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Introdução
I. Apologia do niilismo
Há, de um lado, uma visão que busca contornar essa crise e devolver ao
humano seu papel central retirado pela técnica, “A relação com a técnica é
vista, aqui, essencialmente, como uma ameaça, a que o pensamento reage
seja tomando consciência cada vez mais nítida das características
peculiares que distinguem o mundo humano do da objetividade científica,
seja esforçando-se por preparar, teórica ou praticamente (como é o caso do
pensamento marxista), a reapropriação pelo sujeito da sua centralidade.
Essa concepção restauradora não põe em discussão, de modo substancial, o
humanismo da tradição, no sentido de que, para esta, a crise não atinge os
conteúdos do ideal humanista, e sim suas chances de sobrevivência
histórica nas novas condições de vida na modernidade” (p. 23). De outro
lado, a técnica é vista como uma abertura a um novo modo de pensar, visto
que o humano não possui mais um papel central,
A questão da técnica para Heidegger está ligada ao que significa dizer que o
humanismo está em crise devido a não possibilidade de reapropriação de
valores transcendentais.
Essa situação concerne a estética filosófica. Uma situação que, por seu
caráter perdurante, em que o evento morte da arte é sempre anunciado e
sempre de novo adiado, pode ser indicada com o termo ocaso da arte.
A palavra poética não coloca o ser para fora da mediação da linguagem, ela,
antes, o coloca na quadratura, “Heidegger, pensando na palavra poética,
não está reivindicando aqui um dar-se do ser em ‘pessoa’, fora ou além da
mediação da linguagem, como se a quebra da palavra que ocorre na poesia
nos conduzisse ‘às próprias coisas’. O que acontece na linguagem original –
ou, o que dá no mesmo, pelo menos em certa medida, na linguagem da
poesia – é uma colocação da coisa no jogo do Geviert, a quadratura de terra
e céu, mortais e divinos, que só se dá como ‘ressoar do silêncio’ (Gelaut der
Stille) e que nada tem da evidência objetiva das essências em que pensava
a fenomenologia” (p. 57 e 58). Vattimo afirma que essa proposição é difícil
de ser inserida na concepção da obra de arte de Heidegger, “A obra de arte
é pôr-em-obra da verdade na medida em que (...) é a abertura dos
horizontes histórico-destinais no âmbito dos quais qualquer verificação de
proposições se torna possível, isto é, o ato em que se institui um certo
mundo histórico-cultural, em que uma ‘humanidade’ histórica vê dfinidas de
modo original as características portantes da sua experiência do mundo.
Como se sabe, esses eventos inaugurais são, para Heidegger, eventos de
linguagem, dado que – já com base em Sein und Zeit – é, antes de mais
nada, na linguagem que se desenrola a familiaridade original com o mundo,
que constitui a não-transcedental, mas sempre historicamente finita e
‘situada’, condição de possibilidade da experiência. A pré-compreensão do
mundo, em que o Ser-aí é já sempre jogado, é um horizonte de linguagem;
esse horizonte não é a tela transcedental, sempre igual, da razão kantiana,
ele é histórico-finito e é precisamente isso que nos permite falar num
‘acontecer’ da verdade. O que chamamos de poesia são os eventos
inaugurais em que se instituem os horizontes histórico-destinais da
experiência de cada humanidade histórica” (p. 58). Assim, essa abertura
também é um evento.
V. Ornamento Monnumento
1. Neste capítulo Vattimo faz um parelo entre o “devir das artes” (p. 85) e o
livro de Kuhn, Estrutura das revoluções científicas. Primeiramente o autor
coloca que, diferentemente das ciências, as artes não possuem um ponto de
referência que permita avaliá-la sob aspectos evolutivos, o que implica em
sua historiografia, “CIT” (p. 85 e 86).
A atual crise pode ser vista como a crise do valor do novo. CIT (p. 104 e
105).