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Universidade Estadual de Goiás 

ESEFFEGO 
Curso: Fisioterapia 
Disciplina: Dermato – Funcional 
Professora: Flávia

MASSAGEM

Alunas: Flávia Roberta Silva Freitas


Júlia de Cássia Oliveira

Goiânia/2010
Massagem
• É uma compressão metódica e rítmica do
corpo, ou parte dele, para que se obtenha
efeitos terapêuticos.
• Tem como objetivos promover o alívio do
estresse, ocasionando relaxamento, mobilizar
estruturas variadas, aliviar a dor e diminuir o
edema, preveni deformidades e promover a
independência funcional.
Efeitos Fisiológicos da Massagem
• Relaxamento muscular local e geral;
• Alívio da dor;
• Aumento da circulação sanguínea e linfática;
• Aumento da perspiração;
• Aumento da nutrição tecidual;
• Aumento da secreção sebácea;
• Remoção de produtos catabólicos;
• Aumento da maleabilidade e extensibilidade
tecidual;
• Aumento da mobilidade articular;
• Descolamento, direcionamento e remoção de
secreções pulmonares;
• Estímulo de funções viscerais;
• Estímulo de funções autonômicas;
• Auxílio na penetração de fármacos.
Manobras da Massagem Clássica
Deslizamento Superficial
• Consiste em movimentos deslizantes em grandes
superfícies, leves, suaves e rítmicos.
• A pressão deve ser quase imperceptível e uniforme.
• Principal efeito se faz via reflexa, uma sedação
neuromuscular.
• Diminuição na excitabilidade das terminações
nervosa livres e auxilia na regeneração da pele.
• Aumenta limiar de sensibilidade -> iniciar e finalizar a
massoterapia.
Deslizamento Profundo
• Pressão suficiente pra causar efeitos
mecânicos e reflexos
• Favorece esvaziamento venoso e linfático.
• Atua fundamentalmente sobre a pele e o
tecido subcutâneo, melhorando as condições
de circulação, nutrição e drenagem dos
líquidos tissulares.
Amassamento
• É a mobilização do tecido muscular
• Compressões alternadas
• Melhorar as condições circulatórias da
musculatura, liberando aderências,
eliminando resíduos metabólicos e
aumentando sua nutrição.
Fricção
• São movimentos circulares ou transversais.
• Pressão suficiente para mobilizar o tecido
superficial em relação ao profundo.
• Liberar aderências por ação mecânica nas
traves fibróticas, e prevenção após
traumatismos.
Vibração
• Impulso vibratório transmitido à área a ser
tratada.
• Diminuição da hiperexcitação dos nervos

Percussão
• Golpes manuais, utilizando a borda ulnar, a
mão espalmada ou fechada.
• Auxilia na drenagem postural por liberação
das secreções (tapotagem).
• Aumento da circulação capilar superficial.
Indicações
• Edema e hematoma;
• Cicatrizes aderentes;
• Tensão muscular;
• Dor;
• Diminuição da ADM.
Contra-Indicações
• Tumores benignos ou malignos;
• Distúrbios circulatórios (flebite, tromboflebite, etc.);
• Doenças da pele (eczema, acne, furúnculos, etc.);
• Hiperestesia da pele;
• Gravidez – massagens abdominais mais profundas;
• Processos infecciosos;
• Fragilidade capilar.
Massagem Reflexa
• Técnicas que deixam de lado os efeitos mecânicos
para centrar-se numa resposta involuntária de uma
estimulação cutânea.
• Se baseiam na concepção que o tecido conjuntivo é o
ponto de partida das reações metaméricas, que são
solicitadas mediante um estiramento unidigital que
se realiza em zonas específicas.
• Influência sobre os sistemas simpático e
parassimpático.
Conceitos básicos
• Alterações patológicas das vísceras podem
causar alterações na pele em áreas bem
definidas.
• Dor visceral -> referida.
• Dor referida é difusa, não se localiza bem e
refere-se no dermátomo inervado pelo
mesmo segmento espinhal que supre a
víscera.
Relações Nervosas Reflexas
• Quando se realiza a massagem nas zonas
inferiores do tronco com reação simultânea
das zonas conjuntivas superiores
• Regra fundamental da massagem: Dve-se
iniciar a massagem nas zonas mais inferiores.
• Exploração das Zonas Conjuntivas
• As alterações na superfície corporal são: áreas
achatadas ou deprimidas que podem estar
circunscritas por áreas elevadas, edemaciadas.
• As manobras diagnósticas são acompanhadas
pela avaliação da resistência dos tecidos ->
sensação dolorosa, crepitações.
Inspeção
• Comparação das zonas conjuntivas simétricas.
• Olhar de vários ângulos.
• Incidir luz
Palpação
• É ealizada pelo deslizamento da camada profunda,
da derme contra a fáscia, em diferentes segmentos.
• Índividuo na posição sentada sobre uma superfície
dura, MMII flexionados a 90°, com os pés apoiados
no chão.
Massagem do Tecido Conjuntivo - MTC
• Afeta sistema autônomo -> corrige desequilíbrios nas
funções vegetativas do corpo.
• Conceito Fundamental: Doença visceral pode causar
alterações na pele. Manipulação dos tec. conjuntivos
da pele pode gerar efeitos em outras estruturas que
são derivadas do mesmo segmento mesodérmico.
• Constução de base: manobras iniciadas na região
lomba e pélvica.
• Além das ações a distância desencadeiam
ações locais -> calor e demografismo elevado,
certamente de origem histamínica.
• Frequência do tratamento pode ser diária.
• 10 a 12 sessões. Não ultrapassar 20 sessões.
• Interromper na 5° sessão caso não haja
melhora.
Manobras
• Rolinho -> elevação do tec. subcutâneo, com
polegar e dedo médio,movendo todo tecido
contra a fáscia.
• Traço -> com a polpa dos dedos, mover pele
sobre estruturas subjacentes, criando uma
tração com manobras curtas e fimes.
Técnica de Teirich-Leube – Massagem do Tecido Organizado
• Manobras de rolamento, trabalha “pontos de reação”,
paciente informa constantemente a sua sensibilidade às
manobras.
• Efeitos: melhor circulação muscular e regulação das tensões
aponeuróticas.
Técinica de Kolrausch – Massagem do Tecido Conjuntivo e da
Musculatura
• Possibilidade de atingir um órgão a partir do miótomo
correspondente
• Movimentos de fricção leve e rítmica nos “pontos-gatilho”,
onde se encontram as miogeloses e espasmos nodulares.
• Manobras são moderadas e mais superficiais quanto maior a
tensão.
Técnica de Glaeser e Dalicho
• Envolve pele, tec. subcutâneo, fáscias, aponeuroses,
musculatura e periósteo. Todos os tecidos que
desencadeiem resposta reflexas.
• Sessões de 20 min. 2 ou 3 X por semana.
• Iniciam o tratamento pelas regiões lombar e sacral,
coluna vertebral e depois segmento afetado
Técnica de Volger – Massagem do Periósteo
• Massagear superfícies ósseas por 2 a 5 min., com a
ponta do polegar ou dedo médio.
• Pressão suave e aumentada progressivamente.
• Efeitos: antiálgicos e tróficos no tratamento de
alterações ósseas, articulares e viscerais.
• Nas primeiras aplicações a dor é intensificada e com
o passar das sessões, os pontos vão se tornando –
sensíveis.
Técnica de Wetterwald
• Manobra que envolve um pinçamento tecidual.
Manobras de deslizamento e amassamento em
rotação, utilizando polegares e indicadores.
Massagem Chinesa e Similares
• Acrupessura / Shiatsu -> aplicação profunda com os
dedos (polegar ou dedo médio) sobre os pontos de
aculpuntura, áreas da pele com um aumento da
condutibilidade e diminuição da resistência elétrica.
Reflexologia Plantar e Auricular
• Correlaciona alívio da dor em determinada parte do
corpo e a aplicação de pressão em pontos
correspondentes nos pés e na orelha.
• Movimentos de deslizamento ou fricção circular
executadas com polegar ou indicador.
Massagem Abdominal Reflexa – Técnica de Grossi
• Pressões em pontos sensíveis 2 ou 3 Xs com o dedo
médio, anular ou ambos. Traços, circunscrevendo a
região envolvida.
• Reeducação da secreção e motricidade do sist.
digestivo. Indicações: aerofagias, constipação e
hérnia de hiato.
Massagem Transversa Profunda – Técnica de Cyriax
• Movimentos de fricção transversais às fibras do tec.
conjuntivo com o dedo indicador apoiado pelo dedo
médio ou o contrário. Com duração de 3 a 5 min. ->
lesões recentes e 15 a 20 min. -> lesões crônicas.
• Duplo efeito: Hiperemia traumática (grande
afluxo de sangue, eliminando substâncias
alogênicas e produzindo analgesia
temporária) e movimento dos planos
(liberação de estruturas).
• Aplicar em cicatrizes antigas e sem
mobilidade, lesões musculares, tendinosas e
ligamentares.
• Não aplicar em presença de processos
infecciosos, patologias da pele, neoplasias ou
tuberculose, lesões vasculares...
Massagem com Equipamentos
• Podem produzir efeitos terapêuticos similares
aos da massagem manual e evitar sobrecargas
articulares no terapeuta.
• Deixam de acontecer os efeitos psicológicos
pelo ato físico de tocar o individuo.
Drenagem Linfática
Enquanto o sangue arterial chega às células
oxigenado, nutre-as e retorna para o sistema
venoso, uma pequena parte deste sangue não
consegue transpor a membrana dos vasos venosos
devido seu maior peso molecular (proteínas). Essa
parte do líquido intercelular (cerca de 10%) é
retirada do meio intersticial através do sistema
linfático (Equilíbrio de Starling), que possui maior
permeabilidade devido sua estrutura de fixação aos
tecidos ser por meio dos filamentos de ancoragem,
que são como válvulas.
Sistema Linfático

Anatomia
• Os vasos são delicados e de coloração translúcida.
• Transporta a linfa da periferia ao centro em um
sentido único.
• Os vasos superficiais são numerosos e possuem muitas
anastomoses. Seu trajeto acompanha as veias e a
drenagem é feita para os linfonodos superficiais.
• Os vasos profundos não são tão numerosos e possuem
poucas anastomoses. Acompanha vasos sanguíneos
profundos e sua drenagem se dá para os linfonodos
profundos.
O sistema linfático é composto por:
• Capilares linfáticos: são os vasos iniciais do sistema
linfático.
• Vasos pré-coletores: possui formato de “colar de
pérolas”, pois diminui o diâmetro próximo ao local
das válvulas. Linfangion é o espaço entre uma válvula
e outra. Quando o linfangion se distende, há uma
resposta de contração, expulsando a linfa para o
próximo linfangion. Em repouso ele se contrai 5 a 15
vezes por minuto, no sono contrai 5 a 10 vezes e pode
chegar até 100 vezes por minuto.
• Vasos coletores: também possuem válvulas, evitando
o refluxo da linfa.
• Tronco linfático: são 11 ao total, sendo lombares,
broncomediastinais, subclávios, jugulares, descendentes
intercostais e intestinal.
• Ductos linfáticos: ducto linfático direito, ducto torácico.
• Linfonodos: filtram a linfa, retira partículas, enriquece com células
linfóides, ativa e libera linfócitos T. Podem ser superficiais (tecido
subcutâneo) ou profundos (sob a fáscia muscular, nas cavidades
abdominais e torácicas).
Os vasos linfáticos aferentes penetram no gânglio pelo lado convexo
e os eferentes saem pelo hilo após recuperarem a linfa.
• Linfa: é o líquido intersticial que passou para os capilares linfáticos.
Possui coloração límpida, composto por 96% de água, uma parte
plasmática (sódio, potássio, glicose, enzimas etc) e uma parte
celular (linfócitos, granulócitos, etitrócitos e macrófagos). Circula
cerca de 2 a 3 litros por dia, mas pode chegar até 20 litros em
situações especiais.
Fisiologia do Fluxo Linfático
O fluxo linfático ocorre devido a trocas
intermitentes nas pressões hidrostáticas e
oncóticas locais.
A pressão coloidosmótica, que é determinada
pelo número de moléculas de proteínas diluídas
no líquido, pode interferir na formação e
movimentação do líquido intracelular.
A atividade física, respiração, compressões
externas, pulsações arteriais e movimentos
articulares aceleram o fluxo linfático.
Funções do Sistema Linfático
• Mantêm o equilíbrio hídrico e protéico tissular.
• Elimina substâncias do metabolismo celular, restos
celulares e microorganismos.
• Função imunológica.
• Absorve nutrientes do trato gastrointestinal, inclusive
gorduras.

Obs.: Pode ocorrer falência linfática se o sistema linfático


não conseguir normalizar a pressão intersticial em caso
de alterações entre as diferenças pressóricas ou a
quantidade de líquido filtrado maior que a quantidade
de líquido absorvido.
Efeitos da Drenagem Linfática
Influência Direta
• ↑ Respostas imunes.
• ↑ Velocidade da filtração da linfa.
• ↑ Filtração e absorção dos capilares linfáticos.
• ↑ Quantidade de linfa processada nos gânglios (até 5 vezes
maior).
• ↑ Motricidade do intestino.
• O Sistema Nervoso Autônomo libera substâncias
simpaticolíticas.
• Promove efeito tônico nos músculos lisos dos vasos
sanguíneos por diminuição da pressão exercida nos
capilares venosos.
Influência Indireta
• ↑ Quantidade de líquido excretado.
• ↓ Ácido lático na musculatura esquelética.
• Melhora a nutrição celular.
• Melhora a oxigenação dos tecidos.
• Desintoxica os tecidos intersticiais.
• Absorve nutrientes pelo trato digestivo.
Indicações da Drenagem Linfática
• Edemas e linfedemas
É uma alteração entre o líquido
que é recebido e retirado do meio
intersticial.
Causa primária ou secundária.
A DLM age ativando a circulação linfática, reduzindo o
linfedema e regenerando o sistema linfático.
• Paniculopatia Edemato Fibro Esclerótica (PEFE)
A DLM ajuda na evacuação de líquidos ricos em proteínas
e toxinas que tornam o tecido cutâneo edemaciado e
com aderências teciduais, normalizando o pH
intersticial e favorecendo a nutrição e oxigenação
tissular.
• Pós-Cirurgia Plástica
É indicado devido à destruição de vasos e nervos durante a cirurgia
( retidoplastia, blefaroplastia, rinoplastia, mamoplastia redutora e de
aumento, lipoaspiração etc).
A DLM melhora o desconforto, o quadro álgico e promove o retorno precoce
a sensibilidade cutânea.
• Insuficiência Venosa Crônica
• Obesidade
A DLM melhora a tocinidade tissular e aumenta o transporte de metabólito.
• Mastodinia
• Outras indicações: queimadura, acne, enxerto, telangectasia, cicatrizes,
estresse, dores musculares em atletas, ansiedade, irritabilidade,
depressão, tensão muscular, algumas dores agudas e crônicas,
reumatismo, tendinites, tenossinovite, entorses, luxações, desordens
pós-traumáticas, desordens da ATM, asma, bronquite, sinusite, rinite,
desordens alimentares, TPM, psoríase e dermatites, hipertensão etc.
Contra-Indicações da Drenagem Linfática
Absolutas Relativas
• Tumores malignos. • Hipertireoidismo.
• Tuberculose. • Insuficiência cardíaca
• Infecções agudas e descompensada.
reações alérgicas agudas. • Menstruação abundante.
• Edemas sistêmicos de • Asma e bronquite.
origem cardíaca ou renal. • Fibrite e trombose
• Insuficiência renal. venosa profunda.
• Trombose venosa. • Hipotensão arterial.
• Afecções de pele.
Massagem de Drenagem Linfática
Método Vodder
• Linha do sandwish: divide os membros superiores; o
antebraço é dividido em face anterior e posterior e o
braço em face ântero-medial e póstero-medial.
• Linha da ferradura: da linha inferior da região poplítea,
ascendendo pela região da coxa, passando pelo glúteo
até a região de 1/3 inferior para superior da prega anal,
onde desce até a região infrapoplítea do outro membro.
• Linha média: divide o tronco em face direita e esquerda.
• Linha da cintura: divide o abdômen e tronco em superior
e inferior.
A drenagem linfática é com pressão
suave, no sentido do fluxo linfático,
se inicia distalmente ao segmento,
adaptada a determinados tipos de
tecidos e patologias, feita de forma
lenta e repetitiva, onde não ocorre
deslizamento sobre o tecido, e sim o empurrar e relaxar do tecido
cutâneo, com duas diferentes fases de toque. Após isso, tem um
relaxamento de pressão em que nenhuma força é aplicada, mantendo-
se apenas o contato. Procedimentos:
•Captação: visa captar a linfa do interstício para os capilares linfáticos.
•Evacuação: visa eliminar a linfa que está dentro dos vasos linfáticos,
transportando-a para a região linfonodal distante do local do edema,
no sentido do fluxo linfático. A massagem deve iniciar por este
procedimento.
• Antes de aplicar o movimen-
to na técnica de Vodder, é apli-
cada a técnica de effleurage em
locais específicos a serem tra-
tados. Effleurage consiste de uma massagem de
deslizamento muito superficial, com pressão quase
nula.
• Possui finalidade de estabelecer um primeiro
contato com a pele, formar um vínculo inicial com o
paciente e promover o efeito de relaxamento.
• Mãos relaxadas, dedos unidos, posicionando uma
mão a seguir da outra.
Movimentos básicos:
• Círculos Estacionários
Os dedos são colocados espalmados sobre a pele e movidos
igualmente ao mesmo tempo em círculos estacionários ou
espirais contínuos. Pequena pressão digital (13-40mmHg)
durante a fase em que o movimento se inicia, até a metade do
círculo. Na outra metade do círculo, a pressão é desfeita,
somente o contato com a pele é mantido.
Usado no pescoço, face e linfonodos.
• Técnica de Bombeamento
O polegar e os dedos movem-se juntos na mesma direção,
realizando círculos ovais. As pontas dos dedos não são utilizadas
no movimento, o controle do movimento é feito pelo punho. A
pressão também ocorre somente na primeira metade do círculo.
• Técnica de mobilização
O movimento é feito com a palma da mão, como um conjunto
mão-punho. A face superior do arco entre o 1º e o 2º dedos
do fisioterapeuta é apoiada na área a ser drenada.
Ocorre um movimento conjunto de rotação externa e adução do
ombro, toda a palma da mão vai se adaptando ao tecido,
terminando na borda lateral da mão. Os dedos estão
relaxados e se movem acompanhando o movimento.
• Técnica rotatória
É usada em superfícies corporais planas.
Consiste de vários movimentos individuais, onde a palma da
mão toca a pele relaxadamente, juntamente com os dedos, e
movimenta-se tocando com a face ântero-medial da mão,
girando para posicionar a face ântero-lateral da mão, partindo
sempre da borda interna da mão para a borda externa.
Método Leduc
Os movimentos se iniciam na região proximal do segmento a ser
drenado. Manobras:
• Círculos com os dedos
São movimentos rotatórios realizados com os dedos, a pele é
levemente deprimida e deslocada em relação ao plano
profundo.
Pressão suave e progressiva, não ocorre fricção durante o
deslocamento das mãos.
• Círculos com o Polegar
Movimentos circulares com o polegar, utiliza-se a articulação
metacarpo falangeana.
• Movimento combinado
Utiliza-se o polegar e os dedos em conjunto, da mesma forma dos
anteriores.
• Pressões em braceletes
Pode ser usado quando o local a ser drenados, puder ser
envolvido por uma ou duas mãos.
Movimento se inicia na região proximal e , à medida que a
linfa é evacuada, as mãos seguem distalmente,
realizando a pressão em direção à região proximal.
Após a compressão, tem o relaxamento.
• Drenagem dos gânglios linfáticos
Utilizada para a evacuação dos gânglios.
Realiza-se uma compressão e um estiramento tecidual no
sentido proximal.
É realizada com suavidade.
Pode ser feita com uma mão ou com as mãos sobrepostas.
Método Godoy
• A técnica usa rolinhos (“roletes”) para empregar uma
leve pressão no trajeto dos vasos linfáticos.
• Pressões nos linfonodos do pescoço são aplicadas
para aumentar o fluxo linfático.
• Existem controvérsias a respeito da eficácia da
técnica em regiões papilomatosas, pois não haveria a
pressão necessária na área, comprometendo a
drenagem.
Utilização Prática da Massagem de Drenagem Linfática
Pescoço
Nas cirurgias de lifting facial, a DLM deve
ser realizada no sentido da drenagem
fisiológica, já que não houve modificação
da anatomia linfática local.
A drenagem do pescoço precede a da face.
• Face anterior: inicia-se realizando uma leve pressão 5 a 7 vezes na região
do términus, onde é utilizada a ponta dos dedos indicador e médio( obs:
este movimento na técnica de Vodder é sempre utilizado para a
execução de massagem em qualquer segmento corpóreo).
A massagem inicia-se na região pré-auricular com movimentos de
bombeamento. Continua-se o movimento seguindo o trajeto do músculo
esternocleidomastóideo em sua face anterior. A partir daí, reinicia-se o
trajeto, porém fazendo a drenagem da face posterior do músculo.
• Face posterior: a linfa é drenada com movimentos estacionários para as
laterais do pescoço, onde então é direcionada ao términus.
Face
• A DLM em edemas de face causados por câncer tem
efeitos paliativos e deve ser associados ao uso de
medicamentos. Já edemas de causas cirúrgicas podem ser
tratados com sucesso.
• Posicionamento do paciente: decúbito dorsal, com
elevação da cabeceira a 30°.
• A face é dividida em: região da base do nariz ao queixo,
área entre o nariz e a região acima da sobrancelha e
região da testa até a linha do couro cabeludo.
• Cada parte só pode ser drenada quando a parte anterior já
tiver sido drenada. A primeira região é a mais próxima do
términus.
• Parte 1: o movimento de círculos estacionários se inicia pela
região do mento, segue no terço médio a esse, e na região pré-
auricular. Repetindo cada círculo por 5 a 7 vezes.

• Parte 2: é drenada com círculos estacionários a região da maçã do


rosto, o nariz, os olhos e a sobrancelha, onde são realizados leves
“pinçamentos” em três áreas de sua extensão.

• Parte 3: a testa é drenada com movimentos de bombeamento


levando toda a linfa até a região profundus.
Mama
• A drenagem da mama ocorre de forma centrípeta.
• Posicionamento do paciente: decúbito dorsal.
• São realizados movimentos circulares e
compressivos na região do términus, paraesternal
(mediastinal) e cadeia ganglionar axilar, realizando
manobras de bombeamento, direcionando a linfa
no sentido da circulação linfática fisiológica. E,
novamente, realiza-se estímulos na região do
términus, esternal e da cadeia ganglionar axilar.
• Na paciente mastectomizada, as vias de drenagem
convencionais não poderão ser utilizadas devido ao
fato de não existir mais a cadeia ganglionar axilar.
Membro Superior
• Posicionamento do paciente: decúbito dorsal.
• Inicialmente, estimula-se o términus. A drenagem
começa pela cadeia axilar com movimentos de
círculos estacionários. A partir daí, realiza-se
movimentos de bombeamento na região ântero-
lateral e póstero-lateral do braço, utilizando como
base a linha do sandwish, direcionando a linfa para
a região medial do braço. Em seguida, realiza-se
movimentos de bombeamento na região medial do
braço, do cotovelo até a região axilar. A linfa é
levada em direção à cadeia ganglionar axilar.
• A drenagem do antebraço inicia-se próximo ao punho. O fluxo
linfático é encaminhado da região posterior do antebraço à
região medial, e daí é encaminhada à cadeia supra
epitroclear, onde parte da linfa segue em direção ao sistema
profundo através dos linfonodos epitrocleares e outra parte
segue no trajeto superficial, sendo direcioanda até o centro
linfonodal axilar.
• A drenagem das mãos e da região dos metacarpos é feita com
movimentos estacionários, iniciando-se distalmente à mão.
• A região dos dedos é drenada com movimentos rotatórios
ascendentes.
• A face palmar da mão é drenada utilizando-se a região
hipotênar da mão do fisioterapeuta, realizando-se
movimentos de bombeamento e repetindo-se por 5 a 7 vezes.
Abdômen
• Antes da DLM do abdômen, a técnica de Vodder propõe a massagem
abdominal com movimentos rotatórios e ascendentes por 2 ou 3
vezes, com a finalidade de melhorar o trânsito intestinal.
• Iniciando pela região próxima à cicatriz umbilical, a linfa da parte
superior do abdômen é drenada com a técnica de bombeamento para
a cadeia ganglionar axilar, e da parte inferior do abdômen é drenada
para a cadeia ganglionar inguinal, considerando também os lados
direito ou esquerdo. O abdômen é segmentado em quatro partes ou
mais, dependendo do seu tamanho.
• Após toda a região do abdômen ser drenada, a linfa da região lateral
do abdômen superior é levada para a região axilar, e do abdômen
lateral inferior para a inguinal.
• A técnica de Leduc também preconiza a
estimulação das cadeias ganglionares axilar,
inguinal e da região abdominal, onde se lo-
caliza a cisterna do quilo.
Glúteo
• Dependendo do tamanho do glúteo, separa-se a região
acima da linha da ferradura em três ou mais segmentos.
Realiza-se movimentos de bombeamento, direcionando
os movimentos à região anterior do corpo, próximo à
cadeia ganglionar inguinal, repetindo cada movimento
por 3 vezes.
• A região inferior à linha de ferra-
dura deve ser drenada para baixo
(medial) até a região inguinal do
membro.
• Em pós-operatório de lipoaspiração do glúteo, a DLM é
aplicada com a finalidade de estimular o aumento do
fluxo linfático, evitando assim a formação de fibroses.
Membro Inferior
• Coxa
• A coxa é dividida, anteriormente, em face anterior, medial
e lateral.
• A drenagem é iniciada pela face medial próximo à região de
côndilos femorais. Os movimentos são de bombeamento
por 3 a 5 vezes no mesmo ponto, ascendendo e
massageando cerca de 3 pontos nesta face, de acordo com
o comprimento do paciente.
• Depois, é drenada a face anterior utilizando a técnica de
mobilização de distal para proximal, direcionando a linfa
até a cadeia ganglionar inguinal.
• A face lateral também é massageada com a técnica de
mobilização de distal para proximal até a cadeia inguinal.
• Na face posterior da coxa, a área externa à linha
da ferradura é drenada em direção à face lateral
e então direcionada para a cadeia inguinal com
movimentos de bombeamento. A região interna
é drenada em direção à região inguinal via face
ântero-medial, e então encaminhada para a
cadeia inguinal.
• Perna
• A drenagem da perna é realizada com a técnica rotatória.
• A mão do fisioterapeuta que está na face lateral da perna
desliza suavemente em direção à região medial do joelho,
através da face anterior, realizando um movimento
helicoidal. Já a mão, que está em contato com a região
medial desliza em direção ao oco poplíteo, sequindo a
região posterior da perna também em um movimento
helicoidal. As duas mãos realizam este movimento ao
mesmo tempo. Faz-se compressão nos linfonodos
poplíteos ultilizando a técnica de
círculos estacionários. Repete-se
por 3 vezes.
• Tornozelo
• A região anterior é dividida em três linhas, cada uma é drenada
com movimento de bombeamento, no sentido distal para
proximal.
• A região dos maléolos tibiais é drenada com movimento de
bombeamento no sentido ascendente.
• Pé
• As linhas divisórias da região do tornozelo se estendem até a
região de médio pé, são drenadas em sentido ascendente com
movimento de bombeamento.
• Movimentos de abertura são realizados na região metatársica
segurando-se a borda medial e lateral do pé, e forçando-as para
baixo.
Região Dorsal
• A região acima da linha da cintura é drenada com
movimentos rotatórios em direção a região axilar.
• A região do trapézio é drenada em direção à região
anterior do tórax.
• A região abaixo da linha da cintura é drenada para a região
inguinal com movimentos rotatórios.
• A região lateral do tronco é drenada com movimento de
mobilização. Acima da linha da cintura, a linfa é levada à
região axilar, e abaixo é drenada à região inguinal.
Observações
• O uso de óleos sobre a pele pode impedir que os
movimentos da técnica de drenagem sejam
realizados corretamente.
• Caso a pele esteja produzindo suor, pode ser
necessária a aplicação de talco.
• O ambiente para a realização da DLM deve ser com
temperatura adequada, com luzes fracas e com o
mínimo de ruído.
• A DLM nunca deve provocar dor.
• O enfaixamento após a DLM com-
tribui para um melhor resultado.
Referências Bibliográficas
BORGES, Fábio dos Santos. Modalidades
Terapêuticas nas Disfunções Estéticas.
Phorte, São Paulo, 2006.

GUIRRO, E ; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato-


Funcional: Fundamentos, Recursos,
Patologias. 3 ed. Manole, São Paulo, 2002.

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