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Os dois componentes mais básicos do sistema genital são as gônadas e o trato reprodutor. As
gônadas (testículos e ovários) desempenham a função endócrina, a qual é regulada pelo eixo
hipotalâmico-hipofisário-gonadal. As gônadas são diferentes de outras glândulas endócrinas,
pois também desempenham uma função exócrina (gametogênese). Os sistemas genitais são
os responsáveis pela reprodução sexual. A reprodução sexual é o processo pelo qual os
organismos geram a prole, por meio da união de células germinativas, chamadas gametas. Na
espécie humana, há dimorfismo sexual neste sistema. O gameta masculino (espermatozóide)
une-se com o gameta feminino (óvulo) em um evento chamado fertilização. A célula resultante
contém um conjunto de 23 cromossomos de cada um dos pais, que quando se juntam, ficam
com 46 cromossomos, sendo 44 autossômicos e 2 cromossomos sexuais. Homens e mulheres
possuem órgãos sexuais anatomicamente distintos, que são adaptados para a produção de
gametas, facilitando a fertilização e, nas mulheres, sustentando o crescimento do embrião e do
feto.
Os órgãos sexuais dos homens e das mulheres podem ser agrupados por função. As gônadas
produzem gametas e secretam hormônios sexuais. Diversos ductos armazenam e transportam
os gametas, e as glândulas sexuais acessórias produzem substâncias que protegem os
gametas e facilitam seu movimento. Finalmente, as estruturas de sustentação, como pênis e
útero, auxiliam na transferência e união dos gametas e, nas mulheres, no crescimento do feto
durante a gravidez.
Escroto
O escroto é uma bolsa situada atrás do pênis e abaixo da sínfise púbica. Encontra-se dividido
em dois compartimentos, cada um dos quais contém um testículo, um epididimo, a parte mais
inferior do funículo espermático e seus envoltórios. Uma crista mediana, a rafe do escroto, é a
indicação superficial da divisão do escroto em 2 subcompartimentos. Essa rafe se continua
anteriormente com a rafe do pênis e posteriormente com a rafe do períneo. O compartimento
esquerdo frequentemente está um pouco mais abaixo do que o direito.
O escroto consiste de:
- Pele: fina enrugada que apresenta pregas transversais e com pelos esparsos. É
relativamente fina e contém mais pigmento que a pele adjacente. Contêm poucos pelos,
porém, muitas glândulas sebáceas e sudoríparas.
- Músculo dartos: um músculo cutâneo, formado por fibras musculares lisas.
- Tela subcutânea: Tecido conectivo frouxo
- Fáscia espermática externa: é uma lâmina conjuntiva que provém das duas fáscias de
envoltório do músculo oblíquo externo do abdome, que desce do ânulo inguinal superficial
para entrar na constituição do escroto.
- Cremaster: delgada lâmina conjuntiva e fibras musculares que constituem o músculo
cremáster e derivam das fibras do músculo oblíquo interno do abdome.
- Fáscia espermática interna: lâmina conjuntiva que deriva da fáscia transversal.
- Túnica vaginal: serosa cujo folheto parietal representa a camada mais profunda do escroto,
enquanto o folheto visceral envolve o testículo, epidídimo e início do ducto deferente.
Os dartos consistem, sobretudo, de fibras musculares lisas e não contém gordura. Encontra-se
firmemente aderido à pele. Ele se continua com a fáscia superficial do pênis e com a fáscia
superficial do períneo. Sua parte superficial continua em torno do escroto, porém a mais
profunda passa em direção interior, na rafe, para formar o septo do escroto, que divide o
escroto em dois compartimentos. O dartos está separado por tecido conectivo frouxo da fáscia
espermática externa, sobre a qual o escroto se move livremente. Este tecido frouxo é um local
comum para coleção de líquido edematoso ou sangue.
O aspecto do escroto varia com o estado de contração e relaxamento do músculo liso do
dartos. Este músculo se contrai sobre a influência do frio, exercícios, o estímulo sexual, o
escroto então aparece curto e enrugado. Ele se relaxa sobre a influência do calor, perde o seu
tônus em pessoas idosas, nas quais o escroto é liso e alongado.
A parte anterior do escroto é irrigada pelas artérias pudendas externas, enquanto a parte
posterior ou é pelos ramos escrotais da artéria pudenda interna. Ramos das artérias
testicular e cremastérica, que correm no funículo espermático, auxiliam na irrigação do
escroto. As veias acompanham as artérias.
Os vasos linfáticos são especialmente numerosos no escroto. Eles drenam para os linfonodos
inguinais superficiais.
A parte anterior do escroto é inervado pelo nervo Ílio inguinal e pelo ramo genital do nervo
genitofemoral. A parte posterior está inervada pelos ramos escrotais medial e lateral do
nervo perineal do nervo cutâneo posterior da coxa.
O escroto pende da raiz do pênis e fica ligeiramente afastado do abdômen para manter a
temperatura de 2 a 3 graus abaixo da temperatura corporal central para a produção dos
espermatozoides. Dois sistemas ajudam a manter os testículos em temperatura mais baixa:
plexo pampiniforme de vasos sanguíneos, que atua como trocador de calor por
contracorrente, entra o sangue arterial quente, que chega ao testículo, e sai o sangue venoso
mais frio; outro sistema é constituído pelo músculo cremaster, que, auxiliado pelo músculo
dartos, responde a mudanças de temperatura, pela aproximação ou pelo afastamento dos
testículos do corpo.
Testículos
Os testículos produzem espermatozóides e os transportam, por uma série de ductos, em sua
preparação para fertilização. Os testículos também produzem hormônios esteróides, como a
testosterona, que regula o desenvolvimento dos gametas masculinos, as características
sexuais e o comportamento masculinos.
Os testículos são glândulas ovais pares, situadas no escroto, medem aproximadamente 5 cm
de comprimento e 2,5 cm de diâmetro, pesam aproximadamente 20 gramas no adulto. Após a
puberdade, produzem espermatozoides e secretam hormônios responsáveis pelos caracteres
sexuais secundários do homem.
Uma membrana serosa, chamada túnica vaginal, derivada do peritônio e formada durante a
descida dos testículos, que o cobre parcialmente. Caso uma coleção de líquido seroso se
acumule na túnica vaginal é chamada de hidrocele. Pode ser provocada por lesão aos
testículos ou inflamação do epidídimo. Internamente à túnica vaginal, encontra-se uma densa
cápsula fibrosa branca, Composta de tecido conectivo inelástico e denso, a túnica albugínea,
se projeta para dentro do testículo, formando septos. Os septos convergem para próximo da
borda posterior do testículo e formam o mediastino do testículo, que é uma massa de tecido
fibroso que se continua com a túnica albugínea, e dividem o testículo em lóbulos. Cada um
dos 200 a 300 lóbulos contém de 1 a 3 túbulos contorcidos, os túbulos seminíferos, onde são
produzidos os espermatozoides. O processo pelo qual os túbulos seminíferos dos testículos
produzem espermatozóide é chamado espermatogênese.
Epidídimo
O epidídimo é uma estrutura em forma de C, que se prende a borda posterior do testículo e é
recoberto pela túnica vaginal. Os espermatozóides são armazenados aqui, por cerca de um
mês, onde sofrem maturação, e posteriormente são expelidos. O epidídimo está subdividido em
três partes: uma cabeça, um corpo e uma cauda.
Os ductos eferentes do testículo, que são inicialmente retos, tornam-se mais tortuosos após
penetrar na cabeça do epidídimo. Nesse ponto formam massas em formas de cunha, os
lóbulos do epidídimo, cujos ápices estão dirigidos para o testículo. Após o trajeto espiralado,
cada ducto se abre na parte oposta da base do lóbulo, em um tubo único chamado ducto do
epidídimo. Este ducto é bastante enrolado e forma o corpo do epidídimo medindo cerca de 6
metros de comprimento.
A cabeça do epidídimo é a parte mais superior e maior, que se localiza na extremidade superior
do testículo e repousa sobre ele. O corpo do epidídimo está preso a borda superior do
testículo. Encontra-se separado da parte adjacente da superfície lateral pelo seio do epidídimo,
um espaço formado por uma invaginação da camada visceral da túnica vaginal desta região. A
cauda do epidídimo é a parte mais inferior. Nesta parte o ducto do epidídimo aumenta de
espessura e diâmetro e, então, torna-se ducto deferente.
Tanto o testículo quanto o epidídimo estão irrigados pela artéria testicular, que se divide em
um número variado de ramos. Estes penetram na túnica albugínea e ramificam-se no tecido
conectivo frouxo subjacente, a túnica vasculosa. Pequenos ramos passam ao longo do septos
em direção ao mediastino. A artéria testicular, um dos seus ramos, anastomosa-se com artéria
do ducto deferente e com a artéria espermática externa. As veias do testículo passam em
direção posterior perfuram a túnica albugínea e juntam-se ao plexo pampiniforme. Portanto o
epidídimo está irrigado pela artéria testicular ou por um ou mais de seus ramos. Suas veias
drenam para o plexo pampiniforme.
Os vasos linfáticos do testículo e do epidídimo passam em direção superior junto com os vasos
testiculares. Eles drenam para os linfonodos lombares (aórticos).
O testículo é inervado pelo plexo testicular, que recebe fibras adicionais do nervo
genitofemoral e também dos nervos escrotais posteriores. As fibras simpáticas que
alcançam o testículo são principalmente vasomotoras.
O epidídimo está inervado por fibras do plexo hipogastrico inferior que se continua ao longo
do ducto deferente. O ducto do epidídimo também ajuda a impulsionar os espermatozóides por
meio de contrações peristálticas do seu músculo liso para o ducto deferente. O tecido
conjuntivo em volta da camada muscular fixa as alças do ducto do epidídimo e contém vasos
sanguíneos e nervos.
Ducto deferente
O ducto deferente é uma continuação do ducto do epidídimo que leva os espermatozoides do
epidídimo para o ducto ejaculatório. O ducto deferente, que mede aproximadamente 45cm de
comprimento, sobe ao longo da margem posterior do testículo, onde ele é circundado pelo
plexo pampiniforme de veias e está incorporado ao funículo espermático. Ele continua em
direção superior a partir da extremidade superior do testículo, onde pode ser percebido como
um cordão firme quando disposto entre o polegar e o indicador. Após passar através do canal
inguinal deixa as estruturas do funículo espermático voltando-se em torno da face lateral da
artéria epigástrica inferior e acendendo anteriormente artéria ilíaca externa por uma curta
distância. Volta, então, a direção posterior e ligeiramente para baixo, cruzando os vasos ilíacos
externos e penetrando na pelve. Continua em direção posterior sendo coberto medialmente
pelo peritônio e relaciona-se lateralmente com artéria umbilical, com os nervos e vasos
obturatórios e com os vasos cervicais superiores. Após cruzar a face medial do ureter, volta-se
medialmente em direção inferior para percorrer a prega sacro genital. Atinge a face posterior da
bexiga, então corre em direção inferior e medialmente sobre a face medial da vesícula seminal.
Nesta parte o canal do ducto está alongado e tortuoso, essa sua porção é denominada
ampola. O canal é novamente de pequeno calibre próximo a base da próstata, onde o ducto
deferente se reúne com o ducto da vesícula seminal para formar o ducto ejaculatório.
O ducto deferente é composto por três camadas: uma camada mucosa, uma túnica muscular
espessa e ricamente inervada por nervos simpáticos, cuja as camadas interna e externa são
longitudinais e a camada média é circular; sendo circundada por uma camada adventicia.
Vesícula seminal
As vesículas seminais são duas bolsas saculares que produzem a grande parte do líquido
seminal. Cada vesícula apresenta cerca de 5 cm de comprimento, com capacidade de 1,5 a
3ml de líquido. A extremidade dilatada está dirigida lateralmente em direção superior e
posterior, termina em fundo cego. Sua extremidade estreita aproxima-se intimamente da
vesícula contralateral. Quando a bexiga está distendida, as vesículas seminais dispõe-se mais
verticalmente; porém quando a bexiga está vazia estão mais horizontais. As vesículas seminais
estão envolvidas numa bainha densa, consistindo de músculo liso e tecido fibroso, e acham-se
presas à face posterior da bexiga e anteriormente ao reto. Suas partes superiores, que estão
separadas do reto pela prega retovesical, encontram-se recobertas por peritônio. Suas partes
mais inferiores, estão separadas do reto pelo septo retovesical. As partes terminais dos
ureteres e da ampola do ducto deferente são mediais as vesículas, e os plexos venosos
prostático e vesicais são laterais.
Cada vesícula seminal consiste de um tubo enrolado que dá origem a vários divertículos e
que terminam superiormente em um fundo cego. Sua extremidade inferior torna-se estreitada e
retificada para formar um ducto. Este, se reúne com o ducto deferente correspondente, e o tubo
resultante desta união é o ducto ejaculatório.
O líquido secretado é viscoso e alcalino, ajudam a neutralizar o ambiente acidífero da uretra
masculina e do trato genital feminino que, de outra forma, inativaria e mataria os
espermatozóides. Normalmente, o líquido secretado pelas glândulas seminais constitui cerca
de 60% do volume do sêmen.
Ducto ejaculatório
O ducto ejaculatório está formado pela união dos ductos deferentes e dos ductos das vesículas
seminais. Após penetrar na base da próstata, passa em direção inferior e anterior para entrar
na parte prostática da uretra e desemboca sobre o colículo seminal, imediatamente lateral ao
utrículo prostático. Aberturas dos ductos ejaculatórios frequentemente aparecem no utrículo,
porém eles são considerados secundários/residuais. Em seu trajeto através da próstata, cada
ducto ejaculatório se aproxima daquele do lado oposto. Também suas paredes tornam-se mais
finas e ele diminui de tamanho. Cada ducto ejaculatório mede aproximadamente 2 cm de
comprimento.
Os vasos linfáticos do ducto deferente drenam para os linfonodos iliacos externos. Aqueles
das vesículas seminais e drenam para os linfonodos ilíaco externo e interno.
O ducto deferente está inervado por fibras autónomas dos plexos hipogastricos superior e
inferior. A função destas fibras não é certa e não está definitivamente conhecido se as fibras
sensitivas estão distribuídas com eles. As vesículas seminais avham-se inervadas por nervos
do plexo hipogastrico inferior e prostático.
Funículo espermático
O funículo espermático é uma estrutura de sustentação do sistema genital masculino. O
funículo espermático contém as seguintes estruturas: 1-o ducto deferente, artéria e a veia do
ducto deferente; 2-Artéria testicular e os nervos do plexo testicular; 3-o plexo pampiniforme de
veias, que forma a maior parte do funículo espermático; 4-vasos linfáticos; 5-artéria
cremastérica; 6-ramo genital do nervo genitofemoral; 7-remanescentes do processo vaginal do
peritônio.
O funículo espermático e o nervo Ílio inguinal passam pelo canal inguinal, uma passagem
oblíqua na parede abdominal anterior, imediatamente superior e paralela a metade medial do
ligamento inguinal. O canal, que mede aproximadamente 4 a 5 centímetros de comprimento,
origina-se no anel inguinal profundo, uma abertura em forma de fenda na aponeurose do
músculo transverso do abdômen e termina no anel inguinal superficial, uma abertura um
tanto triangular na aponeurose do músculo oblíquo externo.
Como a região inguinal é uma área fraca da parede abdominal, frequentemente é o local de
uma hérnia inguinal, ou seja, uma ruptura ou a separação de uma parte da área inguinal da
parede abdominal, que resulta na protrusão de uma parte do intestino delgado.
Próstata
A próstata é uma glândula simples, anelada, do tamanho aproximado de uma bola de golfe.
Está situada na pelve, atrás da sínfise púbica, abaixo da bexiga urinária, nas bordas mediais
do músculo pubococcígeo, e envolve a parte prostática da uretra. O ápice da próstata é a parte
mais inferior. O ligamento puboprostático prende-se a sua parte inferior. A superfície anterior
está separada da pube pelo coxim gorduroso retropúbico. A uretra deixa a superfície anterior
da próstata imediatamente acima e anterior ao ápice. A sua parte superior é estruturalmente
continua com a bexiga, porém um suco superficial lateral e posterior marca a separação entre
os dois órgãos. Também relaciona-se com as vesículas seminais e com as extremidades
inferiores dos ductos deferentes e, próximo à base, ela apresenta umas pequenas depressões
para a entrada dos ductos ejaculatórios.
A próstata apresenta dois lobos laterais e um lobo médio. Os lobos laterais não são isolados
um do outro, ele se conectam anteriormente a uretra, pelo istmo da próstata, que consiste
principalmente de tecido muscular liso está desprovido de glândulas. O lobo medial é a parte
da próstata que se projeta em direção interna, a partir da parte superior da superfície posterior
entre o ducto ejaculatório e a uretra.
A fáscia superior do diafragma pélvico reflete-se em direção superior como a face visceral
da pelve, para envolver a próstata, e então se continua em direção superior sobre a bexiga. A
parte desta face que cobre a próstata é densa e fibrosa, denominada fáscia da próstata. Está
situada externamente a cápsula da próstata e está separada desta pelo tecido conectivo
frouxo que contém o plexo prostático de veias. Ela se funde anteriormente com o arco
tendíneo da face pélvica, que passa em direção anterior para o pube como o ligamento
puboprostático medial. Fibras musculares lisas estão contidas neste ligamento, sendo
denominadas coletivamente de músculo pubo prostático. O ligamento puboprostático lateral
estende-se da fáscia da próstata lateralmente ao arco tendíneo da fáscia pélvica.
Imediatamente abaixo dos ligamentos puboprostáticos, a próstata está intimamente associada
com as bordas mediais do músculo pubococcígeo. Aqui as fibras musculares estende-se em
direção superior formando o músculo levantador da próstata. Posteriormente, a fáscia da
próstata está separada das túnicas do reto pelo septo retovesical, que se estende em direção
superior sobre a face posterior das vesículas seminais e ductos deferentes e que se funde com
o peritônio da prega retovesical.
A cápsula da próstata localiza-se no interior da fáscia desse órgão. Numerosos septos passam
para o interior a partir da cápsula e dividem o órgão em cerca de 50 Lobos. As fibras
musculares esqueléticas do esfíncter da uretra passam em direção superior ao interior da
próstata. Elas estão localizadas anteriormente à porção inferior da parte prostática da uretra. o
tecido músculo fibroso da próstata, especialmente aquele lateral e posterior a uretra, está
subdividido por cerca de 50 glândulas tubo alveolares. Estas drenam para pequenos ductos
prostáticos, que se abrem no seio prostático ou na parede posterior da uretra.
A principal artéria para próstata tem uma origem comum com a vesical inferior a partir de um
dos ramos da artéria ilíaca interna. Alguns de seus ramos se ramificam na fáscia prostática e
penetram na cápsula e regando a porção externa da próstata. A próstata frequentemente
recebe um ramo da artéria retal superior. Os ramos da artéria vesical inferior entram na
próstata na sua junção com a bexiga e acompanham a parte prostática da uretra e irrigam as
porções adjacentes da próstata.
As veias para a próstata drenam principalmente o plexo prostático, que se localizam na fáscia
da próstata. esta rede se junta com o complexo vesical no suco que, superficialmente, separa a
bexiga da próstata, e o plexo combinado drena para a veia ilíaca interna.
Em sua maior parte, os vasos linfáticos da próstata passam aos linfonodos ilíacos internos.
Outra parte entra no grupo ilíaco externo ou no grupo sacral.
A próstata está inervada pelo plexo prostático que consiste sobretudo de nervos simpáticos.
Estas fibras inervam os músculos lisos e vasos sanguíneos no interior deste órgão.
A próstata secreta um líquido leitoso, ligeiramente ácido, que contém diversas substâncias
importantes, entre elas: ácido cítrico, enzimas proteolíticas como o antígeno específico da
próstata (PSA), e a fosfatase ácida. As secreções da próstata entram na parte prostática da
uretra por meio dos muitos ductulos prostáticos e formam aproximadamente 25% do volume do
sêmen e contribuem para o odor característico do sêmen, também para a motilidade e a
viabilidade do espermatozóide.
Glândula bulbouretral
As glândulas bulbouretrais são duas estruturas arredondadas de 0,5-1,5 cm de diâmetro
situadas abaixo da próstata, a cada lado do plano mediano no interior do músculo
transverso profundo do períneo. Elas estão envoltas na substância do esfíncter da uretra,
imediatamente atrás da parte membranácea da uretra. Os ductos das glândulas bulbouretrais
passam através da face inferior do diafragma urogenital, entram no bulbo do pênis e
atravessam sua substância. Após um trajeto de aproximadamente 3cm, terminam numa
abertura na face inferior da parte esponjosa da uretra. Elas secretam uma substância
semelhante ao muco durante a excitação sexual. Essa substância alcalina protege os
espermatozóides de passagem, neutralizando os ácidos da urina presentes na uretra e,
simultaneamente, lubrificam a extremidade do pênis e o revestimento da uretra, diminuindo,
dessa forma, o número de espermatozóides danificados durante a ejaculação.
Pênis
O pênis é o órgão masculino da cópula. Sua ereção e aumento são devidos ao ingurgitamento
com sangue. Ele consiste de uma raiz, de um corpo e uma glande. A raiz do pênis é a parte
fixa mais proximal, que é composta do bulbo do pênis e dos ramos do pênis.
O bulbo do pênis é a parte expandida da base do corpo esponjoso está preso a face inferior
dos músculos transversos profundos do períneo envolvidos pelo músculo bulboesponjoso.
Os ramos do pênis são as duas partes separadas proximais e afiladas dos corpos cavernosos
do pênis. Cada ramo do pênis está preso aos ramos do ísquio e inferior do púbis, e é
circundado pelo músculo isquiocavernoso. Próximo à borda mais inferior da sínfise da pube, os
ramos reunidos voltam-se em direção inferior e a partir de então são denominados corpos
cavernosos do corpo do pênis. A contração dos músculos isquiocavernoso esqueléticos
auxilia a ejaculação.
O corpo do pênis é a parte livre, pendular, coberta com pele. O dorso do pênis é a face que
está voltada anteriormente quando o órgão está flácido e em direção superior e posterior
quando ereto. A face ventral, uretral, está voltada na direção oposta. Uma crista mediana, a
rafe do pênis, está localizada nesta face e continua-se com a rafe do escroto. O corpo do
pênis contém dois corpos cavernosos, que são continuações dos ramos, e um único corpo
esponjoso, que é a continuação do bulbo.
Os corpos cavernosos constituem a principal massa do corpo do pênis e formam o seu dorso e
partes laterais. Na junção com a face uretral, onde está situado o corpo esponjoso, terminam
como projeções cegas cobertas pela glande do pênis.
O corpo esponjoso é mais estreito que os corpos cavernosos. Ao passar através do corpo do
pênis, ele se estreita ligeiramente; porém, a sua extremidade subitamente se expande para
formar a glande do pênis, cuja concavidade cobre as terminações cegas dos corpos
cavernosos.
A glande do pênis está separada superficialmente do resto do corpo do órgão por uma
construção, o colo da glande. A coroa da glande é uma borda proeminente adjacente ao colo.
Uma fenda mediana próxima à ponta da glande é o óstio externo da uretra. Uma camada
dupla de pele, o prepúcio, passa do colo para cobrir a glande por uma extensão variável. O
frênulo do prepúcio é uma prega mediana ventral, que passa da camada profunda do prepúcio
à parte da face uretral adjacente ao óstio externo da uretra.
O peso do pênis é sustentado por dois ligamentos que são contínuos com a fáscia do pênis: o
ligamento fundiforme que se origina a partir da parte inferior da linha alba e o ligamento
suspensor do pênis que origina-se a partir da sínfise púbica.
Fáscia e pele envolvem todas as três massas que consistem no tecido erétil (os dois corpos
cavernosos e o corpo esponjoso). O tecido erétil é composto de numerosos seios sanguíneos
(espaços vasculares) revestidos por células endoteliais, envoltos por tecido conjuntivo elástico
e músculo liso. Os corpos cavernosos e o esponjoso, no seu interior, estão divididos por
numerosas trabéculas, que se estendem a partir da túnica albugínea e formam os septos do
pênis. Essas trabéculas correm em todas as direções através do tecido erétil. Elas consistem
de fibras elásticas, colágenas e musculares lisas e estão atravessadas por artérias e nervos.
A artéria do bulbo do pênis passa através do tecido erétil do bulbo e então continua através
do corpo esponjoso. A artéria profunda do pênis, após entrar no bulbo, dá origem a um ramo
que passa através do ramo e do corpo cavernoso, regando a maior parte do tecido erétil desse
corpo. A artéria dorsal do pênis corre inferiormente a fáscia profunda sobre o dorso do pênis.
Seus ramos auxiliam na irrigação do tecido erétil do corpo cavernoso e do corpo esponjoso e
anastomosam-se com ramos da artéria profunda do pênis e da artéria do bulbo. A artéria dorsal
fornece a maior parte da irrigação da glande.
Os pequenos ramos das artérias que irrigam o tecido erétil correm nas trabéculas, muitas
apresentam aspecto helicoidal. Os capilares têm origem dos pequenos ramos que se abrem
nos espaços cavernosos.
A veia dorsal do pênis, impar, drena a maior parte do sangue da glande e prepúcio do corpo
esponjoso e dos corpos cavernosos. No seu trajeto, se divide em veia esquerda e direita que
drenam para o plexo prostático. A pele e a tela subcutânea são drenadas pela veia dorsal
superficial e se esvaziam na veia safena magna.
Os vasos linfáticos da pele e prepúcio drenam para os linfonodos inguinais superficiais,
enquanto os da glande drenam para os linfonodos inguinais profundo e o ilíaco externo.
Uretra
A uretra é um pequeno tubo que vai do seu óstio interno no assoalho da bexiga urinária até o
exterior do corpo. Nos homens e nas mulheres a uretra é a parte terminal do sistema urinário e
a passagem para eliminação de urina do corpo, nos homens também elimina sêmen.
Nos Homens, a sua extensão e passagem pelo corpo são consideravelmente diferentes do
que ocorre nas mulheres.Tem aproximadamente 20 cm. A uretra masculina também é
composta por uma camada mucosa profunda e uma camada muscular superficial. Entretanto, é
subdividida em três regiões anatômicas:
1- parte prostática: passa medialmente pela próstata, e sua camada muscular é composta
principalmente de fibras musculares lisas circulares, superficiais a lâmina própria, que ajudam
a formar o músculo esfíncter interno da uretra na bexiga urinária. Nessa parte prostática, a
uretra contém as aberturas dos ductos que transportam as secreções produzidas pela próstata:
os colículos seminais, que trazem o conteúdo das vesículas seminais e ductos deferentes
(espermatozóides e líquidos), e os ductos prostáticos, que despejam seus conteúdos no seio
prostático. Essas secreções neutralizam a acidez do trato genital feminino interno e contribuem
para a motilidade e a viabilidade dos espermatozoides.
2- a parte membranácea, a mais curta, passa pelo espaço profundo do períneo. A camada
muscular desta parte consiste em fibras musculares esqueléticas do músculo transverso
profundo do períneo, dispostas de forma circular, que ajudam a formar o músculo esfíncter
externo da uretra na bexiga urinária.
3- a parte esponjosa, é a parte mais longa da uretra e passa pelo pênis. Os ductos das
glândulas bulbo uretrais abrem-se na parte esponjosa da uretra. Elas emitem uma substância
alcalina antes da ejaculação, que neutraliza a acidez da uretra. Essas glândulas também
secretam muco, que lubrifica a parte final do pênis durante a excitação sexual. Por toda
extensão da uretra, mas especialmente na parte esponjosa, as aberturas dos ductos das
glândulas uretrais expelem muco durante a excitação sexual e a ejaculação. No terço final da
parte esponjosa, ao entrar na glande do pênis, encontra-se uma pequena dilatação chamada
fossa navicular, antes de encontrar o óstio externo da uretra.
Ato sexual
O elemento chave para o sucesso da cópula é a capacidade do homem ter e manter a ereção.
Nos homens a sensação sexual pode ser psíquica ou pode vir de estímulos táteis, por
movimentos deslizantes no pênis ou estimulação da glande, que desencadeia o reflexo
espinhal que está sujeito ao controle dos centros superiores do encéfalo, a ereção. Os
estímulos táteis são detectados por mecanorreceptores localizados na glande do pênis ou nas
outras zonas erógenas. Neurônios sensoriais sinalizam para o centro integrador espinhal, o
qual inibe o estímulo vasoconstritor simpático sobre as arteríolas do pênis. As fibras
parassimpaticas provenientes da parte lombar e sacral da medula espinhal iniciam e mantém a
ereção. As fibras parassimpaticas do plexo prostático liberam e provocam a produção local de
óxido nítrico, que dilata ativamente as arteríolas do pênis, e peptídeo vasoativo intestinal,
fazendo com que o músculo liso do endotélio vascular relaxe, provocando vasodilatação. Com
isso, grandes quantidades de sangue entram no tecido erétil. O enchimento dos tecidos eréteis
dos corpos cavernosos e esponjosos no corpo do pênis faz com que os sinusóides cavernosos
fiquem enormemente dilatados e o sangue arterial flui para o interior. Dessa forma, o tecido
acaba ingurgitado de sangue e acaba comprimido passivamente as veias, aprisionando o
sangue, ocorrendo a oclusão parcial do efluxo venoso. Circundadas por túnicas fibrosas, em
conjunto com o aumento da pressão no interior e a expansão do tecido erétil, o pênis fica rígido
e alongado. A combinação do aumento do fluxo e da dilatação dos seios sanguíneos resulta
em ereção. A ereção é proporcional a estimulação.
A lubrificação ocorre a partir dos estímulos parassimpáticos sobre as glândulas uretrais e bulbo
uretrais somadas à lubrificação feminina.
Quando o estímulo fica extremamente intenso a estimulação simpática da medula T12 a L2
pelo plexo hipogastrico e pélvico provocam a contração do ducto deferente, da vesícula
seminal e da próstata resultando na emissão. Nessa fase, o espermatozóide é misturado com
todos os componentes do sêmen e as vesículas seminais secretam substâncias
(semenogelinas), as quais induzem a coagulação do sêmen imediatamente após a ejaculação.
O PSA liquefaz o sêmen coagulado após alguns minutos. As vesículas seminais, o ducto
deferente e as glândulas acessórias realizam contrações peristálticas e esvaziam seus
conteúdos na uretra.
O enchimento da uretra com sêmen provoca sensações que são transmitidas para o nervo
pudendo na região sacral da medula (a plenitude no genitais internos), e provoca a contração
rítmica dos genitais internos, em seguida provoca contração do músculo isquiocavernoso e
bulbocavernoso, que por sua vez comprimem as bases do tecido erétil peniano.
Em conjunto o aumento do ritmo de contração, mais a pressão dos tecidos eréteis, dos ductos
e da uretra resulta no orgasmo masculino, uma sensação de intenso prazer, e na ejaculação,
que é a propulsão do sêmen para o exterior. O volume médio de sêmen é de 3ml de por
ejaculação, com uma contagem espermática média é entre 60 a 100 milhões/ml de sêmen. O
esfíncter da bexiga se contrai para que os espermatozóides entrem na bexiga ou que a urina se
junte ao sêmen.
O pênis retorna a seu estado relaxado quando as arteríolas e o músculo liso no interior do
tecido erétil, contraem-se, diminuindo os seios sanguíneos. Isso alivia a pressão nas veias e
permite que o sangue deixe o pênis. Essa fase é chamada de resolução.
O pênis evoluiu como um órgão introdutor, projetado para separar as paredes da vagina,
atravessar o espaço potencial do lúmen vaginal e depositar o sêmen na porção distal do lúmen
vaginal, próximo ao colo do útero. Este processo de inseminação interna pode ser realizado
apenas se o pênis estiver endurecido pelo processo de ereção.
Ocorre ereção não sexual durante a fase de sono de movimento rápido dos olhos (sono REM).
Ovários
Os ovários, que são as gônadas femininas, são órgãos pares que produzem óvulos após a
puberdade. Assemelham-se à amêndoas sem casca, em tamanho e formato, são homólogos
aos testículos e tem cerca de 2 a 4cm de comprimento.
A estrutura do ovário varia com a idade e com estágio do ciclo ovárico. Encontra-se coberto
por uma camada de células cubóides, chamado de epitélio germinativo, que se junta ao
mesotélio do mesovário no hilo. O termo germinativo é errôneo pois não dá origem aos óvulos.
Imediatamente abaixo do epitélio encontra-se a túnica albugínea, uma cápsula de
esbranquiçada de tecido conjuntivo denso não modelado. A estrutura interna é denominada
estroma, e é composta de tecido conectivo. A maior parte do ovário consiste em um espesso
córtex, região logo abaixo da túnica albugínea, preenchido com folículos ovarianos em vários
estágios do desenvolvimento ou em degeneração, com células musculares lisas espalhadas. A
parte central pequena é a medula do ovário. A medula é pouco evidente, contém vasos
sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Cada ovário contém um hilo, que é o ponto de entrada e
saída para os vasos sanguíneos, linfáticos e nervos, ao longo do qual está preso o mesovário.
Uma série de ligamentos mantém os ovários no lugar. O ligamento largo do útero, que é
parte do peritônio parietal, prende-se ao ovário por meio de uma prega bilaminada de peritônio,
chamada mesovário. Suas duas camadas estão presas a cada lado de sua borda. O
ligamento utero-ovárico ancora o ovário ao útero, e o ligamento suspensor do ovário o
prende a parede da pelve, no perimísio do psoas.
O ovário se localiza numa depressão, a fossa ovárica, que é limitada anteriormente pela
artéria umbilical obliterada e, posteriormente, pelo artéria ilíaca interna. A superfície lateral está
em contato com o peritônio parietal que reveste a fossa ovárica, e são separados pelo tecido
extraperitoneal que cobre os vasos e nervos. A maior parte da superfície medial está coberta
pela tuba uterina. A borda anterior está presa ao mesovário e se defronta com artéria umbilical
obliterada. O hilo do ovário está localizado nesta borda (anterior). A borda livre (posterior) está
relacionada com a tuba uterina e, atrás desta, com o ureter. A extremidade superior ou tubal
intimamente conectada à tuba uterina. A extremidade inferior (uterina) da inserção ao ligamento
ovárico que o ancora ao útero.
Ovário é irrigado pela artéria ovárica e pelo ramo ovárico da artéria uterina. Após descer
pela abertura superior da pelve, artéria ovárica passa no ligamento suspensor e daí entre as
duas lâminas do ligamento largo até atingir o mesovário, no qual passa para atingir o hilo do
ovário. O ramo ovárico da artéria uterina passa lateralmente, no ligamento largo, para o
mesovário, onde termina anastomosando-se com artéria ovárica.
As veias do ovário tem início em um plexo que se comunica com o plexo uterino. As duas
veias originam-se desse plexo e tornam-se uma única veia no momento que atingem o
abdômen.
Os vasos linfáticos do ovário passam em direção superior, juntamente com os vasos ováricos,
e drenam para os linfonodos lombares (ou aórticos).
O ovário está inervado pelo plexo ovárico. A maior parte das fibras deste plexo são
vasomotoras.
Não existem ductos emergindo do ovário para conduzir seus gametas para o trato reprodutor.
Dessa forma, o processo de ovulação envolve um evento inflamatório que causa erosão da
parede do ovário. Após a ovulação, as células epiteliais da superfície ovariana rapidamente se
dividem para reparar a parede.
Tubas uterinas
As tubas uterinas, são pares, levam os óvulos dos ovários para a cavidade do útero. Elas
transmitem espermatozoides em direção oposta, e a fertilização do óvulo ocorre comumente
dentro da tumba. Cada tuba uterina apresenta cerca de 10 cm de comprimento. Está localizada
na borda superior e entre as duas lâminas do ligamento largo. Ela se inicia na parte
superior e lateral do útero, corre lateralmente, passa pela borda mesovárica e arqueia sobre a
extremidade lateral posterior de borda livre do ovário.
Está subdividida em quatro partes, desde o útero até ovários são: a parte uterina, o istmo, a
ampola e o infundíbulo. O infundíbulo situa-se adjacente ao ovário e abre-se para a cavidade
peritoneal. Apresenta a forma de um funil e tem projeções digitiformes, chamadas fímbrias, ao
longo de sua borda externa, que capturam o óvulo da cavidade abdominal para a tuba por
ocasião da ruptura folicular. Um desses processos, fímbria ovárica, é mais longo que o
restante e encontra-se frequentemente preso à extremidade tubal do ovário. Suas paredes
delgadas estão cobertas de projeções densamente ciliadas, que facilitam a captação do óvulo e
seu movimento por essa região. A ampola é a parte mais longa e mais larga da tumba. É
ligeiramente tortuosa e suas paredes são relativamente finas. Sua musculatura é delgada e a
superfície mucosa bem desenvolvida. O istmo é mais estreito e apresenta as paredes mais
espessas que a ampola, se localiza na junção útero-tubária e apresenta lúmen estreito
circundado por músculo liso, possui propriedades esfincterianas. A parte uterina terminal
localiza-se na parede do útero, ela termina na cavidade do útero como o óstio uterino.
Cada tuba uterina apresenta três camadas: uma mucosa, uma túnica muscular e uma serosa.
A mucosa contém células colunares simples ciliadas que atuam como uma correia
transportadora ciliar para ajudar a mover o óvulo ao longo da tuba em direção ao útero e as
células não ciliadas, com microvilosidades, secretam o líquido que nutre o óvulo. A camada
muscular é fina, de músculo liso longitudinal, que realiza contrações peristálticas. A serosa é a
membrana peritoneal do ligamento largo.
O ramo tubal da artéria uterina e os pequenos ramos das artérias ováricas irrigam as tubas
uterinas. As veias das tubas apresentam o trajeto similar as artérias.
Os vasos linfáticos das tubas uterinas seguem os vasos sanguíneos e drenam para os
linfonodos lombares (ou aórticos).
As tubas uterinas são inervadas pelo plexo ovárico e pelas fibras a partir do plexo
hipogástrico inferior. Algumas fibras nervosas são sensitivas, outras autônomas, para a
inervação da túnica muscular, e outras são vaso motoras para a inervação dos vasos
sanguíneos.
Quando o óvulo é liberado do ovário, é capturado pelas fímbrias e passa através do óstio
abdominal da tuba. Os espermatozóides alcançam o infundíbulo dentro de horas após entrarem
na cérvix, e a fertilização ocorre geralmente na ampola. As células germinativas são
transportadas duas direções: os espermatozóides sobem em direção a ampola e o zigoto
desce para o útero. Isso exige a coordenação da contração muscular lisa, do movimento ciliar e
da secreção de líquidos, todos sobre controle hormonal e neural. Seja ou não fertilizado o
óvulo, seu movimento através da tuba para o útero requer 3 a 4 dias, sendo provavelmente
influenciado tanto por uma ação ciliar das células epiteliais como por uma ação peristáltica da
túnica muscular. O óvulo fertilizado ocasionalmente pode fixar-se na tuba. A tuba uterina é o
local mais comum de gravidez ectópica.
Útero
O útero é o órgão no qual o óvulo fertilizado normalmente se aninha, ocorre a implantação do
blastocisto, onde o embrião se desenvolve e é nutrido até o seu nascimento. Ele se localiza no
interior da pelve e o seu eixo longo está aproximadamente no eixo da abertura superior da
pelve. se localiza aproximadamente no plano mediano, porém, sua posição não é fixa, ocorrem
alterações com o grau de enchimento da bexiga, que se situa abaixo e anterior, e também com
o grau de enchimento do reto que está abaixo e posterior. O útero apresenta cerca de 8 cm de
comprimento, 4cm de largura e uma espessura de 2cm em mulheres nulíparas. Ele está
subdividido em fundo, corpo, istmo e cervix.
O fundo é a parte arredondada do útero, em forma de abóbada, que se localiza acima do plano
do óstio das tubas uterinas e anteriormente a este plano.
O corpo é a principal parte do útero e se estende em direção inferior e posterior até uma
constricção, o istmo.
O istmo é a parte estreita do útero e apresenta cerca de 1cm de comprimento. Assemelha-se
ao corpo, histologicamente, mas apresenta algumas diferenças na sua musculatura, epitélio e
número de glândulas.
A cérvix estende-se em direção inferior e posterior a partir do istmo, até a abertura no interior
da vagina. É a porção de menor mobilidade do útero e se divide em duas partes: a parte
supravaginal e a parte vaginal, que se estende ao interior da vagina e se comunica com a
cavidade vaginal através do óstio do útero. Esse óstio é uma pequena fenda deprimida na
nulipara; porém na multípara, é maior e de contorno irregular.
A cavidade do útero é larga superiormente, no local da entrada das tubas uterinas; porém vai
gradualmente diminuindo de tamanho à proporção que se estende inferiormente até o istmo. É
bastante estreito numa secção sagital, porque as paredes anterior e posterior encontram-se
quase em contato.
Na mulher adulta, o útero se encontra frequentemente antevertido. Nesta posição, ele se
estende para frente e para cima da extremidade superior da vagina no ângulo de cerca de 90
graus. Quando a bexiga está cheia, o útero estende-se direção superior e posterior
(retroversão). Em algumas mulheres, o útero é retrovertido mesmo quando a bexiga se
encontra vazia e o corpo está inclinado para trás sobre o istmo (reflexão).
O útero tem sua inserção direta na vagina. Diversos ligamentos, o que são extensões do
peritônio ou dos fascículos mantém a posição do útero. O peritônio reflete-se da face posterior
da bexiga ao istmo do útero e daí passa em direção superior sobre a superfície vesical do
corpo do útero. Esta reflexão forma a escavação uterovesical. Após passar em torno do fundo
do útero, o peritônio dispõe-se sobre a superfície intestinal do corpo e sobre a parte posterior
da cérvix e parte superior da vagina, da qual ele se reflete sobre a face anterior do reto. O
recesso formado por essa reflexão é denominado escavação retouterina. O ligamento largo
é formado nas bordas laterais do útero por duas lâminas de peritônio que cobre a superfície
vesical e intestinal. Ele se estende às paredes laterais da pelve. A lâmina anterior passa
anteriormente para se continuar com peritônio que cobre o assoalho e a parede lateral da
pelve. a lâmina posterior estende-se em direção posterior a cérvix uterina como a prega
retouterina.A mesossalpinge é a parte do ligamento largo entre a tuba uterina e uma linha, ao
longo da qual o ligamento largo se reflete para formar o mesovário. O ligamento largo engloba,
entre as suas duas lâminas, tecido conectivo frouxo e tecido muscular, coletivamente
denominados paramétrio. O ligamento largo também engloba a tuba uterina, o ligamento
ovarico, parte do ligamento redondo, a artéria uterina e o plexo venoso, o plexo uterovaginal de
nervos e uma parte do ureter. O ligamento redondo é uma faixa de tecido fibrosa estreita e
achatada, que se prende ao útero imediatamente inferior e anteriormente à entrada da tuba
uterina. Atravessa o canal inguinal e prende-se na tela subcutânea do lábio maior. A fáscia
pelvina e visceral lateral à cérvix e a vagina, são relativamente espessas e se dividem para
formar: o ligamento transverso ou ligamento cervical lateral, e, em direção posterior na prega
retouterina, o ligamento uterossacral que se prende a face anterior do sacro.
O útero apresenta três camadas: uma mucosa, uma túnica muscular e uma serosa. A mucosa
ou endométrio difere em estrutura de acordo com o estágio do ciclo menstrual. Também
desenvolve alterações durante a gravidez. Contém numerosas glândulas, que atravessam toda
a espessura da lâmina própria ou do estroma endometrial. A túnica muscular ou miométrio
forma grande parte da parede do útero. A túnica muscular continua-se com as tubas uterinas
acima e, abaixo, com a da vagina. Feixes de músculo liso da sua parte superficial prende-se ao
útero. Há relativamente menos músculos, porém mais tecido fibroso, no istmo e cervix do que
no corpo e fundo. Consiste em três camadas de fibras musculares lisas sendo a camada
interna e externa longitudinais, e a camada média mais espessa e circular. A serosa ou
perimetrio é formada por peritônio. Está firmemente aderida ao fundo e ao corpo, exceto nas
bordas laterais, e frouxamente presa a parte posterior da cérvix.
As artérias uterinas fornecem a principal irrigação para o útero. As artérias uterinas ramificam
nas artérias arqueadas que estão dispostas de forma circular no miométrio. Essas artérias se
ramificam nas artérias radiais que penetram profundamente no miométrio. Imediatamente
antes de entrar no endométrio, dividem-se em dois tipos de arteríolas: as arteríolas retas que
fornecem o extrato basal e os materiais necessários para regenerar o extrato funcional; e as
arteríolas espirais que levam o sangue até o extrato funcional e mudam acentuadamente
durante o ciclo menstrual.
O sangue retorna do útero através de um plexo venoso que segue artéria uterina. Uma
importante anastomose entre o sistema venoso portal e sistêmico é formada pelas veias que
correm abaixo da escavação retouterina e que se conectam com o plexo venoso uterino e
com a veia retal superior.
Os vasos linfáticos do fundo e da parte superior do corpo drenam para os linfonodos
lombares (ou aórticos); os da parte mais inferior do corpo para os linfonodos iliacos
externos; e os da cervix para os linfonodos ilíacos externos e internos e sacral. Alguns
vasos da região do útero próximo à entrada da tuba uterina passam junto com o ligamento
redondo e drenam para os linfonodos inguinais superficiais.
O útero recebe fibras autónomas e sensitivas através dos plexos uterovaginais, que correm
ao longo das artérias uterinas. O útero é insensível a maior parte dos estímulos, porém a dor
pode ser percebida quando a cérvix é pinçada ou dilatada. Algumas desordens uterinas são
dolorosas e a dor pélvica pode ser percebida em algumas fases do ciclo menstrual. Há
algumas evidências de que as fibras relacionadas acendem e então penetram na medula
espinhal através dos nervos esplâncnicos lombares.
A parte superior da vagina está irrigada por ramos da artéria uterina. A artéria vaginal, que
frequentemente se origina com ramos da artéria ilíaca interna, dá origem a ramos que são
distribuídos para a parte anterior e posterior da vagina. Elas podem anastomosa-se no plano
mediano, formando as artérias azigos anterior e posterior da vagina. Pequenos ramos da
artéria do bulbo do vestíbulo atingem a parte inferior da vagina.
O sangue da vagina drena para o plexo venoso vaginal, o qual se comunica com os plexos
uterino e vesical.
Os vasos linfáticos da parte superior da vagina passam ao longo da artéria uterina e drenam
para os linfonodos ilíacos externo e interno, enquanto aqueles da parte inferior passam para
os linfonodos sacrais e ilíacos comuns. Os vasos linfáticos da parte da vagina adjacente ao
hímen passam para os linfonodos inguinais superficiais.
Exceto a parte mais inferior que é inervado pelo nervo pudendo, a vagina é inervada pelo
plexo uterovaginal. Este plexo contém fibras autônomas para a inervação do músculo liso
assim como fibras vasomotoras. Há pouca sensibilidade na vagina, exceto na sua parte mais
inferior.
Monte da pube
É uma elevação de tecido adiposo, arredondada e mediana, anteriormente a sínfise da pube. É
coberta por pele e, após a puberdade, encontra-se coberta por pelos grossos que protege a
sínfise púbica.
Lábios maiores
Os lábios maiores são duas pregas alongadas que se dispõe a partir do monte da pube em
direção inferior e posterior e que deixam entre si a rima do vestíbulo. São frequentemente
unidos na região anterior pela comissura anterior. Os lábios maiores são recobertos por pele
pigmentada, pelos púbicos e contém tecido adiposo em abundância, glândulas sebáceas e
glândulas sudoríparas. Não se unem posteriormente se estendem até o centro tendíneo do
períneo. Os lábios maiores contém as terminações dos ligamentos redondos do útero, alguns
feixes de fibras musculares lisas, nervos e vasos sanguíneos e linfáticos. Os lábios maiores são
homólogos ao escroto no homem.
Lábios menores
Medialmente aos lábios maiores encontram-se duas pregas menores de pele, chamada lábios
menores. Diferem dos lábios maiores, pois os lábios menores são destituídos de pelos públicos
e de gordura, e possuem poucas glândulas sudoríparas, porém muitas glândulas sebáceas. Os
lábios menores são homólogos à parte esponjosa da uretra. Anteriormente, os dois lábios
menores se encontram e formam uma prega sobre a glande do clitóris, denominada prepúcio
do clitóris. As duas partes mediais unem-se abaixo do clitóris para formar o frênulo do
clitóris.
Vestíbulo da vagina
O vestíbulo da vagina é a fenda entre os lábios menores. Ele contém os óstios da vagina, da
uretra e os ductos das glândulas vestibulares maiores e menores. O óstio externo da uretra é
uma fenda mediana e está situado atrás do clitóris e imediatamente anterior ao óstio da vagina.
O óstio da vagina é a abertura da vagina para o exterior, ocupa a maior parte do vestíbulo e é
limitado pelo hímen (se presente). Os ductos das glândulas vestibulares maiores, em
número de dois, abrem-se a cada lado do óstio da vagina, entre estes e os lábios menores. As
aberturas para os ductos das glândulas vestibulares menores estão localizadas no vestíbulo
entre os óstios da uretra e da vagina. A fossa vestibular é uma depressão rasa, situada no
vestíbulo, entre o óstio da vagina e o frênulo dos lábios.
Clitóris
O Clitóris é uma pequena massa cilíndrica de tecido erétil e nervos, localizado na junção
anterior dos lábios menores. É homólogo ao pênis, porém não é atravessado pela uretra. A
parte exposta do clitóris é a glande, uma elevação pequena e arredondada na terminação livre
do corpo. Como a estrutura do pênis, é capaz de aumento como o resultado do ingurgitamento
com sangue por meio da estimulação tátil e possui um papel na excitação sexual feminina. Por
esse motivo, algumas religiões possuíam um ritual de mutilação da mulher, na qual era extraído
o clitóris para que a mulher não fosse capaz de se excitar ou sentir prazer.
O clitóris origina-se da pelve óssea através do ramo isquiádico, imediatamente anterior ao
tuber isquiático. O ligamento suspensor do clitóris conecta este órgão com a parte anterior
da sínfise da pube.
Bulbo do vestíbulo
Os bulbos do vestíbulo consistem em duas massas alongadas de tecido erétil, imediatamente
abaixo dos lábios maiores, em ambos os lados do óstio da vagina. Os bulbos do vestíbulo
tornam-se ingurgitados com sangue durante a excitação sexual, estreitando o óstio da vagina e
exercendo pressão no pênis durante a relação sexual. Os bulbos do vestíbulo são homólogos
ao corpo esponjoso e ao bulbo do pênis.
Os lábios maiores e menores são irrigados pelos ramos labiais anteriores das artérias
pudendas externas e pelos ramos labiais posteriores das artérias pudendas internas. Os
ramos e corpos cavernosos do clitóris são irrigados pelas artérias profundas do clitóris; a
glande é irrigada pelas artérias dorsais do clitóris. O bulbo do vestíbulo e as glândulas
vestibulares maiores recebem sua irrigação da artéria do bulbo do vestíbulo e da artéria
vaginal anterior.
Os vasos linfáticos dos órgãos genitais externos drenam para os linfonodos inguinais
superficiais.
Os lábios maiores e menores são inervados pelos nervos labial anterior (ramo do nervo Ílio
inguinal) e pelos nervos labiais posteriores (ramo do nervo pudendo). O bulbo do vestíbulo é
inervado pelo plexo útero vaginal, que se continua com os nervos cavernosos do clitóris. O
clitóris também é inervado pelo nervo dorsal do clitóris.
Estes vários nervos incluem (1) fibras sensitivas, algumas das quais conduzem dor e outras
que se originam de uma variedade de receptores especiais; (2) fibras autônomas, que inervam
numerosos vasos sanguíneos; (3) fibras autônomas, inervam várias glândulas.
Períneo
O períneo é uma área losangular medial as coxas e as nádegas, tanto nos homens quanto nas
mulheres. Contém os órgãos genitais externos e o ânus. O períneo é limitado anteriormente
pela síntese pública, lateralmente pelos túberes isquiáticos, e posteriormente pelo cóccix. Uma
linha transversal, traçada entre os túberes isquiáticos, divide o períneo em uma região perineal
anterior, que contém os genitais externos, em uma região anal posterior, que contém o ânus.
Glândulas mamárias
São glândulas sudoríferas modificadas que produzem leite. Situam-se sobre os músculos
peitoral maior e serrátil anterior e são fixadas a eles por uma fáscia muscular de tecido
conjuntivo denso não modelado. Possui de 15 a 20 lobos separados por tecido adiposo. Cada
lobo contém diversos lóbulos que formam estruturas semelhantes a cachos chamados
alvéolos. As células mioepiteliais envolvem os alvéolos e se contraem ajudando a expulsar o
leite dos ductos intralobulares para os ductos lactíferos próximos a papila mamária (bico).
Os ductos lactíferos se expandem para armazenar o leite nos seios lactíferos, que depois
continuam como ductos lactíferos. Cada ducto lactífero, normalmente, transporta leite de um
dos lobos para o exterior.
As funções das glândulas mamárias incluem: síntese, secreção e ejeção de leite num processo
chamado lactação (associada a gravidez e parto). A produção de leite estimulada pela
prolactina (liberada pela adeno hipófise) com contribuições da progesterona e estrogênios. A
injeção é estimulada pela ocitocina (liberada pela neuro hipófise) em resposta a sucção na
papila mamária.
A papila mamária é a projeção pigmentada pela qual os ductos lactíferos ejetam o leite. Área
circular de pele pigmentada que envolve a papila mamária é a aréola, que tem glândulas
sebáceas modificadas.
Entre a pele e a fáscia muscular correm os ligamentos suspensores da mama, que são os
filamentos de tecido conjuntivo entre os lóbulos e tecido adiposo que suportam a mama. Esses
filamentos ficam mais frouxos com a idade causando ptose mamária.
os estrogénios são responsáveis pelo crescimento característico e pelo aspecto externo das
mamas femininas maduras. entretanto, não completam a tarefa de convertê-las em órgãos
produtores de leite. são a progesterona e a prolactina que desenvolvem o crescimento e função
dos lóbulos é alvéolos.
Com a descrição anatômica dos órgãos genitais femininos, fica mais fácil a compreensão da
sua fisiologia. A seguir detalharemos a fisiologia do sistema genital feminino.
tem aumentado para 6-7 camadas, espaços preenchidos por líquido aparecem entre as células
e coalescem em um antro. Folículos antrais são altamente dependentes de FSH, uma vez
que a mitose das células granulosas é estimulada por este hormônio. Com aumento do número
das células granulosas, a produção de estrógeno, a capacidade de ligação do FSH, o tamanho
do folículo e o volume do líquido folicular se elevam todos de modo significativo. O progressivo
crescimento do antro divide as células granulosas em duas populações: as células granulosas
murais, que formam a parede externa do folículo e se tornam altamente esteroidogênicas.
Estas permanecem no ovário após a ovulação para se diferenciarem no corpo lúteo. E as
células do cumulus (também denominada coroa radiata) que mantém junções comunicantes
e a adesão ao oócito. Elas são liberadas junto com o complexo cumulus-oócito durante o
processo de ovulação e são cruciais para que as fímbrias da tuba uterina capturem o óvulo
pelo movimento ciliar. O oócito cresce rapidamente nessa fase de folículo antral e sintetiza
quantidade suficiente de componentes do ciclo celular, de tal forma que se torna competente
para completar a meiose I da ovulação, mas mantém essa interrupção meiótica até o surto de
LH do meio do ciclo. A retomada da meiose, com término da primeira prófase meiótica e o
início da metáfase meiótica I, se caracteriza pelo desaparecimento da membrana nuclear,
condensação dos cromossomos, a dissolução nuclear e o alinhamento do cromossomos ao
redor do fuso. Na anáfase meiótica I, os cromossomos homólogos se movem em direções
opostas, sobre influência do fuso meiótico em retração na periferia celular. Na telófase da
meiose 1, uma divisão desigual do citoplasma celular produz um grande oócito secundário
(DNA 1n) e uma pequena célula não funcional, o primeiro corpo polar (DNA 1n). Cada célula
tem metade do número original de 2n de cromossomos, está presente só um de cada par
homólogo, mas cada cromossomo consiste de duas cromátides iguais. O oócito secundário é
formado algumas horas após o aumento do LH, porém antes da ovulação. Ele inicia a segunda
divisão meiótica e passa por prófase curta para ficar parado em metáfase II. Nesse estágio, o
oócito secundário é expelido do folículo maduro. A meiose II só é completada em resposta a
penetração do espermatozóide durante a fertilização, produzindo uma segunda divisão celular
desigual gerando um segundo corpo polar e um grande ovo fertilizado, o zigoto. Se não houver
fertilização, o oócito secundário começa degenerar em 24 a 48 horas.
As células da teca dos folículos antrais produzem quantidades significativas de
androstenediona e testosterona que são convertidos em estradiol pelas células da granulosa.
FSH estimula a proliferação de células da granulosa e induz a expressão de aromatase
(CYP19). Além disso, as células da granulosa murais dos folículos antrais maiores produzem
grandes quantidades de inibina durante a fase folicular inicial. Níveis baixos de estrogênio e
inibina retroalimentam de forma negativa a secreção de FSH, favorecendo a seleção do
folículo com maior número de células responsivas ao FSH.
À medida que os níveis de FSH declinam, os folículos em crescimento rápido progressivamente
sofrem atresia até que reste apenas um folículo que se torna o folículo dominante. No meio
do ciclo, o folículo dominante se torna o folículo pré ovulatório, no momento do surto de
gonadotrofinas. As células da teca expressam receptores para LH e produzem andrógenos.
Elas têm grande expressão de CYP11A1, 3B-HSD e CYP17. As células granulosas murais do
folículo selecionado apresenta um grande número de receptores para FSH, que estimula a
expressão gênica e a atividade da aromatase CYP19, que converte androstenediona em
estrona, assim como converte testosterona em estradiol. As células da granulosa expressam
isoformas ativadoras do 17B-HSD o que direciona esteroidogênese para a produção de
estradiol. A medida que o folículo amadurece, o número de receptores para ambas
gonadotropinas aumenta. O FSH estimula a formação de seus próprios receptores e induz o
aparecimento de receptores para LH. A atividade combinada, das duas gonadotropinas,
aumenta muito a produção de estrogênio.
O surto de LH induz mudanças estruturais drásticas no folículo dominante que envolve sua
ruptura, ovulação do complexo cumulus-oócito e a biogênese de uma nova estrutura,
denominada corpo lúteo, das células da teca e granulosa remanescentes. Antes da ovulação,
oócito primário é competente para completar a meiose. mas fica estagnado na prófase I. O
surto de LH induz oócito a progredir para metáfase II. Subsequentemente o oócito permanece
em metáfase II até a fertilização.
Imediatamente antes da ruptura folicular, a parede folicular se adelgaça, por deterioração
celular, e fica protuberante em local específico, denominado estigma, que é o ponto do folículo
que realmente se rompe. Ao se aproximar o momento da ovulação, o folículo aumenta de
tamanho e faz protusão na superfície do ovário no estigma. Em resposta ao surto de LH, o
ativador do plasminogênio é produzido pelas células tecais e granulosa do folículo dominante e
converte o plasminogênio em plasmina. A plasmina é uma enzima proteolítica que age
diretamente sobre a parede folicular e estimula a produção de colagenase, uma enzima que
digere a matriz de tecido conjuntivo. O adelgaçamento e a maior distensibilidade da parede
facilitam a ruptura do folículo, da túnica albugínea e da superfície do epitélio próxima ao
estigma. A extrusão do complexo cumulus-oócito é auxiliada por contração da musculatura lisa.
Por ocasião da ruptura, o complexo e o líquido folicular são ejetados do folículo, num processo
chamado ovulação. No fim desse processo, a cavidade antral se torna contínua com a
cavidade peritoneal. O complexo cumulus-oócito é capturado e transportado pela tuba uterina e
fica então disponível para ser encontrado pelos espermatozoides.
As células granulosas secretam fatores angiogênicos que aumenta significativamente o
suplemento sanguíneo para o novo corpo lúteo.
Após a ovulação, o remanescente da cavidade antral é preenchido por sangue proveniente de
vasos sanguíneos danificados próximos ao estigma. Isso dá origem ao corpo hemorrágico.
Dentro de alguns dias, os eritrócitos e debris são removidos por macrófagos e fibroblastos
preenchem a cavidade antral com matriz extra-celular de aspecto hialino. No corpo lúteo
maduro, as células granulosas agora denominadas células granulosas luteínicas, aumentam
de tamanho e se enchem de lipídio. Posteriormente, colapsam para dentro da antiga cavidade
antral e a preenche parcialmente. A produção de progesterona pelo corpo lúteo aumenta
gradualmente com o início do surto de LH e atinge o máximo durante a fase lútea média. O
principal propósito desta temporização é o de transformar o revestimento uterino em uma
estrutura adesiva e de sustentação para implantação e gestação inicial. A produção de
estrógeno se reduz transitoriamente em resposta ao surto de LH, mas então volta a aumentar e
atinge outro pico na fase lútea média. Tanto LH como o FSH são reduzidos a níveis basais
durante a fase lútea pelo feedback negativo da progesterona e do estrogênio. Além disso as
células granulosas luteínicas secretam inibina, a qual reprime seletivamente a secreção de
FSH. Os níveis elevados de estrogênio na fase lútea média podem ser responsáveis pela
redução da sensibilidade ao LH do corpo lúteo, de forma que os níveis de progesterona e
estrógeno declinam durante a segunda metade da fase lútea, a menos que ocorra gravidez.
Caso não ocorra gravidez, o corpo lúteo regride em cerca de 13 dias. Após a degeneração por
apoptose ou necrose das células lúteas, estas são substituídas por tecido fibroso criando uma
estrutura não funcional, o corpo albicante. Portanto, o corpo lúteo é uma estrutura endócrina
transitória formada a partir do folículo pós ovulatório. Ele serve como a principal fonte de
esteróides circulantes durante a fase lútea do ciclo, e é essencial para a manutenção da
gravidez durante o primeiro trimestre, assim como para a manutenção de ciclos menstruais
com duração normal.
Agora que já sabemos como ocorre o desenvolvimento folicular ao longo do ciclo menstrual,
resta saber como ocorre a regulação do endométrio uterino durante o ciclo menstrual mensal.
Só para lembrar que o endométrio é recoberto por um epitélio simples cuboide ou colunar
continuo com glândulas mucosas. A mucosa vascularizada por artérias espirais, as quais são
ramos da artéria uterina, que atravessam miométrio. As arteríolas terminais dão origem a um
plexo de capilares e vênulas que apresentam lacunas venosas. Cerca de dois terços da porção
mais profunda do endométrio são perdidos durante a menstruação. Essa parte do endométrio é
denominado extrato funcional. O terço basal do endométrio, que permanece após a
menstruação, é denominado extrato basal. O estrato basal é nutrido por artérias retas, que
são separadas das artérias espirais e contém todos os tipos celulares do endométrio.
A menstruação termina durante a fase folicular inicial. Sob influência da secreção pulsátil do
estrogênio dos folículos que estão se desenvolvendo, o endométrio começa a crescer ou
proliferar. Por volta do sexto dia um folículo se torna dominante. O estrogênio e a inibina
secretados pelo folículo dominante inibem o FSH levando os outros folículos sofrerem atresia.
O folículo dominante torna-se o folículo maduro. Quando dois ou três folículos se tornam
co-dominantes, podem ser ovulados e fertilizados quase ao mesmo tempo dando origem a
gêmeos ou trigêmeos não idênticos. A fase folicular é caracterizada pelo aumento do número
de células e o aumento do suprimento sanguíneo que leva nutrientes e oxigênio para o
endométrio espessado. Sobre influência do estrogênio, as células do extrato basal sofrem
mitose e produzem um novo extrato funcional. À medida que o endométrio se espessa, as
arteríolas endometriais retas e espirais desenvolvem-se, se enrolam e alongam conforme
penetram no extrato funcional. A espessura do endométrio dobra para cerca de 4 a 10 mm. A
fase pré-ovulatória também é chamada de fase proliferativa do ciclo menstrual porque o
endométrio está se proliferando. Imediatamente antes da ovulação, os níveis persistentemente
altos níveis de estrogênio, auxiliados pelos níveis crescentes de progesterona e FSH,
aumentam a responsividade da adenohipófise ao GnRH. Como resultado, a secreção de LH
aumenta drasticamente, um fenômeno conhecido como o pico de LH. O pico de LH é uma
parte essencial da ovulação, pois sem ele os passos finais da maturação do ovócito não pode
acontecer, como descrevemos anteriormente. O surto abrupto na secreção de LH pode ser
porque, (1) o estrogênio em alta concentração causa um efeito de feedback positivo para o LH
e FSH peculiar, diferente do feedback negativo que causa durante o resto do ciclo ou (2) as
células granulosas iniciam a secreção de progesterona um ou mais dias antes do surto e foi
sugerido que poderia constituir um fator que estimularia o LH aumentar a secreção em 6 a 10
vezes. O FSH aumenta de duas a três vezes e atua de modo sinérgico com o LH para causar o
aumento do folículo antes da ovulação.
Altos níveis de estrogênio na fase folicular tardia prepara o útero para uma possível gestação.
Um pouco antes da ovulação, as glândulas do colo do útero produzem uma grande quantidade
de fundo de muco fino e filamentoso, cujos filamentos alinham-se ao longo do comprimento do
canal cervical, formando canalículos que ajudam a orientar a migração dos espermatozóides na
direção da vagina para o útero.
Aproximadamente 16 a 24h após o pico de LH, a ovulação ocorre. À parede externa do ovário,
a projeção do folículo apresenta rápido intumescimento e o estigma projeta-se como um
mamilo. Ocorre o aumento do LH, da secreção dos hormônios foliculares e o início da secreção
de progesterona juntamente com a queda do estrógeno. O folículo maduro secreta enzimas
proteolíticas (colagenase) que rompe o tecido conectivo. É gerada uma reação inflamatória
local cuja as prostaglandinas causam contração das células musculares lisas da teca externa
rompendo a parede folicular no seu ponto mais fraco. O líquido antral jorra do ovário junto com
o ovócito, o qual é circundado por duas ou três camadas das células da granulosa. O ovócito
então é arrastado para dentro da tuba uterina pelas fímbrias para ser fertilizado ou para morrer.
Após a ovulação, sobra folículo rompido no ovário, que passa a ser chamado de corpo
hemorrágico. Além de promover a ruptura do folículo maduro, o pico de LH faz com que as
células da teca migrem para o espaço antral e se transformem, então, nas células do corpo
lúteo. Na luteinização, as células absorvem o coágulo sanguíneo, acumulam gotas de lipídios
e grânulos de glicogênio no seu citoplasma e começam a secretar progesterona e inibina.
Nessa fase, a síntese de estrógenos diminui.
Diferenciação sexual
Como nós vimos, o sistema genital masculino difere muito do sistema genital feminino. Esse
dimorfismo sexual é programado no Genoma Humano, no qual embriões que possuem o
cromossomo Y darão origem a indivíduos do sexo masculino e, na ausência do cromossomo Y,
os embriões darão origem a indivíduos do sexo feminino.
O sexo do embrião na fase inicial de desenvolvimento é difícil de ser determinado por que as
estruturas não se diferenciam até a sétima semana de desenvolvimento. Antes da
diferenciação, os tecidos embrionários são considerados bipotenciais porque não podem ser
morfologicamente identificados como masculino ou feminino.
A genitália interna e potencial consiste de dois pares de ductos acessórios: ductos de Wolff,
derivados dos rins embrionários, e os ductos de Müller. A medida que o desenvolvimento
prossegue ao longo das linhagens masculina ou feminina, um dos pares ductos irá se
desenvolver, ao passo que o outro irá se degenerar. A genitália externa bipotencial consiste em
tubérculo genital, pregas uretrais, sulco uretral e eminência lábio-escrotal. Estas estruturas
diferenciam-se em estruturas genitais femininas quando o desenvolvimento progride.
A determinação do sexo depende da presença ou ausência da região determinante do sexo do
cromossomo Y, o gene SRY. na ausência do gene SRY, e seus produtos, a gônada se
desenvolverá formando ovários. Na presença de um gene SRY funcional, a gônada bipotencial
se desenvolverá originando os testículos.
O gene SRY produz uma proteína de mesmo nome que se liga ao DNA e ativa genes
adicionais que incluem SOX9, WT1 e SF1. Os produtos proteicos desses genes direcionam o
desenvolvimento da medula da gônada em testículo. Observe que o desenvolvimento
testicular não requer hormônios sexuais masculinos como a testosterona. O embrião em
desenvolvimento não pode secretar testosterona até as gônadas se diferenciarem em
testículos.
Uma vez que os testículos se diferenciam, eles começam a secretar três hormônios que
influenciam o desenvolvimento da genitália masculina externa e interna. As células de sertoli
testiculares secretam uma glicoproteína denominada hormônio anti mulleriano (AMH). As
células de leydig testiculares secretam testosterona e seu derivado diidrotestosterona
(DHT). Estes dois andrógenos são os hormônios esteróides dominantes nos homens. A
testosterona e o DHT ligam-se ao mesmo receptor de androgênio, mas promovem respostas
diferentes.
No feto em desenvolvimento, o AMH causa regressão do ducto embrionário de Miller. E a
testosterona converte os ductos de Wolf em estruturas masculinas acessórias: epidídimo, ducto
deferente e vesícula seminal. No desenvolvimento posterior do feto, a testosterona controla a
migração dos testículos do abdômen para o escroto. As demais características sexuais
masculinas, são controladas principalmente pela DHT.
A exposição dos tecidos não genitais à testosterona durante o desenvolvimento embrionário
tem efeitos masculinizantes, como a alteração da responsividade do encéfalo a certos
hormônios.
Nos embriões femininos os quais não possuem o gene SRY, o córtex da gônada bipotencial se
desenvolve em tecido ovariano. Sem a inibição do AMH testicular, os ductos de Müller se
desenvolvem na parte superior da vagina, no útero e nas tubas uterinas. Sem testosterona, os
ductos de Wolf degeneram e sem a DHT a genitália externa apresenta características
femininas. Em outras palavras, ausência do gene SRY e dos hormônios testiculares dá origem
a uma mulher.
Este texto traz uma visão geral do Sistema Genital Masculino e Feminino. Vimos que são
compostos por um par de gônadas (testículos e ovários) e as estruturas do trato reprodutor.
Vimos que ambas as gônadas possuem a dupla função de produzir os hormônios esteróides e
também realizarem a formação dos gametas. Além disso, as estruturas do trato reprodutor
evoluíram para que o aparato masculino se encaixasse perfeitamente no seu receptáculo a fim
de ejacular o sêmen próximo ao óstio do útero para aumentarem as chances dos
espermatozóides encontrarem seu alvo, o óvulo, na tuba uterina, para enfim formarem um
zigoto. Ao mesmo tempo que o sistema reprodutor feminino prepara o útero para a
acomodação e nutrição do novo embrião a fim de dar origem a um novo ser humano. Não é
fantástico?