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Nesta indústria podem-se definir as commodities da seguinte forma: as commodities
podem ser definidas ao longo de toda a cadeia produtiva têxtil. No âmbito dos tecidos
podemos considerar como commodities os tecidos básicos, de produção em grande
escala e com poucas características diferenciadoras. Quanto ao vestuário, camisetas,
meias, lingerie e jeans são exemplos dos produtos que podem ser considerados
commodities, exceto quando eles têm maior valor agregado, seja por características
diferenciadoras do tecido ou design resultando, por exemplo, em produtos com melhor
desempenho para o uso destinado. Diferenciam-se os produtos de marca, as chamadas
“griffes”, cujo apelo é tanto pela qualidade quanto pelo aspecto intangível de status social
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e econômico associado a esses produtos, para não falar quando esses produtos são de
alta costura, produzidos exclusivamente ou à medida em conceituados ateliês (Cruz
Moreira, 2007).
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In: http://www.sebrae.com.br/uf/espirito-santo/areas-de-atuacao/industria/textil-e-
confeccao/bia4/BIA_1357/integra_bia, acessado em 10/07/2008
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Comercialização (Vendas & Marketing) têm por objetivo criar formas para
que a percepção do produto junto ao público-alvo seja adequada ao que
foi proposto durante a sua concepção. Estratégias de colocação do
produto no mercado, pontos de venda, arquitetura, atmospherics18,
campanhas e ações de marketing têm um papel importante para a
conceituação de um produto de moda e criação de valores intangíveis.
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Kotler (1974) foi o primeiro a introduzir a idéia de que o ambiente físico que os
consumidores encontram pode influenciar no seu comportamento. Ele usou o termo
“atmospherics” para se referir ao processo de manipulação dos elementos de um
ambiente físico numa tentativa de afetar o comportamento do consumidor.
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A construção destes produtos diferenciados de moda depende dos fatores “valor
percebido pelo consumidor” e ”inovação e diferenciação do produto”, fatores que
incidirão diretamente nas margens de lucro obtidas. De acordo com Zeithaml (1988) o
conceito de valor percebido pelo consumidor possui aspectos relacionados a preço,
obtenção do que se quer, qualidade comparada com preço, e o que se recebe em
relação ao que se sacrifica. Valor pode ser definido como função positiva de qualidade,
atributos extrínsecos como funcionalidade, atributos intrínsecos como prazer, abstrações
de nível elevado como os valores pessoais, e como função negativa de sacrifício
percebido, podendo ser entendido tanto pelos dispêndios monetários quantos pelos
custos não monetários como o tempo e o esforço. Enfim, valor é função positiva do que
se recebe e função negativa do que se sacrifica.
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POLÍTICAS DA EMPRESA
RESPONSABILIDADE
ECOLOGIA COMÉRCIO JUSTO INOVAÇÃO OUTROS
SOCIAL
GESTÃO DE DESIGN
SUPERVISÃO DOS COORDENAÇÃO DA CADEIA
PROCESSOS DE FORNECEDORES
ESTILO COORDENAÇÃO
LINHAS OU COMPOSTO DE PRODUTO
PRODUTO COLEÇÃO
CARACTERÍSTICAS E GRADE
DESEMPENHO
MIX DE MODA
CORES VARIANTES
MIX DE PRODUTO
ESTAMPARIA VARIANTES CALÇAS BLAZERES
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O público-alvo pode se modificar quanto ao gênero e faixa etária, mantendo, no
entanto, o estilo de vida, ou lifestyle. O lifestyle pode ser definido como a forma que uma
pessoa vive e pode ser caracterizada por uma série de comportamentos que abrangem
as relações sociais, o consumo, o entretenimento e a forma de se vestir. Os
comportamentos e práticas contidos no estilo de vida são uma mistura de hábitos,
formas convencionais de fazer as coisas e de suas ações racionais. Um estilo de vida
tipicamente reflete as atitudes individuais, seus valores e percepções do mundo.
Portanto, o estilo de vida é um meio de construir um senso de si próprio e de criar
símbolos culturais que ressoam em sua própria identidade. Nem todos os aspectos do
estilo de vida são inteiramente voluntários, já que o meio social e os sistemas técnicos
podem coagir as escolhas do estilo de vida de um indivíduo e dos símbolos que ele/ela
são capazes de projetar sobre os outros ou sobre si próprio. (Spaargaren e Vliet, 2000).
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não sejam somente vestuário, tais como calçados, bolsas, bijuterias, jóias
e também produtos pertencentes a outras categorias, tais como,
cosméticos, por exemplo. A inclusão de artigos de outras categorias é
considerada por Treptow (2003) como extensão de marca. Essa inclusão
de artigos de outras categorias numa coleção não necessariamente
caracteriza a criação de uma nova Linha (Composto de Produtos).
O Mix de Moda refere-se à distribuição percentual de produtos com
diferentes ciclos de vida (básicos, de moda e de modismo) existentes na
Coleção conforme os objetivos ou estilo da marca.
A diferenciação na Coleção pode ocorrer na escolha/distribuição de
produtos com diferentes de ciclos de vida (Mix de Moda) como uma
renovação aplicada às Linhas ou Composto de Produto. O ciclo de vida
de um produto são as fases que esse produto passa desde sua criação
até a retirada do produto do mercado. Há diferentes estratégias que são
utilizadas para definir os produtos com diferentes ciclos de vida. Kotler
(2002) apresenta três categorias distintas e especiais dos ciclos de vida
associadas à velocidade dos seus ciclos: “estilo”, “moda” e “moda
passageira”. Na indústria de confecção, os produtos originados destes
ciclos de vida são respectivamente conhecidos como Produtos Básicos,
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possuir uma dimensão de moda, mesmo que seja apenas a cor. Quanto
mais características de moda (cores, tecidos, estampas, aviamentos,
acessórios, silhuetas etc.) são incluídas num produto, menor tende a ser
seu ciclo de vida. Deve-se observar que estes conceitos são relativos,
pois o que pode ser Básico para uma marca, poderia ser considerado
como Produto de Moda para outra, fato que dependerá da proposta da
marca e do público que pretende atingir.
As diferenciações na Coleção, a bem da verdade, ocorrem como
efeito da conjunção do Mix de Produto e do Mix de Moda, já que quando
determinadas escolhas são feitas e ênfases são dadas, geralmente
abrangem ambos Mixes. A existência de uma grande variedade de
modelos de calças, ou de outro produto que acabe associando a marca a
determinado tipo de produto, é um exemplo. A empresa Gang que há um
tempo reinava absoluta na categoria calças jeans diferenciadas (produto
de moda) dentro de determinado segmento (jovens do sexo feminino
adeptas de bailes funk) é um bom exemplo de associação de marca e
produto. Deve-se observar que o direcionamento destas escolhas é uma
proposta que vem do Estilo.
No Mix de Produtos, ainda há diferentes formas para criar
diferenciações, tais como a diferenciação através da Grade de Tamanhos
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A grade de tamanho de uma coleção pode ser: 34, 36, 38, 40, 42 ou PP, P, M, G, GG
etc., enquanto que a grade da coleção refere-se ao dimensionamento quantitativo da
mesma a partir do SKU (stock keeping unit), que é a unidade de estoque, representando
a menor unidade de estocagem, ou seja, um tamanho/cor (e suas variantes) de um item
da coleção (Rigueiral e Rigueiral, 2002). Então, uma grade da coleção, por exemplo
1/2/1, significaria a produção de múltiplos de uma grade de tamanho vezes a unidade de
estoque (SKU). Por exemplo, se temos uma blusa listrada branco e azul com variante
branco e vermelho, multiplicamos cada uma das variantes pela grade 1/2/1 (1 tamanho P
x blusa listrada branco e azul; 2 tamanho M x blusa listrada branco e azul; e 1 tamanho
G x blusa listrada branco e azul, o mesmo se repetindo com a variante blusa listrada
branco e vermelho).
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A palavra silhueta vem do francês silhouette, de Étienne de Silhouette, ministro das
Finanças da França em 1759. Segundo o dicionário Aurélio, é o “desenho representativo
do perfil de uma pessoa ou objeto, segundo os contornos que a sua sombra projeta”
(Ferreira,1975). A moda absorveu este conceito como a visão total de um look, que
determina as diferentes formas/proporções trazidas a cada nova estação. Por exemplo,
em determinada estação a silhueta é a das calças muito justas (skinny), e logo depois é
“desbancada” por uma silhueta mais ampla, como a das pantalonas e das calças mais
largas.
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Instituto de Prospecção Tecnológica e Mercadológica
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CVTCB (cadeia de valor têxtil e de confecção brasileira)
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Uma das classificações do tecido denim é pelo peso, que é indicado em onças/jarda²
(1 Oz/jd² = 33,91 g/m²). Os pesos comerciais mais comuns são 14,5 Oz/jd² (mais
pesado), 12 Oz/jd² e 9 Oz/jd² (mais leve).
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Figura 6 - Bolero com diversas aplicações (crochê, tecido, argolas e contas), estilo
Fernando de Paiva
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The design creative process in a fashion firm is widely known to have a high level of
task uncertainty and strong dependency upon other functions within a firm. (Moxey and
Studd, 2000 apud Simatupang, Sandroto and Lubis, p. 430, 2004)
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A alta divisibilidade do processo de produção, tanto do ponto de vista global como
referente à organização do trabalho propriamente dita é uma característica que faz com
que todas as tarefas de criação e preparação, incluindo aí corte e modelagem, possam
ser facilmente separadas do processo de costura propriamente dito, e têm uma influência
superior na qualidade final do produto. Por outro lado, o próprio processo de costura é
altamente divisível em uma multiplicidade de pequenas tarefas. Porém, essa
parcelização, para ser implementada com sucesso, supõe alto grau de controle
administrativo, que muitas vezes dificulta sua implantação em empresas menores.
(Abreu, 1986, p.101-102)
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A subcontratação ocorre quando a empresa deixa de realizar algumas atividades
produtivas, delegando-as a outra empresa, geralmente especializada em determinadas
tarefas. Essa empresa é denominada subcontratada ou fornecedora especializada. A
empresa contratante passa, então, a se concentrar em algumas atividades, geralmente,
as “mais nobres” ou as imateriais: inovação, design e desenvolvimento de produtos e
marketing. E são esses ativos imateriais que proporcionarão os maiores ganhos às
contratantes e as maiores margens de lucro (Mendes, 2005, p.5).
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“Fazer ou comprar? Este é o dilema típico de um processo de outsourcing. Mas a
definição do conceito implica, antes de mais, na sua tradução. Entre as mais
vulgarizadas, incluem-se: ‘mandar fazer fora’, o ‘recurso a uma fonte externa’, a
externalização ou, muito simplesmente, a subcontratação. Considerando uma definição
mais ampla, o outsourcing é um processo através do qual uma organização (contratante)
contrata outra (sub-contratado), na perspectiva de manter com ela um relacionamento
mutuamente benéfico, de médio ou longo prazo, com vista ao desempenho de uma ou
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várias atividades que a primeira não pode ou não lhe convém desempenhar e que a
segunda é tida como especialista” (Pmelink, apud Rech 2006, p. 280).
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