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Apresentação
Esta disciplina é oferecida para vários Cursos da área de Ciências Exatas e tem por objetivo realizar
investigações experimentais envolvendo conteúdos básicos da química. A teoria que fundamenta e elucida os
resultados que iremos encontrar foi estudada em disciplinas anteriores ou será abordada antes da realização do
experimento.
Para cada aula/tema foi elaborada uma auto-avaliação com o objetivo de levar você estudante a avaliar seu
progresso, auxiliando-o no desenvolvimento da sua autonomia, da sua responsabilidade com o estudo e da sua
independência intelectual. Espera-se que você adquira as competências e habilidades indicadas nos objetivos
propostos para cada atividade. Se elas não forem alcançadas você deverá estudar com mais empenho o tema
proposto e reorientar seus estudos, buscando ajuda com o professor ou com os tutores/monitores, visando atingir a
aprendizagem.
Para atingir a aprendizagem você deve REALIZAR todos os experimentos com bastante atenção, respeitando
os procedimentos indicados neste roteiro, anotando todas as alterações observadas, ANALISAR os resultados de
forma crítica, buscando relacioná-los com a teoria que o fundamenta, CONCEITUAR o tema que está sendo
desenvolvido e EXEMPLIFICAR com fatos e coisas que possam mostrar sua aplicação, identificando portanto a
importância do estudo de cada tema.
Por ser uma disciplina realizada em um laboratório de química todas as normas de segurança e
recomendações devem ser seguidas para evitar ou minimizar riscos.
Não pode haver bom resultado onde a dedicação não acompanha a execução. Procure ser cauteloso e agir
com responsabilidade no laboratório, seja qual for a atividade que você estiver executando.
O roteiro de cada aula prática foi elaborado de forma a apresentar os OBJETIVOS que se pretende alcançar
em cada experimento, uma INTRODUÇÃO de forma simplificada ou agregada a alguma questão prática que
correlacione a importância dos temas, PARTE EXPERIMENTAL com detalhamento das experiências a serem
realizadas, com espaço para apresentação dos RESULTADOS, BIBLIOGRAFIA e algumas QUESTÕES (auto-
avaliação) para verificação do conhecimento adquirido. Apesar de recomendável, não foram descritos os materiais,
reagentes e vidrarias utilizados em cada aula, mas o aluno deverá relacioná-los sempre após cada aula como uma
forma de fixação deste conteúdo já abordado em outras disciplinas.
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Laboratório de Química – QUI126 2015
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OBJETIVOS
▶ Explicar como se deve trabalhar no laboratório de química;
▶ Apresentar os perigos e as normas de segurança em um laboratório de química;
▶ Identificar a classificação padrão dos produtos químicos.
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Para trabalhar em um
laboratório de Química, o
Conhecer a
que devo saber?
indumentária
apropriada
Conhecer sobre
descarte de
Conhecer os reagentes:
equipamentos e resíduo e rejeito
vidrarias
Identificar a
Usar
classificação dos
Jaleco (avental)
produtos
Óculos de segurança
químicos
Manusear
Conhecer as
adequadamente os
normas de
reagentes: sólidos,
segurança
líquidos e gases
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Para tirar o máximo de proveito de um laboratório, você deve seguir alguns princípios básicos, principalmente
porque isso resulta em segurança para você e para as pessoas que estão compartilhando este ambiente de trabalho. É
necessário que todos os usuários conheçam e pratiquem determinadas regras, desde o primeiro instante que
pretenderem permanecer em um laboratório.
Indumentária Apropriada
• Avental de mangas compridas, longos até os joelhos, com fios de algodão na composição do tecido.
• Calça comprida de tecido não inteiramente sintético.
• Sapato fechado, de couro ou assemelhado.
• Óculos de segurança.
• Luvas
☞ Equipamentos de Proteção Individual (EPI) – avental, luvas, proteção facial/ocular e proteção respiratória.
Indumentária Proibida
• Bermuda ou short.
• Sandália, Chinelo, Sapato aberto.
• Uso de lente de contato.
• Uso de braceletes, correntes ou outros adereços.
• Avental de nylon ou 100% poliéster.
Faça no Laboratório
• Fumar
• Comer
• Correr
• Beber
• Sentar ou debruçar na bancada
• Sentar no chão
• Não use cabelo comprido solto
• Não (ou evite) trabalhar solitário no laboratório
• Não manuseie sólidos e líquidos desconhecidos apenas por curiosidade
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Com os Ácidos
Com Soluções
• Cerca de 80% das soluções químicas concentradas são nocivas aos organismos vivos, principalmente se
ministradas por via oral.
• Não transporte soluções em recipientes de boca larga, se tiver que efetuá-lo por certa distância, triplique sua
atenção durante o percurso e solicite a um colega que o acompanhe.
• Não leve à boca qualquer reagente químico, nem mesmo o mais diluído.
• Certifique-se da concentração e da data de preparação de uma solução antes de usá-la.
• Não pipete, aspirando com a boca, líquidos cáusticos, venenosos ou corantes, use pêra de segurança.
• Não use o mesmo equipamento volumétrico para medir simultaneamente soluções diferentes.
• Volumes de soluções padronizadas, tiradas dos recipientes de origem e não utilizadas, devem ser descartados
e não retornados ao recipiente de origem.
• Leia cuidadosamente o rótulo do frasco antes de utilizá-lo, habitue-se a lê-lo, mais uma vez, ao pegá-lo, e
novamente antes de usá-lo.
• Ao utilizar uma substância sólida ou líquida dos frascos de reagentes, pegue-o de modo que sua mão proteja o
rótulo e incline-o de modo que o fluxo escoe do lado oposto ao rótulo.
• Muito cuidado com as tampas dos frascos, não permita que ele seja contaminada ou contamine-se. Se
necessário use o auxílio de vidros de relógio, placas de Petri, etc. para evitar que isso aconteça.
• Ao acondicionar um reagente, certifique-se antes da compatibilidade com o frasco, por exemplo, substâncias
sensíveis à luz, não podem ser acondicionadas em embalagens translúcidas.
• Não cheire diretamente frascos de nenhum produto químico, aprenda esta técnica e passe a utilizá-la de início,
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mesmo que o frasco contenha perfume.
• Os cuidados com o descarte de frascos vazios de reagentes não devem ser menores que os cuidados com o
descarte de soluções que eles dão origem.
• Cuidados com Aparelhagem, Equipamentos e Vidrarias Laboratoriais: Antes de iniciar a montagem, inspecione
a aparelhagem, certifique-se de que ela esteja completa, intacta e em condições de uso.
• Não utilize material de vidro trincado, quebrado ou com arestas cortantes.
• Não seque equipamentos volumétricos utilizando estufas aquecidas ou ar comprimido.
• Não utilizes tubos de vidro, termômetros em rolha, sem antes lubrificá-los com vaselina e proteger as mãos
com luvas apropriadas ou toalha de pano.
As substâncias químicas podem ser agrupadas, portanto, segundo suas características de periculosidade.
Porém é importante lembrar que é muito complexa a harmonização de classificação e rotulagem dos produtos químicos
perigosos, ou seja, as substâncias que têm propriedades capazes de produzir danos à saúde ou danos materiais.
A classificação destas substâncias ou os símbolos de periculosidade são uma forma clara e rápida de
identificar o perigo que elas representam.
- CLASSE 1: Explosivos
- CLASSE 2: Gases
CLASSE 1 - EXPLOSIVOS
Bomba explodindo em preto/fundo laranja
• Substâncias que podem explodir sob efeito de calor, choque ou fricção. As temperatura de detonação são muito
variáveis. Ex: nitroglicerina (117ºC); isocianato de mercúrio (180ºC); trinitrotolueno (470ºC).
• Certas substâncias formam misturas explosivas com outras. Ex: cloratos com certos materiais combustíveis;
tetrahidroresorcinol com metais.
• Outras substâncias tornam-se explosivas em determinadas concentrações. Ex; ácido perclórico a 50%.
CLASSE 2 - GASES
Chama em preto ou branco/fundo vermelho (inflamável)
Cilindro para gás preto ou brnaco/fundo verde (não inflamável, não tóxico)
Caveira em preto/fundo branco (gases tóxicos)
• Gás é dos estados da matéria. Nesse estado a substância move-se livremente, ou seja, independente do perigo
apresentado pelo produto, seu estado físico representa por si só uma grande preocupação, uma vez que expandem-se
indefinidamente. Assim, em caso de vazamento, os gases tendem a ocupar todo o ambiente mesmo quando possuem
densidades diferentes à do ar.
Além do perigo inerente ao estado físico, os gases podem apresentar perigos adicionais, como por exemplo a
inflamabilidade, toxicidade, poder de oxidação e corrosividade, entre outros.
• Os gases comprimidos são singulares, tendo em vista que representam tanto um risco químico, como um risco físico.
• Estes são armazenados em cilindros. Um vazamento no cilindro ou sistema de canalização cria um risco em
potencial para uma intoxicação, um incêndio ou uma explosão. Os cilindros de gás são identificados pela cor, segundo
NBR 12176:1999.
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Ponto de Ignição ou Ponto de Fulgor (flash point): temperatura acima da qual uma substância desprende
suficiente vapor para produzir fogo quando em contato com o ar e uma fonte de ignição (centelha, chama aberta).
Ponto de Autoignição: temperatura acima da qual uma substância desprende vapor suficiente para produzir fogo
espontaneamente quando em contato com o ar.
Exemplos:
1. Éter Etílico: Ponto de fulgor = -45º C; Ponto de Ebulição = 35º C (grupo de risco I)
2. Benzeno: Ponto de fulgor = -11º C; Ponto de Ebulição = 80º C (grupo de risco II)
3. Ácido Acético: Ponto de fulgor = 39º C; Ponto de Ebulição = 48º C (grupo de risco III)
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• As substâncias tóxicas podem ser encontradas em diferentes estados físicos: gases e vapores, líquidos, sólidos e
aerodispersóides (poeira, fumo, névoas e neblinas).
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• As principais vias de acesso de uma substância tóxica ao organismo são: inalação, absorção cutânea, ingestão e
injeção.
• Os efeitos tóxicos podem ser classificados como: agudo, crônico ou cumulativo, local, sistêmico, ação combinada,
antagonismo e tolerância.
• Nosologia das substâncias tóxicas: irritantes, corrosivas, asfixiantes, anestésicos, carcinógenos, mutagenos e
teratogenos.
Definições importantes:
- Agente tóxico: substância que cause dano grave ou morte, através de uma interação físico-química com o tecido vivo.
- Toxicidade: é a capacidade que uma substância tem de produzir dano a um organismo vivo, quando entra em contato
com o mesmo.
- DL50: é a dose única de uma substância química que causa a morte de 50% dos animais de uma dada população de
organismos expostos, em condições experimentais definidas.
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Cumarina 293
Ácido acetilsalicílico (princípio ativo da Aspirina) 200
Cafeína (princípio ativo do café) 192
Nicotina (princípio ativo do tabaco) 50
Estricnina 16
Fósforo branco 3,03
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dose_letal_mediana
- Limite de tolerância: é a concentração de uma determinada substância química, presente no ambiente de trabalho,
sob o qual os trabalhadores podem ficar expostos durante toda sua vida laboral, sem sofrer efeitos adversos à sua
saúde. Essa concentração é expressa em partes por milhão (ppm) ou miligramas por metro cúbico (mg/m3).
- Limite de tolerância – Média ponderada pelo tempo: representa a concentração média ponderada, existente durante a
jornada de trabalho, ou seja, pode ter valores acima do limite fixado, desde que, sejam compensados por valores
abaixo deste, acarretando uma média ponderada igual ou inferior ao limite de tolerância.
- Valor teto: é a concentração máxima, permitida no ar, de uma substância tóxica, não podendo ser ultrapassada em
nenhum momento da jornada de trabalho.
• Radioatividade é a propriedade que alguns tipos de átomos instáveis apresentam de emitir energia e partículas
subatômicas, o que se convenciona chamar de decaimento radioativo ou desintegração nuclear.
• A radioatividade tem três campos de aplicação para fins pacíficos: médico, quando se aproveita sua capacidade de
penetração e perfeita definição do feixe emitido para o tratamento de tumores e diversas doenças da pele e dos tecidos
em geral; industrial, nas áreas de obtenção de energia nuclear mediante procedimentos de fissão ou ruptura de átomos
pesados; e científico, para o qual fornece, com mecanismos de bombardeamento de átomos e aceleração de
partículas, meios de aperfeiçoar o conhecimento sobre a estrutura da matéria nos níveis de organização subatômica,
atômica e molecular.
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• Substâncias que quando em contato com tecidos vivos ou materiais podem exercer sobre eles efeitos destrutivos.
DIAGRAMA DE HOMMEL
Nesta simbologia, cada um dos losangos expressa um tipo de risco, a que será atribuído um grau de risco variando
entre 0 e 4, conforme explicitado a seguir.
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Exemplo:
FIQUE ATENTO
• Explosivo: evitar choques, fricção, faíscas, fogo e calor.
• Oxidantes: evitar todo contato com substâncias comburentes.
• Inflamável: manter longe de chamas, faíscas e fontes de calor.
• Tóxico: evitar qualquer contato com o corpo humano. Em caso de mal estar procurar imediatamente um
médico. No caso de substâncias cancerígenas e mutagênicas, ver indicações especiais.
• Corrosivo: evitar contato com os olhos, pele e roupa mediante medidas protetoras especiais. Não inalar os
vapores. Em caso de acidente ou mal estar, procurar imediatamente um médico.
• Irritante: evitar contato com os olhos e a pele. Não inalar os vapores.
Nome IUPAC
Fórmula Molecular
Símbolo de periculosidade
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INCÊNDIO
Para que haja fogo é necessário que existam os seguintes fatores:
O fogo é um processo químico que obedece rigorosamente a Lei das proporções Definitivas ou Lei de Proust.
• Extintores de incêndio para produtos químicos (extintores PQS de pó), eletricidade (extintores de CO2) e para
papéis (extintores de água pressurizada) devem estar à disposição. Em instalações que utilizam muito
equipamento elétrico, deve-se ter um maior número de extintores para eletricidade; em locais que contenham
muitos produtos químicos, deverá haver mais extintores PQS. Os dois podem ser utilizados em ambos os
casos, porém procurando sempre utilizar o mais adequado.
• Os extintores devem estar dentro do prazo de validade e fixados em locais de fácil acesso, como por exemplo,
nos corredores. Em locais de maior periculosidade, recomenda-se que haja um extintor a cada 10m. Também
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se recomenda a colocação de um extintor dentro dos laboratórios que contenham muitos solventes ou
equipamentos elétricos.
• Se forem percebidos indícios de incêndios (fumaça, cheiro de queimado, estalidos, etc.), aproxime-se a uma
distância segura para ver o que está queimando e a extensão do fogo.
• Dê o alarme pelo meio disponível aos responsáveis.
• Se não souber combater o fogo, ou não puder dominá-lo, saia do local, fechando todas as portas e janelas
atrás de si, mas sem trancá-las, desligando a eletricidade, alertando os demais ocupantes do andar e
informando os laboratórios vizinhos da ocorrência do incêndio.
• Não perca tempo tentando salvar objetos, salve sua vida.
• Mantenha-se vestido, pois a roupa protege o corpo contra o calor e a desidratação.
• Procure alcançar o térreo ou as saídas de emergência do prédio, sem correr.
• Jamais use o elevador, pois a energia é normalmente cortada, e ele poderá ficar parado, sem contar que existe
o risco dele abrir justamente no andar em chamas.
• É da responsabilidade de cada chefe de laboratório conhecer os disjuntores de suas instalações.
Classes de Incêndios:
• Classe “A”: Materiais que queimam em superfície e em profundidade. Exemplos: madeira, papel, tecido.
• Classe “B”: Os líquidos inflamáveis. Queimam na superfície. Exemplos: álcool, gasolina, querosene.
• Classe “C”: Equipamentos elétricos e eletrônicos energizados. Exemplos: computadores, televisores, motores.
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• Classe “D”: Materiais que requerem agentes extintores específicos. Exemplos: pó de zinco, sódio, magnésio.
Fonte: http://www.areaseg.com/bib/11%20-%20Fogo/apostila-02.pdf
Tipos de Extintores:
• Extintor de água pressurizada-gás:
Indicado com ótimo resultado para incêndios de Classe “A”. Contra-indicado para as Classes “B” e “C”.
Modo de usar: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o jato para a base do fogo.
Água-gás: Este tipo possui uma pequena ampola de ar comprimido. Abra o registro da ampola de gás e dirija o jato
para a base do fogo.
Processo de extinção: Resfriamento.
• Extintor de espuma:
Indicado com ótimo resultado para incêndios de classe “B” e com bom resultado para a classe “A”. Contra indicado
para a classe “C”.
Modo de usar: Aproxime-se com segurança do líquido em chamas, inverta a posição do extintor (posicione-o de cabeça
para baixo) e dirija o jato para um anteparo, de modo que a espuma gerada cubra o líquido como uma manta.
Processo de extinção: Abafamento. Um processo secundário é o resfriamento (umidificação).
• Extintor de pó químico seco
Indicado com ótimo resultado para incêndios de classe “C” e sem grande eficiência para a classe “A”. Não possui
contra-indicação.
Modo de usar: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o jato para base do fogo.
Processo de extinção: Abafamento.
• Extintor de gás-carbônico
Indicado para incêndios de classe “C” e sem grande eficiência para a classe “A”.
Não possui contra indicação.
Modo de usar: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o difusor para a base do fogo. Não toque no difusor, pois
com a passagem de gás por ele, ele poderá gelar e agarrar a pele ao ser tocado.
Processo de extinção: Abafamento.
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Obs.: Incêndios de classe “D” requerem extintores específicos podendo, em alguns casos, ser utilizado o de gás
carbônico (CO2) ou pó químico seco (PQS).
Resíduos Químicos
Caracterizar e classificar um material residual significa identificar as propriedades ou características daquele
material que possam causar danos ao homem e ao meio ambiente. Eta ação subsidia diretamente a tomada de
decisões técnicas e econômicas em todas as fases do manejo do material. Assim materiais residuais caracterizados
como perigosos devem sofre manuseio, estocagem, segregação, rotulagem e tratamento criteriosos, ao passo que
materiais não perigosos podem ser manejados com menor grau de complexidade. Rejeitos considerados perigosos
devem ser necessariamente tratados antes da disposição final, enquanto que rejeitos considerados não perigosos
podem ser descartados no ambiente após a devida consideração da legislação ambiental vigente.
Definições:
Material residual: termo usado para abranger, genericamente, qualquer resíduo ou rejeito produzido por uma
fonte geradora.
Resíduo: é um material residual remanescente de alguma apropriação, processo ou atividade e que, em
princípio, possui um potencial de uso, para o próprio gerador ou não, com ou sem tratamento.
Rejeito: é um material residual remanescente de alguma apropriação, processo ou atividade, porém,
inservível, já que não apresenta possibilidade técnica ou econômica de uso, com ou sem tratamento, devendo
ser tratado para descarte no meio ambiente.
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Resíduo perigoso: material (substância ou mistura de substâncias) com potencial de causar danos a
organismos vivos, materiais, estruturas ou ao meio ambiente; ou ainda, que pode tornar-se perigoso por
interação com outros materiais
Danos: explosão, fogo, corrosão, toxicidade a organismos ou outros efeitos deletérios.
• solventes orgânicos
• resíduos de reações
• reagentes contaminados, degradados ou fora do prazo de validade
• soluções-padrão
• fases móveis de cromatografia
No Brasil, o processo para classificar um material residual como perigoso deve seguir o recomendado pela
ABNT NBR 10.004 e a consulta a seus oito anexos, apresentam, entre outros atos normativos, listagens de resíduos
perigosos.
a) Classe I: Perigosos
São aqueles que podem apresentar riscos à saúde pública ou ao meio ambie'l:e, em função de suas
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade.
Definição de grupos de resíduos: deverão ser definidos considerando-se, além das peculiaridades do inventário, as
características fisico-químicas, periculosidade, compatibilidade e o destino final dos resíduos.
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Inorgânicos
soluções aquosas de metais pesados
ácidos
bases
sulfetos
cianetos
mercúrio metálico (recuperação)
sais de prata (recuperação)
Orgânicos
Para descarte (incineração/co-processamento):
solventes não halogenados, < 5% água
solventes não halogenados, > 5% água
solventes halogenados
peróxidos orgânicos
pesticidas e outros de alta toxicidade aguda ou crônica
Para recuperação (se houver possibilidade de formação de misturas azeotrópicas, avaliar o custo/benefício da
recuperação)
solventes clorados
acetatos e aldeídos
hidrocarbonetos
álcoois e cetonas
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Métodos de Tratamento
Tratamento químico • neutralização ácido-base
• precipitação química
• oxidação redução
• absorção em carvão ativado
• troca iônica
Tratamento físico • remoção física: destilação, evaporação, extração
por solvente, extração por arraste a vapor, troca
iônica, precipitação, cristalização, filtração, adsorção,
osmose reversa
• microencapsulamento
• estabilização
Tratamento térmico • incineração
• co-processamento
• combustão em caldeiras e fornos
• detonação
• vitrificação
Tratamento biológico • bioremediação
Disposição no solo • aterro industrial
A minimização de materiais residuais começa com decisões corretas na hora de planejar os experimentos e
ensaios. É necessário avaliar previamente todo o potencial de periculosidade que envolve a adoção de um
determinado experimento e, se prejudicial ao homem ou ao ambiente, pesquisar sobre métodos equivalentes
alternativos, substituição de produtos por outros menos perigosos e mesmo verificar a possibilidade de
reaproveitamento do material residual gerado. O planejamento de experimentos é uma das mais importantes
estratégias de redução na fonte e deve ser incentivada em todo laboratório que faça uso de produtos químicos
perigosos.
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QUEIMADURAS:
Queimaduras leves, refrescar com água fria, secar e aplicar pomada de picrato de butesina. No caso de queimaduras
graves, refrescar com água fria e cobrir com gase esterilizada umedecida com solução aquosa de bicarbonato de sódio
5 %. Contactar um médico imediatamente.
Lavar imediatamente o local com água corrente em abundância durante cinco minutos. Em seguida, lavar com solução
saturada de bicarbonato de sódio e novamente com água. Secar e aplicar mertiolate. OBS: No caso de a queimadura
ser muito severa lavar apenas com bastante água e procurar um médico.
Lavar a área atingida imediatamente com bastante água corrente durante cinco minutos. Tratar com solução aquosa de
ácido acético 1 % e lavar novamente com água. Secar e aplicar mertiolate.
OBS: No caso de a queimadura ser grave lavar apenas com água e procurar um médico.
Administrar o "antídoto universal", que possui a seguinte composição: 2 partes de carvão ativo, 1 parte de óxido de
magnésio e 1 parte de ácido tânico (pirogalol). Essa mistura deve ser conservada seca até o momento de ser usada;
na ocasião do emprego deve-se dissolver uma colher de sopa da mistura em meio copo de água morna.
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Referências Bibliográficas:
AUTO-AVALIAÇÃO
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OBJETIVOS
▶ Identificar as principais vidrarias e equipamentos usados no laboratório de química;
▶ Apresentar técnicas básicas usadas no laboratório de química;
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VIDRARIAS
Tubos de ensaio devem ser aquecidos de forma que a extremidade aberta não esteja virada para
uma pessoa.
Béquer: utilizado para dissolver uma substância em outra, preparar soluções em geral, aquecer
líquidos, dissolver substâncias sólidas e realizar reações.
Erlenmeyer: devido ao seu gargalo estreito, é utilizado para dissolver substâncias, agitar
soluções e aquecer líquidos sobre a tela de amianto. Integra várias montagens como filtrações,
destilações e titulações.
Kitassato: frasco com saída lateral, utilizados em "filtrações a vácuo", ou seja, nas quais é
provocado um vácuo parcial dentro dos recipiente para acelerar o processo de filtração.
Funil comum: utilizado em filtrações simples, com o auxílio de um papel de filtro, e transferir
líquidos de um recipiente para outro.
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Balão de fundo chato: utilizado para aquecer brandamente líquidos ou soluções, realizar
reações com desprendimentos de gás e armazenar líquidos ou soluções.
Balão de fundo redondo: utilizado para aquecer líquidos ou soluções e realizar reações em
geral. É também utilizado em sistemas de refluxo e evaporação a vácuo, acoplado à Rotavapor.
Balão volumétrico: utilizado para preparar e diluir soluções com volumes precisos e prefixados.
Não pode ser aquecido, pois possui grande precisão de medida. Equipamento calibrado.
Pipeta graduada: utilizada para medida de volumes variáveis de líquidos com boa precisão
dentro de uma determinada escala. Não pode ser aquecida. Equipamento calibrado.
Pipeta volumétrica: utilizada para medir, com grande precisão, um volume fixo de líquidos. Não
pode ser aquecida. Equipamento calibrado.
Bureta: utilizada para medida precisa de volume de líquidos. Permite o escoamento controlado
de líquido através da torneira. Equipamento utilizado em titulações. Não pode ser aquecida.
Equipamento calibrado.
Placa de Petri: utilizada para secagem de substâncias. É um recipiente raso com tampa. Em
Biologia são utilizadas para desenvolvimento de culturas de fungos ou bactérias.
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Dessecador: utilizado para guardar substâncias em atmosfera com baixa umidade. Contém
substâncias higroscópicas, ou seja, que absorvem a umidade do meio.
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UTENSÍLOS DE PORCELANA
Funil de Bü
üchner: utilizado em filtrações a vácuo em conjunto com o kitassato.
Almofariz e pistilo: utilizado para trituração e pulverização de sólidos. Pode também ser
constituído de ágata.
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UTENSÍLOS GERAIS
Tela de amianto: tela metálica (de aço), com o centro recoberto em amianto ou cerâmica, utilizada
para distribuir uniformemente o calor recebido da chama do bico de Busen para todo o recipiente.
Argola ou anel: utilizado para suporte de funil vidro em montagens de filtração, decantação, etc.
Garra metálica: utilizada para fixar os diversos equipamentos, mantendo a montagem estável.
Piseta ou frasco lavador: utilizado para lavagem de diversos materiais. Normalmente contém
água destilada, mas outros solventes podem também ser armazenados.
Pipetador de borracha ou pêra: utilizado para encher pipetas por sucção, principalmente no caso
de líquidos voláteis, irritantes ou tóxicos.
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EQUIPAMENTOS
Agitador magnético: utilizado para agitar soluções e líquidos. Podem ser só de agitação e/ou com
aquecimento.
Balança: utilizado para determinação de massa. As balanças mecânicas mais precisas têm sua
sensibilidade restrita a uma ordem de grandeza de 0,01g. As eletrônicas podem ter precisão de
0,0001g. Para boa utilização, devem estar niveladas e ter manutenção e calibração periódica.
Centrífuga: utilizado para separação de misturas imiscíveis do tipo sólido-líquido, quando o sólido
se encontra finamente disperso no líquido.
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Bico de Bünsen: é utilizado como fonte de calor destinada ao aquecimento de materiais não
inflamáveis. Possui como combustível normalmente o G.L.P (butano e propano) e como
comburente o gás oxigênio do ar atmosférico que em proporção otimizada permite obter uma
chama de alto poder energético.
O BICO DE BUNSEN
Possui na sua base um regulador de entrada de ar, a chama torna-se amarela e relativamente fria (com temperatura
mais baixa). A esta temperatura a combustão é incompleta.
Com o aumento da entrada de ar a chama torna-se azul, mais quente e forma um cone interior distinto, mais frio.
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Zona neutra: é uma zona interna próxima da boca do tubo, limitada por uma "camada" azulada que contém os gases
que ainda não sofreram combustão. É a região de menor temperatura da chama (300 ºC a 530 ºC).
Zona redutora: é uma zona intermediária, luminosa, que fica acima da zona neutra e forma um pequeno "cone", onde
se inicia a combustão do gás. Nesta zona forma-se monóxido de carbono, que se decompõe por ação do calor dando
origem a pequenas partículas de carbono, que, sendo incandescentes, dão luminosidade à chama e espalham-se
sobre a tela de amianto na forma de "negro de fumo". Região da chama de temperatura intermediária (530 ºC a
1540 ºC).
Zona oxidante: zona externa de cor violeta-pálido, quase invisível, que compreende toda a região acima e ao redor da
zona redutora. Os gases que são expostos ao ar sofrem combustão completa, formando gás carbônico e água. Região
de maior temperatura (1540 ºC).
Transferência de sólidos: não utilizar a mesma espátula para transferir amostras de substâncias diferentes. Este
procedimento pode contaminar os reagentes.
Transferência de líquidos: pode-se usar conta-gotas, bastão de vidro, funil de vidro e pipetas.
Leitura do nível de um líquido - menisco: para ler corretamente o nível de um líquido, é importante olhar pela linha
tangente ao menisco, que é côncavo, no caso de líquidos que aderem ao vidro, e convexo, no caso de líquidos que não
aderem ao vidro (mercúrio). O menisco consiste na interface entre o ar e o liquido a ser medido. O seu ajuste deve ser
feito de modo que o seu ponto inferior fique horizontalmente tangente ao plano superior da linha de referência ou traço
de graduação, mantendo o plano de visão coincidente com esse mesmo plano.
29
Laboratório de Química – QUI126 2015
Papel de filtro dobrado liso: é utilizado quando se deseja produzir uma filtração mais lenta e o líquido é o que mais
interessa no processo.
Papel de filtro pregueado: é utilizado quando se deseja produzir uma filtração mais rápida e o sólido é o que mais
interessa no processo.
Filtração simples e a vácuo: a filtração simples é o processo usado para a separação de uma mistura heterogênea
sólido-líquido. Na filtração à vácuo de uma mistura sólido-líquido usa-se um funil chamado de funil de Buchner, cujo
fundo é perfurado e sobre o qual se coloca o papel de filtro.
vácuo
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Decantação: o processo de decantação é utilizado na separação de dois líquidos não miscíveis.
Fonte: http://www.quiprocura.net/separa_mistura2.htm
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PARTE PRÁTICA
• Com o auxílio de uma pipeta graduada e de uma pêra, meça 10 mL de água destilada contida no béquer e
transfira para o erlenmeyer de volume apropriado.
• Utilizando uma garra, prenda uma bureta de 25 ou 50 mL a um suporte universal. Com o auxílio de um béquer,
preencha uma bureta com água destilada. Tire a bolha e acerte o zero. Deixe escoar 12 mL de água para o
erlenmeyer.
• Utilizando um almofariz com pistilo, triture bastões de giz até a completa pulverização do mesmo.
• Utilizando uma balança e com o auxílio de um vidro de relógio e uma espátula, pese 0,3570 g do sólido
triturado.
• Transfira o pó de giz pesado para um béquer e adicione, com o auxílio de uma proveta, 25 mL de água
destilada. Agite a mistura com um bastão de vidro.
• Filtre a mistura, utilizando a técnica de filtração simples. Use o papel de filtro dobrado corretamente.
• Em um béquer com auxílio de uma proveta, prepare uma mistura contendo 10 mL de água e 10mL de óleo.
• Transfira a mistura para o funil de decantação e realize a separação das fases.
• Colocar uma pequena porção de sulfato de cobre pulverizado em um cadinho de porcelana, adaptado num
triângulo de porcelana.
• Aqueça com a chama forte.
• Observar depois de alguns minutos a mudança de cor do composto.
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Referência Bibliográfica:
1. Trindade, D.F.; Oliveira, F.P.; Banuth, G.S.L.; Bispo, J.G. Química Básica Experimental, Editora Icone, São Paulo,
SP, 1998. (ISBN: 85-274-0511-3).
AUTO-AVALIAÇÃO
1. Porque a maioria dos materiais usados em laboratórios químicos são feitos de vidro?
3. Quando deve ser usada uma pipeta volumétrica? E uma pipeta graduada?
5. O que é calcinação?
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Laboratório de Química – QUI126 2015
_______________________________________________________________________________________________
OBJETIVOS
_______________________________________________________________________________________________
Dica para o acompanhamento desta aula. Procure recordar os conteúdos de nomenclatura dos
compostos inorgânicos (ácidos, bases, sais, óxidos), número de oxidação, fórmulas químicas (símbolo dos
elementos, ânions e cátions). As técnicas básicas de laboratório sempre serão utilizadas nas aulas de
química.
Nomenclatura
dos
compostos
Técnicas
básicas de
laboratório
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Os químicos já investigaram centenas de milhares de reações e outras milhares esperam ser investigadas.
Reação química é uma transformação em que uma espécie de matéria, ou mais de uma, se transforma em
uma nova espécie de matéria ou em diversas novas espécies de matéria. As mudanças que ocorrem em qualquer
reação envolvem, simplesmente, a reorganização dos átomos (lei da conservação da massa - Lavoisier).
Podemos representá-la usando a equação química equilibrada, que mostra as quantidades relativas dos
reagentes (substâncias que se combinam na reação) e dos produtos (substâncias que se formaram). Esta relação
entre as quantidades dos reagentes e produtos é chamada de estequiometria, e os coeficientes das fórmulas, na
equação equilibrada, são os coeficientes estequiométricos.
Numa equação química indicam-se os estados físicos dos reagentes e produtos. O símbolo (s) indica sólido,
(g) indica gás e (l) líquido. As reações químicas podem ser divididas em dois grupos: a) reações químicas em que há
transferência de elétrons e b) reações químicas em que não há transferência de elétrons. Conforme sua natureza,
podem ainda ser classificadas como reações de: síntese, decomposição ou análise, deslocamento ou troca, dupla
troca, oxidação-redução, exotérmicas e endotérmicas.
PARTE PRÁTICA
Procedimento 1:
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Monte o esquema conforme representado na figura abaixo, de forma que a vara de vidro fique imersa na água
de cal.
Represente, no quadro abaixo, a equação química completa da reação ocorrida no procedimento 3, TUBO 1.
Represente, no quadro abaixo, a equação química completa da reação ocorrida no procedimento 3, TUBO 2.
Procedimento 4:
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Qual o nome IUPAC dos compostos formados na reação ocorrida no procedimento 4.
Procedimento 5:
Procedimento 6:
T inicial = T final =
Represente, no quadro abaixo, a equação química completa da reação ocorrida no procedimento 6.
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Qual o nome IUPAC dos compostos formados na reação ocorrida no procedimento 6.
Procedimento 7:
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Referências Bibliográficas:
1. Voguel, A . I; Química Analítica Qualitativa, 5ª Edição, Editora Mestre Jou, São Paulo,1981.
2. Lenzi, E. Favero, L.O.B.; Tanaka, A.S.; Filho, E.A.V.; Silva, M.B. Química Geral Experimental, Freitas Bastos
Editora, Rio de Janeiro, 2004 (ISBN: 85-353-0217-4)
AUTO-AVALIAÇÃO
2. O que é um precipitado?
3. Quais das reações realizadas na parte prática podem ser classificadas como
de reações de oxi-redução? Identifique, nestas reações, a espécie oxidante e
a redutora.
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Laboratório de Química – QUI126 2015
_______________________________________________________________________________________________
OBJETIVOS
▶ Determinar a estequiometria de uma reação através dos métodos das variáveis contínuas;
▶ Determinar a fórmula mínima de um composto, através de reação química, usando o método das variáveis
contínuas.
_______________________________________________________________________________________________
Lei de
Lavoisier
Lei de
Proust
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A fórmula química de uma substância indica a espécie e o número relativo dos átomos que se combinam para
formar a substância, enquanto as equações químicas indicam as substâncias que reagem e as que são produzidas,
bem como a relação molar das mesmas na reação.
Em condições idênticas, uma reação química obedece sempre às mesmas relações ponderais, ou seja,
obedece a uma determinada estequiometria. A estequiometria, portanto, relaciona-se com as informações quantitativas
que podem ser tiradas de uma reação química. Havendo excesso de um dos reagentes, este excesso não reage,
podendo ser recuperado.
Um método simples para determinar a estequiometria de uma reação é o método das variáveis contínuas.
Consideremos a sua aplicação no caso de 2 substâncias “A” e “B” (que podem ser moléculas ou íons) que reagem
formando o composto AxBy.
xA + yB AxBy
O problema consiste em determinar os valores de “x” e “y”. Para isso, devem ser efetuados diversos ensaios,
misturando-se quantidades variáveis de A e B, de tal modo que a soma das concentrações iniciais de A e B na mistura
seja sempre a mesma (mesmo número de mols total de A e B, para um mesmo volume final de mistura, em todos os
ensaios). A quantidade de produto que se forma em cada ensaio deve ser medida, por meio de algum processo
adequado.
O método consiste, portanto, em verificar em qual dos ensaios se obtém a maior quantidade de produto. A
relação entre os números de mols de A e B usados neste ensaio nos dá a relação entre x e y. No caso particular da
equação acima, este resultado nos fornece, também, a fórmula do composto AxBy.
O método das variáveis contínuas é de aplicação ampla, podendo ser usado para diferentes tipos de sistemas.
Assim, no caso em que se forma um produto gasoso, pode-se medir o volume de gás obtido; se a reação é exotérmica,
pode-se determinar a quantidade de calor liberada; em outros casos, pode-se utilizar uma série de métodos
instrumentais, em que mede a variação de alguma propriedade físico-química do sistema, por exemplo: medidas
calorimétricas, potenciométricas, condutométricas, etc.
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PARTE PRÁTICA
• Colocar, em uma bateria, cinco tubos de ensaio e numerá-los.
• Conforme tabela abaixo, adicionar em cada tubo de ensaio as quantidades respectivas das soluções “A” e “B”.
• Misturar as soluções adicionadas aos tubos de ensaio, com o auxílio de um bastão de vidro, e deixar decantar
por aproximadamente 20 minutos.
• Medir, com uma régua, a altura do precipitado em cada tubo.
Tubos de Ensaio
Reagente 1 2 3 4 5
Solução "A" (mL) 1 2 3 4 5
Solução "B" (mL) 5 4 3 2 1
Altura do ppt (cm)
Como o produto formado é pouco solúvel, pode-se, também, filtrar os precipitados formados e pesá-los (para
isso é necessário antes da pesagem lavá-los com água destilada e álcool etílico e colocá-los na estufa à
temperatura de 100-110ºC durante 15 minutos).
Construa um gráfico dos volumes das soluções “A” e “B” em função da altura dos precipitados formados, e com base
nas observações e nesse gráfico, determine a fórmula mínima do composto formado na reação ocorrida entre as
soluções “A” e “B”.
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Referência Bibliográfica:
1. Atkins, P.; Jones, L. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente, 3ª edição, Editora Bookman,
2006.
AUTO-AVALIAÇÃO
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_______________________________________________________________________________________________
OBJETIVOS
▶ Fazer cálculos prévios da quantidade de reagentes sólidos ou líquidos necessários para o preparo de soluções com
concentração pré-estabelecida;
No nosso cotidiano vários dos produtos comercializados em supermercados e farmácias são soluções.
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Uma solução é uma mistura homogênea de duas ou mais substâncias. Nesta o componente que existir em
menor quantidade é chamada de soluto. Qualquer substância que forme um sistema homogêneo com a água, esta
será sempre considerada como solvente, mesmo que esteja em menor quantidade.
No preparo de soluções as vidrarias utilizadas são a pipeta volumétrica e o balão volumétrico, este possui
um traço de aferição situado no gargalo, que determina o limite da capacidade do mesmo. Quando o solvente atingir o
traço de aferição, observa-se a formação de um menisco.
LEITURA DO MENISCO
Para soluções translúcidas a leitura sempre se faz na parte inferior do menisco, enquanto para soluções não translúcidas a
leitura se faz na parte superior do menisco.
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Nos rótulos dos reagentes, nem os de alto grau de pureza são 100% puros. Para cada aplicação específica existe
um reagente específico.
37% em massa de
ácido clorídrico
98% em massa de
ácido sulfúrico
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g.L-1 mol.L-1
Representa a massa É o número de mols
(em g) do soluto por de uma substância
litro de solução por litro de solução
FÓRMULAS IMPORTANTES
FÓRMULA UNIDADE
Concentração comum g/mL
C=m
V
Número de mol mol
n= m
MM
Molaridade mol/L
M= m
MM.V
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1. Pesar o soluto;
2. Dissolver o soluto em um béquer usando uma pequena quantidade de solvente;
3. Transferir quantitativamente para o balão volumétrico;
4. Completar o volume com o solvente;
5. Homogeneizar a solução;
6. Padronizar a solução padrão, quando necessário;
7. Guardar as soluções em recipientes adequados e rotulados.
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PARTE PRÁTICA
Procedimento 1: soluto sólido
Apresente, abaixo, os cálculos necessários para determinação da massa de CUSO4. 5H2O a ser pesada.
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Apresente, abaixo, os cálculos necessários para determinação da massa de sacarose a ser pesada.
Qual a molaridade
da solução de
sacarose a 1%?
PROPRIEDADES
Fórmula química C12H22O11
Massa molar 342,24 g/mol
Aparência cristais brancos
Densidade 1,57 g/mL (30ºC)
Ponto de fusão 160-192ºC decompõe-se
Solubilidade em água 1970 g/mL a 20ºC
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Nunca ponha água sobre o ácido. Verta o ácido sobre a água lentamente e
sob agitação constante.
Apresente, abaixo, os cálculos necessários para determinação do volume de HCl a ser medido.
Densidade do HCl
1,19 g/mL
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Referências Bibliográficas:
1. Matos, R.C. Práticas de Análise Quantitativa, Departamento de Química, UFJF, Juiz de Fora, 2012.
2. Basset, J.; Denney, R. C.; Jeffery, G. H. e Mendham, J.; VOGEL – Análise Inorgânica Quantitativa,
Ed. Guanabara Dois, Rio de Janeiro, 1981.
AUTO-AVALIAÇÃO
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Laboratório de Química – QUI126 2015
▶Preparar e fazer cálculos prévios para o preparo de soluções diluídas a partir de soluções estoque;
Com freqüência é necessário preparar uma solução diluída a partir de uma solução mais concentrada.
Por exemplo, o rótulo da água sanitária abaixo, informa na composição (componente ativo: hipoclorito de
sódio – 2,0 a 2,5% de cloro ativo) e no modo de usar (lavagem de roupas brancas e remoção de manchas – coloque 1
copo (200 mL) de água sanitária em 20 L de água). Neste caso estamos fazendo uma diluição da solução estoque.
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Diluir uma solução significa adicionar a ela mais solvente, não alterando a massa do soluto. O princípio básico
da diluição é que o número de mol do soluto é o mesmo na alíquota da solução concentrada e na diluída.
Ci = ms / vi Cf = ms / vf
ms = Ci . Vi ms = Cf . Vf
Ci . Vi = Cf . Vf
Fórmula de diluição
As substâncias podem ser classificadas como ácido ou base. Os ácidos e as bases são as duas funções mais
importantes da química e podem ser experimentalmente classificadas através da medida do pH das soluções na qual
estas substâncias estão presentes.Com tamanha frequência em nosso ambiente, não é de se espantar que os ácidos e
bases tenham sido estudados por tantos séculos. Os próprios termos são medievais: "Ácido" vem da palavra latina
"acidus", que significa azedo. Inicialmente, o termo era aplicado ao vinagre, mas outras substâncias com propriedades
semelhantes passaram a ter esta denominação. "Álcali", outro termo para bases, vem da palavra arábica "alkali", que
significa cinzas.
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Laboratório de Química – QUI126 2015
A DILUIÇÃO DE SOLUÇÕES DEVE SEGUIR A SEGUINTE ORDEM:
Conforme mencionado
cionado acima, a diluição de uma solução consiste em aumentar a quantidade do solvente, não
alterando a massa do soluto. Em outras palavras, a diluição de uma solução leva à diminuição da concentração do
soluto. Quando o soluto é um ácido ou uma base forte (totalmente ionizados em água), a concentração da solução será
igual à concentração de íons H+ (para soluções ácidas) e OH- (para soluções básicas). A concentração de íons H+ e
OH-pode ser expressa
pressa em termos de pH. Medir e controlar o pH de substâncias são procedimentos comuns no dia-a-
dia
dia: medimos e controlamoso pH daa água de um umaa piscina, da água de um aquário ou do solo. Até mesmo nosso
sangue deve manter um pH entre os valores de 7,35 e 7,45. O equilíbrio é tão importante que a variação de 0,4 no
valor do pH do sangue pode ser fatal. Num laboratório químico o pH de soluções deve ser constantemente controlado
em diversos procedimentos.
Assim, define-se:
pH = − log[H 3O + ] = − log[H + ] pOH = − log[OH - ]
pH + pOH = 14 (à 25°C)
56
Laboratório de Química – QUI126 2015
Como a diluição de uma solução leva à diminuição da concentração do soluto, soluto o efeito da diluição na
+ -
concentração dos íons H e OH pode ser ex expressa em termos do valor de pH.
Indicadores de pH
Várias substâncias apresentam
esentam cores em solução aquosa. A Algumas substâncias,
tâncias, além de apresentarem cor,
podem ser usadas
sadas como indicadores de pH, pois a cor varia com o pH da solução. A primeira teoria sobre os
indicadores, dita teoria iônica dos indicadores
indicadores,, é creditada a W. Ostwald (1894), tendo como base a teoria da
dissociação eletrolítica iônica dos indicadores
indicadores. Segundo esta teoria,, os indicadores são bases ou ácidos fracos cuja
cor das moléculas não-dissociadas
dissociadas difere da cor dos respectivos íons. Pela teoria de Ostwald o indicador na forma
ácida (HIn) ou básica (InOH) não dissociada
dissociada,teria
teria uma cor diversa daquela que teriam seus íons.
íon
Indicadores Ácidos:: possuem hidrogênio(s) ionizável(eis) na estrutura. Quando o meio está ácido (pH<7), a
molécula de indicador é "forçada" a manter seus hidrogênios devido ao efeito do íon comum. Nesta situação a
molécula está neutra. Quando o meio está bbásico
ásico (pH>7), os hidrogênios do indicador são fortemente atraídos pelos
grupos OH-(hidroxila) para formarem água, e neste processo são liberados os ânions do indicador (que possuem
coloração diferente da coloração da molécula).
Indicadores Básicos: possuem o grupo ionizável OH- (hidroxila), portanto, em meio alcalino (pH>7) as
moléculas do indicador "são mantidas" não
não-ionizadas,
ionizadas, e em meio ácido (pH<7) os grupos hidroxila são retirados das
moléculas do indicador para a formação de água, neste processo são liberados os cátions (de coloração diferente da
coloração da molécula).
A teoria cromófora oferece uma explicação única para a formação das cores: "A coloração das substâncias
deve-se
se à presença de certos grupos de átomos ou ligações duplas nas molémoléculas".. A teoria cromófora explica a
mudança de coloração dos indicadores como devida a um reagrupamento molecular determinado pela variação das
condições de pH do meio, que define o surgimento ou desaparecimento de ‘grupos cromóforos’
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Existem muitos outros indicadores, tais como os mostrados na tabela abaixo com os seus respectivos valores
de pH nos ‘pontos de viragem’:
Soluções aquosas ou alcoólicas de indicadores podem ser utilizadas diretamente em uma pequena quantidade
da solução a ser testada, caso esta seja incolo
incolor, aplicando-se
se algumas poucas gotas e observando-se
observando a coloração
obtida. Em soluções coloridas, o uso de indicadores cromóforos pode ser prejudicado, sendo necessário então o uso
de peagâmetros, num sistema com eletrodos sensíveis à concentração de íons H+.
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Além disso, existem disponíveis no comércio papéis de teste de pH, que vêm impregnados com um ou mais
indicadores. Para se ter uma idéia aproximadado pH, coloca-se uma gota da solução a ser testada em uma tira do
papel, e a cor resultante é comparada com um código de cores. Alguns papéis de teste são impregnados com diversos
corantes, e trazem na embalagem uma escala de cores abrangendo toda a escala de pH, de 0 até 14. São os
chamados papéis indicadores universais.
O papel de tornassol é muito usado para a avaliação qualitativa do pH de uma solução, indicando apenas se
a solução é ácida ou básica. Abaixo de pH 4,7 o tornassol é vermelho e acima de pH 8,3 o tornassol é azul (a transição
da mudança de cor ocorre na faixa de pH entre 4,7 e 8,3, com o centro dessa mudança em aproximadamente pH 6,5,
muito próximo do pH de uma solução neutra). Quando uma solução ácida é gotejada sobre um papel de tornassol
azul, este torna-se vermelho (no papel vermelho nada acontece). Quando uma solução básica é gotejada sobre um
papel de tornassol vermelho, este torna-se azul (no papel azul nada acontece).
Fenolftaleína
Papel de Tornassol azul e vermelho
pH < 8,2
pH > 8,2
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Laboratório de Química – QUI126 2015
PARTE PRÁTICA
• Medir, com o auxílio de uma pipeta volumétrica, 1,00 mL da solução de HCl 0,1 mol/L, preparada na aula
anterior.
• Transferir para um balão volumétrico de 100 mL.
• Completar com água até o traço de aferição.
• Agitar o balão para homogeneizar a solução.
• Medir, com o auxílio de uma pipeta volumétrica, 1,00 mL da solução de NaOH 0,1 mol/L.
• Transferir para um balão volumétrico de 100 mL.
• Completar com água até o traço de aferição.
• Agitar o balão para homogeneizar a solução.
Apresente, abaixo, os cálculos para determinação da concentração da solução de NaOH recém preparada.
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Procedimento 3: Determinação qualitativa do pH com papel de tornassol
• Em uma bateria de 5 tubos de ensaio adicione, com o auxílio de uma pipeta de Pasteur, em cada tubo,
aproximadamente 1mL da solução de HCl0,1M (tubo 1), 1mL da solução de HCl diluída (tubo 2), 1mL de água
destilada (tubo 3), 1mL da solução de NaOH 0,1M (tubo 4) e 1mL da solução de NaOH diluída (tubo 5);
• Mergulhe um bastão de vidro em cada tubo e faça o teste com papéis de tornassol azul e vermelho e preencha
a tabela à seguir com a cor observada:
• Faça o mesmo teste do procedimento anterior, dessa fez utilizando um pedaço de papel indicador universal e
preencha a tabela abaixo com o valor aproximado do pH obtido para cada solução:
• Compare os valores obtidos experimentalmente com aqueles calculados nos procedimentos 1 e 2. Existe
alguma diferença apreciável? Você seria capaz de apontar alguma fonte do erro?
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Procedimento 6: Determinação do pH utilizando os indicadores alaranjado-de-metila e azul-de-bromotimol
Referências Bibliográficas:
1. Lima, V.A.; Battaggia, M.; Guaracho, A.; Química Nova na Escola, 1995,V.1,33.
2. Ebbing, D.D.; Química Geral, vol. 1, LTC– Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, Rio de Janeiro, RJ, 1998, p.90.
3. Brady, James E., Senese, F.; Química, a matéria e suas transformações, 5ª Ed. 2009, LTC.
4. http://www.ufpa.br/quimicanalitica/sindicador.htm
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AUTO-AVALIAÇÃO
2. Certa substância presente no repolho roxo é responsável pela cor lilás de seu
extrato, que pode ser utilizado como indicador de pH. Pesquise e descubra
qual substância presente no repolho é responsável pela cor lilás e quais
cores ela apresenta em função do pH.
5. Calcule o volume de uma solução de NaOH 0,1 mol/L a ser usado para o
preparo de 50 mL de uma nova solução de concentração 0,02 mol/L.
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_______________________________________________________________________________________________
OBJETIVOS
• O vinagre possui uma acidez de no mínimo 4% m/v de ácido acético e, no máximo 1% v/v de álcool
(Fonte: Ministério da Agricultura – Portaria nº 745 de 24 de outubro de 1977).
• O soro fisiológico contém 0,9% m/v de cloreto de sódio.
• No Brasil, a portaria Ministério da Saúde N.º 2.914 de 14 de dezembro de 2011, estabelece o limite
máximo de 500mg de CaCO3 por litro para que a água seja admitida como potável.
Veja os respectivos rótulos abaixo, na qual consta, dentre outras informações, a concentração
exigida pela legislação.
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Laboratório de Química – QUI126 2015
A determinação quantitativa de substâncias químicas em uma amostra pode ser feita através de várias
técnicas analíticas, uma delas é a chamada titulação.
Titulação é uma técnica comum de laboratório em análise química quantitativa, usado para determinar a
concentração de um reagente conhecido.
O pH de uma solução pode ser calculado através da expressão matemática pH = - log [H+], sendo que
pOH = - log [OH-] e pH + pOH = 14.
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Escala de pH:
Na escala de pH, as substâncias cujo pH é menor que 7 são classificadas como ácidas, aquelas que
apresentam pH maior que 7 são classificadas como básicas, e aquelas que apresentam pH 7 são consideradas
neutras.
neutro
acidez crescente basicidade crescente
0 7 14
pH --------------------------------------------------------
Nesse processo de titulação faz-se reagir um ácido com uma base até que se atinja o ponto de equivalência.
O ponto de equivalência, em geral, ocorre sem nenhuma mudança visual no sistema. Por isso, para se verificar o ponto
de equivalência, adiciona-se ao sistema um reagente auxiliar denominado indicador.
À medida que é adicionado o titulante ao titulado, o pH da solução (titulante+titulado) vai variar, sendo possível
construir um gráfico desta variação, ao qual se dá o nome de curva de titulação.
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Laboratório de Química – QUI126 2015
A curva
rva de titulação é um gráfico de
pH em função do volume do titulante
Titulante
adicionado. A forma da curva varia em
função da força dos ácidos e bases
que irão reagir.
Titulado
Porque construir a
curva de titulação?
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• Ácido forte x Base forte: 100 mL de HCl 0,1 mol/L com NaOH 0,1 mol/L
Ponto de equivalência
• Ácido fraco x Base forte: 100 mL de CH3COOH 0,1 mol/L com NaOH 0,1 mol/L
Ponto de equivalência
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Indicadores ácido-base:
Os indicadores ácido-base são substâncias de caráter fracamente ácido ou básico que sofrem mudanças
visíveis (mudança de cor) devido às variações de [H+] nas proximidades do ponto de equivalência. O ponto em que
ocorre esta mudança de cor denomina-se ponto final da titulação. Assim podemos dizer que um indicador ácido-base
é uma substância que apresenta uma variação de cor dentro de uma região determinada de pH, conhecida como zona
de viragem ou zona de transição. O ponto final não coincide necessariamente com o ponto de equivalência. A diferença
entre estes dois pontos constitue o erro da titulação. Esse erro é tanto menor quanto mais o ponto final se aproxima do
ponto de equivalência. A proximidade entre o ponto final e o ponto de equivalência depende do indicador utilizado. Por
esta razão é de grande importância para precisão do método titulométrico a escolha conveniente do indicador. A
escolha adequada do indicador é feita através das curvas de titulação.
Abaixo estão representados vários indicadores ácido-base e as respectivas faixas de pH em que ocorre a
mudança de cor.
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Laboratório de Química – QUI126 2015
PARTE PRÁTICA
Procedimento 1: Determinação da concentração exata da solução de HCl 0,1 mol/L preparada na aula 5
• Lavar uma bureta de 25 mL com água destilada e, em seguida, duas vezes com pequenas porções de
aproximadamente 3 mL de uma solução padrão de NaOH 0,1 mol/L (concentração conhecida – solução
padrão). Desprezar as lavagens. Prender a bureta a um suporte apropriado.
• Com o auxílio de um funil, encher a bureta com a solução de NaOH 0,1 mol/L até um pouco acima do traço
que indica zero mL. Retirar as bolhas de ar que possam ter ficado no bico da bureta ou aderidas às suas
paredes internas. Abrindo a torneira da bureta, deixe escoar a solução até que a parte inferior do menisco
coincida com a referência do zero mL.
• Colocar em um erlenmeyer de 125 mL, 10 mL de uma solução de HCl 0,1 mol/L preparada em aula anterior
(concentração aproximada).
• Adicionar à solução do erlenmeyer 3 gotas de solução alcoólica a 1% de fenolftaleína e agitar em seguida.
• Deixar escoar, lentamente, a solução da bureta sobre a solução do erlenmeyer, agitando-o sempre, até que
persista uma coloração levemente rósea. Anotar o volume de NaOH 0,1 mol/L adicionado e calcular a
concentração exata da solução de HCl utilizada.
OBS: normalmente este procedimento é feito em triplicata e a média dos volumes do titulante, nas 3 titulações, é a
que é usada nos cálculos da concentração exata.
Apresente, abaixo, o cálculo da concentração exata da solução de HCl 0,1 mol/L preparada na aula 5.
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Laboratório de Química – QUI126 2015
• Transferir uma alíquota de 10 mL da amostra de vinagre para um erlenmeyer de 125 mL, com o auxílio de
uma pipeta volumétrica de 10 mL.
• Adicionar à solução do erlenmeyer 3 gotas de solução alcoólica a 1% de fenolftaleína e agitar em seguida.
• Titular com solução padrão de NaOH 1 mol/L até o aparecimento de uma leve coloração rósea, que
persista por 30 segundos. Anotar o volume.
• Fazer a determinação em duplicata.
Teor de acidez:
Cálculo em % m/v:
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Referências Bibliográficas:
1. Kotz, J.C.; Treichel, P.Jr.; Química e Reações Químicas, 3ª Edição, LTC Editora, Rio de Janeiro - RJ, V.2,
1998.
2. Kotz, J.C.; Treichel, P.M.; Química Geral e Reações Químicas, Tradução da 6ª edição norte-americana,
Cengage Learning, V.1, 2009,
3. http://www.ufjf.br/nupis/files/2011/04/aula-4-Volumetria-de-Neutraliza%C3%A7%C3%A3o-alunos-2011.12.pdf
(acessado em 20/05/2014)
AUTO-AVALIAÇÃO
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Laboratório de Química – QUI126 2015
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OBJETIVOS
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Quando uma reação química começa a ocorrer, os reagentes começam a desaparecer com uma certa
velocidade (v1) e começa a aparecer o(s) produto(s). No momento em que começa a aparecer o(s) produto(s), num
sistema fechado, estes começam a reagir entre si com um velocidade (v2) muito pequena (no início v2 = zero) no
sentido de formar os reagentes que os originaram. Quando a velocidade v1 tende a diminuir, a velocidade v2 tende a
crescer. Quando as duas velocidades forem iguais, isto é v1 = v2, alcançamos o estado de equilíbrio. Este estado de
equilíbrio é expresso por uma constante de equilíbrio, que estabelece quando v1 = v2.
Vamos analisar o seguinte exemplo:
Misturamos hidrogênio (H2) e iodo (I2) os quais vão reagir e produzir o produto ácido iodídrico (HI). Na hora da
mistura (t=0) dá-se início à reação com velocidade v1 (máxima) e diretamente proporcional à concentração dos dois
reagentes. Ou seja:
v1 ∝ [H2].[I2]
Para tirar a proporcionalidade temos que introduzir a constante de proporcionalidade k1, denominada de
constante de velocidade, então v1 = k1. [H2].[I2].
No momento em que começa a formar o produto HI, inicia o processo de reação para formar (H2) e (I2) com
uma velocidade v2. De forma semelhante:
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Existem dois tipos de equilíbrio químico, o homogêneo e o heterogêneo. O equilíbrio químico no qual todas as
substâncias que fazem parte são de mesma fase ou estado físico é chamado de equilíbrio homogêneo. O equilíbrio
heterogêneo é aquele no qual uma substância, no mínimo, está em uma fase diferente das outras.
Uma reação reversível é aquela que ocorre nos dois sentidos, isto é, dos reagentes para os produtos e dos
produtos para os reagentes de forma significativa, pois todas as reações químicas tendem ao equilíbrio e como tal,
sempre tem o caráter da reversibilidade, porém, nem sempre de forma visível.
O estado de equilíbrio de um sistema pode ser alterado por variações da temperatura, pressão e concentração
dos reagentes. Essa alteração pode ser prevista pelo Princípio de Le Châtelier: “Quando um sistema em equilíbrio é
submetido a uma ação, o equilíbrio se desloca no sentido de contrabalançar esta ação”.
No exemplo da página anterior ao adicionar iodo no sistema em equilíbrio, a velocidade no sentido direto (v1)
será aumentada. Quando o novo equilíbrio é restabelecido, [I2] e [HI] serão mais elevadas e [H2] será mais baixa,
porém K terá o mesmo valor.
Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/HenriLou.html
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Laboratório de Química – QUI126 2015
PARTE PRÁTICA
• Em um tubo de ensaio, adicionar 2 mL de solução de ácido acético 0,5 mol/L e verificar o pH com papel
indicador universal. pH inicial =
• Em seguida, adicionar ao sistema uma pequena quantidade de acetato de sódio sólido. Verificar novamente o
pH. pH final =
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Laboratório de Química – QUI126 2015
• Em um tubo de ensaio, adicionar 2 mL de solução de amônia 0,5 mol/L e verificar o pH com papel indicador
universal. pH inicial =
• Em seguida, adicionar ao sistema uma pequena quantidade de cloreto de amônio. Verificar novamente o pH.
pH final =
Em um equilíbrio de íons, a adição de espécies químicas pode contemplar íons que já existam no
sistema ou não. Se o íon adicionado já existe no equilíbrio (íon comum), seu comportamento será como na adição de
qualquer substância que já existe na reação. Se for adicionada alguma espécie que não possui no sistema e ela reagir
com alguma presente no equilíbrio, devemos estudar o efeito da diminuição da concentração desta segunda
substância. Se a substância adicionada não reagir no equilíbrio, seu acréscimo não modificará o sistema.
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Referências Bibliográficas:
1. Lenzi, E. [et al], Química Geral Experimental, Freitas Bastos Editora, Rio de Janeiro, RJ, 2004.
ISBN: 85-353-0217-4.
2. Giesbrecht, E., Experiências de Química, Técnicas e Conceitos Básicos - PEQ - Projetos de Ensino de
Química, Ed. Moderna – Universidade de São Paulo, SP, 1979.
AUTO-AVALIAÇÃO
4. Os cálculos renais, popularmente chamado pedras nos rins, são agregados cristalinos
compostos por alguns diversos sais e outras substâncias, dentre eles o Ca3(PO4)2, que
se forma na reação entre os íons presentes no sangue, conforme reação abaixo.
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OBJETIVOS
Vocês se lembram das aulas da disciplina de Laboratório de Ciências? Em algumas delas foi realizado
experimentos que mostravam as variações energéticas ocorridas a partir de reações químicas. Retorne ao roteiro de
prática e reveja estes experimentos que tem relação com a aula de hoje.
Todos os processos físicos e químicos envolvem, além das transformações químicas, mudanças de estados
físicos e variações energéticas. Desta maneira, um enfoque que é dado pela calorimetria se baseia justamente em
medir as variações energéticas que acompanham os processos físicos e químicos. A parte da calorimetria que trata
especificamente das variações de temperatura é conhecida como Termoquímica. O conceito da calorimetria envolve a
aplicação da primeira lei da Termodinâmica que estabelece que a energia é conservada nas transformações.
As reações químicas sempre estão acompanhadas de uma liberação ou absorção de energia. Se a energia
dos produtos for menor que a energia dos reagentes, então o sistema libera energia na forma de calor (reação
exotérmica), causando aumento na temperatura do meio. Por outro lado, se a energia dos produtos for maior que a
energia dos reagentes, o sistema absorve energia durante a reação (reação endotérmica), retirando calor do meio e
conseqüentemente diminuindo a temperatura do sistema.
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Só existe transferência de calor quando há uma diferença de temperatura entre dois sistemas.
TEMPERATURA ≠ CALOR
Temperatura - grandeza física utilizada para medir o grau de agitação ou a energia cinética das
moléculas.
Calor - Energia térmica que flui de um corpo para outro em virtude da diferença de temperatura entre eles.
A energia de qualquer sistema pode ser expressa em termos de seu equivalente em calor, entalpia (H).
Quando a reação é conduzida sob pressão constante, a variação de entalpia, designada por ∆H, é dada
simplesmente pela diferença entre as entalpias dos produtos e dos reagentes, como representado pela expressão
abaixo.
Equação 1
∆H = ∑Hf (produtos) - ∑Hf (reagentes)
Hf = entalpia de formação das substâncias ∆H = expressos em Joule (J)
Para medir as entalpias de reação empregam-se geralmente calorímetros, que consistem usualmente de uma
câmara de reação que contém um termômetro e um agitador. Os calorímetros são projetados para manter a
transferência de calor entre o interior e as vizinhanças ao mínimo valor absoluto. A variação de entalpia para alguns
tipos de reações tem nome especial como, por exemplo, na dissolução de um soluto em um solvente, essa variação é
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Para calcular a quantidade de calor liberada ou absorvida durante a reação de dissolução, é necessário
conhecer a capacidade calorífica do interior do calorímetro. Esse conceito baseia-se na quantidade de calor necessária
para elevar a temperatura do sistema de 1 ºC. A determinação da capacidade calorífica de um calorímetro é feita
utilizando-se água. O calor cedido/ganho pela água deve ser igual ao calor ganho/cedido pelo calorímetro, isto é:
Equação 2
q cal = - q água
sendo:
q cal = C.∆T (calor liberado/absorvido pelo calorímetro);
C = capacidade calorífica do calorímetro e ∆T = variação da temperatura;
q água = m.c.∆T (calor absorvido/liberado pela água)
m = massa da água e c = calor específico da água
OBS: Tf é a temperatura final do calorímetro, após dissolução do sal; T2 é a temperatura do calorímetro vazio e T1 é a
temperatura da H2O dentro do calorímetro.
Equação 4
qreação = qdissolução + qcalorímetro
sendo:
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Equação 5
∆H = qreação/n
onde:
n = quantidade de matéria que dissolveu (número de mols)
Equação 6
Substituindo-se a equação 4 na equação 5 obtém-se:
∆H = [mágua . cágua . (Tf – T1) + msal . csal . (Tf – Tsal) + Ccal (Tf – T2)] / nsal
Atribuir sinal (+) para processo endotérmico e sinal (-) para processo exotérmico.
Calor Específico
Material J/gºC cal/g.ºC
Ouro 0,129 0,031
Prata 0,235 0,056
Cobre 0,385 0,092
Aço 0,435 0,104
Ferro 0,448 0,107
Vidro 0,670 0,160
Cimento (bloco) 0,780 0,186
Lã de vidro 0,800 0,190
Tijolo 0,835 0,199
Areia 0,840 0,200
Alumínio 0,903 0,216
Papel 1,340 0,320
Gelo 2,093 0,500
Água 4,186 1,000
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Especificamente nesta
aula, os grupos deverão
ser formados por 5 alunos.
PARTE PRÁTICA
• Monte o calorímetro conforme figura abaixo. Use um suporte universal e uma garra de argola para apoiar o
mesmo.
• Medir a temperatura inicial do calorímetro vazio, lembrando-se que este deverá estar tampado. T2 =
• Aquecer, em um béquer, 50 mL de água destilada a 50ºC, com uso do bico de bunsen. T1 = 50ºC
• Em seguida, adicionar rapidamente a água aquecida no calorímetro e medir a temperatura do conjunto
(calorímetro + água) após a estabilização da mesma. Aguardar aproximadamante 3 minutos. Tf =
• Efetuar os cálculos para determinação da capacidade calorífica do calorímetro.
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Procedimento 2: Determinação da entalpia de dissolução dos sais NaCl e NaHCO3
• Pesar as seguintes massas dos respectivos sais: 2,92 g de NaCl e 4,20 g de NaHCO3;
• Medir a temperatura inicial do calorímetro vazio (T2), lembrando-se que este deverá estar tampado.
• Adicionar, com uso de uma proveta, 50 mL de água no calorímetro e medir a temperatura T1.
• Adicionar, em seguida, o sal cloreto de sódio, quantitativamente.
• Fechar rapidamente o sistema e agitar manualmente para dissolução total do sal. Verificar a variação da
temperatura e anotar o valor da mesma quando esta atingir um valor constante (Tf). Aguardar
aproximadamante 3 minutos.
• Repetir os mesmos procedimentos acima para o sal bicarbonato de sódio, lembrando-se de lavar o calorímetro
e o termômetro.
T2
Tf
Tsal*
Com base na variação da temperatura, classifique a dissolução de cada sal quanto à transferência de calor.
Dissolução do NaCl:
Dissolução do NaHCO3:
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NaCl NaHCO3
NaHCO3 + 17,15
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Referências Bibliográficas:
1. Wolf, L.D.; Assumpção, M.H.M.T.; Madi, A.A.; Bonifácio, V.G.; Fartibello-Filho, O. Ecl. Quím., São Paulo, 36,
2011.
2. Brown, T.L.; LeMay, E.; Bursten, B.R.; Burdge, J.R. Química, a Ciência Central, 9ª Edição, Pearson Prentice
Hall, São Paulo, 2005.
AUTO-AVALIAÇÃO
1. Calcule:
40°C, sem mudar de fase. Qual o calor específico do material desse corpo?
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Laboratório de Química – QUI126 2015
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OBJETIVOS
Esta aula tem relação com a aula da semana anterior, na qual discutimos a função termodinâmica,
entalpia. Por isso é muito importante que você tenha entendido este conceito aplicado às reações químicas.
Função de estado:
“Apesar de normalmente não haver um meio de saber o valor preciso da energia interna de um sistema, há um valor
fixo para certo quadro de condições. As condições que influenciam a energia interna incluem a temperatura e a
pressão. Além disso, a energia interna total de um sistema é proporcional à quantidade total de matéria, no sistema,
uma vez que a energia é uma propriedade extensiva.” (BROWN, 2005). Veja o exemplo abaixo:
Suponha que o sistema definido seja aquele em que temos 50g de água a 25ºC. O sistema poderia ter chegado a esse
estado através do resfriamento de 50g de água a 100ºC ou pela fusão de 50g de gelo e, subseqüente aquecimento da
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Laboratório de Química – QUI126 2015
água a 25ºC. A energia interna da água a 25ºC é a mesma em ambos os casos. Ou seja, a energia interna, uma função
de estado, depende apenas do estado atual do sistema, e não do caminho pelo qual o sistema chegou àquele estado.
Sistema e vizinhança:
Em se tratando de uma reação química que se processa num frasco o sistema provavelmente será o conjunto de
reagentes mais produtos. O frasco é considerado como parte da vizinhança.
A entalpia, que é uma função de estado, responde pelo fluxo de calor nas mudanças químicas que ocorrem à
pressão constante quando nenhuma forma de trabalho é realizada a não ser trabalho PV. A entalpia é igual a energia
interna mais o produto da pressão pelo volume do sistema, conforme expressão abaixo:
H = E + PV
Suponhamos que a mudança ocorra à pressão constante, então a equação acima pode ser escrita da seguinte
forma:
∆H = ∆E + P∆V
Quando um sistema sofre qualquer mudança física ou química, a variação obtida em sua energia interna (∆E)
é dada pelo calor absorvido ou liberado do sistema (q), mais o trabalho realizado pelo ou no sistema (ω), ou seja:
∆E = q + ω
Substituindo o valor de ∆E e sabendo que o trabalho de expansão de um gás é dado pela expressão
ω = P ∆V, temos:
∆H = q (a pressão constante)
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Como a maioria das reações químicas usuais são realizadas em condições de pressão constante podemos
concluir que a variação da entalpia (∆H) corresponde ao calor liberado ou absorvido em um sistema.
Em virtude da variação da entalpia ser uma função de estado, o processo químico de transformação de uma
substância A em uma substância B não depende da seqüência de reações em que a transformação é feita, nem se
existem uma ou mais etapas, unicamente da quantidade de substância que sofre a variação, da natureza dos estados
inicial e final dos reagentes e produtos.
Além disso, se equações descrevendo reações químicas são combinadas de modo a originar a equação de
uma nova reação, pode-se, da mesma forma, combinar os ∆H’s das reações originais para obter-se o ∆H da nova
reação. Esse é o enunciado da Lei de Hess.
Veja o exemplo abaixo de combustão do metano. Se uma reação é executada em uma série de etapas, o ∆H
para a reação será igual à soma das variações de entalpia para as etapas individuais.
Fonte: http://www.infopedia.pt/$germain-henri-hess
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PARTE PRÁTICA
• Com o auxílio de uma proveta, medir 50 mL de água destilada e transferir para o erlenmeyer. Verificar a
temperatura do sistema. Anotar o valor. T1 =
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Procedimento 2: Determinação do calor de neutralização entre uma solução de NaOH e uma solução
de HCl (Q2)
• Com o auxílio de uma proveta, medir 50 mL de uma solução de ácido clorídrico 0,25 mol/L e transferir para o
erlenmeyer. Verificar a temperatura do sistema. Anotar o valor. T1 =
• Com o auxílio de outra proveta, medir 50 mL de uma solução de NaOH 0,25 mol/L e transferir para o
erlenmeyer contendo a solução de ácido clorídrico. A
Agitar
gitar com o auxílio de um bastão de vidro. Anotar a
temperatura máxima atingida. T2 =
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Procedimento 3: Determinação do calor de reação entre o NaOH sólido e uma solução de HCl (Q3)
• Com o auxílio de uma proveta, medir 50 mL de uma solução de ácido clorídrico 0,25 mol/L e transferir para o
erlenmeyer. Verificar a temperatura do sistema. Anotar o valor. T1 =
• Pesar 0,50g de NaOH sólido e transferir para o erlenmeyer contendo a solução de HCl. Agitar com o auxílio de
um bastão de vidro. Anotar a temperatura máxima atingida. T2 =
Calcule a quantidade de calor liberado (Q3) na reação de neutralização entre o NaOH e o HCl,
considerando os dados acima apresentados.
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Calcule os valores de variação de entalpia (∆H1, ∆H2 e ∆H3) através da equação 5 apresentada na
aula anterior. Expresse os valores encontrados em J/mol. Não se esqueça de atribuir o sinal ao
valor de ∆H.
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Laboratório de Química – QUI126 2015
Referências Bibliográficas:
1. Giesbrecht, E.; “Experiências de Química, Técnicas e Conceitos Básicos - PEQ - Projetos de Ensino de
Química”, Ed. Moderna – Universidade de São Paulo, São Paulo,1979.
2. Barros, H. L. de C.; “Química Inorgânica, Uma Introdução”, Ed. UFMG, Belo Horizonte, Minas Gerais,1992.
3. Brown, T.L.; LeMay, E.; Bursten, B.R.; Burdge, J.R. Química, a Ciência Central, 9ª Edição, Pearson Prentice
Hall, São Paulo, 2005.
AUTO-AVALIAÇÃO
experimento?
2. Que modificações poderiam ser feitas para melhorar os resultados
experimentais?
3. Determine a entalpia de combustão do metanol líquido, a 25ºC e 1 atm, em
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
REALIZAR
ANALISAR
CONCEITUAR
EXEMPLIFICAR
Sumário
Apresentação .............................................................................................................. 1
103