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Pesquisa científica: o planejamento
André Luís Teixeira Fernandes
Fábio Rocha Santos
Valeska Guimarães Rezende da Cunha
INTRODUÇÃ O
Para que uma pesquisa possa ser caracterizada como científica, é preciso que ela
siga um processo minucioso e sistemático, subsidiado por procedimentos
metodológicos.
OBJETIVOS
Ao término dos estudos propostos neste capítulo, esperamos que você esteja apto (a)
a:
• conhecer a organização de uma pesquisa científica em todas as suas etapas;
• perceber que a realização de pesquisas é um auxílio para compreensão dos
assuntos investigados;
• elaborar projetos de pesquisa;
• realizar apresentações em eventos científicos;
• compreender os aspectos éticos aplicados à pesquisa.
ESQUEMA
Etapas de uma pesquisa científica
Planejamento
Escolha do tema
Revisão de literatura
Elaboração da justificativa
Formulação do problema
Determinação dos objetivos
Elaboração da metodologia
Documentação e publicação
Redação e apresentação do trabalho científico
Publicação do trabalho científico
O projeto de pesquisa
Ética em pesquisa
Leituras indicadas e atividades propostas
1 Etapas de uma pesquisa científica
A pesquisa científica parte de um problema que deverá ser submetido a um conjunto de
procedimentos para que possamos obter respostas e, em alguns casos, soluções.
Estes procedimentos são comumente chamados de etapas ou fases. São várias as
etapas de uma pesquisa, mas nem todas estarão presentes em todos os tipos de
pesquisa. Em determinadas pesquisas, algumas etapas são apresentadas e, em
outras, não.
Temos, na literatura, autores que defenderiam a ideia de que tanto o
experimento (a pesquisa experimental), quanto a manipulação dos
documentos (em uma pesquisa documental) poderiam ser procedimentos
ou etapas com finalidades afins, por isso não se distinguiriam. Mas, o mais importante
aqui, é perceber que entre as etapas que estudaremos a seguir, algumas são
exploradas em determinadas situações e outras etapas são exploradas em outras
situações e o fator que determinará a sua presença no processo poderá ser
justamente o tipo de pesquisa que se está realizando.
Em virtude dessa distinção entre os tipos de pesquisa, seja pelos seus objetivos,
seja pelos procedimentos que farão parte da rotina da pesquisa, énos difícil
apresentar um esquema padrão de etapas de pesquisa. Não obstante,
apresentaremos uma sequência de etapas que, independente das variáveis que
possam interferir na definição do uso ou não uso delas, essa sequência pode ser
utilizada em qualquer tipo de pesquisa que você for realizar.
Sugerimos que, sempre, ao realizar uma pesquisa, relembre as etapas estudadas
aqui e faça um estudo mais aprofundado sobre o tipo de pesquisa que for desenvolver
para verificar se não haveria outra etapa – aqui não mencionada– que seria de suma
importância para o sucesso da sua pesquisa.
As etapas da pesquisa e suas importantes relações
Podemos compreender que as etapas são intimamente relacionadas e que, para fins
didáticos, podemos separálas ou agrupálas em categorias, como as que
apresentaremos, a seguir.
Vamos às três categorias:
Cada uma dessas categorias pode ser dividida em etapas, conforme vamos ver no
esquema a seguir:
ETAPAS DE PLA NEJ AMENTO
(Pensar “como será “)
• Escolha do tema
• Revisão da li teratura
• Elaboração da justificativa
• Formulação do problema
• Determinação de objetivos
• Planejamento da metodologia das
ações/das atividades
ETAPAS DE EXECUÇÃO
(Etapas “que f azem”)
• Coleta e tabulação de dados
• Análise e discussão dos resul tados
• Redação e apresentação do trabalho científico
• Publicação dos resul tados
Muitas dificuldades poderão ser encontradas no caminho daquele que se propõe a
realizar um trabalho investigativo de natureza científica. O primeiro deles que pode ser
observado é quanto à escrita. Sobre isso, Fazenda (1997, p.14) explica que é comum
esse tipo de problema, mediante o fato de que, em muitas circunstâncias, o
pesquisador, por não possuir ainda um discurso escrito próprio, utilizase ou apropria
se do discurso alheio e, ao somar textos, não percebe que muitas vezes essa soma
apresentase desconexa ou conflitante, tornando o texto resultado dessa investigação,
uma “colcha de retalhos”.
Quadro 1 Descrição dos princípios básicos da redação técnicocientífica
Característica Descrição
· não deixa margem a interpretações diversas;
Clareza · não utiliza linguagem rebuscada, termos desnecessários ou ambíguos;
· evita falta de ordem na apresentação das ideias.
· abordagem direta e simples dos assuntos;
· lógica e continuidade no desenvolvimento das ideias;
Comunicabilidade
· uso correto do pronome relativo “que”;
· uso criterioso da pontuação.
· de expressão gramatical – é violada quando, por ex., numa enumeração
de 3 itens, o 1° é um substantivo, o 2º, uma frase e o 3º, um período
completo;
Consistência · de categoria – equilíbrio existente nas seções de um capítulo ou
subseções de uma seção;
· de sequência – ordem na apresentação de capítulos, seções e subseções
do trabalho.
Fonte: Bastos et al . (2000)
No Quadro 2, constam as características da redação técnicocientífica em diversos
princípios básicos, segundo a UFPR (2000).
Quadro 2 – Descrição dos princípios básicos da redação técnicocientífica
Característica Descrição
· abordagem simples e direta do tema;
· sequência lógica e ordenada de ideias;
Objetividade e
· coerência e progressão na apresentação do tema, conforme objetivo
coerência
proposto;
· conteúdo apoiado em dados e provas, não opinativo;
· evita comentários irrelevantes e redundantes;
Clareza e precisão · vocabulário preciso (evita linguagem rebuscada e prolixa);
· nomenclatura aceita no meio científico;
· evita ideias préconcebidas;
Imparcialidade
· não faz prevalecer seu ponto de vista;
Uniformidade · uniformidade ao longo de todo texto (tratamento, pessoa gramatical,
números, abreviaturas, siglas, títulos de seções);
Conjugação · uso preferencial da forma impessoal dos verbos;
Fonte: UFPR (2000)
Santos (2000) estabelece o estilo e as propriedades da redação científica, enumerando
várias características importantes para cada tipo, sendo os principais apresentados no
Quadro 3.
Quadro 3 – Descrição dos princípios básicos da redação técnicocientífica.
· Brevidade · afirmativas compactas e claras;
· Concretude · evita substantivos abstratos e sentenças vagas;
· Consistência · usa termos correntes e aceitos;
Estilo da
· Impessoalidade · visão objetiva dos fatos, sem envolvimento pessoal;
redação
· Precisão · usa linguagem precisa (correspondência entre a
· Simplicidade linguagem e o fato comunicado);
· texto sem complicações e explicações longas.
· Clareza · redação clara, compreendida na 1ª leitura;
· Coerência · as partes do texto são interligadas;
Propriedades
· Direção · indica o caminho que vai seguir (unidade de pensamento);
do texto
· Objetividade · imparcialidade na redação;
· Seletividade · prioriza conteúdos importantes.
Fonte: Santos (2000)
Por mais que esse não seja um problema que conseguimos resolver de um dia para
outro, é importante se atentar a ele, assim como para os exercícios de compreensão
e interpretação dos textos, que servirão de fonte primária no processo investigativo,
de maneira que possa prosseguir com o andamento da nossa pesquisa, uma vez
que a criação, a compreensão e a interpretação de textos se tornam imprescindíveis
e podem determinar não só o rumo da pesquisa como, principalmente, a qualidade e
a contribuição dela.
Vamos discutir, agora, cada uma das etapas do
planejamento de forma mais detalhada.
2.1 Etapa 01: Escolha do tema
Podemos começar esta etapa a partir de algumas perguntas:
o que vou pesquisar?
como procurar um assunto?
onde encontrar informações relevantes e como organizálas?
Obter essas respostas não é uma tarefa rápida, mas ao obtêlas, você estará bem
encaminhado.
O objetivo delas é fazer com que o pesquisador saiba exatamente o que ele vai
pesquisar, mesmo que, no decorrer da pesquisa, ele mude de ideia. Ao escolher o
tema, precisamos considerar aspectos, tais como:
• clareza quanto ao conhecimento da área de interesse do assunto: para se
pesquisar sobre determinado assunto, é recomendável o pesquisador tenha domínio
sobre o assunto.
Conforme Pádua (2003, p. 37),
No geral, a área de especialização do pesquisador é o primeiro critério de
seleção do tema, pela sua familiaridade em relação aos problemas da sua
área, quer no sentido da necessidade de maior fundamentação teóricoprática,
quer no sentido da falta de explicações científicas para determinados fatos ou
circunstâncias. Uma lacuna em nossa formação profissional também pode se
constituir num critério para a escolha do tema. O desafio de superar uma
“falha” em nosso conhecimento de um determinado assunto pode ser motivo
para a seleção de um tema para a pesquisa.
• afetividade em relação a um tema ou alto grau de interesse pessoal: ter prazer ao
discutir o assunto pretendido é necessário para que o pesquisador tenha sucesso
durante a elaboração e a condução de um projeto de pesquisa. Trabalhar um
assunto que não seja do seu agrado, tornará a pesquisa um exercício de tortura e
sofrimento. Porém, não podemos confundir motivação com interesse pessoal
exagerado, pois isso pode levar a uma possível distorção ou manipulação dos
resultados da pesquisa;
• tempo disponível para a realização do trabalho de pesquisa: toda a equipe
envolvida no projeto, especialmente o seu coordenador, deve definir,
preliminarmente, quanto tempo cada envolvido terá para elaborar o projeto e
conduzilo;
• capacidade do pesquisador em relação ao tema pretendido: é preciso que o
alunopesquisador tenha consciência de sua limitação de conhecimentos para não
se aventurar em assuntos fora de sua área;
• material de consulta e dados necessários ao pesquisador: devese levar em
conta a quantidade de informações disponíveis sobre o assunto a ser pesquisado.
Às vezes, um assunto pode ser de grande interesse para uma pesquisa, mas a
inexistência de fontes bibliográficas sobre tal assunto pode inviabilizar o projeto.
Por outro lado, escolher temas com poucos trabalhos afins pode significar
produção de conhecimento inédito, que pode trazer grandes benefícios à equipe do
projeto, como veremos posteriormente.
• disponibilidade de capital: ao s e definir um tema, devese ter em mente que há
sempre um custo financeiro para a condução de qualquer projeto de pesquisa.
Vamos ver adiante este item com mais detalhes, mas por mais simples que possa
ser um projeto de pesquisa, sempre há necessidade de capital, por exemplo, para
despesas, às vezes, consideradas irrisórias, como passagem de ônibus, xerox, etc.
Importante!
Algumas vezes, o tema escolhido é pouco trabalhado por outros autores e não
existem fontes suficientes para consulta. A escassez de fontes obriga o pesquisador a
buscar outras. Para isso, ele necessi ta de um tempo maior para a realização do
trabalho (por exemplo, trabalhos em ou tros idiomas). Este problema não impede a
realização da pesquisa , mas deve ser levado em consideração para que o t empo
previsto não seja ul trapassado.
Antes de definir o tema, consulte o assunto em fontes diversas, a partir de vivências
diárias, reflexões, leituras, conversações, debates, eventos científicos e discussões com
pessoas que possam incentivar a realização da pesquisa.
O pesquisador deve levar em conta também seus limites pessoais para a realização da
pesquisa – formação intelectual e os limites institucionais – condições que a instituição
oferece e garante para que o projeto possa ser realizado.
Há ainda alguns autores que fazem distinção entre os termos escolha do tema e
delimitação do assunto enfatizando a escolha:
Selecionar um tema equivale a eliminar aqueles que, por uma razão plausível ,
devem ser evi tados e fixarse naquele que merece prioridade. Não pode haver
seleção sem critério de seleção: convém, port anto, definir os critérios que o
estudante levará em consideração quando tiver que proceder à escolha de um
assunto. Tais critérios desempenham a f unção de guia me todológico,
orien tando o estudante em direção ao assunto priori tário (CERVO, 2002,
p.8183).
Nessa distinção entre a escolha e a delimitação, Cervo (2002, p.82) explica que a
delimitação equivale a uma decomposição melhor, a um desdobramento do tema em
partes, enquanto que a definição do tema implica na enumeração dos elementos
constitutivos ou explicativos de uma pesquisa. O estudioso afirma ainda que nem
todos os temas podem ser delimitados com o auxílio dessa técnica de
desdobramento, também chamada de decomposição e que, de acordo com a
natureza do tema proposto para a pesquisa, pode ser necessária uma outra técnica
para a sua delimitação.
Fachin (2006) sugere algumas perguntas que poderão auxiliar na escolha do
assunto:
· o assunto pode ser tratado em forma de pesquisa?
· trará contribuições para a sociedade atual e para a ciência?
· despertará interesse na área científica?
· tem coisas novas para oferecer?
· traz segurança para o pesquisador?
· pode ser direcionado para uma pesquisa científica?
Para finalizar este item, podemos dizer que o bom senso e a atitude crítica do
pesquisador devem levar à escolha de um tema exequível para o seu projeto, tanto
no que diz respeito ao acesso dos dados que permitam realizála quanto ao real
interesse de seus resultados para a comunidade científica ou acadêmica.
Esta etapa da pesquisa, também mencionada em algumas obras como levantamento
de dados, consiste em realizar um estudo que possibilite conhecer pesquisas
semelhantes e o quanto já se pesquisou sobre o assunto. Para isso, é bom realizar
uma busca de trabalhos semelhantes a partir das fontes de pesquisa: nas bibliotecas
convencionais e virtuais.
Essa revisão dá suporte a todas as fases de qualquer tipo de pesquisa, uma vez que
auxilia na definição do problema, na determinação dos objetivos, na construção de
hipóteses, na fundamentação da justificativa da escolha do tema e na elaboração do
relatório final. Sua elaboração é baseada em citações (diretas, indiretas e de citação),
conforme já vimos no capítulo 1.
Importante!
Não basta procurar livros e revistas nem basta ler tudo. É preciso fazer uma revisão da
literatura. Para isso, é necessário resumir e comentar o que se leu. Não é recomendável
“juntar o material”, para depois começar a redigir. É interessante que se façam várias
leituras antes de se elaborar o resumo.
Sugestão:
“Não reinvente a roda!”
A originalidade de um assunto não é prérequisito para a
realização de uma pesquisa. Você pode abordar um assunto
que já es teja em discussão na sociedade ou até mesmo em
pesquisa . Preocupese apenas se o seu en foque é diferente do
que já está em estudo.
Conforme Pádua (2000), o levantamento bibliográfico tem os seguintes objetivos:
a) evitar pesquisas com a mesma abordagem (a não ser em casos de verificação ou
confirmação);
b) pesquisar se existem outras abordagens do problema levantado e verificar como foi
pesquisado, quais os instrumentos (técnicas) utilizadas e se há possibilidade de
aperfeiçoar técnicas já existentes;
c) estabelecer uma visão global e crítica a respeito do problema e das hipóteses
levantadas para sua solução;
d) fazer uma préseleção bibliográfica, indicando a possível bibliografia básica e a
complementar para o estudo da temática proposta.
Segundo Cervo; Bervian; Da Silva (2006), quanto à natureza, os documentos a serem
consultados podem ser:
· primários – coletados em primeira mão, como pesquisa de campo, testemunho
oral, depoimentos, entrevistas, questionários;
· secundários – quando colhidos em relatórios, livros, revistas, jornais e outras
fontes impressas, magnéticas ou eletrônicas;
· terciários – quando citados por outra pessoa.
No Quadro 4, podemos visualizar os principais tipos de instrumentos de trabalho
utilizados (documentos secundários) para elaboração de uma boa revisão bibliográfica.
Quadro 4 – Exemplos e definições dos principais instrumentos de trabalho.
Instrumento Definição
Constituemse no principal instrumento da formação acadêmica, sendo a base do
estudo e da pesquisa. É importante verificar se o livro consultado tem o ISBN, pois
apesar de não ter relação com a qualidade da publicação, pelo menos indica que o
livro é cadastrado na Biblioteca Nacional. Outro cuidado que pode ser tomado na
escolha do livro a ser publicado é se o livro foi publicado por editora com conselho
Livros e editorial, o que confere confiabilidade à publicação.
capítulos de
livros Segundo a Fundação Biblioteca Nacional (2010), O ISBN International Standard
Book Number é um sistema internacional padronizado que identifica
numericamente os livros segundo o título, o autor, o país, a editora, individualizando
os inclusive por edição. É utilizado também para identificar software, sendo seu
sistema numérico convertido em código de barras, o que elimina barreiras
linguísticas e facilita a sua circulação e comercialização.
É a apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento. Antes de ler a
publicação na íntegra, você pode ler o resumo e, se realmente interessar, pode
trabalhar com o texto integral.
Segundo a ABNT (2003), o resumo pode ser:
· crítico: redigido por especialistas com análise crítica de um documento,
também chamado de resenha;
Resumos · indicativo: indica apenas os pontos principais do documento, não
apresentando dados qualitativos, quantitativos, etc. De maneira geral, não
dispensa a consulta ao texto original;
· informativo: informa ao leitor finalidades, metodologia, resultados e
conclusões de um documento, de tal forma que este possa, inclusive,
dispensar a consulta ao original.
São publicações em fascículos ou volumes, em geral, numeradas cronológica e/ou
sequencialmente, sem data prevista de término, podendo ser editada sob a forma
impressa ou não. Têm papel muito importante para o aluno universitário, permitindo
Publicações que o mesmo fique atualizado nas mais variadas áreas do saber, fornecendo
seriadas também informações bibliográficas importantes.
magazines,
jornais, revistas Para identificar uma publicação seriada, utilizamos o ISSN (International Standard
técnicas. Serial Number), que é uma sigla adotada internacionalmente para indicar o número
padronizado desta publicação (ABNT, 2005).
Como exemplos, podemos citar jornais como Folha de São Paulo, Estadão, Revista
Veja, Revista Época, Revista Globo Rural, etc. É importante notar a diferença
existente entre este tipo de publicação periódica e as publicações em revistas
indexadas, que é o nosso próximo item.
Tanto os leitores quanto os autores são atraídos pelas revistas mais importantes de
modo que, ao publicar nestas revistas, os autores têm maior probabilidade de atingir
o público desejado.
Segundo Mota (2006), o grau de relevância de uma revista é evidenciado por: a)
originalidade, qualidade e cientificidade dos artigos publicados; b) critérios de
arbitragem para avaliar os trabalhos a serem publicados; c) representatividade
científica dos membros do conselho editorial; d) número de bases de dados onde
está indexada.
Outro fator a ser considerado em artigos de periódicos científicos é o fator de
Publicações impacto na comunidade científica, que reflete o uso que os pesquisadores fazem de
seriadas – cada revista e, indiretamente, influi na avaliação das pesquisas publicadas. Em
revistas geral, autores são altamente influenciados pelo fator de impacto das revistas onde
indexadas. publicam seus trabalhos.
Muitas revistas cientificas, hoje, são publicadas tanto em formato impresso como em
digital. A publicação eletrônica também é publicação, porém, exige algumas
Publicações
considerações especiais, como: a) os sites devem indicar o nome dos editores,
seriadas –
autores e das pessoas que contribuíram e suas afiliações, credenciais relevantes e
revistas
conflitos de interesses relevantes; b) documentação e indicação de referências e
indexadas
fontes para todos os conteúdos; informação sobre direitos autorais; c) declaração de
eletrônicas
propriedade do site e declaração de patrocínios, anunciantes e financiamento por
empresas comerciais.
Além de artigos científicos, de revistas técnicas e jornais, a internet também pode ser
utilizada para consulta de textos para compor uma revisão bibliográfica. Recomenda
se apenas o cuidado de consultar sites idôneos, confiáveis, evitando que
informações não comprovadas, equivocadas, componham o texto final.
Sites de internet
É importante observar que as informações eletrônicas não são duradouras, ou seja,
não ficam disponíveis, na sua maioria, por muito tempo. Esta questão deve ser
analisada com cautela pelo pesquisador, principalmente quando se tratar de um
trabalho científico.
Dicionários O dicionário é um livro que possui a explicação dos significados das palavras,
apresentadas em ordem alfabética. Existem também os dicionários de tradução de
línguas, destinados a mostrar os significados ou sinônimos das palavras em outra
língua. Podem também ser utilizados os dicionários de termos técnicos, usados em
áreas específicas do conhecimento. O uso de dicionário é muito importante para os
estudantes e profissionais de todas as áreas.
Depois de ler e resumir, devese ordenar o material de que se dispõe, por tópicos. É
preciso reler, para saber se serão necessárias mais informações. Se sim, é preciso
complementar. Uma estratégia interessante de sistematização do processo de
levantamento bibliográfico é a utilização de instrumentos de estudos como o
fichamento, por exemplo.
Relembrando
No capítulo 1 você já viu várias formas de fichamento. É interessante rever e treinar este
tipo de organização de material.
2.3 Etapa 03: Elaboração da justificativa
Esta é a etapa da pesquisa em que reunimos os “porquês” de se pesquisar
determinado tema. É o momento em que reunimos os argumentos que justificarão a
realização da pesquisa para que sejamos convincentes quanto à sua importância.
Segundo Fachin (2006, p.110111),
[...] fazse uma narração sucinta, porém completa, dos aspectos de ordem
teórica e prática necessários para a realização da pesquisa. Devem ficar claras
as raízes da preferência pela escolha do assunto e a importância deste em
relação a outros. Quando as etapas antecedentes forem bem focalizadas e
logicamente ordenadas, a justificativa tornase uma atividade simples.
Podemos enumerar as vantagens e os benefícios que a pesquisa irá proporcionar, a
importância pessoal ou cultural, de maneira que os outros reconheçam que é necessário
dar continuidade do trabalho. Essa etapa depende bastante da anterior revisão da
literatura , pois precisamos encontrar, na literatura, argumentos que possam justificar o
nosso trabalho. Por isso, o sucesso da revisão da literatura incidirá diretamente na
elaboração de uma boa justificativa.
Uma estratégia interessante que também podemos utilizar ao construirmos a nossa
justificativa é o uso de citações diretas e indiretas, a partir dos resultados de
nossas buscas na literatura. Esse recurso consolida os argumentos apresentados
na justificativa. Dependendo do assunto, é comum e recomendável a inclusão de
estatísticas nesta etapa, para dar maior confiabilidade às informações. Apenas
devemos ter o cuidado de incluir números corretos, de fontes confiáveis, sempre
citando as fontes.
Barral (2003, p. 8889) oferece alguns itens importantes que podem fazer parte de uma
boa justificativa. São eles:
a) atualidade do tema: inserção do tema no contexto atual;
b) ineditismo do trabalho: proporcionará maior importância ao assunto;
c) interesse do autor: vínculo do autor com o tema;
d) relevância do tema: importância social, jurídica, política, entre outras;
e) pertinência do tema: contribuição do tema para o debate na área de
conhecimento.
2.4 Etapa 04: Formulação do problema
Sabemos que a pesquisa surge a partir da caracterização de um problema. Saber
definilo e delimitálo claramente em termos de tempo e de espaço é um dos
principais objetivos dessa etapa. Para que ela seja bem sucedida, você pode
começar buscando “pistas” que irão norteálo(la), na delimitação do seu problema
de pesquisa.
O que espero responder com minha pesquisa?
Para responder o que desejo, qual deve ser o melhor recorte?
Ao responder a essas indagações, você terá uma visão da abrangência de sua
pesquisa, ou seja, até onde irá com ela. Isso se faz necessário porque em alguns
assuntos, as pesquisas podem se estender por períodos incomensuráveis,
tornandoas inviáveis. Daí a importância da clareza na delimitação do problema.
Abordar o tema de forma a identificar a situação ou o contexto no qual o problema está
inserido assegura a agilização do processo de pesquisa. A formulação do problema é
também considerada como a continuidade da delimitação da pesquisa, só que bem
mais específica, pois indica exatamente qual a dificuldade que se pretende resolver ou
responder, de maneira que possamos apresentar, de forma clara, a ideia central do
trabalho.
O pesquisador deve contextualizar, de forma sucinta, o tema de sua pesquisa. Essa é
uma forma de introduzir o leitor no tema em que se encontra o problema, permitindo
uma visualização situacional da questão (OLIVEIRA, 2002, p. 169).
O que isso significa?
Na formulação do problema, o pesquisador, após escolher o seu tema de pesquisa,
deverá delimitálo, a partir da situação problema, no sentido de encaminhar
operacionalmente o desenvolvimento da sua pesquisa. Em geral, o tema tem uma
amplitude que comporta vários estudos e interpretações, cabendo ao pesquisador a
tarefa de decompôlo e selecionar com precisão o seu campo de atuação, sem
descontextualizar o tema ou perder a referência do todo (PÁDUA, 2000).
Cervo (2002, p. 8486) reforça ainda que nunca devemos passar diretamente da
escolha do tema à coleta de dados. Segundo o estudioso, as vantagens da formulação
do problema são inegáveis, pois:
a) delimita, com exatidão, qual tipo de resposta deve ser procurado;
b) leva o pesquisador a uma reflexão benéfica e proveitosa sobre o assunto;
c) fixa, frequentemente, roteiros para o início do levantamento bibliográfico e da
coleta de dados;
d) auxilia, na prática, a escolha de cabeçalhos para o sistema de tomada de
apontamentos;
e) discrimina, com precisão, os apontamentos que serão tomados, isto é,
todos e, tão somente aqueles que respondem às perguntas formuladas
(SALVADOR, 1970, p. 30 apud CERVO, 2002, p. 85).
Ao escolher um problema, Minayo (1999), coloca algumas questões:
• tratase de um problema original e relevante?
• ainda que seja “interessante”, é adequado para mim?
• tenho hoje possibilidades reais para executar tal estudo?
• existem recursos financeiros para o estudo?
• há tempo suficiente para investigar tal questão?
Importante!
Questões como essas podem auxiliar muito na escolha do problema e na viabilidade da
realização da pesquisa, por isso, sempre que for iniciar um trabalho científico, faça
essas perguntas antes de definir o problema a ser estudado.
Exemplificando!
• a desnutrição determina o rebaixamento intelectual? (GIL, 1999, p. 50).
• técnicas de dinâmica de grupo facilitam a interação entre os alunos? (GIL,1999,
p. 50).
Após definido o problema, são formuladas as hipóteses científicas, de grande
importância num projeto de pesquisa.
Segundo Pádua (2003, p. 42), a função da hipótese é fixar a diretriz da pesquisa, tanto
no sentido prático, orientando a coleta de dados, quanto no sentido teórico,
coordenando os resultados em relação a um sistema explicativo ou em relação a uma
teoria.
Ainda segundo este mesmo autor, no plano da ciência, a característica operacional de
uma hipótese é ser passível de verificação, que pode ser realizada de duas maneiras:
1. pela observação sistemática: estudo dos fenômenos tais como se apresentam;
2. pela experimentação: estudo dos fenômenos em condições controladas pelo
pesquisador.
Segundo Cervo; Bervian; Da Silva (2006), algumas características acerca da natureza
da hipótese são:
a) não deve contradizer nenhuma verdade já aceita ou explicada;
b) deve ser simples;
c) deve ser sugerida e verificável pelos fatos.
a) Hipótese afirmativa – positiva
O resultado da pesquisa deve comprovar a afirmação.
Por exemplo:
“A Educação a Distância permite que o aluno tenha a mesma compreensão do
conteúdo obtida nas aulas presenciais”.
b) Hipótese afirmativa – negativa
O resultado da pesquisa deve comprovar a afirmação.
Por exemplo:
“Não se consegue na Educação a Distância rendimento dos alunos superior à forma
presencial”.
c) Hipótese condicional
O resultado da pesquisa é condicionado aos resultados do experimento.
Por exemplo:
“Se for assegurada qualidade do ensino não presencial, o rendimento dos alunos
pode ser similar ao obtido nos estudos presenciais”.
Sintetizando...
Hipótese científica
É um conjunto estruturado de argumentos e explicações que possivelmen te justificam
dados e in formações, porém, que ainda não f oi conf irmado ou rejei t ado por
observação ou experimen tação.
2.5 Etapa 05: determinação de objetivos
Nesta etapa, devemos ter como meta a obtenção de respostas para um
questionamento: o que pretendemos alcançar com a pesquisa?
a) objetivo geral – nesse tipo de objetivo, temos que especificar o propósito da
pesquisa e o que se pretende conseguir com a investigação;
b) objetivos específicos – abertura do objetivo geral em outros menores.
Podem ser caracterizados também como um conjunto de objetivos que
viabilizem alcançar o objetivo geral.
Na exposição do objetivo geral, segundo Filho e Santos (2000), o pesquisador não
deve se preocupar com a delimitação do tema, que será devidamente especificado
nos objetivos específicos. É importante que o pesquisador utilize uma linguagem clara
e precisa.
Conforme Barreto; Honorato (1998), os objetivos [...]
O objetivo é expresso por verbos fortes, no infinitivo, constituindose em um
conteúdo resumido, porém, expressivo, que indique uma atividade intelectual e
mensurável.
Veja alguns verbos que podem ser utilizados na elaboração dos objetivos: identificar,
levantar, descobrir, caracterizar, descrever, traçar, analisar , explicar, classificar,
aplicar, distinguir, enumerar, exemplificar e selecionar.
O autor afirma ainda que cada um desses estágios cognitivos possibilita atividades
ou ações intelectuais, expressos por verbos específicos e que constituem os
objetivos de uma investigação científica, conforme detalhado a seguir:
· O estágio de conhecimento se expressa em verbos como: apontar, citar,
conhecer, definir, descrever, identificar, reconhecer, relatar.
· O estágio de compreensão, em verbos como: compreender, concluir, deduzir,
demonstrar, determinar, diferenciar, discutir, interpretar, localizar, reafirmar.
· O estágio de aplicação, em verbos como: aplicar, desenvolver, empregar,
estruturar, operar, organizar , praticar, selecionar, traçar.
· O estágio de análise, em verbos como: analisar, comparar, criticar, debater,
diferenciar, discriminar, examinar, investigar, provar.
· O estágio de síntese, em verbos como: compor, construir, documentar,
especificar, esquematizar, formular, produzir, propor, reunir, sintetizar.
· O estágio de avaliação, em verbos como: argumentar, avaliar, contrastar, decidir,
escolher, estimar, julgar, medir, selecionar.
Exemplificando!
Vamos a um exemplo de objetivo geral: “Identificar os aspectos que influenciam no
assoreamento do Rio Uberaba.”
Vamos pensar?
Quais seriam outras ações que poderiam ser executadas em nossa pesquisa, de
maneira que fosse viabilizado o alcance do objetivo geral?
Veja algumas alternativas de objetivos específicos:
O método se constitui num instrumento do conhecimento que proporciona aos
pesquisadores uma orientação geral que facilite planejar sua pesquisa, formular
hipóteses, coordenar investigações, realizar experiências e interpretar os resultados.
Tratase da escolha de procedimentos sistemáticos para descrição e explicação de
um estudo.
O método científico confere ao pesquisador inúmeras vantagens, oferecendo
lhe um conjunto de atividades sistemáticas e racionais, mostrandolhe o
caminho a ser seguido e permitindolhe detectar erros e auxiliando nas
decisões. Sua aplicação correta proporciona segurança e economia, e
permite obter conhecimentos eficazes, com qualidades essenciais à sua
natureza (FACHIN, 2006, p.31).
Na metodologia da pesquisa é que definimos como ela será realizada, observando,
detalhadamente, cada etapa/subetapa a ser seguida. Por exemplo:
Subetapa 1 Qual ou quais tipo(s) de pesquisa é(serão) necessário(s)?
Subetapa 2 Qual será a população e a amostra da pesquisa?
Subetapa 3 Quais serão os instrumentos (formulários, questionários, gravadores) e
técnicas de coletas de dados (entrevista, observação)?
Subetapa 4 Quais as abordagens metodológicas serão utilizadas quantitativa,
qualitativa ou de triangulação?
Subetapa 5 Quantos e quais serão os pesquisadores participantes?
a) os caminhos para se chegar aos objetivos propostos estão bem delimitados e
claros?
b) qual ou quais os tipos de pesquisa que serão explorados?
c) quais métodos? (quantitativo, qualitativo, triangulação)
d) qual o universo/população da pesquisa?
e) será utilizada a amostragem?
f) quais são os instrumentos de coleta de dados?
g) como foram construídos os instrumentos de pesquisa?
h) quais as técnicas de coletas de dados serão utilizadas?
i) qual a forma que será usada para a tabulação de dados?
j) como serão analisados e interpretados os dados e informações?
k) houve a realização de uma pesquisa bibliográfica, a partir de leituras em
materiais primordiais?
l) como pretende acessar suas fontes de consulta, fichálas, lêlas e resumilas,
para a construção de seu texto?
Comparando
População
Totalidade de pessoas, animais, objetos, situações et c. que possuem um conjunto de
características comuns, que os define. Podemos fixar como população todos os indivíduos
de de terminada nacionalidade ou que residam em certa cidade ou mesmo que possuam
uma série de características definidoras simul tâneas específicas. (APPOLINÁRIO, 2006 ,
p. 125).
Amostra
Subconjunto de sujeitos extraídos de uma população por meio de alguma técnica de
amostragem. Quando essa amostra é representativa dessa população, supõese que tudo
que concluímos acerca dessa amostra será válido também para a população como um
todo (APPOL INÁRIO, 2006, p. 125).
3 Documentação e Publicação
3.1 Etapa 01: Redação e apresentação do trabalho científico
Esta é a etapa em que a equipe pesquisadora deve redigir o documento que registra
todos os passos da pesquisa. Em caráter de planejamento, estaríamos falando do
projeto de pesquisa. Já em caráter documental, ou seja, acerca dos resultados
registrados na pesquisa, podemos nos referir a vários documentos científicos, como:
relatórios de pesquisa, artigos científicos ou papers , dissertações de mestrado, teses
de doutorado, monografias, entre outros.
Independente do tipo de documento científico escolhido pela equipe pesquisadora
para o registro dos resultados da pesquisa, ele deve apresentar uma redação clara,
objetiva, simples, concisa e precisa (APPOLINÁRIO, 2006, p. 95), embasada nas
normas de documentação da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
Para pesquisar
Para informações mais detalhadas, acesse: www.abnt.org.br//www.iso.org
Várias são as formas de divulgação das pesquisas, sendo as mais comuns nas
universidades:
Artigos científicos ou papers
São textos menores que as monografias, cuja finalidade é sua publicação em
periódicos científicos.
Monografia
É um dos tipos de trabalhos científicos que versa sobre um único tema ;
estudo minucioso sobre um t ema restrito.
Trabalho de conclusão de curso – TCC
Os TCCs são os mais utilizados em cursos de graduação. Podem ser considerados
como exemplos de TCC: monografias, projetos, artigos e relatórios.
Cada curso superior apresenta, em sua proposta pedagógica, quais as
possibilidades que o(a) aluno(a) tem para elaborar o seu TCC.
3.2 Etapa 02: Publicação do trabalho científico
Quem investiga, experimenta e produz constantemente conhecimentos em suas áreas
de conhecimento, proporcionando relações, comparações, refutações entre conceitos
e teorias, colaborando com o avanço da ciência, necessita divulgar estes
conhecimentos. Entre os procedimentos mais eficazes e rápidos para a divulgação dos
resultados de uma pesquisa, ou mesmo para o debate acerca de uma teoria ou ideia
científica, a academia utiliza principalmente o artigo científico, o paper, o review, a
comunicação científica, o resumo. São veiculados em publicações especializadas
como revistas e jornais científicos, periódicos, anais etc., impressos ou eletrônicos no
mundo todo.
Atualmente, esse formato de publicação científica é maciçamente utilizado pela maioria
dos pesquisadores e grupos de pesquisa no mundo, para divulgação de novos
conhecimentos e como meio para adquirir notoriedade e respeito dentro da
comunidade científica. Convém salientar que a apresentação de resumos, resumos
expandidos e trabalhos completos em eventos é de grande importância para a equipe
pesquisadora e para a instituição, mas a publicação de trabalhos científicos em
periódicos especializados tem valor ainda maior para ambos.
Parada para reflexão
Para relembrar as características da linguagem que deve ser usada em um artigo
publicado em revistas científicas, você pode reler o Quadro 1, deste capítulo.
Porém, o pesquisador iniciante tem certa dificuldade na organização e redação dos
primeiros artigos técnicocientíficos, principalmente em relação à estrutura e
organização do texto, das ideias, utilização de certos termos, subdivisão dos assuntos,
inserção de citações durante a elaboração do texto, entre outros.
Estas dificuldades podem ser minimizadas se o autor se organizar e estiver convencido
de que o trabalho deve possuir rigor científico. Segundo Ramos et al. (2003, p.15),
Executar uma pesquisa com rigor científico pressupõe que você escolha um
tema e defina um problema para ser investigado. A definição dependerá dos
objetivos que se pretende alcançar. Nesta etapa, você elabora um plano de
trabalho e, logo após, deverá explicitar se os objetivos foram alcançados, [...].
O artigo científico não é extenso, totalizando normalmente entre 5 a 10 páginas,
podendo alcançar, dependendo de vários fatores, até 20 páginas, garantindose, em
todos os casos, que a abordagem temática seja a mais completa possível, com a
exposição dos procedimentos metodológicos e discussão dos resultados nas
pesquisas de campo, caso seja necessário a repetição da mesma por outros
pesquisadores (LAKATOS e MARCONI, 1991; MEDEIROS, 1997; SANTOS, 2000).
Normalmente, entregase um trabalho científico para publicação de uma revista
científica indexada, de nível, vários meses antes de o trabalho ser publicado, para que
o mesmo seja aprovado para publicação. Esta demora é devido ao trâmite de cada
revista, que envolve o envio a vários revisores, retorno aos autores, nova leitura dos
revisores, correção textual e ortográfica, diagramação, etc.
4 O Projeto de pesquisa
Toda e qualquer ação metodologicamente desenvolvida, com o objetivo de contribuir,
de forma inovadora, para o avanço científico das diferentes áreas do conhecimento,
constitui um projeto de pesquisa.
Na verdade, o projeto é um texto que define, com detalhes, o planejamento do
caminho a ser seguido na construção de um trabalho científico. É um planejamento
que impõe ao autor ordem e disciplina para execução do trabalho de acordo com os
prazos estabelecidos. Ele pode ser utilizado para que o seu autor:
• discuta suas ideias com colegas e professores em reuniões apropriadas;
• inicie contatos com possíveis orientadores;
• participe de seminários, congressos, simpósios e outros encontros científicos;
• apresente trabalho acadêmico às disciplinas de Metodologia da Pesquisa,
Metodologia do Trabalho Científico ou outras semelhantes;
• solicite bolsa de estudos ou financiamento para o desenvolvimento da pesquisa;
• participe de concurso para ingresso em Programas de Pósgraduação;
• seja arguído por membros de bancas de qualificação ao mestrado ou
doutorado.
A elaboração de um projeto de pesquisa visa registrar a ideia do proponente,
permitindo a terceiros uma análise técnica e de mérito do seu conteúdo. Por essa
razão, o projeto deve ser elaborado de forma completa e organizada, contemplando os
conteúdos e ações de forma clara e cronologicamente dispostos. Para que isso ocorra,
o projeto deve conter, preferencialmente:
I. Capa
II. Folha de rosto
III. Resumo
IV. Sumário
V. Objetivo(s) – geral e específicos
VI. Justificativa
VII. Introdução
VIII. Revisão de literatura
IX. Metodologia (Material e Métodos)
X. Orçamento detalhado
XI. Pessoal envolvido
XII. Resultados esperados
XIII. Referências
Vejamos, agora, detalhadamente cada um dos tópicos:
I) Capa
Segundo a ABNT (2005), capa é a “proteção externa do trabalho e sobre a qual se
imprimem as informações indispensáveis à sua identificação”. Os elementos utilizados
na capa são os seguintes (devendose respeitar a ordem):
• Nome da instituição (opcional)
• Nome(s) do(s) autor(es)
• Título
• Subtítulo, se houver
• Local
• Ano da entrega
O título deve expressar, da maneira mais clara possível, o tema do projeto, sendo
apresentado de forma concisa. Deve mos lembrar que o título do trabalho (projeto)
será lido por muitas pessoas. O trabalho final (artigo científico, tese, dissertação, etc.),
será sempre referenciado pelo seu título.
Um bom título deve ser:
• curto
• específico
• sem fórmulas de qualquer espécie.
Importante!
II) Folha de rosto
Os elementos que devem compor uma folha de rosto, nesta ordem, são:
• Nome do autor.
• Título.
• Subtítulo, se houver.
• Natureza do trabalho (tese, dissertação, projeto de pesquisa) e objetivo
(aprovação em disciplina, grau pretendido, atendimento a um edital de órgão de
fomento, etc.) nome da instituição a que é submetido; área de concentração.
• Local.
• Ano da entrega.
III) Resumo
É um texto de dimensões reduzidas em relação ao tamanho do projeto, com a
finalidade de traduzir, em menos palavras, o pensamento do(s) autor(es),
preservando suas intenções e realçando os pontos para os quais se dispensou
maior atenção.
IV) Sumário
Representa uma relação das principais divisões, seções e outras partes do projeto de
pesquisa, que devem ser dispostas na mesma ordem em que aparecem no texto,
com indicação do número da página.
V) Objetivo
O objetivo de um projeto, juntamente com o título, deve dizer de forma simplificada “o
que” se pretende fazer. Normalmente, o objetivo é descrito por verbos fortes, no
infinitivo, constituindose um conteúdo resumido, porém expressivo. Reveja mais
detalhes no início deste capítulo.
VI) Justificativa
A justificativa de um projeto deve apresentar, de forma convincente, o “porquê” de sua
realização. Em outras palavras, a justificativa deve esclarecer ou convencer,
principalmente as pessoas ligadas à área do projeto, sobre a importância de sua
realização. Reveja mais detalhes no início deste capítulo.
Algumas propostas de projeto substituem os três itens apresentados acima por
Introdução e Revisão bibliográfica, sem mencionar o tópico sugerido como
Justificativa.
VII) Introdução
Deve dar ao leitor a informação necessária para entender de que assunto trata o seu
trabalho, sem precisar recorrer a outras fontes. Para auxiliar na elaboração da
introdução, algumas perguntas podem ser respondidas:
• De que assunto trata o seu trabalho (projeto)?
• Por que é importante tratar esse assunto?
• Como você tratou o assunto?
• Qual é o seu objetivo?
VIII) Revisão de literatura
Para qualquer trabalho que se faça, é necessário ler. Nunca se deve considerar a
leitura como perda de tempo, mas como investimento na sua formação como
pesquisador.
IX) Metodologia (Material e Métodos)
Esta é uma das partes mais importantes do projeto, pois é por meio de sua perfeita
elaboração que se definem as necessidade relativas ao pessoal, material e tempo de
realização.
Em geral, a última etapa da metodologia é o Cronograma. Como a pesquisa se
desenvolve em várias etapas, é necessário fazer a previsão do tempo necessário
para se passar de uma etapa a outra. Para isso, a definição de um cronograma é
fundamental para o sucesso de um projeto de pesquisa. No Quadro 5, é possível
visualizar um exemplo de um cronograma.
Comparando
A origem do orçamento do projeto tem sua fundamentação nos itens (necessidades)
identificados na metodologia, especificamente nas etapas e subetapas. Tratamse
dos recursos humanos e materiais disponíveis na instituição, bem como daqueles a
serem contratados/adquiridos. No primeiro caso, enquadramse o pessoal, as
instalações físicas e, eventualmente, alguns materiais, devendo ser considerados
como contrapartida da instituição proponente. Os itens Pessoal Permanente e
Instalações físicas são dificilmente financiados por órgãos de fomento.
Importante!
É importante lembrar que os itens solicitados para financiamento necessitam de
justificativa própria, relacionandose sua utilização com uma ou mais etapas definidas na
metodologia do projeto. Um resumo das despesas (Custeio, Capital, Bolsas) deve ser
apresentado separadamente, em quadros ou tabelas, contendo os respectivos
elementos de despesa, assim como uma tabela/resumo das despesas totais do projeto.
Para as solicitações de bens de capital com valores expressivos, é recomendada a
inclusão, no projeto, de cotações de um ou mais fornecedores.
Mater i al p er m an en t e
São aqueles materiais que têm uma durabilidade prolongada. Normalmente, é definido
como bens duráveis que não são consumidos durante a realização da pesquisa.
Podem ser: geladeiras, refrigerador de ar, computadores, impressoras, itens de
laboratório, dentre outros. (Tabela 1).
Material de consumo
São aqueles materiais que não têm uma durabilidade prolongada. Normalmente, são
definidos como bens que são consumidos durante a realização da pesquisa.
Podem ser: papel, tinta para impressora, gasolina, material de limpeza, caneta,
fertilizantes, defensivos, etc. Veja um exemplo na Tabela 2.
Tabela 2 – Exemplo de orçamento para material de consumo.
Em uma proposta de projeto, é extremamente importante ressaltar que ele será
desenvolvido por um grupo ou equipe de trabalho. Um dos participantes deve
aparecer como coordenador responsável pelo projeto, podendo haver um
subcoordenador e que tenham titulação mínima de mestrado.
O comprometimento do pessoal envolvido deve ser feito através de termo de
concordância ou de participação, podendose até citar em quais etapas do projeto se
dará sua contribuição. Para todos os participantes de nível superior, é importante a
inclusão do seu Curriculum Vitae, principalmente do coordenador, não sendo
necessários os currículos do pessoal técnico e de alunos, eventualmente participantes
do projeto.
Para apresentar a equipe, sugerimos a elaboração de uma tabela contendo as
informações descritas a seguir (Exemplo no Quadro 6):
• pessoais (nome completo, email, cpf);
• acadêmicas (título, especialização);
• projeto (nome do projeto, instituição/unidade).
Quadro 6 – Modelo para apresentação da equipe do projeto
XII) Resultados esperados
XIII) Referências
As referências devem constar necessariamente, no final do projeto, dentro dos padrões
definidos por normas. Para trabalhos no Brasil, a recomendação é para a utilização da
NBR 6023 (ABNT 2002). Como o número de materiais disponíveis sobre o tema
geralmente não é completo na fase de proposição do projeto, devese prever, no início
da metodologia, uma etapa específica para Revisão bibliográfica, com o objetivo de
ampliar o conhecimento sobre o assunto.
5 Ética em pesquisa
Vivenciamos diariamente situações em que não refletimos e nem buscamos os
“porquês” de nossos comportamentos ou dos hábitos e dos costumes que nos
cercam. No nosso dia a dia, geralmente, não fazemos distinção entre valor, ética e
moral.
Vejamos, a seguir, a distinção entre esses termos:
MORAL É definida como o conjunto de normas, princípios, costumes e valores que
norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. Segundo Chauí
(2006), é um juízo que enuncia obrigação, avalia intenções e ações, segundo
o critério do correto e incorreto.
VALOR Exemplificando...
Tomemos como valor cultural, o fato de ser o dinheiro o maior valor para os
americanos em relação aos orientais; como valor universal temos: a religião,
o crime e outros; como valor individual temos: a escolha profissional, a opção
por uma conduta.
Do grego eth os – “modo de ser”
A ética é um comportamento moral que explica, compreende, justifica e critica a
moral da sociedade. Podemos afirmar que é construída histórica e socialmente
a partir das relações dos seres humanos na sociedade.
É nessa convivência com o outro que o indivíduo se descobre enquanto um
ser moral e ético. Por sermos seres históricos e culturais, cujas ações se
ÉTICA desenvolvem no tempo, reconhecemos que a ética se transforma para atender
às exigências da sociedade e da cultura.
A ética exprime a maneira como a cultura e a sociedade definem para
si mesmas o que julgam ser a violência e o crime, o mal e o vício e, como
contrapartida, o que consideram ser o bem e a virtude. Por realizarse como
relação intersubjetiva e social, a ética não é alheia ou indiferente às condições
históricas e políticas, econômicas e culturais da ação moral (CHAUÍ, 2000).
Como evidenciamos atitudes éticas? Quando denominamos que certa
conduta é ética? Como se manifesta a conduta moral?
Veremos, a seguir, os constituintes do campo ético, a importância da ética na
pesquisa e os principais enfoques da maioria dos códigos de éticas.
Constituintes do campo ético
A conduta ética se manifesta quando o indivíduo exprime uma consciência moral,
sendo capaz de avaliar as suas motivações pessoais, as exigências feitas por
determinadas situações, as consequências de seus atos para si próprio e para os
outros, a conformidade entre meios e fins (não empregar meios imorais para
alcançar fins morais), a obrigação de respeitar o estabelecido e a obrigação de
transgredir determinadas regras quando o estabelecido for imoral.
Parada para reflexão
Em que situações podemos afirmar que o indivíduo é ético?
Que condições ou situações evidenciam que o indivíduo é ético?
O indivíduo é um ser, uma pessoa moral que é instaurada pela vida intersubjetiva e
social, que necessita ser educado para os valores morais e para as virtudes. Para
Chauí (2000), o indivíduo ético ou moral precisa de:
a) ser consciente da existência de si mesmo e dos outros;
b) ser capaz de controlar e orientar seus desejos, sentimentos e tendências;
c) ser responsável pelos efeitos e consequências de suas ações sobre si mesmo
e sobre os outros;
d) ser capaz de autodeterminarse, aplicando a si mesmo as regras de conduta.
Nesse sentido,
a ética precisa contar com a capacidade de os indivíduos encont rarem saídas
plausíveis e racionais para seu agir, pois nasce amparada no ideal da busca
do agenciamento do agir humano de tal f orma que o mesmo seja bom para
todos (PAIVA, 2005, p. 25).
Portanto, onde se situa os fundamentos conceituais da Ética na
pesquisa?
O conceito de ética “é bastante abstrato fora da perspectiva teórica e dissociada de
sua aplicação às situações reais da vida cotidiana” (SCUKLENK, 2006, p. 64). É
fundamental reconhecer que a ética na pesquisa deve se preocupar com a
imprevisibilidade das consequências de uma investigação, considerando sempre os
aspectos legais, morais e éticos que norteiam a pesquisa.
a) O envolvimento de seres humanos devemos preservar os princípios bioéticos
dos seres humanos, fundamentais do respeito ao indivíduo, beneficência e justiça.
Para Paiva (2006), ao assegurarmos o tratamento ético à pesquisa humana é
fundamental:
· privacidade, ou seja, proteção aos indivíduos que devem ser mantidos no
anonimato;
· consciência de que a pesquisa não pode ser intrusiva, ou seja, o
pesquisador não pode alterar o contexto pesquisado;
· segurança em relação às consequências futuras dos participantes, que, ao
omitirem opiniões contrárias aos sistemas, podem sofrer represálias caso
sejam identificados;
· integridade da pesquisa, garantindo equidade entre todos os
interessados, não beneficiando quem a financia;
· metodologia que leve à recusa a tratamentos experimentais/inovadores
para grupos de controle, tendo em vista a falta de consenso (em
pesquisas experimentais não se pode negar ao grupo de controle
tratamentos inovadores e benéficos ao grupo);
Equidade
reconhecimento do direi to de cada um.
b) Pesquisa em animais devemos prever um tratamento humanitário, evitando dor e
sofrimentos.
Segundo Palácios; Rego; Schramm (2006), a função dos CEPs é:
• ajudar os pesquisadores a perceberem situações que aparecem já no projeto da
pesquisa, para proteger os direitos e interesses de todos os participantes;
• garantir os benefícios aos participantes da pesquisa, individual e coletivamente;
• apurar as denúncias dos participantes da pesquisa sobre eventuais
irregularidades;
• refletir junto com o pesquisador sobre como garantir a autonomia dos
participantes da pesquisa o que fazer para melhor informálos, o que fazer
para melhor garantir sua liberdade de decisão, como identificar e determinar
riscos e benefícios para cada grupo de interesse relacionado à pesquisa;
• assumir perante cada participante da pesquisa, a responsabilidade de que o
projeto está sendo eticamente conduzido.
Finalizando, precisamos estar conscientes de que somente a existência de normas
não é suficiente para o sucesso de uma pesquisa. É fundamental que os envolvidos
pesquisador e participantes da pesquisa mobilizemse para impedir que abusos
sejam cometidos, garantindo que nenhuma pesquisa seja realizada sem que a
questão ética seja bem considerada.
Ao término dessas orientações, esperamos que você, além de estar apto(a) a
desenvolver os objetivos propostos tanto neste capítulo, quanto no anterior, esteja
consciente da relevância desse estudo e que ele tenha agregado valores
substanciais não só à sua formação acadêmica, mas também, como sujeito social
ativo, ético e crítico, de um mercado de trabalho que espera dos seus profissionais
habilidades e competências empreendedoras, que subsidiem a formulação e a tomada
de decisões estratégicas nas instituições e projetos em que atuará.
Neste sentido, para reforçarmos a importância do seu empenho na investigação
científica, recorremos às orientações da professora Ivani Fazenda:
Pesquisar em educação exige, além de uma formação acadêmica restri ta,
(relativa ao t ema que será desenvolvido), uma sólida e profunda f ormação
acadêmica geral, pois a dificuldade em interpretar e compreender textos
somente será vencida se, ao lado de um trabalho com o texto básico,
procederse à lei tura de vários textos complementares (FAZENDA, 1997, p.
16).
Para tanto, desejamos a você uma leitura proveitosa e significativa não apenas
deste capítulo, mas também, dos textos indicados, a seguir.
Além dos capítulos anteriores sobre a Metodologia da Pesquisa Científica, você
será orientado(a) a elaborar o seu trabalho de conclusão de curso no próximo
capítulo, que se propõe a apresentar as partes de um artigo científico e de que
maneira cada uma dessas partes pode, adequadamente, ser construída.
ATIVIDADES
ATIVIDADE 1
Associe a coluna A com a coluna B acerca dos elementos que compõem o Projeto
de pesquisa.
COLUNA A COLUNA B
a) ( ) o momento de uma pesquisa em que definimos que não será
pesquisada toda a população, é caracterizado como uma etapa em que
especificamos se usaremos amostragem ou não;
b) ( ) o processo de entrevistar os pesquisados, utilizando um instrumento de
recolhimento de dados, corresponde a um dos procedimentos que
caracteriza a etapa responsável pela coleta dos dados.
c) ( ) as etapas análise e interpretação de dados não decorrem da coleta e
tabulação dos dados de uma pesquisa.
d) ( ) a escolha do tema compreende numa das etapas da pesquisa,
responsável pela definição do que desejaremos estudar e pesquisar. Uma
vez definido o tema de uma pesquisa, não há mais a necessidade de se
rever ou de redefinilo adequadamente;
e) ( ) a etapa em que estruturamos a metodologia da pesquisa, corresponde
ao momento em que definimos vários aspectos, entre eles: os tipos e as
abordagens/métodos utilizadas na pesquisa.
f) ( ) a etapa levantamento de dados corresponde ao mesmo conjunto de
características da etapa coleta de dados.
g) ( ) no momento em que detalhamos mais sobre o tema da pesquisa,
podemos afirmar que estamos nos referindo a um procedimento que faz
parte da etapa em que o tema da nossa pesquisa é delimitado.
ATIVIDADE 3
Escolha duas das alternativas falsas da questão anterior e reescrevaas, de
maneira que possam ser consideradas corretas.
3.1 Informe as letras das questões FALSAS a serem reescritas.
3.2 Reescreva as alternativas.
ATIVIDADE 4
1. Sabemos que a pesquisa não se restringe mais aos grandes e isolados centros
especializados de pesquisa e que ela está por toda parte em nosso dia a dia. Cite e
comente duas situações, serviços ou produtos do seu cotidiano que surgiram ou
foram aprimorados em virtude de resultados bem sucedidos de pesquisas
científicas:
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