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Apostila de Extracao
Apostila de Extracao
EXTRAÇÃO EM ESTÁGIOS
[Junho de 2011]
SUMÁRIO
1 – Introdução............................................................................................3
2 – Escolha do solvente...........................................................................8
3 – Métodos de cálculo..........................................................................19
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1 - Introdução
Numa mistura líquida homogênea formada por dois componentes, o
primeiro componente tem maior quantidade e é chamado de solvente; o
segundo componente da mistura (que ocorre em menor quantidade
relativa) é conhecido como soluto.
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densidades: a primeira, rica no primeiro solvente, chamada de rafinado; a
segunda, rica em soluto e segundo solvente, chamada de extrato.
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ternários. Uma das propriedades do triângulo retângulo é a soma das
distancias perpendiculares de qualquer ponto dentro do triangulo até
qualquer um dos três lados, é igual à altura do triângulo. Considera-se a
altura como a composição dos 100 % e as distâncias dos três lados, as
porcentagens das frações dos três componentes. Cada vértice do
triângulo representa um dos componentes puros. A distância
perpendicular desde qualquer ponto, como a base AB, representa a
porcentagem de C na mistura k, a distancia da base AC.
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mostrado melhor projetando as isotermas até a base do triângulo, como
se mostra na figura 1.2 (b). Não somente decresce a área heterogênea a
temperaturas mais altas sendo que também combinam as linhas
perpendiculares de união. As operações de extração líquida, que
depende da formação de fases líquidas insolúveis, devem levar a
temperaturas inferiores a t4.
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Fig. 1.4 Efeito da temperatura no equilíbrio ternário
2 – Escolha do solvente
Na escolha de um solvente para um processo de extração
líquido-líquido, existem vários princípios que podem ser usados como
guia. Eles são geralmente conflitantes, e certamente em nenhuma
substancia simples encontraremos todas as características desejáveis.
Devem ser estabelecidos compromissos, e seguindo critérios quanto a
importância relativa dos vários fatores considerados, estabelecer o
solvente indicado para o caso.
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2.1 Fatores que caracterizam a separação
2.1.1 Seletividade
(X C )B
(X A )B
βC,A =
(XC )A
(XA )A
ou
(X C )B . (X A )A
ou βC,A =
(X C )A . (X A )B
como
(X C )B (X A )A
mC = (4.3) então βC,A = mC . (4.4)
(X C )A (X A )B
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substancialmente constante para alguns sistemas, e em tais casos pode
ser usado como um modo de correlacionar dados de equilíbrio. Na
maioria dos casos, varia fortemente com a concentração, como mostrado
na figura 2.1.
2.1.3 CAPACIDADE
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Fig. 2.1 (fig 4.6 ref. 9 seletividade em sistemas do tipo I e II)
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Isto produz uma alta seletividade através da relação na
equação 2.3 e também como mostrado na figura 2.2, onde notamos que
a faixa de concentração na qual o binário A-C pode ser manipulado,
aumenta consideravelmente. Em ambos os casos mostrados na figura, é
possível usar B para separar soluções de A e C somente dentro dos
limites de A puro a M, pois somente nesta faixa de concentração
resultarão duas fases líquidas pela adição de B.
2.2.1 Densidade
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figuras 2.3 e 2.4 indicam situações desejáveis e indesejáveis
respectivamente.
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Figura 2.3 Figura 2.4
2.2.2 Viscosidade
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usualmente mais alto na ausência do componente distribuído (soluto) e
cai para zero no PLAIT POINT. No caso de pares mutuamente saturados
de dois líquidos, a tensão interfacial tem sido associada às pontes de
hidrogênio característica do líquido e seu volume molar (58). Não é
surpreendente, portanto que DONAHUE e BARTELL (59) foram capazes
de correlacionar empiricamente a tensão interfacial e a solubilidade
mútua, expressa como fração molar xAB e xBA do constituinte menor em
cada líquido saturado. TREYBAL (9) verificou que as coordenadas de
DONAHUE e BARTELL, se modificadas como na figura 4.5 também
podem representar razoavelmente bem sistemas ternários do TIPO I.
Nesta figura, o sistema de coordenadas se reduz àquela de DONAHUE e
BARTEL para binários na ausência do soluto distribuído (XC)A e (XC)B = 0.
Estas tensões interfaciais ternárias são aquelas de MURPHY e
colaboradores (60), excluindo diversos sistemas onde os dados para os
pares não estão de acordo com os valores aceitos. Sabe-se também que
a curva representa bem dados para MEK-ÁGUA-ÁCIDO ACÉTICO e
CICLOHEXANOL-ÁGUA-ÁCIDO ACÉTICO, apesar destes não estarem
plotados para não saturar o gráfico. A bem conhecida regra de
ANTONOFF, que a tensão interfacial entre suas tensões superficiais com
o ar não pode ser aplicada.
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amostras industriais, quando avaliando solventes para propósitos de
extração. Pode-se saber muito sobre o sistema de um ponto de vista
prático através de um simples teste de agitação dos líquidos em contato
em um funil de decantação. Se líquidos razoavelmente limpos não são
obtidos de uma decantação após a agitação da mistura em 5 ou 10
minutos no máximo, problemas de decantação no equipamento em
escala industrial ocorrendo.
2.3.1 Recuperação
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oxidantes tais como ácido nítrico se este está presente na carga. Não
deve ser suscetível a polimerização ou oxidação pelo ar e não deve ser
afetado por repetidos aquecimentos, mesmo na temperatura máxima
encontrada no equipamento de recuperação por destilação. Solventes
que formam os perigosos e explosivos peróxidos tais como os éteres,
devem ser evitados. Hidrólise, que pode ocorrer, por exemplo, com
solventes clorados na presença de água ou vapor produzindo ácido
clorídrico, deve ser previsto. Em qualquer destes casos, perda de
solvente representa custo de operação.
2.3.3 Corrosividade
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suas elevadas seletividades, aproveitando-se também de suas altas
volatilidades na operação de recuperação de solvente.
2.3.6 Toxidez
2.3.7 Custos
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3 – Métodos de cálculo
3.1 Processos de contato em estágios com solvente simples –
Sistema ternário
a) Em estágios
b) Contato contínuo
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Esta categoria inclui aqueles tipos onde a mistura a ser separada é
distribuída entre dois solventes, imiscíveis. O sistema, em última análise,
é quaternário.
a) Em estágios
b) Contato contínuo
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3.2 Estágio único
𝐹 𝑀𝑆 𝑅 𝐸𝑀
= 𝐹𝑀 e =
𝑆 𝐸 𝑅𝑀
𝐹 𝑀𝑆 𝑅 𝐸𝑀
= 𝐹𝑀 e =
𝑆 𝐸 𝑅𝑀
No caso de S puro,
teremos XS = ∞ e a linha
será vertical.
JM inclinação – R/E
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maneira mostrada, para produzir o ponto de equilíbrio J. O simples
estágio é representado pela “linha de operação” JM, que tem
inclinação – (R/E) de acordo com a equação de balanço.
Casos particulares
Variando a temperatura
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Figura - 3.7
Figura - 3.8
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Assuma que toda massa do componente A esteja contida na
carga e no rafinado e que o conteúdo de B no extrato de qualquer
estágio é igual ao do solvente que entra no estágio.
F = A + CF = A [1 + CF/A] F = A (1 + XF)
Sm = Bm (1+ YS)
Em = Bm (1+ YM)
A Xm-1 + Bm Ys = Bm Ym + A Xm
ou
Ym − YS A
= −
Xm − Xm−1 Bm
Lei de Distribuição
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B (Ym+1 – YS) = A(Xm – Xm+1)
Xm YS B/A
Xm+1 − − =0
Ɛ+1 Ɛ+1
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operações de extração. Em virtude da definição de m, Ɛ pode tomar o
significado físico de:
Figura 3.9 – Contatos múltiplos em corrente cruzada com solventes imiscíveis, com
quantidades iguais de solvente aplicada a cada estágio. Ɛ é o fator de extração para
cada estágio.
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3.4 Múltiplos estágios em contracorrente
Ni = 2C + 2N + 5
F (carga)..............................................................................C + 2
S (solvente)..........................................................................C + 2
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Concentração de um componente em E1 ou RN........................1
Total ........................................................................2N + 2C + 5
S + F = M = E1 + Rn
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e) Para a determinação gráfica do número de estágios, o
cálculo tem origem numa das extremidades da torre, por
exemplo, onde fica E1. Conhecido E1 se determina R1
através do traçado da linha de amarração E1R1. Conhecido
R1, como R1 – E2 = Δ, consequentemente, R1, E2 e Δ estão
alinhados, portanto traçamos a reta R1Δ e determinamos E2
na interseção com a curva de equilíbrio.
Para o componente B
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Figura 3.12 – Solução de um sistema contracorrente no diagrama de
Janeckee
Rearranjando:
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Figura 3.13 – Solução pelo diagrama de distribuição
A XF + B Ym+1 = A Xm + B Y1
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𝐴 𝐴
𝑌𝑚+1 = 𝑋 + 𝑌− 𝑋
𝐵 𝑀 𝐵 𝐹
A qual é a equação de uma linha reta, Ym+1 versus Xm, de
inclinação A/B desde que Y1 e XF constantes para um dado sistema.
Yn − YS A
= −
Xn − Xn−1 B
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Figura 3.14 – Múltiplos contatos em contracorrentes com solventes imiscíveis
A Xm + B YS = A Xn + B Ym+1
Xm Ys Xn
+ = + xm+1
Ɛ m Ɛ
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operação Δ, linhas tais como ΔEm+1. Estas não necessariamente
coincidentes com as linhas de estágio usadas previamente. As
coordenadas são transferidas para o diagrama de distribuição para
formar a curva de operação. Construção dos estágios entre as curvas de
operação e equilíbrio é mostrada na figura abaixo.
YS ⁄m− Xn ⁄Ɛ Ys ⁄m− Xn ⁄Ɛ
ɛ≠ 1 Xm = (XF −
1− 1⁄Ɛ
) (1⁄Ɛ)m + 1− 1⁄Ɛ
𝑋𝐹 − 𝑋𝑁 Ɛ𝑁+1 − Ɛ
= 𝑁+1
𝑋𝐹 − 𝑌𝑆 ⁄𝑚 Ɛ − 1
𝑋 − 𝑌𝑆 ⁄𝑚 1 1
𝑙𝑜𝑔 [ 𝐹 (1 − ) + ]
𝑋𝑁 − 𝑌𝑆 ⁄𝑚 Ɛ Ɛ
𝑁=
log Ɛ
E quando Ɛ = 1
𝑋𝐹 − 𝑋𝑁 𝑁
=
𝑋𝐹 − 𝑌𝑆 ⁄𝑚 𝑁+1
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𝑋𝐹 − 𝑋𝑁
𝑁=
𝑋𝑁 − 𝑋𝑆 ⁄𝑚
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completamente imiscíveis dos solventes A e B e com curva de
distribuição linear, as expressões produzem uma boa aproximação ao
mais correto calculo gráfico para casos de desvio modesto das condições
reais se um fator de extração médio (Ɛ1Ɛn)1/2 for usado.
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Figura 3.16 – Primeiro caso
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A máxima razão solvente/carga será aquela em que a carga
seja totalmente dissolvida.
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O número de variáveis independentes desse processo é 3C +
2N + 8 que C + 3 variáveis a mais que no caso de uma só carga. C + 2
delas servem para especificar F e a restante para localizar o prato da
carga. Quando se usa computador é mais vantajoso especificar o
número de pratos abaixo da injeção. Quando se calcula o número de
estágios graficamente é mais vantajoso especificar a entrada da carga
como localizada no prato ótimo.
Rn + S = RN + En+1 ou
RM + E1 = F’ + EM+1
F + F’ + S = RN + E1
F + Δ’ = Δ
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Figura 3.20 – Obtenção do número de estágios
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No diagrama de distribuição haveria duas curvas de operação,
uma para cada seção da torre. Para se obter essas curvas, teríamos que
partir do diagrama triangular. Usar o corresponde à seção e proceder da
mesma forma que para o caso de uma só carga. No traçado para
determinação do número de estágios mudaríamos de curva de operação
ao chegar ao prato de carga.
Refluxo de extrato
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O remédio para esta situação é substituir a carga F’ por uma
corrente que tenha alta concentração em C, permitindo, assim, que se
consiga uma maior pureza em E1. Isto pode ser conseguido pelo refluxo
de extrato representado abaixo. A carga é deslocada para um estágio
M+1 intermediário.
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Coloquemos no diagrama ternário os pontos que representam
as correntes da figura acima.
48
As equações de balanço material e os pontos Δ são
determinados da mesma maneira que para o caso da torre com duas
cargas. F’ é considerado como uma segunda carga.
RN + E1 = F + F’ + S
Ou
E1 – F’ = S – RN + F Δ’ = Δ + F (alinhados)
Δ Δ’
Ou E1 – F’ – F = S – RN E1 – ET = Δ (alinhados)
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RAZÃO DE REFLUXO DE EXTRATO
Seja dada então a relação F’/ E0; pela regra da alavanca temos
que
F′
E1 = SE + F ′ + E0 = SE + ( + 1) E0
E0
𝐸1 𝐹′
( ) 𝑆𝐸 = 𝑆𝐸 + ( + 1) 𝐸0
𝑆𝐸 𝐸0
E1 F′
SE ( − 1) = ( + 1) E0
SE E0
F′
SE (E + 1)
0
=
E0 E
(S 1 − 1)
E
Δ′ SE E0 SE
= + 1= ′
E0 E0 Δ SE
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REFLUXO TOTAL DE EXTRATO
Já vimos que Δ’ = E1 – F’ = E0 + SE
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A vazão mínima de refluxo do extrato é definida como a vazão
de F’ que, se reduzida de um infinitésimo faria o número de estágios
crescer para o infinito. Um número infinito de estágios exige uma zona de
composição constante. Isto ocorre quando uma linha balanço material
coincide com uma (tie line) linha de amarração.
REFLUXO DE RAFINADO
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FAZENDO O BALANÇO MATERIAL
M = F + S = E1 + RN (I)
M’ = F + S’ = E1 + D (II)
Pois
Δ = RN – S = F – E1
RN + S’ = D + S
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de refluxo de rafinado mínima que faça o número de estágio crescer
indefinidamente.
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