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Departamento de Química
Prof. Nerilso
Um sistema composto por dois ou mais líquidos pode ser homogêneo ou não de
acordo com a concentração de cada componente. Alguns fatores que influenciam na
miscibilidade dos líquidos são: a natureza molecular, temperatura, pressão, presença de
outros líquidos, entre outros.
Uma forma de se analisar em que proporções podem-se ter uma mistura de três
componentes homogênea é pelos diagramas triangulares de solubilidade. No presente
trabalho será determinado o diagrama triangular de fases da mistura de água, clorofórmio e
ácido acético glacial. Esta mistura é caracterizada pelo fato de que clorofórmio e água são
parcialmente miscíveis entre si e ambos totalmente miscíveis em ácido acético.
Fundamentação teórica
Dois líquidos puros, ao serem misturados, podem formar uma única fase homogênea
ou duas fases, cada qual com uma composição desses dois líquidos. Isso acontece devido ao
fato de que a mistura busca a formação mais estável. Quando esse estado é atingido, diz-se
que esse sistema encontra-se em equilibro líquido-líquido.
Um estado de equilíbrio termodinâmico, que é buscado por todos os sistemas, é
aquele que apresenta um mínimo de energia livre de Gibbs. Quando se misturam duas
substancias, define-se dG como a diferença da energia livre de Gibbs da solução e dos
compostos puros. Se for menor do que zero, forma-se uma solução monofásica homogênea.
Caso contrário, a formação de duas ou mais fases será mais estável.
Representação gráfica
com a mesma composição, o que implica que, para estas condições, a extração é
impossível. No diagrama triangular estão também representadas as linhas que unem os
extratos e os resíduos em equilíbrio, as quais se designam por Tie-Lines.
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As retas como [CD] que unem duas fases em equilíbrio são denominadas tie-lines, na
designação em língua inglesa, que se generalizou.
Pelo que ficou dito se conclui que a linha [ACP] é a curva de solubilidade do
componente 3 no sistema constituído pelos três líquidos 1, 2 e 3, enquanto que a curva
[PDB] representa os limites de solubilidade do componente 2 no sistema ternário. A curva
de solubilidade limitante da zona bifásica [ACPDB] denomina-se curva binodal. No
exterior da curva binodal um sistema ternário como o que estamos a tratar é monofásico.
Por vezes acontece que dentre os três líquidos há dois pares (e não um só) que são
parcialmente imiscíveis. São os diagramas do tipo II. Nesta situação o diagrama triangular
tem o aspecto que se mostra na Figura 03. Se a temperatura baixar as duas zonas bifásicas
aumentam de área, de forma que poderão intersectar-se, coalescendo, como se mostra na
Figura 04. Neste caso o diagrama (T, wi), ou (T, xi), teria o aspecto ilustrado na Figura 05.
Figura 03: Diagrama triangular em que os pares 1-3 e 1-2 são parcialmente imiscíveis. As
retas no interior das zonas bifásicas representam tie-lines. Retirado de [1].
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Figura 04: Os pares 1-3 e 1-2 são parcialmente imiscíveis e as áreas de imiscibilidade
mútua intersectam-se. As retas no interior da zona bifásica são tie-lines. Retirado de [1]
Figura 05: Diagrama ternário (T, wi), esquemático, em que os pares (de líquidos) 1-
2 e 1-3 são parcialmente imiscíveis até temperaturas ligeiramente abaixo de T´. Acima da
temperatura T´e até T´´ a situação de imiscibilidade parcial só se observa para o par 1-2.
Retirado de [1].
Quando os três líquidos forem parcialmente imiscíveis dois a dois e se as suas áreas
de imiscibilidade parcial se intersectarem o diagrama triangular respectivo toma o aspecto
que se mostra na Figura 06. São geralmente designados por diagramas do tipo III.
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Resultados
Para que o sistema se tornasse homogêneo, adicionou-se ácido acético glacial até
que esse apresentasse uma única fase (sem turbidez, límpido).
A tabela a seguir mostra a quantidade de cada componente (em volume) em cada
tubo de ensaio no ponto de solubilidade:
Vac.acet(mL)
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m a = Va .d a (1)
ma
Xa = (2)
∑ mi
i
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Ácido Acético
0.00 50°C
1.00
0.25
0.75
0.50
0.50
0.75
0.25
1.00
0.00
Clorofórmio 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 Água
Água
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representa um ponto em que o sistema é composto por apenas uma fase. Nesse diagrama
observa-se claramente, o efeito da adição de ácido acético ao sistema heterogêneo água-
clorofórmio.
Ácido Acético
0.00 T amb
1.00
0.25
0.75
0.50
0.50
0.75
0.25
1.00
0.00Água
Clorofórmio
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
Assim como no diagrama a 50°C, fica claro o efeito da adição de ácido acético ao
sistema quanto à solubilidade. Entretanto, observa-se que o ponto crítico à temperatura
ambiente está acima do mesmo a 50°C.
Para se analisar melhor a influência na temperatura no comportamento do sistema
ternário em questão, plotou-se as curvas binodais para as diferentes temperaturas no mesmo
diagrama triangular trifásico:
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Ácido Acético
0.00 50°C
1.00
T amb
0.25
0.75
0.50
0.50
0.75
0.25
1.00
0.00
Clorofórmio 0.00 Água
0.25 0.50 0.75 1.00
Pelo diagrama, observa-se que uma maior temperatura implica em uma maior
solubilidade entre os componentes água e clorofórmio, sendo necessário adicionar menos
ácido acético para se atingir o ponto crítico. Isso ocorre porque o aumento da temperatura
implica em um aumento da agitação molecular (?)
Fase Fase
Funil mágua(g) mclorofórmio(g) mac.acet(g) mtotal(g) Aquosa(g) Orgânica(g) mtotal (g) Erro (%)
1 45,19 29,68 24,75 99,62 69,63 28,32 97,95 1,676
2 37,18 56,38 8,03 101,59 44,8 54,8 99,6 1,959
Tabela 6: massas das fases obtidas nos funis de separação, sendo a fase orgânica a mais
densa (inferior) e a fase aquosa a menos densa (superior)
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Figura 5: Escolhe-se um ponto aleatório em uma das linhas de amarra, a fim de ser obter a
composição da mistura bifásica.
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- x água =0,43
- x clorofórmio =0,32
- x ac. Acético = 0,25
Esse sistema é composto por duas fases, sendo estas as mesmas obtidas no funil 1.
Conclusão
Bibliografia
http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?
Itemid=361&id=196&option=com_content&task=view
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