SFC no CLP
Devido à característica sequencial da solução das saídas no circuito de
controle de um SFC, ocorre que a disposição dos ramos, no programa PLC, pode
afetar sobremaneira o comportamento final obtido. Casos críticos dessa natureza
ocorrem principalmente com intertravamentos oriundos de sinais com natureza
impulsional. Por isso, essas partes do programa devem, necessariamente, estar
dispostas conforme o seguinte critério: primeiro as transições, depois as etapas e
por último as ações, conforme ilustra a figura 1.
E, cada uma dessas partes pode ser facilmente obtida a partir do SFC.
Tomando como exemplo o caso de um carro que se desloca sobre trilhos entre as
estações A e B, toda vez que uma ordem de marcha M for enviada, o qual tem o
seguinte esquema funcional e SFC:
Verifica-se que cada uma das flags vai para nível alto quando forem satisfeitas
duas condições: 1 - que ela esteja válida, ou seja, que a etapa anterior esteja ativa, e
2 - que a receptividade associada seja verdadeira. Por exemplo, para a transição F11,
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ela ocorrerá quando estiver válida (etapa F1 ativa) e sua receptividade verdadeira (I2
em nível alto).
Cabe observar que a etapa inicial é aquela que deverá se tornar ativa quando
se acionar o processo pela primeira vez, ou seja, quando nenhuma das demais
etapas estiverem ativas. Esta condição é apresentada no diagrama pela associação
série dos contatos NF de todas as bobinas de etapas. Porém, uma forma alternativa
para ativar a(s) etapa(s) inicial(is) pode ser pela detecção de partida do PLC (quando
ele entra no estado energizado e operante conforme descrito na seção 4.3.1). Tal
estratagema, mostrado na figura 7, será válido quando não houver a necessidade de
reiniciar o processo na última etapa em que ele foi interrompido (PLC inoperante ou
desenergizado), quando então o diagrama da figura 6 seria mais apropriado. Neste
caso, ainda as flags de etapas deveriam ser do tipo protegidas contra falta de
energia.
No diagrama das ações, percebe-se que como elas são do tipo ordem contínua
(descrito na seção 4.2.4), cada uma das saídas do PLC é diretamente acionada pela
etapa correspondente.
SFC no CLP
O SFC conceitual que modela o funcionamento desse processo é apresentado
na figura 10.
E, tabelas para memorização interna do PLC de cada uma das Etapas, bem
como cada uma das Transições:
Cabe observar que a especificação das transições segue a mesma regra geral,
em que se deve identificar a etapa que a torna válida e a sensibilidade que a faz
ocorrer. Especial atenção cabe à etapa F10, a qual serve como condição de validade
para duas transições: a transição F20 e a transição F23, o que caracteriza a seleção
do processo.
Como neste caso há uma condição de correlatividade (ver seção 4.2.5) entre
as transições F20 e F23, determinada pela possibilidade de P1 e P2 serem acionados
no mesmo instante, há a necessidade de tratamento mútuo exclusivo entre tais
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transições, conforme se percebe pelo contato NF de F20 no ramo de F23. Este fato
nem sempre ocorre com estruturas de divergência em ‘OU’, mas quando assim o for,
tal exclusividade deve ser prevista no Diagrama de Contatos, conforme orienta a
seção 4.3.4.
SFC no CLP
Dois carros se deslocam sobre trilhos em percursos distintos. Quando em
repouso, ambos os carros encontram-se posicionados à esquerda. Os sensores fim-
de-curso A, B, C e D sinalizam a posição em que se encontram os carros. O comando
M (ordem de marcha), dado pelo operador, põe em movimento ambos os carros
que, ao finalizarem seu trajeto, retornam à posição de origem. Como os carros
operam de forma independente, não há como determinar qual deles termina seu
percurso antes (fato que vai depender da carga que transportam). O acionamento
dos carros é feito pelos motores M1 e M2 que movem o carro 1 para direita e
esquerda, bem como pelos motores M3 e M4 que movem o carro 2 para direita e
esquerda. A figura 15 ilustra o sistema.
E, tabelas para memorização interna do PLC de cada uma das Etapas, bem
como cada uma das Transições:
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Nesta ilustração, percebe-se que a transição F20 é a responsável pela ativação
das etapas F11 e F14 simultaneamente, bem como pela desativação da etapa F10.
Da transição F25, pode-se perceber que pelo fato de não possuir receptividade, ela
ocorre apenas pela ativação simultânea das etapas F13 e F16, sendo então a
responsável pela desativação destas, possuindo resultado lógico sempre verdadeiro.