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daquelas raras obras que mergulhadas no mais profundo ntimo de um povo, neste
caso o povo portugus marcado pela ditadura Salazarista, conseguem abarcar o
mundo sobre as pginas. No pretenso desmedida lhe lanar tal elogio, pois
sua prpria excelncia de composio que o torna vasto aos olhos. Alexandra Alpha
, num breve comentrio, um romance multifacetado. Suas personagens vivem a
busca de uma definio de identidade. A narrativa tem em si tanto a ironia quanto o
erotismo, a tragdia, a melancolia, o remorso. Perpassa a sua estrutura outros
gneros, como o cinema, as notaes, a msica, tudo a ser estilizado ao texto. E
sobre tudo uma inconfundvel sombra: o regime ditatorial que culminaria na
Revoluo
de
25
de
Abril
de
1975.
de
Assis.
claras, este marco, como tambm o fez Cardoso Pires para o seu leitor.
A obra, dividida em duas partes, "A Cor da Prola", composta por sete captulos, e
"Ascenso e Morte", com apenas trs e de tamanho relativamente menor em
relao aos da primeira parte. A ciso proposta pelo autor clara; ao final do stimo
captulo ocorre a revoluo propriamente dita, Portugal se v livre do mais antigo
regime ditatorial que perdurava na europa. E por ai foram 41 anos dos quais nossos
personagens inventadamente vivenciaram. notvel na primeira parte uma leitura
mais longa e atravancada do que a presente na segunda, com um desenrolar mais
rpido, dinmico, alegoria ao sistema salazarista. Ao fim do regime, Portugal poderia
respirar novamente, avanar. O ttulo da segunda indica as duas imagens que so
retomadas durante toda a obra: a asceno, movimento vertical, e a morte, a queda,
o
fim,
ruptura.
enfrenta,
desde
os
mticos
tempos
das
navegaes.
avio.
Uma
queda
fatal,
proftica
inevitvel.