Você está na página 1de 10

Licensed to Sallyane Daniel de Castro - sallyannecastro@gmail.com - 110.071.

756-05

ALANNY NICACIO DE LIMA

CONTEÚDO NECESSÁRIO PARA


ACOMPANHAMENTO DA AULA
Licensed to Sallyane Daniel de Castro - sallyannecastro@gmail.com - 110.071.756-05
MÓDULO 1 – CONCEITOS DE PLANEJAMENTO
AULA 1 - ETAPAS DE PRODUÇÃO 2

MÓDULO 1 1
MÓDULO
CONCEITOS DE PLANEJAMENTO

AULA11––ETAPAS
AULA ETAPASDE
DEPRODUÇÃO
PRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

Nesta aula vamos aprender os primeiros conceitos do que é


"Planejamento de Obras" e os principais impactos dessa etapa do
empreendimento ao longo da execução e vida útil da edificação. Para isso,
será necessário entender quais são as principais etapas de uma edificação
(HELENE et. al., 2003) e em qual delas o planejamento se encaixa. Sendo
possível, dessa forma, compreender sua classe de projeto e,
consequentemente, seus impactos negativos nas principais origens das
manifestações patológicas.

O planejamento vem do ato de planejar e estabelecer caminhos que nos


levam a objetivos pretendidos, ou seja, é um estudo de “futurologia” que nos
prepara para o desempenho das funções a fim de alcançar o produto final da
construção civil. Tal ação de “planejar” nos é ensinada desde a primeira infância,
onde conseguimos, do acordar ao deitar, planejar nossas atividades diárias.

O mesmo pode ser adaptado ao Planejamento de Obras, onde é


possível planejar e coordenar as atividades de desenvolvimento, execução
finalização de uma obra para obtenção do produto final (satisfação do usuário)
garantindo as principais variáveis: custo, prazo, escopo e qualidade.
Licensed to Sallyane Daniel de Castro - sallyannecastro@gmail.com - 110.071.756-05
MÓDULO 1 – CONCEITOS DE PLANEJAMENTO
AULA 1 - ETAPAS DE PRODUÇÃO 3

Para que seja possível não só planejar obras, mas sim, sobre QUANDO
planejar, será necessário compreender em qual etapa o processo do
Planejamento de Obras se encaixa.

A princípio, é interessante observar como o Prof. Paulo Helene aborda


o comportamento contínuo das etapas de um empreendimento1, sendo elas:

a) planejamento;

b) projeto;

c) utilização de materiais e insumos do canteiro de obras;

d) execução da obra;

e) operação, uso e manutenção.

Observa-se na Figura 1 a sequência dessas etapas dentro do contexto


produtivo de uma edificação:

Figura 1- Etapas de produção e uso de obras civis. FONTE: HELENE et al., 2003, p.
24.

_______________________________________________________________
1
HELENE, P. R. L. et al. Manual de Reparo, Proteção e Reforço de Estruturas de Concreto. 1 ed. São
Paulo: Red Rehabilitar, 2003, p.24
Licensed to Sallyane Daniel de Castro - sallyannecastro@gmail.com - 110.071.756-05
MÓDULO 1 – CONCEITOS DE PLANEJAMENTO
AULA 1 - ETAPAS DE PRODUÇÃO 4

Observa-se que o planejamento antecede as demais etapas, inclusive a


etapa de projeto. Mas diante desse processo, é comum o levantamento do
seguinte questionamento:

POR QUE O PLANEJAMENTO ANTECEDE O PROJETO SE SÓ É


POSSÍVEL PLANEJAR COM PROJETO EM MÃOS?

Isso acontece devido a constante dúvida de quais projetos são


considerados essenciais para o planejamento e quais são os projetos
enquadrados na etapa que antecede à execução. Dessa forma, no primeiro
momento temos que entender que a classe de projeto que tratamos para o
planejamento é diferente da classe de projeto necessária para a execução. Isso
ocorre porque é preciso já ter a definição “DO QUE” será executado ao planejar.

Sendo assim, esse conjunto de projetos que possuem características


atributivas do produto final (o empreendimento) são chamados de Projetos
Básicos. Ou seja, é a classe de projeto que possui elementos característicos
capazes de definir o que será executado, o projeto como um todo, estes são os
que antecedem o planejamento. E esse conjunto de características definem o
que chamamos de ESCOPO2, que de forma simples, se trata “DO QUE” será
executado.

Pois, como resposta ao questionamento levantado, só é possível


planejar algo que sei do que se trata. Dessa forma, concluímos que só é possível
o processo de planejamento com o escopo já definido.

Já a classe de projeto necessária para a execução de um


empreendimento enquadra o que chamamos de Projetos Executivos3. Esses são
aqueles cujo apresentam detalhes de execução, sendo assim, indispensáveis no
processo executivo. Essa classe de projeto (Projetos Executivos) é a que está
representada como “projeto” no fluxograma da Figura1 e que vão para o canteiro.

____________________________________________________________
2
MATTOS, A. D. Planejamento e Controle de Obras. 2 ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2019, p.29
3
MATTOS, A. D. Planejamento e Controle de Obras. 2 ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2019, p.29
Licensed to Sallyane Daniel de Castro - sallyannecastro@gmail.com - 110.071.756-05
MÓDULO 1 – CONCEITOS DE PLANEJAMENTO
AULA 1 - ETAPAS DE PRODUÇÃO 5

Já os Projetos Básicos não estão representados na mesma figura


supracitada, pois como visto anteriormente, o planejamento só começa quando
o escopo já está definido. Que é exatamente o que acontece no início do
fluxograma da Figura 1. Ou seja, o fluxograma abordado inicia imediatamente
após a definição do escopo através dos projetos básicos.

Para que fique mais claro essa diferenciação das definições das distintas
classes de projetos, observemos o comparativo da Figura 2 abaixo.

Figura 2 - Classes de projeto. FONTE: Adaptado de MATTOS, A. D., 2019, p. 29.

Logo, o resultado do planejamento – cronograma – se une à etapa de


projeto da Figura 1 substanciando o início do processo de produção da
edificação.

E quando tratamos da importância dessas fases no produto final do


processo – satisfação do usuário – tratamos também da interferência do mesmo
em sua vida útil. Podendo, além de inviabilizar as atividades de execução ao
Licensed to Sallyane Daniel de Castro - sallyannecastro@gmail.com - 110.071.756-05
MÓDULO 1 – CONCEITOS DE PLANEJAMENTO
AULA 1 - ETAPAS DE PRODUÇÃO 6

longo de sua produção - interferindo nos parâmetros de prazo, custo e no escopo


-, alterar a qualidade do empreendimento, reduzindo o conceito de desempenho4
(segurança, conforto e durabilidade) do mesmo, conforme a Norma de
Desempenho ABNT NBR 15575:2013.

E quando tratamos de perda dos parâmetros que asseguram o


desempenho da edificação, também tratamos, indiretamente, do surgimento das
manifestações patológicas na edificação. Para a compreensão da patologia
como o estudo das manifestações é necessário pincelarmos sobre as principais
características das manifestações patológicas, são elas:

a) Sintomas – é basicamente, como a manifestação patológica se


apresenta ao usuário, por exemplo, fissuras e deformações
excessivas;
b) Causas – trata-se dos agentes necessários para a aparição da
manifestação patológica5, ou seja, aquele que na sua ausência não
há como detectar a formação e propagação do problema. Por
exemplo, umidade é o agente causador da eflorescência;
c) Mecanismo - conjunto de fenômenos, atividades, reações e ações do
meio que criam um sistema de operação favorável para a gênese do
problema. Sendo esta, uma das características mais importantes da
manifestação patológicas, onde sem o real conhecimento dos
mecanismos desses sintomas não se pode chegar à um diagnóstico
real, e consequentemente, à uma correção adequada 6.

____________________________________________________________________________________
4ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Edificações Habitacionais – Desempenho
Parte 1: Requisitos Gerais. Rio de Janeiro, 2013, p.10-13

5LIMA, A. N. Análise do Estado de Degradação do Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande. 2019.
100f. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal de Campina Grande. Campina Grande, 2019 . p. 10

5LIMA, A. N. Análise do Estado de Degradação do Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande. 2019.
100f. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal de Campina Grande. Campina Grande, 2019 . p. 7.
Licensed to Sallyane Daniel de Castro - sallyannecastro@gmail.com - 110.071.756-05
MÓDULO 1 – CONCEITOS DE PLANEJAMENTO
AULA 1 - ETAPAS DE PRODUÇÃO 7

d) Origem - Segundo HELENE6, a maioria das manifestações


patológicas surgem durante o período de uso das edificações, isso
ocorre porque o tempo necessário demandado para o início das
manifestações é maior que o tempo decorrido no processo de
execução. Porém, o início da manifestação não necessariamente
coincide com a origem do problema, uma vez que a falha que originou
o problema pode ter ocorrido em uma das cinco etapas que envolvem
o processo geral de construção: planejamento; projeto; utilização de
materiais e insumos do canteiro de obras; execução da obra;
operação, uso e manutenção.

Dessa forma, é possível compreendermos que a característica atrelada


às etapas produtivas de uma edificação é a ORIGEM das manifestações
patológicas. Sendo ela responsável pela identificação de qual etapa houve a
falha para houvesse o surgimento daquela manifestação patológica em estudo.

No Gráfico 1 abaixo é possível observar as proporções de incidências


das manifestações patológicas em função das manifestações patológicas.

4%
10%

40%
18%

28%

Planejamento Uso Materiais Execução Projeto

Gráfico 1 - Origens dos problemas patológicos com relação às etapas de produção e


uso das obras civis. FONTE: HELENE et al., 2003, p. 25.

_______________________________________________________________
6
HELENE, P. R. L. et al. Manual de Reparo, Proteção e Reforço de Estruturas de Concreto. 1 ed. São
Paulo: Red Rehabilitar, 2003, p.24
Licensed to Sallyane Daniel de Castro - sallyannecastro@gmail.com - 110.071.756-05
MÓDULO 1 – CONCEITOS DE PLANEJAMENTO
AULA 1 - ETAPAS DE PRODUÇÃO 8

Este gráfico representa um estudo das proporções indicativas das


origens patológicas mais incidentes 7.Sendo assim, é possível chegarmos à
conclusão de que muito embora a parcela do planejamento corresponda a
apenas 4% das origens estudadas, ela antecede as demais, conforme o
fluxograma da Figura 1. Podendo assim, de forma consequencial, subsidiar
falhas nas demais etapas. Justificando os altos percentuais nas etapas de
projeto e execução.

Pois, a ausência de um bom planejamento não garante a qualidade de


um empreendimento, tendo em vista que haverá uma deficiência no controle das
variáveis relativas ao escopo, prazo e custo, conforme veremos nas aulas
seguintes.

É importante lembrar que devemos, enquanto profissionais, erradicar


conceitos nocivos aos processos a serem empregados no desempenho do
nosso exercício profissional. Como por exemplo, o “mito do tocador de obra”.
Ninguém tem o planejamento “de cabeça’, tampouco controla sem uma base-
line definida.

Seria o mesmo que dizer ser possível executar uma estrutura sem o
projeto estrutural detalhado, o que é impossível. Pode-se sim, ter conhecimento
dos marcos que definem as principais etapas do cronograma, mas NUNCA, tal
processo garantirá a qualidade no desempenho controlado das atividades.
Nisso, não há controle dos riscos.

A ENGENHARIA CONSISTE EM CONTROLAR


RISCOS.
Licensed to Sallyane Daniel de Castro - sallyannecastro@gmail.com - 110.071.756-05
MÓDULO 1 – CONCEITOS DE PLANEJAMENTO
AULA 1 - ETAPAS DE PRODUÇÃO 9

FINALIZAMOS A AULA DEFININDO...

PLANEJAMENTO - etapa de desenvolvimento que antecede os projetos


executivos e sucede o projeto básico.

ESCOPO – conjunto de características atributivas que definem o que será


executado e que é necessário tê-lo bem definido para o processo de planejamento.

PROJETO BASICO ≠ PROJETO EXECUTIVO

FALHAS DE PLANEJAMENTO correspondem à 4% das incidências de


manifestações patológicas em uma edificação.

AUSÊNCIA DE PLANEJAMENTO não garante qualidade e o perfeito


desempenho da edificação, tampouco das etapas que se sucedem, pois não há controle
de riscos: escopo, prazo e custo.

PLANEJAMENTO DE OBRAS É CONTROLAR RISCOS E VARIÁVEIS DE


QUALIDADE.

ASSISTA A AULA 1 COMPLETA NO PORTAL DA HOTMART


OU NA PLATAFORMA EAD (EXCLUSIVA PARA ASSINANTES)
DO PLANTÃO ENGENHARIA.
Licensed to Sallyane Daniel de Castro - sallyannecastro@gmail.com - 110.071.756-05
MÓDULO 1 – CONCEITOS DE PLANEJAMENTO
AULA 1 - ETAPAS DE PRODUÇÃO 10

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575:


Edificações Habitacionais – Desempenho Parte 1: Requisitos Gerais. Rio de
Janeiro, p.60, 2013.

HELENE, P. R. L. et al. Manual de Reparo, Proteção e Reforço de Estruturas


de Concreto. 1 ed. São Paulo: Red Rehabilitar, 2003.

LIMA, A. N. Análise do Estado de Degradação do Museu Histórico e


Geográfico de Campina Grande. 2019. 100f. Trabalho de Conclusão de Curso
– Universidade Federal de Campina Grande. Campina Grande, 2019.

MATTOS, A. D. Planejamento e Controle de Obras. 2 ed. São Paulo: Oficina


de Textos, 2019.

Você também pode gostar