...O problema é que a figueira não tem sido sempre a representante da nação
de Israel. Se há uma árvore que representa Israel, é a oliveira (Romanos 11.17,
24). Se a figueira sempre foi à representante de Israel, parece um pouco
estranho que Paulo tenha usado uma oliveira para representar a nação
israelita. Os versículos usados para tentar provar que a figueira representa
Israel são Jeremias 24.1-8; 29.17; Juízes 9.10, 11 e Oséias 9.10.
...Em Jeremias 24.1-8, figos bons e maus (não árvores) ilustram Israel no
cativeiro, e há também menção de figos em Jeremias 29.17. No livro de Juízes
9.10 a referência a figueira não é Israel. O mesmo se dá em Oséias 9.10 que
diz: “O SENHOR Deus diz: — Quando encontrei Israel pela primeira vez, fiquei
alegre como quem acha uvas no deserto e, ao ver os antepassados de vocês,
fiquei contente como quem vê os primeiros figos maduros”. (NTLH)
..."Esta é uma parábola simples; da mesma forma que os sinais que o verão
está próximo existem, existiriam sinais óbvios que a destruição de Jerusalém
estava próxima. Os mais óbvios foram os 8 sinais. Não há nenhum significado
oculto sobre Israel ser restaurado como nação nesse verso. Uma vez que Adão
se cobriu com folhas de figueira, a figueira é geralmente um símbolo negativo.
Jesus também havia amaldiçoado essa figueira anteriormente (Marcos 11:12 a
14).
...O que Jesus quis dizer com essas palavras é muito simples! Nos versículos
anteriores de Mateus 24.34 começando a partir do versículo um Jesus fala dos
sinais de sua “Vinda” tais como: a destruição do Templo de Jerusalém, guerras,
rumores de guerras, pestes, fomes, grande tribulação, o escurecimento do sol
e da lua e a sua vinda com poder e muita glória. O que Ele quis dizer é que a
“geração” que visse todos esses sinais não passaria ou morreria sem que
todos eles fossem cumpridos.
...Qual geração seria esta? A que estava viva no tempo de Jesus? Alguma
outra futura mais de dois mil anos depois? A nossa geração? A resposta
correta é que a tal “geração” era aquela que estava viva nos dias de Jesus.
...Para se referir à “geração” que veria aqueles sinais, Jesus usou o pronome
demonstrativo “ESTA” e não o pronome demonstrativo “ESSA”. Os pronomes
demonstrativos são de dois tipos: próximo e distante. O pronome
demonstrativo “ESTA” refere-se a algo ou objeto que esteja próximo de quem
fala (no caso Jesus). Com relação a tempo, retrata um período relacionado ao
tempo presente ou que ainda não terminou.
...Portanto, caso a referência fosse a qualquer outra geração menos a dos dias
de Jesus, a frase poderia ser assim:
...“Em verdade vos digo que não passará [ESSA] geração sem que tudo isto
aconteça”.
...“Em verdade vos digo que não passará [AQUELA] geração sem que tudo
isto aconteça”.
...Caso o leitor não aceite esta explicação, com toda certeza terá problemas
com outras passagens do evangelho que também se referem aquela geração
dos dias de Jesus. A seguir vou comparar Escritura com Escritura para provar
que “esta geração” era uma referência a geração daqueles dias de Jesus na
terra:
Mateus 23.36: “Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre
a presente geração [ou ESTA GERAÇÃO]”.
Lucas 11.30, 31, 32: “Porque, assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, o
Filho do Homem o será para ESTA GERAÇÃO. A rainha do Sul se levantará,
no Juízo, com os homens DESTA GERAÇÃO e os condenará; porque veio dos
confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis aqui está quem é
maior do que Salomão. Ninivitas se levantarão, no Juízo, com ESTA
GERAÇÃO e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de
Jonas. E eis aqui está quem é maior do que Jonas”.
Lucas 11.50, 51: “...para que DESTA GERAÇÃO se peçam contas do sangue
dos profetas, derramado desde a fundação do mundo; desde o sangue de Abel
até ao de Zacarias, que foi assassinado entre o altar e a casa de Deus. Sim, eu
vos afirmo, contas serão pedidas a ESTA GERAÇÃO”.
Lucas 17.25: “Mas importa que primeiro ele padeça muitas coisas e seja
rejeitado por ESTA GERAÇÃO”.
...Caso “esta geração” pudesse ter outro significado em Mateus 24.34, porque
nas passagens anteriores não poderiam também? Mas por que, exatamente
em Mateus 24.34, “geração” ganha esse significado especial da parte de
alguns, sendo que essa palavra é usada no seu sentido comum nas demais
vezes que aparece no Novo Testamento?
...E para endossar mais ainda, veja como Mateus 24.34 foi traduzido na Nova
Tradução na Linguagem de Hoje: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: essas
coisas vão acontecer antes de morrerem todos os que AGORA estão vivos”.
(o grifo é meu)
No Grego Também é Assim!
...A expressão "esta geração" está assim no grego: "genea haute". A palavra
grega "haute" é corretamente traduzida em nossas Bíblia como "esta". Se
Jesus tivesse feito referência à alguma geração futura (longe dos discípulos) no
grego há recursos de sobra para fazer tal referência.
A Audiência de Jesus
Verso 2: “Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade VOSdigo
que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada”.
Verso 33: “ASSIM TAMBÉM VÓS: quando virdes todas estas coisas, sabei que
está próximo, às portas”. (Mateus 24.33 – o grifo é meu)
...Observe que até o versículo 33 o público alvo de Jesus não muda. Eram os
discípulos e sua geração que veriam todos aqueles sinais proféticos. Se no
versículo 33 Jesus tivesse uma futura geração em vista, acredito que muito
provavelmente Ele teria dito: "assim também: quando ELES virem todas estas
coisas”.
Geração ou Raça?
...E no caso de Mateus 24:34, a geração a quem Jesus estava falando. Isso
significa que a profecia entregue por Jesus sobre o Monte das Oliveiras é
agora história”.[2]
...Outra coisa que não pode passar em branco é que se Jesus realmente
tivesse dito "raça" ao invés de "geração", os escritores bíblicos teriam usado a
palavra grega "genos" que significa "raça" e não a palavra grega "genea"
(geração).
"Não me refiro a todos vós; conheço aqueles que escolhi; mas para que se
cumprisse a Escritura: O que comia do meu pão traiu-me.
Havendo falado essas coisas, Jesus perturbou-se em espírito e declarou: Em
verdade, em verdade vos digo que um de vós me trair". (o grifo é meu)
...Se Mateus 24 tem ainda um futuro cumprimento, qual é a outra Escritura que
dá suporte a esta interpretação? E se é para teorizar, porque não pensar em
duplo, triplo ou quadruplo cumprimento? O fato é que não existe nas
palavras de Jesus essa "de profecia com dois cumprimentos. Essa
ideia, apesar de popular, não é bíblica ou sensata. Se uma profecia é
dada, tem um cumprimento correto. Dizer que ela tem dois
cumprimentos significa apenas que uma interpretação não estava
correta. Um cumprimento duplo não é apenas insensato, como Jesus
disse ainda que Mateus 24 se cumpriria apenas uma vez (Veja Mateus
24:21). Isso remove a possibilidade de um duplo cumprimento".[3]
...A grande questão não é o que queremos ou achamos, mas tem que
ser exatamente aquilo que o Senhor Jesus quis dizer. O grande
problema de nossos dias é que os maus intérpretes das profecias
bíblicas, conseguiram transformar as passagens escatológicas -
inclusive o Apocalipse - num verdadeiro filme tipo "guerra nas
estrelas". Não é em vão que os diretores de hollywood produzem
grandes filmes sobre o fim do mundo baseados em supostas cenas
apocalípticas, inspiradas em falsas interpretações do Novo
Testamento. A mente dos crentes atuais têm estado contaminada pela
ideia de que o fim será como nesses filmes. Explosões atômicas,
grandes exércitos, epidemias e um futuro altamente tecnológico é
justamente o cenário que muitos esperam baseados em supostas
evidências bíblicas.
...Em termos de uma audiência mundial, somente umas poucas pessoas viram
a crucificação de Jesus. Seus próprios discípulos o desertaram (Mt. 26:56).
Nenhum ser humano testemunhou sua ressurreição. Os apóstolos, não uma
audiência televisiva mundial, viram Jesus “subir” em sua ascensão (Atos 1:9).
Mesmo assim, todos esses eventos locais tiveram importância cósmica:
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).
Um evento restrito a um local do primeiro século, teve implicações mundiais. A
natureza local de um evento não obscurece sua importância. Sabemos mais
sobre a destruição de Jerusalém do que sobre Jesus nas obras de Josefo.
Spargimino quer que creiamos que somente uma conflagração mundial, uma
tribulação global, satisfaz as demandas do Sermão da Oliveira (Mt. 24; Marcos
13; Lucas 21) e Apocalipse".[4]
"Mas importa que primeiro ele padeça muitas coisas e seja rejeitado por
esta geração".
(Lucas 17:25 - o grifo é meu)
Para nós é muito fácil olhar para trás e ver que realmente Jesus
morreu e ressuscitou naquela geração do primeiro século da era
cristã. Mas, se coloque no lugar dos discípulos e pense que eles
sequer entendiam a real missão de Jesus, porque eles como os
demais judeus de sua época, acreditavam num Messias político que
os livraria do poder de Roma. Morte e cruz não estava no pensamento
deles em relação ao Messias. Porque - negando agora o tal "padrão"
de interpretação específico para textos proféticos - deveríamos achar
que eles tinham a obrigação de entender o texto profético de Jesus de
maneira diferente, como se referindo a geração deles?
"Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre a presente
geração". (Mateus 23:36 - o grifo é meu)
Neste ano de 2017, faz quase uma década que tenho me dedicado
com afinco ao estudo do Preterismo e Pós-milenismo. O Preterismo é
a hermenêutica de interpretação que defendo aqui neste artigo. Por
causa do estudo exaustivo do Preterismo, até este momento em que
amplio este artigo, já produzi, escrevi, editei e publiquei 568 artigos
divididos em 28 temas, 88 e-books, 14 folhetos, 14 resenhas de
livros, 14 revistas e 84 vídeos todos sobre Pós-milenismo e
Preterismo.
Por favor! Ao lerem este artigo, saibam, que antes de tudo, procurei
conhecer todo um contexto escatológico para em apenas um artigo
chegar as conclusões que cheguei aqui.
Conclusão:
...O que tudo isto muda em nossas vidas? Muda no fato de que o
período mais negro da história já passou, e que, agora, podemos ter
uma visão de mundo mais positiva, conservadora, consistente,
otimista, responsável e confiável. Isto nos encherá de motivação para
viver a vida cristã, evangelizando e discipulando o mundo para Cristo.
Teremos assim uma razão consistente para estarmos
construtivamente envolvidos em tornar o mundo um lugar melhor a
longo prazo, e por fim, entregar o mundo restaurado para Cristo
quando Ele vier, pois as Escrituras afirmam que “convém que o céu o
contenha até o tempo da restauração de todas as coisas” (At.3:21).
Portanto, Cristo adentrou o céu depois de sua ressurreição, e lá
permanecerá até o dia que Se manifestará novamente aos
homens. Saiba mais sobre esta escatologia otimista, acesse todo
o conteúdo do site www.revistacrista.org
Leia também:
Quanto tempo dura uma
geração?
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...Este artigo foi ampliado 1ª vez dia 06 de Maio de 2014.
...Este artigo foi ampliado 2ª vez dia 04 de Maio de 2015.
...Este artigo foi ampliado 3 ª vez dia 15 de Julho de 2015.
...Este artigo foi ampliado 4 ª vez dia 05 de Março de 2016.
...Este artigo foi ampliado 5 ª vez dia 09 de Julho de 2016.
Este artigo foi ampliado 6 ª vez dia 18 de Agosto de 2017.
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* César Francisco Raymundo é Editor
...da Revista Cristã Última Chamada.
Saiba mais sobre o autor clicando aqui
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Site: www.revistacrista.org
...E-mail: ultimachamada@bol.com.br
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Notas:
1. Ebook: Sem Arrebatamento Secreto - Um Guia Otimista para o Fim do Mundo ...(Título
original em inglês: Raptureless - An Optimistic Guide To The End Of The ...World).
...Autor: Jonathan Welton
...Site: www.revistacrista.org
3. Ebook: Sem Arrebatamento Secreto - Um Guia Otimista para o Fim do Mundo, Pg. 78.
...(Título original em inglês: Raptureless - An Optimistic Guide To The End Of The World).
...Autor: Jonathan Welton
...Site: www.revistacrista.org