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Macroeconomia - 554

Capítulo 2 – O Mercado de Produto

Objectivos de Aprendizagem:

Após a leitura deste capítulo, o estudante deverá estar apto a:

• Enunciar a função consumo keynesiana, distinguindo a propensão marginal e média


a consumir;
• Justificar a especificação do investimento como variável exógena;
• Escrever os modelos keynesiano (com e sem Estado) na forma estrutural;
• Identificar as variáveis exógenas dos modelos keynesianos estudados;
• Escrever os modelos na forma reduzida;
• Compreender o conceito de “rendimento” de equilíbrio e calculá-lo;
• Distinguir o equilíbrio “ex-ante” do equilíbrio “ex-post”;
• Compreender os conceitos de multiplicador, determinando os seus valores;
• Calcular variações das variáveis endógenas resultantes da variação de uma variável
exógena;
• Especificar a função de impostos, identificando os “impostos autónomos” e a “taxa
marginal de imposto”;
• Determinar as despesas e receitas do Estado, bem como o saldo orçamental;
• Mostrar que, e compreender porque razão, os multiplicadores no modelo com
Estado são inferiores aos multiplicadores no modelo sem Estado;
• Mostrar que, e compreender porque razão, o multiplicador das transferências é
inferior ao multiplicador dos gastos do Estado.
• Mostrar que o multiplicador do orçamento equilibrado é igual a 1.

(St. Aubyn. (1996). Macroeconomia. Caderno de Apoio 114. Universidade Aberta)

Maria do Rosário Matos Bernardo – Outubro 2006


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Glossário:

• Despesa autónoma – é o numerador da fracção que representa a forma reduzida do


modelo económico. Normalmente é representada por: A (pp21).

• Equilíbrio “ex-ante” –é o equilíbrio antes de realizada a produção, que no âmbito


deste capítulo se traduz pela condição: I (planos de investimento) = S (poupança
planeada). pp 19

• Equilíbrio “ex-post” –é o equilíbrio depois de realizada a produção, ou seja, para a


economia estar em equilíbrio a poupança efectuada tem de ser igual ao investimento
efectivo. pp19

• Propensão marginal a consumir – é o montante adicional de consumo quando se


recebe uma unidade monetária (u.m.) adicional de rendimento disponível.

• Propensão média a consumir – é o rácio (ou seja, a divisão) entre o consumo e o


rendimento disponível total.

• Multiplicador – dá-nos a variação do valor de equilíbrio de uma variável endógena


quando existe uma variação unitária de uma variável exógena ou parâmetro, com
tudo o resto constante. pp 19

• Variável endógena – é uma variável determinada pelo funcionamento interno do


sistema económico (Ex: Y, C, i).

• Variável exógena - é uma variável determinada por condições exteriores ao modelo


económico. (Ex: C , I , G ).

Errata do livro

Página 26 resolução da b)

∂Y
∆Y = × ∆I = 2,5 × 50 = 125
∂I

Página 27 forma reduzida da e)

C +I
Y=
1 −c

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Página 29 b)

a 3ª equação deve ser:

∂Y − cY
=
∂t 1 − c(1 − t )

Explicações adicionais:

Modelo de uma economia (e equações)

O modelo de uma economia pretende ser uma representação simplificada do


funcionamento dessa economia, forma a podermos entender os mecanismos dessa
economia e a forma como as variáveis se relacionam e influenciam. Temos 3 tipos de
equações: as equações de equilíbrio, as equações de definição e as equações de
comportamento. Utilizando o modelo (8) da página 21 temos:

D = C + I + G  equação de definição da despesa


C = C +cYd  equação de comportamento do consumo
Yd = Y – T + TR  equação de definição do rendimento disponível
T = T + tY  equação de comportamento dos impostos
TR = TR  equação de comportamento das transferências
I = I  equação de comportamento do investimento
G = G  equação de comportamento dos gastos (ou consumo público)
Y = D  equação de equilíbrio que nos diz que o rendimento é igual à despesa

Dedução da equação 3 página 18

Y = D (começamos sempre pela equação de equilíbrio)

Y = C + I (foi substituído D pela sua equação de comportamento)

Y= C + cY + I (foram substituídos C e I pelas respectivas equações de


comportamento)
Y – cY = C + I (os termos com Y passaram para o 1º membro)

(1-c) Y = C + I (Y foi posto em evidência)

C +I
Y= (a constante que estava a multiplicar por Y passou para o segundo membro
1 −c
a
dividir)

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Dedução da equação 4 página 18

Y=D

Y=C+I

C= C+ cY (vamos recorrer a esta equação porque pretendemos a forma reduzida em


relação ao C)
C = C + c(C+I) (Y foi substituído pela sua equação)

C= C + cC + cI

C – cC = C + c I (os termos com C passaram para o 1º membro e I foi substituído pela


sua equação de comportamento)

(1-c) C = C + c I (C foi posto em evidência)

C +c I
C= (a constante que estava a multiplicar por C passou para o 2º membro a
1 −c
dividir)

Passagem da equação (9) para (11), páginas 21 e 22

C − cT + cTR + I + G
Y=
1 − c(1 − t )

∂Y
é a derivada parcial de Y em ordem à variável I
∂I

Quando determinamos a derivada parcial em ordem a uma variável todas as outras


variáveis são consideradas como se fossem constantes.

Assim, para esta derivada vamos considerar I como variável e

C , T , TR , G , c, t são consideradas constantes.

∂Y 1
= porque a derivada de uma variável a multiplicar por uma constante
∂I 1 −c(1 − t )
é essa constante.

Passagem da equação (18) para (20), página 24

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SO = T – G – TR
C − cT + cTR + I + G
SO = T + tY − G − TR e Y=
1 − c(1 − t )

 C − cT + cTR + I + G 
SO = T + t 

 − G − TR

 1 − c(1 − t ) 

∂SO 1
=t −1
∂G 1 − c(1 − t )

Para chegar a este resultado tem de recorrer às regras de derivação, desta forma:

G é a nossa variável

C , T , TR , I , c, t são consideradas constantes

a derivada de G é 1 (porque é a derivada da variável que estamos a considerar), e

 C −cT +cTR + I +G  1
a derivada de t 

é t

 1 − c (1 − t )  1 − c (1 −t )

Efectuando as operações matemáticas temos:

∂SO 1
=t −1
∂G 1 − c (1 − t)

Multiplicadores:

Vamos começar com os multiplicadores do modelo simples do Mercado de Produto


(capítulo 2, modelo (1) da página 18).

A forma reduzida do modelo em relação a Y é:

C +I
Y= (ver página 18 dedução (3))
1 −c

Temos duas variáveis exógenas, isto é, variáveis que não são determinadas no modelo, e
que podem sofrer alterações que vão ter algum impacto no rendimento. São as variáveis
C e I , logo podemos calcular multiplicadores destas duas variáveis em relação ao
rendimento. Assim, o multiplicador do investimento em relação ao rendimento é obtido
a partir da expressão da forma reduzida de modelo em relação a Y, por derivação em
ordem a I . Ou seja, o multiplicador fica:

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∂Y 1  I 
= porque estamos a derivar a função  
− 1 −c  onde I é a variável.
∂I 1 c  

Para determinar o multiplicador do consumo autónomo em relação ao rendimento


procedemos da mesma forma. Ou seja,

∂Y 1  C 
= porque estamos a derivar a função  
∂C 1 − c 1 −c  onde C é a variável.
 

Em relação ao modelo (9) da página 21, a forma reduzida do modelo em função de Y é:

C − cT + cTR + I + G
Y=
1 − c(1 − t )

Podemos deduzir daqui 5 multiplicadores, o multiplicador do consumo, o multiplicador


do investimento e o multiplicador dos gastos, que são todos iguais, e os multiplicadores
dos impostos e das transferências. Vamos deduzir estes dois últimos:

∂Y c  cT 
=− porque estamos a derivar a função − 
∂T 1 − c(1 − t )  1 − c(1 − t )  onde T éa
 
variável.

∂Y c  cTR 
= porque estamos a derivar a função  
∂TR 1 − c(1 − t ) 1 −c(1 − t )  onde TR éa
 
variável.

Multiplicador do Investimento em relação ao rendimento, página 19

∂Y
é a derivada parcial de Y em ordem à variável I
∂I

Para calcular esta derivada temos de recorrer à forma reduzida do modelo em relação a
Y, que foi deduzida na página 18:

C +I
Y=
1 −c

Quando determinamos a derivada parcial em ordem a uma variável todas as outras


variáveis são consideradas como se fossem constantes.

Assim, para esta derivada vamos considerar I como variável mas C e c são
consideradas como constantes.

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C +I
Vamos então começar a derivar Y =
1 −c

, ,
∂Y  C   I 
=   +
 
 , ou seja, a derivada de uma soma é igual à soma das derivadas

∂I 1 − c  1 − c 
das parcelas.

Assim:
C
a derivada de é zero, porque a derivada de uma constante é zero; e
1 −c

I 1
a derivada de é porque a derivada de uma variável a multiplicar por uma
1 −c 1 −c
constante é essa constante.

∂Y 1
=0+
∂I 1 −c

∂Y 1
=
∂I 1 −c

Exercício 2.1. resolvido página 26

C = 100 + 0,6Y
I = 300

O enunciado do exercício apresenta as duas equações de comportamento de uma


economia sem estado e sem relações com o exterior.

Correspondem às equações do modelo da pág. 18:

C =C +cY (equação de comportamento do Consumo)


I =I (equação de comportamento do Investimento)

Logo, podemos identificar:

C = 100 (consumo autónomo)


c = 0,6 (propensão ao consumo)
I = 300 (investimento autónomo)

Para responder à questão do exercício necessitamos ainda das outras equações do


modelo da pág. 18:

D = C + I (equação de definição)

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Y=D (equação de equilíbrio)

Destas duas equações temos que Y = C + I, donde se obtém por dedução matemática a
forma reduzida do modelo:

C +I
Y= (equação 3 da pág. 18)
1 −c

Substituindo os valores do enunciado nesta equação temos:

100 + 300
Y= = 1000 este é o rendimento de equilíbrio
1 − 0,6

Para calcular o consumo de equilíbrio utilizamos a equação de comportamento do


consumo e substituindo os valores dados e o valor de Y, que fica:

C = 100 + 0,6× 1000 = 100 + 600 = 700

Para calcular a poupança S, temos:

S = Y – C = 1000 – 700 = 300

c)

S=Y
C =C +cY
C = 100 – 0,6 Y substituindo na equação da poupança fica:
S = Y – 100 – 0,6Y
S = Y (1-0,6) – 100 (colocando o Y em evidência)
S = 0,4Y-100

Como S = I temos:

0,4Y – 100 = 300


0,4Y = 300+100
Y = 400 : 0,4 = 1000

As equações são as da pág. 19.

d) A poupança é o complemento do consumo.


Assim, S = 0,4Y-100; porque a propensão a poupar é s = (1-c) = 1-0,6 = 0,4 e C = 100,
portanto este valor de 100 é sempre consumo, nunca é poupado.

Logo:

C =C +cY
S = (1-c)Y - C

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Se a poupança aumenta de 10 u.m. esse valor sai do consumo autónomo e temos:

S = (1-c)Y-( C -10)
S = sY- C +10
S = 0,4 – 100 + 10
S = 0,4Y-90

e) A propensão a consumir passa de 0,6 para 0,8, logo a nova equação de


comportamento do consumo é:

C = 100 + 0,8Y

Retomando a forma reduzida do modelo:

C +I
Y= (equação 3 da pág. 18)
1 −c

Temos:

100 + 300
Y= = 400 : 0,2 = 2000 o novo rendimento de equilíbrio
1 − 0,8

Exercício 2.3 resolvido página 28

TR – são exógenas
O que acontece ao saldo orçamental nas seguintes situações:

a) Os impostos lump-sum são aumentados

Isto é o mesmo que dizer que existe um aumento da parte autónoma dos impostos.

SO = T – G – TR
SO = T + tY − G − TR

Pretendemos saber se a um acréscimo positivo de T corresponde um acréscimo


positivo ou negativo do SO. Para tal temos de deduzir o multiplicador de T em relação
ao SO, ou seja, deduzir a derivada parcial do SO em ordem a T .

C − cT + cTR + I + G
Y=
1 − c(1 − t )

 C − cT + cTR + I + G 
SO = T + t 

 − G − TR

 1 − c(1 − t ) 

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 C − cT + cTR + I + G 
Recorrendo a esta equação SO = T + t   − G − TR
 temos:
 1 − c(1 − t ) 
∂SO −c
=1 + t , para chegar a este resultado tem de recorrer às regras de
∂T 1 − c(1 − t )
derivação, desta forma: a derivada de T é 1 (porque é a derivada da variável que
 C −cT +cTR + I +G  −c
estamos a considerar), e a derivada de t 

é t
 , pois
 1 − c (1 − t )  1 −c (1 −t )
nesta derivada parcial t funciona como constante.

Efectuando as operações matemáticas temos:

∂SO ct 1 −c
=1 − =
∂T 1 − c(1 − t ) 1 −c(1 − t )

Este multiplicador tem de ser sempre positivo, pois:

0<c<1
0<t<1

logo:

0<1-c<1 ou seja, o numerador é positivo

0<1-t<1
0<c(1-t)<1
0<1-c(1-t)<1 ou seja, o denominador também é positivo

Conclusão: Um aumento na parte autónoma dos impostos vai provocar um aumento do


saldo orçamental.

b) Aumenta a taxa marginal de imposto

Pretendemos saber se a um acréscimo positivo de t corresponde um acréscimo positivo


ou negativo do SO. Para tal temos de deduzir o multiplicador de t em relação ao SO, ou
seja, deduzir a derivada parcial do SO em ordem a t.

Recorrendo a esta equação SO = T + tY − G − TR temos:

∂SO ∂Y
=t + Y , o que nos interessa agora é apenas derivar a parcela tY (pois a nossa
∂t ∂t
derivada parcial é em ordem a t), recorrendo às regras de derivação do produto.

∂Y
Mas ainda temos de deduzir a derivada parcial de Y em ordem a t, ou seja, .
∂t
Vamos recorrer à equação:

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C − cT + cTR + I + G
Y= , uma vez que a nossa variável está no denominador temos
1 − c(1 − t )
de recorrer às regras de derivação de fracções. Aplicando as regras temos

( ) (
∂Y 0 × [1 − c(1 − t ) ] − c × C − cT + cTR + I + G − c × C − cT + cTR + I + G ∂ Y − c Y
= = =
)
∂t [1 − c(1 − t )] 2 [1 − c(1 − t )] × [1 − c(1 − t )] ∂ t 1− c(1− t)

∂SO
Voltando ao cálculo de vamos ter:
∂t

∂SO − cY (1 − c ) Y
=t× +Y=
∂t 1 − c(1 − t ) 1 − c(1 − t )

Este multiplicador tem de ser sempre positivo, pois:

0<c<1
0<t<1

(ver a resposta da a))

Conclusão: Um aumento da taxa marginal de imposto vai provocar um aumento do


saldo orçamental.

c) Transferências aumentam

Pretendemos saber se a um acréscimo positivo das transferências corresponde um


acréscimo positivo ou negativo do SO. Para tal temos de deduzir o multiplicador de
TR em relação ao SO, ou seja, deduzir a derivada parcial do SO em ordem a TR .

A dedução deste multiplicador é idêntica à da a), apenas o resultado será simétrico.

∂SO ct c −1
= −1 =
∂TR 1 − c(1 − t ) 1 − c(1 − t )

Este multiplicador é negativo, pois

0<c<1
0<t<1

Se c é inferior a 1 então c-1 terá de ser sempre negativo, ou seja, temos o numerador
negativo e o denominador positivo o que irá dar como resultado um valor negativo.

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Conclusão: Um aumento das transferências do Estado para os particulares vai provocar
uma diminuição do saldo orçamental.

d) Quantificar as alíneas anteriores.

Considere os valores que são dados no enunciado e os multiplicadores deduzidos nas


alíneas anteriores, para resolver as seguintes equações:

∂SO
∆ SO = ∆ T ×
∂T

∂SO
∆ SO = ∆ t×
∂t

∂SO
∆ SO = ∆ TR ×
∂TR

Exercício 2.10 página 34

Para responder a esta questão temos pensar o que pode fazer aumentar o consumo
privado. Assim:

C = C +cYd
Yd = Y – T + TR

O consumo privado aumenta se aumentar o rendimento disponível (Yd), e por sua vez o
rendimento disponível aumenta se aumentar o rendimento de equilíbrio (Y), se
diminuírem os impostos (T) ou se aumentarem as transferências.

Para responder a esta questão necessitamos ainda de comparar multiplicadores.

Na a) é dito que para aumentar o consumo privado é preferível aumentar os gastos do


que aumentar as transferências no mesmo montante.

Ao aumentar os gastos vamos ter aumento do rendimento:

∂Y
∆ Y= ×∆ G
∂G
Ao aumentar o rendimento temos aumento do Yd:

∂Y 1
∆ Yd = × ∆ G = 1 −c(1 − t ) × ∆ G
∂G

Quando aumentamos as transferências temos aumento do rendimento:

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∂Y
∆ Y= × ∆ TR
∂TR
E aumenta o YD, por duas razões, porque aumentou o rendimento e porque aumentaram
as transferências:

∂Y c  c 
∆ Yd = × ∆ TR + ∆ TR = 1 −c(1 − t ) × ∆ TR + ∆ TR =   +1

∂TR 1 − c(1 − t ) 
 c +1 − c(1 − t )   c + 1 − c + ct )   1 + ct 
× ∆ TR =  
 × ∆ TR =  
 × ∆ TR = 
 
× ∆
 1 − c(1 − t )   1 − c(1 − t )  1 − c(1 − t ) 
TR

Considerando que ∆ G = ∆ TR , temos de comparar o valor dos multiplicadores e


concluímos que

1 + ct 1
é maior do que
1 −c(1 − t ) 1 −c(1 − t )

Logo não é verdade que seja preferível aumentar os gastos do que aumentar as
transferências no mesmo montante.

Na b) é dito que para aumentar o consumo privado é preferível diminuir os impostos


autónomos em vez de aumentar as transferências no mesmo montante.

Esta afirmação também não verdadeira, pois os multiplicadores dos impostos


autónomos e das transferências são simétricos, logo a diminuição dos impostos ou o
aumento das transferências no mesmo montante vai ter o mesmo efeito sobre o
rendimento, ou seja, o rendimento aumenta no mesmo montante.

Em relação ao efeito directo no Yd podemos verificar que também é indiferente


diminuir os impostos autónomos ou aumentar as transferências no mesmo montante,
pois:

Yd = Y – T + TR

Logo a opção correcta é a d) que diz que a) e b) não são verdadeiras.

Exercício 2.13 página 35

a) Forma estrutural:

D = C + G + I + Ex - IM
C = C +cYd ---------------- Atenção que o enunciado do exercício está mal! A
equação tem de ser esta para dar a forma reduzida igual à
das soluções.
Yd = Y – T + TR

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T = T +tY
TR = TR
I= I
G= G
Ex = Ex
Im = Im + mY
Y=D

Forma reduzida:

C − cT + cTR + I + G + Ex − Im
Y=
1 − c(1 − t ) + m

b) Para calcular Y temos de recorrer à forma reduzida da a) e substituir os valores:

C − cT + cTR + I + G + Ex − Im
Y=
1 − c(1 − t ) + m
50 − 0,75 × 0 + 0,75 × 80 + 250 + 200 +100 −150
Y=
1 − 0,75 × (1 − 0,2) + 0,1
510
Y=
0,5

Y = 1020

SO = T-G-TR
SO = 0,2Y – 200 – 80
SO = -76

NX = Ex – Im
NX = 100 – (150 + 0,1Y)
NX = - 152

c)

∂Y ∂Y 1 1
= = = 0,5 = 2
∂G ∂I 1 − c (1 − t ) + m
∂Y c 0,75
= = 0,5 = 1,5
∂TR 1 − c(1 − t ) + m
∂Y −c −0,75
= = 0,5 =-1,5
∂T 1 − c(1 − t ) + m

d) m passa a ser igual a 0,2

C − cT + cTR + I + G + Ex − Im
Y=
1 − c(1 − t ) + m
50 − 0,75 × 0 + 0,75 × 80 + 250 + 200 +100 −150
Y=
1 − 0,75 × (1 − 0,2) + 0,2

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510
Y=
0,6
Y = 850

Se Y diminui, então vão aumentar os défices orçamental (SO) e da balança comercial


(NX)

∂Y 1 1
= = 0,6 = 1,67
∂G 1 − c (1 − t ) + m

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