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Curso de Atualização em

Hemoterapia
Semana12: Aula8
Controle de qualidade em imunohematologia
Controle de Qualidade interno e externo em IH 4
Inspeção de reagentes 4
Validação de processos 2
4
Validação de centrífugas 7
Gestão da Qualidade – princípios gerais 2
Gestão de equipamentos: identificação, qualificação, calibração, manutenção preventiva e corretiva 2

Avaliação de Conteúdo 1 0

Teórico: Apresentar os conceitos do controle de qualidade, que envolve inspeção de reagentes, validação de
processos e explicar gestão da qualidade.

Teórico-Prático: Realizar os procedimentos envolvidos na qualidade, como inspeção laboratorial dos reagentes e
validação de centrífugas.
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CQ IH
• Por definição, Controle de Qualidade (CQ) significa um conjunto de ações técnicas
e atividades operacionais utilizadas para monitorar o cumprimento dos requisitos
da qualidade.
• Manter a equipe técnica treinada.
• Controlar a temperatura (ambiente e dos equipamentos).
• Incluir uma amostra controle (controle interno), principalmente nas técnicas automatizadas.
• Realizar o processo de validação na implantação de novas técnicas ou metodologias.
• Avaliar novos insumos (antes da compra).
• Realizar CQ de lotes de reagentes.
• Realizar manutenção preventiva e calibração regular de equipamentos.
• Registrar erros e anomalias.
• Planejar e registrar as ações preventivas e corretivas.
• Participar de programas de avaliação externa de qualidade – testes de proficiência.
CQ IH
• Para a realização do CQ de reagentes, é importante compreender os seguintes
conceitos:
• Especificidade – Capacidade de reconhecer apenas o antígeno ou anticorpo correspondente.
A especificidade é estabelecida testando-se os soros com hemácias positivas e negativas para
o antígeno específico ou testando-se as hemácias com soros correspondentes e não
correspondentes para os antígenos. O reagente deverá reconhecer somente o antígeno
correspondente à especificidade a que ele se propõe.
• Intensidades das reações – A intensidade das reações corresponde à força da reação
antígeno-anticorpo. É analisada pela observação da aparência da aglutinação das hemácias. É
medida em intensidade de cruzes
• Avidez – É a velocidade com que o anticorpo que compõe o reagente reage com seu antígeno
correspondente. É medida em segundos por meio da visualização macroscópica inicial da
aglutinação.
• Título – É a determinação da diluição máxima em que o anticorpo que compõe o reagente
ainda reage com intensidade de reação de 1+ com o antígeno correspondente. O título
correlaciona-se com a concentração dos reagentes.
CQ IH
• Escore – O escore é o somatório de valores numéricos atribuídos à intensidade da reação
antígeno-anticorpo observada em cada diluição durante a sua titulação.
• Potência – É a capacidade do reagente de aglutinar ou reagir com o antígeno ou
anticorpo. É feita pela análise da intensidade de aglutinação, avidez, título e escore
CQ: legislação
• No Brasil, são três as principais referências aplicadas ao CQ dos reagentes
imuno-hematológicos:
• Imuno-hematologia – Resolução de Problemas nos Resultados dos Testes Pré-
Transfusionais e CQ dos Reagentes. Brasília, 2001. (Série TELELAB).
• RDC 34/2014
• Portaria 158/2016
• Controle de qualidade de reagentes:
• Controle de qualidade lote e remessa:
• RDC 34. Art. 107. O serviço de hemoterapia deve realizar controles de qualidade de cada lote e
remessa dos reagentes e conjuntos diagnósticos antes da sua utilização na rotina de trabalho, de
acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde e as boas práticas vigentes, mantendo os
registros dos procedimentos executados, dos resultados, das não conformidades e das ações
corretivas e preventivas.
CQ: legislação
CQ: Etapas
• Ocorre em 2 etapas: inspeção visual e análise laboratorial
1. Inspeção visual: Rótulos, instruções de uso e embalagens: aplica-se a todos os reagentes e deve ser
realizado a cada lote.
• Rótulos: devem conter nome do fabricante, nome e origem do produto, data de validade, número do lote,
volume, temperatura de estocagem e número de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Devem estar firmemente afixados ao frasco e permitir a inspeção visual do conteúdo.
• Instruções de uso: devem conter nome e composição do reagente, descrição dos procedimentos técnicos,
informações claras e legíveis e em português.
• Embalagens: devem se apresentar íntegras e bem vedadas; frascos conta-gotas transparentes.

 Inspeção visual do reagente: deve ser realizado diariamente antes do início da rotina diária.
• Antissoros, potencializadores, soluções e enzimas proteolíticas: devem ser isentos de precipitados, gelatinas,
partículas, fungos, turvação e hemólise.
• Reagentes de hemácias: devem ser isentos de: hemólise, turvação do líquido sobrenadante ou escurecimento da
hemácia.
CQ: Etapas
2) Análise laboratorial dos reagentes: É feita com o uso de reagentes
elaborados por meio da seleção de soros e hemácias do laboratório (CQID)
ou kits comerciais (lote/remessa).
2.1-Reagentes de hemácias “A” e “B”
Estes reagentes devem ser avaliados quanto à sua potência (intensidade de aglutinação,
avidez, título e escore) e especificidade a cada novo lote.
• Potência: Deve-se testar hemácias “A” com plasma “B” e hemácias “B” com plasma “A”. A
intensidade mínima de aglutinação obtida para validar o reagente de hemácias é de 2+.
Não deve ocorrer a formação de empilhamento (rouleaux).
• Especificidade: Deve-se testar hemácias “A” e “B” com plasma “AB”. Não deverá haver
aglutinação, visto que não há anticorpo específico para promovê-la no teste realizado.
Não deve ocorrer a formação de empilhamento (rouleaux).
2.2-Reagentes para classificação ABO – soros anti-A, anti-B e anti-AB:
Estes reagentes devem ser avaliados quanto a sua potência e especificidade a cada novo
lote.

Potência: é determinada pela análise da


intensidade da aglutinação, do título e da
avidez do reagente.

Especificidade: é avaliada pela capacidade de


os soros anti-A, anti-B e anti-AB
reconhecerem apenas hemácias “A”, “B” e
“AB”, respectivamente. Deve-se também
testar esses soros com hemácias “O”, não
devendo haver aglutinação
2.3-Reagentes para classificação RhD – soro anti-D:
Este reagente também deve ser avaliado quanto a sua potência e especificidade a cada
novo lote.

• Potência: avaliar a intensidade da aglutinação,


o título e a avidez do anti-D com hemácias RhD
positivo de fenótipos distintos.
• Especificidade: é avaliada pela capacidade de
o soro anti-D reconhecer apenas hemácias “O”
RhD positivo de fenótipos distintos. Deve-se
também testar esses soros com hemácias “O”
RhD negativos, não devendo haver
aglutinação.
Técnicas: CQ reagentes anti-A, anti-B, anti-AB e anti-D:
T2. Seleção das hemácias a serem utilizadas neste teste:
• Reagente anti-A, anti-B e anti-AB: selecionar no mínimo uma hemácia de cada fenótipo (A, A2, A1B, A2B,
B) Para a verificação da especificidade, hemácias “O” devem ser utilizadas como controle negativo.
• Reagente anti-D: selecionar no mínimo uma hemácia de cada fenótipo (R0, R1, R2). Para a verificação da
especificidade, hemácias “O” com fenótipo rr devem ser utilizadas como controle negativo.
T2. Determinação da avidez
• Procedimento técnico:
a) Dispensar em uma lâmina (não aquecida) ou placa de acrílico, paralelamente, 1
gota (50 μL) da suspensão de hemácias a 20% e do reagente em análise.
b) Misturar as hemácias e o reagente, com o auxílio de uma ponteira ou bastão,
espalhando a mistura sobre a lâmina em uma área de aproximadamente 2x2 cm.
c) Acionar o cronômetro.
d) Movimentar a lâmina de modo que as hemácias sejam homogeneizadas
constantemente.
e) Observar e anotar o tempo de início da aglutinação.
f) Observar a aglutinação durante dois minutos.
g) Anotar os resultados em intensidade de cruzes (1+ a 4+).
T3. Determinação da especificidade
• Procedimento técnico:
a) Identificar os tubos de ensaio com o nome do reagente e da hemácia a
serem utilizados.
b) Dispensar no tubo identificado 1 gota (50 μL) da suspensão de hemácias a
3% – 5% e do reagente em análise.
c) Homogeneizar bem.
d) Centrifugar (15 segundos a 3.400rpm).
e) Efetuar leitura imediata.
f) Anotar os resultados em intensidade de cruzes (1 a 4+).
T4. verificação da potência – intensidade da reação, título e escore:
• Utilizam-se os resultados das aglutinações observadas no teste de especificidade para a definição da intensidade
das aglutinações. Para a determinação do título do reagente, deve-se proceder como descrito a seguir:
a) Numerar tubos de ensaio de 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1.054 e 2.108 e tubo reserva.
b) Dispensar no tubo 1, 2 50μL do reagente.
c) Dispensar nos tubos 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1054 e 2108, 50μL do reagente.
d) Realizar diluições sucessivas do soro (1:2 a 1:512) transferindo 50μL do conteúdo do tubo 2 para o tubo 3,
deste para o tubo 4 e assim sucessivamente os demais tubos seguintes até o tubo reserva.
e) Após a diluição acrescentar em todos 50μL das hemácias selecionadas.
f) Homogeneizar levemente.
g) Centrifugar (15 segundos a 3.400rpm) e efetuar leitura imediata.
• O valor do título é aquele correspondente a maior diluição onde a intensidade de reação foi 1+. A determinação
do escore é feita por meio da correlação do valor numérico atribuído para intensidade de aglutinação para cada
tubo com valor positivo na titulação até a reação de 1+. Deve-se somar os valores atribuídos a cada tubo. O valor
do escore corresponde à soma de todos os valores.
T5. Determinação da especificidade e verificação da potência pela intensidade da aglutinação

• Procedimento técnico para determinação da especificidade dos reagentes e intensidade das


reações:
a) Identificar os tubos de ensaio com o nome do reagente e da hemácia a serem utilizados.
b) Dispensar no tubo identificado 1 gota (50μL) da suspensão de hemácias a 3% – 5% e do
reagente em análise.
c) Homogeneizar bem.
d) Centrifugar (15 segundos a 3.400rpm).
e) Efetuar leitura imediata.
f) Anotar os resultados em intensidade de cruzes (1 a 4+).

Obs.: Testes adicionais podem ser realizados como: determinação do grupo sanguíneo RhD e
realização do teste da antiglobulina humana direto (TAD). Ambos os testes devem ter resultados
negativos
T6. Hemácias para classificação reversa A1 e B
• selecionar reagentes comerciais para classificação ABO
previamente qualificados contendo anticorpos anti-A, anti-B, anti-
AB.
• Hemácias A1: selecionar soro anti-A e como controle negativo selecionar soro anti-B.
• Hemácias B: selecionar soro anti-B e como controle negativo selecionar soro anti-A.
2.4- Lectinas anti-A1 e anti-H:
Este reagente também deve ser avaliado quanto a sua potência e especificidade a cada
novo lote.
• Potência: avaliar a intensidade da
aglutinação, o título e a avidez dos
reagentes anti-H e anti-A1 com
hemácias A1, A2 e O.
• Especificidade: é avaliada pela
capacidade das lectinas reconhecer
apenas hemácias com antígenos
correspondentes;
• Deve-se também testar estes soros com
hemácias O e A1, não devendo haver
aglutinação, respectivamente com LA1 e
LH.
T7- Análise de lectinas anti-A1 e anti-H
• Seleção das hemácias a serem utilizadas neste teste (usar kit comercial):
• Lectina Anti-A1: selecionar no mínimo uma hemácia do grupo A1 e como controle negativo hemácias
do grupo O ou A2.
• Lectina Anti-H: selecionar no mínimo uma hemácia do grupo O e A2 (quando disponível) e como
controle negativo hemácia do grupo A1.
• Determinação da especificidade e verificação da potência pela intensidade da aglutinação
• Para determinar se o reagente é específico, deve-se testar o reagente diante de hemácias positivas e
negativas para ao antígeno correspondente. O reagente deve reconhecer apenas o antígeno
correspondente a sua especificidade.
• A potência do reagente é determinada pela análise da intensidade das reações com as hemácias positivas
para o antígeno correspondente. O procedimento técnico é o mesmo utilizado para CQ dos soros anti-A,
anti-B, anti-AB e anti-D.
• Determinação do título e do escore do reagente é realizada utilizando supensão de hemácias para lectina
anti-A1 uma hemácia A1 e para lectina anti-H uma hemácia O. O procedimento técnico é o mesmo
utilizado para CQ dos soros anti-A, anti-B, anti-AB e anti-D.
2.5-Reagente antiglobulina humana (AGH)
Estes reagentes devem ser avaliados quanto a sua potência e especificidade a cada novo
lote.

• Potência: a potência do reagente é determinada pela análise da intensidade da aglutinação por meio da realização do
teste de antiglobulina direto (TAD) utilizando-se hemácias sensibilizadas com soro anti-D da classe IgG (anti-D comercial
policlonal ou obtido de pacientes com anti-D) do grupo “O” RhD positivo (preferencialmente com fenótipo R0r). A
intensidade mínima de aglutinação esperada é de 3+. Hemácias sensibilizadas por outros anticorpos podem ser
utilizadas de maneira complementar.
• Especificidade: o reagente não deve reagir com hemácias que não estejam sensibilizadas por anticorpos IgG e/ou C3d.
Realização do teste de antiglobulina direto (TAD) utilizando no mínimo suspensão de três hemácias distintas não
sensibilizadas, não devendo haver aglutinação ou hemólise.
T8 – AGH
Tem como objetivo verificar a capacidade do reagente antiglobulina humana (AGH) para detectar hemácias
sensibilizadas por anticorpos.

• Seleção das hemácias: selecionar no mínimo uma hemácia lavada do grupo “O” sensibilizada por
anticorpos IgG. Como controle negativo, deve ser utilizada suspensão de hemácias que não estejam
sensibilizadas por anticorpos IgG e/ou complemento.
5.1 – Procedimento técnico: avaliação da especificidade do reagente e intensidade das reações
a) Identificar os tubos de hemólise com o nome do reagente e da hemácia a serem utilizados.
b) Dispensar no tubo identificado 1 gota (50μL) da suspensão de hemácias
c) a 3% – 5% e do reagente em análise.
d) Homogeneizar bem.
e) Centrifugar (15 segundos a 3.400rpm).
f) Efetuar leitura imediata.
g) Anotar os resultados em intensidade de cruzes (1+ a 4+).
2.6-Análise laboratorial dos reagentes: salina, LISS, albumina bovina e
enzimas proteolíticas
• Deve ser verificada a
ocorrência de hemólise e
aglutinação inespecífica
nos testes imuno-
hematológicos durante o
uso dos reagentes.
• Quanto ao CQ das enzimas
proteolíticas pode-se
verificar
complementarmente a
eficiência do aumento ou
redução da expressão de
antígenos eritrocitários
específicos.
2.7-Análise laboratorial dos reagentes para fenotipagem:
Estes reagentes devem ser avaliados quanto a sua
potência e especificidade a cada novo lote.
• Potência: avaliar a intensidade da aglutinação, o título
e a avidez dos soros de fenotipagem eritrocitária com
hemácias de fenótipos correspondentes.
• Especificidade: é avaliada pela capacidade dos soros
em apenas reagir com hemácias que contenham os
antígenos correspondentes. É necessário o teste
também com hemácias negativas para os antígenos.
2.8 - Análise laboratorial de colunas de aglutinação
• Os padrões estabelecidos para os reagentes líquidos em especial a análise da potência do
reagente medida pela intensidade da aglutinação e a especificidade do reagente, são
aplicáveis.
• A inspeção visual deve ser realizada observando-se as informações contidas nas embalagens, a
integridade da mesma e o aspecto do produto. Os reagentes impregnados em gel devem estar
totalmente sedimentados, homogêneos e com a solução tampão entre 1mm a 2mm acima da coluna e
não devem apresentar sinais de ressecamento, partículas em suspensão ou bolhas de ar. O nível do gel
em todos os microtubos deve ser de 2/3. Observar a integridade do lacre.
2.9-Reagentes eritrocitários para pesquisa de anticorpos irregulares
antieritrocitários:
Estes reagentes são compostos por hemácias do grupo O e são fenotipadas para os
principais antígenos dos principais sistemas eritrocitários.
• Requisitos recomendados:
• Deverão permitir a detecção dos anticorpos irregulares mais frequentes e conter hemácias homozigotas
para os antígenos C, c, E, e, Fya, Fyb, Jka e Jkb.
• O regente deverá ser acompanhado do diagrama correspondente.
• Deverão ser testadas pelo menos com um antissoro contendo um anticorpo do sistema Rh, um com
anticorpo do sistema Duffy e um soro que não contenha anticorpos irregulares.
Controle de qualidade diário (CQ-D):
• Controles diários: Portaria 158. “Art.128. Será realizado, ainda, o controle de qualidade
das técnicas empregadas, utilizando se sistematicamente e durante o procedimento
técnico, controles negativos e positivos para confirmar os resultados obtidos”
• Reagentes:
• Tipagem AB+ e uma O- reagentes de tipagem ABO direta
• PAI (positivo fraco 1+ e um negativo)
• Inspecionar diariamente o soro fisiológico e reagentes de hemácias
• Hemácias A1 – Hemolisina (inspeção visual)
• Hemácias B – Hemolisina (inspeção visual)
• Controle do soro de Coombs (positivo e negativo)
CQ-D: Procedimento
• Validação: Anti-A, -B, -A,B, -D.
• Selecionar hemácias AB+ e O-, as hemácias devem ter menos de sete dias de coleta e
as suspensões devem ser preparadas no dia do uso. As hemácias devem ser lavadas
três vezes com solução salina 0,9%.
• Validação de Hemácias A1, B:
• Selecionar reagentes comerciais para classificação ABO, previamente qualificados
(aprovados lote/remessa) ou plasma de doadores caracterizados, contendo anticorpos
anti-A, anti-B, anti-AB.

• Critérios avaliados:
• Especificidade, Aparência e Sensibilidade
PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DAS TÉCNICAS UTILIZADAS
• Finalidade: Garantir a qualidade do serviço, avaliando as técnicas utilizadas e o desempenho de
cada funcionário.
• Frequência: deve ser estabelecido pelo serviço.
• Teste: Kit comercial contendo amostras de hemácias e/ou soros com um relatório explicativo dos
casos com problemas Imuno-hematológicos com uma posterior liberação do relatório de
respostas.

• Controle de qualidade externo:


• Exames de proficiência (AEQ, SBHH)
• Objetivo:
• contribuir para a garantia da qualidade dos testes
• aumento da segurança transfusional
• importante ferramenta para estabelecimento de ações de vigilância,com ações
educativas que possibilita aos Serviços públicos
• tratamento das não conformidades
Análise dos resultados – Registro
• Todos os testes de CQ de reagentes devem ser registrados em formulários
específicos. Esses devem informar o nome do reagente, fabricante, lote,
validade, resultados dos testes e responsável.
• Os reagentes que estiverem fora das especificações técnicas descritas acima
não devem ser utilizados na rotina. Registrar as não conformidades e
investigar as causas das inadequações. Informar a Anvisa para ações de
tecnovigilância.
Mapeamento de processos (tarefa) AT
• Recebimento da requisição e amostras: conferência, aceitação e registro.

• Preparo: Exames pré-transfusionais, seleção do hemocomponentes e lançamentos


no sistema.

• Liberação: dupla checagem – RT, exames e hemocomponente selecionados.

• Hemovigilância do receptor: Orientar, receber, investigar e notificar os eventos


adversos.

• Devolução: descarte ou reintegração das bolsas, antes direcionadas para


transfusão.

• Finalização das requisições: conferência, faturamento e arquivamento.


Validação de processos
• Na RDC Anvisa n. 17, de abril de 2010, a validação é definida como “ato documentado que atesta que qualquer
procedimento, processo, equipamento, material, atividade ou sistema realmente e consistentemente leva aos
resultados esperados.” (BRASIL, 2010a). Cabe lembrar que a validação por si só não melhora o processo, ela apenas
pode confirmar ou não, dependendo do caso, que o processo foi adequadamente desenvolvido e que se encontra
sob controle.
• Esta mesma RDC define validação de processos como evidência documentada, que atesta com um alto grau de
segurança que um processo específico produzirá um produto de forma consistente, que cumpra com as
especificações predefinidas e características de qualidade (BRASIL, 2010b).
• Sendo assim, processos críticos do ciclo do sangue, como o transporte de ST e de hemocomponentes e a produção,
a modificação e o congelamento de hemocomponentes devem ser validados antes das rotinas serem implantadas.
• Para cada validação deve ser elaborado um protocolo que contemple a análise de todos os pontos críticos do
processo e defina os critérios de aprovação. Ao final da validação, deve ser elaborado um relatório com os
resultados obtidos e a conclusão final de aprovação ou reprovação do processo. Para comprovar a veracidade da
validação, todos os registros produzidos devem ser anexados ao relatório e arquivados.
• Os serviços de hemoterapia devem estabelecer um plano ou programa que defina a periodicidade das validações e
as condições que provocam a necessidade de revalidação dos processos.

• XLV – validação: demonstração por meio de documentação e evidências objetivas em que requisitos pré-definidos
para procedimentos ou processos específicos são consistentemente atendidos.
Validação de processos
• Art. 254. O serviço de hemoterapia manterá um sistema de controle e qualificação de produtos e serviços críticos, o que
inclui a inspeção dos produtos quando do recebimento e da sua utilização e o monitoramento dos resultados obtidos
com o insumo (gestão de fornecedores e insumos).
• § 1º A lista de materiais e serviços críticos será definida pelo responsável técnico do serviço de hemoterapia, que conterá entre outros:

I - os conjuntos diagnósticos de sorologia e de imuno-hematologia;


II - filtros de desleucocitação;
III - conjuntos para aférese;
IV - bolsas para coleta e conservação de componentes;
V - equipo de transfusão; e
VI - bolsas.
• § 2º O serviço de hemoterapia criará um sistema que permita a rastreabilidade de lote e validade de todos os insumos considerados críticos.
• § 3º O serviço de hemoterapia implantará programa de qualificação de fornecedores e de produtos e serviços críticos e acompanhará do
desempenho destes durante a utilização.
• § 4º O serviço de hemoterapia possuirá condições adequadas para armazenamentos dos insumos respeitando orientações dos fabricantes.
• § 5º O manuseio dos produtos de que trata o § 4º deverá evitar inversões (trocas), danos, deterioração ou outros efeitos adversos.
• § 6º Antes da inspeção inicial, os insumos críticos recém-recebidos permanecerão identificados até a sua liberação para uso.
• § 7º O armazenamento será realizado de maneira a facilitar a rotatividade dos estoques.
• § 8º As condições de armazenamento serão avaliadas periodicamente.
• § 9º Para evitar perdas serão considerados os prazos de validade dos produtos no momento de liberação para uso.
Validação de processos: Métodos
• Prospectivo: para novos processos ou processos revisados, antes da implantação, plano
de melhoria ou de implantação, qualificação de equipamentos
• Retrospectivo: processo implantados e em operação, que não forma validados
adequadamente antes de sua implantação
• Concorrente: validação quando dados não são possíveis de serem obtidos antes de sua
implantação, os resultados são avaliados em intervalos pré-definidos antes da conclusão
final
• Re-validação: necessária sempre quando alterações significativas forem realizadas no
processo
• Plano de validação: planejamento e programação Incluir: descrição do processo,
objetivos, avaliação de pontos críticos do processo, responsáveis, procedimento de
validação, critérios de aceitação, aprovação e documentos relacionados e de suporte
• Amostra de teste: ponto crítico para a segurança e confiabilidade dos resultados – depende:
• do nível de confiança exigido ou esperado
• da porcentagem de conformidade requerido
• do número de eventos não conformes encontrados
Validação de centrífugas
• Protocolo:
• Realizar titulação: 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1.054 e 2.108 e encontrar título de 0 a 4+ para utilização na validação.
• Avaliar as fases e/ou formas possíveis: Centrifugação imediata, Lavagem e Fase de Antiglobulina Humana, Lavagem:
• Diluir o soro anti-A ou anti-B em solução fisiológica ou albumina a 3%
• Importante: Diluir o soro onde na titulação foi verificado reação de aglutinação de 1+.
• Tubo Teste (T) e controle (C):
• Soro diluído + hemácias contendo o antígeno correspondente
• T: 1 gota (50ul) soro diluído + 1 gota (50ul) hemácia-teste
• C: 1 gota (50ul) soro diluído + 1 gota (50ul) hemácia-teste negativa para o anticorpo do antissoro testado.
Critérios estabelecidos:
• Para cada tempo analisado deve-se preparar outra bateria.
• Os tubos não podem ser re-centrifugados para análise do grau de aglutinação.
• Selecionar o menor tempo e velocidade, quando aplicável, em que seja constatado:
• O sobrenadante ficou claro.
• O botão de hemácias ficou bem delineado.
• Células ressuspenderam com facilidade.
• Houve maior grau de aglutinação no tubo teste.
• O tubo controle foi claramente negativo.
Validação de centrífugas
HEMÁCIA(S) USADA(S) NO TESTE Controle: Nº Teste: Nº

SORO(s) USADO (S) NO TESTE: Lote: Diluição:

Centrifugação de amostras para sedimentação hemácias e/ou separação do plasma ou soro, Lavagem ou leitura de reações
por graduação de intensidade.
CÉLULAS
RPM 3400 1 2 3 4

TEMPO
LEITURA 15” 20” 25” 30”

TESTE
SOBRENADANTE CLARO?
CONTROLE
TESTE
BOTÃO DE HEMÁCIAS BEM
DELINEADOS? CONTROLE

CELULAS RESSUSPENDEM COM TESTE


FACILIDADE? CONTROLE
TESTE
INTENSIDADE DA REAÇÃO (0-4+)
CONTROLE

Conclusão :
Tempo adequado para centrifugação imediata: _________
Tempo adequado para lavagem: ________
Tempo adequado para centrifugação na fase de antiglobulina humana: _________
Gestão da Qualidade – princípios gerais
• Conceitos: É necessário diferenciar o conceito de controle da qualidade e gestão da qualidade. O controle da
qualidade é realizado para determinar se o produto ou serviço está de acordo com as especificações, sendo,
portanto, uma avaliação da qualidade final das unidades amostradas. O controle da qualidade fornece uma
segurança estatística a respeito do processo ou produto avaliado, ou seja, quando se faz controle da qualidade se
realiza uma avaliação em uma amostragem do produto e, com base nos resultados desta amostra, é feita uma
inferência para o processo todo. Por exemplo, em um serviço de hemoterapia, é necessário que seja realizado o
controle da qualidade dos hemocomponentes produzidos. Esse controle é realizado em uma porcentagem de
hemocomponentes produzidos (mínimo de 1% ou 10 unidades/mês, o que for maior; de acordo com a legislação
vigente). A partir dos resultados obtidos nessa amostra, estando conforme as normas, infere-se que toda a
produção está adequada e pode ser utilizada. Agora, os resultados não estão em conformidade com as normas, é
necessário tomar ações corretivas e verificar a necessidade de ações na produção. Também se pode utilizar o
conceito de controle da qualidade para os testes laboratoriais quando são utilizadas amostras com resultados
conhecidos para validar ou não uma bateria de exames.
• Já o termo gestão da qualidade possui uma abordagem mais ampla e considera todos os processos da organização
e a sua relação com clientes e fornecedores. Trata-se de ações coordenadas para dirigir e controlar uma
organização no que diz respeito à qualidade.
• Finalmente, o termo garantia da qualidade, que é a parte da gestão da qualidade, objetiva promover confiança de
que os requisitos da qualidade serão atingidos, ou seja, são as ferramentas utilizadas.
Gestão da Qualidade – princípios gerais
• Gestão de não conformidades: Não conformidade é definida como não atendimento a um
requisito. A gestão da qualidade deve incluir um processo para detecção, investigação,
documentação e ações a serem tomadas a partir de não conformidades.
• São exemplos a etiquetagem incorreta de bolsas, a falta de assinatura em registros, a
falta de conferência na liberação de resultados de exames, hemocomponentes
estocados na temperatura errada, etc.
• Os colaboradores devem ser treinados para identificar e relatar as não conformidades. Os
eventos não conformes devem ser utilizados como ferramenta de melhoria contínua e
deve focar processos e não serem utilizados como justificativa de punição.
• A partir da detecção de uma não conformidade, ações imediatas devem ser tomadas. Deve
ser investigada a causa raiz do problema e serem propostas ações para sua solução.
• Após a instituição das ações propostas, deverá ser verificado se foram eficazes.
• AT: não conformidades são tratadas por intranet, registradas e acompanhadas pelos
gestores.
Gestão da Qualidade
• Ação preventiva: Ação preventiva é a aquela tomada para eliminar a
causa de uma potencial não conformidade ou de outra situação
potencialmente indesejável. É importante que as ações corretivas
sejam feitas com a finalidade de prevenir a ocorrência de uma não
conformidade.
• Todas as ações preventivas realizadas devem ser documentadas e
monitoradas para saber se foram efetivas. Uma ação preventiva é
efetiva se a não conformidade potencial abordada não ocorrer.
• Um sistema de gestão de qualidade que tem muitas ações
preventivas tomadas mostra a sua maturidade, pois os colaboradores
estão conseguindo trabalhar preventivamente, impedindo a
ocorrência de não conformidades.
Gestão da Qualidade
• Ação corretiva: Ação corretiva é a ação tomada para eliminar a causa de
uma não conformidade identificada ou outra situação indesejável. É
importante que as ações corretivas sejam tomadas com a finalidade de
prevenir que a não conformidade volte a ocorrer. Todas as ações corretivas
tomadas devem ser documentadas e devem ser monitoradas para verificar
se foram efetivas.
• São exemplos de ações corretivas: informatização da checagem da
rotulagem de bolsas para evitar que etiquetas erradas sejam aderidas às
bolsas, dupla conferência antes da liberação de resultados etc.
Gestão da Qualidade
• Auditoria interna: Auditoria é um processo sistemático, documentado e independente, para obter
evidência da auditoria e avaliá-la objetivamente a fim de determinar a extensão na qual os
critérios de auditoria são atendidos. As auditorias internas são realizadas para monitorar a
implantação e a manutenção do atendimento aos requisitos do sistema de gestão da qualidade.
Elas devem ser planejadas e realizadas periodicamente por auditores capacitados para a
realização dessa atividade. As auditorias internas devem abranger todo o escopo do sistema de
gestão da qualidade.
• Os auditores podem fazer parte do quadro de colaboradores do serviço de hemoterapia, porém a
auditoria tem de ser independente, ou seja, o colaborador não pode auditar os processos em que
ele participa.
• O serviço de hemoterapia deve elaborar uma lista de verificação para a realização das auditorias.
Esta lista deve ser baseada na norma que foi utilizada para implantar o sistema de qualidade
(ISO, AABB ou outro).
• Após a auditoria, todos os relatos devem ser analisados criticamente e ações corretivas ou
preventivas devem ser tomadas, sempre que necessário.
• Posteriormente, deverá haver um acompanhamento do desenvolvimento dessas ações, que pode
ser em um próximo ciclo de auditoria ou não.
Gestão de equipamentos
• Os equipamentos utilizados em laboratório para realização de ensaios críticos devem ser calibrados e mantidos em condições de uso
por pessoas qualificadas. A freqüência de inspeção deve ser feita de acordo com o manual de instruções do fabricante ou sempre que
necessário. Os registros contendo as calibrações e qualificações, manutenções corretivas e manutenções preventivas dos
equipamentos, devem ser guardados e arquivados. O laboratório deve estabelecer registros específicos para cada equipamento,
instrumento ou outro dispositivo. Os registros devem incluir :
• A identidade do equipamento, instrumento ou outro dispositivo;
• Nome do fabricante, o modelo, número de série ou outra identificação única;
• A verificação e/ou calibração requerida para atender às especificações, incluindo a periodicidade;
• As instruções do fabricante, se disponíveis, ou uma referência da sua localização;
• As datas, resultados e cópias de relatórios, verificações e certificados de todas as calibrações, ajustes, critérios de aceitação e a data
exata da próxima verificação e/ou calibração;
• Para computadores e equipamentos automatizados que armazenam ou recuperam dados de ensaio e/ou calibração, o laboratório
deve assegurar que:
• Os cálculos e a transferência dos dados estejam sujeitos a verificações sistemáticas adequadas;
• Programa computacional desenvolvido pelo usuário esteja documentado com suficiente detalhamento e apropriadamente
validado ou verificado, de acordo com o uso;
• Existam procedimentos estabelecidos e implementados para proteger a integridade dos dados por meio de back up.
• Resumindo, devemos manter: Identificação, Qualificação, Calibração, Manutenção preventiva e Manutenção corretiva
CONSIDERAÇÕES GERAIS

Não existem fórmulas mágicas pré-


estabelecidas para a obtenção da
qualidade.
Mas com trabalho árduo, real
compromisso diário e qualificação os
resultados aparecem!!!
Referências
• Imuno-hematologia – Resolução de Problemas nos Resultados dos Testes Pré-
Transfusionais e CQ dos Reagentes. Brasília, 2001. (Série TELELAB).
• RDC 34/2014
• Portaria 158/2016
• Livro: Técnico em hemoterapia: livro texto / Ministério da Saúde, Secretaria de
Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Departamento de Gestão da
Educação na Saúde –Brasília : Ministério da Saúde, 2013.
• Manual para controle da qualidade do sangue total e hemocomponentes /
coordenado por Alice Sakuma; Maria Ângela Pignata Ottoboni e Patrícia Cressoni
Sierra. São Paulo: RedSang-SIBRATEC, 2011.

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