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NOELIZA B. S. LIMA*
INTRODUÇÃO
Quando se fala em sexo e amor sempre há crescimento, e o amor, qualquer um deles, vai além
dos conceitos 'certo - errado' . Cada pessoa segue sua trajetória individual, de casal,e este é um
direito de cada ser.
A interpretação usual destes fenômenos é que de um amor erótico, passa-se à paixão,
e depois se purificam os sentimentos tornando-se com o tempo o amor Ágape, que
transcende a qualquer característica que não seja o amor incondicional. Entretanto, há encontros
nos quais não existe ordem aparente. Alguém pode encontrar alguém por quem nada sente além
do apelo erótico e termina por aí a ligação, ou pode evoluir até uma grande amizade ou um
grande amor. Este é o tipo de sentimento relacionado com o 'ficar', que ou se transforma em
namoro e evolui no crescimento das pessoas envolvidas, ou se transforma em coleguismo. Há
encontros amorosos que desde o primeiro instante sensibilizam as pessoas envolvidas,
promovendo uma ligação forte, que é o amor apaixonado, de Tanatos. Com o tempo pode
adquirir também o caráter Ágape, no qual se respeita a liberdade individual, um amor sem
culpas, sem medo, e que leva ao crescimento. Estas ligações tendem a durar.
Nos exemplos de vida e na literatura, tende-se a exigir que cada casal exerça o amor
misericordioso ou Ágape, independente da idade cronológico e da maturidade.
Isto é um engano, e as duas últimas gerações têm provado este ponto de vista.
São os chamados casos de assédio e abuso, que acontecem diariamente a portas fechadas, e que
poucas vezes as pessoas envolvidas não o percebem. Se estiver implícito o conceito cuidado há
que se ter consciência de seus próprios limites na relação de par, para que não haja coerção ou
submissão excessivas. Este é o lado negro do amor. Viver sexo com amor atualmente exige que
as pessoas em um relacionamento sintam-se
tão autênticos e livres como Deus os fez.
Para isto as pessoas envolvidas precisam:
- gostar de gente e de carinho
- ser inteiro (a) integro= inteiro.
SEXO E AMOR
O Sexo na Classe Média, ocidental
Nos anos 50 sexo era praticado antes do casamento somente em prostíbulos (homens)
e em situações de 'apassionamento', ou amor apaixonado (homens e mulheres).
As mulheres não conseguiam entender sexo sem amor o que levava a uma
confusão de sentimentos que acabavam numa gravidez precoce, ou na entrada para um
convento (desilusão). Nos anos 70 com o advento do controle efetivo da natalidade e a
permissividades intelectuais, jovens já realizavam o ato sexual baseados em uma relação de
sexo-amizade (relação conhecida como amizade colorida). Mas ainda persistia o ideal religioso
de pureza e altruísmo no relacionamento, assim este pessoal que investia no sexo como fonte de
satisfação era uma minoria.
Os pais e mães adquiriram maiores informações, também foram se transformando e
adquirindo novos valores. Contribuiu também para este fato os grandes espetáculos, o estar fora
de casa e o acesso à internet. Os jovens passaram a conviver mais em grupos, exercitando suas
opções mais livremente.
Atualmente sexo é sexo. É uma espécie de relacionamento sem culpa e sem compromisso, uma
forma de reconstrução do discurso entremeado de medo e culpa, exercido ao longo da
modernidade (1800-1960). As pessoas experienciam uma carga de culpa muito grande, ao longo
da educação judaica cristã. Sexo sem comprometimento existe no 'ficar', mas após uns dois ou
três encontros, o casal ou continua junto ou não. Isto é: se existir uma afinidade erótica forte, um
'querer bem', ou 'querer', a relação pode continuar indefinidamente.
Existem razões para a evasão social do compromisso. Quando entra o gostar na relação
geralmente começam os problemas. Aprende-se ainda que há que ter responsabilidade com o
outro, privilégios para o outro, e as pessoas sentem-se depois de algum tempo espoliadas. Como
viver uma relação amorosa sem sacrifício ainda é a parte difícil e o grande desafio. As pessoas
que são ou foram casadas durante muito tempo sabem que é difícil estender a experiência da
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O ser humano tende a se relacionar com o mundo, desde que nasce. Todos nascem com
capacidade de amar, que permanece com o tempo. Seu destino humano é desejar e o
mundo é o palco onde exerce este destino. Não existe escolha.
Não importam as palavras, ou os objetos de desejo, pode ser 'amor mesmo', só sexo,
paixões, amor transcendente, somos seres de desejo. Não existem castrados emocionais.
Os afetos nos conduzem e só podemos escolher o caminho. O sim e o não se tornam dificuldades
poderosas, porque ninguém quer sofrer. Mas isto faz parte. Em tudo ganhamos 50% e perdemos
50%. O caminhar dos nossos afetos justifica.
Eu li quando menina, nos anos 50, 'o amor é algo inerente ao homem, que dele se
irradia e o relaciona com o mundo, tornando este verdadeiramente seu'.
Mudou o cenário, escreveu-se tanto, veio a liberdade sexual, a possibilidade de sexo sem
compromisso, acentuou-se o fundamentalismo cultural, a ciência e a tecnologia,
o mundo ‘superpulou e super populacionou’.E a poesia humana continua, neste faz-desfaz de
costumes, ainda queremos amar.
NOTAS E CITAÇÕES
Bibliografia consultada: