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Ementário Forense

(Votos que, em matéria criminal, proferiu o Desembargador


Carlos Biasotti, do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo. Veja a íntegra dos votos no Portal do Tribunal de
Justiça: http://www.tj.sp.gov.br).

• Confissão do Réu
(1a. Parte)

Voto nº 232

Apelação Criminal nº 1.042.993/1


Art. 155, § 4º, nº IV, do Cód. Penal

– Satisfaz ao requisito da lei a sentença que, posto sucintamente, menciona as


teses das partes.
– Achando-se a conclusão da sentença às testilhas com os argumentos das
partes, não é mister refutá-los por miúdo; basta fazê-lo pela razão contrária
(“a contrario sensu”). O exagero na refutação passa por vício retórico.
– A sentença, que tem a estrutura formal do silogismo, deve ser lida e
entendida como discurso lógico, a que repugnam sempre os pontos
supérfluos.
– A confissão, máxime a prestada em Juízo, vale como prova do fato e de sua
autoria, se não ilidida por elementos de convicção firmes e idôneos. Donde
a antiga parêmia: A confissão judicial é das melhores provas: quem
confessa, contra si profere a sentença.

Voto nº 872

Apelação Criminal nº 1.083.863/6


Art. 155, § 4º, nº IV, do Cód. Penal
– Não é possível negar sem imprudência o valor da confissão; desde os
praxistas, foi reputada valioso elemento de prova: “Confessio habet vim rei
judicatae” (Farinácio). A confissão tem força de coisa julgada.
– Não cai sob as disposições do art. 65 do Cód. Penal a confissão
desacompanhada de arrependimento sincero e do propósito inabalável de
emenda (o que bem se infere da retratação em Juízo do réu confesso na
Polícia).

Voto nº 957

Apelação Criminal nº 1.100.171/9


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal

– A confissão do réu passa pela rainha das provas (“regina probationum”),


unicamente se em harmonia com os mais elementos de convicção do
processo.
– Condenação requer prova plena e cabal da culpabilidade do réu. Donde a
lição do preclaro Nélson Hungria, digna de gravar-se em lâmina de ouro:
“A verossimilhança, por maior que seja, não é jamais a verdade ou a
certeza, e somente esta autoriza uma sentença condenatória. Condenar um
possível delinquente é condenar um possível inocente” (Comentários ao
Código Penal, 1981, vol. V, p. 65).

Voto nº 970

Apelação Criminal nº 1.096.523/3


Art. 157, § 2º, nº I, e 14, nº II, do Cód. Penal

– Desde a mais alta antiguidade, teve-se a confissão pela rainha das provas
(“regina probationum”), porque repugna à natureza afirme alguém contra
si fato que não saiba verdadeiro.
–“A confissão do delito vale não pelo lugar onde é prestada, mas pela força
de convencimento que nela se contém” (STF; Rev. Trim. Jurisp., vol. 95, p.
564; rel. Min. Cordeiro Guerra).
– Diz-se tentado o roubo, se o agente não teve a posse tranquila e prolongada
da coisa subtraída.
– Ainda que a principal das circunstâncias atenuantes, a menoridade relativa
não pode determinar a redução da pena aquém do mínimo legal.

Voto nº 1065

Apelação Criminal nº 1.088.439/7


Art. 155, § 4º, ns. I e IV, e 71 do Cód. Penal

– O argumento de que a confissão não serve para condenar alguém e


tampouco merece o nome de prova não tem fomento de Direito; ao revés,
tanto é seu peso e calado, que os antigos a reputavam a rainha das provas
(“regina probationum”). De presente, passa o mesmo: “Na verdade a
confissão não é um meio de prova. É a própria prova, consistente no
reconhecimento da autoria por parte do acusado” (Vicente Greco Filho,
Manual de Processo Penal, 1997, p. 229).
– Uma vez clara, precisa e coincidente com outros elementos do processo, a
confissão extrajudicial constitui prova plena, suficiente para a condenação.

Voto nº 983

Apelação Criminal nº 1.089.405/6


Art. 157, § 2º, nº II, do Cód. Penal

– Ao refutar as teses das partes, pode a sentença fazê-lo pelo argumento “a


contrario”, ou pela razão contrária: de uma coisa conclui-se outra, em
virtude de sua oposição, segundo a parêmia “qui de uno dicit, de altero
negat”. Em vulgar: quem diz de um, nega de outro.
– Embora muita vez recaia sobre a confissão policial a suspeita de ter sido
obtida mediante violência, cumpre demonstrá-lo, não basta se alegue.
–“A confissão do delito vale não pelo lugar onde é prestada, mas pela força
de convencimento que nela se contém” (Rev. Trim. Jurisp., vol. 95, p. 564;
rel. Min. Cordeiro Guerra).
– Não há proibição legal de que o Juiz conceda ao condenado não-reincidente
a pena inferior a 8 anos o benefício do regime semiaberto; o Código Penal,
o que veda às expressas é que se conceda ele ao réu condenado a pena
superior a 8 anos (não importando se primário), ou ao reincidente, cuja pena
seja superior a 4 anos.
–“A pena-retributiva jamais corrigiu alguém” (Nélson Hungria,
Comentários ao Código Penal, 1980, 6a. ed., vol. I, t. I, p. 14).
– O cárcere: o pior lugar do mundo, antes do cemitério!

Voto nº 1144

Apelação Criminal nº 1.103.949/8


Arts. 140, e 141, nº II, do Cód. Penal

– A confissão, no geral sentir dos doutores, é a mais perfeita das provas:


“Confessio est regina probationum”.
– Pratica injúria (art. 140 do Cód. Penal) aquele que, em presença de muitos,
imputa a funcionário público fato que, embora de cunho genérico e vago,
lhe ofende a dignidade.
– No crime de injúria, consiste o dolo na consciência mesma do caráter
contumelioso das expressões irrogadas à vítima, adotada a fórmula dos
práticos: “Cum verba sunt per se injuriosa, animus injuriandi praesu-
mitur”.
–“Nenhuma contemplação merecem aqueles que, por ódio, despeito,
rivalidade ou áspero prazer do mal, se fazem salteadores da honra alheia”
(Nélson Hungria, Comentários ao Código Penal, 1980, vol. VI, p. 43).

Voto nº 240

Apelação Criminal nº 1.044.573/1


Arts. 155,§ 4º, nº II, do Cód. Penal

– Porque feita no âmbito da Polícia, não se deve ter em pouco a confissão do


réu; antes, é para estimá-la muito, se conforme ao conjunto probatório.
– O valor da confissão não depende do lugar em que é prestada, senão de sua
verossimilhança e afinidade com as provas dos autos.
– O larápio contumaz e empedernido, que não emenda a mão e ainda parece
escarnecer da disciplina social, é razão expie seu castigo no regime de
maior rigor: o fechado.
Voto nº 252

Apelação Criminal nº 1.045.539/5


Arts. 171 e 71 do Cód. Penal

– Ainda que feita no inquérito policial, pode a confissão ensejar a


condenação do réu, se em harmonia com outros elementos informativos do
processo.
– A autoria, no estelionato, prova-se também por testemunhos idôneos e
coesos, não somente pela perícia.
– O regime fechado é o compatível com o condenado não-primário que
nenhum interesse revela em emendar-se, antes se compraz, empedernido, na
vida do crime.

Voto nº 262

Apelação Criminal nº 1.048.877/7


Arts. 157, § 2º, nº I, e 14, nº II, do Cód. Penal

– Ainda que retratada em Juízo, a confissão do réu na Polícia basta à


demonstração da autoria do fato criminoso, principalmente se acompanhada
de outros indícios. É a aplicação da velha parêmia jurídica: “Nulla est
maior probatio quam proprio ore confessio”. (Em vulgar: Não há prova
maior do que a confissão de boca própria).
– O regime prisional fechado é o que justamente convém ao condenado pela
prática de roubo, ainda que primário e de bons antecedentes. A natureza do
crime (que a sociedade ostensivamente aborrece) e a índole de quem o
comete (infensa aos padrões éticos normais) são as que o recomendam.

Voto nº 291

Apelação Criminal nº 1.049.829/1


Arts. 157, § 2º, ns. I, II e III, do Cód. Penal
– Fecha atrás de si a porta que dá para o pátio da inocência o réu que, no
interrogatório policial, narra com tais minúcias a própria atuação e a dos
comparsas no episódio delituoso, que somente quem neles foi parte estaria
em condições de fazê-lo.
– A voz do confitente no inquérito, se a única prova do fato incriminado,
decai naturalmente de vigor; todavia, se não for mais que uma pedra do
edifício da acusação, que assente em sólidos fundamentos, então é dar de
mão a todo o escrúpulo e reputá-la por expressão irrefutável da verdade.
– Entre os direitos do assistente do Ministério Público não se inscreve o de
recorrer com o só fito de obter a exasperação da pena corporal do réu.

Voto nº 323

Apelação Criminal nº 1.049.093/1


Arts. 158, parág. único, e 14, nº II, do Cód. Penal

– A menos se demonstre cumpridamente que foi obra de violência ou arbítrio,


a confissão, ainda quando produzida na fase do inquérito policial, tem o
cunho de prova excelente (“regina probationum”), porque não é o lugar
onde se presta que a acredita, senão o poder de convencimento que encerra.
– A gravação sigilosa de conversa telefônica por um dos interlocutores não
constitui meio ilícito de obtenção de prova e, portanto, não incide na
censura do Direito nem afronta os incisos X e XI do art. 5o da Constituição
Federal.
– Há mera tentativa de extorsão quando a vítima, à medida que pratica o ato
exigido, comunica-o à Polícia, que prende o sujeito ativo antes que obtenha
o proveito injusto.

Voto nº 338

Apelação Criminal nº 1.050.799/1


Art. 155, “caput”, do Cód. Penal

– Como se presume isenta dos vícios de inteligência e de vontade, a confissão


judicial tem valor absoluto e, pois, serve de base para condenação, ainda
que o único elemento incriminador.
– Será por força o fechado o regime prisional de quem, mancebo rebelde,
ostenta péssimos antecedentes e compraz-se em reduzir o patrimônio
alheio.

Voto nº 339

Revisão Criminal nº 300.000/0


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal

– Ao réu confitente não é defeso retratar-se, mas para que lhe aproveite a
retratação há mister prova exaustiva e convincente da veracidade dos fatos
em que a fundar.
– Declarações reduzidas a termo em autos de inquérito policial passam por
expressão da verdade, que somente a prova de que foi obra de violência
pode ilidir. E a quem o alegar, a esse tocará a prova, consoante princípio
comum em Processo Penal.

Voto nº 665

Apelação Criminal nº 1.076.613/3


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal

– O decurso do tempo sói desvanecer a memória dos fatos. Elegantemente, o


profundo Vieira: “tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba”
(Sermões, 1959, t. IV, p. 289); com o andar do tempo, não maravilha, pois, que a
testemunha já não retenha reminiscências da fisionomia do réu.
–“A confissão perante a autoridade policial normalmente é repelida, pela suspeita
de coação” (Rev. Forense, vol. 226, p. 362).
– Se a prova não consente juízo de certeza acerca da culpabilidade do réu, deve o
Julgador proceder com o arbítrio do varão prudente: absolvê-lo, firme na regra
comum de interpretação da dúvida (“in dubio pro reo”).

Voto nº 840

Apelação Criminal nº 1.081.289/1


Art. 157, § 2º, nº II, do Cód. Penal
– É suficiente para justificar a condenação pela prática de roubo a confissão
do réu em Juízo, pois que reputada a mais importante das provas (“regina
probationum”).
– Não há proibição legal de que o Juiz conceda ao condenado não-reincidente
a pena inferior a 8 anos o benefício do regime semiaberto; o Código Penal
o que veda às expressas é que se conceda ele ao réu condenado a pena
superior a 8 anos (não importando se primário), ou ao reincidente, cuja pena
seja superior a 4 anos (cf. art. 33, § 2º, alínea b, do Cód. Penal).
– Cárcere: meia sepultura (Vieira, Sermões, 1959, t. XV, p. 276).
–“A pena-retributiva jamais corrigiu alguém” (Nélson Hungria, Comen-
tários ao Código Penal, 1980, 6a. ed., vol. I, t. I, p. 14).

Voto nº 841

Apelação Criminal nº 1.076.227/9


Art. 155, § 4º, nº II, do Cód. Penal

– Ainda que prestada perante a autoridade policial, tem valor a confissão da


autoria de furto, se em harmonia com as mais provas dos autos. A razão é
que “a confissão do delito vale não pelo lugar onde é prestada, mas pela
força de convencimento que nela se contém” (Rev. Trim. Jurisp., vol. 95, p.
564; rel. Min. Cordeiro Guerra).
– Deve o Juiz dispensar com mão generosa o “sursis” (art. 77 do Cód.
Penal), medida salutar de política criminal, que preserva dos malefícios do
cárcere o infrator primário.

Voto nº 851

Apelação Criminal nº 1.084.943/9


Art. 155, § 4º, nº II, do Cód. Penal

– Não há prova maior do que a confissão de boca própria (“Nulla est


maior probatio quam proprio ore confessio”).
– Isto de ter sido feita na fase extrajudicial, não invalida a confissão. É
doutrina que tem por fiador não menos que o Pretório Excelso: “A
confissão do delito vale não pelo lugar em que é prestada, mas pela força
de convencimento que nela se contém” (Rev. Trim. Jurisp., vol. 95, p. 564;
rel. Min. Cordeiro Guerra).
– Comete furto qualificado pela fraude (art. 155, § 4º, nº II, do Cód. Penal)
o empregado que, mediante ardil, frustra a vigilância dos sócios da
empresa-vítima, e desta subtrai valores.

Voto nº 863

Apelação Criminal nº 1.085.011/9


Art. 155, § 4º, nº IV, do Cód. Penal

– A confissão do acusado reputavam-na os velhos praxistas pela rainha das


provas: “regina probationum”.
– Para o efeito de aplicação do privilégio (art. 155, § 2º, do Cód. Penal), a
noção de pequeno valor da coisa furtada sói aferir-se pela bitola do salário
mínimo vigente à época do crime.

Voto nº 896

Apelação Criminal nº 1.091.735/4


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal

– Isto de ter sido feita na Polícia não desmerece a confissão: o ponto está em
que encerre força de convencimento.
– As declarações da vítima de roubo (que se presume pessoa honesta)
assumem o vértice da prova. Deveras, que melhor e mais forte argumento,
com que se autorize alguém a discorrer de um fato, do que ter-lhe sido o
protagonista?!
– Testemunha – ou uma presença no fato (consoante velha definição) –
também o policial pode ser. O valor do que disser, caberá ao Juiz aferi-lo
segundo o rigor da lógica jurídica e as regras da prudência humana.
– O regime prisional fechado, no início, é o que melhor responde à natureza
do roubo, crime gravíssimo, e à personalidade de quem o pratica, infensa à
disciplina social e orientada para a delinquência violenta.
Voto nº 904

Revisão Criminal nº 318.730/5


Art. 155 do Cód. Penal

– Segundo o direito positivo e a comum opinião dos doutores, só tem lugar a


revisão criminal quando a sentença condenatória se houver desabraçado do
preceito da lei ou da evidência dos autos.
– Ao escrúpulo dos que entendem que se não pode pôr, de novo, em
discussão matéria que repousa debaixo do selo da coisa julgada, responde
com vantagem Alimena: “Justiça que reconhece os próprios erros e se
corrige é Justiça sublime” (apud Hélio Tornaghi, Curso de Processo
Penal, 1980, vol. II, p. 358).
– Ainda que se retrate em Juízo, a confissão do réu na Polícia pode autorizar
veredicto condenatório, se afinada com as mais provas dos autos.

Voto nº 982

Apelação Criminal nº 1.090.275/2


Art. 155, § 4º, ns. III e IV, do Cód. Penal

– Desde que acorde com os mais elementos de prova dos autos, a confissão
policial constitui prova idônea de autoria delituosa e justifica edição de
decreto condenatório.
– Não se reputa de menor importância, antes é decisiva para a perpetração
do crime, a participação de quem dá cobertura ao comparsa e ainda o
auxilia na venda da “res furtiva”.

Voto nº 984

Revisão Criminal nº 315.842/1


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal

– É de cunho acidental a omissão da sentença condenatória quanto ao


regime prisional do réu; após o trânsito em julgado, pode o Juízo
competente para a execução penal supri-la, deferindo ao sentenciado o
regime mais brando, “desde que compatível com o disposto no art. 33, § 2º,
do Cód. Penal” (cf. Rev. Tribs., vol. 617, p. 359; apud Julio Fabbrini
Mirabete, Execução Penal, 5a. ed., p. 278).
– A confissão policial, máxime se feita em presença de curador, somente a
deverá desconsiderar o Juiz se comprovado ter sido obra do arbítrio e da
violência.
– Não há deferir pedido de revisão criminal, sem a prova cabal e plena de
que a decisão condenatória fez rosto à evidência dos autos.

Voto nº 1038

Apelação Criminal nº 1.088.911/5


Arts. 157 e 155 do Cód. Penal

– A confissão feita em Juízo tem a força e o prestígio que os antigos já lhe


reconheciam de rainha das provas (“regina probationum”); por seu valor
absoluto, serve a embasar edito condenatório.
– Obra com aviso e a preceito o Magistrado que, em face de dúvida acerca da
existência dos elementos do roubo (grave ameaça ou violência a pessoa),
desclassifica para furto o fato criminoso imputado ao réu.

Voto nº 1050

Apelação Criminal nº 1.089.287/4


Art. 155, § 4º, ns. I e II, do Cód. Penal

–“A Lei nº 9.271/96 é irretroativa por inteiro (Damásio E. de Jesus, Revista


Literária de Direito”, nº 12, p. 8).
–“É inaplicável o art. 366 do Cód. Proc. Penal, com a nova redação dada
pela Lei nº 9.271/96, aos delitos ocorridos antes de sua vigência” (STJ;
RHC nº 6.595; rel. Min. Cid Flaquer Scartezzini).
– Ao réu revel citado por édito, que tenha defensor constituído, não se lhe
suspende a instância (art. 366 do Cód. Proc. Penal).
– À simples retratação judicial vazia de comprovação o espírito crítico e
imparcial haverá de preferir, naturalmente, a confissão do réu na Polícia,
máxime se feita em presença de curador, pois se presume livre de vícios do
entendimento e da vontade.
Voto nº 1051

Apelação Criminal nº 1.089.771/9


Art. 155, § 4º, nº II, do Cód. Penal;
art. 71 do Cód. Penal

– A confissão do réu perante o Magistrado passa pela mais perfeita das


provas e tem valor absoluto (chamavam-lhe os velhos praxistas “regina
probationum”); por si só justifica a edição do decreto condenatório.
–“É sumamente tranquilizador para a consciência do juiz ouvir dos lábios do
réu uma narrativa convincente do fato criminoso com a declaração de
havê-lo praticado” (Hélio Tornaghi, Curso de Processo Penal, 1980, vol.
I, p. 381).

Voto nº 1060

Apelação Criminal nº 1.091.601/5


Art. 157, § 2º, nº I, do Cód. Penal

– A confissão, máxime se feita perante o Magistrado, tem o caráter de prova


ilustríssima;. segundo o famoso Ulpiano, equipara-se não menos que à
coisa julgada: “Confessio habet vim rei judicatae”.
–“A confissão judicial tem valor absoluto e, ainda que seja o único elemento
de prova, serve como base à condenação” (Rev. Tribs., vol. 744, p. 573).
– Somente a embriaguez involuntária tem relevância em pontos de exclusão
da culpabilidade ou redução da pena (cf. art. 28, nº II, §§ 1º e 2º, do Cód.
Penal).
–“Se o sujeito comete uma infração penal sob o efeito de embriaguez,
voluntária ou culposa, não há exclusão de imputabilidade e, por
consequência, não fica excluída a culpabilidade. Ele responde pelo crime”
(Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 1988, p. 116).

Voto nº 1070

Apelação Criminal nº 1.094.217/8


Art. 155 do Cód. Penal
– É princípio mais que soberano em Direito Penal que uma condenação,
pelos gravíssimos reflexos que deita à vida do acusado, unicamente poderá
apoiar-se em prova plena e incontroversa.
– Mais do que simples referência à materialidade da infração penal, importa
que a prova reunida na instrução faça esplender a culpabilidade do réu. Em
isto faltando, será imperiosa a absolvição, por amor daquele princípio
comum de interpretação da dúvida, recebido por todas as civilizações que
se regem segundo a Lei e o Direito: “In dubio pro reo”.

Voto nº 1090

Apelação Criminal nº 1.107.281/7


Art. 155, § 4º, nº I, do Cód. Penal

– Serve de base ao decreto condenatório a confissão extrajudicial do réu, se


não comprovado tenha sido obtida mediante violência ou arbítrio.
– Contra a ineficaz retratação a que, por meras alegações incomprovadas,
procedeu o réu no interrogatório judicial, hão de prevalecer os termos de
sua confissão na Polícia, os quais se presumem verdadeiros e espontâneos
em face da ausência de prova em contrário.

Voto nº 1116

Apelação Criminal nº 1.097.165/8


Art. 155, § 4º, nº IV, do Cód. Penal

– Que melhor prova contra o réu que sua confissão? Donde o aforismo
jurídico: “Nulla est maior probatio quam proprio ore confessio” (o que,
tirado a vernáculo, significa: não há prova maior do que a confissão de boca
própria).
– Desde que em harmonia com as mais provas dos autos, as declarações de
corréu servem a embasar edito condenatório.
– Tratando-se de pena de curta duração, não é defeso conceder ao condenado
reincidente o benefício do regime semiaberto (cf. art. 33, § 2º, letra c, do
Cód. Penal).
Voto nº 1139

Apelação Criminal nº 1.111.031/4


Art. 157, § 2º, ns. I e II, e 29, § 1º, do Cód. Penal

– A confissão policial do réu feita perante curador, se em harmonia com os


mais elementos dos autos, passa por sincera e verdadeira e justifica decisão
condenatória, pois reúne predicados que lhe permitem a qualificação de
rainha das provas (“regina probationum”).
– O transporte dos autores do roubo não configura participação de menor
importância (art. 29, § 1º, do Cód. Penal), mas atuação de muito alcance na
realização da meta criminosa.

Voto nº 1157

Apelação Criminal nº 1.110.089/8


Art. 171 do Cód. Penal; art. 33, § 2º, alínea c, do Cód. Penal

– Comete estelionato (art. 171 do Cód. Penal) quem, após falsificá-lo, dá em


pagamento de mercadorias adquiridas cheque de terceiro.
– É princípio de alta Justiça acrescentar ao castigo das faltas o galardão do
merecimento.
– Ao réu condenado a pena que não exceda a 4 anos, ainda que reincidente,
não é defeso conceder regime semiaberto, como recompensa por haver
confessado, espontaneamente, o seu crime. O que a lei proíbe, em casos que
tais, é a concessão de regime aberto (cf. art. 33, § 2º, alínea c, do Cód.
Penal).

Voto nº 1156

Apelação Criminal nº 1.110.009/6


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal

– A confissão é a melhor das provas, como reza o aforismo jurídico:


“Confessio est probatio omnibus melior”.
– A pena mínima cominada ao roubo é já extremada; exasperá-la, quase
passa por iniquidade porque, no sentir do preclaro Beccaria, para ser
justa, a pena deve ter só o grau de rigor suficiente a afastar os homens da
senda do crime (Dos Delitos e das Penas, § XVI).

Voto nº 1173

Revisão Criminal nº 325.718/6


Art. 157, § 2º, ns. I e II; art. 65, nº I, do Cód. Penal

– Que melhor prova da autoria do fato criminoso, que a confissão de boca


própria?! Sobretudo quando feita em presença de curador, que lhe velou
pela espontaneidade, a confissão policial tem valor extraordinário e
autoriza a condenação do réu.
– Contrária à evidência dos autos (art. 621, nº I, do Cód. Proc. Penal) diz-se
unicamente aquela decisão que nenhum apoio tem na prova, sendo antes
parto exclusivo do entendimento do Magistrado. Por aberrante do conjunto
probatório, faz injúria ao Direito e não merece, pois, subsistir.
– A menoridade à época do crime é circunstância atenuante (art. 65, nº I, do
Cód. Penal) que prepondera sobre as mais, a reincidência inclusive, e
impõe a fixação da pena-base ao réu no mínimo legal, em razão de “seu
incompleto desenvolvimento físico e moral. Nesse período da vida, não
tem, em regra, o indivíduo a experiência e a força de resistência
necessárias. É mais sensível à influência dos fatores exógenos” (Costa e
Silva, Comentários ao Código Penal, 1967, p. 213).

Voto nº 1185

Apelação Criminal nº 1.099.813/5


Art. 155, § 4º, nº IV, do Cód. Penal

– Isto de ser o furto qualificado não obsta ao reconhecimento do privilégio


(art. 155, § 2º, do Cód. Penal), desde que, além do pequeno valor da coisa
furtada, “o sujeito apresente antecedentes e personalidade capazes de lhe
permitirem o benefício” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado,
1998, p. 495).
– Do réu confesso é bem que se amerceie a Justiça: pois, ainda nos lábios
daqueles que resvalaram pela trilha sinuosa da delinquência, dizer verdade
passa por ato sempre louvável.
– Na forma do art. 16 do Cód. Penal, a presteza na devolução do objeto
material do furto à vítima justifica a redução da pena do réu além do
mínimo legal (1/3).

Voto nº 1186

Apelação Criminal nº 1.098.731/9


Art. 155, § 4º, nº I, do Cód. Penal

– Para autorizar decreto condenatório basta a confissão judicial do réu.


Deveras, é axioma de Direito que “a confissão da parte releva de outra
prova” (cf. Cândido Mendes de Almeida, Auxiliar Jurídico, 1985, t. II, p.
530).
– Do mesmo passo que faz certa a autoria do crime, a confissão recomenda o
acusado, porque, ao falar verdade, preferiu pôr-se ao lado da Justiça. É
razão, pois, que esta, quanto em si caiba, dele se amerceie.

Voto nº 1238

Apelação Criminal nº 1.115.093/2


Art. 155, § 4º, nº I, do Cód. Penal;
art. 33, § 2º, alíneas b e c, do Cód. Penal

– Ainda que feita na Polícia, tem alto valor probante a confissão do réu, salvo
se obra de coação, ou em contradição manifesta com os mais elementos do
processo.
– Repugna fixar ao autor de furto, primário e menor de 21 anos, o regime
prisional fechado; as mesmas razões que lhe justificam a fixação da pena-
base no mínimo legal, em obséquio ao preceito do art. 59 do Cód. Penal,
autorizam-lhe o cumprimento da pena sob regime menos gravoso: aberto
ou semiaberto (art. 33, § 2º, alíneas b e c, do Cód. Penal).
Voto nº 1242

Apelação Criminal nº 1.117.181/9


Art. 157 do Cód. Penal; art. 33, § 2º, alínea b, do Cód. Penal

– As palavras da vítima bastam a firmar a certeza da autoria do roubo:


personagem principal do evento delituoso, foi quem esteve em contacto
direto com o rapinador, e somente incriminará aquele de quem puder reaver
suas coisas roubadas.
– Confissão que se faz em presença de curador passa por autêntica, pois
repugna ao bom senso e contraria a lição da experiência comum pudesse ter
tolerado alguma espécie de violência ao confitente.
– Não infringe a lei o Magistrado que, havendo consideração a circunstâncias
mui particulares do caso – v.g.: primariedade e menoridade relativa do
agente, pena inferior a 8 anos, etc. –, defere a autor de roubo o benefício do
regime semiaberto (art. 33, § 2º, alínea b, do Cód. Penal); proibido
somente está de concedê-lo a réu condenado a pena superior a 8 anos (ainda
que primário), ou ao reincidente, cuja pena exceda a 4 anos.

Voto nº 1278

Apelação Criminal nº 1.114.853/6


Art. 155, § 4º, ns. I, III e IV, do Cód. Penal

– É desvaliosa e baldia a retratação quando nenhuma prova oferece o réu


que elida a confissão, ou lhe demonstre algum vício.
– Para a caracterização da qualificadora de chave falsa (art. 155, § 4º, nº III,
do Cód. Penal), é irrelevante não tenha sido apreendido o instrumento que
fez as vezes da chave verdadeira, se o exame pericial lhe comprovou a
utilização na prática do furto.
– O regime de máximo rigor é unicamente o compatível com a personalidade
daquele que, por sua extensa biografia penal, revela decidida vocação para a
vida de crimes.
Voto nº 1349

Apelação Criminal nº 1.142.581/7


Art. 157, “caput”, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 10, § 1º, nº II, da Lei nº 9.437/97

–“A confissão livre é, sem contradição, a prova mais peremptória, aquela


que esclarece, convence e satisfaz, no mais alto grau, a consciência do
Juiz: omnium probationum maxima” (Cons. Vicente Alves de Paula
Pessoa, Código do Processo Criminal, 1882, p. 157).
– Para os efeitos da Lei nº 9.437/97, há de ser verdadeira a arma de fogo;
mero simulacro seu ou artefato de brinquedo, que não ostente a
característica de instrumento destinado precipuamente à ofensa ou à defesa
pessoal, não realiza o tipo legal do crime, por falha de tipicidade.
– Impossível o concurso formal entre o roubo qualificado pelo emprego de
arma de fogo e o crime do art. 10 da Lei nº 9.437/97, pois este é absorvido
por aquele, visto mais grave e o crime-fim do agente. Inteligência diversa
importaria nefasta consagração do “bis in idem”.

Voto nº 1381

Apelação Criminal nº 1.135.091/0


Arts. 155, § 4º, nº I, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 155, § 2º, do Cód. Penal

– Que melhor prova que a confissão perante o Magistrado? Confissão:


“evangelho da verdade”, escreveu eloquentemente Moura Bittencourt
(Crime, 1973, p. 221).
– É aplicável o privilégio do § 2º do art. 155 do Cód. Penal, se primário o
réu e nenhum o prejuízo da vítima, o que se equipara ao pequeno valor da
“res furtiva”, na conformidade de copiosa jurisprudência.
– Não é o privilégio do art. 155, § 2º, do Cód. Penal incompatível com o
furto qualificado; uma vez concorram os requisitos legais, pode o Juiz
deferi-lo ao réu cujos antecedentes e personalidade o tornem merecedor do
benefício. Esta é a lição de graves autores (v.g.: Damásio E. de Jesus e
Paulo José da Costa Jr.) e a jurisprudência dos Tribunais (STF, STJ,
TACrimSP, etc.).
– Quando satisfeitos os requisitos legais, a suspensão condicional do
processo (art. 89 da Lei nº 9.099/95) constitui direito público subjetivo do
réu.
Voto nº 1452

Apelação Criminal nº 1.147.557/2


Art. 157, § 2º, nº I, do Cód. Penal

–“As atenuantes não permitem a redução da pena abaixo do mínimo previsto


na lei para o crime” (Rev. Trim. Jurisp., vol. 104, p. 736).
– Isto de alguém confessar a autoria de crime, sem expor juntamente cabais
razões que o justifiquem, o mesmo é que fechar atrás de si a porta que deita
para o pátio da liberdade.
– Se, perante o Magistrado, o réu assumiu francamente sua culpa, é bem que
dele se amerceie a Justiça. Essa, a que se pudera chamar coragem moral, é
digna sempre de galardão, não só de louvores.
– Não repugna à Lei conceda o Juiz regime semiaberto ao condenado não-
reincidente, cuja pena não ultrapasse 8 anos (cf. art. 33, § 2º, alínea b, do
Cód. Penal); somente lhe é defeso concedê-lo a réu condenado a pena
superior a 8 anos (ainda que primário), ou ao reincidente, cuja pena exceda
a 4 anos.
– De quantos males afligem de presente a Humanidade, nenhum disputa
primazia à terrível Aids, que arrebata ao indivíduo aquilo que tem em maior
preço: a vida.
– Uma casta de pessoas existe que merece, por mui particulares
circunstâncias, especial atenção dos espíritos bem formados, notadamente
dos constituídos em dignidade. Compõe-se daqueles que, havendo decaído
(ainda mal!) de seu estado de liberdade, foram por isso excluídos do
convívio social: os encarcerados!

Voto nº 1419

Apelação Criminal nº 1.144.963/3


Arts. 157, § 2º, nº II, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 33, § 2º, alínea b, do Cód. Penal
– Salvo quando alcança demonstrar, com êxito feliz, que perpetrara o fato sob
a égide de causa excludente de ilicitude jurídica, o réu que lhe confessa a
autoria fecha, de plano, sobre si a porta do cárcere.
– Pelo alto sentido que tem a confissão no processo penal, deve a Justiça
amercear-se daquele que, ainda com dano para sua liberdade, preferiu ser
sincero com o Juiz que o interrogou. Essa, a que se pudera chamar coragem
moral, é digna sempre de galardão, não apenas de apologia.
– Não repugna à Lei conceda o Juiz regime semiaberto ao condenado não-
reincidente, cuja pena não ultrapasse 8 anos (cf. art. 33, § 2º, alínea b, do
Cód. Penal); somente lhe é defeso concedê-lo a réu condenado a pena
superior a 8 anos (ainda que primário), ou ao reincidente, cuja pena exceda
a 4 anos.
– Tal benefício não desacredita o Judiciário nem encontra o sentimento de
justiça; bem ao revés, há coisa de trinta séculos, Salomão, dos homens o
mais sábio, já encarecia aos que julgam não fossem demasiado justos:
“Noli esse justus multum” (Ecl 7,17).

Voto nº 1426

Apelação Criminal nº 1.145.209/2


Art. 157, § 2º, ns. I, II e V, do Cód. Penal

– Que melhor documento da responsabilidade criminal do réu, que sua


confissão? A menos que dela se retrate por forma convincente e cabal, tem
força bastante a justificar-lhe a condenação. À confissão chamavam, por
isso, os praxistas rainha das provas (“regina probationum”).
– A palavra da vítima é em extremo valiosa, máxime nos processos de
roubo, visto representa o primeiro e mais eficaz elemento de identificação
de seu autor.
– O regime prisional fechado é, pelo comum, o próprio de autor de roubo,
crime grave e fator de permanente inquietação social.

Voto nº 1477

Apelação Criminal nº 1.148.175/4


Art. 157, § 2º, nº II, do Cód. Penal

– Equipara-se a confissão à coisa julgada. “Confessio habet vim rei


judicatae” (Farinácio; apud José Frederico Marques, Estudos de Direito
Processual Penal, 1a. ed., p. 290).
– O regime fechado deve reservar-se aos condenados de manifesta
periculosidade; noutros casos, nada obsta se estipule regime prisional
menos gravoso (semiaberto ou aberto), por mais favorável à recuperação do
infrator, fim último da pena (art. 33, § 2º, alíneas b e c, do Cód. Penal).

Voto nº 1540

Revisão Criminal nº 339.466/9


Art. 155, § 4º, nº IV, do Cód. Penal; art. 621 do Cód. Proc. Penal

– Em obséquio ao sagrado princípio da ampla defesa e à geral concepção de


que constitui o extremo recurso para a reparação de erro ou injustiça de
decisão passada em julgado, pode o Tribunal conhecer de revisão criminal,
ainda que, “prima facie”, ostente o caráter de mero pedido de novo
julgamento.
– A confissão extrajudicial os tratadistas da prova sempre a reputaram
precária e frágil, pela suspeita de violência ou coação. Mas, desde que isto
se não comprove, pode justificar a prolação de sentença condenatória,
sobretudo se em conformidade com os mais elementos de convicção do
processo.
– Contrária à evidência dos autos é só aquela sentença que desconsidera
inteiramente as provas que neles se contêm.

Voto nº 1574

Apelação Criminal nº 1.149.081/1


Art. 155 do Cód. Penal

– Tendo-lhe o réu confessado a prática do crime, de que outra prova o


Magistrado haverá mister para julgar procedente a denúncia?! A confissão
reputaram-na sempre os juristas pela rainha das provas (“regina
probationum”), caráter indefectível e terminante que ainda a distingue.
– O réu que espontaneamente confessa a autoria do crime tem direito a
especial tratamento da Justiça porque, falando verdade, revelou a um
tempo qualidade de caráter e propósito de emenda.

Voto nº 1589
Apelação Criminal nº 1.152.677/4
Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal

– Se o réu confessou, no inquérito policial, com minúcias, a autoria do roubo,


de que mais haverá mister o Julgador para acolher a pretensão punitiva?!
Em verdade, ainda que feita na Polícia, a confissão circunstanciada da
prática de crime, se não provar o acusado que fora obra de coação, firma a
certeza da autoria e justifica o decreto condenatório.
–“Aquilo que se afirma gratuitamente, gratuitamente se pode negar, reza o
aforismo jurídico: Quod gratis asseritur, gratis negatur”.
– A falta de apreensão da arma empregada na prática do roubo não obsta o
reconhecimento da causa especial de aumento de pena, se prova oral idônea
lhe demonstrou a existência.

Voto nº 1670

Apelação Criminal nº 1.164.663/9


Art. 155, § 4º, nº I, do Cód. Penal

– A confissão, ainda que feita na Polícia, tem alto valor e, se não provar o
confitente que foi obra de coação, poderá servir de base a um decreto
condenatório.

Voto nº 1678

Apelação Criminal nº 1.161.987/9


Art. 155 do Cód. Penal

– Se concorde com os mais elementos dos autos, a confissão do réu na


Polícia basta a firmar decreto condenatório; pois, meio de defesa, também o
é de prova.

Voto nº 1691
Apelação Criminal nº 1.157.665/1
Art. 157, § 2º, ns. I e V, do Cód. Penal

– Pelo alto sentido que tem a confissão no processo penal, deve a Justiça
amercear-se daquele que, ainda com dano para sua liberdade, preferiu ser
sincero com o Juiz que o interrogou. Essa, a que se pudera chamar coragem
moral, é digna sempre de galardão, não apenas de apologia.
– Não repugna à Lei conceda o Juiz regime semiaberto ao condenado não-
reincidente, cuja pena não ultrapasse 8 anos (cf. art. 33, § 2º, alínea b, do
Cód. Penal); somente lhe é defeso concedê-lo a réu condenado a pena
superior a 8 anos (ainda que primário), ou ao reincidente, cuja pena exceda
a 4 anos.
– Tal benefício não desacredita o Judiciário nem encontra o sentimento de
justiça; bem ao revés, há coisa de trinta séculos, Salomão, dos homens o
mais sábio, já encarecia aos que julgam não fossem demasiado justos:
“Noli esse justus multum” (Ecl 7,17).

Voto nº 1704

Apelação Criminal nº 1.170.179/1


Art. 157, “caput”, do Cód. Penal

– Diz-se consumado o roubo se o agente, ainda que por breve espaço de


tempo, teve a posse tranquila e desvigiada da coisa subtraída.
– Segundo princípio de razão lógica e de justiça, a confissão do réu, ainda
que dela se haja retratado, é circunstância que lhe assegura, nos termos do
art. 65, nº III, alínea d, do Cód. Penal, o direito ao benefício da redução da
pena, sobretudo se a tomou em conta o Magistrado para fundamentar o
decreto condenatório.

Voto nº 1706

Apelação Criminal nº 1.163.461/3


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal
– A falta de nomeação de curador a réu menor para o interrogatório
extrajudicial, suposto irregularidade vitanda, não implica nulidade do
processo. A razão é que “o vício do inquérito policial não se projeta na
ação penal, uma vez que se trata de peça meramente informativa” (STF;
RHC nº 56.092, DJU 16.6.78, p. 4.394; apud Damásio E. de Jesus, Código
de Processo Penal Anotado, 13a. ed., p. 390).
– Quando clara e circunstanciada, que melhor prova da autoria do crime que a
confissão do réu?!
–“As atenuantes não permitem a redução da pena abaixo do mínimo previsto
na lei para o crime” (STF; Rev. Trim. Jurisp., vol. 104, p. 736).

Voto nº 1727

Revisão Criminal nº 343.882/0


Art. 155, § 4º, nº IV, do Cód. Penal;
art. 65, nº III, alínea d, do Cód. Penal

– A apreensão da “res furtiva” em seu poder, faz presumir a culpa do


acusado, se não lhe soube justificar a posse.
– No furto, ainda que impossível a identificação do segundo imputado, mas
lhe tenha ficado comprovada a existência, cabe o reconhecimento da
qualificadora de concurso de agentes (art. 155, § 4º, nº IV, do Cód. Penal).
– Não importa que dela se tenha retratado em Juízo; desde que a confissão do
réu serviu de base para o Magistrado condená-lo, será força reconhecer-lhe,
por amor do sentimento de justiça, o direito à redução da pena (art. 65, nº
III, alínea d, do Cód. Penal).
– Para ser completa, deve a Justiça olhar que à punição das faltas se junte o
galardão do merecimento.

Voto nº 1859

Apelação Criminal nº 1.173.677/0


Art. 171 do Cód. Penal; art. 33, § 2º, alínea b, do Cód. Penal
– Feita em Juízo, a confissão do réu tem valor absoluto, que não pode ser
postergado, exceto em casos anormais, que se não presumem.
–“É sumamente tranquilizador para a consciência do Juiz ouvir dos lábios
do réu uma narrativa convincente do fato criminoso com a declaração de
havê-lo praticado” (Hélio Tornaghi, Curso de Processo Penal, 1980, vol.
I, p. 381).
– O agente que, para pagamento de mercadoria, emite cheque de terceiro,
falsificando-lhe o nome, comete o crime de estelionato em seu tipo
fundamental (art. 171 do Cód. Penal).
– O réu que confessa em Juízo seu delito revela qualidade sumamente
elogiável, pois demonstra haver aborrecido a vida criminosa e descobre seu
propósito de emenda; por isso, ainda que reincidente, desde que não
superior a 4 anos sua pena, tem jus ao benefício do regime semiaberto
(art. 33, § 2º, alínea b, do Cód. Penal).

Voto nº 1871

Apelação Criminal nº 1.172.775/5


Art. 155, § 4º, nº I, do Cód. Penal; art. 28, nº II, do Cód. Penal

– Feita perante o Magistrado, a confissão é sempre atendível, pois se presume


estreme do pior vício que a pode inquinar – a coação – e torna certa a
imputação formal da denúncia.
– A defesa do réu, de que praticara o crime sob a influência do álcool, não lhe
aproveita, porque a embriaguez, voluntária ou culposa, não exclui a
imputabilidade penal (art. 28, nº II, do Cód. Penal). Nesses casos, “é
aplicar o princípio quem quer a causa quer o efeito e imputar-se ao
culpado as consequências de seus excessos” (Fernando Nery, Lições de
Direito Criminal, 3a. ed., p. 250).
– A obrigação, imposta com o “sursis”, de arrecadar produtos para cesta
básica tem amparo na Jurisprudência e representa louvável iniciativa em
prol dos necessitados.

Voto nº 1957

Apelação Criminal nº 1.167.227/4


Art. 155 do Cód. Penal
– A retratação perante o Magistrado só terá valor se o réu comprovar que sua
confissão extrajudicial foi obra de constrangimentos físicos ou morais; se
não, sucumbente em face do princípio do ônus da prova (art. 156 do Cód.
Proc. Penal), será havido na conta de réu confesso.

Voto nº 1439

Apelação Criminal nº 1.136.275/3


Art. 171 do Cód. Penal

– Que melhor prova da autoria do crime que a confissão?! A lição é de R.


Garraud: “parece uma prova superior a todas as outras. Habemus
confitentem reum: a culpabilidade está estabelecida, não falta senão
aplicar a lei” (Compêndio de Direito Criminal, 1915, vol. II, p. 208; trad.
A.T. de Menezes).
– Se o réu confessou perante o Magistrado a autoria do crime, é bem se
amerceie dele a Justiça, pois essa a que se pudera apelidar coragem moral
obriga sempre a galardão, não somente a louvores.

(Em breve, novas ementas).

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