O documento resume o livro "Cidade Febril: cortiços e epidemias na Corte Imperial", publicado em 1996 pelo historiador Sidney Chalhoub. O livro analisa as experiências de negros, escravos e pobres que viviam em cortiços no Rio de Janeiro do século XIX, um período de conflitos e epidemias como febre amarela e cólera. O autor descreve como as elites culpavam os pobres por doenças e defendiam a "limpeza social" para embranquecer a cidade.
Descrição original:
resenha sobre a obra de Sidney Chalhoub, Cidade Febril: cortiços e epidemias na Corte Imperial.
O documento resume o livro "Cidade Febril: cortiços e epidemias na Corte Imperial", publicado em 1996 pelo historiador Sidney Chalhoub. O livro analisa as experiências de negros, escravos e pobres que viviam em cortiços no Rio de Janeiro do século XIX, um período de conflitos e epidemias como febre amarela e cólera. O autor descreve como as elites culpavam os pobres por doenças e defendiam a "limpeza social" para embranquecer a cidade.
O documento resume o livro "Cidade Febril: cortiços e epidemias na Corte Imperial", publicado em 1996 pelo historiador Sidney Chalhoub. O livro analisa as experiências de negros, escravos e pobres que viviam em cortiços no Rio de Janeiro do século XIX, um período de conflitos e epidemias como febre amarela e cólera. O autor descreve como as elites culpavam os pobres por doenças e defendiam a "limpeza social" para embranquecer a cidade.
CHALHOUB, Sidney. Cidade Febril: cortios e epidemias na Corte Imperial/ So Paulo:
Companhia das Letras, 1996.
Chalhoub nasceu no Rio de Janeiro em 1957, historiador e professor universitrio.
Publicou dois dos seus ltimos livros pela editora Campanha das Letras e entre eles se destaca Cidade Febril: cortios e epidemias na Corte Imperial lanado em 1996 e em 1997 ganhou premio Jabuti de melhor ensaio. Cidade Febril um livro baseado em pesquisas, onde Chalhoub faz uma investigao sobre cortios do Rio de Janeiro no sculo XIX, tendo como objetivo reconstruir experincias de negros, escravos, libertos e livres em cortios cariocas, um perodo do qual marcado por muitos conflitos sociais e polticos. Est obra foi divida em trs captulos, com vinte e trs sees, seu principal foco estudar a histria da Escravido no Brasil, contendo 250 pginas. O autor inicia seu livro falando sobre um cortio carioca, Cabea de Porco, do qual tinha uma parte sido interditada pela Inspetoria Geral de Higiene do Rio de Janeiro. Alguns moradores se recusavam a sair do local, pois no tinham para onde ir. Em Janeiro de 1893 comea a destruio do local, reunindo a polcia, tcnicos, autoridades e funcionrios da Interdncia, algumas pessoas s se retiraram quando os escrombos comearam a cair sobre suas cabeas, tentando salvar tudo que podiam. O prefeito, Barata foi visto como um heri diante da imprensa carioca do qual achavam que ele fez uma limpeza na cidade expulsando as classes pobres e classes perigosas, considerados sinnimos, ou seja, semelhantes. Foram feitos vrios protestos, manifestaes da Sociedade Unio dos Proprietrios e Arrendatrios de Prdios, protestos esses dos quais no surtiram nenhum efeito. Havia um grande controle de Higiene, pois todos temiam alguma doena infecciosa que alastrasse por toda populao, at na metade do sculo XIX o Brasil via-se livre das duas pestes que aterrorizavam aquele momento, febre amarela e clera. Em 1855 e 1856 a clera chegou ao Rio, depois da febre amarela que teve seu surgimento na dcada de 1850, causando muitas duvidas sobre essa epidemia, levando muitos deles a acreditar que essa doena era uma coisa divina, um castigo de Deus.
O ideal do embranquecimento, uma ideologia da qual eliminava a herana africana,
surgindo vinda de imigrantes europeus que de certa forma embranqueceria o Brasil e os africanos voltariam para a frica, isso se eles fossem escravos libertos, sendo essencial para o progresso da civilizao visando o combate febre amarela e outros males como a tuberculose que tinha como alvo a populao negra. Em 1804 teve inicio a vacinao no Rio de Janeiro, marcadas por vrios debates sobre sua eficcia, destacando tambm experincias das culturas africanas atuando contra a varola. A revolta da vacina em 1904, tornando obrigatria a vacina e impedindo as pessoas que no tomaram a vacina a terem empregos pblicos. O autor conclui sua obra mostrando as estruturas polticas de denominao com relaes de classes surgindo novos significados sociais cheios de conflitos. Cidade Febril uma importante ferramenta quando se trata da inveno do discurso higienista culpando a pobreza, pelas condies em que viviam e pelos perigos que supostamente eles representavam as grandes cidades, assim tambm pelos problemas de doena, culpando os pobres pelo contgio da febre amarela e os negros pela doena de tuberculose. A nova cidade burguesa era construda sobre os escrombos dos cortios, baseados em interesses das classes dominantes. A limpeza social visava uma cidade limpa, das quais no inclua negros, pobres e nem doenas que os afetariam, a febre amarela foi um argumento usado para fortalecer a ideia de embranquecimento da cidade, tornando uma civilizao com direitos humanos privados s para os brancos. O racismo caracterizado com as aes elitista do Imprio Romano, que antes era uma tradio, ms que hoje se tornou um crime. Assim recomenda-se essa obra riqussima em Histria do Brasil a todos os acadmicos de histria, sociologia, a todos que se interessam por temas ligados a racismo, escravido. Deize Leal Santos, acadmica do curso de Histria 1 semestre UFRB- Universidade Federal do Recncavo da Bahia.