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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

UNIDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


GRADUAÇÃO EM QUÍMICA INDUSTRIAL

AULA Nº. 04
DENSIDADE DE SÓLIDOS E LÍQUIDOS E VARIAÇÃO DA
DENSIDADE DE LÍQUIDOS EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA

Aluno: Thiago Oliveira Lopes


Eduardo Andrade
Professora: Msc. Lílian
Físico-Química Experimental I
Experimento realizado dia 23/03/2009.

Anápolis,
Março de 2009.
3. INTRODUÇÃO:

Os estados da matéria podem, de forma simplificada, ser agrupados em sólido,


líquido e gasoso. Uma das propriedades macroscópicas que geralmente distingue esses
três estados da matéria é a densidade específica (massa/volume), pois em geral (mas
nem sempre) a densidade de gases é menor do que a de líquidos, e essa menor ainda do
que a de sólidos. A densidade é uma grandeza intensiva, isto é, não depende da
quantidade de matéria. Assim, a densidade da água pura contida em um litro ou numa
colher de 5ml é a mesma. De forma geral, se a substância é homogênea, então a sua
densidade é a mesma em todos os pontos do volume que ocupa. A densidade depende
do tipo de substância, mas é em geral influenciada pela temperatura e pela pressão.
No presente contexto, o termo densidade tem o significado de “massa
específica”. Contudo, o termo é também comumente empregado em outros contextos,
para designar, em geral, o grau de concentração de grandezas físicas num determinado
volume, como energia, partículas, etc [1]. Há também o termo “densidade aparente”, que
é usado para expressar a densidade absoluta de uma substância que não se tem certeza
de sua pureza.
A densidade absoluta ou massa específica é definida como a massa por
unidade de volume de uma substância ou simplesmente massa por unidade de volume
[2]
:
ma
µa =
Va

Onde: µa é a densidade absoluta ou massa específica do corpo, m a é a


massa do corpo e Va é o volume do corpo.
A densidade expressa a quantidade de matéria presente em uma dada unidade de
volume. Quando dizemos que o chumbo tem maior densidade do que alumínio isto
significa que num dado volume de chumbo há mais matéria que no mesmo volume de
alumínio [2].
As densidades de sólidos e líquidos são comumente expressas em gramas por
centímetro cúbico, g/cm3. Os gases são muito menos densos do que os outros estados da
matéria, por isso a unidade S.I. é grama por decímetro cúbico g/dm3 [2].
Para um sólido que tenha uma forma regular (exemplo, um cubo), o volume
pode ser calculado pela medida direta dos comprimentos das arestas, e a massa pode ser
obtida pesando-se o sólido. Se o sólido for irregular, mas relativamente grande, o seu
volume poderá ser determinado mergulhando-o num liquido de densidade menor e
medindo o volume do liquido deslocado, ou por cálculos diferenciais. Estas técnicas não
são apropriadas para objetos pequenos tais como cristais minúsculos. O método de
flutuação permite que se façam com exatidão razoável, estimativas das densidades de
objetos sólidos pequenos, em particular cristais pequenos. Preparando-se uma série de
soluções de concentrações diferentes, é possível encontrar uma, cuja densidade seja
igual à do cristal. Quando o cristal é colocado em solução inerte de densidade menor,
ele afundará. Flutuará em uma solução de densidade maior, mas em outra, cuja
densidade for igual a do cristal, ele permanecerá em suspensão. Uma vez que a solução
apropriada tenha sido encontrada, um volume medido pode ser removido e pesado [3].
Por outro lado defini-se densidade relativa é definida pela razão entre as
densidades absolutas de duas substâncias, onde a densidade absoluta no denominador é
a da substância escolhida como padrão:
µA
ρ A− B =
µB
É comum considerar a água como tal padrão, pois além da conveniência de sua
abundância, sua densidade absoluta é de ρ H1O ≅ 1,00 g/ cm para a temperatura
3

ambiente (25 °C).


µsubst .
ρsubst .−água =
µágua
Para líquidos, é comum usar o mesmo volume de água e da substância
analisada, portanto [4]:
m subst .
ρ subst .−água = V
mágua
V
m subst .
ρsubst . =
mágua
4. OBJETIVOS:

Determinar e comparar a massa especifica ( µ ) e a densidade ( ρ ) de líquidos


e sólidos cedidos, usando os métodos apresentados na apostila e/ou outros métodos
encontrados.
5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:

1. PRIMEIRA PARTE:

1.1 Determinação da massa especifica (μ) do estanho metálico:


Iniciou-se o experimento pesando-se a barra de estanho na balança de três
casas decimais, que teve em seguida anotada sua massa (m). Em uma proveta de
capacidade volumétrica de 20 mL foi-se adicionado 15 mL de água então o estanho foi
adicionado à proveta e foi observado que houve um certo deslocamento de volume da
água e anotou-se esse volume deslocado.

1.2 Determinação da densidade (ρ) do estanho metálico:


Um picnômetro foi completamente cheio de água destilada e foi pesado
anotou-se essa massa (m1), então o picnômetro com o volume de estanho fora dele foi
pesado e teve sua massa (m2) anotada, e novamente o picnômetro com a água mais o
volume de estanho, dessa vez dentro do picnômetro, foi pesado e teve sua massa (m3)
anotada.

1.3 Determinação da massa específica (μ) e da densidade (ρ) do etanol:


Um picnômetro de 50 mL foi pesado em uma balança de três casas e teve sua
massa anotada (m1). Em seguida foi adicionado etanol no picnômetro, ele ficou
totalmente cheio, e teve sua massa averiguada (m2). Em seguida o mesmo picnômetro
foi cheio com água e pesado (m3).

2. SEGUNDA PARTE:

2.1 Determinação da massa especifica (μ) e da densidade (ρ) do chumbo


(procedimento proposto):
Para determinação da massa específica não foi proposto nenhum experimento,
foi realizado o mesmo para o estanho, para a densidade foi proposto uma procedimento,
já que o chumbo não cabia no picnômetro. Primeiramente o metal foi pesado e anotou-
se sua massa (mchumbo). Em uma proveta de 20 mL foi-se adicionado 15 mL de água
destilada, adicionou-se o cobre e observou-se o volume de água deslocado (Vchumbo).
Então, com a ajuda de um termômetro, mediu-se a temperatura da água (25 ºC no
momento do experimento) e através de uma tabela contida na apostila da aula pôde-se
saber a sua densidade. Um picnômetro de 50 mL, seco, foi pesado e teve sua massa
anotada (mpic), logo após foi cheio com água e novamente pesado (mpic + água).

2.2 Determinação da massa de NaCl:


Certa massa de cloreto de sódio (que não foi pesada) foi dissolvida em um
béquer de capacidade volumétrica 100 mL e em seguida foi transferido de forma
quantitativa para um balão volumétrico de 250 mL. Completado seu volume com água
destilada até o traço de aferição e homogeneizada a solução, com ajuda de um
densímetro mediu-se a densidade da solução preparada, e com os dados obtidos pôde-se
calcular a massa de sal utilizada.

3. TERCEIRA PARTE:

Uma solução de Acetato de n-butila nos foi cedida para a determinação de sua
densidade e massa específica.
Um picnômetro vazio com sua tampa foi pesado, tendo sua massa anotada. O
picnômetro foi cheio com acetato de n-butila e em seguida foi pesado novamente.
Então o picnômetro foi levado a banho-maria. A temperatura ficou em
aproximadamente 50ºC por 20 minutos, e em seguida o picnômetro foi novamente
pesado. Com os dados colhidos foi possível calcular a massa especifica do acetato à
temperatura ambiente e a 50 ºC.
O experimento foi novamente realizado, com um banho-maria a 40°C.
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES:

1. PRIMEIRA PARTE:

1.1 Determinação da massa especifica (μ) do estanho metálico:


Sendo o Vágua = 150 mL e Vágua + es tanh o =153 mL , temos que:
m subst .
Ves tanh o = 3 mL e mes tanh o =10 ,51 g e como µ = , portanto:
Vsubst .
µ água = 3,5 g / vm 3

1.2 Determinação da densidade (ρ) do estanho metálico:


Sendo m1 = 90 ,34 g , m2 = 100 ,92 g e m3 = 99 ,54 g e a definição de
densidade relativa:
mes tanh o
ρes tanh o −água =
m água
m2 − m1
Temos que: ρes tanh o −água = , portanto:
m 2 − m3
ρes tanh o −água = 7,66 g / cm 3

1.3 Determinação da massa específica (μ) e da densidade (ρ) do etanol:


Sendo o V picnômetro = 50 mL , a m picnômetro = 38 ,09 g , a
m picnômetro + e tan ol = 80 ,19 g ea m picnômetro + água = 90 ,34 g , temos que:

me tan ol (80 ,19 − 36 ,09 ) g me tan ol 80 ,19 − 38 ,09


µe tan ol = = ρe tan ol −água = =
V picnômetro 50 mL m água 90 ,34 − 38 ,09
µe tan ol = 0,842 g / cm 3 ρe tan ol −água = 0,81 g / cm 3

2. SEGUNDA PARTE:

2.1 Determinação da massa especifica (μ) e da densidade (ρ) do chumbo


(procedimento proposto):
Sendo a m Pb = 22 ,95 g , o Vchumbo = 4 mL , temos que:

mchumbo 22,95 µchumbo 5,74


µchumbo = = ρchumbo −água = =
Vchumbo 4 µágua 1,045

µchumbo = 5,74 g / cm 3 ρchumbo −água = 5,49 g / cm 3


O procedimento proposto para a densidade do chumbo foi eficaz, pois
conseguiu determina-la de forma objetiva e eficaz.

2.2 Determinação da massa de NaCl:


Por determinação instrumental (densímetro) chegamos que a
µsolução = 1,100 g / cm e tendo que o Vsolução = 250 ml , temos que:
3

m solução m NaCl + mágua


µsolução = 1,100 =
Vsolução 250

m NaCl + mágua = 275 g

Segundo tabela 1, a massa específica da água a 25ºC é de 0,9970770 g / cm 3 ,


portanto:

m água = µágua .V água = 250 ×0,9770770 m água = 249 ,25 g

m NaCl = m solução − m água = 275 − 249 ,25


m NaCl = 25 ,75 g

3. TERCEIRA PARTE (Gráfico 2):

O peso verificado dos picnômetro, previamente secos, foi: m pic −1 = 38 ,20 g e


m pic −2 = 28 ,16 g ; seus volumes V pic −1 = 53 mL e V pic −2 = 52 mL . Sendo que no
picnômetro 1 foi feito a verificação de massa especifica com acetato de n-butila e no
picnômetro 2 com água.
A primeira pesagem foi realizada a 24ºC, nela as massas de acetato e água
foram: m acetato = 45 , 29 g e mágua = 49 ,80 g ; considerando os volumes como:
Vacetato = 53 mL e Vágua = 52 mL ; temos as massas específicas iguais a:
µacetato = 0,854 g / cm ³ e µágua = 0,958 g / cm ³ .
A segunda pesagem foi realizada a 51°C, nela as massas de acetato e água
foram: macetato = 44 ,29 g e mágua = 49 ,35 g ; considerando os volumes como:
Vacetato = 53 mL e Vágua = 52 mL ; temos as massas específicas iguais a:
µacetato = 0,836 g / cm ³ e µágua = 0,949 g / cm ³ .
A terceira pesagem foi realizada a 42°C, nela as massas de acetato e água
foram: macetato = 44 ,83 g e mágua = 49 ,61 g ; considerando os volumes como:
Vacetato = 53 mL e Vágua = 52 mL ; temos as massas específicas iguais a:
µacetato = 0,846 g / cm ³ e µágua = 0,954 g / cm ³ .
• ANEXOS:

Tabela 1 [4]: Densidade da água pura, livre de ar.


Temperatura Densidade Temperatura Densidade
(°C) (g/cm³) (°C) (g/cm³)
0,0 0,9998681 9,0 0,9998091
1,0 0,9999267 10,0 0,9997282
2,0 0,9999679 15,0 0,9991266
3,0 0,9999922 20,0 0,9982343
4,0 1,0000000 25,0 0,9970770
5,0 0,9999919 30,0 0,9956780
6,0 0,9999682 35,0 0,9940610
7,0 0,9999296 40,0 0,9922479
8,0 0,9998764

1,0010000
1,0000000
0,9990000
Densidade (g/cm³)

0,9980000
0,9970000
0,9960000
0,9950000
0,9940000
0,9930000
0,9920000
0,9910000
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0
Temperatura (°C)

Gráfico 1: Densidade da água pura, livre de ar.

A densidade da água, pura, tem um comportamento polinomial decrescente, ou


seja, na fase sólida sua densidade tem uma variação quase insignificante, porém na fase
líquida, quanto mais se aumenta à temperatura, mais a densidade decresce.
0,980
0,954
0,960 0,958

Densidade (g/cm³)
0,940 0,949

0,920
Acetato
0,900
Água
0,880
0,860 0,846
0,854
0,840 0,836
0,820
0,0 20,0 40,0 60,0
Temperatura (°C)

Gráfico 2: Densidades experimentais encontradas de Acetato de n-butila e água na Parte


Experimental 3.

Observa-se através do gráfico 2 que o acetato de n-butila tem uma maior


coeficiente de expansão térmica, pois o mesmo tem uma diferença de densidade, nas
faixas de temperatura observada, maior que a da água. Isso se deve ao fato de que o
acetato expande mais que a água, ou seja, tem um maior aumento de volume.
• CONCLUSÃO:

Após a realização dos experimentos, foi concluído que a massa específica e a


densidade relativa de materiais podem ser facilmente calculadas na prática, e que tais
valores acabaram sendo mais próximos que o esperado, já que foram utilizados,
diversas vezes, materiais não apropriados, como cadinhos trincados e com volumes não
aferidos, e até mesmo reagentes com suas purezas não comprovadas.
Também foi concluído que massa específica e temperatura são inversamente
proporcionais, ou seja, com o aumento da temperatura a massa específica diminui
devido à expansão térmica (aumento do volume).
A relação dos diversos acetatos não foi possível devido a erros analíticos,
como não padronização de métodos, materiais e material humana (grupos de laboratório
altamente diversificados).
• REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1. www.fcfrp.usp.br/dfq/Fisica/Guia%20Densidade%20de%20L
%EDquidos/Densidade-Liquidos.pdf. Acessado no dia 23/03/2009

2. “Química Geral: Volume I”; RUSSEL. John B; Makron Books do


Brasil ed. Ltda; Rio de Janeiro RJ; 2ª ed.; 1994.

3. “Fundamentos de Química”; O’ CONNOR, Rod.; Harbras ed.; São


Paulo SP; 1977.

4. Adaptado de “Apostila de Físico-Química Experimental I”; SILVA, Valmir


Jacinto.

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