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Grão de Mostarda

A Parábola do Grão de Mostarda é uma parábola de Jesus registrada nos Evangelhos Sinóticos (Mateus 13:31,32; Marcos 4:30-32;
Lucas 13:18,19). Esta parábola também é conhecida como Parábola da Semente de Mostarda. Vejamos como Mateus registra a
Parábola do Grão de Mostarda:
31Jesus contou outra parábola ao povo: “O Reino dos céus é como uma minúscula semente de mostarda plantada num campo. 32É a menor
entre todas as sementes, mas se torna a maior das plantas e cresce até se transformar numa árvore em que as aves podem vir e encontrar
abrigo”.

Contexto da Parábola do Grão de Mostarda


No capítulo 13 do Evangelho de Mateus há uma série de sete parábolas sobre o Reino. São elas: O Semeador; O Joio e o Trigo; A
Semente de Mostarda; O Fermento; O Tesouro Escondido; A Pérola de Grande Preço; e A Rede.
As quatro primeiras parábolas foram pronunciadas por Jesus diante da multidão (Mateus 13:1,2,36). Já as três últimas parábolas
foram acrescentadas particularmente aos discípulos. Isso aconteceu após Jesus ter se despedido da multidão (Mateus 13:36).
Portanto, a Parábola do Grão de Mostarda foi contada à multidão.
Comparando os textos de Mateus, Marcos e Lucas notamos poucas diferenças. Em Mateus e Lucas o texto se refere a um homem
plantando. Já em Marcos temos a descrição direta e especifica do momento do plantio. Em Mateus a semente é plantada no
campo. Em Marcos a semente é plantada na terra, e em Lucas a semente é plantada na horta.
Lucas coloca ênfase no tamanho da planta já adulta, enquanto Mateus e Marcos enfatizam o contraste entre a pequena semente
e o tamanho que a planta adulta atinge. Essas pequenas diferenças na narrativa em nada alteram o sentido da parábola. Isso
significa que o ensino da Parábola do Grão de Mostarda permanece o mesmo nos três Evangelhos.
Explicação da Parábola do Grão de Mostarda
Antes de tudo é preciso saber que a Parábola do Grão de Mostarda e a Parábola do Fermento formam um par. Ao contar essas
duas parábolas, Jesus estava falando a respeito do crescimento do reino dos céus. Enquanto a Parábola do Grão de Mostarda
refere-se ao crescimento exterior do reino dos céus, a Parábola do Fermento refere-se ao crescimento exterior. Assim, para melhor
entendimento, as duas parábolas não podem ser separadas.
Na Parábola do Grão de Mostarda Jesus fala de um homem que semeia em sua lavoura. Obviamente ele semeia a semente de
mostarda. Essa era uma situação comum e corriqueira naquela época. Dentre todas as sementes semeadas numa horta, a semente
de mostarda era, geralmente, a menor de todas. Contudo, em seu estágio adulto, a pequena semente se tornava a maior das
plantas da horta. Ela atingia o tamanho de uma árvore, com no mínimo três metros de altura e podendo alcançar até cinco metros.
Essa planta se tornava tão imponente que até mesmo as aves do céu se aninhavam em seus ramos. Principalmente no outono,
quando os ramos estão mais consistentes, várias espécies de aves preferem a planta da mostarda para fazerem seus ninhos, pois,
além de se protegerem das tempestades ou do calor do sol, elas encontram alimento nas pequenas sementes presentes nas
vagens. Alguns expositores insistem em querer determinar o significado das “aves do céu” citadas na Parábola do Grão de
Mostarda. Eles relacionam essa expressão com Mateus 13:19 e dizem que essas aves representam espíritos malignos que
atrapalham a pregação do Evangelho.
Mas essa interpretação está equivocada, pois não se harmoniza com ensino principal transmitido por Jesus na parábola. Quem
defende esse tipo de interpretação cai no erro básico de tentar atribuir significados específicos a todos os elementos de uma
parábola. Isso tipo de coisa resulta numa alegorização que distorce o verdadeiro ensino de Jesus Cristo.
O significado da Parábola do Grão de Mostarda
O que Jesus esta ensinando na Parábola do Grão de Mostarda é uma clara comparação entre a pequena semente de mostarda e
o reino dos céus. Olhando para o pequeno grão de mostarda parece que ele jamais atingirá tamanha robustez. Foi assim também
com o reino dos céus na terra. Ainda que muitas vezes ele parecesse insignificante, principalmente em seu início, certamente ele
haveria produzir grandes resultados. É até possível classificar a Parábola do Grão de Mostarda como uma profecia. Essa parábola
possui grande semelhança com algumas passagens do Antigo Testamento (cf. Daniel 4:12; Ezequiel 17:23). Na verdade, ao contar
essa parábola, muito provavelmente Jesus tinha em mente uma profecia do profeta Ezequiel que traz uma parábola messiânica:
No monte alto de Israel o plantarei, e produzirá ramos, e dará fruto, e se fará um cedro excelente; e habitarão debaixo dele aves
de toda plumagem, à sombra dos seus ramos habitarão. (Ezequiel 17:23)
O ensino principal dessa parábola é descrever o começo humilde e pequeno do reino dos céus na terra, e mostrar que seu impacto
grandioso estava garantido. Tão certo quanto o crescimento da pequena semente de mostarda ao ser plantada, assim também
era certo o desenvolvimento do reino dos céus. Isso faz todo sentido quando analisamos o ministério de Jesus e o início da pregação
do Evangelho por seus discípulos.
A aplicação da Parábola do Grão de Mostarda na história da Igreja
Comparado com a população do Império Romano da época ou apenas com o número de pessoas que viviam na palestina, aos
olhos humanos o reino dos céus parecia insignificante. Os seguidores de Cristo eram um grupo de pessoas rudes; eram pescadores
ou trabalhadores que ocupavam cargos sem expressão alguma.
A maioria de seus discípulos era formada por galileus, pessoas sem muito prestigio. Esses seguidores acompanhavam um
carpinteiro desprezado e rejeitado entre os homens (cf. Isaías 53:3). Diante dessas características, a Parábola do Grão de Mostarda
foi uma maravilhosa profecia para trazer alento aos seus seguidores. É como se Jesus estivesse dizendo: “Calma! Fiquem tranquilos,
tenham fé e perseverem. Aos olhos de vocês até pode parecer impossível que essa obra prospere; mas saibam que os planos de
Deus não fracassarão, e o reino crescerá e se tornará notável”.
Aquele pequeno grupo recebeu uma missão: pregar o Evangelho a toda criatura. Aquelas poucas pessoas obedeceram essa ordem
e incendiaram o mundo com a Palavra de salvação. Quarenta anos depois da ascensão de Cristo ao céu, o Evangelho já havia
alcançado desde os grandes centros do Império Romano até os lugares mais afastados.
É Deus quem dá o crescimento ao grão de mostarda
Ainda no primeiro século, a Igreja foi perseguida duramente pelo Império Romano. Muitos cristãos foram mortos naquele período.
Aos olhos humanos aquele parecia ser o fim da Igreja. Quais seriam as chances de um pequeno grupo de pessoas que anunciavam
a ressurreição de um carpinteiro que havia sido crucificado anos antes, frente ao exército mais poderoso do mundo naquela época?
A planta parecia que iria morrer, mas os propósitos de Deus nunca são frustrados. O Império Romano caiu, enquanto a planta
continuou crescendo e servindo de benção para homens de toda raça, tribo, língua e nação. Assim como as aves do céu encontram
abrigo nas grandes árvores, pessoas de todas as partes do mundo encontram também refúgio e descanso sob as sombras
oferecidas pelo reino dos céus.
Ainda hoje essa planta cresce e continuará a crescer. Isso permanecerá até que o último eleito seja selado; até que o último mártir
tenha seu sangue derramado (Apocalipse 6:11; 7:3); até que Cristo venha novamente, de forma gloriosa, para a grande colheita.
Lições da Parábola do Grão de Mostarda
Pelo menos duas importantes lições podem ser destacadas na Parábola do Grão de Mostarda.
Em primeiro lugar, a Parábola do Grão de Mostarda ensina que grandes resultados começam com pequenas iniciativas. Muitas
vezes pensamos em não fazer algo na obra de Deus por acreditar que aquilo não terá grande importância. Nessas horas devemos
nos lembrar de que as maiores árvores crescem a partir de pequenas sementes. Por exemplo: um simples evangelismo que hoje
parece não ter tido resultado, pode ser que amanhã se revele como o veículo pelo qual Deus chamou um grande pregador do
Evangelho.
Em segundo lugar, a Parábola do Grão de Mostarda ensina que a planta crescerá. Às vezes diante das dificuldades que nos
confrontam, nossas ações parecem insignificantes. O evangelismo parece que não está dando resultado. A Escola Bíblica parece
que não está sendo eficiente. O plantio da nova congregação parece que não irá para frente. Porém, a promessa que foi feita diz
que a planta continuará crescendo, mesmo que nossos olhos não percebam. Por mais que somos bem-aventurados em participar
e trabalhar na expansão do reino, o crescimento, de fato, quem dá é o próprio Deus (Marcos 4:26-29).

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