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Matheus Assis Vieira 19162517 PDF
Matheus Assis Vieira 19162517 PDF
Resumo
Uma edificação é o resultado da combinação de materiais diversos e heterogêneos, com mão
de obra geralmente não especializada e de grande rotatividade que, junto com a
agressividade ambiental presente, a má utilização e a falta de conservação, contribuem para
a antecipação dos fenômenos patológicos que tendem a comprometer a funcionalidade, e a
segurança do imóvel. Essas manifestações patológicas podem afetar as obras de engenharia,
em diferentes etapas construtivas, podendo ocasionar, males congênitos e adquiridos, sendo
vulneráveis a acidentes e à deterioração proposta pelo passar do tempo. Como qualquer
intervenção que venha afetar o bom desempenho, funcionalidade e segurança de uma
estrutura de uma edificação, deve se levar em conta, como primeiro método de tratamento
para o problema a identificação das origens da doença. Ou seja, é se conhecendo a origem
do problema, que pode se diagnosticar de forma correta o método de tratamento e correção
para patologia presente à edificação, e assim, obter um resultando satisfatório e direto para
a doença, e ainda, se conhecer o principal “culpado” pela falha como, por exemplo: se o
problema for originado na fase de projetos, os projetistas falharam; quando a origem estiver
na qualidade do material, o erro é dos fabricantes; se o erro estiver na etapa de construção,
trata-se de falhas que envolvem mão de obra e fiscalização, ou omissão do construtor; e por
fim, se o problema estiver na etapa de uso, as falhas podem ser decorrentes da operação e
manutenção do empreendimento.
1. Introdução
Comparando os itens que sustentam uma edificação com os elementos que sustentam o
corpo humano, pode-se dizer que os edifícios foram criados a imagem e semelhança dos seres
humanos.
Considerando que, assim como o ser humano tem esqueleto, musculatura, pele e
sistema circulatório, as construções apresentam as estruturas, alvenaria, revestimento e
instalações hidráulicas e elétricas.
A estrutura de uma edificação é o principal componente de uma construção. Esse
elemento é responsável por garantir a estabilidade da construção submetida a diferentes tipos
de esforços, o que permite a fundação se manter em pé garantido sua funcionalidade.
ISSN 2179-5568 - Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 12ª Edição nº 012 Vol.01/2016 Dezembro/2016
Patologias Construtivas: Conceito, Origens e Método de Tratamento Dezembro/2016
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Designa-se por Patologia das Estruturas esse novo campo da Engenharia das
Construções que se ocupada do estudo das origens, formas de manifestações,
consequências e mecanismos de ocorrências das falhas e dos sistemas de degradação
das estruturas.
Mostrando a importância dessa ciência, deve se levar em conta, que assim como na
medicina, a identificação das origens das doenças, é o primeiro e principal passo para se obter
um tratamento adequado ao problema, pois permite ao construtor aplicar um método corretivo
adequado as manifestações patológicas, propondo um resultado satisfatório na funcionalidade
da estrutura, além de auxiliar peritos na determinação de laudos para fins judiciais,
permitindo, apontar corretamente a causa e o culpado pela falha.
Por exemplo: se o problema for originado na fase de projetos, os projetistas falharam;
quando a origem estiver na qualidade do material, o erro é dos fabricantes; se o erro estiver na
etapa de construção, trata-se de falhas que envolvem mão de obra e fiscalização, ou omissão
do construtor; se o problema estiver na etapa de uso, as falhas podem ser decorrentes da
operação e manutenção do empreendimento.
Uma vez que toda edificação está sujeita a essas anomalias, podendo ocorrer em
qualquer tipo de estrutura, tanto na fase de construção como no período de pós entrega do
empreendimento, esses danos são problemas sérios os quais merecem uma atenção minuciosa.
Enfim, o projeto de uma estrutura deve garantir de forma adequada a segurança de
seus proprietários, e o estudo das origins e conhecimento das doenças patológicas devendo
prevenir a edificação contra as anomalias provocadas por diferentes fatores que possam
comprometer sua funcionalidade, adotando providências que visam garantir a sua
durabilidade.
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2. Referencial Teórico
Estudo sobre a aplicação do termo patologia na engenharia, abordando de forma
sucinta suas causas, origens, sintomas e diagnósticos. Este trabalho traz como principais
referências os seguintes autores:
AZEVEDO. Minos Trocoli. et al. Concreto: Ciência e Tecnologia. São Paulo: Ibracon,
2011. 1902p, v.2. que descreve:
E, por fim, este trabalho terá como referencial a ABNT – Associação Brasileira de
Normas Técnicas. NBR 6118:2007 - Projeto de Estrutura de Concreto - Apresentação. Rio de
Janeiro: ABNT, 2003, a qual traz como informação, segundo o item 25.4 Manual de
utilização, inspeção e manutenção:
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edificação dependerá muito da execução de cada uma dessas fases, pois são por meio do
desempenho de cada fase que terão origem as anomalias construtivas, afetando a durabilidade
de um empreendimento.
As manifestações patológicas, aos quais as edificações estão expostas podem ocorrer
em qualquer fase, considerando que a cada fase haverá um responsável.
Como por exemplo, se caso ocorra por inadequação do projeto, cabe ao projetista
responder por essas falhas. Se os problemas aparecem por falhas construtivas, relacionadas à
execução ou à escolha de materiais, a responsabilidade será do construtor ou engenheiro de
execução. E por fim, se os problemas derivarem da falta de manutenção da estrutura ou
utilização inadequada, a responsabilidade será do usuário.
A ocorrência de fenômenos naturais imprevisíveis também podem ser causas de
manifestações patológicas. Caso isso ocorra, a responsabilidade será das apólices de seguros,
se a edificação for assegurada (AZEVEDO, 2011, v.2, p. 1098).
Muitas pesquisas sobre a incidência de problemas patológicos nas obras de construção
civil já foram realizadas, demonstrando que o maior número de incidência dessas
manifestações se dá na fase de projetos, conforme indicado no quadro abaixo publicado por
Propster (1981), presente no livro Concreto: Ciência e Tecnologia Vol:II (2011).
A ABNT NBR 6118:2007, com grande exatidão, define os critérios gerais que devem
ser seguidos no desenvolvimento de projetos de estruturas de concreto armado e protendido,
incluindo os requisitos relacionados com a qualidade da estrutura, os quais estão classificados
em três grupos distintos, denominados: capacidade resistente, desempenho em serviço e
durabilidade.
Segundo M. T. Azevedo (2011), em Concreto: Ciência e Tecnologia, v.2, o projetista
deve indicar, principalmente nos projetos estruturais, de forma clara as especificações dos
materiais e as características que possam interferir no comportamento dos elementos
estruturais, como a resistência característica do concreto, seja na idade padrão ou em outras
idades, o modulo de deformação longitudinal, coeficiente de Poisson. Lembrando que tais
dados devem ser conferidos durante a execução, por meio de ensaios com as amostras dos
materiais empregados.
O projeto estrutural, ainda deve indicar o procedimento de manutenção, conforme
indicado na norma 6118:2007, item 7.8 Inspeção e Manutenção Preventiva, que diz:
7.8.1 Todo projeto estrutural deve levar em conta as estratégias que facilitem a inspeção
e manutenção preventiva da estrutura de concreto.
7.8.2 Um manual de uso, inspeção e manutenção deve ser elaborado de acordo com
25.4.
Ainda na norma ABNT NBR 6118:2007, item 25.4 Manual de Uso, inspeção e
manutenção diz:
Deve ser elaborado por profissional competente contratado pelo proprietário. Esse
manual deve conter todas as informações, dados e memorias do projeto, dos materiais,
dos produtos e da execução da estrutura. Esse manual deve especificar de forma clara e
objetiva os requisitos básicos de uso e manutenção preventiva que assegurem a vida útil
prevista e estar conforme com a ABNT NBR 5674 Manutenção de Edificações.
Procedimento.
Enfim, cabe ao projetista detalhar toda a estrutura do projeto, informando em cada tipo
de projeto os dados necessários para uma boa execução do empreendimento. E, para a criação
de um projeto completo, com qualidade, inicialmente, o projetista deve conhecer e avaliar as
condições ambientais, as quais o empreendimento estará sujeita.
Para isso, a NBR 6118:2007, SEÇÃO 6, classifica o meio ambiente em quatro classes
de agressividade, conforme sua localização e características, limitando fatores água/cimento e
indicando valores de resistência característica da compressão a ser adotados no projeto, e
descreve cobrimentos mais espessos para as armaduras internas, à medida que aumenta o grau
de agressividade ambiental.
No livro Patologia, Recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto, Souza e Ripper
(1998) ressaltam as possíveis causas e falhas que podem ocorrer durante esta etapa de projeto,
sendo essas causas ou falhas originadas de um estudo preliminar deficiente, ou anteprojetos
equivocados. Os principais erros em projetos citados pelo autor que consequentemente pode
trazer danos patológicos a edificação, são:
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Esmagamento do Concreto;
Carbonatação;
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Corrosão da Armadura;
Fissuras ou trincas em elementos estruturais e alvenarias;
Desagregação do concreto;
Disgregação do concreto (ruptura do concreto);
Percolação de água;
Manchas, trincas e descolamento de revestimento em fachadas;
No estudo apresentado por Olivari (2003), alerta para algumas das principais causas de
manifestações patológicas, que pode ser classificadas como:
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Erradicar a enfermidade;
Impedir ou controlar sua evolução;
Não intervir;
Estimar o tempo de vida da estrutura;
Limitar sua utilização;
Indicar sua demolição;
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Um dos maiores erros de profissionais da construção civil, que diante das doenças
patológicas, que vão surgindo nas construções, atentam para qualquer método de tratamentos,
sem conhecer a verdadeira origem do problema. Esses métodos corretivos na maioria das
vezes mostram-se satisfatório por certo período, contudo, “mais cedo” ou “mais tarde”, o
mesmo problema volta a aparecer, ocasionando prejuízos cada vez maiores, deixando uma
interrogação tanto no cliente como construtor. Sendo assim, qual a melhor solução, afim de
obter um resultado significativo na cura dessas doenças?
O problema para ser corretamente tratado, precisa primeiramente ser identificado de
modo geral a partir de laudos fornecidos por profissionais competentes da área, os quais
deverão realizar um estudo aprofundado das origens, causas e sintomas das manifestações
patológicas, que se traduzem por modificações estruturais e ou funcionais no edifício ou na
parte afetada, representando os sinais de aviso dos defeitos surgidos.
Esse Laudo de Patologias e Danos Construtivos executados por profissionais
competentes devem considera as especificações técnicas dos projetos e memoriais descritivos,
o uso, operação e a manutenção, à data e hora da vistoria, além do meio em que a edificação
está inserida. Apresentado a análise e avaliação de desgastes, falhas e anomalias, classificação
dessas irregularidades quanto a origem, podendo contar ainda com as orientações técnicas
para os reparos necessários e os respectivos custos. Devendo apresentar também uma farta
ilustração fotográfica, contendo os tópicos necessários para bem fundamentar e atender aos
objetivos propostos.
Para o levantamento de tópicos de um bom laudo de patologias, deve o profissional
englobar alguns estudos a segui discutidos, afim de proporcionar uma melhor compreensão do
problema.
5. Conclusão
De acordo com a pesquisa realizada, é possível concluir que assim como as doenças
humanas, as Manifestações Patológicas (Doenças Construtivas), também necessitam de uma
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Referências
AZEVEDO. Minos Trocoli. et al. Concreto: Ciência e Tecnologia. São Paulo: Ibracon,
2011. 1902p, v.2.
HASPARYK. Nicole Pagan. et al. Concreto: Ciência e Tecnologia. São Paulo: Ibracon,
2011. 1902p, v.2.
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PRISZKULNIK. Simão. et al. Concreto: Ciência e Tecnologia. São Paulo: Ibracon, 2011.
1902p, v.2.
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LAPA, José Silva. Patologia, Recuperação e Reparo das Estruturas de Concreto. defesa –
especialização em engenharia civil, dissertação. Belo Horizonte: Universidade Federal de
Minas Gerais - UFMG. 2008. 56p.
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