Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
VERMICOMPOSTAGEM E QUALIDADE
AMBIENTAL
1.ª edição
Um olhar científico e
apelativo sobre um método
de tratamento de resíduos
a ganhar cada vez mais
adeptos
2
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
PREFÁCIO
É uma honra, um prazer e um privilégio, tecer aqui algumas breves
considerações sobre este livro tão interessante, tão necessário para esta
caótica fase da humanidade em que nos encontramos, necessitamos de
reflectir e partilhar o que de bom este livro nos remete!
Primeiramente, e falando sobre o autor, poderemos afirmar que é um
Homem de H grande, um verdadeiro humanista, um cidadão culto,
preocupado com as pequenas-grandes “coisas” desta vida e deste nosso
mundo tão carente de princípios e de valores.
A elaboração deste livro teve como objectivo fornecer a técnicos superiores,
estudantes e público em geral todo um conjunto de informação
relativamente à vermicompostagem.
Numa sociedade em constante mudança e busca pelo conhecimento e
tecnologia, o Homem tem procurado melhorar a relação que tem para com o
Ambiente.
Falando então deste livro, poderemos dizer que é uma obra assumidamente
ecléctica e que evoca um pouco do que se passa nos nossos dias de hoje,
exigindo uma reflexão extrema para os problemas existenciais em todas as
sociedades do mundo.
Resumidamente poderemos descreve-lo com a seguinte expressão: “a obra
em questão demonstra o quanto é essencial pensarmos nos problemas do
amanhã melhorando os de hoje.” Assim, é essencial mostar às nossas
crianças que podemos efectuar uma reciclagem controlada e ajudando a
prevenir o meio ambiente, melhorando o nosso futuro e prevenindo o nosso
mundo do caos total.
3
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Hugo Leitão
(Engenheiro do Ambiente - Ambiproject-Engenharia)
4
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
5
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
ÍNDICE
ÍNDICE DE FIGURAS 9
ÍNDICE DE QUADROS 11
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1. Nota Introdutória 13
2. Objectivos 14
3. Nomenclatura 15
CAPÍTULO II
NOÇÕES DE VERMICOMPOSTAGEM
1. Evolução 24
2. A Importância da Vermicompostagem 25
3. Objectivos da Vermicompostagem 28
4. Compostagem e Vermicompostagem 29
5. Inputs e Outputs ao processo 32
5.1. Inputs 32
5.1.1. Resíduos 32
5.1.2. Água 38
5.1.3. Trabalho humano e trabalho mecanizado 38
5.2. Outputs 39
5.2.1. Vermicomposto 39
5.2.2. Chá de vermicomposto 40
6
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
CAPÍTULO III
VERMICOMPOSTAGEM DOMÉSTICA
1. Modelos de vermicompostagem 53
2. Escolha do local mais adequado 56
3. O Vermicompostor 57
3.1. Sistema Horizontal 57
3.2. Sistema Vertical 58
4. Construção e iniciação do vermicompostor 59
5. Manutenção do vermicompostor 64
6. Separação das minhocas do vermicomposto 66
7. Resolução de problemas identificados 70
7
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
8
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
ÍNDICE DE FIGURAS
Fig. 1 - Minhoca dos resíduos orgânicos utilizada em
vermicompostagem 25
Fig. 2 – Eisenia Foetida 26
Fig. 3 - Subdivisões da vermicompostagem (Fonte: Futuramb) 29
Fig. 4 - A Vermicompostagem como complemento do processo de
compostagem 31
Fig. 5 - Zona de recepção de resíduos (Fonte Futuramb) 32
Fig. 6 – Resíduos silvíciolas (Fonte: Futuramb) 35
Fig. 7 – Aparas de relva (Fonte:Futuramb) 39
Fig. 8 - Diferenças entre as minhocas geófagas e detritívoras 41
Fig. 9 – Classificação científica da minhoca 41
Fig. 10 - Diferenças entre a minhoca Eisenia foetida foetida e Eisenia
foetida andrei 46
Fig. 11 - Eisenia Foetida 46
Fig. 12 - Endrilus engeniae 46
Fig. 13 - Perionyx escavatus 46
Fig. 14 - Parâmetros a considerar na minhoca 47
Fig. 15 – Síntese de inputs e outputs ao Sistema de Vermicompostagem
(Fonte: Futuramb) 52
Fig. 16 – As diferentes formas de fazer vermicompostagem em casa 53
Fig. 17 - Exemplo de um vermicompostor em sistema horizontal (Fonte:
Futuramb) 54
Fig. 18 – Vermicompostor Futuramb (Fonte: Futuramb) 55
9
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
10
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
ÍNDICE DE QUADROS
11
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
12
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1. Nota Introdutória
A Futuramb procurou, com a realização deste Manual, ajudá-lo com
conhecimento científico e de engenharia ambiental com informação actual
e rigorosa relacionada com a temática da vermicompostagem tendo
resultado de um profundo trabalho de investigação, pesquisa e trabalho
experimental em matéria de vermicompostagem tendo sido o resultado de
um desejo de toda a nossa equipa, o de proporcionar aos utilizadores do
nosso espaço na internet, Bioparceiros e público em geral um processo de
gestão de resíduos com imenso futuro.
Pretendemos, deste modo, ajudá-lo a compreender e até implementar de
acordo com as suas possibilidades, um sistema de vermicompostagem,
desde um vulgar sistema em sua casa até a um sistema numa exploração
agrícola ou noutro espaço rural.
A esta 1.ª edição irá seguir-se como prevemos, uma 2.ª edição com
actualizações, metodologias e procedimentos úteis e importantes como
tratamento de resíduos.
Neste contexto, conscientes de que a produção de vermicomposto a partir
do tratamento da fracção orgânica dos resíduos tende a resultar na
melhoria das condições de fertilidade dos solos degradados para os anos
vindouros, aconselhamos vivamente a leitura deste Manual disponível em
suporte papel ou via download.
Prefira a segunda versão, poupando recursos e preservando o Ambiente!
13
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
2. Objectivos
Deste modo, damos-lhe a conhecer os objectivos com a publicação deste
Manual:
14
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
4. Oportunidades
Oportunidades para o papel da vermicompostagem para a vertente eco-
económica e ambiental na cidadania e na gestão sustentável do espaço
rural.
5. Sustentabilidade
Promover práticas ambientalmente sustentáveis de gestão de resíduos,
utilizando a vermicompostagem como ferramenta.
3. Nomenclatura
Apresentamos, primeiramente, alguma da nomenclatura utilizada neste
manual e não só, que seguramente acabará gradualmente, por fazer parte
do seu vocabulário corrente, ainda que a sua grande maioria lhe seja
conhecido ou familiar. É nosso objectivo contribuir para que possa
enriquecer o seu vocabulário em termos ambientais e em particular em
termos de vermicompostagem.
Aeróbio
Estado biológico de vida e crescimento na presença de oxigénio livre
(Fonte: Futuramb).
Agricultura Biológica
Modo de produção agrícola ecologicamente sustentável, baseado no
funcionamento do ecossistema agrícola e utilizando práticas que fomentam
15
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Anaeróbio
Estado biológico de vida e crescimento na ausência de oxigénio livre
(Fonte: Futuramb).
Arejamento
Processo de adição de oxigénio tendo em vista a oxidação ou mistura
(Fonte: Futuramb).
16
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Cama de minhocas
Material compostado, que serve de alimento para minhocas. O material
utilizado é essencialmente matéria orgânica, provenientes de RSU´s,
resíduos agropecuários e silvícolas. As camas são colocadas directamente
sobre o terreno, são separadas e organizadas facilitando a sua
manutenção. Cerca de metade do espaço destina-se à reprodução da
minhoca e outra metade do espaço à produção de vermicomposto (Fonte:
Futuramb).
Canteiros de vermicompostagem
São as camas das minhocas limitadas com os mais variados materiais,
como tijolos, blocos, placas de betão, madeira (Fonte: Futuramb).
Chá de Vermicomposto
Lixiviado, liquido extraído das “camas de minhocas”. É utilizado como
complemento de fertilização por possuir características nutritivas essenciais
para agricultura biológica (Fonte: Futuramb).
17
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Crivagem
Processo utilizado com equipamento próprio, para que o vermicomposto
atinja um grau de gravimetria desejável (Fonte: Futuramb).
Crivo
Equipamento mecânico ou manual, utilizado para a crivagem de
vermicomposto. (Fonte: Futuramb).
Compostagem
Degradação biológica aeróbia dos resíduos orgânicos até à sua
estabilização, produzindo uma substância húmica (compostado) utilizável
como corrector de solos. Pode ser efectuada em pilhas estáticas, pilhas
com revolvimento ou em reactor (Fonte: Futuramb).
Compostado
Produto estabilizado resultante da decomposição controlada dos substratos
orgânicos. Promove a melhoria das condições do solo em termos de
estrutura, porosidade, capacidade de retenção de água e nutrientes,
arejamento e actividade microbiológica. Diferente de composto (Fonte:
Futuramb).
Digestão Anaeróbia
Processo de mineralização da matéria orgânica na ausência de oxigénio
(Fonte: Futuramb).
18
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Fileira de Resíduos
Designação técnica relativa aos materiais passíveis de serem reciclados
contidos nos resíduos (ex. fileira do vidro, do plástico, do metal, do papel e
cartão) (Fonte: Futuramb).
Fluxo de Resíduos
Designação técnica que significa qualquer dos produtos componentes dos
RSU´s (electrodomésticos, pilhas e acumuladores) ou de outras categorias
de resíduos (pneus, solventes, “monstros”, lamas de ETAR, entulhos)
(Fonte: Futuramb).
Gestão
Direcção, supervisão e controlo das operações dos tecnosistemas de
RSU´s (Fonte: Futuramb).
Isco
Material colocado nas camas de vermicompostagem, como sejam borras
de café, cacau, farinha de milho ou açúcar amarelo, para atrair as
minhocas, com o finalidade de extrair o vermicomposto (Fonte: Futuramb).
Lamas
Resíduos do tratamento de águas residuais urbanas em ETAR,
constituindo um fluxo específico designado por lamas de ETAR. (Fonte:
Futuramb).
19
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Resíduo
Material necessário para produção de vermicomposto e alimento para as
minhocas (matéria orgânica, resíduos biodegradáveis e/ou agrícolas)
(Fonte: Futuramb).
Produtor
Qualquer pessoa, singular ou colectiva, cuja actividade produza resíduos
ou que efectue operações de tratamento de mistura ou outras que alteram
a natureza ou a composição de resíduos (Fonte: Decreto-Lei n.º 178/2006).
Reciclagem
Forma de valorização dos resíduos na qual se recuperam e, ou regeneram
diferentes matérias constituintes, por forma a dar origem a novos produtos
(Fonte: Decreto-Lei 178/2006).
Resíduo
Quaisquer substância ou objecto de que o detentor se desfaz ou tem
intenção ou obrigação de se desfazer (Decreto – Lei n.º 178/2006).
Resíduo Agrícola
Resíduo proveniente de exploração agrícola e, ou pecuária ou similar
(Decreto – Lei n.º 178/2006).
20
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Resíduo Biodegradável
Resíduo que pode ser sujeito a decomposição anaeróbia ou aeróbia, como
por exemplo os resíduos alimentares e de jardim, o papel e o cartão
(Decreto – Lei n.º 178/2006).
Recolha
A operação de apanha de resíduos com vista ao transporte (Decreto – Lei
n.º 178/2006).
Reutilização
A reintrodução, em utilização análogo e sem alterações, de substâncias,
objectivos ou produtos nos circuitos de produção ou de consumo, por forma
a evitar a produção de resíduos (Decreto – Lei n.º 178/2006).
Tratamento
Quaisquer processos manuais, mecânicos, físicos, químicos ou biológicos
que alterem as características de resíduos por forma a reduzir o seu
volume ou perigosidade, bem como a facilitar a sua movimentação
valorização ou eliminação (Decreto – Lei n.º 178/2006).
21
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Valorização
As operações que visam o reaproveitamento dos resíduos (Decreto – Lei
n.º 178/2006).
Valorização Orgânica
Utilização da fracção orgânica contida nos resíduos para produção de
composto e vermicomposto (por via aeróbia – compostagem e
vermicompostagem) ou para a produção de biogás e composto (via
anaeróbia – digestão anaeróbia) (Decreto – Lei n.º 178/2006).
Vermicomposto
O produto do substrato ingerido e transformado pelo intestino da minhoca,
enriquecido de seres vivos, matéria orgânica e macronutrientes, azoto,
fósforo e potássio, bem como micronutrientes em quantidades necessárias
e facilmente assimiláveis e absorvidos pelas raízes das plantas. O mesmo
que húmus de minhoca ou lombricomposto (Fonte: Futuramb).
Vermicompostor
O mesmo que caixa, material utilizado para aplicação da
vermicompostagem doméstica ou em pequena escala. Pode ser de plástico
ou madeira (Fonte: Futuramb).
Vermicompostagem
Degradação, na presença de oxigénio da fracção orgânica de certas
tipologias de resíduos, recorrendo-se às melhores tecnologias possíveis e
22
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
23
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
CAPÍTULO II
NOÇÕES DE VERMICOMPOSTAGEM
1. Evolução
No início dos anos 80, a denominação, embora não rigorosa de “Minhoca
Vermelha da Califórnia”, começou a ser utilizada frequentemente.
Incialmente, pouca atenção e informação era dada aos aspectos bióticos e
zootécnicos da espécie, mas sim no resultado marcadamente de cariz
económico do indivíduo ou entidade que se dedicasse à sua exploração.
24
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
2. A Importância da Vermicompostagem
A vermicompostagem pode ser desenvolvida quer em contínuo ou em
descontinuo. O processo de vermicompostagem envolve sempre o
processo de compostagem prévio, com duração mais ou menos variável.
Entende-se por processo em contínuo como o processo onde existe adição
constante e regular de resíduos ao
sistema ao contrário de um
processo em descontínuo, no qual
desde o período de inoculação
inicial de minhocas ao
compostado, não existe, até ao
final, quaisquer adições de
resíduos. Fig. 1 - Minhoca dos resíduos orgânicos
utilizada em vermicompostagem
25
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
26
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
27
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
3. Objectivos da Vermicompostagem
A vermicompostagem tem como objectivos promover uma gestão de
qualidade superior à biomassa vegetal e animal acrecentando valor aos
produtos daí originados. Actualmente, é vista como um processo de
tratamento de resíduos com produção de vermicomposto como elemento
principal. Contudo, outros outputs possuem a sua importância: o chá de
vermicomposto, e claro está, as minhocas. Na produção de minhocas a
vertente possui o nome de minhocultura ou vermicultura embora não
mereça destaque neste Manual.
28
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Doméstica
Agronómica
4. Compostagem e Vermicompostagem
A Compostagem e a Vermicompostagem são duas técnicas com o mesmo
objectivo, embora com metodologias diferentes, quer em termos humanos
quer mecanizados, o tratamento da fracção orgânica de certas tipologias
de resíduos. A vermicompostagem é vista como um complemento ao
processo tradicional de compostagem. Ambas produzem um output final,
embora com características, físicas, químicas e microbiológicas distintas.
29
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Compostagem Vermicompostagem
30
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Compostagem
Vermicompostagem
31
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
5.1. Inputs
Define-se input como toda e qualquer saída de um sistema. Os principais
inputs num dado sistema de vermicompostagem envolvem sempre a
presença de energia e factores de produção (água, resíduos, trabalho
humano, trabalho mecanizado e minhocas). A biomassa fornecida ao
sistema constitui fonte de
energia e constituição celular
para a massa microbiana e,
posteriormente, para as
populações de minhocas
envolvidas no processo, após a
operação de compostagem.
Fig. 5 - Zona de recepção de resíduos
(Fonte: Futuramb)
5.1.1. Resíduos
Em seguida é apresentada uma listagem de alguns resíduos que podem
sofrer vermicompostagem, e, indirectamente, compostagem prévia.
Apresentamos as vantagens e desvantagens da sua utlização como
substrato em vermicompostagem, por forma a auxiliar na escolha das
tipologias de resíduos a utilizar. Os resíduos apresentados figuram nas
utilizações possíveis em todos os sistemas de vermicompostagem –
caseira, rural e industrial e claro está, num sistema multifuncional de
vermicompostagem.
32
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Estrumes
Resíduo /
Vantagens Desvantagens Observações
Substrato
Necessária compostagem prévia devido à Todos os estrumes
presença de sementes de infestantes. são decompostos
Substrato
Estrume Quando húmido em excesso facilmente
natural para as
bovino minhocas.
compacta o que não permite que a minhoca e quase única e
viva no seu interior. exclusivamente pelas
Necessária mistura com resíduos fibrosos. minhocas
O elevado teor proteico
Não o mais
O elevado teor poderá ser perigoso para as minhocas,
indicado para
Estrume em N confere devendo ser
vermicompostagem
de aviário boa aptidão para utilizado em quantidades reduzidas.
sendo bastante
substrato. Necessária compostagem
reactivo
prévia.
Necessário processo de compostagem
Estrume Necessária adição de
prévio devido à presença de sementes de
materiais
ovino infestantes.
Boa nutrição com vista ao
e A reduzidadimensão das partículas
aumento
caprino poderá levar à formação de bulking
da C/N
(agregados).
O vermicomposto
Necessária a introdução de substratos
proveniente
Maior teor em N secos, com elevada capacidade de
de resíduos de
depois absorção, devido ao seu elevado teor em N
estrume
Estrume do estrume de amoniacal.
suíno apresenta
suíno aviário. Requer a mistura com fibra vegetal de modo
qualidade superior
Substrato ideal a reduzir a sua concentração proteíca e
em comparação
para minhocas. troná-lo mais esponjoso.
com outros
vermicompostos.
Estrume e chorume
O elevado teor em urina é impeditivo.
Estrume valorizados para
Conteúdo em N Possibilidade de fases termofílicas em
vermicompostagm
de eleavado. grandes quantidades.
através de camas de
coelho Reduzida viabilidade.
minhocas.
33
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Produção anual
5840 8395 365 9125
média (x 365)
34
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Resíduos sílvicolas
Ao se decompor tornam-se numa espécie de chorume na qual a minhoca
pode aceder facilmente. É necessário a incorporação de fibra vegetal com
vista o melhoramento do substrato. As podas de formações aero-abustivas
são exemplo disso mesmo. A sua
valorização restitui carbono ao solo
evitando a propagação de incêndios que
aumentam a concentração de GEE na
atmosfera, promovendo o aquecimento
global. Fig. 6 – Resíduos silvíciolas.
(Fonte: Futuramb)
35
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
36
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Capacidade para
Substrato Absorvência C/N
formar agregados
Estrume equino Média - Boa Boa 22-56
Silagem de milho Média - Boa Média 38-43
Feno Reduzida Média 15-32
Palha Reduzida Média – Boa 48-150
Papel proveniente de
Média - Boa Média 127-178
RSU
Casca de folhosas Reduzida Boa 116-436
Casca de resinosas Reduzida Boa 131-1285
Papel canelado Boa Média 563
Madeira triturada Reduzida Boa 170
Lamas de pasta de papel Média-Boa Média 250
Lamas de papel
Boa Média 54
industriais
Reduzida-
Palha Reduzida – Média 142-750
Média
Formações arbustivas Reduzida Boa 53
Aparas de madeira Reduzida Boa 212-1313
Reduzida-
Folhas secas a granel Reduzida – Média 40-80
Média
Caule de milho Reduzida Boa 60-73
Reduzida-
Milho Boa 56-123
Média
37
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
5.1.2. Água
A água é um factor de produção fundamental no processo de
vermicompostagem. Sem esta as actividades metabólicas da fauna
interveniente quer em compostagem prévia quer em vermicompostagem
efectiva deixarão de existir. É a partir da rega que são criadas condições
para que, primeiramente, as populações microbianas, fungos e
actinomicetes desecadêm reacções de hidrólise dos substratos orgânicos
e, posteriormente, as populações de minhocas desencadearem o processo
de humificação.
38
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
5.2. Outputs
5.2.1. Vermicomposto
O vermicomposto é formado por partículas de dimensão bastante reduzida,
os seus excrementos. Cada uma destas pequenas partículas possui
microrganismos que contêm milhares de bactérias produtoras de enzimas,
fungos, além de, como é natural, restos de matéria orgânica não
decomposta pela minhoca. O ácido húmico, é uma molécula especializada
em fixar na sua estrutura a matéria mineral, nomeadamente os macro-
nutrientes sendo eles o azoto, fósforo, potássio, cálcio, e magnésio bem
como os micro-nutrientes, necessários em quantidades mais reduzidas,
fornecendo-os lenta e correctamente às plantas quando estas necessitam.
39
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
40
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
•
Detritívoras • Alimentam-se de qualquer tipologia de resíduos;
• São mais prolíferas que as geófagas.
Género: Lumbricus
Família: Lumbricidae
Ordem: Haplotaxida
Classe: Oligochaeta
Filo: Annelida
Reino: Animalia
41
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
As minhocas são uma das espécies animais mais antigas na Terra, facto
que por si só releva a sua importância, estimando-se que existam cerca de
1800 espécies. São animais caracterizados por apresentarem uma nítida
segmentação ou metamerização externa e interna, incluindo músculos,
nervos e órgãos circulatórios quer excretores quer reprodutores, possuíndo
5 pares de corações e 1 par de rins sendo que o sangue percorre todo o
corpo através de 5 vasos sanguíneos e capilares.
42
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
43
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
44
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Espécies utilizadas
Como se afirmou, a espécie mais vulgarmente utilizada nos processos de
vermicompostagem é a Eisenia foetida onde se incluem as subespécies
Eisenia foetida foetida e Eisenia foetida andrei. Estas duas espécies são
as que melhor se adaptam às condições ambientais dos climas
temperados. Outras espécies são utilizadas em menor escala, em virtude
da sua menor tolerância a variações de substratos e edafo-climáticas.
45
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Fig. 10 - Diferenças entre a minhoca Eisenia foetida foetida e Eisenia foetida andrei.
46
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
a) Humidade
b) Porosidade
d) Arejamento - oxigénio
e) C/N
f) pH
g) Temperatura
h) Salinidade
a) Humidade
As minhocas respiram através da sua pele e, deste modo, devem existir
teores adequados de humidade com vista à sua sobrevivência. A morte de
uma minhoca ocorre quando a pele desta seca. O seu habitat deve
proporcionar que a água seja absorvida e retida adequadamente. Valores
de humidade inferiores a 50 % não serão adequados. Com excepção do
factor temperatura, com valores elevados e reduzidos de temperatura,
nenhum outro factor determinará a morte das minhocas tão rapidamente
como a escassez de humidade.O ideal teor de humidade para sistemas de
compostagem ronda os 45 – 60 % (Rink et al, 1992). Em contraste, nos
47
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
b) Porosidade
Se o material apresenta elevada densidade e elevada compactação
(demasiado pesado), acabará por existir escassez em oxigénio ou este
pode até nem existir. Tal como o Homem, as minhocas necessitam de
oxigénio para as suas actividades metabólicas. Materiais de diferentes
texturas irão afectar a porosidade dos substratos devido ao facto de
existirem diferentes granulometrias e formas, textura e força, e rigidez da
sua estrutura.
48
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
d) Arejamento - Oxigénio
As minhocas necessitam de oxigénio para as suas reacções metabólicas,
de modo que não conseguem sobreviver sob condições de anaerobiose.
Quando ocorrem factores a nível de substrato, como sejam excesso de
resíduos contendo azoto (relva verde) ou condições de escassez de
oxigénio devido a existir excesso de humidade, estas podem ser fatais para
as minhocas, podendo matá-las rapidamente. Os teores de oxigénio
encontram-se directamente relacionados com os de humidade. O sangue
ao circular pelos vasos capilares, recebe o oxigénio e elimina o dióxido de
carbono. O oxigénio então combina-se com a hemoglobina do plasma e é
levado para os tecidos.
e) C/N
O fornecimento de um substrato com potencial nutritivo deixa as minhocas
com melhor aptidão reprodutiva. Matérias primas provenientes de resíduos
orgânicos ricos, principalmente, em proteína são a garantia de fortalecer as
minhocas e deixá-las plenamente capazes de se reproduzirem.
49
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
f) pH
Valores de pH compreendidos entre 6,5 e 7,5 são considerados óptimos.
Contudo, a minhoca tolera valores de pH compreendidos entre 5 e 9,
embora com o prejuízo da sua actividade quando fora deste intervalo
óptimo. Podemos considerá-la como uma espécie ácido-tolerante pois a
existência de glândulas calcíferas, permite o controlo da acidez dos
resíduos.
g) Temperatura
Para valores de temperatura acima 40ºC as minhocas morrem rapidamente
sendo que abaixo dos 15ºC o seu metabolismo baixa significativamente,
perdendo bastante peso e a sua actividade reprodutora é inibida ou
reduzida. Abaixo dos 0ºC a minhoca congela e morre visto o seu corpo ser
constituído, maioritariamente, por água. O intervalo de temperatura ideal
para a minhoca situa-se entre os 18 ºC e os 24 ºC, favorecendo o seu
crescimento e desenvolvimento e potenciando a reprodução.
50
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
h) Salinidade
Os teores de salinidade são medidos a través da condutividade. A
presença de elevadas concentrações de matéria mineral em solução
podem ser prejudiciais à actividade da minhocas. A existência de
condições desfavoráveis de cada um destes parâmetros pode conduzir à
fuga, perda de actividade das minhocas ou morte. A fuga é realizada
geralmente durante a noite.
51
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
• Água - humidade;
• Resíduos - biomassa vegetal e animal;
• Temperatura;
• Mínhocas;
Factores de • Trabalho humano;
Produção • Trabalho mecanizado.
Input
• Vermicomposto
• Minhocas
• Microrganismos
Output
52
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
CAPÍTULO III
VERMICOMPOSTAGEM DOMÉSTICA
1. Modelos de vermicompostagem
No conforto no nosso lar, habitando em moradia ou apartamento, numa
cidade ou vila, a vermicompostagem doméstica assume-se como a solução
mais adequada para a gestão dos seus resíduos biodegradáveis. Caso
possua um quintal, a situação será ainda mais vantajosa. Assim sendo, a
vermicompostagem caseira pode ser levada a cabo das seguintes formas:
53
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
54
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
55
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
• A cama das minhocas deve promover um ambiente arejado, húmido e propício ao seu
correcto metabolismo;
• O substrato deve ser constituído por tiras de papel de jornal ou de revista humedecidas em
Humidade água.
• Área levemente inclinada de modo a evitar o encharcamento na época das chuva se optar por
colocar o vermicompostor no terraço, pátio ou jardim;
• Contudo, na possibilidade de colocar o vermicompostor no interior da habitação esta opção
Inclinação deverá ser vista como prioritária.
• Deve existir facilidade para acesso a água potável, energia eléctrica e resíduo. No caso último
o problema é de fácil resolução.
Acessos
• Substrato com pH compreendido entre os 5,0 e 9,0 – para os casos em que o vermicompostor
é colocado no jardim e em contacto com o solo;
pH • Contudo valores óptimos situam-se entre os 6,5 e os 8,0.
56
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
3. O Vermicompostor
57
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
58
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
a) Construção do vermicompostor
59
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Dimensões
As dimensões de um vermicompostor dependerão da natureza do material
que lhe deu origem e da produção de resíduos do agregado familiar. É
evidente que um vermicompostor construido a partir de placas de madeira
reutilizadas será sempre superior a um utilizando uma gaveta velha, por
exemplo. Tenha em atenção que vermicompostores muito profundos
possibilitarão a compactação dos resíduos, uma vez que as minhocas se
alimentam na horizontal. As dimensões vulgares e aconselhadas para um
vermicompostor são: comprimento de 60 cm, largura de 25 cm e altura de
30 cm.
60
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Arejamento
Perfure o vermicompostor usando um berbequim. Os furos deverão ter 3 a
5 mm de diâmetro e servirão para manter arejado o vermicompostor,
fornecendo oxigénio às minhocas, tornando aeróbio o sistema.
Lixiviados
O vermicompostor deve ser perfurado na sua base utilizando um
berbequim. Não se esqueça que este procedimento também é muito
importante! Desta forma, os lixiviados são drenados num recipiente
evitando o excesso de humidade e a anaerobiose e maus odores no
vermicompostor. Além de que produz outro produto como seguidamente irá
ser abordado – o chá de vermicomposto também como solução fertilizante.
Protecção
Qualquer vermicompostor deve possuir uma tampa ou cobertura que o
proteja das perdas de humidade. Se não possuir tampa a cama do
vermicompostor pode ser coberta por folhas secas ou palha. Este material
evita ainda a penetração da luz. Caso o vermicompostor se encontre no
exterior é conveniente a cobertura com uma rede para evitar os ataques de
outros animais. Os vermicompostores que se encontrem no exterior da sua
habitação devem ser isolados do frio para proteger as minhocas. Uma das
opções é construir um buraco rectangular com aproximadamente 25 cm de
61
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
b) Iniciação do vermicompostor
Material:
Folhas de jornal;
Tesoura;
Tina ou outro recipiente;
Luvas de látex;
Balança;
Copo graduado de 1 a 3 L;
Mesa;
Regador;
Minhocas;
Solo;
Resíduos;
Água.
Procedimento Experimental :
a) Rasgar folhas de jornal em pequenas tiras de 2 a 3 cm de largura
utilizando uma tesoura;
b) Mergulhar rapidamente as tiras numa tina em água de modo a que
estas fiquem humedecidas;
c) Ter o cuidado que não fiquem demasiado molhadas;
62
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
1Teste da toxicidade
5. Manutenção do Vermicompostor
A manutenção do vermicompostor deve ser realizada periodicamente,
sempre que necessário. Uma vez por mês a cama deve ser renovada, ou
de 15 em 15 dias se a situação o justificar. Além disso, após as primeiras
semanas, devem ser adicionados resíduos ao vermicompostor 3 a 4 vezes
por mês; O jornal, por ser biodegradável tende a ser consumido pela fauna
macro, meso e microbiana existente no vermicompostor. Se tiver sorte,
reparará na presença de aranhas, bichos-de-conta e outros invertebrados.
Material:
Tina;
Luvas de látex;
Água;
Folhas de jornal;
Regador;
Resíduos;
64
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Minhocas;
Ancinho.
Procedimento experimental1:
a) Afastar um pouco a cama das minhocas e espalhar uniformemente os
resíduos;
b) Cobrir novamente com a cama;
c) Revolver, cuidadosamente, o material com um ancinho;
d) Adicionar tiras de jornal humedecidas previamente sempre que
entender necessário manter os resíduos cobertos ou os teores em
humidade adequados ou, ainda, evitar o aparecimento de moscas e
outros insectos;
e) Fechar o vermicompostor com a tampa após cada operação de
inoculação de minhocas, resíduos ou tratamento da cama.
1Notas
65
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
A cama nunca deverá estar seca demais, pois poderá servir de abrigo a várias
pragas;
O vermicompostor deverá ser colocado num local abrigado e à sombra, para
que a temperatura do seu interior se mantenha entre os 10ºC a 27ºC;
Após o contacto com resíduos frescos e/ou com a cama das minhocas, dever-
se-á ter o cuidado de lavar bem as mãos.
Material:
Luvas de látex;
Folhas de jornal;
Tina;
Água;
Resíduos.
66
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Procedimento experimental:
a) Arrastar o conteúdo do vermicompostor para um dos lados do
vermicompostor;
b) Na zona que ficou vazia, colocar uma nova cama e adicionar resíduos
ou borras de café apenas a esse lado;
c) Ao fim de 1 a 2 semanas as minhocas acabarão por migrar
naturalmente em resultado da presença de nova matéria orgânica para
decomposição;
d) Este método é algo lento mas exige pouco trabalho, sendo o mais
indicado para principiantes em vermicompostagem.
Método do Balde
Material:
Luvas de látex;
Folhas de jornal;
Tina;
Balde ou outro recipiente;
Garrafas de água de 1L;
Coador;
Papel de filtro;
Água (18 ºC – 25 ªC);
Resíduos.
67
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Procedimento experimental:
a) Despejar todo o conteúdo do vermicompostor num balde ou outro
recipiente;
b) Adicionar um pouco de água ao balde;
c) Durante algum tempo, não existirá qualquer problema para as
minhocas – durante cerca de 2 minutos;
d) Coar o conteúdo do recipiente para outro recipiente; em alternativa
filtrar com papel de filtro;
e) Guardar o chá de vermicomposto em garrafas de plástico;
f) As minhocas, a cama e os resíduos devem ser de novo colocados no
vermicompostor.
Método da Luminosidade
Material:
Luvas de látex;
Folhas de jornal;
Candeeiro (se separação realizada à noite);
Tesousa;
Tina;
Água;
Resíduos.
68
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Procedimento experimental:
a) Fazer pilhas de vermicomposto;
b) Incidir luz natural ou artificial forte por cima durante alguns minutos;
c) Após sentirem a forte luminosidade, as minhocas irão mover-se para o
interior da pilha;
d) A parte mais superficial irá ficar sem qualquer minhoca;
e) Retirar a parte superficial e armazená-la;
f) Repetir o processo até que apenas exista um pequeno aglomerado
central de minhocas;
g) Voltar a colocar este pequeno aglomerado no vermicompostor;
h) Adicionar nova cama.
Material:
Luvas de látex;
Folhas de jornal;
Tesoura;
Tina;
Água;
Resíduos.
69
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Procedimento experimental:
a) Espalhar o conteúdo do vermicompostor (vermicomposto e restos de
matéria orgânica não humificada) por cima de uma folha de jornal ou
plástico;
b) Colher as minhocas até que a maior parte destas tenha sido separadas
do vermicomposto;
c) Adicionar as minhocas ao vermicompostor;
d) Adicionar nova cama.
70
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
71
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
72
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
CAPÍTULO IV
1.1. Canteiros
1.2. Leiras
73
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
74
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
75
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Tal como nos canteiros, a área de implantação das camas deve possuir um
declive aproximadamente 2% e estar protegidos por sistemas de drenagem
superficial ou subterrânea. Este sistema apresenta-se, também, em forma
rectangular, com 1,0 a 1,5 m de largura, 10 a 20 m de comprimento e 0,3 a
0,4 m de altura. Contudo, podem apresentar a forma e dimensões que mais
se possam adequar às especificidades do local: sistemas quadrangulares
ou circulares. O Inverno reduz a sua eficiência, resultando em menores
tempos de processamento (humificação) comparando com sistemas
fechados.
76
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
77
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
• Estrumes e chorumes
Biomassa agro-pecuária • Resíduos silvícolas (ex. podas de
formações aero-arbustivas)
• Resíduos Domiciliares
• Resíduos de estabelecimentos comerciais
Fracção Orgânica dos RSU
e industriais;
• Resíduos de restauração.
78
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Massa
Resíduo aproximada
(Kg)
79
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
80
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
81
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
4. Equipamento
O equipamento de monitorização e tratamento de resíduos é fundamental
durante o processo de vermicompostagem. Assim, é listado o equipamento
de uso corrente em vermicompostagem doméstica e em espaço rural.
Ancinho
Deve possuir dentes arredondados de modo a não ferir as minhocas. São
utilizados para extrair as minhocas dos canteiros ou leiras e revolver os
resíduos durante o processo de compostagem.
Balança
Necessária para efectuar pesagens de resíduos triturados. De importância,
ainda, para a determinação das melhores misturas para compostagem
através de pesagens de resíduos contendo carbono e azoto em diferentes
percentagens.
Balde
Colocação de vermicomposto e outros substratos.
82
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Biotriturador
Utilizado antes de iniciar o processo de compostagem, para triturar
resíduos de diferentes
granolometrias. O diâmetro
máximo de trituração deverá
rondar os 10 a 12 cm. Outro
biotriturador pode ser utilizado
para diâmetros mais reduzidos
até 3 cm.
Fig. 24 – Biotriturador no CIA
(Fonte: Futuramb)
Carro de mão
Transporte de resíduos para os canteiros, bem como o vermicomposto.
Crivo Manual
As dimensões mais comuns são 2m×1m, possui diferentes tamanhos de
malha. Comporta, aproximadamente, entre 2 a 3 m3/dia de vermicomposto.
São utilizados para efectuar a crivagem de vermicomposto com vista à
obtenção granulometria mais fina, favorecendo a sua aplicação nas
culturas.
Forquilha
Remoção e manuseamento de resíduos.
83
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Higrómetro
Medição dos teores de humidade nos compostores, canteiros e leiras de
vermicompostagem.
Luvas
Protecção contra agentes patogénicos.
Rede sombra
Cobertura e isolamento das leiras e canteiros.
Potenciómetro (opcional)
Medição dos valores de pH nos compostores, canteiros e leiras de
vermicompostagem.
Peneira Mecânica
As dimensões recomendadas são 1,0 m de comprimento por 0,5 m de
largura, possuir diferentes tamanhos de malha e variador de velocidade.
Reservatório
Recolha de águas lixiviantes provenientes dos canteiros, compostores e
para armazenamento de água de rega.
84
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Termómetro
Medição dos valores de temperatura durante os processos de
compostagem e vermicompostagem. Aconcelhada sonda de temperatura
acoplada.
85
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Material:
Resíduos compostados;
Tractor;
Forquilha;
Ancinho;
Rede sombra;
Palha;
Serradura
Madeira;
Tijolos;
Equipamento de uso corrente.
Procedimento Experimental2:
a) Escolher um local de fácil acesso de modo a que todos os resíduos
possam chegar aos canteiros;
b) Construir os canteiros em local com alguma inclinação (cerca de 2 a
5%), de modo a que possa receber alguma luz solar e situados a favor
do vento;
c) Deverá ter em conta, que cada canteiro necessita de cerca de 35 m2 de
área útil de modo a que a entrada de máquinas, equipamentos e meios
humanos seja facilitada;
86
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
87
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
2Notas
88
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Material:
Resíduos compostados;
Tractor;
Forquilha;
Ancinho;
Rede sombra;
Palha;
Serradura;
Equipamento de uso corrente.
Procedimento Experimental3:
a) Escolher um local de fácil acesso de modo a que todos os resíduos
possam chegar às leiras;
b) Construir as leiras em local com alguma inclinação (cerca de 2 a 5%),
de modo a que possa receber alguma luz solar e situados a favor do
vento através de tractor ou manualmente;
c) Deverá ter em conta, que cada leira necessita de cerca de 35 m2 de
área útil de modo a que a entrada de máquinas, equipamentos e meios
humanos seja facilitada;
d) Primeiramente deverão ser construídas as estruturas laterais e só
depois deverão ser introduzidos os resíduos e, posteriormente,
inoculados com minhocas;
e) As leiras devem ser alinhadas, no sentido do declive do terreno (2% a
5%). Este sistema pode ser protegido, por uma cobertura, de forma a
evitar a incidência das águas provenientes da precipitação;
89
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
3Notas
90
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Inicial – fase
1 1500 1
experimental
Médio 2-3 3000 - 4500 1
Avançado 5-6 6000-7500 1
Profissional 7 9000 1
91
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
92
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Rega
A rega deve ser cuidadosa com caudal de saída reduzido. Nunca use
jactos de água. Aplique várias vezes uma rega suave. A rega deve ser
realizada diariamente, se a temperatura se situar nos 20ºC, já que os
factores climáticos regulam naturalmente os ciclos de rega. A temperaturas
superiores a 30º C a rega deverá ser duplicada sendo bidiária.
93
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
94
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Iscos
Servem para atrair as minhocas para um determinado local, deixando a
cama ou parte desta livre para retirar o vermicomposto. Devido ao facto de
as minhocas após aproximadamente 60 dias na unidade já não possuirem
substrato para decompor são atraídas a entrar nos sacos ou caixas.
Material:
Borras de café;
Resíduos compostados;
Luvas;
95
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Procedimento experimental:
a) Coloque estrategicamente borras de café, cacau, farinha de milho ou
açúcar amarelo, por cima da cama do canteiro ou leira; em alternativa
colocar sacos de 2 Kg de resíduos compostados de 0,5 em 0,5 m ou 4
sacos de m2 em m2 ou caixas de plástico perfuradas com resíduos
compostados com os mesmos compassos;
b) Após 3 a 5 dias, retira-se os sacos que deverão conter grande parte
das minhocas existentes.
Material:
Resíduos compostados;
Luvas.
Procedimento experimental:
a) Num canteiro de vermicompostagem de 2,0 m de largura colocar
resíduos na metade esquerda ou direira (1,0 m);
b) Após cerca de 45 dias colocar na outra metade resíduos compostados;
c) Gradualmente as minhocas irão migrar para a metade em questão, uma
vez que terão consumido a metade original.
96
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
8. Duplicação de camas
A cada 90 dias, no mínimo, a população de minhocas duplica-se caso o
processo decorra com normalidade. Para aumentar a reprodução, deverá
manter baixa a densidade e duplicar as camas. Quando a densidade das
camas aumenta a níveis altos (40000 a 50000 minhocas por m2) para a
produção de vermicomposto, também é indispensável duplicar as camas
para evitar fugas, já que sobre essa densidade a minhoca não consegue
sobreviver. Recomenda-se a realização do processo no ínicio da manhã
deixando o meio com humidade adequada
Material:
Resíduos compostados;
Luvas.
Procedimento experimental:
a) Deverá assegurar-se se as minhocas se encontram em perfeito estado
metabólico;
b) Duplica-se tomando a metade da cama e transplantando-a
inteiramente, incluíndo os resíduos que correspondem a esse 50%
m/m, bem como as minhocas e casulos;
c) Os 50% m/m que ficam na cama original, deverão ser transformados
numa nova cama;
d) Extender por toda a superfície a metade da cama original, continuando
a colocação de novos resíduos.
97
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
98
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
CAPÍTULO V
“Nada nem ninguém pode ser comparado com as minhocas e com a sua influência positiva
em toda a Natureza. Elas criam e produzem o solo bem como tudo aquilo que nele vive e
interage. Elas são o animal mais numeroso no Planeta e as únicas criaturas que convertem
todos os tipos de material orgânico em material humificado, contribuindo para a fertilidade
dos solos e para as funções da biosfera: desinfecção, neutralização, protecção e produção”
99
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
100
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
101
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Parâmetro Resultados *
Humidade 24,3 +- 11,5
pH (H2O) 7,6 +- 0,4
CE (mS cm-1, 25ºC) 2,5 +- 0,3
Matéria orgânica (%) 53,2 +- 5,9
Compostos húmicos (%) 8,6 +- 1,8
C/N 16,1 +- 3,5
Taxa de humificação (%) 21,8 +- 7,2
AH/AF 2,3 +- 1,6
N total (%) 1,8 +- 0,3
P2O5 total (%) 1,4 +- 0,3
K2O total (%) 1,6 +- 0,2
CaO total (%) 10,6 +- 3,4
MgO total (%) 1,3 +- 0,3
Na (%) 0,6 +- 0,0
Cd total (ppm) 2,5 +- 1,2
Cr total (ppm) 68 +- 30
Cu total (ppm) 305 +- 87
Ni total (ppm) 61 +- 41
Pb total (ppm) 306 +- 85
Zn total (ppm) 612 +- 147
Coliformes fecais (ufc 9x10 – 8,9 x 103
mL-1)
Salmonella sp. Ausente em 25 g
102
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Aumento do efeito
germinativo em
sementes
Redução do tempo
de emergência das
sementes
2.1. Método 1
Material:
Garrafa de plástico de volume 1,5 L;
Vermicomposto;
Água;
Agitador (se possível);
Funil;
Vareta de vidro (opcional);
Borrifador.
Procedimento experimental:
a) Encher uma garrafa de plástico de 1,5 L de capacidade até 1/3 da
capacidade da mesma com vermicomposto utilizando uma vareta de
vidro e um funil;
b) Os restantes 2/3 da garrada (1,0 L) devem ser preenchidos com água;
c) Agitar a mistura com um agitador ou em alternativa, manualmente;
d) Após agitar, o vermicompostor acaba por se dissolver ;
e) Utilizar como fertirrega.
104
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
2.2. Método 2
Material:
Água;
Vermicompostor;
Garrafão de volume de 10 L;
Bomba ou borrifador.
Procedimento experimental:
a) Dissolver um Kg de vermicomposto em 10 L de água;
b) Mexer, deixando repousar durante 48 horas;
c) Após 48 horas, realizar aplicação directa com bomba ou borrifador;
d) O precipitado formado no funo do recipiente pode ser aplicado no solo
após a saída de grande parte da matéria mineral solúvel.
105
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
106
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
107
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
108
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
a) Amonificação
O azoto orgânico é convertido em azoto amoniacal, uma vez que são
produzidos iões amónio, conversão esta que pode, também, ocorrer em
condições anaeróbias, ou seja, na ausência de oxigénio;
b) Nitrificação
O azoto amoniacal é transformado em nitroso (NO2-) e, seguidamente, em
nítrico (NO3-) sendo estas duas formas de azoto muito móveis no solo e
tendo a última uma importância especial na produção vegetal, uma vez que
é nesta forma que o azoto é absorvido pelas plantas verdes, pese embora
um grupo restrito o possa, também, absorver na forma amoniacal.
Paralelamente à mineralização do azoto, ocorre um processo inverso, em
que este elemento é imobilizado, passando da forma nítrica a orgânica,
fruto da sua assimilação pelas plantas e microrganismos do solo, que o
utilizam para a síntese das proteínas e dos ácidos nucleicos. Se as
quantidades de azoto nítrico existentes no solo ultrapassarem
substancialmente a capacidade de assimilação das plantas e
109
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Fig. 28 - Solo
110
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Abandono de práticas que restituem matéria orgânica ao solo, tais como a utilização
de certo tipo de rotações, as siderações e a incorporação de correctivos orgânicos.
Realização de lavouras profundas, que transferem grande parte da matéria orgânica do solo
para o subsolo
111
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
CAPÍTULO VI
SUGESTÕES E CURIOSIDADES
Minhocas
Existem entre 100 a 200 minhocas por cada metro quadrado de solo, em
condições normais. Possuem glândulas calcíferas segregam carbonato de
cálcio (CaCO3) que decompõem pequenas particulas. Esta segregação de
carbonatos serve ainda de correctivo a nível de pH em solos ácidos. Solos
que possuam pH na linha do ácido apresentam-se como desfavoráveis à
sua sobrevivência devido à carência do ião Ca em detrimento do aumento
da concentração dos iões Fe e Al.
Durante 365 dias, grandes quantidades de solo passam pelo seu sistema
digestivo, e, através de um simples exercício matemático, poderiamos
imaginar que seria suficiente para encher 6 camiões de 10 toneladas cada
um!
112
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
O solo que passa pelo seu sistema digestivo contendo matéria orgânica é
transformado considerando-se à sua saída possuir em termos de matéria
mineral 5 vezes mais azoto, 7 vezes mais fósforo, 11 vezes mais potássio
(macronutrientes principais), 2 vezes mais cálcio e 2 vezes mais magnésio
que um típico solo (macronutrientes secundários ou oligoelementos).
113
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
Resíduos
Sistemas
115
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
116
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
117
Vermicompostagem e Qualidade Ambiental
CONTACTOS ÚTEIS
118