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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC

FACULDADE DE EDUCAÇÃO – FACED

ORALIZAÇÃO DO SURDO

ANA CECÍLIA COUTINHO


PROFESSOR GILMAR
PROJETO DE PESQUISA CIENTÍFICA

FORTALEZA – CE
2010
ANA CECÍLIA COUTINHO

ORALIZAÇÃO DO SURDO

UMA NEGAÇÃO A SUA CONDIÇÃO DE SURDO

Trabalho de conclusão do semestre


2010.1 ao curso de pedagogia da
Universidade Federal do Ceará – UFC –
como requisito principal para aprovação
na disciplina de Metodologia do Trabalho
Científico, ministrada pelo professor
Gilmar.

FORTALEZA – CE

2010
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

LS – Língua de Sinais

LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais

SM – Sistema Metódico

INSM – Instituto Nacional para Surdos-Mudos

LSF – Língua de Sinais Francesa

LSA – Língua de Sinais Americana

CM – Congresso de Milão
SUMÁRIO

JUSTIFICATIVA 05
PROBLEMA 06
OBJETIVOS 07
Contexto Histórico 08
Ponce de León 08
Bonet 09
Pereire 09
Amman 10
Wallis 10
Braidwood 10
L’Epée 11
Itard 12
Baron de Gérando 12
Gallaudet 13
Bell 14
Congresso de Milão 14
A Línguas de Sinais 16
O Oralismo 17
Bimodalismo 18
Bilingüismo 19
Um Caso A Exemplificar 21
CONCLUSÃO 22
REFERÊNCIAS 23
JUSTIFICATIVA

É com imenso carinho e curiosidade que me disponho a pesquisar e tratar sobre tal
assunto, pois acredito que ele será o primeiro passo de uma vasta caminhada que ainda tenho
a trilhar e conhecer sobre realidade da comunidade surda, como esta se relaciona com a
comunidade ouvinte e vice-versa.
Meu interesse pelo assunto surgiu enquanto cursava as disciplinas de Libras (Língua
Brasileira de Sinais) e Fundamentos da Educação de Surdos. Quando as discussões em sala de
aula chegavam ao tema da oralização havia divergências de opiniões entre os alunos, pois
alguns colocavam com imprescindível oralizar o surdo já que eles vivem em uma sociedade
ouvinte e outros se posicionavam a favor da aprendizagem e uso da Libras e a oralização
sendo um segundo recurso para socialização, tendo em vista que esta, e qualquer outra
sociedade, é marcada pela diferença e diversidade.
A realização deste trabalho só foi possível com a disponibilidade do acervo da
biblioteca da Universidade Federal do Ceará e da Universidade de Fortaleza, onde realizei
pesquisas de caráter teórico no período de 03 de março de 2010 a 01 de junho de 2010 e ainda
pretendo estender este projeto para pesquisas de campo com entrevistas, questionários e
vídeos que poderão vir a ser utilizados na minha apresentação de monografia.
PROBLEMA

Os próprios autores que defendem e trabalham com o oralismo, utilizam-se da língua


de sinais para iniciar seus trabalhos como: oralizar e alfabetizar o surdo. Alguns desses
pioneiros vieram a abandonar seus métodos porque estes mostraram não ser tão eficientes e
duradouros. Por várias épocas foram transmitidos alguns mitos e preconceitos em torno dos
surdos e que até hoje, infelizmente, alguns ainda permanecem em nossa sociedade. Mesmo
observando os fatos historicamente, a atualidade parece não mostrar-se tão diferente de cem,
ou até mais, anos atrás em se tratando de educação dos surdos.

Quais são os fatores que impulsionam muitas pessoas, instituições e até a própria
família a fazer uso do oralismo, como a única opção que o surdo tem, negando assim a
primeira língua que o surdo tem que ter contato que é a língua de sinais? Como que nossa
atual sociedade brasileira recebe e vê aqueles que compõem a comunidade surda? O que ou
como cada pessoa pode fazer para melhorar esta realidade, que não é apenas com o surdo,
mas com o deficiente motor, cerebral, visual e vários outros que excluídos e marginalizados
por nossa sociedade?
OBJETIVOS

Tenho como metas para este trabalho: fazer um levantamento histórico no que se
refere ao oralismo e a língua de sinais, como cada uma dessas vertentes eram vistas e
utilizadas em diversas sociedades e em várias épocas; buscar entender qual o valor que a
língua de sinais e o oralismo têm hoje para a comunidade surda e também para a comunidade
ouvinte; espero que este seja o primeiro de várias pesquisas sobre o tema, que virei a fazer no
decorrer da minha vida acadêmica e profissional.

Acredito que muito dos fatores que ainda colocam os surdos em uma camada marginal
da sociedade, se deve ao preconceito vigente pelas diferenças que cada pessoa porta ou
assume. Busco esclarecer minha opinião sobre o tema e poder conhecer um pouco mais da
comunidade surda.
REFERENCIAL TEÓRICO

Contexto Histórico

Na antiguidade, os ouvintes consideravam que os surdos não eram seres humanos


competentes, acreditavam que o pensamento não poderia se desenvolver sem a linguagem e
que esta não se desenvolvia sem a fala. Alguns dos pensadores da antiguidade, como
Aristóteles, afirmava que a linguagem era o que dava condição de humano para o indivíduo,
sendo assim o surdo não tinha a possibilidade de desenvolver faculdades intelectuais.

Os romanos privavam os surdos que não podiam falar de todos os seus direitos legais,
pois eram considerados como incapazes de gerenciar seus atos, assim, perdiam sua condição
de ser humano e eram confundidos com retardados. A Igreja Católica acreditava, até a Idade
Média, que as suas almas não poderiam ser consideradas imortais, pois eles não poderiam
falar os sacramentos.

Pensamentos como estes, ocasionaram durante séculos, desde quando foi iniciado o
trabalho de “recuperação” dos surdos-mudos, a necessidade de se dar fala a eles. É apenas na
Idade Moderna, aproximadamente no século XIV, que se tem alusão ao desenvolvimento
cognitivo dos surdos.

A primeira alusão à possibilidade do Surdo poder aprender através da Língua


de Sinais ou da língua oral é encontrada em Bartolo della Marca d’Ancora,
advogado e escritor do séculos XIV. D’Ancora considera que, no caso dos
surdos poderem se expressar pelos sinais ou por outras formas, isto teria
conseqüências do ponto de vista legal. (MOURA p.17)

Alguns autores desenvolveram suas pesquisas e trabalhos movido por seus interesses
pessoais, religiosos, financeiros ou por terem de alguma maneira contato com um surdo, o que
lhe despertou o interesse pelo assunto. Citarei alguns desses autores e um pouco da trajetória e
os resultados de seus trabalhos ou pesquisas.

Ponce de León - Pedro Ponce de León (1520-1584) foi um monge beneditino que dedicou
maior parte de sua vida educando surdos e também um dos primeiros professores de surdos na
história que teve seu trabalho direcionado aos surdos de famílias nobres. Seus alunos
precisavam aprender a falar para terem seus direitos a títulos e heranças garantidas, visto que
na época os surdos não havia direito algum. Demonstrou que os argumentos médicos que
afirmavam que os surdos não poderiam aprender porque tinham lesões cerebrais não eram
verdadeiros. León ensinava-lhes a ler, escrever, rezar, falar, a conhecer o Cristianismo e
outros de seus alunos aprenderam a entender o italiano através do grego e do latim, além da
astrologia e filosofia natural.

Bonet – Juan Pablo Bonet (1579-1629) aproveitando-se do trabalho de León, em 1620


escreveu o livro Reducción De Las Letras Y Arte Para Ensenãr À Hablar Los Mudos, que
chamou a atenção de vários intelectuais por toda Europa e apresentando-se como inventor da
arte de ensinar surdos a falar. Neste livro, Bonet foca a idéia de que

Seria mas fácil para o surdo aprender a ler, se cada som da fala fosse
representada por uma forma visível invariável. Esta forma poderia poderia
ser uma configuração de mão ou uma letra escrita. [...] O alfabeto digital era
usado para ensinar a ler, e a gramática era ensinada através da Língua de
Sinais. (MOURA p.18)

A base oralista de sua obra serviu como base para outros autores como Pereire,
Amman e Wallis.

Pereire – Jacob Rodrigues Pereire (1715-1780) foi um educador de surdos com influência em
Língua de Sinais e defendia a oralização do surdo. Seu método consistia em utilizar a Língua
de Sinais, modificada por ele, para instruções, explicações lexicais, conversações com os
alunos, até que eles pudessem se comunicas oralmente ou pela escrita, ainda manipulava os
órgãos da fala em seus alunos em pequenas sessões freqüentes, onde cada formato da mão
designa a posição e o movimento dos órgãos de fala adequado para a produção do som.

Em seus últimos anos de vida, Pereire deixa de tentar converter sinalizadores em


falantes. Não se sabe ao certo como era sua prática educacional, visto que ele nunca publicou
ou passou aos outros sua forma de trabalho.

Amman - Johann Conrad Amman (1669-1730) um defensor da leitura labial,

[…] foi o principal expoente do movimento oralista alemão que estabelecia a


crença de que a humanidade residia na possibilidade da fala do indivíduo,
sendo que o sopro da vida reside na voz, que transmite esclarecimento, tendo
sido legada ao homem por Deus. (MOURA p.20)
Seu livro publicado em 1704 foi como uma semente para a construção do modelo
alemão para a educação do surdo. Sua crença de que a fala é dotada de poderes especiais, que
nela residiria o sopro da vida e o espírito de Deus, foi o que deu ênfase ao seu trabalho.

Considerava que o uso dos Sinais atrofiaria a mente e impediria o desenvolvimento da


fala e das atividades superiores, mas mesmo assim, fazia uso de Sinais e do alfabeto digital
como instrumento para atingir a fala, abandonando-os quando não os considerava mais
necessários. Após sua morte, foi divulgado que o “sucesso” de suas atividades provinha de
sua técnica em ensinar o som das letras através do sentido do paladar.

Wallis - John Wallis ( 1616-1703) escreve em 1698 o primeiro livro inglês sobre a educação
do surdo, sendo assim considerado o fundador do oralismo na Inglaterra. Seguidor do método
de Bonet, desistiu de ensinar os surdos a falarem, declarando que era fácil fazê-lo desde que
estes fossem ensinados a posicionar corretamente os órgãos fonoarticulatórios, contudo esta
fala se deteorizava pois o sujeito necessitaria de constantes feedbacks externos para monitorá-
la. Apesar de ter sido considerado como fundador do oralismo inglês, Wallis fazia uso dos
Sinais e reconhecia sua importância para ensinar os Surdos.

Thomas Braidwood – Thomas Braidwood (1715-1806) fundou a primeira escola para surdos
e crianças com problemas de fala, localizada em Edimbugo onde os surdos aprendiam com o
uso do alfabeto digital as palavras escritas, seu significado e pronúncia além da leitura
orofacial. Dados da época indicam que Braidwood percebeu que o ensino da oralidade para
surdos era inútil, o que causou uma diminuição na carga dada ao ensino da mesma nas escolas
fundadas por ele.

L’Epée - Charles-Michel de L’Epée (1712-1789) começou a ensinar os surdos por razões


religiosas, reconhecia a existência e importância da Lingua de Sinais e que ela se desenvolvia
e servia como base comunicativa entre os surdos, utilizava-se de Sinais que os surdos já
dominavam para poder ensinar termos abstratos, foi o primeiro dos grandes autores a
considerar que os surdos tinham uma língua e teve a humildade de aprender a Língua de
Sinais com os surdos o que resultou na criação do Sinais Metódicos. Seu reconhecimento da
Língua de Sinais foi o que serviu de suporte para o surdo ser tido como humano. Os Sinais
Metódicos foi uma adaptação da Língua de Sinais que incluía o uso de termos como artigos,
preposições que não são utilizadas na LS e a organização era feita como é organizado o
idioma Francês.
Este sistema tinha também sinais inventados para as palavras francesas que
não eram representadas em LS (já que a LS tem uma organização espacial
que implica na não necessidade de utilização de vocábulos usados na língua
oral) e terminações que marcavam a gramática da língua oral (que não são
representadas de outras formas). Desta forma os alunos conseguiram
sinalizar qualquer texto escrito ou escrever qualquer texto em francês
gramaticalmente correto quando ditado para ele. (MOURA p.23)

Este sistema de SM foi utilizado até 1830.

Fundador da primeira escola pública para surdos-mudos em Paris, Instituto Nacional


para Surdos-Mudos, marcando a passagem da educação individual para a coletiva. Para ele, o
treinamento da fala ocupava tempo demais dos alunos, tempo este que deveria ser gasto em
educação. Seus discípulos e sucessores fundaram outras centenas de escolas, em moldes
semelhantes ao INSM em todo o mundo.

L’Epée realizava demonstrações públicas em que, através de perguntas feitas


através de Sinais e da escrita, os surdos educados em sua escola deveriam
mostrar os conhecimento obtidos em religião e em gramática. Estes eventos
eram realizados para comprovar “a nobreza, filósofos e educadores a eficácia
dos seus métodos e a capacidade intelectual dos surdos. [...] Através destas
demonstrações que, além de mostrar a possibilidade de se ensinar os surdos
sem a utilização da fala, expunha também a “humanidade” assim obtida pelo
acesso à palavra de Deus, L’Epée conseguia verbas para continuar seu
trabalho. (MOURA p.24)

Itard - Jean-Marc-Gaspard Itard (1774-1838) foi o primeiro médico a pesquisar sobre a


surdez, que para ele era tida como uma doença a ser estudada e curada ou pelo menos
amenizada, tentou detectar causas visíveis para a surdez e contatou que esta não poderia ser
observada visualmente.

Para realizar seus estudos, ele dissecou cadáveres de surdos e tentou vários
procedimentos: aplicar cargas elétricas nos ouvidos de surdos, usar
sanguessugas para provocar sangramentos, furar membranas timpânicas de
alunos (sendo que um deles morreu por este motivo). Fez várias experiências
e publicou vários artigos sobre uma técnica especial para colocar cateteres
no ouvido de pessoas com problemas auditivos, tornando-se famoso e dando
nome à Sonda de Itard. Ele também fraturou crânio de alguns alunos e
infeccionou pontos atrás das orelhas dele. Nada disto funcionou e ele
considerou que nada poderia ser feito por ouvidos mortos. A surdez passava
a ser considerada uma doença e como tal todas as alternativas possíveis (e
impossíveis) para erradicá-la eram válidas, mesmo que isto custasse
sofrimento e às vezes até a morte, e constantemente não levasse a resultado
algum. (MOURA p.25)

Itard nunca aprendeu a LS durante todo este seu trabalho/experiências e considerou


que a única esperança para “salvar o surdo seria através do desenvolvimento da fala, que o
transformaria e isto só poderia ser possível com o treinamento articulatório e a restauração da
audição. Sua proposta era a transformação do surdo em ouvinte, com a ausência de uma fala
fluente ele então passou a culpa a LS usada na escola pela falha de desenvolvimento na
capacidade de falar dos surdos.

Após dezesseis anos de tentativas e experiências frustradas de oralização e


remediação da surdez, sem conseguir atingir os objetivos desejados, rendeu-
se ao fato de que o surdo só pode ser educado através da LS. Ele continuaria
defendendo a tese de que alguns poucos poderiam se beneficiar do
treinamento da fala, mas mesmo para estes, ele passou a considerar que a
única forma possível de comunicação e ensino deveria ser a Língua de
Sinais. Esta não é uma transformação de postura e modificação de postura
fácil de ser feita, mas já havia acontecido antes com outros educadores.
(MOURA p.27)

Baron de Gérando – como administrador do INSM, propôs uma mudança na escola onde
teria início o treino da fala primeiro para os alunos que pudessem se beneficiar e depois seria
estendido para todos os alunos, os professores surdos teriam que ser trocados por professores
ouvinte, os Sinais banidos da escola. Contudo sua proposta não foi além tendo em vista a
impossibilidade de ser porta em prática. Após a impossibilidade de sua proposta, Gérando
reconhece que a LS francesa era a principal forma de instrução na escola e que esta não
poderia ser substituída pela oralidade. Antes de vir a falecer, ele reconheceu a LS como uma
língua que aprendeu a valorizar

Gallaudet - Thomas Hopkins Gallaudet (1787-1851) seu interesse pela surdez surgiu quando
ele conheceu a filha de um de seus vizinhos, Alice Cogswell, com quem tentou manter uma
comunicação através do campo visual, já que ele até este momento não conhecia nada sobre
os surdos ou sobre o trabalho educacional que poderia ser realizado com os mesmos. Foi para
a Europa tentar aprender o método de ensino utilizado por Braidwood, mas ele se recusou a
revelar seu método e não permitiu que Gallaudet o aprendesse. Em 1816 vai à França com o
desejo de conhecer o método desenvolvido por L’Epée e conhecer o próprio autor também.
Realizou um estágio no INSM, começou a aprender os Sinais e os SM orientado por Laurent
Clerc, que mais tarde foi contratado e retornou com Gallaudet para os Estados Unidos, e
juntos tinham o objetivo de abrirem a primeira escola pública para Surdos. Em 1817 a escola
foi realizada com ajuda de doações, foi inicialmente chamada de The Connecticut Asylum for
the Education and Instruction of Deaf and Dumb Persons (O Asilo Connecticut para
Educação e Instrução das Pessoas Surdas e Mudas) e posteriormente de Hartford School.

Os professores contratados aprenderam a Língua de Sinais Francesa, Sinais


que os próprios alunos traziam para palavras que não eram representadas em
LSF, SM adaptados para o inglês, o alfabeto digital francês e a forma de
ensiná-los segundo o sistema utilizado por Clerc (que era a forma por ele
aprendida no Instituto da França). Os alunos aprendiam o inglês escrito e,
através do inglês, astronomia, geografia, história, literatura, matemática e
religião. A LSF foi gradualmente sendo modificada pelos alunos, começando
então a se formar a Língua de Sinais Americana. Gradativamente também os
SM foram sendo abandonados e na sala de aula passaram a ser utilizadas: a
Língua de Sinais Americana, o inglês escrito e o alfabeto digital. (MOURA
p.31)

Por ser a única escola pública para surdos nos EUA, a Hartford School recebia alunos
de várias partes do país, que ao terminarem seus estudos, retornavam a sua cidade e assim
surgia o estabelecimento de pequenas comunidades de surdos que auxiliou com que surgissem
novas escolas públicas para surdos em outras regiões.

Em 1869, existiam aproximadamente trinta escolas para surdos no Estados


Unidos, formando uma rede americana de educadores para surdos cujo ponto
de partida havia sido a Escola de Hartfor. [...] Em 1864, o Congresso
americano autorizou o funcionamento da primeira universidade para surdos,
localizada em Washington (National Deaf-Mute College, atualmente
Gallaudet University). (MOURA p.32)

Bell - Alexander Graham Bell (1847-1922) casado com Mabel, que havia perdido a audição
quando jovem, foi um dos defensores do oralismo, defendendo que a surdez era um desvio de
modelo médico, um doença que poderia ser aliviada encobrindo seu estigma mais aparente (os
Sinais) e que este tipo de comunicação deveria ser evitada, o papel do ouvinte seria o de
ajudar o surdo na negação da sua surdez e cultura, os surdos deveriam se comportar passando
por ouvintes num mundo ouvinte.
O Congresso de Milão

No ano de 1880 acontece o Congresso de Milão, que foi uma conferência internacional
de educadores de surdos para discutir o interesse de reafirmar a necessidade de substituição da
LS pela língua oral nacional. Contava com a participação de representantes da Itália, França,
Grã-Betanha, Estados Unidos, Canadá, Bélgica, Suécia e Rússia dentre todos estes
representantes, apenas um era surdos. O Congresso durou três dias e foram votadas oito
resoluções, onde apenas a terceira foi votada por unanimidade.

I. O uso da língua falada, no ensino e educação dos surdos, deve preferir-se à língua
gestual.
II. O uso da língua gestual em simultâneo com a língua oral, no ensino de surdos, afeta a
fala, a leitura labial e a clareza dos conceitos, pelo que a língua articulada pura deve
ser preferida.
III. Os governos devem tomar medidas para que todos os surdos recebam educação.
IV. O método mais apropriado para os surdos se apropriarem da fala é o método intuitivo
(primeiro a fala depois a escrita); a gramática deve ser ensinada através de exemplos
práticos, com a maior clareza possível; devem ser facultados aos surdos livros com
palavras e formas de linguagem conhecidas pelo surdo.
V. Os educadores de surdos, do método oralista, devem aplicar-se na elaboração e obras
específicas desta matéria.
VI. Os surdos, depois de terminado o seu ensino oralista, não esquecerão o conhecimento
adquirido, devendo, por isso, usar a língua oral na conversação com pessoas falantes,
já que a fala se desenvolve com a prática.
VII. A idade mais favorável para admitir uma criança surda na escola é entre os oito - dez
anos, sendo que a criança deve permanecer na escola no mínimo sete – oito anos;
nenhum educador de surdos deve ter mais de dez alunos simultâneo.
VIII. Com o objetivo de se implementar, com urgência, o método oralista, deviam ser
reunidas as crianças surdas recém admitidas nas escolas, onde deveriam ser instruídas
através da fala; essas mesmas crianças deveriam estar separadas das crianças mais
avançadas, que já haviam recebido educação gestual, a fim de que não fossem
contaminada; os alunos antigos também deveriam ser ensinados segundo este novo
sistema oral.
Pode-se observar assim que o Congresso de Milão foi um marco negro na história da
comunidade surda que ainda estava tentando se organizar, mas o que se pode esperar de um
congresso para resolver questões, que para aqueles que ali estavam, eram estranhas a sua
realidade?! Uma década mais tarde, acreditou-se que a LS havia desaparecido com o domínio
do oralismo em toda Europa, justificado também por filosofias políticas de unificação e
nacionalismo. Segundo Bernard Mottez (1975), o Congresso de Milão transformou a fala de
uma forma de comunicação para a finalidade da educação. Poderia acrescentar que esta
finalidade da educação tem como objetivo a sujeição de uma classe minoritária que tem que
se dobrar à maioria e a seus desejos de equalização a qualquer custo, inclusive da própria
singularidade do surdo. Após o CM a surdez passou a ser vista como uma patologia a ser
curada ou amenizada através do método oral, como já afirmava Bell, além da
descaracterização do surdo como diferente para anormal. O que havia se iniciado 150 anos
antes, uma educação pública baseada em Sinais e que permitia o desenvolvimento dos surdos
como sujeitos plenos no seu direito de aprender e se desenvolver, foi destruído e o que se
colocou no lugar não permitia este desenvolvimento e também destruía a construção de um
identidade própria do surdo, diferente, mas capacitado a se ver como sujeito inteiro e capaz de
posicionar numa sociedade marcada pelo preconceito.

Os Surdos instruídos levantaram sua vozes contra o oralismo. No “1°


Congresso Internacional dos Surdos”, realizado em 1889 em Paris, foi
proclamado que o método de Abbé de L’Epée seria infalível, pois, sem
excluir o uso da fala, reconhecia a língua manual como o instrumento mais
apropriado para desenvolver o intelecto do Surdo. (MOURA, p.50)

Em 1893, 1896 e 1900 aconteceram respectivamente o 2°, 3° e 4° Congresso


Internacional do Surdo, onde eles lutavam para a implantação do bilingüismo, já que o uso de
Sinais estava proibido nas instituições de ensino.

As Línguas de Sinais

Os estudos sobre as LS tiveram início na década de sessenta com Stokoe (1919-2000)


que ao descrever a American Sing Language (Língua Americana de Sinais – ASL),
demonstrou que ela é uma língua completa, com estrutura gramatical própria e independente
da língua oral. Este seu trabalho influenciou e estimulou a realização de outras pesquisas
sobre as LS existentes, estudos estes realizados em diversos países e a luz de diversos
paradigmas teóricos. Estes comprovaram que as LS possuem os mesmo princípios gerais de
organização encontrados nas línguas orais, as mesmas propriedades e princípios universais
das línguas faladas, diferindo destas apenas na utilização viso espacial para o
desenvolvimento de todos os níveis lingüísticos: fonologia, morfologia e sintaxe. Estes
estudos demonstraram também que as LS podem ser consideradas línguas naturais, do ponto
de vista biológico, por apresentarem representação cortical similar às línguas orais. Desta
forma, a partir da aquisição da LS como primeira língua, está garantido, pelo menos
potencialmente, o desenvolvimento dos indivíduos surdos nos aspectos: lingüístico, cognitivo
e social. É incentivada a convivência dos pais na comunidade dos surdos, pois será neste
espaço, no convívio com os surdos adultos, que os pais poderão vislumbrar o
desenvolvimento de seus filhos e aprender a LS. A criança por sua vez, poderá adquirir uma
língua sem dificuldades, língua esta utilizada e aceita socialmente e por seus pais. A própria
convivência da criança com adultos iguais a ela fará com que ela possa ter modelos positivos
para fazer as identificações necessárias à sua constituição, podendo, portanto, construir sua
identidade, construindo-se como sujeito em sua diferença.

O Oralismo

A abordagem oralista tem como pressuposto que as crianças com perda auditiva
devem desenvolver a língua oral como forma comunicativa primeira. O método oral baseia-se
em uma série de fundamentos para que o sujeito possa desenvolver a fala e a audição. Desta
forma, o aprendizado da língua escrita está inteiramente baseado na oralidade. Fundamenta-se
nestes tópicos:

 Diagnóstico precoce.
 Avaliação precisa do grau e tipo da perda auditiva.
 Adaptação do aparelho de amplificação sonoro individual adequado o mais breve possível.
 Imediata reeducação ao som e à fala.
 Colaboração máxima dos pais no processo de reabilitação.
 Convívio com sujeitos ouvintes.
 Inserção em escola normal, garantindo a compreensão e colaboração dos professores.

O oralismo tem diversas formas de trabalho, que variam de acordo com os diferentes
grupos que empregam. Por exemplo, na Itália, na reabilitação fonoaudiológica, a leitura e a
escrita são apresentadas desde cedo. O terapeuta relaciona, gradativamente, cores a vogais,
ditongos e consoantes que a criança já consegue falar. Há então, uma associação do som à
imagem, que se estende a frases simples.

A escrita é considerada como parte fundamental do método oral e segue um processo


semelhante ao treinamento da fala e da leitura orofacial, onde se começa ensinando as vogais,
depois os ditongos, as consoantes mais fáceis de serem percebidas visualmente e as categorias
gramaticais, sempre em associação a cores.

É um método de grande apelo para a maior parte dos pais de crianças surdas, que são
ouvintes, pois, segundo eles, a criança que fala, mesmo que seja com esforço e com
dificuldade, representa a normalidade, enquanto aquela que fala e/ou sinaliza, acaba por
ressaltar sua diversidade.

Os oralistas concebem a surdez como uma patologia que deve ser curada, ou seja, tudo
deve ser feito para que as crianças alcancem a normalidade e se integrem à comunidade
ouvinte. Neste método, a criança surda só será encaminhada a escola especial ou a classe
especial se o seu desenvolvimento não for o esperado na escola comum ou se a primeira
opção se mostrar difícil de ser efetivada, como quando não há escolas que aceitem crianças
com perda auditiva ou não haja escolas adequadas na região em que a pessoa resida.

Bimodalismo

É uma prática que se utiliza de Sinais retirados da LS e da língua oral


simultaneamente. A estrutura de língua apresentada às crianças é a da língua oral. Não é
utilizada a LS. Nesta abordagem acredita-se na necessidade de uso de aparelhos de
amplificação sonora individual para aproveitamento dos restos auditivos, desenvolvimento da
leitura orofacial, juntamente ao uso da fala, dos Sinais e do alfabeto digital. Assim considera-
se importante o desenvolvimento da oralidade pelas crianças, embora a ênfase dada a este
processo seja diferente da utilizada no oralismo, na medida em que se utiliza e se aceita o uso
dos Sinais e do alfabeto digital, respeitando-se as dificuldades de algumas crianças no
desenvolvimento da língua oral. Poderão, segundo as concepções de surdo e prioridades
impostas pelos profissionais envolvidos com a educação destas crianças, optar por cursar
escolas comuns, classes especiais ou escolas especiais.

Há criticas aos sistemas combinados, outra forma de chamar o Bimodalismo. A


principal delas trata da questão da apresentação simultânea da língua oral acompanhada de
Sinais. Como a língua oral e a LS têm características totalmente diferentes uma da outra, a
segunda acaba sendo “recortada” e “montada” na ordem do português falado, sendo, desta
forma, descaracterizada e desrespeitada. Tal critica é justa, pois pode gerar confusão para
algumas das crianças surdas expostas a esta modalidade de comunicação que, ao se
comunicarem com surdos adolescentes e adultos, podem fazer uso de uma modalidade de
língua que não é nem a LS, nem a língua oral sinalizada, não sabendo onde uma começa e a
outra acaba. Tal confusão pode aparecer quando não há clareza, para os profissionais que
lidam com as crianças, dos processos distintos utilizados por cada língua e a importância de
uma língua íntegra para o desenvolvimento das crianças e, portanto, estas diferenças também
não podem ser explicitadas a elas ou a seus pais. A maior crítica a ser levantada diz respeito à
concepção de surdo e surdez que possa estar subjacente a uma proposta que use o
Bimodalismo como metodologia. Se a proposta de uma instituição, clínica, escola ou
profissional for a de utilizar os Sinais apenas como apoio à oralidade, desprestigiando as
formas usadas pela criança ou suas possibilidades e aquisições, privilegiando a língua ora,
novamente encontramos um ambiente que coloca o surdo numa posição de inferioridade e
inadequação frente ao que é esperado, que é torná-lo igual aos ouvintes. A não utilização de
formas de trabalho que levem em conta as características da criança e sua forma de
comunicação acaba por colocá-la em um lugar de fracasso por seu desempenho ruim na
oralidade. Esta situação deve ser criticada, pois o objetivo deve ser o desenvolvimento global
da criança que, quando bem realizado, leva à possibilidade de construção de uma identidade
preservada.

Bilingüismo

Pressupõe que os surdos desenvolvam competência em duas línguas: a LS e a língua


utilizada pela comunidade majoritária ouvinte. Desta forma, não pode ser considerada como
uma abordagem ou método terapêutico/educacional. É fundamentalmente uma “postura” que
concebe os indivíduos surdos enquanto indivíduos diferentes (porque não ouvem), com as
mesmas capacidades e potencialidades que qualquer indivíduo ouvinte, pertencentes a uma
comunidade minoritária e usuários da LS. A diferença destes indivíduos é lingüística, ou seja,
em sua forma primeira de comunicação.

Será com base na LS (primeira língua) que o aprendizado da segunda ocorrerá tanto
na modalidade escrita como na modalidade oral, para aqueles que têm possibilidade de fazê-
lo. Para garantir este desenvolvimento, torna-se de fundamental importância, um trabalho de
aconselhamento aos pais e a convivência na comunidade de surdos. Este trabalho de
orientação aos pais é realizado desde o momento em que haja o diagnóstico da surdez. Isto
porque não se pode esquecer que a grande maioria das crianças são filhas de pais ouvintes,
que desconhecem as implicações que a surdez acarreta aos indivíduos e às suas famílias. Não
é incomum que, devido a este desconhecimento, a família tenha uma imagem negativa do seu
filho, como um indivíduo incapaz, que terá grandes dificuldades para se desenvolver, ou seja,
é construída uma pré-concepção da criança surda como aquela que tenderá ao fracasso
escolar, acadêmico, profissional e social. Cabe aos profissionais explicar e aconselhar os pais
quanto ao uso da LS, mostrando que, somente através de seu uso, as necessidades e
particularidades de sua criança estarão sendo satisfeitas e, conseqüentemente, garantindo seu
desenvolvimento. Tal postura propiciará aos pais o desenvolvimento de uma imagem positiva
de sua criança, representando-a internamente como uma criança capaz e completa.

O modelo Bilíngüe de educação carrega em si uma postura de respeito humano aos


indivíduos com surdez, demonstra que a diferença destes indivíduos pode ser aceita, não
sendo necessário, desta forma, “normalizá-los”. Sendo assim, a única escolha educacional
coerente dentro desta postura é a da escola especial. Esta escola contará em seu corpo docente
com indivíduos surdos e ouvintes, sendo que todos eles deverão ser fluentes em LS e será com
base nesta língua que os conteúdos pedagógicos serão apresentados às crianças, assim como
ocorrerá o desenvolvimento da leitura e escrita.

A língua escrita é apresentada desde cedo às crianças em sua forma narrativa, através
de contos e de histórias infantis que terão seu conteúdo e significados apresentados e
discutidos em LS, para posterior apresentação em sua forma escrita. Como ocorre na
educação da criança ouvinte, o tempo individual das crianças quanto à maturidade para o
desenvolvimento nesta nova língua é respeitado pois, para que possam dominar e desenvolver
seus conhecimentos, deverão aprender as diferenças estruturais entre a Língua de Sinais e a
escrita.

Sánchez (1991) ao propor os fundamentos de uma proposta educativa Bilíngüe para os


indivíduos surdos na Venezuela descreve que esta deve contemplar os seguintes objetivos:

 Criar condições que garantam o desenvolvimento normal de linguagem às crianças surdas e


que facilitem seu ótimo desenvolvimento cognitivo, afetivo-emocional e social.
 Criar as condições que permitam nas escolas de surdos a aquisição eficaz de conhecimentos
gerais e o aproveitamento máximo do ensino curricular em todos os seus níveis, mediante a
utilização da LS Venezuelana.
 Facilitar o processo de aquisição da língua escrita por parte das crianças com adultos surdos e
sua utilização coletiva em sua comunidade.
 Promover a comunidade de surdos em seus aspectos educativos, culturais, laboratoriais,
socioeconômico e organizacionais, e projetar sua imagem numa macroestrutura ouvinte.
 Propiciar a participação direta e afetiva da comunidade de surdos no sistema educativo
especial.
 Incrementar os intercâmbios, o conhecimento mútuo e a cooperação entre surdos e ouvintes
em todos os âmbitos da vida da sociedade.
 Facilitar o aprendizado da língua oral como segunda língua.

O respeito quanto a diferença das crianças surdas propiciado por este modelo, faz com
que elas se desenvolvam como capazes. São respeitadas as particularidades de cada uma no
decorrer do processo e incentivado seu desenvolvimento. Assim sendo, a criança não se
constitui, em nenhum momento, como aquela que tem uma dificuldade, que tende ao fracasso,
pelo contrário: ela se constitui como um sujeito completo na semelhança com seus iguais.

Um Caso A Exemplificar

Um caso interessante a ser pontuado é o da família Green. Francis Green, pai do aluno
Charles Green, lutou pela implantação de uma escola pública para surdos nos Estados Unidos,
motivado pelo sucesso oral notável obtido por seu filho na escola de Braidwood. Ele publicou
seu livro em 1783 intitulado A Voz Governada Pelos Olhos, onde defendia a necessidade de
instalar uma escola pública para surdos na Inglaterra, mas sua causa não teve o apoio de
Braidwood, pois não era interessante para este difundir suas técnicas e perder sua fonte de
renda. Foi então que Green, de volta aos Estados Unidos, percebeu que após o grande
desenvolvimento da fala de seu filho, agora ela havia regredido notavelmente. Assim é que
ele abandona sua defesa ao oralismo e conclui que a melhor forma de ensinar o surdo seria
através da Língua de Sinais. Green visita Abbé Sicard, traduz a última publicação de L’Epée e
começa a fazer críticas abertamente a Braidwood e seu método oral.
CONCLUSÃO

Minhas conclusões com este projeto de pesquisa confirmam minha idéia inicial de que
nossa sociedade está coberta de preconceitos com aqueles que apresentam ou deixam
demonstrar suas diferenças. Ainda há uma intolerância, mesmo que menor do que a décadas e
séculos atrás, em conviver com as diferenças raciais, culturais, seja qual for dos indivíduos
que compõem nossa sociedade. Foi essa intolerância que causou em alguns países, como a
Alemanha, uma busca político-social em reafirmar sua pureza nacionalista, fazendo com que
o uso de outra ou língua não fosse tolerando em seu território, o que ocasionou no banimento
da Língua de Sinais; por isso o modelo oralista é também reconhecido como modelo alemão.

Além do preconceito vigente, percebi também que há uma falta de esclarecimento da


família com a surdez, onde alguns mitos como o de que os surdos são pessoas com déficit de
aprendizagem, são tidos como reais. Quando essa tal família busca por mais informações
sobre o assunto, ela percebe que alguns médicos priorizam ou privilegiam o modelo oralista
para tal criança; outros médicos e/ou pedagogos explicam a importância e necessidade da LS
para a família, em especial para a criança surda. Em meio a tantas informações divergentes,
não é de se estranhar que a família fique confusa.

Minha síntese do assunto é que a LS têm que ser reconhecida socialmente como uma
língua oficial da comunidade surda, não como gestos ou mímicas, mas a língua com a qual
essa comunidade se utiliza para fazer parte do mundo e poder entender como funcionam as
coisas ao seu redor. Não há um modelo melhor ou pior, um modelo único a ser imposto e
seguido, seja ele oral ou sinalizado, mas aquele com a qual o sujeito melhor domina e lhe
satisfaz em sua vivência com os outros.
REFERÊNCIAS

MOURA, Maria Cecilia de. O Surdo: caminhos para uma Nova Identidade. Rio de
Janeiro, RJ: Revinter, 2000.

QUADROS, Ronice Müller de; PERLIN, Gladis. Estudos Surdos II. Petrópolis, RJ:
Arara Azul, 2007.

QUADROS, Ronice Müller de. Educação de surdos: aquisição da linguagem. Porto


Alegre, RS: Artes Médicas, 1997.

THOMA, Adriana da Silva; LOPES, Maura Corcini. A invenção da surdez: cultura,


alteridade, identidade e diferença no campo da educação. 1° reimpressão. Santa Cruz do
Sul, RS: EDUNISC, 2004.

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