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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE QUÍMICA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA INORGÂNICA
QUÍMICA INORGÂNICA FUNDAMENTAL I

INTERAÇÕES INTERMOLECULARES

Prof. Fabio da Silva Miranda

e-mail: miranda@vm.uff.br
Sala GQI 308, Ramal 2170
Uma comparação entre gases, líquidos e sólidos

As propriedades físicas das substâncias entendidas em termos de teoria


cinética molecular:
Os gases são altamente compressíveis, assumem a forma e o volume do
recipiente:
As moléculas de gás estão separadas e não interagem muito entre si.
Os líquidos são quase incompressíveis, assumem a forma, mas não o
volume do recipiente:

As moléculas de líquidos são mantidas mais próximas do que as moléculas


de gases, mas não de maneira tão rígida de tal forma que as moléculas não
possam deslizar umas sobre as outras.
Os sólidos são incompressíveis e têm forma e volume definidos:

As moléculas de sólidos estão mais próximas. As moléculas estão unidas de


forma tão rígida que não conseguem deslizar facilmente umas sobre as
outras.
Uma comparação entre líquidos e sólidos
Uma comparação entre líquidos e sólidos

A conversão de um gás em um líquido ou sólido requer que as moléculas se


aproximem:
– resfriamento ou compressão.

A conversão de um sólido em um líquido ou gás requer que as moléculas se


distanciem:
– aquecimento ou redução da pressão.

As forças que mantêm os sólidos e líquidos unidos são denominadas forças


intermoleculares.
Modelo molecular-cinético para a estrutura da matéria
Pressão de vapor
Transições entre os estados da matéria
Diagramas de fase
Diagramas de fase
Diagramas de fase da água
Diagramas de fase do CO2
Diagramas de fase do enxofre
Diagramas de fase do gelo a altas pressões
Ligação de hidrogênio no gelo
Representação das três fases da água

Estrutura do gelo

Estrutura da água líquida

Evaporação a partir superfície da água


Diagrama entálpico das mudanças de fase da água

Os valores foram ajustados para 0○C e dessa maneira somente mudanças de


entalpia associadas com mudanças de fase estão envolvidos.
Forças intermoleculares
Cristais líquidos

Colesterol foi o primeiro composto


reportado como cristal líquido
Forças entre os átomos

Ligações covalentes dentro de uma molécula são muito mais fortes do


que a atração entre as moléculas
Forças intermoleculares
A ligação covalente que mantém uma molécula unida é uma força
intramolecular;

A atração entre moléculas é uma força intermolecular;

Forças intermoleculares são muito mais fracas do que as forças


intramoleculares (por exemplo: 16 kJ mol-1 versus 431 kJ mol-1 para o
HCl).

Quando uma substância funde ou entra em ebulição, forças intermoleculares


são quebradas (não as ligações covalentes).
Resumos dos tipos de interação intermolecular
Forças intermoleculares
Forças intermoleculares
Forças íon-dipolo

A interação entre um íon e um dipolo (por exemplo, água). A mais forte de


todas as forças intermoleculares.
Forças dipolo-dipolo

As forças dipolo-dipolo existem entre moléculas polares neutras.

As moléculas polares necessitam ficar muito unidas.

Mais fracas do que as forças íon-dipolo.

Há uma mistura de forças dipolo-dipolo atrativas e repulsivas quando as


moléculas se viram.

Se duas moléculas têm aproximadamente a mesma massa e o mesmo


tamanho, as forças dipolo-dipolo aumentam com o aumento da polaridade.
Forças dipolo-dipolo
Interações dipolo-dipolo
Forças dipolo-dipolo
Dipolo induzido
Dipolo induzido
Forças de dispersão de London

A mais fraca de todas as forças intermoleculares;

É possível que duas moléculas adjacentes neutras se afetem;

O núcleo de uma molécula (ou átomo) atrai os elétrons da molécula


adjacente (ou átomo);

Por um instante, as nuvens eletrônicas ficam distorcidas;

Nesse instante, forma-se um dipolo (denominado dipolo instantâneo).


Forças de dispersão de London entre os átomos de Ne
Forças de dispersão de London

Um dipolo instantâneo pode induzir outro dipolo instantâneo em uma


molécula (ou átomo) adjacente.

As forças entre dipolos instantâneos são chamadas forças de dispersão de


London.
Forças de dispersão de London

Polarizabilidade é a facilidade com que a distribuição de cargas em uma


molécula pode ser distorcida por um campo elétrico externo.

Quanto maior é a molécula (quanto maior o número de elétrons) mais


polarizável ela é.

As forças de dispersão de London aumentam à medida que a massa


molecular aumenta.

Existem forças de dispersão de London entre todas as moléculas.

As forças de dispersão de London dependem da forma da molécula.


Forças de dispersão de London
Quanto maior for a área de superfície disponível para contato, maiores são
as forças de dispersão.
As forças de dispersão de London entre moléculas esféricas são menores do
que entre as moléculas com formato de linguiça.
Forças de dispersão de London
Forças de dispersão de London
Forças de dispersão de London
Ligação de hidrogênio

Caso especial de forças dipolo-dipolo.

A partir de experimentos: os pontos de ebulição de compostos com ligações


H-F, H-O e H-N são anomalamente altos.

Forças intermoleculares são anomalamente fortes.


Ligação de hidrogênio

A ligação de H necessita do H ligado a um elemento eletronegativo (mais


importante para compostos de F, O e N).

Os elétrons na H-X (X = elemento eletronegativo) encontram-se muito mais


próximos do X do que do H.

O H tem apenas um elétron, dessa forma, na ligação H-X, o H + apresenta


um próton quase descoberto.

Conseqüentemente, as ligações de H são fortes.


Ligação de hidrogênio
Ligação de hidrogênio
Ligação de hidrogênio
Ligação de hidrogênio
Ligação de hidrogênio

As ligações de hidrogênio são responsáveis pela:

•Flutuação do gelo
•Os sólidos são normalmente mais unidos do que os líquidos;
•Portanto, os sólidos são mais densos do que os líquidos.
•O gelo é ordenado com uma estrutura aberta para otimizar a ligação H.
•Conseqüentemente, o gelo é menos denso do que a água.
•Na água, o comprimento da ligaçao H-O é 1,0 Å.
•O comprimento da ligação de hidrogênio O…H é 1,8 Å.
•O gelo tem águas ordenadas em um hexágono regular aberto.
•Cada + H aponta no sentido de um par solitário no O.
Ligação de hidrogênio no HF
Hidratação de íons em água
A ligação de hidrogênio e a formação do “Snowflake”
Estrutura do DNA
Estrutura da b-pleated e a teia de aranha
Interpretação do orbital molecular da
ligação de hidrogênio
Ligação de hidrogênio no HF
Ligação de hidrogênio
Claratos
Estrutura do KLEVAR®

1965 – Stephanie Kwolek (DuPont), USA


Estrutura do KLEVAR®
•O polímero KLEVAR® foi preparado pela primeira vez em 1965 por
Stephanies Kwolek trabalhando nos laboratórios da DuPont no USA;

•Aplicação variada e inclui: coletes a prova de balas, raquetes de tênis,


equipamentos esportivos e trem de pouso das espaço-naves enviadas a
Marte;

•O polímero é leve, flexível, resistente ao calor, fogo e ataque químico;

•Cordas e cabos feitos de KLEVAR® são 5 vezes mais resistentes do que


similar feito de aço em proporção de peso igual;
Estrutura do KLEVAR®
•A resposta para todas as propriedades do KLEVAR® é baseada na estrutura
cristalina altamente ordenada;

•Os anéis benzênicos vizinhos ao grupo amido são responsáveis pela rigidez
da cadeia por limitarem a rotação da cadeia;

•As ligações de hidrogênio entre as cadeias poliméricas mantém as cadeias


fixas e impede que as cadeias escorreguem;

•Quando as fibras do KLEVAR® são enroladas, as cadeias dos polímeros


orientam-se ao longo do eixo da fibra com as ligações de hidrogênio ligando
as cadeias adjacentes;

•As folhas planas das cadeias ligadas por ligações de hidrogênio estão
empilhadas ao longo do eixo resultando em uma estrutura cristalina
altamente ordenada.
Interação total de atração
Interação total de atração
Interação total de atração

Forma geral de uma curva


de energia potencial
intermolecular. Na faixa de
longa distância a interação é
atrativa, mas na faixa
próxima a repulsão é
dominante.

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