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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ - UFOPA

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS


TURMA CE2012

Francisco Albertino Ribeiro dos Santos

A IMPORTÂNCIA DO PROJETO DE PESQUISA

Santarém-PA
2016
A IMPORTÂNCIA DO PROJETO DE PESQUISA

A escolha de um tema de pesquisa exige um conhecimento prévio do tema a ser


pesquisado. Sem um projeto de pesquisa, os pesquisadores lançam-se a um trabalho
inseguro, desorientado, redundando em desperdício de esforços e recursos (BARROS,
1986, p.97).

O Projeto de Pesquisa é um projeto e, portanto, é redigido antes de realizar a


pesquisa. Os verbos, em geral, devem estar conjugados no presente e no futuro. Exige do
pesquisador um conhecimento prévio, obtido através da pesquisa exploratória, sobre a
viabilidade e relevância do tema, da instituição ou grupo a serem pesquisados e o
pesquisador deve partir de algumas indagações, como:

• Trata-se de um problema original?

• O problema é relevante?

• Ainda que seja “interessante”, é adequado para mim?

• Tenho hoje possibilidades reais para executar tal estudo?

• Existem recursos financeiros para a investigação deste tema?

• Terei tempo suficiente para investigar tal questão?

Já a Pesquisa científica é a investigação feita com o objetivo expresso de obter


conhecimento específico e estruturado sobre um assunto preciso. Em uma pesquisa
científica a elaboração de um projeto é uma etapa imprescindível. Fazer um projeto é
lançar ideias para a frente, é prever as etapas do trabalho, é definir aonde se quer chegar
com ele e tem o objetivo de descobrir algo novo ou mesmo explicar e esclarecer um fato
que ainda não está muito claro. A pesquisa faz com que o aluno tenha vontade de seguir
em frente com os seus objetivos criando uma atmosfera de conhecimentos que faz do seu
dia-a-dia um processo de ensino-aprendizagem que se desenvolve em planejamentos,
atividades, e construção de uma didática mais elaborada e objetiva.

Em geral, os cursos de graduação exigem que os estudantes apresentem um


projeto ou pré-projeto de pesquisa antes da elaboração da monografia final. É uma forma
de se avaliar se o caminho adotado pelo aluno poderá surtir os efeitos esperados,
auxiliando-o na construção de um objeto de investigação.

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As instituições de pesquisa - tais como o CNPq - também exigem a apresentação
de projetos de pesquisa pelos mesmos motivos expostos acima, visando avaliar também
se o projeto se enquadra nas linhas de financiamento e se o mesmo apresenta relevância
científica e social para ser fomentado através de uma bolsa de estudos.

Assim, a finalidade do projeto de pesquisa é dupla: científica e institucional. Desta


forma, sua produção deve ser rigorosa, atendendo tanto às exigências da própria pesquisa,
bem como das instituições na qual ela se insere.

Toda pesquisa deve ter um projeto. O projeto é um plano de ação para a pesquisa.
Sua função é ordenar o enfoque. A elaboração do projeto não significa tão somente
recolha e organização do material necessário para conduzir sua pesquisa, mas fornece ao
indivíduo visão global e específica daquilo que realizará em cada etapa. Além disso,
quando se pretende financiamento para uma pesquisa, é imprescindível a aprovação de
um projeto. O mesmo ocorre para a concessão de bolsas de estudo em cursos de mestrado,
doutorado ou pós-doutorado.

No projeto, nada é realizado aleatoriamente: a escolha do assunto, a tematização,


a determinação dos objetivos, a coleta de dados, sua análise e interpretação até o relatório
final, tudo isso obedece a um plano pré-estabelecido. Este plano deverá conter as célebres
perguntas: O que? Por quê? Para quê e para quem? Onde? Quando? Como? Com quê?
Entre outras.

Todo Projeto de Pesquisa divide-se em três partes principais: pré-textual, textual


e pós-textual. A parte pré-textual subdivide-se em: capa, folha de rosto, sumário. A parte
textual é o desenvolvimento do Projeto de Pesquisa, trazendo: descrição da pesquisa:
considerações iniciais, questões norteadoras, objetivos da pesquisa, justificativa da
investigação; revisão da literatura; metodologia de pesquisa; cronograma e sumário
provisório da monografia. A parte pós-textual trará as referências e os anexos, se houver.
Sendo os últimos considerados necessários, poderão constituir-se de gráficos, tabelas,
recortes de jornais, entre outros, desde que sejam pertinentes à matéria em estudo.

A elaboração do projeto de pesquisa, exige fidelidade às regras da Associação


Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): NBR 6022/1994, NBR 6023/2002, NBR
10520/2002, mas o projeto gráfico é da responsabilidade do autor do trabalho.

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Recomenda-se, para digitação, a utilização de fonte tamanho 12 para todo o texto,
excetuando-se as citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação e legendas
das ilustrações e das tabelas que devem ser digitadas em tamanho menor e uniforme. No
caso de citações de mais de três linhas, deve-se observar também um recuo de 4 cm da
margem esquerda. para textos datilografados, observa-se apenas o recuo.

Sobre pesquisa, Gil (2002) também fala em “procedimento racional e


sistemático”, e para ser realizada é imprescindível métodos e caminhos técnicos, dentre
os chamados procedimentos científicos. Pode-se dizer que neste alicerce funda-se o
edifício da ciência, na qual a construção dos conhecimentos é forjada com rigor, cuidado
e parâmetros que oferecem segurança e legitimidade às informações descobertas.

O escopo deste processo está centrado na sistematização dos procedimentos, e de


um tratamento metodológico comumente denominado de científico. O ato de pesquisa
presume um cuidadoso processo de planejamento. Para se efetivar este planejamento é
necessário que se estabeleça como etapa inicial, a elaboração do “Projeto de Pesquisa”, o
projeto funciona como um instrumento de planejamento, uma ferramenta que norteia
procedimentos e ações que se desenrolarão no decorrer da pesquisa, “o planejamento da
pesquisa concretiza-se mediante a elaboração de um projeto, que é o documento
explicitador das ações a serem desenvolvidas ao longo do processo de pesquisa” (Gil,
2002, p.19).

A bibliografia, em sua grande parte, trata o projeto superficialmente, enfocando-


o diretamente segundo as questões propriamente de método e procedimentos. Pouco se
aprofunda quase o dissociando como parte importante do “fazer” da pesquisa, talvez por
se compreender que esteja subentendido na atuação do pesquisador, o domínio das
técnicas como um a priori de que não haja muito espaço para divergências. Parece que o
projeto não passa de uma formalidade burocrática do cotidiano do pesquisador e,
portanto, de menor relevância.

Gil (2002), afirma que para elaboração correta de um projeto é imperioso que se
defina de forma bem clara o problema. A partir daí, pode-se então prever os passos, etapas
e procedimentos possíveis e desejáveis da pesquisa. A definição de um problema indica
a área de interesse a ser investigada, bem como aponta os caminhos de aprofundamento
do tema. Sua formulação deve ser em forma de pergunta, clara e precisa, devendo ser
delimitado a uma dimensão variável.

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Num segundo passo vem a construção da hipótese que decorre de um exercício
que pretende demonstrar o que ainda não ficou evidente no referencial teórico ou na
metodologia adotada, tentando responder as questões tratadas pelo problema, a partir de
base teórica que a sustente.

Na busca de respostas às questões que motivaram a realização da pesquisa, o


pesquisador estabelece um roteiro para nortear o que se almeja atingir ao término da
investigação. A este caminho dá-se o nome de Objetivos. Estes podem ter uma ação mais
abrangente ou específica. Este último, denominado de “objetivos específicos”
estabelecem os diversos patamares intermediários que deverão ser alcançados ao longo
da realização da pesquisa, que somados darão o resultado geral esperado (objetivo geral),
qual fossem os degraus de uma escada.

Na Metodologia ficam estabelecidas quais as opções tomadas e a leitura


operacional que o pesquisador fez do quadro teórico, com a apresentação do detalhamento
de todas as etapas e procedimentos que serão necessários para a realização da pesquisa.

O item Recursos geralmente só aparece em pesquisas que pleiteiam, para sua


realização, financiamento junto a Agências de Fomento à Pesquisa ou congêneres. Assim,
devem ser selecionados todos os recursos (físicos, materiais, financeiros e humanos)
necessários para a realização da pesquisa.

No Cronograma pode-se organizar o tempo necessário para realização de cada


uma das etapas propostas no projeto. Neste item devem ser discriminados todas as ações
e procedimentos, prevendo-se a o período de execução, com sua duração e as respectivas
datas de realização utilizando como base as informações previstas no tópico Metodologia
para prever o tempo de execução e as datas.

Severino (2000) faz reflexões sobre o fato de que a realização de uma pesquisa
geralmente está contida no contexto de cursos de pós-graduação, atuando como uma
parcela fundamental e necessária pela qual passa todo estudante de mestrado e doutorado,
já que, as dissertações e teses nascem fruto de uma pesquisa, é explícita a preocupação de
que a pesquisa seja uma consequência do amadurecimento do pesquisador, que deve
dominar os pressupostos teóricos e as diversas técnicas, principalmente, ter capacidade
de problematizar, a partir da observação dos fenômenos e fatos.

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O autor traz outro aspecto essencial na própria elaboração da pesquisa, a etapa
quando o pesquisador se debruça na definição do tema e a sua “relevância”. Então alerta,
que possua uma relevância não somente “acadêmica”, mas, principalmente, “social”.
Assim, afirma ele que “na sociedade brasileira, marcada por tantas e tão graves
contradições, a questão da relevância social dos temas de pesquisa assume então um
caráter de extrema gravidade”. (Severino, 2000, p.159).

Deve-se também analisar a pesquisa do ponto de vista de suas finalidades. A partir


de sua destinação pode-se, então, classificá-la em pesquisa pura e pesquisa aplicada. A
primeira, também chamada de teórica ou básica, tem por objetivo o conhecimento pelo
conhecimento, não implicando numa ação de intervenção imediata. A segunda, é
motivada pela necessidade do conhecimento para a aplicação imediata dos resultados,
buscando solucionar problemas encontrados na realidade.

Severino (2000) lembra algumas outras funções da pesquisa, abrangendo também


o próprio projeto de pesquisa. O autor destaca as seis funções de um projeto de pesquisa:
a primeira função já abordada anteriormente, é definir e planejar os passos que serão
seguidos pelo pesquisador, para auxilia-lo na tarefa de trabalho disciplinado e sistemático;
cumprir uma exigência formal da realização de uma pesquisa; auxiliar no processo de
orientação, fornecendo visão global do desenvolvimento do trabalho; subsidiar os
trabalhos de avaliação da banca examinadora, nos exames de qualificação; subsidiar os
pedidos de bolsa de estudos ou financiamentos de agências de pesquisa; e fundamentar o
processo de seleção em programas de pós-graduação, principalmente, doutorado.

Considerações Finais

Pode-se afirmar sem equívocos que um projeto de pesquisa é necessário. Cabe


então, compreender o porquê de o projeto ser tratado, na prática, por parte dos
pesquisadores, como uma peça de segunda importância, dentro da prática científica. Um
fator que justificaria talvez seja oriundo daqueles efeitos perversos da limitação de
recursos de toda a natureza, principalmente de tempo, antecipando o processo de
amadurecimento do investigador.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informações e


documentação de referências - elaboração. Rio de Janeiro, 2000.

GIL. A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

RUDIO, F. Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica. Petrópolis Vozes, 1996.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21ª edição pensada e ampliada.


São Paulo: Cortez, 2000.

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