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O MITO DE HÉRCULES

Várias narrativas diferem, em detalhes, de acordo com a idéia do narrador.


Citaremos aqui alguns itens chaves na compreensão do simbolismo dos 12
Trabalhos de Hércules. O nome dele era primitivamente Alklides, que foi mudado
para Hércules, depois dele ter passado por uma estranha experiência e antes de
ter dado início aos seus trabalhos.

Hércules significa a glória de Hera. Conta-se que, ainda menino, Hércules


matou seu irmão gêmeo (deixando de ser uma entidade dividida). Ainda no berço,
matou duas serpentes, novamente mostrando a sua dualidade. Neste ato ocorre
uma antevisão do futuro, demonstrando que a natureza física não mais o
controlaria e, sim, que ele podia estrangular a serpente da matéria e que a grande
ilusão não mais o aprisionaria (matara a serpente da matéria e a serpente da
ilusão). Se pesquisarmos a simbologia da serpente, veremos que existem 3
serpentes descritas: uma representa a serpente da matéria, outra a serpente da
ilusão e a terceira, a serpente da sabedoria. Só se conhece a terceira serpente,
após a morte das duas primeiras.

Tendo atingido seu amadurecimento e sido treinado em tudo aquilo que o


mundo lhe poderia dar, então matou seus instrutores. Matou-os e livrou-se deles,
porque alcançara o ponto em que podia tirar suas próprias conclusões, guiar sua
própria vida. Era necessário, portanto, livrar-se de todos aqueles que queriam
comandá-lo.

Quando completou 18 anos ele mata um leão, que estava devastando o


campo, tornando-se, assim, conhecido do povo. Aos 21 anos casa-se e tem 3
filhos. O mito nos relata que Hera o fez enlouquecer e que, durante esta fase, ele
matou seus filhos, seus amigos e todos a ele relacionados. Para recuperar a sua
sanidade lhe foram dados um novo nome e uma nova moradia e os 12 trabalhos
para executar. Tendo recuperado a sanidade, seu objetivo de vida mudou, e não
mais viveria no lugar onde vivera.

Os 12 trabalhos deram a Hércules o direito de juntar-se ao grupo dos


imortais. É interessante ressaltar que no mito de Hércules nada do que ele disse
nos é relatado. Contam-nos, apenas, o que ele fez. O mito, também, nos revela
que os deuses o presentearam para os trabalhos que ele tinha a fazer. Minerva
lhe deu um belo manto; Vulcano deu-lhe um peitoral de ouro magnético e protetor;
de Netuno, ele recebeu cavalos que representam a capacidade de se deixar levar,
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seja por uma linha de pensamento, seja por uma reação emocional. Mercúrio lhe
presenteou com uma espada, porque a espada é o símbolo da mente, que divide,
separa e elimina. Apolo deu-lhe um conjunto de arco e flecha, simbolizando a
capacidade de ir direto à meta. Assim equipado, para surpresa de todos, Hércules
sai e volta com um pequeno bastão, que ele mesmo cortara para seu uso. Todos
os presentes eram maravilhosos, mas ele não sabia, ainda, como usá-los. Ele
prefere, então, abrir seu caminho com o bastão, que ele sabia usar, pois fora feito
por ele mesmo e deu início aos seus trabalhos.

Cada um dos Doze Trabalhos de Hércules pode ser aproveitado para


desenvolver as virtudes humanas e evoluir internamente.

Cada trabalho representa, simbolicamente, um Portal, um aspecto da


evolução humana . Tal evolução pode ser facilitada pela compreensão e
aplicação, na vida cotidiana, dos ensinamentos que cada trabalho proporciona.

O objetivo dessa divulgação é fornecer subsídios para o entendimento e a


aplicação prática a partir deste famoso Mito.

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OS DOZE TRABALHOS DE HÉRCULES

Primeira Tarefa: "A captura das éguas antropófagas"

Esse mito nos revela que o belicoso Diomedes, filho de Marte, governava
e, em suas terras, criava cavalos e éguas para a guerra. Os cavalos eram
selvagens e as éguas ferozes. Todos os homens tremiam diante deles. Eles
assolavam todos os recantos da região, causando destruição e matando todos os
filhos dos homens que cruzassem seu caminho. As éguas procriavam, sem
cessar, cavalos extremamente selvagens e cruéis. Hércules recebe, então, ordem
para capturar essas éguas e por fim ao problema.

Para essa tarefa Hércules chama Abderis, seu grande amigo, que tanto o
amava e que sempre o seguia por onde fosse. Abderis aceita o chamado do
amigo e com ele enfrenta a tarefa. Traçando os planos com cuidado, os dois
seguem os cavalos soltos pelos prados e pântanos da região. Hércules consegue,
finalmente, encurralar as bravas éguas num campo onde não havia espaço para
elas se moverem e agarra-as acorrentando-as. Hércules fica tão feliz com o
sucesso que dá gritos de alegria. Tão grande era sua alegria pela proeza feita,
que julgou ser indigno de si segurar as éguas, ou conduzi-las até Diomedes.
Então, ele chama Abderis e manda que ele leve os cavalos para Diomedes. Feito
isto deu meia volta e, orgulhosamente, seguiu em frente.

Abderis era fraco e teve medo da tarefa. Ele não consegue conter as
éguas e conduzí-las. As éguas voltam-se contra ele, atacam-no, o matam e
fogem.

Hércules, abatido pela dor, humildemente, retoma a sua tarefa, deixando o


amigo morto no chão. Prende novamente os cavalos e os conduz para serem
domesticados e adestrados. O povo daquela região, livre do medo, aclama
Hércules como seu libertador e salvador de sua terra, no entanto, Abderis jazia
morto. Se percebermos, esse primeiro trabalho, começa com um fracasso parcial,
como acontece com todos os que se valem de inexperiência e da impetuosidade
para realizar qualquer coisa.

Áries é o signo do começo, da consciência da existência latente e


subjetiva. Há neste signo o impulso para começar. Áries governa a cabeça e,
conseqüentemente, é o signo do pensamento. Portanto, um poderoso signo

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mental. Todos os começos se originam no plano mental. Em Áries, começa a
correta direção e a correta orientação e Hércules, que acaba de começar a
pensar, inicia seu trabalho. A chave para esse trabalho é encontrada na seguinte
escritura indiana: "O homem não conhece corretamente o caminho para o
mundo celestial, mas o cavalo conhece-o perfeitamente".

O sacrifício do cavalo está associado ao deus Sol. A carruagem do sol de


Apolo é descrita como sendo puxada por cavalos. Simbolicamente, o cavalo
representa a atividade intelectual. O cavalo branco representa a mente iluminada
e o cavalo negro, a mente inferior, com idéias falsas e errôneos conceitos. As
éguas reprodutoras, indicam o aspecto feminino da mente, dando nascimento a
idéias, teorias e conceitos.

Aqui vemos representadas as 'formas de pensamento', mostrando as


tendências da mente, que são deixadas à solta no mundo, devastando e
destruindo, quando emanadas da mente inferior, mas salvando e construindo,
quando vindas da alma. Hércules tinha que começar no mundo do pensamento
para obter o controle mental.

Há muito tempo as “éguas do pensamento” vinham produzindo cavalos


guerreiros e, através do pensamento errado, da palavra errada e de idéias
errôneas, devastaram os campos. Portanto, o primeiro trabalho que temos que
realizar é aprender sobre o tremendo poder da mente e a extensão do mal que
podemos causar no meio que nos circunda, através das éguas reprodutoras de
nossas correntes mentais. Temos, pois, que aprender o correto uso da mente,
através da captura do aspecto feminino da mesma e providenciar para que
cavalos guerreiros não sejam mais gerados. Assim, realizaremos o nosso 1°
trabalho com eficácia.

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Segunda Tarefa: "A Captura do Touro de Creta"

Minos, rei de Creta, possuía um touro sagrado que ele mantinha na ilha de
Creta. Euristeu chama Hércules e diz-lhe que é necessário capturar o touro e
conduzi-lo ao lugar onde habitam os homens de um olho só. O touro possuía uma
estrela cintilante que brilhava em sua testa, o que o ajudaria a encontrá-lo.

Hércules consegue capturar o touro graças a esta luz emitida da testa do


animal. Ele cavalga o touro como se ele fosse um cavalo, atravessando as águas
em direção a terra onde habitavam os cíclopes. Ao chegar a este local, lá estavam
três cíclopes: Brontes (trovão), Steropes (relâmpago) e Arges (atividade
turbilhonante), aos quais entregou o touro. E, assim, termina o 2° trabalho, que
trata do desejo.

No antigo Egito, o signo de Touro era denominado de "O Intérprete da Voz


Divina" (o verbo se fez carne). A chave para o trabalho, em Touro, é a correta
compreensão da "Lei da Atração".

O olho brilhante da Constelação de Touro é Aldebarã, a estrela fixa. Na


antiguidade era chamada de "Estrela Guia dos Céus".

A grande lição a ser aprendida neste signo é alcançar a correta


compreensão da "Lei da Atração" e o correto uso da matéria. É necessário montar
o touro para levá-lo ao continente, atravessando as águas da emoção. Isto
significa o controle dos desejos inferiores pela alma humana, através do uso
correto da forma e da compreensão da mente pela percepção inteligente.

No mito de Hércules, o touro representa o desejo animal e os muitos


aspectos do mundo da forma (mundo material). Este trabalho demonstra a
necessidade da mente controlar os desejos (touro) e não ser controlada por eles.
Lembramos que nos antigos mitos montar um animal significava controlar.

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Terceira Tarefa: "A Colheita dos Pomos de Ouro de Hespérides"

Num longínquo país crescia uma árvore sagrada, a árvore da sabedoria,


que produzia as maçãs de ouro de Hespérides. Esses frutos eram desejados por
todos. Hércules recebe ordem para procurá-los.

Quando o trabalho lhe é determinado, apenas duas informações lhe são


dadas: a primeira é a de que a árvore é muito bem guardada e três donzelas
cuidam dela, carinhosamente, protegendo os seus frutos. Um dragão de cem
cabeças protege as donzelas e a árvore. A segunda, é a de que ele encontrará
cinco provas no caminho. Cada uma dessas provas proporcionará um campo de
ação para a sabedoria, compreensão, habilidade e oportunidade.

Cheio de confiança, Hércules põe-se a caminho, seguro de si, de sua


sabedoria e de sua força. Percorre a Terra à procura da árvore sagrada, mas não
a encontra. Perguntava a todos que encontrava pelo caminho, mas ninguém
conhecia o lugar. O tempo passava e ele vagava de um lugar para outro; assim,
começa a ficar triste e desencorajado. Foi-lhe, então, enviado Nereu, para lhe
auxiliar. Várias vezes ele tenta se aproximar de Hércules para lhe ajudar, mas
Hércules não o entendia e nem sequer o reconhecia como mensageiro. Nereu
fracassa na sua empreitada, pois Hércules não reconhece a ajuda, sutilmente,
oferecida. Não encontrando a árvore sagrada no caminho do norte, Hércules
retorna em direção ao sul e continua sua busca. Então Anteu, a serpente,
atravessa-lhe o caminho e luta com ele, vencendo-o. Hércules acha que a árvore
deve estar por perto, pois considera a serpente Anteu como guardiã da árvore. No
entanto, ele não consegue vencê-la. Hércules não se conforma com isso, pois,
quando criança, destruiu uma serpente em seu berço. Por que o fracasso agora?
Lutando novamente, ele agarra a serpente em suas mãos e levanta-a no ar, longe
do chão, vencendo-a.

Cheio de coragem, Hércules continua sua busca. Agora, se volta para o


ocidente e, mais uma vez, não encontra a árvore. Nesse momento ele encontra
Busiris, o grande arquienganador, filho das águas, parente de Poseidon. Seu
trabalho é trazer a ilusão através de palavras de aparente sabedoria. Ele
pronuncia belas palavras e Hércules obedece e, a cada dia, enfraquece mais e se
distancia do seu objetivo. Até que o seu amado "mestre" o amarra num altar e o
mantém ali por um ano. Repentinamente, um dia, enquanto luta para se libertar,
lentamente, começa a perceber quem era realmente Busiris, lembrando-se das
palavras de Nereu: "A verdade está dentro de ti mesmo. No teu interior há um
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poder mais elevado, força e sabedoria". Então ele rompe as amarras, agarra o
falso mestre e prende-o no altar em seu lugar.

Hércules parte, sem rumo certo, para prosseguir a sua busca, agora, com
mais sabedoria.

Repentinamente, um grito de profundo desespero atinge os seus ouvidos.


Alguns abutres voam em torno de uma rocha, o que lhe chama a atenção. Ele fica
em dúvida de prosseguir o seu caminho, ou procurar a pessoa que necessitava de
ajuda. Ele resolve, então, correr em direção ao grito e encontra Prometeu
acorrentado à rocha, sofrendo terríveis agonias de dor. Os abutres lhe devoravam
o fígado. Hércules salva Prometeu e o liberta, continuando a sua busca, até que
um dia, ouve, de um peregrino, o rumor de que perto de uma montanha distante a
árvore seria encontrada.

Hércules, então, se dirige às altas montanhas do leste, vê o objeto de sua


busca e pensa que logo tocará a árvore sagrada. Contudo, novamente é tomado
por uma imensa tristeza. À sua frente está Atlas, cambaleando sob o peso do
mundo às suas costas. Ele não pede auxílio e sequer vê Hércules; apenas está lá,
curvado pela dor. Hércules esquece sua busca e retira a carga das costas de Atlas
e passa-a para suas próprias costas e eis, que então, a carga se desprende e,
tanto ele como Atlas, ficam livres dela. Nesse momento, ele percebe que Atlas,
com as mãos estendidas, lhe oferece as maçãs de ouro, e com isto termina o seu
3° trabalho.

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Quarta Tarefa: "A captura da Corça"

Eristeu manda que Hércules capture a “Corça da Galhada de Ouro”.

Ártemis, a deusa da lua, reclama a Corça como sua, mas Diana, a


caçadora, também a quer e, ambas, disputam a sua posse.

Hércules parte para a captura da Corça. Persegue-a durante um ano


inteiro, vagando de uma floresta para outra, vendo-a, num rápido relance, para em
seguida perdê-la. Os meses se passam e ele não consegue agarrá-la. Até que um
dia ele a vê, dormindo, exausta, à margem de uma lagoa. Hércules, então, lança
uma flecha e fere-a no pé. Ela não se move, ele vai até ela, toma-a nos braços e
enlaça-a junto ao seu coração, enquanto Ártemis e Diana observam.

Terminada a busca, ele grita: “A Corça é minha!” Então, ouve uma voz:
"Não, não é! Oh! Hércules. A Corça não pertence a um filho do homem, mesmo
sendo um filho de Deus! A Corça terá que ser levada para o santuário e ser
deixada lá.”

Então, Hércules leva a Corça para o santuário. Carrega-a para o centro do


lugar santo e lá a deposita . Notando o ferimento causado por sua flecha no pé da
Corça, conclui que ela era sua, por direito de caça, e brada: “Ela é minha!”

Ártemis, que se achava no pátio externo do santuário, ouve e diz: "Não,


não é! A Corça é minha, sempre foi minha! Eu vi sua forma, refletida na água, eu
ouvi seus passos pelos caminhos da terra, eu sei que a Corça é minha, pois todas
as formas são minhas".

Do lugar sagrado, fala o Deus-Sol Apolo: "A corça é minha, não tua! Oh!
Ártemis! Teu espírito está comigo por toda a eternidade, aqui no centro deste
santuário sagrado! Tu, Ártemis, não podes entrar aqui, mas sabes que eu digo a
verdade. Diana pode entrar por um momento e contar-te o que vê.”

A caçadora entra no santuário e vê a forma daquilo que fora a Corça,


jazendo diante do altar, parecendo morta. Com tristeza diz: “Se teu espírito
permanece contigo Apolo, então sabes que a Corça está morta. A Corça foi morta
por Hércules. Por que ele pode passar para dentro do santuário, enquanto nós
esperamos pela Corça lá fora?”

"Porque ele carregou a Corça em seus braços, junto ao coração, e a


Corça encontra repouso no lugar sagrado e, também, o homem. Todos os homens

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são meus! A Corça é, igualmente minha e não vossa, nem dos homens, mas
minha!”responde Apolo.

Hércules retira-se e ouve uma voz: “Vai olhar de novo entre os pilares do
Portão". Para sua surpresa vê, entre eles, uma esguia Corça. Atônito, ele indaga à
voz: "Realizei a prova! Como a Corça está de volta?" A voz lhe responde: “Muitas
e muitas vezes precisam todos sair em busca da Corça de Galhada de Ouro e
carregá-la para o lugar sagrado, muitas, muitas vezes!"

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Quinta Tarefa: A Captura do Leão de Neméia

Eristeu impõe a Hércules o terrível trabalho de matar o leão de Neméia,


que devastava aquele país. Perante o leão, o povo de Neméia se sentia
totalmente impotente. Esse leão tinha, ainda, uma condição espetacular: nenhuma
arma penetrava sua pele.

Hércules, ao chegar a Neméia, percebe que o povo dessa pobre terra


vivia, totalmente, aprisionado em suas casas. Não ousavam sair para suas tarefas,
não cultivavam a terra, não semeavam. O terrível rugido do leão era ouvido
durante a noite e todos tremiam de medo.

Durante longos dias e noites Hércules procura o leão. Repentinamente,


ele o avista . Então, pega seu arco e flechas, faz mira e dispara-as, uma após a
outra, diretas no alvo. Para sua surpresa, as flechas caem no chão, sem perfurar a
pele do leão. Insistindo, ele lança, flecha após flecha, sem conseguir ferir o animal.

O leão olha triunfante para Hércules, dá meia volta e corre,


desaparecendo. Hércules o procura por todo caminho e não o encontra.
Repentinamente, acha uma caverna de onde ouve um rugido. Hércules penetra na
escura caverna e sai do outro lado, sem encontrar o leão. Subitamente, ouve o
leão às suas costas, e não à sua frente.

Pensa: “Esta caverna tem duas entradas e enquanto eu entro por uma, o
leão sai pela outra e entra pela qual acabei de passar. Que farei? Nenhuma arma
o atinge! Como matar este leão, para salvar este povo?”...

Enquanto pensava, olha ao redor, procurando uma solução e ouve o


rugido do leão. Vê, então, umas pilhas de madeira e gravetos. Pega-as e fecha as
entradas da caverna, encerrando-se a si próprio e ao leão ali dentro.

Então, com as mãos nuas, agarra o leão e o estrangula. Assim, sem


armas e com suas próprias mãos, ele mata o Leão de Neméia. Retira a pele da
fera, mostrando-a ao povo de Neméia. Termina o 5° trabalho.

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Sexta Tarefa: "A Tomada do Cinturão de Hipólita"

Foi dado a Hércules, como 6° trabalho, buscar o cinturão de Hipólita, a


rainha das Amazonas. Esse cinturão tinha sido dado à rainha por Vênus.

Hipólita vivia nas costas do Grande Mar. Ela reinava sobre todas as
mulheres do mundo que eram suas vassalas e guerreiras destemidas. Em seu
reino não se exiztia nenhum homem. Só as mulheres, reunidas em torno da sua
rainha. Faziam adorações diárias no templo da Lua e realizavam sacrifícios a
Marte, o Deus da Guerra. Anualmente, realizavam uma visita aos abrigos dos
homens. De volta de uma dessas visitas, elas aguardavam a palavra de Hipólita,
sua rainha, que se encontrava na parte mais alta do templo junto ao altar,
envergando o cinturão que lhe fora dado por Vênus. Este cinturão era um símbolo
da unidade conquistada através da luta, do conflito, da aspiração. Era considerado
um símbolo da maternidade e da geração da criança sagrada.

Hipólita dirige-se às suas guerreiras e diz: "Ouvi dizer que está a caminho
um guerreiro, cujo nome é Hércules, a quem eu devo entregar este cinturão que
eu uso. Deverei obedecer à ordem? Oh! Amazonas! Ou deveremos combater a
vontade dos Deuses?"

Enquanto ouviam essas palavras, chega a informação de que Hércules já


se encontrava do lado de fora do templo, para tomar o cinturão sagrado da rainha.

Hipólita vai ao encontro de Hércules e ele luta com ela, não ouvindo as
palavras que ela procurava lhe dizer. Ele arranca o cinturão dela sem reparar que
ela, de mãos estendidas, lhe oferecia a dádiva, símbolo da unidade e amor, de
sacrifício e fé. Tomando-o ele a fere, matando quem lhe entregava aquilo que ele
exigia. Enquanto estava ao lado da rainha agonizante, triste pelo que fizera, ouviu
uma voz lhe dizer: "Por que matar aquilo que é necessário, próximo e caro? Por
que matar a quem você ama, a doadora das boas dádivas, a guardiã do que é
possível? Por que matar a Mãe da Sagrada Criança? Novamente, registramos um
fracasso. Novamente, você não compreendeu. Ou você redimirá esse momento
ou se perderá."

Hércules, então, colocando o cinturão junto ao peito, busca o caminho de


casa, deixando as amazonas se lamentando pela perda da liderança e do amor.

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Hércules chega de volta às costas do Grande Mar. Perto da praia rochosa,
ele vê um monstro das profundezas, com uma mulher presa em suas mandíbulas.
Era Hesione. Seus gritos chegam até Hércules, perdido em remorsos e sem saber
qual caminho seguir. Então, ele resolve dar-lhe ajuda, porém era muito tarde, pois
ela já havia sido engolida pelo monstro. Hércules, todavia, esquecendo-se de si
mesmo, nada até o monstro, que abre, sua boca e o engole. Descendo até o
fundo do túnel vermelho de sua garganta, Hércules busca Hesione, encontrando-a
no fundo do estômago do monstro. Com a mão esquerda ele a agarra e a sustenta
junto de si, enquanto que com sua espada abre caminho para fora do ventre do
monstro. Assim, ele a salva, equilibrando sua ação de matar Hipólita. Assim é a
vida: um ato de morte, um ato de vida.

Termina, assim, o 6° trabalho, e Hércules, mais uma vez, ouve uma voz
que lhe diz: "O 6° trabalho está completo. Você matou aquela que o admirava e
lhe deu amor e poder. Você salvou aquela que precisava de você e, assim,
novamente, os dois são um".

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Sétima Tarefa: "A Captura do Javali de Erimanto"

Na montanha de Erimanto havia um Javali, que estava destruindo tudo ao


seu redor. A Hércules é dada a tarefa de capturar o javali. Apolo lhe presenteia
com um arco novo para usar, mas Hércules prefere não levá-lo para a tarefa, pois
teme, mais uma vez, matar, como aconteceu no 6° trabalho. E, assim,
desarmado, a não ser com sua clava, ele escala a montanha, procurando pelo
javali, encontrando medo e terror por toda parte. Na subida encontra um amigo,
Pholos, um centauro, que fazia parte de um grupo que era conhecido dos deuses.
Ao parar para conversar, Hércules, por alguns momentos, esquece-se do objetivo
de sua busca. Pholos convida Hércules para furar um barril de vinho, que não lhe
pertencia e sim ao grupo de centauros. Esse barril foi presente dos deuses ao
grupo e só deveria ser furado quando todo o grupo estivesse reunido. Mas,
Hércules e Pholos o abriram na ausência dos outros e convidaram Cherion, um
outro centauro, para acompanhá-los.

Os três bebem e festejam, ficando bêbados e fazendo muito ruído. Os


outros centauros ouvem o barulho e são atraídos até o local. Enraivecidos, travam
uma feroz batalha e, mais uma vez, Hércules mata, agora, os seus dois amigos,
com quais ele antes havia bebido. Enquanto os demais centauros choram suas
perdas, Hércules escapa, novamente, para as altas montanhas e recomeça sua
busca ao javali.

Hércules persegue o javali, mas não consegue capturá-lo. Então, resolve


pensar numa forma de pegá-lo, colocando uma armadilha, cuidadosamente oculta,
esperando, numa sombra escura, pela chegada do animal. As horas se passam e
ele espera, até surgir a aurora. De sua toca, o javali surge, procurando alimento.
O javali cai na armadilha e, no devido tempo, Hércules liberta a fera selvagem. Ele
luta e consegue domesticá-lo, fazendo com que ele o seguisse e fizesse o que
Hércules determinasse.

Do pico nevado da grande montanha Hércules desce, feliz levando diante


de si, montanha abaixo, o feroz e domesticado javali. Pelas duas pernas traseiras
ele conduz o javali e todos, na montanha, riem ao ver cena. Todos os que vêem
Hércules, cantando e dançando pelo caminho, também riem. Fim do 7° trabalho.

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Oitava Tarefa (Escorpião): "A Destruição da Hidra de Lerna"

Hércules é chamado à presença do instrutor que lhe diz: "Na antiga Argos
ocorreu uma seca". Amímona procurou a ajuda de Netuno. Ele recomendou que
ela batesse na rocha e quando o fez, começaram a correr três correntes
cristalinas; mas logo uma hidra fez ali sua morada. "Para além do rio Amímona,
fica o fétido pântano de Lerna. Neste lugar está a hidra, uma praga para as
redondezas. Esta criatura tem nove cabeças e uma delas é imortal. Prepara-te
para lutar contra esta criatura. Não penses que os meios comuns serão de valia.
Se uma cabeça for destruída, duas aparecerão em seu lugar."

Hércules está ansioso e o instrutor lhe diz: "Apenas um conselho posso te


dar. Nós nos elevamos, quando nos ajoelhamos; conquistamos, nos rendendo;
ganhamos, dando." O pântano de Lerna era um lugar que desanimava quem dele
se aproximasse. Seu mau cheiro era insuportável. Quando Hércules se aproxima,
por pouco não é derrotado pelo mau cheiro. As areias movediças são mais uma
ameaça e Hércules, rapidamente, retira o pé para não ser sugado pela terra.

Finalmente ele descobre o lugar onde a hidra vivia, numa caverna de noite
perpétua. Dia e noite Hércules vaga pelo pântano, aguardando o momento em que
ela se mostrasse, mas o monstro permanece em sua caverna. Hércules, então,
resolve embeber suas flechas em piche ardente a atirá-las para dentro da caverna
onde habitava a hidra.

A hidra, com suas nove cabeças, sai enfurecida da caverna. Sua cauda
escamosa chicoteia a água. A hidra ataca Hércules e procura envolver seus pés.
Ele, também, pula para o lado e dá-lhe um golpe, que decepa uma das cabeças
do monstro. Mal a cabeça cai, duas crescem em seu lugar. Ela vai ficando cada
vez mais forte. Onde seu sangue toca, tudo é envenenado. Hércules, então, se
lembra do que lhe dissera o instrutor, "Nós nos elevamos, nos ajoelhando."

Hércules, então, se ajoelha, agarra a hidra com suas mãos nuas e a


ergue. Suspensa no ar, a força do monstro diminui. De joelhos, então, Hércules
sustenta a hidra no alto, acima dele, para que o ar purificado e a luz pudessem
fazer o efeito necessário. A hidra, forte na escuridão e no lodo, logo perde sua
força, quando os raios do sol e o vento a atingem.Convulsivamente o monstro se
debate, até que vai enfraquecendo. As nove cabeças caem, com as bocas
escancaradas e os olhos esbugalhados. Mas, somente quando elas jaziam sem
vida, Hércules percebe a cabeça imortal.

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Então, Hércules decepa a cabeça imortal da hidra e a sepulta, ainda feroz,
sob uma rocha. Termina,assim, o 8° trabalho.

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Nona Tarefa: "A Morte dos Pássaros do Estínfalo"

Mais uma vez Hércules é chamado para realizar o seu 9° trabalho: matar
os pássaros que habitavam o pântano de Estinfalo, em Arcádia.

Os pássaros eram tantos que não se podia ver o Sol. Eles eram grandes,
ferozes e tinham bicos de ferro, afiados como espadas e penas que pareciam
dardos de aço. Eles estavam estragando a terra, danificando tudo sem que se
pudesse contê-los. Os pássaros tinham três líderes, que eram maiores.

Hércules procura, intensamente, por esses pássaros, até encontrá-los no


fétido pantanal. Eles gralhavam loucamente, num coro ameaçador e dissonante.

Aproximando-se, Hércules vê os pássaros ferozes e horrendos. Suas


penas, ao caírem, cortavam como afiadas lâminas. Suas garras e seus bicos
tinham imensa capacidade de corte e força.

Três pássaros, notaram a presença de Hércules e se arremeteram sobre


ele. Ele permaneceu onde estava e revidou aos ataques com a sua clava. Um dos
pássaros foi atingido e os outros se retiraram. Diante do pântano, Hércules
permanecia, e pensava como cumprir a sua tarefa. Como livrar o local daqueles
pássaros destruidores.

Primeiro tentou matá-los com uma chuva de setas. Os poucos que


conseguiu matar nada representavam em relação aos muitos que permaneciam
vivos. Então, ele pensou em colocar armadilhas no pântano. Assim, nenhum
pássaro, ou ser humano, poderia atravessar o lodaçal. Hércules, então, se
lembrou das palavras ouvidas quando o trabalho lhe foi indicado: "A chama que
brilha além da mente revela a direção", refletindo uma idéia lhe veio à mente.

Ele possuía dois pratos de bronze, que emitiam um som estridente, não
terreno, tão áspero e tão penetrante que seria capaz de amedrontar os mortos.
Esses pratos lhe foram dados por Athena. Para Hércules, o som era tão intolerável
que ele tinha de cobrir os ouvidos para protegê-los. Ao anoitecer, quando o
pantanal estava recoberto de pássaros, ele voltou e tocou os pratos aguda e
repetidamente. Um som que jamais tinha sido ouvido antes foi emitido.
Assustados e perturbados pelo som, os pássaros levantaram vôo, batendo as
asas, selvagemente, em debandada, para nunca mais voltarem. Seguiu-se um
longo silêncio em todo o pântano. Os horríveis pássaros haviam desaparecido e
os raios do sol poente eram vistos. Hércules termina o seu 9º Trabalho.

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Décima Tarefa: A Captura de Cérbero, o Guardião do Hades

Eristeu ordena que Hércules desça ao mundo dos mortos (Hades) para,
de lá, trazer Cérbero, o cão de três cabeças, cauda de dragão, pescoço e dorso
eriçados de serpentes, guardião do reino de Plutão e Perséfone.

Cérbero impedia a entrada dos vivos nos reinos de Plutão e, quando por
acaso isso acontecia, não lhes permitia a saída, a não ser com o consentimento
de Plutão.

A entrada de Hércules no Hades era a violação de um reino sagrado, que


nenhum herói havia conseguido executar. Os eleusianos contam que Hércules,
para não ofender os deuses do mundo subterrâneo, primeiro se iniciou nos
mistérios, pois assim poderia chegar a eles como um dos seus. Hércules
precisava se purificar, pois já matara muitos, principalmente os centauros.
Hércules, também, recebeu ajuda de Mercúrio e Athena, por ordens de Zeus
(Júpiter). Lembramos que Mercúrio é aquele que não erra o caminho e Athena é
aquela que ilumina as trevas. Os mistérios de Eleusis, nos quais ele foi iniciado,
ensinam como se chegar, com segurança, à outra vida.

Hércules, guiado por Athena e Mercúrio, chega ao rio Aqueronte, o rio que
as almas dos mortos tinham de cruzar para chegar ao Hades. Um óbolo, ou
moeda tinha de ser pago a Caronte, o barqueiro, para que ele os levasse do outro
lado. Hércules assusta Caronte e este o leva para o outro lado sem cobrar.

Hércules, finalmente, penetra no Hades, uma nevoenta e escura região,


onde as sombras dos mortos esvoaçavam. Cérbero guarda a entrada do Hades,
sabendo a quem permitiria a entrada e a quem manteria afastado. Quando
Cérbero vê Hércules, foge tremendo para junto do seu amo, Plutão e esconde-se
embaixo do seu trono.

Os fantasmas também fogem e Hércules, quando percebe a Medusa,com


seus cabelos de serpentes, toma a sua espada, mas Mercúrio o adverte de que se
tratava de uma sombra vã (ilusão).

Finalmente, Hércules chega diante de Plutão e, sem mais, pede-lhe para


levar Cérbero para Eristeu. Plutão concorda, desde de que ele o capturasse sem
ferí-lo. Hércules o agarra e, quase sufocado, o guardião do reino dos mortos perde
as forças e aquieta-se. Subindo com sua presa, dirige-se, rapidamente, para
Micenas, para mostrar Cérbero a Eristeu.

17
Tendo cumprido a 9ª tarefa e, não sabendo o que fazer com Cérbero,
Hércules o leva de volta a Plutão, no Hades.

18
Décima PrimeiraTarefa: "Limpeza dos Estábulos de Augias"

Eristeu impõe a Hércules a repugnante tarefa de limpar, em um dia, as


estrebarias de Augias, Rei de Elida. Esse rei possuía inúmeros rebanhos. Seus
estábulos, onde estavam confinados mais de três mil bois, não eram limpos há
trinta anos, estavam obstruídos por tanto esterco, que não se conseguia acabar
com o terrível cheiro que dele se espalhava para os arredores. Em conseqüência,
a peste varria o país, devastando centenas de vidas humanas.

Hércules, então, dirige-se para o palácio e procura por Augias. O Rei,


informado de que Hércules viria limpar os fétidos estábulos, confessa sua dúvida e
descrença. "Dizes que farás esta imensa tarefa sem recompensa?" declarou o
Rei, respeitosamente. "Não confio naqueles que anunciam tais bazofias. Hás de
ter algum plano astucioso que arquitetaste! Oh! Hércules! para me roubar o trono!
Jamais ouvi de homens que procuram servir o mundo sem recompensa. Nunca
ouvi. A esta altura, contudo, eu, de bom grado, acolheria qualquer tolo que
procurasse ajudar. Mas deve ser feito um trato, para que não zombem de mim
como sendo um Rei bobo. Se tu, em um único dia, fizeres o que prometeste, um
décimo de todo meu rebanho será teu, mas se fracassares, tua vida e teus bens
estarão em minhas mãos. Não penso que possas cumprir tuas bazofias, mas
podes tentar."

Hércules deixa a presença do Rei e começa a vagar pela pestilenta área e


vê inúmeros cadáveres em uma carroça. Ele, também, observa dois rios que
fluíam mansamente pela região, o Alfeu e o Peneu. Sentado à beira de um deles,
a resposta ao problema lhe veio à mente, qual um relâmpago. Com sua força e
determinação ele inicia sua tarefa. Ele consegue desviar ambas as correntes dos
cursos d’água e faz com que o Alfeu e o Peneu derivassem seus cursos através
dos estábulos cheios de esterco.

Hércules derruba a parede que cercava os estábulos e faz com que a


água ali circulasse, limpando a imundice reinante. Em um único dia foi cumprida a
tarefa impossível.

Quando Hércules, satisfeito com o resultado, voltou à presença de Augias,


o Rei não ficou satisfeito. "Conseguiste êxito com um truque!" berrou de raiva o
Rei Augias. “Os rios fizeram o trabalho, não tu! Foi uma manobra para tirar meu
gado, uma conspiração contra meu trono. Não terás uma recompensa. Vai! sai
daqui, ou mandarei decapitar tua cabeça.”

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O enraivecido Rei, assim, baniu Hércules e o proibiu de jamais voltar ao
seu reino, sob pena de morte. Hércules cumpriu assim o seu 11°Trabalho.

20
Décima Segunda Tarefa: "A Captura do Gado Vermelho de Gerião"

Hércules é mandado a Eritréia para capturar o gado vermelho de Gerião,


monstro de três corpos e três cabeças. Esse gado era guardado pelo pastor
Euritião e seu cão de duas cabeças: Orto, irmão de Cérbero e da Hidra de Lerna.
O gado deveria ser entregue a Eristeu em Micenas.

O gado vermelho pastoreava perto do local onde o rebanho de Plutão


ficava. A grande dificuldade seria atravessar o oceano. Para isso, Hércules pede
emprestada a Taça do Sol. Essa Taça era gigantesca e pertencia a Helius, o Sol,
e ele a utilizava, todos os dias, para regressar ao seu palácio, no Oriente, após
mergulhar nas entranhas do oceano.

A cessão da taça não foi espontânea. Hércules já caminhava, há longo do


tempo, pelo extenso deserto da Líbia, e os raios do Sol eram tão quentes e o calor
tão intenso, que Hércules ameaçou varar o astro com suas flechas. Helius,
aterrorizado, emprestou-lhe, então, sua Taça. Chegando à ilha de Eritréia,
defrontou-se, de saída, com o cão Orto, que foi morto a golpes de clava. Hércules
poupa Emitião e conduz o gado vermelho. Ainda não estava muito longe daquelas
pastagens, quando ele percebe a aproximação do monstruoso Gerião.

Logo, Hércules e Gerião estavam face-a-face. O monstro avança sobre


ele. Gerião brande uma lança que quase atinge Hércules. Saltando, agilmente, ele
evita o ataque. Esticando bem o seu arco, Hércules lança uma flecha que atinge o
monstro em seu flanco e todos os três corpos de Gerião são perfurados. Com um
guincho desesperado, o monstro cai morto.

Para Micenas então, Hércules conduz o belo gado vermelho. Difícil foi a
tarefa. Volta e meia alguns bois se desgarravam, e Hércules corria para recuperá-
los.

O rebanho é embarcado na Taça do Sol e Hércules tem um regresso


bastante tumultuado, pois diversas vezes é atacado por bandidos, que lhe
cobiçavam o rebanho. Tendo partido pelo Sul e pelas costas da Líbia, Hércules
regressou pelo Norte, seguindo as costas da Espanha, e depois as da Gália,
passando pela Itália e Sicília. Finalmente, se encaminhou para a Grécia, mas, ao
tocar a margem helênica do Mar Jônio, o rebanho foi atacado por ordem de Hera.

Hércules só conseguiu reunir uma parte do rebanho, o resto se perdeu. O


que sobrou do rebanho foi entregue a Eristeu.

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