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Chá verde e a prevenção de doenças

26-09-2007

NUTRIÇÃO – ALIMENTOS – CHÁ VERDE – NUTRIÇÃO –


FITOTERAPIA – PREVENÇÃO – CURA – CURTAS-NATURAIS –
ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA

Dra. Jocelem Mastrodi Salgado,


é profa. titular de nutrição (Esalq/USP), Presidente da Sociedade
Brasileira de Alimentos Funcionais, autora de vários livros e
consultora científica do Centro de Pesquisa Sanavita.

Durante séculos o chá verde chinês tem sido considerado, no


Extremo Oriente, como uma bebida saudável, e a bebida não
alcoólica mais consumida no mundo, depois da água. Tem havido
muitas pretensões, freqüentemente exageradas, quanto aos
benefícios do chá verde para a saúde. Estudos recentes produziram
resultados que afastaram muitos mitos, mas também confirmaram
alguns benefícios importantes para a saúde, em relação ao
consumo regular do chá verde.

Hoje é considerado um alimento funcional que consumido na


alimentação cotidiana pode trazer benefícios fisiológicos e
específicos, graças aos seus componentes.

Existem 3 tipos principais de chá: o preto (indiano), o verde


(japonês e chinês) e o preto chinês (oolong), mas a maioria dos
estudos experimentais demonstram efeitos anti-mutagênicos e anti-
carcinogênicos do chá preparado na forma verde ou de frações
polifenólicas isoladas de chá verde. O chá verde é rico em vitamina
K, um nutriente essencial para coagulação sanguínea.

Os compostos polifenólicos anti-oxidantes, como as catequinas e


flavóides responsáveis por controlar e prevenir certas doenças, são
abundantemente presentes em ambos os chás, a diferença está no
processamento. As folhas do chá preto são fermentadas. Assim,
grande parte de seus princípios ativos, benéficos para a saúde, é
alterada ou destruída. Isso não acontece com o chá verde. Suas
folhas são expostas ao vapor da água e colhidas logo depois. Em
seguida, secam naturalmente. A técnica impede a fermentação,
resguardando seus compostos fenólicos.
O USO DO CHÁ VERDE “GREEN-TEA” NO CONTROLE E
PREVENÇÃO DO CÂNCER

Os efeitos positivos do consumo do chá verde foram inicialmente


descobertos, quando os estudos epidemiológicos (i.e., avaliações
da incidência relativa de uma doença importante entre grupos
característicos de pessoas) revelaram uma forte ligação à redução
do risco de câncer em geral e do câncer do estômago em particular.
Estudos posteriores indicaram que as catequinas são compostos
mais ativos existentes no chá verde, na inibição da carcinogênese e
do desenvolvimento do tumor.

O consumo de chá tem mostrado uma prática protetora contra


agentes químicos indutores de carcinoma (câncer) no estômago,
pulmão, esôfago, duodeno, pâncreas, fígado, mama e cólon. Vários
derivados de epicatequina presentes nos chás verdes tem mostrado
atividade em reduzir e impedir a formação de tumores
cancerígenos. O mais ativo deles é a epicatequina-3-galato
(EGCG). Embora os mecanismos dos efeitos quimopreventivos do
chá não estejam completamente esclarecidos, várias teorias tem
sido propostas. Estas propriedades dos polifenóis dos chás,
exibem um efeito quimopreventivo contra agentes de iniciação,
promoção e progressão no desenvolvimento dos canceres.

Parece que as substâncias presentes no chá verde, principalmente


a EGCG, evita o sangramento de tumores de pele, impede o
aparecimento de lesões cancerosas no estômago, ajuda no
tratamento do câncer de intestino e desistimula a proliferação das
células cancerígenas do pulmão.

As catequinas e outros bioflavóides exibem atividade anti-oxidante


semelhante à da vitamina C e da vitamina E, que também
demonstram reduzir o risco de certos tipos de câncer, quando
administradas como suplementos, ou quando constituem
naturalmente uma parte importante da alimentação. Pensa-se que
a formação de radicais livres altamente reativos, que é eliminada
pelos anti-oxidantes, tem um papel importante nos danos do DNA,
que poderão conduzir ao desenvolvimento do câncer.

O USO DO “GREEN-TEA” NA DOENÇA CORONÁRIA (DC)


A presença dos antioxidantes naturais parece conferir o segundo
principal benefício do chá verde, que é uma probabilidade de
redução do desenvolvimento da doença coronária (DC). A oxidação
das lipoproteínas de baixa densidade (colesterol LDL), é uma das
causas importantes no desenvolvimento da doença coronária.

Estudos “in-vitro” realizados em modelos animais, sobre a oxidação


lipídica, revelaram que certas catequinas são cerca de 10 vezes
mais eficazes, como antioxidantes, do que a vitamina E. Os
flavóides existentes no chá verde também demonstraram, em
experiências laboratoriais, limitar a peroxidação potencialmente
prejudicial das LDL. Também existem provas de que as catequinas
existentes no chá verde poderão reduzir o aumento do colesterol e,
em particular, o colesterol LDL, quando é administrada aos animais
experimentais uma dieta rica em gorduras.

Novamente, os dados epidemiológicos confirmam a importância da


ingestão de antioxidantes. A reduzida incidência de doença
coronária foi correlacionada com a existência de elevados níveis
plasmáticos de vitamina E, provavelmente, como resultado de uma
dieta mais rica em antioxidantes. A administração de vitamina E,
sob a forma de complemento dietético, também demonstrou reduzir
o risco de DC. Também se verificou uma acentuada diminuição no
risco de doença cardíaca nos idosos, quando fazem uma dieta rica
em bioflavóides.

*Dra. Jocelem Mastrodi Salgado é profa. titular de nutrição (Esalq/USP),


Presidente da Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais, autora de vários
livros e consultora científica do Centro de Pesquisa Sanavita.

Fonte:
http://www.sanavita.com.br/padrao.aspx?conteudo.aspx?idContent=
1164&idContentSection=197

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