade da evolução é trazido à luz,
e seu absurdo se manifesta.

As consequências que serão apresentadas como consequência do


ateísmo:

A DESVALORIZAÇÃO DA VIDA HUMANA

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É um fato facilmente verificável que a crença na evolução ateísta
desvaloriza a vida humana, rebaixando-a ao nível básico do estado
animal. Tal maneira de pensar conduz logicamente à adoção de
medidas que destroem a vida humana inocente, mas isso ainda é
visto por pensadores ateus como sendo algo “moral”. Por exemplo,
em 1983, Peter Singer publicou um artigo na prestigiosa revista
Pediatrics [Pediatria] intitulado “Santidade da Vida ou Qualidade da
Vida?”. No artigo, ele sustentou que não há nenhuma carga moral em
se manter vivos os bebês humanos que nascem com retardo mental
ou outros problemas de desenvolvimento, como a síndrome de Down
por exemplo. Todo o artigo apresenta um caso contra a santidade da
vida humana, e sugere que a vida de alguns animais seria muito mais
valiosa do que as vidas de crianças deficientes mentais. Na verdade,
ele aludiu ao fato de que o ensino moderno da evolução destruiu a
ideia da santidade da vida humana:

“Não podemos continuar a basear nossa ética na ideia de que


os seres humanos são uma forma especial de criação... Nossa
melhor compreensão da nossa própria natureza construiu uma
ponte sobre o abismo que antigamente se imaginava situar-se
entre nós e as outras espécies, então por que devemos
acreditar que o simples fato do ser humano ser um membro da
espécie Homo sapiens dota a sua vida com possuindo um valor
único, quase infinito?... Se compararmos uma criança humana
severamente defeituosa com um animal não humano, um cão
ou um porco, por exemplo, vamos encontrar muitas vezes
o animal não humano dotado de capacidades superiores,
tanto reais quanto potenciais, para a racionalidade,
autoconsciência, comunicação e qualquer outra coisa que
pode plausivelmente ser considerada moralmente

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significativa. Apenas o fato de que a criança deficiente é um
membro da espécie Homo sapiens é que a leva a ser tratada de
forma diferente do cão ou do porco. Somente pertencer a
uma espécie, no entanto, não é algo moralmente
relevante.... Se nós pudermos pôr de lado a obsoleta e
errônea noção da santidade de toda a vida
humana, poderemos começar a olhar para a vida humana
como ela realmente é: para a qualidade de vida que cada ser
humano possui ou pode conseguir”. (Singer, 72[1]:128-129
ênfase acrescentada).

Em seu livro The God Delusion4, Richard Dawkins expressou a mesma


ideia quando escreveu:

“Observe agora que ‘pró-vida’ não significa exatamente pró-


vida em tudo. Significa- pró-vida humana. É difícil de conciliar a
concessão de direitos de exclusividade especiais para células da
espécie Homosapiens com o fato da evolução...
A humanidade das células embrionárias não pode conferir-lhe
qualquer status descontínuo de moral absoluta.”(2006, p.
300, itálico no original, ênfase acrescentada).

Em seu livro “Criado A Partir de Animais: As implicações morais do


darwinismo”, o autoproclamado darwiniano James Rachels afirmou
que:

“Quando as verdadeiras implicações morais de evolução forem


compreendidas, a vida humana deixará de ser considerada com
o tipo de respeito supersticioso que é concedido pelo
pensamento tradicional, e as vidas dos não humanos não serão
mais uma questão de indiferença. Isto significa que a vida
humana será, em certo sentido, desvalorizada, enquanto o

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valor concedido à vida não humana aumentará. Isso resultará
em uma revisão de assuntos como o suicídio e a eutanásia,
bem como uma revisão de como devemos tratar os animais”.
(1990, p. 5, ênfase acrescentada).

Ele observou ainda:

“O grande problema em tudo isso é o valor da vida humana... A


dificuldade é que o darwinismo nos deixa com menos recursos
para construirmos uma definição do valor da vida.” (p 197,
ênfase adicionada).

De acordo com a evolução ateísta, se uma criança humana vive ou


morre isso deve depender do nível de potencial sofrimento, a
inteligência ou a falta dela, o retardo mental ou a deficiência
física. Se os recursos são tão limitados que um chimpanzé
“inteligente” e uma criança humana não podem ser ambos mantidos
vivos, então a inteligência ou o limite do sofrimento da criança deve
ser comparado com a do chimpanzé. Se o chimpanzé passa a ser
mais “inteligente” ou mais capacitado ao sofrimento, então o
“simples” fato de que a criança é um ser humano não lhe deve
conferir qualquer status moral especial. Assim, de acordo com essa
linha de pensamento, seria moralmente correto eliminar a criança
humana em favor do chimpanzé. Rachels apresentou esta ideia muito
claramente:

“Uma criança com graves danos cerebrais, mesmo que seja


capaz de sobreviver por muitos anos, nunca poderá aprender a
falar, e suas capacidades mentais nunca poderão subir acima
de um nível primitivo. De fato, as suas capacidades psicológicas
podem ser comprovadamente inferiores aos de um típico
macaco rhesus. Nesse caso, o individualismo moral [Nota do

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Autor: dos quais Rachels é um proponente] não verá que exista
qualquer razão para se preferir a vida da criança em detrimento
da vida do macaco”. (1990, pp. 189-190).

O absurdo de tal pensamento lança em rosto tudo o que os seres


humanos têm entendido como moral. Os autores da Declaração da
Independência compreenderam o lugar especial que os seres
humanos possuem. Eles escreveram as famosas palavras:

“Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas,


que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo
Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a
vida, a liberdade ea busca da felicidade”. (1776).

Note-se que os autores da Declaração acreditavam que os seres


humanos tinham certos direitos que eram “auto-evidentes”. Na
verdade, os autores simplesmente registraram essa ideia como ela
havia sido compreendida pela humanidade há milênios.

O que acontece quando os indivíduos, que acreditam que aos seres


humanos não deve ser dado qualquer status moral especial, põe a
sua crença em prática? James Rachels lançou uma luz doentia sobre
essa questão quando ele concluiu:

“Alguns seres humanos – talvez porque eles sofreram danos


cerebrais – não são agentes racionais. O que temos a dizer
sobre eles? A conclusão natural, de acordo com a doutrina que
estamos considerando, seria a de que o seu estado é o de
meros animais. E talvez devêssemos concluir que eles podem
ser utilizados como os animais não humanos são usados,
talvez como sujeitos de laboratório, ou como
alimento.” (1990, p. 186).

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A ELIMINAÇÃO DA POPULAÇÃO

Forrest Mims III é o Presidente da Seção de Ciência Ambiental da


Academia de Ciências do Texas. Ele edita uma publicação intitulada
The Citizen Scientists5. Nos dias de 3 a 5 de março de 2006, Mims
participou da 109a reunião da Academia de Ciências do Texas, que foi
realizada na Universidade de Lamar em Beaumont, Texas. Mims
relatou os eventos que ocorreram durante a reunião em um artigo
intitulado Meeting Doctor Doom6 (2006). [Salvo indicação em
contrário, as seguintes citações e fatos são derivados do mesmo
artigo.]

Na reunião, o Dr. Eric R. Pianka, “ecologista evolucionista e


especialista em lagartos da Universidade do Texas que a Academia
nomeou o Cientista Destaque do Texas em 2006”, fez um discurso
para cerca de 400 participantes. Pouco antes de Pianka falar, Mims
notou que um oficial da Academia estava envolvido em uma conversa
com o cinegrafista que estava gravando a reunião. A conversa
resultou no cinegrafista apontando “a lente de sua grande câmera
para o teto e se afastando lentamente”. Mims começou a tomar notas
sobre o discurso quando Pianka começou por advertir ao público que

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a maioria das pessoas não estão prontas para ouvir o que ele tinha a
dizer à assembleia.

Mims observou que um dos principais pontos de Pianka era que aos
seres humanos não deve ser dado um status especial dentre os
outros animais. “Pianka martelou seu ponto de vista exclamando,
‘Não somos melhores do que bactérias!’”. Em seu discurso, Pianka
sugeriu que a Terra não pode sobreviver ao atual aumento da
população humana, e que algo precisa ser feito “a fim de se reduzir a
população a 10 por cento do número atual”. Pianka então
mencionado várias maneiras como isso pode ocorrer. “Seu candidato
favorito para a eliminação de 90 por cento da população mundial está
no vírus Ebola (Ebola Reston) que é transmissível pelo ar, porque é
altamente letal e mata em dias, em vez de anos”. O discurso
terminou com um período de perguntas e respostas. Mims observou:

“Imediatamente quase todo cientista, professor e estudante


universitário presente ficou de pé e aplaudiu vigorosamente o
homem que tinha endossado entusiasticamente a eliminação de
90 por cento da população humana. Alguns até deram vivas”.

É claro que muitos, dentro da comunidade evolucionária, não


desejam ligar-se estreitamente com a ideia de que um ecologista
evolucionista pareça pensar que suas ideias evolutivas precisam levar
à destruição maciça de cinco bilhões de seres humanos. Eles
rapidamente acusaram Mims de falsas declarações. Em 06 de abril de
2006, Nick Matzke escreveu:

“A câmara de eco do vento da insanidade soprou recentemente


sobre a ideia de que Eric Pianka, ecologista distinto e muito
amado na Universidade do Texas, defende o genocídio em
massa por meio do Ebola, a fim de diminuir drasticamente a

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população mundial. A alegação foi levantada pelo criacionista
descontente Forrest Mims, e rapidamente se espalhou para a
blogosfera através de vários lugares como o blog de Dembski
(três postagens!) e pela Telic Toughts7, e depois foi para o
Drudge Report8 e causou uma tempestade na mídia nacional
aparecendo no meu jornal local na segunda-feira pela
manhã. Senti o cheiro de um rato, desde o início, e agora eu
tenho provado que eu estava correto. A KXAN News369 em
Austin, Texas, acabou desmascarado a coisa toda”. (2006,
ênfase acrescentada).

A declaração de Matzke, de que as informações do News36 haviam


desmascarado “a coisa toda”, estava longe de ser a verdade. De fato,
em uma carta datada de 10 de abril de 2006, o Professor Assistente
Dr. Kenneth R. Summy, Vice-Presidente da Seção de Ciência
Ambiental da Academia de Ciências do Texas, escreveu:

“Minha impressão geral da apresentação do Dr. Pianka era uma


mensagem do “Dia do Juízo Final” de que a vida na Terra está
prestes a ser extinta e quanto mais cedo a população humana
for reduzida melhor. Eu esperava que ele estivesse brincando
ou sendo sarcástico quando afirmou que uma pandemia do
vírus ebola seria ótimo para a terra? [sic] nenhuma pessoa sã
iria realmente acreditar nisso.” (2006)

Dr. Summy ainda observou:

“Forrest Mims não deturpou nada sobre a apresentação. Eu ouvi


essas declarações por mim mesmo, e estaria disposto a apostar
que a maioria do público que assistiu a apresentação teve a
mesma impressão que eu tive. Na minha opinião a mensagem

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contida no discurso prejudicou o quilo que foi, por outro lado,
uma excelente reunião.” (2006).

As seguintes declarações de um estudante “defensor” do Dr. Pianka


adicionou ainda mais credibilidade ao registro de Mims:

“A palestra do Dr. Pianka, na reunião da Academia de Ciências


do Texas, foi principalmente a respeito dos problemas que os
humanos estão causando à medida que proliferam rapidamente
em todo o mundo... Ele é um pensador radical, único! Quero
dizer, ele está basicamente defendendo a morte de todos,
menos 10% da população atual! E correndo o risco de soar
igualmente radical, acho que ele está certo”. (“Dr. Eric R.
Pianka...,” 2006; ver também “Revisitando...”, 2006).

Além disso, Dr. Pianka pessoalmente postou várias avaliações dos


alunos sobre seu ensino. Um aluno comentou:

“Eu não torço por ebola [sic], mas talvez a proibição de ter
mais de um filho. Concordo... muitas pessoas [está] arruinando
este planeta” (“Trechos de Avaliações dos Alunos”).

Outro escreveu:

“Embora eu concorde que transportação [sic] biológica é de


extrema importância para o mundo, eu não acho que a
pregação de que 90% da população humana deva morrer de
ebola [sic] seja o meio mais eficaz de incentivar a consciência
da conservação.” (“Trechos de Avaliações dos alunos”).

O fato é, os conceitos de ecologia evolutiva do Dr. Pianka o


empurraram para a conclusão de que os seres humanos não são

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melhores do que as bactérias e que a população humana tem de ser
drasticamente reduzida. Por mais que muitos de seus colegas
evolucionistas desejassem se distanciar de tal pensamento radical,
não podem logicamente fazê-lo.

Evolução ateísta implica em que os seres humanos não são melhores


do que as bactérias. Eles podem ter mais capacidade para
sofrimento, eles podem ter cérebros e estruturas corporais mais
complexas, mas, no final, um organismo vivo é tão valioso quanto o
outro. Se você tem o direito moral de destruir milhões de bactérias,
porque elas estão impedindo o “progresso” da humanidade, você tem
o mesmo direito moral de destruir milhares de milhões de seres
humanos, porque eles estão causando problemas ecológicos a outros,
igualmente valiosos, organismos do planeta.

ABORTO

O dicionário Merriam-Webster define o aborto como: “a interrupção


de uma gravidez depois, acompanhado por, resultando em, ou
seguido de perto pela morte do embrião ou do feto” (“Aborto”,
nd., ênfase acrescentada). Nos Estados Unidos, esta prática assassina
se tornou legal desde 22 de Janeiro de 1973, e resultou na morte
de mais de 48 milhões de vidas humanas inocentes, apenas
neste país. Se os abortos realizados na Europa e na Ásia, durante o
mesmo período de tempo, forem adicionadas a este quadro, o
número de mortos poderia facilmente chegar a centenas de

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milhões. É imoral encerrar a vida de crianças humanas não
nascidas?

De acordo com a comunidade evolutiva ateísta, o aborto não é uma


prática imoral. Na verdade, ele é muitas vezes visto como algo moral
e correta. Uma linha de raciocínio utilizada para justificar a prática é
a ideia de que os seres humanos não devem ser tratados de forma
diferente da dos animais, já que os humanos não são nada eles
próprios mais do que meros animais. O fato de que um embrião é
“humano” não é razão para dar-lhe um estatuto especial. Dawkins
escreveu:

“Um embrião precoce tem a sensibilidade, bem como a


aparência, de um girino... Uma escola de pensamento se
importa se os embriões podem sofrer. Algumas outras tem
preocupações sobre se eles são humanos... moralistas
seculares são mais propensos a perguntar: ‘Não importa se
é humano (o que isso significa para um pequeno grupo de
células?); em que idade é que um embrião em
desenvolvimento, de qualquer espécie, tornar-se capaz
de sofrer?” (2006, pp. 297-298, itálico e itens entre parênteses
constam no original).

Dawkins se identifica como um “moralista secular” e que não seria


um fator na equação moral a ideia de “humanidade”. Como ele e
outros “moralistas seculares” decidem se um embrião humano deve
viver? Ele observou:

“Um consequencialista ou utilitarista é suscetível a abordar a


questão do aborto de uma maneira muito diferente,
tentando pondera sobre sofrimento. Será que o embrião
sofre? (Presumivelmente não, se for abortado antes que ele

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tenha um sistema nervoso; E mesmo se for velho o suficiente
para ter um sistema nervoso certamente sofre menos do que,
digamos, uma vaca adulta num matadouro)”. (2006, p. 293,
parênteses constam no original, ênfase acrescentada).

O moralista ateu moderno simplesmente “pondera sobre sofrimento”.


Se o embrião humano ainda não atingiu a fase em que um sistema
nervoso se desenvolve, então é menos valioso do que um animal que
tem um sistema nervoso. E mesmo se ele não tenha um sistema
nervoso, ele provavelmente não sofrerá tanto quanto uma vaca num
matadouro. Assim, seria mais moral parar de matar vacas num
matadouro do que parar de permitir que os seres humanos abortem
seus filhos. Como o escritor ateu Sam Harris observou:

“Se você está preocupado com o sofrimento neste universo,


matar uma mosca apresentará a você maiores dificuldades
morais do que matar um blastocisto humano [um embrião
humano com de três dias de idade – nota de K. B.].” (2006, p.
30).

Ele afirmou ainda:

“Se você está preocupado com o sofrimento humano, o aborto


deve ser classificado num nível muito baixo em sua lista de
preocupações”. (p 37)

A falência moral de tal pensamento é brutalmente óbvia. Desde


quando a quantidade de sofrimento é o critério pelo qual as decisões
morais da vida humana e da morte são feitas? Mas isso é exatamente
o que Dawkins e seus colegas moralistas ateus afirmam. Ele
escreveu:

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“Claro, pode-se argumentar que os seres humanos são mais
capazes de, por exemplo, sofrer do que outras espécies. Isso
poderia muito bem ser verdade, e nós podemos legitimamente
dar aos humanos um estatuto especial em virtude dela”. (2006,
p. 301).

De acordo com Dawkins, seria logicamente permissível matar


qualquer pessoa, desde que elas não sofram, ou outros (como pais
ou irmãos) não sofram por causa de suas mortes. Suponha-se, então,
que uma sociedade decida que os órfãos de cinco anos de idade, sem
irmãos sejam menos desejáveis e precisem ser eliminados. De acordo
com a moral de Dawkins, se policiais forem mobilizados a
perseguirem tais crianças, imediatamente aplicando-lhes um tiro letal
em seus cérebros sem que elas sintam qualquer dor, então tais ações
poderiam ser tão moralmente viáveis como matar vacas adultas num
matadouro. Dawkins e seus colegas pensadores ateus não têm
absolutamente nenhuma base sobre a qual afirmar que matar
crianças de cinco anos desta forma seja “errado”.

Peter Singer admite a realidade desta implicação lógica da evolução


ateísta. Em seu capítulo intitulado: “Justificando O Infanticídio”,
Singer concluiu que os bebês humanos são “substituíveis”. O que
Singer quer dizer com “substituível”? Ele ressalta que se a mãe
decidiu que ela vai ter dois filhos, e a segunda criança nasce com
hemofilia10, então essa criança pode ser descartada e substituída por
outra criança sem violar qualquer código moral de ética. Ele explicou:

“Portanto, se matando a criança hemofílica não obtermos efeito


adverso sobre outros, seria, de acordo com a visão total,
correto matá-la. A visão total trata crianças como substituíveis”
(2000, p. 190).

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Ele passou a argumentar que muitos na sociedade ficariam
horrorizados em se matar uma criança com uma deficiência como a
hemofilia, mas sem uma boa razão. Ele argumentou que tal feito
ocorre regularmente antes do nascimento, quando uma mãe
interrompe a vida de uma criança ainda no útero após o diagnóstico
pré-natal revelar um transtorno. Ele afirmou:

“Quando a morte ocorre antes do nascimento, a substituição


não entra em conflito com convicções morais geralmente
aceitas. Quando se tem conhecimento de que um feto é
deficiente11 isto é amplamente aceito como fundamento para o
aborto. No entanto, ao discutirmos o aborto, dizemos que o
nascimento não marca uma linha divisória moralmente
significativa. Não consigo ver como se poderia defender a
opinião de que os fetos podem ser ‘substituído’ antes do
nascimento, mas os recém-nascidos não poderiam”. (2000, p.
191).

Singer propôs ainda que aos pais deve ser dado um determinado
período de tempo depois que uma criança nasça para tenham
permissão em se decidir se eles gostariam ou não de matar a
criança12. Ele escreveu:

“Se os recém-nascidos com deficiência não forem considerados


como tendo o direito à vida, até que, digamos, uma semana ou
um mês após o nascimento, se permitiria que os pais, em
consulta com seus médicos, fizessem uma escolha com base
num conhecimento da condição da criança muito maior do que
se é possível antes do nascimento”. (2000, p. 193).

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Alguém poderia se perguntar por que Singer estabelece o período de
uma semana ou de um mês. Porque não basta afirmar que é
moralmente correto aos pais matarem seus bebês em um ano ou em
cinco anos? Singer concluiu seu capítulo sobre infanticídio com estas
palavras:

“No entanto, o ponto principal é claro: matar um bebê


deficiente não é moralmente equivalente a matar uma
pessoa. Muitas vezes não é errado, absolutamente.” (p.
193, ênfase acrescentada).

Quando as consequências lógicas da evolução ateísta são tão


claramente enunciadas por seus seguidores, as perspectivas são de
fato macabras.

Animais Matam Sua prole

Outra linha de raciocínio utilizada para justificar o aborto (e diversas


outras práticas imorais) é a ideia de que uma vez que os seres
humanos são meros animais, é bom para eles para se comportarem
como animais. O próprio Charles Darwin propôs em um capítulo
de The Descent of Man13:

“Meu objetivo neste capítulo é de demonstrar que não há


diferença fundamental entre o homem e os mamíferos
superiores nas suas capacidades mentais” (1871, p 446).

Assim, sugere-se que se pode encontrar um exemplo de animais


envolvidos em uma atividade, que iriam fornecer justificação moral

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suficiente para que os seres humanos necessariamente praticassem
mesmo. Aplicando esta ideia ao aborto, Barbara Burke escreveu:

“Entre algumas espécies animais, infanticídio parece ser uma


prática natural. Poderia ser natural para os seres humanos
também, uma característica herdada de nossos ancestrais
primatas? Charles Darwin observou em The Descent of Man que
o infanticídio foi ‘provavelmente o mais importante de todos os
controles no crescimento da população durante a maior parte
da história humana’.” (1974, 185:653).

Observe que Burke reconhece o fato de que os seres humanos


matam sua prole, e justifica a prática referindo-se a atividades
“análogas” no reino animal. Talvez, ela argumenta, os humanos
matem seus recém-nascidos ou crianças não nascidas, porque eles
herdaram a prática assassina de seus ancestrais
animais. Raciocinando desta maneira, ela tenta, não somente sugerir
que matar bebês humanos não é moralmente neutro, mas que
poderia ser moralmente correto se a prática for usada para se
controlar o crescimento da população. A este respeito, James Rachels
escreveu:

“Finalmente, se um é, no entanto, tentado a acreditar que os


seres humanos são psicologicamente únicos, é útil lembrar que
todo o empreendimento da psicologia experimental, tal
como é praticado hoje, assume a posição oposta. O
comportamento animal é rotineiramente estudado com
um olhar sobre a aquisição de informações que podem,
em seguida, ser aplicadas aos seres humanos. Os
psicólogos que querem investigar o comportamento maternal,
por exemplo... podem estudar o comportamento de mães e
lactentes macacas rhesus, assumindo que tudo o que é

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verdadeiro para elas será verdade para os seres humanos,
porque, afinal de contas, elas são como nós”. (1990, p. 166,
ênfase acrescentada):

Em resposta a esse pensamento, vários pontos precisam ser


considerados. Os seres humanos não são animais. Não há nenhuma
evidência documentada que evidencie a falsa ideia de que os seres
humanos evoluíram a partir de organismos inferiores (ver Harrub e
Thompson, 2002). Na verdade, todas as evidências observáveis
comprovam que os seres humanos mantêm um status
completamente original no que se diz respeito aos seus componentes
mentais, emocionais e cognitivos (ver “À Imagem...”, 2001; Lyons e
Thompson, 2002). Justificar o comportamento humano com base no
comportamento observado no mundo animal apresenta uma
ignorância grotesca de tudo que os seres humanos entendem sobre
moralidade. Dez por cento da dieta de um dragão de Komodo adulto
consiste muitas vezes na canibalização de dragões de Komodo
jovens. Estaria alguém tão irracionalmente perturbado a ponto de
sugerir que, porque vemos o canibalismo infantil em dragões de
Komodo, seria natural para os seres humanos também comerem seus
jovens? Aparentemente sim. James Rachels escreveu:

“A ideia de usar animais como modelos psicológicos para os


seres humanos é uma consequência do darwinismo. Antes
de Darwin, ninguém poderia ter levado a sério o
pensamento de que poderíamos aprender algo sobre a mente
humana através do estudo de meros animais”. (1990, p. 221,
ênfase acrescentada).

Se todo o comportamento humano concebível pode ser justificado


com base na ideia de que ele imita o comportamento animal, então
porque não abolir todas as leis, permitir que os seres humanos mais

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fortes matem os mais fracos, permitir que mães comam seus bebês,
permitir que o homem assassine seus rivais sexuais, permitir que as
mulheres assassinem e canibalizem seus amantes após a relação
sexual, e simplesmente nos deixarmos conduzir até uma situação tão
deplorável da “natureza”? As consequências lógicas de tal justificação
filosófica são tão óbvias quanto elas são ridículas. O estratagema
para justificar o aborto (e outras imoralidades igualmente
condenáveis), sugerindo que ela é “natural” é pouco mais do que
uma tentativa de pôr de lado todas as restrições morais e rebaixar a
sociedade ao ponto da bestialidade sem sentido. No entanto, tal é o
resultado lógico do ateísmo.

MORTES EM NOME DO ATEÍSMO

Nem todos os ateus são pessoas grotescamente imorais. Na verdade,


muitos deles seriam vistos como indivíduos morais que não roubam,
não cometem assassinato, não abusam de seus filhos, ou violam as
leis. O ponto aqui colocado não é que todos os pensadores ateus
estão vivendo as implicações lógicas de suas crenças. O ponto
apresentado é que a filosofia do ateísmo implica na conclusão lógica
de que a imoralidade é aceitável ou inexistente. É verdade que a
maioria dos ateus não põe em prática as implicações de sua crença,
mas também é verdade que alguns o fazem, e que as suas ações não
podem ser interpretadas de forma a ser outra coisa senão o que elas
são – as consequências lógicas de pensamento ateísta, evolucionário.

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Claro, ateus “respeitáveis” negam que as pessoas cometem crimes e
atrocidades imorais por instigação do ateísmo. Como Dawkins
afirmou:

“Indivíduos ateus podem fazer coisas más, mas eles não fazem
coisas más em nome do ateísmo”. (Dawkins, 2006, p. 278,
ênfase acrescentada).

Sua afirmação é patentemente falsa. Muitas vezes as pessoas fazem


coisas más em nome do ateísmo. Essas pessoas entendem que seu
ateísmo evolutivo é um fator de contribuição primordial para as suas
más ações, e que todo o peso das conclusões lógicas do ateísmo
justificam seu comportamento.

COLUMBINE

O dia de 20 de Abril de 1999 entrará para a história dos Estados


Unidos como a data de um dos mais nefastos atos criminosos de
assassinatos dos tempos modernos. Dois adolescentes, Eric Harris e
Dylan Klebold, depois de meses de elaborado planejamento, abriram
fogo contra seus colegas, matando 12 de seus colegas e um
professor, ferindo 23 outros e depois cometendo suicídio. Evidências
publicadas na Web e em documentos escritos mostraram que os dois
adolescentes tinham elaborado planos detalhados para matar
centenas de alunos com explosivos caseiros, mas a maioria dos seus
planos macabros deu errado.

Centenas de investigadores de polícia, educadores, líderes políticos e


outros profissionais investigaram as razões pelas quais Harris e

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Klebold repentinamente agiram como eles agiram. Aspectos da
pesquisa que tem trazido luz às investigações tem sido a ligação
muito clara entre a ideia evolutiva da seleção natural e o desejo de
Harris de matar seus companheiros humanos. No dia do tiroteio,
Harris usava uma camiseta branca com as palavras “seleção
natural” estampada nela (“Columbine”, 2008). Isso não foi
coincidência, ela foi modelada para fazer uma declaração. De
acordo com o Gabinete do Relatório do Xerife do Condado, em um
documento encontrado em seu quarto, Harris escreveu:

“Eu gostaria de ver todo vocês desgraçados14 morrerem... Eu


adoraria isso! em algum momento [sic] em Abril eu e V iremos
nos vingarmos e iremos chutar a seleção natural que ela
suba alguns degraus” (como citado em “Columbine”, de
2008, ênfase acrescentada).

Seu diário também declara:

“Eu morrerei antes de trair meus próprios pensamentos. mas


[sic] antes de eu deixar este lugar sem valor, eu vou matar
quem eu considero impróprio para, qualquer coisa,
especialmente a vida” (como citado em “Columbine”, de 2008,
ênfase acrescentada).

Em seu artigo intitulado “Matar a Humanidade. Ninguém Deve


Sobreviver”, Dave Cullen relatou extensivamente sobre a
investigação em torno do massacre de Columbine. Ele escreveu:

“Eles consideravam a raça humana indigna deles”, disse um


investigador. Harris “fala muito sobre a seleção natural de
uma forma que o conectava à sua admiração pessoal por Hitler
e pelo nazismo e sua ‘solução final’ - que nós, a raça humana,

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havíamos interrompido ou transtornado a seleção natural por
invenção de vacinas e coisas assim. Em um de seus escritos,
ele fala sobre isso: ‘Seria ótimo se não houvesse vacinas,
porque as pessoas que deveriam ter morrido teriam morrido, e
nós não perpetuaríamos este tipo de coisa’.” (1999. Ênfases
adicionadas).

As crenças evolutivas dos assassinos de Columbine não podem ser


desconectadas de seus assassinatos brutais.

MASSACRE NA FINLÂNDIA

Outro exemplo deste tipo de relação entre o ateísmo e o


comportamento imoral vem da Finlândia. Um homem de 18 anos
chamado Pekka Eric Auvinen marchou para a sua escola, atirou e
matou sete de seus colegas de escola, bem como a diretora. Em
seguida, ele virou a arma contra si mesmo e cometeu
suicídio. Quando tal carnificina horrível ocorre, nós naturalmente nos
perguntamos: “Por quê?” O que levaria um jovem como Auvinen a
cometer tais horríveis atrocidades? No caso de Auvinen, a resposta é
clara.

Auvinen explicou a filosofia que o levou a cometer esse covarde


assassinato em massa. Em um painel de postagens em um site, antes
do assassinato, ele explicou que ele era um autodeclarado...

“...existencialista cínico, humanista anti-humano, anti-social


social-darwinista, idealista realista e ateu.” (“Morte
Adolescente...”, de 2007, ênfase acrescentada).

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Ele passou a afirmar:

“Eu, como um seletor natural, eliminarei todos que enxergo


como impróprios, desgraças da raça humana e falhas
da seleção natural”. (2007, ênfase acrescentada).

Ai você a tem. A razão pela qual ele matou oito pessoas inocentes foi
porque ele era um evolucionista ateísta que desvalorizava a vida
humana e acreditava que ele tinha o direito de destruir qualquer ser
vivo que ele considerava ser menos apto do que ele.

Quanto mais os evolucionistas insistem em separar-se de tais


demonstrações repugnantes de imoralidade, mais as implicações
lógicas da sua impiedade os amarram indubitavelmente às ações de
Auvinen. A única coisa que separa Auvinen de outros ateus é que ele
agiu na prática conforme as implicações lógicas da sua crença
ateísta. Já é mais do que tempo da imoralidade do ateísmo ser
reconhecida, repudiada, e exposta pelos frutos repreensíveis que ele
produz.

JEFRREY DAHMER

Jeffrey Dahmer foi um dos assassinos em série mais notórios da


história moderna. Ele assassinou 17 homens e meninos,
desmembrado seus corpos, armazenado partes do corpo humano em
seu apartamento, praticando necrofilia homossexual e canibalizando
suas vítimas (Dahmer, 1994, p. 10). Ele foi condenado por 15

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acusações de assassinato e condenado a cumprir mais de 900 anos
de prisão. Durante sua prisão, ele foi assassinado por outro preso.

Quando uma pessoa comete tais crimes, brutais e insanos, contra


seus semelhantes, perguntas naturais que surgem na mente dos que
ouvem os detalhes incluem: Por que uma pessoa cometeria tais
crimes hediondos? O que poderia levar uma pessoa a se tornar tal
assassino? No caso de Jeffrey Dahmer, ele forneceu a resposta ao
mundo.

Em 1994, Stone Phillips entrevistou Jeffrey Dahmer e seu pai Lionel


Dahmer para a NBC Dateline. Nessa entrevista, Stone Phillips fez a
Jeffrey Dahmer várias perguntas sobre as possíveis causas do seu
próprio comportamento. Em certa parte da entrevista, Jeffrey
explicou que ele assumia a responsabilidade completa e pessoal
por suas ações, e seus crimes não poderiam ser atribuídos a
seus pais, à escola, ou a outras circunstâncias externas15. Na
sequência destas observações, Jeffrey disse:

“Chega um ponto em que uma pessoa tem que ser responsável


por aquilo que ela faz”.

Seu pai, Lionel, em seguida, perguntou-lhe:

“Deixe-me perguntar. Quando você sentiu pela primeira vez


que todos são responsáveis por suas ações.”

Jeffrey respondeu:

“Bem, graças a você, que me enviou aquele material sobre a


ciência da criação. Porque eu sempre acreditei na mentira
de que a evolução é verdade, que a teoria da evolução é

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verdade. Que todos nós viemos a existir a partir do lodo, e
quando morremos, você sabe, era isso. Não havia nada. Então,
toda a teoria deprecia a vida... E então eu vim a acreditar
que o Senhor Jesus Cristo é o verdadeiro Criador da Terra. As
coisas não vieram a existir simplesmente”. (Phillips, 1994,
ênfase acrescentada).

Lionel Dahmer, em seguida, começou a discutir o período de tempo


durante a educação de Jeffrey em que ele acreditava que mais havia
influenciado o comportamento assassino de seu filho. Lionel declarou:

“Naquele período de tempo eu tinha me afastado de uma


crença em um Ser Supremo. E eu nunca, como resultado,
passava a sensação de que somos todos responsáveis. No final,
Ele nos tomou para Si. E esse conceito básico é muito
fundamental para todos nós”.

Stone Phillips, em seguida, perguntou a Lionel:

“Você sente que a ausência, pelo menos por um tempo, de uma


forte fé e crença religiosa poderia ter impedido que você
incutisse alguns daqueles pensamentos em Jeff?"

Lionel respondeu:

“Certamente.”

Phillips, em seguida, virou-se para Jeffrey e perguntou:

“É assim que você se sente?”

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Jeffrey respondeu à pergunta de Phillips:

“Sim, eu acho que teve uma grande parte a ver com isso. Se
uma pessoa não acha que existe um Deus perante O qual
somos responsáveis, então, qual é a base que justificaria tentar
modificar seu comportamento a fim de mantê-lo dentro dos
limites aceitáveis? É assim que eu pensava, de qualquer
maneira.” (Phillips, 1994)

A que, então, Dahmer atribui seus horríveis crimes? Ele simplesmente


disse que ele acreditava que a evolução é verdade, que os seres
humanos surgiram de lodo primordial, e que não há responsabilidade
pessoal inerente à teoria. Dahmer entendeu as implicações lógicas da
evolução ateísta perfeitamente. O comportamento de Dahmer
estarrece a sociedade, porque ele tinha o intelecto para pôr em
prática na vida real as implicações teóricas. Quando o fez, a
sociedade ficou justificadamente indignada com o comportamento
dele. Mas essa indignação é justificável apenas no contexto de um
Deus a Quem todas as pessoas são responsáveis. Sem essa
responsabilidade, Dahmer tinha o direito de concluir “Qual é a base
que justificaria tentar modificar seu comportamento a fim de mantê-
lo dentro dos limites aceitáveis?” Dahmer é mais um exemplo de uma
pessoa que cometeu crimes de tão terríveis atrocidades em nome do
ateísmo16.

OS FRUTOS AMARGOS DO ATEÍSMO – Parte I. Por Kyle Butt, M.Div. Publicado no site Apologetic Press,
http://apologeticspress.org/kb.aspx.

Tradução e Adaptação por Pr Miguel Ângelo L. Maciel. Revisão 00. Junho 2016.

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Notas do Tradutor
1
A possibilidade de decidir racionalmente, de escolher em função daquilo que nos caracteriza
como seres humanos dotados de características que evidenciam nossa própria humanidade,
isentos de qualquer condicionamento impostos pela lei da evolução, por motivos ou causas
determinantes tais como padrões morais absolutos e as evidências de que existe um Criador. A
humanidade, segundo este conceito, está fadada à imposição do acaso, e das necessidades da lei
do mais apto, do mais forte, do mais bem preparado para evoluir. Os seres humanos não diferem
dos animais quando se refere às questões de aniquilação em favor de um bem maior, o suposto
advento da evolução de uma raça superior.
2
Discriminação Moral Absolutista: capacidade de discernir entre certo e errado, com base em
valores morais absolutos, tal como defendido pelos cristãos com base na Palavra de DEUS.
3
Depósito de terras misturadas a matérias orgânicas em decomposição, que se efetua no fundo
das águas do mar, de rios, de lagos etc.
4
No Brasil foi publicado com o título “Deus, Um Delírio”.
5
“Os Cidadãos Cientistas”.
6
A tradução seria algo como “Encontrando Doutor Destino Fatal”, pois a palavra Doom se
refere a um evento trágico lúgubre e deprimente, à própria morte e destruição, à qual não se tem
escapatória.
7
Pensamentos Télicos.
8
Algo como “Informação Laboriosa”.
9
Rede de notícias.
10
Doença hereditária ligada ao cromossoma X, caracterizada por problemas de coagulação do
sangue, e em que surgem espontaneamente ou como decorrência de traumatismos, hemorragias
subcutâneas, em membranas mucosas, em articulações, entre outras.
11
A ideia é a de um feto com alguma incapacidade ou invalidez congênita.
12
Esta prática é comum em comunidades pagãs, como entre as indígenas sul-americanas.
13
A Ascendência do Homem.
14
A palavra de baixo calão utilizada por Harris foi muita mais chula e depreciativa do que a
aqui utilizada pelo tradutor.
15
Jamais um psicólogo, ou um psiquiatra, afirmaria algo assim tão verdadeiro, simplesmente
por estarem embasados por um dos filhotes malditos diretos do ateísmo evolucionista, que faz
uso do modelo médico para lidar com as responsabilidades morais daqueles que cometem
crimes. A Psicologia, a Psiquiatria e a psicanálise são concordantes com a Teoria da Evolução e
com as consequências lógicas e práticas do ateísmo, consequentemente, são totalmente opostas
à Palavra de DEUS.
16
Quem envolve os filhos com ateísmo somente poderá colher os frutos terríveis que ele
produz. Entre eles a morte e a destruição de si mesmo e/ou de outros.

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