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2012
1. PONTO 01 .....................................................................................................................................34
1.1. DIREITO CONSTITUCIONAL ..................................................................................................................... 34
1.1.1. Constitucionalismo................................................................................................................... 34
1.1.1.1. Questões do TRF1 ............................................................................................................................. 34
1.1.1.2. Questões do TRF2 ............................................................................................................................. 38
1.1.1.3. Questões do TRF3 ............................................................................................................................. 43
1.1.1.4. Questões do TRF4 ............................................................................................................................. 43
1.1.1.5. Questões do TRF5 ............................................................................................................................. 43
1.2. DIREITO TRIBUTÁRIO ............................................................................................................................. 43
1.2.1. Conceito, Conteúdo, Natureza, Autonomia, Fontes, Relação com o Direito Financeiro, Sistema
Constitucional Tributário, Poder de Tributar ..................................................................................... 43
1.2.1.1. Questões do TRF1 ............................................................................................................................. 43
1.2.1.2. Questões do TRF2 ............................................................................................................................. 44
1.2.1.3. Questões do TRF3 ............................................................................................................................. 47
1.2.1.4. Questões do TRF4 ............................................................................................................................. 48
1.2.1.5. Questões do TRF5 ............................................................................................................................. 48
1.3. DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................................... 48
1.3.1. Responsabilidade Civil do Estado ............................................................................................. 48
1.3.1.1. Questões do TRF1 ............................................................................................................................. 48
1.3.1.2. Questões do TRF2 ............................................................................................................................. 48
1.3.1.3. Questões do TRF3 ............................................................................................................................. 49
1.3.1.4. Questões do TRF4 ............................................................................................................................. 49
1.3.1.5. Questões do TRF5 ............................................................................................................................. 50
1.4. DIREITO PENAL .................................................................................................................................... 50
1.4.1. Aplicação da Lei Penal. Princípios Gerais. Normas das Convenções e Tratados de Direito
Internacional ...................................................................................................................................... 50
1.4.1.1. Questões do TRF1 ............................................................................................................................. 50
1.4.1.2. Questões do TRF2 ............................................................................................................................. 52
1.4.1.3. Questões do TRF3 ............................................................................................................................. 59
1.4.1.4. Questões do TRF4 ............................................................................................................................. 59
1.4.1.5. Questões do TRF5 ............................................................................................................................. 59
1.5. DIREITO PREVIDENCIÁRIO....................................................................................................................... 61
1.5.1. Previdência Social: Órgãos, Regimes, Segurados, Beneficiários e Inscrições. Leis N. 8.212/91 E
8.213/91 ............................................................................................................................................ 61
1.5.1.1. Questões do TRF1 ............................................................................................................................. 61
1.5.1.2. Questões do TRF2 ............................................................................................................................. 66
1.5.1.3. Questões do TRF3 ............................................................................................................................. 66
1.5.1.4. Questões do TRF4 ............................................................................................................................. 66
1.5.1.5. Questões do TRF5 ............................................................................................................................. 67
1.6. DIREITO CIVIL ...................................................................................................................................... 71
1.6.1. Prescrição e Decadência. Vícios Redibitórios. Evicção ............................................................. 71
1.6.1.1. Questões do TRF1 ............................................................................................................................. 71
1.6.1.2. Questões do TRF2 ............................................................................................................................. 71
1.6.1.3. Questões do TRF3 ............................................................................................................................. 72
1.6.1.4. Questões do TRF4 ............................................................................................................................. 72
1.6.1.5. Questões do TRF5 ............................................................................................................................. 72
1.7. DIREITO EMPRESARIAL .......................................................................................................................... 75
1.7.1. Direito Comercial. Direito Empresarial. ................................................................................... 75
2
1.7.1.1. Questões do TRF1 ............................................................................................................................. 75
1.7.1.2. Questões do TRF2 ............................................................................................................................. 79
1.7.1.3. Questões do TRF3 ............................................................................................................................. 79
1.7.1.4. Questões do TRF4 ............................................................................................................................. 79
1.7.1.5. Questões do TRF5 ............................................................................................................................. 79
1.8. DIREITO PROCESSUAL CIVIL .................................................................................................................... 79
1.8.1. Processo e Procedimento. Classificação dos Procedimentos. Procedimento Ordinário e suas
Fases. Procedimento Sumário. Procedimentos Especiais. Cognição Sumária e Exauriente.
Procedimento Adequado ................................................................................................................... 79
1.8.1.1. Questões do TRF1 ............................................................................................................................. 79
1.8.1.2. Questões do TRF2 ............................................................................................................................. 79
1.8.1.3. Questões do TRF3 ............................................................................................................................. 87
1.8.1.4. Questões do TRF4 ............................................................................................................................. 87
1.8.1.5. Questões do TRF5 ............................................................................................................................. 87
1.9. DIREITO PROCESSUAL PENAL .................................................................................................................. 95
1.9.1. Competência ............................................................................................................................ 95
1.9.1.1. Questões do TRF1 ............................................................................................................................. 95
1.9.1.2. Questões do TRF2 ............................................................................................................................. 96
1.9.1.3. Questões do TRF3 ............................................................................................................................. 97
1.9.1.4. Questões do TRF4 ............................................................................................................................. 97
1.9.1.5. Questões do TRF5 ............................................................................................................................. 97
1.10. DIREITO AMBIENTAL ......................................................................................................................... 100
1.10.1. Tutela Constitucional Do Meio Ambiente. Princípios Do Direito Ambiental Na Constituição
De 1988 ............................................................................................................................................ 100
1.10.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 100
1.10.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 102
1.10.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 107
1.10.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 107
1.10.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 108
1.11. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO ........................................................................................ 110
1.11.1. Personalidade Internacional. Estado e Território. Imunidade de Jurisdição. ....................... 110
1.11.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 110
1.11.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 112
1.11.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 117
1.11.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 117
1.11.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 117
1.12. SOCIOLOGIA DO DIREITO.................................................................................................................... 119
1.12.1. Fato Social – Conceito. ......................................................................................................... 119
1.12.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 119
1.12.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 119
1.12.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 120
1.12.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 120
1.12.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 120
1.13. FILOSOFIA DO DIREITO ...................................................................................................................... 120
1.13.1. O Justo e o Direito ................................................................................................................ 120
1.13.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 120
1.13.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 120
1.13.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 123
1.13.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 123
1.13.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 123
1.13.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 124
4
2.8.1. Tutela Jurisdicional E Sua Antecipação. Conceito. Cabimento E Requisitos. Revogação,
Modificação E Recursos Cabíveis. Fungibilidade Da Tutela Cautelar E Antecipada. Cumprimento Das
Tutelas Antecipadas. Tutelas De Urgência. ..................................................................................... 171
2.8.1.1. Questões do TRF1 ........................................................................................................................... 171
2.8.1.2. Questões do TRF2 ........................................................................................................................... 173
2.8.1.3. Questões do TRF3 ........................................................................................................................... 173
2.8.1.4. Questões do TRF4 ........................................................................................................................... 173
2.8.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 173
2.9. DIREITO PROCESSUAL PENAL ................................................................................................................ 174
2.9.1. Ação Penal. Justa Causa. ....................................................................................................... 174
2.9.1.1. Questões do TRF1 ........................................................................................................................... 174
2.9.1.2. Questões do TRF2 ........................................................................................................................... 175
2.9.1.3. Questões do TRF3 ........................................................................................................................... 175
2.9.1.4. Questões do TRF4 ........................................................................................................................... 176
2.9.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 176
2.10. DIREITO AMBIENTAL ......................................................................................................................... 178
2.10.1. Competências Constitucionais Em Matéria Ambiental. Classificação e Repartição Dessas
Competências, no Cenário Federativo ............................................................................................. 178
2.10.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 178
2.10.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 178
2.10.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 178
2.10.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 178
2.10.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 178
2.11. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO ........................................................................................ 178
2.11.1. Validade de Sentença Estrangeira no Brasil. Rogatórias ..................................................... 178
2.11.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 178
2.11.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 180
2.11.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 183
2.11.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 183
2.11.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 183
2.12. SOCIOLOGIA DO DIREITO.................................................................................................................... 184
2.12.1. Conceito De Sociologia – Controle Social E Direito. ............................................................. 184
2.12.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 184
2.12.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 184
2.12.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 184
2.12.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 185
2.12.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 185
2.13. FILOSOFIA DO DIREITO ...................................................................................................................... 185
2.13.1. A Justiça Como Valor Universal ........................................................................................... 185
2.13.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 185
2.13.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 185
2.13.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 185
2.13.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 185
2.13.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 185
7
4.2.1.3. Questões do TRF3 ........................................................................................................................... 231
4.2.1.4. Questões do TRF4 ........................................................................................................................... 232
4.2.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 232
4.3. DIREITO ADMINISTRATIVO.................................................................................................................... 234
4.3.1. Ato Administrativo. Políticas Públicas.................................................................................... 234
4.3.1.1. Questões do TRF1 ........................................................................................................................... 234
4.3.1.2. Questões do TRF2 ........................................................................................................................... 235
4.3.1.3. Questões do TRF3 ........................................................................................................................... 237
4.3.1.4. Questões do TRF4 ........................................................................................................................... 237
4.3.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 237
4.4. DIREITO PENAL .................................................................................................................................. 237
4.4.1. Pena. Valoração ..................................................................................................................... 237
4.4.1.1. Questões do TRF1 ........................................................................................................................... 237
4.4.1.2. Questões do TRF2 ........................................................................................................................... 237
4.4.1.3. Questões do TRF3 ........................................................................................................................... 242
4.4.1.4. Questões do TRF4 ........................................................................................................................... 242
4.4.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 242
4.5. DIREITO PREVIDENCIÁRIO..................................................................................................................... 242
4.5.1. Benefícios Previdenciários. Período de Carência. Valor Mensal. Salário-de-Benefício.
Reajustamentos ............................................................................................................................... 242
4.5.1.1. Questões do TRF1 ........................................................................................................................... 242
4.5.1.2. Questões do TRF2 ........................................................................................................................... 243
4.5.1.3. Questões do TRF3 ........................................................................................................................... 244
4.5.1.4. Questões do TRF4 ........................................................................................................................... 244
4.5.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 244
4.6. DIREITO CIVIL .................................................................................................................................... 245
4.6.1. Fato Jurídico, Ato Jurídico E Negócio Jurídico. Relações Paracontratuais ............................. 245
4.6.1.1. Questões do TRF1 ........................................................................................................................... 245
4.6.1.2. Questões do TRF2 ........................................................................................................................... 245
4.6.1.3. Questões do TRF3 ........................................................................................................................... 245
4.6.1.4. Questões do TRF4 ........................................................................................................................... 247
4.6.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 247
4.7. DIREITO EMPRESARIAL ........................................................................................................................ 248
4.7.1. Alienação Fiduciária Em Garantia ......................................................................................... 248
4.7.1.1. Questões do TRF1 ........................................................................................................................... 248
4.7.1.2. Questões do TRF2 ........................................................................................................................... 249
4.7.1.3. Questões do TRF3 ........................................................................................................................... 249
4.7.1.4. Questões do TRF4 ........................................................................................................................... 249
4.7.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 249
4.8. DIREITO PROCESSUAL CIVIL .................................................................................................................. 249
4.8.1. Procedimento Ordinário – Fase Postulatória. Petição Inicial. Propositura Da Demanda.
Requisitos Da Inicial. Pedido. Indeferimento Da Petição Inicial. Citação. Intimação. Resposta Do
Réu: Contestação, Reconvenção, Exceções, Impugnação Ao Valor Da Causa, Impugnação À
Gratuidade De Justiça e Ação Declaratória Incidental. Revelia ....................................................... 249
4.8.1.1. Questões do TRF1 ........................................................................................................................... 249
4.8.1.2. Questões do TRF2 ........................................................................................................................... 250
4.8.1.3. Questões do TRF3 ........................................................................................................................... 254
4.8.1.4. Questões do TRF4 ........................................................................................................................... 255
4.8.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 255
4.9. DIREITO PROCESSUAL PENAL ................................................................................................................ 256
4.9.1. Sentença. Motivação Das Decisões Penais ............................................................................ 256
4.9.1.1. Questões do TRF1 ........................................................................................................................... 256
8
4.9.1.2. Questões do TRF2 ........................................................................................................................... 259
4.9.1.3. Questões do TRF3 ........................................................................................................................... 260
4.9.1.4. Questões do TRF4 ........................................................................................................................... 260
4.9.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 261
4.10. DIREITO AMBIENTAL ......................................................................................................................... 261
4.10.1. Política Nacional Do Meio Ambiente. Instrumentos Da Política Nacional Do Meio Ambiente.
Padrões De Qualidade Ambiental. Zoneamento Ambiental. Sistema Nacional De Unidades De
Conservação Da Natureza ............................................................................................................... 261
4.10.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 261
4.10.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 261
4.10.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 262
4.10.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 262
4.10.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 262
4.11. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO ........................................................................................ 264
4.11.1. O Espaço Aéreo .................................................................................................................... 264
4.11.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 264
4.11.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 265
4.11.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 265
4.11.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 265
4.11.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 265
4.12. SOCIOLOGIA DO DIREITO.................................................................................................................... 265
4.12.1. Aspectos Gerenciais Da Atividade Judiciária........................................................................ 265
4.12.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 265
4.12.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 265
4.12.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 265
4.12.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 265
4.12.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 265
4.13. FILOSOFIA DO DIREITO ...................................................................................................................... 265
4.13.1. O Conceito De Direito E Sua Positividade............................................................................. 265
4.13.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 265
4.13.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 267
4.13.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 267
4.13.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 267
4.13.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 267
10
5.10. DIREITO AMBIENTAL ......................................................................................................................... 340
5.10.1. Avaliação De Impactos Ambientais. Estudo Prévio De Impacto Ambiental E Licenciamento
Ambiental. Infrações E Sanções Administrativas ............................................................................. 340
5.10.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 340
5.10.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 344
5.10.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 347
5.10.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 347
5.10.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 347
5.11. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO ........................................................................................ 347
5.11.1. Mar Territorial E Zona Contígua. Zona Econômica. Plataforma Continental. Alto Mar ...... 347
5.11.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 347
5.11.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 348
5.11.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 348
5.11.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 348
5.11.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 348
5.12. SOCIOLOGIA DO DIREITO.................................................................................................................... 348
5.12.1. O Fato Jurídico Como Espécie Do Gênero Fato Social .......................................................... 348
5.12.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 348
5.12.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 348
5.12.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 348
5.12.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 348
5.12.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 348
5.13. FILOSOFIA DO DIREITO ...................................................................................................................... 349
5.13.1. A Justiça Como Valor Jurídico Político.................................................................................. 349
5.13.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 349
5.13.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 349
5.13.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 349
5.13.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 349
5.13.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 349
15
8.4.1.4. Questões do TRF4 ........................................................................................................................... 434
8.4.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 435
8.5. DIREITO PREVIDENCIÁRIO..................................................................................................................... 435
8.5.1. Trabalhador Rural - Estatuto Do Idoso (Lei N. 10.741/2003)................................................. 435
8.5.1.1. Questões do TRF1 ........................................................................................................................... 435
8.5.1.2. Questões do TRF2 ........................................................................................................................... 437
8.5.1.3. Questões do TRF3 ........................................................................................................................... 437
8.5.1.4. Questões do TRF4 ........................................................................................................................... 437
8.5.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 437
8.6. DIREITO CIVIL .................................................................................................................................... 437
8.6.1. Obrigação: Conceito. Elementos Constitutivos. Modalidades ............................................... 437
8.6.1.1. Questões do TRF1 ........................................................................................................................... 437
8.6.1.2. Questões do TRF2 ........................................................................................................................... 437
8.6.1.3. Questões do TRF3 ........................................................................................................................... 438
8.6.1.4. Questões do TRF4 ........................................................................................................................... 438
8.6.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 438
8.7. DIREITO EMPRESARIAL ........................................................................................................................ 439
8.7.1. Sociedade Simples E Sociedade Em Nome Coletivo ............................................................... 439
8.7.1.1. Questões do TRF1 ........................................................................................................................... 439
8.7.1.2. Questões do TRF2 ........................................................................................................................... 439
8.7.1.3. Questões do TRF3 ........................................................................................................................... 439
8.7.1.4. Questões do TRF4 ........................................................................................................................... 439
8.7.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 439
8.8. DIREITO PROCESSUAL CIVIL .................................................................................................................. 440
8.8.1. Homologação De Sentença Estrangeira. Ação Rescisória. Ação Rescisória Constitucional.
Antecipação De Tutela Na Ação Rescisória ..................................................................................... 440
8.8.1.1. Questões do TRF1 ........................................................................................................................... 440
8.8.1.2. Questões do TRF2 ........................................................................................................................... 440
8.8.1.3. Questões do TRF3 ........................................................................................................................... 442
8.8.1.4. Questões do TRF4 ........................................................................................................................... 442
8.8.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 443
8.9. DIREITO PROCESSUAL PENAL ................................................................................................................ 445
8.9.1. Prisão Cautelar De Natureza Processual................................................................................ 445
8.9.1.1. Questões do TRF1 ........................................................................................................................... 445
8.9.1.2. Questões do TRF2 ........................................................................................................................... 446
8.9.1.3. Questões do TRF3 ........................................................................................................................... 446
8.9.1.4. Questões do TRF4 ........................................................................................................................... 448
8.9.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 449
8.10. DIREITO AMBIENTAL ......................................................................................................................... 449
8.10.1. Principais Instrumentos De Proteção Internacional Do Meio Ambiente. Fontes Do Direito
Internacional Do Meio Ambiente. Documentos Internacionais. Agenda 21 .................................... 449
8.10.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 449
8.10.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 449
8.10.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 450
8.10.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 450
8.10.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 450
8.11. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO ........................................................................................ 450
8.11.1. Incorporação Dos Tratados Público E Privado Internacionais (Convenções Etc.) No Direito
Brasileiro .......................................................................................................................................... 450
8.11.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 450
8.11.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 452
8.11.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 456
16
8.11.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 457
8.11.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 457
8.12. SOCIOLOGIA DO DIREITO .............................................................................................................. 460
8.12.1. Conflitos – Conceito .......................................................................................................... 460
8.12.1.1. Questões do TRF1 ........................................................................................................................ 460
8.12.1.2. Questões do TRF28 ....................................................................................................................... 461
8.12.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 461
8.12.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 461
8.12.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 461
8.13. FILOSOFIA DO DIREITO ...................................................................................................................... 461
8.13.1. O Mundo Compreendido Cosmologicamente ...................................................................... 461
8.13.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 461
8.13.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 465
8.13.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 465
8.13.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 465
8.13.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 465
18
9.12.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 499
9.12.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 499
9.12.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 499
9.12.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 499
9.13. FILOSOFIA DO DIREITO ...................................................................................................................... 500
9.13.1. O Homem. Conceito. Ser Do Mundo E Opondo-Se Ao Mundo ............................................. 500
9.13.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 500
9.13.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 503
9.13.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 503
9.13.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 503
9.13.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 503
19
10.6.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 533
10.6.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 534
10.6.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 534
10.7. DIREITO EMPRESARIAL ...................................................................................................................... 534
10.7.1. Sistema Financeiro Nacional ................................................................................................ 534
10.7.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 534
10.7.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 534
10.7.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 535
10.7.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 535
10.7.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 535
10.8. DIREITO PROCESSUAL CIVIL ................................................................................................................ 535
10.8.1. Recursos Em Espécie. Apelação. Agravos. Embargos Infringentes. Embargos De Declaração.
Recurso Ordinário Para O Stf E Para O Stj. Recurso Especial E Recurso Extraordinário. Embargos De
Divergência ...................................................................................................................................... 535
10.8.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 535
10.8.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 536
10.8.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 539
10.8.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 539
10.8.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 539
10.9. DIREITO PROCESSUAL PENAL .............................................................................................................. 539
10.9.1. Nulidades. Descumprimento Das Formas Processuais ........................................................ 539
10.9.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 539
10.9.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 539
10.9.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 540
10.9.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 540
10.9.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 542
10.10. DIREITO AMBIENTAL ....................................................................................................................... 542
10.10.1. A Efetivação Da Proteção Normativa Ao Meio Ambiente. A Tutela Processual Do Meio
Ambiente. A Fase Pré-Processual: O Inquérito Civil E O Inquérito Policial. A Fase Processual: A Ação
Civil Pública Ambiental. Ação Popular Ambiental. Mandado De Segurança Coletivo Ambiental.
Mandado De Injunção Ambiental. Ação Cautelar Ambiental. Ação Declaratória De
Inconstitucionalidade Em Matéria Ambiental. A Eficácia Instrumental Das Tutelas Mandamentais
Em Matéria Ambiental..................................................................................................................... 542
10.10.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 542
10.10.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 542
10.10.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 542
10.10.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 542
10.10.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 542
10.11. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO ...................................................................................... 542
10.11.1. Situação Do Estrangeiro No Brasil. Extradição .................................................................. 542
10.11.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 542
10.11.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 546
10.11.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 549
10.11.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 549
10.11.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 549
10.12. SOCIOLOGIA DO DIREITO.................................................................................................................. 550
10.12.1. Composição De Litígios – Sistemas Não Judiciais De Composição ..................................... 550
10.12.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 550
10.12.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 550
10.12.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 550
10.12.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 550
10.12.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 550
20
10.13. FILOSOFIA DO DIREITO .................................................................................................................... 551
10.13.1. A Conduta Segundo Sócrates ............................................................................................. 551
10.13.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 551
10.13.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 552
10.13.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 552
10.13.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 552
10.13.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 552
21
11.7. DIREITO EMPRESARIAL ...................................................................................................................... 605
11.7.1. Estabelecimento Empresarial .............................................................................................. 605
11.7.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 605
11.7.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 613
11.8. DIREITO PROCESSUAL CIVIL ................................................................................................................ 617
11.8.1. Súmula Vinculante. Fenômeno Processual Da Repercussão Geral, Na Competência Recursal
Do Supremo Tribunal Federal E Do Superior Tribunal De Justiça. Tendências Atuais Dos Recursos. O
Processo Cautelar. Procedimento. Os Processos Especiais De Mandado De Segurança, Ação Civil
Pública, Ação Popular, Ação De Desapropriação, Habeas-Data, Mandado De Injunção E Ação De
Improbidade Administrativa ............................................................................................................ 617
11.8.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 618
11.8.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 632
11.8.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 635
11.8.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 639
11.8.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 640
11.9. DIREITO PROCESSUAL PENAL .............................................................................................................. 642
11.9.1. Prova. Quebra Do Sigilo Bancário ........................................................................................ 642
11.9.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 642
11.9.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 644
11.9.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 645
11.9.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 645
11.9.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 645
11.10. DIREITO AMBIENTAL ....................................................................................................................... 646
11.10.1. A Tutela Processual Dos Interesses Difusos Ambientais E A Técnica Das Tutelas De Urgência
Na Defesa Adequada Do Meio Ambiente. O Devido Processo Legal Coletivo E A Tutela Jurisdicional
Inibitória Do Risco De Dano Ambiental Como Instrumento De Eficácia Do Princípio Da Precaução. A
Eficácia Erga Omnes Da Coisa Julgada Coletiva Na Dimensão Do Interesse Difuso Ambiental ...... 646
11.10.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 646
11.10.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 650
11.10.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 651
11.10.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 651
11.10.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 651
11.11. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO ...................................................................................... 651
11.11.1. Tratados Internacionais (Latu Sensu). Direito Dos Tratados ............................................. 651
11.11.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 651
11.11.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 653
11.11.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 657
11.11.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 657
11.11.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 657
11.12. SOCIOLOGIA DO DIREITO.................................................................................................................. 658
11.12.1. Direito E Comunicação Social............................................................................................. 658
11.12.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 658
11.12.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 659
11.12.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 659
11.12.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 659
11.12.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 659
11.13. FILOSOFIA DO DIREITO .................................................................................................................... 659
11.13.1. A Visão De Platão Sobre O Mundo, O Homem E As Coisas ................................................ 659
11.13.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 659
11.13.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 663
11.13.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 663
22
11.13.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 663
11.13.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 663
23
12.7.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 703
12.8. DIREITO PROCESSUAL CIVIL ................................................................................................................ 703
12.8.1. Formas De Execução E Atos De Execução. Execução Definitiva E Provisória. Requisitos Para
Realizar Qualquer Execução. A Relaçao Processual E Seus Elementos. Legitimação Ativa E Passiva,
Terceiros Interessados, Litisconsórcio E Intervenção De Terceiros No Processo De Execução......... 703
12.8.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 703
12.8.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 710
12.8.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 714
12.8.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 714
12.8.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 714
12.9. DIREITO PROCESSUAL PENAL .............................................................................................................. 715
12.9.1. Liberdade Provisória. Fiança. Procedimentos Investigatórios Dos Ilícitos Praticados Por
Organizações Criminosas ................................................................................................................. 715
12.9.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 715
12.9.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 717
12.9.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 717
12.9.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 717
12.9.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 717
12.10. DIREITO AMBIENTAL ....................................................................................................................... 717
12.10.1. Biodiversidade. A Proteção Da Diversidade Biológica. A Importância Da Biodiversidade No
Contexto Dos Interesses Difusos Ambientais. Biopirataria, Biodiversidade E Sustentabilidade. Os
Povos Indígenas E A Diversidade Biológica. A Proteção Internacional Da Flora, Da Fauna, Da Pesca E
O Combate À Desertificação Ambiental. A Proteção Ambiental Das Florestas Públicas E Das Terras
Indígenas ......................................................................................................................................... 717
12.10.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 717
12.10.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 719
12.10.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 721
12.10.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 723
12.10.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 723
12.11. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO ...................................................................................... 724
12.11.1. Aplicação Da Lei (Nacional Ou Estrangeira – Arts. 7º E Seguintes Da Lei De Introdução às
Normas do Direito Brasileiro............................................................................................................ 724
12.11.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 724
12.11.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 726
12.11.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 729
12.11.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 729
12.11.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 729
12.12. SOCIOLOGIA DO DIREITO.................................................................................................................. 730
12.12.1. Opinião Pública E Direito ................................................................................................... 730
12.12.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 730
12.12.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 730
12.12.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 730
12.12.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 730
12.12.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 730
12.13. FILOSOFIA DO DIREITO .................................................................................................................... 730
12.13.1. O Ser E O Movimento (Parmênides E Heráclito) ................................................................ 730
12.13.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 730
12.13.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 732
12.13.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 732
12.13.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 732
12.13.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 732
24
13. PONTO 13.................................................................................................................................. 732
13.1. DIREITO CONSTITUCIONAL ................................................................................................................. 732
13.1.1. Sistema Tributário Nacional - Limitações Constitucionais Ao Poder De Tributar - Impostos
Federais, Estaduais E Municipais – Repartição De Receitas ............................................................ 732
13.1.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 732
13.1.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 734
13.1.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 735
13.1.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 735
13.1.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 735
13.2. DIREITO TRIBUTÁRIO ......................................................................................................................... 739
13.2.1. Obrigação Tributária: Sujeição Passiva Direta E Indireta .................................................... 739
13.2.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 739
13.2.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 739
13.2.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 739
13.2.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 740
13.2.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 740
13.3. DIREITO ADMINISTRATIVO.................................................................................................................. 740
13.3.1. Domínio Público ................................................................................................................... 740
13.3.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 740
13.3.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 742
13.3.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 742
13.3.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 742
1.3.1.5. Questões do TRF5 ........................................................................................................................... 743
13.4. DIREITO PENAL ................................................................................................................................ 743
13.4.1. Crimes Contra A Fé Pública .................................................................................................. 743
13.4.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 743
13.4.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 744
13.4.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 744
13.4.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 744
13.4.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 744
13.5. DIREITO PREVIDENCIÁRIO................................................................................................................... 744
13.5.1. Tempo De Serviço ................................................................................................................ 744
13.5.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 744
13.5.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 745
13.5.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 745
13.5.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 745
13.5.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 745
13.6. DIREITO CIVIL .................................................................................................................................. 745
13.6.1. Contrato De Seguro. Contrato De Consumo ........................................................................ 745
13.6.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 745
13.6.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 747
13.6.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 749
13.6.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 750
13.6.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 750
13.7. DIREITO EMPRESARIAL ...................................................................................................................... 750
13.7.1. Propriedade Industrial ......................................................................................................... 750
13.7.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 750
13.7.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 756
13.7.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 759
13.7.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 762
13.7.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 762
25
13.8. DIREITO PROCESSUAL CIVIL ................................................................................................................ 762
13.8.1. Elementos Objetivos Do Processo De Execução. Títulos Executivos Judiciais; Liquidação Da
Sentença Condenatória Genérica; Bens Exequíveis , Responsabilidade Patrimonial E Fraude À
Execução; Títulos Executivos Extrajudiciais ..................................................................................... 762
13.8.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 762
13.8.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 764
13.8.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 766
13.8.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 766
13.8.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 766
13.9. DIREITO PROCESSUAL PENAL .............................................................................................................. 768
13.9.1. O Acusado E Seu Defensor. Testemunhas E Documentos. Proteção A Réus Colaboradores 768
13.9.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 768
13.9.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 769
13.9.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 769
13.9.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 770
13.9.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 770
13.10. DIREITO AMBIENTAL ....................................................................................................................... 772
13.10.1. A Convenção Internacional Sobre Diversidade Biológica. Biodiversidade E Biotecnologia.
Fundamentos Da Análise De Riscos. Segurança Ambiental. Agrossistemas Transgênicos. O Princípio
Da Precaução E O Protocolo De Cartagena ..................................................................................... 772
13.10.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 772
13.10.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 774
13.10.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 776
13.10.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 776
13.10.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 778
13.11. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO ...................................................................................... 778
13.11.1. Organismos Internacionais ................................................................................................ 778
13.11.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 778
13.11.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 781
13.11.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 782
13.11.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 784
13.11.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 785
13.12. SOCIOLOGIA DO DIREITO.................................................................................................................. 785
13.12.1. Coercibilidade Do Fato Social X Coação Legal ................................................................... 785
13.12.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 785
13.12.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 787
13.12.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 787
13.12.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 787
13.12.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 787
13.13. FILOSOFIA DO DIREITO .................................................................................................................... 787
13.13.1. A Interposição Do Direito. Superação Do Raciocínio Lógico Dedutivo ............................... 787
13.13.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 787
13.13.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 789
13.13.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 790
13.13.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 790
13.13.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 790
27
Penhora E Avaliação. Arresto. Impugnação Pelo Devedor. Natureza Jurídica Da Decisão Resolutória
Da Impugnação. Recurso Cabível .................................................................................................... 835
14.8.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 835
14.8.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 839
14.8.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 842
14.8.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 844
14.8.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 845
14.9. DIREITO PROCESSUAL PENAL .............................................................................................................. 845
14.9.1. Correlação Entre A Acusação E A Sentença ......................................................................... 845
14.9.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 845
14.9.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 846
14.9.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 846
14.9.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 847
14.9.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 847
14.10. DIREITO AMBIENTAL ....................................................................................................................... 847
14.10.1. Poder Judiciário, Ministério Público E Administração Pública Em Defesa Do Meio Ambiente.
Meio Ambiente E Direitos Humanos Numa Perspectiva Integral. Direitos Fundamentais E Meio
Ambiente. A Pobreza Humana Como Fator De Degradação Ambiental. Desenvolvimento
Sustentável ...................................................................................................................................... 847
14.10.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 847
14.10.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 851
14.10.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 855
14.10.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 855
14.10.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 855
14.11. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO ...................................................................................... 855
14.11.1. Conflitos Internacionais: Meios De Dirimi-Los ................................................................... 855
14.11.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 855
14.11.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 857
14.11.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 857
14.11.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 857
14.11.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 857
14.12. SOCIOLOGIA DO DIREITO.................................................................................................................. 857
14.12.1. O Indivíduo E A Coletividade .............................................................................................. 857
14.12.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 857
14.12.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 859
14.12.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 859
14.12.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 859
14.12.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 859
14.13. FILOSOFIA DO DIREITO .................................................................................................................... 859
14.13.1. O Pensamento De Kant E A Norma Jurídica ....................................................................... 859
14.13.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 859
14.13.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 862
14.13.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 863
14.13.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 863
14.13.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 863
29
Do Processo De Execução. Recursos No Processo De Execução. Execução Fiscal. Processo Da
Competência Dos Juizados Federais Cíveis ...................................................................................... 910
15.8.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 910
15.8.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 915
15.8.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 923
15.8.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 924
15.8.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 924
15.9. DIREITO PROCESSUAL PENAL .............................................................................................................. 924
15.9.1. Interceptação De Comunicações Telefônicas....................................................................... 924
15.9.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 924
15.9.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 927
15.9.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 927
15.9.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 928
15.9.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 928
15.10. DIREITO AMBIENTAL ....................................................................................................................... 933
15.10.1. A Saúde Como Fator Determinante Do Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado. Poder
Judiciário E Políticas Públicas Em Defesa Do Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado ............ 933
15.10.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 933
15.10.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 934
15.10.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 934
15.10.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 934
15.10.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 934
15.11. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO ...................................................................................... 934
15.11.1. Deportação E Expulsão De Estrangeiros ............................................................................ 934
15.11.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 934
15.11.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 934
15.11.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 936
15.11.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 936
15.11.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 936
15.12. SOCIOLOGIA DO DIREITO.................................................................................................................. 936
15.12.1. A Endoculturação E Aculturação........................................................................................ 936
15.12.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 936
15.12.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 937
15.12.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 937
15.12.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 937
15.12.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 938
15.13. FILOSOFIA DO DIREITO .................................................................................................................... 938
15.13.1. A Interpretação Segundo A Lógica Do Razoável ................................................................ 938
15.13.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 938
15.13.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 938
15.13.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 939
15.13.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 939
15.13.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 939
30
16.2. DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................................................................................... 975
16.2.1. Perguntas Residuais ............................................................................................................. 975
16.2.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 975
16.2.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 976
16.2.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 985
16.2.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 988
16.2.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 988
16.3. DIREITO ADMINISTRATIVO.................................................................................................................. 988
16.3.1. Perguntas Residuais ............................................................................................................. 988
16.3.1.1. Questões do TRF1 ......................................................................................................................... 988
16.3.1.2. Questões do TRF2 ......................................................................................................................... 988
16.3.1.3. Questões do TRF3 ......................................................................................................................... 996
16.3.1.4. Questões do TRF4 ......................................................................................................................... 998
16.3.1.5. Questões do TRF5 ......................................................................................................................... 998
16.4. DIREITO PENAL ................................................................................................................................ 999
16.4.1. Perguntas Residuais ............................................................................................................. 999
16.4.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 999
16.4.1.2. Questões do TRF2 ..................................................................................................................... 1007
16.4.1.3. Questões do TRF3 ..................................................................................................................... 1016
16.4.1.4. Questões do TRF4 ..................................................................................................................... 1018
16.4.1.5. Questões do TRF5 ..................................................................................................................... 1018
16.5. DIREITO PREVIDENCIÁRIO................................................................................................................. 1019
16.5.1. Perguntas Residuais ........................................................................................................... 1019
16.5.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 1019
16.5.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 1019
16.5.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 1023
16.5.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 1023
16.5.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 1023
16.6. DIREITO CIVIL ................................................................................................................................ 1023
16.6.1. Perguntas Residuais ........................................................................................................... 1023
16.6.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 1023
16.6.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 1023
16.6.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 1035
16.6.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 1041
16.6.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 1042
16.7. DIREITO EMPRESARIAL .................................................................................................................... 1043
16.7.1. Perguntas Residuais ........................................................................................................... 1043
16.7.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 1043
16.7.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 1046
16.7.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 1048
16.7.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 1050
16.7.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 1051
16.8. DIREITO PROCESSUAL CIVIL .............................................................................................................. 1052
16.8.1. Perguntas Residuais ........................................................................................................... 1052
16.8.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 1052
16.8.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 1052
16.8.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 1067
16.8.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 1067
16.8.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 1068
16.9. DIREITO PROCESSUAL PENAL ............................................................................................................ 1078
16.9.1. Perguntas Residuais ........................................................................................................... 1078
16.9.1.1. Questões do TRF1 ....................................................................................................................... 1078
31
16.9.1.2. Questões do TRF2 ....................................................................................................................... 1084
16.9.1.3. Questões do TRF3 ....................................................................................................................... 1089
16.9.1.4. Questões do TRF4 ....................................................................................................................... 1092
16.9.1.5. Questões do TRF5 ....................................................................................................................... 1092
16.10. DIREITO AMBIENTAL ..................................................................................................................... 1092
16.10.1. Perguntas Residuais ......................................................................................................... 1092
16.10.1.1. Questões do TRF1 ..................................................................................................................... 1092
16.10.1.2. Questões do TRF2 ..................................................................................................................... 1092
16.10.1.3. Questões do TRF3 ..................................................................................................................... 1093
16.10.1.4. Questões do TRF4 ..................................................................................................................... 1094
16.10.1.5. Questões do TRF5 ..................................................................................................................... 1094
16.11. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO .................................................................................... 1096
16.11.1. Perguntas Residuais ......................................................................................................... 1096
16.11.1.1. Questões do TRF1 ..................................................................................................................... 1096
16.11.1.2. Questões do TRF2 ..................................................................................................................... 1096
16.11.1.3. Questões do TRF3 ..................................................................................................................... 1101
16.11.1.4. Questões do TRF4 ..................................................................................................................... 1101
16.11.1.5. Questões do TRF5 ..................................................................................................................... 1102
16.12. SOCIOLOGIA DO DIREITO................................................................................................................ 1106
16.12.1. Perguntas Residuais ......................................................................................................... 1106
16.12.1.1. Questões do TRF1 ..................................................................................................................... 1106
16.12.1.2. Questões do TRF2 ..................................................................................................................... 1109
16.12.1.3. Questões do TRF3 ..................................................................................................................... 1109
16.12.1.4. Questões do TRF4 ..................................................................................................................... 1109
16.12.1.5. Questões do TRF5 ..................................................................................................................... 1109
16.13. FILOSOFIA DO DIREITO .................................................................................................................. 1109
16.13.1. Perguntas Residuais ......................................................................................................... 1109
16.13.1.1. Questões do TRF1 ..................................................................................................................... 1109
16.13.1.2. Questões do TRF2 ..................................................................................................................... 1112
16.13.1.3. Questões do TRF3 ..................................................................................................................... 1113
16.13.1.4. Questões do TRF4 ..................................................................................................................... 1113
16.13.1.5. Questões do TRF5 ..................................................................................................................... 1114
16.14. ÉTICA E ESTATUTO DA MAGISTRATURA ............................................................................................. 1114
16.14.1. Perguntas Residuais ......................................................................................................... 1114
16.14.1.1. Questões do TRF1 ..................................................................................................................... 1114
16.14.1.2. Questões do TRF2 ..................................................................................................................... 1115
16.14.1.3. Questões do TRF3 ..................................................................................................................... 1115
16.14.1.4. Questões do TRF4 ..................................................................................................................... 1115
16.14.1.5. Questões do TRF5 ..................................................................................................................... 1115
16.15. DIREITO ECONÔMICO .................................................................................................................... 1117
16.15.1. Perguntas Residuais ......................................................................................................... 1117
16.15.1.1. Questões do TRF1 ..................................................................................................................... 1117
16.15.1.2. Questões do TRF2 ..................................................................................................................... 1118
16.15.1.3. Questões do TRF3 ..................................................................................................................... 1119
16.15.1.4. Questões do TRF4 ..................................................................................................................... 1119
16.15.1.5. Questões do TRF5 ..................................................................................................................... 1119
16.16. DIREITO FINANCEIRO..................................................................................................................... 1123
16.16.1. Perguntas Residuais ......................................................................................................... 1123
16.16.1.1. Questões do TRF1 ..................................................................................................................... 1123
16.16.1.2. Questões do TRF2 ..................................................................................................................... 1123
16.16.1.3. Questões do TRF3 ..................................................................................................................... 1124
16.16.1.4. Questões do TRF4 ..................................................................................................................... 1124
32
16.16.1.5. Questões do TRF5 ..................................................................................................................... 1124
16.17. TEORIA GERAL DO DIREITO E DA POLÍTICA ......................................................................................... 1125
16.17.1. Perguntas Residuais ......................................................................................................... 1125
16.17.1.1. Questões do TRF1 ..................................................................................................................... 1125
16.17.1.2. Questões do TRF2 ..................................................................................................................... 1125
16.17.1.3. Questões do TRF3 ..................................................................................................................... 1125
16.17.1.4. Questões do TRF4 ..................................................................................................................... 1126
16.17.1.5. Questões do TRF5 ..................................................................................................................... 1126
33
1. Ponto 01
1.1. Direito Constitucional
1.1.1. Constitucionalismo
Resposta:
2) Até aonde vai a força da chamada constituição social na linha do ofício judicante? O juiz a
pretexto de conferir força normativa poderia reescrever a legislação? A pretexto de realizar a
Constituição, os tribunais e os juízos podem reescrever a legislação?
Resposta:
(um pouco alongada em razão da relevância do tema, e por tratar-se de uma questão
certa de ser abordada)
A questão traz à tona um dos debates mais atuais e instigantes acerca do papel do Poder
Judiciário na República: o ―ativismo judicial‖. Em muitas situações, ao invés de se
34
limitar a aplicar a lei já existente, o juiz se vê na necessidade de agir em substituição ao
legislador, e não ser apenas ―a boca que pronuncia as palavras da lei‖, na expressão de
Montesquieu. Todavia, tais decisões ativistas devem representar antes a exceção do que
a regra, de sorte que não é dado ao magistrado usurpar a competência do legislador. O
ativismo é a deliberada expansão do papel do Judiciário, mediante o uso da
interpretação constitucional para suprir lacunas, sanar omissões legislativas ou
determinar políticas públicas quando ausentes ou ineficientes. É um fenômeno que
assenta raízes na experiência constitucional norte-americana, mas que, atualmente,
ganhou fôlego sob os influxos do neoconstitucionalismo (e seu papel criativo do
aplicador da lei). ―Ativismo judicial‖, para as vozes mais críticas, seria uma espécie de
intromissão indevida do Judiciário na função legislativa. Todavia, o tema não pode ser
visto de maneira tão simplista, e faz parte de uma tessitura mais complexa. O professor
Luís Roberto Barroso chegou a afirmar que essa postura do Judiciário, entre outras
causas, tem origem na crise de funcionalidade do Poder Legislativo, que estimula tanto
a edição de Medidas Provisórias pelo Executivo como o ativismo judicial do Judiciário.
Uma das principais causas desse ativismo, afirma o mestre, é a ―constitucionalização do
Direito‖, que resulta numa ―aplicabilidade direta e imediata da Constituição a diversas
situações‖ que passaram a ser regulamentadas diretamente pela Lei Maior, fazendo com
que surja uma ―expressiva ―judicialização‖ de questões políticas e sociais‖. Sobre
―judicialização‖, afirma ―que atores políticos, muitas vezes, para evitar o desgaste,
preferem que o Judiciário decida questões controvertidas‖. E é nesse contexto que o
Judiciário tem tido uma maior participação política. Assim, não se pode descuidar do
papel de protagonismo que vem exercendo o Poder Judiciário nos últimos anos,
notadamente o STF, que em matéria de políticas públicas e sociais (para garantir o
mínimo existencial – ADPF/45), persistindo a inércia dos Poderes constituídos na sua
implementação, vem adotando uma postura ativa, como se viu nos casos do direito de
greve dos servidores públicos, interrupção da gestação de fetos anencefálicos, cotas
raciais, uniões homoafetivas, nepotismo, demarcação contínua da reserva indígena
Raposa Serra do Sol (19 medidas sugeridas pelo Min. Menezes Direito), fidelidade
partidária, poderes investigatórios do MP, apenas para citar as principais.
Resposta:
35
natureza jurídica do processo é uma "relação jurídica processual", que se estabelece
entre as partes e o juiz (triangular). Mas ainda há traços das teorias contratuais nos sis-
temas atuais, sobretudo nas formas extrajudiciais de solução de conflitos, como a arbi-
tragem, mediação e conciliação. Assim, até bem pouco tempo não se poderia chamar de
falaciosa a afirmativa de que a sentença é a lei do caso concreto, haja vista que as carac-
terísticas da imperatividade e imutabilidade entre as partes, por razões de segurança
jurídica, são da própria natureza das decisões judiciais de mérito. Todavia, atualmente, a
coisa julgada tem sido relativizada, por meio da ação rescisória, notadamente quando há
afronta a determinados princípios tidos como mais relevantes do que a própria regra
constitucional que protege a coisa julgada.
4) Faça uma distinção entre a teoria de Lassale e a teoria de Hesse sobre a Constituição?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Dessarte, eventualmente, uma regra instituída pelo poder constituinte reformador pode
entrar em rota de colisão com um princípio, explícito ou implícito, de sorte que será
insofismavelmente inconstitucional se violar uma cláusula pétrea. Se a colisão for entre
princípios, a técnica a ser utilizada será a ponderação, de sorte que o intérprete escolhe a
o bem ou direito que irá prevalecer no caso concreto.
Resposta:
37
Uma das instigantes novidades do Brasil dos últimos anos foi a virtuosa ascensão insti-
tucional do Poder Judiciário, circunstância essa motivada por uma constitucionalização
do direito, que acabo refletindo num aumento da demanda por justiça. Contudo, ao rea-
lizar a Constituição, o magistrado não pode substituir o Legislativo na sua função típica
legiferante. Apesar de em muitas situações, ao invés de se limitar a aplicar a lei já exis-
tente, o juiz se ver na necessidade de agir em substituição ao legislador, e não ser apenas
―a boca que pronuncia as palavras da lei‖, na expressão de Montesquieu, tais decisões
ativistas devem representar antes a exceção do que a regra, de sorte que não é dado ao
magistrado usurpar a competência do legislador, devendo agir apenas para suprir omis-
sões legislativas, em matéria de políticas públicas, quando estas se revelarem ausentes
ou ineficientes, esvaziando, assim, preceitos sociais contidos na Constituição.
Resposta:
Resposta:
Locução de uso relativamente recente, aduz a doutrina que o fenômeno surgiu, de certa
forma, na Constituição portuguesa de 1976, foi continuado na Constituição espanhola
de 1978, e levado ao extremo pela Constituição brasileira de 1988. Em rápida lição,
significa que a Constituição contemporânea não mais se limita, como no passado, a
dispor sobre princípios fundamentais, definir competências, prever o modo de sua
revisão. Ela vem reger praticamente todos os aspectos da vida jurídica. É dizer, tudo (ou
38
quase) pode ser objeto de normas constitucionais. Já não é facilmente identificável um
conteúdo material das Constituições como outrora.
Sua principal consequência pode ser apontada como uma ―expressiva judicialização de
questões políticas e sociais‖, o que força um ativismo judicial como forma de dar
concreção às normas constitucionais.
Resposta:
(Na resposta, sem modificar o texto original da questão, considerei o ano de 2012)
4) Repristinação é automática?
Resposta:
A repristinação ocorre quando uma lei é revogada por outra e posteriormente a própria
norma revogadora é revogada por uma terceira lei, que irá fazer com que a primeira
tenha sua vigência restabelecida. Todavia, o artigo 2º, § 3º da LINDB (Decreto-Lei nº
4657, de 4/09/1942) aduz que a repristinação só é admitida se for expressa.
Resposta:
Poder Constituinte Originário é aquele que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo
por completo com a ordem jurídica precedente. Possui como características o fato de ser
inicial, autônomo, ilimitado juridicamente (lembrando que a corrente Jusnaturalista
enxerga, ao menos, uma limitação, qual seja, o respeito às normas de Direito Natural.
Porém, o Brasil adotou a corrente Positivista, para a qual nem mesmo o Direito Natural
39
limitaria a atuação do Poder Constituinte Originário. Modernamente – Canotilho –, fala-
se, ainda, em observância de princípios de justiça e de Direito Internacional),
incondicionado, soberano.
Resposta:
7) O que é promulgação?
Resposta:
8) Atos preparatórios à promulgação de uma Carta Política são atos constituintes? Qual a
natureza?
Resposta:
40
Segundo José Afonso da Silva, os atos preparatórios possuem natureza política. Como
exemplo, teríamos a EC n. 26 de 27.11.85 que convocou a Assembléia Nacional
Constituinte para elaborar a CF de 1988, instalada em 1.02.87, sob a presidência do
Ministro do STF José Carlos Moreira Alves, pai do Des. Carlos Eduardo Moreira Alves,
membro da Comissão.
Resposta:
Foram oito. As de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e EC-69, e a atual de 1988.
Tecnicamente seriam sete, haja vista que a de 1969 foi uma Emenda Constitucional à
Carta de 1967. Todavia, diante de seu caráter revolucionário, bem como a extensão da
sua reforma no ordenamento, a doutrina constitucionalista a considera como uma
Constituição autônoma.
Resposta:
Existem vários critérios tradicionais para a distinção entre regras e princípios. O mais
comum é o critério da generalidade (Robert Alexy apud Bonavides). Segundo este
critério, os princípios são normas com um grau de generalidade relativamente alto e as
regras, normas com um nível relativamente baixo de generalidade. Há também o
conhecido critério da abstração, segundo o qual os princípios são normas com um grau
de abstração relativamente alto e as regras, normas com um nível relativamente baixo de
abstração. Outros critérios, tais como o do valor expressado e o da aplicabilidade, são
também comumente utilizados com o intuito de fazer a distinção entre as regras e os
princípios.
Afirma Alexy, ainda, que entre regras e princípios existe não somente uma diferença de
grau, mas uma diferença qualitativa.
Resposta:
As regras (preceitos) têm caráter categórico, ―ou isto ou aquilo (Dworkin)‖, tendo
aplicação imediata aos casos concretos, através de simples subsunção, por via de um
raciocínio silogístico. Já os princípios, diferentemente das regras, não obedecem à
lógica do ―tudo ou nada‖, não desencadeando a eliminação de um em face daquele que
prevalecer, aplicando-se a técnica da ponderação. Os princípios podem envolver
problemas de validade e de peso, as regras só enfrentam questão de validade.
Resposta:
Não. Celso Ribeiro Bastos e Carlos Ayres Britto classificam as normas constitucionais
em normas de aplicação (regulamentáveis ou irregulamentáveis) e normas de integração
(completáveis ou restringíveis). As de aplicação já estão aptas a produzir todos os seus
efeitos, sendo que as irregulamentáveis incidem diretamente sobre os fatos regulados e
rejeitam regramentos infraconstitucionais, sendo sua matéria tratada exclusivamente
pelo texto constitucional. Já as regulamentáveis, embora plenas e consistentes, aceitam
regulamentação infraconstitucional, sendo vedada, contudo, a alteração do seu
conteúdo, sentido e alcance.
Resposta:
42
14) Normas regulamentáveis constitucionais, o legislador tem competência absoluta ou está
limitado? Na CR/1988 não há limites para a regulamentação, mas e a doutrina e a
jurisprudência?
Resposta:
Resposta:
Não obstante o art. 5º do CTN (e também o art. 145, CF) ter previsto como espécies
tributárias apenas os impostos, taxas e contribuições de melhoria, o que poderia levar a
crer que o nosso ordenamento adotou a corrente tripartite ou tricotômica, o STF já paci-
ficou a adoção da teoria da pentapartição, de sorte que o CTN, ―Lei Complementar‖
sobre normas gerais tributárias, aplica-se também às contribuições sociais e emprésti-
mos compulsórios (RE 138.284), é dizer, a todas as espécies tributárias, e não apenas às
previstas no CTN.
Resposta:
Resposta:
O art. 5º do CTN não é completo, eis que prevê como espécies tributárias apenas os
impostos, taxas e contribuições de melhoria, o que poderia levar a crer que o nosso or-
denamento adotou a corrente tripartite ou tricotômica. Todavia, o STF já pacificou a
adoção da teoria da pentapartição, de sorte que, além das espécies supracitadas, conside-
ra tributos as contribuições sociais e os empréstimos compulsórios, apesar da natureza
restituível deste último.
44
2) É possível a repetição do indébito de tarifas de água e esgoto?
Resposta:
3) Existe prazo para compensação? Qual a natureza jurídica? E para tributo indireto?
Resposta:
Resposta:
Porque as hipóteses consignatórias previstas no art. 164 do CTN são mais restritas, co-
mo se extrai da leitura do §1º do referido artigo, que aduz que ―a consignação só pode
versar sobre o crédito que o consignante se propõe a pagar.‖ Assim, demais aspectos da
obrigação tributária podem ser objeto de ação de consignação com fulcro no art. 890 do
CPC.
Resposta:
45
Sim. A dupla tributação (bis in idem) ocorre quando o mesmo ente tributante edita di-
versas leis instituindo múltiplas exigências tributárias, decorrentes do mesmo fato gera-
dor. Segundo a doutrina, não existe norma expressa no texto constitucional vedando a
dupla tributação, de sorte que chegam a apontar a criação da COFINS e do PIS como
hipótese cristalina de bis in idem. Na bitributação, tal fenômeno ocorre mediante a ação
de entes diversos, e, via de regra, é proibida. A doutrina aponta duas situações em que
esta seria legítima: a possibilidade da União instituir imposto extraordinário de guerra,
compreendidos ou não em sua competência tributária; e a tributação de renda envolven-
do Estados-nações diversos (indivíduo residente no Brasil que recebe rendimentos de
trabalhos realizados no Uruguai, os dois Estados poderiam cobrar IR).
Resposta:
O art. 150 da CF trata das limitações ao poder de tributar. Da simples leitura da parte
inicial do artigo (sem prejuízo de outras garantias) conclui-se que se afigura um rol e-
xemplificativo, notadamente porque boa parte destas limitações consubstanciam-se em
garantias individuais do contribuinte.
Resposta:
Resposta:
Penso que não chega a ser uma tautologia. Por ser considerada a principal limitação
constitucional ao poder de tributar, entendeu o constituinte por prever de forma especí-
fica e autônoma o princípio da legalidade tributária no art. 150, I da CR, cujas exceções,
também, lhes são particulares, existindo, a meu ver, razão de ser na formação de um
sistema de proteção tributário próprio.
Resposta:
46
Existem meios diversos de se fugir da tributação. Tradicionalmente, o critério mais ado-
tado pela doutrina para classificar tais meios toma por base a licitude da conduta.
Assim, quando o contribuinte usa de meios lícitos para fugir da tributação ou torná-la
menos onerosa, tem-se, para a maioria da doutrina, a elisão fiscal.
Já nos casos em que o contribuinte se utiliza de meios ilícitos para escapar da tributação,
tem-se a evasão fiscal.
Por fim, nos casos denominados pela doutrina de elusão fiscal (ou elisão ineficaz), o
contribuinte simula determinado negócio jurídico com a finalidade de dissimular a ocor-
rência do fato gerador. Trata-se de um ardil caracterizado primordialmente pelo que a
doutrina denomina de abuso das formas, pois o sujeito passivo adota uma forma jurídica
atípica, a rigor lícita, com escopo de escapar artificiosamente da tributação.
Norma geral antielisão está prevista no parágrafo único do art. 116 do CTN, inserido
pela LC 104/2001 (natureza de antielusão), de sorte que o Fisco poderá requalificar ju-
ridicamente os fatos, para fazer incidir o tributo devido.
9) O que é Poder de Tributar? As limitações de Tributar são cláusulas pétreas? Há relação entre
poder de tributar e competência tributária?
Resposta:
Poder de tributar é o poder que detém o Estado de, mediante lei, criar tributos nos ter-
mos das competências conferidas pela Constituição. Entende o STF, bem como a dou-
trina, que boa parte das limitações constitucionais ao poder de tributar se configuram
verdadeiras garantias individuais, como sói ser o princípio da anterioridade e o da lega-
lidade, de sorte que são definidas como cláusulas pétreas, nos termos do art. 60, §4º, IV
da CR. A imunidade recíproca, também, por tutelar a forma federativa (art. 60, §4º, I da
CR), seria uma cláusula pétrea. Nessa esteia, há uma estreita relação entre o poder de
tributar e competência tributária, haja vista ser esta última conceituada como a atribui-
ção ou o poder, diretamente haurido da Constituição Federal, para editar leis que abstra-
tamente instituam tributos. Por fim, a Constituição não cria tributos, apenas confere às
pessoas políticas competências para instituí-los.
Resposta:
47
(exploração pelo Estado da atividade econômica patrimonial ou comercial) ou derivadas
(extraídas do patrimônio dos particulares - tributos). Há, ainda, a classificação legal (lei
4.320/64), que divide as receitas em correntes (resultantes das atividades próprias do
Estado) e de capital.
Resposta:
Se for atividade econômica não se aplica o art. 37, § 6º, CF, mas sim o regime de direito
privado (Código Civil), que prevê responsabilidade civil subjetiva, é dizer, deve ser
apurado se a ação ou omissão se deu, ao menos, com culpa.
Resposta:
A responsabilidade civil por atos ilícitos, que não se relacionem com a prestação de
serviço público, encontra-se disciplinada nos arts. 186 e 927 do CC/2002. Tem como
principal fundamento garantir a ordem social, evitar o enriquecimento sem causa, tutelar
o patrimônio através de um provimento judicial que substitua a reparação privada coer-
citiva, bem como possui função sancionadora e pedagógica.
48
Resposta:
A principal nota que a diferencia da responsabilidade dos entes privados, seria a respon-
sabilidade objetiva dos entes públicos para atos comissivos, ou seja, independente de
culpa, assegurado o direito de regresso contra o agente público responsável pelos danos,
devendo, neste caso, ser apurado se agiu com dolo ou culpa, sendo, portanto, subjetiva.
Também será subjetiva nas hipóteses de atos omissivos.
2) Diferenças entre a responsabilidade civil dos entes em geral e das prestadoras de serviços
públicos.
Resposta:
Resposta:
Conforme assentado, ambas são objetivas (art. 37, § 6º, CF). Um exemplo seria a res-
ponsabilidade por acidentes em rodovias provocados por animais na pista. Tanto a con-
cessionária (STJ – 3ª T., REsp nº 647.710/RJ, Rel. Min. Castro Filho, DJ 30.06.2006)
quanto o Estado, se a rodovia não foi privatizada, responderiam, em cada caso, de forma
objetiva pelos danos causados.
Também chamada de delitual ou aquiliana, nela o agente não tem vínculo contratual
com a vítima, mas, tem vínculo legal, uma vez que, por conta do descumprimento de
um dever legal, o agente, por ação ou omissão, com nexo de causalidade e culpa ou do-
lo, causa à vítima um dano. Está fundada no art. 186 do CC/2002.
Resposta:
A doutrina indica quatro princípios para solucionar o conflito aparente de normas pe-
nais. São eles: especialidade, subsidiariedade, consunção e alternatividade. No princípio
da especialidade, a norma especial prevalece sobre a geral. Aqui há uma relação de gê-
nero e espécie, sendo tal aferição estabelecida em abstrato. Pouco importa, também, a
quantidade de sanção reservada às infrações, podendo a lei especial narrar um Ilícito
penal mais rigoroso ou mais brando. Na subsidiariedade, a lei primária tem prevalência
sobre a lei subsidiária, que é sempre menos grave. Aqui a análise deve ser feito no caso
concreto, e não em abstrato, e não há relação de gênero e espécie. Na célebre locução de
Nelson Hungria, a norma subsidiária atua como um ―soldado de reserva‖. O princípio
da consunção é aplicado para resolver o conflito aparente de normas penais quando um
crime menos grave é meio necessário ou fase de preparação ou de execução do delito de
alcance mais amplo, de tal sorte que o agente só será responsabilizado pelo último, des-
de que se constate uma relação de dependência entre as condutas praticadas (Preceden-
tes STJ). Por fim, alternatividade significa que ―o agente só será punido por uma das
modalidades inscritas nos chamados crimes de ação múltipla (tipos mistos alternativos,
conteúdo variado), embora possa praticar duas ou mais condutas do mesmo tipo penal.‖
Resposta:
50
3) Qual a diferença entre interpretação analógica e analogia?
Resposta:
Resposta:
Por ser a liberdade do homem um dos seus bens mais preciosos, apenas justifica-se a
supressão do seu status libertatis quando, de fato, estivermos diante de ofensas a bens
juridicamente relevantes para a sociedade, em que outros ramos do direito se mostrarem
insuficientes e não se revelaram eficientes para punir o agente.
Portanto, o DP deve interferir o mínimo possível na vida em sociedade, por isso se diz
que será a ultima ratio, também chamado de ―princípio da intervenção mínima.‖
5) Qual a diferença entre o “ser do direito” no Direito Penal e o “ser do direito” na Sociologia?
Resposta:
Resposta:
Não há uma unanimidade na doutrina, em que pese a aparente predileção pela expressão
―concurso‖, como se vê no escólio de Rogério Greco e Luiz Régis Prado. O professor
Damásio de Jesus, por sua vez, crítica as duas expressões, haja vista que, segundo sus-
tenta, ―não há conflito ou concurso de disposições penais, mas exclusividade de aplica-
ção de uma norma a um fato, ficando excluída outra em que também se enquadra‖. Por
fim, penso que a maioria dos operadores do Direito trata as expressões como sinônimas,
havendo, inclusive, julgados no STJ em que na mesma ementa se utilizam as duas for-
mas (HC 213179/SC- Min. Jorge Mussi).
Resposta:
Por fim, parte da doutrina entende ser a alternatividade a consunção que se realiza no
interior de um mesmo tipo penal, de sorte que aquela teria sua função esvaziada. É o
entendimento de Nélson Hungria e Aníbal Bruno.
52
3) O concurso aparente de normas se insere na teoria do delito, na teoria da norma ou na teo-
ria do tipo?
Resposta:
Resposta:
Ela pode ser expressa ou tácita. Diz-se expressa quando a própria lei faz sua ressalva,
mediante emprego de locuções como: ―se o fato não constitui crime mais grave‖, v.g.
disparo de arma de fogo (art. 15 da lei 10.826/03). Será tácita quando a lei residual não
condiciona, taxativamente, a sua aplicação em caso de impossibilidade de incidência da
primária. Ex: Estupro (art. 213, CP) e constrangimento ilegal (art. 146, CP).
Assim, conclui-se que, nem sempre, a subsidiariedade será expressa na Lei Penal.
5) Quais os critérios de interpretação da lei penal? É possível analogia em lei penal? Há dife-
rença entre interpretação analógica e analogia?
53
Resposta:
Os critérios de interpretação podem ser divididos quanto ao sujeito de que emana, quan-
to aos meios que são utilizados para alcançá-la e, ainda, quanto aos resultados.
No que pertine ao sujeito, pode ser autêntica (pela própria lei), doutrinária (pelos estu-
diosos – v.g. exposição de motivos do Código) e judicial (aplicadores do Direito – v.g.
súmulas vinculantes). Já quanto aos meios, pode ser literal (real significado das pala-
vras), teleológica (finalidade da lei), sistemática (análise do dispositivo no sistema que
ele está contido, e não isoladamente) e histórica (busca dos fundamentos de sua criação
no passado, considerando o momento social da época). Por fim, quanto ao resultado,
pode ser declaratória (não amplia nem restringe o alcance da norma), extensiva e restri-
tiva, que alarga ou diminui o alcance da lei, respectivamente. A analogia, forma de inte-
gração da norma, onde o exegeta aplica a uma hipótese não prevista em lei a disposição
legal relativa a um caso semelhante, desde que não prejudique o réu, em atenção ao
princípio da legalidade. Assim, admite-se apenas a analogia in bonam partem. Difere-se
da interpretação analógica por ser esta um método de interpretação. Há quem sustente
que esta última pode ser in malam partem.
Resposta:
Algumas matérias, que ordinariamente são tratadas na parte geral do CP, foram inseri-
das na parte especial do Código. Isto ocorreu quando o próprio tipo penal o exigia, v.g.
causas especiais de aumento e diminuição da pena, normas penais não incriminadoras
(art. 327), causas de isenção de pena (art. 181), espécies de ações penais. Não há propri-
amente uma parte geral dentro da especial, eis que a primeira, na maioria das vezes,
complementa de forma satisfatória o tipo penal previsto na parte especial. Contudo,
quando previstas ―normas generalizantes‖ dentro do próprio tipo penal, penso que esta
deve ser observada, antes mesmo até do que a norma assemelhada contida na parte ge-
ral, como sói ser o caso do art. 100 do CP, que aduz ser a ação penal pública, salvo
quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido (art. 236 do CP – crimes
contra o casamento).
7) art. 5º., LVII, CR/1988, pode-se considerar alguma diferença entre princípio da inocência e
da não culpabilidade?
Resposta:
Grande parte da doutrina (v.g. Nelson Nery Júnior in Princípios do Processo na Consti-
tuição Federal) e dos aplicadores do Direito utiliza as expressões como sinônimas. To-
54
davia, basta a leitura do texto para se perceber a diferença: ―ninguém será considerado
culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória‖.
8) Fale sobre a decisão do STF acerca da abolitio criminis dos crimes contra a honra na lei de
imprensa.
Resposta:
A abolitio criminis ocorre quando um fato tipificado como infração penal pela norma
incriminadora deixa de ser criminoso. Possui, portanto, natureza jurídica de causa extin-
tiva de punibilidade.
A lei de imprensa previa várias condutas delitivas referentes a crimes contra a honra. No
entanto, no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n.
130, iniciado em 1.4.2009 e concluído em 30.4.2009, o Plenário do Supremo Tribunal
Federal, por maioria de votos, entendeu que a Lei n. 5.250, de 9 de fevereiro de 1967,
não foi recepcionada, integralmente, pela ordem constitucional vigente.
55
Naquele momento, o Pretório Excelso, entendendo haver manifesta incompatibilidade
entre a antiga Lei de Imprensa e a atual Constituição da República, extirpou do ordena-
mento jurídico a totalidade do diploma normativo, de forma que, em termos práticos, tal
decisão implicou no reconhecimento da inexistência jurídica da norma, o que gerou a
abolitio criminis daquelas condutas antes tipificadas, afastando os efeitos penais de vá-
rios processos em curso, ou julgados, cujos agentes haviam incidindo nos tipos da lei
não recepcionada.
Resposta:
Resposta:
56
11) Concurso ou conflito de normas. Há diferença? O que visa impedir o ordenamento?
Resposta:
O concurso de normas caracteriza-se pela situação em que várias leis são aparentemente
aplicáveis a um mesmo fato, mas apenas uma tem real incidência. Ele pressupõe a uni-
dade de fato e a pluralidade de leis aparentemente aplicáveis. Trata-se de instituto que
se fundamenta no princípio da coerência sistemática e na vedação ao bis in idem. Luis
Regis Prado e Guilherme de Souza Nucci não diferenciam concurso de conflito de nor-
mas. Esses autores destacam o posicionamento de parte da doutrina que entendem que o
tema deveria ser abordado na análise de concurso de crimes, mas, de forma diversa des-
sa corrente, ambos defendem que a matéria está relacionada à aplicação da lei penal.
Destaca-se que, enquanto no concurso de crimes o concurso de normas aplicáveis é efe-
tivo, no concurso de normas a concorrência é aparente.
12) Quais são os critérios utilizados para acabar com o conflito aparente de normas?
Resposta:
Os critérios utilizados são: i) critério da especialidade (lei especial derroga lei geral), ii)
critério da subsidiariedade (aplicação de um tipo penal principal quando outro não puder
ser aplicado – para Nelson Hungria a norma subsidiária era denominada de soldado de
reserva); iii) critério da consunção (norma que descreve a normal fase de execu-
ção/preparação/exaurimento do crime é afastada para a aplicação de outra que engloba o
fato de maior alcance); iv) critério da alternatividade (a aplicação de uma norma a um
fato exclui a aplicação de outra, que também o prevê, de algum modo, como delito –
Luis Regis Prado e Nucci criticam esse critério entendendo-o como inútil). Além desses
critérios mencionados por Luis Regis Prado, Nucci ainda cita o critério da sucessividade
(lei posterior derroga lei anterior).
Resposta:
Quando o fato previsto por uma lei está, igualmente, contido em outra de maior ampli-
tude, aplica-se somente esta última. Essa é a hipótese de aplicação do critério da con-
sunção. Ou seja, norma que descreve a normal fase de execu-
ção/preparação/exaurimento do crime é afastada para a aplicação de outra que engloba o
fato de maior alcance.
Resposta:
57
Pelo princípio da combinação busca-se a conjugação de dispositivos de duas leis para se
chegar a uma norma mais benéfica, quando ambas as leis regulam a matéria em tempos
distintos e uma revogou a outra. No direito penal, discute-se a possibilidade de retroati-
vidade parcial para usar os melhores dispositivos de cada uma das leis. Exemplo dessa
situação ocorre com a possibilidade de aplicação da causa de diminuição do p. 4o do
art. 33 da Nova Lei de Drogas aos delitos praticados sob a vigência da lei antiga. Neces-
sário destacar que o STF não tem admitido tal raciocínio entendendo que combinação
de leis poderia caracterizar verdadeira violação do princípio da separação dos poderes.
15) Qual corrente entende que só o princípio da especialidade resolveria todos os conflitos?
Resposta:
(??)
16) Institutos da lei no. 8.072/90 estão sendo abrandados. Se revogar toda lei, há afronta à
Constituição?
Resposta:
É possível identificar, dentre aqueles que defendem a disposição presente no art. 5o,
inciso XLIII da CF como verdadeiro mandado de criminalização, corrente que defende
a impossibilidade da revogação da criminalização dos crimes hediondos. Posicionamen-
to esse que teria fundamento no princípio da vedação do proteção deficiente. Mas en-
tendo que, a priori, não se poderia defender a revogação da Lei 8.072/90 como violado-
ra da vontade constituinte. Em verdade, a realização da obrigação de o Estado proteger
o bem jurídico pode ser realizada por diversas formas, por vezes até mais eficiente, que
apenas a previsão de sanção mais severa ao tipo penal.
17) O que conflito aparente de normas se identifica melhor com qual teoria (teoria do delito,
teoria do tipo ou teoria da norma)?
Resposta:
Resposta:
Segundo entendimento do STF, presente no enunciado da súmula 711, a lei penal mais
grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se sua vigência é anterior
à cessação da continuidade ou permanência. Assim, ainda que o início da conduta tenha
ocorrido quando vigente norma penal mais branda, ocorrendo a cessão da continuidade
ou permanência em momento posterior ao início da vigência da norma mais severa, será
essa que deverá incidir.
01) Em havendo revogação de complemento de norma penal em branco haveria abolitio cri-
minis? Como se situa esse debate?
Resposta:
59
complemento não tiver mesmo status normativo da própria norma em branco. Em ou-
tros termos, se a complementação vier por outra lei, haverá retroatividade independen-
temente na natureza do complemento ser ou não excepcional. Se a complementação vier
por norma com status infralegal, somente nesse caso haveria a necessidade de verificar
na natureza (norma excepcional ou temporária).
Resposta:
Sim, desde que de forma favorável ao réu. Isso porque a analogia é regra de integração
da legislação que só é admissível in bonan partem. Situação diversa ocorre com a inter-
pretação analógica, que é modo de interpretação admissível na seara penal em desfavor
do réu, onde o dispositivo enumera exemplos e conclui de forma genérica fazendo ex-
tensão do tipo a casos semelhantes.
Resposta:
05) O que é delação premiada, qual seu valor probatório, requisitos e efeitos?
Resposta:
60
tório da delação decorrerá da sua ratificação com o cotejamento das demais provas pro-
duzidas. Exige-se corroboração por dados concretos, externos e objetivos que embasem
a confiança do relato. Como consequência dessa colaboração, a depender do regime
jurídico a ser aplicado, poderá ensejar uma redução da pena (1/3 a 2/3), definição do
início do cumprimento da pena em regime aberto, extinção da punibilidade ou substitui-
ção da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos.
Resposta:
Resposta:
61
12) Me fale sobre a EC 47 da CF e a novidade que ela trouxe no sistema de inclusão previden-
ciária.
Resposta:
A novidade trazida pela EC 47 foi a previsão do trabalhador doméstico sem renda pró-
pria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residên-
cia, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, na chamada inclusão previdenciá-
ria. Juntamente com os demais trabalhadores baixa renda a eles é garantido o acesso aos
benefícios previdenciários no valor igual a um salário-mínimo havendo sujeição a alí-
quotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral.
Resposta:
Resposta:
Pessoas com mais de 16 anos que não têm renda própria, mas decidem contribuir para a
Previdência Social. Por exemplo: donas-de-casa, estudantes, síndicos de condomínio
não-remunerados, desempregados, presidiários não-remunerados e estudantes bolsistas.
5) A condição de bolsista para fins de segurado facultativo tem que está segurado em lei?
Resposta:
62
6) O que se entende pelo segurado expatriado? Aqueles que prestam serviço no exterior. O
vínculo é obrigatório.
Resposta:
O segurado expatriado é aquele que exerce atividade fora do Brasil. Pode ser empregado
ou contribuinte individual. É empregado quando é brasileiro ou estrangeiro residente no
territorial nacional, contratado por empresa privada fora do Brasil (deve ser uma empre-
sa nacional – art. 11, I, f, Lei 8.213/91). É contribuinte individual quando a pessoa é
brasileira que exerce atividade em organismo internacional (Ex: OMS), mas se repre-
sentar a União, deixa de ser contribuinte individual e será empregado (art. 11, I, e, Lei
8.213/91).
7) Se o brasileiro trabalha no exterior, tem um vínculo de trabalho, ele está obrigado a se ins-
crever no sistema previdenciário brasileiro como segurado obrigatório?
Resposta:
8) O que é filiação em termos de previdência? A filiação é compulsória para quem exerce ativi-
dade remunerada?
Resposta:
11) Admite-se a cumulação de benefício do regime geral com o regime próprio de previdência?
Exemplo?
Resposta:
17) A CF dispõe da forma de como irão contribuir com a seguridade social, depois esta disposi-
ção constitucional é regulamentada pela lei ordinária vai disciplinar quem serão estes contri-
buintes do lado do empregador e empregado, especificamente pra efeitos previdenciário qual
a distinção entre o empregados comercial (empresa) e o doméstico (do lar)?
Resposta:
64
parágrafo único do art. 30 do Decreto n. 3.048/99, ―aquele de origem traumática e por
exposição a agentes exógenos (físicos, químicos e biológicos), que acarrete lesão corpo-
ral ou perturbação funcional‖. Diversas consequências, provêm daí: o doméstico não
terá estabilidade quando retornar do afastamento motivado pelo acidente ocorrido no
lugar de serviço e não terá direito a ver recolhido o FGTS no período de afastamento
motivado pelo acidente (isso se o empregador garantiu o direito ao FGTS). 4ª) Os em-
pregados domésticos não têm direito ao auxílio-acidente. 5º) O empregador doméstico
não é obrigado por lei a pagar os quinze primeiros dias de afastamento por incapacidade
do doméstico. 6º) Os domésticos não têm direito à aposentadoria especial.
18) E para efeito de contribuição previdenciária quem é que a lei ordinária equipara a empre-
sa, a empregador, quem ela considera empregador, portanto empresa, o órgão da administra-
ção? E na iniciativa privada quem faz?
Resposta:
Resposta:
Considera-se como empresa a firma individual ou sociedade que assume o risco de ati-
vidade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e
entidades da administração pública direta, indireta e fundacional (art. 15, I, Lei
8.212/91). Por sua vez, entende-se como empregador doméstico a pessoa ou família que
admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico (art. 15, II, Lei
8.212/91).
Resposta:
65
O Conselho Nacional de Previdência Social - CNPS, órgão superior de deliberação co-
legiada, tem como principal objetivo estabelecer o caráter democrático e descentraliza-
do da administração, em cumprimento ao disposto no art. 194 da Constituição, com a
redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, que preconiza uma gestão quadriparti-
te, com a participação do Governo, dos trabalhadores em atividade, dos empregadores e
dos aposentados. Criado pela Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, o Conselho de Pre-
vidência, ao longo do tempo vem aperfeiçoando sua atuação no acompanhamento e na
avaliação dos planos e programas que são realizados pela administração, na busca de
melhor desempenho dos serviços prestados à clientela previdenciária.
Resposta:
21) Se o bacharel em Direito se Inscreve na ordem e é professor universitário, ele está no re-
gime geral. Neste caso pode contribuir como beneficiário facultativo?
Resposta:
66
1.5.1.5. Questões do TRF5
DESSE PONTO EM DIANTE: RESPOSTAS ELABORADAS POR CAROLYNNE
SOUZA DE MACÊDO OLIVEIRA
TRF5 - 2012
01) Distinga os três sistemas da seguridade social, com base na CF e nas Leis 8212 e 8213.
Resposta:
A saúde tem a característica de ser universal, assim entendida como uma prestação a ser
conferida a todo o indivíduo que dela necessitar, sem que para tanto tenha que verter
uma contribuição específica para o sistema. O seu custeio, em geral, é feito de forma
indireta por toda a sociedade, mediante o pagamento de tributos, e a prestação do servi-
ço independe de qualquer ato formal de inscrição ou filiação. Nos termos constitucio-
nais, a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantia mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Já a previdência social tem como traço marcante o caráter contributivo, bem como a
filiação obrigatória (art. 201, CF/88) objetivando a cobertura de riscos sociais como
doenças, invalidez, morte e idade avançada, garantindo-se, além disso, proteção à ma-
ternidade, proteção ao trabalhador no caso de desemprego involuntário, salário-família e
auxílio-reclusão para os dependentes do segurado de baixa renda, pensão por morte do
segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
Por sua vez, a assistência social é o sistema que, tal qual a saúde, independe de custeio
direto por parte do beneficiário. Seu objetivo, no entanto, é outro. Não trata de imple-
mentar políticas públicas de saúde, mas sim de assegurar, a quem dela necessitar, bene-
fícios assistenciais e serviços que têm como objetivo a proteção à família, à maternida-
de, à infância, à adolescência, à velhice, o amparo às crianças e adolescentes carentes, a
promoção da integração ao mercado de trabalho, a habilitação e reabilitação das pessoas
portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária, assegu-
rando, ainda, um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência
e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-
la provida por sua família.
Resposta:
Quanto à cobertura dos riscos, além de cada subsistema ser destinado a cobrir riscos
específicos, é preciso considerar que a previdência cobre apenas os riscos daqueles que
vertem contribuições para o sistema, ao passo que a saúde e a assistência independem
de contribuição específica por parte daquele que necessita, sendo o custeio realizado por
meio de tributos, por toda a sociedade.
No tocante às técnicas utilizadas, o que mais importa destacar é que a previdência cobre
riscos sociais para aqueles que a ela vertem contribuições, ao passo que a saúde é de
caráter universal, devendo ser prestada a quem dela necessitar, independentemente de
contribuições diretas (há contribuição indireta, mediante o pagamento de tributos) e a
assistência, de maneira geral, também independe de contribuição direta.
Resposta:
Sim, é possível. A lei n. 8.213 estabelece em seu art. 29, § 6º que o benefício do segura-
do especial será equivalente a um salário mínimo, mas permite benefício de valor maior,
caso haja contribuição facultativa e cumprimento de carência (12 ou 180 contribuições),
conforme o benefício requerido
(Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, fica
garantida a concessão: II - dos benefícios especificados nesta Lei, observados os crité-
rios e a forma de cálculo estabelecidos, desde que contribuam facultativamente para a
Previdência Social, na forma estipulada no Plano de Custeio da Seguridade Social).
68
04) Qual a diferença entre inscrição e filiação ao RGPS?
Resposta:
A filiação ao RGPS é a relação jurídica que liga uma pessoa natural à União, através do
Ministério da Previdência Social, bem como ao Instituto Nacional do Seguro Social,
que tem o condão de incluí-la no RGPS na condição de segurada, tendo a eficácia de
gerar obrigações (a exemplo do pagamento de contribuições previdenciárias) e direitos
(como a percepção dos benefícios e serviços)‖. Trata-se de direito do segurado, que se
estabelece, em regra, automaticamente com o exercício de atividade laborativa remune-
rada (para os segurados obrigatórios, vez que os facultativos precisam inscrever-se para
que estabeleçam o vínculo da filiação).
A idade mínima para a filiação é aos 16 anos ou, excepcionalmente, aos 14 anos, na
condição de aprendiz. No entanto, ―de acordo com o entendimento administrativo do
INSS, a atividade sujeita à filiação obrigatória exercida com idade inferior à legalmente
permitida, será considerada como tempo de contribuição, a contar de 12 anos de idade,
desde que comprovada mediante documento contemporâneo em nome do próprio segu-
rado‖.
Por sua vez, a ―inscrição e o ato pelo qual o segurado é cadastrado no Regime Geral de
Previdência Social, mediante comprovação dos dados pessoais e de outros elementos
necessários e úteis a sua caracterização‖. Trata-se de ato formal, que em regra ocorre
após a filiação. No caso dos segurados facultativos, é formalidade indispensável para
que se estabeleça o vínculo decorrente da filiação, bem como o pagamento da primeira
contribuição previdenciária (filiação do facultativo caracterizada após a inscrição e o
pagamento da primeira contribuição).
Resposta:
Sim e isso é muito comum (o trabalhador ser contratado mas não ter sua carteira de tra-
balho assinada nem ser registrado perante o INSS). Isso, contudo, para os segurados
obrigatórios, não impede o estabelecimento do vínculo com o RGPS, que independe do
ato formal de inscrição. Assim, uma vez encerrada a relação de trabalho, nada impede o
ajuizamento de ação própria para o reconhecimento de direitos trabalhistas e, por con-
seguinte, dos previdenciários que lhe são decorrentes, obrigando-se o empregador ao
69
recolhimento de contribuições eventualmente não pagas, sem prejuízo de o segurado
gozar dos benefícios a que fizer jus.
Resposta:
Não há impedimento para tanto e, no caso dos segurados facultativos, a inscrição neces-
sariamente deve preceder à filiação.
Resposta:
Resposta:
O período de graça é variável (tempo variável), indo de 3 a 36 meses ou, ainda, a não ter
prazo, neste último caso, na específica situação em que o segurado está no gozo de be-
nefício.
70
09) Pode ser concedido auxílio acidente durante o período de graça? E salário maternidade?
Resposta:
10) Perde a qualidade de segurado o segurado especial que trabalha em regime de economia
familiar e contrata empregado?
Resposta:
Não necessariamente. A lei n. 8.212/91 estabelece, como regra, que o segurado especial
deve trabalhar em regime de economia familiar, mas admite o auxílio eventual de tercei-
ros a título de colaboração, bem como a contratação de empregados, limitada 120 pes-
soas/dia ano civil, de maneira contínua ou intercalada ou por tempo equivalente em ho-
ras de trabalho (art. 12, § 8ª). Assim, é possível que um segurado especial contrate uma
pessoa/ano por até 120 dias, duas pessoas/ano por até 60 dias, três pessoas/ano por até
40 dias e assim sucessivamente.
11) E se durante o ano civil ele contratou 120 empregados, ele perde a qualidade de segurado?
Resposta:
Se durante todo o ano civil ele manteve contratados esses 120 empregados, ele perderá a
qualidade de segurado. No entanto, se os 120 empregados foram contratados na propor-
ção permitida pela lei 8.212/91 (120 pessoas/dia ano civil), ele estará dentro do permis-
sivo legal, mantendo a qualidade de segurado. Para tanto, cada um desses 120 emprega-
dos deverá ter trabalhado apenas um dia, pois, trabalhando mais que isso, perde-se a
proporção estabelecida pela lei.
71
1.6.1.3. Questões do TRF3
01) Uma das clássicas teorias de prescrição e decadência é a do Agnelo Amorin Filho? Em que
consiste essa teoria e ela é compatível com o CC/02?
Resposta:
Por outro lado, a decadência está associada a direitos potestativos e às ações consti-
tutivas, sejam elas positivas ou negativas. As ações anulatórias de atos e negócios
jurídicos, logicamente, têm essa última natureza. A decadência, portanto, tem relação
com um estado de sujeição, próprio dos direitos potestativos. Didaticamente, é certo que
o direito potestativo, por se contrapor a um estado de sujeição, é aquele que encurrala a
outra parte, que não tem saída.
Por fim, as ações meramente declaratórias, como aquelas que buscam a nulidade absolu-
ta de um negócio, são imprescritíveis, ou melhor, não estão sujeitas à prescrição ou à
decadência. A imprescritibilidade dessa ação específica está também justificada porque
a nulidade absoluta envolve ordem pública.
Resposta:
Há várias distinções:
- a prescrição pode ser renunciada após a sua consumação, enquanto a decadência legal
não pode ser renunciada, em qualquer hipótese (a convencional pode ser renunciada
após a consumação, tal qual a prescrição);
- a prescrição não corre contra determinadas pessoas, enquanto a decadência corre con-
tra todas as pessoas, exceto os absolutamente incapazes;
03) A teoria de Câmera Leal distingue a prescrição e decadência com base na origem das a-
ções. Esse critério ainda está vigente a luz do CC/02?
Resposta:
Até a promulgação do Código Civil de 2002 o critério era utilizado no direito brasileiro.
O novo código, no entanto, não adotou tal critério. O critério adotado atualmente é o de
Agnelo Amorim.
04) Existe alguma causa que impede a fluência de prescrição que não está previsto expressa-
mente na lei, mas que decorre do princípio da equidade?
73
Resposta:
Sim. Por questão de equidade, a prescrição não corre nos casos em que o titular da pre-
tensão está materialmente impossibilitado de agir, como, por exemplo, é o caso de um
comerciante que tem seu estabelecimento interditado e, sem poder acessá-lo, não pode
acessar também documentos para propor uma ação atacando a interdição.
Resposta:
Tanto a prescrição quanto a decadência podem ser decretadas de ofício pelo juiz. No
caso da decadência, no entanto, somente a decadência legal pode ser reconhecida de
ofício. A convencional sempre dependerá de requerimento da parte.
Considerando que a prescrição pode ser renunciada pelo devedor após decorrido seu
prazo,, para compatibilizar tal possibilidade com a decretação de ofício pelo magistrado,
é prudente que ele escute antes o devedor, para que a ele seja oportunizada a renúncia,
caso assim queira.
Resposta:
A prescrição, em geral, não é meio de prova. Os meios de prova são os elementos con-
siderados pelo juiz para formar a sua convicção. São, em geral, perícias, documentos,
etc.
A única forma que me ocorre de se ver a prescrição como um meio de prova é no caso
da prescrição aquisitiva (usucapião). A demonstração da perda da pretensão do titular da
propriedade de reavê-la para si implica na prova de que outrem adquiriu tal propriedade.
Neste caso, a prescrição atua de forma peculiar, tanto criando um direito em si quanto
servindo de prova de que outrem perdeu um direito que tinha antes (o direito de propri-
edade).
74
1.7. Direito Empresarial
Na Idade Média o comércio atingiu o seu estágio mais avançado, sendo uma caracterís-
tica de todos os povos, daí porque em tal período houve a necessidade de se criar um
regime jurídico próprio para a disciplina das relações mercantis.
Na referida época surgiram as corporações de ofício, que logo assumiram relevante pa-
pel na sociedade, conseguindo obter, inclusive, certa autonomia para seus julgamentos.
A Idade Média é tida como a primeira fase do direito comercial, que se fundava, pri-
mordialmente, nos usos e costumes mercantis. Na época, por não existirem, ainda, os
Estados Nacionais, não havia um poder político central que aplicasse o direito. O poder
político era, na realidade, descentralizado e estava nas mãos da nobreza fundiária, daí
porque as corporações de ofício, que eram ligadas aos comerciantes e não aos senhores
feudais, tiveram tanta importância para o desenvolvimento dos primeiros preceitos jurí-
dicos sobre tal atividade.
Foi na idade média que surgíramos primeiros institutos jurídicos do direito comercial,
como os títulos de crédito (letra de câmbio), as sociedades (comendas)m os contratos
mercantis (contrato de seguro) e os bancos. Além disso, as características próprias do
direito comercial começaram a se delinear, como o informalismo e a influencia dos usos
e costumes no processo de elaboração das regras.
02) Discorra sobre o Sistema Francês como antecedente da definição de concepção de Direito
Comercial?
75
A elaboração doutrinária fundamental do sistema francês é a teoria dos atos de comér-
cio, vista como instrumento de objetivação do tratamento jurídico da atividade mercan-
til. Com ela, o direito comercial deixou de ser apenas o direito de uma certa categoria de
profissionais, organizados em corporações próprias, para se tornar a disciplina de con-
junto de atos que, em princípio, poderiam ser praticados por qualquer cidadão. Sob tal
perspectiva, o sistema francês foi o responsável por uma certa objetivação do direito
comercial, já que o seu foco estava na atividade desenvolvida, e não nos sujeitos que a
desempenhavam.
O sistema francês, que tinha como construção básica a teoria dos atos de comércio, foi
adotada por quase todas as codificações oitocentistas, inclusive pelo Brasil (inspiração
do Código Comercial de 1850), mas encontrou contraposição na teoria italiana, que de-
senvolvem a doutrina da empresa.
03) Fale sobre o sistema Italiano e o Sistema Francês quanto à evolução do Direito Comercial?
Por sua vez, o Sistema Italiano era regulado sob o prisma privatístico, encontrando sua
síntese na teoria da empresa (consagração da tese da unificação do direito privado), des-
locando a fronteira entre civil e comercial, mas principalmente um novo sistema de dis-
ciplina privada de atividade econômica.
O sistema italiano tenta superar lacunas antes não explicadas pelo sistema francês, ten-
tando eliminar a dificuldade de separação do que vinha a ser ato comercial de ato me-
ramente civil.
05) Famosa classificação de Carvalho de Mendonça sobre atos de comércio, fale sobre?
- atos de comércio por dependência ou conexão: são os que visam facilitar o promover o
exercício do comércio;
- atos de comércio por força de autoridade de lei: são aqueles que a lei assim os conside-
ra.
76
A classificação de Carvalho de Mendonça foi elaborada a partir do Regulamento 737,
sendo, portanto, muito antiga e não mais utilizada, mesmo porque a teoria do ato de
comércio foi substituída pela teoria da empresa.
O regulamento 373 esteve em vigor até 1875, sendo o responsável pela consolidação, no
Brasil, da teoria dos atos de comércio, servindo de referência doutrinária para a defini-
ção do âmbito de aplicação do direito comercial, mesmo após a sua revogação. Foi, por-
tanto, relevante diploma normativo, cujas idéias permaneceram presentes por anos.
07) No tempo em que o Direito Comercial era o direito das corporações, pessoas que pratica-
vam os atos mercancias, existiam juízes para dirimir questões de conflitos, que juízes eram
estes?
Não havia juízes com a mesma concepção que se tem hoje (juízes enquanto órgãos do
Estado, pois sequer existiam os Estados Nacionais na época). No entanto, foram criadas
as corporações de ofício que tinham, entre outras atribuições, a de julgar os casos que
lhe eram submetidos. Exerciam esse papel os denominados cônsules, que eram pessoas
da própria corporação eleitos pelos demais associados, para reger as relações entre seus
membros.
Deste modo, a expressão ―Direito Comercial‖, por ser mais restritiva, mostra-se menos
adequada para designar tudo aquilo que o Direito Empresarial de fato regula.
09) O Direito Empresarial continuaria como disciplina autônoma, mesmo com a inserção desta
seara no CC/2002?
Sim. Primeiro, porque a própria Constituição Federal conferiu autonomia ao direito em-
presarial, ao listar as matérias de competência legislativa privativa da União, mencio-
nando o ―direito civil‖ em separado do ―direito comercial‖. Segundo, porque tal disci-
plina é tratada nos cursos jurídico, por força de Portaria do Ministério da Educação,
como disciplina autônoma e essencial. Terceiro, porque tem institutos que lhes são pró-
prios, distintos do direito civil, ainda que tratados de maneira geral no mesmo diploma
normativo (o Código Civil de 2002). E por último, porque a adoção da teoria da empre-
sa, em substituição à teoria dos atos de comércio, manteve a bipartição dos regimes ju-
rídicos disciplinadores das atividades econômicas,apenas passando a adotar o critério da
empresarialidade para circunscrever contornos do âmbito de incidência do direito co-
mercial.
Muitos dos principios e regras da Lex mercatoria foram incorporados aos códigos
comerciais e civis a partir do início do século XIX.
78
1.7.1.2. Questões do TRF2
1) Teoria da empresa: o que é a empresa? Posso considerar como uma unidade (os elementos
da empresa)? À vista deste conceito empresário seria quem? O sócio não é o empresário (...) a
sociedade quando ela existe, quando exerce empresa, agora pergunto: esse sócio pode ser
empresário? Em que circunstâncias?
Resposta:
Quanto ao conceito de empresário, o CC/2002 o define como aquele que exerce profis-
sionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens e
serviços. Em outros termos: o empresário é aquele que exerce a atividade de empresa.
Partindo disso, tem-se que não necessariamente será empresário todo e qualquer sócio,
mas apenas aquele que desempenha a atividade de empresa. Aquele que apenas a inte-
gra, sem poderes de administração e/ou gerência não pode ser tido como empresário.
Eis a distinção.
Resposta:
Há duas acepções para o termo. Ações dúplices, do ponto de vista processual, são aque-
las em que se permite ao réu a formulação de um pedido contra o autor no bojo da pró-
79
pria contestação, de modo que o réu pode, a um só tempo, contestar e formular pedido
contra o autor. É sinônimo de pedido contraposto e admitido nas hipóteses expressa-
mente previstas em lei, como nas ações submetidas ao procedimento sumário e nos Jui-
zados Especiais.
Já do ponto de vista material, ações dúplices são aquelas em que autor e réu ocupam
posições jurídicas ativas e passivas simultaneamente. Nas palavras de Didier: ―As ações
dúplices são as ações (pretensões de direito material) em que a condição dos litigantes é
a mesma, não se podendo falar em autor e réu, pois ambos assumem concomitantemente
as duas posições. Esta situação decorre da pretensão deduzida em juízo. A discussão
judicial propiciará o bem da vida a uma das partes, independentemente de suas posições
processuais. A simples defesa do réu implica exercício de pretensão; não formula pedi-
do o réu, pois a sua pretensão já se encontra inserida no objeto de uma equipe com a
formulação do autor. É como uma luta em cabo de guerra: a defesa de uma equipe já é,
ao mesmo tempo, também o seu ataque. São exemplos: a) as ações declaratórias; b) as
ações divisórias; c) as ações de acertamento, como a prestação de contas e oferta de
alimentos. A relação jurídica deduzida em juízo poderia ter sido posta por qualquer das
partes e, com a defesa, o réu já exercita a sua pretensão, sem a necessidade de recon-
venção ou pedido contraposto‖.
No tocante à admissão de reconvenção nas ações dúplices, em regra, ela não é admitida.
Não obstante, excepcionalmente, a reconvenção pode ser ajuizada em ação dúplice, na
hipótese em que o a pretensão do réu é algo diferente do que alcançaria com o mero
julgamento de improcedência do pedido do autor. Exemplo disso é o disposto no enun-
ciado n. 258 da Súmula do STF, segundo o qual ―é admissível a reconvenção em ação
declaratória‖, obviamente que, quando o pedido não se limitar à declaração de improce-
dência.
Resposta:
Sim. O art. 902 do CPC prevê dois requisitos específicos da petição inicial da ação de
depósito, a saber:
- prova literal do depósito, que segundo ensina a melhor doutrina não precisa necessari-
amente ser o contrato de depósito, bastando que seja uma prova escrita que demonstra a
relação jurídica material de depósito (exigência de início de prova escrita);
- estimativa do valor do bem, caso tal valor não conste do contrato de depósito, exigên-
cia que se presta tanto para a fixação do valor da causa como para possibilitar ao réu a
consignação do valor do bem em dinheiro.
80
3) Qual é o objeto primário da ação de prestação de contas?
Resposta:
A ação de prestação de contas tem como objetivo trazer luz ao credor das contas, quan-
do este não possui informações sobre os seus bens e tenha buscado, sem sucesso, por
formas extrajudiciais, as informações sobre créditos e débitos líquidos de seus bens que
ficaram sob a administração de outrem, seja por força de mandato ou de outra forma de
contrato firmado, mesmo que de forma verbal, isto é, sem formalidades.
O objetivo primário é, portanto, obrigar o devedor a prestar contas. Havendo saldo resi-
dual, a ação poderá ter por objeto também a condenação do devedor ao referido paga-
mento, mas este já e um objetivo secundário.
Resposta:
5) O correntista, por exemplo, pode manejar essa ação, não obstante receba os extratos ban-
cários, ou isso já faz às vezes desse esclarecimento que se busca em ação de prestação de con-
tas? Qual é o fundamento do entendimento jurisprudencial predominante a respeito?
Resposta:
Nos termos da jurisprudência do STJ, o correntista tem interesse processual para ajuizar
ação de prestação de contas, independentemente de prévio pedido de esclarecimento ao
banco ou do fornecimento de extratos de movimentação financeira, objetivando esclare-
cer os lançamentos efetuados em sua conta corrente. Há, inclusive, entendimento sumu-
lado sobre o assunto (s. 259, STJ).
81
O fundamento básico utilizado pelo STJ é o de que o correntista tem mais que o direito
de conhecer os lançamentos realizados em sua conta. O correntista tem o direito de en-
tender tais lançamentos, objetivo que nem sempre se alcança apenas com a mera apre-
sentação os extratos.
6) O DL 9760/46 autoriza o ajuizamento de ações possessórias pelo Poder Público. Como en-
tende essa regra legal? A questão se relaciona a um bem público que foi objeto de esbulho,
teoricamente. A legislação autoriza ação possessória que pressupõe naturalmente que exista
posse; mas na outra ponta vislumbra-se a figura de um bem público. Pode-se falar em posse
de bem público, na medida em que a lei autoriza a ação possessória ou existe alguma incon-
gruência nessa questão? Se aplicaria subsidiariamente a regra de posse nova, posse velha ao
caso?
Resposta:
Partindo dessa premissa, em uma ação em que o poder público busca reaver a posse de
bem seu, basta a comprovação de seu domínio. Desnecessária a demonstração de que
tem o poder de fato sobre o bem.
O Decreto-Lei nº 9.760/46, que dispõe sobre os bens imóveis da União, prescreve que o
ocupante de imóvel da União, sem assentimento desta, poderá ser sumariamente despe-
jado e perderá, sem direito a qualquer indenização, tudo quanto haja incorporado ao
solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts. 513, 515 e 517 do Código Civil.
O art. 71 do Decreto-Lei nº 9.760/46, por ser norma de caráter especial, afasta a aplica-
bilidade do art. 924 do CPC às ações possessórias destinadas à proteção do patrimônio
público federal.
82
direito de propriedade do poder público, deve ser restabelecida ao ente postulante de
imediato.
Resposta:
O Poder Jurisdicional é o poder de dizer o direito. Tem sua origem após a formação dos
Estados Nacionais e com a idéia de limitação de poder (sistema de freios e contrapesos).
Nas democracias modernas vem disposto nas Constituições, ainda que de forma implíci-
ta (na distribuição de poder aos juízes e órgãos da mesma natureza).
Resposta:
Competência limitada é aquela que não se mostra plena, por não poder incidir em toda e
qualquer hipótese. A limitação ocorre, normalmente, com a instituição de normas proi-
bitivas do exercício da competência. Em analogia ao direito tributário, seriam, por e-
xemplo, as causas de imunidade tributária, em que, mesmo querendo e tendo competên-
cia para instituir tributos, determinado ente não poderá exercer tal competência em hi-
póteses específicas.
Por sua vez, a competência delimitada é aquela restrita por outra norma. Não se trata de
proibição do exercício da competência em determinada hipótese, mas sim de delimita-
ção de seu âmbito, de modo que, ainda que praticado um ato fora do âmbito previsto,
pode ele ser eventualmente convalidado por aquele que de fato é competente (no caso
de competência relativa, é claro, pois em caso de competência absoluta os atos decisó-
rios devem ser repetidos).
Note-se que efeito prático é o de que, os casos de competência limitada não admitem
convalidação, por serem absolutas exclusões de atuação de um determinado juízo. Já os
casos de competência delimitada podem gerar atos passíveis de convalidação, por não
se tratar de exclusão absoluta da possibilidade de atuação do juízo.
Resposta:
Especificamente no que diz respeito à tutela cautelar, tendo em vista o seu objetivo de
garantir a plena efetividade da prestação jurisdicional, responde-se à indagação que ela
é sim exceção ao princípio da demanda, podendo ser concedida ex offício pelo juiz
(arts. 128, 293, 1ª parte e 460, 1ª parte), com base no seu poder geral de cautela. Isso,
reitere-se, com o objetivo maior de garantir o direito a efetividade do direito.
10) Processo e procedimento. Qual a diferença até para efeitos de competência legiferante?
Resposta:
Processo é relação jurídica dinâmica que se instaura entre sujeitos, ao passo que proce-
dimento é uma sequência de atos ordenados entre si, que materializam a relação proces-
sual. Para efeitos de competência legiferante é importante a distinção, vez que, nos ter-
mos do art. 22, I e 24, XI da Constituição Federal, compete à União, privativamente,
legislar sobre direito processual, enquanto é competência concorrente da União, dos
Estados e do DF legislarem acerca de procedimentos em matéria processual.
Resposta:
Legislar sobre processo compete privativamente à União (art. 22, I, CF/88). Já legislar
sobre procedimentos em matéria processual compete, concorrentemente, à União, aos
Estados e ao DF, conforme art. 24, XI, da CF/88.
Resposta:
Resposta:
A relação de proporção acima citada deve observar três critérios para determinar a razo-
ável duração do processo: a) a complexidade do assunto; b) o comportamento dos liti-
gantes e de seus procuradores ou da acusação e da defesa no processo e c) a atuação do
órgão jurisdicional.
Segundo Didier, ―não existe um princípio da celeridade. O processo não tem que ser
rápido/célere: o processo deve demorar o tempo necessário e adequado à solução do
caso submetido ao órgão jurisdicional.
14) O juiz que retém autos além do tempo pode ser removido a pedido?
Resposta:
Nos termos do art. 93, inciso VIIA, da CF/88, ―a remoção a pedido ou a permuta de
magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas
alíneas a , b , c e e do inciso II‖.
Por sua vez, o inciso II, e, citado no inciso VIIA, destaca que ―não será promovido o
juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não poden-
do devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão‖.
Logo, responde-se que o juiz que retém os autos além do tempo necessário não pode ser
removido a pedido.
15) Quanto ao princípio da fundamentação. O uso de jargões, por ex., “não vejo verossimi-
lhança”, ofende? Qual a posição do STF?
Resposta:
85
A fundamentação é um dos requisitos ou dos pressupostos básicos de uma decisão judi-
cial. Por força do disposto no art. 93, X, da CF/88, até mesmo as decisões administrati-
vas dos órgãos jurisdicionais devem ser motivadas, tendo em vista o primado da ampla
defesa, também assegurado constitucionalmente.
Na prática judiciária, no entanto, são relativamente comuns os jargões ―não vejo veros-
similhança‖, o que, em princípio, ofende o princípio da fundamentação se usado não
como conclusão de um raciocínio (fundamentação mais a conclusão), mas sim como o
próprio fundamento para o deferimento ou indeferimento de um pedido.
16) Os serventuários podem receber delegações para atos próprios da magistratura? O que
são atos de mero expediente sem conteúdo decisório?
Resposta:
86
Para atos próprios de magistrados (entendendo-se atos próprios como atos privativos),
não. No entanto, o próprio CPC admite a delegação de atos de mero expediente aos ser-
ventuários, isto é, atos que não tenham conteúdo decisório, como a determinação de
especificação de provas, por exemplo.
Atos de mero expediente são aqueles que se destinam a impulsionar o processo, sem,
contudo, resolver qualquer questão. A decisão, nos processos, é ato privativo do juiz e
não pode ser delegada a terceiros. Os atos de mero expediente, por não terem conteúdo
decisórios, estão sujeitos à delegação.
Resposta:
Resposta:
87
reverter tal situação perante o Judiciário, que é o poder adequado para dizer o direito
com definitividade.
A inafastabilidade, para ser efetiva, tem que partir da premissa de que não basta
garantir o acesso formal, mas também a paridade de armas, para que seja possível o
justo exercício do direito de ação. Ademais, a inafastabilidade tem que assegurar o aces-
so à ordem jurídica justa, e não meramente um acesso formal.
Resposta:
88
3) Qual o alcance e dimensão do princípio do juiz natural? E o princípio da perpetutatio juris-
dictionis? Há exceções a eles?
Resposta:
O princípio do juiz natural é preceito de natureza constitucional que guarda relação com
a idéia de um o juiz pré-determinado, por normas processuais pré-estabelecidas, para o
julgamento de determinada causa. Está abrangido, também, pela proibição da criação de
tribunais de exceção. Trata-se de verdadeiro princípio constitucional, elevado à catego-
ria de cláusula pétrea.
Não há previsão de exceção para o princípio do juiz natural. Há, contudo, exceção ao
princípio da perpetuatio jurisdictionis no próprio artigo 87 do CPC, segundo o qual alte-
ram a competência o suprimento de órgão judiciário ou a alteração de competência em
razão da matéria ou da hierarquia.
Resposta:
A mediação, por sua vez, embora também tenha como característica o fato de objetivar
conseguir das partes um acordo, por meio de terceiro imparcial, distingue-se da concili-
ação exatamente pela forma como esse terceiro age. Na mediação, o terceiro não esti-
mula nem faz propostas para se chegar a um acordo. O mediador, literalmente, fica no
meio. Nem de um lado, nem de outro. Não adere a nenhuma das partes nem emite juízos
de valor ou opiniões acerca da melhor forma de se chegar a uma solução. Ele atua sim-
plesmente aproxima as partes para que elas, por si próprias, encontrem uma solução
89
para a causa. Nas palavras de Didier, ―a mediação é uma técnica não estatal de solução
de conflitos, pela qual um terceiro se coloca entre os contendores e tenta conduzi-los à
solução autocomposta. O mediador é um profissional qualificado que tenta fazer com
que os próprios litigantes descubram as causas do problemas e tentem removê-las‖.
Resposta:
Parte da doutrina afirma que sim (Didier, por exemplo), fundamentando seu ponto de
vista principalmente no fato de as decisões dos árbitros tornarem-se imutáveis após o
prazo de 90 dias, formando uma coisa julgada material, de caráter soberano.
Não obstante, a maioria dos processualistas tem a arbitragem como um equivalente ju-
risdicional e não como um exercício da própria jurisdição, tendo em vista os seguintes
fundamentos: a arbitragem é voltada apenas para direitos patrimoniais disponível, en-
quanto a jurisdição é irrestrita; a arbitragem é manifestação da autonomia da vontade e a
opção por árbitro implica a renúncia á jurisdição; a jurisdição é atividade primária do
Estado, própria dele mesmo, que não pode ser delegada a particulares; a jurisdição só
pode ser exercida por pessoa devidamente investida, que tenha a autoridade de juiz,
carreira cujo acesso dá-se exclusivamente mediante concurso púbico, enquanto a arbi-
tragem pode ser realizada por terceiro sem que tenha sido investido pelo Estado de par-
cela da jurisdição; a jurisdição é indelegável, pois nenhum dos poderes pode delegar
aquilo que é de sua essência; as decisões dos árbitros, dentro de um determinado árbitro,
estão sujeitas à revisão por juízes, em obediência ao princípio da inafastabilidade da
jurisdição (se as decisões de terceiros estão sujeitas à revisão de um juiz de primeiro
grau, é porque esses terceiros não exercem jurisdição). Finalizando, tem-se que o árbitro
não pode executar suas próprias decisões; quem o faz é o juiz.
Resposta:
A doutrina dispõe que as normas processuais em sentido estrito são aquelas que regulam
a relação jurídica processual, estabelecendo os direitos e deveres dos sujeitos do proces-
so. Em geral, são de competência legislativa privativa da União.
Por sua vez, as normas procedimentais são aquelas que pura e simplesmente estabele-
cem os a sequência de atos a serem adotados. Já a competência para legislar sobre pro-
cedimentos, ao contrário da legislação sobre processo, é de competência concorrente da
União, dos Estados, do DF e dos Municípios.
90
A diferença é sutil e parte da premissa de que processo e procedimento são conceitos
que não se confundem. Decerto, tratam-se de conceitos distintos, no entanto, o proce-
dimento integra o próprio conceito de processo, de modo que, atualmente, é praticamen-
te impossível distinguir normas que disciplinem o procedimento sem influir no modo de
ser da relação jurídica processual que lhe dá base.
Resposta:
OBS: Para que a pergunta ficasse compreensível foi entendida como ―há alguma forma
de conteciosidade entre jurisdição voluntária e contenciosa?‖ (ainda assim a pergunta
fica de difícil compreensão. Vou tentar escrever sobre o assunto tratando da distinção
entre os tipos de jurisdição – contenciosa x voluntária).
Há, contudo, hipóteses em que mesmo a jurisdição voluntária apresenta uma certa con-
tenciosidade. É o caso, por exemplo, da venda judicial de coisa comum, quando se per-
mite ao condômino prejudicado requerer a adjudicação da coisa (art. 1.119, CPC). Neste
caso, ainda que o procedimento seja de jurisdição voluntária, nota-se uma certa conten-
ciosidade, decorrente do antagonismo de interesses que, nitidamente, instaura-se.
Resposta:
A primeira (manutenção de posse) pode ser proposta no caso de turbação da posse, as-
sim compreendido o ato que embaraça o livre exercício de tal direito. Para que seja pro-
posta, deve-se provar a posse, a turbação, a data da turbação (para efeito de concessão
de medida liminar, caso a posse seja nova. Se a posse for velha, a ação deverá seguir o
91
rito ordinário, com a possibilidade de antecipação dos efeitos da tutela, desde que pre-
enchidos os seus requisitos) e a continuidade da posse, pois se devido à turbação o titu-
lar do direito perder a posse, a ação a ser ajuizada deve ser outra (reintegração de pos-
se).
A segunda (reintegração de posse) pode ser movida por quem sofre esbulho, assim en-
tendido como a perda do poder de fato sobre o bem. É cabível liminar, tal qual na manu-
tenção de posse, sendo possível a cumulação do pedido com indenização.
A terceira (interdito proibitório) pode ser proposta quando há uma ameaça de turbação
ou esbulho. A particularidade aqui é não caber medida liminar, sendo cabível, no entan-
to, a conversão do procedimento em manutenção ou reintegração de posse, caso a ame-
aça de turbação ou de esbulho se concretizem.
Essas três são as mais famosas ações possessórias, mas o ordenamento jurídico registra
ainda outras, como a nunciação de obra nova e os embargos de terceiro.
9) Seria possível uma medida antecipatória em ação possessória com mais de um ano e dia?
Resposta:
Resposta:
Procedimentos especiais são regramentos próprios trazidos pelo CPC acerca de relações
jurídicas específicas. É o disciplinamento de sua particular forma de ser em juízo, com
regras distintas das do procedimento ordinário, em geral mais simplificadas e céleres,
com requisitos próprios, normalmente relacionados ao direito material de base da rela-
ção.
92
Já as normas processuais em sentido estrito são aquelas que regulam a relação jurídica
processual, estabelecendo os direitos e deveres dos sujeitos do processo. Em geral, são
de competência legislativa privativa da União.
Por sua vez, as normas procedimentais são aquelas que pura e simplesmente estabele-
cem os a sequência de atos a serem adotados. Já a competência para legislar sobre pro-
cedimentos, ao contrário da legislação sobre processo, é de competência concorrente da
União, dos Estados, do DF e dos Municípios.
Resposta:
Em princípio, a postura do juiz deve ser sempre a de aproveitar ao máximo os atos pro-
cessuais. Deste modo, a conduta inicial do julgador deve ser a de determinar a correção
do procedimento, com a emenda da inicial no que for cabível. Não atendida a ordem ou
não promovida a emenda adequadamente, a inicial deve ser indeferida, vez que o proce-
dimento especial compreende os atos próprio de cada tipo de ação, que são diferentes
dos atos do procedimento ordinário.
Resposta:
A reclamação constitucional consiste numa ação, daí porque o seu manejo resulta no
exercício do direito de ação e não do direito de petição, que se distingue do direito de
ação em razão deste último ser exercitado mediante o Poder Judiciário e o primeiro ser
exercitado perante qualquer dos poderes.
93
13) Abuso de procedimento especial, prejudicar o autor ou réu. Concorda com está afirmação?
Resposta:
Para que a pergunta ficasse compreensível eu parto do pressuposto de que seja a seguin-
te: ―O abuso de procedimento especial pode prejudicar tanto o autor quanto o réu. O
candidato concorda com tal afirmação?‖
O ordenamento pátrio não se coaduna com o abuso do direito, prevendo, inclusive, que
ele pode gerar o dever de indenizar. Assim o faz exatamente porque o abuso gera preju-
ízo para aquele que o sofre, sendo, portanto, repelido.
Partindo dessa premissa, tem-se que o abuso de direito, seja no proce3dimento especial,
seja no procedimento comum, pode prejudicar sim tanto o autor quanto o réu, não sendo
admitido em qualquer hipótese.
Resposta:
Resposta:
Para entender a primeira pergunta partiu-se do pressuposto de que seria a seguinte: ―Ca-
be consignação em pagamento com obrigação de fazer?‖
Tomando as premissas supra em consideração, tem-se que, por sua natureza, a consig-
nação não se coaduna com obrigações de fazer, sendo admissível a propositura da con-
signação por terceiro interessado, uma vez que o CPC (art. 890, § 1º) assim o admite.
94
No tocante à distinção entre terceiro interessado e terceiro não interessado, define-se o
primeiro como a pessoa que, mesmo não sendo parte, vincula-se à obrigação e pode ter
o seu patrimônio atingido caso a dívida, pela qual também se obrigou, não seja paga
pelo devedor principal. É o caso, por exemplo, do fiador e do avalista. Já o terceiro não
interessado, ao reverso, é aquele que não se vincula à obrigação, possuindo interesse
apenas metajurídico. É a figura a que se refere o art. 305 do CC/2002, que assim dispõe:
―Art. 305. O terceiro não interessado que paga a dívida em seu próprio nome tem direito
a reembolsar o que pagar, mas não s sub-roga nos direitos do credor‖.
Resposta:
- a necessidade de reexame necessário, que não seria observado com a ausência de em-
bargos ao mandado minoritário e a conseqüente constituição imediata de título executi-
vo;
- não sendo gerado o efeito da revelia da presunção da veracidade dos fatos alegados
pelo autor em caso de omissão defensiva da Fazenda Pública, com maior razão não se
pode concordar que a revelia no procedimento monitório que gere automaticamente a
formação de título executivo judicial contra ela.
1.9.1. Competência
95
1.9.1.2. Questões do TRF2
1) Discorra se há independência das esferas civil, administrativa e penal.
Resposta:
Regra geral, entende-se que há independência entre as esferas penal, cível e administra-
tiva: 125 e 126 da Lei 8112/90; 935 do CC; 66 e 67, III do CPP. Mas há exceções, nas
quais haverá vinculação entre as instâncias:
- quando condenado na esfera penal, as demais esferas estarão vinculadas, haja vista que
se entende que a instrução no processo penal é mais abrangente;
- se tiver havido absolvição na esfera penal por inexistência do fato ou negativa de auto-
ria, as demais esferas estarão vinculadas, devendo haver até a desconstituição de even-
tual condenação já aplicada. Para evitar essa situação, o juiz tinha a faculdade de sus-
pender o feito.
Note-se que a absolvição no processo penal por inexistência de fato ou negativa de auto-
ria não se confunde com a condenação por insuficiência de provas. E ainda, se o tipo
penal exigir dolo na conduta e ela tiver sido praticada com culpa, poderá, haver conde-
nação no âmbito civil, tendo em vista que neste é admitida a culpa levíssima.
Dispõe o CPP, no art. 65, que faz coisa julgada no cível a sentença que reconhecer ter
sido o ato praticado mediante excludente de ilicitude. A excludente não pode mais ser
discutida, mas não se proíbe que se discuta a reparação dos danos no processo civil.
2) Apresente uma hipótese na qual ocorra ofensa à norma civil, administrativa e penal.
Resposta:
Na hipótese de um servidor público desviar dinheiro, valou ou bem móvel, de que tem a
posse em razão do cargo, em proveito próprio ou alheio, haverá:
- ilícito civil: responsabilidade civil com o conseqüente dever de reparar o dano (art.
186 c/c 927 do CC);
3) Na hipótese de um índio comete um crime de homicídio dentro de sua aldeia, mas na defe-
sa de sua Terra e de sua cultura. Ele estaria abrangido pela Justiça Federal ou Justiça comum?
Opine.
96
Resposta:
De acordo com a S. 140 do STJ, ―compete à Justiça Comum Estadual processar e jul-
gar crime em que indígena figure como autor ou vítima‖. Por outro lado, o art. 109, da
CRF estabalece que compete aos juízes federais processar e julgar ―a disputa sobre di-
reitos indígenas‖.
Interpretando conjuntamente os dois preceitos, tem-se que se houver disputa sobre inte-
resses indígenas (ex.: suas terras e cultura), seja o indígena autor ou vítima do delito, a
competência será da Justiça Federal. Só será da Justiça Estadual em caso de crime que
não envolva essas questões, sequer indiretamente.
Neste sentido: STJ: 35.489 – RS, 39.389 – MT, 43.155 – RO e STF: HC nº 71835-3.
1) Trate da concorrência entre o foro por prerrogativa de função e a competência do Júri. Qual
foro prevalece? E o co-réu como fica?
Resposta:
Isso porque a competência do Tribunal do Júri para julgar crimes dolosos contra a vida
é estabelecido pela Constituição Federal, de maneira que só por ela pode ser excepcio-
nada (ex.: Prefeitos são julgados pelo TJ quando cometem tais delitos). Como o poder
constituinte decorrente é limitado e subordinado, não pode contrariar regra expressa da
CRF (ex.: vereadores que possuem foro por prerrogativa de função prevista na CE são
julgados pelo TJ apenas quando cometem crimes de outras ordens; em caso de crimes
dolosos contra a vida, serão julgados pelo Tribunal do Júri).
No caso de co-réu, destaque-se a S. 704 do STF: ―não viola as garantias do juiz natural,
da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do
processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados‖.
97
Tal entendimento, todavia, não pode ser aplicado para o caso de crimes dolosos contra a
vida. Nesta hipótese, deverá ser separado o processo, devendo o co-réu que não possui
foro por prerrogativa de função ser julgado perante o Tribunal de Júri, sob pena de ofen-
sa a determinação constitucional.
Resposta:
Segundo a S. 208 do STJ: "compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito muni-
cipal por desvio de verba sujeita à prestação de contas perante órgão federal". A S. 209,
por sua vez, estabelece: ―compete à justica estadual processar e julgar prefeito por des-
vio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal‖.
Já decidiu o STJ que é competente a justiça federal quando a fraude na licitação envol-
ver recursos: do programa FUNDESCOLA, vinculado ao FNDE (HC 62998/RO); do
Fundo de Participação de Municípios, eis que são geridos e repassados pelo Governo
Federal (HC 109050/MG); repassados pelo Ministério da Saúde, destinados a programa
mantido pela municipalidade (HC 110704/RJ); oriundos de convênios com órgãos e
autarquias federais (HC 97457/PE)
Resposta:
De acordo com a S. 140 do STJ, ―compete à Justiça Comum Estadual processar e jul-
gar crime em que indígena figure como autor ou vítima‖. Por outro lado, o art. 109, da
CRF estabalece que compete aos juízes federais processar e julgar ―a disputa sobre di-
reitos indígenas‖.
Interpretando conjuntamente os dois preceitos, tem-se que se houver disputa sobre inte-
resses indígenas (ex.: suas terras e cultura), seja o indígena autor ou vítima do delito, a
98
competência será da Justiça Federal. Só será da Justiça Estadual em caso de crime que
não envolva essas questões, sequer indiretamente.
Resposta:
- vulnerar bem ou interesse da União (art. 20). Ex.: (a) crime praticado em acrescidos de
terreno de marinha, bem da União (AgRg no REsp 942957/RJ, Julgamento 19/04/2012);
(b) praticado no Rio Amazonas, rio interestadual e internacional de propriedade da Uni-
ão (RMS 26721/DF, Julgamento 12/04/2012); (c) praticado em reserva ecológica criada
por Decreto Federal e nas proximidades de ilha oceânica, bem da União (RHC
24338/AP, Julgamento 18/10/2011).
- burlar a fiscalização do IBAMA, segundo o STJ. Ex.: (a) caça de animal em extinção;
(b) criação irregular em cativeiro de animal ameaçado de extinção (CC 37137, Julga-
mento 12/03/2003); (c) ingresso de animal exótico no pais.
5) Qual a competência para apreciar HC contra ato de Juiz do Juizado? E contra ato da Turma
Recursal?
Resposta:
Passou a entender o STF que o competente para o julgamento de HC contra ato de Tur-
ma Recursal é o TJ ou TRF ao qual vinculada, sob o argumento de que “estando os
integrantes das turmas recursais dos juizados especiais submetidos, nos crimes
comuns e nos de responsabilidade, à jurisdição do tribunal de justiça ou do tribu-
99
nal regional federal, incumbe a cada qual, conforme o caso, julgar os habeas impe-
trados contra ato que tenham praticado”.
Resposta:
O direito ao meio ambiente equilibrado é bem de uso comum do povo (art. 2255 da
CRF), sendo considerado um direito fundamental. De acordo com o art. 3º da LPNMA,
poluidor é ―a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta
ou indiretamente por atividade causadora de degradação ambiental‖. Esse princípio tem
especial importância no campo da industrialização, a qual é responsável por sérios da-
nos ambientais. Está previsto no princípio 16 da DECLARAÇÃO do Rio de 92, no art.
4º, VIII da LPNMA e, indiretamente. no §3º do art. 225 da CRF.
Resposta:
A pergunta teve por base acórdão do STJ, cujas partes principais se transcreve por con-
ter muitas informações e ser auto-explicativo(desculpem ter ultrapassado o tamanho,
mas achei importante):
100
―(…) 5. A recorrente impetrou mandado de segurança contra ato do Departamento de
Produção Vegetal da Secretaria de Agricultura e Abastecimento/RS, que, em 19 de se-
tembro de 1999, procedeu à interdição de unidade agrícola na qual estavam sendo reali-
zados experimentos científicos com soja transgênica. O motivo da interdição repousa na
falta de apresentação do EIA/RIMA ao Poder Executivo Estadual, conforme exige o
Decreto 39.314/99, que regulamentou a Lei 9.453/91.
10. O Decreto estadual 39.314/99, muito além de extrapolar os limites da Lei estadual
9.453/91 – pois previu exigência não-contida naquela (apresentação do EIA/RIMA) – e
retroagir para alcançar situação de fato pretérita (trabalho científico em curso), não ob-
servou o disposto na legislação federal vigente desde 1995, contrariando-a. Por conse-
qüência, resta caracterizada a violação do direito líqüido e certo da recorrente, consis-
tente em realizar as pesquisas científicas com soja transgênica em Passo Fundo/RS.
11. A regulamentação das atividades envolvendo OGMs através de lei federal, que
define as regras de caráter geral, homenageia o princípio da predominância do inte-
resse, na medida em que o controle e a fiscalização dessas atividades não se limita ao
interesse regional deste ou daquele Estado-membro, mas possui indiscutível alcance
nacional.
12. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente provido para
fins de conceder a segurança e anular o ato de interdição.‖
101
[STJ, REsp 592682, Rel. Min. Denise Arruda, T1, Julgamento 06/12/2005
Resposta:
O princípio da subsidiariedade pode ser aplicado para solucionar o caso. É através desse
princípio que se solucionam os conflitos de atribuições administrativas advindos da atu-
ação simultânea dos entes federados.
Celso Bastos (apud FARIAS, 1999, p. 316 e 317) elege o princípio da subsidiariedade
como ―regra de ouro‖ do Federalismo, definindo-o da seguinte forma: ―[...] nada será
exercido por um poder de nível superior, desde que possa ser cumprido pelo inferior.
Isto significa dizer que só serão atribuídas ao governo federal e ao estadual aquelas
tarefas que não possam ser executadas senão a partir de um governo com esse nível de
amplitude e generalização. Em outras palavras, o Município prefere ao Estado e à U-
nião. O Estado, por sua vez, à União‖.
Resposta:
102
No conceito de desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental e o desenvolvimento
econômico se encontram em nítida harmonia, derrubando o senso vulgar de que ambos
sejam ideais antagônicos. A importância deste co-relacionamento reside no fato de pos-
sibilitar uma visão holística da questão ambiental e social, rumo a possíveis soluções,
como verdadeira base norteadora de uma política pública completa e eficaz.
Resposta:
Outro importante documento quanto ao tema foi a Agenda 21, aprovado pela comuni-
dade internacional em 1992. Trata-se de um plano de ação a ser implementado nos di-
versos níveis de governo: do internacional ao local.
A moldura do desenvolvimento sustentável hoje está nos princípios que constam das
Declarações de Estocolmo e do Rio de Janeiro, no Relatório Nosso Futuro Comum e na
Agenda 21.
Resposta:
Lato sensu, meio ambiente é o conjunto de fatores exteriores que agem de forma per-
manente sobre os seres vivos, aos quais os organismos devem se adaptar e com os quais
têm de interagir para sobreviver. Segundo Édis MIlaré (2003, p. 165), ―o meio ambiente
pertence a uma daquelas categorias cujo conteúdo é mais facilmente intuído que definí-
vel, em virtude da riqueza e complexidade do que encerra‖.
O conceito legal de meio ambiente encontra-se no art. 3º, I, da Lei nº. 6.938/81: ―o con-
junto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica,
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas‖. Só abrange o meio ambiente
natural.
Mas o conceito de meio ambiente compreende quatro espécies, todas tuteladas pela
CRF: (i) Meio ambiente natural, ou físico, constituído pelo solo, a água, o ar atmosféri-
103
co, a flora; enfim, pela interação dos seres vivos e seu meio; (ii) Meio ambiente artifici-
al, constituído pelo espaço urbano construído; (iii) Meio ambiente cultural, integrado
pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico, que, embora
artificial, difere do anterior pelo sentido de valor especial que adquiriu ou de que se im-
pregnou; (iv) Meio ambiente do trabalho, previsto no art. 200, VIII, da CRF, sendo o
conjunto de fatores físicos, climáticos ou qualquer outro que interligados, ou não, estão
presentes e envolvem o local de trabalho da pessoa.
4) Pode-se falar em meio ambiente cultural ser objeto de degradação? Qual o exemplo? E-
xemplo de meio ambiente cultural.
Resposta:
O meio ambiente cultural pode ser objeto de degradação. De acordo com a LPNMA,
degradação ambiental é a ―alteração adversa das características do meio ambiente‖ (art.
3º, II). Em outras palavras, degradação ambiental corresponde a impacto ambiental ne-
gativo (S NCHEZ, 2008).
Podem ser citados como meio ambiente cultural os elementos referentes à formação dos
grupos nacionais de expressão, criações artísticas (ex.: músicas, literatura, teatro), tec-
nológicas, obras, conjuntos urbanos, paisagísticos, arqueológicos, científicos etc. Em
diversas passagens a CRF se preocupa com o meio ambiente cultural (ex.: arts. 215, 216
e 218).
5) Princípio da Eticidade objetivo e subjetivo no direito ambiental, discorra. Relacione tal prin-
cípio com a moral.
Resposta:
Tal princípio também é de ser aplicado no campo do direito ambiental. Aqui, a intenção
do agente não tem grande importância prática para determinar sua responsabilidade, já
que é objetiva. A eticidade objetiva, por exemplo, impede que o meio ambiente seja
utilizado exclusivamente para proveito próprio, egoístico, sem preocupação com a sua
preservação para as gerações vindouras.
104
Tem profunda relação com a moral. Para alguns que trata-se de um preceito moral (ex.:
não ser desleal com ninguém; não quebrar legítima expectativa depositada etc.) que foi
transformada em norma jurídica.
Resposta:
Desde que o direito ambiental começou a ganhar força, essa sempre foi uma pergunta
recorrente. Inicialmente, inclusive, os países em desenvolvimento adotavam o discurso
de que teriam o direito de usar livremente os recursos ambientais, tais como os desen-
volvidos fizeram, até pelo menos alcançar o mesmo índice de desenvolvimento.
Hoje se entende que o meio ambiente contém recursos finitos e que os danos que lhe
são causados não possuem barreiras: as fronteiras geopolíticas não impedem que os e-
feitos da degradação sejam repercutam em todo o mundo.
Apregoa-se a necessidade de haver uma conciliação entre os dois setores, ou seja, uma
ponderação de interesses. O desenvolvimento é uma pretensão legitima, mas deve ser
galgada com o mínimo impacto ambiental possível, sempre pensando no direito destas e
das futuras gerações a um meio ambiente equilibrado.
Resposta:
Podem ser citados como meio ambiente cultural os elementos referentes à formação dos
grupos nacionais de expressão, criações artísticas (ex.: músicas, literatura, teatro), tec-
nológicas, obras, conjuntos urbanos, paisagísticos, arqueológicos, científicos etc. Em
diversas passagens a CRF se preocupa com o meio ambiente cultural (ex.: arts. 215, 216
e 218).
O meio ambiente cultural também pode ser degradado (= impacto ambiental negativo),
por exemplo, pela destruição de sítios arqueológicos (REsp 115.599/RS, j. 27/06/2002).
Resposta:
105
De acordo com a Lei 12.016/09, o MSC presta-se para a defesa de direitos coletivos
stricto sensu e individuais homogêneos. Ou seja, a lei não inclui dentre as possibilidades
de objeto do MSC os direitos difusos, cujo meio ambiente é um dos seus mais evidentes
exemplos.
Entende a doutrina que os autores do projeto de lei (Gilmar Mendes e Arnauld Duvald)
filiaram-se à corrente doutrinária que entende que diante da indeterminação dos titulares
do direito difuso, não pode haver direito liquido e certo. Findado nesta mesma doutrina
é a Súmula 101 do STJ, no sentido de que não cabe MS quando couber Ação Popular.
9) A função social da propriedade pode ser considerada no que se refere à proteção ao meio
ambiente? Então poderia se invocar na defesa da propriedade a função social no que se refere
à proteção ambiental?
Resposta:
Analisando a CRF (182, §2º e 186) e o CC (1228, §1º), percebe-se que a proteção ao
meio ambiente está incluído dentro da exigência geral de cumprimento de uma função
social por parte da propriedade privada. Não há como considerar que uma propriedade
cumpre função social se não há preservação do meio ambiente, de maneira sustentável.
É comum ouvir-se que se exige o cumprimento de uma ―função sócio-ambiental‖ da
propriedade privada. Sendo assim, é perfeitamente possível se invocar o cumprimento
de uma função social, diante de atitudes ativas de proteção ambiental, por parte do pro-
prietário, cabendo ao Poder Público avaliar a suficiência da conduta para configuração
da obediência quanto à função.
10) O que significa a expressão direito ambiental como direito econômico? Como se denomina
o equilíbrio?
Resposta:
106
No conceito de desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental e o desenvolvimento
econômico se encontram em nítida harmonia, derrubando o senso vulgar de que ambos
sejam ideais antagônicos.
O equilíbrio entre os dois princípios deve ser buscado por meio de um raciocínio de
ponderação, em que cada princípio ceda no limite da necessidade, sem que seja possível
haver a superação completa de um dos dois vetores no caso concreto. O equilíbrio entre
o direito econômico e o direito ambiental denomina-se, justamente, ―desenvolvimento
sustentável‖.
Resposta:
O meio ambiente artificial é constituído pelo espaço urbano construído. Ex.: bibliotecas,
museus, instalações científicas etc. De acordo com Terence Trennepohl ―representa o
direito ao bem-estar relacionado às cidades sustentáveis e aos objetivos da política ur-
bana‖.
Resposta:
Resposta:
Há basicamente duas correntes doutrinárias que debatem a forma com que o meio ambi-
ente e a economia devem se relacionar: (i) o chamado ambientalismo social ou socio-
ambientalismo - busca localizar o ser humano no centro do direito ambiental (corres-
ponde ao comando do nosso legislador constitucional ao definir o principio da dignida-
de da pessoa humana como um dos princípios basilares de nosso ordenamento jurídico);
(ii) o preservacionismo ou movimento ambiental tradicional – dá maior prevalência aos
bens ambientais, considerando, por exemplo, que as populações tradicionais e os po-
bres de uma maneira geral são uma ameaça à conservação ambiental e que as unidades
de conservação deveriam ser permanentemente deles protegidas. Tende a seguir mode-
los de preservação ambiental importados de países desenvolvidos. No primeiro caso, o
direito ambiental seria conceituado como o conjunto de regras e princípios que visam à
preservação do meio ambiente, na condição de direito fundamental e essencial à sadia
qualidade de vida das presentes e futuras gerações. No segundo caso, o direito ambien-
tal visaria à preservação do meio ambiente, pelo simples interesse na manutenção dos
bens ambientais.
Resposta:
Resposta:
108
Pode-se dizer que ambos os princípios visam a evitar danos ao meio ambiente, em de-
corrência de atividades potencialmente causadoras de impacto ambiental.
Já o princípio da precaução, incide sobre situações em que o dano é potencial, não ha-
vendo certeza científica de que a obra ou atividade causará danos ao meio ambiente. Os
estudos ou não existem ou não são conclusivos a esse respeito. Consiste em evitar que
medidas de proteção sejam adiadas em razão dessa incerteza que circunda os eventuais
danos.
04) Em que medida pode se identificar a natureza econômica das normas de direito ambien-
tal?
Resposta:
Resposta:
Todavia, imagino que seja possível defender a existência apenas de uma zona cinzenta
entre as duas disciplinas independentes. Considero que existem metodologias próprias e
outras preocupações que não se encaixam na larga zona de intersecção.
109
1.11. Direito Internacional Público e Privado
Resposta:
Segundo a TEORIA MON STICA (ESTATISMO JUR DICO): (a) Estado e Direito con-
fundem-se em uma só realidade; (b) Só existe o direito estatal (não se podendo admitir
qualquer regra jurídica fora do Estado); (c) quem dá vida ao direito é o Estado através
da força coercitiva; (d) Desenvolveu Rodolf Von Ihering: ―regra jurídica sem coação é
uma contradição em si‖ o fogo que não queima ou a luz que não ilumina; (e) Como só
existe o Direito emanado do Estado, ambos se confundem em uma só realidade. Para a
TEORIA DUAL STICA (PLURAL STICA): (a) Estado e Direito são duas realidades
(modalidades) distintas, independentes e inconfundíveis; (b) O Estado não é a fonte
única do Direito. O que provém do Estado é categoria especial do Direito = ao Direito
Positivo, mas também existem os princípios do Direito Natural, as normas de Direito
costumeiro e as regras; (c) O Direito é criação social, não estatal. A função do Estado é
de positivar o Direito (traduzir em normas escritas os princípios que se afirmam na
consciência social); (d) Léon Duguit condenou o monismo. Admitiu a pluralidade das
fontes do Direito Positivo e demonstrou que as normas jurídicas têm sua origem no cor-
po social. Ressalta-se a existência da TEORIA DO PARALELISMO para quem Estado
e Direito são realidades distintas, porém necessariamente interdependentes. Com base
nessa teoria, Miguel Reale criou a Teoria Tridimensional do Estado e do Direito.
Resposta:
Trata-se do poder decorrente da soberania, por meio do qual tem a prerrogativa de solu-
cionar os conflitos (aplicar a lei ao caso concreto), mediante a aplicação de sua normas
jurídicas, as quais deverão ser respeitadas no espaço do seu território.
A jurisdição é uma das parcelas do poder soberano do Estado, o qual é um dos seus e-
lementos de formação. Também é indicado como uma das funções, segundo clássica
tripartição de Montesquiau.
110
3) Como esta jurisdição de certa forma é até uma manifestação de soberania o que o senhor
me diz a respeito de intervenção internacional em Estado para proteção dos direito humanos,
é possível? A China e algumas poucas potências têm posição peculiar que impedem tais medi-
das? Tem cadeira permanente no Conselho de Segurança.
Resposta:
Tanto a China como a Rússia, ambos com assentos permanentes no Conselho de Segu-
rança e, portanto, com direito de veto, rejeitam a idéia de intervenção armada interna-
cional.
Resposta:
A princípio, o agente diplomático, por possuir relação jurídica com o próprio Estado de
origem, goza do benefício da imunidade de jurisdição penal, cível, tributária e trabalhis-
ta, salvo renúncia. Por outro lado, resta combatida a existência de uma imunidade supra
legem do próprio Estado, especialmente em foro trabalhista. As decisões do Supremo
Tribunal Federal eram no sentido de reconhecer a imunidade absoluta do Estado, apesar
de não prevista nos Tratados e Convenções, com base em uma antiga regra consuetudi-
nária. Essa tese, entretanto, foi revista a partir de decisão proferida por aquela Corte no
famigerado caso "Genny", onde foi proferido o clássico voto vista do então Ministro
FRANCISCO REZEK. Com efeito, entendeu-se pela inexistência de suporte para a ex-
clusão dos entes de direito público à jurisdição doméstica em casos que envolvam os
atos de pura gestão, abandonados que são das normas das Convenções Internacionais,
na medida em que afastados da rotina puramente diplomática e/ou consular (os chama-
dos atos de impérios que ainda se vêm protegidos pela imunidade). A decisão baseou-se
na evolução do instituto em âmbito internacional.
5) Qual foi o primeiro Estado a reconhecer o Brasil como nação independente de Portugal?
Resposta:
Resposta:
Os Estados compostos são uniões de Estados (dois ou mais), que se formam por moti-
vos diversos, com duas ou mais fontes de elaboração do Direito e igual número de esfe-
ras de poder público. Ex.: união pessoal, união real, fusão, confederação, Estado Fede-
ral.
Resposta:
O Estado se forma a partir do momento em que se reúnem seus TRÊS elementos: terri-
tório, comunidade humana assentada em tal área e governo independente (não subordi-
nado a qualquer poder externo). São esses elementos que permitem o exercício das prer-
rogativas estatais e lhe conferem soberania.
Entende-se que a partir do momento em que esses elementos são reunidos, não se faz
necessário que haja o reconhecimento da qualidade de Estado por parte das outras na-
ções soberanas. Tal reconhecimento não tem efeito constitutivo, portanto.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
4) Por que duas convenções internacionais, uma para representação consular e outra para
relações diplomáticas?
Resposta:
Resposta:
Já decidiu o STF que pode o Cônsul ser preso em caso de crime grave, mediante ordem
da autoridade competente ou a partir de sentença condenatória transitada em julgado.
114
HC 81158/RJ. De toda forma, o processo deve ser conduzido com as deferências devi-
das ao agente e de maneira a pouco perturbar as funções consulares.
Em relação aos cônsules honorários é importante que se diga que as imunidades são
restritas aos atos relacionados ao exercício das suas funções, não se estendendo à famí-
lia.
6) A partir de 89, caso emblemático, sobre algumas imunidades do Estado. Isso alterou a inter-
pretação das convenções internacionais anteriormente assinadas? (O caso era de reconheci-
mento de paternidade de diplomata)
Resposta:
Foi a partir de 89 que o STF alterou o seu entendimento acerca da natureza da imunida-
de de jurisdição dos Estados estrangeiros: de absoluta, para relativa, em relação aos atos
de gestão. Todavia, a decisão não atinge os regimes das imunidades dos Diplomatas e
Cônsules, regidos pelas Convenções de Viena de 1961 e 1963, respectivamente.
Após pesquisa, encontrei o acórdão do STF no RE nº 104262 (Rel. Min. Rafael Mayer),
de 1985, em processo de investigação de paternidade em face de diplomata, em que o
Tribunal não conheceu do recurso por falta de prequestionamento. Na ocasião, a senten-
ça e o acórdão recorrido não haviam conhecido do pedido, diante da imunidade de ju-
risdição, a qual foi alegada pelo Embaixador da Colômbia, então. No acórdão, o STF
reafirma considerar a imunidade de jurisdição do diplomata absoluto, ressalvadas a ex-
ceções trazidas pela própria Convenção de Viena.
7) O consulado americano compra terreno para colocar sua representação, na Barra. O imóvel
é foreiro. Pode a União cobrar o laudêmio?
Resposta:
A doutrina e a jurisprudência entendem que o laudêmio não tem natureza tributária, mas
de mera compensação paga pelo proprietário do domínio útil, pela sua transferência
onerosa.
115
Assim, pode a União cobrar laudêmio pela transferência do imóvel em questão. Lem-
brando que, a princípio, a obrigação de pagar é do alienante, salvo estipulação contratu-
al em contrario.
8) Se o diplomata compra imóvel para morar e recebe IPTU, ele pode ser cobrado?
Resposta:
São exceções à imunidade tributária: (i) ações que envolvem imóvel particular do di-
plomata, que não o residencial; (ii) causas sucessórias a título pessoal; (iii) tributos indi-
retos; (iv) tarifas de serviço público; (v) tributos incidentes sobre rendimentos privados
auferidos do Estado acreditado; (vi) impostos sobre o capital, referentes a investimentos
em empresas no Estado acreditado.
9) No caso de Estado estrangeiro, o município pode cobrar IPTU de imóveis daqueles Estados?
Resposta:
Tanto no STF como no STJ é pacífico que Estados Estrangeiros gozam de imunidade
tributária. Sendo assim, não pode o Município cobrar IPTU sobre os imóveis pertencen-
tes a Estados estrangeiros.
10) Imunidade do diplomata para as ações de responsabilidade civil. Discorra. (caso da indeni-
zação do embaixador que bateu com o carro)
Resposta:
116
o Estado de origem renuncia à imunidade, permitindo o processamento. Nada impede,
porém, que seja proposta ação no Estado de origem do diplomata.
Note-se que se a ação fosse contra o Estado estrangeiro (não contra o diplomata), em
função da relativização da imunidade no que tange a atos de gestão, poderia ser o Esta-
do condenado.
Resposta:
Não é possível, haja vista a imunidade tributária de que goza os Estados estrangeiros,
em relação às sedes de suas representações, no que pertine aos tributos indiretos.
Resposta:
Segundo evolução acerca do tema imunidade dos Estados estrangeiros, entende-se que
possuem imunidade absoluta em relação aos atos de império (decorrentes do exercício
da soberania) e relativa, no que pertine aos atos de gestão (decorrentes da pratica de aos
privados e comerciais).
Não se deve esquecer, porém, que ainda prevalece o entendimento de que a imunidade
de execução é absoluta, mesmo em condenações que decorram de atos de gestão. Nada
obsta que o Estado estrangeiro a ela renuncie.
02) Quais os entes que estão legitimados a celebrar convenções, tratados, pactos?
Resposta:
Deve-se destacar, veementemente, que embora possa se entender que possuem persona-
lidade de direito internacional, os indivíduos, as empresas e as ONG‘s não têm capaci-
dade para celebração de tratados.
Resposta:
Sim, em caráter excepcional. Inicialmente, como cabe ao Estado definir órgãos e autori-
dades encarregados de representá-los nas relações internacionais, o que inclui a celebra-
ção de tratados, é teoricamente possível que uma unidade federada possa receber tal
indicação (ex.: Alemanha e Suíça). Mas não é normal, pois o direito de convenção dos
Estados está ligado à soberania, atributo do qual não são dotadas. A Constituição de
1891 previa expressamente essa possibilidade. Atualmente, compete à União concluir
tratados (22, I da CRF).
118
1.12. Sociologia do Direito
Resposta:
Aristóteles fundamenta a tese que ―o homem é um animal social‖ dizendo que a união
entre os homens é natural, porque o homem é um ser naturalmente carente, que necessi-
ta de coisas e de outras pessoas para alcançar a sua plenitude. A sociabilidade faz parte
da natureza do homem, portanto.
Algo social pode ser entendido como o decorrente das relações entre os indivíduos. E
algo natural como o que existe independentemente da participação do homem ou da sua
interação com outros semelhantes.
Obs.: não tenho certeza se era isso que o examinador queria. Procurei muito, mas não
encontrei. Acho que a questão não trata de ―fato social‖, estando mal inserida.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
119
1.12.1.3. Questões do TRF3
Resposta:
Para Kelsen, o direito deveria ser entendido como norma, estando livre de qualquer
concepção social ou valorativa. O estudioso caminha para especificar uma ciência que
não se confunda com a psicologia, a sociologia, a política e a moral. O principio meto-
dológico fundamental da sua obra Teoria Pura do Direito, é libertar a ciência jurídica
de todos os elementos que não lhe são próprios. A teoria desenvolvida por Miguel Rea-
le contrapõe a concepção de Kelsen em reconhecer o Direito como um sistema de nor-
mas. Para Miguel Reale não há como compreender o Direito sem levar em conta os fa-
tos e os valores. Dentro desta sistemática que é concebida a sua teoria tridimensional,
levando-se em conta a norma e associando a esta aluns contextos fáticos e axiológicos.
Resposta:
Segundo a teoria positivista, o Direito, pelo simples fato de ser positivo, deve ser obe-
decido incondicionalmente. Os juízes devem assumir uma postura de neutralidade, se
limitando a decidir de acordo com o direito vigente. Deste modo, a lei pode ser injusta e
opressiva, mas enquanto não for revogada, obriga e se impõe a todos. Para a teria pós-
120
positivista, o direito depende da moral, tanto no momento de reconhecimento de sua
validade como no momento de sua aplicação, logo, direito extremamente injusto não
poderia ser considerado direito.
2) Prosseguindo, esta dicotomia, direitos sociais e individuais, o senhor poderia falar um pouco
sobre isso? Estes direitos sociais também são direito do indivíduo. A sociedade é dissociada do
indivíduo?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
5) O que é epistemologia?
Resposta:
Epistemologia (do grego episteme = conhecimento, ciência; e logos = estudo de), tam-
bém chamada de teoria do conhecimento, é o ramo da filosofia que trata da natureza,
das origens e da validade do conhecimento. Entre as principais questões debatidas pela
epistemologia destacam-se: O que é o conhecimento? Como obtemos conhecimento?
Como defender os nossos modos de conhecer das investidas do ceticismo?
122
6) Art. 133 do CPP – indispensabilidade. O que é a defesa no processo penal? É possível a reali-
zação da justiça sem defesa?
Resposta:
(não entendi a referência ao art. 133 do CPP). No processo penal, defesa consiste em
direito subjetivo inafastável do réu de opor-se ao direito de ação. Segundo a súmula 523
do STF, ―no processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua de-
ficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu‖. A defesa técnica no Pro-
cesso Penal é irrenunciável. Nesse diapasão, podemos afirma que não é possível a reali-
zação de justiça sem defesa. O contraditório é essencial para que se alcance a justa
composição da lide. Diferente do que ocorre no processo civil, onde prevalece o valor
segurança jurídica sobre a justiça (admite-se condenação de réu revel), no processo pe-
nal, exige-se a defesa técnica, sendo inviável condenação de réu revel.
7) O que é justiça?
Resposta:
A principal definição da palavra Justiça é: a virtude de dar a cada um aquilo que lhe é
merecido ou que é seu por direito legal (direito definido nas leis do país). Justiça tam-
bém é a faculdade de julgar segundo o direito e a melhor consciência. É o termo que
designa, em Direito, aquilo que se faz de acordo com o direito. É a faculdade de julgar
segundo o que prescreve a lei, o direito e a razão. É imparcialidade na interpretação do
ordenamento jurídico. No Brasil, Justiça é, também, o conjunto de órgãos e funções que
compõem o Poder Judiciário, isto é, o conjunto de magistrados judiciais e pessoas que
servem junto deles. Isso inclui todo o pessoal dum tribunal e o próprio Poder Judiciário.
Segundo Aristóteles, o termo justiça denota, ao mesmo tempo, legalidade e igualdade.
Assim, justo é tanto aquele que cumpre a lei (justiça em sentido estrito) quanto aquele
que realiza a igualdade (justiça em sentido universal).
123
1.13.1.5. Questões do TRF5
2. Ponto 02
2.1. Direito Constitucional
Resposta:
Resposta:
Segundo Gilmar Medes, ―o poder constituinte originário não se esgota quando edita
uma Constituição. Ele subsiste fora da Constituição e está apto para se manifestar a
qualquer momento. Trata-se, por isso mesmo de um poder permanente, e, como tam-
bém é incondicionado, não se sujeita a formas prefixadas para operar. O poder constitu-
inte originário, entretanto, não costuma fazer-se ouvir a todo momento, até porque não
haveria segurança das relações se assim fosse‖. Segundo Uadi Lâmmego Bulos, uma
das características do poder constituinte originário é a latência: ―é um poder latente,
atemporal, contínuo, pois está pronto para ser acionado a qualquer momento‖. Por ser
um poder jurídico, instituído, o poder constituinte derivado é condicionado, limitado e
subordinado às disposições estabelecidas pelo Poder Constituinte Originário.
Resposta:
124
or. Emenda é reforma de menor extensão. A revisão constitucional é recurso que ob-
jetiva mudar a constituição amplamente. Revisão equivale a reforma de maior am-
plitude. Na CF/88, há diferenças quanto ao exercício do poder de reforme e do poder de
revisão. A emenda será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos
dos respectivos membros (art. 60, § 2º, da CF). A revisão constitucional será realizada
após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria abso-
luta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral (art. 3º do ADCT).
Resposta:
Resposta:
Descolonização é o nome genérico dado ao processo pelo qual uma ou várias colônias
adquirem ou recuperam a sua independência. Dentro do processo consensual de transi-
ção, seria o reconhecimento, geralmente por meio de acordo, por parte da metrópole, da
independência e soberania da colônia, que passaria a dispor do poder constituinte origi-
nário para fundação do seu próprio ordenamento jurídico.
Resposta:
125
nal. Já o processo informal evidencia-se na mutação constitucional. Mutação Constitu-
cional não é a mudança do texto constitucional, mas a mudança da interpretação de um
dispositivo constitucional.
Resposta:
Resposta:
(embora minha resposta seja óbvia, a minha interpretação não permitiu imaginar outra
coisa). O poder constituinte se materializa em normas formalmente constitucionais, seja
elas originárias ou fruto de emendas constitucionais. No Brasil, é possível a materializa-
ção do poder constituinte por meio de tratados internacionais sobre direitos humanos
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros.
Resposta:
Resposta:
Com relação ao poder constituinte originário, segundo a doutrina, embora seja um poder
ilimitado juridicamente, é certo que encontra, do ângulo filosófico, sociológico, econô-
mico, religioso e político, limites ao seu exercício. A doutrina classifica esses limites
em: ideológicos, institucionais e substanciais. Os limites substanciais, por sua vez, são
subdivididos em imanentes, transcendentes e heterônomos. Limites transcendentes
prendem-se aos direitos fundamentais, intrinsecamente ligados à dignidade humana,
haja vista provirem de imperativos éticos superiores. Já os limites heterônomos condi-
cionam o exercício do poder constituinte às normas de Direito Internacional, eis que
representam responsabilidades e obrigações assumidas pelo Estado no plano externo.
Portanto, a DUDH, seja por elencar direitos fundamentais, seja por declarar regras cos-
tumeiras de Direito Internacional de natureza imperativa (jus cogens), representa uma
forma de limitação extrajurídica ao poder constituinte. Quanto ao poder constituinte
derivado, além das limitações jurídicas impostas pelo poder originário, também se sub-
mete às barreiras extrajurídicas acima referidas.
Resposta:
127
Resposta:
Sim. Limites implícitos, tácitos, indiretos ou inerentes são aqueles que não vêm prescri-
tos pela linguagem do constitu8inte, embora sejam tão contundentes quanto os expres-
sos. Proíbem a reforma de normas que estatuem limites, suja observância é obrigatória
para se emendar ou revisar as constituições. O que foi prescrito pelo constituinte para
uma reforma constitucional não pode ser atenuado, suprimido ou mudado. Exemplo: o
constituinte reformador não pode suprimir o art. 60, § 4º, da CF (vedação da dupla revi-
são).
5) Há algum tratado de direitos humanos que já foi incorporado após a EC nº 45 pelo quórum
de emenda?
Resposta:
Resposta:
Na superveniência de uma nova constituição, as normas anteriores, que são com ela
compatíveis no seu conteúdo, continuam em vigor. Diz-se que, nesse caso, opera o fe-
nômeno da recepção, que corresponde a uma revalidação das normas que não desafiam,
materialmente, a nova constituição. Às vezes a recepção é expressa (ex.: Constituição
de 1937). Todavia, o mais frequente é a recepção tácita. Deve-se a Kelsen a teorização
do fenômeno da recepção, pelo qual se busca conciliar a ação do poder constituinte ori-
ginário com a necessidade de se obviar vácuos legislativos. As normas que apresentam
incompatibilidade meramente formal com a nova constituição, ainda assim serão recep-
cionadas com o status normativo prescrito pelo novo texto constitucional. Se a norma
anterior à constituição não guarda compatibilidade de conteúdo com esta, não continua-
rá a vigorar, havendo, aqui, quem considere ocorrer caso de revogação e quem veja na
hipótese uma inconstitucionalidade superveniente. A matéria provocou debate no STF,
que adotou a tese da revogação (não recepção). Prevalece na doutrina que as normas da
constituição anterior, mesmo que compatíveis com a nova constituição, não podem ser
recepcionadas, havendo sua revogação global.
128
7) Qual o trâmite das emendas constitucionais?
Resposta:
As EC pode ser propostas por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Depu-
tados ou do Senado Federal; pelo Presidente da República; ou por mais da metade das
Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas,
pela maioria relativa de seus membros. A proposta será discutida e votada em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em am-
bos, três quintos dos votos dos respectivos membros. A EC será promulgada pelas Me-
sas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Resposta:
Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: (a) a forma fe-
derativa de Estado; (b) o voto direto, secreto, universal e periódico; (c) a separação dos
Poderes; (d) os direitos e garantias individuais. Segundo o STF, as cláusulas pétreas não
significam a intangibilidade literal da respectiva disciplina, mas sim a proteção ao nú-
cleo essencial de determinados direitos, princípios e instituições.
Resposta:
129
Resposta:
(o dispositivo constitucional referido foi o art. 153, § 2º, II, da CF). ―Mostra-se imperti-
nente a alegação de que a norma do art. 153, § 2º, II, da CF não poderia ter sido revoga-
da pela EC nº 20/98 por se tratar de cláusula pétrea. Essa norma não consagrava direito
ou garantia fundamental, apenas previa a imunidade do imposto sobre a renda a um de-
terminado grupo social. Sua supressão do texto constitucional, portanto, não representou
a cassação ou o acolhimento de um direito fundamental e, tampouco, um rompimento
da ordem constitucional vigente‖ (RE 372600-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, 2ª Turma,
DJ 23/4/2004). Ressalte-se também que, segundo o STF, não à direito adquirido à não
incidência tributária, bem como não há direito adquirido no aposentamento.
Resposta:
Resposta:
130
2.1.1.4. Questões do TRF4
1) Quais são os limites ao poder de reforma?
Resposta:
Resposta:
131
Resposta:
Resposta:
O art. 164, III, do CTN, dispõe ser cabente a Ação de Consignação em Pagamento,
quando mais de um ente tributante pretender cobrar um ou mais tributos sobre o mesmo
fato gerador. Tal situação versa sobre o instituto jurídico da ―bitributação‖, prevista no
Código Tributário, e de todo condenável, havendo medida judicial apta a sanar a dupla
invasão patrimonial pleiteada pelos Fiscos no caso ―sub examine‖.
Resposta:
Resposta:
132
A parafiscalidade é a delegação dos elementos da capacidade tributária ativa. Enfim, é a
permissão pelo ente que retém a competência tributária de atribuir a outro o poder de
arrecadar, fiscalizar e administrar os tributos. Na parafiscalidade, terceira pessoa arreca-
da o tributo para si e passa a dispor do produto da arrecadação do tributo. Exemplo: a
atividade desenvolvida pelo SESC, SENAC, SESI, SENAI, SEST.
6) Há exceções no que concerne à imunidade constitucional, no que diz respeito apenas a im-
postos? Ou outros tributos também podem ser abarcados?
Resposta:
(Entendi que o examinador queria saber se existe imunidades para outras espécies tribu-
tárias além dos impostos). Há imunidades a outras espécies tributárias que não impos-
tos: (a) imunidade das receitas decorrentes de exportação às contribuições sociais e de
intervenção no domínio econômico; (b) imunidade às contribuições para a seguridade
social das entidades beneficentes de assistência social que atendam aos requisitos esta-
belecidos em lei; (c) a contribuição para a seguridade social não incidirá sobre aposen-
tadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência; (d) imunidade em relação
às taxas para o direito de petição e certidões.
Resposta:
8) Se a União criar tributo com base na competência residual, ela tem que passar alguma coisa
para estados e municípios?
Resposta:
Com relação à competência residual para instituir imposto (art. 154, I, da Constituição
Federal), caso a exercite, a União deverá repassar aos Estados 20% do valor da arreca-
dação, nos termos do art. 157, II, da Constituição Federal. Quanto à instituição de con-
tribuições residuais para custeio da seguridade social (art. 195, § 4º, da CF), não há
qualquer determinação para transferência obrigatória da arrecadação.
133
9) Norma legal que altera prazo de recolhimento de tributo se sujeita ao princípio da anteriori-
dade?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Mesmo no caso de o valor do ITR ser inferior ao do IPTU, a competência para julgar a
ação de consignação em pagamento permanecerá com o juízo federal, haja vista que
esta é estabelecida pela presença da União como sujeito passivo da demanda, nos ter-
mos do art. 109, I, da Constituição Federal. A diferença entre os valores dos tributos não
altera a legitimidade passiva.
Resposta:
134
Segundo Harada: ―capacidade contributiva é aquela capacidade relacionada com a im-
posição parcial ou total. É a capacidade econômica da pessoa enquanto sujeito passivo
da relação jurídico-tributária. Já a capacidade econômica é aquela ostentada por uma
pessoa que não é contribuinte, como por exemplo, um cidadão abastado, de passagem
pelo país.‖. Ele exemplifica: ―Um cidadão que usufrui renda tem capacidade contributi-
va perante o país em que a recebeu; já um cidadão rico, de passagem pelo país, tem ca-
pacidade econômica, mas não tem capacidade contributiva, pois ele tem rendimentos
suficientes para suportar tributos, mas não há nenhuma relação jurídica que o vincule ao
Fisco do país pelo qual transita. Assim, não tem capacidade contributiva neste país.‖.
Resposta:
Resposta:
6) Os art. 153, 154 e 155 são relativos aos impostos. Por que não há tal discriminação em rela-
ção as taxas? E por há em relação unicamente aos impostos?
Resposta:
135
A taxa é uma espécie tributária que decorre da prestação de um serviço público ou do
exercício do poder de polícia. Destarte, leque de possibilidades para hipóteses de inci-
dência do referido tributo mostra-se extremamente amplo, o que torna inviável a preten-
são de esgotá-lo em um rol taxativo. Quanto aos impostos, considerando que não há
uma contraprestação por parte do Estado (tributo unilateral), bem como as exigências de
segurança jurídica e limitação do arbítrio do Poder Público, faz-se necessário relacionar
as hipóteses de incidência. Trata-se de uma garantia do cidadão contribuinte.
7) Poderíamos admitir que a União instituísse, através de lei federal, IPVA, por exemplo? E se
for o Território?
Resposta:
Resposta:
9) Fale sobre a inobservância do princípio de devido processo legal no âmbito do direito tribu-
tário.
Resposta:
Podemos afirmar que o devido processo legal, como garantia constitucional que é, há de
ser sempre observado, quer nos processos judiciais, quer nos procedimentos administra-
tivos, dele derivando todos os demais princípios constitucionais do processo. Desta fei-
ta, somente quando os instrumentos à disposição das partes são distribuídos com igual-
dade de oportunidades, entre elas, com estrita observância do contraditório e da ampla
defesa, é que se poderá falar em processo justo, adequado e democrático, sincronizado,
136
portanto, com os valores consagrados na Constituição Federal de 1988. A sua inobser-
vância, no âmbito do processo tributário gera a nulidade absoluta da decisão proferida, o
que implica, via de regra, o afastamento da exação.
10) COSIP, de acordo com o art. 150, II, CR/1988, pode haver aplicação do princípio da isono-
mia?
Resposta:
―Entendeu-se que a COSIP constitui um novo tipo de contribuição que refoge aos pa-
drões estabelecidos nos artigos 149 e 195 da CF, ou seja, é uma exação subordinada a
disciplina própria (CF, art. 149-A), sujeita, contudo, aos princípios constitucionais tribu-
tários, haja vista enquadrar-se inequivocamente no gênero tributo. Ressaltou-se que, de
fato, como a COSIP ostenta características comuns a várias espécies de tributos, não
haveria como deixar de reconhecer que os princípios aos quais estes estão submetidos
também se aplicam, modus in rebus, a ela. Destarte, salientou-se que, apesar de o art.
149-A da CF referir-se apenas aos incisos I e III do art. 150 da CF, o legislador infra-
constitucional, ao instituir a contribuição em análise, considerada a natureza tributária
da exação, estaria jungido aos princípios gerais que regem o gênero, especialmente o da
isonomia (art. 150, II) e o da capacidade contributiva (art. 145, § 1º).‖ RE 573675/SC,
25.3.2009.
Resposta:
(não sei o que seria valor de tributo indireto, respondi o que é tributo indireto). No tri-
buto indireto a carga tributária cai sobre o ―Contribuinte de Direito‖ que a transfere para
outrem, o ―Contribuinte de Fato‖. Assim temos: (a) contribuinte de direito: pessoa de-
signada pela lei para pagar o imposto; (b) contribuinte de fato: pessoa que de fato supor-
ta o ônus fiscal. Esse aspecto é de importância fundamental na solução dos problemas
de restituição do indébito tributário. O IPI e o ICMS são impostos indiretos. uma vez
que o consumidor final é que, de fato, acaba por suportar a carga tributária, embora não
seja designado pela lei como contribuinte desses impostos.
Resposta:
O dispositivo constante do art. 166 do CTN tem por finalidade exatamente evitar o lo-
cupletamento ilícito por parte do contribuinte de direito. Nos tributos indiretos, como o
137
contribuinte de direito é diverso do contribuinte de fato, caso fosse possível àquele ha-
ver a restituição de tributo que não pagou, haveria enriquecimento sem causa, em detri-
mento de terceiro que efetivamente suportou o ônus fiscal. Portanto, a lei exige que, nas
hipóteses de repercussão tributária, a repetição do indébito seja devida a quem efetiva-
mente tenha suportado o encargo financeiro.
Resposta:
Depende. Se a isenção for onerosa e concedida por prazo certo, aplica-se o referido
princípio, nos termos do art. 178 do CTN. Todavia, caso contrário, a isenção pode ser
revogada ou modificada a qualquer tempo, não incidindo o princípio da intangibilidade.
Ressalte-se que, segundo a regra do art. 104, III, do CTN, a revogação da isenção de
impostos sobre a renda deve observar o princípio da anterioridade.
Resposta:
(apesar de muito pesquisar, não encontrei uma resposta para essa pergunta, então segue
a resposta que eu daria à banca). Lacuna endógena é aquela em que a ausência de norma
ocorre dentro do ramo específico do Direito. Exemplo: no CPP não há previsão de ex-
ceções ao princípio da identidade física do juiz; assim, deve ser aplicado o art. 132 do
CPC. Lacuna exógena ocorre quando no ordenamento jurídico como um todo há a au-
sência da norma. Exemplo: casamento de pessoas do mesmo sexo.
Resposta:
Resposta:
Na obra Teoria dos Princípios, capítulo ―Texto e norma‖, Humberto vila diz: ―Normas
não são textos nem o conjunto deles, mas os sentidos construídos a partir da
interpretaçao sistemática de textos normativos. Daí se afirmar que os dispositivos se
constituem no objeto da interpretação; e as normas, no seu resultado.‖ Preceito,
dispostivo e texto normativo podem ser consideradas expressões sinônimas.
17) O que é Poder de Tributar? As limitações de Tributar são cláusulas pétreas? Há relação
entre poder de tributar e competência tributária?
Resposta:
139
Resposta:
Competência tributária é a aptidão para editar lei instituidora de tributo. Não se confun-
de com a capacidade tributária (classificada em ativa e passiva), que está relacionada
com a aptidão para figurar no polo ativo ou passivo da relação jurídico-tributária. O
CTN equipara a capacidade tributária ativa com a competência tributária (art. 119). Po-
rém, os institutos não se confundem, como demonstram as contribuições de interesse
das categorias profissionais (ex: a União edita a lei, mas é a OAB a credora da contribu-
ição). A capacidade tributária passiva é disciplinada no art. 126. A competência tributá-
ria se classifica em: (i) comum: CF, art. 145, II e III; (ii) privativa: CF, arts. 153, 155,
156; (iii) cumulativa: CF, art. 147; (iv) residual: CF, arts. 154, I e 195, § 4º ; (v) extra-
ordinária: CF, art. 154, II
Resposta:
Resposta:
Caso o ente federativo conceda benefício fiscal sobre a totalidade do valor arrecadado,
estará ele, por vias oblíquas, malferindo a autonomia financeira de outros entes federati-
vos, no ponto em que assegurada pela repartição das receitas tributárias estabelecida na
Constituição da República (artigos 157 a 162). Sob este viés, pois, a concessão de bene-
fício fiscal sobre a totalidade das receitas mostra-se inconstitucional. Pode-se cogitar,
inclusive, de violação ao artigo 160 da Lei Maior: ―É vedada a retenção ou qualquer
restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta, seção, aos Estados, ao
Direitito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relati-
vos a impostos‖.
140
2.3. Direito Administrativo
Resposta:
2) A partir da Teoria Geral do Direito Público, porque se diz que o processo administrativo é o
modo normal de agir no Estado de Direito? Existe espaço no estado de direito para agir fora do
processo administrativo, quais as qualidades que ele revela?
Resposta:
Num Estado de Direito qualquer exercício de poder é sujeito a controle. Por conseguin-
te, se diz que o processo administrativo, na medida em que torna possível tal controle, é
o modo normal de agir da Administração no Estado de Direito, inexistindo espaço de
atuação fora do seu âmbito.
Resposta:
141
4) Pode haver no âmbito do processo administrativo, autorização para interceptação telefôni-
ca?
Resposta:
Não, pois a Constituição restringe a interceptação telefônica à seara penal (CF, art. 5º,
XII). O STF, porém, admite que o produto da interceptação, deferida de acordo com os
respectivos pressupostos, seja utilizado no processo administrativo disciplinar.
Resposta:
Não, pois a revelia é legalmente definida como ausência de defesa, e não defesa inefici-
ente (Lei nº 8.112/90, art. 164). Ademais, na jurisprudência, a defesa ineficiente não é
tida como causa de nulidade absoluta, ensejando nulidade apenas se houver prejuízo
(STF, súmula 523).
2) Processo administrativo punitivo: Quais as diferenças do processo disciplinar entre juiz que
já alcançou a vitaliciedade e um outro que ainda não alcançou tal vitaliciedade?
Resposta:
Resposta:
Não, pois a revelia é legalmente definida como ausência de defesa, e não defesa inefici-
ente (Lei nº 8.112/90, art. 164). Ademais, na jurisprudência, a defesa ineficiente não é
tida como causa de nulidade absoluta, ensejando nulidade apenas se houver prejuízo
(STF, súmula 523).
Resposta:
142
Segundo a Lei nº 9.784/99, ―nos processos administrativos serão observados, entre ou-
tros, os critérios de divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses
de sigilo previstas na Constituição‖ (art. 2º, § único, V). Segundo a Constituição, ―a lei
só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando da defesa da intimidade
ou o interesse social o exigirem‖ (Art. 5º, LX).
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
O duplo grau não integrou a rede de argumentos que levou o STF à edição da súmula
vinculante nº 21 (―É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo‖). Porém, partindo da
premissa da sua inexistência – como sugere a questão –, pode-se concluir que o duplo
grau, por inexistir, não representa obstáculo à exigência de depósito recursal no âmbito
administrativo.
02) Quais os princípios constitucionais que justificam a vedação do depósito recursal adminis-
trativo?
Resposta:
03) Reserva de lei complementar estaria dentro dos princípios que vedam o depósito adminis-
trativo?
Resposta:
144
2.4. Direito Penal
Resposta:
Resposta:
Resposta:
145
Segundo Cezar Roberto Bitencourt, três são as técnicas de solução do conflito aparente
de normas: (i) especialidade: tipo especial prevalece sobre tipo geral. Ex: certas formas
de prática de crimes contra ordem tributária são formas especiais de estelionato; (ii)
subsidiariedade: o tipo subsidiário – chamado de soldado de reserva – se aplica na au-
sência do preenchimento dos pressupostos de outro tipo, considerado principal. Ex:
constrangimento ilegal diante dos crimes em que há emprego de violência ou grave a-
meaça; (iii) consunção ou absorção: um tipo constitui meio necessário ou fase normal
de preparação ou execução de outro. Ex: falso é absorvido pelo estelionato.
Resposta:
O agente deve ser considerado partícipe de infanticídio, pois, nos termos do art. 29 do
Código Penal, ―quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade‖, sendo aplicável, outrossim, o art. 30, se-
gundo o qual ―não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime.‖
5) No que diz respeito à causalidade qual a teoria que o ordenamento jurídico presentemente
adota? Dê um exemplo?
Resposta:
6) Como se classifica a conduta do sujeito, ela pode ser de que forma? O que é ação?
Resposta:
Em seu Manual de Direito Penal – Parte Geral, no capítulo Conduta Punível, Cezar Ro-
berto Bitencourt diz: ―Ação é o comportamento humano voluntário conscientemente
dirigido a um fim. (...) Ação e omissão, em sentido estrito, constituem as duas formas
básicas do fato punível, cada uma com estrutura completamente diferente: a primeira
viola uma proibição (crime comissivo), a segunda descumpre um ordem (crime omissi-
146
vo).‖ A conduta/ação do sujeito, pois, se classifica em ação e omissão, que, por sua vez,
se biparte em omissão própria e omissão imprópria.
Resposta:
8) Na hipótese em que alguém atira da perna de outrem, esta pessoa ferida é socorrida, a
ambulância trafega de maneira veloz e na contramão e esta vem a tombar, fazendo com que a
vítima tenha um agravamento e morra no hospital em virtude de infecção hospitalar. Como o
senhor averigua nesta hipótese a relação de causalidade?
Resposta:
9) Na hipótese em que uma pessoa venha ser abordada por outra pessoa abruptamente e
morre por ataque cardíaco, neste caso, como o senhor veria isso?
147
Resposta:
Segundo a teoria da imputação objetiva de Claus Roxin, pode-se afirmar que a pessoa
que aborda outra de forma abrupta, embora tenha dado causa ao resultado morte de a-
cordo com teoria da equivalência das condições, não criou um risco juridicamente proi-
bido ao bem jurídico vida e, por essa razão, a ela não pode ser imputado o resultado
morte.
10) O que é imputabilidade? O crime é um fato punível? Qual a diferença entre punível e pu-
nido? O imputável é culpado ou culpável? E o culpado pode ser punido ou punível? Em que
situação o juiz não entra no mérito? Prescrição da pretensão punitiva?
Resposta:
Resposta:
148
Resposta:
Após o advento do finalismo, que deslocou dolo e culpa da culpabilidade ao tipo penal,
não mais se utiliza o conceito psicológico, e sim o conceito normativo de culpabilidade,
assim exposto por Juarez Cirino dos Santos: “um juízo de reprovação sobre o sujeito
(quem é reprovado), que tem por objeto a realização do tipo de injusto (o que é repro-
vado) e por fundamento (a) a capacidade geral de saber o que faz; (b) o conhecimento
concreto que permite ao sujeito saber realmente o que faz e (c) a normalidade das cir-
cunstâncias do fato que confere ao sujeito o poder de não fazer o que faz (porque é re-
provado).” De acordo com a teoria bipartida, a culpabilidade não integra o conceito
analítico de crime, sendo um pressuposto para a aplicação da pena. Para a teoria tripar-
tida, a culpabilidade, ao lado da tipicidade e da antijuridicidade, é elemento do crime.
Dizê-la um pressuposto de aplicação da pena, segundo a teoria tripartida, não faz senti-
do, pois, a rigor, tipicidade e antijuridicidade também são pressupostos de aplicação da
pena.
Resposta:
Luiz Flávio Gomes traça a seguinte evolução da relação entre tipicidade e ilicitude: (i)
teoria da tipicidade neutra e independente de Beling, para quem a tipicidade, porque
puramente descritiva, ou seja, desprovida de juízos de valor, não teria nenhum vínculo
com a ilicitude; (ii) teoria da ratio cognoscendi: a tipicidade seria mero indício da ilici-
tude; (iii) teoria da ratio essendi: para a doutrina neokantiana, a tipicidade não tem au-
tonomia. Ela faz parte da ilicitude, pois o legislador, ao selecionar um fato para defini-lo
como crime, já o pressupõe ilícito; (iv) teoria dos elementos negativo do tipo: a ilicitude
não tem autonomia, ela faz parte da tipicidade, pois na formulação do tipo penal estaria
implícita a ausência de causas de justificação (tipo negativo). Após, conclui o mencio-
nado doutrinador que o finalismo concebe a tipicidade como mero indício da ilicitude,
razão pela qual, ante o prestígio da doutrina finalista, reflexamente tal entendimento
encontra aceitação.
Resposta:
Com o advento do finalismo Welzel, o dolo, porque elemento da conduta final do agen-
te, migrou da culpabilidade (como sustentava a doutrina causalista, que trabalhava com
o conceito psicológico de culpabilidade) para o tipo penal, que, doravante, se biparte em
tipo objetivo e subjetivo (dolo). O finalismo se vale do conceito normativo puro de cul-
149
pabilidade, concebendo-a tão somente como um juízo de reprovação que recai sobre o
agente.
Resposta:
Cezar Roberto Bitencourt leciona que o erro de proibição ―é o que incide sobre a ilicitu-
de de um comportamento. O agente supõe, por erro, ser lícita a sua conduta. O objeto do
erro não é, pois, nem a lei, nem o fato, mas a ilicitude, isto é, a contrariedade do fato em
relação à lei.‖ O autor aponta três espécies de erro de proibição: (i) direto: ―o agente
engana-se a respeito da norma proibitiva‖; (ii) mandamental: ―ocorre nos crimes omis-
sivos, próprios ou impróprios. O erro recai sobre uma norma mandamental, sobre um
norma imperativa‖; (iii) indireto: também chamado de erro de permissão, o agente des-
conhece a ilicitude, no caso concreto, em razão da suposição errônea da existência ou
dos limites de uma causa de justificação. O erro de proibição exclui a culpabilidade.
Resposta:
Cezar Roberto Bitencourt leciona que o ―erro de tipo é o que recai sobre circunstância
que constitui elemento essencial do tipo. É a falsa percepção da realidade sobre um e-
lemento do crime. E a ignorância ou a falsa representação de qualquer dos elementos
constitutivos do tipo penal‖. O erro de tipo exclui o dolo e, por conseguinte, a tipicidade
da conduta do agente.
Resposta:
150
2.4.1.2. Questões do TRF2
1) Fale sobre a culpabilidade nos crimes omissivos culposos impróprios.
Resposta:
Resposta:
Cezar Roberto Bitencourt leciona que o ―erro de tipo é o que recai sobre circunstância
que constitui elemento essencial do tipo. É a falsa percepção da realidade sobre um e-
lemento do crime. E a ignorância ou a falsa representação de qualquer dos elementos
constitutivos do tipo penal‖. O erro de tipo exclui o dolo e, por conseguinte, a tipicidade
da conduta do agente. Quanto ao erro de proibição, diz: ―é o que incide sobre a ilicitude
de um comportamento. O agente supõe, por erro, ser lícita a sua conduta. O objeto do
erro não é, pois, nem a lei, nem o fato, mas a ilicitude, isto é, a contrariedade do fato em
relação à lei.‖ O autor aponta três espécies de erro de proibição: (i) direto: ―o agente
engana-se a respeito da norma proibitiva‖; (ii) mandamental: ―ocorre nos crimes omis-
sivos, próprios ou impróprios. O erro recai sobre uma norma mandamental, sobre um
norma imperativa‖; (iii) indireto: também chamado de erro de permissão, o agente des-
conhece a ilicitude, no caso concreto, em razão da suposição errônea da existência ou
dos limites de uma causa de justificação. O erro de proibição exclui a culpabilidade.
Resposta:
151
No crime omissivo há omissão própria; no comissivo por omissão, omissão imprópria.
Os crimes omissivos próprios são de mera conduta. Segundo Cezar Roberto Bittencourt,
“nesses crimes omissivos basta a abstenção, é suficiente a desobediência ao dever de
agir para que o delito se consume. O resultado que eventualmente surgir dessa omissão
será irrelevante para a consumação do crime, podendo apenas configurar uma majo-
rante ou qualificadora‖. A omissão imprópria, verificada nos crimes de resultado, con-
siste no crime comissivo por omissão. Segundo Cezar Roberto Bitencourt, é prevista no
§ 2º do artigo 13 do Código Penal, segundo o qual “a omissão é penalmente relevante
quando o agente devia e podia agir para evitar o resultado”, sendo que o dever de agir
pode ter origem legal (alínea a), contratual (alínea b) ou decorrer do comportamento
anterior do agente que cria o risco de ocorrência do resultado (alínea c).
Resposta:
Resposta:
Cezar Roberto Bitencourt leciona que o ―erro de tipo é o que recai sobre circunstância
que constitui elemento essencial do tipo. É a falsa percepção da realidade sobre um e-
lemento do crime. E a ignorância ou a falsa representação de qualquer dos elementos
constitutivos do tipo penal‖. O erro de tipo exclui o dolo e, por conseguinte, a tipicidade
da conduta do agente. Exemplo: o sujeito que, ludibriado por outrem, acredita estar
transportando cal para construção civil, quando em verdade está transportando cocaína,
não comete o crime descrito no art. 33 da Lei nº 11.343/06.
Resposta:
152
Sobre o erro de proibição, que exclui a culpabilidade, Cezar Roberto Bitencourt leciona:
―é o que incide sobre a ilicitude de um comportamento. O agente supõe, por erro, ser
lícita a sua conduta. O objeto do erro não é, pois, nem a lei, nem o fato, mas a ilicitude,
isto é, a contrariedade do fato em relação à lei.‖ O autor aponta três espécies de erro de
proibição: (i) direto: ―o agente engana-se a respeito da norma proibitiva‖; (ii) manda-
mental: ―ocorre nos crimes omissivos, próprios ou impróprios. O erro recai sobre uma
norma mandamental, sobre um norma imperativa‖; (iii) indireto: também chamado de
erro de permissão, o agente desconhece a ilicitude, no caso concreto, em razão da supo-
sição errônea da existência ou dos limites de uma causa de justificação. Exemplo: o
artigo 31 da Lei nº 9.605/98 considera crime a conduta de ―introduzir espécime animal
no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade compe-
tente‖. Quem desconhece a ilicitude desta conduta, está em erro de proibição.
Resposta:
Resposta:
153
Resposta:
Sobre o tema ―justificação nos tipos de imprudência‖, Juarez Cirino dos Santos afirma
que a questão é tormentosa, principalmente porque “o entrelaçamento ou interpenetra-
ção entre tipo e antijuridicidade é maior nos tipos de imprudência do que nos tipos do-
losos”. Não obstante, o autor admite tal possibilidade: “se o resultado não doloso da
situação de legítima defesa seria justificado por dolo, então, com maior razão, é justifi-
cado por imprudência”. Cita os seguintes exemplos: a) legítima defesa: “o agressor é
ferido por disparo acidental de pistola utilizada pelo agredido como objeto contundente
contra o agressor”; b) estado de necessidade: “ciclista desvia para o passeio, ao per-
ceber aproximação perigosa de carro no sentido contrário da ciclovia, ferindo pedes-
tre”.
Resposta:
Resposta:
O erro culposo (erro vencível ou evitável) verifica-se nos casos de descriminantes puta-
tivas (erro de tipo permissivo) e se encontra previsto na segunda parte do parágrafo 1º
do artigo 20 do Código Penal: ―É isento de pena quem, por erro plenamente justificado
pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.
Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime
culposo.‖ Sendo vencível o erro, o agente é condenado à pena prevista para a modalida-
de culposa do crime que cometeu. Não havendo previsão legal de crime culposo, o a-
gente será absolvido.
154
9) O senhor estudou o que são ofendículos?
Resposta:
Cezar Roberto Bitencourt diz: ―Offendiculas são as chamadas defesas predispostas, que,
de regra, constituem-se de dispositivos ou instrumentos objetivando impedir ou dificul-
tar a ofensa ao bem jurídico protegido, seja patrimônio, domicílio ou qualquer outro
bem jurídico. Há, no entanto, autores que distinguem os ofendículos da defesa mecânica
predisposta. Os ofendículos seriam percebidos com facilidade pelo agressor, como
fragmentos de vidros sobre o muro, pontas de lança, grades, fossos etc., que represen-
tam uma resistência normal, natural, prevenindo quem tentar violar o direito protegido.
As defesas mecânicas predispostas, por sua vez, encontrar-se-iam ocultas, ignoradas
pelo suposto agressor, como, por exemplo, armas automáticas predispostas, cercas ele-
trificadas ou qualquer tipo de armadilhas prontas para disparar no momento da agres-
são‖. Há controvérsia se os ofendículos representam exercício regular de um direito ou
legítima defesa. Sobre o tema, leciona o penalista: ―Na verdade, acreditamos que a deci-
são de instalar os ofendículos constitui exercício regular de direito, isto é, exercício do
direito de autoproteger-se. No entanto, quando reage ao ataque esperado, inegavelmen-
te, constitui legítima defesa preordenada.‖
Resposta:
155
2.5. Direito Previdenciário
Resposta:
Sobre o princípio da universalidade, André Sette leciona: ―Pode-se, pois, promover uma
divisão desde princípio em universalidade de atendimento (aspecto subjetivo) e univer-
salidade de cobertura (aspecto objetivo). Tomado sob a concepção subjetiva, quer dizer
que as normas e ações devem buscar abranger o maior número de pessoas possíveis
(brasileiros, natos e naturalizados, e também os estrangeiros residentes no Brasil), em
síntese, a população brasileira. Visto sob o segundo aspecto (objetivo), busca abranger o
maior número de hipóteses e situações a serem objeto de cobertura pela seguridade so-
cial.‖
Resposta:
Carlos Castro e João Lazzari lecionam que o princípio da filiação ―estabelece a filiação
compulsória e automática de todo e qualquer indivíduo trabalhador no território nacio-
nal a um regime de previdência social, mesmo que contra sua vontade, e independente-
mente de ter ou não vertido contribuições; a falta de recolhimento das contribuições não
caracteriza ausência de filiação, mas inadimplência tributária‖. Sobre o princípio do
equilíbrio financeiro e atuarial, Marina Vasques Duarte diz: ―também o caput do artigo
201 determina seja preservado o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema, devendo ser
observada a relação entre custeio e pagamento de benefícios, a fim de mantê-lo em con-
dições superavitárias. Com base nesse princípio, a Lei nº 9.876/99 trouxe o Fator Previ-
denciário.‖
4) O que o senhor entende por uniformidade e equivalência dos benefícios urbanos e rurais?
Resposta:
156
disposição idênticos benefícios e serviços para ambas as populações, sendo cobertos os
mesmos eventos em sistema semelhante.‖
Resposta:
Resposta:
Por plano de saúde plurianual, acredita-se, pode-se entender a parcela do plano pluria-
nual (espécie de lei orçamentária) que é especificamente voltada ao tema da saúde, haja
vista trata-se de um programa de duração continuada (CF, art. 165, § 1º). Considerando-
se as três espécies de leis orçamentárias (plano plurianual, lei de diretrizes orçamentá-
rias e lei orçamentária anual), pode-se dizer que e execução orçamentária da saúde é,
sim, planejada, assim como qualquer outra política, nos termos da positivação iniciada
pelo artigo 165 da Constituição da República.
157
4) Qual a distinção entre seguridade social e as três figuras saúde, assistência e previdência
social?
Resposta:
Resposta:
6) Tendo em vista que essa cobrança é feita do prestador (plano de saúde), não implicaria -
uma vez o empresário sabedor de que lá na frente vai haver esse ressarcimento - em um re-
passe nos valores do plano de saúde, onerando mais ainda quem tem o plano de saúde ou
não? Não ocorreria esse efeito perverso?
Resposta:
Resposta:
8) A recente lei complementar 141/2012 prevê a aplicação mínima de recursos para a saúde.
Existe vinculação do PIB do país para a aplicação mínima de recursos para a saúde? Pode haver
essa vinculação? A Constituição autorizaria ou de alguma maneira isto estaria comprometendo
o desenvolvimento do país?
Resposta:
159
9) Há previsão de plano de saúde plurianual ou é planejado a cada exercício financeiro?
Resposta:
A saúde é matéria que integra o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e a lei
orçamentária anual, donde de conclui que o planejamento não ocorre a cada exercício
financeiro.
Resposta:
11) Como se distingue basicamente a previdência social da assistência social? Qual é a nota
distintiva?
Resposta:
12) É correta a afirmativa, dentro deste ponto de vista da doutrina, onde parte da doutrina
entende de que a Constituição reconhece a miserabilidade em território brasileiro?
Resposta:
Resposta:
160
Carlos Castro e João Lazzari lecionam: ―O princípio da seletividade pressupõe que os
benefícios são concedidos a quem deles efetivamente necessite (...). O princípio da dis-
tributividade, inserido na ordem social, é de ser interpretado em seu sentido de distribu-
ição de renda e bem-estar social, ou seja, pela concessão de benefícios e serviços visa-se
ao bem-estar e à justiça social (art. 193 da Carta Magna)‖.
14) Como o princípio altruístico permeia a seguridade social? Podemos afirmar que o princípio
do orçamento diferenciado é uma decorrência natural do princípio altruístico ou é um princí-
pio que tem um grau de autonomia/independência em relação a ele?
Resposta:
Resposta:
2) Existe algum outro dispositivo que seja permitido a criação de benefício sem previsão de
custeio? Há alguma exceção?
Resposta:
161
2.5.1.5. Questões do TRF5
01) Quais os princípios da seguridade social?
Resposta:
Resposta:
03) A jurisprudência brasileira tem adotado regras específicas de interpretação do Direito Pre-
videnciário?
Resposta:
Considerando que ―na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se diri-
ge e às exigências do bem comum‖ (art. 5º da Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro), a jurisprudência brasileira vem adotando a denominada solução pro misero,
como se verifica, por exemplo, na relativização da exigência de início de prova material
para o denominado trabalhador boia-fria, dada a precariedade das suas condições de
trabalho.
Resposta:
162
O Supremo Tribunal Federal, ao reconhecer a constitucionalidade da contribuição sobre
os proventos de aposentadoria e pensões concedidas pelos regimes próprios de previ-
dência (CF, art. 40, § 18), valeu-se expressamente do princípio da solidariedade.
05) O princípio da defesa do hipossuficiente (in dúbio pro misero), aplicável ao direito previ-
denciário, não vulnera a imparcialidade do juiz?
Resposta:
06) Seguridade social: distinguir as três estruturas: cobertura do risco, estrutura organizacional
e técnicas utilizadas.
Resposta:
As três estruturas da seguridade social são: (A) SAÚDE: (i) risco: ―redução do risco
doença e de outros agravos‖ – CF, art. 196; (ii) estrutura: ―as ações e serviços públicos
de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema úni-
co‖ – CF, art. 198; (iii) técnica: acesso universal – CF, art. 196; (B) PREVIDÊNCIA: (i)
risco: doença, invalidez, morte, idade avançada, proteção à maternidade, desemprego
involuntário; (ii) estrutura: regime geral de previdência social, regime de previdência
privada, regimes próprios de previdência; (iii) técnica: tutela do trabalhador e seus de-
pendentes; (C) ASSISTÊNCIA: (i) risco: desamparo social; (ii) estrutura: descentraliza-
ção político-administrativa – CF, art. 204, I; (iii) técnica: a quem dela necessitar.
Resposta:
O compromisso é uma espécie de contrato cujo regramento encontra-se nos artigos 851
a 853 do Código Civil. Sua definição encontra-se no artigo 851: ―É admitido compro-
163
misso, judicial ou extrajudicial, para resolver litígios entre pessoas que podem contra-
tar‖. Quando extrajudicial, o contrato de compromisso pode assumir a forma de cláusula
compromissória ou compromisso arbitral. Segundo o artigo 4º da Lei nº 9.037/96, ―a
cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um contrato com-
prometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir relativamente a
tal contrato‖. A cláusula compromissória, pois, volta-se para litígios futuros e eventuais,
ou seja, ainda não verificados, ponto que a difere do compromisso arbitral, que é um
acordo de vontades, de igual teor, só que firmado após o surgimento do conflito de inte-
resses.
2) O que seria um contrato desinteressado? E um que fosse gratuito não seria não interessa-
do? Doação Pura. O que ocorre na doação pura? Enriquecimento de um lado e um sacrifício do
outro.
Resposta:
Caio Mário da Silva Pereira leciona: ―Encarados quanto ao objeto perseguido pelas par-
tes, os contratos são: Onerosos, aqueles dos quais ambas as partes visam a obter vanta-
gens ou benefícios, impondo-se encargos reciprocamente em benefício uma da outra.
Gratuitos ou benéficos, aqueles dos quais somente uma aufere a vantagem, e a outra
suporta, só ela, o encargo. Há quem distinga os contratos gratuitos propriamente ditos,
ou pura liberalidade, dos contratos desinteressados, com a observação de que, naque-
les, há diminuição patrimonial de uma das partes em proveito da outra (como na doa-
ção), enquanto que nos outros um dos contratantes presta um serviço ao outro sem nada
receber em troca da prestação feita ou prometida, porém sem empobrecer-se, ou sem
sofrer diminuição no seu patrimônio.‖ Sob este viés, o contrato não interessado ape-
nas pode ser considerado gratuito em sentido amplo, jamais em sentido estrito. A doa-
ção pura, ou seja, sem encargo, é contrato gratuito propriamente dito - exemplo, inclusi-
ve, utilizado pelo mencionado autor.
Resposta:
Maria Helena Diniz leciona: “Toda convenção, em sua formação, é bilateral ou plurila-
teral, por existirem sempre duas ou mais vontades coincidentes”. O contrato de seguro
nos parece bilateral (seguradora e segurado), e não pluricontratual.
164
Resposta:
Parece-nos possível. Ex: união entre o contrato de compra e venda de um carro e o con-
trato de seguro desse mesmo carro.
Resposta:
Maria Helena Diniz leciona: ―Toda convenção, em sua formação, é bilateral ou plurila-
teral, por existirem sempre duas ou mais vontades coincidentes‖. Em relação ao contrato
de fiança, diz: ―É um negócio entabulado entre credor e fiador, prescindindo da presen-
ça do devedor, podendo até mesmo ser levado a efeito sem o seu consentimento ou con-
tra sua vontade (CC, art. 820). O devedor não é parte na relação jurídica fidejussória.‖
Assim, como o devedor não é parte na formação do contrato, conclui-se que a fiança é,
em sua formação, um contrato bilateral, e não multilateral. Quanto aos seus efeitos, o
contrato de fiança é, sem dúvida, unilateral (gera obrigação apenas para o fiador), razão
pela qual não pode ser considerado bilateral perfeito. Pablo Stolze diz: ―Há quem de-
fenda a existência de um tertium genius entre a unilateralidade e a bilateralidade dos
efeitos do contrato. Seria a figura do contrato bilateral imperfeito, o qual, na sua origem,
seria unilateral, mas, durante a sua execução, converter-se-ia em bilateral‖. Não nos
parece possível que, durante a sua execução, a fiança gere encargos patrimoniais ao
credor, razão pela qual deixamos de considerá-la um contrato bilateral imperfeito. Há,
ao nosso sentir, união de contratos: entre o contrato de fiança e o contrato afiançado.
165
Resposta:
Em seu curso de Direito Comercial, Fábio Ulhoa Coelho apresenta a seguinte definição:
―Anônima é a sociedade empresária com capital social dividido em valores mobiliários
representativos de um investimento (as ações), cujos sócios tem, pelas obrigações soci-
ais, responsabilidade limitada ao preço de emissão das ações que titularizam‖. Entende-
se que a S/A, porque voltada para a atração de grandes investimentos, trata-se de uma
sociedade entre anônimos e, por isso, sociedade anônima.
2) Quais são os períodos históricos institucionais da S/A? (Outorga, Autorização, Registro, Re-
gulamentação). Qual foi a S/A mais destacada que foi fundada neste período? Banco do Brasil.
Resposta:
Em seu curso de Direito Comercial, Fábio Ulhoa Coelho leciona: ―A doutrina divide a
trajetória histórica das sociedades anônimas em três períodos: outorga, autorização e
regulamentação. No primeiro, a personalização e a limitação das responsabilidade dos
acionistas eram privilégios concedidos pelo monarca e, em geral, ligavam-se a monopó-
lios colonialistas. No segundo período, elas decorriam de autorização governamental.
No último, bastavam o registro, no órgão próprio. No Brasil, no período colonial e no
início do Império, as sociedades anônimas se constituíam por ato de outorga do poder
real ou imperial. O Banco do Brasil, por exemplo, foi constituído em 1808, com a che-
gada da família real portuguesa à sua então colônia, mediante alvará do regente D. João
VI.‖
Resposta:
Em seu curso de Direito Comercial, Fábio Ulhoa Coelho leciona: ―Valores mobiliários
são instrumentos de captação de recurso pelas sociedades anônimas emissoras e repre-
sentam, para quem os subscreve ou adquire, um investimento.‖
Resposta:
Diz a Lei nº 6.385/76, com redação dada pela Lei nº 10.303/01: ―Art. 2º São valores
mobiliários sujeitos ao regime desta Lei: I - as ações, debêntures e bônus de subscrição;
II - os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos
aos valores mobiliários referidos no inciso II; III - os certificados de depósito de valores
mobiliários; IV - as cédulas de debêntures; V - as cotas de fundos de investimento em
166
valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos; VI - as notas co-
merciais; VII - os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subja-
centes sejam valores mobiliários; VIII - outros contratos derivativos, independentemen-
te dos ativos subjacentes; e IX - quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos
ou contratos de investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou
de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm
do esforço do empreendedor ou de terceiros.‖
5) O que é um bônus de subscrição? Quando um investidor adquire este bônus, ele não esta-
ria realizando a compra de uma ação?
Resposta:
Em seu curso de Direito Comercial, Fábio Ulhoa Coelho leciona: ―Bônus de subscrição
é o valor mobiliário que atribui ao seu titular o direito de preferência para subscrever
novas ações da companhia emissora, quando de futuro aumento de capital social.‖ Por-
tanto, quando um investidor adquire este bônus, ela não compra ações, mas apenas o
direito de preferência sobre ações futuras.
Resposta:
Resposta:
3) O que é uma incorporação. O que acontece com os patrimônios das pessoas jurídicas (in-
corporadora e incorporada)? Reformulando: conceitue juridicamente a figura desta “absorção”
patrimonial; Quando eu incorporo o patrimônio de outra sociedade em que há um somatório
de elementos patrimoniais, ou seja, existe alguma coisa que acontece relativamente às posi-
ções jurídicas titularizadas pela incorporada até o momento passa a ser da incorporadora. Sob
o ponto de vista jurídico o que acontece? Por exemplo, a relação de crédito que incorporada
tenha com terceiros, a incorporadora assume que posição? Qual a titulação dos elementos
patrimoniais – ativos e passivos – da incorporadora quando ocorre a incorporação? (Há uma
sucessão.) E essa sucessão se dá em caráter singular ou universal? Ou seja, se dá posição jurí-
dica à posição jurídica ou se dá como, por exemplo, na morte civil em que há sucessão univer-
sal?
Resposta:
―Incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra,
que lhes sucede em todos os direitos e obrigações‖ (Lei nº 6.404/76, art. 227). Neste
mesmo sentido, dispõe o artigo 1.116 do Código Civil. Trata-se de sucessão universal,
pois todo o patrimônio jurídico (ativo e passivo) é transferido da incorporada para a
incorporadora. (Ferri: "Dá-se, portanto, necessariamente, uma sucessão a título univer-
sal da sociedade incorporadora ou que resulta da fusão no patrimônio das sociedades
que, em conseqüência da fusão, perdem a sua autonomia.")
Resposta:
168
5) O que é uma cisão?
Resposta:
Em seu curso de Direito Comercial, Fábio Ulhoa Coelho leciona: ―A cisão é a operação
pela qual uma sociedade empresária transfere para outra, ou outras, constituídas para
essa finalidade ou já existentes, parcelas do seu patrimônio, ou a totalidade deste. Quan-
do a operação envolve a versão de parte dos bens da cindida em favor de uma ou mais
sociedade, diz-se que a cisão é parcial; quando vertidos todos os bens, total. Neste últi-
mo caso, a sociedade cindida é extinta. Por outro lado, se a sociedade empresária para a
qual os bens são transferidos já existe, a operação obedece às regras da incorporação
(LSA, art. 229, § 3º).‖
6) Quando a cisão é parcial e essa a parcela cindida é incorporada numa sociedade já existente,
como fica a questão da solidariedade? Essa divisão de responsabilidade é oponível perante o
Fisco?
Resposta:
Resposta:
Em seu curso de Direito Comercial, Fábio Ulhoa Coelho leciona: ―A dissolução, enten-
dida como procedimento de terminação da personalidade jurídica da sociedade empresá-
ria, abrange três fases: a dissolução (ato ou fato desencadeante), a liquidação (solução
das pendências obrigacionais da sociedade) e a partilha (repartição do acervo entre os
sócios)‖. Segundo a Lei 6.404/76: (i) ―as sociedades anônimas de economia mista estão
sujeitas a esta Lei‖ (art. 235); (ii) ―a pessoa jurídica que controla a companhia de eco-
nomia mista tem os deveres e responsabilidade do acionista controlador‖ (art. 238); (iii)
―o acionista controlador responde pelos danos causados por atos praticados com abuso
de poder‖ (art. 117). Por conseguinte, é possível concluir que a União pode ser sujeito
169
ativo de abuso de poder de controle, até porque entendimento contrário redundaria na
irresponsabilidade do poder público, desfecho em nada compatível com o ordenamento.
Resposta:
Em seu curso de Direito Comercial, Fábio Ulhoa Coelho leciona: ―As operações de in-
corporação, fusão e cisão, na maioria das vezes, podem ter por objetivo o planejamento
tributário (para compensar perdas de uma sociedade com lucros de outro do mesmo
grupo, observados os limites admitidos em lei)‖. Assim, enquanto permanecerem no
campo da licitude (ex: ausência de simulação), pode-se concluir que o agente público
não pode desconsiderá-las. Porém, havendo simulação, torna-se aplicável a norma antie-
lisiva prevista no parágrafo único do artigo 116 do CTN: ―a autoridade administrativa
poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimu-
lar a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da
obrigação tributária, observados os procedimento a serem estabelecidos me lei ordiná-
ria‖.
Resposta:
Em suma: (i) sociedade por ações: ―a responsabilidade dos sócios ou acionistas será
limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas‖ – Lei 6.404/76, art. 1º
; (ii) sociedade limitada: ―a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de sua
cotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social‖ – Có-
digo Civil, art. 1.052; (iii) sociedade em nome coletivo: ―somente pessoas físicas podem
tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e
ilimitadamente, pelas obrigações sociais.‖ – Código Civil, art. 1039; (iv) sociedade em
comandita simples: ―os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimita-
damente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de
sua quota‖ – Código Civil, art. 1.045.
170
2.8. Direito Processual Civil
Resposta:
Considerando que a tutela inibitória veicula uma obrigação de não fazer, a ela se torna
aplicável o regramento do artigo 461 do Código de Processo Civil. Desta feita, os ins-
trumentos de que a parte dispõe para forçar o cumprimento de uma tutela inibitória os-
tentam natureza eminentemente mandamental ou executiva lato sensu, notadamente os
previstos no § 5º do mencionado preceito: ―Para efetivação da tutela específica ou a
obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento,
determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso,
busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento
de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial‖.
Resposta:
171
Resposta:
Resposta:
5) O periculum in mora é presumido, na ação de procedimento ordinário ele teria de ser pro-
vado, o senhor não acha que seria difícil de provar um periculum in mora do art. 273 para se
demandar ação em virtude de posse velha?
Resposta:
6) E quando esta antecipação dos efeitos da tutela é necessária numa fase cinzenta quando da
interposição do RE e o despacho do RE ou Resp e também da apelação?
Resposta:
Com efeito, uma vez decorrido o lapso de ano e dia nas ações possessórias, ou quando
se está na fase recursal, a prova do ―fundado receio de dano irreparável ou de difícil
reparação‖ parece contradizer a demora da parte autora em ingressar em juízo, como
também o pleno transcurso da demanda nas instâncias ordinárias. Porém, estamos ape-
nas no plano das hipóteses, não se podendo excluir ab initio tal possibilidade no plano
concreto. Ademais, convém lembrar que segundo o CPC existe a possibilidade de ante-
172
cipação de tutela sem periculum in mora (art. 273, I), fundado no abuso do direito de
defesa do réu (art. 273, II).
Resposta:
Resposta:
Sim, pois, nos termos do artigo 461 do Código de Processo Civil, ―o juiz concederá a
tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.‖ Deferida a tutela ante-
cipada na forma do pedido da parte, tem-se tutela específica; deferida em prol de resul-
tado prático equivalente, o juiz o faz de forma diversa da pedida pela parte.
Resposta:
Não, pois o artigo 273 do Código de Processo Civil é claro: ―o juiz poderá, a requeri-
mento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedi-
do inicial‖.
173
2.9. Direito Processual Penal
Resposta:
Para Eugênio Pacelli de Oliveira, a justa causa, enquanto lastro probatório mínimo a
subsidiar a peça acusatória, é uma condição da ação penal, hoje expressamente prevista
no artigo 395, III, do Código de Processo Penal. Diz o autor: “Sempre admitimos a exis-
tência da justa causa como condição da ação, seja como quarta condição (da ação),
inserida no contexto da demonstração do interesse (utilidade) de agir, seja enquanto
lastro mínimo de prova, a demonstrar a viabilidade da pretensão deduzida”.
2) O que é ação e jurisdição na órbita da CF tomando por parâmetro o art. 129 da CF? A ação
compreendida no art. 129 da CF. Analisando o art. 28, o senhor acha que ele foi recepcionado
pela CF?
Resposta:
À luz do artigo 129 da Constituição da República, pode-se dizer que a ação (penal) é o
poder de provocar a Jurisdição (penal), sendo tal poder privativo do Ministério Público.
Sendo assim, há quem vislumbre no artigo 28 do Código de Processo Penal um desvio a
esta diretriz constitucional. Argumentos favoráveis à inconstitucionalidade: o juiz, ao
considerar que o caso é de denúncia e não de arquivamento, está emitindo um juízo de
valor que é incompatível com a função julgadora que deve ser neutra e imparcial.
Quando o Juiz se nega a arquivar os autos do Inquérito Policial, ele está adentrando em
uma seara que lhe foi negada pela Constituição. Argumentos favoráveis à constituciona-
lidade: não haveria ofensa à Constituição da República, pois, ao fim e ao cabo, prevale-
ceria a voz do Ministério Público.
3) Ação penal subsidiária da pública, o que é este tipo? É ação penal subsidiária ou queixa
substitutiva da denúncia?
Resposta:
A ação penal privada subsidiária da pública é um direito fundamental (CF, art. 5, LIX)
cujo regramento encontra-se no artigo 29 do Código de Processo Penal, do qual se ex-
trai que o instituto implica apenas na mudança da titularidade para a iniciativa da ação
penal, e não do seu regime jurídico, que continua a ser o da ação pública. Sob tais pre-
missas, pode-se afirmar que a queixa não é substitutiva da denúncia – como se o ofere-
174
cimento daquela fosse obstáculo intransponível ao oferecimento desta –, tanto que o
Código assegura justamente o inverso, ou seja, a possibilidade de o Ministério Público
―aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva‖.
Resposta:
2) Nos crimes praticados contra interesse metaindividual, pode haver o assistente coletivo?
Resposta:
3) Existe lei expressa que dispõe sobre essa possibilidade de assistente coletivo?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
―No que se refere aos alegados vícios no inquérito policial, a jurisprudência desta Supe-
rior Corte de Justiça já se firmou no sentido de que eventuais irregularidades ocorridas
na fase inquisitorial não possuem o condão de macular todo o processo criminal. Ade-
mais, as mencionada nulidades ocorridas no inquérito não passam de meras imperfei-
ções, sequer comprovadas nos autos e, portanto, inaptas para anular as provas colhidas
na fase inquisitorial, especialmente quando não demonstrada a ocorrência de qualquer
prejuízo.‖ (HC 216.201/PR, Rel. Ministra ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA, SEX-
TA TURMA, 02/08/2012)
01) No procedimento das ações penais originárias, qual o momento de que deve ser realizado
o interrogatório?
Resposta:
02) Qual seu entendimento sobre o poder de investigação do Ministério Público? O MP pode
dirigir o inquérito policial? E medidas cautelares, como busca e apreensão, quebra de sigilo
bancário, fiscal etc., como medidas necessárias à investigação, podem ser feitas diretamente
pelo MP?
Resposta:
176
Em 27/06/12, o Ministro Luiz Fux pediu vista dos autos do RE nº 593.727/MG, onde a
questão está sendo reexaminada, agora em sede de repercussão geral. Porém, tudo indi-
ca que o Supremo Tribunal Federal manterá seu entendimento anterior, segundo o qual,
com base na teoria dos poderes implícitos, o Ministério Público pode realizar atividade
investigativa, sem, contudo, presidir o inquérito policial. Medidas cautelares que exi-
gem autorização judicial no bojo do inquérito policial, continuam sujeitas a tal autoriza-
ção quando a investigação é levada a cabo pelo Ministério Público.
03) O princípio da identidade física do juiz aplica-se ao processo penal? Como esse princípio se
define?
Resposta:
―De acordo com o princípio da identidade física do juiz, que passou a ser aplicado tam-
bém no âmbito do processo penal após o advento da Lei n.º 11.719, de 20 de junho de
2008, o magistrado que presidir a instrução criminal deverá proferir a sentença no feito,
nos termos do § 2.º do artigo 399 do Código de Processo Penal. Em razão da ausência
de outras normas específicas regulamentando o referido princípio, nos casos de convo-
cação, licença, promoção ou de outro motivo que impeça o juiz que tiver presidido a
instrução de sentenciar o feito, por analogia - permitida pelo artigo 3.º da Lei Adjetiva
Penal -, deverá ser aplicada a regra contida no artigo 132 do Código de Processo Civil,
que dispõe que os autos passarão ao sucessor do magistrado.‖ (HC 242.115/PE, Rel.
Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, 02/08/2012)
04) O que se entende pelo princípio da oficialidade do processo penal? Há exceções a sua apli-
cação no Direito brasileiro?
Resposta:
177
2.10. Direito Ambiental
Resposta:
Resposta:
2) A decisão no exterior, para ter efeito no Brasil precisa ser homologada, qual o órgão judicial
encarregado por esta homologação. As decisões interlocutórias também são homologadas
pelo STJ?
Resposta:
O órgão encarregado é o STJ (CF, art. 105, I, i). As decisões interlocutórias (ex: medida
cautelar) também devem ser homologadas.
Resposta:
179
5) Se uma brasileira casa na Austrália com australiano e lá se divorcia, e na vigência do casa-
mento ele tem dois filhos que são registrados na embaixada brasileira e tem dupla nacionali-
dade, ela pedindo a homologação desta sentença australiana o STJ homologa, e depois disso
ela tem a pensão alimentícia atrasada pelo cônjuge e tem a guarda compartilhada, ela poderia
pedir que fosse aumentada a pensão, e se ela poderia pedir a alteração da guarda comparti-
lhada? Quem seria o juízo da alteração no Brasil? Seria a justiça estadual? Não seria um juízo
de família que vai cuidar de guarda?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
180
São homologáveis as sentenças cíveis; as sentenças (laudos) arbitrais; as sentenças pe-
nais, apenas quanto aos seus efeitos civis (ex: perda de bens). Há divergência sobre a
necessidade, ou não, de homologação das sentenças de estado, havendo três correntes:
(i) a Constituição não estabelece distinção, logo, todas as sentenças, inclusive as de es-
tado, carecem de homologação; (ii) o art. 483 do CPC revogou o parágrafo único do art.
15 da LICC, tornando exigível a homologação; (iii) o parágrafo único do art. 15 da
LICC continua em vigor, dispensando a homologação. O STF seguia a primeira corren-
te. O STJ, antes da EC 45/2004, seguia a terceira corrente, não se tendo conhecimento
de outro precedente após a alteração do texto constitucional.
Resposta:
Sobre tema, leciona Nadia de Araújo: ―até a entrada em vigor da Lei de Arbitragem (Lei
nº 9.307/2006, vigia no Brasil o sistema de dupla homologação, pelo qual qualquer lau-
do arbitral proferido no exterior, para ser delibado, deveria ser previstamente homolo-
gado pela Justiça do país de origem. (...) Desse modo, a análise para homologação reca-
ía não sobre a decisão arbitral em si, e sim sobre a decisão judicial de origem. Com o
advento da Lei de Arbitragem, o STF, à época competente para processar e julgar as
homologações, declarou a natureza processual dos arts. 37 e 39 da referida lei, que per-
mitiam a homologação do próprio laudo arbitral e sua consequente aplicabilidade ime-
diata. (...) O STJ, ao assumir a competência para homologação de sentenças estrangei-
ras, tem mantido o entendimento jurisprudencial inaugurado pelo STF relativamente à
arbitragem com o incremento da homologação-simples.‖
Resposta:
181
ordem jurídica nacional determinada, em que todos os elementos da relação jurídica
controvertida estão sujeitos a essa ordem jurídica. Um contrato regido pela lei inglesa,
tendo como partes pessoas domiciliadas na Inglaterra e como objeto, bem ou direito
também situado naquele país, é contrato nacional, subordinado a uma lei nacional e a
arbitragem que dirimir a controvérsia dele oriunda é também nacional e, assim, estran-
geiras para outros países. Já a arbitragem internacional soluciona controvérsia de caráter
internacional, seja porque as partes possuam domicílio em diferentes países, seja porque
o objeto do contrato se situe em outra ordem jurídica, seja, ainda, porque o pagamento
deva transitar de um país para outro. Em outras palavras, a relação jurídica controverti-
da envolve mais de uma ordem jurídica nacional, embora possa ser regida por uma lei
nacional.‖
Resposta:
Sobre tema, leciona Nadia de Araújo: ―até a entrada em vigor da Lei de Arbitragem (Lei
nº 9.307/2006, vigia no Brasil o sistema de dupla homologação, pelo qual qualquer lau-
do arbitral proferido no exterior, para ser delibado, deveria ser previstamente homolo-
gado pela Justiça do país de origem. (...) Desse modo, a análise para homologação reca-
ía não sobre a decisão arbitral em si, e sim sobre a decisão judicial de origem. Com o
advento da Lei de Arbitragem, o STF, à época competente para processar e julgar as
homologações, declarou a natureza processual dos arts. 37 e 39 da referida lei, que per-
mitiam a homologação do próprio laudo arbitral e sua consequente aplicabilidade ime-
diata. (...) O STJ, ao assumir a competência para homologação de sentenças estrangei-
ras, tem mantido o entendimento jurisprudencial inaugurado pelo STF relativamente à
arbitragem com o incremento da homologação-simples.‖
Resposta:
182
2.11.1.3. Questões do TRF3
Resposta:
Nos termos do art. 6º da Resolução nº 9/2005 do STJ, ―não será homologada sentença
estrangeira ou concedido exequatur a carta rogatória que ofendam a soberania ou a or-
dem pública.‖
Resposta:
183
2.12. Sociologia do Direito
Resposta:
2) Qual a diferença entre a regra moral, regra de trato social e regra jurídica?
Resposta:
São instrumentos de controle social: (i) Regra moral. Orienta a consciência humana em
suas atitudes. É unilateral, autônoma, interior, incoercível, sanção difusa; (ii) Regra de
trato social. Padrões de conduta social ditados pela própria sociedade, com o propósito
de tornar mais agradável o ambiente social. Ex: cortesia, etiqueta. É unilateral, heterô-
nomo, exterior, incoercível, sanção difusa; (iii) Regra jurídica. É bilateral, heterônomo,
exterior, coercível, sanção prefixada. Vejamos: 1) Bilateral: impõe dever, mas também
prevê direito; 2) Unilateral: impõe dever, sem previsão de direito; 3) Heterônomo: deve
ser cumprida; 4) Autônomo: pode ser cumprida, por um querer espontâneo; 5) Exterior:
atuam diretamente nas ações das pessoas em sociedade; 6) Interior: voltada para a cons-
ciência da pessoa, como um aconselhamento que pode interferir na conduta; 7) Coercí-
vel: ditada pelo Estado, único detentor do poder de exigir das pessoas o seu cumprimen-
to; 8) Incoercível: não parte do poder estatal, de modo que podem ou não ser cumpridas;
9) Sanção prefixada: já traz, de antemão, a punição para o descumprimento; 10) Sanção
difusa: não traz punição prefixada. No momento da violação é que haverá uma reprova-
ção, uma censura, ao infrator, por diversas formas.
184
2.12.1.4. Questões do TRF4
Resposta:
185
3. Ponto 03
3.1. Direito Constitucional
1) Qual a posição mais recente do STF acerca do direito de greve dos servidores públicos da
União?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
5) Direito ao lazer se insere em uma das figuras da 1a., 2a. ou 3ª. dimensão? (Para Poul, me-
lhor seria ir da 3ª. ou 4ª. geração, porque o Estado não pode ser obrigado a atuar, por isso não
é de 2ª. geração)
186
Resposta:
Resposta:
7) A sindicabilidade dos direitos sociais: o que vem a ser isso, como está se dando, porque está
ocorrendo e quais são as visões – umas contra, outras a favor – que podemos encontrar no
Supremo a respeito.
Resposta:
8) Em uma situação (em que por um lado entende-se) que um tipo efetividade dada pelo Po-
der Judiciário a esses direitos individuais, fundamentais estaria a se criar uma “política de Es-
tado parelela” (pois em razão da ausência desta se estaria recorrendo ao Judiciário, que talvez
não tenha essa ponderação quanto ao conteúdo), e outra corrente que acha que os direitos
individuais e fundamentais não poderiam ser fraudados ao cidadão na medida em que há a
omissão do Poder Público em torná-los efetivos; Entre esses dois extremos, o sr. como magis-
trado, veria espaço para uma terceira possibilidade ou se filiaria a uma delas?
Resposta:
Resposta:
10) Quanto ao princípio da fundamentação. O uso de jargões, por ex., “não vejo verossimi-
lhança”, ofende? Qual a posição do STF?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
14) Recusa estatal de fornecer certidões. Quais instrumentos são adequados? Seria possível
ACP?
Resposta:
Resposta:
16) O habeas data é instrumento adequado para ter vistas do processo administrativo?
Resposta:
17) Mandado de Segurança contra ato normativo do Presidente do STF, é possível? Seria um
ato normativo em tese?
Resposta:
18) Separação dos Poderes é uma garantia constitucional ou garantia da constituição (institu-
cional)?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
188
21) As ações populares podem ser julgadas no STF originariamente?
Resposta:
22) Qual o instrumento mais adequado para recusa de vista em processo administrativo? Ha-
beas Corpus pode?
Resposta:
23) Pode usar HC para obter informações de terceiros? Exemplo, o próprio pai?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
3) No art. 15 da CF, quais são hipóteses de perda, e quais de suspensão dos direitos políticos?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
3) Outra hipótese de progressividade do IPTU fora do que concerne o art. 182 da CF. EC
nº 29/00. Padece esta EC de inconstitucionalidade, na medida em que o princípio é cláusula
pétrea?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
190
6) ITBI pode uma lei estabelecer uma alíquota progressiva em razão do valor venal do imóvel?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
191
5) O que é a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico?
Resposta:
6) Qual o critério jurídico distintivo das espécies tributárias? Vê alguma diferença de tratamen-
to dado pelo código tributário e o texto constitucional em termos de classificação?
Resposta:
7) Qual seria o fato gerador do empréstimo compulsório? O f.g. poderia ser idêntico ao de um
imposto já existente?
Resposta:
8) No caso dos impostos de guerra (extraordinários também) poderíamos pensar em que fatos
geradores?
Resposta:
Resposta:
10) Qual o critério positivado para distinguir as espécies tributárias? Qual a crítica que se faz?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
192
Resposta:
Resposta:
Resposta:
16) O que os Tribunais Superiores falam sobre os critérios de distinguir tributos? Explicar a
finalidade? Isso não é mais próprio do Direito Financeiro? A CR faz algum critério?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
193
22) De onde importamos o Fato Gerador complexo?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
27) O que é tributo pessoal e real? Relacione com o princípio da capacidade contributiva.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
30) O FG complexo está à margem do nosso sistema? De onde vem essa ideia?
Resposta:
194
31)- E quais são os critérios de acordo com a estruturação econômica?
Resposta:
Resposta:
2) Em que situações pode haver desvinculação de tributos vinculados? E o caso das contribui-
ções? Qual a consequência da desvinculação? Há algum vício nessa desvinculação?
Resposta:
3) Pode-se optar discricionariamente pela cobrança de taxa ou preço público, ou até mesmo
nada cobrar, por serviço específico e divisível?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
6) Há contradição entre dizer-se que tributo não é sanção de ato ilícito e dizer-se que há obri-
gação tributária pelo descumprimento de obrigação acessória?
Resposta:
195
3.2.1.5. Questões do TRF5
TRF5 - 2012
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
2) Quando o juiz eleitoral determina que um clube esportivo será Zona Eleitoral, isso é uma
requisição?
Resposta:
196
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
7) O que é uma zona fortificada de fronteira? Elas precisam constar no RGI? A ausência desse
registro torna o terreno alodial?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
197
12) Pode-se se falar em desapropriação de bem tombado?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
15) A desapropriação pode ocorrer em que circunstâncias? Quais são os processos adequados
para que ela ocorra de forma legal?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
198
2) O município neste caso pode decretar a desapropriação?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
199
3.4.1.2. Questões do TRF2
1) Faça a distinção entre o concurso material e concurso formal. Como diferenciar o concurso
homogêneo do concurso heterogêneo?
Resposta:
2) Um sujeito trabalha como gerente de uma loja, e tira uma pequena quantia dia após dia.
Mas tinha o desígnio inicial de fugir com a bicicleta funcional, de que tinha posse também fun-
cional, assim que atingisse uma certa quantia auferida com esses pequenos furtos.
De que se trata esse crime? Qual sua qualificação? Qual crime praticado em relação a bicicle-
ta? Furto ou apropriação indébita? Integra a continuidade delitiva? Trace um paralelo entre
reiteração criminosa x crime continuado.
Resposta:
3) Crime continuado em crime de estupro (Art. 213, do CP). Como está a questão atualmente
do ponto de vista legal e jurisprudencial?
Resposta:
3) Crime continuado: da leitura do art. 71 do CP o que quer dizer a expressão “crimes da mes-
ma espécie”?
Resposta:
Resposta:
5) Qual o critério para o crime continuado? A intenção do agente serve para isso?
Resposta:
6) Crime contra a Ordem Tributária. Sonegação de IR. É crime continuado? Qual a posição do
STF?
Resposta:
200
3.4.1.3. Questões do TRF3
1) Há habitualidade na continuidade delitiva?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
201
2) Qual a discussão que está sendo travada no Supremo sobre a COFINS em torno da figura do
faturamento? Opine de acordo com a argumentação que foi trazida até agora.
Resposta:
3) O PIS entraria nesse conceito de contribuição social? É uma figura específica de contribuição
social? Haveria um bis in idem já que possui a mesma base de cálculo que a COFINS?
Resposta:
4) Existe outra situação de bis in idem envolvendo as contribuições, mas que teriam autoriza-
ção no texto constitucional que poderia apontar?
Resposta:
Resposta:
2) Qual a contribuição social para a seg. social que não incide em renda, e que, na prática, não
socorre o sistema da seguridade social?
Resposta:
3) Qual a sanção que pode ser imposta a PJ em débito com o INSS e onde está estabelecida tal
sanção?
Resposta:
Resposta:
202
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
203
Entende-se como união de contratos a circunstância em que dois ou mais ajustes estão
ligados funcionalmente entre si, ainda que não haja necessariamente relação de ―acessó-
rio X principal‖. Assim, pela própria configuração do contrato de fiança, em que uma
pessoa garante ao credor o cumprimento de uma obrigação assumida por outra pessoa (o
STJ não aceita a ―autofiança‖), pode-se incluí-lo no conceito de união de contratos.
Resposta:
Embora haja bastante controvérsia doutrinária sobre o alcance dos conceitos, entende-
se, em geral, que a convalidação é o ato jurídico que com efeitos retroativos sana vício
de ato antecedente de tal modo que ele passa a ser considerado como válido desde o seu
nascimento.
A ratificação seria uma de suas modalidades, realizada pela mesma pessoa que praticou
o ato a ser ratificado, ao passo em que a confirmação é realizada por outra pessoa
(quando no Direito Administrativo, é autoridade superior).
Resposta:
Embora haja divergência na doutrina acerca do real alcance dos termos, pode-se dizer
A vontade tácita, por sua vez, ocorre em situações nas quais há manifestação de vonta-
de, mas esta não se dá pela forma escrita, embora se possa efetivamente perceber a real
intenção do agente. É o caso, por exemplo, do agente que cumpre um contrato mesmo
sabendo que sobre ele pende vício de anulabilidade, razão pela qual manifesta sua tácita
vontade de não questionar a validade da avença.
Resposta:
Há clássica afirmação no sentido de que os atos inválidos são aptos à produção de efei-
tos, enquanto não desconstituídos, ao passo em que os atos inexistentes jamais podem
204
produzir efeitos, já que sequer reúnem os requisitos de existência dos atos jurídicos em
geral, razão pela qual prescindiriam até mesmo de declaração judicial de sua inexistên-
cia.
Na prática, entretanto, é possível que haja produção de efeitos em atos inexistentes, até
que sobrevenha manifestação judicial em contrário. Exemplo conhecido dos tribunais
federais é o caso do aposentado do INSS que tem valores descontados em seu benefício
por suposto contrato de empréstimo consignado com instituição financeira; o contrato
não existe, mas até que haja determinação judicial em contrário, haverá produção de
efeitos; se o desconto dos valores não for percebido pelo aposentado, o contrato inexis-
tente produzirá todos os seus efeitos e o ―pagamento‖ será integralmente realizado.
Resposta:
(b) A importância de saber o conceito de empresa é ligada a todo o regime jurídico es-
pecial aplicado ao conjunto de pessoas que exercer atividade profissional organizada
para a produção ou circulação de mercadorias e serviços.
205
(c) e (d) A atividade organizada de produção e circulação de mercadorias e serviços
exercida por pessoa individual faz incidir o conceito de empresário individual, com
normas regulamentadoras especiais, previstas no Código Civil, na parte destinada ao
Direito de Empresa. Nessa caso não serão uma sociedade, que pressupõe, salvo hipóte-
ses excepcionais, um conjunto de pessoas, mas sim um empresário individual.
(e) Na atual teoria da empresa, a conceituação de empresário não depende mais da prá-
tica de atos de comércio, mas sim da forma como é exercida a atividade. Assim, se a
atividade é exercida de forma profissional, com a organização profissional dos fatores
de produção, de forma habitual e com intuito de lucro, estará caracterizada, na prática,
a atividade de empresário.
2) Evoluindo neste mesmo exemplo: se estes empresários resolvem formalizar a relação, cons-
tituindo uma sociedade com um tipo de responsabilidade limitada? Como fica isto relativa-
mente às obrigações já contraídas?
Resposta:
3) Digamos que a sociedade que eles formem constitua um patrimônio. Relativamente às obri-
gações contraídas antes de sua constituição eles respondem ilimitadamente. Indago: essa limi-
tação de responsabilidade contém o patrimônio social também, i. é, compromete o patrimônio
social por eles formado ou não?
Resposta:
206
Resposta:
A responsabilidade dos sócios das pessoas jurídicas que exercem atividades de empresá-
rio irá depender, basicamente, do tipo empresarial escolhido para a atividade.
Na sociedade em comum, que não tem personalidade jurídica, todos respondem pelas
dívidas sociais, de forma ilimitada, ressalvado o já citado patrimônio de afetação (art.
990).
Nas sociedades em comandita por ações, o sócio em geral tem responsabilidade limi-
tada ao valor subscrito, ao passo em que o sócio administrador terá responsabilidade
subsidiária, mas ilimitada e solidária (entre si) pelas obrigações da sociedade (art. 282,
LSA)
Nas sociedades anônimas, os sócios respondem apenas e tão somente pela integraliza-
ção da sua cota social, não havendo que se falar sequer em responsabilidade pela inte-
gralização das demais.
02) O capital social pode ser alterado pelos administradores ou apenas pelos sócios?
Resposta:
Nos termos do artigo 1076, I do Código Civil, a alteração do contrato social, de que
depende a alteração do capital, demanda a aprovação de, no mínimo, sócios que repre-
sentem ¾ do capital social.
207
3.8. Direito Processual Civil
Resposta:
Resposta:
208
3.9. Direito Processual Penal
3.9.1. Recursos
Resposta:
Resposta:
O CPP prevê de forma expressa apenas o Recurso em sentido estrito (RESE), a Apela-
ção, os Embargos (e os embarguinhos), a Carta Testemunhável, Embargos infringentes
e de nulidade e o Recurso extraordinário. Admite-se, ainda que não previsto no CPP de
forma expressa, o Recurso Especial, o Agravo Regimental e o Agravo contra decisão
denegatória de recurso especial ou extraordinário.
Resposta:
3) Da decisão que rejeita o pedido de liberdade provisória sem fiança, cabe RESE?
Resposta:
4) O réu que responder o processo em liberdade poderá ter sua prisão decretada imediata-
mente após a decisão de recurso no Tribunal?
209
Resposta:
A decisão do Tribunal, por si só, não é apta a legitimar o encarceramento do réu, mesmo
que este tivesse respondido a todo o processo preso, já tendo se manifestado o STF no
sentido de que a ausência de efeito suspensivo aos recursos de natureza extraordinária
(REsp e RE) não têm o condão de possibilitar a execução provisória contra o réu. Dessa
forma, a decisão condenatória do Tribunal somente é apta a gerar o encarceramento se
presentes alguns dos requisitos da prisão preventiva. Do contrário, a liberdade se impõe.
Como o réu respondeu ao processo em liberdade, é bem provável que não haja qualquer
dos requisitos da preventiva, razão pela qual normalmente continuará em liberdade.
Resposta:
210
3.10.1.5. Questões do TRF5
TRF5 – 2012
01) Trate da repartição de competência em matéria ambiental e se houve alguma alteração
recente sobre o tema.
Resposta:
Embora haja expressa previsão constitucional no sentido de ser comum a todos os entes
competência material para ―proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual-
quer de suas formas‖ (artigo 23, VI), e de haver previsão de competência legislativa
concorrente à União, Estados e DF para legislar sobre ―florestas, caça, pesca, fauna,
conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio am-
biente e controle da poluição‖ (art. 24, VI), deve ser levado em conta que há competên-
cia privativa da União para legislar sobre ―águas e energia‖ (art. 22, IV), ―jazidas,
minas e outros recursos minerais‖ (art. 22, XII), além da competência material priva-
tiva da União para ―organizar, manter e executar a inspeção do trabalho‖ (art. 21,
XXIV), tendo-se em conta que o âmbito laboral também integra o conceito de meio
ambiente. Pode-se dizer, em linhas gerais, portanto, que há competências que são atribu-
ídas apenas à União, e que as demais são atribuídas a todos os entes, no exercício do
chamado Federalismo de Cooperação.
Resposta:
Hely conceitua Poder de Polícia como "a faculdade de que dispõe a Administração Pú-
blica para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individu-
ais, em benefício da coletividade e do próprio estado‖. É expressamente tratado pelo
artigo 78 do CTN, como sendo apto a legitimar a instituição de exação tributária na mo-
dalidade taxa. Fundamenta-se, portanto, no princípio da supremacia do interesse públi-
211
co, colocado por Celso Antônio Bandeira de melo como base de todo o Direito Admi-
nistrativo, ao lado da indisponibilidade do interesse público.
Resposta:
04) A administração aplicou uma multa pelo atraso na prestação, a administração estaria exer-
cendo o poder administrativo?
Resposta:
Resposta:
212
3.11. Direito Internacional Público e Privado
Resposta:
Nacionalidade pode ser definida como um vínculo jurídico-político que une uma pessoa
a um Estado.
Quanto à perda, a Constituição a prevê nas hipóteses de adoção voluntária de outra na-
cionalidade derivada, salvo se imposta como condição para a permanência no Estado
estrangeiro ou o exercício de direitos civis, ou ao que tiver cancelada sua naturalização,
por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional. A perda,
entretanto, depende de procedimento contraditório, em face de juiz federal competente,
razão pela qual não pode ser tida como automática toda vez que um nacional se natura-
liza em outro Estado, como acontece comumente com jogadores de futebol.
213
3.12. Sociologia do Direito
Resposta:
O conceito de fato social foi cunhado por Emile Durkheim como forma de delimitar o
campo de abrangência do estudo da ciência da sociologia. Para o autor, o fato social –
objeto da sociologia – se constitui na maneira de agir, de pensar, de sentir exteriores ao
indivíduo, dotadas de um poder de coerção, que independe completamente do Direito.
Cita-se comumente como exemplo de fato social as regras de postura e de etiqueta. Des-
sa maneira, na mesma medida em que o fato social condiciona a sociedade, esta deter-
mina o molde do fato social.
O fato natural, por sua vez, é algo que a natureza apresenta em seu curso natural, ordi-
nário, não construído, portanto, pela ação humana, existentes, portanto, independente-
mente da sociedade em que ocorrem.
Resposta:
Pode-se dizer, de maneira geral, portanto, que por Justiça deve-se entender uma situação
ideal, em que a todos os indivíduos de uma comunidade, pelo simples fato de serem
indivíduos, serem dadas as mesmas condições de obtenção da felicidade que são dadas a
todos os outros.
Resposta:
Por desobediência civil deve-se entender toda forma de protesto contra um poder políti-
co instituído, sem que haja necessariamente confronto físico, bastando, para tanto, de-
monstrar a insatisfação mediante o não apoio ao poder estabelecido, sobretudo com sua
demonstração em atos públicos.
Dessa maneiro, a desobediência civil, desde que exercida de modo a não violar direitos
ou legítimas expectativas de terceiros, é instrumento válido de tentativa de mudanças
sociais sem uso da violência.
215
4. Ponto 04
4.1. Direito Constitucional
Resposta:
Resposta:
Resposta:
216
Já o efeito repristinatório advém do controle de constitucionalidade. Para compreendê-
lo melhor, é necessário explanar brevemente sobre o princípio que lhe dá suporte: o
princípio da nulidade do ato inconstitucional.
Com isso, a norma que nasce nula (declarada inconstitucional) não poderia revogar a
anterior validamente.
Resposta:
5) Fale sobre a modulação dos efeitos temporais na ADI. Isso não confere ao judiciário um
alargamento de seu poder (legislando)?
Resposta:
217
A modulação de efeitos é prevista em nosso ordenamento pelos artigos 27 da Lei
9.868/1999 e 11 da Lei 9.882/1999, em situação análoga à que consta na Constituição
Portuguesa e também na Lei Orgânica da Corte Constitucional Alemã. Trata da possibi-
lidade de se legitimar a produção de efeitos a uma lei considerada inconstitucional. O
sistema brasileiro se assenta na premissa, via de regra, de que a lei inconstitucional é
nula, razão pela qual a declaração de sua inconstitucionalidade deveria produzir efeitos
jurídicos retroativos, como se a lei jamais tivesse existido. Por razões de segurança ju-
rídica, entretanto, permite-se a declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia
de nulidade, de modo a permanecerem válidos os atos praticados na vigência da lei
declarada inconstitucional.
6) Faça uma diferenciação sobre o que vem a ser controle de constitucionalidade e a modula-
ção dos seus efeitos temporais de acordo com a doutrina e a jurisprudência.
Resposta:
7) Há correntes que veem uma extravagância do Poder Judiciário, pois que estaria exercendo
um poder normativo a partir do momento que dá efeito prático a um preceito que ele já decla-
rou inconstitucional. Como vê essa questão? Haveria essa invasão do Poder Judiciário?
Resposta:
218
princípio da segurança jurídica, não há como negar que sua utilização indevida pode
gerar situações de indevida atuação do Poder Judiciário como legislador positivo e con-
trário à Constituição.
Resposta:
É possível o controle preventivo, que incide sobre os projetos de lei ou de emenda cons-
titucional, por parte dos três poderes.
9) Na hipótese em que o regimento interno da Câmara de um dos Poderes, por exemplo, está
sendo confeccionado e há uma discussão sobre sua compatibilidade, poderia haver esse con-
trole de constitucionalidade pelo Supremo em relação ao que estivesse inscrito nessa norma
específica interna de funcionamento de um dos Poderes?
Resposta:
Resposta:
219
O efeito repristinatório advém do controle de constitucionalidade. Para compreendê-lo
melhor, é necessário explanar brevemente sobre o princípio que lhe dá suporte: o prin-
cípio da nulidade do ato inconstitucional.
Com isso, a norma que nasce nula (declarada inconstitucional) não poderia revogar a
anterior validamente.
Resposta:
Resposta:
220
Materiais: impedem a alteração de determinados conteúdos consagrados no texto consti-
tucional. São as denominadas cláusulas pétreas.
Fala-se ainda em limitações temporais, segundo as quais a Constituição não poderia ser
emendada antes de decorrido determinado lapso temporal. Não previstas na atual Cons-
tituição.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Há recepção quando uma norma pré-constitucional guarda conformidade com uma nova
Constituição, sendo com ela compatível, permanecendo em vigor. Ao reverso, a não
recepção ocorre quando a norma é incompatível com a nova constituição. Nesse caso,
haverá revogação da norma e, não propriamente inconstitucionalidade, em razão da in-
compatibilidade com a Constituição, que é hierarquicamente superior.
Resposta:
Como exposto anteriormente, a não recepção ocorre quando a norma, anterior à Consti-
tuição, é com esta incompatível, sendo revogada com o advento da norma hierarquica-
mente superior. Já a inconstitucionalidade superveniente, fenômeno semelhante, ocorre
quando uma norma, compatível com a Constituição, se torna com esta incompatível, por
posterior reforma do texto constitucional ou por circunstâncias fáticas. Segundo enten-
dimento do STF, a questão não é propriamente de inconstitucionalidade, mas de revo-
gação de norma anterior pela nova norma hierarquicamente superior (ADIQO 7, ADI
2).
221
17) Não recepção pode sofrer controle concentrado? Qual a lei?
Resposta:
18) Que entendimento o STF adotou, recentemente, acerca da lei de imprensa. Quem foi o
ministro relator, neste caso?
Resposta:
No julgamento da ADPF n. 130, cujo relator foi o Ministro Carlos Ayres Britto, o STF
considerou a Lei de Imprensa incompatível com a Constituição de 1988, por afrontar as
disposições relativas à liberdade de imprensa. Considerou-se que o exercício da ativida-
de jornalística encontra-se submetido apenas às restrições constantes do próprio texto
constitucional, não podendo o legislador ordinário criar outras limitações.
19) Lembra quem foram os ministros do STF que travaram o debate célebre em que ficou de-
cidido que a norma infraconstitucional incompatível com a constituição superveniente encerra
hipótese de "não-recepção", e não hipótese de "revogação"?
Resposta:
Referido rebate foi travado no bojo da ADI n. 2, entre os ministros Paulo Brossard (rela-
tor) e Sepúlveda Pertence. O Min. Paulo Brossard defendeu que a incompatibilidade de
norma anterior à Constituição com o texto dessa encerra hipótese de revogação, deven-
do ser solucionada no âmbito do direito intertemporal. Já o Min. Sepúlveda Pertence
considerou que a não recepção implica em inconstitucionalidade, não sendo apenas re-
vogação. Este Ministro defendeu que, mesmo podendo ser tratada de revogação, a dife-
rença é substancial pois, segundo seu entendimento, sendo inconstitucionalidade, pode-
ria ser objeto de ADIN. Prevaleceu o entendimento do relator, no sentido de se tratar de
revogação e que, por este motivo, ADIN não poderia tratar deste tema (pelo fato de ser
superior, a Constituição não deixa de produzir efeitos revogatórios. (Seria ilógico que a
lei fundamental, por ser suprema, não revogasse, ao ser promulgada, leis ordinárias.
(...) Ação direta de que se não conhece por impossibilidade jurídica do pedido).
222
20) Qual a diferença entre não recepção e revogação de norma em decorrência de constituição
superveniente?
Resposta:
21) Cabível ADI contra norma infraconstitucional vigente em face parâmetro normativo consti-
tucional revogado?
Resposta:
Segundo entendimento tradicional no STF, não seria cabível ADI contra norma consti-
tucional vigente confrontada com norma constitucional revogada. Eventuais ADIs pro-
postas, com esta temática, seriam consideradas prejudicadas (ADI 2197). Contudo, re-
centemente, o STF ensaia mudança neste entendimento. Conforme decidido nas ADIs
2158 e 2189, o Tribunal considerou que a constitucionalidade da norma deve ser aferi-
da diante da quadro constitucional vigente na data de sua edição (princípio da contem-
poraneidade). Entendeu que ―não se admite a figura da constitucionalidade superveni-
ente”.
Resposta:
Por regra geral, a declaração de inconstitucionalidade tem efeitos erga omnes e ex tunc.
O reconhecimento da inconstitucionalidade implica em nulidade da norma, com efeitos
retroativos à data de sua promulgação. Trata-se de declaração de nulidade, atinge a
norma no plano de validade. Nos casos em que há modulação, ocorre o que a doutrina
chama de ―declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade‖. Nesse caso,
por razões de natureza política (preservação da segurança jurídica e excepcional interes-
se social), não ocorre propriamente declaração de nulidade (que teria efeito ex nunc).
Nesta hipótese, a decisão terá efeito constitutivo negativo, atingindo a norma no plano
de sua eficácia.
223
23) Existe controle de constitucionalidade superveniente?
Resposta:
Resposta:
A ADPF 54 versa sobre a possibilidade de aborto nos casos de gestação de feto anencé-
falo, quando a vida extrauterina se revela inviável. Com fundamento, principalmente, no
princípio da dignidade da pessoa humana, o STF considerou ser possível a interrupção
da gestação neste caso (ver informativo 661).
Resposta:
Resposta:
Resposta:
A doutrina majoritária entende que o princípio do não-confisco não se aplica aos tribu-
tos extrafiscais, pois estes não detém função arrecadatória, sendo instrumentos da políti-
ca fiscal. Nesse sentido, Sacha Calmon Navarro Coelho e Aliomar Baleeiro. Em sentido
contrário, Ricardo Lobo Torres e Werther Botelho Spagnol.
Resposta:
3) Norma legal que altera prazo de recolhimento de tributo se sujeita ao princípio da anteriori-
dade?
Resposta:
Conforme Súmula 669 do STF, ―Norma legal que altera o prazo de recolhimento da
obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade‖. Isto porque não se
cria ou aumenta tributo, não incidindo o art. 150, III, a da Constituição.
225
4) Distinção básica entre proporcionalidade e progressividade?
Resposta:
Pelo princípio da progressividade, à medida que se aumenta a base de cálculo, são apli-
cáveis alíquotas maiores. Trata-se de princípio correlato ao princípio da capacidade con-
tributiva. Já o princípio da proporcionalidade implica em maior tributação aos contribu-
intes com riqueza tributável maior, sem necessariamente haver alteração nas alíquotas.
Um exemplo é a alteração da base de cálculo do imposto de renda, para dedução de
despesas médicas.
Resposta:
Resposta:
Pela legalidade absoluta, a Constituição impõe a edição de lei formal para a regulamen-
tação de determinada matéria. Lei, nesse sentido, significa norma editada pelo Poder
Legislativo, conforme processo legislativo constitucionalmente previsto. Pela legalidade
relativa, apesar de se exigir edição de lei em sentido formal, permite-se a esta estabele-
cer somente parâmetros de atuação do Poder Executivo, podendo este complementá-la
por ato infralegal. É admitida no direito tributário. Exemplo: Alíquotas do IPI, IOF, II e
IE (art. 153, parágrafo primeiro, da Constituição).
Resposta:
Pelo princípio da eticidade, a boa-fé deve marcar as relações jurídicas. Por consequên-
cia, estas relações devem ser marcadas por valorização da dignidade humana, da cida-
dania, da personalidade, da confiança, da probidade, da lealdade, da boa-fé e da hones-
tidade. Este princípio incide na área tributária, tendo relação com os princípios da ante-
rioridade, da vedação ao confisco, da capacidade contributiva, da não surpresa, da iso-
226
nomia, da não-discriminação, que visam assegurar uma relação transparente entre o
fisco e o contribuinte.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
O princípio da irretroatividade guarda relação com a eficácia das normas, as quais não
poderão retroagir para alcançarem fatos pretéritos. Já a intangibilidade guarda relação
com o princípio da segurança jurídica. Por este princípio, o ato jurídico perfeito e o di-
reito adquirido (além da coisa julgada) são intangíveis e não podem ser afetados por ato
normativo posterior. Por exemplo, por exemplo, a formalização de um parcelamento de
dívida tributária constitui ato jurídico perfeito, a vincular o contribuinte e o ente tribu-
tante, gerando todos os efeitos previstos nas normas gerais de Direito Tributário, com,
por exemplo, a possibilidade de emissão de certidões negativas.
6) Conceito de vigência da lei tributária, distinguindo vigência formal e vigência material. Entra
nesse conceito a figura da eficácia?
Resposta:
227
7) Há alguma peculiaridade em relação às leis tributárias no que tange à eficácia?
Resposta:
Sim. Conforme previsto no art. 150, III, b e c da Constituição, é vedado aos entes fede-
rativos cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou e antes de decorridos noventa dias da data em que haja
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Ou seja, editada norma em descon-
formidade com estes prazos, a norma poderá ser vigente (apta a produzir efeitos), mas
será desprovida de eficácia (não produzirá efetivamente tais efeitos).
Resposta:
9) A lei tributária que não majore nem institua tributos também devem observar essas limita-
ções? Qual o prazo de vigência dessas leis? Poderá ter vigência extraterritorial? Qual o pressu-
posto para isso acontecer?
Resposta:
Considerando que a legislação tributária se interpreta literalmente, nesses casos tais li-
mitações não incidem. Por exemplo, o STF já decidiu que tais princípios não incidem
nos casos redução ou extinção de desconto legalmente previsto (ADI 4016). O prazo de
vigência da lei observará as disposições da Lei de Introdução às Normas do Direito Bra-
sileiro e do CTN. O CTN, no art. 101, prevê que a vigência, no espaço e no tempo, da
legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em
geral, com as ressalvas previstas neste Código. Em regra, a própria norma poderá dispor
sobre sua vigência. Quando omissa, entra vigor 45 dias após sua publicação (art. 1º
LINDB). O art. 102 dispõe sobre a extraterritorialidade: ―A legislação tributária dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos terri-
tórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que par-
ticipem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela Uni-
ão.‖
10) O direito tributário trabalha com a retroatividade? Também se aplica a retroatividade má-
xima, média e mínima?
Resposta:
228
Segundo Sabbag, a retroatividade é ―a) máxima, quando a lei retroage para atingir a
coisa julgada ou os fatos jurídicos consumados (transação,pagamento, prescrição); b)
média, quando a lei atinge os direitos exigíveis mas não realizados antes de sua vigên-
cia, vale dizer, direitos já existentes mas ainda não integrados no patrimônio do titular.
c) mínima, quando a lei nova atinge os efeitos dos fatos anteriores verificados após a
sua edição.‖ Este autor entende que a Constituição, por consagrar o princípio da segu-
rança jurídica, não permite qualquer destas formas de retroatividade, consagrando a
irretroatividade, não obstante vozes em contrário. Entende que o art. 105 do CTN con-
sagra a irretroatividade, fixando como marco o fato gerador efetivamente ocorrido. Pode
haver retroatividade, apenas, na hipótese de aplicação da norma gerar situação favorável
ao contribuinte ou quanto for interpretativa (art. 106).
11) Receita de imposto pode ser vinculada a determinada despesa? Onde se encontra este
impedimento (vinculação da receita à despesa)? A vinculação do fato gerador toca na vincula-
ção da receita?
Resposta:
12) Pode-se deduzir que, porque o tributo é não vinculado, no que se refere ao fato gerador, a
receita referente a esse tributo não pode ser vinculada com a despesa?
Resposta:
Não necessariamente. São tributos vinculados aqueles que guardam relação com alguma
atividade estatal relativa ao contribuinte. Assim, são vinculados a taxa e a contribuição
de melhoria. São não vinculados os impostos Os empréstimos compulsórios são vincu-
lados ou não vinculados. Já a vinculação à despesa remete à classificação dos tributos
quanto ao destino da arrecadação. São de arrecadação vinculada os tributos cujas recei-
tas devem ser destinadas a determinadas atividades. O exemplo são as contribuições
para a seguridade social. Já nos tributos de arrecadação não vinculada não há essa corre-
lação.
229
13) Há diferença entre o princípio da noventena e o princípio da anterioridade nonagesimal?
Resposta:
Para parcela majoritária da doutrina, os princípios são tidos como sinônimos, mas há
autores que costumam diferenciá-los. Assim, a anterioridade nonagesimal seria aplicá-
vel às contribuições para financiamento da seguridade social (art. 195, p. 6º da CF -
―As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorri-
dos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado‖).
Já a noventena seria aplicável às demais espécies tributárias (art. 150, III, c – ―antes de
decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou au-
mentou‖). Contudo, embora a diferença seja terminológica, entende-se que há equiva-
lência teleológica.
14) No que diz respeito ao princípio do “in dubio pro contribuinte”, é aplicável às infrações
tributárias?
Resposta:
Resposta:
Pelo princípio da irretroatividade, é vedado aos entes tributantes cobrar tributos em re-
lação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver insti-
tuído ou aumentado (art. 150, III, a CF). Consagra o princípio da não surpresa, afirman-
do a boa-fé que deve haver na relação entre o fisco e o contribuinte. É corolário do prin-
cípio da segurança jurídica (art. 5º, XXXVI).
Resposta:
230
Conforme o art. 106 do CTN, a lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito, em qual-
quer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade
à infração dos dispositivos interpretados; ou tratando-se de ato não definitivamente jul-
gado, quando deixe de defini-lo como infração; quando deixe de tratá-lo como contrá-
rio a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não
tenha implicado em falta de pagamento de tributo; quando lhe comine penalidade me-
nos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
17) O princípio da capacidade tributária só existe com relação aos impostos ou também existe
com relação aos outros tributos? Há diferença entre processo e procedimento tributário?
Resposta:
Resposta:
A intangibilidade guarda relação com o princípio da segurança jurídica. Por este princí-
pio, o ato jurídico perfeito e o direito adquirido (além da coisa julgada) são intangíveis e
não podem ser afetados por ato normativo posterior. Por exemplo, por exemplo, a for-
malização de um parcelamento de dívida tributária constitui ato jurídico perfeito, a vin-
cular o contribuinte e o ente tributante, gerando todos os efeitos previstos nas normas
gerais de Direito Tributário, com, por exemplo, a possibilidade de emissão de certidões
negativas.
Resposta:
O art. 97 do CTN prevê os elementos da regra matriz de incidência que devem estar
previstos na lei: a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, e do seu
sujeito passivo; a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo; a cominação
de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras
231
infrações nela definidas; as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tri-
butários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
O princípio da legalidade, inicialmente, está previsto no art. 5º, II, da Constituição, se-
gundo o qual ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de
lei. Especificamente em matéria tributária, o art. 150, I prevê que os entes federados não
podem exigir ou instituir tributo sem lei que o estabeleça. O art. 97 do CTN também
elenca matérias que apenas podem ser disciplinadas por lei. A jurisprudência considera
que determinadas matérias não necessariamente devem ser disciplinadas por lei: as não
constantes do citado art. 97, atualização da base de cálculo do tributo (art. 97, p. 2º),
prazo para pagamento. A CF possibilita que as alíquotas do II, IE, IPI e IOF, bem como
da CIDE-combustíveis, possam ser alteradas pelo Poder Executivo. / Pelo princípio da
tipicidade cerrada, a lei criadora de tributos dever ser minuciosa, prevendo todos os e-
lementos do tributo, de molde a não permitir interpretações extensivas e discricionarie-
dades. Por esse motivo, a norma deve prever fato gerador, alíquota, base de cálculo,
penalidades.
232
2) Discorra sobre a imunidade recíproca e se ela abrange empresas públicas e sociedade de
economia mista.
Resposta:
Pela imunidade recíproca, a União, Estados, Distrito Federal e Municípios não podem
instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros (art. 150, VI, c).
Trata-se regra protetiva do pacto federativo. Em relação às autarquias e fundações, seu
patrimônio, renda e serviços devem estar afetos às suas finalidades essenciais, para fazer
jus à imunidade (art. 150, p. segundo). Em relação às empresas públicas e sociedades de
economia mista, o STF considera ser aplicável a imunidade quando prestadoras de ser-
viços públicos (RE 424.227), não sendo extensível às exercentes de atividades econô-
micas (RE 363.412-AgR), por força do art. 173 e parágrafos da CF.
Resposta:
A não incidência ocorre quando um fato não é abrangido pela hipótese de incidência,
não havendo o fato gerador do tributo. Pode ocorrer quando um ente, embora possa fa-
zê-lo, deixa de definir determinada situação como hipótese de incidência ou quando o
ente não dispõe de competência. Há imunidade quando a Constituição delimita a com-
petência dos entes federativos, impedindo que determinadas situações sejam considera-
das hipótese de incidência de tributos (art. 150, VI, da constituição). Já isenção ocorre
quando os entes, no exercício de sua competência, estabelecem exceções à regra de tri-
butação. É dispensa legal de tributo devido, sendo hipótese de exclusão do crédito tribu-
tário.
Resposta:
O princípio da legalidade, inicialmente, está previsto no art. 5º, II, da Constituição, se-
gundo o qual ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de
lei. Especificamente em matéria tributária, o art. 150, I prevê que os entes federados não
podem exigir ou instituir tributo sem lei que o estabeleça. O art. 97 do CTN também
elenca matérias que apenas podem ser disciplinadas por lei. A jurisprudência considera
que determinadas matérias não necessariamente devem ser disciplinadas por lei: as não
constantes do citado art. 97, atualização da base de cálculo do tributo (art. 97, p. 2º),
prazo para pagamento. A CF possibilita que as alíquotas do II, IE, IPI e IOF, bem como
da CIDE-combustíveis, possam ser alteradas pelo Poder Executivo.
233
5) No que concerne às empresas públicas e sociedades de economia mista, essas entidades são
beneficiadas pela imunidade tributária da Constituição?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
A licença constitui ato administrativo vinculado, razão pela qual o respectivo alvará não
poderá ser negado, pela Administração, quando ficar demonstrado o preenchimento de
todos os requisitos legais pelo Administrado. Já a autorização é ato discricionário e sua
emissão depende da análise de mérito pela Administração (conveniência e oportunida-
de).
234
4) Quais os limites à rescindibilidade pelo STF das decisões do CNJ?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Nem todo ato da administração constitui ato administrativo. Ato administrativo, segun-
do José dos Santos Carvalho Filho, é ―a exteriorização de vontade de agentes da Admi-
nistração Pública ou de seus delegatário, que, sob regime de direito público, vise à pro-
dução de efeitos jurídicos, com o fim de atender ao interesse público‖. Há atos que, sem
serem considerados atos administrativos, são apenas atos da Administração. Por exem-
plo, os contratos firmados sob regime de Direito Privado, nos quais a Administração
não atua sob regime de Direito Público. Nem todos os atos são dotados de exigibilidade.
O exemplo são as autorizações e permissões, onde prepondera o interesse privado. Edi-
tado o ato, carece à Administração interesse em exigir seu cumprimento. Autoexecuto-
riedade é possibilidade execução imediata do ato praticado pela Administração, a fim
que seu objetivo seja imediatamente alcançado. Alguns atos não possuem este atributo,
como a cobrança de multas, que só podem ser executadas pelo Poder Judiciário.
235
2) Uma decisão judicial pode obstar a autoexecutoriedade do ato?
Resposta:
Sim. Por vezes, a execução de um ato administrativo, viciado, pode trazer graves danos
aos cidadãos. Diante do princípio da inafastabilidade da jurisdição, é possível ao Poder
Judiciário editar provimentos tendentes a afastar a exigibilidade de atos administrativos.
Por exemplo, as liminares em Mandado de Segurança (art. 7º da Lei 12016/2009) e em
Ação Civil Pública (arts. 4º e 12 da Lei 7347/85).
Resposta:
4) Autorização e permissão de uso público são revogáveis pela Administração? Qual seria a
pedra de toque para diferenciar a autorização da permissão? Existe a possibilidade de o parti-
cular pleitear indenização no caso da revogação da autorização ou da permissão?
Resposta:
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, ―autorização de uso é o ato administrativo
pelo qual o Poder Público consente que determinado indivíduo utilize bem público de
modo privativo, atendendo primordialmente a seu próprio interesse‖. Já permissão de
uso seria ―o ato administrativo pelo qual a Administração Pública consente que certa
pessoa utilize privativamente bem público, atendendo ao mesmo tempo aos interesses
público e privado‖. Ambos são atos unilaterais, discricionários e precários. Distinguem
quanto à finalidade primordial: atendimento ao interesse particular (autorização) ou pú-
blico e privado (permissão). Sendo discricionários, podem ser revogados, em regra, sem
direito a indenização. Contudo, pode haver indenização nos casos de atos editados com
prazo certo, no qual se gera uma perspectiva de estabilidade, ao particular, ou quando
ficar caracterizado desvio de finalidade, dentre outros vícios.
236
Resposta:
São distintos. Motivo é requisito do ato administrativo, que deve estar presente sempre.
É a situação de fato ou de direito que gera a vontade do agente quando pratica o ato ad-
ministrativo, segundo José dos Santos Carvalho Filho. Já o mérito, segundo este autor, é
a avaliação de conveniência e oportunidade relativas ao motivo e objeto (elementos do
ato administrativo), inspiradoras do ato discricionário.
Resposta:
A visão de culpabilidade pela conduta de vida, inserta nas cláusulas "cegueira jurídica"
ou "inimizade com o direito", foi inaugurada por Mezger e introduziu no direito penal,
nas palavras de Assis Toledo, a possibilidade de condenação do agente não por aquilo
que ele faz, mas por aquilo que ele é, daí derivando, em linha reta, um discutível e pou-
co seguro direito penal do autor. Nesse cenário, o juiz definirá a conduta social do agen-
te não através de um fato do processo, mas sim, utilizando-se de conceitos psicológicos.
A despeito disso, o regime jurídico penal brasileiro não admite que o autor de um crime
seja punido ou que tenha sua pena-base aumentada por aquilo que ele é (direito penal do
autor), mas sim, apenas pelo o que ele fez (direito penal do fato), daí muitos questiona-
rem a legitimidade da contravenção de vadiagem, típico direito penal do autor.
237
2) Quais são as modalidades de pena admitidas na CF/1988? Esse rol é taxativo?
Resposta:
Segundo o art. 5º, XLVI, da CR/88, a lei adotará, entre outras, as penas de a) privação
ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e)
suspensão ou interdição de direitos. Esse rol não é taxativo, uma vez que o texto do re-
ferido inciso afirma, expressamente, que a lei adotará as seguintes penas ―entre outras‖,
afirmando o constituinte, às claras, que o Legislador pode prever penas de outra nature-
za, diante do caráter exemplificativo das hipóteses. Noutro norte, o inciso seguinte
(XLVII) dispõe que não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada,
nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de bani-
mento; e) cruéis.
Resposta:
4) art. 59. Conduta social, responsabilidade...; é possível ser levado em consideração ao aplicar
a pena?
Resposta:
Resposta:
238
Resposta:
Tendo em conta que o art. 5º, XLVI, da CR/88 traz um rol não taxativo, é, sim, possível
a previsão pelo Legislador da pena de advertência, uma vez que o texto do referido inci-
so afirma, expressamente, que a lei adotará as seguintes penas ―entre outras‖, afirmando
o constituinte, às claras, que o Legislador pode prever penas de outra natureza, diante do
caráter exemplificativo das hipóteses. Além disso, a natureza e o conteúdo da pena de
advertência em nada se amolda ou toca as características das penas vedadas pela Consti-
tuição.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
No atual estágio da política penitenciária brasileira, não se pode afirmar que o aspecto
ressocializador se aproxima do real. Em razão das condições degradantes e violadoras
da dignidade da pessoa humana existentes em nossos presídios e penitenciárias, consta-
ta-se que o condenado, após o cumprimento da pena, não retorna à sociedade apto a nela
conviver, máxime porque, muitos deles deixam o sistema prisional com novas idéias e
percepções acerca da criminalidade, principalmente a organizada, ou seja, nosso sistema
prisional, atualmente, mostra-se mais como uma ―escola para o crime‖, ou melhor, uma
―faculdade‖, do que propriamente um ambiente ressocializador, o que poderia ser mu-
dado caso os poderes responsáveis pelas decisões políticas de nosso Estado buscassem
medidas mais adequadas para a estruturação e organização de nossos presídios e peni-
239
tenciárias, a fim de que se alcançasse, o mais próximo do real, a finalidade ressocializa-
dora.
10) Quais os regimes de pena privativa de liberdade do CP? São 3? Existe um quarto regime
fora do CP?
Resposta:
Reclusão, Detenção e Prisão Simples. Sim são três. Não existe um quarto regime fora
do CP, isso porque a prisão civil do devedor inescusável de alimentos é forma de coa-
ção para que esse devedor cumpra sua obrigação ou responsabilidade, isto é, trata-se de
execução indireta em que o Estado, por meio da ameaça de prisão, busca convencer o
devedor a adimplir seu débito sponte própria, não sendo, pois, uma espécie de pena,
máxime porque ao término da prisão civil o devedor não vê saldada a sua dívida, o que
reafirma o caráter não penal da prisão civil do devedor de alimentos.
Resposta:
O regime especial não é necessariamente regime fechado, o regime especial é o das mu-
lheres, previsto no art. 37, do CP, segundo o qual as mulheres cumprem pena em estabe-
lecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal,
bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. Assim, quanto a última parte do
dispositivo, embora o regime especial não seja necessariamente regime fechado, nada
impede que as mulheres, de forma inicial ou por regressão, cumpram suas penas em
regime fechado, o qual não é incompatível com sua singular condição pessoal de mu-
lher.
12) Dos três regimes que estão no CP, qual a diferença quanto à sua aplicação?
Resposta:
240
aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado; O conde-
nado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou
exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e
nos dias de folga.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Sim, a doutrina e a jurisprudência admitem regime mais gravoso, não sendo suficiente
para sua determinação somente o quantum da pena, vale dizer, as condições pessoais do
réu e as circunstâncias concretas do fato podem levar a aplicação de um regime mais
gravoso, o qual, por outro lado, não pode ser aplicado apenas em conta da gravidade em
241
abstrato do delito (Súmulas 718/STF e 440/STJ), necessitando-se, pois, para tanto de
motivação idônea do julgador (Súmula 719/STF).
17) Há algum Projeto de Lei para dar amplitude a essa questão da pena de confisco?
Resposta:
Resposta:
242
4.5.1.2. Questões do TRF2
1) Qual seria o conceito de renda mensal inicial? Qual é a ratio legis das carências? Tem algum
fundamento ou é uma discricionariedade? A lei pode abrir mão da carência? Auxílio doença
exige carência?
Resposta:
Renda mensal inicial é o valor inicial que será efetivamente pago ao segurado. Os bene-
fícios, quando calculados a partir do Salário de benefício, têm a incidência de certo per-
centual sobre este, determinando a Renda Mensal Inicial ou do Benefício. A ratio legis
das carências é resguardar o equilíbrio econômico-financeiro e atuarial do sistema, bem
como prevenir a ocorrência de fraudes. Pela diferença existente entre os inúmeros pra-
zos de carência, dependendo da natureza do benefício previdenciário, verifica-se que o
fundamento dessa diferença reside justamente na preservação do equilíbrio econômico-
financeiro e atuarial do sistema, pois que os benefícios que demandam maiores gastos
para o Regime Previdenciário, possuem, igualmente, maiores prazos de carência. A lei
não só pode, como abriu mão da carência em relação a alguns benefícios como o salá-
rio-maternidade da empregada. O auxílio-doença, em regra, tem carência de 12 (doze)
meses, carência essa dispensada nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e
de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-
se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afec-
ções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da
Previdência Social.
Resposta:
Sim, existem discussões, muitas delas já resolvidas por súmulas jurisprudenciais. Va-
mos as questões: a) Súm. 336/STJ: A mulher que renunciou aos alimentos na separação
judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a ne-
cessidade econômica superveniente; b) Súm. 37/TNU: A pensão por morte, devida ao
filho até os 21 anos de idade, não se prorroga pela pendência do curso universitário; c)
Concubinato não caracteriza união estável, sendo descabida a alegação de dependência
econômica por parte da concubina para fins de recebimento de pensão por morte, pois
que para o STJ a existência de impedimento para o matrimônio, por parte de um dos
pretensos companheiros, embaraça a constituição da união estável, inclusive para fins
previdenciários; d) Para o STJ, para fins de concessão de benefício da previdência pú-
blica ou privada, existe dependência econômica entre companheiros em relação homoa-
fetiva, pois que não houve de parte do constituinte, exclusão dos relacionamentos ho-
moafetivos, com vista à produção de efeitos no campo do direito previdenciário, confi-
gurando-se mera lacuna, que deverá ser preenchida a partir de outras fontes do direito;
e) a TNU entende que pode haver dependência econômica do filho inválido, mesmo que
essa invalidez se dê após os 21 anos de idade (2005.71.95.001467-0); f) menor sob
243
guarda não é dependente, já que lei de caráter previdenciário o excluiu dessa condição,
não podendo prevalecer a disposição do ECA em sentido diverso (no ECA menor sob
guarda é dependente para todos os fins de direito), tendo em vista o princípio da especi-
alidade, o qual faz prevalecer o disposto na lei previdenciária.
Resposta:
Resposta:
Obs.: não achei resposta em livros, nem na jurisprudência, mas pela minha interpre-
tação, no fator previdenciário a alíquota de contribuição é uma constante de 0,31, ou
seja, as variáveis da fórmula do cálculo do Fator Previdenciário são a Id (idade no mo-
mento da aposentadoria), o Tc (tempo de contribuição até o momento da aposentadoria)
e a Es (expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria), logo, na minha opinião,
não existe diminuição na alíquota do fator previdenciário para alguém.
Resposta:
É aquele tempo em que o segurado mantém o seu vínculo com o Sistema Previdenciá-
rio, mesmo não estando contribuindo e/ou não exercendo uma atividade remunerada que
o vincule à Previdência Social de maneira obrigatória, mantendo todos os direitos ine-
244
rentes à condição de segurado, não se contando, porém, esse período para fins de carên-
cia ou tempo de serviço.
2) Pode ser concedido auxílio acidente durante o período de graça? E salário maternidade?
Resposta:
Durante o período de graça, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previ-
dência Social (art. 15 § 3º da Lei 8.213/91), assim, qualquer previsão do regulamento
que restrinja ou retire a concessão de benefícios previdenciários no período de graça
será ilegal, pois que o Regulamento não pode ir contra a lei, como aconteceu no passado
com o auxílio-acidente e o salário maternidade, cuja concessão no período de graça fora
proibida por meio de Regulamento, o que veio a ser corrigido, respectivamente, pelos
Decretos n. 6.722/08 e 6.122/07. Porém, o art. 88, IV, do Regulamento da Previdência
Social/RPS, ainda prevê que o salário-família cessará pelo desemprego do segurado,
carecendo, portanto, de fundamento de validade, enquanto o segurado desempregado
estiver dentro do período de graça.
Resposta:
Sendo a sentença a causa para o recebimento, verifica-se que o título executivo se for-
mou judicialmente, nesse cenário, a jurisprudência do TRF-2 segue no sentido de que
“Rescindida a sentença condenatória, inexiste título executivo e, na falta dele, a execu-
ção não pode ser instaurada ou, instaurada, deve ser extinta.” (AC 200250030003391,
Desembargador Federal SERGIO SCHWAITZER, TRF2 - OITAVA TURMA ESPE-
CIALIZADA, E-DJF2R - Data: 30/05/2012 - Página::424.)
Resposta:
245
A Confirmação ou Ratificação consiste na renúncia ao direito de alegar a anulabilidade,
seja de forma expressa, por declaração de vontade, seja de forma tácita, pela prática de
ato incompatível com a intenção de alegar a presença do vício, como ocorre com o
cumprimento voluntário da obrigação anulável. Convalidação consiste no advento de
requisito faltante à formação do contrato anulável, ou seja, aquilo cuja ausência impor-
tava na anulabilidade do contrato passa a fazer-se presente. O defeito, que se qualifica
omissivamente, pela carência de determinado elemento contratual, é supervenientemen-
te sanado.
Resposta:
Resposta:
O negócio inválido, nulo ou anulável, produz efeitos enquanto não decretada a sua nuli-
dade, ou seja, a nulidade só se repercute se for decretada judicialmente, caso contrário,
surtirão os efeitos aparentemente queridos pelas partes. Porém, o negócio inexistente
não produz efeitos jurídicos, porque o negócio sequer se forma, faltando-lhe juridicida-
de.
246
4.6.1.4. Questões do TRF4
Resposta:
Sim, pode subsistir pela conversão do negócio jurídico inválido. Segundo o art. 170 do
CC/02, importando regra do direito alemão, “Se, porém, o negócio jurídico nulo conti-
ver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir
supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.” A conversão do negó-
cio jurídico nulo em outro negócio, o que não se confunde com sua convalidação (con-
firmação do mesmo negócio nulo). Ex: conversão de compra e venda nula por vício de
forma em promessa de compra e venda (se não se realizou por escritura pública, pode
converter em promessa e a partir dessa obrigar à transmissão do domínio do bem).
Resposta:
Resposta:
Segundo a resposta anterior, não existe exemplo de ato nulo que pode ser convalidado.
(VOLTAR NESTA QUESTÃO)
04) Toda simulação é invalidante, de acordo com o Código Civil de 2002? O código diferencia a
simulação relativa da absoluta?
Resposta:
Nem toda simulação é invalidante, visto que, nos termos do art. 167 do CC/02 “É nulo
o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na subs-
247
tância e na forma.”, em mais uma aplicação do princípio da conservação. Nesse cená-
rio, verifica-se com clareza que o CC/02 diferencia, sim, a simulação relativa da absolu-
ta, pois que a simulação relativa se trata justamente da dissimulação descrita na segunda
parte do art. 167 do CC/02, vale dizer, na simulação relativa celebra-se o negócio com o
objetivo de, com uma máscara, encobrir um outro negócio de efeitos jurídicos proibi-
dos. Por outro lado, na simulação absoluta, celebra-se um negócio jurídico aparente-
mente normal, mas que não visa a produzir efeito jurídico algum.
Resposta:
Resposta:
A propriedade resolúvel, cf. dispõe o art. 1.359/CC se dá quando o título aquisitivo (do
bem móvel ou imóvel) está subordinado a uma condição resolutiva ou advento do ter-
mo, seja por força de declaração de vontade, seja por determinação de lei. A proprieda-
de resolúvel é independente de alienação fiduciária, sendo essa apenas uma espécie do
gênero propriedade resolúvel, uma vez que a propriedade do alienante fica sob condição
resolutória do pagamento do débito pelo devedor, após o que o alienante perde tal pro-
priedade.
Resposta:
Trata-se de direito real de garantia, pelo qual há reserva de bens a constituir um patri-
mônio autônomo ao do incorporador, objeto de garantia em favor dos promitentes-
compradores, tornado imune à insolvência ou falência daqueles. Não é obrigatório, mas
existem estímulos fiscais para quem o constitui. É o regime pelo qual o terreno e as ben-
248
feitorias que serão objeto de construção, ficam mantidos separados do patrimônio da
empresa incorporadora. O empreendimento com patrimônio de afetação será tratado
como se fosse um estabelecimento autônomo da construtora, com inscrição própria no
CNPJ e conta bancária específica, na qual ficarão depositados os valores pagos pelos
adquirentes ao longo do tempo e da qual somente sairão os recursos depositados para o
custeio exclusivo da construção. Ele não se comunica com os demais bens, direitos e
obrigações do patrimônio geral do incorporador ou de outros patrimônios de afetação
por ele constituídos.
Resposta:
Resposta:
A ação dúplice consubstancia-se no fato de o réu poder formular pedido na própria con-
testação, em razão de expressa autorização legal. São exemplos de ação dúplices: pro-
cedimento sumário, juizado especial cível e ações possessórias. "Do prisma material, é
dúplice a ação, provocando o iudicium duplex, na qual a contestação do réu já basta à
obtenção do bem da vida. Em geral, o autor pede e o réu somente impede; naactio du-
plex, o ato de impedir (contestação) já expressa um pedido contrário. Nas ações dúpli-
ces, a simultaneidade da posição de autor e réu assumida pelos litigantes decorre da
pretensão deduzida em juízo. Excepcionalmente, a reconvenção pode ser ajuizada em
sede de ação dúplice: há casos em que o que o réu deseja é algo diferente do que alcan-
çaria com a improcedência do autor, cf. o enunciado da súmula 258 do STF dispõe ser
admissível reconvenção em ação declaratória (dúplices por natureza ) quando o pedido
não se limitar à declaração de improcedência.
Resposta:
Resposta:
250
4) Quais as condicionantes do interesse de agir?
Resposta:
Resposta:
a) Dimensão da Utilidade: o processo deve ser útil. Processo útil é aquele que pode pro-
piciar algum proveito para o demandante. Quando ocorre perda de objeto da demanda,
carecerá de utilidade e, assim, de interesse de agir. - também não haverá utilidade quan-
do as despesas com a execução superarem o valor da dívida. b) Dimensão da Necessi-
dade: é preciso demonstrar que o processo é necessário à obtenção do proveito almeja-
do. Se houve ou houver meios para a composição voluntária, o processo é desnecessá-
rio. Ex. esgotamento de instância administrativa. Pelo acima disposto, a expressão certa
seria utilidade-necessidade, pois que o processo deve ser, antes de tudo, útil e proveito-
so, para, só então, se questionar se ele é necessário na busca desse proveito.
Resposta:
251
Resposta:
Ação Dúplice: Do prisma material, é dúplice a ação que a contestação do réu já basta à
obtenção do bem da vida. Em geral, o autor pede e o réu somente impede. São chama-
das de ações de mão dupla, com sinais trocados. Nas ações dúplices, a simultaneidade
da posição de autor e réu assumida pelos litigantes decorre da pretensão deduzida em
juízo. Reconvenção: como modalidade de resposta que é, permite que o réu não apenas
ofereça resistência à pretensão buscada pelo autor mas também pleiteie o reconhecimen-
to de uma pretensão da qual se julga titular em face do autor. Pedido Contraposto: A
técnica da contraposição de pedidos implica a formulação de pedido, por parte do réu,
na mesma oportunidade de oferecimento de sua defesa, sem a necessidade de utilização
do procedimento próprio da via reconvencional. Desse modo, há o exercício do direito
de ação, mas não se exigem as formalidades inerentes à demanda reconvencional, pois
que essa técnica foi pensada para homenagearem os princípios da simplicidade e celeri-
dade nos Juizados Especiais e no Procedimento Sumário.
8) O gênero questões prévias engloba quais espécies? As questões prévias são qualificáveis
como objeções ou exceções?
Resposta:
Antes do mérito, o juiz tem que decidir outras questões no curso do processo, que são
denominadas questões prévias, ou seja, questões prévias são todas as questões que tem
que ser analisadas antes de se apreciar o mérito/pedido/objeto do processo. Assim, o
gênero questões prévias engloba as espécies questões preliminares e questões prejudici-
ais. As questões prévias tanto podem ser consideradas como exceções como objeções,
vale dizer, existem questões prévias que podem ser conhecidas de ofício pelo juiz como
a coisa julgada, tratando-se, pois, de objeção. Por outro lado, há questões prévias que o
julgador somente pode conhecer quando provocado pelas partes tal qual a competência
relativa, sendo, então, uma exceção.
Resposta:
252
10) O impedimento e a suspeição são considerados objeções ou exceções?
Resposta:
Nos termos do art. 137 do CPC, segunda parte, “juiz que violar o dever de abstenção,
ou não se declarar suspeito, poderá ser recusado por qualquer das partes”, Marinoni e
Mitidiero (CPC – comentado artigo por artigo, 3ª Ed., 2011, RT, p. 186) afirmam que
“o juiz tem o dever de abster-se do julgamento da causa em que impedido ou suspeito.
Violado o dever, podem as partes e o MP, enquanto custos legis, argüir a parcialidade
do magistrado.” Vale dizer, é dever do juiz, conhecer de ofício, sua suspeição ou impe-
dimento, o que se leva a crer que tais institutos, impedimento e suspeição, são conside-
rados objeções.
Resposta:
O art. 319 do CPC reza que “Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros
os fatos afirmados pelo autor”. Trata-se do efeito material da revelia, o qual não se a-
plica contra a Fazenda Pública uma vez que indisponíveis os interesses em jogo, nos
termos do art. 320 II do CPC, interesses que os advogados públicos não podem, sem
autorização legal, dispor, renunciar ou transigir (CPC, 302, I). Marinoni e Mitidiero
(CPC – comentado artigo por artigo, 3ª Ed., 2011, RT, p. 326) defendem que só é indis-
ponível o interesse público primário da Fazenda Pública e não o secundário.
Resposta:
Segundo o art. 302 do CPC ―Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os
fatos narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados
(...)‖ . Como visto acima, mesmo que a Fazenda Pública não ofereça uma impugnação
especificada em relação às questões arguidas na inicial, contra ela não correrão os efei-
tos materiais da revelia, diante da indisponibilidade do direito discutido, qual seja, o
interesse público primário. Logo, não se aplica à Fazenda Pública o ônus da impugna-
ção específica, máxime porque seus atos gozam de presunção de legitimidade, cuja pro-
va em contrário fica a cargo do administrado.
Resposta:
253
QUESTÃO JÁ RESPONDIDA (vide item 12 acima)
Resposta:
Resposta:
Sim, a presunção de veracidade é relativa, visto que, segundo o art. 320 do CPC, a reve-
lia não induz o seu efeito material: I - se, havendo pluralidade de réus, algum deles con-
testar a ação; II - se o litígio versar sobre direitos indisponíveis; III - se a petição inicial
não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considere indispensável à
prova do ato. Mesmo fora desses casos, a presunção de veracidade não depende unica-
mente da revelia do réu, pois que o juiz somente deve decretá-la no caso de haver veros-
similhança nas alegações do autor, vale dizer, a presunção de veracidade está sujeita ao
crivo da persuasão racional do julgador.
Resposta:
254
sumulado, inclusive: Enunciado nº. 70: “O ajuizamento da ação de concessão de bene-
fício da seguridade social reclama prévio requerimento administrativo.” Por outro la-
do, o mesmo FONAJEF excepciona esse entendimento, senão vejamos: Enunciado nº.
71: “O ajuizamento da ação revisional de benefício da seguridade social que não en-
volva matéria de fato dispensa o prévio requerimento administrativo.” Enunciado nº.
72: “A comprovação de denúncia da negativa de protocolo de pedido de concessão de
benefício, feita perante a ouvidoria da Previdência Social, supre a exigência de com-
provação de prévio requerimento administrativo nas ações de benefícios da seguridade
social.” Enunciado 73: “Em juizados itinerantes, pode ser flexibilizada a exigência de
prévio requerimento administrativo, consideradas as peculiaridades da região atendi-
da.”
Resposta:
As causas de impedimento e suspeição estão previstas nos artigos 134 a 138, do Código
de Processo Civil (CPC) e dizem respeito à imparcialidade do juiz no exercício de sua
função. É dever do juiz declarar-se impedido ou suspeito, podendo alegar motivos de
foro íntimo. O impedimento tem caráter objetivo, enquanto que a suspeição tem relação
com o subjetivismo do juiz. A imparcialidade do juiz é um dos pressupostos processuais
subjetivos do processo. No impedimento há presunção absoluta (juris et de jure) de par-
cialidade do juiz em determinado processo por ele analisado, enquanto na suspeição há
apenas presunção relativa (juris tantum). O CPC dispõe, por exemplo, que o magistrado
está proibido de exercer suas funções em processos de que for parte ou neles tenha atu-
ado como advogado. O juiz será considerado suspeito por sua parcialidade quando for
amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes, receber presente antes ou de-
pois de iniciado o processo, aconselhar alguma das partes sobre a causa, entre outros.
Resposta:
Não, segundo o inciso II, do art. 485, do CPC, apenas a sentença de mérito proferida por
juiz impedido pode ser objeto de ação rescisória, haja vista o impedimento ser uma cau-
sa objetiva e que gera presunção absoluta de ser o juiz parcial em determinada demanda.
3) Discorra sobre as condições da ação e sobre o novo código de processo civil retirar uma das
condições da ação.
255
Resposta:
O CPC de 1973 é baseado nas lições o jurista italiano Liebman, o qual elencava 03 con-
dições da ação: legitimidade de parte, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedi-
do. Todavia, esse autor, ao evoluir seu pensamento, excluiu a possibilidade jurídica do
pedido do rol das condições da ação sem ser acompanhado pelo nosso CPC. A evolução
do pensamento de Liebman se dera no sentido cassar a autonomia da possibilidade jurí-
dica do pedido para incluí-la no interesse de agir, em sua dimensão utilidade. Além do
mais, por ser a possibilidade jurídica do pedido conceituada como “conformidade do
pedido com o ordenamento jurídico” ou ainda como “a ausência de vedação explícita
no ordenamento jurídico para a concessão do provimento jurisdicional”, para muitos a
possibilidade jurídica do pedido não passava de uma análise de mérito. No projeto do
Novo CPC a possibilidade jurídica do pedido não é mais uma das condições da ação.
Para seus juristas idealizadores, a sentença que, à luz da lei revogada seria de carência
da ação, à luz do Novo CPC é de improcedência e resolve definitivamente a controvér-
sia. Enfim, excluir a possibilidade jurídica do pedido do rol das condições da ação, sig-
nifica trazer maior estabilidade as relações sociais, tendo em vista que, verificado que o
pedido não se conforma ao ordenamento jurídico, haverá uma sentença de improcedên-
cia do pedido. Uma sentença de mérito, que tende à formação da coisa julgada material.
E que, por consequencia, impede a rediscussão da matéria. É melhor para os sujeitos
processuais que suas pretensões sejam resolvidas definitivamente, a fim de evitar reite-
radas rediscussões daquilo que já se sabe não autorizado pelo ordenamento e isto con-
tribui a um só tempo para a economia processual (evitando-se a repetição de causas) e
para a pacificação social.
Resposta:
A correlação é o liame conectivo entre os termos da acusação e aquilo que será enfren-
tado pelo juiz na prolação da sentença penal. Em processo penal, o limite objetivo da
lide para o magistrado está na apreciação daquilo que a acusação mencionou, quando da
provocação da instância penal. A sentença deverá decidir sobre os fatos descritos na
denúncia ou queixa, que estabelecem a lide penal, vinculando-se as narrativas ali inseri-
das. No processo penal, o réu se defende dos fatos que pesam contra ele e não da impu-
tação realizada ao término do libelo acusatório. Enfim, a sentença não pode ser extra,
ultra e nem citra petita. Esse princípio, com a parcial reforma do CPP, aplica-se até no
caso de mutatio libelli, pois que nos termos da parte final do § 4º do art. 384 do CPP
fica o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento promovido pelo MP. Há
256
quem defenda que a melhor interpretação dessa parte final consiste na proibição da de-
núncia alternativa, tendo o juiz que julgar apenas o fato contido no aditamento. Outra
corrente entende que uma interpretação conforme desse dispositivo tem o sentido e o
alcance de que, se ao acusado foram garantidos os princípios do contraditório e da am-
pla defesa, tanto na denúncia originária como na denúncia aditada, é cabível o instituto
da denúncia alternativa, podendo o julgador decidir com base nos fatos narrados em
qualquer uma delas.
2) Qual a posição do senhor a respeito da mutatio libelli do art. 384 em confronto com a
CF/88? O senhor admite que o art. 28 do CPP é ainda constitucional?
Resposta:
A mutatio libelli não passa de sua própria tradução: mudança do libelo, que é , na ver-
dade, mudança na acusação. O regime da mutatio foi substancialmente alterado com a
edição da Lei nº 11.719 de 2008. A partir do referido estatuto legal, não cabe ao magis-
trado realizar a mutatio mas, tão somente, ao verificar que é cabível alteração da tipifi-
cação penal em consequência de prova presente nos autos e não incluída na acusação,
permitir que o membro do Ministério Público promova o aditamento à denúncia ou
queixa. No regime anterior à referida lei, cabia ao próprio magistrado promover o adi-
tamento, o que é, abertamente, uma afronta ao sistema acusatório que apregoa a separa-
ção entre as funções de acusação e julgamento. Com a alteração legal resguardou-se a
separação de papeis entre órgão acusador e magistrado de forma que o sistema acusató-
rio encontra-se preservado. Ademais, o acusado defende-se dos fatos e não da acusação.
Há ainda que ressaltar que após o aditamento o CPP aponta que deve ser ouvida a defe-
sa para manifestar-se acerca da alteração promovida pela acusação . Quanto à constitu-
cionalidade do art. 28 do CPP, há uma tensão entre o princípio da independência fun-
cional do MP e da unidade do órgão quando é apontado um membro para proceder ao
ajuizamento da ação, tendo em vista que a doutrina afirma que, neste caso, tratar-se-ia
de um longa manus do PGJ, ou da câmara de revisão na esfera federal. Neste caso , ad-
mitimos que deve prevalecer a independência funcional do membro do MP, que é, em
verdade , uma garantia institucional que encerra uma garantia da própria sociedade.
3) Leia o art. 383. A hipótese contempla que instituto? emendatio libelli. Ele tem alguma re-
percussão quando à defesa do réu? E a mutatio libelli?
Resposta:
257
O art. 383 do CPP contempla a hipótese de emendatio libelli, que consiste na atividade
do juiz, quando da sentença, emendar ou corrigir a acusação para adequá-la aos fatos,
elementares e circunstâncias constantes dos autos. Há doutrina que aponta a necessidade
de o magistrado promover a oitiva da defesa para o devido estabelecimento do contra-
ditório(Gustavo Henrique Righi Ivahy Badarro e Antônio Cabral ). Ocorre que a senten-
ça não é ato fracionado. O juiz, ao proceder a emendatio está, ou ao menos deveria es-
tar plenamente convencido de que, acerca dos fatos sob sua análise, o crime apontado na
denúncia não corresponde ao emanado dos autos. Assim, ao art. 383 reclama convenci-
mento do magistrado. Convencimento este, motivado, conforme o sistema de avaliação
de provas. Portanto, se o ato de inteligência do magistrado que será exposto na sentença
já está completo (pela modificação do crime), não há que dilatar-se o processo. Ademais
, a defesa há de ser feita com relação aos fatos e não com relação à capitulação do
membro do MP.
Com relação à mutatio, antes da modificação operada pela lei 11.719 de 2008, havia um
verdadeiro aditamento feito pelo magistrado e independente da ação da defesa, o que
violaria , frontalmente as garantias da ampla defesa e contraditório. Com a modificação
operada por esta lei , cabe a atuação do MP, respeitando o sistema acusatório, e há ma-
nifestação da defesa em favor das garantias do acusado no processo penal.
Resposta:
A sentença ultra petita, nesta classificação, ocorre quando a decisão concede mais do
que o demandante pediu ou quando não analisa apenas os fatos essenciais postos pelas
partes como também outros fatos essenciais. A decisão extra petita ocorre quando tem
natureza diversa ou concede ao demandante coisa distinta da que foi pedida, ou, ainda,
leva em consideração fundamento de fato não suscitados por qualquer das partes, em
lugar dos suscitados pelos agentes processuais . A decisão citra petita deixa de analisar
um pedido formulado ou um fundamento suscitado.
Resposta:
Resposta:
3) A presunção (de veracidade gerada pela revelia) a que se referiu e chamou atenção (em sua
resposta) tem sido entendida como iuris tantum ou iure et de iure?
Resposta:
259
4) Nessa análise (no caso de revelia sobre se o autor tem razão nos fundamentos de seu pedi-
do e se produziu prova suficiente mesmo no caso de revelia) o juiz pode inclusive retroceder à
causa de pedir remota ou isso já implicaria em algum descumprimento de algum dever?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Sim. Em nosso sistema há 5 formas de modificação da coisa julgada. São elas: a) a ação
rescisória; b) a querela nullitatis ou exceptio nullitatis; c) impugnação com base em erro
material ; d) impugnação da sentença inconstitucional ( art. 475-L , parágrafo 1º, e
260
art.741, parágrafo único do CPC) ; e) e a possibilidade de revisão da coisa julgada por
denúncia de violação à Convenção Americana de Direitos Humanos formulada perante
a Corte Interamericana de direitos Humanos. São estas, em nosso sistema processual,
as possibilidades de revisão ou de relativização da coisa julgada. Ainda há que se desta-
car que após o prazo decadencial da ação rescisória (2 anos) fala-se em coisa soberana-
mente julgada.
Resposta:
A resposta encontra respaldo na súmula 444 do STJ que declara in verbis É vedada a
utilização de inquéritos policiais e ações em curso para agravar a pena base. Tal posi-
cionamento solidificou o entendimento do STJ e da doutrina, por todos, Nucci, que vi-
nham se posicionando na esteira corporificada na súmula.
Resposta:
Sim, há um conceito legal do que venha a ser poluição no direito brasileiro. Está previs-
to no art. 3º , III. Da Lei 6938/81. O conceito legal foi alterado em 1989 para incluir em
seu art. 3º. III. V, como objeto de proteção da degradação de qualidade ambiental resul-
tante de atividades que direta ou indiretamente os recursos ambientais fauna e a flora.
Estes dois últimos conceitos não constavam da redação original de como objetos de
proteção contra poluição.
261
Resposta:
Resposta:
Resposta:
262
Tendo em vista que o zoneamento guarda estreita relação com os princípios com a fun-
ção socioambiental da propriedade, da prevenção, da precaução, do poluidor pagador,
do usuário pagador, da participação informada, do acesso equitativo e da integração,
pode-se afirmar que tal instrumento é de fundamental importância para o Direito Ambi-
ental. O exemplo mais elucidativo desta relevância está no zoneamento ambiental indus-
trial que classifica quatro espécies de zonas visando o disciplinamento de atividades
industriais em locais críticos de poluição. As quatro divisões são as zonas de uso estri-
tamente industrial, zonas de uso predominantemente industrial, zonas de uso diversifi-
cado e zonas de reserva ambiental. Há de se apontar que o intuito do disciplinamento
desta matéria é a necessidade de controle da poluição causada pelas indústrias.
3) O que se entende por unidade de conservação e qual sua natureza jurídica? Quais os requi-
sitos necessários para a implementação das unidades de conservação? É necessária a consulta
pública?
Resposta:
4) Quais os dois grandes grupos em que se dividem as unidades de conservação? Elas estão em
conformidade com o novo Código Florestal?
Resposta:
Os dois grupos são - unidades de proteção integral e unidades de uso sustentável. Nas
primeiras deverá ser observada a manutenção dos ecossistemas livres de alterações cau-
sadas por interferência humana. Já as de uso sustentável há exploração do ambiente de
maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos
ecológicos. Integram as unidades de proteção integral a estação ecológica, a reserva
263
biológica o parque nacional, o monumento natural e o refúgio de vida silvestre. Já as
unidades de uso sustentável são integradas por área de proteção ambiental, área de rele-
vante interesse ecológico, floresta nacional, reserva extrativista, reserva de fauna, reser-
va de desenvolvimento sustentável e reserva particular do patrimônio natural.
Com relação a segunda indagação, houve profunda alteração por parte do Novo Código
Florestal .
Resposta:
A Lei 9.478 de 1997, que dispõe sobre a política energética nacional, já em seu art. 1º,
IV, deixa expresso que um dos objetivos da política nacional é a proteção ao meio am-
biente. Assim, da adequação entre meio ambiente e atividade econômica nasce o concei-
to de desenvolvimento sustentável. E neste se insere uma opção energética que respeite
o pacto intergeracional e busque o respeito ao meio ambiente e encare como os insumos
energéticos como bens que podem se findar e, a partir daí, passe a adotar uma política
de não agressividade ao meio ambiente. Deve o poder público, ao optar por uma política
energética, fixar sua bases no desenvolvimento sustentável que é, em clássica definição,
como o processo que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibili-
dade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades, e, ainda, focando a
melhoria da qualidade de vida humana dentro dos limites da capacidade de suporte dos
ecossistemas. Assim, o grande objetivo que liga a política energética e o meio ambiente
é a opção por um processo de uso sustentável dor recursos existentes no meio ambiente,
levando-se em conta as necessidades das gerações futuras.
Resposta:
264
4.11.1.2. Questões do TRF2
Resposta:
265
Direito é uma palavra polissêmica. Kant afirmara que uma ação está em conformidade
com o Direito quando permita que a liberdade de agir de um possa coexistir com a li-
berdade de agir de todos segundo uma lei universal. Ocorre que o conceito de Direito
pode ser declarado de várias formas (partes) diferentes, quais sejam: Direito como ciên-
cia; Direito como justo; Direito como norma; Direito como faculdade; Direito como
fato social .
O Direito como ciência é estudado como epistemologia. Para este ramo, o Direito deve
ser visto como o conjunto de suas ciências e de seu objeto.
Como Faculdade, nasce a Teoria dos Direitos Subjetivos , na ideia de Savigny, o Direi-
to deve ser interpretado na vida real , envolvendo e penetrando por tidos os lados do ser,
aparece-nos como um poder do indivíduo. E , nos limites deste poder reina a vontade do
indivíduo. Nos limites deste poder reina a vontade do indivíduo e reina o consentimento
de todos. É, como diz Savigny, direito em sentido subjetivo. É a partir deste raciocínio
que se chega às três teorias acerca do direito subjetivo. Teoria da vontade, do interesse e
mistas.
Já o direito como fato social , traduz a ideia que a sociologia jurídica procura saber exa-
tamente me que medida se dá à relação feita entre a sociedade e o direito, de que manei-
ra a sociedade é condicionada pelo Direito e de que maneira o Direito condiciona a so-
ciedade.
Condicionar significa interferir, influir fazer com que o Direito ou a sociedade hajam de
uma determinada maneira, ora nós sabemos que as normas jurídicas impõe um padrão
de comportamento para todos nós, as normas jurídicas tem essa finalidade de regrar a
vida social. Portanto toda vez que se institucionaliza um conjunto de normas toda vez
que se instaura alguma lei, essa lei tende a reger a sociedade, portanto o Direito acaba
interferindo no comportamento que as pessoas tem na sociedade.
O direito como norma – Kelsen define o Direito como sendo uma ―ordem normativa de
coerção‖, reportada a uma ―norma fundamental‖, ―a que deve corresponder uma consti-
tuição efetivamente estabelecida e, em termos gerais, eficaz, bem como as normas que,
de acordo com essa constituição, foram efetivamente estabelecidas e são, em termos
gerais, eficazes.‖ Por outras palavras, o Direito é, segundo Kelsen, uma ordem normati-
va ―(…)considerada válida quando as suas normas são, numa consideração global, efi-
cazes, quer dizer, são de fato observadas e aplicadas‖, ou seja, quando as pessoas as
respeitam. Para alcançar este desiderato, o Direito equipa-se e faz uso das figuras da
coação e da coercibilidade. A coercibilidade material é a ―suscetibilidade do uso da for-
ça física ou da pressão material.‖ A coação é definida ―pela plena efetivação de uma ou
de outra.‖ Dito de outra forma, a coercibilidade traduz-se na ameaça de punição, ao pas-
so que a coação efetiva essa mesma punição impondo ―um mal que é aplicado ao desti-
natário mesmo contra a sua vontade, se necessário empregando até a força física‖, em-
bora ―tal apenas terá de suceder quando essa efetivação encontre resistência, o que não é
normalmente o caso.‖
266
O direito como justiça – Hawls - Os princípios da justiça idealizados por Rawls são as
liberdades públicas ou direitos fundamentais, que a melhor doutrina jurídica sobrepõe a
todo e qualquer direito ou dever, até mesmo de natureza constitucional, já que são ali-
cerce do próprio Estado de Direito. Nesse sentido, é possível a afirmação de que toda lei
injusta é substancialmente inconstitucional. Quando Rawls sustenta a possibilidade da
desobediência civil, sempre que houver descumprimento de tais liberdades, na realida-
de, significa que a governabilidade corre sérios riscos, caso o sentimento de justiça da
sociedade não coincida com o ordenamento jurídico. Muito embora a lei injusta possa
ser vinculativa nos casos de inocorrência de inconstitucionalidade a mesma cairá no
desuso e, portanto, a sua aplicação ocasionará o descrédito das instituições.
Resposta:
267
5. Ponto 05
5.1. Direito Constitucional
Resposta:
A primeira observação que deve ser feita com relação a esse ponto é com relação à natu-
reza dos direitos sociais. Ou seja, são estes direitos ―direitos fundamentais‖? A imensa
maioria da doutrina afirma que sim, mesmo o STF em alguns de seus julgados não a-
firmar expressamente que direitos sociais são fundamentais.
Superado este ponto, há, em destaque, três correntes acerca da aplicabilidade dos direi-
tos fundamentais (aqui, conforme a maioria da doutrina, considerar-se-á que direitos
sociais são fundamentais). Para Manoel Gonçalves Ferreira Filho, sob pena de inverter-
se a natureza das coisas, só têm aplicabilidade imediata aqueles direitos que as normas
definidoras são completas em sua estrutura e dispositivo. Já uma segunda corrente (por
todos, Eros Grau), afirma que os direitos fundamentais são de aplicabilidade imediata
mesmo se as normas que os definem sejam de cunho programático. Por fim, Ingo Sarlet
e Gilmar Mendes declaram que, em certas ocasiões, não há como dispensar um trata-
mento legislativo para concretizar um direito fundamental. Em outras ocasiões, inde-
pendentemente de tratamento legislativo, podem os direitos fundamentais atingirem
eficácia imediata. Ademais, há que se destacar que há, ínsito a qualquer direito funda-
mental, uma carga defensiva, um efeito paralisante contra qualquer ingerência tendente
a obstar o exercício de um direito fundamental.
Quanto à participação dos empregados nos lucros, trata-se de norma de eficácia limita-
da, na já clássica classificação de José Afonso da Silva.
Resposta:
Resposta:
Quando uma cláusula expressa diferencie a entrada em vigor de todo texto constitucio-
nal, estabelecendo um interregno entre a publicação do ato de sua promulgação e a data
de entrada em vigor de seus dispositivos , está aí a vacatio constitutionis. Impende res-
saltar que a regra geral é a imediata vigência de uma ordem constitucional , consideran-
do-se a vacatio constitutionis uma exceção. Apenas a CF de 1967/1969 utilizou o Vaca-
tio Constitutionis.
4) José Afonso da Silva e a eficácia das normas, fale sobre a classificação deste autor.
Resposta:
Segundo o professor JAS, as normas constitucionais podem ser de eficácia plena, conti-
da e limitada. As primeiras são aquelas que ``receberam do constituinte normatividade
suficiente à sua incidência imediata. Situam-se predominantemente entre os elementos
orgânicos da constituição. Não necessitam de providência normativa ulterior para sua
aplicação. Criam situações subjetivas de vantagem ou de vínculo, desde logo exigí-
veis``. Exemplos são o art. 2º art. 14, parágrafo 2º. As de eficácia contida têm aplicabi-
lidade imediata e direta, mas possivelmente não integral, tendo em vista que pode haver
uma restrição de sua aplicabilidade por intermédio do legislador infraconstitucional e,
ainda, por obra do próprio texto constitucional. Exemplo sempre citado desta espécie é
o art. 5º, VII, da Constituição Federal. Já as normas de eficácia limitada são aquelas que
de imediato, no momento da entrada em vigor da Constituição, não têm o condão de
produzir todos os seus efeitos, precisando de integração por obra do legislador infra-
constitucional. As normas de eficácia limitada de dividem em normas de princípio ins-
titutivo (ou organizativo) e normas de princípio programático. As primeiras são esque-
mas gerais de organização e de estruturação dos órgãos e entidades. Como exemplo
pode-se mencionar o art. 18, parágrafo 2º. Já as normas de eficácia limitada de cunho
programático, veiculam programas a serem implementados pelo Estado, visando fins
sociais. Como exemplo pode-se citar o art. 196 da CF, que trata da saúde.
269
5) O que é desconstitucionalização? É possível no Brasil?
Resposta:
―Trata-se do fenômeno pelo qual as normas da Constituição anterior, desde que compa-
tíveis com a nova ordem, permanecem em vigor, mas com status de lei infraconstitucio-
nal. Ou seja, as normas da Constituição anterior são recepcionadas com o status de
norma infraconstitucional pela nova ordem‖(Lenza). Como regra geral, não é possível a
aplicação do instituto no Brasil. Porém, se houver menção expressa na nova Constitui-
ção , é possível a aplicação do instituto.
Resposta:
Segundo o professor JAS, as normas constitucionais podem ser de eficácia plena, conti-
da e limitada. As primeiras são aquelas que ―receberam do constituinte normatividade
suficiente à sua incidência imediata. Situam-se predominantemente entre os elementos
orgânicos da constituição. Não necessitam de providência normativa ulterior para sua
aplicação. Criam situações subjetivas de vantagem ou de vínculo, desde logo exigíveis‖.
Exemplos são o art. 2º art. 14, parágrafo 2º. As de eficácia contida têm aplicabilidade
imediata e direta, mas possivelmente não integral, tendo em vista que pode haver uma
restrição de sua aplicabilidade por intermédio do legislador infraconstitucional e, ainda,
por obra do próprio texto constitucional. Exemplo sempre citado desta espécie é o art.
5º, VII, da Constituição Federal. Já as normas de eficácia limitada são aquelas que de
imediato, no momento da entrada em vigor da Constituição, não têm o condão de pro-
duzir todos os seus efeitos, precisando de integração por obra do legislador infraconsti-
tucional. As normas de eficácia limitada de dividem em normas de princípio institutivo
(ou organizativo) e normas de princípio programático. As primeiras são esquemas ge-
rais de organização e de estruturação dos órgãos e entidades. Como exemplo pode-se
mencionar o art. 18, parágrafo 2º. Já as normas de eficácia limitada de cunho programá-
tico, veiculam programas a serem implementados pelo Estado, visando fins sociais.
Como exemplo pode-se citar o art. 196 da CF, que trata da saúde.
270
5.2. Direito Tributário
Resposta:
Resposta:
Não, tal redução é inconstitucional, obtida pela interpretação, a contrario sensu, da Sú-
mula 589 do Supremo Tribunal Federal: ―É inconstitucional a fixação de adicional pro-
gressivo do imposto predial e territorial urbano em função do número de imóveis do
contribuinte‖. Ademais, o simples fato de se ter um único imóvel não demonstra a capa-
cidade contributiva do contribuinte, haja vista esse único imóvel poder ser tanto um
casebre em uma favela como uma mansão na parte mais luxuosa da cidade.
Resposta:
Resposta:
Não. Dada a legalidade estrita que rege o Direito Tributário, a mudança não pode, dada
irretroatividade da lei tributária, gerar novo fato gerador. É o que aponta Roque Carraz-
za. ―O princípio constitucional da segurança jurídica exige, ainda, que os contribuintes
tenham condições de antecipar objetivamente seus direitos e deveres tributários, que,
por isto mesmo, só podem surgir de lei, igual para todos, irretroativa e votada pela pes-
soa política competente‖. Completa Kyioshi Harada ―Adotado um critério jurídico de
interpretação pelo fisco ao longo do tempo para fiscalizar as atividades de determinado
contribuinte concluindo pela regularidade de sua situação fiscal, não pode o mesmo
fisco rever as atividades do passado para exigir tributos e aplicar sanções a pretexto de
que a administração alterou seu entendimento acerca da matéria.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
272
5.2.1.3. Questões do TRF3
1) Quanto ao IPI, a não cumulatividade prevista na CF comporta exceção?
Resposta:
Resposta:
Não. O STF não permite que o tema seja tratado por legislação infraconstitucional, dado
que, se exceção existisse, deveria ser tratada no corpo da Constituição como o fez o
constituinte quando do ICMS.
Resposta:
Resposta:
Até pouco tempo, a jurisprudência do STF oscilava, ora pendendo pelo crédito presu-
mido, ora afastando-o. Ocorre que, a partir do RE 370.682/SC de 2007, houve uma es-
tabilização no sentido de qualquer instituto que desonere a cadeia de produção (isenção,
alíquota zero e não incidência) deve se submeter ao regramento , de forma que não ha-
vendo pagamento, não há crédito por parte do adquirente.
Resposta:
7) O açúcar já foi tributado pelas alíquotas de IPI em 18, 12 e atualmente 5%, a maioria dos
gêneros alimentícios recebe tributação 0%. O IPI incidente sobre o açúcar obedece ao princípio
da seletividade?
Resposta:
A pergunta toma com base um julgamento do próprio TRF1 , onde ficou asseverado
que tributar o açúcar com a alíquota de 5% ofende o principio da seletividade e essen-
cialidade.
Resposta:
Não. Para a ocorrência do fato gerador o produto deve ingressar no país e incorporar-se
à economia nacional. Produtos em trânsito não são consideradas para efeitos de tributa-
ção do II.
10) A data de obtenção da licença para importação tem alguma relevância jurídica?
Resposta:
Não. O Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal entendem que o fato
gerador do imposto de importação, na verdade o seu critério temporal, ocorre na data do
registro da declaração de importação, momento posterior, portanto, a entrada do produto
no território nacional e a obtenção da licença. Adotado esse entendimento, a alíquota
aplicável é aquela vigente na data em que a empresa registrou a operação junto ao SIS-
COMEX, independentemente da alíquota vigente na data da obtenção da licença. Nesse
sentido: REsp 1016132/SP, DJe 01/07/2009.
Embora esse entendimento tenha um fundamento de ordem prática, pois facilita o con-
trole do Fisco acerca do momento em que a mercadoria ingressou no território nacional,
ele é criticado por parte da doutrina. Primeiro por não ser técnico, pois o art. 144 do
CTN, o qual estabelece que o lançamento reporta-se a data de ocorrência do fato gera-
dor da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente revogada ou
modificada. Logo, a legislação material aplicável à importação de produto estrangeiro é
a data em que se verifica a ocorrência do fato gerador, consubstanciado na reunião dos
critérios materiais, temporais e espaciais do imposto, ou seja, a lei vigente no momento
da transposição da linha demarcatória do território nacional. Segundo, por que a adoção
do critério temporal do registro acarreta insegurança jurídica, já que a alíquota pode ser
abruptamente alterada após a realização do procedimento de importação (obtenção de
licença, entrada física do produto no país).
12) Nas operações de mútuo entre pessoas jurídicas sem a intermediação de instituição finan-
ceira, incide o IOF?
275
Resposta:
Sim. A competência da União para instituir o imposto sobre operações de crédito, cam-
bio e seguros e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários surgiu no art. 14,
I, da EC 18/65, surgiu no art. 14, I da EC 18/65 e, nos mesmos termos, foi mantida nos
textos constitucionais seguintes. Ainda sob a égide da EC 18/65, a L. 5.143/66 instituiu
o imposto com incidência exclusiva nas operações realizadas por instituições financeiras
e seguradoras. A lei ordinário poderia fazer tal restrição, sem com isso, no entanto, res-
tringir a competência da União para alcançar, mediante nova lei, outras hipóteses possí-
veis de incidência do tributo.
Pouco depois, ao definir a extensão admissível do fato gerador do IOF, o CTN não se
conteve no espaço mais reduzido já ocupado pela lei anterior e desdobrou em quatro
hipóteses possíveis a esfera potencial do tributo, dentre elas: ―quanto às operações de
crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que cons-
titua o objeto da obrigação‖. Portanto, não há no CTN – nem a Constituição autorizaria
–, a restrição subjetiva das operações.
13) E nas chamadas contas correntes mercantis entre empresas do mesmo grupo?
Resposta:
276
que ocorreu com a edição da Lei n. 9779/1999, que definiu como fato gerador do IOF
operações de crédito entre pessoas jurídicas e entre pessoa jurídica e pessoa física, sem
exluir entes integrantes do mesmo grupo econômico. Não há, portanto, Ilegalidade da
IN 07/1999 que ao tributar tal operação não criou obrigação tributária nova, limitando-
se a explicitar o sentido da lei 9.779/99.
14) Pode-se instituir contribuição de caráter geral tendo por base fato gerador de imposto
federal? E tendo-se por base fato gerador de imposto estadual ou municipal?
Resposta:
277
5.3. Direito Administrativo
5.3.1. Licitação
5.3.1.1. Questões do TRF1
1) Qual foi o primeiro conjunto de regras sobre licitação no Direito Brasileiro?
Resposta:
O Decreto-lei nº. 2.300, de 21.11.86, atualizado em 1987, pelos Decretos-lei 2.348 e 2.360,
instituiu, pela primeira vez, o Estatuto Jurídico das Licitações e Contratos Administrativos, reu-
nindo normas gerais e especiais relacionadas à matéria.
O art. 37, XXI da Constituição Federal foi regulamentado pela Lei 8.666, de 21.06.93
(alterada pelas Leis 8.883/94, 9.648/98 e 9.854/99), em vigor atualmente, que disciplina
as licitações e contratos da Administração Pública. Esta Lei estabelece cinco modalida-
des licitatórias: concorrência, tomada de preços, convite, leilão e concurso. Estas mo-
dalidades estão definidas no art. 22 da Lei Federal nº. 8.666/93.
A lei n° 8.666 de 21 de junho de 1993, atualizada pela Lei nº. 8.883, de 08 de junho de
1994, que estatui as normas gerais sobre licitações e contratos completa o ciclo, disci-
plinando o instituto e os contratos públicos em 125, artigos, a partir das diretrizes traça-
das pela Constituição e de molde a exigir sua prática na administração pública direta,
indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios (art. 37, caput).
3) O que ocorre com propostas parecidas no pregão com relação à EPP ou ME e empresas
normais?
Resposta:
O procedimento do leilão é caracterizado pela utilização de duas técnicas para escolha da me-
lhor proposta, na etapa da classificação e julgamento. Primeiro, são abertas as propostas escri-
tas e classificadas de acordo com o melhor preço. Escolhe-se a melhor e aquelas que se encon-
tram no patamar de até 10% do valor da melhor proposta (se não houver, escolhe-se as três
melhores). Em seguida, oportuniza-se aos participantes pré-selecionados a apresentação de
lances verbais, os quais são iniciados pelo participante que tenha a melhor proposta escrita.
Nesse quadro, o Estatuto da Microempresa e EPP (LC 123/06) criou regra especial para quando
participarem tais empresas do procedimento de pregão: encerrando-se os lances, a ME ou EPP
mais bem classificada e cujo valor ofertado seja de até 5% do valor apresentado pelas em-
presas comuns (empate ficto), é convocada para oferecer nova proposta, no prazo de 5 mi-
nutos, de preço inferior àquela considerada vencedora do certame, situação em que será
adjudicado em seu favor o objeto licitado.
279
O decreto 5.450/2005 obriga a utilização do pregão na hipótese de aquisição de bens e
serviços comuns pela União (pois é decreto federal), quando esta modalidade for cabí-
vel.
Para os demais entes federativos, não há lei que obrigue a adoção do pregão, o que a
princípio o tornaria uma modalidade facultativa de licitação. José dos Santos, contudo,
alerta que, apesar da faculdade conferida à Administração, é preciso levar em conside-
ração a finalidade do novo diploma, que é a de propiciar maior celeridade e eficiência
no processo de seleção de futuros contratados. Assim, entende o doutrinador que, sur-
gindo hipótese que admita o pregão, a faculdade desaparece, pois o administrador deve-
rá adotá-lo para atender ao fim público da lei. Entretanto, se optar por outra modalidade,
caber-lhe-a justificar devidamente a sua escolha, a fim de que se possa verificar se os
motivos alegados guardam congruência com o objeto do ato optativo.
Ela foi primeiramente instituída pela lei da ANATEL (lei 9.472/97), mas depois foi es-
tendidas a todas as agências reguladoras federais pela lei 9.986/2000.
A Anatel disciplinou a consulta para as suas contratações por meio de resolução, defi-
nindo o julgamento das propostas por um júri, segundo critério que leve em considera-
ção custo e benefício.
Prática de crime previsto no art. 94 da Lei 8.666/93 (fraude na licitação), sob pena
de detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
280
Ato de improbidade administrativa.
O princípio do sigilo das propostas encontra amparo nos próprios fundamentos inspira-
dores da licitação e não se opõe ao princípio da publicidade, mas ao contrário contribui
para a realizaçao de seus fins. De um lado, o princípio do sigilo das propostas visa res-
guardar a competitividade do procedimento, impedindo que outros participantes tomem
conhecimento antecipadamente das demais propostas, tornando inócua a finalidade do
instituto que é a de propociar a escolha da melhor proposta pela Administraçao, com
base em critérios de impessoalidade e moralidade administrativa. De outro, o princípio
da publicidade informa que a licitação deve ser amplamente divulgada, de modo a pos-
sibilitar o conhecimento de suas regras ao maior número de pessoas possíveis. Afinal,
quanto mais pessoas tiverem conhecimento da licitação, mais eficiente será a forma de
seleção. Logo, tanto o princípio do sigilo das propostas quanto o princípio da publicida-
de tem como fim último a garantia da competitividade, da impessoalidade, moralidade e
igualdade no procedimento licitatório.
281
É importante não esquecer que sempre deve ser preservada a modalidade pertinente para
a execução de todo o objeto da contratação. Devem ser somados os valores correspon-
dentes aos itens parcelados e definida a modalidade de licitação forem necessários. Isso
por que não é possível dividir uma contratação desejada em várias de menores valores, a
fim de dispensar a licitação ou fazê-la por outra modalidade. Não se pode parcelar aqui-
lo que é possível contratar por inteiro, sob pena de se violar o princípio da obrigatorie-
dade.
O registro de preços é o meio apto a viabilizar diversas contratações diretas (sem a realização
de um específico procedimento licitatório previamente a cada uma) de compras, concomitan-
tes ou sucessivas, com os fornecedores registrados, por um ou mais de um órgão ou entidade
da Administração Pública. Está prevista no art. 15 da Lei 8666/93, segundo o qual as com-
pras, sempre que possível, deverão ser processadas através de sistema de registro de
preços. O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado e os preços
registrados serão publicados trimestralmente para orientação da Administração, na
imprensa oficial.
O §3º do art. 15 da lei 8.666/93 define a utilização da modalidade CONCORRÊNCIA para sele-
cionar os potenciais fornecedores na sistemática do registro de preços e a lei 10.520/2002
possibilita a utilização da modalidade PREGÃO, quando o sistema de registro de preços desti-
nar-se a compras e contratações de bens e serviços comuns. O decreto 3.931/2001 que regu-
lamenta o sistema de registro de preços na esfera federal, prevê, quando a modalidade for
concorrência, a utilização do tipo menor preço, mas admite, excepcionalmente, o tipo técnica
e preço. No caso do pregão, o tipo é sempre menor preço.
Sim. A licitação é inexigível, diz o art. 25 da lei 8.666/99, quando a competição for
inviável, em especial nas hipóteses elencadas em seus incisos, dentre as quais cita-se a
aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de
marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido
pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra
ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas enti-
dades equivalentes.
282
Indubitavelmente, o rol trazido pelo art. 25 da Lei 8.666/93 é meramente exemplifica-
tivo. Mas as hipóteses elencadas não deixam dúvida de que, sempre que a competição
for inviável, independentemente de o objeto da licitação seja a aquisição de bens ou a
prestação de um serviço, ela será inexigível.
Para que a competição seja viável, precisa preencher 3 pressupostos: LÓGICO, JURÍ-
DICO e FÁTICO.
11) A administração pode optar por fazer uma concorrência, tomada de preço em detrimento
do pregão?
Resposta:
O pregão não é modalidade de uso obrigatório pelos órgãos públicos. Trata-se, pois, de
atuação discricionária, na qual a administração terá a faculdade de adotar o pregão ou
alguma das modalidades adotadas no Estatuto geral. José dos Santos, contudo, alerta
que, apesar da faculdade conferida à Administração, é preciso levar em consideração a
finalidade do novo diploma, que é a de propiciar maior celeridade e eficiência no pro-
cesso de seleção de futuros contratados. Assim, entende o doutrinador que, surgindo
hipótese que admita o pregão, a faculdade desaparece, pois o administrador deverá ado-
tá-lo para atender ao fim público da lei. Entretanto, se optar por outra modalidade, ca-
ber-lhe-a justificar devidamente a sua escolha, a fim de que se possa verificar se os mo-
tivos alegados guardam congruência com o objeto do ato optativo.
283
comuns. Consignou-se igualmente que a opção pela forma não eletrônica deverá ser
necessariamente justificada pela autoridade competente. A diretriz da administração
federal teve por fundamento a necessidade de dar maior transparência ao processo sele-
tivo, observar os princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade, probidade admi-
nistrativa e todos os demais aplicáveis às licitações em geral.
Sim. A infração pode ser fracionada nos termos do art. 23, par. 1º, quando o objeto da
contratação tiver natureza divisível, desde que não haja prejuízo para o conjunto a ser
licitado. Compras efetuadas e obras ou serviços contratadas pela Administração serão
divididos em tantos itens, parcelas e etapas que se comprovem técnica e economicamen-
te viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos
disponíveis no mercado, sem perda da economia de escala.
Ressalte-se apenas que o parcelamento da licitação não pode gerar burla a suas regras,
como por exemplo, tornando dispensável em razão do valor, uma licitação que se reali-
zada sem parcelamento não se inseriria na hipótese de dispensa. Se assim proceder o
prefeito, incidirá não apenas nas hipóteses de improbidade administrativa, como tam-
bém nos crimes da lei de licitações e do Decreto-lei 201/67.
De acordo com o art. 223, compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão,
permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, ob-
servado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e estatal.
284
Não obstante, a concessão de rádio e televisão, diferencia-se ainda de algumas caracte-
rísticas administrativas do instituto, pois, em regra, a concessão pode ser, obedecidos
alguns requisitos administrativos, anulada, revogada, encampada, cancelada. Esses po-
deres reguladores são decorrentes da própria concessão, que é pautada por normas ad-
ministrativas.
Contudo, com relação à concessão ou renovação dos serviços de rádio e televisão, tal
instituto apresenta-se de forma bem peculiar. Assim, o ato de outorga ou renovação da
concessão de serviços públicos de radiodifusão sonora e de sons e imagens, é realizado
pelo Presidente da República, que deve submeter o ato ao Congresso Nacional para de-
liberação, que poderá ser de até 10 anos para rádio e 15 anos para televisão, não haven-
do proibição de renovação de concessão, após o termo dos prazos.
A presidenta Dilma Rousseff promulgou em janeiro decreto que altera regras para con-
cessões de rádio e televisão no país. A medida muda principalmente as regras para a
licitação, com exigência de garantias financeiras para participar dos leilões. As mudan-
ças começaram a ser articuladas depois que o ministério recebeu denúncias de pessoas
que venceram licitações de concessões sem capacidade financeira para manter emisso-
ras de rádio e TV.
285
O postulado normativo que embasa a licitação, a meu ver, é o da igualdade, o qual tem
sua origem no art. 5º e indica que a administração deve dispensar tratamento idêntico a
todos os administrados que se encontrem na mesma situação jurídica. A igualdade na
licitação significa que todos os interessados em contratar com a Administração devem
competir em igualdade de condições. O postulado está intimamente ligado ao princípio
da impessoalidade.
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Igualdade
Publicidade
Probidade administrativa
Julgamento objetivo
286
4) A legalidade do art. 3º da Lei no. 8.666/93 é classificada como absoluta ou relativa? Por
quê?
Resposta:
Concorrência;
Tomada de preço;
Convite;
Leilão;
Concurso;
Consulta
Pregão.
287
7) Os fundos especiais podem se valer do pregão eletrônico?
Resposta:
Sim. Os fundos especiais constituem reservas financeiras criadas por lei, cuja gestão
fica sempre, de alguma maneira, a cargo de órgãos públicos, e estes podem se valer da
modalidade do pregão eletrônico nos termos da Lei 10.520. Ademais, a referida lei, que
trata do pregão, registra a aplicação subsidiária das normas da Lei 8.666/93, que traz
como destinatário de sua disciplina os fundos especiais. Ressalte-se que a doutrina con-
sidera imprópria a menção a fundos especiais não só por que são despidos de personali-
dade jurídica, como também por que constituem meras reservas financeiras criadas por
lei, como antecipado.
8) A Administração só pode o que a Lei autoriza? E se a lei não prevê essa modalidade (do pre-
gão eletrônico)?
Resposta:
Todavia, a meu ver, esse entendimento pode ser relativizado, pois as alterações trazidas
pelo movimento chamado de neoconstitucionalismo, dentre as quais se destaca a centra-
lidade da constituição e a constitucionalização de outros ramos do direito, refletiram
sobre o Direito Administrativo, sobretudo no princípio da legalidade absoluta. Nesse
sentido, explica Paulo de Barros que ―supera-se aqui a idéia restrita de vinculação posi-
tiva do administrador à lei, na leitura convencional do princípio da legalidade, pela qual
a sua atuação estava pautada por aquilo que o legislador determinasse ou autorizasse. O
administrador pode e deve atuar tendo por fundamento a Constituição.‖ Como a Consti-
tuição estabelece a aplicação de princípio a administração pública como o da eficiência
e a própria lei do pregão é inspirada pelo postulado do informalismo, entendo que seria
possível o uso da modalidade pregão eletrônicos. Isso por que ele apresenta diversas
vantagens, que atendem ao princípio da eficiência, tais como redução do uso de papel,
redução da sobrecarga do pregoeiro, é mais célere e eficaz quando se trata de licitação
por lotes ou itens, os recursos da tecnologia da informação aproximam as pessoas e en-
curtam as distancias, permitindo atuação com mais eficiência por parte da Administra-
ção.
O pregão eletrônico acontece como numa sala de bate-papo, onde as propostas são
apresentadas pelos concorrentes. Inicia-se com a fixação da menor proposta. O
pregoeiro então instiga os concorrentes a fazer lances até que não haja mais propostas.
O pregão ocorre como um leilão ao contrário, onde ganha o fornecedor que oferecer o
menor preço pela mercadoria ou serviço. Normalmente, a identidade dos autores dos
lances não é revelada aos demais concorrentes.
289
a) dação em pagamento;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes da Lei;
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação
de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra
forma de alienação;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação especí-
fica;
290
13) Franquia postal. Os franqueados têm obrigação de licitar na medida em que prestam servi-
ço público?
Resposta:
Não. O art. 1º, parágrafo único da Lei 8.666/93 traz expressamente os destinatários da
obrigação de licitação, não incluindo dentre eles os particulares concessionários de ser-
viço público. A referida norma elenca a administração pública direta e indireta (ressal-
vada as empresas públicas e sociedades de economia mista que, de acordo com o art.
171§1º da CF não poderão licitar no que concerne a sua atividade fim e terão estatuto
próprio sobre o tema), os fundos especiais e as demais entidades sob controle direto ou
indireto da (inclue-se nessa categoria os serviços sociais autônomos como os destinados
a formação profissional e a assistência social).
Como as franquias prestam serviço público, mas não se valem de recursos público para
tal mister, não há razão para obrigá-la a licitar, o que ainda prejudicaria o exercício da
sua atividade fim.
Todavia, se a licitação já houver ocorrido, deve-se tentar extrair o sentido das cláusulas
contraditórias, invalidar aquelas que contrariam a finalidade do procedimento e prejudi-
cam a administração pública e conservar o ato jurídico, tendo em vista o interesse públi-
co no objeto da licitação, desde que a finalidade tenha sido atingida sem prejuízo do
princípio da impessoalidade e igualdade entre os licitantes. Esse entendimento, a meu
ver, se coaduna com o princípio da boa-fé objetiva, da conservação dos contratos e do
respeito a sua função social.
291
15) É possível o aproveitamento dos atos?
Resposta:
Como explicado na questão anterior, entendo ser possível o aproveitamento dos atos,
desde que a finalidade tenha sido atingida sem prejuízo da administração, dos princípios
que a regem e de terceiros.
A compra de obra de arte pode ser efetuada em prévia licitação, seja por se enquadrar na
hipótese de inexigibilidade, seja por se enquadra em uma das hipóteses de licitação dis-
pensável.
A licitação é inexigível, diz o art. 25 da lei 8.666/99, quando a competição for inviável,
em especial, dentre outras hipótese, quando o serviço for de natureza singular, o for-
necedor singular e o trabalho artístico realizado por artista reconhecido pela crítica
ensejam a inexigibilidade de licitação. Nesse última previsão, é perfeitamente possível
enquadrar uma obra de arte.
Por outro lado, a licitação será dispensável – ou seja, é possível licitar, mas a adminis-
tração tem a discricionariedade de não fazê-lo – para a aquisição ou restauração de
obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis
ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade (art. 24, XV).
Não, desde que a contratação direta seja realizada com base nas hipóteses admitidas
pela lei 8.666/93, que visando tutelar interesses de igual relevância ao princípio da obri-
292
gatoriedade da licitação, excepciona o procedimento nos casos especificamente elenca-
dos.
Já a revogação é o desfazimento dos efeitos da licitação, que só pode ocorrer em duas situa-
ções: i) por motivo de interesse público, decorrente de fato superveniente devidamente com-
provado (art. 41 da Lei 8.666/93); ii) a critério da Administração, quando o adjudicatário, ten-
do sido por ela convocado, no prazo e condições estabelecidas no edital, para assinar o termo
de contrato ou aceitar ou retirar o instrumento equivalente, recusar-se a fazê-lo, ou simples-
mente não comparecer.
O desfazimento da licitação, seja pela anulação, seja pela revogação, obriga a administração a
assegurar aos interessados o contraditório e a ampla defesa (art. 49, §1º). Nesse sentido, en-
tende o STJ (REsp 959.733-RJ DJ. 19.11.2007).
No caso de permissão de uso, deve entender-se necessária a licitação sempre que for
possível e houver mais de um interessado na utilização do bem, evitando-se favoreci-
mentos ou preterições ilegítimas. Nesse sentido, posiciona-se José dos Santos Carvalho
Filho.
O doutrinador ressalva, contudo, alguns casos especiais em que a licitação será inexigí-
vel, como, por exemplo, a permissão de uso de calçada em frente a um bar, restaurante
ou sorveteria.
As empresas públicas podem ser constituídas para desempenhar serviço público ou ati-
vidade econômica. Tais entidades possuem regime híbrido. Caso prestem serviço públi-
co, indubitavelmente, deverão respeitar as regras previstas na Lei 8.666/93 e estarão
obrigadas a licitar.
O art. 37, XXI da CF prevê a possibilidade de a lei estabelecer hipóteses em que a lici-
tação não ocorrerá ou poderá não ocorrer. Nesses casos, haverá a CONTRATAÇÃO
DIRETA, ou seja, sem licitação, pelas vias da dispensa ou da inexigibilidade.
6) O que é o pregão? Tem qual objetivo? Funciona em que sentido? Pode ser utilizado em rela-
ção a quais bens, serviços? Existe algum valor que limita ou não?
Resposta:
Segundo disposição legal, bem/serviço comum é aquele que pode ser objetivamente
conceituado no edital com expressão usual de mercado. No âmbito federal, o Decre-
to 3555 traz uma lista de bens e serviços comuns.
O decreto 5.450/2005, por sua vez, obriga a utilização do pregão na hipótese de aquisi-
ção de bens e serviços comuns pela União.
O pregão adota sempre o tipo “menor preço”. Apesar de o tipo ser menor preço, observam-se
especificações e padrões mínimos de qualidade
295
A diferença maior em relação as outras modalidades está na inversão do procedimento: (i)
após o recebimento dos envelopes, passa-se à fase de classificação e julgamento e, só depois,
à fase de habilitação; (ii) primeiro se adjudica e só depois se homologa o procedimento licita-
tório.
O julgamento possui duas etapas: i) a primeira de apresentação das propostas escritas: esco-
lhe-se a melhor proposta (menor preço) e todas as demais que não excedam a 10% do preço
da melhor. Não havendo o número mínimo de 3, escolhe-se as 03 melhores propostas para
participar da fase dos lances verbais; ii) propostas verbais: segue a apresentação das propostas
verbais pelos licitantes pré-selecionados no julgamento das propostas escritas.
Segundo José dos Santos, a nova modalidade tem por fundamento a necessidade de dar maior
transparência ao processo seletivo, observar os princípios da legalidade, moralidade, impesso-
alidade, publicidade, probidade administrativa, e finalmente, evitar a ocorrência de corrupção
e outras condutas qualificadas como improbidade administrativa.
A teoria da actio libera in causa defende que o ato delitivo revestido de inconsciência
deve ser punido quando decorre de ato antecedente que foi livre na vontade, transferin-
do-se para esse momento anterior a constatação da imputabilidade do agente. A teoria é
aplicada ―aos casos em que alguém, no estado de não-imputabilidade, é causador, por
ação ou omissão, de algum resultado punível, tendo se colocado naquele estado, ou pro-
positadamente, com a intenção de produzir o evento lesivo, ou sem essa intenção, mas
tendo previsto a possibilidade do resultado, ou, ainda, quando a podia ou devia prever.‖
296
maior, e completa é caso de inimputabilidade, bem como a patológica, que será tratada
como caso de inimputabilidade por anomalia psíquica ou semi-responsabilidade.
Parte da doutrina considera que o caso fortuito ocorre quando o agente desconhece o
caráter inebriante da substância que ingere.
O Código Penal trata expressamente de duas espécies de perdão: i) perdão judicial; ii)
perdão concedido nos crimes de ação penal privada. Ambas as hipóteses são causas de
extinção da punibilidade.
O perdão judicial é o instituto pelo qual o juiz, não obstante a prática de um fato típico e
antijurídico por um sujeito comprovadamente culpado, deixa de lhe aplicar, nas hipóte-
ses taxativamente previstas em lei, a sanção penal, quando as consequências da infração
atingirem o agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. Em
apertada síntese, é a perda do interesse estatal de punir.
O perdão do ofendido, por sua vez, é o ato pelo qual o ofendido, ou seu representante
legal, desiste de prosseguir com andamento de processo já em curso, desculpando o
ofensor pela prática do crime. O perdão deve ser concedido durante o processo, do iní-
cio da ação penal até o trânsito em julgado.
O indulto é uma forma de renúncia estatal ao direito de punir, realizadas por órgãos
diversos do Poder Judiciário. É modalidade de clemência concedida espontaneamente
pelo Presidente, de forma coletiva. Segundo o STF, não é necessário que haja o trânsito
em julgado da sentença condenatória. Diante desse conceito, observa-se que o indulto
pode ser considerado uma espécie de perdão coletivo concedido pelo Estado, por meio
do seu representante, o chefe do poder executivo.
4) Extingue-se a punibilidade pela morte? O que é morte? O que é vida? O que acontece com a
morte, porque extingue a punibilidade com a morte?
Resposta:
297
A morte extingue a punibilidade, nos termos do art. 107 do CP.
O Código civil estabelece que a personalidade jurídica se inicia com o nascimento com
vida, do que se extrai que a vida se iniciaria com o nascimento e seguiria até a morte do
indivíduo.
A morte extingue a punibilidade por que, no Brasil, foi adotado o princípio da personalização
da pena (art. 5º, inciso XLV), segundo o qual a pena não deve passar da pessoa do condenado.
Com a morte, não há razão para a punição prosseguir.
5) O que é anistia? Qual a diferença entre anistia, graça e indulto. Na Quem proclama a anisti-
a? Poder Legislativo. Pode o CN por iniciativa própria proclamar a anistia. O que seria o indul-
to? Os efeitos da condenação persistem? Graça?
Resposta:
298
Resposta:
Subdivide-se em 4 espécies:
Não. De acordo com o art. 117 do Código Penal, há três marcos interruptivos da pres-
crição no procedimento comum: o recebimento da denúncia ou queixa; a publicação da
sentença ou do acórdão condenatório e o trânsito em julgado. Logo, a sentença absolu-
tória não está prevista como hipótese de interrupção, não sendo possível estender, medi-
ante interpretação, o rol das causas interruptivas em prejuízo do réu.
299
8) Na ação penal pública pode haver o perdão? A Lei 9099 mitigou o princípio da obrigatorie-
dade da ação penal?
Resposta:
Na ação penal pública não pode haver o perdão qu é instituto próprio das ações penais
privadas, pois naquelas vige o princípio da obrigatoriedade, segundo o qual, presentes
as condições da ação penal e, havendo lastro probatório suficiente, o MP é obrigado a
oferecer denúncia.
Outra parcela, a qual se filia Eugênio Paccelli, defende que não se trata de mitigação da
obrigatoriedade, pois o MP deixou de ser obrigado por lei a propor a ação penal pública,
no caso de infrações de menor potencial ofensivo, passando a ser obrigado a propor
inicialmente a transação penal.
9) Qual a diferença entre a renúncia ao direito de ação e o perdão? E se havendo vários ofen-
didos, um deles perdoando, obrigam aos outros?
Resposta:
O perdão do ofedido, por sua vez, é ato bilateral pelo qual o ofendido ou seu represen-
tante legal desiste de prosseguir com o andamento de processo já em curso, desculpando
ofensor pela prática do crime. É cabível na ação penal privada e na ação penal privada
subsidiária da pública, sendo que, neste último caso, não há extinção da punibilidade,
retomando MP a titularidade da ação penal. O perdão só pode ser concedido até o trân-
sito em julgado da demanda.
O perdão concedido por um dos ofendidos não obriga aos demais, nos termos do art.
106, II do CP.
300
Resposta:
91% do salário de benefício, não podendo ser inferior a um salário mínimo, pois visa
substituir a remuneração do beneficiário.
301
3) Admite-se a cumulação de benefício do regime geral com o regime próprio de previdência?
Exemplo?
Resposta:
Sim. É possível, por exemplo, cumular os benefícios a que o indivíduo tem direito na
condição de segurado do RPPS com os benefícios a que faz jus na condição de depen-
dente de segurado do RGPS, como ocorre na cumulação de aposentadoria pelo RPPS
com o direito a pensão instituída em decorrência da morte do cônjuge, segurado do
RGPS. Vislumbra-se também a possibilidade de se cumular benefícios de ambos os
regimes quando o indivíduo possui vínculos autônomos com cada um deles, salvo na
condição de segurado facultivo – a legislação expressamente proibe a filiação de segu-
rado obrigatório do RPPS como segurado facultativo do RGPS.
4) Qual a idade necessária para a aposentadoria para o produtor rural? E um pescador artesa-
nal em quanto tempo de se faz a redução?
Resposta:
Em regra, a aposentadoria por idade será devida ao segurado homem que complete 65
anos de idade e a mulher com 60 anos de idade, desde que comprove a carência de 180
contribuições mensais pagas tempestivamente.
Será devido o adicional de 25% sobre a aposentadoria por invalidez quando o segurado
necessitar de assistência permanente de outra pessoa, se assim comprovado em perícia
médica do INSS. O anexo I do RPS traz um rol de situações que ensejam o acréscimo:
cegueira total, perda dos nove dedos das mão, paralisia de dois membros superiores ou
inferiores, perda dos memima dos pés, quando a prótese for impossível, perda de uma
302
das mão e dos dois pés, ainda que a prótese seja possível, dentre outras. Considerando
que art. 45 da Lei 8.213/91, não lista as hipóteses em que o aposentado por invalidez
fará jus ao acréscimo, entende-se que o referido rol é exemplificativo, pois não poderá o
Regulamento prever todas em hipóteses que ensejem a necessidade de assistência per-
manente de outra pessoa.
7) A aposentadoria por invalidez pode ser concedida sem que o trabalhador tenha adquirido
todo o tempo de serviço para a aposentadoria?
Resposta:
9) Existem situações em que o aposentado por invalidez se submetendo à perícia médica, esta
atesta estar aquele apto ao retorno do trabalho, neste caso ele teria de ser compelido retor-
nar? Se se tivesse cuidando de aposentado por invalidez portador de moléstia grave (AIDS), o
exame pericial poderia determinar o retorno dele ao trabalho, afirmando que a apesar da do-
ença ele estaria apto ao trabalho, sendo compelido ao trabalho? Resposta do DEs. Como juiz,
qual seria a decisão?
Resposta:
De acordo com o art. 101 da Lei 8.213/91, a condição de inválido dependerá de aprecia-
ção da perícia médica do INSS, sendo obrigado o segurado a se submeter a exames mé-
dicos periódicos (a cada dois anos), reabilitação profissional (se eventualmente indica-
da) e tratamento disensado gratuitamente. Constatada a capacidade para o trabalho, o
segurado ou seu representante legal deverá ser notificado por escrito para, se não con-
cordar com a decisão, requerer novo exame médico pericial, que será realizado por pro-
fissional diferente daquele que realizou o último exame (art. 210, par. 1º da IN PRESS
45/2010). Disso, conclui-se que, o segurado pode exigir a realização de uma segunda
perícia realizada com outro profissional caso não concorde com o resultado da primeira,
mas não pode se recusar a retornar ao trabalho caso essa segunda perícia confirme a sua
capacidade.
303
Em sentido contrário, segundo o desembargador que formulou a questão, se a doença de
que o segurado é portador é um tipo de moléstia grave prevista na lei como causa de
aposentação por invalidez, não há discussão, a lei é quem diz que há necessidade da
aposentadoria por invalidez. A invalidez é condição ex lege, pois nessa situação o Esta-
do considerou previamente e em abstrato que os portadores de determinada doença seri-
am inválidos para fins previdenciários. Logo, o segurado não pode ser compelido a tra-
balhar.
9) O que é desaposentação?
Resposta:
É também possível que um aposentado do RGPS queira aproveitar esse tempo de con-
tribuição para ter direito a uma aposentadoria no RPPS, caso tenha sido aprovado em
concurso de provimento de cargo efetivo, pois sem esse período não preencheria os re-
quisitos para se aposentar no regime dos servidores públicos.
A desaposentação merece rechaço, a meu ver, por diversos motivos, dentre os quais, o
fato de que causará grande impacto no fundo do RGPS, violando o princípio do equilí-
brio financeiro e atuarial, sob pena de colocar em risco todo o sistema. Ademais, a apo-
sentadoria é um ato jurídico perfeito, não podendo o beneficiário desfazê-lo e refazê-lo
a todo tempo para satisfazer a interesses pessoais. Se o legislador resolver admitir futu-
ramente a desaposentação, deverá cercar o instituto de uma série de condicionantes
para evitar o seu uso abusivo.
304
10) Do que ser trata o auxílio-doença? Precisa ter uma duração mínima? Qual o período de
afastamento que enseja a concessão do benefício?
Resposta:
O auxílio doença trata-se de benefício não programado devido ao segurado que ficar
incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias
consecutivos. O benefício, em si, não precisa ter uma duração mínima, mas apenas a
enfermidade que deve durar, no mínimo, 15 dias.
11) O aposentado que volta ao trabalho, desaposenta. Volta a contribuir? E se ele ingressar em
novo regime sem se aposentar, ou seja, ele pode se filiar a algum regime previdenciário desa-
posentado?
Resposta:
Sim. De acordo com o art. 11, §3º da Lei 8.213/91, o aposentado que desenvolver ativi-
dade remunerada será filiado obrigatório no que concerne a essas atividades, devendo
pagar as respectivas contribuições previdenciárias.
12) Qual o termo final da chamada aposentadoria por invalidez? Estas perícias periódicas, se
essa aposentadoria por invalidez, se ela decorreu de uma moléstia grave, essa perícia pode
determinar o retorno do beneficiário ao trabalho?
Resposta:
De acordo com o art. 101 da Lei 8.213/91, a condição de inválido dependerá de aprecia-
ção da perícia médica do INSS, sendo obrigado o segurado a se submeter a exames mé-
dicos periódicos (a cada dois anos), reabilitação profissional (se eventualmente indica-
da) e tratamento disensado gratuitamente. Constatada a capacidade para o trabalho, o
segurado ou seu representante legal deverá ser notificado por escrito para, se não con-
cordar com a decisão, requerer novo exame médico pericial, que será realizado por pro-
fissional diferente daquele que realizou o último exame (art. 210, par. 1º da IN PRESS
45/2010). Disso, conclui-se que, o segurado pode exigir a realização de uma segunda
perícia realizada com outro profissional caso não concorde com o resultado da primeira,
mas não pode se recusar a retornar ao trabalho caso essa segunda perícia confirme a sua
capacidade.
305
Em sentido contrário, segundo o desembargador que formulou a questão, se a doença de
que o segurado é portador é um tipo de moléstia grave prevista na lei como causa de
aposentação por invalidez, não há discussão, a lei é quem diz que há necessidade da
aposentadoria por invalidez. A invalidez é condição ex lege, pois nessa situação o Esta-
do considerou previamente e em abstrato que os portadores de determinada doença seri-
am inválidos para fins previdenciários. Logo, o segurado não pode ser compelido a tra-
balhar.
13) Aposentadoria por invalidez pode ser convertida em aposentadoria por idade?
Resposta:
14) Qual o tipo de aposentadoria que impede (o exercício de) atividade remunerada?
Resposta:
Aposentadoria por invalidez, pois nos termos da Lei 8.213/91, art. 42 a 47, a invalidez
deve ser definida como a incapacidade laborativa total, indefinida e multiprofissional,
insuscetível de recuperação e reabilitação profissional, que corresponde a incapacidade
geral de ganho, em conseqüência de doença ou acidente. Logo, se a incapacidade é total,
o beneficiário não pode voltar ao labor, sob pena de ser suspenso o benefício.
1
PEDILEF 200763060010162, de 23.06.2008.
306
5.5.1.2. Questões do TRF2
1) É muito comum o INSS ajuizar ações regressivas para se pagar de valores a título de benefí-
cio acidentário que se vê obrigado a pagar em decorrência do infortúnio que o trabalhador
sofreu. Conhece a temática que envolve a discussão que envolve a prescrição, notadamente
no que concerne ao prazo prescricional destas ações regressivas? Qual o prazo defendido pelo
INSS e com base em que argumento?
Resposta:
A meu ver, a questão trata da ação regressiva proposta pelo INSS contra a empresa ne-
gligente. De acordo com o art. 120 da Lei 8.213/91, nos casos de negligencia quanto às
normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicados para a proteção individual
e coletiva, a Previdencia Social proporá ação regressiva contra os responsáveis, pois o
pagamento das prestações previdenciárias por acidente do trabalho não exclui a respon-
sabilidade civil da empresa ou de outrem (art. 121). A culpa da empresa deve ser aferida
casuisticamente, especialmente com perícia a ser realizada pela justiça do trabalho.
As empresas têm alegado em seu favor que é ilegal exigir o ressarcimento de quem já
paga um seguro – SAT – para cobrir as despesas com os benefícios acidentários. Se-
gundo o INSS, a contribuição é apenas uma das diversas fontes de custeio da previdên-
cia social e não exime os empregadores de seu dever de cumprimento das normas de
segurança e medicina do trabalho, sobretudo quando se observa que a responsabilidade
da empresa nesses casos é subjetiva.
A ação regressiva será proposta na Justiça Federal, tendo em conta que o INSS tem a
natureza jurídica de autarquia federal, com fulcro no art. 109, I da CF, vez que não en-
volve os seus segurados. Não se trata de competência da Justiça Estadual, pois não se
trata de benefício acidentário.
Os TRFs, contudo, tem se posicionado de forma distinta, adotando o prazo trienal pre-
visto no art. 206, §3º do CC e não a imprescritibilidade prevista no art. 37, §5º da CF,
que se refere ao Direito da Administração Pública de obter o ressarcimento de danos ao
seu patrimônio decorrente de atos de agentes públicos2.
2
AC 00061720520104036105, DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ LUNARDELLI, TRF3 - PRI-
MEIRA TURMA, e-DJF3 Judicial 1 DATA:15/06/2012; APELRE 200950010049045, Desembar-
gador Federal REIS FRIEDE, TRF2 - SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, E-DJF2R - Da-
ta::30/06/2011 - Página::279/280
307
5.5.1.3. Questões do TRF3
É também possível que um aposentado do RGPS queira aproveitar esse tempo de con-
tribuição para ter direito a uma aposentadoria no RPPS, caso tenha sido aprovado em
concurso de provimento de cargo efetivo, pois sem esse período não preencheria os re-
quisitos para se aposentar no regime dos servidores públicos.
A desaposentaçao merece rechaço, a meu ver, por diversos motivos, dentre os quais, o
fato de que causará grande impacto no fundo do RGPS, violando o princípio do equilí-
brio financeiro e atuarial, sob pena de colocar em risco todo o sistema. Ademais, a apo-
sentadoria é um ato jurídico perfeito, não podendo o beneficiário desfazê-lo e refazê-lo
a todo tempo para satisfazer a interesses pessoais. Se o legislador resolver admitir futu-
ramente a desaposentação, deverá cercar o instituto de uma série de condicionantes
para evitar o seu uso abusivo.
308
5.6. Direito Civil
5.6.1. Compra E Venda. Pactos Adjetos. Compromisso De Compra E Venda
5.6.1.1. Questões do TRF1
1) O que se entende por venda ad mensuram? Qual a casuística disto?
Resposta:
A venda ad mensuram é aquela em que as partes estipulam o preço do bem imóvel obje-
to da compra e venda por medida de extensão, hipótese em que a medida passa a ser
condição essencial ao contrato efetivado. Neste caso, a medida do imóvel não é sim-
plesmente enunciativa como ocorre na venda ad corpus, onde um imóvel é vendido co-
mo corpo certo e determinado, independentemente das medidas especificadas no ins-
trumento.
No caso de venda por extensão, admite-se uma variação de área de até 5%, existindo uma
resunção relativa de que tal variação é tolerável pelo comprador. Mas, este pode provar o
contrário, requerendo a aplicação das regras do vício redibitório especial.
Se, em vez de faltar área, houver excesso, o vendedor ajuizará ação na qual deve provar
que possuía motivos justos para ignorar a medida da área. O comprador, então, terá duas
opções: i) completar o valor correspondente ao preço; ii) devolver o excesso. No que
toca à devolução do excesso, surgirão despesas que deverão ser repartidas de acordo
com o princípio da boa-fé. Se houver indícios de que o vendedor sabia do vício, deverá
ele arcar com as despesas de forma integral. Havendo má-fé do comprador, ele deverá
arcar com as despesas. Caso contrário, elas serão repartidas.
2) Sistema francês e alemão sobre a compra e venda, qual a eficácia da compra e venda no
direito francês e faça um contraponto com esta eficácia no direito alemão? No Brasil, pode-se
dizer que os negócios translativos de propriedade são negócios de disposição?
Resposta:
309
Pelo primeiro o contrato cria ao mesmo tempo o vínculo obrigacional e transfere o do-
mínio da coisa vendida (nudus consensus parit proprietatem). Ou seja, transfere-se o do-
mínio com o próprio contrato, independentemente da tradição da coisa vendida. Somen-
te pelo contrato o comprador torna-se o titular do domínio. Vê-se que o sistema francês
apartou-se da tradição romana.
Para o sistema alemão o contrato gera exclusivamente uma obrigação de dar, com o
vendedor assumindo somente obrigação ad tradendum. A transferência do domínio veri-
ficar-se-á quando da tradição da coisa vendida. Esse foi o modelo adotado como regra
pelo Direito Brasileiro.
3) O que seria a retrovenda? Qual o prazo? Esta recompra é o direito de retrato? É uma nova
compra e venda?
Resposta:
Constitui um pacto inserido no contrato de compra e venda pelo qual o vendedor reser-
va-se o direito de reaver o imóvel que está sendo alienado, dentro de um certo prazo,
restituindo o preço e reembolsando todas as despesas feitas pelo comprador no período
de resgate, desde que previamente ajustadas. Tais despesas inclui as benfeitorias neces-
sárias. Essa cláusula somente é admissível em bens imóveis.
Na verdade, essa cláusula concede ao vendedor o direito de desfazer a venda – ogo, não
é uma nova compra e venda – dentro do prazo máximo de 3 anos. Essa cláusula tem o
condão de tornar a propriedade resolúvel; trata-se de cláusula resolutiva expressa.
A ação de resgate é constitutiva negativa, de rito ordinário, pela qual o vendedor obtém
o domínio do imóvel a seu favor, tendo a demanda eficácia erga omnes, diante do cará-
ter real do instituto. Seu prazo decadencial é de 3 anos.
310
4) Quais são os elementos essenciais do contrato de compra e venda? Existe alguma forma
especial para celebrar compra e venda de bem imóvel ou é livre? Pode se comprar imóvel por
escritura particular? A pessoa tem que fazer o que, tem que fazer aonde?
Resposta:
A compra e venda pode ser negócio formal (solene) ou informal (não solene). Segue-se
o entendimento segundo o qual a solenidade está relacionada com a escritura pública e
não com a forma escrita (formalidade é gênero, solenidade é espécie). O contrato de
compra e venda exige escritura pública quando o valor do bem imóvel, objeto do con-
trato, for superior a 30 salários mínimos. Mas, em todos os casos de compra e venda de
bem imóvel é necessária a forma escrita para registro no CRI, estando a eficácia no
mesmo plano da validade do contrato em questão. Nas hipóteses de compra e venda de
bens móveis, não há necessidade de contrato escrito, tampouco de escritura pública,
pois não há registro.
A propriedade móvel, portanto, se transfere pela tradição, enquanto a imóvel pelo regis-
tro do contrato no cartório de Registro Imobiliário.
5) Faça uma distinção entre promessa de compra e venda e compromisso de compra e venda.
Resposta:
Define-se a promessa de compra e venda como espécie de contrato preliminar pelo qual
as partes, ou uma delas, comprometem-se a celebrar adiante o contrato definitivo de
compra e venda. É negócio de segurança, destinado a conferir garantias às partes quanto
à relação substancial em vista.
O segundo é o registro, ato formal, ao qual a lei atribui o efeito de transmitir a proprie-
dade imobiliária, o modus aquisicionis. De sorte que, embora o título não seja hábil, por
si só, para transferir o domínio, é de fundamental importância. A compra e venda de
bens imóveis, portanto, é ato complexo, que se aperfeiçoa com o registro.
A venda a contento é tratada pelo CC/02 como uma cláusula especial de compra e ven-
da. Em seus termos, a venda não se aperfeiçoa enquanto o comprador não se declara
satisfeito com o bem a ser adquirido. Diferencia-se da venda sujeita a prova, pois naque-
la o comprador não conhece ainda o bem que irá adquirir, havendo uma aprovação ori-
ginal. Desse modo, a tradição não gerará a transferência da propriedade, mas tão somen-
te a da posse direta. Enquanto o comprador não manifestar a sua aprovação, suas obri-
gações serão as de um mero comodatário. Eventual rejeição da coisa pelo comprador
que não a aprovou funciona como cláusula resolutiva. A recusa deve ser fundada no
bom senso, não podendo ser motivada no mero capricho.
A venda de uma coisa esperada, também conhecida como emptio rei esperatae, é a ven-
da da esperança quanto à coisa esperada. Refere-se a assunçã do risco por um dos con-
tratantes quanto à quantidade da coisa, caso em que o alienante terá direito a todo o pre-
ço, desde que de sua parte não tenha concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir
e quantidade inferior a esperada. Nesta situação, é fixada uma quantia mínima para a
compra. O risco, nesse caso, é menor, pois há uma taxa mínima em relação ao objeto.
312
Já a venda da esperança, chamada de emptio spei, ocorre quando a assunção de riscos
por um dos contratantes toca a própria existência da coisa, caso em que o outro terá di-
reito de receber integralmente o que lhe for devido, desde que de sua parte não tenha
havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir. No contrato em ques-
tão, não é fixada nem mesmo uma quantidade mínima como objeto, fazendo que o risco
seja maior.
A cédula de crédito rural é título civil, líquido e certo, exigível pela soma dela constante
ou do endosso, além dos juros, da comissão de fiscalização, se houver, e demais despe-
sas que o credor fizer para segurança, regularidade e realização de seu direito creditório.
Resposta:
Art. 908, CC: ―O possuidor de título dilacerado, porém identificável, tem direito a obter
do emitente a substituição do anterior, mediante a restituição do primeiro e o pagamento
das despesas‖.
Resposta:
Pela cartularidade afirma-se que o direito de crédito mencionado na cártula não existe
sem ela, o direito não pode ser transmitido sem a cártula e não pode ser exigido sem a
sua apresentação. A cartularidade está ligada a titularidade, pois o titular do crédito deve
estar em posse do título. A posse é imprescindível para a comprovação da própria exis-
tência do crédito. No título ao portado a titularidade do crédito é de quem está com em
posse da cártula.
4) Quais são os requisitos de um título de crédito? (eu acho que ele queria as características,
pois cada título tem requisitos específicos)
Resposta:
Os requisitos são:
b) Nota promissória (art. 75, da Lei Uniforme) – expressão ―nota promissória‖; uma
ordem incondicional para pagamento de quantia determinada; nome do tomador; a data
do sque; assinatura do subscritor; o lugar do saque; a assinatura do subscritor; o lugar do
saque ou a menção de um lugar junto ao nome do subscritor.
c) Cheque (art. 1º, da Lei do cheque)- a expressão ―cheque‖; uma ordem incondicional
para pagamento de quantia determinada; o nome da instituição financeira contra quem
foi emitida; a data do saque; o lugar do saque ou a menção de um lugar junto ao nome
do emitente; a assinatura do próprio emitente (sacador).
Resposta:
Segundo esse critério classificatório, os títulos de créditos podem ser títulos de modelo
livre ou títulos de modelo vinculado. Título de modelo livre é aquele para o qual a lei
não estabelece uma padronização obrigatória, ou seja, a sua emissão não se sujeita a
uma forma específica preestabelecida (ex: letra de câmbio e nota promissória). Já título
de modelo vinculado se submete a uma rígida padronização fixada pela legislação
cambiária específica, só produzindo efeitos legais quando preenchidas as formalidades
legais exigidas (ex: cheque e duplicata).
6) Quanto ao Cheque, no que concerne ao prazo de apresentação, além deste prazo, ele pode
ser pago, perante o banco? Qual o termo final deste pagamento, até quando o banco pode
pagar? Até a prescrição do cheque, enquanto não se prescrever ele pode pagar, que prazo de
prescrição é este?
Resposta:
Prazo de apresentação é o prazo dentro do qual o emitente deverá levar o cheque para
pagamento junto a instituição financeira. Funciona como o prazo de protesto nos outros
títulos de crédito, ou seja, apresentado neste prazo assegura a execução contra os code-
315
vedores. Se o cheque for da mesma praça o prazo é de 30 dias, se de outra praça é de 60
dias.
Resposta:
Endosso é o ato cambiário pelo qual o credor do título de crédito, que possui cláusula à
ordem, transmite seus direitos a outro. Obs: todos os títulos de crédito próprios têm a
cláusula à ordem implícita. Efeitos do endosso: transfere o crédito e responsabiliza o
endossante.
O endosso em branco é aquele que não se identifica o seu beneficiário, permitindo que o
título circule ao portador. Já o endosso em preto identifica expressamente a quem está
sendo transferida a titularidade do crédito.
Resposta:
O endosso fica no verso do título, bastando a assinatura do endossante. Para ser feito no
anverso deve ter menção expressa de que se trata de endosso.
316
Resposta:
É aquele emitido em favor de pessoa determinada, cujo nome consta de registro especí-
fico mantido pelo emitente (art. 971, CC). A transferência é válida por meio de termo de
registro, onde deve ser assinado pelo emitente e pelo adquirente do título.
9) Em se tratando de títulos de crédito, para que circule, ele sendo nominativo, tem que duas
opções, se não tiver ele circula por cessão?
Resposta:
Obs.: Tem doutrinadores que entendem que títulos nominais são o mesmo que nomina-
tivos.
Título nominal identifica expressamente o seu titular (credor). Para transferir a titulari-
dade não depende apenas da entrega do documento, é necessário praticar um ato formal
que opere a transferência. Nos títulos com cláusula à ordem a transferência se dá por
endosso. Já nos títulos com cláusula não à ordem o ato de transferência é a cessão civil.
Os títulos nominativos (para os que diferenciam) o nome do titular consta num registro
específico mantido pelo emitente e só transfere através de termo no registro que deve
ser assinado pelo adquirente e pelo emitente.
Resposta:
Resposta:
317
O aceite é o ato pelo qual o sacado assume a obrigação cambial e se torna o devedor
principal da letra (aceitante). Deve ser feito no próprio título por meio da expressão ―a-
ceito‖ ou ―aceitamos‖, seguindo-se da assinatura do sacado ou procurador com poderes
especiais. Na letra de câmbio é facultativo, porém irretratável. A recusa do aceite pro-
voca o vencimento antecipado do título. Pode haver o aceite parcial, que também levará
ao vencimento antecipado, podendo ser cobrado totalmente do sacador.
12) Endosso em branco e em preto? Pode haver uma cadeia de endossos em branco, ou em
preto, ou só pode haver um?
Resposta:
Em princípio não existe limite para a quantidade de endossos, seja em branco, seja em
preto. Quando existia a CPMF a lei admitia apenas um endosso para o cheque, mas a lei
foi revogada, não existindo mais a limitação.
Resposta:
― A verificação etimológica revela que a expressão endosso, adotada pelo direito cam-
biário, decorre do fato de ser a declaração unilateral de vontade, da qual resulta este
ato cambiário, lançada nas costas, ou no dorso, de um título de crédito. Esse uso em
latim assim se exprimia: quia in dorso inscribit solet; no francês, endossement, no direi-
to norte-americano indorsement e no direito italiano girata.‖
Resposta:
Resposta:
318
A abstração é originária do princípio da autonomia. O título é documento constitutivo
de direito novo, autônomo, originário e completamente desvinculado da relação que lhe
deu origem.
Assim, entende-se que enquanto a relação cambiária é entre os próprios sujeitos que
participam da relação que originou o título, existe uma vinculação entre esta relação e o
título originário, ou seja, enquanto não circula a causa pode ser discutida. Após circular
não pode mais discutir o negócio originário.
Resposta da questão: Pode ser discutido enquanto estiverem envolvidos apenas o sujei-
tos da relação originária.
Resposta:
Título causal é aquele que somente pode ser emitido nas hipóteses em que a lei autoriza
a sua emissão. É o caso da duplicada que só pode ser emitida para documentar a realiza-
ção de compra e venda mercantil ou contrato de prestação de serviços.
O título de crédito abstrato é aquele cuja a emissão não está condicionada a nenhuma
causa estabelecida em lei. Pode ser qualquer relação negocial. Exemplo: cheque, letra
de câmbio e nota promissória.
4) Sob o ponto de vista mais genérico e mais abstrato e que tem a ver com a razão de existir
dos títulos cambiariformes: qual é a ratio essendi do título de crédito rural? Seria ferramenta
para alguma coisa?
Resposta:
319
O título de crédito rural destina-se ao financiamento da exploração de atividades rurais,
ferramenta para auxiliar a comercialização da produção e viabilizar o aumento da pro-
dutividade, com o consequente fortalecimento dos médios e pequenos produtores. (art.
1º, do Decreto-Lei 167/67).
Resposta:
O cheque é uma ordem de pagamento à vista emitida por um banco em razão de fundos
que uma pessoa (emitente) tem naquela instituição. É um título de crédito de modelo
vinculado, pois só pode ser emitido por banco, em talonário específico, com numeração
própria, seguindo os padrões do Banco Central.
Resposta:
Não encontrei nos livros. A lei também não autoriza expressamente o protesto deste
título magnético. No entanto, existe o chamado protesto por indicações que é realizado
quando há a retenção do título por parte do devedor (comprador). Nesse caso, sem a
posse do título o credor (vendedor) deve fornecer ao cartório as indicações deste, retira-
das da fatura e do Livro de Registro de Duplicatas.
Existem decisões judiciais que ampliam o protesto por indicação para os casos de dupli-
cada magnética (virtual), é o caso do Resp 1024691 PR, publicado no DJe 12/04/2011,
de relatoria da Min. Nancy Andrighi:
320
7) Com relação ao crédito rural: gostaria de adicionar alguma coisa a essa modalidade especi-
al?
Resposta:
A cédula de crédito rural e a nota de crédito rural são títulos causais, de natureza civil,
resultantes de financiamento a cooperativa, empresa ou produtor rural. As duas são
promessas de pagamento à vista. No entanto, a cédula de crédito rural possui garantia
real e a nota de crédito rural não possui esta garantia.
Existem também a nota promissória rural e a duplicata rural que são fundadas em ope-
rações de compra e venda de natureza rural, contratadas a prazo, não constitutivas de
financiamento no âmbito do crédito rural.
Há ainda a cédula de produto rural (Lei 8.929/94), também é título de natureza causal,
emitido por produtor ou cooperativa rural, como promessa de entrega de produtos ru-
rais, e pode ter garantia hipotecária, pignoratícia ou fiduciária.
Resposta:
Quando os avais são simultâneos (coavais) eles avalizam o título conjuntamente, garan-
tindo a mesma obrigação. Os avalistas são vistos como uma só pessoa e assumem a res-
ponsabilidade solidária. Segue a regra civil, quem pagar o total pode cobrar do devedor
principal toda a dívida, mas só pode cobrar a parte de cada avalista.
Se os avais são sucessivos (aval do aval), um avalista avaliza o outro avalista (uma ca-
deia). O avalista do avalista tem a mesma obrigação do avalizado. Quem pagar toda a
dívida tem direito ao regresso de total.
Resposta:
Resposta:
O crédito, que consiste, basicamente, num direito a uma prestação futura que se baseia,
fundamentalmente, na confiança (boa-fé e prazo), surgiu da constante de viabilizar mais
rápida de riqueza do que a obtida com a moeda manual. O título de crédito surgiu na
qualidade de documento que instrumentaliza o crédito e permite a sua mobilização com
rapidez e segurança. Concluindo-se que os títulos de crédito são instrumentos para a
circulação de riquezas.
Resposta:
Cheque visado é aquele em que o banco confirma, mediante uma assinatura no verso, a
existência de fundos suficientes para pagamento do valor nele mencionado. Só pode
receber o visto do banco o cheque nominativo que não foi endossado.
Resposta:
Endosso é o ato cambiário pelo qual o credor do título de crédito, que possui cláusula à
ordem, transmite seus direitos a outro. Obs: todos os títulos de crédito próprios têm a
cláusula à ordem implícita. Efeitos do endosso: transfere o crédito e responsabiliza o
endossante.
322
O endosso em branco é aquele que não se identifica o seu beneficiário, permitindo que o
título circule ao portador. Já o endosso em preto identifica expressamente a quem está
sendo transferida a titularidade do crédito.
Resposta:
Cheque caução é o cheque dado como garantia de pagamento posterior. Era comumente
usado em hospitais para garantir o atendimento médico. O paciente deixava um cheque-
caução em poder do hospital para ser atendido até regularizar pendências com plano de
saúde. Ainda é utilizado como garantia em negócios.
Contudo esta prática descaracteriza a natureza do cheque, já que se trata de uma ordem
de pagamento à vista e não uma promessa de pagamento (como por exemplo: a nota
promissória).
Como tem relação com o tema é bom lembrar que a Lei 12.653/2012 acrescentou o art.
135-A ao Código Penal criando o seguinte crimes: ―Exigir cheque-caução, nota promis-
sória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários adminis-
trativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: Pena -
detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. Parágrafo único. A pena é aumenta-
da até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e
até o triplo se resulta a morte.”
Resposta:
Resposta:
A resposta da pergunta está no art. 909, caput e parágrafo único, do Código Civil:
―Art. 909. O proprietário, que perder ou extraviar título, ou for injustamente desapossa-
do dele, poderá obter novo título em juízo, bem como impedir sejam pagos a outrem
capital e rendimentos.
323
Parágrafo único. O pagamento, feito antes de ter ciência da ação referida neste artigo,
exonera o devedor, salvo se se provar que ele tinha conhecimento do fato.‖
Resposta:
O aval é uma garantia cambial, portanto, um instituto que segue o regime jurídico cam-
bial, constituindo-se uma obrigação autônoma, e não acessória, em relação a dívida
principal, de maneira que a nulidade do aval não afeta a obrigação principal.
Regra: Autonomia das obrigações cambiais- corresponde ao fato das diversas obriga-
ções existentes no título serem independentes, não se vinculando uma à outra, de tal
forma que uma obrigação nula não afeta as demais obrigações válidas no título.
8) O banco pode descontar todos os cheques apresentados pelo portador, mesmo que sejam
'pré-datados'?
Resposta:
Segundo a legislação (art. 32 da Lei do Cheque), o cheque será sempre uma ordem de
pagamento à vista, devendo ser considerada não escrita qualquer menção em sentido
contrário eventualmente colocado na cártula. Sendo, assim, na ótica civil/comercial,
havendo saldo, um cheque pré-datado pode ser descontado ou devolvido, conforme o
emitente possua ou não fundos suficientes para o seu pagamento.
Resposta:
Na Letra de câmbio é uma ordem de pagamento e o aceite é o ato pelo qual o sacado
assume a obrigação cambial e se torna o devedor principal da letra. O aceite é facultati-
vo, porém irretratável. A falta do aceite não invalida o título, no entanto, com a recusa
do aceite ocorre o vencimento antecipado do título, podendo o tomador cobrar imedia-
tamente do sacador. Destacando que se o aceite for parcial, também gerará o vencimen-
to antecipado de todo o crédito, podendo ser cobrado o valor total do sacador.
324
A nota promissória é uma promessa de pagamento, portanto, não se submete ao aceite.
Resposta:
325
2) Em relação às providencias preliminares o que o magistrado deve se ater, o que significa
esta providência dentro do procedimento ordinário?
Resposta:
Providências preliminares são as providências que o juiz toma dentro do processo ordi-
nário para deixar o processo apto para que nele seja proferida uma decisão. Existe uma
infinidade de providências preliminares que o juiz pode tomar. Exemplos: a)no caso de
defesa indireta, o juiz deve intimar o autor para apresentar réplica; b) se a defesa alegar
algum problema processual, o juiz deve mandar o autor se manifestar ou mandar que o
autor regularize aquele problema; d) Nomear curador especial; etc.
Resposta:
Após a resposta do réu, dá-se início à uma microfase processual chamada de saneamen-
to ou ordenamento do processo. Esta fase se caracteriza pela concentração da prática de
atos de saneamento, de regularização do processo, preparando-o para que nele seja pro-
ferida uma decisão. No entanto, isso não quer dizer que toda a atividade de saneamento
seja restrita a este período, a atividade de saneamento do juiz é exercida a todo o mo-
mento, mas neste momento é que esta atividade está mais concentrada, por isso o nome.
4) O que o senhor pensa sobre a técnica alternativa de resolução de conflito jurisdicional pela
via da transação, conciliação e mediação? A transação tem suporte constitucional? Veja o pre-
âmbulo da CF. Solução pacífica das controvérsias. O sistema jurisdicional brasileiro vive de
conflitos postos ao estado juiz, mas mesmo assim uma crise na administração da justiça. A
conciliação seria uma técnica para desafogar a justiça?
Resposta:
326
A transação, a conciliação e a mediação são formas de autocomposição, ou seja, são
formas negociais de resolução de conflito, baseadas na autonomia privada. Destacando
que a mediação não deixa de ser uma forma de autocomposição, em razão da interven-
ção de um terceiro, pois o mediador auxilia as partes conflitantes e não decide nada, é
uma autocomposição assistida. De fato, a aplicação de qualquer uma destas técnicas
servem para desafogar a justiça.
5) O senhor abriria a instrução de ofício para a produção de prova pericial, por exemplo, quan-
do finda a instrução?
Resposta:
Entendo que não existe qualquer óbice para a que isto ocorra, desde que a prova se mos-
tre necessária. Contudo, o Juiz deve oportunizar a manifestação das partes sobre a pro-
va, em respeito ao contraditório. O art. 132 parágrafo único, pode fundamentar o caso:
“Em qualquer hipótese, o juiz que proferir a sentença, se entender necessário, poderá
mandar repetir as provas já produzidas.”
Resposta:
Já com a juntada de novos documentos ao processo, não se fala em réplica, pois não se
trata de contra argumentação aos fundamentos novos trazidos pelo autor, mas sim de
abrir oportunidade de manifestação à parte em face de um elemento novo inserido no
processo, providência necessária não só apenas após a contestação, mas sim em qual-
quer fase do processo, também como forma de garantir o contraditório e a ampla defesa.
327
7) O juiz recebe uma PI no SFH, o autor protesta por todos os meios de provas em direito ad-
mitidos e a Caixa protestou por todos os meios de provas, fomos às especificações de provas e
nestas as partes silenciaram, o juiz para sanear ou julgar antecipadamente a lide, o juiz tem
que proclamar a improcedência do pedido em razão de as partes não terem especificado as
provas ou o juiz pode, de ofício, mandar ser feita a produção de provas? O processo civil es-
tá em busca da verdade material.
Resposta:
Sim, pode-se dizer que o processo busca a verdade material. As expressões ―verdade
formal‖, como aquela processual, e ―verdade real/material‖, como princípios processu-
ais encontram-se superadas. Hoje seria mais correto falar em ―busca‖ da verdade mate-
rial, que seria a verdade alcançável no processo, que é aquela que decorre da mais am-
pla instrução possível.
Resposta:
Resposta:
328
Sim. A lei 11.277/06 inseriu o no CPC o art. 285-A, que autoriza a improcedência do
pedido do autor antes mesmo da citação do réu. Os requisitos para aplicação do instituto
são que a matéria seja exclusivamente de direito e que já tenham sido proferidas senten-
ças de total improcedência em casos idênticos, sem que seja necessário, entretanto, o
trânsito em julgado e independentemente da posição dos tribunais sobre o assunto.
Resposta:
Resposta:
O acusado não tem obrigação de responder as perguntas que lhe foram endereçadas, não
importando o silêncio em prejuízo na sua defesa, tendo em vista tratar-se em direito
constitucional (art. 5º LXIII). Entretanto, há discussão na doutrina se esse direito não
abrange a qualificação ou não (Nucci entende que sim, por não ser direito ilimitado, em
face dos efeitos que poderia ter sobre outras pessoas, uma eventual confuso de identida-
329
des; Nestor Távora entende que não, tendo em vista que a qualificação pode ligar o acu-
sado a outras infrações, contra as quais o silêncio na qualificação consistiria no direito
de defesa).
Resposta:
Resposta:
O relatório do inquérito policial é peça de caráter descritivo, que não deve ter em si juí-
zo de valoração por parte do delegado quanto ao fato apurado, isto porque o IP tem a
função somente de fornecer informações ao magistrado e ao órgão do ministério públi-
co. A opinio delicti cabe ao titular da ação penal pública ou privada conforme o caso.
Resposta:
Diz-se verdade real sobre aquilo que tem consonância entre aquilo que é e aquilo que
foi dito ou se diz ser. Por tratar-se de conceito utópico, encontra-se superada a verdade
material como princípio do processo penal, sendo mais adequado, hoje, falar em verda-
de viável, ou seja, a busca do melhor resultado possível dentro daquilo que foi produzi-
do nos autos, decorrente da mais ampla instrução possível.
Resposta:
330
Delação é a atribuição da prática do crime a terceiro, feita pelo acusado, em seu interro-
gatório, e pressupõe que o delator também confesse a sua participação. Quando tal dela-
ção é acompanha por um benefício, concedido pelo estado, é chamada de delação pre-
miada, e possui requisitos diversos em cada lei que é prevista. Para o crime de extorsão
mediante sequestro, a pena pode ser reduzida de um a dois terços, sendo exigidos três
requisitos segundo Greco (2011, p. 120): ―a) que o crime tenha sido cometido em con-
curso; b) que um dos agentes o denuncie à autoridade; facilitação da libertação do se-
questrado.‖; Em outros crimes, como o previsto na Lei n.º 8.072/90 devem ser revelados
os cúmplices e não somente o delito. É o que Capez (2005, p. 442) conceitua como
―traição benéfica‖. Para os crimes hediondos, o artigo 8º, parágrafo único, assevera que
―O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibi-
litando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços‖. Já a Lei de pro-
teção às vítimas, possibilitou em seu artigo 13 o perdão judicial ou a redução de pena de
um a dois terços no artigo 14.
7) O que é prova?
Resposta:
O termo possui várias acepções. Pode ser entendido como ato da provar, processo pelo
qual se verifica a exatidão do fato alegado pela parte no processo; pode ser entendido
como meio, instrumento pelo qual se demonstra a verdade de algo; e ainda entendido
331
como resultado da ação provar, o produto extraído da análise dos instrumentos de prova
oferecidos (Nucci).
Resposta:
Resposta:
Não, o valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de
prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do pro-
cesso, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância. Histori-
camente, considerou-se a confissão como rainha das provas, a única que seguramente
poderia embasar uma condenação independentemente de outros indícios, entretanto, tal
visão encontra-se a muito tempo superada.
Resposta:
Não há vinculação do Juiz. Prevalece no Brasil, como regra, o sistema do livre conven-
cimento motivado, ou persuasão racional. Por tal sistema, o Juiz fica livre para decidir e
apreciar as provas que lhe são apresentadas, desde que faça de forma motivada.
11) E quanto ao sistema da prova tarifada? E onde ficaria o sistema da íntima convicção?
Resposta:
Resposta:
13) Havendo apenas a confissão, na medida em que não pode se produzir mais provas nos
autos, é possível a condenação calcada tão somente a confissão? Se condenaria o réu com
base exclusivamente na confissão?
Resposta:
14) O que são indícios? Pode haver condenação calcada em indícios? Qual a diferença entre a
prova indiciária e indícios? É possível denunciar pelo indício da materialidade? Nos casos de
crimes de competência do tribunal do júri os indícios fundamentariam a denúncia?
Resposta:
A condenação com base em provas indiciárias é possível tão somente quando essas de-
notam indícios veementes, formando uma unidade com outros elementos probatórios,
capaz de gerar um juízo de certeza sobre a autoria e materialidade do delito. O ofereci-
mento da denúncia pode basear-se em indícios, até mesmo porque a prova da materiali-
dade e da autoria, ou sua ausência só poderá ser esmiuçada após colheita de provas sufi-
cientes para descrever a inocência ou não do paciente.
15) O que é retratação e ela opera-se aonde? Calúnia e difamação permitem a retratação? A
honra objetiva consiste em quê? E a subjetiva? Se uma pessoa afirma que outra é um ladrão,
isso é difamação ou calúnia?
Resposta:
Retratação consiste em uma retificação do que o próprio agente disse, ou seja da sua
conduta caluniosa ou difamatória. É cabível, como forma de extinção de punibilidade,
nos crimes de calúnia e difamação, por se tratar de delitos que ferem a honra objetiva,
não se justificando, porém, a exclusão do delito de injúria, que fere a honra subjetiva.
Cabe ainda ressaltar que não é necessária a aceitação da vítima, quando o juiz entender
suficiente.
Resposta:
334
17) O que seria valorar prova?
Resposta:
Valorar a prova consiste em dar valor positivo à prova, ou seja, conferir maior ou menor
carga probante ao produto extraído dos elementos de prova extraídos do processo (ex.:
laudo pericial, depoimentos, objetos do crime, etc.)
18) O processo penal busca a verdade real, qual a diferença entre a realidade e a verdade?
Resposta:
Realidade consiste, de maneira simplificada, em ―tudo que existe‖. Já a verdade diz res-
peito à maneira como esta realidade se coloca para as pessoas, a depender de como isso
ocorre, pode-se chamá-la de verdade. Verdade é a correspondência entre a realidade e o
que diz-se dela ou que foi dito. (Ex.: Na tarde de ontem pessoa A afirmou que viu pes-
soa B entrando em casa acompanhado de C. Pois bem, se este relado corresponder á
realidade, diz-se verdade).
19) Quando se diz que o juiz decide pela livre apreciação da prova, o que se entende por isso?
E a íntima convicção? Pode? E o tribunal do júri? Seria uma exceção?
Resposta:
Quer dizer que o magistrado é livre para dar maior ou menor valor probante a cada uma
das provas, independente de seu tipo ou conteúdo, desde que o faça de forma motivada
(sistema de valoração por livre convencimento motivado).
No sistema da íntima convicção, o juiz está livre para decidir, dispensado de motivar a
decisão, o que é vedado no processo brasileiro, a exceção dos julgamentos do Tribunal
do Júri, em sua segunda fase, tendo em vista que os jurados votam os quesitos sigilosa-
mente, sem fundamentar.
20) Explicitar quando se reforma a decisão do tribunal do júri. O que é manifestamente contrá-
rio à prova nos autos?
Resposta:
A decisão do Tribunal do Júri só pode ser reformada em segunda instância quando esta
reforma não importar em ofensa à sua soberania, que é garantida por norma constitucio-
nal. Em segunda instância, a sentença do júri só pode ser anulada, ou modificada na
parte da fixação da pena pelo juiz presidente (parte da decisão a qual não foi garantida
soberania). A decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos é hipótese
335
de cabimento da apelação, que neste caso, objetiva a nulidade do julgamento e o retorno
dos autos à primeira instância prolação de nova decisão.
Decisão manifestamente contrária à prova dos autos consistiria em decisão que chega a
resultado patentemente diferente do qual seria encontrado, caso fossem devidamente
motivadas as valorações feitas dos meios de prova trazidos autos. Ou seja, o conjunto
probatório aponta para resultado divergente do qual chegou o corpo de jurados. Essa
hipótese de cabimento da apelação visa evitar que enganos ocorridos as votações impli-
quem em resultado diferente do qual realmente o corpo de jurados queria chegar, e não
tender o resultado, violando a soberania dos vereditos, razão pela qual só é possível a
apelação com base nesse argumento uma vez.
Resposta:
Resposta:
Corpo de delito é o conjunto de vestígios materiais deixados por uma infração penal. Já
o exame de corpo de delito (tipo de perícia), é a perícia que tem como objeto o próprio
corpo de delito (exame direto), ex: machas de sangue no local do crime, ou perícia sobre
elementos acessórios, quando não existir mais o corpo de delito (exame indireto), ex.:
exame de fotos tiradas do local.
Resposta:
De fato, em delitos que deixem vestígios, a realização do exame de corpo de delito (di-
reto ou indireto) é obrigatória, e sua ausência implica em nulidade do processo. Entre-
tanto, quando não seja mais possível proceder ao exame, é possível que tal falta seja
336
suprida pela prova testemunhal, com o fim de atestar a materialidade delitiva (art. 167
CPP).
Resposta:
??????
Resposta:
Resposta:
Na ausência de exame de corpo de delito, o réu não pode ser condenado com base ape-
nas em confissão, tendo em vista disposição legal expressa (art. 158 CPP), nesses casos
a confissão demonstra só a autoria, a materialidade deve ser demonstrada por outros
meios. No tráfico de drogas, o exame do corpo de delito ganha ainda maior importância,
sendo necessário, inclusive, o laudo de constatação, inclusive, para a lavratura do fla-
grante e para a deflagração da denúncia.
Durante a instrução, deve ser determinada pelo juiz a realização de laudo definitivo,
entretanto, vem entendendo o STJ (HC 134.886/MG, 01/08/2011) que a juntada tardia
do laudo toxicológico definitivo, quando a condenação houver sido baseada e outros
elementos idôneos e não houver sido demonstrado prejuízo pela defesa, não deve ser
reconhecida a nulidade.
7) Prova pericial do processo. É prova autônoma aquela produzida pelo assistente de acusa-
ção?
337
Resposta:
Resposta:
9) E os bens jurídicos supra individuais existem? Podem ser tutelados no processo penal?
Resposta:
Sim, tratam-se dos interesses públicos e os interesses coletivos lato senso (interesses
individuais homogêneos, interesses coletivos estrito senso e interesses difusos), também
tutelados pelo Direito Penal. Inclusive, a tendência atual é cada vez mais o Direito Penal
transcender ao individualismo para reconhecer a importância da tutela do sistema social.
Ex. de leis que tutelas interesses supra individuais: Lei de crimes contra a ordem tributá-
ria, econômica e contra as relações de consumo, parte penal do CDC, Lei de crimes am-
bientais, etc.
338
Resposta:
Sim, poder regulatório do juiz no processo penal diz respeito à sua função de prover à
regularidade do processo, manter a ordem no curso dos respectivos atos. Tal poder en-
globa tanto os poderes de polícia (administrativos), exercidos no curso do processo com
o fim de garantir a disciplina e o decoro, como os poderes jurisdicionais, que se referem
à condução do processo, tal como a colheita de provas e tomada de decisões no processo
criminal.
11) O juiz que apressa os atos processuais para evitar a prescrição, é um desses atos ou estaria
vedado?
Resposta:
A depender de como o apressamento dos atos processuais ocorra, ele pode estar entre os
atos regulatórios do juiz. Tais adiantamentos são lícitos, afinal cabe aos agentes estatais
velar pela conservação do direito de punir do estado, desde que não atropelem o curso
regular da instrução, bem como não impliquem em violação dos princípios da ampla
defesa, do devido processo legal, ou qualquer outro direito fundamental do acusado, já
que, em ponderação de princípios, ganham maior relevância que o jus puniendi estatal.
Resposta:
É possível, desde que o crime seja punido com pena de reclusão, que é um dos requisi-
tos da interceptação telefônica (artigo 2º, III Lei 9.296/96). A diligência pode ser deferi-
da pelo Juiz tanto na fase de inquérito, quando requerida pela autoridade policial ou MP,
ou ainda na fase de instrução processual, de ofício (Conforme STF, apenas dessa fase
pode ser de ofício), ou a requerimento do MP.
Resposta:
Embora vigore no Brasil o sistema acusatório, no qual são bem delineadas as figuras do
acusador, defensor e julgador, são garantidos pelo sistema brasileiro poderes instrutó-
rios ao magistrado, que asseguram a própria eficácia do sistema, configurando um juiz
de garantias. A figura do juiz de garantias surge da necessidade da aplicação de garan-
tias processuais para que se seja o litígio considerado paritário e "justo", e para isso,
339
lança mão de poderes instrutórios. O processo acusatório e o processo de partes nada
têm a ver com a iniciativa probatória do juiz no processo penal, na medida em que não
se pode admitir um juiz passivo e refém das partes, como um mero espectador de um
duelo judicial de interesses dos litigantes. O próprio CPP dispõe no seu art. 156, que o
juiz de ofício pode determinar produção de provas nos casos em que considerar que tal
produção probatória consiste em questão de urgência ou relevância (inciso I) ou quando
achar imprescindível, para sanar qualquer dúvida processual, que sejam requeridas dili-
gências para tal fim (inciso II).
Resposta:
A ACP, como mecanismo de defesa de interesses coletivos, não encontra óbice no fato
de certa atividade haver sido autorizada pela CTNBio, em face do princípio da preven-
ção, que estabelece a vedação de intervenções no meio ambiente, salvo se houver a cer-
teza que as alterações não causaram reações adversas, já que nem sempre a ciência pode
oferecer à sociedade respostas conclusivas sobre a inocuidade de determinados proce-
dimentos, tal como no caso citado, de sementes transgênicas.
2) Apresente uma reflexão a respeito de impacto ambiental, já que se tem o conceito semânti-
co, jurídico e científico? Qual a natureza jurídica de um licenciamento ambiental? Toda licen-
ça é precedida de EIA?
340
Resposta:
Nem toda licença exige o EIA, apenas para as atividades potencialmente causadoras de
significativa degradação ambiental. As atividades de baixo risco podem ter sua licença
através de outros meios, como o plano de controle ambiental, mais simples que o EIA.
3) É possível, é legítima ter licenciamentos múltiplos? O STJ Resp 588022 entendeu que podem
existir várias espécies de licenciamento sobre um mesmo empreendimento, e neste caso não
haveria ilegitimidade.
Resposta:
Resposta:
Ainda que a especulação imobiliária não seja uma consequência esperada pela realiza-
ção de alguma obra ou empreendimento, a publicidade requerida pela natureza dos bens
jurídicos envolvidos deve vir em primeiro lugar, a titularidade coletiva dos bens ambi-
entais exigem a publicidade dos atos que impliquem na potencial degradação. O EIA
deve permitir a participação pública na aprovação de um processo de licenciamento
ambiental que contenha este tipo de estudo, através de audiências públicas com a comu-
nidade que será afetada pela instalação do projeto.
5) Pode o poder público extinguir APA’s, por exemplo, através de decreto? A supressão somen-
te mediante lei, aprovada pelo parlamento. Art. 225, §1º, III da CF.
Resposta:
6) Art. 70, Lei 9605 cumulada com o art. 46 desta lei. Recente jurisprudência do STJ. Remete a
uma norma administrativa em branco o art. 70. Considera-se inválida esta penalidade adminis-
trativa em decorrência do princípio da legalidade estrita quando uma autoridade administrati-
va autua um empreendimento com base no art. 46 da Lei 9605? As penalidades administrati-
vas ambientais são transmissíveis aos sucessores?
Resposta:
Segundo o art. 70, ―considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omis-
são que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do
meio ambiente.‖ No caso, tratando-se o art. 46 de espécie de regra jurídica, embora de
natureza penal, é possível ser feita uma autuação com sabe no referido dispositivo, até
mesmo porque trata-se de norma penal em branco, que remete à legislação administrati-
va (―licença outorgada pela autoridade competente‖), bem como em face da indepen-
dência da responsabilização nas esferas civil, penal e administrativa.
342
7) No direito ambiental o licenciamento gera direito adquirido? Quais são as espécies de licen-
ciamento ambiental?
Resposta:
Não há direito adquirido, pois as condições exigidas no licenciamento devem ser manti-
das não só na instalação, mas durante todo o funcionamento do empreendimento, sob
pena de revogação do ato. Ademais após o fim da validade da licença, poderão ser exi-
gidas novas condições, que se mostrarem adequadas no caso concreto. São três as espé-
cies de licenciamento ambiental, as quais encontram-se previstas na Resolução n.º
237/97 do CONAMA. Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planeja-
mento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, ates-
tando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a
serem atendidos nas próximas fases de sua implementação; Licença de Instalação (LI) -
autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações
constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de contro-
le ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante; Licença
de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verifi-
cação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de
controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.
8) No EIA, é preciso obrigatoriamente um engenheiro agrônomo? Tem que ser feito o estudo
por uma equipe multidisciplinar?
Resposta:
A elaboração do EIA deve ficar a cargo de uma equipe multidisciplinar formada por
técnicos nos diversos setores necessários para uma completa análise dos impactos ambi-
entais positivos e negativos do projeto, para confecção de um estudo detalhado sobre a
obra ou atividade. Tendo em vista que uma análise completa normalmente requer a pre-
sença desses profissionais, é comum a sua presença na equipe, entretanto, não é requisi-
to necessário a elaboração conjunta com um agrônomo. Ex.: é possível a elaboração de
um EIA por um conjunto de geografo, biólogo, engenheiro florestal, etc.
Resposta:
Em processos judiciais, o ônus da prova sobre fatos constitutivos do direito, via de re-
gra, é do autor, daí decorre a inversão do ônus da prova em matéria de comprovação do
dano ambiental, ou seja, a o titular do empreendimento é que tem o ônus de provar que
343
não houve dano. Já em processos administrativos ambientais, essa inversão pode se dar
ou não. Tratando-se de processo na qual se busca reparação por dano ambiental, a inver-
são ocorrerá, tal como nos processos judiciais, e pelos mesmos motivos. Já se ocorrer
em um processo de licenciamento, o ônus, naturalmente, já recai sobre o empreendi-
mento licenciante, que inicia o processo e a quem cabe comprovar as informações trazi-
das no pedido de licença, não havendo que se falar em inversão do ônus da prova neste
caso.
10) Qual o pressuposto para o EIA? O EIA é sigiloso, ou pode ser sigiloso, por exemplo, para
não causar especulação imobiliária?
Resposta:
Ainda que a especulação imobiliária não seja uma consequência esperada pela realiza-
ção de alguma obra ou empreendimento, a publicidade requerida pela natureza dos bens
jurídicos envolvidos deve vir em primeiro lugar, a titularidade coletiva dos bens ambi-
entais exigem a publicidade dos atos que impliquem na potencial degradação. O EIA
deve permitir a participação pública na aprovação de um processo de licenciamento
ambiental que contenha este tipo de estudo, através de audiências públicas com a comu-
nidade que será afetada pela instalação do projeto.
11) O ato da administração de dispensa do licenciamento ambiental pode ser controlado pelo
Poder Judiciário?
Resposta:
Sim, apesar de se tratar de decisão discricionária, essa decisão pode ser controlada atra-
vés da ação civil pública, visto que a derrogação indevida desse instrumento significa,
normalmente, o primeiro passo para a concretização do dano ambiental. Apesar de en-
volver um juízo discricionário (técnico e valorativo), o ato pode ser objeto de apreciação
pelo juiz, que deve considerar os valores constitucionais de proteção ao meio ambiente,
além dos aspectos legais, referentes à parte vinculada do ato administrativo. De outro
lado, também deve ser levado em conta o princípio da inafastabilidade do controle ju-
risdicional, segundo o qual é garantida a necessária tutela estatal aos conflitos ocorren-
tes na vida em sociedade, tal qual a dispensa do licenciamento ambiental.
Resposta:
344
Nem toda licença exige o EIA, apenas para as atividades potencialmente causadoras de
significativa degradação ambiental. As atividades de baixo risco podem ter sua licença
através de outros meios, como o plano de controle ambiental, plano de manejo e plano
de recuperação de área degradada, mais simples que o EIA. A questão referente à sus-
pensão da licença, sem prévio EIA, impõe uma análise casuística, pois, conforme deli-
neado, nem sempre é necessária sua realização. Caso fosse impositiva a elaboração do
EIA, restaria patente a ilegalidade da dispensa.
2) Qual a diferença entre Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambi-
ente?
Resposta:
Resposta:
O RIMA é documento que sempre deve acompanhar o EIA. Trata-se de documento trás
de maneira sucinta e acessível a conclusões obtidas no EIA, de natureza mais técnica. O
RIMA tem como fim proporcionar o acesso do público em geral, da sociedade, à infor-
mações do EIA, função que não pode ser suprimida. Assim, conclui-se que o RIMA só
poderá ser dispensado quando o EIA o for também.
4) Como o juiz, não havendo o RIMA para a obra, essa pode ser embargada?
Resposta:
Sim, sendo prevista a exigência do EIA/RIMA para a licença, ou ainda que não exigido
pela administração, entendendo o judiciário pela sua necessidade, é possível o embargo
da obra pela própria Administração, que deverá lavrar auto de infração, ou ainda pelo
Judiciário, em face da patente ilegalidade verificada.
Resposta:
O EIA é responsável por dizer a respeito da coleta de material, analise, bibliografia (tex-
tos), bem como estudo das prováveis consequências ambientais que podem ser causados
345
pela obra. Este estudo tem por finalidade analisar os impactos causados pela obra, pro-
pondo condições para sua implantação e qual o procedimento que deverá ser adotado
para sua construção. Já o RIMA é um relatório conclusivo que traduz os termos técnicos
para esclarecimento, analisando o Impacto Ambiental. Este relatório é responsável pelos
levantamentos e conclusões, devendo o órgão público licenciador analisar o relatório
observando as condições de empreendimento.
Resposta:
Esta diferenciação pode ser obtida dos conceitos trazidos pela Lei nº 6.938/81 (Política
Nacional do Meio Ambiente). Degradação é a alteração adversa das características do
meio ambiente. Já a poluição é a degradação da qualidade ambiental resultantes de ati-
vidades que ou indiretamente: prejudiquem saúde, a segurança e o bem estar da popula-
ção; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavora-
velmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lacem
matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
346
11)- Diferença entre degradação e poluição.
Resposta:
Resposta:
2) Qual a relação que o senhor faz a esta zona econômica e a plataforma continental?
Resposta:
3) O que é direito de passagem inocente? Convenção de Montego Bay. E nos estreitos e águas
interiores com relação ao direito de passagem inocente?
Resposta:
4) Princípio da Liberdade em auto mar, existe restrições em alto mar a esta liberdade? Estes
limites seria uma forma de impor esta liberdade desde que para fins pacíficos? Limite é que
você pode usar e transitar pacificamente?
Resposta:
347
5.11.1.2. Questões do TRF2
Resposta:
2) Qual a diferença entre a regra moral, regra de trato social e regra jurídica?
Resposta:
348
5.13. Filosofia do Direito
Resposta:
2) Filosofia, Sociologia, Psicologia e Teoria Geral - Qual a razão desta introdução no concurso
para a magistratura?
Resposta:
Resposta:
2) Por que uma pessoa penalmente condenada com transito em julgado tem seus direitos polí-
ticos restringidos por determinado período? O que justificaria esta limitação? O que o legisla-
dor Constituição teoricamente ponderou?
Resposta:
349
6. Ponto 06
6.1. Direito Constitucional
Resposta:
Resposta:
Resposta:
4) Art. 16, da CF, encerra um princípio ou uma regra? E a partir desta premissa se admite a LC
135 como instrumento normativo válido?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
350
3) É possível a censura prévia e a posterior?
Resposta:
4) Direito de reposta e direito à indenização por danos à imagem, onde têm fundamento legal?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
351
6.1.1.5. Questões do TRF5
1) Discorra sobre hermenêutica constitucional, fazendo uma comparação com a hermenêutica
jurídica. Distinga a interpretação das leis da interpretação das normas constitucionais.
Resposta:
Resposta:
2) Qual o regime jurídico da lei meramente interpretativa no direito tributário? Qual a polêmi-
ca que veio a lume com a LC 118 sobre este diapasão? Qual a solução do que o STJ deu para
esta polêmica?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
352
6) Desde a obra de Baleeiro dentro outros, há a noção do princípio da interpretação econômi-
co no direito tributário, o senhor saberia me dizer o que seria isso? Quanto à hermenêutica
tributária? O que significa interpretação econômica do direito tributário?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
11) O que se entende por interpretação benigna no direito tributário, quando se usa, neste
caso para quais institutos se aplica esta técnica hermenêutica? No campo do direito tributário
punitivo?
Resposta:
12) Qual seria, em termos técnicos, o regime jurídico da lei tributária meramente interpretati-
va?
Resposta:
353
13) O senhor crê que o dispositivo do CTN no que remetente a retrooperância do texto norma-
tivo tributário seria inconstitucional?
Resposta:
14) Cogita-se no Brasil da chamada interpretação econômica no direito tributário? Não seria a
negação do direito, a geração de certa insegurança jurídica?
Resposta:
15) O senhor poderia distinguir interpretação ampliativa e integração por equidade? E a analo-
gia?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
19) Norma legal que altera prazo de recolhimento de tributo se sujeita ao princípio da anterio-
ridade?
Resposta:
354
6.2.1.2. Questões do TRF2
1) Conceito de vigência da lei tributária, distinguindo vigência formal e vigência material.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
5) A lei tributária que não majore nem institua tributos também devem observar essas limita-
ções? Qual o prazo de vigência dessas leis? Poderá ter vigência extraterritorial? Qual o pressu-
posto para isso acontecer?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
355
9) É possível o direito tributário ter um conceito próprio de locação ou deve observar o Código
Civil? Como se trabalharia com as figuras dos arts. 109 e 110 do CTN? Qual seria o destino des-
ses artigos? Poderia haver uma locação de bens móveis incidindo ISS?
Resposta:
Resposta:
11) Revogação de isenção, aplica o art. 1º da LICC ou o art. 150, III, “b” ou “c” da CRFB/1988?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
14) Pode falar em abolitio criminis em direito tributário? Ele se refere à penalidade ou à pró-
pria infração? Teria algum limite? Seria infração formal ou material? Qual a diferença entre
elas?
Resposta:
15) A Lei tributária tem aplicação imediata? Qual a distinção entre anterioridade máxima, mé-
dia e mínima?
Resposta:
16) A doutrina apresenta algum equívoco quanto ao IPI por ele ter que observar a noventena e
não a anterioridade?
356
Resposta:
17) No fato gerador presumido, a legislação tributária tem aplicação imediata? No âmbito de
qual instituto?
Resposta:
18) Fale sobre os problemas de compatibilidade entre Tratados internacionais tributários e leis
tributárias.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
22) Caso de exclusão de crédito tributário como se interpreta? (Melhor seria restritivamente).
Por quê?
Resposta:
Resposta:
24) Pode aplicar a novatio melius? Qual o marco para sua aplicação?
Resposta:
357
6.2.1.3. Questões do TRF3
Resposta:
2) Sobre serviços públicos, qual a relevância da escola e Bordeaux (escola do serviço público)
no trato do tema, capitaneada por Duguit e Geze?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
358
6) Dentre as novas formas de concessão de serviço público, há destaque para o arrendamento
e franquia de serviços públicos, nova figura elencada pela doutrina, dê um exemplo destes
dois? Portos organizados, por exemplo? Agência dos Correios seria um exemplo de franquia?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
11) Dentre estas novas figuras relacionadas à concessão de serviço público, existem duas no-
vas modalidades, o arrendamento e a franquia, o senhor saberia me distinguir estas duas?
Resposta:
12) Considerando a essencialidade dos serviços público, como os tribunais interpretam hoje o
direito de greve nos serviço públicos?
Resposta:
Resposta:
359
14) Como se denomina a espécie concessionária quando integralmente remunerada pelo Po-
der Público?
Resposta:
Resposta:
16) O que é uma concessão de obra pública que é estudado dentro do serviço público?
Resposta:
Resposta:
18) O que seria a caducidade? E o que a diferenciaria da encampação? O Poder Público pode
assumir as obras e serviços também?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
360
Resposta:
2) Qual a diferença entre concessão e permissão de serviço público? Existindo diferenças, ela é
em relação à natureza jurídica ou seus efeitos jurídicos?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
361
6.4. Direito Penal
Resposta:
Resposta:
3) Há contraditório no IP?
Resposta:
Resposta:
5) O MP pode investigar?
Resposta:
Resposta:
362
7) O MP pode requisita a instauração ou pode instaurar o IP?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
13) Qual a interpretação da nova dicção do art. 155 do CPP? Se o juiz decidir calcado na prova
judicializada, em parte, e parte do IP, afastando uma parte da prova judicializada, está correta
esta interpretação de exclusivamente, tendo em vista uma interpretação conceitual, tendo em
vista o conceito de prova e a natureza do IP? O juiz pode sustentar a sua convicção em ele-
mentos do IP? Um depoimento prestado na polícia, em que feito sem a presença do advogado
e sem contraditório, mas que elucidativo, o juiz pode sopesar estes elementos com a prova
judicializada?
Resposta:
363
14) Qual o nome da peça em que o IP é concluído? No caso de ação penal privada é entregue a
quem?
Resposta:
15) Qual a diferença entre noticia crime e representação? A noticia crime pode ser anônima
para a instauração do IP? Nos crimes de ação penal pública incondicionada? É o mesmo proce-
dimento para ação penal pública condicionada e privada?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
19) Nos crimes de ação penal privada a noticia informal do crime é suficiente para instauração
do IP?
Resposta:
Resposta:
364
2) Há diferença entre sigilo interno e externo? Por que razão se daria esse sigilo a outras auto-
ridades?
Resposta:
3) É legítimo ao delegado emitir certidão, ele pode negar esta certidão de inteiro teor em vista
do sigilo?
Resposta:
Resposta:
5) Há diferença entre sigilo interno e externo? Por que razão se daria esse sigilo a outras
autoridades?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
365
6.5. Direito Previdenciário
Resposta:
2) Esse benefício pode ser transferido? Como juiz, um deficiente que recebeu esta vantagem
terminou tendo um filho, que é menor e após o nascimento desta, o pai falece, que solução o
senhor daria se houvesse um pedido recusado pela previdência de pagamento de pensão à
esta criança?
Resposta:
3) Esse benefício não pode ser objeto de pensão ainda que por menor impúbere, mas digamos
que nós tivéssemos uma situação de morte e após a morte se apurasse que houve uma corre-
ção no benefício que é de um salário mínimo, e que este é anterior à morte do beneficiário, os
seus herdeiros teriam algum direito de pagamento à diferença? E se a lei do LOAS não prevê
esta situação, qual o diploma legal que vai regular o reconhecimento deste direito?
Resposta:
4) No que diz respeito a tempo de serviço rural, há uma distinção com tempo de serviço urba-
no, mas mesmo no campo há uma contagem diferente para trabalhador rural e para produtor
rural, este implementando o seu tempo de contribuição ele aposenta com que idade mínima?
Resposta:
Resposta:
366
6) Um portador do vírus HIV, preenchido os requisitos de pobreza, teria direito ao amparo
social (LOAS)? Ele se enquadra aos assemelhados, que mesmo não tenham deficiência física,
também estejam nas mesmas condições?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
5) Fernando Noronha é uma autoridade em matéria de obrigação natural, “ele diz que é dever
extrajurídico” (seria uma pergunta?) e “a lei ignora as obrigações naturais até o momento em
que a prestação é cumprida”. Faça uma explanação sobre estas duas afirmações.
Resposta:
6) Leia o art. 882 CC/2002. Este artigo tem uma palavra a menos. Qual a interpretação que o
senhor faria entre a dívida prescrita e a obrigação judicialmente inexigível? Existiriam outras
dívidas que seriam enquadradas como obrigação judicialmente inexigível? A doutrina diz que
este artigo deveria ser entendido, ou cumprir outra obrigação juridicamente inexigível? Leia o
art. 814 do CC/2002...Este jogo, que jogo é esse?
Resposta:
8) Este artigo 62, § único, leia. Qual a posição da doutrina sobre este parágrafo, é um rol taxa-
tivo ou exemplificativo?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
368
6.6.1.2. Questões do TRF2
1) Quais são as pessoas de Direito Privado? Recentemente houve alguma mudança?
Resposta:
Resposta:
3) Quanto à estrutura interna, pessoa jurídica se divide dentre outros em corporação, o que é
uma corporação? Esta se opõe a que ideia?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
7) Incorporação de pessoa jurídica e uma delas tem área enfitêutica à União, nesse caso, tem
necessidade de laudêmio?
Resposta:
369
6.6.1.4. Questões do TRF4
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
370
6.7.1.2. Questões do TRF2
Resposta:
2) No processo civil eu posso utilizar a prova emprestada, isso acontece muito em matéria de
reparação em dano material, e se essa prova do direito penal, anos depois, é considerada uma
prova ilícita. Vamos supor que um servidor foi punido com base numa prova emprestada, in-
terceptação telefônica, esta teoria dos frutos da arvore envenenada, ela é aplicada ao proces-
so civil? O senhor não admitiria uma ação rescisória no juízo cível?
Resposta:
Resposta:
371
4) O senhor poderia me dizer no que tange ao ônus da prova o que prevalece no direito brasi-
leiro em relação ao dever de provar?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
7) Qual a teoria que prevalece em matéria de prova, quais as teorias que existem em matéria
de prova?
Resposta:
8) No ordenamento jurídico prático qual das teorias foi escolhida para figurar no direito brasi-
leiro? Persuasão Racional. E a convicção íntima? No júri.
Resposta:
9) A legislação atual revela poder o magistrado deixar de julgar por ausência de prova? O se-
nhor não acredita que pode haver preclusão para as partes em matéria de prova, em que se
protesta por todos os meios de prova e mesmo passada a instrução probatória as partes se
quedaram silentes?
Resposta:
Resposta:
372
11) Pode ser realizada a inversão do ônus da prova no momento sentencial?
Resposta:
12) E a natureza jurídica do direito probatório? Seria um direito material ou processual ape-
nas?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
16) Suponhamos que um servidor tenha sido punido por interceptação telefônica (prova) sem
autorização judicial. Neste caso, chega à administração pública como notícia crime e este ser-
vidor é demitido em razão de processo administrativo disciplinar. Num outro momento aquela
prova na ação penal foi rechaçada pela sua ilegitimidade. Neste caso, como ficaria eventual-
mente na seara cível a possibilidade de que o servidor possa se valer da nulidade da prova na
ação penal para que possa ser reintegrado nos quadros da administração pública?
Resposta:
Resposta:
373
18) Posso fazer a inversão no momento da prolação da sentença?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
22) Existe prova tarifada no nosso ordenamento jurídico ainda? Em direito previdenciário, a
senhora concordaria com a livre convicção íntima? O STJ tem uma súmula que em matéria de
trabalhador rural tem que haver um início de prova material, e sem este início, como fica a
convicção íntima do magistrado, como ficaria isso?
Resposta:
23) A atuação como juiz, resolvendo os conflitos que são postos, se acaba com os conflitos? A
transação além de resolver problemas de prateleiras seria o melhor método? Pois no caso de
instrução, no momento da produção de provas, se as partes resolvessem transacionar, o se-
nhor como juiz interromperia a produção de provas e autorizaria a transação?
Resposta:
24) Na fase instrutória o magistrado tem que tentar fazer conciliação, despacho saneador,
neste caso qual a teoria que prevalece no CPC a respeito da análise das provas pelo juiz? Teo-
ria do livre convencimento motivado? No caso do direito previdenciário, pode haver um con-
vencimento íntimo do juiz, no que concerne à prova, afastando, pois, a súmula daquela corte a
respeito do início da prova material para a concessão do benefício?
Resposta:
374
25) Pode se recusar laudo pericial por entender que este laudo é equivocado e substituí-lo?
Resposta:
Resposta:
27) Cite dois exemplos de inversão do ônus de prova. (Regra do ônus da prova estático art. 333
do CPC. Direito do consumidor)
Resposta:
29) Nesta inversão, foi feita uma instrução probatória, e na sentença verificou-se que era caso
de inversão...neste caso inverte-se o ônus da prova?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
375
6.8.1.5. Questões do TRF5
01) Discorra como prescrição como meio de prova.
Resposta:
Resposta:
03) Quais as hipóteses que o juiz poderia julgar por equidade – distinção entre julgar com e-
quidade e por equidade
Resposta:
Resposta:
2) Estupro de vulnerável, na defesa preliminar é sustentado que a moça tem idade de 25 anos
e não de 16 anos conforme certidão, e ai é sustentado também a hipótese da competência da
JF para apreciar a questão e também da nulidade processual tendo em vista tratar-se de ACPC
que deveria ser deflagrada pelo MP, entretanto a representante teria aforado mediante queixa
e a hipótese não era de exaurimento de prazo ministerial, como o senhor resolve esta ques-
tão?
Resposta:
Resposta:
376
4) Art. 92 e art. 93. Art. 92 Como se denomina esta questão prejudicial? Questão prejudicial
homogênea. Art. 93 como se denomina esta questão prejudicial? Questão prejudicial hetero-
gênea. E quando é o próprio juiz quem resolve é a questão prejudicial homogênea (incidente
de falsidade documental).
Resposta:
5) Quais as questões incidentais que podem ocorrer no processo penal? Este incidente de in-
sanidade se confunde com a materialidade?
Resposta:
6) A discussão da existência da elementar do crime que necessite ser constituída no cível, qual
a consequência no processo penal?
Resposta:
7) Se o acusado for durante o processo penal for considerado sem higidez mental, fale um
pouco deste incidente e o laudo conclusivo positivo?
Resposta:
8) Dentro da dogmática penal brasileira, qual a teoria que agasalhamos quanto à insanidade
mental? Em que consiste a teoria psicológica pura? E a teoria biológica pura? Os elementos
normativos se configuram de que maneira?
Resposta:
Resposta:
377
2) Art.122 CPP - No âmbito da justiça estadual a perda do bem é decretada a favor de qual
ente? É correta ou não a perda a favor do Estado membro?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
2) E se o meu empreendimento for atingido por um terremoto, eu sou responsável, se for uma
empresa que envolva riscos radioativos?
Resposta:
Resposta:
378
4) E se várias empresas reunidas são autoras de dano ecológico, uma dela se imiscuindo, exis-
te algum óbice em relação às demais? Responsabilidade solidária? Como apurar a responsabi-
lidade ambiental em relação à reparação, como magistrado o senhor aplicaria qual tipo de
medida?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
8) Qual a diferença entre a teoria do risco integral e a do risco criado, e qual delas o ordena-
mento adotou?
Resposta:
9) E se houver, eu tenho uma empresa que produza celulose, e vem um terremoto e cria um
dano ambiental por causa dos resíduos, ainda teria responsabilidade esta empresa?
Resposta:
10) Se um determinado imóvel no Estado do PI, um imóvel rural, adquirido por José, este imó-
vel rural está todo comprometido com pastagem, haveria a possibilidade da responsabilidade
em busca do adquirente do imóvel?
Resposta:
379
11) A pretensão reparatória ambiental coletiva é prescritível?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
14) Quanto à raposa serra do sol, o STF reconheceu que a demarcação deveria ser contínua, e
estabeleceu 19 requisitos, muitas destas situações, com relação à ações possessórias dos fa-
zendeiros que trabalham na terra, e se tivesse um desmatamento em que eu precisasse expe-
dir uma tutela para impedir este empreendimento, que tutela é essa? O que seria a Tutela
Inibitória? Quais são os requisitos para a tutela inibitória?
Resposta:
15) No caso o MP pode ajuizar ação perquirindo uma tutela inibitória pura, apenas a tutela?
Resposta:
16) O meio ambiente é direito difuso, portanto pode-se afirmar que as consequências da repa-
ração só serão por meio deste direito difuso, ou pode haver reparação por infringência de ou-
tros direitos?
Resposta:
17) Qual a natureza jurídica desta responsabilidade no âmbito do direito difuso e do direito
individual em relação aos danos ambientais?
380
Resposta:
18) Como ocorre a pretensão de responsabilidade civil, como ocorre esta reparação numa ACP
reparatório de um dano ambiental?
Resposta:
19) Como é possível a responsabilização via reparação de danos como uma das alternativas,
como juiz federal em Rondônia, por exemplo, o MP entra com ACP por dano em reserva indí-
gena, e pede tutela antecipada, dizendo que a atividade está causando dano ao meio ambien-
te e comprometendo a reserva, e vem a contestação e nega isso, já que a reparação pode ser
por perdas e danos, como o senhor agiria ao examinar a tutela antecipada tendo em vista os
princípios de processo civil e de direito ambiental, já que a tutela antecipada merece uma evi-
dência dos fatos?
Resposta:
20) Na reparação ambiental qual a natureza jurídica desta reparação quanto ao dano ecológi-
co?
Resposta:
21) Se eu tenho uma empresa ao lado de um rio e em função de um fato, um caso fortuito
acontece um dano ecológico, empresa de agrotóxico, neste caso seria risco integral criado,
provocado?
Resposta:
22) Vossa excelência ao examinar uma pretensão que venha à JF, se é possível a reparação por
perdas e danos, qual sua postura diante de uma tutela cautelar ambiental? Ou se alegaria a
ausência de periculum in mora por não haver prejuízo ainda e poder ser feita uma reparação
econômica por perdas e danos?
Resposta:
23) No Brasil, hoje se fala muito da criação de um fundo para a reparação de danos ecológicos,
se tem notícia no direito comparado a respeito deste fundo? Que notícias Vossa Excelência
tem a respeito deste fundo?
381
Resposta:
24) Sobre a celebração de seguro para a reparação de danos ecológicos, como Vossa Excelên-
cia ver isto? A prioridade é a reparação in natura?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
28) Na 1ª região tem Bahia de São Marcos no Maranhão, acidente ecológico da Cia Vale do Rio
Doce com relação a minérios, o MP entrou com ação para reparação e tutela inibitória, e em
contestação a Vale alegou que era proprietária do minério mas não do navio, como seria a
responsabilidade civil?
Resposta:
29) O tráfico de animais silvestres movimenta 1,5 bilhões de reais no Brasil, 10% dos animais
chegam a ser comercializados, 90% morrem com o transporte, a arara azul pode ser comercia-
lizada por até R$ 60.000,00, a internet é o maior canal difusor deste crime, e o agente respon-
de por 6 meses a 1 ano e pagamento de multa de até R$ 5.500,00. Dentro desta realidade, o
senhor poderia me dizer o que é biodiversidade, e o que a legislação Brasileira tem feito para
conter a biopirataria?
Resposta:
382
30) Em relação à flora, quais as medidas da legislação brasileira para a proteção da flora?
Resposta:
31) A construção da segunda pista do aeroporto de Brasília teve muita repercussão na esfera
do direito ambiental por atingir e ter um impacto ambiental muito grande, o MP ingressou
com ação para a reparação dos danos causados ao meio ambiente e o magistrado oficiante
indeferiu a inicial com o argumento de que aquela reparação in natura não era mais possível,
chegou ao tribunal, e este interpretou que era sim possível dar continuidade àquela medida de
proteção ao meio ambiente, na medida em que haviam outras fases de reparação para a pro-
teção à biodiversidade, então, quais seriam estes tipos de reparação, de proteção à APAS, por
exemplo? Existe outro tipo de reparação para a proteção da biodiversidade?
Resposta:
Resposta:
383
6.11.1.2. Questões do TRF2
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
384
6.12.1.2. Questões do TRF2
Resposta:
Resposta:
3) O que é epistemologia?
Resposta:
4) Qual a diferença entre regra moral, regra de trato social e regra jurídica?
Resposta:
Resposta:
385
Resposta:
Resposta:
Resposta:
9) O que é valor?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
386
6.13.1.5. Questões do TRF5
7. Ponto 07
Resposta:
Lassale foi quem trouxe o conceito sociológico de Constituição. Para ele a Constituição
é mais fato social do que norma jurídica. O texto da Constituição seria, portanto, o re-
sultado da realidade social do país, das forças dos diversos grupos dominantes que o
integram num determinado período histórico. Os grupos seriam as forças sociais que
constituem o poder e a Constituição seria, tão somente, o documento escrito que expres-
saria o somatório dos fatores reais de poder dentro de uma sociedade.
Segundo Vicente Paulo, para Lassale convivem num país, paralelamente, duas Constitu-
ições: uma Constituição real, efetiva, que corresponde à soma dos fatores reais de poder
que regem nesse país, e uma Constituição escrita, por ele denominada ―folha de papel‖.
Esta, a Constituição escrita (―folha de papel‖), só teria validade se correspondesse à
Constituição real, isto é, se tivesse suas raízes nos fatores reais de poder. Assim, em
caso de conflito entre a Constituição real (soma dos fatores reais de poder) e a Constitu-
ição escrita (―folha de papel‖), esta sempre sucumbiria perante aquela, em virtude da
força dos fatores reais de poder que regem no país (Aulas de Direito Constitucional, 7ª
Ed., p. 10).
387
e a Constituição não há de verificar-se, necessariamente, em desfavor desta. A Constitu-
ição não deve ser considerada a parte mais fraca. ―A Constituição tem uma força pró-
pria!‖ (Konrad Hesse)
Resposta:
Resposta:
Ab initio, mister se faz registrar que Uadi Lammêgo Bulos destaca que ―Constituição
é um conceito em crise, porque, até hoje, os estudiosos não chegaram a um consenso a
seu respeito, existindo diversas maneiras de concebê-lo (sentido sociológico, sentido
jurídico, sentido político, por exemplo).‖ (BULOS. Uadi Lammêgo. Constituição Fede-
ral Anotada, 4ª Edição, Editora Saraiva. P. 02).
Resposta:
Pois bem, consoante o referido conceito, não se pode deixar de registrar, segundo anota-
ção de José Afonso da Silva, que os objetos – objetivos – da constituição são: 01) a
estrutura do Estado; 02) a organização dos seus órgãos; 03) o modo de aquisição do
poder e a forma do seu exercício; 04) os limites da atuação do poder estatal; 05) assegu-
rar os direitos e garantias dos indivíduos; 06) fixar o regime político e disciplinar os
fins socioeconômicos do Estado e; 07) os fundamentos dos direitos econômicos, sociais
e culturais. (SILVA. José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 15ª Ed.
389
Editora Malheiros, 1998, p. 45). Seu propósito é promover o bem-estar da sociedade e
de seus indivíduos.
Resposta:
Assim, a positivação diz respeito à origem ou ao mecanismo pelo qual a norma entra no
Ordenamento Jurídico, tornando-se obrigatória.
A doutrina (José Afonso da Silva, Uadi Lammêgo Bulos, Pedro Lenza, entre outros)
traz as seguintes formas de positivação das constituições:
Resposta:
Alguns autores não a consideram uma constituição, pois foi uma Emenda à Constituição
de 1967 (EC 1/69). A respeito explica Uadi Lammêgo Bulos: (...) a descomensurada
EC 1/69, que abarcou o texto de 1967 quase por inteiro, não foi suficiente para dar ao
Brasil a sua “sétima Constituição”. Inexistiu o exercício legítimo do poder constituinte
originário, mas, tão só, o uso anômalo da competência reformadora, que se revestiu da
roupagem de uma emenda constitucional hiperampliativa. Sem dúvida, a figura das
390
emendas constitucionais dissociou-se do seu verdadeiro sentido: empreender mudanças
localizadas e em pontos específicos do articulado constitucional, jamais atingindo toda
e qualquer matéria. Referida Emenda foi imposta, outorgada por uma Junta Militar,
composta pelos Ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Por outro lado, o Prof. José Afonso da Silva afirma que "teórica e tecnicamente, não se
tratou de emenda, mas de nova constituição. A emenda só serviu como mecanismo de
outorga, uma vez que verdadeiramente promulgou texto integralmente reformulado, a
começar pela denominação que se lhe deu: Constituição da República Federativa do
Brasil, enquanto a de 1967 se chamava apenas de Constituição do Brasil." (SILVA. José
Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 15ª Ed. Editora Malheiros, 1998, p.
89).
Temos, assim, as seguintes Constituições: a de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967,
1969 e 1988.
391
Resposta:
Resposta:
Por outro lado, nas palavras de Sabbag, progressividade ―se traduz em técnica de inci-
dência de alíquotas variadas, cujo aumento se dá na medida em que se majora a base
de cálculo do gravame.‖. Segundo o mesmo, a progressividade está atrelada ao as-
pecto quantitativo, desdobrando-se em duas modalidades: a) progressividade fiscal e;
b) progressividade extrafiscal. A primeira vincula-se à máxima de que ―quanto mais se
ganha, mais se paga‖, com finalidade meramente arrecadatória. Na segunda hipótese
atrela-se apenas ao interesse regulatório – seletivo. A CF/88 traz expressamente três
impostos progressivos – IR, ITR e IPTU – e, de forma implícita, o IPVA (SAB-
BAG. Eduardo. Manual de Direito Tributário. 3ª Ed. Editora Saraiva. 2011, p. 165)
Obs.: segundo o STF (RE 177835) a progressividade também pode ser aplicada às ta-
xas.
392
2) O que dizer de uma lei que estabelece alíquotas progressivas sobre.
Resposta:
Imperioso destacar que a doutrina e a jurisprudência (STF) entendem que não se aplica
a progressividade nos impostos reais, salvo se houver previsão constitucional (SAB-
BAG. Manual, 3ª Ed. 2011, p. 1001). Assim se deu, por exemplo, no caso do IPTU:
STF Súmula 668: É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da
Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destina-
da a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.
Nos impostos pessoais (IR, p. ex.), a progressividade é a regra, ex vi do art. 145, § 1º,
CF (pois a regra da capacidade contributiva afina-se mais com os impostos pessoais do
que com os reais).
Para concluir, merece destaque que o ITBI, por ausência de previsão constitucional e,
também, por ser um imposto real, não pode ser progressivo, consoante disposição con-
tida na Súmula 656 do STF: É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progres-
sivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no
valor venal do imóvel.
Resposta:
393
só houve previsão da substituição ―para frente‖ porque havia muita controvérsia a res-
peito de sua constitucionalidade).
§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de respon-
sável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer pos-
teriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não
se realize o fato gerador presumido.
Resposta:
Resposta:
A substituição tributária para trás, regressiva ou antecedente ocorre nos casos em que as
pessoas ocupantes das posições anteriores nas cadeias de produção e circulação são
394
substituídas, no dever de pagar tributo, por aquelas que ocupam as posições posteriores
nessas mesmas cadeias (Dir. Trib. Esquematizado. Ricardo Alexandre, 1ª ed., p. 293).
Lembre-se que se chama substituição para ―trás‖, pq substitui-se quem está ―atrás‖ na
cadeia produtiva.
Resposta:
Assim, por exemplo, a fábrica, que vende o carro às concessionárias que, por sua vez, o
vende aos consumidores, será responsável tributária, na espécie substituição para frente,
pelo tributo ocorrido pela venda do automóvel pela concessionária ao cliente, se a lei
assim o determinar. Logo a fábrica será contribuinte do seu tributo (na operação entre si
a concessionária) e responsável pelo pagamento do tributo de uma operação que ainda
não ocorreu (e nem se tem certeza se ocorrerá – a venda do automóvel ao cliente). O
valor do tributo não é de difícil cálculo, pois pode ser feito com base no preço de venda
pré-determinado pelo fabricante, ou ainda por arbitramento (pauta fiscal).
Antes mesmo da previsão constitucional, perpetrada pela EC 3/93, o STF já havia decla-
rado a constitucionalidade dessa espécie de substituição, que se encontra assim prevista
na CF/88:
Art. 150...
§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de respon-
sável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer poste-
riormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se
realize o fato gerador presumido.
395
Resposta:
Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do
respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referi-
do encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente au-
torizado a recebê-la.
O STF corrobora esse entendimento por meio da súmula 546 (que revogou a súm. 71):
Súmula 546. Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por
decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou do contribuinte "de facto" o "quan-
tum" respectivo.
Ressalte-se que o contribuinte de fato não tem direito à restituição, por não fazer parte
da relação jurídica tributária (questão mais que pacífica nos tribunais). E o motivo da
necessidade de prova da não repercussão tributária (transferência do encargo) é impedir
o duplo recebimento pelo contribuinte de direito: repassar o ônus tributário, recebendo
do consumidor final, e também do Fisco, através da repetição de indébito.
2) No caso de uma ação de repetição de indébito ajuizada pelo adquirente de um produto que
pleiteia a repetição do IPI. Ele não é o contribuinte? Como magistrado como decidiria? Deferi-
ria? Extinguiria o feito?
Resposta:
Resposta:
A denúncia espontânea está prevista no art. 138 do CTN, estabelecendo que se exclui a
responsabilidade daquele que confessa ao Fisco a prática de infração, seja de descum-
396
primento da obrigação principal ou da acessória, desde que efetue o pagamento do
tributo devido acompanhado dos juros de mora. Ou seja, a denúncia espontânea ex-
clui a multa de mora ou aquela que decorre do descumprimento de obrigação acessória,
mas somente se houver o recolhimento do tributo. Caso haja o pagamento parcial, ou
pedido de parcelamento, ou o próprio parcelamento, não se trata de denúncia espontâ-
nea. Só se aplica em caso de pagamento integral do tributo (entendimento do STJ e de
todos os regionais). Reforça esse entendimento a disposição do art. 155-A, § 1º do CTN
e a súmula 208 do Tribunal Federal de Recursos (a simples confissão da dívida, acom-
panhada do seu pedido de parcelamento, não configura denúncia espontânea).
Resposta:
Portanto, percebe-se que a diferença básica entre obrigação e crédito tributário reside
no aspecto cronológico, ou seja, na seqüência dinâmica lógica da relação jurídica
fiscal. Nas palavras de Aldemario Araujo Castro ―...existe autonomia relativa entre o-
brigação tributária e crédito tributário, não sendo o crédito uma parte da obrigação, e
sim um momento específico da relação jurídico-tributária...‖ (Código Tributário Nacio-
nal Interpretado. Editora Manole. 2010, p. 214, art. 140). Vê-se: precedida do fato gera-
dor, ocorre a obrigação tributária, que por sua vez, faz nascer para o Fisco (sujeito ativo)
o crédito tributário concretizado por intermédio do lançamento.
2) Quem é responsável pelos impostos e demais taxas do imóvel adjudicado: a instituição fi-
nanceira ou o mutuário que ainda não o desocupou?
Resposta:
397
A instituição financeira, tendo em vista tratar-se de obrigação propter rem, que segue a
coisa, respondendo sempre o atual proprietário. Veja-se a disposição do art. 130 do
CTN:
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a proprieda-
de, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela
prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-
se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua
quitação.
Notem que não se aplica o parágrafo único nesse caso, já que arrematação não se con-
funde com adjudicação. Exatamente nesse sentido da resposta: RECURSO ESPECIAL
– 1179056.
Resposta:
Resposta:
Responsável, também conhecido como sujeito passivo indireto, tem previsão no inci-
so II, do parágrafo único, do art. 121, do CTN, e segundo Sabbag, “é a terceira pessoa
escolhida por lei para pagar o tributo, sem que tenha realizado o fato gerador” (SAB-
BAG. Manual de Direito Tributário. 1ª Ed. p. 625). Importante lembrar, entretanto, que
a escolha do responsável tributário não pode ser aleatória, conforme dicção do art. 128
398
do CTN. Assim, o responsável, apesar de não realizar o fato gerador, tem, obrigatoria-
mente, que a este fato estar ligado.
Resposta:
399
7.3. Direito Administrativo
Resposta:
São as únicas que gozam de assento constitucional. Estão previstas como órgão regula-
dor das atividades de telecomunicações e que envolvem petróleo (arts. 21, XI e 177, §
2º, III). E a razão da previsão constitucional dessas agências é o monopólio da União
sobre tais atividades. A doutrina indica que, por conta desse monopólio, o constituinte
determinou a criação dessas agências para evitar abusos por parte do Estado. Assim, a
criação das demais agências seria por conveniência e oportunidade, enquanto que a
ANATEL e ANP, não.
Resposta:
Apesar de termos ―importado‖ dos Estados Unidos a ideia das Agências Reguladoras,
pode-se dizer que nossas agências seguem um modelo híbrido, misto do paradigma nor-
te-americano e francês, basicamente por dois motivos: i) o sistema jurídico estaduniden-
se segue o modelo do comom Law, bastante diferente do nosso, enquanto que o francês
é mesmo nosso, do civil Law, sendo natural que se procedesse a uma adaptação do mo-
delo norte americano para o brasileiro; ii) o direito administrativo americano, pode-se
dizer, tem lento desenvolvimento, ao passo que temos tradição administrativista desde
cedo, como na França. Nos Estados Unidos o Dir. Administrativo confunde-se com o
das agências reguladoras, tanto que é conhecido como o Direito das Agências.
400
Interessante notar que as agências francesas tiveram origem nas agências da Inglaterra e
Estados Unidos, entretanto, adaptadas para seu sistema jurídico.
Com relação ao modelo francês devemos ter em mente que a França permanece até hoje
como um Estado Unitário, que, por conseguinte, desconhece a repartição de competên-
cias ou a delegação na sua concepção estrutural, consoante o disposto no art. 20 de sua
Constituição. Toda esta série de peculiaridades fez surgir um modelo que apesar de suas
similitudes com os dois modelos acima expostos, com eles não se confunde.
No entanto, por mais contraditório que pareça, o modelo brasileiro de agência regulado-
ra se aproxima mais do modelo francês do que com o modelo norte-americano, de quem
descende. Isto se deve a diferença do sistema jurídico-normativo, common Law versus
civil law, e a na estrutura da Administração Pública, independência versus dependência
do Executivo. (Agências Reguladoras: Análise do modelo adotado pelo Brasil:
http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/28815-28833-1-PB.pdf)
Segundo Marçal Justen Filho (O Direito das Agências Reguladoras Independentes. São
Paulo: Dialética, 2002): a doutrina francesa identificou, talvez não em toda sua exten-
são, a diferença essencial entre suas Autoridades Administrativas Independentes e as
agências reguladoras norte-americanas. A concepção norte-americana enfoca as agên-
cias reguladoras independentes como instrumento estatal para disciplinar as atividades
privadas. Já as Autoridades Administrativas Independentes são vistas como forma de
defesa das liberdades inclusive (e especialmente) contra o próprio Estado. As entidades
francesas são um meio de controle das diversas manifestações dos poderes, visando a
assegurar uma proteção mais efetiva às liberdades (especialmente as individuais). Essa
nunca foi a função reconhecida às agências norte-americanas, as quais poderiam até ser
orientadas por tais princípios, mas apenas de modo indireto. Desta forma vemos que na
criação das agências reguladoras brasileiras tivemos a influência de sistemas jurídicos
essencialmente diversos, o que pode gerar desconfianças sobre a sua real efetividade.
Não há dúvida de que cada país propõe modelos adequados à solução de seus problemas
típicos. É temeroso importar soluções pensadas em outros sistemas jurídicos e simples-
401
mente aplicá-las à nossa realidade, como se isso fosse diminuir os conflitos existentes.
Exige-se, portanto, um esforço para a compatibilização do modelo a realidade constitu-
cional pátria.
Resposta:
Resposta:
O art. 1º da Lei 9.986/2000 (Lei Geral das Agências Reguladoras) estabelecia o regime
da CLT para contratação de pessoal para as agências reguladoras. Entretanto, em virtude
de Liminar deferida pelo Min. Celso de Mello na ADI 2310/DF, tal dispositivo teve
suspensa sua aplicação. O Min. fundamentou sua decisão no fato de que, sendo a ativi-
dade das agências típicas de Estado, que empregam inclusive poder de polícia e de fis-
calização, é imperioso garantir-se certas prerrogativas a seus servidores para o bom de-
sempenho de suas atividades.
Posteriormente, a Lei n.º 10.871/2004 revogou o art. 1º da Lei Geral das Agências Re-
guladoras.
Neste meio tempo, as agências reguladoras se socorreram do art. 37, IX, da CF/88, que
permite a contratação temporária de pessoal para atender, por tempo determinado, a
necessidades de excepcional interesse público.
Editou-se, então, a Lei n.º 10.871/2004, que em seu art. 1º criou cargos públicos efeti-
vos para as agências reguladoras (Ana Carolina de Alexandria Fernandes Lima, Agên-
cias Reguladoras, JusPodivm)
Resposta:
402
Depende! Via de regra, um bem de uma empresa pública não é um bem público,
conclusão que se extrai do Código Civil, art. 98 c/c art. 41. Nesse sentido, registraram
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo “...os bens das empresas públicas e das socieda-
des de economia mista, independentemente do objeto da entidade, não são bens públi-
cos em sentido próprio.‖ (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo. Resumo de Direito
Administrativo Descomplicado. 3ª Ed. p. 54).
Porém, imperioso destacar que nos casos de empresas públicas prestadoras de serviço
público, em atenção ao princípio da continuidade dos serviços públicos, os bens que
estejam sendo diretamente empregados na prestação do serviço público sofrem restri-
ções semelhantes àqueles que caracterizam o regime jurídico dos bens públicos, a e-
xemplo da impenhorabilidade – STF - RE 225011/MG - MINAS GERAIS, Julgamento:
16/11/2000. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. No mesmo sentido Celso Antonio Bandeira
de Mello e Maria Sylvia Di Pietro.
Nesse passo, não se admite usucapião de bem de empresa pública apenas quando afeta-
do a um serviço público (REsp 242073 / SC).
Resposta:
São compostos por entidades com personalidade jurídica própria, que foram criadas
para realizar atividades de Governo de forma descentralizada: 01) Autarquias, inclusive
as de regimes especiais – Agências Reguladoras; 02) Fundações Públicas e; 03) Empre-
sas Estatais – Empresas Públicas e Sociedades de Economias Mistas.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois
de confirmada pelo tribunal, a sentença: (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 2001)
Entretanto, o próprio art. 475 traz exceções à regra do duplo grau obrigatório:
§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito contro-
vertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no
caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo
valor.
§ 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada
em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribu-
nal ou do tribunal superior competente.
Resposta:
404
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal,
haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los.
6) Na hipótese de haver recurso voluntário poderá o Tribunal suprir a falta do reexame neces-
sário?
Resposta:
Sim, pois trata-se de matéria de ordem pública, sendo o reexame condição de eficácia da
sentença, por expressa determinação legal.
Ademais, reexame necessário decorre de lei, e como tal, eventual omissão da sentença
não prejudica sua apreciação pelo tribunal que, ao apreciar o recurso ordinário, poderia,
de ofício, proceder formalmente o reexame necessário, independentemente de remessa
expressa do magistrado de primeira instância. Se não o fez, competia ao reclamado a
interposição de embargos de declaração, a fim de suprir a omissão (RESP 671.341 –
RS).
Resposta:
Art. 3º. A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio
da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações,
somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos
objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
(...)
405
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às atividades nele previstas con-
figura-se mediante a execução direta de projetos, programas, planos de ações correlatas,
por meio da doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela prestação
de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem fins lucrativos e a órgãos
do setor público que atuem em áreas afins.
Segundo anotação de José dos Santos Carvalho Filho ―...o regime de parceria previsto
na Lei nº. 9.790/99 implica sérias responsabilidades às entidades qualificadas como or-
ganizações da sociedade civil de interesse púbico, e isso pela circunstância de que,
mesmo tendo personalidade jurídica de direito privado e pertencendo ao segmento da
sociedade civil, passam a executar serviços públicos em regime formalizado por instru-
mento próprio, o termo de parceria, devendo, por conseguinte, respeitar as obrigações
pactuadas e, o que é mais importante, direcionar-se primordialmente ao interesse públi-
co, visto que no exercício dessas atividades a organização desempenha função delegada
do Poder Público.‖. (FILHO. José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administra-
tivo. 24ª Ed. p. 332). Portanto, não há como se admitir que uma atribuição persona-
líssima (concedida à pessoa jurídica de direito privado que preencheu os requisitos
legais para o ajuste do termo de parceria) seja subdelegada, ou melhor, seja sub-
contratada, sob pena de burla aos Princípios da Legalidade e da Moralidade Ad-
ministrativa.
Resposta:
Para uma melhor visualização e compreensão mais didática, segue abaixo um pequeno
quadro comparativo, das diferenças e, mais abaixo das semelhanças, extraído do Li-
vro de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo:
FORAM idealizadas para substituir ór- NÃO foram idealizadas para substituir
gãos e entidades da administração pública, órgãos e entidades da administração.
que seriam extintos e teriam suas ativida-
des ―absorvidas‖ pelas OS.
Formaliza a parceria com o Poder Público Formaliza a parceria com o Poder Público
mediante contrato de gestão, condição mediante termo de parceria, condição
indispensável para a entidade fazer jus ao indispensável para a entidade fazer jus ao
fomento a suas atividades. fomento a suas atividades.
406
Ministro de Estado ou titular do órgão Justiça.
supervisor ou regulador da área de ativi-
dade correspondente ao objeto social da
OS.
A lei exige que a OS possua um conselho A lei exige que a OSCIP tenha um conse-
de administração, do qual participem re- lho fiscal; não exige que a OSCIP tenha
presentantes do Poder Público; não exige um conselho de administração. Não há
que a OS tenha um conselho fiscal. exigência de que existam representantes
do Poder Público em algum órgão da enti-
dade.
Pessoa privada não integrante da adminis- Pessoa privada não integrante da adminis-
tração pública. tração pública.
Atuação em áreas de interesse social, es- Atuação em áreas de interesse social, es-
pecificadas na lei respectiva. Não são de- pecificadas na lei respectiva. Não são de-
legatárias de serviços públicos. legatárias de serviços públicos.
Uma entidade não pode ser qualificada Uma entidade não pode ser qualificada
concomitantemente como OSCIP e OS. concomitantemente como OSCIP e OS.
407
9) Qual a natureza jurídica dos serviços prestados pelas OSCIP?
Resposta:
Os serviços prestados pelas OSCIP são de interesse social e sempre sem fins lucrati-
vos, conforme disposto no artigo 3º, da Lei nº. 9.790/99. Segundo observação de Mar-
celo Alexandrino e Vicente Paulo, as OSCIP “não podem exercer atividades exclusi-
vas do Estado, uma vez que são pessoas privadas não integrantes da administração
pública.”. (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo. Resumo de Direito Administrativo
Descomplicado. 3ª Ed. p. 76). Para o Professor Celso Antonio Bandeira de Mello, as
OSCIP têm a “finalidade de desenvolver atividades valiosas para a coletividade”.
(Curso de Direito Administrativo. Malheiros, 21ª Ed. p. 214)
10) As OSCIP e as Organizações Sociais possuem semelhanças com os serviços sociais autôno-
mos?
Resposta:
03) possuem finalidade social, não lucrativa, porém, no caso dos serviços sociais autô-
nomos, de forma mais restrita (direcionada ao aprendizado profissionalizante, à presta-
ção de serviços sociais e de utilidade pública, tendo como beneficiários determinado
grupos sociais ou profissionais) e;
04) pelo fato de parte das suas receitas serem oriundas de recursos públicos, ficam sujei-
tas ao controle do TCU;
408
* Serviços Sociais Autônomos – Possibilidade - STF - RE 202987;
Resposta:
suas receitas e despesas integram o orçamento fiscal da pessoa política a que pertecem,
devendo contar da lei orçamentária anual;
todos os seus atos estão sujeitos ao controle de legalidade e legitimidade pelo poder
judiciário, desde que provocado;
409
como regra geral sujeitam-se à obrigatoriedade de licitação, com observância obrigató-
ria aos princípios da administração pública, tendo a jurisprudência, entretanto, flexibili-
zado essa regra em relação à prestação de atividades econômicas em regime concorren-
cial com os particulares, já que ainda não editada lei que regulamente a disposição cons-
titucional que estabeleça seu regime próprio de contratação;
seus agentes, servidores públicos ou não sujeitam-se às regras da lei que tipifica e san-
ciona os atos de improbidade administrativa;
seus agentes, quando praticam ―atos de autoridade‖ podem ser sujeitos passivos de
mandado de segurança;
têm responsabilidade civil objetiva, na modalidade risco administrativo, por atos de seus
agentes que, nessa qualidade, causem a terceiros, ressalvando-se uma distinção para as
empresas públicas e sociedades de economia mista: se prestarem serviço público, res-
pondem objetivamente; se exercerem atividade econômica em sentido estrito, respon-
dem subjetivamente.
1) É sabido que a partir do Governo FHC se introduziu no Brasil um novo modelo de regulação,
chamado regulação independente (a teoria do “regulador independente”). Criaram-se as a-
gências reguladoras, chamadas autarquias especiais. Fala-se que essas agências tem algumas
autonomias. Em que elas consistem?
Resposta:
poder normativo técnico: por lei recebem delegação para editar normas técnicas com-
plementares de caráter geral que se incorporam ao ordenamento jurídico como direito
novo ou legislação técnica – fenômeno da deslegalização ou deslegificação (JOSÉ
DOS SANTOS CARVALHO FILHO, Manual de Dir. Adm., 2010). Essa questão, en-
tretanto, é controversa, tendo outros doutrinadores que afirmam que não pode a agência
estabelecer normas gerais e abstratas como se legislador fosse, sendo incorreto se falar
em inovação da ordem jurídica pelas agências (poder regulador e não regulamentador).
Assim, no Brasil a Constituição não permitiria a deslegalização, mas apenas a outorga
de normas complementares técnicas (segundo Fernando Ferreira Baltar Neto – Dir.
Adm. – coleção sinopses – juspodivm).
Resposta:
O Tribunal de Contas só pode exercer o controle de caráter financeiro, nos limites tra-
çados pela Constituição (art. 71).
Obs.: resposta encontrada em nota de rodapé do Manual de Dir. Adm. de José dos San-
tos Carvalho Filho, em tópico que trata da autonomia técnica das agências reguladoras.
3) O que significa agencia executiva e qual a finalidade de projetar sua criação na Administra-
ção Pública?
Resposta:
Previstas no art. 37, § 8º, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda
Constitucional n. 19/98, agências executivas é um título atribuído pelo governo fede-
ral a autarquias, fundações públicas e órgãos que celebrem contrato de gestão para
ampliação de sua autonomia mediante a fixação de metas de desempenho.
411
Assim, as agências executivas não são uma nova espécie de pessoa jurídica da Adminis-
tração Pública, mas uma qualificação obtida por entidades e órgãos públicos.
Resposta:
Carvalho Filho aduz que a crescente complexidade das atividades técnicas da Adminis-
tração produziu o fenômeno da deslegalização, pelo qual a competência para regular
certas matérias se transfere da lei para outras fontes normativas por autorização do pró-
prio legislador, já que, tratando-se de matéria de alta complexidade técnica e de rápida
mudança, não é conveniente nem apropriado que parlamentares cuidem da questão, de-
legando a atividade a especialistas e técnicos.
Resposta:
Registre-se que há decisão do TRF5 (Apel. Cível 342.739) que decidiu obstar nomea-
ção, para vagas do Conselho Consultivo da ANATEL, destinadas à representação de
entidades voltadas para os usuários, de determinadas pessoas que haviam ocupado car-
gos em empresas concessionárias, tendo-se inspirado a decisão na evidente suspeição
que o desempenho que tais agentes poderiam ocasionar. Tal decisão reflete inegável
avanço no que tange ao controle judicial sobre atos discricionários, que, embora for-
malmente legítimos, se encontram contaminados por eventual ofensa aos princípios da
razoabilidade e proporcionalidade (CARVALHO FILHO, 24ª Ed., p. 448). A respeito,
ressalta, ainda o autor, a teoria da captura, do direito norte-americano, que visa impedir
vinculação promíscua entre a agência, de um lado, e o governo instituidor ou os entes
regulados, de outro, em conchaves comprometedores da independência da agência.
Quanto aos atos regidos pelo direito privado (ex.: compra de terreno a particular), o con-
trole judicial é o comum, a que se submete todos os jurisdicionados, assim como em
relação a atos que não envolvem valoração sobre conveniência e oportunidade, a exem-
plo de atos tutelados por mandado de segurança, ação de indenização etc.
Resposta:
413
As áleas estão associadas ao risco da execução do contrato administrativo.
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Melo, e seguindo doutrina do direito fran-
cês, os riscos que envolvem os contratos de concessão são divididos, doutrinariamente,
em álea ordinária e álea extraordinária. Esta, por sua vez, divide-se em álea adminis-
trativa e álea econômica. (MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Ad-
ministrativo. São Paulo: Malheiros, 2004.)
Resposta:
Com previsão no artigo 38, da Lei nº. 8.987/95, a Caducidade consiste na modalidade
de extinção da concessão devido à inexecução total ou parcial do contrato ou pelo
descumprimento de obrigações a cargo da concessionária. Ao contrário do que ocorre
com o advento do termo contratual, a caducidade não extingue o contrato de pleno direi-
to, devendo, ao contrário, ser declarada pelo poder concedente após a devida apuração
da inadimplência em processo administrativo com garantia de ampla defesa. Para que
possa haver instauração do processo administrativo de inadimplência, a concessionária
deve ser previamente comunicada sobre a eventual irregularidade, dando-lhe um prazo
para corrigir as falhas ou transgressões apontadas. Constatada no processo a ocorrência
da irregularidade, a caducidade poderá ser declarada por decreto, independentemen-
te do pagamento de indenização ao concessionário. (MAZZA. Alexandre. Manual de
Direito Administrativo. 2ª Ed. Saraiva. P. 398 e 399)
414
ENCAMPAÇÃO ou RESGATE (interesse público): é a retomada coativa do serviço,
pelo poder concedente, durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público.
Essa medida DEPENDE DE AUTORIZAÇÃO LEGAL e PAGAMENTO PRÉVIO DE
POSSÍVEL INDENIZAÇÃO (art. 37, Lei nº. 8.987/95).
Resposta:
Resposta:
415
Art. 11. O instrumento convocatório conterá minuta do contrato, indicará expressamente
a submissão da licitação às normas desta Lei e observará, no que couber, os §§ 3o e 4o
do art. 15, os arts. 18, 19 e 21 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, podendo
ainda prever:
(...)
Entretanto tal matéria não é pacífica, inclusive recebendo sérias críticas à sua aplica-
ção, conforme se observa dos apontamentos do Professor Celso Antonio Bandeira de
Mello: “Não é aceitável perante a Constituição que particulares, árbitros, como supos-
to no art. 11, III, possam solver contendas nas quais estejam em causa interesses con-
cernentes a serviços públicos, os quais não se constituem e bens disponíveis, mas indis-
poníveis, coisas extra commercium. Tudo o que diz respeito ao serviço público, portan-
to – condições de prestação, instrumentos jurídicos compostos em vista deste desidera-
to, recursos necessários para bem desempenhá-los, comprometimento destes mesmos
recursos -, é questão que ultrapassa por completo o âmbito decisório dos particulares
(cf. n. 21). Envolve interesses de elevada estrutura, pertinentes à sociedade como um
todo; e, bem por isto, quando suscitar algum quadro conflitivo entre partes, só pode ser
soluto pelo Poder Judiciário. Permitir que simples árbitros disponham sobre matéria
litigiosa que circunde um serviço público e que esteja, dessarte, com ele imbricada o-
fenderia o papel constitucional do serviço público e a própria dignidade que o envol-
ve.”. (Curso de Direito Administrativo. Malheiros, 21ª Ed. p. 214)
10) O que o candidato compreende sobre permissão de serviço público e sobre permissão
condicionada?
Resposta:
416
contrato de adesão, não obstante, tradicionalmente, sempre haver sido realizada em
outras épocas mediante ato unilateral e nunca por meio de contrato.
Como a permissão era sempre concedida mediante ato unilateral, havia um tipo de per-
missão, realizada por contrato – que muito se assemelhava a uma concessão – em que
havia várias regras regulamentadoras do serviço e uma série de limitações ao poder
concedente, que constituíam, assim, direitos em favor do permissionário. Assim, na
permissão condicionada, a depender da situação, poderia haver indenização pela revo-
gação da permissão.
Entretanto, aduz CARVALHO FILHO que, a partir do momento em que a lei das con-
cessões estabeleceu que a permissão é regida por contrato, fixando regras a serem cum-
pridas pelas partes, perdeu sentido a distinção entre permissão simples e a permissão
condicionada no caso de execução de serviços públicos (CARVALHO FILHO, MAN.
DIR. ADM., 24ª Ed., p. 385).
Resposta:
Resposta:
13) O que você entende por descentralização e desconcentração? Algum princípio da Adminis-
tração Pública estaria relacionado a esses institutos?
Resposta:
417
O princípio da descentralização ou especialidade recomenda que, sempre que possível,
as funções administrativas devem ser desempenhadas por pessoas jurídicas autôno-
mas, criadas por lei especificamente para tal finalidade. É o caso das autarquias, funda-
ções públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista (art. 37, XIX, da
CF).Nas palavras de Hely Lopes, descentralizar, em sentido jurídico-administrativo, "é
atribuir a outrem poderes da Administração.". (MERELLES. Hely Lopes. Direito Ad-
ministrativo Brasileiro. 28ª Ed. p. 712)
O conjunto formado pela somatória de todos os órgãos públicos recebe o nome de Ad-
ministração Pública Direta ou Centralizada.
O conjunto de pessoas jurídicas autônomas criadas pelo Estado recebe o nome de Ad-
ministração Pública Indireta ou Descentralizada.
14) Qual o tipo de controle que a administração direta exerce sobre as autarquias? Em que
consiste esse controle e como é feito?
Resposta:
418
Segundo o Prof. Hely, o controle realiza-se na tríplice linha política, administrativa
e financeira. O controle político normalmente se faz pela nomeação de seus dirigentes
pelo Executivo. O controle administrativo é exercido pela supervisão ministerial (art.
26, Decreto 200/67), bem como por meio de recursos administrativos internos e exter-
nos, na forma regulamentar. O controle financeiro opera-se pela prestação de contas e
fiscalização do Tribunal de Contas (art. 71, II, CF/88). (MERELLES. Hely Lopes. Di-
reito Administrativo Brasileiro. 28ª Ed. p. 340)
Resposta:
Resposta:
419
mente poderá haver suspensão dos direitos políticos no caso de condenação crimi-
nal transitada em julgado, enquanto durarem os seus efeitos (art. 15, III, CF/88).
No sursis penal (art. 77, CP), há condenação, porém a pena de segregação fica suspen-
sa por questão de política criminal.
No sursis processual (art. 89, Lei nº. 9.099/95), não há condenação, apenas a suspen-
são do processo para o cumprimento de condições especiais.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
420
5) A aposentadoria por invalidez pode ser concedida sem que o trabalhador tenha adquirido
todo o tempo de serviço para a aposentadoria. Este aposentado por invalidez pode exercer
outro tipo de atividade?
Resposta:
6) Existem situações em que o aposentado por invalidez se submetendo à perícia médica, esta
atesta estar aquele apto ao retorno do trabalho, neste caso ele teria de ser compelido retor-
nar? Se se tivesse cuidando de aposentado por invalidez portador de moléstia grave (AIDS), o
exame pericial poderia determinar o retorno dele ao trabalho, afirmando que a apesar da do-
ença ele estaria apto ao trabalho, sendo compelido ao trabalho? Resposta do DEs. Como juiz,
qual seria a decisão? Se é um tipo de moléstia grave prevista na lei como causa de aposenta-
ção por invalidez não há discussão, a lei é quem diz que há necessidade, essa condição é ex
lege, o Estado é quem considerou nesta situação, compelir não pode.
Resposta:
7) O que é desaposentação? Ele aposentou e quer voltar à ativa, ele não está com uma ativi-
dade concomitante, paralela, ele quer voltar, e ai?
Resposta:
8) Do que ser trata o auxílio-doença? Precisa ter uma duração mínima? Qual o período de afas-
tamento que enseja a concessão do benefício?
Resposta:
Resposta:
10) Qual o termo final da chamada aposentadoria por invalidez? Estas perícias periódicas, se
essa aposentadoria por invalidez, se ela decorreu de uma moléstia grave, essa perícia pode
determinar o retorno do beneficiário ao trabalho?
Resposta:
421
11) Aposentadoria por invalidez pode ser convertida em aposentadoria por idade? Resposta do
Des. não se admite por contribuição, implemento por idade sim, a vantagem seria a não sub-
missão aos exames periódicos.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
422
Resposta:
Resposta:
2) Algumas vezes este não cumprimento pode ocorre por um evento fortuito, ainda assim diria
q ocorreu inadimplemento?
Resposta:
3) Há uma hipótese na qual a lei diz que ainda que em mora (o devedor) se exime da respon-
sabilidade? Se recorda de qual seria esta hipótese?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
423
2) Uma obrigação que existisse e carecesse de fundamentação, adimplida pelo devedor, esta-
ríamos diante de pagamento indevido ou enriquecimento sem causa?
Resposta:
Resposta:
424
7.8.1.3. Questões do TRF3
1) É possível ACP com fundamento na inconstitucionalidade de ato normativo? É possível em
ACP a declaração de inconstitucionalidade de ato normativo?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
425
5) Pode-se impor regime mais gravoso?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
2) E o direito ao sonho e o direito de sonhar? Estaríamos inaugurando uma sexta dimensão (de
direitos humanos) ou poderíamos acomodá-lo nas dimensões que já existem?
Resposta:
3) Atualmente existe discussão doutrinária sobre direitos humanos da pessoa jurídica? Lem-
bra-se de algum exemplo que venha sendo divisado na literatura alienígena?
Resposta:
4) Direitos políticos são considerados direito humanos? Podemos falar em suspensão dos direi-
to humanos? E em suspensão dos direitos políticos?
Resposta:
Resposta:
6) Qual a definição mais singela que se pode oferecer em termos de direitos humanos?
Resposta:
427
7) Em sua resposta frisou logo no início da afirmativa, “definidos internacionalmente”. Pode
haver direitos humanos domésticos que não tenham sido reconhecidos no plano internacio-
nal? Ou só podemos qualificar de direitos humanos aqueles que mereceram esse reconheci-
mento no plano externo?
Resposta:
Resposta:
9) E o princípio da diversividade?
Resposta:
10) Essa afirmativa (de que os DH devem abranger o maior grau e o maior número de indiví-
duos e direitos) encontra ressonância na nossa Constituição? Recorda-se de algum preceito
que diga exatamente o que foi afirmado?
Resposta:
Resposta:
2) O julgamento por turma do TRF composta unicamente por juízes federais convocados fere o
princípio constitucional do Juiz Natural? E os direitos humanos?
Resposta:
Resposta:
428
7.11.1.4. Questões do TRF4
Resposta:
Resposta:
Resposta:
4) Qual a diferença entre ente e ser? Existir é a mesma coisa que ser?
Resposta:
5) Qual a diferença entre indivíduo e pessoa ou ator social? Para que servem os processos de
endoculturação e aculturação?
Resposta:
429
7.12.1.3. Questões do TRF3
7.13.1. Equidade
8. Ponto 08
8.1. Direito Constitucional
Resposta:
430
2) Quantas Constituições o Brasil já teve? Quais foram elas? Todas foram promulgadas? Quais
foram e quais não foram?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
431
2) Qual a natureza jurídica do lançamento?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
432
DESSE PONTO EM DIANTE: RESPOSTAS ELABORADAS POR JOSÉ FLÁVIO
FONSECA DE OLIVEIRA
5) Pode-se falar em Coisa Julgada administrativa? - Cabe a Administração se retratar depois
desse ponto? Pode ela usar a auto-tutela?
Resposta:
Os administrativistas afirmam, ainda, que a ela está ligada aos princípios da segurança
jurídica e da lealdade administrativa, já que a Administração não pode ser incoerente a
ponto de lançar mão de um processo administrativo, pautado nos princípios administra-
tivos (principalmente a impessoalidade, que aqui adquire a conotação de imparcialida-
de), e mais tarde questionar sua própria decisão acerca do assunto.
Além do controle externo pelo Poder Judiciário, também é possível o controle interno
pela própria administração, mas somente quando houve nítida causa de nulidade do ato
administrativo (súm. 346 e 473, do STF), assegurados a ampla defesa e o contraditório,
mas não será possível a revogação do ato, sendo esse o principal efeito da coisa julgada
administrativa.
433
8.4.1.2. Questões do TRF2
Resposta:
Resposta:
Baltazar Jr. (2010, p. 586), com escora em jurisprudência do STJ e do TRF4, arrolava o
descaminho como crime antecedente do crime de lavagem de dinheiro, inclusive, por-
que é crime contra a Administração Pública, incidindo o art. 1º, V, da Lei 9.613/98.
No entanto, há doutrina sustentando que o descaminho não pode ser crime antecedente,
uma vez que é espécie de crime contra a ordem tributária e assim o seu cometimento
não levaria a um acréscimo patrimonial ou incorporação de bens ou direitos, havendo
apenas a manutenção do patrimônio existente, o que não prevalece.
434
De todo modo, com a nova Lei 12.683/12, a discussão perde o sentido, servindo apenas
relativo aos fatos anteriores à mudança da legislação.
Resposta:
De todo modo, com a nova Lei 12.683/12, a discussão perde o sentido, servindo apenas
relativo aos fatos anteriores à mudança da legislação.
Resposta:
435
A carência para o benefício é o mesmo na área urbana, de 180 meses, observada a regra
de transição do art. 142 da Lei 8.213/91, mas deve ser comprovado o efetivo exercício
de atividade rural, ainda que de forma descontínua, pelo produtor rural, no período ime-
diatamente anterior ao requerimento do benefício. Para o trabalhador rural, a regra da
não simultaneidade não se aplica, devendo ser comprovados os requisitos ao final da
vida, no momento do requerimento.
Caso o produtor rural queira recolher contribuições para obter os benefícios com valor
superior a um salário mínimo, a redução da idade não mais existirá, sendo que a aposen-
tadoria por idade será a mesmo dos trabalhadores urbanos, 65 anos para homem e 55
anos para a mulher. No entanto, terá ele direito à aposentadoria por tempo de contribui-
ção, que independe de idade mínima.
2) Benefício. Trabalhador rural. Porque não pode ser feita a produção de prova de acordo com
os artigos 131 e 332 do CPC? Em que hipótese se pode deixar de ser comprovado este início de
prova?
Resposta:
De fato, a previdência social é de caráter contributivo, não podendo uma pessoa que não
contribuiu fazer jus ao benefício previdenciário, em razão do uso de provas legítimas,
mas que não traduzem uma realidade existente. A restrição à prova exclusivamente tes-
temunhal feita pela lei previdenciária visa à segurança jurídica, por reclamar um maior
rigor na verificação da situação exigida para o recebimento de benefício.
436
8.5.1.2. Questões do TRF2
Resposta:
A obrigação anterior não pode ser nula ou extinta (art. 367, CC/02), nem uma obrigação
natural (maioria da doutrina), mas poderá ser anulável, quando será confirmada pela
novação, já que existente. Se confirmada a obrigação anulável, haverá a renúncia tácita
ao direito de pleitear a anulação.
437
Resposta:
O perdão ou remissão pessoal dado pelo credor a um dos devedores solidários não ex-
tingue a solidariedade em relação aos demais codevedores, mas acarretará a redução da
dívida solidária, em proporção ao perdoado. Dessa forma, os codevodores aproveitarão,
em parte, o perdão de um dos devores solidários, vez que a dívida não poderá mais ser
cobrada em sua totalidade, mas não haverá quebra da solidariedade, podendo o credor
cobrar o valor restante de um ou de todos os demais codevedores remanescentes.
Resposta:
Segundo GONÇALVES (2008, 30) constituem fontes das obrigações os fatos jurídicos
que dão origem aos vínculos obrigacionais, em conformidade com as normas jurídicas,
ou melhor, os fatos jurídicos que condicionam o aparecimento das obrigações.
Dessa forma, são fontes das obrigações são a lei, os contratos, as declarações unilaterais
de vontade e o ato ilícito.
A lei é a principal fonte das obrigações, sendo a sua fonte imediata, quando as obriga-
ções emanam diretamente, a exemplo das obrigações alimentares (art. 1.696, CC/02).
Nos outros casos, a lei é fonte mediata das obrigações, já que dá respaldo às outras fon-
tes das obrigações, para que possam gerar efeitos obrigacionais.
438
8.7. Direito Empresarial
Resposta:
A responsabilidade dos sócios nas sociedades em regra será subsidiária, o que lhe dá
direito de exigir que sejam primeiramente oferecidos os bens constantes do patrimônio
da sociedade para o pagamento das obrigações societárias. Contudo, será solidária em
relação aos demais sócios, no caso de um dos sócios não cumprir suas obrigações soci-
ais, os outros podem exigir que o faça.
Mas, ainda assim, essa responsabilidade subsidiária dos sócios pelas obrigações sociais
depende do tipo de sociedade e de sua condição nessa sociedade: nas sociedades em
nome coletivo e sociedade em comum, todos os sócios respondem ilimitadamente pelas
obrigações sociais; nas sociedades em comandita simples e comandita por ações, os
sócios comanditado respondem de forma ilimitada e os comanditários respondem de
forma limitada; nas sociedades limitadas e anônimas, os sócios-acionistas respondem de
forma limitadas às obrigações sociais individuais.
439
8.8. Direito Processual Civil
Resposta:
Ainda, o art. 17 da LINDB determina que não poderão ser homologadas as sentenças
que ―ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes‖, o que é
seguido pela Res. 09, do STJ.
Por fim, é possível a homologação parcial de sentença estrangeira, o que torna possível
descartar a parte da sentença maculada e promovendo-se a homologação do restante
(Res. 09, do STJ). Outra inovação é a possibilidade de antecipação de tutela, que antes
não era admitida pelo STF, passando o STJ, a partir da alteração constitucional, aceitá-
la, tendo sido proferida a primeira liminar num caso de adoção internacional por brasi-
leiros domiciliados no Brasil.
440
2) Relativização da Coisa Julgada. Como você encara isso?
Resposta:
A relativização da coisa julgada (RCJ) não é prevista no ordenamento jurídico, mas pas-
sou a ser defendida pelo Min. José Delgado, nos casos em que houvesse grave injustiça
ou inconstitucionalidade da decisão. A partir de então, passou a existir duas correntes, a
primeira que encampa a possibilidade (Humberto T. Jr., Dinamarco) e, a segunda, que
nega a possibilidade (Barbosa Moreira, Marinoni, Nery Jr., Olívio Batista, Didier Jr.).
Ressalte-se que se defende a RCJ atípica, pois já existe a RCJ típica, prevista na hipóte-
se de rescisória por (art. 485, V, CPC) e na previsão do § 1º do art. 475-L e do par. úni-
co do art. 741, do CPC, na fase do cumprimento de sentença.
Na defesa da RCJ, sustenta-se que não pode subsistir decisões toda vez que afronte os
princípios da moralidade, legalidade, razoabilidade e proporcionalidade, ou divirjam
com a realidade dos fatos, em resumo, quando injustas ou inconstitucionais.
Já na outra ponta, sustenta-se que não se pode haver a RCJ com base em transgressões a
princípios, pois partem de bases impalpáveis, de conteúdo fluído, aberto. Além disso,
não seria possível se utilizar da ideia de justiça para desconstituir a coisa julgada, já que
não se teria a garantia de que a segunda decisão seria justa.
3) E ação rescisória (art. 485 CPC , inc. V e IX) ? Existe algo em comum entre os incisos? Qual é
o objeto de discussão da doutrina?
Resposta:
Os incisos V e IX do art. 485 tratam do erro, sendo que o primeiro é a hipótese mais
típica de erro de direito, e o segundo, trata especificamente do erro de fato. Daí a causa
comum entre ambos, a questão do erro do julgador, seja na apreciação do direito ou na
apreciação do fato.
Outro ponto comum aos dois incisos, sobre o qual há divergência na doutrina e na juris-
prudência, é quanto ao prequestionamento explícito ou implícito, no caso do erro de
direito (art. 485, V, CPC) e sobre o pronunciamento ou não do magistrado sobre o fato
incontroverso (existente ou inexistente).
No primeiro caso, há quem sustente que a admissibilidade da ação rescisória não depen-
de do prequestionamento do tema inserto no preceito tido por violado, pois a exigência
prevista nos artigos 102, inciso III, e 105, inciso III, da Constituição Federal, própria
dos recursos extraordinário e especial, não havendo previsão nos dispositivos que ver-
são sobre a ação rescisória no CPC. No entanto, diversamente entende o TST, que a teor
da súm. 298 exige o prequestionamento expresso para admitir a ação rescisória no caso
de violação literal da lei.
441
Sobre o erro de fato, em que o juiz se pronunciou sobre fato incontroverso, uma primei-
ra corrente entende se o juiz reconheceu explicitamente a existência ou a inexistência do
fato é inadmissível ação rescisória contra o decisum. Para uma segunda corrente, em
sentido oposto, defendendo, à luz da legislação e da doutrina italianas, que o pronunci-
amento sobre fato incontroverso não impede a rescisão do julgado.
Resposta:
Resposta:
O error in procedendo pode ser alegado como causa de pedir numa ação rescisória, tan-
to pelo fundamento no inciso V, do art. 485 (violação literal disposição de lei), como
pelo inciso IX, do art. 485 (fundado em erro de fato), ambos do CPC. Importante anotar
que se for alegado unicamente error in procedendo contra a sentença e, sendo acolhida
pela instância ad quem, a rescisória caberá unicamente em face da sentença, já que o
acórdão não terá efeito substitutivo (REsp 744271/DF, 16/06/06).
442
Na primeira hipótese, a lei violada tanto pode ser a norma material como processual.
Nesse caso, o vício alegado pode residir na própria sentença ou ser anterior a ela, tendo
ocorrido no curso do processo. Mas, nesse último caso, o vício deve ser consubstancia-
do em nulidade absoluta ou nulidade sanável, desde que essa última tenha sido argüida
tempestivamente, tenham sido exauridos os recursos cabíveis e tenha sido prolatada
sentença de mérito.
TRF5 – 2012
Resposta:
A presunção pode ser: a) comum ou judicial (de hominis) - é a que não é extraída da lei,
resulta do raciocínio do julgador. Conhecido o indício, desenvolve-se o raciocínio e
estabelece-se a presunção. Importante observar o art. 230 do CC/02, que não admite a
presunção judicial quando não for possível a prova testemunhal; b) legal – resulta do
raciocínio do legislador no texto de lei, subdivide-se em: b1) absoluta (jure et jure) – a
lei declara verdadeiro um fato e não admite prova em contrário; b2) legal relativa (juris
tantum) – a lei estabelece como verdade até prova em contrário; b3) mista (Pontes de
Miranda) – são as quais admitem prova em contrária apenas as referidas ou previstas na
própria lei.
Resposta:
443
A presunção comum ou de ―hominis‖ ou judicial é aquela que resulta do raciocínio do
juiz, que se funda no que ordinariamente acontece ou nos atos habituais do cotidiano.
Segundo o art. 212 do CC/02, a presunção é meio de prova. Rigorosamente, porém, não
se trata de meio de prova, pois é atividade realizada a partir de um documento ou fato
provado nos autos, não gerando nova prova, mas conhecimento (convicção) no julga-
dor. Na realidade, o que quis dizer esse dispositivo é que o indício é meio de prova,
numa tentativa de salvar o dispositivo, segundo DIDIER JR (2009, Curso…v.2, p. 57).
No entanto, a par dessa distinção, o CC/02 considera a presunção como meio de prova,
mas não permite o uso de presunção comum quando a prova testemunhal for excluída
pela lei (art. 230, CC/02). Essa forma de raciocínio (presunção comum) somente pode
ser acatada em casos mais graves, precisos e concordantes, segundo DINIZ (CC Anotado.
2009, p. 251). Em resumo, somente as presunções legais (absoluta, relativa ou mista) são
admitidas indistintamente como meio de prova, havendo restrição à presunção comum,
nos casos em que a lei excluir a prova exclusivamente testemunhal.
3) O documento eletrônico pode ser considerado meio de prova com base no CC/02?
Resposta:
Conforme o art. 225, do CC, o documento eletrônico pode ser apresentado ao processo e
considerado com prova equivalente à prova documental, desde que não haja impugna-
ção da parte ex adversa quanto à exatidão, nos termos do art. 390 do CPC. Segundo o
enunciado 298 do CJF (IV Jornada de Direito Civil), ―os arquivos eletrônicos incluem-
se no conceito de ‗reproduções eletrônicas de fatos ou de coisas‘, do art. 225 do Código
Civil, aos quais deve ser aplicado o regime jurídico da prova documental.‖
444
8.9. Direito Processual Penal
Resposta:
A prisão preventiva tem natureza de cautelar, sendo uma eficiente medida de restrição
da liberdade durante toda a persecução penal, ou seja, desde o inquérito policial até o
trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Por ser medida excepcional, deve
ser interpretada restritivamente, para compatibilizá-la com o princípio da presunção de
inocência (art. 5º, inciso LVII da CF). Com a nova feição dada pela Lei 12.403/11, a
prisão preventiva passou a ostentar duas características: autonomia, podendo ser decre-
tada independentemente de qualquer outra providência cautelar anterior; e, subsidiarie-
dade, a ser decretada em razão do descumprimento de medida cautelar anteriormente
imposta.
São requisitos para a decretação da prisão preventiva: fumus boni juris (fumus comissi
delicti); periculum in mora (periculum libertatis); proporcionalidade (homogeneidade,
adequação e real necessidade da prisão, não sendo suficiente medida cautelar pessoal
distinta); mais os pressupostos (indícios de autoria e prova da materialidade) e requisi-
tos (garantia da ordem pública, econômica, conveniência da instrução criminal, assegu-
rar a aplicação da lei penal) específicos do art. 312 (quer os quatro do caput, quer a
inobservância de cautelares pessoais distintas); e os requisitos específicos do art. 313
(salvo, segundo Pacelli, na hipótese de inobservância de cautelares pessoais distintas,
em que se dispensa o art. 313).
2) O que se entende por ordem pública? Como eu sei que a ordem pública está na iminência
de sofrer um dano?
Resposta:
Ordem pública é expressão de tranquilidade e paz no seio social (TÁVORA, 2011. p. 550).
Traduz-se na tutela dos superiores bens jurídicos, da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, constituindo-se explicito dever do Estado, direito e responsabilidade de to-
dos (art. 144, CRFB). (CUNHA in Prisão…, 2011, p. 144). Não se confunde com o mero cla-
mor público, que não justifica isoladamente a prisão preventiva.
Como parâmetro para aferir a violação à ordem pública, apesar da divergência da dou-
trina e jurisprudência, entende-se que a possibilidade de reiteração criminosa, assentada
em antecedente ou reincidência (há muitos entendimentos contrários nesse ponto), ou no
caso de existência de agrupamento, ou organização, dirigida para a prática de crimes.
445
Também é fundamento para acautelar o meio social e garantir a credibilidade da Justiça
em crimes que provoque grande clamor público.
Contudo, todos esses parâmetros não justificam, por si só, a decretação da prisão pre-
ventiva, que deve ser avaliada em conjunto com a real probabilidade de ameaça à tran-
quilidade e paz social, bem como acompanhado do exame acerca da gravidade do fato e
de sua repercussão.
Resposta:
Com isso, o status normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos
subscritos pelo Brasil torna inaplicável a legislação infraconstitucional com ele confli-
tante, seja ela anterior ou posterior ao ato de adesão. Assim ocorreu com o art. 1.287 do
CC de 1916 e com o DL 911/1969, assim como em relação ao art. 652 do novo CC
(Lei 10.406/2002). (RE 466.343, 05/06/08).
Dessa forma, qualquer norma editada sobre prisão de depositário infiel afrontaria as
normas convencionais sobre direitos Humanos (Pacto de San Jose da Costa Rica e Pro-
tocolo sobre Direitos Civis e Políticos), restando inaplicáveis. Trata-se de controle de
convencionalidade, como defende Mazzuoli, porque não afronta diretamente a norma
constitucional (art. 5º, § 2º ou 3º, da CRFB). No entanto, havendo denúncia desses tra-
tados, possível seria a adoção de normas sobre prisão de depositário infiel. Mas é im-
portante ressalta, que forte corrente doutrinária sustenta não ser passíveis de denúncia
tratados que versem sobre direitos humanos.
Resposta:
446
A prisão decorrente de sentença recorrível não mais subsistia ao regime constitucional
pós 1988, porquanto violava frontalmente o princípio do estado de inocência (art. 5º,
LVII, CRFB), conforme a doutrina e a Jurisprudência, bem assim, foi expressamente
revogada pelas reformas processuais penais (art. 393 foi expressamente revogado pela
Lei 12.403/11).
A reforma processual de 2008 introduziu no art. 387, do CPP, o § único, que determina
ao magistrado o dever de motivação da decretação ou manutenção da prisão no momen-
to da sentença, mas somente deverá ser decretada a prisão se ocorrentes os requisitos da
prisão preventiva (art. 312 e 313, do CPP). Em caso de inexistirem os motivos da prisão
preventiva, o réu deve ser mantido solto ou posto em liberdade.
Resposta:
A prisão decretada por acórdão recorrido por RE ou RESP gerou bastante polêmica, em
razão do fato de que esses recursos não têm efeito suspensivo. Entretanto, prevaleceu o
princípio da presunção de inocência, e também não pode haver prisão simplesmente em
razão o acórdão regional recorrível.
Com efeito, não pode mais subsistir a máxima de que ―respondeu ao processo preso,
recorre preso; respondeu ao processo solto, responde solto‖, pois totalmente divorciado
da tutela constitucional da liberdade dos acusados em geral (art. 5º, LVII, CF/88). A
prisão em qualquer fase do processo (antes do trânsito em julgado da sentença) somente
pode ter por fundamento a cautelaridade, expresso nos art. 312 e 313 do CPP, que dão
fundamento à prisão preventiva.
Por isso mesmo foi que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC 84.078, por
maioria, entendeu inconstitucional a execução provisória da pena. Na oportunidade,
assentou-se que o cumprimento antecipado da sanção penal ofende o direito constitu-
cional à presunção de não-culpabilidade.
447
3) A prisão de natureza cautelar baseada em indícios de prática de crime configura constran-
gimento ilegal? Se estiver configurado o constrangimento, de que instrumento pode se valer o
réu?
Resposta:
Quanto à existência do crime, não deve haver dúvida, devendo a prova da materialidade
do delito ser produzida, em regra, com o exame de corpo de delito (art. 158, CPP). Sem
essa prova não há como ser decretada a prisão preventiva ou temporária.
Dessa forma, meras suposições ou indícios não são suficientes para a decretação da pri-
são preventiva ou cautelar, configurando constrangimento ilegal.
Como remédio, o réu pode ingressa no próprio juízo prolator da decisão com pedido de
revogação de prisão (preventiva ou temporária) ou mesmo, desde logo, habeas corpus
perante o tribunal competente, visando à imediata liberdade.
Resposta:
Trata-se de crime de descaminho, previsto no art. 334, do Código Penal, cuja pena é de
reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, não sendo considerada inafiançável, conforme o
art. 323 e 324, do CPP, que excluiu o critério pena para classificação dos delitos em
afiançável e inafiançável.
Assim, tendo em conta a previsão no art. 33, II, da LOMAN, que prever a prisão de ma-
gistrado apenas em caso de flagrante em crime inafiançável, esse magistrado não poderá
ser preso em flagrante, devendo ser realizado sua oitiva e liberado imediatamente. Even-
tual prisão será ilegal, devendo ser imediatamente relaxada pela autoridade competente.
Não obstante, ainda que seja preso o magistrado, após a lavratura do auto de prisão em
flagrante, o magistrado deve ser imediatamente apresentado ao Presidente do Tribunal
Regional Federal a que estiver vinculado, sendo este a autoridade competente para deci-
dir sobre a prisão, igualmente conforme o art. 33, II, da LOMAN.
448
8.9.1.5. Questões do TRF5
Resposta:
O meio ambiente não pode ser encarado apenas como relação entre ser humano e natu-
reza, mas também nas sucessivas criações do espírito humano, traduzidas em suas múl-
tiplas obras, ou seja, deve-se considerar o meio ambiente cultural também como bem de
uso comum do povo e, por isso, protegido e preservado.
Isso porque o meio ambiente tem por objetivo o desenvolvimento sustentável, que visa
à satisfação das presentes gerações sem comprometer a capacidade de as futuras gera-
ções terem suas necessidades satisfeitas. Aliado a isso, o meio ambiente é princípio da
ordem econômica (art. 170, VI, CRFB), o que o torna condição indispensável para o
desenvolvimento social, devendo a atividade econômica ser exercida em total harmonia
com o meio ambiente, em todos os seus aspectos, natural, cultural e do trabalho.
2) O chamado bullying também entraria nessa história (de meio ambiente a ser preservado no
interesse da atividade econômica)?
Resposta:
449
O Bullying é expressão inglesa, hoje difundida no Brasil, que constitui uma forma de
abuso exercido por alguém que possui poder sobre uma pessoa ou grupo de pessoas
com vistas à manipulação psicológica, intimidando ou agredindo a quem não possui
condição de se defender, geralmente no âmbito de relações de poder desiguais. (TRIN-
DADE: 2012, p. 392).
Por outro lado, a Constituição fala sobre a proteção da saúde do trabalhador no art. 7º,
XXII, XXIII E XXXIII, e menciona expressamente o meio ambiente do trabalho no art.
200, II e VIII, quando trata do SUS, estabelecendo verdadeiras normas de proteção do
meio ambiente do trabalho.
Assim, tendo em vista que o meio ambiente do trabalho é permeado por diversas fontes
de poder, é perfeitamente possível a ocorrência de bullying no âmbito das relações de
trabalho, devendo, no entanto, ser combatido também nessa seara, visando à proteção da
dignidade da pessoa humana, sendo forma de preservação do meio ambiente do trabalho
adequado aos trabalhadores e, ao mesmo tempo, favorável ao desenvolvimento econô-
mico e social.
Resposta:
Existem basicamente duas teorias que tentam explicar a relação entre o direito interna-
cional e o direito interno: a teoria monista e a teoria dualista.
Para a teoria dualista, o direito interno de cada Estado o direito Internacional são dois
sistemas independentes e distintos, cujas normas não poderiam entrar em conflito umas
com as outras. A norma internacional, para os dualistas radicais, somente valerá para
450
regular as relações entre Estados e para valer internamente, ser necessária a incorpora-
ção ao ordenamento, por meio de procedimento receptivo que a transforme em norma
nacional. A única conseqüência, neste caso, pela não incorporação de uma norma inter-
nacional ao direito interno do Estado que a ratificou, é a responsabilidade internacional.
Lado outro, há o dualismo moderado, para cuja incorporação basta a ratificação do Che-
fe de Governo com aprovação prévia pelo Parlamento.
Para a teoria monista há unidade de ordem jurídica, com normas internas e internacio-
nais, interdependentes entre si. Há duas correntes: para primeira corrente a unicidade
está sob o primado do direito internacional (monismo internacionalista ou radical); para
a segunda, há o primado do direito nacional de cada Estado soberano sobre o direito
internacional. Haveria ainda outra corrente (para alguns), aquela que prega que deve
prevalecer as normas de ―direitos humanos‖, seria o monismo internacionalista dialógi-
co, mas se trata de variação da primeira corrente.
Segundo MAZUOLLI (2010, p. 79), o STF tem entendido que o Brasil adotou a teo-
ria dualista moderada, mas critica dizendo que a Suprema Corte jamais teria indicado
o dispositivo constitucional que afirma que o Presidente da República promulga e pu-
blica o tratado.
2) Quais os requisitos necessários para a adoção de tratados versando sobre direitos huma-
nos?
Resposta:
Os requisitos para a adoção dos tratados versando sobre direitos humanos são os co-
muns a todos os tratados: assinatura, aprovação e ratificação, bem como entrada em
vigor internacional e publicação e registro. Contudo, após a EC 45/04, no momento da
aprovação congressual, tais tratados poderão ser incorporados ao direito nacional com
status de norma constitucional ou de norma infraconstitucional.
Outra interpretação há, no entanto, que aduz a necessidade de dois procedimentos para a
incorporação dos tratados versando sobre direitos humanos com status de emenda cons-
titucional. Sustenta-se que deverá haver a incorporação do tratado, na forma do art. 84,
VIII c/c art. 49, I, ambos da CRFB, e depois, a critério do Parlamento brasileiro, esse
451
tratado (já em vigor no âmbito internacional e interno) será novamente apreciado, para
ser dessa vez aprovado pelo quorum qualificado do art. 5º, § 3º, da CRFB, somente aqui
passando a ter equivalência a uma emenda constitucional.
Saliente-se, em conclusão, que no único caso hoje existente (ago/12), o Congresso Na-
cional utilizou da primeira hipótese para ratificar a Convenção Internacional sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, Convenção de Nova
York, aprovada pelo Decreto nº 186, de 09 de julho de 2008, a qual está incorporada
como norma equivalente a emenda constitucional.
3) Quanto à possibilidade de adesão posterior, como se classifica este tipo de tratados? Mer-
cosul está fechado para os chineses e para os europeus a princípio não é mesmo? Os tratados
abertos – tratados de direitos humanos, são tratados abertos?
Resposta:
452
Resposta:
Segundo definiu a Convenção de Viena do Direito dos Tratados, de 1969, tratado inter-
nacional é "um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo
Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais ins-
trumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica" (Art. 2, a).
No Brasil, o ato internacional necessita, para a sua conclusão, da colaboração dos Pode-
res Executivo e Legislativo. Segundo a vigente Constituição brasileira, celebrar trata-
dos, convenções e atos internacionais é competência privativa do Presidente da Repú-
blica (art. 84, inciso VIII), embora estejam sujeitos ao referendo do Congresso Nacio-
nal, a quem cabe, ademais, resolver definitivamente sobre tratados, acordos e atos inter-
nacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional
(art. 49, inciso I). Portanto, embora o Presidente da República seja o titular da dinâmica
das relações internacionais, cabendo-lhe decidir tanto sobre a conveniência de iniciar
negociações, como a de ratificar o ato internacional já concluído, a interveniência do
Poder Legislativo, sob a forma de aprovação congressual, é, via de regra, necessária.
A tradição constitucional brasileira não concede o direito de concluir tratados aos Esta-
dos-membros da Federação. Nessa linha, a atual Constituição diz competir à União,
"manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais"
(art. 21, inciso I). Por tal razão, qualquer acordo que um estado federado ou município
deseje concluir com Estado estrangeiro, ou unidade dos mesmos que possua poder de
concluir tratados, deverá ser feito pela União, com a intermediação do Ministério das
Relações Exteriores, decorrente de sua própria competência legal.
Cabe registrar, finalmente, que na prática de muitos Estados vicejou, por várias razões,
o costume de concluir certos tratados sem aprovação legislativa. Eles passaram a ser
conhecidos como acordos em forma simplificada ou acordos do Executivo. As Constitu-
ições brasileiras, inclusive a vigente, desconhecem tal expediente.
Resposta:
O Brasil, no tocante aos efeitos internos dos tratados que ratificar, adotou a teoria dua-
lista moderada, segundo a jurisprudência do STF. Assim, para que as normas dispostas
no tratado possam ingressar no ordenamento jurídico interno, necessário se faz seja
expedido decreto do Presidente da República promulgando e publicando o tratado
no diário oficial, a partir do qual há obrigatoriedade para todos no cumprimento
de suas normas. Nesse sentido, o STF recusou o cumprimento de carta rogatória da
Argentina, negando o exequatur a sentença proferida em medida cautelar (CR 8.279,
14/05/1995).
453
A doutrina critica ferrenhamente esse entendimento, porquanto não há dispositivo cons-
titucional impondo a expedição desse decreto de promulgação e publicação, devendo os
cidadãos e os poderes constituídos tão logo tenham conhecimento da ratificação do tra-
tado dar-lhe cumprimento (Mazzuoli: 2010, p. 357).
Porém, segundo Rezek (2008, p. 79), que defende a prática, ele produto de uma praxe
tão antiga quanto a Independência e os primeiros exercícios convencionais do Império.
(…) Publica-os, pois, o órgão oficial, para que o tratado (…) se introduza na ordem le-
gal, e opere desde o momento próprio.
3) Quais as fontes do Direito Internacional Público e Privado? Ênfase no conflito sobre os Tra-
tados Internacionais no ordenamento jurídico brasileiro.
Resposta:
No direito internacional privado, que como cediço não é ramo do direito internacional
público, as fontes têm origem no direito interno ou no direito internacional. As fontes
internas são aquelas determinadas em cada ordenamento. As fontes internacionais de-
correm da necessidade de harmonizar o tratamento de determinados temas que envol-
vam os interesses de mais de um ente nacional, em razão do conflito de leis aplicáveis
ao mesmo caso. São fontes do direito internacional privado, os tratados, o costume, a
jurisprudência, a doutrina, os princípios gerais do Direito, os princípios gerais do Direi-
to Internacional, os atos de organizações internacionais e o soft law.
Os tratados, tanto no Direito Internacional Público como no Privado, são as fontes por
excelência das normas, porquanto mais segura em razão de ser escrita, dotadas de maior
clareza e precisão. No entanto, não há consenso sobre a hierarquia as fontes, pois outros
sustentam ser o costume. Mas é majoritário na doutrina, que não há hierarquia de fontes.
Aprovado pelo CN, segue a ratificação, de modo discricionário pelo Presidente da Re-
pública, que é a confirmação do Estado em obrigar-se internacionalmente. Após, o Pre-
sidente da República deve a expedir um decreto promulgando e publicando no DOU o
conteúdo do tratado, materializando-o internamente.
Resposta:
O art. 98 do CTN dispõe que os tratados sobre matéria tributária revogam e modificam
as leis vigentes e serão observados em relação às leis supervenientes. Com isso, perce-
be-se que o CTN adota o critério da supralegalidade dos tratados de Direito Tributário.
A doutrina tributarista sempre criticou o dispositivo, primeiro porque usa o termo ina-
dequado de revogar, quando correto seria prever a derrogação. Segundo, tal dispositivo
seria inconstitucional, pois somente por texto na norma fundamental seria possível esta-
belecer uma hierarquia especial em relação às demais normas, não uma lei ordinária
(com status de lei complementar).
Para os internacionalistas, contudo, essa norma está em consonância com a teoria que
sustenta assunção pelo Congresso Nacional de uma obrigação negativa de não legislar
de maneira contrária, quando aprova um tratado ou uma convenção.
No entanto, o STF tem restringido a aplicabilidade desse dispositivo aos chamados tra-
tados-contratos e não aos tratados normativos. Tal posição foi sufragado no RE
80.004/SE, de 1977.
455
Mas esse entendimento tem sido modificado na Suprema Corte, que tem retomado a
tese da supralegalidade (RE 229.096, 16/08/07), que proclama a supremacia dos trata-
dos e convenções internacionais em matéria tributária, sobre a lei.
Resposta:
A partir da redação do art. 5º, § 2º, da CRFB, uma parte da doutrina sustentou que os
tratados sobre direitos e garantias individuais fariam parte do bloco de
constitucionalidade (normas materialmente constitucionais), enquanto outra parte, indo
mais além, defendeu a supraconstitucionalidade dos tratados de proteção dos direitos
humanos, levando-se em conta toda a principiologia internacional marcada pela força
expansiva dos direitos humanos e pela caracterização como normas de jus cogens
internacional (Mazzuoli: 2010, p. 821).
Resposta:
Sustenta doutrina que os tratados de direitos humanos já teriam status de norma materi-
almente constitucional, em razão do que dispõe o art. 5º, § 2º, da CRFB, mas isso não
era aceito pela Jurisprudência do STF, que insistia no entendimento de que os tratados
(comuns ou de direitos humanos) teriam natureza de lei ordinária (HC 72.131/RJ,
22.11.1995).
456
Em razão disso, introduziu-se o § 3º ao art. 5º, da CRFB, estabelecendo que os tratados
aprovados pelo procedimento qualificado (3/5 dos membros de cada casa, em dois tur-
nos) seriam equivalentes a emendas constitucionais.
Porém, ainda que mudando o seu entendimento, o STF passou a entender que os
tratados aprovados antes ou fora dos parâmentros do § 3º do art. 5º, para uma corrente
majoritária teriam natureza de norma supralegal (RE 466.343, 03/12/2008) e, para uma
segunda corrente, todos os tratados sobre direitos humanos têm natureza material de
norma constitucional, independente do quorum de aprovação.
2) É possível ADI contra lei, tendo por base tratado de direitos humanos internalizado na forma
da emenda 45?
Resposta:
Os tratados versando sobre direitos humanos quando aprovados por votação de 3/5 dos
membros de cada casa congressual, em dois turnos de votação, serão equivalentes às
emendas constitucionais (art. 5º, §3, CRFB).
A incorporação desses tratados por esse procedimento constitucional tem como efeitos
principais: (a) reformar a constituição; (b) impossibilitar a denúncia do tratado, mesmo
que por Projeto de Denúncia elaborado pelo Congresso Nacional; e (c) a incorporação
de suas normas como parâmetro de controle de convencionalidade das leis.
Assim, os legitimados do art. 103 da CRFB poderão ingressar com as ações de controle
abstrato, especialmente a Ação Declaratória de Inconstitucionalidade (ADI), com o ob-
jetivo de invalidar erga omnes as normas infraconstitucionais com eles incompatíveis.
457
1) Explane sobre os efeitos dos tratados sobre terceiros não signatários. Fale sobre a regra
geral e as exceções.
Resposta:
Resposta:
4) É correto afirmar que o tratado é ratificado pelo congresso nacional? Tecnicamente é corre-
ta essa expressão?
Resposta:
5) Pacto São Jose da Costa Rica, convenção interamericana dos direitos humanos, antes da EC
45, qual o valor hierárquico das normas do pacto em relação ao período anterior a emenda?
Resposta:
O Pacto São José da Costa Rica é o instrumento que rege o Sistema Regional America-
no dos Direitos Humanos, sendo que contemplou apenas direitos de 1ª Geração (Civis e
Políticos), bem como ingressou no ordenamento brasileiro por meio do sistema anterior
à EC 45. O STF consolidou o entendimento de que os tratados internacionais sobre di-
reitos humanos aprovados pelo sistema anterior à EC 45 ingressam no ordenamento
jurídico como normas "supra legais", ou seja, não possuem status de norma constitucio-
nal, mas estão em hierarquia superior às leis ordinárias e complementares, de modo que
459
leis posteriores que tratem a matéria de forma diversa da constante no tratado não po-
dem revogar os tratados.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
461
Em religião, ética e filosofia, a frase bem e mal refere-se a avaliação de objetos, desejos
e comportamentos através de um espectro dualístico, onde numa dada direção estão
aqueles aspectos considerados moralmente positivos e na outra, os moralmente negati-
vos. O bem é por vezes visto como algo que implica a reverência pela vida, continuida-
de, felicidade ou desenvolvimento humano, enquanto o mal é considerado o recipiente
dos contrários. Bem e mal são valores subjetivos e circunstanciais, de modo que podem
ser utilizados para justificar uma relação de poder e submissão, como instrumento de
dominação das massas. Tratam-se de valores altamente carregados de conteúdo moral,
defendido pela corrente Utilitarista e teleológica do direito, que entendem que o papel
da justiça é maximizar o bem. Posiciono-me diferentemente à corrente utilitarista, e vejo
o direito sob a ótica deontológica que busca a realização da justiça como equidade, tal
como preceituada por John Rawls, sem depender de conteúdos morais, mas sim partin-
do da igualdade acobertada pelo manto da ignorância.
Resposta:
462
3) Qual a diferença entre adequação e vocação? O senhor tem uma vocação própria para falar
também no magistério.
Resposta:
Ocorre a adequação quando o sujeito necessita se adaptar para realizar determinada tare-
fa, aprendendo novos conceitos, novas técnicas e adquirindo novas habilidades. A voca-
ção, por sua vez, decorre de uma aptidão natural para o desempenho de determinada
atribuição, como se fosse um talento nato. A resposta quanto a vocação para o magisté-
rio é de natureza pessoal.
4) Qual a diferença entre o plural e o geral? O homem além de ser devendo ser tem haver com
o universo. Pacto social de Russeau. O que é o pacto social? A federação é uma unidade plúri-
ma.
Resposta:
Plural é um conceito mais restrito que o geral, sendo que este abrange aquele. O plural
designa um conjunto de pessoas, sendo que o geral abrange toda a coletividade. Rousse-
au expõe a sua noção de Contrato Social, que difere muito das de Hobbes e Locke: para
Rousseau, o homem é naturalmente bom, sendo a sociedade, instituição regida pela
política, a culpada pela "degeneração" do mesmo. O Contrato Social para Rousseau é
um acordo entre indivíduos para se criar uma Sociedade, e só então um Estado, isto é, o
Contrato é um Pacto de associação, não de submissão.
5) Leia o preâmbulo da CF/88. Vamos analisar. Constituímos um Estado, o que é estado? Qual
a diferença entre este Estado, pretensão constitutivo, plano ideativo, para o Estado condição,
predicamento, Estado etimologicamente é quando uma substância corpórea está disposto no
espaço daquela forma, um Estado que é um conjunto de condição.
Resposta:
Estado é a união de um povo, sob determinado território, regido por um governo sobe-
rano. O Estado pretensão é aquele idealizado por uma sociedade, é o projeto proposto
para uma sociedade. O Estado predicado, ou seja, condição, é aquele real, o que efeti-
vamente gere uma sociedade, são os fatores reais de poder em conjunto compõe o Esta-
do.
463
poder, é o modo pelo qual o poder é exercido. Quanto mais participação dos jurisdicionados
nas decisões que lhe dizem respeito, mais democrático será o Estado.
Resposta:
A expressão democrático de direito significa que o Estado se organiza por normas resul-
tantes da vontade do povo, que participa da formação do Estado por meio de seus repre-
sentantes eleitos. Democracia é o povo no poder, ocorre que nas sociedades atuais,
compostas por milhões de indivíduos, torna-se impossível a participação direta da von-
tade de cada indivíduo. Assim, na modernidade, a democracia é exercida por meio de
representantes eleitos. A democracia é um sistema de governo.
7) O que é liberdade? É possível ser livre com segurança? Este binômio segurança e liberdade,
como isso é possível? Quanto maior liberdade menor a segurança, quanto maior a segurança
maior a liberdade?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
10) O que seria uma sociedade plúrima? Isso significa várias sociedades? Unidades na plurali-
dade?
Resposta:
9. Ponto 09
9.1. Direito Constitucional
Resposta:
465
São entes federativos da indissolúvel República brasileira: União, Estados, DF, Municí-
pios e Territórios. A União ao estabelecer a Constituição Federal atua exercendo o po-
der constituinte ORIGINÁRIO, que tem como uma das características ser incondiciona-
do e ilimitado (não sofre restrição nem mesmo do direito natural, vez que o Brasil adota
uma corrente jus positivista). No entanto, os Estados ao tecerem suas constituições e-
xercem o poder constituinte derivado decorrente, por ser derivado do originário e por
ele criado, é também jurídico e encontra os seus parâmetros de manifestação nas regras
estabelecidas pelo originário. Sua missão é estruturar a Constituição dos Estados-
membros. Tal competência decorre da capacidade de auto-organização estabelecida pelo
poder constituinte originário, sofrendo as seguintes limitações: 1. princípios constitu-
cionais sensíveis; 2. os princípios constitucionais estabelecidos (organizatórios); 3. os
princípios constitucionais extensíveis. Entende-se que o DF, assim como os Estados,
possui o poder constituinte derivado decorrente e o exerce limitado apenas pela CF. No
entanto, a doutrina majoritária indica que os Municípios não são dotados de poder cons-
tituinte derivado decorrente, uma vez que ao instituírem suas Leis Orgânicas são limita-
dos não só pela CF, mas também pelas Constituições dos respectivos Estado, exercendo
um poder de 3º grau. Os Territórios Federais também não possuem poder constituinte.
2) O que é vedado à União, aos estados e aos municípios? De forma alguma eles podem prati-
car? Vê vinculação entre as vedações mencionadas e princípios maiores anteriores? Princípios
do Estado brasileiros, princípios individuais coletivos inspiram cada uma dessas vedações? Cite
alguns exemplos de leis de iniciativa privativa da União?
Resposta:
O poder dos entes federativos não é ilimitado, mas sim encontra barreira em vários di-
reitos e garantias fundamentais, bem como nos direitos sociais, econômicos e culturais
previstos na CF. Observando essas limitações, e posição que o indivíduo assume peran-
te o Estado, foi criada a TEORIA DOS QUATRO STATUS DE JELLINEK: 1. passivo
(o indivíduo em subordinação aos poderes públicos); 2. negativo (sem ingerências dos
poderes públicos na vida do indivíduo); 3. positivo (o indivíduo pode exigir do Estado
que atue positivamente em seu favor, através da oferta de bens e serviços); 4. ativo (o
indivíduo desfruta de competências para influir sobre a formação da vontade estatal).
Cumpre salientar que o Brasil se funda nos princípios da soberania, cidadania, dignida-
de da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo
político; no entanto a regra é que mesmo os direitos individuais não são absolutos e, no
caso de conflito, deve-se analisar o caso concreto de modo a buscar a realização do pro-
jeto constitucional, aplicando a ponderação. São exemplos de leis de iniciativa privativa
da União: penal, lei processual, direitos políticos, cidadania, direito do trabalho etc.
466
Resposta:
O PODER é uno e emana do povo, de modo que, a rigor, tanto o Executivo, quanto o
Legislativo e o Judiciário não são "poderes", mas sim funções. Esse conceito de três
poderes decorre do projeto de repartição dos poderes previsto pelo iluminismo, tendo
como referência MONTESQUIEU, dividindo-se o poder em 3 (Executivo, Legislativo e
Judiciário), como forma de limitar o poder de cada função e, assim, superar as mazelas
do absolutismo. Ocorre que atualmente cada poder exerce sua função preponderante,
mas também atua no exercício das demais funções, como forma de controle e compen-
sação, buscando a harmonia entre os "3 poderes".
Resposta:
Resposta:
467
sília) e exercem jurisdição sobre todo o território nacional. Podemos classificar o STF e
o STJ (Tribunais da União) não só como órgãos de convergência, mas, também, como
órgãos de superposição. Cada órgão possui uma regra para ingresso, sendo que a regra
geral é a do concurso público mediante provas e títulos, mas é possível o ingresso medi-
ante indicação do Chefe do Executivo (quinto constitucional). Observo, ainda, por o-
portuno, que a Constituição não arrola as Turmas Recursais dentre os órgãos do Poder
Judiciário, os quais são por ela discriminados, em numerus clausus, no art. 92. Apenas
lhes outorga, no art. 98, I, a incumbência de julgar os recursos provenientes dos Juiza-
dos Especiais. Vê-se, assim, que a Carta Magna não conferiu às Turmas Recursais, sa-
bidamente integradas por juízes de primeiro grau, a natureza de órgãos autárquicos do
Poder Judiciário, e nem tampouco a qualidade de tribunais, como também não lhes ou-
torgou qualquer autonomia com relação aos tribunais regionais federais.
6) Dentre as atribuições que os juízes têm nos julgamentos, o art. 93 da CRFB prevê a necessi-
dade de publicidade e fundamentação das decisões. Em toda decisão administrativa ou judicial
há obrigatoriedade de fundamentação? Como se faria a distinção do que seria uma decisão?
Resposta:
Resposta:
468
O art. 94 da CF/88 estabelece que 1/5 (20%) dos lugares dos TRFs, dos Tribunais dos
Estados e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros do Ministério
Público, com mais de 10 anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de
reputação ilibada, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional, indicados em
lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. A ―regra do quinto‖
está prevista, também, para os tribunais do trabalho (arts. 111 -A, I; 115, I) e para o STJ
(art. 104, parágrafo único). Portanto, apenas os TRF´s, os TJ´s o STJ, o TST e os TRT´s
devem seguir o quinto. Referida regra busca garantir que a composição dos tribunais
seja ampla, abrangendo profissionais que tiveram experiência nas diversas áreas de apli-
cação do direito. Dessa forma, esse instituto está em consonância com o primado da
democracia participativa prevista no projeto constitucional. No entanto, há os que de-
fendem a extinção do instituto, sob o argumento de que o provimento de cargos na ma-
gistratura deve ser feito exclusivamente por meio de concurso público, evitando-se en-
volvimento político dos que integram essa nobre função.
8) O que significa dizer que é vedado ao juiz a atividade político-partidária? O juiz não pode ter
opinião política, não pode participar de um comício ou é algo que seria mais profundo com
relação ao partido político? Publicamente o magistrado pode se manifestar? Quais as conse-
quências para o juiz se não observar essa vedação?
Resposta:
Significa que ao juiz é vedada a filiação partidária, bem como é vedada a capacidade
eleitoral passiva (não podem ser candidatos). A Lei Complementar da Magistratura, de
n. 35 de 79, em um de seus dispositivos, art. 26, II, "c", prevê procedimento administra-
tivo para a perda do cargo no caso de o magistrado exercer atividade político-partidária.
Essa proibição tem sua razão de ser e deve existir. Ligações entre Magistrados e parti-
dos políticos, seus representantes e membros colocariam um perigo exatamente a inde-
pendência e a imparcialidade do magistrado. Não dá para se cogitar de juízes filiados à
partidos políticos, julgando ações em que são manifestados interesses dessas mesmas
entidades, de candidatos contrários ou partidários. Mas o que não pode é o juiz filiar-se
à partido político, exercer a atividade político-partidária. Coisa diferente é fazer política,
é falar de política. O magistrado na sua atividade, no seu relacionamento social, nas
relações com os demais Poderes necessita ter uma atividade, uma atuação política. Essa
atuação, essa atividade, vai endereçar-se, inclusive, ao exercício da cidadania. É bem
diferente de defender ou atacar interesses político-partidários.
Resposta:
Resposta:
Para que o Poder Judiciário possa cumprir as funções exigidas pela sociedade contem-
porânea, é imprescindível que seus juízes tenham algumas garantias constitucionais.
Nesse sentido, os predicamentos da magistratura são a vitaliciedade, a inamovibilidade
e a irredutibilidade de vencimentos (art. 95). Elas asseguram a independência funcional
do magistrado, sobretudo, em relação ao Poder Executivo. A advertência de Pedro Les-
sa, feita em 1915, permanece atual: "Importa garantir o Poder Judiciário, defendendo-o
da pressão, das usurpações e da influência dos outros poderes políticos. Para isso é mis-
ter organizar de tal modo a magistratura, que, em vez de ficar dependente do Poder E-
xecutivo, constitua ela um freio a esse poder". Essas garantias constitucionais dos juízes
- a vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade de vencimentos - devem ser con-
sideradas cláusulas pétreas, não podendo ser suprimidas por meio de emenda constitu-
cional.
11) Separação dos Poderes é uma garantia constitucional ou garantia da constituição (institu-
cional)?
Resposta:
A noção de garantia institucional foi elaborada pela doutrina alemã, no período em que
vigeu a Constituição de Weimar. Os grandes juristas da época demonstraram que a pro-
teção dos direitos fundamentais (Grundrechte), ou seja, dos direitos humanos positiva-
dos na Constituição, não se realiza apenas por meio de garantias subjetivas, ou remédios
judiciais, como o habeas-corpus, mas que ela é também alcançada com a existência de
determinadas instituições no ordenamento estatal, criadas para essa finalidade. Tal é o
caso, paradigmaticamente, da divisão de poderes na esfera estatal. O vínculo dessa insti-
tuição com a proteção dos direitos humanos é tão íntimo que os revolucionários france-
470
ses de 1789 puderam proclamar que "toda sociedade, na qual a garantia dos direitos não
é assegurada, nem a separação dos poderes determinada, não tem constituição" (Decla-
ração dos Direitos do Homem e do Cidadão, art. 16). Pois essa é, afinal, a finalidade
precípua de uma Constituição escrita, tal como a conceberam os norte-americanos em
fins do século XVIII: ela não existe para reforçar o poder dos governantes, mas bem ao
contrário para impedir o abuso de poder. Portanto, a separação dos poderes é uma ga-
rantia institucional.
Resposta:
A Lei Ordinária para ser aprovada basta o voto favorável da maioria simples, ou seja a
maioria dos presentes durante a sessão de votação, desde que alcançado o quorum de
instalação da sessão. A Lei Complementar deve contar com a maioria dos membros de
cada casa legislativa para ser aprovada, ou seja a maioria absoluta. A diferença entre
uma e outra está nas matérias que podem ser reguladas por cada instrumento. A regra é
a utilização de Lei Ordinária, (residual) sendo que a Lei Complementar só é exigida nos
casos expressamente (taxativamente) previstos na CF.
Resposta:
3) A quem cabe a apreciação das contas apresentadas pelo chefe do poder executivo?
471
Resposta:
As contas do Chefe do Executivo são julgadas pelo respectivo poder legislativo, com
auxílio do Tribunal de Contas, que emitirá parecer sobre as contas. Em âmbito munici-
pal as contas do prefeito somente podem ser julgadas desconsiderado-se o parecer do
Tribunal de Contas mediante a votação de 2/3 dos vereadores (não existe regra no mes-
mo sentido para os Estados e União, onde o parecer pode ser desconsiderado indepen-
dente do quorum qualificado). Em âmbito federal o julgamento das contas é de compe-
tência exclusiva do Congresso Nacional.
Resposta:
A não aprovação das contas pode ter como consequência: I) impeachment; II) inelegibi-
lidade; III) Aplicação da lei de improbidade administrativa; IV) crime de responsabili-
dade; V) sanções da LRF.
Resposta:
Não são absolutas. S regra da vitaliciedade — uma vez vitaliciado, o magistrado só per-
derá o cargo por sentença judicial transitada em julgado — apresenta exceções: Minis-
tros do STF: na hipótese de crime de responsabilidade serão julgados pelo SF (art. 52,
II); membros do CNJ também serão julgados pelo SF por crime de responsabilidade. A
inamovibilidade não é absoluta, pois, como estabelece o art. 93, VIII, o magistrado po-
derá ser removido (além de colocado em disponibilidade e aposentado), por interesse
público, fundando-se tal decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou
do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa. A irredutibilidade de ven-
cimentos também não é absoluta, STF já se pronunciou no sentido de tratar-se de garan-
tia nominal, e não real, ou seja, os magistrados não estão livres da corrosão de seus sub-
sídios pela inflação.
Resposta:
O ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso
público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em
todas as fases, exigindo -se do bacharel em direito, no mínimo, 3 anos de atividade jurí-
472
dica, bem como por meio do quinto constitucional. A promoção ocorrerá de entrância
para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes
normas: a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por 3 vezes consecutivas ou 5
alternadas em lista de merecimento; b) a promoção por merecimento pressupõe 2 anos
de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de
antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago. Na
apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
fundamentado de 2/3 de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada
ampla defesa, repetindo -se a votação até fixar-se a indicação
Resposta:
Resposta:
Deve prevalecer a Loman, vez que é hierarquicamente superior ao Código de Ética edi-
tado por ato do CNJ.
Resposta:
473
9.1.1.4. Questões do TRF4
1) Quais as modalidades de responsabilidade do PR?
Resposta:
Resposta:
1) Discorra sobre o processo legislativo. Trate sobre as espécies de normas e todas as etapas
da sua criação.
Resposta:
474
ria simples; lei complementar maioria absoluta; emenda a constituição 3/5 em dupla
votação). Basicamente, o projeto deverá ser analisado, em primeiro lugar, por uma co-
missão temática, que analisará a matéria da proposição, e, em seguida, pela Comissão
de Constituição e Justiça, que analisará, dentre outros aspectos, a sua constitucionalida-
de. Lembramos que as comissões, em razão da matéria de sua competência, poderão,
além de discutir e emitir pareceres sobre o projeto de lei, aprová-los, desde que, na for-
ma do regimento interno da Casa, haja dispensa da competência do plenário (delegação
interna corporis) e inexista, também, interposição de recurso de 1/10 dos membros da
Casa. Rejeitado o projeto na Casa Iniciadora, será arquivado. Contudo, se aprovado (se-
ja pelas Comissões Temáticas, nas hipóteses permitidas, seja pelo plenário da Casa), ele
seguirá para a Casa revisora, passando, também, pelas Comissões, e, ao final, a Casa
revisora poderá aprová-lo, rejeitá-lo ou emendá-lo. Em caso de concordância, de aqui-
escência, o Presidente da República sancionará o projeto de lei. Sanção é o mesmo que
anuência, aceitação, sendo esse o momento em que o projeto de lei se transforma em lei,
já que, como se verá, o que se promulga é a lei. A sanção poderá ser expressa ou tácita
(15 dias úteis). Emergida vai para promulgação e publicação.
Resposta:
Resposta:
2) O título do CTN fala em “Suspensão do Crédito Tributário”. O art. 151 fala em "suspensão da
exigibilidade do crédito". Há contradição? Há suspensão do crédito ou de sua exigibilidade?
Resposta:
Paulo de Barros Carvalho define crédito tributário como o direito subjetivo de que é
portador o sujeito ativo de uma obrigação tributária e que lhe permite exigir o objeto
prestacional, representado por uma importância em dinheiro. Enquanto a obrigação tri-
butária surge com o fato gerador, o crédito tributário, em sentido técnico, tal como pre-
visto no CTN, só é constituído com o lançamento. Encontram-se três situações para o
crédito tributário: crédito tributário existente que é igual a lei mais fato gerador; cré-
dito tributário exigível que corresponde à lei mais fato gerador mais lançamento; cré-
dito tributário exeqüível ou executável. Diz-se, então, que o crédito ganha exigibilida-
476
de, no sentido de o Fisco poder agir perante o contribuinte exigindo-lhe o pagamento.
Portanto, verifica-se que houve uma impropriedade técnica do legislador no ato de no-
mear o referido título do CTN como ―Suspensão do Crédito Tributário‖ e no caput falar
em "suspensão da exigibilidade do crédito", isso porque no referido artigo constam tan-
to hipóteses de suspensão do crédito (antes do lançamento) quanto de suspensão da exi-
gibilidade (após o lançamento).
3) Art. 151, III, CTN. Se houver recurso administrativo há suspensão da exigibilidade ou do cré-
dito?
Resposta:
Resposta:
A concessão implica a delegação, pelo Poder Público, de certo serviço de interesse pú-
blico ao concessionário, que o executa por sua conta e risco. O concedente pode tomar
várias medidas para assegurar a regular execução do serviço. Uma dessas medidas con-
477
siste exatamente na intervenção do concedente na concessão. Pode-se, pois, conceituar a
intervenção como a ingerência direta do concedente na prestação do serviço delegado,
em caráter de controle, com o fim de manter o serviço adequado a suas finalidades e
para garantir o fiel cumprimento das normas legais, regulamentares e contratuais da
concessão. A lei exige que a intervenção se faça por decreto do Chefe do Executivo da
entidade concedente, o qual conterá, da forma mais precisa possível, os limites, o prazo
e os objetivos da intervenção, bem como indicará o interventor. Após o decreto de in-
tervenção é que o concedente deve instaurar o procedimento administrativo. O prazo
para encerramento desse feito de apuração é de cento e oitenta dias.
Resposta:
O equilíbrio do contrato administrativo pode ser quebrado por força de ato ou medida
instituída pelo próprio Estado. Foi por isso construída a teoria do fato do príncipe, apli-
cável quando o Estado contratante, mediante ato lícito, modifica as condições do contra-
to, provocando prejuízo ao contratado. O pressuposto do fato do príncipe é a álea admi-
nistrativa. Esse fato oriundo da Administração Pública não se preordena diretamente ao
particular contratado. Ao contrário, tem cunho de generalidade, embora reflexamente
incida sobre o contrato, ocasionando oneração excessiva ao particular independente-
mente da vontade deste. Parte da doutrina entende que o fato deve emanar da mesma
pessoa jurídica que celebrou o ajuste. Com a devida vênia, entendo que o ―príncipe‖ é o
Estado ou qualquer de suas manifestações internas, de modo que parece aplicável a teo-
ria se, por exemplo, um ato oriundo da União Federal atingir um particular que tenha
contratado com um Estado-membro.
Resposta:
478
Uma das peculiaridades que informa os contratos administrativos é a possibilidade de
previsão de cláusulas exorbitantes em favor do Poder Público. Dentre tais cláusulas se
destaca a rescindibilidade unilateral do contrato pela Administração, conforme dispõe o
art. 58, II, 79, I e 78, I a XII e XVIII, Lei 8666/93. A rescisão unilateral do contrato é
conferida com exclusividade à Administração, sendo que o contratado (particular) sem-
pre deverá recorrer ao Judiciário para alcançar a rescisão não consensual do contrato
(unilateral), conforme disposto no art. 79, III, Lei 8666/93.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
480
9.4.1.2. Questões do TRF2
1) O STF vem abrandando os rigores da Lei de Crime Hediondos. Poderia haver revogação total
deste diploma? Esbarra em algum comendo constitucional? (princípio da proibição da prote-
ção deficiente)
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Em verdade, a Lei 2889/56 traz uma série de disposições especiais que afastam a disci-
plina geral do Código Penal. No que o referido diploma for omisso, entretanto, aplica-se
o CP. A tentativa de genocídio, por exemplo, deve observar o disposto no art. 5º, Lei
2889/56, e não o contido no art. 14, p. único, CP. Já em relação à aplicação da pena ao
delito de genocídio, além de observar a remessa ao CP quanto ao preceito secundário, é
481
de se respeitar o sistema trifásico previsto no art. 59, CP. Não é despiciendo notar, por
fim, que o crime de genocídio previsto nos arts. 1º, 2º e 3º, Lei 2889/56, tentado ou con-
sumado, é considerado hediondo, nos moldes do art. 1º, p. único, Lei 8072/90, sofrendo
todos os influxos daí decorrentes.
Resposta:
É possível a configuração do crime de genocídio contra uma única vítima imediata, des-
de que haja a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, raci-
al ou religioso. É que ―o tipo penal do delito de genocídio protege, em todas as suas
modalidades, bem jurídico coletivo ou transindividual, figurado na existência do grupo
racial, étnico ou religioso, a qual é posta em risco por ações que podem também ser
ofensivas a bens jurídicos individuais, como o direito à vida, a integridade física ou
mental a liberdade de locomoção etc‖ (STF: RE 351487/RR). Daí se percebe que a
pluralidade de vítimas diretas não é imprescindível à caracterização do genocídio. O
fundamental é que se evidencie o dolo de extermínio do grupo, donde se vê a transindi-
vidualidade do bem jurídico penalmente tutelado. Portanto, o genocídio corporifica cri-
me autônomo contra bem jurídico coletivo, diverso dos ataques individuais que com-
põem as modalidades de sua execução.
Resposta:
482
9.4.1.5. Questões do TRF5
1) Crime hediondo. É possível o cumprimento de pena privativa em regime inicial diverso do
fechado?
Resposta:
Inicialmente, em sua redação original o §1º, art. 2º, Lei 8072/90, previa o regime inte-
gralmente fechado para o cumprimento de pena em crimes hediondos, o que veio a ser
considerado inconstitucional pelo STF, devendo a fixação do regime inicial e a progres-
são de regimes observar o disposto no CP. Posteriormente, com o advento da Lei
11.464/07, previu-se o regime inicial necessariamente fechado para os crimes hediondos
e equiparados, sendo que, por se tratar de norma mais gravosa, não se aplicaria aos fatos
praticados anteriormente à sua vigência. Mais recentemente, entretanto, o STF, no HC
111840/ES, declarou, em caráter incidental, a inconstitucionalidade do regime inicial
fechado, de modo que, atualmente, a fixação do regime inicial de cumprimento de pena
deve observar o disposto no art. 33, CP, sendo, portanto, plenamente possível, regime
inicial diverso do fechado.
Resposta:
A teor do art. 14, Lei 8212/91, e do art. 15, Lei 8213/91, considera-se empresa a firma
individual ou sociedade que assume o risco da atividade econômica urbana ou rural,
com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública
direta, indireta e fundacional; e empregador doméstico a pessoa ou família que admite a
seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico. Desta conceituação já se
percebe que o empregador empresa pode ou não ter fins lucrativos, o que não se revela
possível ao empregador doméstico, o qual nunca poderá visar o lucro, sob pena de se
caracterizar como empregador empresa. Em verdade, tal distinção se justifica na medida
em que a legislação previdenciária, em diversos aspectos, confere um tratamento dife-
renciado ao empregador doméstico, desobrigando-o de alguns deveres de ordem contá-
bil, documental etc que são impostos ao empregador empresa. Não fosse assim, prova-
velmente seria inviável a contratação de trabalhadores domésticos.
483
9.5.1.3. Questões do TRF3
1) Quais são as regras gerais vigentes para reajuste dos benefícios de prestação continuada?
Qual a garantia que o segurado tem no reajuste? O índice de reajuste é o mesmo do salário
mínimo?
Resposta:
Resposta:
Gestão de negócios (arts. 861 a 875, CC/02) é ato jurídico unilateral, não tendo, portan-
to, natureza contratual. Falta-lhe, assim, o consenso, o acordo de vontades entre as par-
tes. Trata-se da intervenção realizada por alguém na gestão de negócio alheio, sem auto-
rização do interessado, devendo dirigi-lo segundo o interesse e a vontade presumível de
seu dono, ficando responsável a este e às pessoas com que tratar (art. 861, CC/02). Per-
484
ceba-se que a atuação do gestor se opera espontaneamente e sem mandato, devendo se
limitar a atos de natureza patrimonial. Como se trata de ingerência na esfera patrimonial
de outrem, sem autorização expressa deste, a gestão de negócios deve se fundar em ne-
cessidade imperiosa ou por utilidade, com o intuito de trazer proveito para o dono. E-
xemplos legais: arts. 871 e 872, CC/02. Outro exemplo: morador de edifício que arrom-
ba porta do vizinho para fechar torneira, e troca a fechadura arrombada, devendo ser
indenizado pelas despesas (art. 869, CC/02). Vale notar que não há aí obrigação de agir,
atuando o gestor por solidariedade, por puro altruísmo (a gestão é gratuita, ressalvando-
se as hipóteses legais de responsabilidade pelo prejuízo causado), sendo equiparado a
um mandatário sem procuração (art. 873, CC/02).
Resposta:
Embora haja polêmica na doutrina, pode-se considerar como elemento essencial do con-
trato de mandato a representação do mandante pelo mandatário. Tem-se aí o traço mar-
cante que distingue o mandato de outros institutos como o contrato de sociedade, a lo-
cação de serviços e a gestão de negócios. O mandatário (representante) atua então no
interesse do mandante (representado), se obrigando, em nome e por conta deste, a prati-
car atos ou administrar interesses (art. 653, CC/02). Perceba-se que, embora o objeto do
mandato seja a representação, nada obsta que haja representação sem mandato, como na
hipótese da representação legal dos pais em face dos filhos menores.
Resposta:
485
sua responsabilidade pessoal, ainda que por conta do mandante, estipular negócio em
favor deste.
Resposta:
2) No caso de extinção de pessoa jurídica de direito privado, quando qualquer dos sócios re-
manescentes seguir com a atividade empresarial, nós estamos em hipótese de responsabilida-
de?
Resposta:
486
3) Em caso de dissolução irregular de sociedade o que acontece com o patrimônio do sócio
gerente?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Em regra, não se considera empresário aquele que exerce profissão intelectual, de natu-
reza literária, artística ou científica, ainda com o concurso de auxiliares ou colaborado-
res, salvo quando o exercício da profissão constituir elemento de empresa (art 966, p.
único, CC/02). Este, por sua vez, estará caracterizado quando a reunião dos quatro fato-
res de produção (capital, insumos, mão-de-obra e tecnologia) for mais importante que a
487
atividade pessoal desenvolvida (Enunciado 194 do CJF). Exemplos: médico auxiliado
por secretária - não é empresário; médico que, no exercício de sua atividade, conta com
ampla estrutura clínica/complexo hospitalar, com vários outros profissionais, secretá-
rias, aluguel de salas cirúrgicas, restaurante etc - é empresário. Portanto, a expressão
―elemento de empresa‖ para a caracterização do empresário individual demanda inter-
pretação econômica, devendo ser analisada sob a égide da absorção da atividade intelec-
tual, de natureza científica, literária ou artística, como um dos fatores da organização
empresarial (Enunciado 195 do CJF).
3) Empresário rural (art. 970) - Qual a principal vantagem de se tornar um empresário rural?
Resposta:
Resposta:
488
5) O que é um grupo societário de fato e um grupo societário de direito? Como se definem?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Estrangeiro pode ser empresário, desde que faça prova de visto permanente dentro do
período de sua validade ou apresente documento fornecido pelo Departamento de Polí-
cia Federal, com indicação do número de registro. Daí já se vê que estrangeiros sem
visto permanente são impedidos de ser empresário. Além disso, ainda que conte com
489
visto permanente, o estrangeiro não pode exercer as seguintes atividades empresariais:
pesquisa ou lavra de recursos minerais ou de aproveitamento dos potenciais de energia
hidráulica (art. 176, §1º, CF/88); jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e ima-
gens (art. 222, CF/88).
4) O menor pode ser sócio de empresa? O menor sócio a que sobrevenha incapacidade (inter-
dição) deixa de ser sócio?
Resposta:
É possível que o menor seja sócio de sociedade empresária, mas desde que observadas
as seguintes condições: esteja representado ou assistido; não exerça a administração da
sociedade; o capital social esteja totalmente integralizado (art. 974, §3º, CC/02). Por sua
vez, o sócio a que sobrevenha incapacidade não deixa de ser sócio automaticamente,
devendo, entretanto, observar as condições já mencionadas.
Resposta:
Resposta:
De início, cumpre destacar que, em regra, faculta-se aos cônjuges a contratação de soci-
edade entre si ou com terceiros, ressalvando-se, entretanto, as hipóteses de casamento
em regime de comunhão universal de bens e de separação obrigatória (art. 977, CC/02).
Se, por um lado, tais ressalvas têm por objetivo evitar fraudes e burlas, por outro, limi-
490
tam a liberdade de associação e de iniciativa, sendo possível aí vislumbrar incompatibi-
lidade com o texto constitucional (art. 170, CF/88). A jurisprudência, entretanto, vem
considerando a norma plenamente válida.
7) Qual fraude o sócio poderia efetivar, tendo sociedade com o cônjuge nos regimes de comu-
nhão universal e de separação obrigatória?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
491
Na sociedade em comum, a responsabilidade dos sócios é ilimitada e solidária entre
eles, embora subsidiária perante a própria sociedade (art. 1024, CC/02), salvo quanto ao
sócio que contratou por esta, o qual sempre terá responsabilidade solidária (art. 990,
CC/02). Em tal espécie societária, os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, so-
mente por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem pro-
vá-la de qualquer modo (art. 987, CC/02). Por fim, com a inscrição dos atos constituti-
vos no respectivo registro, a sociedade em comum adquire personalidade jurídica. Já na
sociedade em conta de participação, a responsabilidade do sócio ostensivo é exclusiva
(perante terceiros) e ilimitada, de modo que o sócio participante apenas tem responsabi-
lidade em relação ao próprio sócio ostensivo (art. 991, caput e p. único, CC/02). A
constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade
e pode provar-se por todos os meios de direito (art. 992, CC/02). E, finalmente, deve-se
salientar que o contrato social produz efeito somente entre os sócios, sendo que a even-
tual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídi-
ca à sociedade (art. 993, CC/02).
Resposta:
04) O capital social pode ser alterado pelos administradores ou apenas pelos sócios?
Resposta:
Resposta:
Trata-se de questão terminológica. Segundo De Plácido e Silva (2004), juízo, ―do latim
‗judicium‘ (ação de julgar, julgamento, ofício do juiz) é tomado em duas acepções: em
sentido restrito, é tido na mesma significação de ‗juizado‘, ou seja, o local em que o juiz
exerce as suas funções ou funciona no exercício de sua jurisdição ou de seu próprio ofí-
cio. Em sentido mais amplo, significa a própria ‗discussão da causa‘‖. Em relação ao
termo juízo, há ainda a distinção entre o juízo a quo (aquele que proferiu a decisão re-
corrida) e o juízo ad quem (aquele que irá julgar o recurso). Já o termo juiz também
pode comportar significados distintos, referindo-se estritamente ao magistrado de 1ª
instância, mas também a qualquer julgador, inclusive o membro de tribunal (ex: arts.
107, 119 e 120, §1º, CF/88). Diante disso, a afirmação tanto pode ser verdadeira quanto
falsa, a depender do sentido que se tome em consideração. Quanto à segunda indagação,
também de ordem terminológica, é tecnicamente mais correto falar em devolução da
questão impugnada (tantum devolutum quantum apelatum) ao juízo ad quem, sendo-lhe
o ‗processo‘ remetido (entregue, em uma acepção mais ampla).
2) No âmbito do direito tributário, como fica o direito de recorrer? É um direito, o duplo grau
de jurisdição?
Resposta:
493
Em se tratando de processo administrativo fiscal, a teor da súmula vinculante 21 do
STF, é inconstitucional, por ofensa à ampla defesa, a exigência de depósito ou arrola-
mento prévios de dinheiro ou bens para a admissibilidade do recurso. No que toca ao
processo judicial de execução fiscal, entretanto, há que se destacar a peculiaridade con-
tida no art. 34 da Lei 6.830/80. Referido dispositivo afirma expressamente que das sen-
tenças de primeira instância proferidas em execuções de valor igual ou inferior a 50
(cinquenta) ORTN somente serão cabíveis, além dos embargos de declaração, os em-
bargos infringentes, sendo que esta espécie recursal deve ser processada e julgada pelo
mesmo juízo que prolatou a decisão impugnada (art. 34, §2º, LEF). Daí a conclusão de
que o duplo grau de jurisdição nos executivos fiscais se limita às causas de valor superi-
or a 50 (cinquenta) ORTN, pois apenas em tais hipóteses será cabível a apelação, recur-
so que devolve à segunda instância o conhecimento da matéria recorrida. Por sua vez, se
a alçada for igual ou inferior a este valor, não há que se falar em duplo grau de jurisdi-
ção.
Resposta:
Resposta:
494
9.9. Direito Processual Penal
Resposta:
495
9.10.1.4. Questões do TRF4
Resposta:
1) Explane sobre os efeitos dos tratados sobre terceiros não signatários. Fale sobre a regra
geral e as exceções.
Resposta:
496
Por modificar situação jurídica, tratado pode repercutir sobre terceiros:
(a) Efeito difuso: situações jurídicas objetivas, que se impõem aos demais Estados. Ex.:
permuta territorial. (b) Efeito aparente: determinado terceiro sofre consequências dire-
tas de um tratado, geralmente bilateral, por tratado anterior que vincule a uma das partes
- cláusula da nação mais favorecida: os Estados A e B celebram um tratado de comér-
cio em que se concedem favores mútuos, prometendo gravar os produtos originários do
outro com uma alíquota privilegiada do imposto de importação, estabelecendo que, se
no futuro, um deles vier a tributar com alíquota ainda mais baixa os produtos de outra
nação qualquer, o co-pactuante de agora terá direito imediato a igual benefício. (c)
Previsão de direitos para terceiros: art. 36 da Convenção de Viena requer o consenti-
mento deste 3º, lembrando que o seu silencio faz presumir aquiescência. (d) Previsão
de obrigações para terceiros: Sistema de Garantia – Impõe-se o consentimento do
pretenso obrigado por expresso e escrito. A qualidade de terceiro-garante é para quem o
tratado cria obrigações, que ele expressamente aceita, preservando a sua perfeita distin-
ção dos Estados-partes. [Resposta retirada do REZEK]
Resposta:
O tratado deve compor, desde quando vigente, a ordem jurídica nacional de cada Esta-
do-parte. O DIP é indiferente ao método eleito pelo Estado para promover a recepção da
norma convencional por seu ordenamento jurídico. No Brasil a publicidade interna é
indispensável para que a norma possa integrar o acervo normativa, de modo que
assim se desenvolve a formação do tratado, do plano internacional para o plano interno:
NEGOCIAÇÃO » CONCLUSÃO » ASSINATURA » APROVAÇÃO DO CN »
DECRETO LEGISLATIVO » DECRETO DO PR = promulga e publica o texto +
executoriedade» RATIFICAÇÃO/ADESÃO. Trata-se de ato complexo, que exige a
aprovação do Congresso Nacional, de acordo com norma expressa da CF, pela expedi-
ção de Decreto Legislativo, somado à expedição de Decreto Presidencial, publicado no
DOU, sendo que este último não encontra respaldo na CF, mas em uma praxe ou cos-
tume nacional, que dá publicidade e vigência à norma. [REZEK]
Resposta:
(1) Vontade comum: Extingue-se um tratado por ab-rogação sempre que a vontade de
terminá-lo é comum às partes por ele obrigadas. (1.a) predeterminação ab-rogatória:
todo tratado com termo cronológico de vigência previsto no texto. Não descaracteri-
zada pela possibilidade de prorrogação da vigência. Eventualmente, a predeterminação
497
ab-rogatória consistem em dizer que o tratado estará extinto quando o número de par-
tes cair abaixo de certo piso, por sucessivas retiradas por denúncia. Fica ab-rogado o
compromisso quando todos os atos de execução previstos tenham sido realizados -
esgotamento operacional. (1.b) Decisão ab-rogatória superveniente: Não existe com-
promisso internacional imune à perspectiva de extinção pela vontade das partes, ainda
que o texto nada disponha. (2) Vontade unilateral: DENÚNCIA, manifesta a vontade do
Estado de deixar de ser parte em determinado tratado. A Convenção de Viena dá como
regra geral o pré-aviso de 12 meses. Se o Estado não for obrigado por esta, vige a regra
expressa no tratado que, se silente, desobriga o Estado tão logo dá notícia formal da
denúncia aos co-pactuantes. Exprime-se por escrito numa notificação, carta ou instru-
mento. Em regra, é retratável. [REZEK]
4) É correto afirmar que o tratado é ratificado pelo congresso nacional? Tecnicamente é corre-
ta essa expressão?
Resposta:
O art. 49, I da CF/88 afirma ser da competência exclusiva do Congresso Nacional ―re-
solver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem
encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional‖. Por sua vez, é encargo do
PR ―celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Con-
gresso Nacional‖. Contudo, trata-se de procedimento complexo, em que a vontade sin-
gular do PR ou do CN são necessárias, mas não suficientes isoladamente. Inclusive, o
Congresso não apenas ratifica o tratado assinado pelo Executivo, mas tem autonomia
para incluir reservas, ou até desabonar as reservas feitas pelo Executivo, possuindo atu-
ação autônoma, e não de mera ratificação. [REZEK]
Resposta:
Citações: [http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/anais/SIC/XII/XII/7/6/4/4.pdf]
Resposta:
Resposta:
―[....] Estado submetido ao direito, aquele Estado cujo poder e atividade estão regula-
dos e controlados pela lei, entendendo-se direito e lei, nesse contexto, como expressão
da vontade geral‖ [...]―Em que pesem pequenas variações semânticas em torno desse
núcleo essencial, entende-se como Estado Democrático de Direito a organização políti-
ca em que o poder emana do povo, que o exerce diretamente ou por meio de repre-
sentantes, escolhidos em eleições livres e periódicas, mediante sufrágio universal e
voto direto e secreto, para o exercício de mandatos periódicos, como proclama, entre
outras, a Constituição brasileira. Mais ainda, já agora no plano das relações concretas
entre o Poder e o indivíduo, considera-se democrático aquele Estado de Direito que
se empenha em assegurar aos seus cidadãos o exercício efetivo não somente dos
direitos civis e políticos, mas também e sobretudo dos direitos econômicos, sociais e
culturais, sem os quais de nada valeria a solene proclamação daqueles direitos.‖
[...] ―A essa luz, o princípio do Estado Democrático de Direito aparece como um super-
conceito, do qual se extraem – por derivação, inferência ou implicação – diversos prin-
cípios, como o da separação dos Poderes, o do pluralismo político, o as isonomia, o da
legalidade e, até mesmo, o princípio da dignidade da pessoal humana, em que pese, com
relação a este último, a opinião de diversos juristas do maior relevo, como Miguel Rea-
le, por exemplo, para quem a pessoa é o valor-fonte dos demais valores, aos quais serve
de fundamento como categoria ontológica pré-constituinte ou supranacional.‖ [Gilmar
Mendes, Curso de Direito Constitucional]
500
O professor Gilmar Mendes entende que é modelo de Estado, que superou os modelos
de estado liberal e o estado social, ―em cujo âmbito seriam atendidas todas as exigên-
cias econômicas, políticas e sociais do homem concreto‖. ―[...] podemos aceitar a con-
cepção de Loncoln de que a democracia, como regime político, é governo do povo,
pelo povo e para o povo. Podemos, assim, admitir que a democracia é um processo de
convivência social em que poder emana do povo, há de ser exercido, direta ou indireta-
mente, pelo provo e em proveito do povo.‖ [Jose Afonso da Silva]
2) O que é liberdade? É possível ser livre com segurança? Este binômio segurança e liberdade,
como isso é possível? Quanto maior liberdade menor a segurança, quanto maior a segurança
maior a liberdade?
Resposta:
501
―Os limites à liberdade do ser humano são necessários, pois ele é capaz de tudo, do ato
mais sublime ao mais bestial. A grande contribuição trazida pelo conceito de Estado de
Direito é que essas limitações só poderão ser realizadas pela lei. Assim, o ser humano
não está sujeito ao poder desmensurado de outro ser, mas ao menos teoricamente, à jus-
ta e adequada orientação da lei. [...] Conforme já analisado, é da própria natureza do
Estado de Direito escolher a lei como garante e protetora da liberdade individual.
A garantia e a proteção da liberdade serão realizadas de diversas formas, dependendo da
especificidade de cada ramo do Direito. [...] Nesse sentido, é atual e valida a concepção
kantiana que lastreia a ideia de Direito, [...]: trata-se da instancia que garante as condi-
ções segundo as quais o arbítrio de um não interfira no dos outros, segundo uma lei
universal de liberdade.‖ [Eduardo Bittar, Curso de Filosofia do Direito] ―O Estado,
monopolizando o poder de coerção, é, de certa forma, em relação ao homem, obs-
táculo às suas liberdades, enquanto o homem, é, por essência, liberdade.‖ (Paulo Dou-
rado de Gusmao, Filosofia do Direito)
Resposta:
Resposta:
502
ambiente, o direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e o direi-
to de comunicação.‖ [Paulo Bonavides, Curso de Direito Constitucional]
5) O que seria uma sociedade plúrima? Isso significa várias sociedades? Unidades na pluralida-
de?
Respostas:
―Embora a Constituição brasileira, assim como tantas outras, utilize a expressão plura-
lismo agregando-lhe o adjetivo político, fato que à primeira vista poderia sugerir tratar-
se de um princípio que se refere apenas a preferências políticas e/ou ideológicas, em
verdade a sua abrangência é muito maior, significando pluralismo na polis, ou seja, um
direito fundamental à diferença em todos os ambitos e expressões de convivência hu-
mana – tanto nas escolhas de natureza política quanto nas de caráter religioso, econômi-
co, social e cultural, entre outras -, um valor fundamental, portanto, cuja essência Arthur
kaufmann logrou traduzir em frase de rara felicidade: não só, mas também. [...] o indi-
víduo é livre para se autodeterminar e levar a sua vida como bem lhe aprouver, imune a
intromissões de terceiros, sejam elas provenientes do Estado, por tendencialmente inva-
sor, ou mesmo de particulares. [...] O mesmo se diga da ideia de tolerância – correlata
ao conceito de pluralismo -, a significar que ninguém pode ser vítima de preconceitos,
de ódio ou de perseguição, pelo simples fato de ser diferente, como tem acontecido no
curso da História, em que pesem os esforços de quantos nos advertem de que o normal é
ser diferente e que os traços característicos de cada individuo não devem ser vistos co-
mo estigmas mas, antes, como expressão da sua metafísica singularidade.‖ [Gilmar
Mendes, Curso de Direito Constitucional]
503
10. Ponto 10
10.1. Direito Constitucional
Resposta:
Resposta:
504
Com isso, há uma tendência de redução das políticas que sejam conduzias por um só
governo, havendo uma interdependência e coordenação das atividades governamentais.
Esta interdependência e coordenação têm como base uma decisão voluntária de todos os
entes da federação, não se fundamentando em uma pressão hierárquica.‖
Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/3249/federalismo-uma-analise-sobre-sua-
tematica-atual#ixzz25p8frhK1
3) Quantos estados compõe a Federação? Como está estruturada esta Federação? Quais são
seus componentes?
Resposta:
Resposta:
505
10.1.1.4. Questões do TRF4
Resposta:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
506
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, den-
tro dos prazos estabelecidos em lei;
c) autonomia municipal;
**Súmula 637 STF: ―Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de tribunal de
justiça que defere pedido de intervenção estadual em município.‖
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios loca-
lizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida
fundada;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
507
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância
de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de
ordem ou de decisão judicial.
Resposta:
Mas a consignação, como observa SACHA CALMON NAVARRO COÊLHO (4), tam-
bém tem relação com a conversão do depósito em renda (art. 156, VI), já que "não é o
ato de consignar que extingue o crédito, mas a conversão do depósito em renda, finda a
ação, na hipótese de ser julgada procedentes (pagamento forçado contra o credor que
resiste à pretensão de adimplir do consignante)"
Resposta:
508
lei regulando a dação em pagamento de bens imóveis, tal como prevê o CTN, mas ja-
mais de bens móveis. A prestação de serviços como forma de extinção do credito tribu-
tário não possui previsão no CTN. ―O STF adotou posição pela taxatividade do rol de
meios de extinção do credito tributário (ADIN 1917), mas em julgamento posterior,
mudou de posição, entendendo possível ao Estado Membro aceitar modos de paga-
mento ainda não previstos, à época, no CTN (ADIMC 2.405). O argumento principal
é no sentido de que quem pode o mais (conceder remissão), pode o menos (aceitar for-
mas alternativas de pagamento).‖ [Paulsen, Leandro](??)
3) Existe prazo para compensação? Qual a natureza jurídica? E para tributo indireto?
Resposta:
―Aplica-se à compensação, o prazo para a repetição de indébito, pois ambas são moda-
lidades de ressarcimento pelo pagamento indevido.‖ [Paulsen, Leandro] Com a introdu-
ção da LC 108-05, o prazo é prescricional de cinco anos contados do pagamento. A
compensação é forma de extinção do crédito tributário, sob condição resolutória, pois
depende da homologação do Fisco, expressa ou tácita. No caso de compensação de tri-
butos indiretos, quando o seu ônus é transferido a terceiros, utiliza-se a mesma regra
para a repetição de tributos, ou seja, de acordo com o art. 166 do CTN, por quem tenha
assumido o encargo do tributo indevido, ou estar expressamente autorizado por aquele a
repetir o montante. Isto é, apenas o contribuinte de fato pode pedir a compensação do
credito tributário. O professor Hugo de Brito Machado leciona o seguinte: ―A nosso ver,
tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo finan-
ceiro são somente aqueles tributos em relação aos quais a própria lei estabeleça dita
transferência. Somente em casos assim aplica-se a regra do art. 166 do Código Tribu-
tário Nacional , pois a natureza a que se reporta tal dispositivo legal só pode ser a na-
tureza jurídica, que é determinada pela lei correspondente, e não por meras circuns-
tancias econômicas que podem estar, ou não, presentes, sem que se disponha de um
critério seguro para saber quando se deu, e quando não se deu, tal transferência.‖
―Em se tratando de ação declaratória, onde se busca o reembolso pela via indireta do
creditamento (auto-lançamento) e não pela via direta do pagamento mediante ação de
repetição de indébito, incide a norma do artigo 166, Código Tributário Nacional, segun-
do a qual, a restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência
do respectivo encargo financeiro, somente será feita a quem prove haver assumido
referido encargo, ou no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expres-
samente autorizado a recebê-lo." (AGA 437657/SP, Rel. Min. Francisco Peçanha
Martins, DJ de 22/09/2003)
Resposta:
510
Resposta:
―Em tendo ocorrido o pagamento indevido a título de determinado tributo e seus acrés-
cimos de correção monetária e, eventualmente, se o pagamento fora feito atrasado, de
juros e multa moratória, o direito à devolução envolve a sua totalidade.‖ ―A restituição
dá-se com correção monetária e juros, seja através de índices específicos seja através de
índice conjunto, que os incorpore, como a SELIC.‖ [Paulsen, Leandro]
Resposta:
Resposta:
O art. 170-A do CTN, incluído pela LC n.º 104-01, veda a compensação de credito tri-
butário discutido em Juízo antes do transito em julgado da respectiva decisão judicial,
vedando a concessão de medidas liminares para tal fim. ―A Súmula 212 do STJ já veda-
va a autorização de compensação por liminar: „A compensação de creditos tributários
não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipató-
ria‟. O novo art. 170-A vai mais adiante, condicionando a compensação ao transito em
julgado da decisão que reconhece a ocorrência dos pagamentos indevidos.‖ [Paulsen,
Leandro]
Resposta:
De acordo com o art. 166 do CTN, a repetição deve ser realizada por quem tenha assu-
mido o encargo do tributo indevido, ou estar expressamente autorizado por aquele a
repetir o montante. Isto é, apenas o contribuinte de fato pode pedir a compensação do
credito tributário. O professor Hugo de Brito Machado leciona o seguinte: ―A nosso ver,
tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo finan-
511
ceiro são somente aqueles tributos em relação aos quais a própria lei estabeleça dita
transferência. Somente em casos assim aplica-se a regra do art. 166 do Código Tribu-
tário Nacional , pois a natureza a que se reporta tal dispositivo legal só pode ser a na-
tureza jurídica, que é determinada pela lei correspondente, e não por meras circuns-
tancias econômicas que podem estar, ou não, presentes, sem que se disponha de um
critério seguro para saber quando se deu, e quando não se deu, tal transferência.‖
―Em se tratando de ação declaratória, onde se busca o reembolso pela via indireta do
creditamento (auto-lançamento) e não pela via direta do pagamento mediante ação de
repetição de indébito, incide a norma do artigo 166, Código Tributário Nacional, segun-
do a qual, a restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência
do respectivo encargo financeiro, somente será feita a quem prove haver assumido
referido encargo, ou no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expres-
samente autorizado a recebê-lo." (AGA 437657/SP, Rel. Min. Francisco Peçanha
Martins, DJ de 22/09/2003)
2) Pode MP requerer repetição de indébito para tributos? Existe alguma decisão neste senti-
do?
Resposta:
Lei n.º 7.347-85. Art. 1º. Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para vei-
cular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Ga-
rantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos
beneficiários podem ser individualmente determinados. (Incluído pela Medida provisó-
ria nº 2.180-35, de 2001) Inclusive, esta disposição legal veio aplicar entendimento já
fixado pelo Supremo, vide:
3) Cabe MS?
Resposta:
512
―O mandado de segurança é via hábil para pleitear a declaração do direito à restituição
ou compensação das importâncias indevidamente pagas a maior.‖ Inteligência da Sumu-
la n.º 213-STJ‖ (STJ, RESP 353.002-SP) Sumula 213 STJ: ―O mandado de segurança
constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária.‖ O MS
apenas é via inadequada para obter a repetição, nos próprios autos, de acordo com a
remansosa jurisprudência do STF de que ele não é substituto de ação de cobrança.
Resposta:
Sim. Este funcionário pode sofrer as formas de responsabilização cabíveis, quais sejam,
civis, administrativas e criminais. No que tange à responsabilidade civil, esta subjetiva,
tendo atuado por dolo, deve o funcionário responder por quaisquer danos que a sua atu-
ação tenha causado à Administração, seja de forma direta ou regressiva. No que tange à
sua responsabilidade administrativa, é de se ver que o mesmo deve ser punido, tendo
em vista que a sua atuação deveres funcionais e vai de encontro a proibições previstas
no Estatuto dos Servidores (―Art. 116. São deveres do servidor: I – exercer com zelo e
dedicação as atribuições do cargo; II – ser leal às instituições a que servir; III – observar
as normas legais e regulamentares; [...] Art. 117. Ao servidor é proibido: IX – valer-se
do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da fun-
ção pública; XV – proceder de forma desidiosa). Na seara criminal, o funcionário pode
vir a responder pelo delito de falsidade ideológica, pois a certidão se trata de documento
público, no qual inseriu dolosamente informação errada contra a Administração Pública
– diversa da que devia ser escrita, com o fim de alterar a verdade sobre fato juridica-
mente relevante (art. 299 do CP).
Resposta:
513
―A Lei n.º 8.112-90 dispõe a respeito: ―O servidor responde civil, penal e administrati-
vamente pelo exercício irregular de suas atribuições‖ (art. 121). [...] A responsabilidade
se origina de uma conduta ilícita ou da ocorrência de determinada situação fática previs-
ta em lei e se caracteriza pela natureza do campo jurídico em que se consuma. Desse
modo, a responsabilidade pode ser civil, penal e administrativa. Cada responsabilidade
é, em princípio, independente da outra.‖ [Carvalho Filho] Prossegue o professor, le-
cionando que ―a mesma situação fática é idônea a criar, concomitantemente, as respon-
sabilidades civil, penal e administrativa. [...] foi exatamente esse o motivo pelo qual o
estatuto funcional federal dispôs que ‗as sanções civis, penais e administrativas poderão
cumular-se, sendo independentes ente si‘‖. Todavia, deve se ressaltar que as conclusões
em cada instancia são independentes e não se comunicam. As exceções se configuram
nas seguintes: 1) decisão penal pode ter repercussão na esfera civil, quando o ilícito
também se caracterizar como civil e causar prejuízo patrimonial ao Estado; dentro do
ilícito civil, impende ressaltar que a ação de improbidade administrativa pode ter por
pena a perda do cargo. 2) condenação penal por crime funcional vincula a Adminis-
tração, que tem que considerar a conduta como ilícito administrativo. Inclusive, a con-
denação criminal pode causar a perda do cargo público, quando aplicada pena privativa
de liberdade igual ou superior a um ano. 3) decisão penal ABSOLUTÓRIA vincula a
Administração em duas situações: (a) declarar a inexistência do fato atribuído ao servi-
dor; (b) excluir expressamente a sua condição de autor. Em tais casos, se a punição já
tiver sido aplicada, deve ser anulada pela decisão criminal.
2) Apresente uma hipótese na qual ocorra ofensa à norma civil, administrativa e penal.
Resposta:
Exemplo que pode ser apresentado é o delito de peculato (―Art. 312. Apropriar-se o
funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particu-
lar, de que tenha a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alhei-
o‖). Neste caso, ocorre ofensa à normal, penal, bem como à administrativa (―Art. 116.
São deveres do servidor: I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; II –
ser leal às instituições a que servir; III – observar as normas legais e regulamentares;
[...] Art. 117. Ao servidor é proibido: II – retirar, sem previa anuência da autoridade
competente, qualquer documento ou objeto da Administração; IX – valer-se do cargo
para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função públi-
ca; XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades
particulares). Ainda, ocorrendo prejuízo patrimonial para a Administração, pode ser o
servidor responsabilizado civilmente, com a reparação do dano causado. Aliás, verifica-
se a possibilidade de tal aplicação concomitante nos delitos funcionais materiais, em
que o servidor tenha atuado com dolo ou culpa. Todavia, em regra, deve se averiguar a
responsabilidade do servidor de forma individualizada em cada esfera.
514
3) Diferenças entre o ilícito administrativo, ilícito civil e penal? Dê exemplo de uma hipótese,
se possível, de um ato que atinja as três esferas, se possível. Se não for possível, por quê?
Resposta:
Ilícito Civil: ―imputação, ao servidor público, da obrigação de reparar o dano que tenha
causado à Administração ou a terceiro, em decorrência de conduta de conduta culposa
ou dolosa, de caráter comissivo ou omissivo. Trata-se de, como se pode observar, de
responsabilidade subjetiva ou com culpa.‖ [Carvalho]
Ilícito Penal: ―decorre de conduta que a lei penal tenha como infração penal.‖ [Carva-
lho]
**Exemplo: Resposta 2.
Resposta:
515
Resposta:
O art. 164 da Lei n.º 8.112-90 afirma que, no inquérito disciplinar, ―Considerar-se-á
revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa no prazo legal. § 1o A
revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a de-
fesa.‖ ―§ 2o Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo de-
signará um servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo
superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indici-
ado.‖ (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) A lei não trata acerca da equivalên-
cia de defesa ineficiente com revelia no processo administrativo disciplinar, além de o
STF já ter sumulado de forma vinculante que não há necessidade de defesa técnica no
caso do processo disciplinar. A Adminsitração deve garantir o devido processo legal,
com ampla defesa e contraditório, ainda que a defesa seja ineficiente, efetivando o direi-
to à informação e manifestação da parte acerca dos fatos e provas expostos no feito,
com a devida e minuciosa apreciação dos fatos e dos argumentos. [não achei nada mais
específico]
Resposta:
O artigo 150 da Lei n.º 8.112-90 dispõe que é ― assegurado o sigilo necessário à
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da Administração‖, ainda ditando no p.
único que ―as reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.‖ Logo, é
aplicável o sigilo nos processos administrativos disciplinares, quando assim for necessá-
rio, para resguardar a própria averiguação ou imagem da Administração ou, ainda, a
privacidade do processado, considerando tal direito expresso na CF. No processo admi-
nistrativo em geral, a regra é a publicidade, pois este princípio encontra-se expresso no
art. 37 da CF-88.
Resposta:
Resposta:
―De acordo com o artigo 133 da Lei 8.112/90, detectada a qualquer tempo a acumula-
ção ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere o art.
143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção
no prazo improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omis-
são, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, cujo
processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por
dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da
transgressão objeto da apuração;
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;
III – julgamento.
O artigo 140 da Lei 8.112/90 prevê que a apuração de abandono de cargo ou inassidui-
dade habitual também será adotado o procedimento sumário.‖
http://www.cgu.gov.br/AreaCorreicao/PerguntasFrequentes/Procedimentos_Disc.asp#5
Resposta:
517
10) Defesa contraditória no P.A.D. caracteriza revelia?
Resposta:
O art. 164 da Lei n.º 8.112-90 afirma que, no inquérito disciplinar, ―Considerar-se-á
revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa no prazo legal. § 1o A
revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a de-
fesa.‖ ―§ 2o Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo de-
signará um servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo
superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indici-
ado.‖ (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) A lei não trata acerca da equivalên-
cia de defesa ineficiente ou contraditória como revelia no processo administrativo disci-
plinar, além de o STF já ter sumulado de forma vinculante que não há necessidade de
defesa técnica no caso do processo disciplinar. A Administração deve garantir o devido
processo legal, com ampla defesa e contraditório, ainda que a defesa seja ineficiente ou
contraditória, efetivando o direito à informação e manifestação da parte acerca dos fa-
tos, produzindo as provas necessárias aos esclarecimentos requeridos no feito, com a
devida e minuciosa apreciação dos fatos e dos argumentos, ainda que contraditórios.
[não achei nada mais específico]
Resposta:
518
10.3.1.5. Questões do TRF5
Resposta:
Art. 83. A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes contra a ordem tri-
butária previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e aos crimes contra a Pre-
vidência Social, previstos nos arts. 168-A e 337-A do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), será encaminhada ao Ministério Público depois de proferida a decisão final, na
esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário corresponden-
te. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010)
Vide a jurisprudência:
Resposta:
Art. 83. A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes contra a ordem tri-
butária previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e aos crimes contra a Pre-
vidência Social, previstos nos arts. 168-A e 337-A do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), será encaminhada ao Ministério Público depois de proferida a decisão final, na
520
esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário corresponden-
te. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010)
3) Crime contra a Ordem Tributária. Sonegação de IR. É crime continuado? Qual a posição do
STF?
Resposta:
Nos crimes de sonegação fiscal, ―Admite-se e até é bastante comum o crime continua-
do, relativizando-se o critério de trinta dias como prazo máximo para o reconhecimen-
to da conexão temporal, tendo em vista que o delito usualmente é cometido com inter-
valo de tempo mensal, já que a maioria dos tributos são recolhidos a cada mês (TRF4,
AC 20000401127498-0-RS, Penteado, 8ª T., u., 5.5.04). O intervalo considerado ra-
zoável na criminalidade tradicional para descaracterizar a continuidade delitiva é
de trinta dias.‖ [BALTAZAR JUNIOR]
HC N. 107.636-RS
521
10.4.1.3. Questões do TRF3
Resposta:
―Cuida-se de modalidade específica de crime contra a ordem tributária, tendo por objeto
tributos externos (TRF4, AC 20027101006847-9-RS, Nefi Cordeiro, 7ª T., u., 27.2.07).‖
[Baltazar Junior] O bem jurídico protegido é a ordem tributária, o interesse fiscal da
Administração, configurando uma infração penal tributária aduaneira.
2) Segundo o art. 1° da Lei 8137 constitui crime contra ordem tributária “suprimir ou reduzir
tributo, contribuição social ou qualquer acessório mediante as seguintes condutas: omitir ou
prestar declaração falsa às autoridades fazendárias, fraudar a fiscalização tributária inserindo
elementos inexatos, omitindo operação de qq natureza...” daí, lendo o art. 2° “fazer declara-
ção falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos ou empregar outra fraude para e-
ximir-se do pagamento de tributo...” a pena aqui, no entanto é de detenção de seis meses a
dois anos e multa. Poderia fazer a distinção entre os dois tipos penais?
Resposta:
―A diferenciação mais aceita é no sentido de que o art. 1º é um crime material por exigir
a efetiva supressão ou redução do tributo, contribuição ou qualquer acessório para sua
consumação. Já no art. 2º inexiste essa referencia no caput, estando mencionada a su-
pressão ou redução do tributo no próprio inciso I, antecedido da preposição para. Ora,
sempre que o tipo for construído com expressões tais como para, com o fim de, a fim
de, etc, a elementar que se seguir constitui elemento subjetivo do tipo. Basta que o a-
gente tenha aquela finalidade, ou seja, não é preciso que o que esta descrito depois da
preposição efetivamente se concretize para consumar o delito. Desse modo, se o contri-
buinte é autuado pela fiscalização tributária após ter cometido a falsidade tendente a
reduzir o valor do tributo, estará consumado o delito do art. 2º, I, ainda que não tenha
vencido o prazo para o recolhimento (Seixas Filho: 426). Daí resulta que o inciso I do
art. 2º é a forma tentada do at. 1º. Assim, em vez de utilizar o art. 14 do CP, para fazer a
adequação típica da tentativa, utiliza-se o inciso I do art. 2º, I.‖ [Baltazar Júnior]
Resposta:
É crime formal, que não exige para a sua consumação a produção de qualquer resultado
naturalístico, bastando apenas a conduta omissiva de não repassar à previdência social
as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legais. Também não
exige o dolo específico (animus rem sibi habendi) para a sua configuração. Para que as
dificuldades financeiras da empresa possam ser consideradas (com o fim de reconheci-
mento de causa supralegal excludente de culpabilidade, por inexigibilidade de conduta
523
diversa, ou tipicidade, por estado de necessidade, em analogia in bonam partem, excep-
cionalmente admitida no Juízo penal em crimes de apropriação indébita previdenciária),
é indispensável que estejam cabalmente comprovadas nos autos, através de prova ine-
quívoca de sua ocorrência, mediante perícia e/ou documentos contundentes. A suspen-
são da pretensão punitiva estatal e da prescrição encontra-se expressamente prevista no
art. 68 da Lei 11.941/2009, havendo, inclusive, a previsão de extinção da punibilidade
do referido delito, na hipótese de pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e
contribuições sociais, inclusive acessórios, que tiverem sido objeto de concessão de
parcelamento (Lei 11.941/2009, art. 69).
Resposta:
Sim, é possível, de acordo com o disposto no §3º do art. 168-A, que possibilita que o
juiz opte pelo perdão judicial ou pela aplicação somente da pena de multa se o agente
for primário e de bons antecedentes, desde que tenha promovido, após o início da ação
fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenci-
ária, inclusive acessórios; ou o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios,
seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente,
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
Resposta:
Quando se trata de regimes previdenciários diversos, é possível ter mais de uma aposen-
tadoria, desde que o segurado tenha contribuído para os dois regimes. Cumpre destacar
que a percepção de mais de uma aposentadoria no Regime Próprio dos Servidores Pú-
blicos só é possível em caso de acumulação permitida de cargos.
524
Resposta:
2) Fale sobre as emendas constitucionais 20; 21 (não trata de previdência); 41; 47 e 70; princi-
pais modificações no direito previdenciário.
Resposta:
A Emenda Constitucional nº. 20, de 1998 imprimiu o caráter previdenciário aos bene-
fícios a serem concedidos ao servidor e seus dependentes. Na nova redação do caput do
artigo 40, foram estabelecidos, além dos requisitos de concessão dos benefícios aos be-
neficiários, os critérios básicos de estruturação e funcionamento do regime próprio para
os servidores da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, consubstanciados no
caráter contributivo e no equilíbrio financeiro e atuarial.
525
de efetivo exercício nas funções de magistério na educação infantil e no ensino funda-
mental e médio.
Dispôs que a lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribui-
ção fictício.
A Emenda nº. 20, de 1998, previu, ainda, a possibilidade de limitação dos benefícios
dos regimes próprios ao valor do teto dos benefícios pagos pelo RGPS, condicionada à
criação de regime de previdência complementar, cujas normas gerais de funciona-
mento deveriam ser ditadas por Lei Complementar a que se submeteriam todos os entes
da federação. Ademais, foi introduzida a primeira ligação dos RPPS com o RGPS, com
previsão, no art. 40, § 12, da aplicação subsidiária das regras do RGPS.
526
A EC 41/03 revogou a regra transitória da EC nº 20/98 que ainda previa a aposentado-
ria por tempo de contribuição proporcional para os servidores, mediante cumprimento
de maios tempo de contribuição e limite mínimo de idade. Este benefício proporcional
somente permaneceu no PGPS, para aqueles que já eram segurados antes da EC
20/1998,
Houve previsão de redutor no valor das pensões, no percentual de 30% (trinta por cento)
sobre o valor da remuneração do servidor ativo falecido ou do provento do inativo, apli-
cado sobre a parcela recebida em montante superior ao teto dos benefícios do RGPS.
Além disso, foi instituída outra regra de transição. No art. 3º da Emenda nº. 47/2005, a
Emenda nº. 47/2005 estabeleceu mais uma hipótese de concessão de aposentadoria ao
servidor que houver ingressado no serviço público até a data de publicação da Emenda
nº. 20/1998. Nessa hipótese, a aposentadoria desse servidor seria concedida com pro-
ventos integrais, correspondentes à sua última remuneração no cargo efetivo, garantin-
do-se a revisão dos proventos pela paridade com a remuneração dos ativos e com idades
inferiores àquelas definidas no art. 40 da Constituição, para o servidor que possuir tem-
po de contribuição superior ao mínimo definido nesse artigo. Essa hipótese de aposen-
527
tadoria assegura a paridade, também, à pensão decorrente do falecimento do servidor
inativo, cujos proventos foram concedidos de acordo com suas regras.
A EC 70/2012 acrescentou art. 6º-A à Emenda Constitucional nº 41, de 2003, para es-
tabelecer critérios para o cálculo e a correção dos proventos da aposentadoria por inva-
lidez dos servidores públicos que ingressaram no serviço público até a data da publica-
ção daquela Emenda Constitucional. O mencionado artigo estabelece, in verbis:
"Art. 6º-A. O servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público até a
data de publicação desta Emenda Constitucional e que tenha se aposentado ou venha a
se aposentar por invalidez permanente, com fundamento no inciso I do § 1º do art. 40 da
Constituição Federal, tem direito a proventos de aposentadoria calculados com base na
remuneração do cargo efetivo em que se der a aposentadoria, na forma da lei, não sendo
aplicáveis as disposições constantes dos §§ 3º, 8º e 17 do art. 40 da Constituição Fede-
ral.
3) Nova Lei do fundo de previdência do servidor. Fale a respeito dos fundos instituídos pela
nova lei.
Resposta:
528
II - a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder
Legislativo (Funpresp-Leg), para os servidores públicos titulares de cargo efetivo do
Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União e para os membros deste Tribunal,
por meio de ato conjunto dos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Fede-
ral; e
§ 2o Por ato conjunto das autoridades competentes para a criação das fundações pre-
vistas nos incisos I a III, poderá ser criada fundação que contemple os servidores públi-
cos de 2 (dois) ou dos 3 (três) Poderes.
Resposta:
529
quando o texto constitucional não vedava a acumulação de cargos com proventos
de aposentadoria. (AC 200102010444889, Desembargador Federal FERNANDO
MARQUES, TRF2 - QUINTA TURMA ESPECIALIZADA, DJU - Data::10/09/2009 -
Página::109.)
10.6.1. Da Posse
Resposta:
O art. 1238 é referente à usucapião extraordinária. Pode-se inferir que o dispositivo dis-
pensa a necessidade de provar a boa-fé ou o justo título, havendo uma presunção abso-
luta ou iure et iure da presença desses elementos. O único requisito para usucapião nes-
ta hipóteses é a presença de posse que apresente os requisitos exigidos em lei (posse
mansa e pacífica, ininterrupta, com animus domini e sem oposição por 15 anos, sendo
reduzido este prazo a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua mo-
radia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
2) art. 1242 do CC – o que significa esta expressão justo título? Usucapião ordinária.
Resposta:
De acordo com o Enunciado 86 CJF/STJ, expressão ―justo título‖ contida nos arts.
1.242 e 1.260 do Código Civil abrange todo e qualquer ato jurídico hábil, em tese, a
transferir a propriedade, independentemente de registro. Destarte, deve ser considerado
justo título para usucapião ordinária o instrumento particular de compromisso de com-
pra e venda, independentemente do seu registro ou não no Cartório de Registro de Imó-
veis.
530
3) Segundo Miguel Reale o CC significa a constituição do cidadão, sempre há uma norma civil
falando a respeito de nossa vida. No caso de uma árvore que faz divisa entre uma propriedade
e outra, os frutos que caem para o lado do vizinho, de quem são estes frutos? E se uma galinha
capote vai para o terreno do vizinho, e lá faz um ninho o bota ovos, estes ovos, são de quem?
Resposta:
De acordo com o art. 1.284 do Código Civil, os frutos caídos de árvore do terreno vizi-
nho pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular. Tra-
ta-se de uma exceção à regra pela qual o acessório segue o principal (gravitação jurídi-
ca). Por se tratar de exceção, sua interpretação deve ser restritiva, razão pela qual en-
tendo que, tratando-se de galinha que bota ovos no terreno do vizinho, estes ovos de-
vem ser restituídos ao dono da galinha, indenizados eventuais prejuízos ocasionados ao
vizinho, aplicando-se, assim, o princípio da gravitação jurídica (não encontrei resposta
na doutrina).
Resposta:
Não é possível exercer posse sobre os bens públicos. Os particulares que os ocupam
exercem sobre eles a mera detenção (que é a posse impedida de produzir seus efeitos,
por força de lei, ou "a posse degradada por força de lei").
Na linha deste texto, parece-me que seria mais apropriado falar em justaposição em re-
lação aos bens públicos, uma vez que o particular não conserva a posse em cumprimen-
to de ordens ou instruções da Administração, mas mantem-se no bem público por uma
concessão ou tolerância do Poder Público. Ressalto, porém, que a doutrina e jurispru-
531
dência que eu encontrei (inclusive do TRF2) sempre faz referência à detenção de bens
públicos.
Resposta:
A ocupação irregular de bem público não caracteriza posse, ou, em outras palavras, é
uma posse degradada legalmente, mera detenção. (AC 200751100072852, Desembargador
Federal GUILHERME COUTO, TRF2 - SEXTA TURMA ESPECIALIZADA, E-DJF2R - Da-
ta::31/01/2012 - Página::185.)
3) Bem público, mas sem finalidade pública, particular ajuíza ação de manutenção na posse, é
possível o deferimento?
Resposta:
A ocupação irregular de bem público não caracteriza posse, ou, em outras palavras, é
uma posse degradada legalmente, mera detenção, que não gera efeitos possessórios (cf.
artigos 99, 100 e 1223 do Novo Código Civil). Havendo detenção, não há a turbação,
pois o particular não é possuidor, mas, sim, detentor, e à detenção não se aplicam os
efeitos possessórios. Ocupação irregular de bem público não enseja posse. Não há direi-
to de retenção ou de indenização pelas acessões realizadas, direitos esses que decorreri-
am da posse. (AC 200051030003839, Desembargador Federal LUIZ PAULO S. ARAUJO FI-
LHO, TRF2 - QUINTA TURMA ESPECIALIZADA, E-DJF2R - Data::16/09/2010 - Página::250.)
Na mesma linha, o TRF1 já decidiu que ―Ocupante irregular de parcela de imóvel des-
tinado à reforma agrária não tem direito à convalidação da posse‖ (AG 0054966-
59.2011.4.01.0000 / MG, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL TOURINHO NETO,
TERCEIRA TURMA, e-DJF1 p.075 de 09/03/2012). Reconheceu, porém, que ―Embora
não se possa admitir, em linha de princípio, o direito à proteção possessória de bem pú-
blico em prol de particular , é imperioso salientar que a tolerância estatal e o longo
transcurso de tempo, diante da ausência de má-fé, confere certas prerrogativas aos
administrados, dentre elas, o direito à indenização por benfeitorias‖, hipótese em que
decidiu ―Irrelevante, por outro lado, para fins de estipulação judicial de indenização, a
natureza das benfeitorias levadas a efeito pelo apelado‖. (AC 0001512-
90.1999.4.01.3200 / AM, Rel. JUIZ FEDERAL MÁRCIO BARBOSA MAIA, 4ª
TURMA SUPLEMENTAR, e-DJF1 p.132 de 30/11/2011) (grifamos)
532
Resposta:
Resposta:
De acordo com o art. 1.198, CC, ―considera-se detentor aquele que, achando-se em rela-
ção de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento
de ordens ou instruções suas‖. Assim, o detentor ou fâmulo de posse ou gestor da posse
ou detentor dependente ou servidor da posse tem a coisa apenas em virtude de uma situ-
ação de dependência econômica ou de um vínculo de subordinação (ato de mera custó-
dia). O detentor não exerce sobre o bem uma posse própria, mas uma posse em nome de
outrem. De acordo com o Enunciado CJF 493, O detentor (art. 1.198 do Código Civil)
pode, no interesse do possuidor, exercer a autodefesa do bem sob seu poder.
Resposta:
Sim, mas o possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e
úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando
o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das
benfeitorias necessárias e úteis, nos termos do que preceitua o art. 1219, do Código Ci-
vil. Vale destacar que, nos termos do Enunciado 81 CJF/STJ, ―o direito de retenção
previsto no art. 1.219 do CC, decorrente da realização de benfeitorias necessárias e
úteis, também se aplica às acessões (construções e plantações) nas mesmas circunstân-
cias”.
Resposta:
533
De acordo com art. 1214, CC, o possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos
frutos percebidos. O parágrafo único do referido artigo dispõe que os frutos pendentes
ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas
da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipa-
ção. Ressalte-se que, de acordo com a doutrina, esta regra não se aplica aos produtos, os
quais deverão ser restituídos, mesmo quanto ao possuidor de boa-fé ou sendo impossí-
vel a restituição, o possuidor deverá indenizar a outra parte por perdas e danos. Esta
diferenciação justifica-se pelo fato de os produtos, quando retirados, desfalcarem a
substância do principal.
Resposta:
2) A EC 40 trouxe alterações para o que originariamente seria o art. 192. O que de fato mudou
e quais seriam as consequências?
Resposta:
535
10.8.1.2. Questões do TRF2
1) Quais os requisitos para admissão do Recurso Especial?
Resposta:
2) CPC de 1973 tentou eliminar o recurso de embargos infringentes. Qual a principal alteração
dos Embargos Infringentes?
Resposta:
3) Recuso repetitivo cria algum tipo de ruptura na independência funcional do juiz de 1ª. ins-
tância?
Resposta:
Entendo que não. Inicialmente, cumpre destacar que não há disposição legal que vincule
o juiz de primeira instância à decisão relativa ao recurso repetitivo. Entretanto, deve-se
observar que a jurisprudência é considerada, pela doutrina mais moderna, fonte de direi-
to. Destarte, entendo que seria pertinente que o juiz de primeira instância considerasse a
posição firmada pelo Superior Tribunal de Justiça quando do julgamento dos recursos
repetitivos. Ainda assim, não haveria ruptura na independência funcional, uma vez que
o juiz poderia utilizar as técnicas do distinguishing ou do overruling para fundamentar a
não aplicação de um precedente firmado no âmbito do STJ ao caso concreto que está
sob a análise do magistrado.
Resposta:
Já respondida na questão 2.
Resposta:
Já respondida na questão 1.
Resposta:
537
reexame de prova; e) repercussão geral: e.1) transcendência- a questão constitucional
ultrapassa os interesses subjetivos da parte; e.2) relevância- a questão constitucional é
relevante do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico. Será cabível quando
a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitu-
cionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contes-
tado em face desta Constituição; d) julgar válida lei local contestada em face de lei fede-
ral. No que tange aos requisitos formais, deverá ser observado o disposto no art. 541,
CPC, bem como deverá ser apresentada preliminar de repercussão geral, conforme o §2º
do art. 543-A.
7) Qual a relação dos embargos infringentes do CPC e o disposto na Lei no. 6830/80?
Resposta:
Resposta:
Trata-se de recurso, de acordo com a previsão do inciso VIII do art. 496 do CPC. São
cabíveis apenas no âmbito do STJ e do STF, contra acórdão de Turma que divirja de
julgado da outra Turma ou do Pleno, não, porém, contra acórdão do Plenário. Sua fina-
lidade é propiciar a uniformização da jurisprudência interna do tribunal quanto a inter-
pretação do direito em tese
Resposta:
538
hipótese de recurso repetitivo, mas também em hipóteses como a súmula vinculante, a
objetivação do controle difuso de constitucionalidade, entre outros), a doutrina tem ad-
mitido que a jurisprudência é fonte de direito. De acordo com Fredie Didier, ―não bas-
tassem as hipóteses em que inegavelmente os precedentes têm força vinculante e obriga-
tória, aproximando-se dos binding precedents do direito anglo-saxônico, a atividade
criativa do Direito se mostra cada vez mais criativa‖. Ressalta o autor que ―há aí uma
verdadeira técnica de criação do Direito, o que garante à jurisprudência a condição de
fonte do Direito”.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Cabe ao juiz oportunizar a realização do interrogatório ao réu presente, sob pena de nu-
lidade (absoluta). Todavia, se devidamente convocado, voluntariamente não compare-
cer, a ausência deve ser considerada como expressão do direito de defesa, não ocasio-
nando nulidade.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
541
10.9.1.5. Questões do TRF5
Resposta:
542
2) Quais os tipos de vistos que se concede ao estrangeiro?
Resposta:
O visto de trânsito poderá ser concedido ao estrangeiro que, para atingir o país de desti-
no, tenha de entrar em território nacional. É válido para uma estada de até 10 (dez) dias
improrrogáveis e uma só entrada. Não será exigido do estrangeiro em viagem contínua,
que só se interrompa para as escalas obrigatórias do meio de transporte utilizado.
O visto de turista poderá ser concedido ao estrangeiro que venha ao Brasil em caráter
recreativo ou de visita, assim considerado aquele que não tenha finalidade imigratória,
nem intuito de exercício de atividade remunerada. Poderá ser dispensado ao turista na-
cional de país que dispense ao brasileiro idêntico tratamento.
O visto temporário poderá ser concedido ao estrangeiro que pretenda vir ao Brasil em
viagem cultural ou em missão de estudos; em viagem de negócios; na condição de artis-
ta ou desportista; na condição de estudante; na condição de cientista, professor, técnico
ou profissional de outra categoria, sob regime de contrato ou a serviço do Governo bra-
sileiro; na condição de correspondente de jornal, revista, rádio, televisão ou agência
noticiosa estrangeira; na condição de ministro de confissão religiosa ou membro de ins-
tituto de vida consagrada e de congregação ou ordem religiosa.
O visto permanente poderá ser concedido ao estrangeiro que pretenda se fixar definiti-
vamente no Brasil.
Resposta:
543
sas feitas pelo Tesouro Nacional com sua deportação e/ou pago multas devidas pelas
irregularidades cometidas.
A expulsão é o ato pelo qual o Estado retira do território nacional o estrangeiro que de
alguma maneira ofendeu e violou as regras de conduta ou as leis locais, praticando atos
contrários à segurança e à tranquilidade do país, ainda que este tenha ingressado de
forma regular. Em caso de expulsão, há impedimento legal de retorno do estrangeiro ao
Brasil, configurando o delito previsto no art. 338 do Código Penal.
Resposta:
Não, a concessão de visto é ato discricionário das autoridades do Estado para onde pre-
tende se dirigir o estrangeiro, observados também os requisitos legais estabelecidos em
sua legislação interna e/ou nos tratados concernentes, bem como o interesse público.
Nesse sentido, preceitua o art. 3º do Estatuto do Estrangeiro: A concessão do visto, a
sua prorrogação ou transformação ficarão sempre condicionadas aos interesses nacio-
nais.
Resposta:
6) Quando se dá a Extradição?
Resposta:
544
Extradição é o ato pelo qual um Estado entrega a outro Estado um indivíduo acusado de
ter violado as leis penais deste outro ente estatal, ou que tenha sido condenado por des-
cumpri-las, para que neste seja submetido a julgamento ou cumpra a pena que lhe foi
aplicada, respondendo, assim, pelo ilícito que praticou. O ato ilícito que fundamenta o
pedido de extradição deve ter sido cometido no território desse ente estatal ou, quando
praticado fora do território desse ente estatal, deve ser um ato ao qual se apliquem as
leis penais do Estado que requer a medida extradicional. É inviável o exame do pedido
extradicional a falta de tratado ou de promessa de reciprocidade. Deve apoiar-se no
princípio da identidade (ou dupla tipicidade), segundo o qual o ato delituoso em que se
baseia o pedido extraditório deve ser considerado ilícito no Estado solicitante e no ente
estatal solicitado. Implica também a necessidade de que o tipo de pena relativa ao delito
exista tanto no Estado solicitante quanto no solicitado. Caso não haja identidade de pe-
na, a extradição só será concedida caso o Estado solicitante comprometa-se a comutá-la.
A extradição obedece também ao princípio da especialidade, pelo qual não será conce-
dida senão para que o extraditando seja processado ou julgado pelos fatos constantes no
pleito extraditório.
Resposta:
Cesare Battisti foi preso em 18 de março de 2007 pela Polícia Federal no Rio de Janeiro
e levado ao cárcere no Distrito Federal. Logo em seguida foi solicitada a extradição pelo
governo italiano via embaixada diplomática. Battisti não havia formulado pedido de
refúgio até ser preso e só o fez com o processo de extradição no STF já em curso. Tal
pedido foi negado pelo órgão administrativo do Governo Federal responsável por sua
análise, o Comitê Nacional para Refugiados (CONARE), mas, em 13/01/2009, o Minis-
tro da Justiça Tarso Genro, em recurso, reformou a decisão do CONARE para reconhe-
cer a condição de refugiado ao italiano. Ou seja, no curso do processo de extradição no
STF, o Ministro da Justiça concedeu, em contraste ao parecer contrário do CONARE,
ao extraditando a condição de refugiado político. Em função disso, a Corte Suprema
teve que decidir, antes de adentrar ao mérito da extradição, a validade do ato do Minis-
tro. Prevaleceu o voto do Min. Cezar Peluso, relator, que, após reconhecer a ilegalidade
do ato de concessão de refúgio ao extraditando, entendeu que os crimes a ele atribuídos
teriam natureza comum, e não política, os quais não estariam prescritos, considerando
atendidos os demais requisitos previstos na Lei 6.815/80 e no tratado de extradição fir-
mado entre o Brasil e a Itália. Concedida a autorização para extradição pelo STF, o Pre-
sidente da República negou a extradição. No julgamento de reclamação proposta pela
Itália, o STF decidiu que a decisão do Presidente que entrega ou não entrega é um ato de
soberania, insuscetível de controle judicial.
545
10.11.1.2. Questões do TRF2
1) Qualquer estrangeiro que queira entrar no Brasil, exige-se visto?
Resposta:
Não. O visto pode ser dispensado para nacionais de determinados Estados e em certos
tipos de viagem. A dispensa é comum em viagens de turismo ou dentro de regiões onde
há de livre circulação de trabalhadores e normalmente é prevista em tratados ou a partir
de atos unilaterais do Estado. Nacionais dos Estados do Mercosul e do Chile podem
empreender, dentro do bloco, viagens de turismo entre os respectivos territórios com a
mera apresentação do RG (no caso do Brasil) ou DNI (Documento Nacional de Identi-
dad), para os nacionais dos outros Estados. O art. 10 do Estatuto do Estrangeiro estabe-
lece poderá ser dispensada a exigência de visto de turista ao turista nacional de país que
dispense ao brasileiro idêntico tratamento. Esta reciprocidade será estabelecida median-
te acordo internacional.
Resposta:
3) Pessoa que está sem documento, de forma irregular, como sai do país?
Resposta:
O ordenamento jurídico brasileiro dispõe de três institutos que cuidam da saída compul-
sória do estrangeiro, a saber, a deportação, expulsão e deportação.
546
cuja conduta é valorada negativamente pelo ordenamento nacional; a extradição é utili-
zada diante de prática de ilícito penal perpetrado fora do Brasil.
Com a síntese desses institutos, vê-se que a pessoa sem documento, encontrando-se,
portanto, em situação irregular no país, dever ser deportada.
Resposta:
Quanto aos efeitos, a deportação possui efeitos imediatos (automáticos), bastando, para
tanto, que se verifique a causa que a legitimou (entrada ou estada irregular). Cuida-se de
exclusão por iniciativa das autoridades locais (Departamento de Polícia Federal), sem
envolvimento da cúpula do governo. O deportado pode retornar ao país desde o momen-
to em que se tenha provido de documentação regular para o ingresso.
A extradição, ao contrário, não possui efeitos imediatos, na medida em que sua decreta-
ção depende de ato formal a ser editado pelo Presidente da República (decreto), com
base na conveniência e oportunidade, a teor do art. 66, do Estatuto do estrangeiro. Umas
de suas consequências é a impossibilidade de retorno do expulso ao país, salvo edição
de documento futuro que revogue o ato de expulsão.
Resposta:
Nesses termos, o art. 76, do Estatuto do Estrangeiro, estabelece que a extradição poderá
ser concedida quando o governo requerente se fundamentar em tratado, ou prometer
reciprocidade, através da qual o Estado requerente se obriga a acolher, de acordo com o
seu direito interno, idêntico pedido de extradição formulado pelo Estado requerido.
547
6) Se o extraditando alega que o crime é político. Quem resolve isso? Quem tem a última pala-
vra?
Resposta:
Uma vez invocado este proibitivo legal, cabe ao Supremo Tribunal Federal apreciar, de
forma definitiva, se o crime imputado ao estrangeiro se enquadra nesta categoria. Tal
assertiva ficou mais uma vez assentada quando o STF julgou a Ext. 1085, 16/12/2009,
em que consignou não tratar o caso de crime político.
7) Se o país que requerer para apenar com prisão perpétua. Pode o Brasil extraditar?
Resposta:
Resposta:
De fato, no julgamento da Ext. 1085, 16/12/2009, o STF enfrentou muito temas, ainda
polêmicos, em matéria extradicional e um deles foi o relativo aos poderes do Presidente
da República para conceder essa medida. Para a maioria da doutrina, quando a extradi-
ção se funda em promessa de reciprocidade, a extradição possui natureza de ato discri-
cionário. Por outro lado, quando baseado em tratado, o ato seria vinculado.
No julgamento do leading case em apreço, fixou-se que, autorizada pelo STF a extradi-
ção, deve o Presidente da República, observar os termos do Tratado celebrado com o
Estado requerente, quanto à entrega do extraditado. Assim, o Presidente estaria vincula-
do ao Tratado é não ao que decidido pelo STF.
548
Assim, considerando que este ato do Presidente da República classifica-se ato de sobe-
rania nacional, exercida no plano internacional, não estaria sujeito a controle no âmbito
interno. (Rcl 11243, 08/06/2011)
Deve-se ressaltar que apenas a manifestação indeferitória do Supremo é que tem caráter
de ato constitutivo negativo, quando então o Presidente não poderá extraditar.
Resposta:
Para que a extradição seja concedida, não há exigência de que seu pedido tenha por base
um tratado. O art. 76, do Estatuto do Estrangeiro, estabelece que a extradição poderá ser
concedida quando o governo requerente se fundamentar em tratado ou em promessa de
reciprocidade, através da qual o Estado requerente se obriga a acolher, de acordo com o
seu direito interno, idêntico pedido de extradição formulado pelo Estado requerido.
Resposta:
Ressalte-se que o próprio tratado pode trazer ressalvas que, uma vez presentes, estará o
Estado Requerido desobrigado de efetivar a entrega.
549
10.12. Sociologia do Direito
Resposta:
550
10.13. Filosofia do Direito
Resposta:
A ideia de que ninguém realmente deseja fazer o mal ou de que o homem tende a fazer
o bem foi defendida por Sócrates, para quem o mal era perpetrado pela falta de conhe-
cimento e sabedoria. Para Platão, o bem poderia ser relacionado com o mundo supras-
sensível (mundo das ideias), ao passo que o mal estaria ligado ao sensível. Já pra Aristó-
teles, o bem e o mal podem se extraído a partir da teleologia das coisas.
Com isso, pode-se dizer que se por um lado a ideia de bem e de mal não pode ser alcan-
çada a partir de uma sociedade ideal ou metafísica, sobretudo porque o conteúdo do que
se entende por bem não é único em todas as sociedades e em todos os tempos, por outro,
não de pode por o bem a partir dos interesses egoístas do homens. Assim, o que se en-
tende por bem deve contemplar a harmonização dos interesses pessoais com as verdades
comuns e universais.
2) Como Sócrates conceituava a felicidade? O que você entende por essência? É um predica-
mento necessário para que o que é seja? E porque que Sócrates coloca que a felicidade é o ser
como se tem de ser? Pelo deslocamento que o homem faz, saindo da essência para coisa. O
Deus de Sócrates era diferente do Deus cristão, ponto de chegada, aglutinação de essências.
Como é Deus no ponto cristão?
Resposta:
A essência é um predicado necessário para que o que é não deixe de ser, uma espécie de
condição essencial para a natureza e existência das coisas.
Para Platão, assim como para os cristãos, Deus é o criador de todas as coisas, o artista
do universo. Santo Agostinho, que era cristão, dizia que Deus é bom e todo poderoso.
551
Ele dizia que embora Deus tenha criado tudo que existe, não criou o mal porque mal
não é algo, mas a falta ou ausência de algo.
11. Ponto 11
11.1. Direito Constitucional
Resposta:
Sua importância básica está relacionada com o planejamento da cidade, evitando o cres-
cimento desordenado, protegendo as áreas de interesse ambiental e cultural, bem como
garantindo que a cidade atenda suas funções sociais urbanísticas (habitação, trabalho
lazer, mobilidade), de cidadania (educação, saúde, proteção e segurança) e de gestão
(prestação de serviço, planejamento, preservação do patrimônio natural e sustentabili-
dade).
Resposta:
552
Os postulados na livre iniciativa e da valorização do trabalho só podem ser considerados
antagônicos se analisados sob a ótica do individualismo típico do século XIX. Na con-
temporaneidade ou pós-modernidade, sobretudo com a ascensão da teoria do welfare
state, o exercício ou desempenho da atividade econômica ultrapassa esta visão restrita
da utilização dos meios de capital, de maneira a compreender que a atividade econômica
só terá sua razão de ser (função social da empresa) se perseguir um valor socialmente
relevante, contexto no qual se insere a valorização do trabalho. Ademais, pelo próprio
caput do art. 170 da CF, a ordem econômica tem por escopo assegurar a todos a existên-
cia digna, conforme os ditames da justiça social.
3) Existe algum parâmetro objetivo para se interpretar a expressão relevante interesse públi-
co? Que relevante interesse público é esse a justificar a transposição das fronteiras pelo Esta-
do?
Resposta:
Apesar da variação vernacular, ambas as expressões podem ser concebidas como sinô-
nimas e compreendidas como sendo aqueles interesses, a serem definidos em lei, que
estejam em harmonia como os princípios e objetivos fundamentais da República.
4) Quais os requisitos constitucionais para que o Estado possa desenvolver atividades econô-
micas?
Resposta:
553
para tanto, há o fomento de atividades para atrair a iniciativa privada e mesmo assim
esse objetivo estatal não é alcançado, poderá restar configurado i relevante interesse
coletivo apto a tornar lícita a atuação do Estado na desempenho de atividade econômica.
Resposta:
Como estabelece o art. 182, § 2º, da Constituição, a propriedade urbana atende a sua
função social quando realiza as exigências fundamentais de ordenação da cidade ex-
pressas no Plano Diretor. Assim, a definição de propriedade não pode ser concebida na
forma do direito civil clássico, uma vez que o direito de usar, gozar e dispor dos bens
tem limite e não pode ofender a função social da propriedade.
Resposta:
Resposta:
554
A Constituição da República, no art. 173, § 4°, impõe um comando ao legislador, no
sentido de que edite lei com o mister de reprimir o abuso do poder econômico. A regu-
lamentação da norma constitucional em referência ocorreu com promulgação da Lei
8.884/94, revogada recentemente pela Lei 12.529/2011.
Neste contexto, a Lei Maior considerada abuso do poder econômico a prática voltada à
dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos
lucros. Ao mesmo tempo, estabelece que a lei fixará a responsabilidade da pessoa jurí-
dica que incorrer numa das hipóteses elencadas de abuso do poder econômico.
Resposta:
Dumping consiste prática comercial, geralmente desleal, que consiste em uma ou mais
empresas venderem seus produtos por preços extraordinariamente baixos (muitas vezes
com preços de venda inferiores ao preço de custo), por um tempo, visando prejudicar e
eliminar a concorrência local, passando então a dominar o mercado e impondo preços
altos. É um termo usado em comércio internacional e a prática é reprimida pelos gover-
nos nacionais, quando comprovado. Esta técnica é utilizada como forma de ganhar quo-
tas de mercado.
3) Quais são os procedimentos administrativos para coibir o abuso do direito econômico? Por
que há a necessidade positivada no texto constitucional de coibir o abuso econômico?
555
Resposta:
O CADE lida, na essência, com duas ordens de questões, a saber, apuração e julgamento
de condutas que possam implicar infração à ordem econômica e análise de concentra-
ções visando a sua eventual aprovação.
4) Quais os princípios da ordem econômica brasileira? O que ela pretende quando está institu-
ído na Constituição? Qual o propósito que tem a instituição desta organização política do Esta-
do no que diz respeito à economia?
Resposta:
5) Qual o conceito de direito econômico? Quais são os valores primordiais que estão em jogo?
Resposta:
Comparato afirma que o direito econômico é o conjunto das técnicas jurídicas de que
lança mão o Estado contemporâneo na realização de sua política econômica. Também
pode ser definido como conjunto de princípios e normas que tratam do tratamento jurí-
dico da política econômica do Estado segundo as opções estabelecidas na Constituição.
556
Quando o constituinte dedica um capítulo do Constituição da República para o trato da
atividade econômica, tenta equacionar valores como livre iniciativa e valorização do
trabalho, planejamento estatal e liberdade de mercado, liberdade de empresa e regulação
da atividade econômica. Aliás, é a cláusula ―conforme ditames da justiça social‖ que
confere ao Estado legitimidade para intervir na economia para buscar a justiça social.
6) Abuso do poder econômico: “a lei reprimirá o abuso do poder econômico” como é que isso
poderia ser viável? O que se caracterizaria como abuso do poder econômico dentro do aspecto
da ordem econômica e como poderá ser coibido? Dê exemplos.
Resposta:
Para coibir o abuso do poder econômico, o CADE lida basicamente com duas ordens de
questões, a saber, apuração e julgamento de condutas que possam implicar infração à
ordem econômica.
Como exemplo de controle de concentração, pode-se citar a fusão entre Garoto e Nestlé;
entre Sadia e Perdigão etc.
7) Economicamente como classificaria o nosso Estado? Ele é de que tipo? Social democrata,
Estado do bem estar social, capitalista, capitalismo brando?
Resposta:
8) Qual o objetivo da política urbana delineado na Constituição Federal? O que ela visa?
Resposta:
557
A política urbana traçada pela Constituição tem por objetivo ordenar o pleno desenvol-
vimento da função social da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes (art. 182).
O alcance da função social da cidade é formulação de uma nova ética urbana voltada à
valorização do meio ambiente, cultura, cidadania, direitos humanos. Compreende o ple-
no exercício do direito à cidade; enquanto se fustigam as causas da pobreza, protegem-
se o meio ambiente e os direitos humanos, reduz a desigualdade social e melhora-se a
qualidade de vida. O art. 2°, I, do Estatuto das Cidade traça algumas diretrizes para que
essa função social seja alcançada, como garantia do direito à terra urbana, à moradia, ao
saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao
trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações.
Uadi Bulos registra que a função social da propriedade urbana traduz a ideia de realiza-
ção concreta de quatro bases do urbanismo moderno: habitação, trabalho, recreação e
circulação.
9) Reforma agrária: que processo leva à reforma agrária? Quais são seus pressupostos? E que
seria a propriedade que não seria suscetível de ser objeto de reforma agrária? Como se carac-
terizaria esta propriedade?
Resposta:
10) Os envolvidos no processo de reforma agrária participarão deste processo alguma forma?
Qual a forma? E quem seriam estes envolvidos, os interessados maiores? Eles serão partícipes
deste processo? Serão chamados? Serão ouvidos? (porque há também o proprietário). Sabe
dizer se há uma previsão constitucional para que eles se manifestem neste processo?
Resposta:
558
Os proprietários dos imóveis rurais objeto da desapropriação por interesse social devem
ser previamente notificados, sob pena de violação do postulado do devido processo le-
gal. A Lei Complementar n° 76/93 dispõe sobre o procedimento contraditório especial,
de rito sumário, para o processo de desapropriação de imóvel rural. Respectiva ação
deve ser proposta no prazo de 02 anos, contados da publicação do decreto declaratório.
A citação do expropriado será feita na pessoa do proprietário do bem, ou de seu repre-
sentante legal.
O art. 184, §3°, da CF prevê a edição de lei complementar para estabelecer procedimen-
to contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação
(regulamentado pela LC 76/93).
Resposta:
Primeiramente, é válido ponderar que não existe uma função social, mas diversas fun-
ções sociais, a depender do tipo de propriedade.
A partir dessa concepção, pode-se afirma que a função social da propriedade constitui
um agrupamento sistematizado de regras constitucionais que objetiva manter ou repor a
propriedade na sua destinação normal, de forma que esta seja benéfica e útil a todos, e
não apenas ao proprietário.
Com isso, deduz-se que a função social da propriedade é aquela que consiste em cum-
prir um destino economicamente útil, produtivo, de maneira a satisfazer as necessidades
preenchíveis pela espécie tipológica do bem.
Resposta:
Até o início do séc. XX, o exercício do direito de propriedade, por influência do modelo
liberal, era concebido quase como um direito absoluto. Por via oblíqua, a ideia de de-
senvolvimento econômico não levava em consideração o respeito ao meio ambiente.
Mas, a partir do instante em que a sociedade se deu conta de que os bens ambientais não
são inesgotáveis, sentiu-se a necessidade de conciliar a propriedade – que deve atender a
sua função social – com o meio ambiente, daí a ascensão do conceito de desenvolvi-
mento sustentável.
A partir dessa análise, não se pode falar em colisão, em abstrato, entre o exercício do
direito de propriedade e preservação ambiental. Mas, numa determinada situação con-
creta, pode surgir o conflito entre, o qual deve ser solucionado à luz dos critérios utili-
559
záveis para solucionar colisão de direitos fundamentais, tais como ponderação e propor-
cionalidade.
02) Discorra sobre a função social da propriedade e a desapropriação por interesse social.
Resposta:
Com isso, deduz-se que a função social da propriedade é aquela que consiste em cum-
prir um destino economicamente útil, produtivo, de maneira a satisfazer as necessidades
preenchíveis pela espécie tipológica do bem.
A desapropriação por interesse social está umbilicalmente ligada à função social da pro-
priedade eis, a teor do art. 184, da CF, cabe à União desapropriar imóvel rural que não
esteja cumprindo sua função social.
Resposta:
Assim, muito embora a nova redação do art. 177, §1°, da CF preveja a possibilidade de
contratação de empresa estatal e privada na realização dessa atividade, esta contração
não implica em transferência da prestação do serviço.
560
11.2. Direito Tributário
Resposta:
O Código Tributário Nacional traz em seu corpo duas hipóteses de exclusão do crédito
tributário, a saber, a isenção (limitação legal no âmbito de validade da norma jurídica
tributária, mitigando o tributo ou impedindo o seu nascimento) e a anistia (causa extin-
tiva da punibilidade do sujeito passivo infrator da legislação tributária, impedindo a
constituição do crédito tributário). As duas causas de exclusão do crédito tributário es-
tão consignadas no art. 175, do CTN.
2 ) Art. 151, §3º está vertida a regra relacionada à chamada isenção heterônoma, essa limita-
ção que vem disposta neste dispositivo impede que a União na pessoa jurídica de direito ex-
terno celebre um tratado cujo objeto seja a isenção de um tributo estadual?
Resposta:
Não. A norma constitucional, dirigida à União, que veda a isenção heterônoma dirige a
este ente federativo enquanto pessoa jurídica de direito público interno, eis que a Repú-
blica Federativa do Brasil, nas suas relações externas, pode firmar tratado internacional
em que se estipule isenção de quaisquer tributos, consoante entendimento de parte da
doutrina e da jurisprudência pacificada do STF (RE 229096, 16/08/2007).
Resposta:
Não obstante a variante conceitual, isenção pode ser conceituada como sendo uma limi-
tação legal no âmbito de validade da norma jurídica tributária, mitigando o tributo ou
impedindo o seu nascimento. Nestes termos, isenção heterônoma é a limitação legal no
âmbito de validade da norma jurídica tributária incidente sobre tributo de competência
de ente federativo diverso.
Mas cabe advertir que a vedação constante do dispositivo constitucional em análise di-
rige-se à União enquanto pessoa jurídica de direito público interno, eis que a República
Federativa do Brasil, nas suas relações externas, pode firmar tratado internacional em
que se estipule isenção de quaisquer tributos. (RE 229096, 16/08/2007).
7) Qual a distinção entre uma anistia geral e a anistia limitada? A anistia limitada pressupõe
algum requerimento?
Resposta:
A anistia geral (art. 181, I, do CTN) abrange as penalidades relativas a todos os tributos,
independentemente de condição, decorrendo diretamente da lei. Por outro lado, a anistia
limitada pode ser restrita às infrações da legislação relativamente a determinado tributo;
às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjuga-
das ou não com penalidades de outra natureza; a determinada região do território do
ente tributante, em função das condições a ela peculiares; ficar condicionada ao paga-
mento do tributo pela lei que a conceder ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei a
autoridade administrativa.
Vê-se que a anistia geral decorre diretamente da lei; ao passo que a anistia limitada é
concedida mediante ato da autoridade administrativa (art. 182, do CTN). Neste segundo
caso, a legislação tributária condiciona sua concessão à existência prévia de requerimen-
to, através do qual o interessado deverá provar o preenchimento das condições e do
cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão (art. 183, do CTN).
Resposta:
562
A União não pode isentar um tributo municipal. A vedação em apreço está prevista ex-
pressamente na Constituição da República, no seu art. 151, III e abrange não apenas os
tributos municipais, como também os de competência dos demais entes da federação
(Estados e Distrito Federal).
Esta limitação constitucional ao poder de tributar tem por escopo preservar sobretudo, a
igualdade e a unidade da federação.
Resposta:
Como se percebe, pela anistia, dá-se o perdão correspondente ao ato ilícito ou penalida-
de pecuniária, exclusivamente, não abrangendo sanções de outra natureza.
Resposta:
Parte da doutrina sustenta que a Suprema Corte, com a mencionada súmula, refere-se a
imposto sobre a circulação, estando, portanto, em consonância com o disposto no art.
104, caput e inciso III do CTN, que se refere aos impostos sobre o patrimônio e a renda.
Para reforçar o argumento, apontam que por ocasião do julgamento da ADI/MC
2.325/DF, o STF deixou claro que a redução de benefício fiscal, implicando maior pa-
gamento de tributos, submete-se à observância do princípio da anterioridade.
563
Resposta:
Ainda que a norma constitucional em destaque não possua a natureza de isenção, nada
impede que o legislador infraconstitucional fixe hipóteses de isenção de contribuição
social para a seguridade social, como é o caso da isenção prevista na Lei Complementar
70/91, revogada pela Lei 9430/96 (revogação esta objeto de repercussão geral (677589,
29/05/2012).
Resposta:
Nos termos do art. 111 do CTN, a legislação tributária que disponha sobre exclusão do
crédito tributário de ser interpretada literalmente, para cuja configuração deve prepon-
derar a investigação sintática, ficando o intérprete impedido de aprofundar-se nos planos
semânticos e pragmáticos.
O tratamento normativo deixa claro que, sendo o pagamento do tributo a regra, sua ex-
clusão deve ser tratada como uma excepcionalidade, o que impede sua extensão a ponto
de atingir situações que estão foram do âmbito da norma tributária.
Hugo de Brito critica a afirmação de que a interpretação deve ser entendida como restri-
tiva. Para tanto, afirma que quem interpreta literalmente não amplia o alcance do texto,
mas que, como certeza, também não o restringe.
564
11.3. Direito Administrativo
Resposta:
Não, não é possível ao poder judiciário substituir a sanção imposta pelo administrador
pois isso seria violação ao mérito administrativo. Todavia, nada impede que o judiciário
possa ANULAR o ato administrativo que estabeleceu a sanção caso haja algum vicio de
ilegalidade que pode ser observado, inclusive, quando violados os princípios da razoabi-
lidade e proporcionalidade, que servem com limites para a discricionariedade adminis-
trativa.
2) Qual a posição mais recente do STF acerca do direito de greve dos servidores públicos da
União?
Resposta:
A posição mais recente do STF é que o direito de greve dos servidores públicos é norma
constitucional de eficácia limitada e adotou a posição concretista geral que impõe a a-
plicação da lei de greve dos trabalhadores comuns aos servidores públicos enquanto o
congresso nacional não edite a lei de greve dos servidores públicos.
Resposta:
4) Seria possível um juiz aposentado, em um concurso público pode ele assumir o novo con-
curso?
Resposta:
565
Sim, nos casos de acumulação permitidos pela CF (art 37, XVI) seria possível um Juiz
aposentado assumir outro cargo em virtude, por exemplo, da aprovação em um concurso
para professor universitário. Destaca-se que deve ser respeitado o teto constitucional
previsto no art. 37, XI.
Resposta:
Há uma resolução do CNJ que impõe limite de 20 Horas semanais. Os cargos de Diretor
de Escola e Supervisor Escolar, embora ocupados por profissionais da educação, são
cargos técnicos e não de professor e, por isso, não podem ser exercidos simultaneamen-
te por servidor da ativa RE 286107 AgR / SP.
Resposta:
Resposta:
Não, os militares estão submetidos aos rígidos princípios da hierarquia e disciplina que
são incompatíveis com a cumulação de cargos permitidas aos servidores civis.
8) Conceitue agentes.
Resposta:
Agente público é toda e qualquer pessoa que exerce uma atribuição pública em sentido
lato, seja ocupante de função, cargo ou de emprego público.
566
9) Que restrições constitucionais existem com relação ao servidor militar?
Resposta:
Com relação ao salário mínimo, o praça não tem direito, súmula 26 do STF. Não pode
fazer greve, não cabe HC quanto às penas disciplinares. Os conscritos não podem se
alistar, os ativos não podem ser filiados a partido político. Quando se candidatarem a
cargo eletivo, os que tenham menos de dez anos serão passados à reserva e os com mais
de dez anos serão agregados.
10) A CF 88 substituiu a nomenclatura ação de regresso para direito de regresso com relação
ao agente responsável pelo ato, qual seria a consequência, quanto a isso?
Resposta:
Direito de regresso ou direito regressivo, conforme observa Rui Stoco, na lição de Cre-
tella Jr., "é o poder-dever que tem o Estado de exigir do funcionário público, causador
do dano ao particular, a repetição da quantia que a Fazenda Pública teve de adiantar ‗a
vítima de ação ou omissão, decorrente do mau funcionamento do serviço público, por
dolo ou culpa do agente".
Não encontrei resposta para a pergunta, mas creio que a consequência é deixar claro que
o direito de regresso é imprescritível, pois a prescrição se refere a perda da pretensão e
não do direito em si. Assim, com a mudança de nomenclatura buscou-se afastar as teses
de prescrição da ação de regresso do estado.
11) A UnB é fundação pública federal, o Dr. Olindo pode ser alçado diretor da faculdade? Me
fale mesmo sobre a possibilidade de cumular um cargo de técnico e de professor, como é esta
vedação?
Resposta:
12) Na Veja desta semana, uma reportagem menciona que existem ministros que ganham o
dobro ou o triplo do subsídio do Presidente da República, isso é possível?
Resposta:
Resposta:
O conscrito não pode alistar-se como eleitor, aos demais militares são aplicáveis as re-
gras gerais de alistabilidade eleitoral.
Resposta:
568
15) O que ocorre se o servidor público vir a ocupar mandato eletivo? Um servidor público que
se eleja a deputado federal, por exemplo?
Resposta:
A essa situação aplica-se o Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-
se as seguintes disposições: I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital,
ficará afastado do cargo; II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; III - investido no mandato de verea-
dor: a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo; b) não havendo compatibilidade de horário,
será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. § 1o No caso
de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como se em
exercício estivesse. § 2o O servidor investido em mandato eletivo ou classista não po-
derá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exer-
ce o mandato.
Resposta:
17) Porque o servidor público civil pode, vencido o mandato, voltar ao cargo e o servidor mili-
tar não?
Resposta:
569
Pois a constituição veda o retorno do militar ao cargo em razão da submissão destes aos
princípios da hierarquia e disciplina incompatíveis com o retorno à atividade militar
aquele que afastou-se do cargo para exercer o mandato.
18) Quanto à demissão injusta de um servidor, como juiz federal, qual seria a sua decisão?
Qual as consequências de uma decisão judicial que invalida a decisão injusta de uma demissão
de servidor efetivo? E com relação ao ocupante do cargo, o que acontece com ele quando o
servidor originário daquele que cargo que perdeu em razão da decisão ilegal da administração
pública fosse anulada pelo poder judiciário?
Resposta:
Havendo ilegalidade na demissão que pode ocorrer inclusive por violação aos princí-
pios da razoabilidade e proporcionalidade a demissão deve ser anulada. Todos efeitos da
demissão anulada devem desaparecer devendo do afastamento ser contado como tempo
de serviço para todos os fins e pagos todos os valores que deixou de receber. O ocupan-
te do cargo, deve ser reconduzido ao seu cargo de origem ou posto em disponibilidade
(art. 28 lei 8112/90)
19) É possível o servidor público estável ser desligado da administração por déficit de eficiên-
cia?
Resposta:
Resposta:
Por outro lado, uma vez invalidada a investidura do funcionário de fato, nem por isto
ficará ele obrigado a repor aos cofres públicos aquilo que percebeu até então. Isto por-
que, havendo trabalhado para o Poder Público, se lhe fosse exigida a devolução dos
570
vencimentos auferidos haveria um enriquecimento sem causa do Estado, o qual, destar-
te, se locupletaria com trabalho gratuito.
Resposta:
O direito de greve para os servidores públicos, por sua vez, está previsto no inciso VII,
art. 37 da Constituição, in verbis:
―Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalida-
de, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específi-
ca;‖
A posição mais recente do STF é que o direito de greve dos servidores públicos é norma
constitucional de eficácia limitada e adotou a posição concretista geral que impõe a a-
plicação da lei de greve dos trabalhadores comuns aos servidores públicos enquanto o
congresso nacional não edite a lei de greve dos servidores públicos.
Resposta:
Considera-se droga todo o produto ou substância capaz de causar dependência com pre-
visão em lei ou em listas emitidas pelo Poder Executivo da União. Quem faz a regula-
mentação do que é considerado droga, é a ANVISA –Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Em função disso, podemos dizer que a Lei de Drogas contempla tipos penais
em branco. Normas penais em branco são disposições cuja sanção é determinada, fican-
571
do indeterminado o seu conteúdo; sua exeqüibilidade depende do complemento de ou-
tras norma jurídicas ou da futura expedição de certos atos administrativos; classificam-
se em: a) normas penais em branco em sentido lato ou homogênea, que são aquelas
em que o complemento é determinado pela mesma fonte formal da norma incriminado-
ra; b) norma penais em branco em sentido estrito ou heterogênea, são aquelas cujo
complemento está contido em norma procedente de outra instância legislativa. Como a
Lei 11.343/06 faz referência genérica a expressão droga, devendo por isso ser comple-
mentada por outra norma, podemos afirmar que se trata de norma penal em branco. No
caso, a regulamentação é procedente da ANVISA (portaria 344/98). Trata-se de norma
penal em branco heterogenia.
2) Há algum dos delitos elencados na lei de droga que pode ser praticado na modalidade cul-
posa?
Resposta:
Resposta:
Em relação às penas previstas para o crime do art. 28, podemos afirmar que com a Lei
11.343/06 houve um abrandamento considerado por muitos, absurdo. Anteriormente o
usuário, se condenado recebia como pena a detenção de 6 meses a 2 anos, atualmente as
penas compreendem advertência sobre os efeitos do uso de drogas, prestação de servi-
ços a comunidade ou comparecimento a programas educativos (cursos, palestras, etc).
As penas podem ser aplicadas alternativa ou cumulativamente. A PSC e os programas
educativos tem duração máxima de 5 meses e tanto a aplicação quanto a execução pres-
crevem em 2 anos. Se for caso de reincidência. Podem chegar a 10 meses. Com o afas-
tamento da pena privativa de liberdade do usuário, estamos diante do caso de ―novatio
legis in mellius‖. Conforme o que determina a Lei de Drogas no seu art. 48, flagrado, o
usuário deverá ser imediatamente apresentado ao juiz (coisa que na prática não ocorre).
Não havendo juiz será lavrado o termo circunstanciado pela autoridade policial (é o que
ocorre na realidade do dia a dia). É vedada, sob qualquer pretexto, a detenção do
usuário. Referimo-nos aqui a prisão, cabendo a condução do usuário até a delegacia. A
572
condução coercitiva poderá ocorrer, podendo inclusive, utilizar-se de algemas desde que
nos limites da Súmula Vinculante Nº 11. Em seguida, após a lavratura do termo cir-
cunstanciado, deverá ser liberado. A autoridade que não fizer a liberação após a lavra-
tura do termo circunstanciado estará cometendo abuso de autoridade e responderá con-
forme a Lei 4898/65.
4) O senhor pode distinguir descriminalizar e despenalizar? Neste caso, o art. 28 é uma medida
despenalizadora ou descriminalizadora?
Resposta:
5) Abra a lei de drogas e leia o art. 45. A questão da imputabilidade, como o senhor entende
este artigo? Repare que a lei, o legislador foi ao alcance de qualquer ilícito praticado. Qual o
conceito de inimputabilidade?
Resposta:
573
Inimputabilidade - Ausência no agente de condições de autodeterminação ou entendi-
mento do caráter delituoso do fato no momento de executá-lo. O Direito Penal brasileiro
exige os seguintes requisitos causais: doença mental, ou desenvolvimento mental in-
completo ou retardado, e embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força
maior; cronológico, os efeitos do requisito causal devem se manifestar no momento da
ação ou da omissão; conseqüencial, os efeitos do requisito causal, cronologicamente
considerados, devem suprimir a capacidade de autodeterminação ou o entendimento do
caráter criminoso do fato.
Resposta:
7) Como se explica a actio libera in causae? Quais são as causas que isentam de pena no caso
da embriaguez?
Resposta:
Resposta:
O tema do caso fortuito e força maior não é questão pacífica na doutrina, pois há vários
conceitos para cada um deles ou para os dois quando considerados expressões sinôni-
mas. Segundo Maria Helena Diniz, na força maior por ser um fato da natureza, pode-se
conhecer o motivo ou a causa que deu origem ao acontecimento, como um raio que pro-
voca um incêndio, inundação que danifica produtos ou intercepta as vias de comunica-
ção, impedindo a entrega da mercadoria prometida ou um terremoto que ocasiona gran-
des prejuízos, etc. Por outro lado o caso fortuito tem origem em causa desconhecida,
como um cabo elétrico aéreo que sem saber o motivo se rompe e cai sobre fios telefôni-
cos causando incêndio explosão de caldeira de usina, provocando morte. Nas lições de
Álvaro Villaça Azevedo caso fortuito é o acontecimento provindo da natureza sem que
haja interferência da vontade humana em contrapartida a força maior é a própria atuação
humana manifestada em fato de terceiro ou do credor. Ensina Agostinho Alvim que o
caso fortuito consiste no impedimento relacionado com o devedor ou com a sua empre-
sa, enquanto que a força maior advém de acontecimento externo. Não obstante ilustres
575
doutrinadores contribuírem com diversos conceitos Sílvio Venosa simplifica ao dizer
que não há interesse público na distinção dos conceitos, até porque o Código Civil Bra-
sileiro não fez essa distinção conforme a redação abaixo transcrita
9) Os diversos núcleos do tipo do art. 33, se o agente praticar ao mesmo momento aqueles
tipos, ele responde por concurso? Só há um juízo de subsunção. Princípio da alternatividade.
Resposta:
A produção não autorizada e o tráfico ilícito de drogas estão previstos no art. 33 da Lei
11.343/06. Note que as mesmas condutas poderão ser praticadas licitamente conforme
podemos verificar no art. 31 da Lei. O tipo está baseado em 18 condutas que, quando
associadas à finalidade de distribuição de drogas configuram fato típico. Trata-se de
tipo misto, alternativo ou crime de conteúdo variado. Se no mesmo contexto fático
o sujeito praticar duas ou mais condutas, estará praticando um só crime, o tráfico
ilícito de drogas. O princípio da alternatividade se aplica aos crimes de conteúdo múl-
tiplo (plurinuclear), cujos tipos penais contêm várias condutas típicas. Nesses casos, se
o agente realiza mais de um desses verbos, no mesmo contexto fático, responderá por
um único crime, posto que tais comportamentos criminosos devem ser compreendidos e
analisados alternativamente
Resposta:
Resposta:
Art. 1º, parágrafo único da Lei 11.343/06. Considera-se droga todo o produto ou subs-
tância capaz de causar dependência com previsão em lei ou em listas emitidas pelo Po-
der Executivo da União. Quem faz a regulamentação do que é considerado droga, é a
ANVISA –Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Como a Lei 11.343/06 faz refe-
rência genérica a expressão droga, devendo por isso ser complementada por outra nor-
ma, podemos afirmar que se trata de norma penal em branco. No caso, a regulamenta-
ção é procedente da ANVISA (portaria 344/98). Trata-se de norma penal em branco
heterogenia.
Resposta:
Resposta:
Não entendi bem a pergunta. Submeti a duvida ao grupo e mesmo assim não chegamos
a uma resposta. Preferi deixar sem resposta do que chutar uma resposta errada.
Resposta:
Sim, são equiparados a crimes hediondos: a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpe-
centes e drogas afins e o terrorismo.
Resposta:
Resposta:
Quando se tratar de delito transnacional. Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes
previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da com-
petência da Justiça Federal. E também art. 109. V da CF: Aos juízes federais compete
processar e julgar: V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional,
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no es-
trangeiro, ou reciprocamente. Cumpre recordar que, conforme Luiz Flávio Gomes et al
(2001, p. 2006, p. 310), internacionalidade e transnacionalidade não se confundem. ―Por
ilícito transnacional entende-se o ilícito que transcende o território brasileiro, ou seja,
que envolve águas ou solo ou espaço aéreo que vão além do território nacional (...). Se o
ilícito ultrapassa os limites do território brasileiro, é transnacional ainda que não envol-
va diretamente outro país soberano. Quando envolve outro país soberano o tráfico não é
só transnacional, é também internacional‖. Segundo Baltazar, não se exige que a droga
tenha efetivamente alcançado pais estrangeiro bastando a finalidade de que isso ocorres-
se.
Resposta:
Tem natureza jurídica de defesa preliminar, na qual se oferece todas as alegações que
julgar razoáveis para demonstrar a ausência de materialidade ou para evidenciar não ser
ele o autor ou participe, em suma, para convencer o magistrado a não receber a denun-
cia ou a questionar a classificação. O termo defesa prévia foi equivocadamente utiliza-
do, pois esta ocorreria após o interrogatório. Art. 55 da lei 11.343/06.
18) Qual a providência que a defesa tem que tomar neste momento processual?
Resposta:
Demonstrar a ausência de materialidade ou para evidenciar não ser ele o autor ou parti-
cipe, em suma, para convencer o magistrado a não receber a denuncia ou a questionar a
classificação. Prazo de 10 dias. Art. 55 da lei 11.343/06.
579
19) É possível a progressão nos crimes de tráfico?
Resposta:
Sim, cometido o crime hediondo (cujo rol consta do art. 1º da Lei 8.072/90) ou asseme-
lhado (tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e terrorismo - art. 5º, XLIII, da CF/88)
antes de 29/03/2007 - data da vigência da Lei 11.464/07 -, deve ser observada a norma
geral hospedada no art. 112 da Lei de Execução Penal (Lei 7.210/84). Noutras palavras,
não se lhe pode ser aplicada a regra segundo a qual o regime inicial de cumprimento da
pena deve ser o fechado, independentemente da pena imposta (art. 2º, § 1º, da Lei
8.072/90, na redação conferida pela Lei 11.464/07), sendo de rigor a atenção aos parâ-
metros traçados no art. 33, § 2º, do Código Penal. Outrossim, exige-se do condenado
por crime hediondo ou assemelhado, cometido antes dessa data, o cumprimento de 1/6
da pena para que possa habilitar-se à progressão de regime, ao invés de 2/5, se primário,
ou 3/5, se reincidente, consoante prescreve o novo regramento ilustrado no art. 2º, § 2º,
da Lei 8.072/90, também considerada a nova compleição atribuída pela Lei 11.464/07.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Conforme o que determina a Lei de Drogas no seu art. 48, flagrado, o usuário deverá ser
imediatamente apresentado ao juiz (coisa que na prática não ocorre). Não havendo juiz
será lavrado o termo circunstanciado pela autoridade policial (é o que ocorre na rea-
580
lidade do dia a dia). É vedada, sob qualquer pretexto, a detenção do usuário. Refe-
rimo-nos aqui a prisão, cabendo a condução do usuário até a delegacia. A condução
coercitiva poderá ocorrer, podendo inclusive, utilizar-se de algemas desde que nos
limites da Súmula Vinculante Nº 11. Em seguida, após a lavratura do termo circuns-
tanciado, deverá ser liberado. A autoridade que não fizer a liberação após a lavratura
do termo circunstanciado estará cometendo abuso de autoridade e responderá conforme
a Lei 4898/65.
23) Na lei do tráfico qual o tipo que se pode condenar na modalidade culposa?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
O art. 35 da Lei de Drogas 11.343/06 trata do crime de Associação para o Tráfico e ca-
pitula que, quando dois ou mais agentes associarem-se para fins de praticar, reiterada-
mente ou não, os crimes dos artigos 33, caput e parágrafo 1º e 34 desta Lei estarão
realizando a conduta prevista. Trata-se de uma espécie de quadrilha ou bando que se
aperfeiçoa com apenas dois agentes, mas da mesma forma, exige estabilidade e perma-
nência na associação. Provada a associação, os agentes respondem também pelo
tráfico praticado. Estamos diante de concurso material.
581
Resposta:
Mesmo que não seja praticado crime algum, que não seja consumado o tráfico, mas se
provar a associação para o tráfico, os agentes serão responsabilizados. Questão contro-
vertida em função de tratarmos aqui de Direito Penal do Autor onde se pune as pessoas
por ser alguma coisa e não por ter feito alguma coisa.
Resposta:
28) Quem oferece droga a um amigo pratica tráfico? Quem é competente para apreciar nesta
hipótese?
Resposta:
Resposta:
Induzir – dar a idéia. Instigar – fomentar idéia já existente. Auxiliar – prestar qualquer
tipo de ajuda. (fonte: Nucci, Leis penais, 2006, RT, pg. 780)
582
30) O crime de ministrar droga a alguém se admite na modalidade culposa?
Resposta:
Resposta:
Segundo a CF, como direito fundamental e cláusula pétrea do extenso rol do artigo 5,
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamenta-
da de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei. Prisão por averiguação é restrição da liberdade
sem flagrante ou sem ordem de autoridade judicial competente, comumente usada du-
rante regime militar, sendo que atualmente configura ato ilegal e crime de abuso de au-
toridade. Nada impede, entretanto, a condução coercitiva para esclarecimentos (supre-
macia do interesse público sobre o privado e poder de polícia), mas sem que se forme
título de restrição da liberdade pessoal.
32) O art. 33 da lei de drogas é um tipo de ação múltipla, neste caso, o MP denuncia pessoa
que segura quantidade significativa de droga, você receberia a denúncia? Pode haver a exten-
são em trazer consigo?
Resposta:
Crimes de ação múltipla ou conteúdo variado são aqueles em que os elementos nuclea-
res do tipo, ou seja, seus verbos, aparecem mais de uma vez. Dentre as condutas presen-
tes, encontram-se ―ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar‖. A mera condu-
ta de segurar, que se assemelha a ter posse, um contato físico com a droga, por si só não
caracterizaria crime de tráfico, sem mais elementos que demonstrem dolo de tráfico.
Tráfico do artigo 33 não se compatibiliza com dolo eventual ou conduta culposa de ne-
gligência na posse de coisa escusa. Mas a posse de ―quantidade significativa‖ de droga,
posta na pergunta, demonstra indício de que pessoa tinha conhecimento da existência do
crime.
583
11.4.1.2. Questões do TRF2
Resposta:
2) O crime do art. 34 é subsidiário do crime do art. 33 da lei de drogas? Nesse caso há absorção
ou concurso material?
Resposta:
Resposta:
584
Não, apenas as condutas do artigo 33 caput; artigo 33 parágrafo 1; artigo 34 (tráfico de
maquinário) e artigo 36 (Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes
previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei).
Resposta:
Assunto polêmico! No texto ordinário da lei 11343, havia vedação expressa nesse senti-
do (artigo 22 parágrafo 4). Contudo, essa vedação foi declarada inconstitucional pelo
STF, sendo que o ―leading case‖ tem os seguintes pontos principais: 2. No momento
sentencial da dosimetria da pena, o juiz sentenciante se movimenta com ineliminável
discricionariedade entre aplicar a pena de privação ou de restrição da liberdade do
condenado e uma outra que já não tenha por objeto esse bem jurídico maior da liber-
dade física do sentenciado. Pelo que é vedado subtrair da instância julgadora a possi-
bilidade de se movimentar com certa discricionariedade nos quadrantes da alternativi-
dade sancionatória. 3. As penas restritivas de direitos são, em essência, uma alternati-
va aos efeitos certamente traumáticos, estigmatizantes e onerosos do cárcere. a pena
privativa de liberdade corporal não é a única a cumprir a função retributivo-
ressocializadora ou restritivo-preventiva da sanção penal. As demais penas também são
vocacionadas para esse geminado papel da retribuição-prevenção-ressocialização, e
ninguém melhor do que o juiz natural da causa para saber, no caso concreto, qual o
tipo alternativo de reprimenda é suficiente para castigar e, ao mesmo tempo, recuperar
socialmente o apenado, prevenindo comportamentos do gênero. HC 97256 2010.
Resposta:
585
Regime próprio de previdência social dos servidores públicos (RPSP) do artigo 40 da
CF, sendo que pode ser da União, dos Estados e do DF, dos municípios (se não houver,
como não há na grande maioria, aplicação do RGPS) e dos Militares; Regime Geral de
Previdência Social do artigo 201 da CF, aplicáveis aos trabalhadores da iniciativa priva-
da em geral; regimes previdenciários complementares do RGPS e do RPSP.
Resposta:
Veio tal sistema ser incluído pela EC 47/2005, que acrescentou parágrafo 12 ao artigo
201, que trata do RGPS. Visa ao trabalhador baixa renda e doméstica de família baixa
renda, assegurando benefício no valor de 01 SM. O objetivo principal é trazer ao siste-
ma previdenciário o segurado baixa renda, para que ele contribua e passe a gozar dos
benefícios previdenciários (lembrar que saúde e assistência social eles têm direito, inde-
pendentemente de contribuição). § 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão
previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda pró-
pria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua resi-
dência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a
benefícios de valor igual a um salário-mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional nº 47, de 2005); § 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata
o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais se-
gurados do regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 47, de 2005).
Resposta:
Resposta:
586
Existe um artigo do decreto 3048 que trata do segurado facultativo; Art. 11. É segurado
facultativo o maior de dezesseis anos de idade que se filiar ao Regime Geral de Previ-
dência Social, mediante contribuição, na forma do art. 199, desde que não esteja exer-
cendo atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório da previdência
social. § 1º Podem filiar-se facultativamente, entre outros: I - a dona-de-casa; II - o sín-
dico de condomínio, quando não remunerado; III - o estudante; IV - o brasileiro que
acompanha cônjuge que presta serviço no exterior; V - aquele que deixou de ser segura-
do obrigatório da previdência social; VI - o membro de conselho tutelar de que trata o
art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando não esteja vinculado a qualquer
regime de previdência social; VII - o bolsista e o estagiário que prestam serviços a
empresa de acordo com a Lei nº 6.494, de 1977; VIII - o bolsista que se dedique em
tempo integral a pesquisa, curso de especialização, pós-graduação, mestrado ou douto-
rado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer regime de pre-
vidência social; IX - o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vin-
culado a qualquer regime de previdência social; (Redação dada pelo Decreto nº 7.054,
de 2009); X - o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime
previdenciário de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional; e (Redação
dada pelo Decreto nº 7.054, de 2009) XI - o segurado recolhido à prisão sob regime
fechado ou semi-aberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade
penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou
entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria. (Incluído pelo De-
creto nº 7.054, de 2009)
5) A condição de bolsista para fins de segurado facultativo tem que está segurado em lei?
Resposta:
Resposta:
O segurado expatriado é aquele que exerce atividade fora do Brasil. Pode ser empregado
ou contribuinte individual. É empregado quando é brasileiro ou estrangeiro residente no
territorial nacional, contratado por empresa privada fora do Brasil (deve ser uma empre-
587
sa nacional). É contribuinte individual quando a pessoa é brasileira que exerce atividade
em organismo internacional (Ex: OMS), mas se representar a União, deixa de ser con-
tribuinte individual e será empregado.
7) Se o brasileiro trabalha no exterior, tem um vínculo de trabalho, ele está obrigado a se ins-
crever no sistema previdenciário brasileiro como segurado obrigatório?
Resposta:
Sim, desde que tenha domicílio no Brasil. Nesse sentido, o artigo 12 da lei 8212: Art.
12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: I -
como empregado: c) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil
para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exteri-
or; f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar co-
mo empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante
pertença a empresa brasileira de capital nacional.
8) O que é filiação em termos de previdência? A filiação é compulsória para quem exerce ativi-
dade remunerada?
Resposta:
Filiação não se confunde com mera inscrição. Filiação é vínculo do segurado com a
previdência social, acontece independentemente da vontade do segurado; já inscrição é
para fins de cadastro (segurados e beneficiários), e depende da iniciativa de seus interes-
sados. Para os segurados obrigatórios, que são aqueles que exercem atividade remune-
rada, a inscrição é automática e compulsória, uma vez que as contribuições previdenciá-
rias têm natureza tributária, portanto compulsórias nos termos do artigo 3 do CTN.
Resposta:
Segurados são aqueles que têm um vínculo com a previdência social; conforme acima já
respondido, podem ser obrigatórios ou facultativos!
Resposta:
588
Segundo o artigo 11 do decreto 3048, o presidiário será segurado facultativo, desde que
não exerça atividade renumerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdên-
cia. § 1º Podem filiar-se facultativamente, entre outros: IX - o presidiário que não exer-
ce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;
(Redação dada pelo Decreto nº 7.054, de 2009). Em sentido contrário, podemos inferir 2
situações em que não será segurado facultativo o preso: quando exercer atividade renu-
merada; quando estiver vinculado a um regime de previdência social.
11) Admite-se a cumulação de benefício do regime geral com o regime próprio de previdência?
Exemplo?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
14) Se o bacharel em Direito se Inscreve na ordem e é professor universitário, ele está no re-
gime geral. Neste caso pode contribuir como beneficiário facultativo?
Resposta:
590
Resposta:
Segurado especial é aquele que contribuiu sobre o montante de suas atividades econô-
micas, nos termos do parágrafo 8 do artigo 195 da CF: § 8º O produtor, o parceiro, o
meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônju-
ges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados
permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alí-
quota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos
termos da lei. O artigo 39 da lei 8213 é claro ao dizer que a regra é recebimento de be-
nefícios restritos no valor de 01 SM (I - de aposentadoria por idade ou por invalidez, de
auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão, no valor de 1 (um) salário mínimo,
desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no
período, imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao número de me-
ses correspondentes à carência do benefício requerido). Entretanto, para receberem
acima de 01 SM, devem contribuir de forma aditiva e facultativa, segundo Marina Vas-
quez: se não quiserem receber seu benefício no valor mínimo, ou se quiserem receber
todos os benefícios da previdência social, podem contribuir facultativamente, sendo que
esta será igual ao do contribuinte individual.
Resposta:
Resposta:
Sim, é possível que a filiação seja feita sem a devida inscrição, uma vez que o mero
vínculo com a previdência social independe de formalização via inscrição. O exemplo
mais comum é dos segurados obrigatórios, onde a filiação vem antes da inscrição (filia-
ção se dá com exercício da atividade econômica).
Resposta:
Resposta:
Em tese, é desnecessária a inscrição dos dependentes, uma vez que seu rol está devida-
mente expresso em lei, sendo que a inscrição tem fins meramente cadastrais, documen-
tais. Entretanto, nada impede que o segurado faça a inscrição dos dependentes, ou estes
próprios assim o façam, o que apenas facilitará a auxiliará caso tenham direito ao rece-
bimento dos benefícios. Só que mais uma vez se frise: o simples fato do dependente não
estar inscrito não o faz perder direito ao benefício ou serviço da previdência social.
Resposta:
Trata-se do período em que, mesmo sem haver a devida contribuição por parte do segu-
rado, não perde este essa situação perante a previdência social. É o lapso temporal em
que, mesmo havendo interrupção das contribuições, o segurado permanece protegido
pela previdência social.
07) Pode ser concedido auxílio acidente durante o período de graça? E salário maternidade?
Resposta:
08) Perde a qualidade de segurado o segurado especial que trabalha em regime de economia
familiar e contrata empregado?
Resposta:
09) E se durante o ano civil ele contratou 120 empregados, ele perde a qualidade de segurado?
Resposta:
Conforme a lei, a utilização de 120 empregados por ano é um com parâmetro de desca-
racterização da qualidade de segurado especial: § 7o O grupo familiar poderá utilizar-
se de empregados contratados por prazo determinado ou de trabalhador de que trata a
alínea g do inciso V do caput deste artigo, em épocas de safra, à razão de, no máximo,
120 (cento e vinte) pessoas/dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou,
ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho. (Incluído pela Lei nº 11.718, de
2008)
593
11.6. Direito Civil
Resposta:
A propriedade é o mais completo e complexo dos direitos reais, que serve como base
aos demais previstos no artigo 1225 do CC, sendo que abrange usar, gozar, dispor e
reaver. Como regra, a liberdade é perpétua, não se extingue por seu não uso, mas so-
mente com incidência de outro direito real. Entretanto, surge a propriedade resolúvel no
artigo 1359 do CC, nos casos de termo ou condição resolutiva. São exemplos o fidei-
comisso, a retrovenda, doação com cláusula de reversão, compra e venda com reserva
de domínio, venda a contento, doação com encargo.
Resposta:
Resposta:
4) Dê exemplo de acessão? Qual a diferença entre uma benfeitoria e uma acessão? Tem uma
palavra que expressa bem o sentido de benfeitoria, qual é esta palavra?
594
Resposta:
A benfeitoria é bem acessório, posto junto ao bem principal, com a finalidade de con-
servação (benfeitorias necessárias), melhorias (benfeitorias úteis) e embelezamento ou
deleite (benfeitorias voluptuárias). Somente serão benfeitorias aquilo que tiver como
origem o trabalho ou atuação do homem. Já acessão é forma de aquisição da proprieda-
de móvel por força de aderência, sendo que tudo que se aderir ao bem principal passa a
pertencer ao dono deste, a poder ser por vontade humana ou por força da natureza. Pa-
lavra que expressa benfeitoria talvez seja a acessoriedade.
5) Existem outros tipos de propriedade que não sejam de direito real? Qual a definição de pro-
priedade? O dinheiro real é propriedade?
Resposta:
Sim, existem direitos de propriedade que não se referem aos direitos reais, pois estes
geralmente se referem aos bens corpóreos. Os direitos intelectuais, protegidos pela CF e
de natureza imateriais, também são direitos de propriedade. A propriedade é o mais
completo dos direitos reais, que abarca uso, gozo, disposição e reaver. No que toca ao
dinheiro, a posse do papel moeda é de representação de um crédito, por força legal.
6) Escritura de compra e venda e uma formal de partilha de herança, ambos tem de ser regis-
trados, mas qual a diferença destes registros? E no formal de partilha?
Resposta:
A diferença dos registros de uma compra e venda de um formal de partilha trata da efi-
cácia e natureza do ato. A escritura de compra e venda tem natureza constitutiva, de
criação de direito, e portanto com efeitos ex nunc; já formal de partilha, em razão do
princípio da saisine, onde posse e propriedade são adquiridas com a abertura da suces-
são (a partir da morte), tem natureza declaratória e retroage a partir do óbito.
Resposta:
Resposta:
Direito de propriedade é o mais completo dos direitos reais, que abrange os poderes de
usar, gozar, dispor e reaver o bem. Está previsto no artigo 1228 do CC: Art. 1.228. O
proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do
poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Resposta:
Achei a pergunta bem truncada, mas creio que examinador se refira às formas de aquisi-
ção originária e derivada. Em casos de formas originárias de aquisição de propriedade, o
título de aquisição independe da vontade do antigo proprietário o que impede máculas
possessórias anteriores e aniquila direitos reais de garantia que sobre a coisa pairavam.
A aquisição se dará sem o encontro de vontades, mas simplesmente pela lei, pela vonta-
de unilateral (desapropriação) ou judicial (desapropriação litigiosa).
10) O registro imobiliário da compra e venda de um imóvel é feita como um formal de partilha
quando existe bens imóveis, qual o efeito dos registros quanto aos efeitos constitutivos do
contrato? Tem um artigo, princípio da saisine, o resgistro não pode ser constitutivo e sim de-
claratório, para fins de publicidade.
Resposta:
Nos casos de contratos de compra a venda, seus efeitos são constitutivos, com efeitos ex
nunc, não retroativos; já para saisine, onde posse e propriedade são adquiras a partir da
morte, o registro serve para fins de controle de publicidade e controle de algo que já
aconteceu, com efeitos declaratórios e retroativos.
Resposta:
596
ganha destaque com passagem do tempo. Existe aluvião própria (acréscimo paulatino de
terras deixadas pelos rios) e aluvião imprópria (parte do álveo se descobre pelo afasta-
mento das águas correntes).
12) O que é uma propriedade fiduciária? Dê-me um exemplo. Como se dar a alienação fiduciá-
ria de automóvel? É a regra? Como se adquire a propriedade móvel? E porque não pode se
transferir o automóvel apenas por simples tradição?
Resposta:
Fidúcia significa confiança; o credor fiduciário adquire um bem, tem sua propriedade e
posse indireta, mas o repassa ao devedor. Este, com a posse direta, ao terminar de cum-
prir suas obrigações, adquire a propriedade. Pode recair sobre bens móveis ou imóveis.
A alienação fiduciária de imóvel é empréstimo de dinheiro pela instituição financeira ao
devedor, que compra o bem a o transfere ao banco a propriedade, mas mantém a posse
direta, sendo necessário devido registro no órgão competente para ciência de terceiros.
A propriedade móvel geralmente se adquire pela tradição, mas não nesse caso, pois é
necessário o registro no órgão competente pelo controle de carros.
Resposta:
Sinceramente, não encontrei nada. Contudo, numa resposta tentaria sair pela alternativa
bem colocada pelos colegas Jucélio e Alessandro: boa-fé objetiva e seus consectários no
contrato de alienação fiduciária (supressio, surrectio, tu toque, venire contra fato prór-
pio); teoria do adimplemento substancial ou ―substancial performance‖(o inadimple-
mento de algumas poucas parcelas não pode ensejar a rescisão de todo o contrato); abu-
so de direito ao manejo da ação de busca e apreensão.
14) Como o senhor me define o direito de propriedade? Tese de doutorado do Des. Olindo
Menezes.
Resposta:
Direito de propriedade é o mais completo dos direitos reais, que abrange os poderes de
usar, gozar, dispor e reaver o bem. Está previsto no artigo 1228 do CC: Art. 1.228. O
proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do
poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
597
15) Em face do direito brasileiro, formas de aquisição da propriedade imobiliária. Existe dife-
rença de efeitos com relação ao registro do formal de partilha e do registro do contrato de
compra e venda?
Resposta:
Resposta:
Questão objeto de polêmica e com dois posicionamentos. Num primeiro sentido, não
seria possível tal proteção, uma vez que o conceito de família, segundo a Constituição
da República, seria apenas aquela formada pelo homem e mulher, ou ainda apenas um
deles com a prole (família monoparental). Entretanto, cristalizou-se entendimento no
STJ de que, na verdade, a proteção não é apenas da família, mas da dignidade da pessoa
humana, o que abrange também a pessoa que vive só. Como resultado, foi editada sú-
mula 364 sobre o assunto: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange
também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
2) O Estatuto da Terra faz uma diferenciação entre imóvel rústico ou urbano. Qual a diferença?
Essa diferença é a mesma feita fora do campo de aplicação do Estatuto da Terra? na usucapião
urbana e rural?
Resposta:
Existem 2 critérios quanto à classificação aos bens imóveis como rústicos ou urbanos: o
critério da localização (localizados dentro ou fora dos limites urbanos delineados pelos
municípios); o critério finalístico (usa-se a destinação econômica do bem). O Estatuto
da terra adota este último: I - "Imóvel Rural", o prédio rústico, de área contínua qual-
quer que seja a sua localização que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuá-
ria ou agro-industrial, quer através de planos públicos de valorização, quer através de
iniciativa privada – artigo 4 I. A mesma discussão se trava quanto ao conceito de bem
imóvel rural para fins de fato gerador do Imposto Territorial Rural no CTN, que em seu
598
artigo 29 adota critério da localização: Art. 29. O imposto, de competência da União,
sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio
útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da
zona urbana do Município. Na usucapião especial, que pode ser urbana ou rural, tam-
bém existe discussão, uma vez que o texto constitucional não adota um critério específi-
co.
Resposta:
No direito romano, a propriedade era vista sem limites, sendo que somente trazia ao seu
titular uma série de benefícios. Contudo, com o Estado Social da 1 metade do século
XX, criaram-se teorias no sentido de que a propriedade não seria absoluta, sendo que
seu exercício deveria vincular e limitar o uso dos seus poderes junto aos interesses de
toda a sociedade. E os direitos de vizinhança, que são obrigações ―propter rem‖, criam
obrigações de fazer e não-fazer aos seus titulares, a não caber mais aquela visão de ape-
nas vantagens sem os devidos ônus em prol de todos.
2) A propriedade é uma relação jurídica ou uma situação jurídica? Se for uma relação jurídica,
quem figura nos pólos?
Resposta:
Existe uma discussão importante sobre a natureza jurídica da posse, se seria um fato ou
um direito. Em relação à propriedade, esta se trata de uma relação jurídica, onde seu
titular goza dos consectários de usar, gozar, dispor e reaver (o que não deixa de ser uma
situação jurídica, uma vez que tem a devida chancela do direito). Um dos princípios dos
direitos reais é o caráter absoluto, não no sentido de exercício ilimitado dos poderes,
mas sim de que podem ser exercidos contra toda a coletividade, numa natureza de abs-
tenção desta. Portanto, os polos são de um lado o titular do direito real de propriedade, e
de outro todos da coletividade.
Resposta:
599
A pergunta parece ser bem aberta, mas no sentido de ―apertar‖ o candidato na prova oral
e observar sua reação. Situação jurídica é a situação social devidamente tutelada e am-
parada pelo ordenamento jurídico. A noção moderna de situação jurídica é de conceito
genérico, capaz de compreender toda e qualquer situação da vida social regulada pelo
direito, o que nem sempre configura relação jurídica em sentido estrito, mas algo que
se põe no mundo dos fatos, isto é, na ordem de concreção e no plano da eficácia. A si-
tuação jurídica divide-se em duas modalidades: 1) Situação jurídica uniposicional,
inerentes aos direitos absolutos, como os reais; 2) Situação jurídica relacional, exclusi-
vas dos direitos relativos, como os de créditos.
Resposta:
A perpetuidade, como característica dos direitos reais, significa que o seu não uso ou
abstenção não acarretarão a perda do direito; os direito reais somente se perdem com
exercício de outro direito real, ou seja, com aquisição de outro titular. A propriedade
resolúvel, tida assim por força de termo ou condição, é compatível com o princípio da
perpetuidade, uma vez que a própria temporariedade do exercício do direito, nesses ca-
sos, é intrínseca ao negócio jurídico e de conhecimento e anuência das partes. É um
próprio elemento interno do direito de propriedade que determina sua resolutividade.
Resposta:
Fideicomisso, a retrovenda, doação com cláusula de reversão, compra e venda com re-
serva de domínio, venda a contento, doação com encargo.
Resposta:
Resposta:
Os direitos reais são taxativos, ou seja, somente os são aqueles previstos de forma ex-
pressa na lei. Contudo, o rol do artigo 1225 do CC não é taxativo, pois existem outros
direitos reais previstos em lei, sendo que um deles é justamente o direito de retenção
(possuidor de boa-fé nos casos de benfeitorias úteis e necessárias realizadas no bem).
8) Pode haver penhora do bem objeto do direito de retenção? Como ficam os direitos do re-
tentor? Ele os pode exercer contra terceiros?
Resposta:
Não consegui entender bem a pergunta, mas ao que parece se trata de possuidor de boa-
fé exerce direito de retenção, sendo que a dívida da penhora é sobre o verdadeiro pro-
prietário do bem. Nesse caso, o direito de retenção tem natureza real, com característica
de ser absoluto ou erga omnes. Portanto, pode o retentor fazer a devida retenção até que
seja devidamente ressarcido dos valores que despendeu, inclusive contra terceiros.
Resposta:
O direito de propriedade, nos termos do art. 1.228 do Código Civil é formado dos pode-
res de usar, gozar, dispor e reivindicar. A mitigação de um dos poderes do domínio
(como atribuir o direito de uso ou usufruto do bem a terceiro) não retira de seu titular o
direito de propriedade. Daí afirmar-se que a elasticidade é uma característica da propri-
edade em virtude da qual ela é suscetível de reduzir-se a certo mínimo, ou de alcançar
um máximo, sem deixar de ser propriedade. O grau máximo de elasticidade é a proprie-
dade plena ou alodial (CC, art. 1.231) em que há a concentração de todas as parcelas do
601
domínio com o proprietário. Exemplo de grau mínimo de elasticidade se dá na falência
em que o falido perde os direitos de usar, gozar, dispor ou reivindicar os bens arrecada-
dos pela massa falida, mas não deixa de ser proprietário.
Resposta:
Nos termos do art. 1.229 do Código Civil, a propriedade do solo tem limites superiores
e inferiores. Adota-se o princípio da razoabilidade para aferir a extensão vertical, seja
superior ou inferior, do direito de propriedade do solo.
Observa-se ainda, quanto ao subsolo que a Constituição em seu art. 20 prevê ser de pro-
priedade da União os recursos naturais, as cavidades subterrâneas e os sítios arqueológi-
cos pré-históricos. Nesse cão a CF limitou a propriedade do solo não quanto à profun-
didade, mas sim quanto aos elementos contidos no subsolo, que pertencem à União e
não suscetíveis de exploração sem sua concessão.
Por fim, quanto aos limites superiores, o art. 178 traz a previsão de tutela do transporte
aeroviário, e os arts. 43 a 46 do Código Brasileiro de Aeronáutica dispõem sobre as res-
trições especiais das propriedades vizinhas a aeródromos e instalações que permitam a
navegação aérea.
Resposta:
Pela ocupação alguém se apropria de coisa sem dono, seja porque nunca foram apropri-
adas (res nullius), seja porque foram abandonadas por seus donos (res derelictae).
Em relação a usucapião, essa será ordinária quando decorrente de posse mansa e pacífi-
ca, ininterruptamente e sem oposição, durante três anos, exercida com animus domini,
justo título e boa-fé. Será extraordinária, exigindo posse ininterrupta a pacífica com a-
nimus domini pelo decurso do prazo de cinco anos, se dispensado a aferição do justo
título e boa-fé.
Resposta:
603
Resposta:
O direito de propriedade concerne à relação jurídica complexa que se forma entre aque-
le que detém a titularidade formal do bem (proprietário) e a coletividade de pessoas. O
objeto da relação jurídica é o dever geral de abstenção, que consiste na necessidade de
os não proprietários respeitarem o exercício da situação de ingerência econômica do
titular sobre a coisa.
O domínio, por sua vez, repousa na relação material de submissão direta e imediata da
coisa ao poder de seu titular, mediante o senhorio, pelo exercício das faculdades de uso,
gozo e disposição.
Resposta:
O abandono deve resultar de atos exteriores que atestem a manifesta intenção de aban-
donar. A manifestação de vontade de quem abandona não é receptícia, pois não se dirige
a outra pessoa, prescinde-se de outra manifestação de vontade para que o negócio jurí-
dico exista e cumpra a sua função.
604
Rosa Maria de Andrade; Código Civil Comentado, 8ª ed., São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2011.
Resposta:
A função social seria capaz de altear a estrutura da propriedade e, ao ser aplicada aos
bens de produção utilizados pela empresa, essa direita respeito aos compromissos e o-
brigações para com os empregados, os consumidores e a comunidade com o um todo,
de forma que o patrimônio de uma empresa não deve estar comprometido apenas com
os interesses do empresário ou dos sócios da sociedade empresária, mas também atender
igualmente aos interesses da coletividade.
605
BIBLIOGRAFIA: FRAZÃO, Ana; Função Social da Empresa – Repercussões sobre a
responsabilidade civil de controladores e administradores de S/As – Rio de Janeiro: Re-
novar, 2011.
Resposta:
O aviamento é um atributo do estabelecimento, motivo pelo qual não poderá ser negoci-
ado separadamente deste.
Resposta:
606
4) O que seria esta universalidade? Como a parte geral do CC chama as universalidades?
Resposta:
Resposta:
O negócio jurídico que tenha por objeto a alienação, em sentido amplo – englobando a
alienação propriamente dita, o arrendamento e o usufruto – do estabelecimento empre-
sarial, que deve ser celebrado por escrito para ter validade, necessita da anuência ex-
pressa ou tácita, dos credores; e para ter eficácia necessita de averbação na inscrição da
empresa na Junta Comercial e ser publicado na imprensa oficial. Tais requisitos são tão
importantes que a lei de falências prevê que a alienação irregular do estabelecimento
empresarial é ato de falência, nos termos do art. 94, III, ―c‖, da Lei 11.101/05.
Resposta:
O Código Civil (art. 1.146) adotou o sistema suíço-germânico, em que se presume que o
contrato translativo de estabelecimento empresarial se refere a todas as coisas, direitos,
acessórios e dívidas, desde que sejam ou possam ser do conhecimento do adquirente.
Nos termos do Código, o devedor primitivo será solidariamente obrigado, junto ao ad-
quirente, pelo prazo de um ano, das dívidas vencidas, e quanto as vincendas, o prazo se
conta da data do vencimento, quando regularmente contabilizadas.
Por fim, ressalta-se ainda que a legislação falimentar trouxe importante novidade rela-
cionada ao tema, dispondo em seu art. 141 em que, de regra, o objeto da alienação esta-
rá livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do
devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e
as decorrentes de acidentes de trabalho.
Resposta:
Na ocorrência de uma das hipóteses o locador pode fazer uso da chamada exceção de
retomada, que goza de presunção de sinceridade: presume-se que o fundamento alega-
do para a retomada é verdadeiro, cabendo ao locatário, se quiser impugná-lo, demons-
trar e/ou provar a sua insinceridade.
Alguns doutrinadores entendem que o rol do art. 72 da Lei nº 8.245/91 é apenas exem-
plificativo, na medida em que o direito de propriedade do locador deve ser privilegiado,
prevalecendo sobre os interesses do locatário, porém, qualquer que seja a razão dela
qual o locador não deseja renovar o contrato, ela tem de ser provada ao juiz na ação
renovatória.
Resposta:
608
Considerando-se que o conceito de estabelecimento não está vinculado a um lugar espe-
cífico, mas sim ao conjunto de bens organizados para a realização da atividade empresa-
rial, pode ocorrer a hipótese em que um web site seja o instrumento que o empresário em-
prega para exercer sua atividade, configurando-se o estabelecimento virtual.
Este lugar no espaço cibernético, que possui no campo material, um lugar registrado
legalmente como domicílio comercial e fiscal é meramente acessório e formal, entretan-
to, não se desnatura a característica de um verdadeiro estabelecimento, afinal, é ele
quem manifesta a empresa para a clientela internauta.
Ainda que a localidade física não seja somente formal, nela também sendo exercidas
outras atividades empresariais, isso não desqualifica o web site como estabelecimento
virtual autônomo, porquanto, neste caso, haverá dois estabelecimentos que atuam como
instrumento para o exercício da atividade do empresário: um no meio físico e outro no
espaço cibernético.
Resposta:
O art. 1.147 do Código Civil traz a denominada cláusula de não concorrência, não res-
tabelecimento, cláusula de interdição de concorrência ou non-compete clause, em que é
vedado ao alienante a concorrência ao adquirente, no prazo de 5 anos subsequentes à
transferência. Se firmou o entendimento jurisprudencial que na ausência de cláusula
contratual expressa, o alienante tem a obrigação contratual implícita de não fazer con-
corrência ao adquirente do estabelecimento empresarial.
10) Em matéria de contrato de shopping Center, que é um aluguel percentual? Como a admi-
nistração do shopping vai fazer a cobrança, se o faturamento da loja é sigiloso?
Resposta:
609
Na relação do espaço em shopping center, a prática consagrou a retribuição devida pelo
lojista ao empreendedor de forma dúplice: por um valor fixo e outro variável, prevale-
cendo o de maior valor apurado em determinado período. Isto é, o lojista, a partir de
determinado montante de faturamento, de lucro ou de vendas, passa a ter o valor de sua
retribuição calculado, sobre um percentual de sua performance; caso, porém, o lojista
não atinja os montantes sobre os quais começa a incidir o cálculo sobre percentual, e
inclusive a fim de evitar a conversão da locação em comodato, deve pagar um valor fixo
mínimo previamente determinado em contrato.
Para a aferição do percentual sobre faturamento ou outra variante é necessário que haja
expressa estipulação contratual nesse sentido, de forma que pessoa indicada pelo em-
preendedor tenha acesso e possa verificar e analisar a receita do lojista. O direito de
fiscalização pelo empreendedor tem de observar alguns primados como observância do
horário de funcionamento do lojista e atuação com discrição, a fim de se evitarem cons-
trangimentos em relação ao lojista.
Resposta:
Lojas âncoras são os grandes magazines e que atraem com maior facilidade a clientela
ao empreendimento, beneficiando as pequenas lojas, chamadas de satélites ou magnéti-
cas. Sua localização física deve ser nos shoppings(?) – OBS.: procurei e não achei, mas
na prática é isso.
Resposta:
Vide questão 6.
Resposta:
A res sperata é a quantia inicial paga pelo lojista para assegurar-se da futura posse do espaço
em shopping center que pretende tomar em locação.
Ela não se confunde com a cobrança de luvas. Entende-se por luvas os valores cobrados do
empresário-locatário, isto é, o lojista, para a renovação da locação legalmente protegida. A
cobrança de luvas é proibida nos termos do art. 45 da lei de locações
610
A res sperata, de outra feita, é instituto próprio do sistema mercadológico de participação no
tenant mix de shopping center que não infringe a proibição de luvas, já que se trata de contri-
buição inicial que não afeta o direito de renovação da locação.
14) Qual a natureza jurídica do estabelecimento? O que é uma universalidade de fato e uma
universalidade de direito? Qual a alma disto? É a lei pra a universalidade de direito. Exemplo
de uma universalidade de direito?
Resposta:
15) Como se figura a ação renovatória no ponto comercial? Qual o prazo de propositura desta
ação? Este prazo é decadencial ou prescricional?
Resposta:
O meio pelo qual o empresário locatário faz para se valer da renovação compulsória,
para a proteção do ponto de comércio é a ação renovatória. Essa só deve ser assegurada
ao empresário que realmente tenha agregado valor ao local onde exerce suas atividades,
transformando-o em fator atrativo da clientela.
No que tange ao requisito temporal destaca-se que os 5 anos exigidos pela legislação
não são, necessariamente obtidos através de um único contrato, podendo ser alcançado
também pela some dos prazos de vários contratos escritos, desde que a relação contratu-
al não tenha sofrido interrupção.
611
A ação renovatória deve ser ajuizada nos primeiros 6 meses do último ano do contrato
de aluguel, sob pena de decadência, nos termos do art. 51, § 5º da Lei.
16) Fábio Ulhôa Coelho em sua obra, entende que o direito à renovação compulsória seria
uma violência no direito de propriedade do imóvel, ele interpreta entre uma ponderação do
direito de propriedade e o direito do locatório, como se faria esta ponderação?
Resposta:
Para Fábio Ulhoa Coelho, a restrição é inconstitucional por estabelecer uma limitação
desarrazoada ao direito de propriedade do locador. Para o autor, a retomada do imóvel
para uso próprio não deveria sofrer nenhuma limitação. Em contrapartida, caso o loca-
dor queira se estabelecer no mesmo ramo de atividade em que o locatário atuava, deve-
ria indenizá-lo pela perda do ponto.
17) Quando o estabelecimento é vendido, os credores têm como se opor eficazmente ao tres-
passe? Quando não reserva bens suficientes para adimplir seus débitos.
Resposta:
Segundo Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery a ação de desconstituição
da eficácia do ato de trespasse realizado em fraude a credores ou sem o consentimento
deles é constitutiva negativa, porque tem o prazo de 3 anos (da decretação da falência)
para o exercício da pretensão de ineficácia fixado expressamente em lei (Lei de Falên-
cia, art. 132).
Resposta:
612
11.7.1.2. Questões do TRF2
Resposta:
Por ser uma universalidade um conjunto de elementos que, quando reunidos, podem ser
concebidos como coisa unitária, isto é, algo novo e distinto que não representa a mera
junção dos elementos componentes, pode-se afirmar que o estabelecimento é uma uni-
versalidade
Resposta:
Essa resposta fica à gosto do freguês. Os bens, ou elementos que compõe o estabeleci-
mento empresarial são heterogêneos, por terem naturezas diversas, mas que se dividem
nas seguintes classes:
Bens materiais: formada pelos bens concretos e tangíveis, que, por sua vez, se dividem
em:
Bens pertencentes ao ativo fixo: que são aqueles que a empresa não adquire para re-
venda, conservando permanentemente em seu ativo para uso próprio no exercício de sua
atividade, ou para o uso de terceiros, na prestação de determinado serviço. Ex.: imóveis,
móveis, utensílios, instalações, máquinas, ações de outras empresas, etc.
Bens pertencentes ao ativo circulante: que são aqueles que a empresa adquire para
revenda;
Bens imateriais: são os bens de existência meramente ideal. Aqueles que têm valor
econômico e podem ser objeto de transferência a terceiros, merecendo, portanto, tutela
jurídica. Ex.: as patentes de invenções, de modelo de utilidade, o registro de desenho
613
industrial, o registro de marcas, o nome empresarial, o título do estabelecimento e o
direito ao ponto.
OBS. 1: as marcas, para Rubens Requião não fazem parte do estabelecimento, pois ele
prefere considerá-las como elementos identificadores da empresa. Contudo, para Paulo
Sérgio Restiffe, Ricardo Negrão e André Luiz Santa Cruz Ramos elas fazem sim parte
do estabelecimento, como bens imateriais ou incorpóreos.
OBS. 2: o nome empresarial não faz parte do estabelecimento, pois o nome é inaliená-
vel.
Resposta:
No Brasil clientela e freguesia são sinônimos, mas a origem das expressões é diferente.
O termo clientela vem da tradição romana, aludindo às pessoas que têm o mesmo advo-
gado como procurador. Freguesia vem da tradição canônica e faz alusão ao grupo de
pessoas que reside na circunscrição paroquial. Por isso há quem faça distinção entre
ambas. Para os franceses, freguesia ou achalandage seria o conjunto de frequentadores
de um estabelecimento por razões de comodidade ou vizinhança, por motivos meramen-
te geográficos; clientela ou clientele alude ao grupo de pessoas que se servem dos bens
e serviços de uma empresa por razões de confiança.
Segundo Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery, no Brasil ambos os termos
referem-se ao conjunto de pessoas que mantém relações de fato continuadas de busca de
bens ou de serviços fornecidos por uma determinada empresa.
Resposta:
5) O que é aviamento?
Resposta:
614
6) Há distinção entre aviamento objetivo e subjetivo?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
anular a inscrição de nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato; (art.
1.167 do CC)
615
impor ao concorrente a obrigação de modificar o nome empresarial idêntico de forma
ser impossível haver erro ou confusão (art. 10, § 3º do Decreto nº 916/1890); e
A ação que visa anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei
ou contrato funda-se no art. 1.167 do CC.
O Registro Público das Empresas Mercantis por se tratar de cartório de registro, não
cabe à Junta Comercial intervir na lide, cabendo, apenas, cumprir a decisão que vier a se
adotada.
9) Qual é o objeto da escrituração contábil? Sob o ponto de vista do Estado, da União em par-
ticular, qual a relevância da escrituração contábil estar em ordem?
Resposta:
A escrituração contábil tem por objeto a materialização escrita das operações negociais.
A escrituração possui três funções: gerencial ou administrativa; documental e fiscal.
Do ponto de vista do Estado, ganha relevo a função fiscal dos livros, para a verificação
do cumprimento das obrigações tributárias e fiscais. Tal obrigação é tão importante que
a legislação falimentar considera crime a escrituração irregular, caso a falência do em-
presário seja decretada. Ademais, por usa importância, os livros comerciais são equipa-
rados a documento público para fins penais, sendo tipificada como crime a falsificação,
no todo ou em parte, da escrituração comercial.
10) O que define a atividade empresarial exercida num dado estabelecimento? O que norteia
fundamentalmente para fins de uma fiscalização, para fins de aplicação de um regime jurídico
especial ou não; o que se leva em consideração para situar determinada atividade exercida
num estabelecimento empresarial como sendo desta ou daquela natureza? Reformulando: o
616
que define o núcleo da atividade empresária é o que se declara no ato constitutivo, é o que se
pratica, é a preponderância? Como é que o magistrado ao analisar determinada questão, seja
ela qual for, vai se situar com relação à atividade daquela empresa em particular?
Resposta:
11) Qual a idéia conceitual de Registro público? Pode ser constitutivo? sempre? Quais os ou-
tros casos que não estão na Lei de Registros públicos? O registro perante o INPI é constitutivo
ou meramente assecuratório? Há no INPI algum exemplo de registro meramente assecurató-
rio?
Resposta:
O registro público empresarial tem, nos termos da Lei nº 8.934/94 as finalidades de dar
garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos das empresas mercan-
tis; cadastrara as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no Brasil e man-
ter atualizadas as informações pertinentes; e proceder à matrícula dos agentes auxiliares
do comércio, bem como seu cancelamento.
Por outro lado, no que se refere à comprovação da prática da empresa o registro tem, de
regra, efeito meramente declaratório. Contudo, no caso do empresário rural o registro
terá efeito constitutivo, pois, será dele que lhe são deferidos os direitos e deveres pró-
prios de empresário, nos termos do Código Civil.
Já o registro feito no INPI tem a natureza constitutiva, de regra, seja referente às paten-
tes (de invenções ou modelos de utilidade) ou aos registros (de marcas ou desenhos in-
dustriais). Contudo, há casos, como a marca notoriamente conhecida, em que há a pro-
teção especial no seu ramo de atividade, independentemente de estar previamente depo-
sitada ou registrada no Brasil, podendo o INPI, inclusive, deferir de ofício pedido de
registro de marca que reproduza ou a imite, em todo ou em parte.
Resposta:
Os juros compensatórios têm a função de remunerar o expropriado por aquilo que ele
deixou de ganhar quando da perda antecipada de sua propriedade, sem a prévia e justa
indenização desde a data da imissão provisória da posse. Sua base de cálculo será o va-
lor atualizado entre a diferença daquilo que foi ofertado pelo Poder Público expropriante
e o fixado na sentença. Já os juros moratórios tem a função de remunerar o detentor de
um precatório que não foi pago no tempo previsto em lei.
Resposta:
A súmula 354 tem duplo fundamento: impedir que a inspeção e avaliação do imóvel
esbulhado, pois a invasão pode ter influenciado no valor econômico da propriedade; e
punir a ação ilegal dos referidos movimentos sociais, pois, nos termos do art. 2º, § 6º da
Lei nº 8.629/93, o imóvel objeto do esbulho não poderá ser objeto de vistoria, avaliação
618
ou desapropriação nos dois anos posteriores à sua desocupação ou no prazo em dobro
em caso de reincidência.
Resposta:
A retrocessão como o direito que tem o expropriado de exigir de volta o seu imóvel ca-
so o mesmo não tenha o destino para que se desapropriou. O fundamento do instituto
está no art. 519 do Código Civil. A doutrina diverge quanto a natureza do instituto, de
forma que, para quem entenda que ele tem natureza de direito real, caberá ao expropria-
do reaver o bem; entendendo-se ser o instituto de natureza pessoal, caberá ao expropria-
do o direito de preferência ou quando não observado, perdas e danos; por fim, para
quem entenda ser o instituto de natureza mista, tanto ingressar com a ação de preemp-
ção ou buscar as perdas e danos. Adotada a segunda corrente, a retrocessão não mais
existe no ordenamento brasileiro.
Resposta:
Sendo julgada improcedente, ou extinto o feito sem a resolução do mérito pela carência
de ação, aplica-se o art. 19 da Lei nº 4.717/65, para o reexame necessário. Contudo, isso
não impede a propositura de nova ação, reconhecida a carência de ação ou a sentença de
improcedência se der por ausência de provas.
Sendo ajuizada uma ação civil pública duas situações se distinguem: a primeira diz res-
peito às ações em curso, após a ciência do ajuizamento da ação coletiva, não for reque-
rida a suspensão da ação individual, o particular não poderá fazer o transporte in utilibus
da coisa julgada coletiva para o plano individual. Portanto, caso seja julgada procedente
a ação coletiva, o indivíduo não poderá se beneficiar da coisa julgada. A segunda diz
respeito as ações individuais posteriormente ajuizadas, bem como as ações não suspen-
sas, em que a ação coletiva não induz litispendência, e, por isso não prejudicam a ação
individual.
619
Quanto ao julgamento de procedência da ação popular, prevalece o entendimento de que
o art. 19 da Lei afasta o reexame necessário, ainda que a sentença tenha sido contra a
Fazenda Pública.
Há quem entenda, no entanto que devem se distinguir as hipóteses em que o ente públi-
co figura como litisconsórcio ativo facultativo superveniente (também denominada de
intervenção móvel), daquela que o ente público contesta a ação. Quando da intervenção
móvel, se julgado procedente o pedido, não será caso de reexame necessário por ausên-
cia de sucumbência. Por outro lado, quando o pedido da ação for julgado procedente,
sendo esse contra a Fazenda Pública, será caso de reexame necessário, pois, nos termos
do art. 22 da Lei da Ação Popular, aplica-se o CPC subsidiariamente, naquilo em que
não contrariem os dispositivos desta lei, nem a natureza específica da ação.
Resposta:
Classicamente, em uma visão positivista, entendia-se por fonte formal do Direito, ape-
nas aquelas que inovavam o ordenamento jurídico, instituindo deveres e obrigações às
partes. Daí ser a lei a fonte primária do Direito e a jurisprudência fonte auxiliar, pois
apenas se aplicava o direito, e não se inovava.
Essa visão clássica vem sendo mitigada, pois cada vez mais demonstra-se que ao se
aplicar o direito o juiz exerce uma função criadora perante as partes, individualizando e
―criando‖ a norma perante elas. A súmula vinculante vem potencializar essa função
criadora do direito, pois através do enunciado das súmulas é possível inovar no ordena-
mento jurídico, impondo obrigações de caráter vinculante à Administração e ao próprio
Poder Judiciário.
6) E se esta súmula deixar de ser cumprida, nós temos o instituto da reclamação, mas este
instituto não faria a própria súmula vinculante se tornar um substitutivo de um recurso de
apelação?
620
Resposta:
Não, pois, nos termos da lei que regulamenta a matéria (Lei nº 11.417/06, art. 7º) contra
omissão ou ato da Administração o uso da reclamação só será admitido após o esgota-
mento das vias administrativas. No que se refere aos processos em trâmite, o STF tem
posição no sentido do não cabimento de reclamação de decisão transitada em julgado.
Por isso, é indispensável, para se ajuizar a reclamação, a interposição do recurso, com o
que se impedirá a formação da coisa julgada. Caso a decisão seja reformada em grau de
recurso, a reclamação perde objeto.
7) - Repercussão geral – veio para dar efetividade ao processo. Pode haver repercussão geral
no âmbito do STJ, ou é privativo do STF, ou terá um instituto semelhante para o STJ?
Resposta:
Resposta:
Por outro lado, o mesmo não se pode dizer das cautelares preparatórias ou antecedentes
(exibição de documentos, justificação, produção antecipada de provas, arresto, etc.).
621
No novo CPC a obtenção de providências urgentes ou antecipatórias foi unificada tra-
tando de forma igual a tutela de urgência e a tutela de evidência.
Resposta:
Não se confundindo personalidade jurídica com legitimidade, admite-se que entes des-
personalizados possam, por meio de mandado de segurança, assegurar sua atuação fun-
cional e de suas atribuições institucionais, por meio de mandado de segurança. Exs.: o
MP e um Tribunal de Contas.
10) Uma EP faz licitação, neste caso pode ser ajuizado MS contra atos praticados por aquela
empresa pública?
Resposta:
Sim, pois ao fazer a licitação não se está praticando ato de gestão, mas sim ato como
ente da Administração Pública indireta, em cumprimento aos arts. 37 e 173 da Constitu-
ição, não se aplicando a vedação do art. 1º, § 2º da Lei nº 12.016/09.
Resposta:
12) O porquê de adotar, qual o histórico, a origem, no direito comparado, para que o direito
brasileiro adotar a súmula vinculante, isso não seria uma violência ao princípio da livre convic-
ção do magistrado?
Resposta:
O precedente vinculativo das decisões judiciais em relação aos tribunais inferiores são
provenientes dos países de cultura anglo-americana, como Restatement of the Law, que
é uma consolidação de jurisprudência com o objetivo de configurara ao estudo da apli-
622
cação dos precedentes. Já a súmula do STF deita suas raízes nos assentamentos da Casa
de Súplica, com perfil indiretamente obrigatório.
A adoção da súmula vinculante deu-se diante da massificação dos processos e dos re-
cursos perante o STF, impedindo que demandas de maior relevo recebam tratamento
mais apropriado para seu julgamento. Ademais, visou-se instrumentalizar o princípio da
duração razoável do processo.
Por fim, ressalte-se que ao magistrado é possível através do distinguish deixar de aplicar
a súmula vinculante quando o caso concreto se mostrar distinto da incidência do enun-
ciado.
13) Existe algum impedimento constitucional no que tange o juiz de segundo grau possa afas-
tar a constitucionalidade de uma lei frente a CF no aspecto de concessão de liminares?
Resposta:
O art. 97 da Constituição prevê que o Tribunal de segundo grau, apenas por seu órgão
especial ou pleno, podem declarar a inconstitucionalidade de uma lei. Já a súmula vin-
culante nº 10 prevê que a o afastamento de incidência de uma norma, ainda que sem a
declaração da sua inconstitucionalidade, viola a cláusula de reserva de plenário, prevista
no dispositivo constitucional citado.
O STF admite exceções apenas quando o Pleno ou órgão especial do tribunal já tiver se
manifestado sobre o tema ou quando o STF, por meio de seu Pleno, tiver declarado a
inconstitucionalidade da norma. Assim, nessas hipóteses, é possível o juiz de segundo
grau afastar a constitucionalidade de uma lei frente a CF no aspecto de concessão de
liminares.
14) Quais as características, requisitos de uma tutela cautelar? Tutela de urgência. Foi dada
uma nova feição à tutela antecipada, neste caso de reforma do CPC, a tutela cautelar não teria
perdido o sentido? E as cautelares satisfativas, não estaria distantes do processo ordinário e
portanto da tutela antecipada, me dê exemplos e cautelares satisfativas? Dentro do CPC, cau-
telares inominadas? Essa cautelar pode ser preparatória ou incidental, neste ultimo causa a
competência é de quem? E se for preparatória? Com a antecipação dos efeitos da tutela, o
processo cautelar perdeu o sentido? A tutela no processo cautelar é duplamente instrumental,
623
pois visa resguardar o resultado útil do processo. O que é a fumaça do bom direito no processo
cautelar?
Resposta:
Para ser deferida a antecipação de tutela o art. 273 do CPC exige duas situações distin-
tas. Em ambas são necessárias a prova inequívoca de verossimilhança. Mas essa pode
ser acompanhada de situação urgente, em que se deve comprovar o periculum in mora
(fundado receito de dano irreparável ou de difícil reparação); ou seja caso de a parte ex
adversa estar abusando seu direito de defesa.
Com a reforma do CPC a tutela cautelar incidental perdeu parte de sua importância, pois
pode ser substituída por pedido de tutela antecipada no bojo da ação principal, contudo,
a cautelar preparatória não perdeu tanto a sua importância, pois visa a manutenção da
eficácia do processo principal. Não obstante a isso o projeto de novo CPC tem previsão
de unificação das tutelas de urgência em um único procedimento, findando-se com as
medidas cautelares. Por outro lado, algumas cautelares nominadas serão inseridas como
procedimentos não contenciosos.
O fumus boni iuris exigido na cautelar é, para parte da doutrina um requisito referente a
mera plausibilidade/probabilidade do alegado, independente de prova. Em contradição à
verossimilhança da alegação, da antecipação da tutela, demandaria menor grau de com-
provação.
Cassio Scarpinella Bueno, por sua vez, destaca que não é possível constatar com certeza
científica, qual é o grau de convicção alcançado pelo magistrado em cada caso que lhe é
apresentado para exame. Não há como medir o grau ou intensidade de convencimento
que ele forma a partir do que é narrado e/ou documentado pelo autor em casos de ―tutela
cautelar‖, ―tutela antecipada‖ ou ―liminar em mandado de segurança‖. Assim entende
que o magistrado deve se convencer suficientemente de que o requerente tem algum
direito já demonstrado (nem que seja retoricamente), para deferir a providência jurisdi-
cional que lhe é pedida (guisa de ―tutela cautelar‖, ―tutela antecipada‖ ou ―liminar em
mandado de segurança‖), de acordo com as regras procedimentais de cada caso. Se não
se convencer suficientemente, a hipótese é de indeferimento do pedido ou, quando me-
nos, de designação de ―audiência de justificação‖, em se tratando de ―tutela cautelar‖ ou
―tutela antecipada‖.
624
15) A jurisprudência é uma fonte de direito? Orlando Gomes não entendia desta forma, dife-
rentemente de Reale que é fonte de direito, e diferente de Caio Mário que fala ser fonte práti-
ca do direito. A súmula vinculante tem poder normativo para justificar ser a jurisprudência
como fonte do direito? Dentro do ordenamento jurídico brasileiro inovou como força normati-
va? Quanto as decisões de controle de constitucionalidade. Qual o procedimento par a edição
de súmula vinculante? Dois argumentos contrários e dois favoráveis da jurisprudência ou dou-
trina à súmula vinculante.
Resposta:
Classicamente, em uma visão positivista, entendia-se por fonte formal do Direito, ape-
nas aquelas que inovavam o ordenamento jurídico, instituindo deveres e obrigações às
partes. Daí ser a lei a fonte primária do Direito e a jurisprudência fonte auxiliar, pois
apenas se aplicava o direito, e não se inovava.
Essa visão clássica vem sendo mitigada, pois cada vez mais demonstra-se que ao se
aplicar o direito o juiz exerce uma função criadora perante as partes, individualizando e
―criando‖ a norma perante as partes. A súmula vinculante vem potencializar essa função
criadora do direito, pois através do enunciado das súmulas é possível inovar no ordena-
mento jurídico, impondo obrigações de caráter vinculante à Administração e ao próprio
Poder Judiciário.
O enunciado deve ser aprovado por 2/3 dos membros do tribunal. Cabe aos legitimados
para propor a ADI requerer a revisão, edição ou cancelamento da súmula, bem como
aos municípios, incidentalmente, no curso de processo que seja parte.
625
DESSE PONTO EM DIANTE: RESPOSTAS ELABORADAS POR PEDRO FELIPE
DE OLIVEIRA SANTOS
16) Ação popular, cidadão ajuíza ação popular questionando dano ambiental, já outro cidadão
ajuíza ação popular questionando o mesmo dano, só que em localidade diferente em que o
dano também teria se propagado por lá, como juiz federal o que o senhor faria? Analisaria
para saber se os objetos se coincidem. Ao receber a ação popular o senhor extinguiria esta
ação popular por litispendência?
Resposta:
No caso, inocorre litispendência, uma vez que as partes das ações populares ajuizadas
são distintas. No entanto, verifica-se possível identidade de objeto ou de causa de pedir
entre os dois processos, nos termos do artigo 103, do Código de Processo Civil, motivo
pelo qual se justificaria a reunião dos feitos, perante o juízo prevento (primeiro proces-
so). Em casos semelhantes, confiram-se os seguintes julgados:
626
Por fim, importante considerar, ainda, as disposições do artigo 93, do Código de Defesa
do Consumidor: ―Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a
causa a justiça local: I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando
de âmbito local; II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os da-
nos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil
aos casos de competência concorrente‖.
17) Quanto ao Mandado de Injunção, este instituto, qual o comportamento do STF hoje em
relação às consequências e atuação do judiciário? O STF estaria se investindo de um legislador
positivo?
Resposta:
18) Quanto ao Habeas Data, como contribuinte quero ter informações na receita referente à
minha declaração do IR dos três últimos anos, e a receita nega, o cidadão vai à JF e pede para
que se expeça a ordem, nesta hipótese é caso de HD mesmo? Mas o senhor como cidadão não
tem esta informação como contribuinte, e o senhor não estaria transferindo ao estado a fun-
ção de um contador que o senhor deveria guardar as suas declarações, hoje é uma questão
que vem à JF, mas não amiúda como antes, mas os TRF’s vem entendo que não é caso de HD,
pois é dever do contribuinte guardar suas declarações.
Resposta:
627
As seguintes ementas apresentam o entendimento consolidado do TRF sobre o tema:
19) Toda ilegalidade gera um ato de improbidade? A má-fé é premissa do ato ímprobo?
Resposta:
“O STJ ostenta entendimento uníssono segundo o qual, para que seja reconhecida a tipificação
da conduta do réu como incurso nas previsões da Lei de Improbidade Administrativa, é neces-
sária a demonstração do elemento subjetivo, consubstanciado pelo dolo para os tipos previstos
nos artigos 9º [enriquecimento ilícito] e 11 [violação do princípios administrativos] e, ao menos,
pela culpa, nas hipóteses do artigo 10 [lesão ao erário]” (STJ, REsp 1322353, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, Primeira Turma, DJ 21.08.2012).
Resposta:
O TRF 1ª Região entende que, embora indispensável a intimação do MP, para que se
pronuncie sobre o mandado de segurança, a manifestação no sentido de inexistência de
interesse público não gera nulidade processual:
―Nos termos do art. 10 da Lei 1.533/1951, em Mandado de Segurança, sob pena de nu-
lidade insanável do processo, é obrigatória a intimação do Ministério Público, cabendo-
lhe, no caso concreto, verificar a existência de interesse público que justifique a sua
intervenção como fiscal da lei‖ (STJ, REsp 602849/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin,
Segunda Turma, DJ 11.11.2009).
629
Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz, para a
decisão, a qual deverá ser necessariamente proferida em 30 (trinta) dias.‖
21) O MP pode em uma ACP pleitear a prestação in natura e a reparação pecuniária por danos
cumulativamente? Mesmo a lei nº 7347 falando que ou um ou outro?
Resposta:
A despeito da disposição do artigo 3º, da Lei n. 7.347/85 (―A ação civil pública poderá
ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou
não fazer‖), o STJ tem entendimento pacífico acerca da possibilidade da cumulação de
ambos, especialmente em lides ambientais. Confira-se julgado didático sobre o tema:
22) Quais os requisitos para que o STF submeta a matéria numa ação à repercussão geral e
qual o procedimento? O Dr. Olindo Menezes, presidente do TRF, pode analisar os requisitos da
630
repercussão geral, pois faz o juízo de admissibilidade do RE? Um juiz convocado pelo TRF, pode
julgar recurso que esteja pendente de análise de repercussão geral pelo STF.
Resposta:
Para fins de repercussão geral, a matéria objeto do recurso deve transcender subjetiva-
mente a lide, apresentando relevância do ponto de vista econômico, político, social ou
jurídico. Presume-se a repercussão geral quando a decisão impugnada contrariar súmula
ou jurisprudência dominante do Tribunal. Consoante o artigo 323, do RI do STF,
―quando não for caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão, o Relator ou o
Presidente submeterá, por meio eletrônico, aos demais Ministros, cópia de sua manifes-
tação sobre a existência, ou não, de repercussão geral‖. Assim, mediante decisão irre-
corrível, decidirão os Ministros do STF acerca da existência de repercussão geral no
tema tratado no recurso.
Por fim, o Juiz convocado poderá julgar recurso cujo tema esteja pendente de análise
pelo STF. Apenas serão sobrestados os recursos extraordinários pendentes de juízo de
admissibilidade, bem como os que vierem a ser interpostos até que o STF decida o tema
(Regimento Interno, STF: ―Artigo Art. 328-A. Nos casos previstos no art. 543-B, caput,
do Código de Processo Civil, o Tribunal de origem não emitirá juízo de admissibilidade
sobre os recursos extraordinários já sobrestados, nem sobre os que venham a ser inter-
postos, até que o Supremo Tribunal Federal decida os que tenham sido selecionados
nos termos do § 1º daquele artigo. § 1º Nos casos anteriores, o Tribunal de origem so-
brestará os agravos de instrumento contra decisões que não tenham admitido os recur-
sos extraordinários, julgando-os prejudicados nas hipóteses do art. 543-B, § 2º, e,
quando coincidente o teor dos julgamentos, § 3º‖.
23) Causas de safra (aquelas que se repetem aos milhares) haveria uma espécie de demonstra-
ção mitigada ou programada, ou haveria a necessidade de se cumprir por inteiro a questão da
repercussão geral?
Resposta:
631
11.8.1.2. Questões do TRF2
1) Recurso repetitivo cria algum tipo de ruptura na independência funcional do juiz de 1ª ins-
tância?
Resposta:
A sistemática dos recursos repetitivos, que possibilita a adequação dos julgados proferi-
dos pelos Tribunais de segunda instância, relativamente aos entendimentos do Superior
Tribunal de Justiça alcançados sob o rito do artigo 543-C, do Código de Processo Civil,
não goza da mesma eficácia vinculativa das súmulas vinculantes. Nesse sentido, embora
seja recomendada a observância dos entendimentos consolidados dos Tribunais Superi-
ores, permanece o magistrado de 1º grau sem vinculação estrita e obrigatória aos julga-
mentos dos temas dos recursos repetitivos.
Resposta:
3) Fale sobre o mandado de injunção: como se processa, a que finalidade ele atende e como a
jurisprudência mais atual vem encarando essa forma de fazer prevalecer, de efetivar, um direi-
to individual.
Resposta:
632
Vide Questão 17, item 11.8.1.1.
4) O Ministério Público na sua atuação tem procedimentos preparatórios das ações sem ob-
servância do contraditório. Isto estaria em consonância com o devido processo legal? Na justi-
ça do trabalho, por exemplo, uma ACP pode trazer prova testemunhal muito mais robusta,
pois o MP no inquérito civil ouve várias testemunhas enquanto o processo trabalhista permite
a oitiva de apenas três testemunhas. Isso não acabaria criando um desequilíbrio e provocando
uma quebra do devido processo legal?
Resposta:
Por fim, a distinção entre o número de testemunhas ouvidas no inquérito civil e na ação
trabalhista comum também não indica violação do devido processo legal. As peculiari-
dades de cada via processual e as especificidades das situações por cada uma tratadas
(direitos transindividuais, de um lado, e individuais, de outro) são elementos suficientes
para se dispensar diferentes disciplinas a ambas.
5) Quais as novidades da Lei 12.016, trouxe ao Mandado de Segurança? Isso consagra alguma
teoria no âmbito do direito administrativo? Qual? A autoridade coatora tem legitimidade de
recorrer ou só a pessoa jurídica?
Resposta:
Novidades da Lei n. 12.016: Art. 3º: esclareceu que o prazo para impetração do MS
conta-se da notificação do ato coator; Art. 4: atualizou o MS para uso dos meios eletrô-
nicos de notificação processual; Art. 5: autorizou MS contra ato disciplinar e contra ato
judicial recorrível por outro meio; Art. 6: exigiu a indicação do órgão ao qual a autori-
dade coatora se vincula; Art. 7: ordenou a intimação também do órgão ao qual a autori-
dade coatora de vincula, autorizou o juiz a exigir contracautela para concessão liminar e
vedou liminares para pagamentos de qualquer natureza; Art. 8: impôs caducidade à li-
minar caso o impetrante não cumpra as providências ordenadas; Art. 9: obrigou o ser-
ventuário que receber a notificação da liminar a informar seu chefe e a autoridade coato-
ra em 48 horas; Art. 10: estabeleceu os casos de indeferimento da petição inicial tam-
bém para o desatendimento de requisitos específicos do MS; Art. 11: fixou o procedi-
633
mento do cartório sobre as notificações liminares, incluindo o órgão como destinatário
ao lado da autoridade coatora e possibilitando notificações mais céleres; Art. 12: au-
mentou os prazos para manifestação da autoridade coatora e MP e fixou prazo para o
juiz; Art. 13: fixou o procedimento do cartório sobre intimação da sentença, incluindo o
órgão como destinatário ao lado da autoridade coatora e possibilitando intimações mais
céleres; Art. 14: atribuiu legitimidade recursal à autoridade coatora para apelação; Art.
17: autorizou a substituição do acórdão pelas notas taquigráficas quando sua publicação
demorar mais de 30 dias; Art. 19: resguardou ao impetrante a propositura de ação pró-
pria para condenações financeiras; Art. 21: disciplinou o mandado de segurança coleti-
vo, fixando sua legitimidade ativa para partidos políticos, sindicatos, entidades de classe
e associações; Art. 22: limitou a coisa julgada aos participantes do MS coletivo e impôs
a desistência do MS individual para aderir ao coletivo; Art. 24: estabeleceu aplicáveis
ao MS as regras do litisconsórcio previstas no CPC; Art. 25: extinguiu o cabimento dos
embargos infringentes para MS.
Resposta:
É cabível MS contra ato discricionário, para fins de controle de legalidade (jamais para
análise da conveniência e da oportunidade da administração).
Resposta:
Resposta:
Terá legitimidade para pleitear a segurança o titular do direito subjetivo líquido e certo
lesado ou ameaçado de lesão, que o fará em face daquele que constrange sua esfera jurí-
dica, desde que se trate de pessoa investida em funções estatais. A legitimidade para a
referida ação deve ser aferida quando do ajuizamento e é exclusiva do titular da preten-
são.
2) Pode haver conexão entre ação popular e ação civil pública? Quais os pontos semelhantes e
as diferenças entre AP e ACP?
Resposta:
635
A jurisprudência admite a conexão entre a ação popular e a ação civil pública, inclusive
recomendando a reunião de feitos, sob pena de alcance de provimentos jurisdicionais
distintos. Confira-se:
A ação popular e a ação civil pública são instrumentos relevantes para a defesa de direi-
tos coletivos. A ação popular constitui instrumento fundamental de democracia direta e
de participação política, vez que garante constitucionalmente, à disposição de qualquer
cidadão, o poder de anular atos lesivos ao patrimônio público, à moralidade administra-
tiva, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Por sua vez, a Ação Civil
Pública possui um maior espectro de abrangência, relativamente aos interesses e direitos
tutelados, vez que poderá reprimir ou impedir danos ao meio ambiente, ao consumidor,
à ordem urbanística, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico e a qualquer outro interesse difuso ou coletivo, por infração da ordem eco-
nômica e da economia popular (art. 1o da Lei 7.347/85). Ademais, distinguem-se pela
legitimidade ativa (naquela, qualquer cidadão em gozo dos direitos políticos; nessa,
legitimados constantes do artigo 5º, da Lei n. 7.347/85) e pela modalidade dos pedidos
veiculáveis (naquela, pedido de nulidade de ato lesivo; nessa, pedido de obrigação de
fazer ou de pagar). Nesse ponto, ressalte-se a jurisprudência recente, que vem admitindo
a veiculação de pedido de condenação em obrigação de fazer e de pagar em sede de
ação popular.
Resposta:
636
caso de produção de efeito erga omnes, estaria provocando verdadeiro controle concen-
trado de constitucionalidade, usurpando competência do STF.
Resposta:
O Código de Processo Civil estabeleceu o poder geral de cautela, segundo o qual o Juiz
poderá, de ofício, determinar medidas provisórias que entender adequadas, quando hou-
ver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da
outra lesão grave ou de difícil reparação. Trata-se da prerrogativa de determinar medi-
das cautelares inominadas ou atípicas, que deve ser exercido de forma subsidiaria, evi-
tando que fiquem carentes de proteção as situações para as quais a lei não previu qual-
quer medida cautelar. Nesse sentido, observando-se o princípio da fungibilidade e o
poder geral de cautela, não há óbice para que o magistrado defira medida cautelar dis-
tinta da que solicitada pela parte, uma vez demonstradas, concretamente, a adequação, a
necessidade e a utilidade da proteção diversa a ser dispensada à tutela jurídica em peri-
go.
Resposta:
637
futura indenização, mas também nas hipóteses em que o julgador, a seu critério, avali-
ando as circunstâncias e os elementos constantes dos autos, afere receio a que os bens
sejam desviados dificultando eventual ressarcimento. (AgRg na MC 11.139/SP)‖. (STJ,
AgRg na AREsp 20853/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Gonçalves, DJ 29.06.2012).
Resposta:
Resposta:
8) Pode a parte solicitar revogação da medida cautelar, de acordo com o 807, mesmo não ten-
do apelado da sentença?
638
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Em regra, pode a parte apresentar fato novo na ação de mandado de segurança, desde
que incontroverso. Nessa hipótese, aplica-se o artigo 462, do CPC. A título de exemplo,
confira-se o seguinte aresto:
Resposta:
Ainda que o mandado de segurança coletivo seja tratado na Lei 12016/2009, a ―lei ge-
ral‖ do MS, é possível se afirmar, de forma direta e precisa, que o MS coletivo é ação
autônoma, e não subespécie do MS individual. Com a edição da novel legislação, o níti-
do caráter individualista da Lei 1533/1951 foi revogado, abrindo espaço às peculiarida-
des outrora tratadas exclusivamente pela doutrina e jurisprudência, como a legitimação
ativa, os objetos tuteláveis e a coisa julgada.
Resposta:
Resposta:
640
No intuito de se adaptar aos contornos da jurisdição coletiva, a coisa julgada nas ações
dessa natureza também sofreram algumas alterações quanto ao seu modo de produção e
quanto ao rol dos interessados por ela atingidos. O Código de Defesa do Consumidor,
ao apresentar regras processuais das ações coletivas, distingue a extensão dos respecti-
vos efeitos, a depender da natureza do direito coletivo tratado: (i) quanto aos direitos
difusos, forma-se a coisa julgada secundum eventum probationis – efeitos erga omnes,
salvo improcedência por insuficiência de provas; (ii) quanto aos direitos coletivos em
sentido estrito, forma-se a coisa julgada secundum eventum probationis – efeitos ultra
partes, limitadamente aos integrantes da categoria, grupo ou classe, salvo improcedên-
cia por insuficiência de provas; (iii) quanto aos direitos individuais homogêneos, forma-
se a coisa julgada secundum eventum litis e in utilibus – efeitos erga omnes no caso de
procedência, a fim de beneficiar todas as vítimas e sucessores, sem prejuízo para tercei-
ros que não intervieram no processo.
―[...] 2. O que caracteriza os interesses coletivos não é somente o fato de serem com-
partilhados por diversos titulares individuais reunidos em uma mesma relação jurídica,
mas também por a ordem jurídica reconhecer a necessidade de que o seu acesso ao Ju-
diciário seja feito de forma coletiva; o processo coletivo deve ser exercido de uma só
vez, em proveito de todo grupo lesado, evitando, assim, a proliferação de ações com o
mesmo objetivo e a prolação de diferentes decisões sobre o mesmo conflito, o que con-
duz a uma solução mais eficaz para a lide coletiva. 3. A restrição territorial prevista
no art. 16 da Lei da Ação Civil Pública (7.374/85) não opera efeitos no que diz res-
peito às ações coletivas que visam proteger interesses difusos ou coletivos stricto
sensu, como no presente caso; nessas hipóteses, a extensão dos efeitos à toda categoria
decorre naturalmente do efeito da sentença prolatada, vez que, por ser a legitimação do
tipo ordinária, tanto o autor quanto o réu estão sujeitos à autoridade da coisa julgada,
não importando onde se encontrem.‖ (STJ, CC 109435/PR, Rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, Terceira Seção, DJ 22.09.2010).
641
dade que a ela se agrega de modo a torná-la imutável e indiscutível.‖ (STJ, REsp
1243887/PR, Rel. Min. Luís Felipe Salomão, Corte Especial, DJe 12.12.2011).
Resposta:
Resposta:
Resposta:
642
irremediavelmente, inúmeras fontes de possível erro..."(p. 204). Ensina que a assim de-
nominada verdade material há de ser tomada em duplo sentido: "no sentido de uma ver-
dade subtraída à influência que, através do seu comportamento processual, a acusação e
a defesa queiram exercer sobre ela; mas também no sentido de uma verdade que, não
sendo "absoluta" ou "ontológica", há de ser antes de tudo uma verdade judicial , prática
e, sobretudo, não uma verdade obtida a todo preço mas processualmente válida. [...] O
princípio da verdade real, para além da terminologia, não poderia ter - na concepção
ortodoxa - limitações. No entanto, Tourinho Filho, em verdadeira contestação à concep-
ção clássica, apresenta inúmeras restrições probatórias: a) a questão do estado das pes-
soas (art. 155 do CPP); b) as provas obtidas por meio ilícito (art. 5º, LVI da CF); c) pro-
vas que afetam a autodeterminação, a liberdade e possam caracterizar um constrangi-
mento ilegal (ferindo a dignidade da pessoa humana, v.g. art. 5º, incisos III, X, XLXIX
da Carta Magna), tais como o detector de mentiras e a narcoanálise, obrigando o acusa-
do a depor contra si mesmo; d) art. 207 do CPP, proibição de depor em razão de função,
ofício ou profissão (sobre os desobrigados); e) art. 233 do CPP, cartas particulares inter-
ceptadas por meios criminosos; f) art. 243 § 2º, do CPP, proibição de apreensão de do-
cumento em poder do defensor do acusado, salvo quando o elemento do corpo de delito;
g) limitação temporal, v.g. , mormente para arrolar testemunhas e leitura de documentos
em plenário do júri, etc.; h) prova da reincidência; i) prova pericial (exame de corpo de
delito); j) exame de insanidade mental do acusado (prova da culpabilidade, ou não, do
réu por via da inimputabilidade).‖
4) Quebra do sigilo bancário pela receita federal sem autorização judicial, fale sobre?
Resposta:
Trata-se de tema controverso. A Lei Complementar nº 105/01 permite, em seu art. 6º,
que as autoridades fiscais dos entes federativos tenham acesso aos dados protegidos
pelo sigilo bancário quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento
fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade admi-
nistrativa competente.
O Supremo Tribunal Federal, por apertada maioria e com composição bastante diferen-
ciada da atual, julgou inconstitucional tal disposição em sede de controle difuso de
constitucionalidade, proclamando que a quebra de referido sigilo estaria reservada ao
pronunciamento judicial (389.808/PR).
Até que o tema seja novamente apreciado pela Corte por uma decisão que se mostre
democraticamente mais legítima, a lei citada continuará plenamente válida, dela não
tendo sido tolhida a presunção de constitucionalidade.
643
5) O que Vossa Excelência entende por quebra de sigilo bancário?
Resposta:
Trata-se do acesso aos dados registrados nas tecnologias utilizadas pelas instituições
financeiras relativos às transações e movimentações de numerário feitas pelo titular da
conta objeto da quebra, sem a autorização deste.
Resposta:
Vê-se que a lei flexibiliza, em certo ponto, o sistema acusatório ao permitir a atuação
probatória oficiosa do juiz em caráter subsidiário.
É certo, no entanto, que assim como o próprio CPP impõe limites a essa intervenção do
juiz como agente instrutor, o magistrado somente poderá agir para produzir provas em
caráter totalmente subsidiário e excepcional, tomando o devido cuidado para não com-
prometer a sua imparcialidade, sob pena de violar o devido processo legal em sua acep-
ção substancial.
2) Prova pericial do processo. É prova autônoma aquela produzida pelo assistente de acusa-
ção?
Resposta:
Não. Uma vez juntada, a prova pertence ao processo, e não à parte. Se, a partir dela, o
juiz obtiver elementos para se convencer quanto à culpabilidade do réu, em conjunto
com todos os demais elementos probatórios, poderá assim proceder sem incidir em nu-
lidade instrumental.
644
11.9.1.3. Questões do TRF3
Resposta:
Somente seria válida a quebra, nessa hipótese, se o seu objeto fosse conta bancária des-
tinada à movimentação de dinheiro público. Nesse caso impera o princípio da publici-
dade, não existindo qualquer justificativa apta a amparar a inacessibilidade aos dados da
conta.
Fora desse específico caso, porém, reserva-se a legitimidade ativa para promover a que-
bra do sigilo bancário às autoridades previstas na Lei Complementar nº 105/01, dentre
as quais não se encontra o Parquet.
Desse modo, totalmente ilegal é a quebra desse sigilo diretamente pelo órgão ministeri-
al, motivo pelo qual deve, para tal mister, recorrer-se do Poder Judiciário a fim de obter
a tutela jurisdicional determinadora da quebra.
02) Qual seu entendimento sobre o poder de investigação do Ministério Público? O MP pode
dirigir o inquérito policial? E medidas cautelares, como busca e apreensão, quebra de sigilo
bancário, fiscal etc., como medidas necessárias à investigação, podem ser feitas diretamente
pelo MP?
Resposta:
Entendo que não se deve restringir o poder investigatório do Ministério Público, desde
que o órgão ministerial aja, em suas diligências, com total respeito às leis e à Constitui-
ção, observando os direitos fundamentais e a dignidade das pessoas.
O Ministério Público, especialmente na área penal onde atua como órgão de acusação,
não possui, por evidente, o dever de ser imparcial. Pelo contrário, verificando indícios
da ocorrência de delitos, ele tem o dever constitucional de promover a ação penal públi-
ca, eis que convencido da materialidade e de indícios mínimos de autoria.
Assim como os advogados de defesa têm total liberdade, fora das lindes reservadas à
pecha da ilegalidade, de promover suas próprias diligências, contratar detetives particu-
lares e exercitar todos os atos aos seus alcances para fortalecer ainda mais o estado de
645
inocência de seus clientes, não vejo razão suficiente para se limitar, castrando o múnus
constitucional, o trabalho do Parquet, sobre o qual sempre recairá o ônus probatório.
Retirar seu poder de investigação, limitando sua atuação tão-somente à fase processual,
a partir da denúncia, significa inviabilizar ainda mais a sua atuação em um país onde o
índice de apuração dos ilícitos penais é estatisticamente lamentável.
Evidentemente, no entanto, que o Ministério Público não irá dirigir o inquérito policial,
eis que não possui ele qualquer hierarquia sobre a autoridade policial.
Quanto às medidas cautelares, poderá promover diretamente somente aquelas que não
estiverem sujeitas à reserva de jurisdição, caso contrário restará fatalmente inquinada de
nulidades insuperáveis.
Resposta:
No que se refere ao meio ambiente, é inequívoco que condutas lesivas, ainda que poten-
cialmente, são aptas a gerar consequências desastrosas aos ecossistemas e que em pou-
cos casos se mostrarão completamente reversíveis. Isso se deve à própria complexidade
desse bem jurídico de interesse coletivo, cujas interações físicas, químicas e biológicas
estão sobremodo além do estado da técnica.
646
dos princípios da prevenção e da precaução que norteiam a visão preservacionista ambi-
ental.
―Nesse contexto de desafios das metas de desenvolvimento para todos os seres vivos,
neste novo milênio, na perspectiva da Conferência das Nações Unidas - Rio+20, a tutela
jurisdicional inibitória do risco ambiental, que deve ser praticada pelo Poder Judiciário
Republicano, como instrumento de eficácia dos princípios da precaução, da prevenção e
da proibição do retrocesso ecológico, como no caso em exame, no controle judicial de
políticas públicas do meio ambiente, a garantir, inclusive, o mínimo existencial-
ecológico dos povos indígenas atingidos diretamente e indiretamente em seu patrimônio
de natureza material e imaterial (CF, art. 216, caput, incisos I e II) pelo Programa de
Aceleração Econômica do Poder Executivo Federal, há de resultar, assim, dos coman-
dos normativos dos arts. 3º, incisos I a IV e 5º, caput e incisos XXXV e LXXVIII e res-
pectivo parágrafo 2º, c/c os arts. 170, incisos I a IX e 225, caput, e 231, § 3º, da Consti-
tuição da República Federativa do Brasil, em decorrência dos tratados e convenções
internacionais, neste sentido, visando garantir a inviolabilidade do direito fundamental à
sadia qualidade de vida, bem assim a defesa e preservação do meio ambiente ecologi-
camente equilibrado, em busca do desenvolvimento sustentável para as presentes e futu-
ras gerações‖ (EDAC 2006.39.03.000711-8/PA, rel. Des. Federal Selene Maria de Almeida, 5ª Turma,
Unânime, Publicação: e-DJF1 de 27/08/2012, p. 316.)
2) Art. 84 do CDC e o art. 461 do CPC, nós poderíamos aplicar no caso da tutela inibitória como
um meio de efetivação desta tutela?
Resposta:
(Pergunta sem muita lógica da forma como foi apresentada. Interpretei ela como se esti-
vesse se referindo à possibilidade de utilização da tutela específica ou da conversão no
resultado prático em sede ambiental).
647
3) Poderia se pensar em uma tutela inibitória em relação a um ente púbico?
Resposta:
Perfeitamente. Seria cabível por exemplo, quando o Ministério Público Federal propõe
uma ação civil pública requerendo ao juízo, em um de seus pedidos, que impeça o órgão
licenciador federal de conceder a Licença de Instalação por irregularidades nos estudos
prévios de impacto ambiental apresentados pelo interessado.
Resposta:
Segundo a concepção forte, apoiada na visão biocêntrica, para a liberação de uma nova
tecnologia, é necessário que não haja risco de dano além do previsto, comprovado me-
diante prova absolutamente segura. Cita-se como exemplo a Carta Mundial sobre a Na-
tureza de 1982, que estabelece: "sempre que efeitos potenciais adversos não forem ple-
namente conhecidos, as atividades não podem ocorrer". Essa vertente praticamente in-
viabiliza os empreendimentos.
A concepção fraca, a seu turno, tem como orientação assegurar o menor risco da ativi-
dade humana. Busca, portanto, adaptar a proteção do meio ambiente ao desenvolvimen-
to econômico de forma a encontrar o benefício global.
Resposta:
648
A tutela inibitória tem a função precípua de evitar a consumação ou o aprofundamento
do dano ambiental. A tutela ressarcitória, na seara ambiental, tem a função de permitir a
reparação do dano causado à sociedade, com o equivalente em dinheiro a ser destinado
à própria reparação do passivo ambiental específico ou a um fundo (fluid recovery sys-
tem).
6) Lençóis maranhenses, construindo uma casa sobre uma duna, a atitude do poder público, é
possível pedir uma remoção do ilícito e reparação?
Resposta:
Desse modo, não há óbice algum à condenação do responsável pela construção irregular
na obrigação de fazer consistente em remover o ilícito, assim como na obrigação de
reparar.
7) Qual o papel da multa na tutela inibitória, tem fundamento constitucional, tem limites para
aplicação de uma multa?
Resposta:
A multa, na tutela inibitória, tem a função de meio de constrição indireto que recai sobre
o devedor para fins de tornar efetiva a ordem judicial e para que seja mais rapidamente
respeitado o direito do credor. Seu fundamento constitucional é implícito, visto decorrer
de toda a sistemática da separação das funções estatais e da outorga ao ―Poder‖ Judiciá-
rio da exclusividade quase absoluta no que se refere à resolução de litígios entre as par-
tes.
Ele pode ser construído, primordialmente, a partir de dois incisos do artigo 5º da Consti-
tuição da República: inc. II (ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei) e XXXV (a lei não excluirá da apreciação do Poder Judi-
ciário lesão ou ameaça a direito).
Pelo segundo dispositivo citado, fica claro que nem mesmo a ameaça a direito poderá
ser excluída do Poder Judiciário, o que já abre um amplo espectro confirmatório da legi-
timidade das diversas formas de proteção a direitos levadas a efeito pelo Judiciário.
649
Ao mesmo tempo, no entanto, em que se outorga ao Judiciário esse papel fundamental
de resguardar e confirmar direitos, a própria Constituição já limita a sua atuação, impe-
dindo que seja imposto a alguém algum dever não previsto em lei, ou seja, não debatido
na esfera pública e proclamado como razoável pelos representantes da sociedade.
Vê-se, pois, que o primeiro limite à aplicação da multa é a própria previsão legal.
O segundo limite que se pode invocar pode ser encontrado no postulado da proporciona-
lidade, devendo haver uma correlação entre o valor final da multa e o valor estimável do
bem jurídico cuja imposição (da multa) se buscou efetivar. Assim, deve-ser percorrer o
itinerário de aferição da adequação/necessidade/proporcionalidade em sentido estrito
entre ambos.
Por fim, dando destaque a um especial limite, não deve a multa ser utilizada como for-
ma de confisco, visto que a propriedade é direito constitucionalmente garantido.
8) Como juiz federal aplicaria a tutela inibitória ambiental ao CDC no que tange ao art. 84 e o
art. 461 do CPC?
Resposta:
Sim, aplicaria se houvesse pedido do autor ou, existindo periculum in mora e fumus
boni iuris, valendo-me do poder geral de cautela a fim de impedir o implemento de da-
no ambiental.
Resposta:
Resposta:
(Somente repetindo resposta que é amplamente repetida por aí. Eu, particularmente, não
acredito nisso...).
Tratado de Paz celebrado, em 1280 a.C., entre o Faraó Ramsés II do Egito e Hatussili
III, rei dos Hititas.
2) Em que hipótese os Estados estão autorizados a realizar uma reserva em um tratado inter-
nacional?
Resposta:
A reserva é uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação ou denominação,
feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir,
com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado
em sua aplicação a esse Estado.
651
Isso é o que se pode depreender do art. 19 da Convenção de Viena sobre o Direito dos
Tratados, de 1969, com uma interpretação contrario sensu:
c) nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva seja incompatível com o objeto e a
finalidade do tratado.
Resposta:
Deve ser manifesto o objetivo da sua reserva. As reservas devem ser formuladas por
escrito e comunicadas às partes contratantes e a terceiros sujeitos que tenham direito de
se tornar partes do tratado (Portela). Em regra, a reserva é ato unilateral do Estado con-
tratante, não exigindo consentimento das demais partes. Essa regra, no entanto, é passí-
vel de exceções.
Resposta:
652
5) Quanto à adesão posterior, como se classificam os tratados? Me dê exemplo de tratado
aberto e tratado fechado?
Resposta:
6) Nos casos de tratados internacionais sobre direitos humanos? Como se dá sua internaliza-
ção?
Resposta:
Resposta:
Tratado internacional significa um acordo internacional concluído por escrito entre Es-
tado se regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de
dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica. Tem
como condições de validade a capacidade das partes, a habilitação de seus agentes, um
objeto lícito e possível e do consentimento regular. Cabe ao Presidente da República
celebrar os contratos em nome do Estado, mas pode tal competência ser delegada a ou-
tras pessoas, por meio da carta de pleno poderes, qualificando a pessoa como plenipo-
tenciário.
Resposta:
653
Os tratados internacionais, para se internalizar ao ordenamento jurídico brasileiro, de-
vem passar pelas seguintes etapas: negociação, assinatura, referendo do Congresso Na-
cional (decreto legislativo), ratificação do Presidente da República (decreto presidenci-
al), promulgação pelo Presidente da República e publicação. Entram, em regra, com
status de lei ordinária, salvo se tratarem sobre direitos humanos, que terão status supra-
legal ou de emenda constitucional, caso obedecido o § 3º do art. 5º da CF.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
A doutrina elenca uma série de espécies de tratados. No entanto, o emprego das deno-
minações dos tratados na prática internacional é indiscriminado e não influencia o cará-
ter jurídico do instrumento, nos termos da própria Convenção de 1969, que determina
que estes são vinculantes ―qualquer que seja sua denominação específica‖. Como ex.
podemos citar ato, carta, convenção, compromisso etc.
Resposta:
654
7) Discussão sobre as fontes dos Tratados Internacionais. Processo de internacionalização,
hierarquia.
Resposta:
Passado: o STF entendia que os tratados prevaleciam sobre as leis internas. Em 1977: o
STF passou a entender que os tratados ―não se sobrepõem às leis do país.‖ Assim, os
tratados têm natureza de lei ordinária e não podem regular matérias afetas à lei comple-
mentar. Em caso de conflito com lei interna não há revogação, devendo sua aplicação
ser definida de acordo com os critérios cronológico e da especialidade. Tratados de di-
reitos humanos: a) não aprovados pelo procedimento do § 3º do art. 5º ou anteriores à
EC 45/04 – supralegalidade; b) aprovados pelo procedimento do 3º - status de emenda
à constituição (posição atual do STF). Tratados em matéria tributária: o CTN adota a
supralegalidade dos tratados. O STF vem reconhecendo a supralegalidade de tratados
tributários (RE 229096). (Portela)
Resposta:
9) A quem cabe “dar fim” a um tratado? Como o Estado se desobriga à aplicação um tratado?
Resposta:
O Tratado se extingue pela vontade comum das partes, pela vontade de uma parte (de-
núncia) e pela alteração das circunstâncias que motivaram sua celebração. A denúncia é
ato privativo do Presidente da República, não sujeita a autorização prévia ou referendo
do Congresso Nacional (art. 86, VII, CF). A denúncia isenta o estado signatário de
cumprir as normas dos tratados, com efeitos ex nunc. A denúncia extingue o tratado
bilateral e nos atos multilaterais implica retirada da parte do acordo.
Resposta:
655
11) Há litispendência entre ação proposta aqui e outra no estrangeiro?
Resposta:
Não, por disposição expressa do art. 90 do CPC. Daniel Amorim afirma que a listispen-
dência é uma situação de fato e, nesse caso, haverá litispendência, o que não haverá é
seu efeito de acarretar a extinção sem julgamento de mérito daquele que a citação ocor-
reu tardiamente. Recentemente o STJ decidiu que a propositura de ação perante o Judi-
ciário brasileiro não impede a homologação de sentença estrangeira. Segundo Teori
Zavascki, a questão que se põe, em tais casos, é a de saber qual das duas sentenças pre-
valece, se a nacional ou a estrangeira. ―Essa questão, como se percebe, diz respeito à
eficácia do julgado, e não à homologabilidade da sentença estrangeira. A resposta se
resolve pela prioridade da coisa julgada: prevalece a sentença que transitar em julgado
em primeiro lugar, considerando-se, para esse efeito, relativamente à sentença estrangei-
ra, o trânsito em julgado da decisão do STJ que a homologa, já que essa homologação é
condição da eficácia da sentença homologanda‖, ressaltou o ministro.
Resposta:
Resposta:
Tratados em matéria tributária: o CTN adota a supralegalidade dos tratados. O STF vem
reconhecendo a supralegalidade de tratados tributários (RE 229096). Deve-se entender,
contudo, que o tratado não revoga lei interna, nem lei interna revoga tratado, deve-se
aplicar a especialidade ou o sistema cronológico ao caso concreto. (Portela)
14) Quais as fontes do Direito Internacional Público e Privado? Ênfase no conflito sobre os
Tratados Internacionais no ordenamento jurídico brasileiro. (questão inserida nesse tópico em
razão da ênfase no conflito de tratados com o ordenamento jurídico)
Resposta:
656
Passado: o STF entendia que os tratados prevaleciam sobre as leis internas. Em 1977: o
STF passou a entender que os tratados ―não se sobrepõem às leis do país.‖ Assim, os
tratados têm natureza de lei ordinária e não podem regular matérias afetas à lei comple-
mentar. Em caso de conflito com lei interna não há revogação, devendo sua aplicação
ser definida de acordo com os critérios cronológico e da especialidade. Tratados de di-
reitos humanos: a) não aprovados pelo procedimento do § 3º do art. 5º ou anteriores à
EC 45/04 – supralegalidade; b) aprovados pelo procedimento do 3º - status de emenda
à constituição (posição atual do STF). Tratados em matéria tributária: o CTN adota a
supralegalidade dos tratados. O STF vem reconhecendo a supralegalidade de tratados
tributários (RE 229096). (Portela)
15) Os tratados são fontes do direito tributário? Os tratados poderiam revogar uma lei tributá-
ria?
Resposta:
Tratados em matéria tributária: o CTN adota a supralegalidade dos tratados. O STF vem
reconhecendo a supralegalidade de tratados tributários (RE 229096). Deve-se entender,
contudo, que o tratado não revoga lei interna, nem lei interna revoga tratado, deve-se
aplicar a especialidade ou o sistema cronológico ao caso concreto. (Portela)
Resposta:
657
02) Quais os entes que estão legitimados a celebrar convenções, tratados, pactos?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
No mundo real nos aproximamos de grupos e pessoas que identificamos com nossas
ações. Nós interagimos com essas pessoas. Um dos elementos da integração social é a
comunicação. É a linguagem que ―estabelece pontes entre diferentes zonas dentro da
realidade da vida cotidiana e as integra em uma totalidade dotada de sentido‖. Por meio
da linguagem nos comunicamos e nessa interação formamos grupos com interesses pró-
prios. A linguagem é um dos fatores determinantes para o indivíduo pertencer ao social.
Para os críticos da comunicação, a mensagem que os indivíduos recebem é previamente
orientada por uma classe dominante que cria certos parâmetros de comportamento. As
658
pessoas ou grupos passam a refretir as idéias que são veiculadas por um determinado
grupo que detém um certo poder de influência por meio da mídia em geral. A mídia é
um dos instrumentos que pode transformar o comportamento do sujeito, orientando suas
opiniões a serviço de um determinado grupo. Quando se consegue transformar a opinião
da maioria por exemplo, podemos criar leis, transformar o Estado , mudar governos,
fazer revoluções. Assim, a manipulação dessa opinião pública torna-se estratégia em
muitos países, tanto no ocidente quanto no oriente.
Resposta:
Platão, discípulo de Sócrates, defendia que o homem era a ―alma‖ (psyqué), o que ocupa
o corpo, e não o corpo em si mesmo. O homem, para Platão, possuia conhecimento e
virtude, que estão interligadas. Para ele a virtude, assim como o conhecimento, podia
ser ensinado. A ausência de virtude acarretava a prática do mal. Desta forma, o mal não
seria uma tendência intencional, mas decorreria da falta de virtude, motivo pelo qual o
bem era uma tendência. Para Platão o homem não está predisposto a praticar o mal, mas
sim o bem. Para Santo Agostinho Deus, portanto, não é o autor do mal, mas é autor do
livre-arbítrio, que concede aos homens a liberdade de exercer o mal, ou melhor, de não
praticar o bem.
659
2) Qual é o conceito de conhecimento? É uma parte da filosofia? Qual o nome na filosofia do
setor que se estuda? Qual a parte da filosofia que se estuda o conhecimento em relação ao
objeto? E a parte da filosofia que estuda o conhecimento e o sujeito do qual ele emana?
Resposta:
3) Em relação à Platão, como ele faz diferença entre o homem da praxe e o homem do pensa-
mento, que o governo só deve ser desenvolvido por quem é filósofo, por quem é intelectual,
como você vê isso? Platão não era anti-direitos humanos?
Resposta:
Para Platão, quanto ao mundo material, o homem poderia ter somente a doxa (opinião) e
téchne (técnica), que permitia a sua sobrevivência, ao passo que, no mundo das ideias, o
homem pode ter a épisthéme, o conhecimento verdadeiro, o conhecimento filosófico. O
homem da praxe seria detentor apenas da opinião e da técnica, ao passo que o homem
do pensamento teria o conhecimento verdadeiro, filosófico. "Os males não cessarão para
os humanos antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder, ou antes,
que os chefes das cidades, por uma divina graça, ponham-se a filosofar verdadeiramen-
te." (Platão, Carta Sétima, 326b). Esta afirmação de Platão deve ser compreendida com
base na teoria do conhecimento, e lembrando que o conhecimento para Platão tem fins
morais. Todo o projecto político platónico foi traçado a partir da convicção de que a
Cidade-Estado ideal deveria ser obrigatoriamente governada por alguém dotado de uma
rigorosa formação filosófica. Platão não pode ser considerado anti-direitos humanos,
porque apenas prega que as pessoas ocupem posições de acordo com as suas virtudes.
Para ele o filósofo seria detentor do conhecimento verdadeiro, nada mais justo que essa
pessoa ocupe o cargo de governante.
660
Resposta:
5) Qual a diferença entre o plural e o geral? O que é o pacto social? A federação é uma unida-
de plúrima?
Resposta:
Contrato social (ou contratualismo) indica uma classe abrangente de teorias que tentam
explicar os caminhos que levam as pessoas a formar Estados e/ou manter a ordem soci-
al. A federação é uma unidade plúrima, porquanto vários estados se unem para formar
um Ente maior, devendo serem respeitadas e defendidas as diferenças existentes dentro
da sociedade.
Resposta:
No segundo semestre de 1970, ele (Foucault) estava tão interessado no que parecia uma
nova forma de exercício do poder (de vida), ele chamou de "biopoder" (um conceito
tirado e desenvolvido por François Ewald Giorgio Agamben, Judith Revel e Antonio
Negri, entre outros), indicando quando, não em torno da vida do século XVIII - apenas
biológico, mas entendida como toda a vida: a de indivíduos e povos como a sexualida-
de. No início de 1980, em suas palestras no Colègge de France, do Governo da vida,
Foucault inicia uma nova linha de investigação: os atos que o sujeito pode e deve operar
livremente em si para chegar à verdade. Este novo eixo, o conhecimento do domínio
irredutível de domínio e de poder, é chamado de "regime de verdade" e pode isolar a
parte livre e decisão deliberada do sujeito na sua própria actividade. Os exercícios cris-
tão ascético fornecem o primeiro campo de exploração desses sistemas na sua diferença
com os exercícios ascéticos greco-romanos. Seu pensamento visa ligar em conjunto,
sem confundí-las, estas três áreas: conhecimento, poder e discurso.
Resposta:
Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato permanente com dois ti-
pos de realidade: a inteligível e a sensível. A primeira é a realidade imutável, igual a si
mesma. A segunda são todas as coisas que nos afetam os sentidos, são realidades de-
pendentes, mutáveis e são imagens da realidade inteligível. Tal concepção de Platão
também é conhecida por Teoria das Ideias ou Teoria das Formas (Idealismo). Aluno de
661
Platão, Aristóteles discorda de uma parte fundamental da sua filosofia. Platão concebia
dois mundos existentes: aquele que é apreendido por nossos sentidos, o mundo concreto
-, em constante mutação; e outro mundo - abstrato -, o das ideias, acessível somente
pelo intelecto, imutável e independente do tempo e do espaço material. Aristóteles, ao
contrário, defende a existência de um único mundo: este em que vivemos (Realista). O
que está além de nossa experiência sensível não pode ser nada para nós.
Resposta:
Para Platão o homem era aquilo que ocupava o corpo físico, ou seja, a alma. A alma ao
ser moldada ao corpo sofria restrições da matéria, esquecendo-se de vários conhecimen-
tos adquiridos em outra vida, em outro planeta (estrela divina). Mas, de acordo com a
sua Teoria de Ideias, a alma conseguia lembrar-se de algumas coisas ao materializar-se
no corpor, tendo em vista os resquícios de conhecimento acerca de como são os obje-
tos/coisas, acerca da idéia de cada objeto.
Resposta:
Sócrates fala que, sendo o Amor, amor de algo, esse algo é por ele certamente desejado.
Mas este objeto do amor só pode ser desejado quando lhe falta e não quando o possui,
pois ninguém deseja aquilo de que não precisa mais. ―O que deseja, deseja aquilo de
que é carente, sem o que não deseja, se não for carente‖.Aqui, na fala de Sócrates, Pla-
tão coloca seu apontamento crucial sobre o conceito de amor, onde, o que se ama é so-
mente aquilo que não se tem. E se alguém ama a si mesmo, ama o que não é. O objeto
do amor sempre está ausente, mas sempre é solicitado. A verdade é algo que está sem-
pre mais além: sempre que pensamos tê-la atingido, ela se nos escapa entre os dedos.
Essa inquietação na origem de uma procura, visando uma paixão ou um saber, faz do
amor um filósofo. Sendo o Amor, amor daquilo que falta, forçosamente não é belo nem
bom, visto que necessariamente o Amor é amor do belo e do bom. Não temos como
desejar aquilo que temos. Segundo relatos do texto de Platão e de alguns de seus com-
panheiros, o amor é um dos maiores bens do homem (junto com o inteligência e a sabe-
doria); não é nem bom nem mal em si mesmo, como prática. Platão relaciona o amor
com a verdade, pois quando se ama não é somente exercer o poder sobre alguém ou
demonstrar força, mas trata-se de saber ser correspondido, ou seja, trata-se da verdade.
(Amor platônico)
662
10) Qual a visão de sociedade e Estado em Platão?
Resposta:
Platão acha-a na própria natureza humana, porquanto cada homem precisa do auxílio
material e moral dos outros. Desta variedade de necessidades humanas origina-se a divi-
são do trabalho e, por conseqüência, a distinção em classes, em castas, que representam
um desenvolvimento social e uma sistematização estável da divisão do trabalho no âm-
bito de um estado. A essência do estado seria então, não uma sociedade de indivíduos
semelhantes e iguais, mas dessemelhantes e desiguais. Tal especificação e concretização
da divisão do trabalho seria representada pela instituição da escravidão; tal instituição,
consoante Platão, é necessária porquanto os trabalhos materiais, servis, são incompatí-
veis com a condição de um homem livre em geral.
12. Ponto 12
12.1. Direito Constitucional
Resposta:
O século XX, pautado por uma pluralidade de movimentos de massa, partidos políticos
e organizações não-governamentais, foi obrigado a acolher em seu ordenamento jurídi-
co demandas das mais variadas, nascidas de grupos que defendem interesses políticos,
sociais e econômicos diversos. Essas complexidades das relações sociais que vivencia-
mos hodiernamente terminaram por ―desorganizar‖ as estruturas institucionais e dogmá-
ticas que herdamos do século XIX; dentre elas a da ―separação de poderes‖ em sua fei-
663
ção clássica. Cumpre analisar também a colocação de que a atuação do Poder Judiciário
em questões de cunho político seria uma afronta ao princípio democrático, tomando-o
por absoluto. Aqui vale destacar também a implicação de Dworkin acerca do ―majorita-
rianismo‖ irrestrito. Olhando para as Constituições Democráticas Ocidentais o autor foi
capaz de perceber que a maioria delas se vale de uma teoria política Utilitarista: as pes-
soas são tratadas como iguais quando suas preferências são avaliadas apenas no que
concerne à intensidade, sem nenhuma distinção de pessoa ou mérito. Sendo assim, por
mais que se afigure enquanto teoria política funcional e atraente demonstra-se imperioso
ressalvar o Utilitarismo, de modo a impedir que sua busca pela maximização do bem-
estar leve a uma adoção de preferências majoritárias ainda que estas entrem em conflito
com a igualdade, próprio fundamento da igual consideração de interesses. Uma maneira
de conseguir essa restrição é oferecida pela idéia dos direitos como trunfos sobre o utili-
tarismo irrestrito. Dessa maneira, acabou-se de relativizar o princípio do majoritário
com a existência de direitos a serem efetivamente colocados em prática pelo Poder Ju-
diciário, fazendo com que os cidadãos se tornem autores e não meros destinatários do
Direito.
Resposta:
664
Resposta:
Resposta:
Resposta:
665
mente, prevê a possibilidade de participação de pessoas fisicas (natos ou naturalizados
há mais de 10 anos) ou jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede
no País, devendo em qualquer caso 70% do capital votante pertencer a brasileiros natos
ou naturalizados há mais de 10 anos, assim como a responsabilidade editorial, seleção e
direção. (art. 222 CF) (Lei 10610/02)
6) O senhor poderia delimitar o porquê das delimitações das participações estrangeiras quan-
do às empresas de rádiofusão?
Resposta:
Resposta:
Brasileiro nato ou naturalizado há mais de 10 anos, bem como pessoas jurídicas consti-
tuídas sob as leis brasileiras e com sede no País. Em qualquer caso, o estrangeiro so-
mente pode possuir 30% do capital votante. (Lei nº 10610/02)
Resposta:
A União deve aplicar nuca menos de 18% da receita resultante de impostos, anualmen-
te. (art. 212 CF)
Resposta:
Tecnicamente a Lei de Imprensa não foi revogada no Brasil, não obstante tenha o STF
reconhecido sua inconstitucionalidade. Destaque-se que a revogação de uma lei ocorre
apenas por lei superveniente de forma expressa ou quando esgote o tema anteriormente
disponsto na norma precedente (LICC). De todo modo, a sua aplicação em descompasso
com a decisão do STF pode ensejar reclamação.
Resposta:
666
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de
condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar,
pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de con-
cepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV -
gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V - valorização dos profis-
sionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingres-
so exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) VI - gestão democrática do
ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade; VIII - piso sala-
rial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos
de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distri-
to Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de
impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvi-
mento do ensino.§ 1º - A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municí-
pios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo
que a transferir.
Resposta:
"O princípio da autonomia das universidades (CF, art. 207) não é irrestrito, mesmo por-
que não cuida de soberania ou independência, de forma que as universidades devem ser
submetidas a diversas outras normas gerais previstas na Constituição, como as que re-
gem o orçamento (art. 165, § 5º, I), a despesa com pessoal (art. 169), a submissão dos
seus servidores ao regime jurídico único (art. 39), bem como às que tratam do controle e
667
da fiscalização." (ADI 1.599-MC, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 26-2-
1998, Plenário, DJ de 18-5-2001.)
Resposta:
Resposta:
6) Na justiça desportiva, suas decisões são definitivas? Possível contestar perante o Poder Judi-
ciário decisão da Justiça Desportiva?
Resposta:
668
em lei. § 2º - A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da
instauração do processo, para proferir decisão final.
7) Direito ao lazer se insere em uma das figuras da 1a., 2a. ou 3ª. dimensão? (Para Des. Poul,
melhor seria ir da 3ª. ou 4ª. geração, porque o Estado não pode ser obrigado a atuar, por isso
não é de 2ª. geração)
Resposta:
Resposta:
669
9) A Constituição de hoje está propensa no sentido de aceitar também esse tipo de relaciona-
mento (a união homoafetiva) como sendo constituidor de família? Isto está em consonância
com os princípios fundamentais da constituição, com seus objetivos?
Resposta:
Resposta:
670
12.2. Direito Tributário
Resposta:
A Ação anulatória de débito fiscal é uma ação para anular um lançamento ou uma certi-
dão de dívida ativa, sendo aceita, inclusive, após o ajuizamento da execução fiscal
(REsp 1153771/SP, Rel. Min. MAURO CAMPBELL 2ª T.,DJe 18/04/2012). Todavia,
seu mero ajuizamento não suspende a exigibilidade do tributo, salvo se realizado depó-
sito integral, nem impede a execução fiscal.
Segue o rito das ações ordinárias (é possível que siga o rito sumário ou até mesmo ao
rito dos Juizados Especiais Federais, em razão do valor da causa - Lei n. 10.259/2001).
2) Como você interpretaria o art. 38 da LEF em que a propositura da ação anulatória deve ser
precedida do depósito do crédito?
Resposta:
O art. 38 da lei 6.830/80 deve ser interpretado de forma a reconhecer que o depósito
prévio não constitui requisito para a propositura da ação anulatória de débito fiscal. De
acordo com o STJ (REsp 962838, DJe 18/12/2009), ―tal obrigatoriedade ocorre se o
sujeito passivo pretender inibir a Fazenda Pública de propor a execução fiscal.” O de-
pósito prévio previsto no art. 38, da LEF, não constitui condição de procedibilidade da
ação anulatória, mas mera faculdade do autor, para o efeito de suspensão da exigibili-
671
dade do crédito tributário, nos termos do art. 151 do CTN, inibindo, dessa forma, o
ajuizamento da ação executiva fiscal, consoante a jurisprudência pacífica do E. STJ.
Resposta:
4) Sobre o CADIN, quais são os reflexos na inscrição nele lançada, se houver o parcelamento do
débito tributário? Mesmo considerando que o parcelamento constitui confissão de dívida?
Resposta:
De acordo com o art. 7º, II, da lei 10522, que trata do CADIN, será suspenso o registro
no Cadin quando o devedor comprove que esteja suspensa a exigibilidade do crédito
objeto do registro, nos termos da lei. Por seu turno, o CTN em seu art. 151, VI, especifi-
ca que o parcelamento é hipótese de suspensão do crédito tributário, de sorte que o par-
celamento impõe a suspensão do registro no CADIN, que ocorrerá após o pagamento
da primeira parcela do parcelamento.
Resposta:
Sim. Pessoas jurídicas, de direito público ou privado, e pessoas físicas, responsáveis por
obrigações pecuniárias vencidas e não pagas para com órgãos e entidades da Adminis-
tração Pública Federal, direta e indireta podem ser inscritas no CADIN.
Resposta:
673
Assim, o prazo para a compensação é o mesmo para pleitear a restituição de valores
pagos indevidamente a título de tributo, na forma do art. 168, do CTN, ou seja, 05 anos
a contar da extinção do crédito ( art. 165, I e II) ou da data que se tornar definitiva a
decisão administrativa ou trânsito em julgado de decisão judicial que desconstituiu da
decisão condenatória.
De acordo com súmula do STF Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quan-
do reconhecido por decisão, que o contribuinte ‗de jure‘ não recuperou do contribuinte
‗de facto‘ o ‗quantum‘ respectivo". O prazo é contado também da extinção do crédito.
Resposta:
A ação de consignação do CPC decorre de lei geral que se aplica a todos os casos não
abrangidos por legislação específica. Em sendo assim, por estar a ação de consignação
prevista também no Código Tributário Nacional, as disposições previstas no CPC so-
mente serão aplicáveis à matéria tributária quando não conflitarem com a legislação
específica, ou seja, em caráter subsidiário.
Por essa razão, certas regras previstas no CPC, tais como o depósito extrajudicial, não
se aplicam à ação de consignação de créditos tributários.
Resposta:
O Sujeito passivo tem direito a ser restituído do principal pago indevidamente, bem co-
mo, na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as
referentes às infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da restituição, na
forma do art. 167 do CTN.
Resposta:
674
O art. 167, parágrafo único, do CTN, estabelece a fluência dos juros de mora a partir do
trânsito em julgado. Já a correção monetária é contada do pagamento indevido (Súmula
162) até o trânsito em julgado.
De acordo com o STJ(: a) antes do advento da lei nº 9.250 de 1995, incidia a correção
monetária desde o pagamento indevido até a restituição ou compensação (Súmula 162
STJ), acrescida de juros de mora a partir do trânsito em julgado (Súmula 188 STJ), nos
termos do art. 167, parágrafo único, do CTN; b) após a edição da Lei 9.250/95, aplica-se
a Taxa Selic desde o recolhimento indevido ou a partir de 1.01.96, vedada sua cumula-
ção com quaisquer outros índices, seja de correção monetária, seja de juros, pois já
incluído.
Decisão recente do STJ assim se posicionou sobre o tema (REsp 1247979 / PR): A cor-
reção monetária do indébito deve ser plena, observados os índices constantes do Manu-
al de Orientação de Procedimentos para os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pelo
Conselho da Justiça Federal por meio da Resolução 561/CJF, de 2.7.2007, com incidên-
cia da taxa SELIC para o juros de mora, a partir do trânsito em julgado da demanda,
vedada sua cumulação com quaisquer outros índices, de correção monetária ou de ju-
ros.
5) Quem teria legitimidade para a ação em relação ao PIS? E qual seria o prazo?
Resposta:
Resposta:
675
Consoante expressa previsão do art. 170-A do Código Tributário Nacional, introduzido
pela Lei Complementar n.118/2001, a compensação só pode ser efetivamente realizada
com o trânsito em julgado da respectiva decisão judicial.
De igual modo, a nova Lei de Mandado de Segurança, de forma clara, estabelece no art
7º, §2º, que ―não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de
créditos tributários.‖
Resposta:
Como bem expõe Lucas Rocha Furtado ao tratar do controle judicial dos atos adminis-
trativos, nos quais se incluem as políticas públicas, “o controle a ser realizado pelo
Poder Judiciário é controle de legalidade ou de legitimidade. Isto importa em que o
exame a ser empreendido pelo Poder Judiciário deve-se ater à verificação da confor-
midade do ato com o ordenamento jurídico. Todos os atos, vinculados ou discricioná-
rios, sujeitam-se ao controle de legalidade judicial.”
676
Assim, o mérito do ato administrativo, que é o juízo de conveniência e oportunidade,
em regra, está imune ao controle judicial, salvo se violar o princípio da proporcionali-
dade, sob pena de ferimento do princípio da separação dos poderes.
Por outro lado, o fenômeno denominado de ativismo judicial, que seria uma forma proa-
tiva de aplicar e interpretar a Constituição pelo Poder Judiciário, notadamente no que
tange aos direitos fundamentais de caráter prestacional (2ª dimensão), acaba por alargar
a esfera de ingerência do Poder Judiciário sobre o Executivo, tornando, possível, inclu-
sive, a imposição de políticas públicas quando os referidos direitos fundamentais estive-
rem sendo violados de forma grave por inércia injustificada do Estado.
2) O autor Norberto Bobbio relaciona o não controle com o arbítrio, na sua concepção essa é
afirmação é válida?
Resposta:
Todavia, ainda que se trate de ato discricionário é necessário que exista o controle, co-
mo forma de impedir que o ato discricionário, que também está limitado pela lei, torna-
se ato arbitrário (destituído de balizas legais), que não concretiza o interesse público e
por isso merece ser rechaçado. Assim, pode-se reconhecer como verdadeira a afirmação
de que a ausência de controle pode gerar arbitrariedade.
Resposta:
Verifica-se, assim, que o controle social é aquele no qual a sociedade organizada vale-se
de seu poder para controlar os atos praticados pela Administração Pública, sendo estes
de extrema valia no combate as fraudes realizadas pelos administradores públicos. En-
quadram-se nesta categoria, dentre outros já citados acima, os abaixo assinados e o di-
reito de petição por qualquer cidadão.
Resposta:
678
5) MS contra ato administrativo suscetível de recurso com efeito suspensivo dependente de
caução?
Resposta:
De acordo com o artigo 5º, I, da Lei nº 12.016 de 2009 (Nova Lei do Mandado de Segu-
rança) ―Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: I - de ato do qual
caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução‖.
Com efeito, tendo sido interposto recurso administrativo com a concessão de efeito sus-
pensivo que tenha o condão de obstar o cumprimento do ato administrativo tido por
ilegal ou abusivo, não se apresenta o interesse processual necessário à impetração do
MS, pois que não pode trazer qualquer prejuízo ao impetrante.
Todavia, tendo por base o princípio da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV),
não se pode impor ao interessado o esgotamento da via administrativa, de sorte que po-
de optar por impetrar direta e previamente o MS ou desistir do recurso administrativo
interposto e ao qual já havia sido deferido o efeito suspensivo.
Outrossim, quando se trata de ato administrativo omissivo não há que se falar no óbice
em análise, pois o que se busca é exatamente a prática do ato pela autoridade, conforme
entendimento já pacificado no STF na Súmula 429: "A existência de recurso administra-
tivo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão
de autoridade".
6) Pode haver pelo Poder Judiciário o controle dos motivos dos atos administrativos?
Resposta:
Motivo do ato administrativo são as circunstâncias de fato e de direito que levam o ad-
ministrador a praticar determinado ato. O motivo e o objeto são fundamentais para a
distinção entre os atos discricionários e vinculados.
7) Ação penal pública está sujeita ao prazo decadencial? E os prazos para o oferecimento da
denúncia, são de natureza decadencial, prescritiva, preclusiva?
Resposta:
Resposta:
No MS 23.627/DF, julgado em 2003, foi entendido que não seria possível a tomada
especial de contas do BB, pois a participação majoritária do Estado na composição de
seu capital não tem o efeito de transmudar em públicos tais bens, que conservam a con-
dição de bens de natureza privada, bem como seria inviável o Tribunal de Contas fisca-
lizar todas as agências, inclusive no exterior.
De acordo com o STF (MS 25092/DF, 2005), as Sociedades de Economia Mista (Ban-
co do Brasil é SEM), no que tange aos atos dos administradores, estão submetidas ao
controle do Tribunal de Contas, vejamos: “I. - Ao Tribunal de Contas da União compe-
680
te julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e socieda-
des instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem
causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário (CF,
art. 71, II; Lei 8.443, de 1992, art. 1º, I). II. - As empresas públicas e as sociedades de
economia mista, integrantes da administração indireta, estão sujeitas à fiscalização do
Tribunal de Contas, não obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime celetis-
ta.”
Resposta:
Tal como ocorre com as sociedades de economia mista, as empresas públicas estão
submetidas ao controle do Tribunal de Contas, que não poderá, todavia, atingir a esfera
operacional dessas empresas, notadamente se desempenharem atividade econômica em
regime de concorrência. Nesse sentido, válido de transcrição acórdão do TCU nº
1581/2003-Plenário: “8. Sem entrar em considerações a respeito da possibilidade de
as fiscalizações terem o caráter operacional, como previsto no art. 70 da Constituição
Federal, nem também a respeito do princípio da eficiência, insculpido no art. 37, da
Carta Magna, é certo que a administração pública, estando nela incluída fundações,
autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, possui total autonomia
na gestão de seus recursos materiais e pessoais, não podendo o Tribunal nela se imis-
cuir .‖
José dos Santos Carvalho Filho entende que são recursos privados aqueles decorrentes
da atividade econômica ou da própria gestão da empresa pública, de sorte que não seri-
am suscetíveis de controle pelo Tribunal de Contas.
Resposta:
11) Enquanto juiz federal o senhor anularia um ato administrativo pelo princípio da boa admi-
nistração sem interferência de alguma regra?
Resposta:
José dos Santos Carvalho Filho reconhece a legitimidade do próprio Poder Executivo,
bem como do Legislativo, no seu papel de fiscalização, para exercerem o controle sobre
os atos administrativos com base no princípio da eficiência. Já no que concerne ao con-
trole judicial, expõe que este “sofre limitações e só pode incidir quando de tratar de
comprovada ilegalidade”. Entende que o Poder Judiciário não pode estabelecer ao ad-
ministrador qual a conduta que deve ser tomada com supedâneo em suposta maior efici-
ência aferida pelo julgador.
De fato, o julgador nem sempre será o órgão com a necessária capacidade técnica para
aferir o ato mais eficiente na situação. O círculo de competência do administrador deve
ser respeitado como prevalência do princípio da separação dos poderes.
Todavia, evidenciado o conflito entre o ato praticado com alguma norma, seja uma re-
gra ou princípio, poderá haver o controle judicial. Assim, entendo ser possível a anula-
ção de ato administrativo com base no princípio da boa administração quando, na análi-
se do caso, restar demonstrado que o seu desrespeito trará prejuízo à coletividade, tendo
o princípio da eficiência (boa administração), por ser constitucional, força normativa
suficiente para aplicação direta a determinada situação concreta.
Resposta:
682
Os atos do CNJ não tem natureza jurisdicional, podendo ser controlados judicialmente
apenas por meio de ação, a ser processada no STF (art. 102, I, r, CF), não havendo pre-
visão legislativa de recurso administrativo para o STF.
Tendo em vista que as atribuições do Conselho Nacional de Justiça tem previsão consti-
tucional, não cabe ao STF, em princípio, rever o mérito das decisões do CNJ, haja vista
que a Excelsa Corte não é seu órgão revisor, não obstante seja o STF o órgão de cúpula
do Poder Judiciário. Em sendo assim, o STF deve limitar-se a analisar os aspectos rela-
cionados com a legalidade dos atos praticados pelo CNJ.
Resposta:
683
12.3.1.4. Questões do TRF4
01) O princípio da boa-fé está explicitado no Direito Administrativo Brasileiro? O Sistema jurí-
dico brasileiro consagra o princípio da boa-fé?
Resposta:
02) Na atualidade, o princípio da legalidade administrativa é uma mera vassalagem a lei for-
mal?
Resposta:
684
Não se pode deixar de mencionar também o fenômeno da deslegalização, quando os
órgãos técnicos são dotados pela lei de competência para regular situações em que a
demora na elaboração legislativa traria prejuízos. (Ex: Agências reguladoras). Nesses
casos também é possível se falar em respeito ao princípio da legalidade, pois são nor-
mas criadas por órgãos com competência legitimamente conferida para esse fim.
Resposta:
Todavia, quando se tratar de órgão técnico (fenômeno da deslegalização)a que a lei te-
nha atribuído competência para regulamentar determinada atividade, não há violação ao
princípio da legalidade as infrações estabelecidas em regulamento: (RECURSO ESPE-
CIAL Nº 1.102.578 - MG (2008/0266102-6) ―Estão revestidas de legalidade as
normas expedidas pelo CONMETRO e INMETRO, e suas respectivas infrações,
com o objetivo de regulamentar a qualidade industrial e a conformidade de produtos
colocados no mercado de consumo, seja porque estão esses órgãos dotados da compe-
tência legal atribuída pelas Leis 5.966/1973 e 9.933/1999, seja porque seus atos tratam
de interesse público e agregam proteção aos consumidores finais. (Teoria da Quali-
dade).
Em outro julgado o STJ afirma que ―No campo das infrações administrativas, exige-se
do legislador ordinário apenas que estabeleça as condutas genéricas (ou tipo genérico)
consideradas ilegais, bem como o rol e limites das sanções previstas, deixando-se a es-
pecificação daquelas e destas para a regulamentação, por meio de Decreto.‖
04) Sobre o princípio da publicidade, como esse princípio se manifesta no nosso Direito quan-
do ele resulta para o administrado ônus, deveres? Se a adm do Estado de Pernambuco aplicar
a uma empresa privada uma pena como se daria essa publicidade?
Resposta:
685
Assim, a comunicação formal por meio da imprensa oficial é o meio adequado para
conferir a devida segurança jurídica aos atos administrativos que possam atingir interes-
ses dos administrados. No caso, hipotético apresentado, a punição a uma empresa priva-
da deve ser publicada no diário oficial, ainda que de forma resumida.
Resposta:
José dos Santos Carvalho Filho reconhece a legitimidade do próprio Poder Executivo,
bem como do Legislativo, no seu papel de fiscalização, para exercerem o controle sobre
os atos administrativos com base no princípio da eficiência. Já no que concerne ao con-
trole judicial, expõe que este “sofre limitações e só pode incidir quando de tratar de
comprovada ilegalidade”. Entende que o Poder Judiciário não pode estabelecer ao ad-
ministrador qual a conduta que deve ser tomada com supedâneo em suposta maior efici-
ência aferida pelo julgador.
De fato, o julgador nem sempre será o órgão com a necessária capacidade técnica para
aferir o ato mais eficiente na situação. O círculo de competência do administrador deve
ser respeitado como prevalência do princípio da separação dos poderes.
Todavia, evidenciado o conflito entre o ato praticado com alguma norma, seja uma re-
gra ou princípio, poderá haver o controle judicial. Assim, entendo ser possível a anula-
ção de ato administrativo com base no princípio da boa administração quando, na análi-
se do caso, restar demonstrado que o seu desrespeito trará prejuízo à coletividade, tendo
o princípio da eficiência (boa administração), por ser constitucional, força normativa
suficiente para aplicação direta a determinada situação concreta.
06) As OSCIPs estão sujeitas ao princípio da obrigatoriedade da licitação? E quando elas reali-
zam compras com verbas recebidas do poder público? As OSCIPs se submetem a Lei 8.666/93?
Resposta:
O Art. 11 do Decreto nº 6.170 de 2007 dispõe que ―Para efeito do disposto no art. 116
da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 (convênios e congêneres), a aquisição de pro-
dutos e a contratação de serviços com recursos da União transferidos a entidades priva-
686
das sem fins lucrativos deverão observar os princípios da impessoalidade, moralidade e
economicidade, sendo necessária, no mínimo, a realização de cotação prévia de preços
no mercado antes da celebração do contrato. Ou seja, não há obrigatoriedade de licita-
ção. Assim também é o posicionamento do TCU (Acórdão n.º 114/2010-Plenário, TC-
020.848/2007-2) que entende não se aplicar integralmente a lei 8.666/93 às OSCIPs,
notadamente nas prerrogativas conferidas à Administração Pública, tais como a possibi-
lidade de aplicação de sanções.
07) O plano diretor de reforma do Estado elaborado no Governo FHC criou quatro setores no
quais se pautaria Administração Estatal. Que setores são esses?
Resposta:
Resposta:
De acordo com Rodolfo Maciel Dourado ―o TCU tem se manifestado por meio de re-
comendações e determinações mesmo nos aspectos relacionados ao desempenho dessas
agências reguladoras. Contudo, isso não significa afirmar que o TCU é órgão superior
ou instância revisora dos atos praticados pelas entidades reguladoras, vez que esse não é
o seu papel institucional. Além disso, cumpre enaltecer que não há hierarquia entre o
TCU e as agências reguladoras.
09) Qual o tipo de controle que a administração direta exerce sobre as autarquias? Em que
consiste esse controle e como é feito?
Resposta:
688
É chamado de controle finalístico e decorre do denominado princípio da tutela, eis que
não há hierarquia administrativa, mas, sim, vinculação entre a administração direta e a
autarquia, haja vista possuírem personalidades jurídicas distintas.
A autarquia deve atuar de acordo com as leis estabelecidas pelo ente que a criou, não
possuindo, portanto, autonomia. Assim, a Administração direta controla a atuação da
autarquia e seu desempenho, aferindo se este está de acordo com os parâmetros legais e
os princípios que regem a administração pública, mas de maneira finalística. O controle
efetivo da atuação da autarquia dependerá dos termos da lei que a regula.
Resposta:
A ação penal é pública incondicionada, não obstante a lei nº 4.898 de 1965 trate do di-
reito de representação em seu art. 1º, inclusive estabelecendo a forma como a represen-
tação deve ser formulada.
Ocorre que o art. 1º da Lei nº 5.249 de 1967 é taxativo ao afirmar que ―A falta de repre-
sentação do ofendido, nos casos de abusos previstos na Lei nº 4.898, de 9 de dezembro
de 1965, na obsta a iniciativa ou o curso de ação pública.‖
2) Quem é o sujeito ativo do crime de abuso de autoridade? 3) Quem seria a autoridade? Art.
5º da lei 4868.
Resposta:
689
O Sujeito ativo é a autoridade, na forma prevista no art. 5º da Lei nº 4.898/65 que é a-
quele que exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda
que transitoriamente e sem remuneração.
Como bem observa José Paulo Baltazar Junior, o conceito de autoridade aproxima-se
daquele de funcionário público do art. 327 do CP. É necessário, porém, que o agente
tenha o poder de determinar algum tipo de sujeição do particular.
O mencionado autor entende, ainda, que está alcançado pelo conceito de autoridade o
servidor que exerça suas atividades em uma autarquia, desde que tenha o poder de sujei-
tar o cidadão a algum tipo de uso abusivo da autoridade. Não é sujeito ativo quem exer-
ce múnus público (administrador da falência).
Também se deve destacar que é possível o concurso de pessoas nesse crime, de sorte
que o particular, nessa situação, também poderá responder pelo crime.
4) Estas penas contidas na lei, qual a comparação que o senhor faz, elas são penas acessórias,
a suspensão do exercício da atividade na ambiência em que se exerce? Eles se confundem com
os efeitos da condenação na ação penal?
Resposta:
5) Com relação ao crime ambiental, o que é o ambiente para fins de proteção no direito penal?
Resposta:
690
A lei nº 9.605 (lei de crimes ambientais) não traz de forma expressa o conceito de meio
ambiente para fins de aplicação das suas disposições penais. Todavia, a Lei nº 6938 de
1981(política nacional do meio ambiente) conceitua meio ambiente em seu art. 3º, I,
como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química
e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
Na doutrina, Guilherme de Souza Nucci conceitua meio ambiente como ―o espaço ocu-
pado pelos seres vivos, onde habitam e há interação recíproca, influenciando na forma
de vida e na mantença desse lugar, com todas as suas naturais características.‖
Está incluído o chamado meio ambiente artificial (ruas, praças, avenidas...), meio ambi-
ente cultural (esculturas, paisagens naturais, sítios arqueológicos...) e meio ambiente
natural (rios, florestas, lagos).
Resposta:
Na lei ambiental (9.605 de 1998) existem tipos penais que podem ser classificados co-
mo crime de perigo, pois a probabilidade de dano ao meio ambiente é presumido no
tipo. Isso ocorre já no primeiro tipo previsto no art. 29 da lei, quando elenca como con-
duta típica perseguir espécimes da fauna silvestre (...). Nessa situação, o simples ato de
perseguir tais espécimes já configura conduta típica, não sendo necessário sequer a de-
monstração do perigo de dano no caso concreto.
O bem jurídico protegido nos crimes ambientais é o meio ambiente, que possui expressa
proteção no art. 225 da Constituição Federal, que reconhece como direito fundamental o
meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Resposta:
De acordo com o art. 2º da Lei nº 9.605 de 1998, ―Quem, de qualquer forma, concorre
para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na
medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conse-
lho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídi-
ca, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quan-
do podia agir para evitá-la.
Também está incluída como sujeito ativo do crime ambiental a pessoa jurídica.
691
8) Como é feito o interrogatório da pessoa jurídica quando se imputa à ela um crime ambien-
tal? Qual o modus operandi, eleito um representante, indicado para responder?
Resposta:
No que concerne ao interrogatório, via de regra, o ente jurídico será interrogado através
da pessoa física de seu representante legal. No entanto, é perfeitamente cabível a indica-
ção de um preposto, tanto quando este for um maior conhecedor dos fatos em questão,
quanto no caso do representante legal ser também réu no mesmo processo, podendo
ocorrer colisão de defesa. (http://www.mp.rs.gov.br/ambiente/doutrina/id379.htm)
Para o TRF1 apenas o representante legal tem legitimidade para o interrogatório, veja-
mos: ―tratando-se de interrogatório de pessoa jurídica, somente o seu representante legal
tem a capacidade de comparecer em Juízo para esclarecer os fatos descritos contra a
empresa. Precedentes‖ (HC 18489 GO 2006.01.00.018489-8 18/08/2006 DJ p.45) O
TRF4 também se posiciona nesse sentido: ―O interrogatório não pode ser feito
na pessoa de preposto. Logo, o ato deve ser repetido na pessoa do atual dirigente‖ (MS
200204010138430 DJ 26/02/2003 PÁGINA: 914).
Resposta:
A Constituição Federal, em seu art. 225, §3º da CF/88 autoriza a responsabilização pe-
nal da pessoa jurídica. Todavia os tipos penais somente podem ser criados por lei de
competência da união.
De forma diversa, não obstante a Constituição Federal, em seu art. 173, § 5º, também
permita a responsabilização da pessoa jurídica nos atos praticados contra a ordem eco-
nômica e financeira e contra a economia popular, não é possível ser-lhe imputado cri-
mes, haja vista a inexistência de lei específica que determine essa responsabilização na
esfera penal, eis que se trata de norma constitucional de eficácia limitada.
10) É possível a suspensão condicional do processo nos crimes ambientais cometido por pes-
soa jurídica?
Resposta:
A doutrina (Nucci) entende que que os benefícios da lei nº 9.099 de 1995 aplicam-se
normalmente à pessoa jurídica, podendo esta transacionar com o Ministério Público,
692
bem como pode receber o benefício, quando for o caso, da suspensão condicional do
processo, respeitadas as disposições específicas previstas no art. 28 da Lei nº 9.605.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Está ausente a correta descrição típica das condutas incriminadas, em violação, portanto,
ao princípio da taxatividade.
Resposta:
693
O art. 13 da lei de abuso de autoridade trata do procedimento a ser adotado para a oferta
da dnúncia pelo ministério público, que disporá do prazo de 48 horas para esse fim, a
aprtior do recebimento da representação pela vítima (lembnrar que a ação penal é
pública incondicionada). Ao condicionar o referido artigo a apresentação da denúncia ao
fato narrado constituir abuso de autoridade, não se está estabelecendo um tipo penal,
mas, em verdade, está sendo feita referência aos tipos penais configuradores de abuso
de autoridade previstos na referida lei.
Resposta:
O Superior Tribunal de Justiça (RHC 3.894, Costa Lima, 5ª Turma, DJ 12.9.94) já teve
a oportunidade de apreciar essa questão, tendo se posicionado no sentido de que não é
necessária a comunicação da prisão de estrangeiro, se a família reside no exterior, veja-
mos: ―por óbvias razões, em se tratando de prisão em flagrante de estrangeiros acusados
de associação para a prática de crime de tráfico internacional de substâncias entorpecen-
tes e roubo de aeronave, que residem na Colômbia onde tem famílias, a autoridade poli-
cial não está obrigada a comunicar a ocorrência aos familiares. Basta-lhe assegurar o
direito de comunicação.‖
Em sendo assim, não comete crime de abuso de autoridade o agente que deixa de comu-
nicar a família que reside no exterior.
Resposta:
694
12.5. Direito Previdenciário
Resposta:
O abono anual, também conhecido como gratificação natalina, é pago, em regra na data
de pagamento da renda do mês de dezembro, podendo ser proporcional ao número de
meses de recebimento do benefício. Assim, é possível o pagamento anual desse abono.
Ocorre que, por meio do Decreto Federal nº 7.782, de 07 de agosto de 2012, o abono
anual para o ano de 2012 será pago da seguinte forma:
―Art. 1o No ano de 2012, o pagamento do abono anual de que trata o art. 40 da Lei no
8.213, de 24 de julho de 1991, será efetuado em duas parcelas:
I - a primeira parcela corresponderá a até cinquenta por cento do valor do benefício cor-
respondente ao mês de agosto, e será paga juntamente com os benefícios corresponden-
tes a esse mês; e
Resposta:
O auxilio reclusão será pago nas condenações impostas sobre o regime fechado e semi-
aberto, pouco importando a natureza do delito, não sendo devido o beneficio na hipótese
de regime aberto, na forma do artigo 116 do §5º di RPS, haja vista a determinação do
detento trabalhar fora do estabelecimento prisional, consoante o artigo 36 do CP, apenas
sendo recolhido no período noturno e durante os dias de folga.
695
12.5.1.2. Questões do TRF2
Resposta:
Art. 98. Todo aquele que, não sendo proprietário rural nem urbano, ocupar por dez anos
ininterruptos, sem oposição nem reconhecimento de domínio alheio, tornando-o produ-
tivo por seu trabalho, e tendo nele sua morada, trecho de terra com área caracterizada
como suficiente para, por seu cultivo direto pelo lavrador e sua família, garantir-lhes a
subsistência, o progresso social e econômico, nas dimensões fixadas por esta Lei, para o
módulo de propriedade, adquirir-lhe-á o domínio, mediante sentença declaratória de-
vidamente transcrita.
2) É possível pela via do registro público a mudança da pessoa, em que circunstância, em que
prazo? A lei de certa forma fala sobre o nome, que dar uma certa diretriz, evitar o que?
Resposta:
696
Não consegui responder.
Resposta:
O processo (procedimento) de duvida registral esta regulado pela lei de registros públi-
cos, pelo artigo 198 e seguintes. Trata-se de procedimento de natureza administrativa,
cuja finalidade é permitir que o Juiz de Direito competente se manifeste, por meio de
sentença, a respeito da divergência de entendimento entre o registrador e o apresentante
(a chamada ―duvida registrária‖ – exame realizado pelo registrador no exercício de suas
funções, obstando uma pretensão de registro).
Se a sentença for contraria ao interesse da parte, caberá apelação com efeitos devolutivo
e suspensivo (artigo 202 da LRP).
Detalhe: Tem sido admitido pela doutrina e jurisprudência a ―duvida inversa‖, procedi-
mento pelo qual o requerimento é feito diretamente ao juiz competente que abre vista ao
oficial registrador.
Resposta:
697
Contudo, nada impede estipulações de direito obrigacional, como clausula que define o
vencimento antecipado da divida, na hipótese de alienação ou constituição de sub-
hipoteca (artigo 1475, parágrafo único).
Detalhe: a faculdade de dispor será restrita nas hipotecas celulares ou quando regulada
pelo sistema financeiro nacional (DL 70/66)
Resposta:
O registro é formalidade essencial, pois sem ela não nasceria o direito real sobre a coisa
alheia por isso tem natureza constitutiva. É o que dispõe o artigo 1227 do CC.
Resposta:
Dispõe o artigo 1473 que podem ser objeto de hipoteca: a) imóveis e os acessórios (solo
e tudo que nele se incorporar natural ou artificialmente); b) domínio direito e útil (pos-
sibilitando a hipoteca de enfiteuse); c) estradas de ferro; recursos naturais a que se refere
o p.u do artigo 1230 (não é possível hipotecar jazidas, minas e recursos naturais pois são
bens da União; mas recursos naturais para emprego imediato na construção civil são
hipotecáveis); d) navios e aeronaves (exceções de bens moveis hipotecáveis);
Foram incluídos ainda em 2007, pela lei 11481 a possibilidade de hipoteca de : e) direi-
to de uso especial para fins de moradia;f) direito real de uso; g) propriedade superficiá-
ria
Resposta:
698
8) Em face do direito brasileiro, formas de aquisição da propriedade imobiliária. Existe diferen-
ça de efeitos com relação ao registro do formal de partilha e do registro do contrato de com-
pra e venda?
Resposta:
Há diferença.
Isso porque pelo que dispõe o artigo 1245 do CC, no direito brasileiro adquire-se pro-
priedade imóvel entre vivos pelo registro, tendo este, nestes casos, natureza constitutiva.
Sendo assim, o registro do contrato de compra e venda de bem imóvel é essencial para a
aquisição da propriedade.
Por outro lado, não serão levados a registro obrigatoriamente as aquisições de proprie-
dade mortis causa, na usucapia e na acessão. Neste casos o registro tem natureza mera-
mente declaratória. O registro do formal de partilha não tem o condão de constituir o
direito de propriedade, que já existe.
Resposta:
As terras que não foram trespassadas, assim como as que caíram em comisso, constitu-
em as terras devolutas. Com a independência do Brasil, passaram a integrar o domínio
imobiliário do Estado brasileiro, englobando todas essas terras que não ingressaram no
domínio privado por título legítimo ou não receberam destinação pública
699
12.6.1.3. Questões do TRF3
1) Penhorado um bem hipotecado, quem terá preferência na execução?
Resposta:
A penhora deve recair preferencialmente sobre os bens dados em garantia real quando
relacionados a execução dos respectivos creditos (artigo 655,§1º do CPC).
No entanto pode recair a penhora sobre bem hipotecado para execução de outros credi-
tos por outros credores. Neste caso deve-se aplicar analogicamente o artigo 1477 do
CC. Ou seja, o bem dado em garantia somente pode ser penhorado por credor quirogra-
fário ou o credor da segunda hipoteca, se não houver outros bens penhoráveis; ou
seja, apenas no caso de insolvência de fato. (Fredie Didier, v. 5)
O titular do direito real de garantia poderá impugnar a penhora indevidamente feita so-
bre o bem hipotecado por meio dos embargos de terceiro (art. 1047,II do CPC).
Art. 1.422. O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipote-
cada ou empenhada, e preferir, no pagamento, a outros credores, observada, quanto
à hipoteca, a prioridade no registro.
Parágrafo único. Excetuam-se da regra estabelecida neste artigo as dívidas que, em vir-
tude de outras leis, devam ser pagas precipuamente a quaisquer outros créditos.
Resposta:
Por tratar-se de direito real a hipoteca tem no registro o ato que a constitui como direito
real, tornando-a eficaz contra todos.
Se o contrato de hipoteca não for registrado a relação jurídica dele decorrente não passa-
rá de relação obrigacional, sem direito de sequela e sem preferência.
Resposta:
Quando o credor hipotecário não for o autor da demanda executiva, ele deverá ser obri-
gatoriamente intimado da penhora, conforme dispõe o artigo 615 do CPC, II e aplicado
analogicamente para a fase de cumprimento de sentença:
Resposta:
Resposta:
§ 2o A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na
sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar
em garantia real a parte que tiver.
No entanto vale a menção do artigo 655-B do CPC que dispõe a possibilidade de penho-
ra e alienação de bem indivisível do casal, resguardando a meação do cônjuge alheio à
execução sobre o produto da alienação do bem.
Resposta:
A alienação fiduciária de bens imóveis esta disciplinada na lei 9514/97. Trata-se de con-
trato em que o devedor (fiduciante), com o escopo de garantia, contrata a transferência
ao credor, ou fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa imóvel. (art. 22)
Uma vez não paga a divida pelo devedor fiduciante, determina o artigo 26 a consolida-
ção da propriedade em nome do credor-fiduciário. Caberá ao credor promover o leilão
publico (artigo 27) para a venda do bem, cujos os recursos arrecadados serão utilizados
para a quitação da divida. Havendo eventual saldo, ele será repassado para o devedor-
fiduciante.
2) Qual o Calcanhar de Aquiles na alienação fiduciária, matéria de insatisfação geral pelas imo-
biliárias?
Resposta:
702
A expressão Calcanhar de Aquiles é muitas vezes utilizado para designar um ponto fra-
co de determinado instituto, em alusão a historia mitológica do guerreiro grego Aqui-
les.
Nesta linha, suponho que uma das insatisfações das imobiliárias pode dizer respeito ao
fato de que na alienação fiduciária em garantia, na hipótese do devedor ter o imóvel
leiloado, e se no leilão, o lance não for suficiente para quitar toda a dívida, o devedor-
fiduciante tem a sua dívida quitada integralmente. Ou seja, a dívida não extrapola os
limites do bem dado em garantia, e portanto, o devedor inadimplente não colocará o seu
patrimônio em risco para quitar o saldo da dívida.
Resposta:
703
É perfeitamente possível e até mesmo recomendável a conciliação em processo de e-
xecução. O artigo 569 do CPC dispõe uma das regras fundamentais que estruturam o
processo executivo brasileiro, a regra da disponibilidade da execução:
Art. 569. O credor tem a faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas
medidas executivas.
Seguindo a regra de quem pode o mais pode o menos, se o exequente pode desistir de
toda a execução, sem necessidade de consentimento do executado, poderá certamente
transigir o seu direito, ainda que já se encontre na fase executiva.
II - o devedor obtém, por transação ou por qualquer outro meio, a remissão total da dí-
vida;
2) Houve uma omissão ao processo de conhecimento em relação a uma verba honorária, pode
o juiz federal de execução fixar a verba honorária na fase de execução, diante da omissão no
processo de conhecimento pode-se suprir esta omissão no processo de execução ou na fase de
cumprimento de sentença? Os honorários teriam a mesma natureza de uma correção monetá-
ria, de um consectário legal?
Resposta:
Os honorários advocatícios é exemplo de pedidos implícito, pedido que ainda que não
explicitado na demanda, compõe o objeto do processo (mérito) por força de lei. Assim
mesmo que a parte não peça, o magistrado deve examina-lo e decidi-lo expressamente.
O problema é que o STJ, após julgar algumas questões em sede de repetitivo, editou a
sumula 453 que dispõe:
704
Neste sentido, o juiz federal não poderia fixar verba honorária na fase de execução,
referente ao processo de conhecimento. Deve fixar honorários advocatícios seja em re-
lação a fase de cumprimento de sentença (como já decidido pelo STJ) ou no processo
autônomo de execução.
3) Qual o instrumento que eu terei para forçar o cumprimento de uma tutela inibitória?
Resposta:
A sua efetivação poderá ser feita mediante provimento mandamental (com a participa-
ção do devedor – execução indireta) ou executivo (sem a participação do devedor –
execução direta). Ambas as técnicas são eficientes para se alcançar o resultado, embora
a doutrina e a jurisprudência tenham preferido o uso da técnica mandamental (coerção
indireta, e.g multa).
Resposta:
Exemplo disso é que o artigo 794 do CPC guarda semelhança com o artigo 269 do
CPC. Nos casos do 794 do CPC a sentença de extinção do procedimento executivo con-
tem comando de extinção da própria relação de direito material havida entre as partes,
fazendo, por isso mesmo, coisa julgada material, sujeita, portanto, à ação rescisória.
Resposta:
705
Processo de execução é o procedimento pelo qual o sujeito pretende a efetivação de um
direito já certificado. Trata-se de um processo autônomo, regra no CPC originário de
1973.
Ocorre que com as reformas ao CPC, iniciadas em 1994, os processos autônomos passa-
ram a se tornar sincréticos, isso é, um processo que serve para mais de um propósito.
Assim, o cumprimento de sentença nada mais é que uma fase executiva dentro do mes-
mo processo em que se reconhece o direito objeto da demanda.
Medidas executiva são instrumentos que o juiz se vale para efetivar o direito pretendi-
do. As medidas executivas podem ser típicas ou atípicas (com ou sem previsão expressa
na legislação), direta ou indireta (com ou sem a participação do devedor).
7) Quais os requisitos para se ajuizar processo de execução já que se fala em sincretismo? De-
duz-se que com a reforma permanece, então qual o requisito para se ajuizar o processo de
execução? E com relação à fazenda pública, tem um procedimento autônomo? Qual seria o
título executivo extrajudicial neste caso?
Resposta:
Um processo executivo antes de mais nada tem que atender, genericamente, aos pressu-
postos de existência, aos requisitos de admissibilidade e às condições da ação.
Alem destes, um processo executivo tem que observar 2 requisitos específicos: a) apre-
sentação de um titulo executivo; b) a afirmação, pelo exequente, de que houver inadim-
plemento do executado quando ao dever jurídico que é correlato a esse direito de presta-
ção.
Execução de alimentos
706
A fazenda publica pode ser devedora de um titulo executivo extrajudicial, tal como um
titulo de credito.
8) Em relação à execução provisória, quais as características que o senhor elencaria para a sua
configuração?
Resposta:
9) Na execução fiscal existe a objeção, que é principal, constituída pelos embargos do devedor,
e quando o magistrado recebe estes embargos, há instrução, prolata-se a sentença e contra
esta sentença de procedência a parte recorre e o senhor recebe este recurso, vai haver a pos-
sibilidade de execução provisória ou é uma execução em definitivo?
Resposta:
É relevante destacar que a lei 6830/80 não trata dos efeitos decorrentes da propositura
dos embargos do executado. Sugere a doutrina que seja então submetido ao regramento
atual do CPC, que não dispõe como automática este efeito.
Contra a sentença que julga os embargos a execução cabe apelação. Os efeitos do recur-
so depende do conteúdo da sentença.
Resposta:
707
Na fase executiva (cumprimento de sentença ou processo autônomo) as únicas modali-
dades de intervenção de terceiro prevista no Livro I do CPC são a assistência e o recurso
de terceiro. Isso porque as demais espécie pressupões discussão em torno da existência
de algum direito a uma prestação, normalmente em processo condenatório.
Nota: No entanto, pesquisando algumas decisões do TRF1 percebi que algumas deles
sequer admitem a assistência em procedimento executivo, o que não dá para afirmar se
se trata de verdadeira jurisprudência consolidada do tribunal. Neste sentido AC
200001000628790, julgado dia 14.10.2011.
11) No processo de execução, é possível haver uma cessão de crédito e se substituir o credor?
Mesmo no processo de execução há necessidade de anuência da parte contrária? O MP pode
propor a execução, e em que situação?
Resposta:
A resposta da 1º pergunta esta escrita no artigo 567, II que dispõe ser possível promo-
ver, ou nela prosseguir, o cessionário do titulo, quando o direito for transferido por atos
inter vivos.
II - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo Ihe foi transferido por
ato entre vivos;
Neste sentido então é possível a cessão de credito ainda que pendente o processo execu-
tivo. Nesta hipótese haverá uma legitimação ordinária derivada ou superveniente. No
entanto, respondendo a 2º pergunta, a cessão de direito litigioso submete-se ao regra-
mento do artigo 42 do CPC: o cessionário somente ingressará no processo, no lugar do
cedente, se a parte adversária consentir; sem o consentimento, poderá intervir como
assistente litisconsorcial.
O MP pode propor execução nos casos em que atua como legitimado extraordinário. A
sua legitimação extraordinária para conduzir o processo de conhecimento implica, salvo
expressa vedação legal, a atribuição da legitimação extraordinária para o processo de
conhecimento
708
12) O CPP autoriza o MP nas autorizações do art. 68 atuar em nome o hipossuficiente, a se-
nhora acha que isso diante da moldura constitucional foi recepcionada?
Resposta:
Assim, o STF já entendeu que esta norma disposto no artigo 68 do CPP é uma ―norma
ainda constitucional‖ ou ―inconstitucionalidade progressiva―, decorrente de uma situa-
ção constitucional imperfeita nas quais as normas se situa em um estagio intermediário
entre a constitucionalidade plena e a inconstitucionalidade absoluta.
Isso porque são circunstancias fáticas que determinarão se a norma é ou não constitu-
cional. No caso, nos locais onde a defensoria publica já estiver devidamente instalada a
norma será inconstitucional.
13) Em relação à execução, eu posso desistir da execução em qualquer fase se eu sou o cre-
dor? Quando oferecido embargos à execução não se faz possível a desistência do credor?
Resposta:
Umas das regras que estruturam o procedimento executivo brasileiro é a regra da dispo-
nibilidade da execução (artigo 569 do CPC, caput), que dispõe a possibilidade da desis-
tência de toda a execução ou de apenas algum ato executivo independentemente do con-
sentimento do executado.
Art. 569. O credor tem a faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas
medidas executivas.
a) serão extintos os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando
o credor as custas e os honorários advocatícios; (Incluído pela Lei nº 8.953, de
13.12.1994)
Resposta:
Neste caso a esposa pode intervir tanto como assistente simples (se a eficácia da senten-
ça apenas a atingir de modo reflexo) ou assistente litisconsorcial (se a eficácia da sen-
tença a atingir de modo direto). A mesma lógica se aplica para o recurso de terceiro.
15) E no título extrajudicial no âmbito da justiça federal a fazenda nacional propôs a execução
contra pessoas X, Y e Z e na CDA constam os nomes dos sócios gerentes e minoritário, como
magistrado posso mandar citar imediatamente dos sócios gerentes e também do minoritário?
O senhor admitiria uma exceção de pré-executividade para excluir o sócio minoritário?
Resposta:
Não, o magistrado não poderá citar imediatamente os sócios gerentes nem o minoritário
sem que haja pedido expresso para tanto.
Resposta:
As três condições da ação, reflexo da adoção da teoria eclética de Enrico Tullio Lieb-
man, seria a:
Legitimidade Ad causam,
710
2) Qual a diferença entre legitimidade ordinária e legitimidade extraordinária?
Resposta:
Resposta:
Há ainda quem enumere uma ultima condicionante do interesse de agir, mas esta nem
todos a doutrina concorda:
Resposta:
Resposta:
Ocorre que com as reformas ao CPC, iniciadas em 1994, os processos autônomos passa-
ram a se tornar sincréticos, isso é, um processo que serve para mais de um propósito.
Assim, o cumprimento de sentença nada mais é que uma fase executiva dentro do mes-
mo processo em que se reconhece o direito objeto da demanda.
Resposta:
A doutrina lista uma serie de princípios da execução, dentre os quais podemos destacar:
Contraditório
712
Cooperação
Proporcionalidade
Adequação
7) O uso imediato do BACEN –Jud fere o princípio da menos onerosidade para o devedor?
Resposta:
O artigo 655 do CPC, alterado pela lei 11382/2006, e que estabelece a ordem de prefe-
rência na penhora, no inciso I dispõe que a penhora deve recair preferencialmente sobre
―dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação financeira‖. Este acréscimo foi feito
para deixar claro que a penhora pode recair sobre o dinheiro depositado em instituição
financeira.
Isso evidencia que não é necessário que o executado tenha exaurido a busca por outros
bens penhoráveis para solicitar que o juiz requisite informações ao BC sobre a existên-
cia de recursos depositados em bancos.
8) Cite dois princípios básicos que regem o processo de execução. Discorra sobre o princípio da
fidelidade. O princípio da fidelidade deve ser observado também com relação aos títulos exe-
cutivo extrajudiciais?
Resposta:
Por este principio entende-se que não se pode, em atividade liquidatória, discutir de
novo as questões resolvidas na decisão liquidanda, tampouco se pode modificar o seu
conteúdo (artigo 475-G) sob pena de ofensa ao efeito positivo da coisa julgada ou de
reconhecimento de litispendência, caso a decisão liquidanda ainda esteja sendo discuti-
da em recurso.
10) Ajuizados os embargos do devedor é possível haver a desistência? Por que razão a lei fez a
distinção (entre a possibilidade desistência de embargos que versem sobre matéria processual
e a desistência dos embargos que agitem matéria de mérito)?
Resposta:
Em principio sim, é possível haver desistência de toda a execução ou de algum ato exe-
cutivo independentemente do consentimento do executado, mesmo que tenha apresenta-
do embargos à execução. A ressalva fica com as hipóteses em que esse embargos versa-
rem sobre questões relacionadas à relação jurídica matéria (mérito da execução), quando
a concordância do executado/embargante se impõe – nesses casos, se o executado não
consentir com a desistência, a execução se extingue, mas os embargos continuam.
Resposta:
714
Resposta:
Não é possivel oposicao na fase de execucao, pois esta pressupoe discussao em torno da
exsitencia de algum direito a uma prestacao, discutivel em processo de conhecimento.
2) Ainda existe autonomia entre processo de conhecimento, execução e cautelar, ante o atual
sincretismo?
Resposta:
As demandas podem ser classificadas de acordo com a função jurisdicional que se bus-
ca: conhecimento, execução ou cautelar. Atualmente, essa distinção tem perdido o pres-
tigio, porquanto as demandas tem assumido natureza sincrética: vai-se a juízo em busca
de providencia jurisdicional que implemente mais de uma função, satisfazen-
do/assegurando, certificando/efetivando, certificando/assegurando/efetivando, etc...
Não obstante um mesmo processo atualmente poder servir a estas 3 funções, ainda há
previsão no CPC da possibilidade da convivência autônoma destes 3 diferentes proces-
sos.
Resposta:
A liberdade provisória com fiança é direito subjetivo do beneficiário, que atenda aos
requisitos legais e assumas as respectivas obrigações, de permanecer em liberdade du-
rante a persecução penal. É a contracautela destinada ao combate de algumas prisões
processuais, imprimindo uma implementação financeira e condicionando o beneficiário
a uma serie de imposições. (Nestor Távora)
715
Depois da lei 12.403/11 a liberdade provisória vai ser bastante alterada. Isso porque a
agora a liberdade provisória passa a funcionar como MEDIDA CAUTELAR, podendo
ser concedida COM ou SEM FIANÇA, e CUMULADA OU NÃO COM AS CAU-
TELARES DIVERSAS DA PRISÃO.
2) o que é processo?
Resposta:
Resposta:
716
4) Quais os princípios que regem a ação penal privada?
Resposta:
Para a proteção à biodiversidade e repressão à biopirataria, foi assinada por 175 países a
Convenção Sobre Diversidade Biológica (CBD), em 1992 durante a ECO-92, dos quais
168 a ratificaram, incluindo o Brasil, tendo sido tal norma incorporada ao ordenamento
pelo Decreto Nº 2.519 de 16 de março de 1998. Para implementar os compromissos
assumidos pelo Brasil junto à CDB, foi instituído, em 1994, por meio do Decreto 1.354
e substituído pelo Decreto nº 4.703, de 21 de maio de 2003, no âmbito do Ministério do
Meio Ambiente, o Programa Nacional da Diversidade Biológica (PRONABIO). O Pro-
grama objetiva, em consonância com as diretrizes e estratégias da Convenção e da A-
genda 21, promover parceria entre o Poder Público e a sociedade civil na conservação
da diversidade biológica, na utilização sustentável de seus componentes e na repartição
justa e equitativa dos benefícios dela decorrentes. Por fim, com a finalidade de coorde-
nar, acompanhar e avaliar as ações do PRONABIO, foi editado, em 2003, o Decreto nº
4.703, criando a Comissão Nacional de Biodiversidade (CONABIO). Tem como com-
petência, entre outras, coordenar a elaboração da Política Nacional da Biodiversidade, e
promover a implementação dos compromissos assumidos pelo Brasil junto a CDB.
Resposta:
Para a tutela dos bens e interesses ambientais, não era suficiente a clássica sistemática
processual para tutelas de urgência, em que unicamente emanava-se um comando judi-
cial de sustação ou realização de determinada obrigação e esperava-se que o demandado
voluntariamente adimplisse ao comando. Caso houvesse o descumprimento, a obrigação
converter-se-ia em reparação por perdas e danos. Com a devida importância dada ao
princípio da precaução ambiental, em que se evita que tal atividade seja realizada, ante o
desconhecimento dos impactos ambientais produzidos pelo empreendimento, necessário
foi ampliar o alcance da tutela jurisdicional, permitindo a execução específica, bem co-
mo as diversas formas de execução indireta, tendo as astreintes como expoente maior.
Na proteção à biodiversidade, contra os atos de poluição ou mesmo àqueles relaciona-
dos à biopirataria, deve-se buscar sempre a proteção dos ecossistemas, preservando-se a
fauna e a flora nacionais, mesmo que os riscos sejam desconhecidos, atendendo-se as-
sim o princípio da precaução ambiental e as máximas preservacionistas previstas em
nosso ordenamento jurídico.
3) Por que o juiz federal deve estudar a biopirataria, a proteção à biodiversidade, e a biotecno-
logia?
718
Resposta:
Além de importantes temas na sistemática atual do direito ambiental, tais assuntos rele-
vam a nova vertente de proteção ao meio ambiente, ante os avanços da engenharia gené-
tica e busca incessante por insumos para a indústria farmacêutica e cosmética. Para um
juiz federal, esses temas ainda revelam uma importância maior, pois cabe a ele, dentro
de seu âmbito de atuação, analisar as demandas relativas à biopirataria e biotecnologia,
pois estão inseridas na competência federal para fiscalização e controle, seja pela pre-
sença do CNTBio, nas demandas relacionadas a OGM, seja pela participação do IBA-
MA em causas relacionadas à biopirataria e sua transnacionalidade.
Resposta:
A flora nacional é amparada por diversos diplomas normativos, indo desde o âmbito
constitucional até as normas infralegais, em especial as resoluções do Conama. A Cons-
tituição Federal, em seu artigo 225, traz normas para proteção ao meio ambiente, inclu-
indo nesse ponto a flora nacional, inclusive disciplinando certos ecossistemas como
patrimônio nacional. No âmbito legal, diversos diplomas normativos trazem normas à
flora, tais como o Código Florestal, recentemente alterado, a Lei de Crimes Ambientais,
tipificando diversas condutas atentatórias à flora, a Lei de Proteção à Mata Atlântica
(Lei 11.428/2006), a Lei do SNUC (Lei 9.985/2000), isso sem contar normas gerais que
também trazem normas protecionistas, como a Política Nacional do Meio Ambiente
(Lei 6.938/81). No âmbito infralegal, há de se fazer menção às Resoluções do CONA-
MA que trazem importantes conceitos e regramentos específicos para a consecução da
gestão ambiental. O objetivo dessas normas está precipuamente na preservação e na
utilização sustentável dos recursos naturais presentes em nossa flora, como resta disci-
plinado pela Constituição Federal.
Resposta:
Pela redação do artigo 231 da Constituição Federal, observa-se que houve uma radical
mudança no tratamento dispensado ao índio pela legislação pátria. Antes, sob a égide da
CF/1934 e continuada pelas CF seguintes, foi institucionalizada uma política de integra-
ção dos considerados como silvícolas (aquele que vive na selva, estranho à civilização,
à comunhão nacional), ou seja, o modo próprio de organização, crença e costumes das
populações tradicionais não constituía parte integrante da identidade nacional do país,
devendo os integrantes destas populações se adequarem a um modelo de sociedade im-
719
posto, renegando suas identidades em nome de sua inserção à nação brasileira, influen-
ciando inclusive dispositivos infraconstitucionais voltados exclusivamente para tutela
dos povos nativos, como o CC/1916 (artigo 6º, sendo considerado relativamente inca-
paz) e o Estatuto do Índio (Lei n. 6.001/73), que, logo em seu artigo 1º, ao defender a
preservação da cultura das comunidades indígenas, defende, contraditoriamente, a inte-
gração progressiva e harmoniosa destas à comunhão nacional. Desta forma, no texto
constitucional atual, é vislumbrado aos povos tradicionais o direito à diferença, reco-
nhecendo-se a sua organização social, costumes e tradições, salvaguardando o direito de
serem e permanecerem como índios, sujeitos de direitos originários, ou seja, anterior-
mente a instituição do regime proposto pela atual CF a comunidade índia já gozava de
direitos justificados por fatos e regras imprevistos pela nova norma constitucional.
2) O índio pode ser parte em processo judicial ou necessita de algum tipo de tutela? Teria legi-
timidade para estar juízo para defesa de seus direitos e interesses na sua condição de indígena
ou de qualquer direito? Há uma justiça privativa para apreciar questões relativas ao índio?
Resposta:
Resposta:
As florestas, como formações arbóreas densas, de alto porte, que recobrem área de terra
mais ou menos extensa, fazem parte de um dos conteúdos do continente flora e, por via
720
de consequência são caracterizadas juridicamente como recurso ambiental (art. 2º, IV da
Lei n. 9.985/2000 e art. 3º, V, da Lei n. 6.938/81) definido no plano constitucional como
bem ambiental (art. 225 da CF). As reservas indígenas, assim entendidas como terras
tradicionalmente ocupadas por índios demarcadas pelo Poder Público, com classificação
dada pelo art. 27 do Estatuto do Índio (Art. 27. Reserva indígena é uma área destinada a
servidor de habitat a grupo indígena, com os meios suficientes à sua subsistência), po-
dem ser classificadas como bens da União, destinando-se à posse permanente dos ín-
dios, sendo inalienáveis e indisponíveis, além de imprescritíveis, sendo assim bens pú-
blicos de uso especial, nos termos do Código Civil.
4) Introdução de espécies exóticas. Qual o nosso conceito e quais os requisitos? (Qual o con-
ceito de espécie exótica e quais os requisitos para a sua introdução?)
Resposta:
Espécie exótica pode ser conceituada como qualquer espécie fora de sua área natural de
distribuição geográfica, conforme Resolução CONAMA 429/2011. De acordo com tal
resolução, existe a possibilidade de plantio de espécies exóticas em casos excepcionais,
nos plantios de espécies nativas, na entrelinha, poderão ser cultivadas espécies herbá-
ceas ou arbustivas exóticas de adubação verde ou espécies agrícolas exóticas ou nativas,
até o 5º ano da implantação da atividade de recuperação, como estratégia de manuten-
ção da área em recuperação, devendo o interessado comunicar o início e a localização
da atividade ao órgão ambiental competente que deverá proceder seu monitoramento.
Ou ainda nos casos onde prevaleça a ausência de horizontes férteis do solo, após
aprovação do órgão ambiental competente, é permitido o plantio consorciado e
temporário de espécies exóticas como pioneiras e indutoras da restauração do ecossis-
tema, limitado a um ciclo da espécie utilizada e ao uso de espécies de comprovada efici-
ência na indução da regeneração natural. O novo Código Florestal ainda permite a utili-
zação de espécies exóticas na reserva legal, seja para sua exploração econômica com o
devido manejo florestal com a adoção de medidas que favoreçam a regeneração das
espécies nativas (art. 22, III), seja para cômputo de reserva legal no sistema de agricul-
tura familiar, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas da
região em sistemas agroflorestais. (art. 54, caput).
Resposta:
O conceito está previsto no artigo 231, CF, a saber: são terras tradicionalmente ocupa-
das pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas
atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais neces-
sários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus
721
usos, costumes e tradições. Funda-se então em quatro condições, todas necessárias e
nenhuma suficiente sozinha: 1. Serem habitadas em caráter permanente; 2. Serem por
eles utilizadas para suas atividades produtivas; 3. Serem imprescindíveis à preservação
dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar; 4. Serem necessárias a sua repro-
dução física e cultural.
2) Qual atividade pode ser exercida pelos indígenas? Eles podem auferir renda pela posse da
terra ou sua exploração?
Resposta:
Resposta:
722
Ministro da Justiça poderá decidir, mediante portaria, pela delimitação e demarcação
das terras indígenas, podendo ser posteriormente homologada por decreto.
Resposta:
Resposta:
02) Em que medida pode se identificar a natureza econômica das normas de direito ambien-
tal?
Resposta:
A atividade econômica, conforme disposição do art. 173, CF, deve observar, dentre ou-
tros princípios, a defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elabora-
ção e prestação. Desse preceito constitucional observa-se a pertinência das normas am-
bientais junto ao Direito Econômico, na medida em que se busca a integração da ativi-
dade econômica com preceitos preservacionistas, em uma dialética de desenvolvimento
723
sustentável, que visa obter um desenvolvimento harmônico da economia e da ecologia,
numa correlação máxima de valores, onde o máximo econômico reflita igualmente um
máximo ecológico, impondo um limite de poluição ambiental, dentro do qual a econo-
mia deve se desenvolver, proporcionando, consequentemente, um aumento no bem-estar
social. Em síntese, por influir nos rumos da atividade econômica, é possível identificar
natureza econômica nas normas de direito ambiental.
Resposta:
Resposta:
724
bens, desde que justificada, em procedimento de jurisdição voluntária, apurada a proce-
dência das alegações invocadas (artigo 1.639, §2º).
Resposta:
Resposta:
Pela definição trazida pela Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, reserva
significa uma declaração unilateral, feita por um Estado (ou organização internacional,
não previsto pela Convenção), seja qual for o seu teor ou denominação, ao assinar, rati-
ficar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, como objetivo de excluir ou modifi-
car o efeito jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação a este Estado (ou
organização internacional).
Resposta:
Embora a notícia de outros tratados do início da civilização tenha chegado até os dias de
hoje, o seu mais antigo registro seguro é o acordo de paz celebrado entre Hatusil III, rei
dos hititas, e Ramsés II, faraó egípcio. Este acordo, que ficou conhecido como tratado
de Kadesh, foi celebrado por volta de 1280 a 1272 a.C. e pôs fim à guerra nas terras
sírias.
725
5) Quais as quatro fases que se submetem os tratados internacionais?
Resposta:
6) Quais os requisitos necessários para a adoção de tratados versando sobre direitos huma-
nos?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
3) Descrever o direito internacional privado no direito brasileiro diante das regras de conexão.
Resposta:
Resposta:
5) Casal divorciado nos EUA e imóvel no Rio de Janeiro, qual regra prevalecerá? É passível de
homologação o divórcio?
Resposta:
A regra sobre o regime de bens, segundo a LINDB, segue a regra da lex domicilii dos
nubentes, e, casos diferentes os domicílios, pela regra do primeiro domicílio conjugal.
Assim, com a dissolução dos bens, utiliza-se tal lei. Entretanto, quanto à questão da
competência, em virtude de o imóvel ser situado no Brasil, a competência brasileira é
exclusiva, nos termos do artigo 89, CPC. Cumpre ressaltar que não há óbice, segundo
jurisprudência pacífica do STJ e do STF, em ser homologada sentença estrangeira que,
decretando o divórcio, convalida acordo celebrado pelos ex-cônjuges quanto à partilha
de bens (SEC 3269, DJ 22/05/12).
Resposta:
É possível, ressalvando que a cláusula de eleição de foro estrangeiro não afasta a com-
petência internacional concorrente da autoridade brasileira, nas hipóteses em que a obri-
gação deva ser cumprida no Brasil (art. 88, II, do CPC) (STJ, EDcl nos EDcl no REsp
728
1159796, DJe 25/03/11). Há de se ressaltar também que “a eleição de foro estrangeiro
é válida, exceto quando a lide envolver interesses públicos" (REsp 242.383, DJ
21/03/2005). No âmbito do Mercosul, com base no Protocolo de Buenos Aires, o con-
trato pode validamente estipular eleição de foro, com prejuízo das demais jurisdições
nacionais.
7) Há litispendência internacional?
Resposta:
O artigo 90, CPC é claro ao estatuir que a ação intentada perante tribunal estrangeiro
não induz litispendência, nem obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da
mesma causa e das que Ihe são conexas.
Resposta:
729
aos atos civis praticados por autoridade consulares brasileiras praticados no estrangeiro
(art. 18 e 19).
Resposta:
A resposta será um pouco maior do que o usual, mas com o fito de esclarecer um pouco
mais esse tema muito abstrato (respostas retiradas de
http://www.coladaweb.com/filosofia/heraclito-e-parmenides e
http://www.consciencia.org/aristoteles_metafisica.shtml e
http://filosofandoehistoriando.blogspot.com.br/2009/08/aristoteles-o-que-e-o-
ser.html)
Ser, segundo Parmênides, era algo imutável, é aquilo que é, opondo-se ao não-ser, que
seria aquilo que não-é. A conclusão de Parmênides, apesar de óbvia, importa na seguin-
te conclusão: o ser é uno, um único grande ser eterno que jamais se altera e a qual tudo,
seres e não-seres, são apenas ilusões de si mesmo. Heráclito também parte da divisão do
730
universo entre dois polos, "Seres" e "Não-Seres", e, também, enxerga a unidade entre
eles. No entanto, enquanto a unidade de Parmênides é idêntica e imutável, a de Herácli-
to é "tensionada entre dois polos"; assim, mesmo que o Ser e o Não-Ser sejam parte e
coabitem o mesmo, e, como diz em suas obscuras palavras, "O ser é tão pouco como o
não- ser; o devir é e também não é". Para Heráclito, tudo está em mutação, mas apenas
o que permanece é, ou seja, a própria mutação. Assim, ele denomina como Lógos essa
lei universal da mudança- o modo com que as coisas mudam- e ainda: "Todos fazemos e
dizemos segundo a participação do Lógos. Por isso devemos seguir apenas a este enten-
dimento universal. Muitos, porém, vivem como se tivessem um entendimento próprio; o
entendimento, porém, não é outra coisa que a interpretação (o tomar consciência, a ex-
posição, a convicção) dos modos da ordenação do todo. Por isso, na medida em que
tomamos no saber dele, estamos na verdade; mas, na medida em que temos coisas parti-
culares (próprias) , estamos na ilusão". Para Aristóteles, uma coisa é o que é devido a
sua forma. Ele compreende a forma como a explicação da coisa, a causa de algo ser
aquilo que é. Na verdade, Aristóteles distingue a existência de quatro causas diferentes e
complementares: causa material, causa eficiente, causa formal e causa final. Um atribu-
to essencial é essencial porque é aquilo que está numa coisa que é, que, se não estives-
se, a coisa não seria. Desde a filosofia de Parmênides e Heráclito havia um problema
filosófico que dizia respeito à contradição entre o ser e o movimento. O ser de Platão é
imutável. Aristóteles, para resolver esta contradição, introduz a noção de potência e ato.
É certo que a matéria está em constante devir, sempre mudando. Um bebê nasce e se
modifica até o fim da vida, não deixando nunca de ser uma substância. Isto acontece
porque o ser pode ser em potência, antes de ser em ato. O ato pode ser o exercício da
atividade – esta podendo ser atividade tendo em vista um objetivo específico, como a
construção de uma casa, ou atividade em si mesma, como o pensamento -, ou a forma.
A matéria aspiraria à forma, se transformando sempre ao mudar de forma e se realizar
como atualidade. Esta atualização é feita pela causalidade, mais especificamente pela
causa final, que rege a atualização da potência de um ser.
2) O que é justiça?
Resposta:
Justiça é um valor ético que, utilizando-se das lições de Tomás de Aquino, consiste na
disposição constante da vontade em dar a cada um o que é seu. É um dos pilares da vida
em sociedade e o valor que as normas jurídicas devem ter a justiça como seu fundamen-
to. Como expressão axiológica, seu conceito não resta estanque, sempre evoluindo de
acordo com a nova valoração feita sobre determinado fato, sendo por isso plenamente
possível a norma jurídica ser considerada injusta. O labor do jurista, e em especial o
juiz, pois, está em sempre buscar a consonância do valor justiça com as normas jurídi-
cas a serem aplicadas a determinado fato, tendo como parâmetro as normas devidamen-
731
te postas no ordenamento, resguardando-se a segurança jurídica e evitando arbitrarieda-
des com o julgamento exclusivo pela equidade.
13. Ponto 13
13.1. Direito Constitucional
Resposta:
Resposta:
732
Nas lições de Sacha Calmon Navarro Coelho, ―a vedação do confisco há de se entender
cum modus in rebus. O princípio tem validade e serve de garantia, inclusive, para evitar
exageros no caso de taxas, como já lecionamos. O princípio, vê-se, cede o passo às polí-
ticas tributárias extrafiscais, mormente as expressamente previstas na Constituição.Quer
dizer, onde o constituinte previu a exacerbação da tributação para induzir comportamen-
tos desejados ou para inibir comportamentos indesejados, é vedada a arguição do prin-
cípio do não-confisco tributário, a não ser no caso-limite (absorção do bem ou da ren-
da). Destarte, se há fiscalidade e extrafiscalidade, e se a extrafiscalidade adota a pro-
gressividade exacerbada para atingir seus fins, deduz-se que o princípio do não-confisco
atua no campo da fiscalidade tão-somente e daí não sai,sob pena de antagonismo norma-
tivo, um absurdo lógico-jurídico.‖
3) Se a União criar tributo com base na competência residual, ela tem que passar alguma coisa
para estados e municípios?
Resposta:
A CF é clara ao indicar que pertencem aos Estados e ao Distrito Federal vinte por cento
do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência
que lhe é atribuída pelo art. 154, I, ou seja, no caso de competência residual (art. 157, II,
CF).
Resposta:
Não, tal redução é inconstitucional, obtida pela interpretação, a contrario sensu, da Sú-
mula 589 do Supremo Tribunal Federal: ―É inconstitucional a fixação de adicional pro-
gressivo do imposto predial e territorial urbano em função do número de imóveis do
contribuinte‖. Ademais, o simples fato de se ter um único imóvel não demonstra a capa-
cidade contributiva do contribuinte, haja vista esse único imóvel poder ser tanto um
casebre em uma favela como uma mansão na parte mais luxuosa da cidade.
Resposta:
733
13.1.1.2. Questões do TRF2
1) É possível através de EC vincular receita à autarquia?
Resposta:
Resposta:
3) Repartição de receitas. Art. 158 em seu inc VIII prevê que pertence aos municípios 50% da
arrecadação do ITR. No caso de um contribuinte que pede a repetição de indébito do ITR deve-
ria propor a ação em face da União, do município ou de ambos? Se a ação fosse proposta na
Justiça Federal ajuizada em face de ambos o que faria?
Resposta:
Como, no presente caso, trata-se apenas de repartição tributária, não tendo o Município
realizado qualquer ato tendente à fiscalização ou à cobrança do imposto, deve figurar
exclusivamente como legitimado passivo a União, sendo a Justiça Federal a competente
para a resolução da causa. Caso a demanda fosse proposta em face da União e do Muni-
cípio, o processo haveria de ser extinto perante este por sua ilegitimidade passiva ad
causam.
734
13.1.1.3. Questões do TRF3
1) A lei orçamentária pode dar destinação diversa do montante arrecadado em relação à pró-
pria fundamentação, pressuposto da criação de um tributo?
Resposta:
Inicialmente, cumpre destacar que há duas formas de tributo, segundo o destino da arre-
cadação: tributos de arrecadação vinculada e de arrecadação não vinculada. Quanto aos
primeiros, há necessário repasse das verbas a determinado órgão, fundo ou despesa;
quanto aos segundos, não há tal destinação específica. Assim, nestes casos, é possível a
destinação diversa do montante arrecadado em relação ao pressuposto de criação do
tributo, como sói acontecer com as taxas. Cumpre ressaltar que, nos casos de tributos de
arrecadação vinculada, em especial as contribuições sociais e de intervenção no domí-
nio econômico, é ainda possível sua desvinculação de sua destinação, com base no art.
76, ADCT (DRU).
Resposta:
No presente caso, por a entidade de benefício assistencial distribuir por labore entre
seus associados, ela não preenche os requisitos do art. 14, I, CTN, não podendo ser con-
siderada entidade sem fim lucrativo, não fazendo jus, pois, à imunidade prevista no art.
150, VI, c, incindindo assim IPTU sobre todos os imóveis pertencentes à referida enti-
dade.
Resposta:
Resposta:
Sim, é possível. O STF já decidiu que o caráter de confisco deve ser avaliado não ape-
nas em função de um determinado tributo, isoladamente, e sim tendo em conta a totali-
dade da carga tributária suportada (todos os tributos que ele deverá pagar, dentro de
determinado período, à mesma pessoa política que os houver instituído) (ADC 8 – MC -
“Resulta configurado o caráter confiscatório de determinado tributo, sempre que o
efeito cumulativo – resultante das múltiplas incidências tributárias estabelecidas pela
mesma entidade estatal – afetar substancialmente , de maneira irrazoável, o patrimônio
e/ou os rendimentos do contribuinte”).
Resposta:
O referido princípio está previsto no art. 151, II, CF, e veda à União tributar a renda das
obrigações da dívida pública dos Estados, do DF e dos Municípios, bem como a remu-
neração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que
fixar para suas obrigações e para seus agentes. Tal disciplina, aplicada exclusivamente
ao IR, busca evitar que a União utilize o tributo como meio concorrer deslealmente no
mercado de títulos de dívida pública e na seleção de servidores públicos, fazendo com o
que o particular opte por títulos federais, no primeiro caso, ou opte pelo serviço público
federal, no segundo caso. Perceba-se, pois, que não se está a tributar o rendimento do
ente federado que emitiu o título da dívida pública (o que é vedado pelo art. 150, VI, a,
da CF), mas sim a renda gerada pela operação (juros), que é rendimento do particular
adquirente do título.
05) A União pode tributar diferentemente os rendimentos decorrentes de título por si emitido
daqueles emitidos por Estados?
Resposta:
736
Segundo o princípio da uniformidade da tributação de renda (ou vedação à utilização do
IR como instrumento de concorrência desleal), previsto no art. 151, II, CF, a União não
pode tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do DF e dos Muni-
cípios em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações, evitando assim que a
União utilize o tributo como meio concorrer deslealmente no mercado de títulos de dí-
vida pública.
Resposta:
07) Discorra sobre a legalidade no Direito Tributário e aponte as suas exceções. Trate também
do princípio da tipicidade cerrada.
Resposta:
08) Discorra sobre a imunidade recíproca e se ela abrange empresas públicas e sociedade de
economia mista.
Resposta:
A imunidade tributária recíproca, uma das limitações ao poder de tributar, está prevista
no art. 150, VI, a, CF, e determina que é vedado aos entes políticos instituir impostos
sobre bens, rendas e serviços uns dos outros, independente da finalidade, visando à pro-
teção do federalismo. Tal regra é extensível a) às autarquias e às fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público (§ 2º do art. 150), no que se refere ao patrimônio, renda ou
serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou delas decorrentes. Cumpre ressaltar
que tal regra imunizante somente se aplica quando o ente está na posição de contribuinte
de direito, não beneficiando o contribuinte de fato (AI-AgR 671.412/SP, 2ª Turma,
1º/04/2008). No tocante às empresas públicas e sociedades de economia mista, quando
prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, elas são
abrangidas pela imunidade recíproca, consoante entendimento jurisprudencial sedimen-
tado pelo STF no RE 407.099/RS (ECT) e na AC 1.550-2 (Companhia de Águas e Es-
gotos de Rondônia).
Resposta:
10) No que concerne às empresas públicas e sociedades de economia mista, essas entidades
são beneficiadas pela imunidade tributária da Constituição?
Resposta:
738
13.2. Direito Tributário
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
739
4) Em que casos o sócio tem responsabilidade por dívida da sociedade?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
3) Pode o poder publico se valer de instituto de direitos privados para se valer dos seus bens?
Resposta:
4) Qual a relação entre bens dominicais e o instituto da desafetação? Os bens dominicais po-
dem ser alienados? Pode haver desafetação tácita?
Resposta:
5) Concessão de direito real de uso, qual seria o perfil mínimo deste instituto?
Resposta:
740
6) De quem são as terras devolutas?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
10) Classificação de uso comum e especiais, os museus estariam aonde neste caso?
Resposta:
11) Oneração por direitos reais, exemplo anticrese, os bens públicos podem sofrer?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
741
Resposta:
Resposta:
2) Qual o regime jurídico das jazidas no Brasil? A exploração é contraprestacional? A figura dos
royalties são equivalentes à tarifa?
Resposta:
3) Qual a característica primária da zona fortificada de fronteira? Tem que estar no RGI para
ser oposto ao particular?
Resposta:
4) O imóvel é alodial se não houver? (Para Poul, a própria Constituição Federal já determina)
Resposta:
5) Se no RGI o bem consta como alodial, desembaraçado, pode a União dizer que é terreno de
Marinha?
Resposta:
Resposta:
2) A propriedade da água pode ser privada, já que há tratamento na parte do direito de vizi-
nhança no Código civil?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
743
5) Entre o falso e o estelionato há concurso material, formal...? Quais seriam as correntes?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
744
Resposta:
Resposta:
2) Depois de um contrato de seguro, se não houver dano, pode se pedir a devolução do dinhei-
ro? Não. Contrato aleatório.
Resposta:
Resposta:
4) Pode ser feito dois seguros de um carro? Qual a razão da vedação? Porque o CC dispõe não
poder para bens? Pelo CC/2002 há a possibilidade de mais de um seguro de vida, e com rela-
ção bens não pode, por quê? O seguro de bens não pode ser dobrado, pois seu sentido é inde-
nizatório.
745
Resposta:
Resposta:
6) Contrato Securitário - Suicídio não premeditado dar-se-á indenização para o evento morte?
Havendo suicídio pouco importa, não se cogita mais disto, não se paga a indenização, mas se
devolve a reserva técnica?
Resposta:
Resposta:
8) Discorra sobre a boa-fé objetiva no contrato de seguro? Boa-fé objetiva (correção de com-
portamento). Aqui ela incide bem mais do que em relação a outros contratos.
Resposta:
Resposta:
10) Resseguro, o que seria? Seguro do seguro. Operação de retrocessão – resseguro de resse-
guro?
Resposta:
Resposta:
746
12) O que é uma franquia num contrato de seguro?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Não encontrei na doutrina (Eros Roberto Grau) uma resposta exata. Penso que a defesa
do consumidor como princípio da ordem econômica diz respeito à sua condição de vul-
nerabilidade, de modo que apenas estaria tutelado o consumidor em sua conceituação
econômica (parte mais vulnerável na relação contratual). Segundo Ada Pellegrini, o
CDC desprezou, na conceituação de consumidor, componentes de ordem sociológica,
psicológica e filosófica.
747
7) Então, por exemplo, quando o indivíduo está em casa e assiste uma má propaganda, uma
má publicidade também seria uma forma de violação a este valor?
Resposta:
Obs: Impossível compreender o exato contexto em que surgiu esta pergunta, de modo
que fica difícil elaborar uma resposta exata.
8) O Estado pode ser sujeito de relação de consumo? Nessa situação, se aplicaria a legislação
especial, o CDC?
Resposta:
De acordo com o artigo 3º do CDC ―Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desen-
volvem atividade de produção, montagem [...]‖. Já o 22 do CDC reza que ―Os órgãos
públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer
outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficien-
tes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos‖. O CDC também prevê, dentre os direi-
tos básicos do consumidor, a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral
(art.6º, X), além da necessidade de racionalização e melhoria dos serviços públicos
(art.4º, VII). Logo, as pessoas jurídicas de Direito Público podem figurar no polo ativo
da relação de consumo e, quando prestadoras de serviços públicos, sejam de direito pú-
blico, sejam de direito privado, estão submetidas às regras do CDC. No entanto, somen-
te os serviços públicos realizados mediante remuneração paga diretamente pelos con-
sumidores (serviços uti singuli), remunerados por tarifa ou preço público) submetem-se
ao CDC, pois os serviços públicos realizados mediante pagamento de tributos (uti uni-
versi) não se submetem ao CDC. Esse tem sido o entendimento do STJ.
Resposta:
Resposta:
Nos termos do artigo 3º do CDC, ―Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material
ou imaterial‖ e ―Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, medi-
ante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária,
salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.‖. O conceito de produto é trata-
do pelo Código de forma ampla, ao passo que o conceito de serviços envolve necessari-
amente remuneração e não pode açambarcar relação trabalhista.
11) Um programa de informática é produto ou é serviço? Quando compro uma caixa contendo
o programa Windows, estou comprando um serviço?
Resposta:
(Não tenho certeza porque não achei nada específico sobre o tema, de modo que lastreie
a resposta de acordo com a lei). Nos termos da conceituação trazida pelo CDC, segundo
o qual ―Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial‖ e ―Serviço é
qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusi-
ve as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes
das relações de caráter trabalhista.‖, um programa de informática caracteriza-se como
um produto, e não como um serviço.
Resposta:
O artigo 174 da CF/88 prevê que o Estado poderá intervir na ordem econômica como
agente normativo e regulador. Trata-se de uma forma de intervenção indireta no domí-
nio econômico, por meio da qual o Estado limita-se a condicionar o exercício da explo-
ração da atividade econômica, sem assumir posição de agente econômico ativo. Cuida-
se de uma intervenção regulatória, agindo o Estado por meio de leis e normas de cunho
setorial. Como a defesa do consumidor é um dos princípios que regem a Ordem Eco-
nômica, na forma do artigo 170 da Constituição, podemos entender que o CDC repre-
senta, sim, uma forma de intervenção indireta do Estado no domínio econômico.
749
Resposta:
Não. O CDC tem dispositivo expresso que prevê a responsabilidade subjetiva dos pro-
fissionais liberais (art.14º, parágrafo quarto). Assim, a responsabilidade destes no forne-
cimento de serviços depende da verificação de negligência, imprudência ou imperícia.
Parcela doutrinária entende que se deve aferir se a obrigação é de meio ou resultado.
Sendo de meio, a responsabilidade seria subjetiva, mas sendo de resultado, seria objeti-
va. O STJ, no entanto, vem defendendo o entendimento no sentido de que em ambas as
modalidades de obrigação – meio ou resultado – a responsabilidade dos profissionais
liberais é subjetiva, mas, sendo de resultado a obrigação, opera-se a inversão do ônus da
prova em desfavor do profissional.
Resposta:
Sim. Conforme jurisprudência pacífica do STJ, o CDC é aplicável aos contratos do Sis-
tema Financeiro de Habitação, incidindo sobre contratos de mútuo. Isso porque existe
relação de consumo entre o agente financeiro do SFH, que concede empréstimo para
aquisição de casa própria, e o mutuário. Entretanto, nos contratos de financiamento do
SFH vinculados ao Fundo de Compensação de Variação Salarial (FCVS), pela presença
da garantia do governo em relação ao saldo devedor, aplica-se a legislação própria e
protetiva do mutuário hipossuficiente e do próprio sistema, afastando-se o CDC, se co-
lidentes as regras jurídicas (STJ, AgRg no Ag 1076981/RS, DJe 27/08/2012). A juris-
prudência do TRF1 é no mesmo sentido, ou seja, pela incidência do CDC aos contratos
do SFH (AC 0000500-58.2006.4.01.3503 / GO, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL
JOÃO BATISTA MOREIRA, QUINTA TURMA, e-DJF1 p.223 de 25/05/2012).
Resposta:
(Retirado de um texto da internet). No Brasil, desde 1700 existem alguns tipos de privi-
légios dados a pequenos industriais, contudo o mais antigo ―titular de propriedade in-
dustrial‖ foi Antônio Francisco Marques que, em 1752, obteve um privilégio para insta-
lar uma fábrica de descascar arroz, garantindo um monopólio sobre esta atividade por
dez anos. Mais tarde, em 1809, um alvará expedido pelo Príncipe Regente concedeu aos
inventores de alguma nova máquina um privilégio temporário, sendo que a primeira
Constituição do Império já trouxe dispositivos que asseguravam aos inventores os direi-
tos sobre suas produções, regulada pela Lei de 28.08.1830.
Resposta:
Quatro são os bens imateriais protegidos pelo direito industrial: a patente de invenção, a
de modelo de utilidade, o registro de desenho industrial e o de marca, conforme artigo
2º, incisos I a III, da Lei de Propriedade Industrial (Lei 9.279/1996). Para que uma in-
venção ou um modelo de utilidade tenham exclusividade, é necessária uma patente. Já o
desenho industrial e a marca precisam de registro. Tanto a patente quanto o registro são
obtidos junto ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), que é uma autar-
quia federal com sede no Rio de Janeiro.
Resposta:
751
a justificar uma disciplina normativa específica. São obras intelectuais as criações do
espírito expressas por qualquer meio (tangível ou não).
Resposta:
Os direitos da propriedade intelectual não integram a categoria dos direitos reais, tam-
pouco àquela referente aos direitos pessoais. São, na verdade, direitos de cunho intelec-
tual que realizam a proteção de vínculos (pessoais e patrimoniais) do autor ou do em-
presário com sua obra ou criação, de índole especial, sui generis, a justificar uma disci-
plina normativa específica. São obras intelectuais as criações do espírito expressas por
qualquer meio (tangível ou não). A palavra propriedade empregada para abranger as
situações de titularidade de direitos patrimoniais referentes aos objetos da criação inte-
lectual não pode ser assimilada no conceito de propriedade tal como definida no art.
1.228 do CC. Por isso, atualmente, tais situações encontram-se reguladas em leis especí-
ficas diante da constatação de suas peculiaridades.
Resposta:
752
6) Há um princípio que rege o desenho industrial, qual seria? (Princípio da futilidade).
Resposta:
Resposta:
Um dos requisitos do desenho industrial é a novidade, ou seja, deve ser novo, não com-
preendido no estado da técnica (art.96 da LPI). O estado da técnica é constituído por
tudo aquilo tornado acessível ao público antes da data de depósito do pedido, no Brasil
ou no exterior, por uso ou qualquer outro meio. Não é considerado como incluído no
estado da técnica o desenho industrial cuja divulgação tenha ocorrido durante os 180
dias que precederem a data do depósito ou a da prioridade reivindicada.
8) Qual a forma que a lei estabelece para proteger o modelo de utilidade? É uma patente ou
um registro?
Resposta:
9) Qual a relação que existe entre propriedade industrial e Justiça Federal? Onde fica o INPI?
Resposta:
753
autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés,
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas
à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho‖. Ora, o INPI – Instituto Nacional da Proprie-
dade Industrial – possui natureza jurídica de autarquia federal, competindo-lhe a con-
cessão dos direitos industriais de que trata a Lei 9.279/1996. De tal sorte, as ações en-
volvendo discussão a respeito da matéria serão de competência da Justiça Federal. In-
clusive, a Lei prevê expressamente que ―Art. 57. A ação de nulidade de patente será
ajuizada no foro da Justiça Federal e o INPI, quando não for autor, intervirá no feito‖ e
que ―Art. 175. A ação de nulidade do registro será ajuizada no foro da justiça federal e
o INPI, quando não for autor, intervirá no feito‖. Segundo o STJ, ―A nulidade da paten-
te, com efeito erga omnes, só pode ser declarada em ação própria, proposta pelo INPI,
ou com sua intervenção - quando não for ele o autor -, perante a Justiça Federal (Lei
9.279/96, art.57). Porém, o reconhecimento da nulidade como questão prejudicial, com
a suspensão dos efeitos da patente, pode ocorrer na Justiça Estadual” (AgRg no CC
115.032/MT, DJe 29/11/2011).
10) Fora do Brasil, quais são os marcos de proteção ao Direito de Propriedade Industrial?
Resposta:
Diante da concepção de que era importante conferir proteção aos direitos de propriedade
industrial, houve a realização de um grande encontro das nações, a Convenção de Paris,
com a finalidade de tentar harmonizar o sistema nacional de proteção a propriedade
intelectual. Mais recentemente, foi celebrado o acordo TRIPS3, também chamado de
acordo relativo aos aspectos do direito de propriedade intelectual relacionados com o
comércio, integrante de um conjunto de acordo assinados em 1994, que encerram a co-
nhecida rodada do Uruguai, dando origem a OMC. O Brasil já ratificou ambas as con-
venções.
Resposta:
De acordo com o artigo 122 da LPI ―São suscetíveis de registro como marca os sinais
distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais‖. Logo,
3
Para o STJ, o acordo TRIPS é aplicável no Brasil a partir de 1º/1/2000. O acordo não gera obrigações em
relação a atos constituídos antes de sua vigência. REsp 1.096.434-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 9/11/2010.
754
não há possibilidade de que sejam registrados como marca os sinais sonoros, visto que
não são visualmente perceptíveis.
Resposta:
A marca, sendo um bem móvel incorpóreo tutelado pelo direito de propriedade industri-
al, tem prazo de proteção equivalente a 10 (dez) anos contados da data da concessão do
registro, prorrogável por iguais e sucessivos períodos, devendo o interessado postular a
prorrogação sempre no último ano de vigência do registro, tudo nos termos do artigo
133 da legislação regente da matéria.
Resposta:
14) O registro da marca é regido por dois princípios, quais são eles?
Resposta:
Os princípios que regem a proteção das marcas pelo registro são os da especialidade e
da territorialidade. O princípio da especialidade confere ao seu titular o uso exclusivo da
atividade. Sem relegar a plano secundário a proteção aos direitos de propriedade indus-
trial, ele apenas enseja que marcas, assim como nomes de empresa e títulos de estabele-
cimento, parecidos ou iguais entre si, no todo ou em parte, coexistam no ambiente so-
cioeconômico. Essa coexistência, porém, só é possível ante o reconhecimento de que os
ramos de atividade das empresas usuárias de expressões ou símbolos semelhantes são
diversos, sem potencialidade de induzir a erro aqueles que com elas pretendam negociar
com boa-fé. Segundo o STJ, o direito de exclusividade de uso de marca, decorrente do
seu registro no INPI, é limitado à classe para a qual é deferido, não sendo possível a sua
irradiação para outras classes de atividades (REsp 1.114.745, Rel. MASSAMI UYEDA,
publicado em 21.9.2010). Como exceção à aplicação desse princípio, a LPI confere a
marca de alto renome proteção diferenciada para todos os ramos de atividades, e isso
transpassa seu destino original. O princípio da territorialidade se encaixa no art. 129 da
755
LIP, segundo o qual o titular de uma marca protegida tem assegurado seu uso exclusivo
em todo território nacional. Uma exceção a esse princípio está na Convenção da União
de Paris (CUP), em seu art. 6º.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
756
4) Conhece algum registro que é feito perante o INPI que diz respeito a um sistema que, pelo
menos a lei chama, de proteção ao direito autoral?
Resposta:
Acho que a questão quer se referir aos programas de computador (Lei 9.609/98). De
acordo o artigo 11 desta legislação ―Nos casos de transferência de tecnologia de pro-
grama de computador, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial fará o registro dos
respectivos contratos, para que produzam efeitos em relação a terceiros‖. Veja-se que o
regime de proteção à propriedade intelectual de programa de computador é o conferido
às obras literárias pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no País.
5) Qual a ideia conceitual de Registro público? Pode ser constitutivo? sempre? Quais os outros
casos que não estão na Lei de Registros públicos? O registro perante o INPI é constitutivo ou
meramente assecuratório? Há no INPI algum exemplo de registro meramente assecuratório?
Resposta:
O registro público é a menção de certos atos e fatos, lançada por um oficial público em
livros próprios, quer à vista de títulos que lhe são apresentados, quer mediante
declarações escritas ou verbais das partes interessadas. Tem a finalidade de conferir
publicidade ao ato ou fato que é objeto do registro, ou atua como simples meio de
conservação de um documento. O registro público é a forma antiga de preservação de
informações consideradas vitais para a sociedade (como o nascimento, registro de
casamento, óbito, criação de pessoas jurídicas entre outros), que visa, ademais, dar-lhes
publicidade necessária para a segurança das relações interindividuais. Assim, a
publicidade é forma de notificação pública: é a conseqüência necessária do registro,
mesmo quando seja facultativo, visando apenas a perpetuidade de um documento.
Haverá sempre a publicidade, desde que registrado o ato ou fato. Os efeitos dela que
podem variar de intensidade. A concessão de patentes e de registros pelo INPI apresenta na-
tureza constitutiva de direito, já que é por meio dela que o empresário adquire o direito de ex-
plorar o respectivo bem industrial com exclusividade. O registro meramente assecuratório é
típico dos direitos autorais.
Resposta:
757
Invenção: É o produto da inteligência humana de efeito técnico ou industrial, ou seja,
que objetiva criar bens até então desconhecidos, para aplicação técnica ou industrial.
Não se confunde com a descoberta. A LPI não definiu o que vem a ser uma invenção,
limitando-se a afirmar que é patenteável. Desenho industrial: considera-se desenho in-
dustrial a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e
cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e ori-
ginal na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial. O
desenho industrial não pode ser confundido com a obra de arte, pelo fato de estar sem-
pre relacionado a um objeto com função utilitária e possibilidade de ser industrializado,
enquanto a obra de arte, em regram não traz consigo nenhuma característica funcional,
mas tão-somente estética e decorativa, e também não é produzida em escala industrial.
Também não se confunde com o modelo de utilidade, pois o desenho industrial volta-se
apenas a configuração estética, enquanto o modelo de utilidade agrega uma nova utili-
dade a um invento. Modelo de Utilidade: objeto de uso prático, ou parte deste, suscetí-
vel de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato
inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. Marca:
Bem móvel incorpóreo, com enquadramento no âmbito dos direitos de propriedade in-
dustrial, a marca se exprime por sinais distintivos visualmente perceptíveis.
Resposta:
Ocorre caducidade da marca se o seu titular deixar de usá-la por mais de 5 anos. O STJ
confere efeitos prospectivos (ex nunc) à declaração de caducidade do registro da marca
industrial. Entre outros fundamentos, consignou-se que, se uma marca for cedi-
da/licenciada a diversas empresas em cadeia sucessória e a última cessionária/licenciada
não exercer qualquer dos poderes inerentes à propriedade da marca, tem-se uma situa-
ção que põe termo à circulação de riquezas. Enquanto, se fossem os efeitos da declara-
ção de caducidade ex tunc, na hipótese de um terceiro interessado apropriar-se daquela
marca, esse estaria legitimado a pedir lucros cessantes referentes a todos os antigos pro-
prietários. Consectário disso seria o início de uma reação em cadeia de ações de regres-
so até que o penúltimo prejudicado pela inércia consiga cobrar do último o prejuízo de-
corrente da abstenção de uso, gozo ou fruição do sinal industrial. Assim, o registro de
marcas e patentes, ao invés de oferecer segurança jurídica ao seu proprietário e eventu-
ais cessionários/licenciados, demonstraria um risco ad eternum para quem se aventuras-
se a adquirir direitos sobre a marca. EREsp 964.780-SP, julgados em 10/8/2011.
758
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Não dá para entender direito o que se quis afirmar como ―criações abstratas‖. A Lei dos
Direitos Autorais reza que ―Art. 8º Não são objeto de proteção como direitos autorais
de que trata esta Lei: I - as ideias [...]‖. Por outro lado, o mesmo diploma normativo
prevê que ―Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas
por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido
ou que se invente no futuro, tais como[...]‖. Assim, conclui-se que as criações abstratas,
se entendidas como ideias não expressas por qualquer meio, não são defendidas pelo
direito autoral.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
759
Ver resposta abaixo.
Resposta:
Os direitos industriais são concedidos pelo Estado, por meio de uma autarquia federal, o
Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Nasce o direito à exploração exclu-
siva do objeto da patente ou do registro a partir do ato concessivo correspondente. Nin-
guém pode reivindicar o direito de exploração econômica com exclusividade de qual-
quer invenção, modelo de utilidade, desenho industrial ou marca se não obteve do INPI
a correspondente concessão.
Resposta:
De acordo com a LPI, a patente pode ser requerida em nome próprio, pelos herdeiros ou
sucessores do autor, pelo cessionário ou por aquele a quem a lei ou o contrato de traba-
lho ou de prestação de serviços determinar que pertença a titularidade. Além disso,
quando se tratar de invenção ou de modelo de utilidade realizado conjuntamente por
duas ou mais pessoas, a patente poderá ser requerida por todas ou qualquer delas, medi-
ante nomeação e qualificação das demais, para ressalva dos respectivos direitos. Conso-
ante a LPI, é patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade
inventiva e aplicação industrial, bem assim, como modelo de utilidade, o objeto de uso
prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou
disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou
em sua fabricação.
Resposta:
760
em partes iguais, quando resultar da contribuição pessoal do empregado e de recursos,
dados, meios, materiais, instalações ou equipamentos do empregador, ressalvada ex-
pressa disposição contratual em contrário‖.
Resposta:
Resposta:
Em verdade, a LPI prevê que ―O registro da marca vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos,
contados da data da concessão do registro, prorrogável por períodos iguais e sucessi-
vos‖. Quanto a essa prorrogação do registro, a legislação prevê que o pedido deve ser
formulado durante o último ano de vigência, instruído com o comprovante do pagamen-
to da respectiva retribuição. Se o pedido de prorrogação não tiver sido efetuado até o
termo final da vigência do registro, o titular poderá fazê-lo nos 6 (seis) meses subse-
qüentes, mediante o pagamento de retribuição adicional. Tem-se, nessa hipótese, um
prazo para registro de marca.
Resposta:
Não. A LPI prevê um procedimento próprio, segundo o qual ―Ao pedido de patente de-
positado em país que mantenha acordo com o Brasil, ou em organização internacional,
que produza efeito de depósito nacional, será assegurado direito de prioridade, nos pra-
zos estabelecidos no acordo, não sendo o depósito invalidado nem prejudicado por fatos
ocorridos nesses prazos‖. A reivindicação de prioridade será feita no ato de depósito,
761
podendo ser suplementada dentro de 60 (sessenta) dias por outras prioridades anteriores
à data do depósito no Brasil.
Resposta:
Não entendi a parte final da questão. Quanto à primeira parte, de acordo com o novel
regramento, quando a determinação do valor da condenação depender de simples cálcu-
los aritméticos, o credor requererá o cumprimento da sentença, instruindo o pedido com
a memória discriminada e atualizada do cálculo (art.475-B do CPC). Poderá o juiz va-
ler-se do contador do juízo quando a memória apresentada pelo credor aparentemente
exceder os limites da decisão exeqüenda e, ainda, nos casos de assistência judiciária. Se
o credor não concordar com os cálculos feitos pela contadoria judicial, far-se-á a execu-
ção pelo valor originariamente pretendido, mas a penhora terá por base o valor encon-
trado pelo contador.
2) Fale sobre a distinção entre fraude contra credores e fraude contra a execução.
Resposta:
3) Em relação às penhoras, temos um instituto no art. 455 do CPC chamado penhora on-line,
que tem sido muito usado na justiça estadual, do trabalho e agora também a federal. Na or-
dem de preferência o dinheiro é o primeiro, a indicação para a penhora é do devedor, o se-
nhor como magistrado a pedido da fazenda nacional, determinaria em seu despacho inicial em
sede de execução fiscal ou em execução civil a determinação de bloqueio de ativos financei-
ros?
Resposta:
Achei um julgado do TRF1 que assim cuida da questão: ―É firme a jurisprudência deste
Superior Tribunal de Justiça no sentido de que, antes das modificações introduzidas pela
Lei nº 11.382/06, somente se admite o bloqueio de ativos financeiros pelo Sistema Ba-
cen Jud quando esgotados todos os meios necessários à localização de outros bens pas-
síveis de penhora. Na hipótese vertente, o pleito de bloqueio foi formulado antes da edi-
ção da Lei 11.382/2006. Logo, in casu, somente seria admissível tal bloqueio de ativos
financeiros pelo Sistema BACEN JUD se esgotados todos os meios necessários à loca-
lização de outros bens passíveis de penhora , o que não é o caso dos autos (AGA
0022153-23.2004.4.01.0000 / GO, 26/03/2010). Em recente julgado, o STJ afirmou que
―A Corte Especial, ao apreciar o REsp 1.112.943/MA, Rel. Min.Nancy Andrighi, julga-
do em 15.9.2010, DJ 23.11.2010 pela sistemática prevista no art. 543-C do CPC e na
Resolução 8/2008 do STJ, confirmou a orientação no sentido de que, no regime da Lei
n.11.382/2006, não há mais necessidade do prévio esgotamento das diligências para
localização de bens do devedor para que seja efetivada a penhora on line‖. (AgRg no
REsp 1287437/MG, julgado em 02/02/2012, DJe 09/02/2012). Não bastasse, a penhora
on line poderia ser determinada em decisão liminar mesmo antes da citação do executa-
do – o procedimento determina a penhora somente três dias depois da citação na hipóte-
se de não ocorrer o pagamento –, desde que demonstrado o perigo da ineficácia a medi-
da na hipótese de o executado tomar ciência da existência da execução. O pedido de
tutela cautelar na inicial da execução é expressamente permitido pelo artigo 615, III, do
CPC.
Resposta:
763
A Lei 11.382/2006 modificou substancialmente o fenômeno processual da expropria-
ção. Atualmente são quatro espécies típicas de expropriação: adjudicação, alienação por
iniciativa particular, arrematação e o usufruto. A alienação em hasta pública, que pode
ocorrer na modalidade leilão (bens móveis) e praça (bens imóveis), perdeu status com a
mais recente reforma processual, sendo a última espécie de expropriação na ordem de
preferência. O artigo 686 do CPC é expresso ao afirmar a subsidiariedade da alienação
em hasta pública, ao dispor que não requerida a adjudicação e não realizada a alienação
particular será expedido o edital de hasta pública. Logo, encaminha-se determinado bem
à hasta pública quando frustradas as demais modalidades de expropriação previstas na
legislação processual.
Resposta:
A penhora sob o faturamento da empresa possui previsão legal expressa no artigo 655,
VII, do CPC, dispositivo segundo o qual poderá haver penhora de percentual do fatura-
mento de empresa devedora. Nesse ponto, penso ser inadmissível a penhora da totalida-
de do faturamento, sob pena de afetar o capital de giro da empresa, o que fatalmente
geraria um verdadeiro colapso em suas contas, ocasionando até mesmo, em casos ex-
tremos, a paralisação de suas atividades. Por outro lado, o percentual correto deve ser
aferido no caso concreto, conciliando-se o interesse do credor com a necessidade de
permanência da atividade da empresa, de modo que o percentual não pode ensejar a
paralisação da atividade empresarial. Nesse sentido, o STJ condiciona esse tipo de pe-
nhora aos seguintes requisitos: ―A penhora sobre renda da empresa somente é cabível
excepcionalmente, desde que: i) o devedor não possua bens ou, se os tiver, sejam esses
de difícil execução ou insuficientes a saldar o crédito demandado; ii) haja indicação de
administrador e esquema de pagamento; iii) que o percentual fixado sobre o fatura-
mento não torne inviável o exercício da atividade empresarial‖.(AgRg no AgRg no Ag
1421489/RJ, DJe 24/05/2012).
Resposta:
764
Dois princípios básicos do processo de execução são os da patrimonialidade e o da me-
nor onerosidade. Pelo primeiro, a execução é sempre real, e nunca pessoal, por serem os
bens do executado os responsáveis materiais pela satisfação do direito do exequente. De
acordo com o segundo princípio, a execução não é instrumento de vingança privada,
nada justificando que o executado sofra mais do que o estritamente necessário na busca
da satisfação do direito do exequente. Por fim, o princípio da fidelidade apregoa que a
execução não pode extravasar o que foi decidido no título executivo judicial, devendo
haver estrita observância do quanto ali determinado. Representa, em última análise, res-
peito da coisa julgada. OBS: Não achei nada específico sobre a sua aplicação aos títulos
extrajudiciais, mas acredito que tem plena incidência também em relação a esses, uma
vez que a execução em geral não pode se afastar dos limites do título executivo que a
embasa.
Resposta:
3) Ajuizados os embargos do devedor é possível haver a desistência? Por que razão a lei fez a
distinção (entre a possibilidade desistência de embargos que versem sobre matéria processual
e a desistência dos embargos que agitem matéria de mérito)?
Resposta:
765
Sim, mesmo após ajuizados os embargos à execução é possível haver a desistência por
parte do exequente. Entretanto, esta desistência pode ser incondicionada ou condiciona-
da a depender da matéria alegada em sede de embargos. Se os embargos ajuizados ver-
sarem apenas sobre questões processuais, serão extintos, pagando o credor as custas e os
honorários advocatícios. Nesse caso, e extinção dos embargos à execução é uma conclu-
são lógica da desistência da ação de execução, considerando-se que eventual acolhimen-
to da matéria aduzida pelo embargante conseguiria exatamente uma sentença terminati-
va do processo de execução. Todavia, nos demais casos, a extinção dependerá da con-
cordância do embargante, na forma do artigo 569 do CPC. A razão para condicionar a
extinção dos embargos à concordância do embargante é nítida: tratando-se de matérias
de mérito é possível vislumbrar interesse na continuação dos embargos, com a obtenção
de sentença de mérito a favor do embargante e formação de coisa julgada material capaz
de impedir a propositura de novo processo de execução, o que não ocorre com a simples
desistência do processo.
Resposta:
Obs: Interpreto que a questão está tratando de processo de execução. Não sei se se trata
de execução fiscal....Bem, é possível haver redirecionamento da execução fiscal contra
o sócio da empresa executada, de modo que ele poderá ser incluído no polo passivo
mesmo após a citação da pessoa jurídica. A jurisprudência do STJ, no entanto, sedimen-
tou-se no sentido de que ―A responsabilidade pessoal do sócio funda-se na regra de que
o redirecionamento da execução fiscal e seus consectários legais, para o sócio-gerente
da empresa, somente é cabível quando reste demonstrado que este agiu com excesso de
poderes, infração à lei ou contra o estatuto, ou na hipótese de dissolução irregular da
empresa‖ (REsp 1104064/RS, DJe 14/12/2010).
Resposta:
766
Obs: presumi que a questão cuida de execução fiscal. De acordo com a jurisprudência
consolidada no âmbito do STJ, ―A responsabilidade pessoal do sócio funda-se na regra
de que o redirecionamento da execução fiscal e seus consectários legais, para o sócio-
gerente da empresa, somente é cabível quando reste demonstrado que este agiu com
excesso de poderes, infração à lei ou contra o estatuto, ou na hipótese de dissolução
irregular da empresa‖.(REsp 1104064/RS, DJe 14/12/2010). Além disso, conforme pre-
cedentes do STJ, o redirecionamento da execução fiscal contra o sócio-gerente não é
possível quando o fato gerador da obrigação tributária ocorreu antes do seu ingresso no
quadro societário da empresa (AgRg no AREsp 5.251/MS, DJe 07/08/2012). De outra
banda, o mero inadimplemento da obrigação de pagar tributos não constitui infração
legal capaz de ensejar a responsabilidade prevista no artigo 135 do Código Tributário
Nacional e a quebra da empresa executada não autoriza a inclusão automática dos só-
cios, devendo estar comprovada a prática de atos com excesso de poderes ou infração à
lei (AgRg no REsp 1273450/SP, DJe 17/02/2012). Se o nome do sócio não constar na
CDA, cabe ao Fisco provar a ocorrência das hipóteses delineadas no artigo 135, III, do
CTN. Nesse sentido TRF1: ―O redirecionamento da execução fiscal do sócio cujo nome
não consta na CDA somente é possível se comprovado pela Fazenda que ele agiu com
abuso de poder, infração à lei ou estatuto, não se admitindo preenchido o requisito pela
mera inadimplência com o Fisco‖(AG 0002968-23.2009.4.01.0000 / AC, e-DJF1
p.1731 de 11/05/2012).
Resposta:
Oposição é a forma pela qual um terceiro ingressa em processo alheio para excluir o
direito do autor e réu, pleiteando o direito ou coisa sobre que controvertem esses sujei-
tos processuais. De acordo com o artigo 56 do CPC, a oposição só pode ser oferecida
até a prolação da sentença. Desse dispositivo já se infere a sua inaplicabilidade na fase
de execução. Não bastasse, o instituto, por sua própria conceituação, é típico do proces-
so de conhecimento, porque somente neste as partes estarão discutindo um bem da vida
que poderá ser pretendido pelo terceiro opoente. Na execução, não há nenhuma discus-
são a respeito de quem tem o direito ao bem da vida, já que este se encontra definido no
título executivo.
767
13.9. Direito Processual Penal
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Depende. Nos termos do artigo 155 do CPP, o magistrado formará sua convicção pela
livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar
sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, res-
salvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Por outro lado, segundo
doutrina de Nestor Távora, uma das características da prova testemunhal é a judicialida-
de, ou seja, tecnicamente testemunha é aquela pessoa que presta depoimento perante o
magistrado. Assim, via de regra, a oitiva perante o delegado deve ser reproduzida na
fase processual, notadamente pela inexistência, na fase inquisitiva, do contraditório e da
ampla defesa. Em face disso, penso que a oitiva colhida na fase do inquérito pode ser
utilizada na fundamentação da sentença se se enquadrar nas exceções do CPP, vale di-
zer, naqueles casos em que mostrar-se inviável a sua reprodução na fase judicial, por se
cuidar de prova insuscetível de repetição, por exemplo.
Resposta:
769
Em primeiro lugar, há de se destacar que a questão fala em interrogatório do acusado,
ou seja, já há ação penal em curso.
...
Acaso o réu não seja interrogado em audiência, será ouvido quando comparecer ao Juí-
zo ou quando for preso, desde que não tenha ocorrido o trânsito em julgado da sentença
(art. 185, caput, do CPP). Mesmo que os autos estejam no Tribunal para julgamento de
recurso, a notícia de apresentação do réu ou de sua prisão deve ensejar a conversão do
julgamento em diligência para que seja ouvido, até mesmo pelo órgão de segundo grau
(art. 616 do CPP).‖
1) No procedimento das ações penais originárias, em qual momento deve ser realizado o inter-
rogatório do acusado?
Resposta:
770
Segundo Nestor Távora, o procedimento a ser aplicado nas ações penais originárias
(STJ, STF, tribunais regionais e estaduais) é aquele disciplinado na Lei 8038/90 (Nestor
Távora, 2011, P.777).
Ocorre que a Lei 11719/08 trouxe nova redação ao art. 400 do CPP, fixando o interroga-
tório como último ato de instrução processual.
Após a referida decisão, o STJ, pela sua 5ª turma decidiu no mesmo sentido (HC
205364 / MG, Info 489), ressaltando o seguinte: ―3. Embora a aludida decisão seja des-
provida de qualquer caráter vinculante, é certo que se trata de posicionamento adotado
pela unanimidade dos integrantes da Suprema Corte, órgão que detém a atribuição de
guardar a Constituição Federal e, portanto, dizer em última instância quais situações são
conformes ou não com as disposições colocadas na Carta Magna, motivo pelo qual o
posicionamento até então adotado por este Superior Tribunal de Justiça deve ser revisto,
para que passe a incorporar a interpretação constitucional dada ao caso pelo Excelso
Pretório.
02) O que é delação premiada, qual seu valor probatório, requisitos e efeitos?
Resposta:
Segundo Alexandre Cebrian e Victor Eduardo Rios (Direito Processual Penal Esquema-
tizado, 2012, p. 284) temos:
As hipóteses de delação premiada estão previstas no Código Penal (art. 159, § 4º) e nas
seguintes leis extravagantes: Lei n. 7.492/86 (crimes contra o sistema financeiro nacio-
nal), Lei n. 8.072/90 (crimes hediondos), Lei n. 8.137/90 (crimes contra a ordem tribu-
tária e as relações de consumo), Lei n. 9.034/95 (crimes praticados por organização
criminosa), Lei n. 9.613/98 (lavagem de capitais), Lei n. 9.807/99 (Lei de proteção a
vítimas e testemunhas) e Lei n. 11.343/2006 (Lei Antitóxicos).‖
771
Os efeitos da delação premiada variam de acordo com a legislação. Enquanto algumas
leis apenas preveem a redução de um a dois terços da pena, outras preveem que, além da
redução, o juiz pode deixar de aplicar a pena ou substituí-la por pena restritiva de direi-
tos (Lei de Lavagem de Capitais) ou conceder perdão judicial e consequente extinção da
punibilidade (Lei de proteção a vítimas e testemunhas).
Os requisitos também variam, sendo que algumas leis exigem a espontaneidade e outras
apenas a voluntariedade. ―Assim, enquanto a Lei dos Crimes contra o Sistema Financei-
ro, a Lei do Crime Organizado, a Lei dos Crimes contra a Ordem Tributária e Relações
de Consumo e a Lei de Lavagem de Capitais exigem a espontaneidade, a Lei de Prote-
ção à Vítima e Testemunhas (aplicável a qualquer delito) e a Lei de Drogas requerem a
mera voluntariedade do ato.‖(Norberto Avena, Processo Penal Esquematizado, 2011, p.
588).
Quanto ao seu valor probatório temos: ―Segundo entende a doutrina, assim como ocorre
na delação não premiada, também neste caso é preciso ter reservas na aferição do valor
probatório, impondo-se, para que sirva de fundamento a uma condenação, que seja a
delação confrontada e esteja em conformidade com as demais provas angariadas no pro-
cesso.‖(Norberto Avena, Processo Penal Esquematizado, 2011, p. 586).
Resposta:
Sendo assim, não haveria obstáculo à previsão de ilícito penal pela referida MP.
772
2) Como a jurisprudência dos TRF´s têm se comportado com relação aos transgênicos?
Resposta:
773
(AGA 0016830-32.2007.4.01.0000 / PI, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL JOÃO
BATISTA MOREIRA, QUINTA TURMA, DJ p.64 de 19/10/2007)
Resposta:
Trata-se de uma questão extremamente aberta. Como norte para a resposta, acho inte-
ressante utilizar as conclusões da ADI 3510 (células tronco):
(ADI 3510, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 29/05/2008, DJe-096 DI-
VULG 27-05-2010 PUBLIC 28-05-2010 EMENT VOL-02403-01 PP-00134 RTJ VOL-00214- PP-
00043)
2) O que é metagênese?
Resposta:
Resposta:
776
Estão na Lei 7.802/89:
Art. 14. As responsabilidades administrativa, civil e penal pelos danos causados à saúde
das pessoas e ao meio ambiente, quando a produção, comercialização, utilização, trans-
porte e destinação de embalagens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins, não
cumprirem o disposto na legislação pertinente, cabem: (Redação dada pela Lei nº 9.974,
de 2000.
d) ao registrante que, por dolo ou por culpa, omitir informações ou fornecer infor-
mações incorretas;
Resposta:
―Art. 17. Sem prejuízo das responsabilidades civil e penal cabíveis, a infração de dispo-
sições desta Lei acarretará, isolada ou cumulativamente, nos termos previstos em regu-
lamento, independente das medidas cautelares de estabelecimento e apreensão do pro-
duto ou alimentos contaminados, a aplicação das seguintes sanções:
(...)‖
777
Sendo assim, conforme determina o artigo em comento, qualquer infração à lei, inclusi-
ve aquilo que dispõe o art. 14, sujeitará o infrator às sanções administrativas do art. 17.
Como exemplo de infração administrativa, estão as condutas do próprio art. 14.
Resposta:
Sim, ambas têm personalidade jurídica e podem contratar e estar em juízo. Trata-se de
duas entidades que fazem parte dos chamados ―organismos especializados da ONU‖.
―As organizações internacionais –como já falamos mais de uma vez- têm personalidade
jurídica internacional, da mesma forma que os Estados, podendo participar da cena in-
ternacional em seus mais variados campos de atuação.
....
2) O que é acordo de Sede que é celebrado por estes organismos internacionais e Estados?
Resposta:
3) Convenção de Viena estendeu aos agentes destes organismos internacionais privilégios que
são atribuídos ao corpo diplomático. Se estes agentes estiverem exercendo atividade, tem
proteção como corpo diplomático. E se se tratar de organismo que presente em país que não
esteja inserido na comunidade internacional? Neste caso há o reconhecimento de privilégio
que é dado ao corpo diplomático a estes agentes?
Resposta:
―Com a finalidade de permitir aos agentes diplomáticos o exercício pleno e sem restri-
ções dos deveres que lhes são inerentes, a representação dos Estados lhes outorgam cer-
tos privilégios e prerrogativas inerentes à função, sem os quais não poderiam livremente
e com independência exercer seus misteres....Tias prerrogativas e imunidades, que são
frutos do costume internacional e da prática diplomática, além de historicamente anteri-
ores à imunidade do Próprio Estado, foram positivadas no art. 20 a 42 da Convenção de
Viena sobre Relaçãos Diplomáticas de 1961‖.
―Considerando que, desde tempos remotos, os povos de todas as nações têm reconheci-
do a condição dos agentes diplomáticos;
779
Afirmando que as normas de direito internacional consuetudinário devem continuar
regendo as questões que não tenham sido expressamente reguladas nas disposições da
presente Convenção;‖
4) A guerra não seria um atentado contra a paz? E neste caso inúmeros países declaram guerra
contra outros, e nem por isso foram excluídos da ONU, e neste sentido? Depende da Assem-
bleia Geral.
Resposta:
Sim. Para que haja expulsão, a Carta da ONU traz em seu art. 6º o seguinte: ―O membro
das Nações Unidas que houver violado persistentemente os princípios contidos na pre-
sente Carta poderá ser expulso da Organização pela Assembleia Geral mediante reco-
mendação do Conselho de Segurança.‖
Ademais, o art. 18§ 2º da mesma Carta afirma que tal decisão deverá ser tomada por
maioria de dois terços.
Resposta:
Resposta:
780
O GATT foi um dos desdobramentos do fracasso nas negociações para a criação da Or-
ganização Internacional do Comércio (OIC), que seria um dos três pilares do sistema de
Bretton Woods, ao lado do FMI, competente para velar pela estabilidade do sistema
financeiro internacional, e do Banco Mundial, voltado para o desenvolvimento. A OIC
teria poderes para ―ordenar as relações comerciais e pôr termo ao protecionismo comum
no período entre as duas guerras mundiais‖. Entretanto, a OIC acabou não sendo criada.
O GATT refere-se tanto ao tratado voltado para regular o comércio internacional como
ao organismo encarregado de implementar suas normas, o qual, no entanto, se restringia
a ser mero órgão de administração do GATT, sem personalidade jurídica. O GATT ori-
ginal foi substituído pelo chamado ―GATT 1994‖ (Acordo Geral sobre Tarifas e Co-
mércio 1994 – Decreto 1.335, de 30/12/1994), uma série de acordos que manteve o pri-
meiro texto do GATT introduzindo, porém, significativas mudanças em seu teor.
7) Organismos Internacionais por vocação regional, o que seriam? OEA, União Europeia.
Resposta:
Resposta:
ONU, OITE, FMI, BIRD, UNESCO, FAO, OACI, OMS, entre outros (Mazzuoli Curso
de Direito Internacional Público,2012, p. 616).
2) Fale sobre organização internacional global que se dedique ao direito internacional privado.
781
Resposta:
- O Brasil ratificou o Estatuto em 1971 e, sem ter ratificado qualquer das Convenções,
se retirou por denúncia em 1977. Posteriormente em 1998, pelo Decreto Legislativo, 41,
o Brasil reaprovou o Estatuto, voltando a ser membro da entidade.
Resposta:
1. A competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes mais graves, que afetam a co-
munidade internacional no seu conjunto. Nos termos do presente Estatuto, o Tribunal
terá competência para julgar os seguintes crimes:
782
a) Homicídio;
b) Extermínio;
c) Escravidão;
f) Tortura;
j) Crime de apartheid;
Quanto ao bem jurídico protegido no homicídio temos a vida humana exterior ao útero
materno. Já no caso de genocídio, utilizaremos parte da ementa do RE 351487, que as-
sim decidiu:
1. CRIME. Genocídio. Definição legal. Bem jurídico protegido. Tutela penal da exis-
tência do grupo racial, étnico, nacional ou religioso, a que pertence a pessoa ou pessoas
imediatamente lesionadas. Delito de caráter coletivo ou transindividual. Crime contra a
diversidade humana como tal. Consumação mediante ações que, lesivas à vida, integri-
dade física, liberdade de locomoção e a outros bens jurídicos individuais, constituem
modalidade executórias. Inteligência do art. 1º da Lei nº 2.889/56, e do art. 2º da Con-
venção contra o Genocídio, ratificada pelo Decreto nº 30.822/52. O tipo penal do delito
de genocídio protege, em todas as suas modalidades, bem jurídico coletivo ou transindi-
vidual, figurado na existência do grupo racial, étnico ou religioso, a qual é posta em
risco por ações que podem também ser ofensivas a bens jurídicos individuais, como o
direito à vida, a integridade física ou mental, a liberdade de locomoção etc..
783
(RE 351487, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em
03/08/2006, DJ 10-11-2006 PP-00050 EMENT VOL-02255-03 PP-00571 RTJ VOL-
00200-03 PP-01360 RT v. 96, n. 857, 2007, p. 543-557 LEXSTF v. 29, n. 338, 2007, p.
494-523)
Resposta:
Resposta:
―Artigo 5o
1. A competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes mais graves, que afetam a co-
munidade internacional no seu conjunto. Nos termos do presente Estatuto, o Tribunal
terá competência para julgar os seguintes crimes:
Ocorre que o crime de agressão, conforme lição de Portela, ―não é definido pelo Estatu-
to de Roma, nem teve seus traços distintivos delineados por qualquer disposição profe-
rida pelo TPI.‖
Resposta:
Artigo 77
Penas Aplicáveis
1. Sem prejuízo do disposto no artigo 110, o Tribunal pode impor à pessoa condenada
por um dos crimes previstos no artigo 5o do presente Estatuto uma das seguintes penas:
784
a) Pena de prisão por um número determinado de anos, até ao limite máximo de 30 a-
nos; ou
Resposta:
Resposta:
3) O que caracteriza o poder do Estado, que se diferencia de todos os outro poderes? A dife-
rença está em relação à soberania. A soberania é a qualidade do Poder do Estado.
Resposta:
Segundo Tassos Lycurgo e Lauro Ericksen (Teoria Geral do Direito e da Política para
concursos da Magistratura, p. 1590/153) temos:
Assim sendo, enquanto tais instituições se valem de outras formas de poder (seja ideo-
lógico, seja o econômico), possuem, com efeito, fins específicos próprios, os quais não
raramente são colidentes entre si. O Estado, por meio de seu poder político, deve repre-
sentar uma ordem superior capaz de coordenar os interesses particulares e estabelecer
um processo de uniformidade dentro do qual possa (co)existir uma multiplicidade de
organizaçãoes sociais sujeitas àquele poder superior (SALVETTI NETTO, 1975, p.
159). Tal forma de organização social sempre terá em persecução o bem comum.
...
A característica diferencial do poder político para com os demais poderes reside na pre-
sença do elemento força. Assim, tal poder pode se valer de uma ultima ratio para ver
seus desígnios satisfeitos. É a diferenciação que o põe em um patamar de superioridade
em frente aos demais poderes, tal como aludido anteriormente.‖
Resposta:
Resposta:
Pelas lições anteriores, já tivemos ocasião de dizer que a Moral se distingue do Direito
por vários elementos, sendo um deles a coercibilidade. Pela palavra coercibilidade en-
tendemos a possibilidade lógica da interferência da força no cumprimento de uma regra
de direito. A Moral é incompatível com a força, especialmente no que se refere à força
organizada, que é, ao contrário, própria do Direito. O ato moral exige espontaneidade
por parte do agente, sendo, desse modo, inconciliável com a coação.
786
Não é, entretanto, nesse sentido que empregamos a palavra coação, quando dizemos que
o Direito se distingue da Moral pela possibilidade da interferência da coação. Neste ca-
so, é esta entendida como força organizada para fins do Direito mesmo.
Resposta:
―A lógica se divide em lógica formal e lógica material. A lógica formal estuda as formas
do pensamento no que estas tenham de geral e de comum. A lógica material é o conjun-
to de regras que devemos seguir para ordenar bem a matéria dos atos de inteligência, a
fim de obter um conhecimento verdadeiramente científico que nos permita chegar à
verdade. É também chamada metodologia. (...)
787
Resposta:
―Em função do dogma da lei e do positivismo extremado que muito influenciou o uni-
verso jurídico, muitos operadores do Direito imaginavam, e ainda imaginam, que para
interpretar e, consequentemente, aplicar o Direito basta aplicar alguma espécie de equa-
ção supostamente proveniente do raciocínio lógico-dedutivo.
Nesta prática tecnocrata, tem-se, tão somente, que o sistema normativo em vigor simbo-
liza a premissa ,maior; os fatos que o interprete se depara representam a premissa me-
nor; porquanto, a síntese silogística será nada mais nada menos do que a sentença. Pro-
duto de uma interpretação e aplicação do Direito destituída de valores próprios da con-
dição humana.
Com efeito, a técnica de interpretação e aplicação do Direito que não leva em conta os
valores da condição humana envolvidos não é aceitável quando o intérprete está a frente
de interesses humanos.(...).‖
Resposta:
Resposta:
788
13.13.1.2. Questões do TRF2
1) A interpretação é tratada no âmbito de qual ciência? Qual figura é colocada ao lado da her-
menêutica?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
14. Ponto 14
Resposta:
Ressalta-se que o STJ tem precedente no sentido de anular a sanção e proibir que se
aplique a mesma sanção ao caso, conforme se infere do julgado abaixo:
(...)
791
possibilidade de aplicação da penalidade de demissão, devendo o processo administrati-
vo disciplinar ter prosseguimento na esfera administrativa, cabendo à autoridade superi-
or impor outras penalidades em razão das infrações disciplinares praticadas pelo impe-
trante.
2) Qual a posição mais recente do STF acerca do direito de greve dos servidores públicos da
União?
Resposta:
Resposta:
792
O panorama atual da jurisprudência dos tribunais superiores indica o candidato aprova-
do dentro do número de vagas tem direito subjetivo à nomeação (RE 598099, com re-
percussão geral).
Por outro lado, a jurisprudência dos tribunais superiores tem se inclinado a não reco-
nhecer o direito subjetivo ao candidato aprovado fora do número de vagas, reconhecen-
do mera expectativa de direito. Não obstante, se tem reconhecido o direito à nomeação
nos casos em que o concurso ainda esteja no prazo de validade, haja vagas e seja com-
provado o interesse público na contratação.
Ressalta-se que caso haja vagas e a Administração entenda por não nomear, deve fun-
damentar.
4) Seria possível um juiz aposentado, em um concurso público pode ele assumir o novo con-
curso?
Resposta:
Art. 11 - A vedação prevista no art. 37, § 10, da Constituição Federal, não se aplica aos
membros de poder e aos inativos, servidores e militares, que, até a publicação desta
Emenda, tenham ingressado novamente no serviço público por concurso público de
provas ou de provas e títulos, e pelas demais formas previstas na Constituição Federal,
sendo-lhes proibida a percepção de mais de uma aposentadoria pelo regime de previ-
dência a que se refere o art. 40 da Constituição Federal, aplicando-se-lhes, em qualquer
hipótese, o limite de que trata o § 11 deste mesmo artigo.
Destarte, hoje um juiz aposentado somente poderia tomar posse em novo cargo acumu-
lável. Porém, se houvesse assumido antes da EC 20, não haveria problema de cumula-
ção da aposentadoria com o vencimento do cargo, mesmo que inacumulável.
793
5) E em relação ao cargo de magistrado e de magistério, quais seriam as restrições conside-
rando a atividade do magistrado? O juiz poderia assumir um cargo de direção de faculdade?
(Há uma resolução do CNJ, 20H semanais)
Resposta:
Art. 1º Aos magistrados da União e dos Estados é vedado o exercício, ainda que em
disponibilidade, de outro cargo ou função, salvo o magistério.
794
Resposta:
Resposta:
795
A hipótese é tratada pelo art. 142 da CF.
―Os militares da ativa como em situação de inatividade poderão ocupar cargos, empre-
gos ou função pública.
Quanto ao militar da ativa, há que se distinguir, como faz a Constituição (art. 142, II e
III), se é cargo público civil permanente, ou se é cargo, emprego ou função pública tem-
porária; e, sendo deste último tipo, se é eletivo ou não eletivo.
Se o militar da ativa for empossado em cargo público civil permanente (cargo de provi-
mento efetivo), será imediatamente transferido para a reserva (art. 142, § 3º, II). Se acei-
tar cargo, emprego ou função pública temporária, não eletiva, ainda que da Administra-
ção indireta, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto perma-
necer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de servi-
ço apenas para aquela promoção e transferência para reserva, sendo reformado depois
de dois anos de afastamentos, contínuos ou não. ―Reforma‖ é a situação de inatividade
(aposentadoria) definitiva do servidor militar, e é isso que quer dizer o art. 142§ 3º, III,
quando fala em transferência para inatividade após 2 anos de reserva, que também é
inatividade. Se o cargo for eletivo, deverá: (a) afastar-se da atividade, se contar com
menos de 10 anos de serviço (art. 14, § 8º, I, da CF); não se diz como e em que caráter
se afastará da atividade, se para a reserva ou reforma; caberá à lei prevista no inciso X
do § 3º do art. 142 resolver a questão; (b) se contar com mais de 10 anos de serviço,
será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da
diplomação para a atividade (reforma). É de se observar contudo, que o militar, enquan-
to em efetivo serviço não pode estra filiado a partidos políticos (art. 142, §3º, IV).‖
8) Conceitue agentes.
Resposta:
796
A Lei nº 8.429, de 2/6/1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públi-
cos nos casos de enriquecimento ilícito na Administração Pública, firmou conceito que
bem mostra a abrangência do sentido. Diz o art. 2º:
―Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior‖.
Como o artigo anterior faz referência a todos os agentes da União, Estados, Distrito Fe-
deral e Municípios, bem como a qualquer dos Poderes dessas pessoas federativas, não é
difícil constatar a amplitude da noção de agentes públicos. Ainda que a conceituação
apresente algumas redundâncias e mesmo que voltada para a referida lei, a verdade é
que retrata fielmente o sentido que os estudiosos emprestam à expressão.
Com tão amplo significado, desde as mais altas autoridades da República, como os Che-
fes do Executivo e os membros do Poder Legislativo, até os servidores que executam as
mais humildes tarefas, todos se qualificam como agentes públicos, vinculados que estão
aos mais diversos órgãos estatais.‖
9) Que restrições constitucionais existem com relação ao servidor militar? (Com relação ao
salário mínimo, o praça não tem direito, tem súmula vinculante a respeito. Não pode fazer
greve, não cabe HC quanto às penas disciplinares. Os conscritos não podem se alistar, os ativos
não podem ser filiados a partido político. Quando se candidatarem a cargo eletivo, os que te-
nham menos de dez anos serão passados à reserva e os com mais de dez anos serão agrega-
dos)
Resposta:
- O militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos (art.
142, § 3º V).
797
10) A CF 88 substituiu a nomenclatura ação de regresso para direito de regresso com relação
ao agente responsável pelo ato, qual seria a consequência, quanto a isso?
Resposta:
11) A UnB é fundação pública federal, o Dr. Olindo pode ser alçado diretor da faculdade? Me
fale mesmo sobre a possibilidade de cumular um cargo de técnico e de professor, como são
esta vedação?
Resposta:
―Art. 1º Aos magistrados da União e dos Estados é vedado o exercício, ainda que em
disponibilidade, de outro cargo ou função, salvo o magistério.
798
Portanto, só é permitido o exercício de cargo ou função administrativa ou técnica em
curso ou escola de aperfeiçoamento dos próprios Tribunais, de associações de classe ou
de fundações estatutariamente vinculadas a esses órgãos ou entidade.
12) Na Veja desta semana, uma reportagem menciona que existem ministros que ganham o
dobro ou o triplo do subsídio do Presidente da República, isso é possível?
Resposta:
Sim, não há incompatibilidade. O art. 37, XI fixa como teto remuneratório geral o sub-
sídio mensal em espécie dos Ministros do STF.
Para a União, diferentemente do que ocorre com os Estados, Distrito Federal e DF, o
teto remuneratório geral se aplica diretamente, não havendo subtetos específicos.
Resposta:
Sim, possui um limite remuneratório. Para responder as duas outras perguntas, trazemos
a lição de Carvalho Filho (Manual de Direito Administrativo, 2012, p. 743/743):
2) A Constituição fala sobre a acumulação e suas possibilidades e vedações. Quais são as pos-
sibilidades de acumulação lícita? Essa cumulação é extensiva aos empregados de uma socieda-
de de economia mista, por exemplo?
Resposta:
A regra geral a respeito da acumulação encontra-se nos incisos XVI do art. 37:
Sendo assim, segundo Carvalho Filho (Manual de Direito Administrativo, p. 655), ainda
que se reconheça certa controvérsia a respeito do tema, o mandamento constitucional
não dá margem a qualquer dúvida, sendo expressamente vedada a acumulação (salvo
nos casos previstos), também aos empregados de empresas públicas e sociedades de
economia mista.
Além disso, não podemos esquecer as disposições relativas aos juízes (art. 95, par. úni-
co, I) e membros do MP (art. 128, § 5º, II, d), que vedam o exercício de qualquer outra
função pública, ainda que esteja em disponibilidade, salvo o magistério.
800
3) O servidor público tem direito à associação sindical? Qual a Justiça competente para apreci-
ar eventual demanda judicial de servidor público movida por seu sindicato?
Resposta:
Sim, esse direito se encontra no art. 37, VI (não se esquecer dos militares que possuem
expressa vedação). Justiça comum; a depender do réu, haverá competência da Justiça
Estadual ou Justiça Federal.
4) O instrumento que a entidade sindical tem é o dissídio coletivo seja de natureza econômica
ou social. Levar este dissídio à apreciação da justiça federal no caso de servidor federal, e à
apreciação da justiça comum no caso de servidor estadual não chocaria com o art. 114 da
CRFB?
Resposta:
Não. Tal questão restou decidida pelo STF no MI 708, nos seguintes termos:
5) A Constituição atual faz alguma distinção entre servidor público e funcionário? Há alguma
forma de tratamento diferenciado, ou isso já está superado, sendo uma figura só?
Resposta:
802
Segundo Carvalho Filho (Manual de Direito Administrativo, 2012, p. 586/587) temos:
Ou seja, a Constituição Federal baniu a expressão funcionário público, sendo que esta se
referia apenas aos servidores estatutários que integravam a Administração Direta.
6) No art. 173, II da CRFB dispõe sobre a aplicação das normas trabalhistas às sociedades de
economia mista, que se sujeitariam às normas de direito privado. Não há incompatibilidade,
porque na legislação trabalhista não há vedação de acúmulo ao empregado, muito pelo con-
trário há um benefício que o empregado receberia. Como vê esse confronto?
Resposta:
Creio que a questão versa sobre a acumulação de cargos no âmbito das empresas públi-
cas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica. Interpretando
dessa forma, não há qualquer incompatibilidade.
Tal situação está expressamente disciplinada na Constituição Federal (art. 37, XVI e
XVII).
Resposta:
Resposta:
As garantias são medidas de proteção dos direitos. Quando o direito é violado, nasce
para o cidadão uma garantia capaz de protegê-lo. A estabilidade do servidor público é
uma garantia na medida em que protege o direito à permanência na função pública, após
o decurso de três anos do seu efetivo exercício. De acordo com a CF, o servidor público
estável só perderá o cargo: I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II -
mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - medi-
ante procedimento de avaliação periódica de desempenho; IV – para assegurar o limite
de despesa com pessoal (art. 169, § 4º); V – no caso do agente comunitário de saúde
(art. 198, § 6º). Importante observar que mesmo no estágio probatório a avaliação des-
favorável não implica exoneração automática, sendo imprescindível assegurar ao servi-
dor o contraditório e a ampla defesa nos termos da Súmula 21 do STF.
804
14.2.1.2. Questões do TRF2
1) É possível o direito tributário ter um conceito próprio de locação ou deve observar o Código
Civil? Como se trabalharia com as figuras dos arts. 109 e 110 do CTN? Qual seria o destino des-
ses artigos? Poderia haver uma locação de bens móveis incidindo ISS?
Resposta:
Não, a teor do art. 109 do CTN os princípios gerais de direito privado utilizam-se para
pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos. Ademais, o conceito
de locação é utilizado implícita ou explicitamente pela Constituição, aplicando-se à hi-
pótese o art. 110 do CTN: “A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o
alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou im-
plicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis
Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências
tributárias”. A Constituição Federal, ao dispor sobre a competência dos Municípios
para instituição do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, implicitamente, defi-
niu o conteúdo semântico mínimo do vocábulo "serviço". Esse conceito não pode ser
alterado pelo legislador, pois estaria alterando a divisão das competências impositivas
delimitada pelo Texto Constitucional, para conferir ao Município uma competência que
este não possui.
2) Os tratados são fontes do direito tributário? Os tratados poderiam revogar uma lei tributá-
ria?
Resposta:
Os tratados são fontes do direito tributário, pois, a teor do art. 96, do CTN, estão englo-
bados na expressão ―legislação tributária‖. Segundo o art. 98, do CTN: ―Os tratados e as
convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão
observados pela que lhes sobrevenha‖. Portanto, podem sim revogar uma lei tributária.
Contudo, para boa parte da doutrina, não são os tratados e convenções internacionais
que ―revogam‖ ou modificam a legislação interna, mas os decretos legislativos que os
aprovam. Outra parte discorda, ao afirmar que a produção de efeitos internos se dá com
a promulgação do decreto presidencial.
Resposta:
805
O princípio da irretroatividade tributária, segundo o art. 150, inc. III, aliena ―a‖, da CF,
dispõe que: ―(...) é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II
- cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência
da lei que os houver instituído ou aumentado‖. A norma tributária deriva do princípio
genérico, constante do art. 5º, inc. XXXVI, da CF, segundo o qual: ―XXXVI - a lei não
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada‖. O princípio da
irretroatividade tributária indica que a lei a lei tributária deve anteceder os fatos gerado-
res aos quais se refere. Em outras palavras, essa lei deve viger para frente, sendo-lhe
vedado atingir fatos geradores pretéritos. Aliás, o princípio da irretroatividade não se
confunde com a anterioridade tributária. Neste último caso se adia a eficácia da norma.
Resposta:
Segundo o art. 106 do CTN existem duas possibilidades de leis produtoras de efeitos
sobre atos pretéritos ―Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer
caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à
infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente jul-
gado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como
contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulen-
to e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine pena-
lidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática‖. O inciso I
diz respeito à lei interpretativa, ressalvando os casos em que, a pretexto de interpretar, a
lei impõe uma penalidade. Como a lei interpretativa busca fulminar a obscuridade uma
norma pretérita, é natural a sua retroação. É a chamada interpretação autêntica ou legal.
O inciso II diz respeito à lei mais benéfica em matéria de infrações. Trata-se da aplica-
ção da retroatio in mellius no Direito Tributário ou princípio da ―benegnidade‖. Impor-
tante observar que existe uma condição para aplicar essa forma de retroação: o ato não
pode estar definitivamente julgado.
5) O que vem a ser uma lei interpretativa? Em matéria tributária tivemos uma discussão recen-
te sobre lei interpretativa em seara tributária.
Resposta:
Lei interpretativa é aquela que intervém para decidir uma questão de direito cuja solu-
ção se mostre controvertida ou incerta face à aplicação da lei interpretada, ou seja, é a
lei promulgada para explicar lei anterior. Recente discussão: tem-se, segundo o artigo
168 do CTN, que o prazo para repetição do indébito corre a partir da data da extinção do
crédito tributário. Esta leitura do artigo 168 gerou a tese dos 5 + 5 pela qual o Fisco ti-
806
nha o prazo de cinco anos para homologar o lançamento (tributos sujeitos a lançamento
por homologação) e, findo este prazo, o sujeito passivo tinha cinco anos para pleitear a
restituição. Entretanto, a partir da LC 118/2005 o marco inicial para pleitear a repetição
de indébito tributário passou a ser o pagamento: "Art. 3º Para efeito de interpretação do
inciso I do art. 168 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Na-
cional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento
por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art. 150
da referida Lei." Como a lei alterou um entendimento sedimentado, o STJ não lhe atri-
buiu o caráter de lei interpretativa. Tal entendimento foi seguido pelo STF.
Resposta:
A teor do art. 109 do CTN, ―Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para
pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas,
mas não para definição dos respectivos efeitos tributários‖. O direito é uno e os concei-
tos do Direito Privado, quando utilizados pela lei tributária, devem ser buscados no seu
nascedouro. Todavia, a definição dos efeitos tributários com eles relacionados deve ser
resguardada. Por exemplo: o contribuinte, para evitar a incidência do ITCMD, realiza
uma compra e venda de imóvel por R$ 1,00. Mesmo sendo pago o preço, a fiscalização
não pode se submeter ao rigor conceitual do Direito Civil, deixando de exigir o ITCMD.
Por outro lado, os conceitos de direito privado utilizados pela Constituição (Federal ou
Estadual, bem como a Lei Orgânica Municipal) não podem ser alterados livremente
pelo legislador, pois se estaria alterando a divisão das competências impositivas delimi-
tada pelo Texto Constitucional.
8) Como interpreta o disposto no art. 104 do CTN no que se refere às isenções? E os impostos
sobre os serviços, por exemplo?
Resposta:
Resposta:
Não, pois os métodos de integração devem ser utilizados em ordem taxativa e sucessiva:
1) analogia; 2) princípios gerais de direito tributário; 3) princípios gerais de direito pú-
blico; 4) equidade. Ademais, encontram limitações: a) o emprego da analogia não pode
resultar na exigência de tributo não previsto em lei; b) o emprego da equidade não pode
resultar na dispensa do pagamento do tributo devido.
Resposta:
O art. 116, p. único do CTN (norma geral anti-evasão) tem por objetivo evitar a fuga
ilícita da tributação, o que geralmente ocorre por meio da dissimulação da ocorrência do
fato gerador (ato emulativo). Tem-se, assim, duas práticas possíveis pelo contribuinte:
1) a elisão ou elusão, que é lícita e representa o mero planejamento tributário; 2) a eva-
são que é ilícita, ocorre em momento posterior à incidência da norma tributária e busca,
por meio de simulação, evitar o pagamento de tributo.
Resposta:
Para parcela da doutrina, um dos problemas do art. 116, p. único do CTN (A autoridade
administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finali-
dade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabeleci-
dos em lei ordinária) é que a referida lei ordinária nunca foi editada. Entretanto, o art.
149 do CTN já autorizava a revisão de ofício do lançamento na seguinte hipótese: ―VII -
808
quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com
dolo, fraude ou simulação‖.
Resposta:
Resposta:
809
caracterizam-se pela obrigação de permanência em localidade determinada; detenção
em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; restrições rela-
tivas à inviolabilidade de correspondência, ao sigilo de comunicações, à prestação de
informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão; suspensão da liberdade
de reunião; busca e apreensão em domicílio; intervenção nas empresas de serviços pú-
blicos; requisição de bens.
3) Quanto ao poder de polícia, qual o regramento legal que define às escancaras o poder de
polícia?
Resposta:
O Código Tributário Nacional traz, no seu artigo 78 e parágrafo único, o conceito legal
do instituto: Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública
que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Resposta:
Resposta:
Segundo Caio Tácito, esta expressão ingressou pela primeira vez na terminologia legal
no julgamento da Suprema Corte norte-americana, no caso Brown x Maryland, de 1827;
a expressão aí se referia ao poder dos Estados-membros de editar leis limitadores de
direitos, em benefício do interesse público. Em 1915, Ruy Barbosa utiliza pela primeira
vez a expressão "poder de polícia" em parecer da época. Em 1918, Aurelino Leal publi-
ca o livro Polícia e poder de polícia consagrando-se o uso da expressão no direito brasi-
leiro.
810
6) O atributo da autoexecutoriedade está presente em todos os atos de poder de polícia?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
811
preocupava-se apenas do poder de polícia. Mais tarde, ao lado do poder de polícia, ele
passa a preocupar-se com a prestação de serviços público e com a atividade de fomento.
9) À luz do poder de polícia como o senhor conceituaria a liberdade? Eu poderia dizer que é o
direito de fazer tudo aquilo que as leis autorizam?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
812
Resposta:
Para Celso Antônio Bandeira de Melo, quando se fala no poder de polícia no sentido
amplo, diz-se que poder de policia é toda e qualquer restrição estatal a direitos funda-
mentais ou a direitos individuais, englobando não só atividades administrativas, mas
principalmente atividades legislativas. Já no sentido estrito, o poder de polícia significa
a atividade administrativa que, calcada na lei, restringe ou condiciona direitos funda-
mentais, com objetivo de atingir o interesse público.
Resposta:
Para Celso Antônio Bandeira de Melo, quando se fala no poder de polícia no sentido
amplo, diz-se que poder de policia é toda e qualquer restrição estatal a direitos funda-
mentais ou a direitos individuais, englobando não só atividades administrativas, mas
principalmente atividades legislativas. Já no sentido estrito, o poder de polícia significa
a atividade administrativa que, calcada na lei, restringe ou condiciona direitos funda-
mentais, com objetivo de atingir o interesse público. A atuação do poder de polícia pos-
sui três atributos basicos: discricionariedade, coercibilidade e autoexecutoriedade.
Resposta:
813
02) Delegação a particular do poder de polícia, é possível?
Resposta:
O poder de polícia, por ser atividade exclusiva do Estado, não pode ser delegado a par-
ticulares, mas é possível sua outorga a entidades de Direito Público da Administração
Indireta, como as agências reguladoras (ANA, ANEEL, ANATEL, etc.), as autarquias
corporativas (CFM, CFO, CONFEA, etc.) e o Banco Central. Eventualmente, particula-
res podem executar atos de polícia, mas sob o comando direto da Administração Públi-
ca. Ex.: destruição de armas apreendidas. Nesses casos, não há delegação, pois o parti-
cular atua sob as ordens estritas dos agentes públicos. Porém, de acordo com recente
entendimento do STJ, devem ser consideradas as quatro atividades relativas ao poder de
polícia: legislação, consentimento, fiscalização e sanção. Assim, legislação e sanção
constituem atividades típicas da Administração Pública e, portanto, indelegáveis. Con-
sentimento e fiscalização, por outro lado, não realizam poder coercitivo e, por isso po-
dem ser delegados. “ADMINISTRATIVO. PODER DE POLÍCIA. TRÂNSITO. SANÇÃO
PECUNIÁRIA APLICADA POR SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. IMPOSSIBI-
LIDADE. (...) 5. Somente o atos relativos ao consentimento e à fiscalização são delegá-
veis, pois aqueles referentes à legislação e à sanção derivam do poder de coerção do
Poder Público. 6. No que tange aos atos de sanção, o bom desenvolvimento por parti-
culares estaria, inclusive, comprometido pela busca do lucro - aplicação de multas pa-
ra aumentar a arrecadação.” (STJ, REsp 817534 / MG)
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Dois entendimentos:
815
Resposta:
Resposta:
4) São também crimes contra a Administração Pública ou esses não podem estar em Leis Espe-
ciais?
Resposta:
São também crimes contra a Administração Pública, pois o bem jurídico tutelado é a
moralidade administrativa.
5) Pode ocorrer concurso do art. 90 da Lei no. 8.666 com art. 312, CP?
Resposta:
Dois entendimentos:
816
6) É possível, então, ocorrer vantagem para si e para o licitante ( outrem)?
Resposta:
Sim, a teor do próprio art. 90, a vantagem pode ocorrer para si ou para outrem: ―Art. 90.
Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o cará-
ter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para ou-
trem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação‖.
Resposta:
Não é suficiente, por si só, para condenação. Porém deve ser acreditada como forte in-
dício, mormente quando a prisão do réu foi comandada pela vítima, a vítima dirigiu-se
imediatamente à delegacia para registrar queixa, foi demitida do emprego após seu de-
poimento etc. É preciso, ainda, que a ameaça tenha relação com o processo, não se con-
figurando o crime quando a ameaça é genérica, bem como despida de gravidade etc.
2) Qual seria outra forma de provar a ocorrência deste crime, se geralmente ele ocorre apenas
entre vítima e o acusado?
Resposta:
O TRF1 admitiu a quebra de sigilo telefônico para comprovar a ameaça, oitiva de outras
testemunhas que presenciaram a coação (seja realizada por palavras, seja realizada por
meio de gestos), exame de corpo de delito quando a vítima é agredida etc.
Resposta:
817
4) Nos crimes de sonegação de contribuição previdenciária qual é o fator para se elevar a pena
base?
Resposta:
Resposta:
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e
outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro,
aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, au-
mentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. O critério do aumento é represen-
tado pelo número de competências sonegadas.
6) Qual a natureza jurídica do crime do art. 98 da Lei de Licitações? (A examinadora pediu que
o candidato verificasse o artigo na Lei). Esse crime difere do crime de concussão previsto no
Código Penal? No crime do art. 98 é possível a tentativa?
Resposta:
818
7) Quais são os tipos de peculato? É possível a extinção da punibilidade na forma culposa? E no
peculato-furto? Na forma dolosa, a reparação do dano permite a desclassificação para crime
culposo? A reparação do dano é causa de extinção da punibilidade na forma dolosa?
Resposta:
8) Configura o crime de falso testemunho o depoimento que, ainda que falso, fora totalmente
irrelevante para o processo?
Resposta:
Resposta:
Para o TRF4, ―se duas testemunhas fazem, perante o juízo trabalhista, afirmações mutu-
amente excludentes, uma delas favorecendo o reclamante e outra beneficiando o recla-
mado, não pode o MP, na dúvida sobre quem faltou com a verdade, oferecer denúncia
por falso testemunho contra ambas, pela simples e singela razão de que já sabe, de an-
temão, que um denunciado é inocente‖ (RSE 200270010226120).
819
10) Resistência à prisão após crime de roubo configura concurso material?
Resposta:
Divergência. O STJ já decidiu que se a resistência foi praticada após consumado o deli-
to de roubo, não poderia ser por este absorvida, sendo hipótese, portanto, de concurso
de crimes. Em outra oportunidade, assentou que resistência oposta por assaltante para
evitar a prisão, quando perseguido logo após a prática do crime de roubo, não constitui
crime autônomo, representa, tão-somente, um desdobramento da violência caracteriza-
dora do delito patrimonial. Para o TRF1: ―A resistência oposta pelos réus foi perpetrada
com o propósito de evitar a prisão , após a prática delitiva, in casu, o delito de roubo,
daí porque deve ser considerada um desdobramento da violência caracterizadora do
crime patrimonial (delito de roubo), não constituindo, portanto, crime autônomo, a ense-
jar o concurso material‖.
11) Pode haver concurso material entre os crimes dos arts. 155 e 348 do CP? E se o acusado
for absolvido do crime do 155?
Resposta:
12) Qual o crime, se houver, do advogado que modifica, em petição inicial, o nº do CPF do seu
cliente para ludibriar as regras de distribuição?
Resposta:
820
14.5. Direito Previdenciário
Resposta:
Resposta:
Resposta:
821
De maneira geral, a União tem competência para criar contribuições sociais para a segu-
ridade social. Entretanto, Estados, Municípios e Distrito Federal poderão instituir con-
tribuições para custear o Regime Próprio de Previdência de seus servidores.
Resposta:
3) Qual a sanção que pode ser imposta a PJ em débito com o INSS e onde está estabe-
lecida tal sanção?
Resposta:
Segundo o §3° do art. 195 da Constituição, ―a pessoa jurídica em débito com o sistema
da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Pú-
blico nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios‖.
O art. 52 da Lei n. 8.212/91, por sua vez, remete ao art. 32 da Lei n. 4.357/64, que neste
ponto dispõe textualmente que ―as pessoas jurídicas, enquanto estiverem em débito, não
garantido, para com a União e suas autarquias de Previdência e Assistência Social, por
falta de recolhimento de impôsto, taxa ou contribuição, no prazo legal, não poderão: a)
distribuir ... (VETADO) ... quaisquer bonificações a seus acionistas; b) dar ou atribuir
participação de lucros a seus sócios ou quotistas, bem como a seus diretores e demais
membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos‖.
Resposta:
Segundo a doutrina majoritária, o SAT não constitui uma contribuição autônoma, mas
apenas um adicional às contribuições das empresas sobre a remuneração dos emprega-
dos e avulsos. Há quem diga que, em vez de adicional, o SAT constitui a parte variável
da contribuição das empresas.
Resposta:
Já respondida acima.
823
14.6. Direito Civil
Resposta:
Não sei se compreendi a tônica da pergunta, mas me parece que o erro médico no servi-
ço público de saúde não geraria "um direito absoluto", inafastável. Isso porque a res-
ponsabilidade civil da Administração Pública é pautada pela teoria do ―risco administra-
tivo‖, que não se confunde com ―risco integral‖, justamente por admitir excludentes de
responsabilização (fato exclusivo de terceiro, caso fortuito e força maior, culpa exclusi-
va da vítima, etc).
2) Como o CDC trata o serviço público de saúde (responsabilidade civil objetiva ou sub-
jetiva?)? Isso geraria uma obrigação de resultado para o médico da rede pública?
Resposta:
Em tese, serviços na área de saúde podem caracterizar relação de consumo, desde que
enquadráveis no disposto no art. 3°, §2°, do CDC.
Resposta:
Nos termos do art. 935 do CCB, um vez comprovada no juízo criminal a existência do
fato, bem como de sua autoria, não poderá haver rediscussão na instância cível.
Ademais, faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato prati-
cado em legítima defesa, em estado de necessidade, em estrito cumprimento do dever
legal e no exercício regular do direito (art. 65 CPP), embora ainda assim possa ser caso
de responsabilização civil, conforme arts. 929 e 930 do CCB.
Na mesma esteira, também faz coisa julgada no cível a sentença absolutória que reco-
nhecer a inexistência do fato ou a existência de prova de não ter o réu praticado a infra-
ção penal.
Não faz, contudo, coisa julgada no cível a sentença de absolvição pela ausência de com-
provação da autoria do crime imputado (art. 66 CPP) e pela atipicidade do crime (art.
67, III, CPP), o mesmo sucedendo com a sentença que extingue a punibilidade do fato.
4) Se a pessoa é absolvida por crime em legítima defesa, pode se propor ação cível
indenizatória? E se a pessoa for absolvida em crime culposo? E se por um acaso houver
a extinção da punibilidade na ação penal?
Resposta:
Legítima defesa: Os atos praticados em legítima defesa não constituem "atos ilícitos"
para fins civis (art. 188, I, CC), porém podem ensejar o dever de indenizar caso o preju-
dicado não tenha sido quem tenha dado causa à atuação defensiva. Pelo menos é o que
se deduz da análise conjugada dos arts. 929 e 930 do Código Civil. Nesse mesmo senti-
do: (RE 229653, SEPÚLVEDA PERTENCE, STF).
Crime culposo: partindo da premissa de que a absolvição tenha se dado pela ausência de
negligência, imprudência ou imperícia, também não haveria qualquer ato ilícito para
fins civis (art. 186 do CC), porém ainda assim o sujeito pode ser responsabilizado ci-
825
vilmente, como, por exemplo, nas hipóteses de responsabilidade objetiva (em que for
dispensável a configuração de culpa).
5) O senhor está julgando por sonegação fiscal, da tribuna o advogado pede a palavra
que diz que tem um acórdão do conselho de contribuintes, dizendo que o lançamento
foi anulado, neste caso foi um fato novo, neste caso o senhor é relator, e já tinha vota-
do a favor da condenação, o senhor faria neste caso?
Resposta:
Mas acredito outras posturas poderiam ser adotadas. O Desembargador, por exemplo,
poderia invocar o art. 463 do CPC, por analogia (art. 3° do CPP).
826
6) - Qual a diferença teoria em caso fortuito e força maior?
Resposta:
A força maior é o evento inevitável, ainda que previsível, por se tratar de fato superior
às forças do agente, como normalmente são os fatos da natureza (tempestades, enchen-
tes, etc.).
Mas a doutrina não é pacífica a respeito dessa diferenciação, havendo, inclusive, quem
defenda o contrário.
Resposta:
Culpa in elegendo é aquela decorrente de má escolha (ex. patrão com relação aos atos
de seu preposto).
Culpa in vigilando é aquela que decorre da falta de atenção ou cuidado com o procedi-
mento de outrem que estava sob a guarda ou responsabilidade do agente (educando,
tutor, filho menor, etc.).
8) CC – art. 932, procure verificar entre os incisos a culpa in vigilando e culpa in eli-
gendo? Não deixa de ser uma categoria teórica ainda que o viés hoje seja outro. Por-
que o termo eligendo?
Resposta:
Culpa in vigilando: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e
em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem
nas mesmas condições; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos
onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, mo-
radores e educandos;
Resposta:
Quanto à origem, a responsabilidade em matéria civil pode ser ―contratual‖, nos casos
de inadimplemento de uma obrigação positiva ou negativa (arts. 389 a 391 do CC). Po-
de ser, ainda, de origem ―extracontratual‖ ou aquiliana, quando fundada na prática de
um ato ilícito outro ou, ainda, quando fundado em abuso de direito (arts. 186 e 187 res-
pectivamente).
Quanto à necessidade da presença de culpa lato sensu, pode ser subjetiva ou objetiva,
divisão essa que dispensa maiores comentários.
Resposta:
Resposta:
Não sei se entendi a pergunta, mas me parece que a simples alteração da titularidade de
eventual pessoa jurídica que tenha causado danos ao consumidor não impede a respon-
sabilização em matéria de consumo, de modo que, por esse prisma, seria possível cogi-
tar de uma espécie de obrigação propter rem.
Resposta:
828
No sistema do CDC, a responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada
mediante a verificação de culpa (art. 14, §4°).
Resposta:
Resposta:
Em regra não, pois, de acordo com o art. 944 do CC "a indenização mede-se pela exten-
são do dano". O mesmo se deduz do disposto no art. 403 do Código, senão vejamos:
"ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os
prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo
do disposto na lei processual".
Porém, o parágrafo único do mesmo art. 944 do Código Civil traz uma exceção quando
dispõe que "se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, po-
derá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização".
De todo modo, vale frisar existe uma peculiaridade com relação às indenizações por
danos morais, tendo em vista que, de acordo com o STJ, “na fixação da indenização a
esse título, recomendável que o arbitramento seja feito com moderação, proporcional-
mente ao grau de culpa, ao nível socioeconômico dos autores e, ainda, ao porte econô-
mico dos réus, orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina e pela juris-
prudência, com razoabilidade, valendo-se de sua experiência e do bom senso, atento à
realidade da vida e às peculiaridades de cada caso" (RESP 200401126950, CARLOS
FERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAL CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO),
STJ - QUARTA TURMA, DJE DATA:03/11/2008.), o que não deixa de constituir mais
uma exceção à regra inicialmente mencionada.
Resposta:
829
Pela sistemática do atual Código Civil, se a vítima tiver concorrido culposamente para o
evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua cul-
pa em confronto com a do autor do dano (art. 945).
Com relação a esse tema, vale frisar que a doutrina predominante tem admitido o cabi-
mento de culpa concorrente como atenuante mesmo nos casos de responsabilidade civil
objetiva, sob o fundamento de que, se a responsabilidade pode ser eximida por culpa
exclusiva da vítima, também poderá ser minorada em caso de culpa concorrente. Os
arts. 12, §3°, 14, §3°, ambos do CDC, e o art. 738, parágrafo único, do CCB depõem
nesse sentido.
Resposta:
O que não existe é responsabilidade sem dano, esse sim pressuposto inafastável de res-
ponsabilização (art. 944 do CC).
Resposta:
Na sistemática do Código Civil atual, a responsabilidade dos pais por ato de seus filhos
menores (art. 932, I, do CC) é objetiva, respondendo ainda que não haja culpa de sua
parte (art. 933 do CC), ao contrário do regime do Código anterior, em que a responsabi-
lidade era por culpa presumida. Nesse sentido é o Enunciado n. 451 do CJF.
Convém enfatizar, contudo, que, apesar de dispensar ato culposo do pai, deve restar
caracterizado algum ato culposo do próprio filho. Isso porque se trata, mais precisamen-
te, de uma hipótese de ―responsabilidade objetiva indireta‖ ou ―objetiva impura‖, con-
forme Álvaro de Villaça de Azevedo.
830
14.7. Direito Empresarial
Resposta:
Não sei a posição do Prof. Carvalho de Mendonça. Pesquisei bastante, porém ainda as-
sim não encontrei. Peço desculpas aos colegas.
2) O que seria a cláusula Del Credere? Qual a natureza jurídica desta cláusula? Seria
mais um seguro, como a cláusula Del credere o comissário responsabiliza-se com o
terceiro adquirente com quem ele contrata, esta cláusula seria uma fiança, seguro?
Resposta:
Em regra, o comissário não responde pela insolvência das pessoas com quem tratar.
Porém, se existir a cláusula del credere, o comissário passa a responder solidariamente
com as pessoas com que houver tratado em nome do comitente, caso em que geralmente
faz jus a uma remuneração mais elevada (art. 697 do CC).
A referida cláusula visa estimular o comissário a ser cuidadoso na escolha das pessoas
com quem realiza negócios. Não se trata de aval (até porque não constitui obrigação
cambial) nem fiança (não se trata de garantia fidejussória), mas de simples cláusula de
corresponsabilização (garantia solidária resultante de acordo de vontades e autorizada
por lei).
Resposta:
831
O cartão de crédito é uma criação recente, assemelhando-se, preliminarmente, aos car-
tões de credenciamento ou relacionamento emitidos por hotéis na Europa a partir de
1914. Posteriormente, em 1920 passou a ser utilizado em postos de gasolina dos Estados
Unidos da América.
Somente com a criação do Diners Club por esse grupo de amigos americanos, é que o
cartão assumiu a característica de meio de pagamento para aquisição de bens ou pro-
dutos, ou ainda, contratação de prestação de serviços a prazo.
O primeiro Diners Club brasileiro foi emitido no ano de 1954, preliminarmente para um
seleto grupo de restaurantes, não obstante foi somente em 1956 que ele começou a
tomar corpo.
Resposta:
Resposta:
Nesse sentido discorrem Fran Martins e Maria Helena Diniz, destacando-o o entendi-
mento desta: Não se trata de título de crédito, por ser desprovido de caracteres de abs-
tração e livre circulação e por não ter um valor por si mesmo. Seria um documento de
identificação e não título de crédito, por ser incompleto e insuficiente, apesar de incor-
porar um direito do consumidor. Constituiria um mero instrumento de identificação, que
permite a utilização do serviço e a aquisição dos bens. Daí ser nominativo, pessoal e
833
intransferível (fonte:
http://www.viannajr.edu.br/revista/dir/doc/art_cartao_credito.pdf)
Resposta:
A história do cartão DINERS CLUB começou em 1949 quando o advogado Frank Mc-
Namara marcou um almoço de negócios com outros executivos no restaurante Major‘s
Cabin Grill na cidade de Nova York. Quando o garçom trouxe a conta, Frank percebeu
que tinha esquecido sua carteira no quarto do hotel. O dono do restaurante, depois de
alguma discussão, permitiu que ele pagasse a conta em outro dia, mediante a sua assina-
tura na nota de despesas. Depois desse episódio embaraçoso, o senhor McNamara teve
uma idéia que iria revolucionar a forma de pagamento no mundo. No dia 8 de fevereiro
de 1950, Frank e seu sócio Ralph Schneider, voltaram ao mesmo restaurante e na hora
de pagar a conta, ele tirou de sua carteira um pequeno cartão, contendo o nome do dono,
e feito de papel cartão, que se chamava DINERS CLUB CARD para pagar a despesa.
Para administrar o cartão de crédito, Frank McNamara e mais dois sócios, o advogado
Ralph Schneider e Casey R. Taylor, criaram a empresa DINERS CLUB. Inicialmente, o
cartão de crédito, emitido pela primeira vez no dia 28 de fevereiro e aceito em 27 res-
taurantes da cidade (daí a origem do nome, algo como “clube do jantar”), era usado
apenas por pessoas importantes na época (aproximadamente 200 amigos do próprio
Frank). O DINERS CLUB CARD cobrava dos estabelecimentos conveniados um percentu-
al de 7% sobre o valor gasto, a título de taxa de serviço, e, dos usuários do seu cartão,
aos quais concedia 60 dias para o pagamento integral das faturas, uma taxa adminis-
trativa anual de US$ 3. (http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/diners-club-o-
pioneiro.html)
834
14.8. Direito Processual Civil
14.8.1. Execução Para Entrega De Coisa Certa E Incerta. Execução Das Obrigações De
Fazer E Não-Fazer. Execução Por Quantia Contra Devedor Solvente: Penhora,
Realização E Formalização Da Penhora, Expropriação, Arrematação, Adjudicação E
Remição. Pagamento Ao Credor. Cumprimento Da Sentença. Sincretismo Processual.
Procedimento. Multa Por Inadimplemento. Penhora E Avaliação. Arresto.
Impugnação Pelo Devedor. Natureza Jurídica Da Decisão Resolutória Da
Impugnação. Recurso Cabível
1) Como juiz federal, verificando um bem que o oficial de justiça penhorou indevida-
mente, o senhor de ofício tornaria sem efeito aquela penhora?
Resposta:
Sim. Cabe ao juiz exercer o controle dos atos processuais, de modo que eventual cons-
trição indevida (bem impenhorável, inobservância das formalidades legais, etc.) implica
ou em irregularidade formal – em caso de inobservância dos procedimentos legais – ou
em irregularidade substancial – em caso de atingimento de bem impenhorável -, com-
portando, em qualquer das hipóteses, atuação de ofício do julgador.
Em sentido próximo: ―Há que ser reconhecida nulidade absoluta da penhora quando esta
recai sobre bens absolutamente impenhoráveis. Cuida-se de matéria de ordem pública,
cabendo ao magistrado, de ofício, resguardar o comando insculpido no artigo 649 do
CPC. Tratando-se de norma cogente que contém princípio de ordem pública, sua inob-
servância gera nulidade absoluta consoante a jurisprudência assente neste STJ.‖ (REsp
864.962/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 04/02/2010, DJe 18/02/2010)
Resposta:
Sob certa ótica sim, podendo ser reconduzida, por exemplo, aos princípios constitucio-
nais da celeridade e da efetividade da tutela jurisdicional, tendo em vista que a penhora
de numerário constitui o meio mais ágil e efetivo de satisfação dos interesses do credor-
exequente.
Após, alguma vacilação inicial, o STJ firmou o entendimento de que, embora a ordem
de gradação legal não deva ser tratada como rígida e absoluta (art. 655 do CPC), a pe-
835
nhora de numerário via BACENJUD não se condiciona ao prévio esgotamento de outras
medidas constritivas. Nesse sentido: ―A Corte Especial, no julgamento do REsp
1.112.943-MA, Rel. Min. Nancy Andrighi, ocorrido em 15.09.2010, pela sistemática do
artigo 543-C do CPC, decidiu que, após o advento da Lei nº 11.382/06, o juiz não pode
exigir do credor o exaurimento das diligências, na busca de outros bens, para a decre-
tação da penhora on line. 3. Da mesma forma, a Primeira Seção deste Tribunal ratifi-
cou a necessidade de interpretação sistemática dos artigos 655-A do CPC e 185-A do
CTN, de modo a autorizar a penhora eletrônica de depósitos e aplicações financeiras,
independentemente do exaurimento de diligências extrajudiciais, por parte do exequen-
te, após o advento da Lei nº 11.382/06.” (REsp 1148365/RS, Rel. Ministro CASTRO
MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/05/2011, DJe 02/06/2011)
Resposta:
Em tese, pode a Fazenda Pública recusar a substituição de bem imóvel penhorado por
precatório, invocando o art. 668 do CPC (que veda a substituição quando implicar em
maior onerosidade ao credor). Isso porque, enquanto os imóveis estão em quarto na gra-
dação legal (art. 655, IV, CPC), os precatórios ocupam a última posição, por se tratarem
de ―outros direitos‖ (inciso IX). Nesse sentido: “A orientação da Primeira Seção/STJ
firmou-se no sentido de que a penhora (ou eventual substituição de bens penhorados)
deve ser efetuada conforme a ordem legal, prevista no art. 655 do CPC e no art. 11 da
Lei 6.830/80. Assim, não obstante o precatório seja um bem penhorável, a Fazenda
Pública pode recusar a nomeação de tal bem, quando fundada na inobservância da
ordem legal, sem que isso implique ofensa ao art. 620 do CPC” (REsp 1.090.898/SP, 1ª
Seção, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 31.8.2009 - recurso submetido à sistemática pre-
vista no art. 543-C do CPC, c/c a Resolução 8/2008 -Presidência/STJ).
Resposta:
Não. Embora a condenação nos ônus da sucumbência venha sendo tratado como pedido
implícito (RESP 200801438427, LAURITA VAZ, STJ - QUINTA TURMA, DJE DA-
TA:11/10/2010.), passível de imposição independentemente de requerimento expresso
na petição inicial, caso a sentença não fixe verba honorária alguma e transite em julgado
não é mais possível o seu arbitramento em posterior fase/ação de execução, sob pena de
violação da coisa julgada.
Nesse sentido: A Corte Especial/STJ, ao apreciar o REsp 886.178/RS (Rel. Min. Luiz
Fux, DJe de 25.2.2010), aplicando a sistemática prevista no art. 543-C do CPC, c/c a
Resolução 8/2008 - Presidência/STJ, confirmou a orientação no sentido de que "o trân-
sito em julgado de decisão omissa em relação à fixação dos honorários sucumbenciais
impede o ajuizamento de ação própria objetivando à fixação de honorários advocatícios,
sob pena de afronta aos princípios da preclusão e da coisa julgada. Isto porque, na hipó-
tese de omissão do julgado, caberia à parte, na época oportuna, requerer a condenação
nas verbas de sucumbência em sede de embargos declaratórios, antes do trânsito em
julgado da sentença". (...) (RESP 200901774641, MAURO CAMPBELL MARQUES,
STJ - SEGUNDA TURMA, DJE DATA:28/09/2010.)
5) Qual o instrumento que eu terei para forçar o cumprimento de uma tutela inibitó-
ria?
Resposta:
A tutela inibitória, como o próprio nome diz, constitui uma modalidade de tutela pre-
ventiva que tem por objetivo impedir a consumação da prática de um ilícito iminente ou
mesmo evitar a sua repetição ou perpetuação. Trata-se, como se vê, de uma tutela pre-
ventiva e que tem por alvo o ilícito e não o dano (pertinente apenas às tutelas repressi-
vas e ressarcitórias).
Diante disso, o julgador pode assegurar a efetivação de uma tutela inibitória mediante a
utilização de todos os meios executivos diretos e indiretos previstos no art. 461 e 461-A
do CPC, desde que, obviamente, observado o binômio idoneidade/menor onerosidade.
Pode, por exemplo, cominar multa (para o caso de concretização de eventual ilícito imi-
nente), determinar a busca e apreensão de objetos com conteúdo potencialmente nocivo
(caso constitua medida idônea para impedir a prática do ilícito), entre outros.
837
Por todos, admitindo imposição de multa: (AI 00090748320054030000, DESEMBAR-
GADORA FEDERAL MARISA SANTOS, TRF3 - NONA TURMA, DJU DA-
TA:07/07/2005 ..FONTE_REPUBLICACAO:.)
Resposta:
Invocaria o disposto no art. 655-A do CPC, a despeito da regra do art. 185 do CTN, por
aplicação do diálogo das fontes.
Recentemente contra: A norma do art. 185-A do CTN não foi afetada pela Lei
11.382/2006, por ser (a do CTN) de hierarquia complementar e esta (que introduziu o
art. 655-A do CPC) de hierarquia ordinária; ademais, o CTN deve ser entendido como o
conjunto de garantias do contribuinte executado pela Fazenda Pública e suas disposi-
ções, ainda que referentes à indisponibilidade de bens, devem ser estendidas aos casos
de penhora eletrônica, ante a regra do art. 620 do CPC, que prevê a execução pelo modo
menos gravoso para o devedor. (EDcl no REsp 1184765/PA, Rel. Ministro NAPOLE-
ÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 30/05/2012, DJe
15/06/2012)
Resposta:
Não seria ―através de uma praça ou leilão‖? Se for isso, diria que a praça destina-se à
arrematação de bens imóveis. O leilão destina-se à arrematação de bens móveis (art.
838
686, IV, do CPC). É válido, contudo, deixar o registro de que a LEF prevê apenas o
leilão, não fazendo essa distinção.
Resposta:
Não. Apenas sobre percentual que não inviabilize o exercício da empresa. Entendo co-
mo adequado um percentual em torno de 20%, passível de variação a depender de cada
caso concreto (porte da empresa, saúde financeira, ramo de atuação, etc.).
Resposta:
Isso começou a mudar na década de 90, quando reformas processuais incluíram a possi-
bilidade de antecipação de tutela bem como as técnicas executivas do art. 461, estas
839
visando dar maiores instrumentos de efetivação da chamada tutela específica (ou do
resultado prático equivalente). A partir de então, rompeu-se com o decantado princípio
da ―nulla executio sine titulo‖, e passou-se a admitir a efetivação imediata da tutela,
independentemente de ajuizamento de ação de execução, ainda que limitadamente às
obrigações de fazer e de não fazer.
2) O uso imediato do BACEN –Jud fere o princípio da menos onerosidade para o deve-
dor?
Resposta:
Penso que não, ao menos de ordinário. Em tese, contudo, pode-se cogitar de casos em
que o executado consiga demonstrar que a penhora de numerário, conquanto preferenci-
al, pode implicar em prejuízos excessivos para o devedor (por exemplo, impossibilidade
de pagamento da folha de salários, recolhimentos previdenciários, etc.), revelando-se
desnecessário, por exemplo, naqueles casos em que possua um bem passível de penho-
ra, de relativa liquidez, e que não comprometa os escopos últimos da execução (satisfa-
ção dos direitos do credor). Nesses casos, entendo que seria possível argumentar no
sentido de que o BACENJUD feriria o princípio da menor onerosidade do devedor. A-
final, considerando que a execução deve ser pautada tanto pelo princípio da idoneidade
do meio executivo quanto pelo da menor onerosidade para o devedor, parece-me que,
quando existentes dois meios igualmente (ou proximamente) idôneos para a garantia
dos interesses do credor, a escolha do mais oneroso contrariaria à lógica da razoabilida-
de/proporcionalidade.
Mas não custa repetir: a jurisprudência é iterativa no sentido de que a penhora de nume-
rário via BACENJUD não encontra obstáculo na principiologia da execução. Por todos:
―A penhora on-line de ativos financeiros não caracteriza ofensa qualquer ao princípio da
menor onerosidade, consubstanciado no artigo 620 do Código de Processo Civil, eis que
840
a execução se processa no interesse do credor.‖
(AGA 201000584259, HAMILTON CARVALHIDO, STJ - PRIMEIRA TURMA, DJE
DATA:22/11/2010.)
3) Os arts. 876 e 877 do Código Civil dispõem sobre pagamento indevido. Em uma situ-
ação em que o indivíduo ingresse no Judiciário pretendendo recobrar aquela quantia e
a defesa alega que incumbe à parte autora provar que o fez por erro. Essa defesa tem
pertinência de acordo com o código civil?
Resposta:
Sim, em regra. De acordo com o art. 877 do CPC, ―àquele que voluntariamente pagou o
indevido incumbe a prova de tê-lo feito por erro‖.
Resposta:
841
5) Pode-se falar em princípio da estabilização da lide em processo de execução ou es-
taria limitado ao processo de conhecimento?
Resposta:
Resposta:
Sim: Art. 569 do CPC – ―O credor tem a faculdade de desistir de toda a execução ou de
apenas algumas medidas executivas. Parágrafo único. Na desistência da execução, ob-
servar-se-á o seguinte: a) serão extintos os embargos que versarem apenas sobre ques-
tões processuais, pagando o credor as custas e os honorários advocatícios; b) nos demais
casos, a extinção dependerá da concordância do embargante.‖
Resposta:
Sim, desde que observadas as cautelas legais (ex. intimação do credor hipotecário, con-
forme arts. 615, 694, VI, e 698 do CPC). É, inclusive, o que se infere do art. 615, II, do
CPC.
A hipoteca confere direito de preferência ao credor hipotecário (art. 1.422, CC), embora
possam existir outros créditos preferenciais (por exemplo, o crédito tributário prefere o
842
hipotecário fora da falência, conforme CTN). Se o devedor possuir outros bens penho-
ráveis, pode-se chegar a ponto inclusive de impedir a alienação do bem penhorado. Se
não, o bem vai a praça ou leilão, porém o produto da arrematação deve ser distribuído
conforme as preferências legais. Nesse sentido: ―O credor com garantia real tem o direi-
to de impedir, por meio de embargos de terceiro, a alienação judicial do objeto da hipo-
teca; entretanto, para o acolhimento dos embargos, é necessária a demonstração pelo
credor da existência de outros bens sobre os quais poderá recair a penhora‖. (REsp
578960/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
07/10/2004, DJ 08/11/2004, p. 226)
Resposta:
Resposta:
Sim, conforme art. 615, II, 619, 694, VI, e 698 do CPC, sob pena de eficácia de eventu-
al alienação do bem.
Resposta:
Podem eles opor embargos de terceiro a qualquer tempo, desde que antes da assinatura
da respectiva carta (art. 1.024 CPC). Depois, só mediante o ajuizamento de ação própria
pelo rito ordinário.
5) Na execução para entrega de coisa certa, o depósito da coisa é essencial para o co-
nhecimento da peça de defesa?
843
Resposta:
Pela redação do art. 621 do CPC, a resposta é positiva: Art. 621. O devedor de obriga-
ção de entrega de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial, será citado
para, dentro de 10 (dez) dias, satisfazer a obrigação ou, seguro o juízo (art. 737, II), a-
presentar embargos. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
No entanto, o Prof. Luiz Guilherme Marinoni (em seu Código Comentado) sustenta que
o aludido dispositivo legal deve ser compreendido na perspectiva dos arts. 736 e 739-A
do CPC, para que não reste rompida a ordem e a unidade do sistema. Logo, para o autor,
é desnecessária a segurança do juízo para o oferecimento de embargos à execução (a
segurança permanece útil apenas para eventual atribuição de efeito suspensivo aos em-
bargos).
Resposta:
Art. 627. O credor tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quan-
do esta não Ihe for entregue, se deteriorou, não for encontrada ou não for reclamada do
poder de terceiro adquirente. § 1o Não constando do título o valor da coisa, ou sendo
impossível a sua avaliação, o exeqüente far-lhe-á a estimativa, sujeitando-se ao arbitra-
mento judicial. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002) § 2o Serão apurados em
liquidação o valor da coisa e os prejuízos. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de
7.5.2002)
Resposta:
Sim, se se tratar de execução de título extrajudicial (art. 745, IV, CPC). Na execução de
título judicial, deve ser alegada na contestação, sob pena de preclusão (Marinoni – Có-
digo – comentários ao art. 745-A do CPC).
844
14.8.1.5. Questões do TRF5
Resposta:
Pelo princípio da correlação, deve haver uma necessária correspondência entre os limi-
tes da imputação (denúncia) e os limites da condenação (sentença). Significa dizer que
os fatos considerados na sentença devem guardar estrita consonância com os fatos des-
critos na peça inaugural, não podendo ir além, fora ou aquém do que efetivamente foi
objeto de denúncia.
É importante ressaltar, contudo, que o réu se defende dos fatos e não da capitulação
inicial, razão por que o sistema processual permite que o juiz exerça o controle da capi-
tulação, e condene o réu por crime diverso do imputado, desde que, repita-se, tomando
por base o mesmo conjunto de fatos deduzidos em juízo. Essa, inclusive, é a lógica que
preside o instituto da emendatio libelli (art. 383 do CPP).
2) Qual a posição do senhor a respeito da mutatio libelli do art. 384 em confronto com
a CF/88? O senhor admite que o art. 28 do CPP é ainda constitucional?
Resposta:
Tendo em vista que na atual conformação a mutatio libelli pressupõe prévia manifesta-
ção e aditamento por parte do Ministério Público, entendo que o instituto é compatível
com a Constituição, eis que afasta qualquer iniciativa acusatória por parte do juiz, ade-
quando-se de vez a um modelo processual de feições acusatórias.
Na minha opinião, o art. 28 do CPP é constitucional, eis que garante o juízo definitivo
da iniciativa acusatória ao titular da ação penal (o Ministério Público). O fato de poder
845
ser designado outro membro do Parquet para o oferecimento da denúncia não caracteri-
za qualquer afronta à Constituição; muito pelo contrário, prestigia a um só tempo tanto a
independência do membro inicial, quanto a posição final da instituição a respeito do
caso. Em hipóteses tais, o membro designado agiria por mera delegação do Procurador-
Geral, especificamente no que se refere ao oferecimento da denúncia.
3) leia o art. 383. A hipótese contempla que instituto? Ele tem alguma repercussão
quando à defesa do réu? E a mutatio libelli?
Resposta:
Contempla o instituto da emendatio libelli, que constitui uma simples correção da capi-
tulação inicial, sem qualquer alteração no quadro fático da demanda, e, portanto, sem
repercutir na defesa do réu, considerando que este se defende dos fatos e não da capitu-
lação jurídica inicial.
Resposta:
Ultra petita: sentença que vai além dos fatos deduzidos na denúncia (ex. denúncia por
furto simples, condenação por furto qualificado, reconhecendo circunstância não men-
cionada na denúncia, entre outras hipóteses).
Extra petita: sentença que julga fora dos limites da demanda (ex. denúncia por um pecu-
lato, condenação por peculato e corrupção em concurso).
Citra petita: sentença que não julga todo o objeto da demanda (ex. denúncia por contra-
bando e tráfico de armas em concurso material, condenação apenas por contrabando,
sem enfrentamento dos outros fatos imputados).
846
14.9.1.4. Questões do TRF4
Resposta:
Resposta:
Sim. Antes da nova ordem constitucional, já existia o art. 4°, I, da Lei n. 6.938/81, no
sentido de que a PNMA visará "à compatibilização do desenvolvimento econômico so-
cial com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico".
Resposta:
Pelo que parece, diz-se que a diminuição da degradação ambiental auxilia no processo
de combate à pobreza. Concordo em termos com a assertiva, porém, no meu entender, o
combate à pobreza também pode constituir uma das causas da diminuição da degrada-
ção ambiental, eis que esse combate pode ser fomentado através da melhoria das condi-
ções de salubridade e higiene da população, ordenação do território, melhoria das con-
dições de trabalho, educação social e ambiental, entre tantas outras medidas que direta
ou indiretamente refletiriam na diminuição da degradação ambiental.
Não por acaso é que a proteção do meio ambiente constitui um dos princípios da ordem
econômica, e que o desenvolvimento sustentável tenha integrado a pauta de diversas
conferências no âmbito internacional.
848
4) Em relação aos operadores do direito e à função essencial da justiça nós temos a
atuação do STF no que concerne ao controle de constitucionalidade, temos o STJ quan-
to às norma infraconstitucionais, a Justiça federal e a justiça estadual atuam quanto à
proteção do direito ambiental, a justiça do trabalho, não enfrenta as questões sobre o
meio ambiente?
Resposta:
Sim. Compete à Justiça do Trabalho a tutela do meio ambiente do trabalho, que consti-
tui uma das espécies de meio ambiente.
Quando a Constituição Federal, em seu art. 225, fala em meio ambiente ecologicamente
equilibrado, está mencionando todos os aspectos do meio ambiente. E ao dispor, ainda,
que o homem para encontrar uma sadia qualidade de vida, necessita viver nesse ambien-
te ecologicamente equilibrado, tornou obrigatória também a proteção do ambiente no
qual o homem, normalmente, passa a maior parte de sua vida produtiva, qual seja, o
trabalho. Afinal, é impossível alcançar qualidade de vida sem ter qualidade de trabalho,
nem se pode atingir meio ambiente equilibrado e sustentável, ignorando o meio ambien-
te do trabalho.
5) Em relação ao MP, o controle prévio é basicamente feito por este, mas quem con-
trola o controle prévio do MP, o Poder Judiciário?
Resposta:
849
Resposta:
O TAC é título executivo, conforme art. 5°, §6°, da LACP: § 6° Os órgãos públicos
legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua condu-
ta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extra-
judicial.
De acordo com o art. 16 da LACP, "a sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos
limites da competência territorial do órgão prolator". Desse dispositivo, portanto, infere-
se que uma sentença proferida numa ação civil pública ambiental produziria efeitos li-
mitadamente à competência territorial do órgão prolator. No entanto, significativa par-
cela da doutrina entende que o aludido dispositivo confunde eficácia subjetiva da coisa
julgada com competência territorial, o que não guarda sentido lógico nem jurídico, so-
bretudo em ações que versem sobre direitos difusos, cujos titulares são indeterminados.
Resposta:
Não sei a resposta, e, mesmo depois de muito pesquisar, ainda assim não a encontrei.
Peço desculpas aos colegas.
Resposta:
850
Sustentabilidade Ecológica* - o uso dos recursos naturais deve minimizar danos aos
sistemas de sustentação da vida: redução dos resíduos tóxicos e da poluição, recicla-
gem de materiais e energia, conservação, tecnologias limpas e de maior eficiência e
regras para uma adequada proteção ambiental;
Sustentabilidade Cultural* - respeito aos diferentes valores entre os povos e incenti-
vo a processos de mudança que acolham as especificidades locais;
Sustentabilidade Espacial* - equilíbrio entre o rural e o urbano, equilíbrio de migra-
ções, desconcentração das metrópoles, adoção de práticas agrícolas mais inteligen-
tes e não agressivas à saúde e ao ambiente, manejo sustentado das florestas e indus-
trialização descentralizada;
Sustentabilidade Política - no caso do Brasil, a evolução da democracia representati-
va para sistemas descentralizados e participativos, construção de espaços públicos
comunitários, maior autonomia dos governos locais e descentralização da gestão de
recursos;
Sustentabilidade Ambiental - conservação geográfica, equilíbrio de ecossistemas,
erradicação da pobreza e da exclusão, respeito aos direitos humanos e integração
social. Abarca todas as dimensões anteriores através de processos complexos.
Resposta:
Já respondida.
Resposta:
No entanto, parece-me que o Direito Ambiental constitui um ramo autônomo, por ser
dotado de regras, principiologia e metodologia próprias.
851
2) Quando o desenvolvimento sustentável ganhou força?
Resposta:
O ano de 1968, segundo Camargo (2003), foi o primeiro sinal de grave descontentamen-
to popular com o modelo de capitalismo industrial no final do seu ciclo, com a eclosão
do protesto estudantil em cadeia, iniciado em Paris, em maio de 1968, passando por
Berkeley, Berlim e Rio de Janeiro.
Aquele primeiro surto de globalização dos movimentos sociais, segundo a autora, apon-
tava para mudanças radicais que iriam se estender a vastos domínios, influenciando não
apenas a economia e a sociedade como também o próprio modelo civilizatório, com
seus usos e costumes. A falsa idéia de uma evolução sem limites e a ingênua crença na
continuidade do progresso, se constituíam no inimigo comum de todas as frentes, e a
grande questão que se levantava era: Para onde vamos?
Em meio aos movimentos estudantis e hippies dos anos 60, emerge o novo ambienta-
lismo, com objetivos e demandas bem definidos e consciente da dimensão política dos
mesmos, chamando a atenção para as conseqüências devastadoras que um desenvolvi-
mento sem limites estava provocando.
O Clube de Roma, entidade formada por intelectuais e empresários, que não eram mili-
tantes ecologistas, foi uma iniciativa que surgiu das discussões a respeito da preservação
dos recursos naturais do planeta Terra. Ele produziu os primeiros estudos científicos a
respeito da preservação ambiental, que foram apresentados entre 1972 e 1974, e que
relacionavam quatro grandes questões que deveriam ser solucionadas para que se alcan-
çasse a sustentabilidade: controle do crescimento populacional, controle do crescimento
industrial, insuficiência da produção de alimentos, e o esgotamento dos recursos natu-
rais. (CAMARGO, 2002)
852
Após a publicação da obra "Os Limites do Crescimento", pelo Clube de Roma em 1972,
este conceito toma um grande impulso no debate mundial, atingindo o ponto culminante
na Conferência das Nações Unidas de Estocolmo, naquele mesmo ano.
(http://www.espacoacademico.com.br/051/51goncalves.htm)
Resposta:
O acesso aos Tribunais Regionais se dá mediante promoção de juízes federais com mais
de cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente (art. 107, II,
CF), neste último caso escolhido pelo Presidente da República em lista tríplice elabora-
da pelo próprio Tribunal (art. 84 da LOMAN): "A nomeação de juiz para os cargos de
Desembargador dos Tribunais Federais, pelo critério de merecimento, é ato administra-
tivo complexo, para o qual concorrem atos de vontade dos membros do tribunal de ori-
gem, que compõem a lista tríplice a partir da quinta parte dos juízes com dois anos de
judicatura na mesma entrância, e do Presidente da República, que procede à escolha a
partir do rol previamente determinado. A lista tríplice elaborada pelo Tribunal deve o-
bedecer aos dois requisitos previstos no art. 93, II, b, da CF (redação anterior à EC
45/2004.)" (MS 24.575, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 15-12-2004, Plenário, DJ
de 4-3-2005.)
Não se aplica o disposto no art. 93, II, b, da Constituição, eis que a Justiça Federal não é
organizada em entrâncias: ―Inaplicabilidade da regra do art. 93, II, b, da CF à promoção
de juízes federais, sujeita que está ela a um único requisito – implemento de cinco anos
de exercício –, conforme disposto no art. 107, II, da mesma Carta, norma especial em
cujo favor, por isso mesmo, se resolve o aparente conflito existente entre os dois dispo-
sitivos. Mesmo porque, havendo a Justiça Federal sido organizada sem entrâncias, con-
siderados de um mesmo grau todas as seções judiciárias distribuídas pelas unidades fe-
deradas, não resta espaço para falar-se na exigência de dois anos de exercício na mesma
entrância, nem, consequentemente, em promoção de entrância.‖ (MS 21.631, Rel. Min.
Ilmar Galvão, julgamento em 9-6-1993, Plenário, DJ de 4-8-2000.) No mesmo sentido:
MS 27.164-AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 16-12-2010, Plenário, DJE de
2-3-2011; MS 23.789, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 30-6-2005, Plenário, DJ
de 23-9-2005; MS 23.337, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 4-10-2000, Plená-
rio, DJ de 19-12-2001.
853
4) O quinto é constitucional ou seria uma burla ao concurso?
Resposta:
Por outro lado, há quem sustente que o quinto acaba politizando o Judiciário, e permi-
tindo o acesso a pessoas que geralmente gozem da preferência pessoal (e não profissio-
nal) do Chefe do Executivo, sem se tomar em consideração qualquer critério objetivo,
tal como se dá com a promoção de magistrados de primeira instância, em que são aferi-
dos aspectos como produtividade, presteza, frequência e aproveitamento em cursos etc.
Resposta:
CF Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: I - vitaliciedade, que, no primeiro
grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse
período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos,
de sentença judicial transitada em julgado; II - inamovibilidade, salvo por motivo de
interesse público, na forma do art. 93, VIII; III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado
o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Resposta:
Resposta:
Trata-se de uma discussão em que se confrontam dois princípios reconhecidos pelo sis-
tema jurídico pátrio: de um lado, a principiologia atinente ao objetivo fundamental de
redução das desigualdades sociais; de outro, a principiologia atinente à proteção ambi-
ental.
Acredito que nenhum dos dois ostentam valor absoluto, podendo ceder a depender de
cada situação concreta.
Caso seja possível a construção em outro local ou de uma forma menos onerosa para o
meio ambiente, creio que ela não se justificaria, eis que não seria "necessária", ao me-
nos não na forma como foi concebida.
Caso, contudo, não haja outra alternativa técnica e locacional e a construção seja de
relevante interesse social, acredito que em tese poderia ser implantada. Há, inclusive,
diversas disposições legais nesse sentido, autorizando, por exemplo, supressões em área
de preservação permanente (Cflo), em área de Mata Atlântica a depender do estágio de
conservação, entre outras.
Resposta:
855
O principal órgão jurisdicional da ONU é a Corte Internacional de Justiça, que tem
competência contenciosa (julgando litígios entre Estados) e consultiva (passível de pro-
vocação pela Assembleia Geral da ONU, pelo Conselho de Segurança, ou por outros
órgão da ONU desde que devidamente autorizados pela Assembleia Geral).
Resposta:
O bloqueio é o ato pelo qual o Estado emprega suas forças armadas para impedir que
um ente estatal mantenha relações comerciais com terceiros. É entendido como um tipo
de represália e é, portanto, proibido pelo Direito Internacional, inclusive porque pode
causar danos graves para a dignidade das pessoas.
O boicote é a interrupção das relações com outro Estado, especialmente no campo eco-
nômico-comercial.
Resposta:
Resposta:
Não sei a resposta, e, mesmo depois de muito pesquisar, ainda assim não a encontrei.
Peço desculpas aos colegas.
Resposta:
Resposta:
857
ISOLAMENTO. Falta de contacto ou de comunicação entre grupos ou indivíduos. Pro-
duz no indivíduo não socializado, quando mantido inteiramente afastado do convívio de
outros seres humanos, o homo ferus (veja HOMO FERUS); quando o isolamento for
pronunciado, mas não total, produz mentalidade retardada. Depois que o indivíduo esti-
ver socializado, o isolamento provocará a diminuição das funções mentais, podendo
chegar à loucura. Quanto ao grupo, o isolamento produz costumes sedimentados, crista-
lizados, que praticamente não se alteram.
(http://www.prof2000.pt/users/dicsoc/soc_i.html)
O contato social é a base da vida social. È o passo inicial para que ocorra qualquer asso-
ciação humana. Os contatos sociais podem ser: (1) Primários – são os contatos pessoais,
diretos, face a face, e que têm uma base emocional, pois as pessoas neles envolvidas
compartilham suas experiências individuais. São exemplos característicos de contatos
sociais primários os que ocorrem na família entre pais e filhos; (2) Secundários – são os
contatos impessoais, calculados, formais; são mais um meio para atingir um determina-
do fim. Por exemplo, o contato do passageiro com o cobrador do ônibus, apenas para
pagar a passagem; ou o contato do cliente com o caixa do banco ao descontar um che-
que. São também considerados contatos secundários os contatos mantidos através de
carta, telefone, telegrama e internet. (http://www.sofi.com.br/conteudo/conceitos-
b%C3%A1sicos-para-compreens%C3%A3o-da-vida-social-parte-1)
2) Cite a diferença entre grupo social, comunidade e sociedade como junção humana.
A família é uma comunidade ou um grupo social? E as relações são mais ou menos es-
tritas?
Resposta:
COMUNIDADE = agrupamento humano unido por laços sociais afetivos, mantidos por
uma proximidade física entre as pessoas, que, geralmente, mantêm entre si vínculos
significativos e sentimento relativamente forte de solidariedade. Características: âmbito
territorial limitado e reduzido; homogeneidade quanto aos traços e hábitos sociais; vín-
culos sociais diretos; contatos sociais primários.
GRUPO SOCIAL =- Conjuntos de indivíduos que interagem uns com os outros durante
certo período de tempo. Se dividem em: Grupos primários - família, amigos, amigos de
infância, de escola, ou seja, pessoas com quem o indivíduo interaja mais pessoalmente;
Grupos Secundários - Colegas em geral, vizinhos, professores, patrões, motoristas, se-
858
cretárias, ou seja, pessoas que o indivíduo trata de maneira impessoal por não ter pouco
ou nenhum contato íntimo, restrito.
(http://educandooamanha.blogspot.com.br/2011/02/conceitos-basicos-de-
sociologia.html)
3) Qual a diferença entre a regra moral, regra de trato social e regra jurídica?
Resposta:
Resposta:
NÃO SEI. PESQUISAR.
859
2) O que o senhor sabe sobre o imperativo categórico de Kant?
Resposta:
O imperativo categórico torna necessária a ação de uma forma direta, sendo assim con-
ceituado por Kant: "Um imperativo categórico (incondicional) é aquele que representa
uma ação como objetivamente necessária e a torna necessária não indiretamente através
da representação de algum fim que pode ser atingido pela ação, mas da mera represen-
tação dessa própria ação (sua forma) e, por conseguinte, diretamente." (KANT,
2003:65)
Complementando: "O imperativo categórico, que como tal se limita a afirmar o que é a
obrigação, pode ser assim formulado: age com base em uma máxima que também possa
ter validade como uma lei universal." (KANT, 2003:67)
3) Kant dizia ainda que a sociedade fosse desfeita o ultimo sentenciado teria que cum-
prir à morte, deveria ser executado! Ele pertence à linha de que a execução do conde-
nado seria uma linha do imperativo que não se poderia transigir. Comente.
Resposta:
Para Kant, a pena se justificava pelo simples fato de retribuir (justamente) um crime
praticado. A pena constituía, então, uma reação estatal legítima à ação ilegítima do indi-
víduo, independentemente de considerações de caráter utilitário, razão pela qual era de
todo irrelevante investigar se a pena seria ou não capaz de motivar ou dissuadir delin-
860
quentes, e assim prevenir, em caráter geral ou especial, novos delitos. Enfim, a pena se
justificava quia peccatum est.
Com efeito, de acordo com Kant, ―as penas são, em um mundo regido por princípios
morais (por Deus), categoricamente necessárias‖. Justamente por isso, ―ainda que uma
sociedade se dissolvesse por consenso de todos os seus membros (v. g., se o povo que
habitasse uma ilha decidisse separar-se e dispersar-se pelo mundo), então, o último as-
sassino deveria ser executado‖.
Por isso, a lei de talião (dente por dente, olho por olho) seria o paradigma da verdadeira
justiça, pois ―só a lei de talião proclamada por um tribunal pode determinar a qualidade
e a quantidade da punição‖, já que ―o mal imerecido que tu fazes a outrem, tu fazes a ti
mesmo, se tu o ultrajas, ultrajas a ti mesmo, se tu o roubas, roubas a ti mesmo, se tu o
matas, matas a ti mesmo‖. Consequentemente, ―todos os criminosos que cometeram um
assassinato, ou ainda os que ordenaram ou nele estiveram implicados, hão de sofrer
também a morte; assim o quer a justiça enquanto ideia do poder judicial, segundo leis
universais, fundamentadas a priori.‖.
(http://pauloqueiroz.net/a-proposito-da-justificacao-da-pena-em-kant/)
4) Quando Kant fala em nômeno e fenômeno, o que ele quis dizer sobre o critério do
conhecimento?
Resposta:
Resposta:
Essa é uma questão aberta, cuja resposta depende muito da formação de cada candidato.
Particularmente, acho que a definição do Prof. Miguel Reale abrange de forma bem
precisa a essência do direito. Para o Prof., Direito é uma integração normativa de fatos
segundo valores. Bastante proveitosa, também, é a definição do Prof. Orlando Gomes:
―Sob o aspecto formal, o Direito é regra de conduta imposta coativamente aos homens.
861
Sob o aspecto material, é a norma nascida da necessidade de disciplinar a convivência
social".
Por fim, para Kant, "o direito é o conjunto das condições segundo as quais o arbítrio de
cada um pode coexistir com o arbítrio dos outros, de acordo com uma lei geral de liber-
dade".
Resposta:
Com seus estudos e pesquisas, Kant inverteu a lógica até então dominante e colocou o
sujeito – homem – no papel principal da produção do conhecimento.
Portanto, longe de assumir uma posição meramente contempladora, o sujeito age como
construtor ativo no ato de conhecer; ele é condição necessária de possibilidade da exis-
tência e do sentido do conhecimento. A experiência não é um dado inexorável, que se
dá como mera recepção, mas é transformada pelo homem, através da mediação prévia
do Sujeito Transcendental.
Esta verdadeira revolução kantiana, denominada pelos filósofos como Nova Revolução
Copernicana – numa alusão ao que Nicolau Copérnico fez com a astronomia retirando a
terra do centro do universo – leva àquela dedução sublime acerca da dignidade da pes-
soa: a razão humana. Isto se justifica em função de que somente o ser humano, dotado
de racionalidade, pode produzir conhecimento acerca dos objetos. E, ademais, que algo
possuidor de tamanha possibilidade deve ser melhor apreciado e valorizado. Desta ma-
neira, nascia, então, no pensamento ocidental moderno, a idéia de vida maior que a vi-
vência, isto é, vida com sentido, com qualidade, enfim, com dignidade. Tatiana Martins
ressalta: ―a questão da dignidade humana assume, em Immanuel Kant, uma perspectiva
moral imperativa‖.
Não é exagero dizer que foi, sem dúvida, a partir desta pequena premissa, que se cons-
truíram grandes pilastras da dignidade humana contemporânea. Pois, se o homem é do-
tado de razão e, por conseqüência, um fim em si mesmo, ele deve ser colocado como
epicentro de todas as relações da existência. E, como centro, deve ter garantidas as
condições necessárias a esta sua existência. Tais condições, reunidas, compõem a digni-
dade da pessoa humana. Kant expressa isso: ―os seres racionais denominam-se pessoas
porque sua natureza os distingue já como fins em si mesmos, ou seja, como algo que
não pode ser empregado como simples meio‖.
(http://www.domalberto.edu.br/gradu/Producao_docente/CASSIANO_BORGES_%20P
ERSPECTI-
862
VAS%20DO%20PRINC%CDPIO%20CONSTITUCIONAL%20DA%20DIGNIDADE
%20DA%20PESSOA%20HUMANA.pdf)
15. Ponto 15
Resposta:
CF, Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no
mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presi-
dente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades
da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
863
15.2. Direito Tributário
Resposta:
Não pode ser estendida nesse caso. Na ADPF n. 46, o STF deu interpretação conforme à
Constituição à legislação de regência dos CORREIOS para restringir o privilégio postal
às atividades de recebimento, transporte e entrega, no território nacional, e a expedição,
para o exterior, de carta, cartão-postal e de correspondência agrupada, além da fabrica-
ção, emissão de selos e de outras fórmulas de franqueamento postal, de modo que as
demais atividades econômicas por ela exploradas (ex. remessa de valores, encomendas e
objetos) continuam abertas à livre iniciativa, podendo ser exploradas pelos demais agen-
tes competidores.
Resposta:
Com relação às obrigações acessórias, o parágrafo único do art. 175 do CTN dispõe que
―a exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias,
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente‖.
Neste particular, portanto, parece não haver diferença entre os institutos.
Resposta:
Resposta:
Isenção heterônoma seria a isenção concedida por um ente federativo maior com relação
a tributo de competência de um ente menor. O art. 151, III, da Constituição veda ex-
pressamente à União ―instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios‖.
Um caso específico na CF está previsto no art. 236, §2°, que confere à União competên-
cia legiferante para disciplinar através de normas gerais a fixação de emolumentos, po-
dendo, segundo a jurisprudência, dispor inclusive sobre isenções (TRF4, INAC
2002.71.05.009114-2, Corte Especial, DJ 30/11/2007).
Resposta:
De qualquer forma, entendo pertinente relembrar que o art. 111 do CTN dispõe que a
outorga de isenção deve ser interpretada ―literalmente‖, o que, mais precisamente, signi-
fica interpretação estrita, restritiva ou pelo menos de forma não extensiva. Nesse senti-
865
do: (AMS 200570080000990, DIRCEU DE ALMEIDA SOARES, TRF4 - SEGUNDA
TURMA, DJ 10/05/2006 PÁGINA: 640.)
Resposta:
Segundo o art. 104, III, do CTN, a revogação de isenção deve observar o princípio da
anterioridade. No entanto, grande parte da doutrina e da jurisprudência entendem que a
revogação de isenção ou de benefício fiscal não se submetem à anterioridade.
Resposta:
866
8) Que cautela que existem em relação às isenções de ICMS? Os estados-membros
podem livremente isentar?
Resposta:
9) Qual seria a justificativa política para a regra no CTN de que a isenção se interpreta
literalmente?
Resposta:
Segundo Regina Helena Costa (in Curso de Direito Tributário, Saraiva, 2009, p. 164), a
previsão do art. 111 do CTN justifica-se pelo fato de o padrão em nosso sistema ser a
generalidade da tributação, devendo-se prestigiar os princípios da isonomia e da legali-
dade. Há de se ter em conta, também, que a isenção tributária geralmente se pauta por
questões de conveniência política, de modo que eventual atuação supletiva do Judiciário
poderia não só importar em violação ao princípio da separação dos poderes, como tam-
bém poderia acabar alargando o campo da regra isentiva para situações que a juízo do
ente tributante não mereceriam tratamento privilegiado.
10) Se o legislador pretender atingir o tributo, ele deve optar por anistia ou omissão?
Resposta:
Não entendi a pergunta. Não seria ―se o legislador pretender extinguir o tributo, ele deve
optar por anistia ou remissão‖? A resposta seria remissão, eis que a anistia, como já
dito, constitui no perdão de infrações à legislação tributária.
11) Qual a diferença entre anistia e remissão? A remissão pode atingir, em tese, o pró-
prio tributo?
Resposta:
867
A remissão não só pode como atinge o próprio tributo, eis que a remissão constitui jus-
tamente hipótese de perdão do tributo.
13) Como se dar a devolução do que foi arrecadado a título de empréstimos compulsó-
rios?
Resposta:
Na mesma espécie.
14) Poderia existir uma lei retardando a devolução dos valores, ou a lei que institui o
empréstimo compulsório vincularia o legislador?
Resposta:
Não sei a resposta, e, mesmo depois de muito pesquisar, ainda assim não a encontrei.
Peço desculpas aos colegas.
15) Há exceções no que concerne à imunidade constitucional, no que diz respeito ape-
nas a impostos? Ou outros tributos também podem ser abarcados?
Resposta:
No entanto, há outras hipóteses espalhadas pelo texto constitucional que dizem respeito
a outras modalidades, como por exemplo: art. 195, §7° (contribuições sociais); 5°, XX-
XIV (taxas); art. 149, §2°, I (contribuições interventivas).
868
16) Quem pode instituir empréstimo compulsório? E a receita é vinculada? Integram o
patrimônio da União ou não?
Resposta:
17) LC é vinculante ao próprio legislador ou ele pode refazer esta lei, procrastinando a
devolução dos valores arrecadados a título de empréstimos compulsórios?
Resposta:
Não sei a resposta, e, mesmo depois de muito pesquisar, ainda assim não a encontrei.
Peço desculpas aos colegas.
Resposta:
I - O CTN em seu artigo 16 declara que "imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato
gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte". Assim, o imposto é um tributo não vinculado, enquanto a taxa é devida
pela prestação do serviço publico específico, conforme disposição a seguir. II- O artigo
78 do CTN e o artigo 145, inciso II, da Constituição Federal, preveem que as taxas são
tributos, cujo fato gerador é configurado por uma atuação estatal específica, que pode
consistir no exercício regular do poder de polícia ou na prestação de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ou postos à disposição do contribuinte. III - O artigo
79, II, do CTN dispõe que o serviço público será específico quando possa ser destacado
em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade pública, e divi-
sível, quando suscetível de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus
usuários. IV - Em relação à taxa de iluminação pública, aquela Egrégia Corte sumulou a
questão, através do enunciado nº 670, de sua Súmula de Jurisprudência, senão vejamos:
―O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa‖. Entendeu,
pois, que o fato gerador da taxa de iluminação pública é a prestação de um serviço pú-
blico não específico, imensurável e insuscetível de ser individualizado a cada contribu-
869
inte, razão pela qual deve ser custeado por meio de arrecadação de impostos gerais, e
não por meio de taxa. (...)
(AC 199951010786733, Desembargadora Federal SANDRA CHALU BARBOSA,
TRF2 - TERCEIRA TURMA ESPECIALIZADA, DJU - Data::17/06/2009 - Pági-
na::68.)
19) E em relação à taxa de limpeza pública, das vias públicos, ela seria inconstitucio-
nal?
Resposta:
20) Emolumentos cobrados por despesas notariais e de registros qual seria a natureza
jurídica?
Resposta:
Resposta:
Sim. Abaixo.
Resposta:
Art. 178 do CTN - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de deter-
minadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, obser-
vado o disposto no inciso III do art. 104.
23) Imunidade sobre livros, as fitas de vídeo, de conteúdo didático fazem jus à esta
imunidade?
Resposta:
871
CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA - PRODUTO
COMPOSTO DE LIVRO, CDs E FITAS DE VÍDEO - APLICABILIDADE DA IMU-
NIDADE AOS LIVROS. I - A imunidade tributária sobre livros, jornais e periódicos é
objetiva. Seu fundamento é político e cultural; II - A liberdade de expressão do pensa-
mento e a disseminação da cultura inspiraram o legislador constituinte a erigir in casu o
livro à condição de material imune à tributação; III - O fato dos livros fazerem parte de
coleção e virem embalados em conjunto a CDs e fitas de videocassetes não impedem a
incidência da imunidade objetiva conferida pela Constituição Federal no art. 150, inc.
VI, letra ''d''; IV - Ainda que agregadas a outras mercadorias, o livro não perde a carac-
terística que o identifica; V - A despeito de a autoridade coatora afirmar que os CDs e as
fitas de videocassetes determinam a essencialidade do produto final, é facilmente verifi-
cável através dos documentos trazidos à colação pela impetrante que o valor unitário
dos fascículos superam em muito o das demais mercadorias integrantes do respectivo
conjunto; VI - Apelação parcialmente provida para que seja concedida a segurança, de-
terminando sejam excluídos da base de cálculo dos impostos exigidos pela autoridade
aduaneira os valores relativos a livros. (AMS 9902112633, Desembargador Federal
NEY FONSECA, TRF2 - PRIMEIRA TURMA, DJU - Data::20/11/2001.)
24) Se a União criar tributo com base na competência residual, ela tem que passar al-
guma coisa para estados e municípios?
Resposta:
CF, Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: (...) II - vinte por cento do
produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência
que lhe é atribuída pelo art. 154, I.
Resposta:
872
26) A técnica da substituição tributária se aplica a empréstimos compulsórios ou a ta-
xas?
Resposta:
Resposta:
Sim.
A isenção, como já dito acima, constitui uma modalidade de exclusão do crédito tributá-
rio, tratada pela doutrina ora como dispensa de pagamento de tributo (ex. Rubens Go-
mes de Souza, Cassone, entre outros), ora como benefício legal que restringe o antece-
dente ou o consequente da norma tributária impositiva.
Já a não incidência decorre não de uma norma excludente, mas muito ao contrário, da
simples ausência de lei instituidora de tributo sobre determinada situação fática em
princípio abrangida pela base econômica de tributação (norma constitucional concessiva
de competência tributária). Ou seja, a não incidência decorre do fato de o legislador não
instituir o tributo sobre a totalidade de sua base econômica.
É importante saber essa diferença na medida em que a legislação prevê uma série de
limitações à instituição e interpretação de isenções, que, por incompatibilidade lógica,
não se aplicam à não incidência.
Resposta:
Não. A anistia, que consiste no perdão de infrações à legislação tributária, não pode
abranger atos qualificados na lei como crimes ou contravenções, conforme expressa-
mente disposto no art. 180, I, do CTN.
Resposta:
Não vejo discricionariedade na cobrança, ao menos não na extensão que tal conceito
assume no âmbito do Direito Administrativo (possibilidade de eleição de uma ou outra
via, por critérios de exclusiva conveniência político-administrativa).
A taxa, como se sabe, constitui um tributo, isto é, uma prestação pecuniária compulsória
cobrada em lei e instituída mediante atividade administrativa vinculada. E, sendo com-
pulsória e cobrada mediante atividade administrativa, tem-se que apenas os entes políti-
cos detêm competência para a sua instituição e apenas pessoas jurídicas de direito pú-
blico podem ser eleitas pela lei como o sujeito ativo (dotado de capacidade tributária
ativa). Logo, pessoas jurídicas de direito privado, inclusive as integrantes da Adminis-
tração Indireta, não podem instituir nem ‗cobrar‘ (ser credor) taxas, ainda que eventu-
almente prestem serviços públicos específicos e não divisíveis.
Ademais, não é toda atividade pública que se compadece com o regime inerente às ta-
xas. Em linhas gerais, a instituição das taxas é mais afeita aos serviços públicos de utili-
zação compulsória ou do qual, de qualquer maneira, o indivíduo não possa abrir mão
(ao menos no que se refere à disponibilização). Já o preço público está associado a ser-
viços públicos em que está presente a voluntariedade.
De tudo isso se percebe que a instituição de taxas ou de preços públicos depende não
apenas do ente instituidor como também da natureza do serviço prestado, ora prevale-
874
cendo um ou outro critério. Vale a pena a leitura do voto do Min. Moreira Alves no RE
n. 89.876/RJ, em que faz uma diferenciação bem coerente entre ―serviços públicos pro-
priamente estatais‖ (remunerados mediante taxa e indelegáveis), ―serviços públicos es-
senciais‖ (remunerados mediante taxa) e ―serviços públicos não essenciais‖ (remunera-
dos mediante preço público).
01) Uma entidade de benefício assistencial tem três imóveis, sendo um sua sede e os
outros dois alugados. Um dos aluguéis é usado para as despesas da associação, mas o
outro é usados para dividir pro labore entre os associados. Esses imóveis ficam sujeitos
ao pagamento do IPTU?
Resposta:
O imóvel de sua sede goza de imunidade constitucional, por integrar patrimônio de ins-
tituição de assistência social inevitavelmente afetado a finalidade a ela essencial (afinal,
trata-se da sede), contanto, é óbvio, que atendidos os requisitos da lei.
O mesmo sucede com o imóvel alugado a terceiro cuja renda é destinada ao pagamento
de despesas de associação. É que, conquanto esteja alugado e afetado a interesse de ter-
ceiros, a celebração de contrato de aluguel não caracteriza desvio de finalidade, mesmo
porque, como dito, a renda daí decorrente continua sendo aplicada na manutenção da
própria entidade. Nesse sentido é a Súmula n. 724 do STF.
Já em relação ao último imóvel – aquele que é usado para o pagamento de pro labore – a
situação é mais complexa, e pela forma com que foi elaborada a pergunta, parece que a
imunidade não se aplica, face ao óbice do art. 14, I, do CTN, que condiciona a imunida-
de à não distribuição de qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qual-
quer título. Guardo reservas com relação a esse entendimento, ao menos para todo e
qualquer caso, mas deixo de me manifestar para não ultrapassar o limite de linhas esti-
pulado.
Resposta:
Resposta:
Em tese sim. Isso porque, mesmo que mediante a previsão de uma alíquota módica, a
instituição de mais um tributo pode significar o fato crucial para se atingir patamares de
―insuportabilidade da carga tributária‖. Melhor explicando, considerando que a identifi-
cação do efeito confiscatório deve ser feita em função da totalidade da carga tributária,
pode acontecer que um tributo a mais, ainda que em patamares módicos, pode atingir
esse grau de saturação e configurar de uma vez o efeito confiscatório. Repita-se: em
tese.
Resposta:
876
05) A união pode tributar diferentemente os rendimentos decorrentes de título por si
emitido daqueles emitidos por Estados?
Resposta:
Não. De acordo com o art. 151, II, da Constituição, é vedado à União ―tributar a renda
das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (...)
em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações (...)‖.
Resposta:
Trata-se, pois, em alguma instância, de uma garantia que tem por escopo impedir que o
legislador impeça ou dificulte pela via da tributação algum direito fundamental ou pre-
ceito institucional considerado fundamental à ordem política e social brasileira.
07) Discorra sobre a imunidade recíproca e se ela abrange empresas públicas e socie-
dade de economia mista.
Resposta:
Resposta:
A isenção, como já dito acima, constitui uma modalidade de exclusão do crédito tributá-
rio, tratada pela doutrina ora como dispensa de pagamento de tributo (ex. Rubens Go-
mes de Souza, Cassone, entre outros), ora como benefício legal que restringe o antece-
dente ou o consequente da norma tributária impositiva.
Já a não incidência decorre não de uma norma excludente, mas muito ao contrário, da
simples ausência de lei instituidora de tributo sobre determinada situação fática em
princípio abrangida pela base econômica de tributação (norma constitucional concessiva
de competência tributária). Ou seja, a não incidência decorre do fato de o legislador não
instituir o tributo sobre a totalidade de sua base econômica.
09) No que concerne às empresas públicas e sociedades de economia mista, essas en-
tidades são beneficiadas pela imunidade tributária da Constituição?
Resposta:
878
15.3. Direito Administrativo
Resposta:
Uma distinção que me lembro diz respeito à possibilidade de a ANATEL e a ANP cele-
brarem contratos de concessão. Não sei, contudo, se isso seria uma peculiaridade inexis-
tente em relação a todas as demais agências reguladoras.
Resposta:
Resposta:
ANEEL, ANP, ANATEL, ANVISA, ANA, ANTAQ, ANCINE, ANAC, CADE, CVM,
entre outros.
Resposta:
Regime estatutário, nos moldes a que submetem as autarquias de um modo geral. Inici-
almente, a Lei n. 9.986/2000 previa o regime de emprego público, de caráter trabalhista,
regulado pela CLT. Esse diploma, no entanto, foi derrogado pela Lei n. 10.871/2004,
que, alterando as normas relativas ao regime de servidores, instituiu o regime estatutá-
rio.
879
15.3.1.2. Questões do TRF2
Resposta:
De um modo geral, o processo regulatório abrange: (a) aprovação das normas pertinen-
tes (leis, regulamentos, códigos de conduta, etc.); (b) implementação concreta das refe-
ridas regras (autorizações, licenças, injunções, etc.); (c) fiscalização do cumprimento; e
(d) punição das infrações. É por a regulação conjugar esses três tipos de poderes – um
normativo, um executivo e um parajudicial – que a doutrina norte-americana refere as
‗comissões reguladoras independentes‘ como um concentrado dos três poderes típicos
do Estado (Legislativo, Executivo e Judicial).
Resposta:
Já respondida acima.
Resposta:
Autarquia federal (art. 8° da Lei n. 4.595/64) sob regime especial, vinculada ao Ministé-
rio da Fazenda.
O Banco Central do Brasil foi criado pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964. É o
principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e responsável por
880
garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por principais atribuições: Dentre
suas atribuições estão: emitir papel-moeda e moeda metálica; executar os serviços do
meio circulante; receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições fi-
nanceiras e bancárias; realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições
financeiras; regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros pa-
péis; efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais; exercer o contro-
le de crédito; exercer a fiscalização das instituições financeiras; autorizar o funciona-
mento das instituições financeiras; estabelecer as condições para o exercício de quais-
quer cargos de direção nas instituições financeiras; vigiar a interferência de outras em-
presas nos mercados financeiros e de capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros
no país.
Resposta:
Tendo em vista, porém, que muitas dessas atividades que seriam transferidas envolviam
algum interesse ou utilidade pública, fazia-se necessário que fossem criados ór-
gãos/entidades reguladores.
Foi nesse contexto que surgiram as agências reguladoras, entidades autárquicas com
funções eminentemente de controle de setores regulados, influenciadas pelo regime nor-
te-americano das independent agencies e, em parte, pelo regime francês das autorités
administratives indépendantes.
881
Resposta:
Resposta:
Uma primeira posição, de que é adepto Hely Lopes Meirelles por exemplo, defende a
sua existência como decorrentes dos poderes implícitos da Administração. Outros, a
exemplo dos Profs. Celso A. Bandeira de Mello e José dos Santos Carvalho Filho, en-
tendem que os regulamento autônomo não tem cabimento no ordenamento jurídico pá-
trio, tendo em vista que a Constituição atribui ao Chefe do Executivo o poder de editar
atos normativos para a fiel execução das leis.
Resposta:
Essa expressão pode estar associada a diferentes institutos.
882
Pode ser empregada, por exemplo, aludindo a uma técnica pela qual o Estado-membro
confere parametricidade às normas, que, embora constantes da Constituição Federal,
passam a compor, formalmente, em razão da expressa referência a elas feita, o "corpus"
constitucional dessa unidade política da Federação, o que torna possível erigir-se, como
parâmetro de confronto, para os fins a que se refere o art. 125, § 2º da Constituição da
República, a própria norma constitucional estadual de conteúdo remissivo. (ADPF 100-
MC/TO, Rel. Min. CELSO DE MELLO, "in" Informativo/STF nº 532/2008)
Também pode, no entanto, ser empregada como uma referência a uma espécie de dele-
gação normativa, nos moldes do seguinte excerto extraído de estudo jurídico da lavra do
Senado Federal (http://www.fndc.org.br/arquivos/Estudo244.pdf): "Vidalvo da Costa
Filho, com base na doutrina de Eduardo García de Enterría e Tomás-Ramón Fernández
elenca três tipos de delegação de poderes normativos: a delegação receptícia, a remissão
normativa e a deslegalização4. A primeira hipótese consiste na delegação de poderes do
Legislativo ao Executivo para a elaboração de normas com força de lei sobre conteúdo
previamente determinado pelo poder delegante. No ordenamento jurídico brasileiro,
essa espécie se materializa nas leis delegadas previstas no art. 59, inciso IV, e 68 da
Constituição Federal. Já a remissão normativa caracteriza-se pelo reenvio da lei a uma
normatização ulterior, com hierarquia inferior à lei material e em caráter complementar
a esta, isto é, sem força de lei, que deverá ser elaborada pela Administração ao executar
sua função5. É o que ocorre com os decretos regulamentares expedidos pelo Presidente
da República, nos termos do art. 84, inciso IV, da Lei Maior. Por fim, a deslegalização,
na definição de Maurice Hauriou, é a retirada, pelo próprio parlamento, de certos assun-
tos pertencentes ao domínio da lei material (domaine de la loi), passando-os ao domínio
do regulamento (domaine de l‘ordonance)6."
Tomando por base esse último sentido, tem-se que a remissão normativa é admitida no
direito pátrio, desde que para fins de mera complementação e regulamentação de lei
preexistente, ou seja, desde que não implique em renúncia por parte do Legislativo
quanto à sua função legislativa, nem desvirtuamento das competências atribuídas a cada
qual dos Poderes da República.
Resposta:
Regulamentos jurídicos são aqueles que fixam diretrizes sobre relações de supremacia
geral, ou seja, aos quais se ligam todos os particulares ao Estado (p. ex., o uso do poder
de polícia), voltando-se para fora da Administração Pública.
Resposta:
Competência ou poder é a prerrogativa conferida à Administração de editar atos gerais
para complementar as leis e permitir a sua efetiva aplicação. Trata-se, pois, de um poder
que encerra função normativa, análoga porém não coincidente com a "função legislati-
va", e dela se diferencia por ser de natureza derivada, exercitável com base e nos limites
de lei preexistente.
05) Poder normativo das agências reguladoras, qual a natureza dentre as várias espé-
cies de regulamentos?
Resposta:
Como repetidamente dito anteriormente, o poder normativo das agências reguladoras
costuma ser denominado de "poder regulador", caracterizando-se por ser mais amplo do
que um simples poder regulamentar, eis que não se limita a especificar leis preexisten-
tes, como também dispõe primariamente sobre os aspectos técnicos da regulação, ob-
servando alguns parâmetros legais e genéricos preexistentes. Está associado a um fenô-
meno relativamente recente e que tem sido denominado de "desregulação", de "degra-
dação do grau hierárquico" ou de "delegação com parâmetros".
884
Resposta:
A atuação do Tribunal de Contas da União - TCU no controle externo das agências re-
guladoras fundamenta-se na competência definida pela Constituição Federal nos artigos
70 e 71, especialmente no que se refere à realização de auditorias operacionais e à pres-
tação de contas de pessoas que gerenciem bens e valores públicos pelos quais a União
responda.
O controle externo sobre a atuação das agências reguladoras é realizado para verificar a
legalidade, a eficiência, a transparência e a melhoria da gestão do setor de infraestrutura
federal, principalmente quando decorre da atuação das agências reguladoras e dos entes
responsáveis pela formulação de políticas públicas e pelo planejamento da expansão e
da operação dos serviços.
Para fiscalizar e acompanhar o desempenho dos entes que atuam na regulação dos seto-
res de energia elétrica; petróleo, gás e biocombustíveis; transporte terrestre; transporte
aquaviário; telecomunicações; aviação civil e saúde suplementar, o TCU possui duas
Secretarias de Fiscalização de Desestatização e Regulação – Sefid 1 e Sefid 2.
Predomina, em todo caso, o entendimento de que a fiscalização exercida pelo TCU não
pode adentrar o campo material da atividade desempenhada pelas agências. Conquanto
legítima e constitucionalmente estabelecida, a fiscalização deve limitar-se aos aspectos
relacionados à gestão de recursos públicos, sob pena de ferir-se a autonomia das autori-
dades reguladoras, bem como o princípio da separação dos poderes.
Resposta:
Já respondida anteriormente.
885
08) Fale sobre a abrangência do controle da agencias reguladoras.
Resposta:
Toda autarquia é submetida a controle pela Administração Direta por parte da pessoa
política a que é vinculada. Esse controle é denominado de "tutela administrativa", tendo
o DL 200/67 denominado de "supervisão ministerial", ao dispor textualmente que "todo
e qualquer órgão da administração federal, direta ou indireta, está sujeito à supervisão
do Ministro de Estado competente".
Esse controle abrange aspectos políticos (escolha dos dirigentes, passível de sabatina
pelo SN), institucionais (consecução dos fins da pessoa política instituidora), adminis-
trativos (fiscalização dos agentes e rotina administrativa) e financeiros. Admite-se, in-
clusive, a interposição de recurso hierárquico impróprio em determinadas circunstân-
cias.
Resposta:
Destinam-se a exercer atividade estatal que, para melhor desenvoltura, deve ser descen-
tralizada e, por conseguinte, afastada da burocracia administrativa central.
Ao adquirirem essa qualificação, passam a dispor de maior autonomia e disponibilidade
de recursos orçamentários e financeiros, até para que possam cumprir as metas traçadas
e os seus objetivos institucionais.
Resposta:
Não, porque a coisa que se subtrai, nesse caso, é "própria" e não "alheia", como exige o
art. 155 do CP.
886
Em tese, pode configurar, porém, exercício arbitrário das próprias razões (Art. 345 -
Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo
quando a lei o permite).
Resposta:
Se a coisa não é de ninguém, não tendo legítimo dono, não pode ser objeto de furto, por
não ser "alheia". O mesmo sucede com a coisa abandonada, que também constitui coisa
sem dono (art. 1245, III, do CC).
Coisa "perdida", contudo, não é coisa sem dono, podendo ser objeto de furto. O art.
1.233 do CC depõe nesse sentido: Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida
há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor.
Resposta:
Resposta:
Na apropriação indébita o agente se apodera de uma coisa que já se encontra sob sua
posse. Há apenas uma inversão da qualidade de uma posse que já existia.
No furto, diferentemente, o agente subtrai uma coisa alheia que não se encontrava sob
sua posse. Ocorre uma inversão da titularidade da posse.
887
Resposta:
Para significativa parcela da doutrina, quando o agente faz uso do documento falso para
praticar um estelionato haveria um único crime, ora de estelionato, ora de uso de docu-
mento falso.
Para uma primeira corrente, considerando o fato de que o delito de falsificação de do-
cumento público possui pena superior à do crime de estelionato, sendo, portanto, mais
grave, seria o estelionato absorvido pelo uso de documento falso. Para essa corrente o
estelionato seria, portanto, um pós-fato impunível.
Para a segunda corrente também haveria crime único, defendendo-se, contudo, que o
estelionato absorve o uso de documento falso. Este, portanto, seria um antefato impuní-
vel. Nesse sentido o Superior Tribunal de Justiça, através da súmula 17 afirma "Quando
o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva é por este absorvido".
A terceira corrente defende que quando o agente faz uso de documento falso para prati-
car o estelionato há um concurso material de crimes, visto que haveria uma pluralidade
de comportamentos. Nesse sentido aduz Damásio de Jesus "Se o agente quer falsificar
um documento público e, com ele, cometer estelionato, cremos que não se pode falar
em unidade de ideação"
A última corrente que analisa o conflito entre o crime de estelionato e o crime de uso de
documento falso, afirma haver um concurso formal de crimes.
d. Quando o Código Penal diz crime da mesma espécie, o que quer dizer?
888
e. Trace um paralelo entre reiteração criminosa x crime continuado.
Resposta:
C. Entre os furtos sim, na minha opinião. Entre a bicicleta e os furtos não, por se trata-
rem de crimes que não são da mesma espécie.
D. Mesmo tipo delitivo. Há, porém, julgados recentes reconhecendo a continuidade de-
litiva entre apropriação indébita previdenciária e sonegação de contribuição previdenci-
ária, conquanto não integrem o mesmo tipo.
Há na doutrina, ainda, quem sustente que o crime continuado constitui um crime único,
posição essa que, caso adotada, implicaria em outra distinção frente à reiteração crimi-
nosa.
2) Crime continuado em crime de estupro (Art. 213, do CP). Como está a questão atu-
almente do ponto de vista legal e jurisprudencial.
Resposta:
"A vigência da Lei nº 12.015, de 2009, em sua nova redação dada ao art. 213 (revogado
o art. 214), unificou as figuras típicas do estupro e atentado violento ao pudor. III. A
jurisprudência sedimentou o entendimento de que a Lei n.º 12.015/09 permite o reco-
nhecimento da continuidade delitiva entre os delitos de estupro e atentado violento ao
pudor, por serem da mesma espécie, se presentes os requisitos elencados no art. 71 do
Código Penal. Precedentes do Supremo Tribunal Federal e deste Superior Tribunal de
889
Justiça." (HC 193.882/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado
em 07/02/2012, DJe 14/02/2012)
Mesmo antes do advento da Lei n. 12.015, de 7/8/2009, a Sexta Turma já tinha o enten-
dimento no sentido da possibilidade de continuidade delitiva entre as condutas de estu-
pro e atentado violento ao pudor quando preenchidos os requisitos do art. 71 do Código
Penal.(HC 144.771/MS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA,
julgado em 22/11/2011, DJe 06/02/2012)
3)Há continuidade delitiva entre homicídio contra várias vítimas? Se sim, dê exemplo.
Resposta:
Art. 71, parágrafo único, CP: Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos
com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade,
os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e
as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave,
se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75
deste Código.(Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984
Resposta:
Em tese, poderia caracterizar furto (subtração) com pós-fato impunível (uso), ou esteli-
onato (uso) com ante-fato impunível.
Estou com a segunda hipótese. O furto do cartão de crédito, por si só, não tem qualquer
finalidade senão a sua posterior utilização. A subtração, portanto, constitui apenas o
meio necessário para a consecução do objetivo real do agente, que é de obter vantagem
ilícita mediante a sua posterior (e fraudulenta) utilização.
Em sentido próximo:
890
Na hipótese dos autos vislumbro a escorreita aplicação do princípio da consunção, no
que toca à subtração da carteira pessoal da vítima, portando os objetos pessoais posteri-
ormente utilizados fraudulentamente pelo apelante ao angariar inescrupulosamente van-
tagem indevida para si. XII - A materialidade do delito do art. 171, do CP, em continui-
dade delitiva, restou cabalmente demonstrada, sendo certo que o Laudo Grafotécnico
atestou que as folhas de cheques foram preenchidas e assinadas pelo apelante. Não bas-
tasse, no dia do reconhecimento pessoal do mesmo, foi apreendido o par de tênis, adqui-
rido com a utilização do cartão de crédito da vítima. (ACR 00055682520014036181,
DESEMBARGADORA FEDERAL CECILIA MELLO, TRF3 - SEGUNDA TURMA,
DJU DATA:19/05/2006 ..FONTE_REPUBLICACAO:.)
2) Pode haver concurso material entre os crimes dos arts. 155 e 348 do CP? E se o acu-
sado for absolvido do crime do 155?
Resposta:
Não vejo como admitir o concurso entre os crimes do art. 348 e 155 do CP, ao menos
não num mesmo contexto fático.
Ou o colaborador adere à conduta criminosa inicial, e nesse caso deverá responder como
partícipe do furto, ou ele auxilia o agente depois de o furto já ter sido praticado, e nesse
caso responde unicamente por favorecimento pessoal.
Resposta:
Acredito que sim. Como se sabe, delito de intenção é aquele em que o agente quer e
persegue um resultado que não necessita ser alcançado de fato para a consumação do
crime (tipos incongruentes).
Confira-se: Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal in-
dicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel a-
lheia:
891
15.5. Direito Previdenciário
Resposta:
Resposta:
Para o segurado especial, o benefício será no valor de um salário mínimo, desde que
comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período,
imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao número de meses cor-
respondentes à carência do benefício requerido (art. 39, I, da LBPS).
Resposta:
892
De qualquer modo, segundo o art. 120, §2°, do RPS, o abono anual será pago, em cada
exercício, juntamente com a última parcela do benefício nele devida.
Poderá ser pago de forma parcelada, na forma de ato específico expedido pelo MPS-
INSS. Foi o que se verificou por ocasião dos Decretos n. 6.927/2009 e 7.782/2012. Eis
o art. 1° deste último: Art. 1o No ano de 2012, o pagamento do abono anual de que trata
o art. 40 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, será efetuado em duas parcelas: I - a
primeira parcela corresponderá a até cinquenta por cento do valor do benefício corres-
pondente ao mês de agosto, e será paga juntamente com os benefícios correspondentes a
esse mês; e II - a segunda parcela corresponderá à diferença entre o valor total do abono
anual e o valor da parcela antecipada e será paga juntamente com os benefícios corres-
pondentes ao mês de novembro.
Resposta:
Sim. A proibição de acumulação de benefícios prevista no art. 124 da LBPS não impede
que o beneficiário acumule prestações do RGPS com prestações oriundas de outros re-
gimes, desde que cumprindo os requisitos para o recebimento em cada qual, e desde que
não exista norma proibitiva expressa.
Resposta:
Eis as situações previstas no Anexo do RPS: 1 - Cegueira total. 2 - Perda de nove dedos
das mãos ou superior a esta. 3 - Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores. 4 -
Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível. 5 - Per-
893
da de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível. 6 - Perda de um
membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível. 7 - Alteração das
faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social. 8 - Doença que
exija permanência contínua no leito. 9 - Incapacidade permanente para as atividades da
vida diária.
6) A aposentadoria por invalidez pode ser concedida sem que o trabalhador tenha ad-
quirido todo o tempo de serviço para a aposentadoria. Este aposentado por invalidez
pode exercer outro tipo de atividade?
Resposta:
Não. O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua apo-
sentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno (art. 46 da LBPS).
Resposta:
Não entendi a primeira parte da pergunta. Mas me parece que, mesmo a perícia médica
tendo atestado a recuperação laboral, ainda assim o segurado não é obrigado a retornar
ao trabalho, pois, pela sistemática constitucional pátria, ninguém pode ser compelido a
trabalhar. Por óbvio, com a cessação da suspensão de seu contrato de trabalho, se não se
reapresentar sofrerá as consequências trabalhistas daí decorrentes.
894
Na condição de juiz, manteria a aposentadoria por invalidez se, mesmo recuperado, ain-
da assim não tivesse condições concretas e reais de reingresso no mercado de trabalho.
O raciocínio seria bem próximo do levado a efeito na ementa do seguinte julgado da
TNU: ―Esta TNU tem firmado que ―uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o
trabalho, o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a conces-
são de aposentadoria por invalidez‖ (TNU – Súmula n.º 47). E, nos casos de portador de
HIV, deixou assentado na sessão de 29 de março de 2012, no Rio de Janeiro, que ―‘Esta
Corte tem se orientado no sentido de que o magistrado, na verificação dos requisitos
para a concessão de aposentadoria por invalidez, não está adstrito aos requisitos objeti-
vos legais, devendo verificar, também os aspectos sócio-econômicos do segurado, para
fins de aferição de sua incapacidade laboral‘ (STJ – 6.ª T., AgRg no Ag n.º 1247316
PR, Rel. Min. Maria Thereza De Assis Moura, DJE 17 nov. 2011); e que ‗Para a con-
cessão de aposentadoria por invalidez devem ser considerados outros aspectos relevan-
tes, além dos elencados no art. 42 da Lei n.º 8.213/91, tais como, a condição sócio-
econômica, profissional e cultural do segurado‘ (STJ – 5.ª T., AgRg no REsp n.º
1000210 MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJE de 18 out. 2010)‖ (Cf. TNU
– PEDILEF n.º 2008.71.63.004710-0, Rel. Juiz Federal Alcides Mendonça Lima, j. 29
mar. 2012). - Reconhecida a divergência, e pacificada nesta TNU a tese da necessidade
de verificação dos aspectos socioeconômicos do segurado em casos de portadores de
HIV, e não tendo as instâncias ordinárias examinado as alegações do nesse sentido des-
de a inicial, (...)‖ (PEDIDO 200972540025729, JUIZ FEDERAL JANILSON BEZER-
RA DE SIQUEIRA, DOU 01/06/2012.)
8) O que é desaposentação? Ele aposentou e quer voltar à ativa, ele não está com uma
atividade concomitante, paralela, ele quer voltar, e ai?
Resposta:
Existe controvérsia com relação à necessidade ou não de devolução das parcelas recebi-
das até o desfazimento. No âmbito do STJ, predomina o entendimento de que a renúncia
à aposentadoria projeta efeitos prospectivos, não gerando o dever de devolução. A
TNU, contudo, entendeu diferentemente no julgamento do PEDILEF n.
2006.72.59.001383-7/SC.
895
9) Do que ser trata o auxílio-doença? Precisa ter uma duração mínima? Qual o período
de afastamento que enseja a concessão do benefício?
Resposta:
Não há uma previsão de duração mínima. Não cessará o benefício até que seja dado
como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou,
quando considerado não-recuperável, for aposentado por invalidez (art. 62 da LBPS).
10) O aposentado que volta ao trabalho, desaposenta. Volta a contribuir? E se ele in-
gressar em novo regime sem se aposentar, ou seja, ele pode se filiar a algum regime
previdenciário desaposentado?
Resposta:
O aposentado que volta ao trabalho não desaposenta. Continua recebendo a sua aposen-
tadoria, com a única ressalva de que ―não fará jus a prestação alguma da Previdência
Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabili-
tação profissional, quando empregado‖ (e o salário maternidade, por força do art. 103
do RPS - controvertido).
Não entendi a parte final da pergunta. Não seria ―e se ele ingressar em novo regime sem
se desaposentar‖? Se for isso, não há qualquer impedimento legal a tanto, desde que seja
considerado segurado obrigatório desse novo regime em que ingresse.
11) Qual o termo final da chamada aposentadoria por invalidez? Estas perícias periódi-
cas, se essa aposentadoria por invalidez, se ela decorreu de uma moléstia grave, essa
perícia pode determinar o retorno do beneficiário ao trabalho?
Resposta:
896
A aposentadoria por invalidez deve ser paga ao segurado enquanto permanecer na con-
dição de incapaz e for dado como insuscetível de reabilitação para o exercício de ativi-
dade que lhe garanta a subsistência (art. 42 da LBPS).
O fato de a aposentadoria por invalidez ser decorrente de uma moléstia grave não neces-
sariamente significa que a incapacidade para o trabalho seja permanente. Logo, se al-
gum dia o segurado vier a se reabilitar, o benefício pode ser cessado, sempre lembrando
o que foi dito acima (incapacidade como um fenômeno multidimensional): ―uma vez
reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve analisar as condições
pessoais e sociais do segurado para a concessão de aposentadoria por invalidez‖ (TNU –
Súmula n.º 47); ―para a concessão de aposentadoria por invalidez devem ser considera-
dos outros aspectos relevantes, além dos elencados no art. 42 da Lei n.º 8.213/91, tais
como, a condição sócio-econômica, profissional e cultural do segurado‖ (STJ – 5.ª T.,
AgRg no REsp n.º 1000210 MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJE de 18 out.
2010)‖.
12) Aposentadoria por invalidez pode ser convertida em aposentadoria por idade?
Resposta do Des. não se admite por contribuição, implemento por idade sim, a vanta-
gem seria a não submissão aos exames periódicos.
Resposta:
O art. 55 do RPS dispunha que a aposentadoria por idade poderia ser decorrente da
transformação de aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença, desde que requerida
pelo segurado e observado o cumprimento da carência exigida na data de início do be-
nefício a ser transformado. A vantagem disso estaria não só na não submissão a exames
médicos periódicos, como também possível utilização do fator previdenciário positivo.
Contra: ―A despeito da inexistência de previsão legal expressa, e mesmo tendo sido re-
vogado o dispositivo regulamentar que permitia a conversão (art. 55 do Decreto n.º
3.048/99), não há, em princípio, razão para se negar a possibilidade de transformação de
aposentadoria por invalidez (ou auxílio-doença) em aposentadoria por idade no caso do
segurado que, considerando apenas as contribuições vertidas até a data em que concedi-
do o benefício por incapacidade, preencheu a carência exigida para o ano em que im-
plementada a idade mínima. 2. Nos termos do entendimento pacífico da jurisprudência e
do disposto no artigo 3º da Lei n.º 10.666/2003, o segurado que preenche a carência e
deixa de trabalhar tem direito à aposentadoria por idade quando implementa a idade
mínima, pois os requisitos não precisam ser implementados concomitantemente. O se-
gurado não pode ser prejudicado pelo fato de, depois de cumprida a carência, ter ficado
inválido. Assim, não há razão para negar o direito à conversão da aposentadoria por
invalidez (ou auxílio-doença) em aposentadoria por idade quando o segurado que já
preencheu o requisito carência antes do início do benefício por incapacidade vier a im-
plementar o requisito etário, sob pena de ofensa ao princípio da isonomia e mesmo ao
princípio da razoabilidade. 3. Segundo a interpretação dada pelo e. STJ, o art. 29, § 5º,
da Lei n.º 8.213/91 - que permite que o benefício por incapacidade recebido no período
básico de cálculo de outro benefício (invariavelmente aposentadoria por idade, invalidez
ou tempo de serviço/contribuição) seja considerado no cálculo do salário de benefício
(e, consequentemente, do cálculo da renda mensal inicial) -, só tem aplicação no caso do
art. 55, inciso II, da mesma Lei, ou seja, quando aquele benefício por incapacidade (au-
xílio-doença ou aposentadoria por invalidez) for sucedido por algum período de contri-
buição, de forma a se tornar intercalado entre dois períodos contributivos, o que inocor-
reu no caso concreto. (EI n.º 2008.71.08.007468-9/RS, 3ª Seção, Rel. Des. Federal Cel-
so Kipper, DE em 25-11-2010). 4. Correção, de ofício de erro material na parte disposi-
tiva do julgado quanto ao marco inicial do benefício.‖ (APELREEX
50000961420114047204, JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, TRF4 - SEXTA
TURMA, D.E. 09/03/2012.)
Resposta:
Aposentadoria por invalidez: Art. 46. O aposentado por invalidez que retornar volunta-
riamente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data
do retorno.
A aposentadoria especial também pode cessar com o retorno à atividade, desde que essa
atividade sujeite o segurado aos agentes nocivos que ensejem aposentadoria diferencia-
898
da: Art. 57 § 8º Aplica-se o disposto no art. 46 ao segurado aposentado nos termos deste
artigo que continuar no exercício de atividade ou operação que o sujeite aos agentes
nocivos constantes da relação referida no art. 58 desta Lei. (Includo pela Lei n 9.732, de
11.12.98)
Resposta:
Existe controvérsia com relação à necessidade ou não de devolução das parcelas recebi-
das até o desfazimento. No âmbito do STJ, predomina o entendimento de que a renúncia
à aposentadoria projeta efeitos prospectivos, não gerando o dever de devolução. A
TNU, contudo, entendeu diferentemente no julgamento do PEDILEF n.
2006.72.59.001383-7/SC.‖
899
15.6. Direito Civil
Resposta:
A cessão civil de crédito constitui uma modalidade de transmissão das obrigações, pelo
qual o credor transfere a outrem, no todo ou em parte, a sua posição na relação contratu-
al. Difere da sub-rogação e da novação por não implicar em extinção da dívida, a qual
permanece a mesma, com todos os acessórios e garantias.
A novação também é uma forma de pagamento indireto, em que, porém, ocorre a substi-
tuição de uma obrigação anterior por uma obrigação nova, diversa da primeira. Ou seja,
extingue a dívida originária com todos os acessórios e garantias, salvo estipulação em
contrário (art. 364 do CC). Diferentemente da sub-rogação, a novação implica na cria-
ção de um vínculo jurídico novo e independente do originário.
Resposta:
Ainda que não se responsabilize expressamente, o cedente fica responsável pela exis-
tência do crédito ao tempo em que lhe cedeu (art. 295 do CC). Não se responsabiliza,
porém, pela solvência do devedor (art. 296 do CC), salvo ajuste em contrário; essa ca-
racterística, inclusive, é uma das principais diferenças em relação ao endosso cambiário.
Ou seja, em regra a cessão civil de débito opera efeitos pro soluto, salvo convenção em
contrário (pro solvendo).
900
Resposta:
A cessão pro soluto se dá quando houver quitação plena do débito do cedente para o
cessionário, operando-se a transferência do crédito, que inclui a exoneração do cedente;
a pro solvendo é a transferência de um direito de crédito, feita com intuito de extinguir a
obrigação, que, no entanto, não se extinguirá de imediato, mas apenas se e na medida
em que o crédito cedido for efetivamente cobrado.
Resposta:
Sim.
Já na procuração em causa própria, não é isso que ocorre. O novo devedor é trazido a
critério do próprio mandatário (o devedor originário), dispensando consentimento espe-
cífico do credor.
Resposta:
Na cessão de crédito, o devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competi-
rem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha
contra o cedente.
Se o devedor, notificado da cessão, não opõe, nesse momento, as exceções pessoais que
tiver contra o cedente, não poderá mais arguir contra o cessionário as exceções que e-
ram cabíveis contra o primeiro, como pagamento da dívida, compensação, etc.
901
Poderá, no entanto, alegar contra ambos vícios que, por sua natureza, afetam diretamen-
te o título ou ato, tornando-o nulo ou anulável (ex. incapacidade do agente, erro, dolo,
etc.), mesmo não tendo feito nenhum protesto ao ser notificado.
6) Na circulação das obrigações, existem três institutos civilísticos, quais são eles?
Resposta:
Cessão de crédito, pelo qual o credor transfere a outrem seus direitos na relação obriga-
cional.
Cessão de débito, pelo qual o devedor transfere a outrem a sua posição na relação jurí-
dica, sem acarretar a criação nova e a extinção da anterior.
Resposta:
Porém, é admitida com base no princípio da autonomia privada, que permite às partes a
contratação de negócios jurídicos atípicos, desde que observadas as normas gerais do
CC (art. 425 do CC).
Parece-me que o substabelecimento sem reserva pode ser enquadrado como uma hipóte-
se de cessão de contrato.
Resposta:
Porém, não se pode deixar de mencionar que o Código Civil associa a função social da
propriedade com a proteção ambiental ao dispor, em seu art. 1.228, §1°, que ―o direito
de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e
902
sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei
especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio his-
tórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas‖.
Resposta:
Art. 2o Nos contratos que tenham cláusula de cobertura de eventual saldo devedor resi-
dual pelo FCVS, a transferência dar-se-á mediante simples substituição do devedor,
mantidas para o novo mutuário as mesmas condições e obrigações do contrato original,
desde que se trate de financiamento destinado à casa própria, observando-se os requisi-
tos legais e regulamentares, inclusive quanto à demonstração da capacidade de paga-
mento do cessionário em relação ao valor do novo encargo mensal.
§ 2o Nas transferências dos contratos de financiamento da casa própria que não tenham
cobertura de eventual saldo devedor residual pelo FCVS, e daqueles não enquadrados
na Lei no 8.692, de 1993, aplicam-se as condições previstas no caput e no parágrafo an-
terior.
Resposta:
904
Resposta:
A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamen-
tais de ordenação da cidade expressas no plano diretor (art. 182, §2°, CF).
Resposta:
A Idade Média é conhecida como o período em que se deu a 1ª fase do Direito Comer-
cial, com o ressurgimento das cidades (burgos) e do Renascimento Mercantil. Nessa
época, as regras de direito comercial foram surgindo da própria dinâmica da atividade
negocial, no próprio âmbito das Corporações de Ofício.
Nessa primeira fase, pois, compreende os usos e costumes mercantis observados na dis-
ciplina das relações jurídico-comerciais. Não havia ainda nenhuma participação ‗esta-
tal‘; cada Corporação tinha seus próprios usos e costumes. Essa é a razão por que alguns
autores, inclusive, caracterizam esse período como a fase da codificação privada do di-
reito comercial.
905
2) Discorra sobre o Sistema Francês como antecedente da definição de concepção de
Direito Comercial?
Resposta:
Com o Código Comercial francês de 1808, inaugura-se a segunda fase do direito comer-
cial, agora marcado pela existência de um sistema jurídico estatal destinado especifica-
mente à disciplina das relações jurídico-comerciais.
Nessa época, a doutrina francesa criou a teoria dos atos de comércio para delimitar o
âmbito de aplicação do Código Comercial: o que era tratado pela lei como ato de co-
mércio deveria se submeter ao Código Comercial; o resto, ao Código Civil de 1804. A
mercantilidade, portanto, antes definida pela qualidade do sujeito, passa a ser definida
pelo seu objeto (ato de comércio).
Essa teoria inspirou o nosso Código Comercial de 1850, e predominou no Brasil até o
final do século XX, quando, por inspiração do sistema italiano, passou-se a adotar a
teoria da empresa, pelo qual a incidência do regime jurídico-comercial se pautaria não a
partir do conteúdo do ato praticado, mas sim a partir da forma com que se dá a sua prá-
tica.
3) Fale sobre o sistema Italiano e o Sistema Francês quanto à evolução do Direito Co-
mercial?
Resposta:
A teoria francesa é também denominada de teoria dos atos de comércio e surgiu por
ocasião da vigência do Código Comercial e do Código Civil napoleônico (de 1808 e
1804, respectivamente). Para essa teoria, o que a lei caracterizasse como ―ato do comér-
cio‖ deveria se submeter ao regime jurídico-comercial, e o restante se submeteria à re-
gência do Código Civil. Trata-se, pois, de uma teoria que adotava como critério o con-
teúdo da atividade.
Já a teoria italiana é conhecida como ―teoria da empresa‖, e surgiu mais tarde, na déca-
da de 40 do século passado. Diferentemente da anterior, por essa teoria incidência do
regime jurídico-comercial depende não do conteúdo ou do tipo de atividade, mas sim
da forma com que ela é praticada: qualquer atividade, salvo exceções legais casuística,
desde que exercida empresarialmente (profissionalismo, escopo lucrativo, organização
dos fatores de produção, produção ou circulação de bens e serviços), há que se submeter
ao regime jurídico-comercial.
906
A primeira compõe a segunda fase e a última a terceira fase de evolução do direito co-
mercial.
Resposta:
Resposta:
O Regulamento 737, de 1850, definia os atos de mercancia, nos seguintes termos (art.
19):
Considera-se mercancia:
6) No tempo em que o Direito Comercial era o direito das corporações, pessoas que
praticavam os atos mercancias, existiam juízes para dirimir questões de conflitos, que
juízes eram estes?
Resposta:
907
Sim. Cada Corporação aplicava os seus próprios usos e costumes por meio de cônsules
eleitos por seus próprios associados.
Resposta:
Melhor é a nomenclatura ―direito empresarial‖. Isso porque, nos dias de hoje, com a
adoção da teoria da empresa, o direito comercial não cuida apenas do comércio, mas de
toda e qualquer atividade econômica exercida com profissionalismo, intuito lucrativo e
finalidade de produzir ou fazer circular bens ou serviços (a exemplo, de atividades da
indústria, bancos, prestações de serviços, etc.).
Resposta:
Sim. A unificação que ocorreu operou-se num plano estritamente formal. O Direito
Comercial continuou sendo um ramo dotado de características e princípios peculiares.
Resposta:
908
dimentos arbitrais, de árbitros e da lei aplicável e o seu objetivo de refletir os costumes,
uso e boa prática entre as partes.
Muitos dos principios e regras da Lex mercatoria foram incorporados aos cdigos co-
merciais e civis a partir do início do sculo XIX.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Lex_mercatoria)
Resposta:
Trata-se de um ramo do Direito Privado, haja vista que, a exemplo do Direito Civil,
regula as atividades econômicas e a dinâmica dos agentes produtivos, sem que se possa
falar em necessária presença do Estado ou mesmo de relações de subordinação decor-
rentes da supremacia do interesse público. O interesse público, conquanto inegavelmen-
te presente em relações pertinentes a esse ramo, não se faz presente de forma imediata,
ao menos não a ponto de eliminar a autonomia privada e a autonomia da vontade geral-
mente a elas características.
É bem verdade que, com o Código Civil de 2002, operou-se a unificação parcial do Di-
reito Privado, ao centralizar a regulação da matéria básica e nuclear do direito de em-
presa. No entanto, de acordo com a doutrina amplamente dominante, o que ocorreu foi
uma unificação meramente formal, inapta a eliminar as especificidades materiais do
Direito Empresarial.
Resposta:
De acordo com o art. 966 do Código Civil, considera-se empresário quem exerce profis-
sionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou
de serviços. Resumidamente: ―profissionalmente‖ pressupõe habitualidade; ―atividade
econômica‖ pressupõe intuito lucrativo; ―organizada‖ pressupõe articulação dos fatores
909
de produção (capital, mão de obra, insumos e tecnologia); ―produção ou circulação de
bens e serviços‖ pressupõe destinação ao mercado.
Segundo o parágrafo único, contudo, não se considera empresário quem exerce profis-
são intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de
empresa. A expressão ― de empresa‖ demanda interpretação econômica, devendo ser
analisada sob a égide da absorção da atividade intelectual, de natureza científica, literá-
ria ou artística, como um dos fatores da organização empresarial. (En. 195 do CJF)
Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o
exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as
demais (art. 982). Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a socieda-
de por ações; e, simples, a cooperativa (art. 982, parágrafo único).
1) Dar efetividade às decisões judiciais, duas vertentes, execução contra a fazenda pú-
blica e execução fiscal na busca pela localização dos bens e do devedor. Com a reforma
do CPC, Lei 11.232/2005, que estabeleceu o cumprimento de sentença, com esta re-
forma pode se afirmar que acabou o processo de execução e a sua característica autô-
noma?
Resposta:
Não entendi a primeira parte da pergunta (se é que se trata de uma pergunta).
Porém, não se pode afirmar que acabou com o processo de execução, que permanece em
algumas situações, a exemplo das execuções de título executivo extrajudicial e das exe-
cuções contra a Fazenda Pública.
2) Como juiz federal, prolato uma sentença reconhecendo benefício judiciário em que
a parte recebe benefício previdenciário a maior, este excesso, por si só, constitui um
título extrajudicial para que a fazenda pública nacional entre com execução fiscal?
Resposta:
Se a dívida previdenciária for decorrente de uma demanda judicial, não vejo interesse da
Fazenda Pública em inscrevê-la em dívida ativa e ajuizar ação de execução fiscal, já que
a própria sentença constitui um título executivo judicial. Nesse sentido: "Nas hipóteses
em que o crédito decorre precisamente da sentença judicial, torna-se desnecessário o
procedimento de inscrição em dívida ativa porque o Poder Judiciário já atuou na lide,
tornando incontroversa a existência da dívida" (REsp 1.126.631/PR, Rel. Min. Herman
Benjamin, DJe de 13.11.09).
No entanto, existem alguns créditos que constituem, por sua própria natureza, títulos
executivos extrajudicais, mas que ainda assim a jurisprudência tem admitido a inscrição
em dívida ativa, deixando a critério da Fazenda Pública (ex. Decisões proferidas pelo
TCU). Veja: ―Consoante a orientação jurisprudencial predominante nesta Corte, não se
aplica a Lei n. 6.830/80 à execução de decisão condenatória do Tribunal de Contas da
União quando não houver inscrição em dívida ativa. Tais decisões já são títulos execu-
tivos extrajudiciais, de modo que prescindem da emissão de Certidão de Dívida Ativa -
CDA, o que determina a adoção do rito do CPC quando o administrador discricionaria-
mente opta pela não inscrição.‖ (AgRg no REsp 1322774/SE, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 26/06/2012, DJe
06/08/2012). Mas veja que aqui é diferente, pois abarca título executivo extrajudicial
(decisão TCU) x outro título extrajudicial (CDA).
De qualquer sorte, vale lembrar que mais recentemente o STJ pacificou o entendimento
de que qualquer crédito titularizado pela Fazenda Pública é passível de inscrição, mes-
mo aqueles decorrentes de contratos de caráter eminentemente privado (ex. Cédulas de
crédito - recursos repetitivos, REsp 1.123.539/RS).
911
3) Ao receber uma execução fiscal cuja CDA tenha por base uma dívida previdenciária
que restou num processo de conhecimento, qual seria a sua posição como juiz federal?
Resposta:
Idem acima.
Resposta:
Sendo assim, considerando que cabe ao juiz o controle da execução, entendo que a parte
executada pode se valer da via da exceção de pré-executividade caso o excesso possa
ser comprovado de plano. Mas importa frisar que essa não é a regra (geralmente a ale-
gação de excesso pressupõe dilação probatória).
5) Pode-se substituir uma CDA pela LEF, mas se pode fazê-lo mesmo depois de julgado
o processo?
Resposta:
Não.
912
Nos termos do art. 2°, §8°, da LEF, a CDA pode ser substituída apenas até a decisão de
primeira instância(§ 8º - Até a decisão de primeira instância, a Certidão de Dívida Ativa
poderá ser emendada ou substituída, assegurada ao executado a devolução do prazo para
embargos).
No mesmo sentido é a Súmula n. 392 do STJ: ―a Fazenda Pública pode substituir a cer-
tidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de
correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execu-
ção‖.
6) Pode haver execução com base num título extrajudicial, diretamente contra o sócio
de uma empresa, ou sou obrigado a entrar contra a empresa e depois redirecionar a
execução?
Resposta:
Em regra não, tendo em vista que, a teor do art. 1.024 do CC, a responsabilidade -
quando existente - dos sócios por débitos da empresa é subsidiária, por força do princí-
pio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica.
No entanto, entendo que é possível mover a ação diretamente contra o sócio, caso seja
de alguma forma direta e ou solidariamente responsável pelo débito - e isso reste com-
provado na inicial ou em incidente prévio. O art. 568, V, depõe nesse sentido. Caso,
contudo, a responsabilidade seja subsidiária, acredito que a execução somente pode ser
movida em face do sócio mediante redirecionamento.
913
7) Juizados Federais. Execução contra a fazenda pública. Não há precatório. No caso de
condenação por cálculos, se este limite for extrapolado, anula-se a sentença de ofício e
se remete à Vara Cível?
Resposta:
Nos JEF‘s, não há instância executiva. Transitando em julgado a decisão final, requisi-
ta-se o pagamento. Isso, contudo, não quer dizer que não exista precatório.
Caso a demanda seja da competência dos Juizados, mas a sentença condene em patamar
que supere o valor de alçada (talvez pela incidência de multas, juros, correção, etc.), a
requisição de pagamento se processa de maneira normal, com a única diferença que se
viabilizará mediante formação de precatório.
Logo, não há que se falar em anulação da sentença ou em remessa dos autos às instân-
cias comuns.
Julgado: Compete ao próprio juizado especial cível a execução de suas sentenças inde-
pendentemente do valor acrescido à condenação. (ROMS 200802183417, JOÃO OTÁ-
VIO DE NORONHA, STJ - QUARTA TURMA, DJE DATA:16/06/2010.)
8) A fazenda pública penhorando bens do sócio gerente. Poderia este entrar com exce-
ção de pré-executividade?
Resposta:
Caso o sócio-gerente esteja no pólo passivo da execução, pode ele manejar exceção de
pré-executividade caso haja algum impedimento à medida constritiva demonstrável de
plano e passível de conhecimento de ofício pelo juiz. No entanto, caso não esteja na
demanda, o mecanismo mais adequado seria o dos embargos de terceiro. Nesse sentido:
―A exceção de pré-executividade não se presta a defesa de interesses de terceiros supos-
tamente estranhos a relação a relação processual, visto que tal procedimento esta previs-
to no art. 1046, do Código de Processo Civil.‖ (AG 200802010086578, Desembargado-
ra Federal SANDRA CHALU BARBOSA, TRF2 - TERCEIRA TURMA ESPECIALI-
ZADA, E-DJF2R - Data::07/05/2010 - Página::329.)
Em todo caso, não vejo nenhum impedimento para o manejo da mencionada exceção de
pré-executividade. Conquanto inadequada a via pelo fato de o sócio não compor a rela-
ção jurídico-processual, o manejo da exceção poderia funcionar, dependendo do caso,
como exercício de direito de petição, noticiando ao juiz a presença de irregularidades na
execução (penhora indevida) passível de ser por ele sanada de ofício.
914
9) Como juiz federal numa vara de execução fiscal, como Vossa Excelência se compor-
taria e como a doutrina e a jurisprudência se comportam, com relação à penhora sobre
o faturamento? Existiria um limite a esta?
Resposta:
Admitiria a penhora, desde que esgotados outros meios menos onerosos, e desde que a
penhora recaia sob percentual insuscetível de comprometer o exercício da empresa:
Resposta:
2) Fale sobre o debate na jurisprudência sobre os arts. 185-A do CTN e 655-A do CPC –
penhora online.
Resposta:
2. A execução judicial para a cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias é regida pela Lei 6.830/80 e, sub-
sidiariamente, pelo Código de Processo Civil.
3. A Lei 6.830/80, em seu artigo 9º, determina que, em garantia da execução, o executa-
do poderá, entre outros, nomear bens à penhora, observada a ordem prevista no artigo
11, na qual o "dinheiro" exsurge com primazia.
4. Por seu turno, o artigo 655, do CPC, em sua redação primitiva, dispunha que incum-
bia ao devedor, ao fazer a nomeação de bens, observar a ordem de penhora, cujo inciso I
fazia referência genérica a "dinheiro".
§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total exi-
gível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens
ou valores que excederem esse limite.
§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste
artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja
indisponibilidade houverem promovido." 8. Nada obstante, a partir da vigência da Lei
11.382/2006, os depósitos e as aplicações em instituições financeiras passaram a ser
considerados bens preferenciais na ordem da penhora, equiparando-se a dinheiro em
espécie (artigo 655, I, do CPC), tornando-se prescindível o exaurimento de diligências
extrajudiciais a fim de se autorizar a penhora on line (artigo 655-A, do CPC).
9. A antinomia aparente entre o artigo 185-A, do CTN (que cuida da decretação de in-
disponibilidade de bens e direitos do devedor executado) e os artigos 655 e 655-A, do
CPC (penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira) é superada com a apli-
cação da Teoria pós-moderna do Dialógo das Fontes, idealizada pelo alemão Erik Jay-
me e aplicada, no Brasil, pela primeira vez, por Cláudia Lima Marques, a fim de preser-
var a coexistência entre o Código de Defesa do Consumidor e o novo Código Civil.
10. Com efeito, consoante a Teoria do Diálogo das Fontes, as normas gerais mais bené-
ficas supervenientes preferem à norma especial (concebida para conferir tratamento
privilegiado a determinada categoria), a fim de preservar a coerência do sistema norma-
tivo.
917
11. Deveras, a ratio essendi do artigo 185-A, do CTN, é erigir hipótese de privilégio do
crédito tributário, não se revelando coerente "colocar o credor privado em situação me-
lhor que o credor público, principalmente no que diz respeito à cobrança do crédito tri-
butário, que deriva do dever fundamental de pagar tributos (artigos 145 e seguintes da
Constituição Federal de 1988)" (REsp 1.074.228/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell
Marques, Segunda Turma, julgado em 07.10.2008, DJe 05.11.2008).
12. Assim, a interpretação sistemática dos artigos 185-A, do CTN, com os artigos 11, da
Lei 6.830/80 e 655 e 655-A, do CPC, autoriza a penhora eletrônica de depósitos ou a-
plicações financeiras independentemente do exaurimento de diligências extrajudiciais
por parte do exeqüente.
13. À luz da regra de direito intertemporal que preconiza a aplicação imediata da lei
nova de índole processual, infere-se a existência de dois regimes normativos no que
concerne à penhora eletrônica de dinheiro em depósito ou aplicação financeira: (i) perí-
odo anterior à égide da Lei 11.382, de 6 de dezembro de 2006 (que obedeceu a vacatio
legis de 45 dias após a publicação), no qual a utilização do Sistema BACEN-JUD pres-
supunha a demonstração de que o exeqüente não lograra êxito em suas tentativas de
obter as informações sobre o executado e seus bens; e (ii) período posterior à vacatio
legis da Lei 11.382/2006 (21.01.2007), a partir do qual se revela prescindível o exauri-
mento de diligências extrajudiciais a fim de se autorizar a penhora eletrônica de depósi-
tos ou aplicações financeiras. (...)‖ (REsp 1184765/PA, Rel. Ministro LUIZ FUX,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/11/2010, DJe 03/12/2010)
Recentemente contra: A norma do art. 185-A do CTN não foi afetada pela Lei
11.382/2006, por ser (a do CTN) de hierarquia complementar e esta (que introduziu o
art. 655-A do CPC) de hierarquia ordinária; ademais, o CTN deve ser entendido como o
conjunto de garantias do contribuinte executado pela Fazenda Pública e suas disposi-
ções, ainda que referentes à indisponibilidade de bens, devem ser estendidas aos casos
de penhora eletrônica, ante a regra do art. 620 do CPC, que prevê a execução pelo modo
menos gravoso para o devedor. (EDcl no REsp 1184765/PA, Rel. Ministro NAPOLE-
ÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 30/05/2012, DJe
15/06/2012)
Resposta:
918
cional, a requisição, formação e expedição de eventual precatório (em caso de execução
para pagamento de quantia) somente tem lugar após o trânsito em julgado da decisão
exequenda.
Nos casos, contudo, em que a concessão da liminar for vedada, não é cabível a execução
provisória do julgado, conforme art. 2°-B da Lei n. 9.494/97: Art. 2o-B. A sentença que
tenha por objeto a liberação de recurso, inclusão em folha de pagamento, reclassifica-
ção, equiparação, concessão de aumento ou extensão de vantagens a servidores da Uni-
ão, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive de suas autarquias e
fundações, somente poderá ser executada após seu trânsito em julgado.
―É possível a execução provisória contra a Fazenda Pública quando a sentença não tiver
por objeto a liberação de recurso, inclusão em folha de pagamento, reclassificação, e-
quiparação, concessão de aumento ou extensão de vantagens a servidores da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.‖ (AgRg no Ag 1230687/RJ, Rel. Minis-
tra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em
06/12/2011, DJe 19/12/2011)
Resposta:
Não, até porque a denunciação à lide constitui uma modalidade de intervenção de tercei-
ros incompatível com o processo executivo, por instaurar uma demanda cognitiva inci-
dente em que se discute um suposto direito de regresso.
Resposta:
919
Sim. O art. 40 se aplica aos créditos tributário e não tributários sujeitos a execução fis-
cal.
Resposta:
Em regra não, pois a inscrição de dívida ativa (que dá origem à CDA, título que embasa
a execução fiscal) é prerrogativa de pessoas jurídicas de direito público (arts. 1°e 2° do
CPC).
Confira-se:
Resposta:
O Município, em tese, pode ajuizar execução fiscal, desde que inscreva o débito em
dívida ativa e extraia a competente CDA. No entanto, quando o executado for uma pes-
920
soa jurídica de direito público (Fazenda Pública), a execução não se submete ao rito da
LEF, mas sim ao rito da execução contra a Fazenda Pública, nos moldes do CPC, tendo
em vista as peculiaridades pertinentes à Fazenda Pública (impenhorabilidade dos bens
públicos, pagamento na ordem de requisição de precatórios ou RPV‘s, etc.)
Nesse sentido:
―1. A execução fiscal é espécie do gênero execução extrajudicial, passível de ser ende-
reçada em face da Fazenda Pública. (Súmula 279/STJ: "É cabível execução por título
extrajudicial contra a Fazenda Pública" ). 2. Os processos fiscais intentados contra a
Fazenda Pública devem ser harmonizados com a norma do art. 730 do CPC, diante das
prerrogativas e princípios que ostenta a Administração, principalmente as características
que guarnecem os bens públicos, fazendo-se uma necessária adaptação do procedimento
especial de execução, v.g., impossibilitando a garantia de bens à penhora para o ofere-
cimento dos embargos. Nesse sentido: ―É juridicamente possível a execução contra a
Fazenda, fundada em título executivo extrajudicial (Certidão de Dívida Ativa), observa-
das em seu procedimento as disposições aplicáveis à espécie (art. 730 e seguintes do
CPC).‖ (REsp 100.700/BA, Rel. Ministro DEMÓCRITO REINALDO, DJ 31.03.1997).
Precedentes: (EDcl no REsp 209.539/RJ, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORO-
NHA, DJ 20/02/2006; REsp 642.433/MS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI,
DJ 03/04/2006; AgRg no Ag 404.504/SP, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, DJ
09/09/2002). 2. A doutrina sobre o tema assenta que: ―No Código de 1939, não havia
disciplina específica das execuções contra a Fazenda Pública, limitando-se o legislador
ao texto do parágrafo único do art. 918, restrito aos casos de pagamentos devidos em
virtude de sentença. Quanto aos títulos extrajudiciais, dotados de executividade, cabia-
lhes a ação executiva do art. 298, eliminada no sistema do Código de 1973. A regra do
parágrafo único do art. 918 do Código de 1939, aplicava-se, também, à eventualidade de
alguma ação executiva que pudesse ser ajuizada contra a Fazenda Pública.
Discutia-se sobre a viabilidade dessa ação, no regime anterior, quando a penhora se tor-
nasse inviável, pela inexistência de bens suscetíveis de apreensão judicial. O entendi-
mento curial, em face da natureza da ação executiva, era o que tinha por viável o proce-
dimento ulterior para a obtenção de sentença. A inexistência de penhora, portanto, não
era óbice a que se prosseguisse na ação executiva do art. 298 do Código de 1939, su-
primindo-se, destarte, a apreensão judicial de bens, nos casos de sua eventual propositu-
ra contra a Fazenda Pública, segundo a regra do parágrafo único do art. 918. No Código
de 1973, eliminada a ação executiva e unificada a via executória, já agora hábil tanto
para os casos de sentença condenatória quanto os de títulos extrajudiciais dotados de
executividade, a disciplina do art. 730 atente às particularidades de um processo execu-
tório em que não pode haver a penhora de bens sobre os quais verse a atividade juris-
satisfativa, que lhe é própria.‖ (Celso Neves in: Comentários aos Código de Processo
Civil, vol. VII, arts. 646 a 795, págs. 206/207).
........................
921
―A ação executiva, de que se cogita nos arts. 730 e 731, é a de título judicial ou a de
título extrajudicial. No Código de Processo Civil de 1939, o art. 918, parágrafo único, 1ª
parte, apenas se falava dos pagamentos devidos pela Fazenda Pública, 'em virtude de
sentença'. E não havia, nem há texto constitucional que fosse e seja obstáculo a tal dis-
tinção (Constituição de 1946, art. 204; Constituição de 1967, com a Emenda nº 1, art.
117). Daí ter sido acertado que o Código de 1973, nos arts. 730 e 731, não se referisse à
origem (judicial ou extrajudicial) da dívida da Fazenda Pública.
Se a entidade estatal, que é a devedora, demanda na ação executiva dos arts. 730 e 731,
opõe embargos do devedor, tem-se de aguardar o julgamento, uma vez que houve a sus-
pensão. Nas espécies dos arts.
730 e 731 não houve penhora, nem pode haver. A Fazenda Pública é citada para pagar
ou sofrer as medidas do art. 730, I e II, salvo se opõe embargos do devedor, cujos pres-
supostos são os mesmos que se exigem aos embargos do devedor se o demandado não é
a Fazenda Pública.
(...) Em vez de ser citada a Fazenda Pública para pagar ou sofrer a penhora de seus bens,
há a citação para opor embargos do devedor, ou (entenda-se, a despeito da falta de ex-
plicitude) pagar. Se não opõe embargos do devedor e não paga, o juiz, que deferiu o
pedido da citação na ação executiva de título judicial ou de título extrajudicial, requisita
(precata) o pagamento, por intermédio do Presidente do Tribunal competente.‖ (Pontes
de Miranda in: Comentários ao Código de Processo Civil. Tomo X, arts. 612-735, págs.
470/471).
3. À luz do princípio pas des nullités sans grief, não se decreta a nulidade dos atos sem
o comprometimento para os fins de justiça do processo, mormente quando não há nos
autos prova de prejuízo.
Resposta:
922
tivesse sido antes afastada a imunidade de jurisdição (seja por renúncia, seja por envol-
ver atos de gestão, tais como responsabilidade civil, trabalhador, etc.).
Resposta:
Sim.
O Supremo Tribunal Federal não tem competência para julgar mandado de segurança
impetrado contra decisões de juizados especiais ou turmas recursais. (MS-AgR-ED
26427, JOAQUIM BARBOSA, STF)
923
O Supremo Tribunal Federal, tendo em vista a norma constitucional inscrita no art. 102,
II, "a", da Constituição da República, não dispõe de competência para processar e julgar
recursos ordinários contra decisões denegatórias de mandado de segurança proferidas
por Turmas Recursais vinculadas ao sistema dos Juizados Especiais, pois tais órgãos
judiciários não se qualificam nem se subsumem ao conceito de "Tribunais Superiores".
(RMS-AgR 26259, CELSO DE MELLO, STF)
Resposta:
O EOAB, em seu art. 7°, garante o sigilo da comunicação do advogado e seu cliente, em
homenagem ao princípio da ampla defesa.
Nesse sentido:
Resposta:
A escuta ambiental consiste na gravação de uma conversa não telefônica por um tercei-
ro, com ou sem conhecimento de um dos interlocutores. Já a interceptação telefônica
consiste na gravação de uma conversa telefônica por terceiro sem o conhecimento dos
comunicadores.
Já a escuta ambiental é válida naqueles casos em que não houver causa específica de
sigilo ou reserva de conversação. Está prevista na Lei de Organizações Criminosas (Lei
n. 9.035/95), e depende, para os fins dessa lei, de circunstanciada autorização judicial.
3) Na interceptação telefônica pode haver autorização judicial nos crimes punidos com
detenção?
Resposta:
Não. O art. 2° da lei é expresso no sentido de que a interceptação telefônica não pode
ser decretada para investigação de crime apenado com detenção.
É preciso lembrar, no entanto, que, uma vez decretada a interceptação, pode vir à tona o
cometimento também de um crime punível com detenção. Nesse caso, o aproveitamento
do teor da gravação não constitui prova ilícita, tendo em vista que foi regularmente de-
cretada inicialmente, e tendo em vista, ainda, que, tomando conhecimento de uma práti-
ca delitiva, o Estado possui não só o poder, como também o dever de persecução penal.
Resposta:
Penso que se não for renovado o aludido prazo, a interceptação seria ilícita, obviamente
no que for colhido após o encerramento do prazo.
De qualquer forma, vale lembrar que, a despeito de a Lei n. 9.296/96 prever o prazo de
15 dias (renovável por igual período) para a execução da medida (art. 5°), os Tribunais
Superiores tem admitido sucessivas prorrogações, desde que indispensáveis para a sua
consecução e justificáveis em cada caso concreto.
Resposta:
926
detenção. 2. Agravo Regimental desprovido.
(AI-AgR 626214, JOAQUIM BARBOSA, STF).
Na minha opinião, é possível o aproveitamento mesmo que não haja conexão. Em senti-
do próximo, porém em relação a hipótese em que se tratava de infração futura e não
pretérita: Em princípio, havendo o encontro fortuito de notícia da prática futura de con-
duta delituosa, durante a realização de interceptação telefônica devidamente autorizada
pela autoridade competente, não se deve exigir a demonstração da conexão entre o fato
investigado e aquele descoberto, a uma, porque a própria Lei nº 9.296/96 não a exige, a
duas, pois o Estado não pode se quedar inerte diante da ciência de que um crime vai ser
praticado e, a três, tendo em vista que se por um lado o Estado, por seus órgãos investi-
gatórios, violou a intimidade de alguém, o fez com respaldo constitucional e legal, mo-
tivo pelo qual a prova se consolidou lícita. II - A discussão a respeito da conexão entre o
fato investigado e o fato encontrado fortuitamente só se coloca em se tratando de infra-
ção penal pretérita, porquanto no que concerne as infrações futuras o cerne da contro-
vérsia se dará quanto a licitude ou não do meio de prova utilizado e a partir do qual se
tomou conhecimento de tal conduta criminosa. Habeas corpus denegado.
(HC 200602419935, FELIX FISCHER, STJ - QUINTA TURMA, DJ DA-
TA:14/05/2007 PG:00347.)
Resposta:
Em tese sim, com relação aos crimes apenados com reclusão (art. 2°, III, da Lei n.
9.296/96).
927
ma excepcional, a sua flexibilidade, nos termos da Lei n. 9.296/96, para fins de investi-
gação criminal ou instrução processual penal. 2. Além da necessidade do ilícito em apu-
ração ser apenado com reclusão, o legislador ordinário estabeleceu ainda como critérios
para a utilização da interceptação telefônica, a contrario sensu, a existência de indícios
acerca da autoria ou participação na infração penal, bem como a demonstração de invia-
bilidade de produção da prova por outros meios. 3. Demonstrado, in casu, que a repre-
sentação pela quebra do sigilo telefônico dos pacientes foi deferida antes mesmo dos
sócios da empresa investigada terem sido ouvidos pela autoridade policial, tratando-se
de medida primeva em busca de provas acerca da autoria do ilícito, imperioso o reco-
nhecimento da ilegalidade da medida. SONEGAÇÃO FISCAL. INEXISTÊNCIA DE
CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO TIDO POR SONE-
GADO. IMPOSSIBILIDADE DE REALIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS INVESTI-
GATÓRIOS. PRECEDENTES. ORDEM CONCEDIDA. 1. Conforme entendimento
consolidado nesta Corte, tratando-se de crime de sonegação fiscal, enquanto ausente a
condição objetiva de punibilidade, consistente no lançamento definitivo do crédito tri-
butário tido por sonegado, inviável o deferimento de qualquer procedimento investiga-
tório prévio. 2. Ordem concedida para declarar a nulidade do despacho que atendeu a
representação feita pela autoridade policial, determinando-se a inutilização do material
colhido, nos termos do artigo 9º da Lei n. 9.296/96, devendo as instâncias ordinárias
absterem-se de fazer qualquer referência às informações obtidas pelo meio invalidado.
(HC 200900229512, JORGE MUSSI, STJ - QUINTA TURMA, DJE DA-
TA:14/12/2009 RSTJ VOL.:00217 PG:01011.)
Resposta:
A Lei n. 9.296/96, em seu art. 3°, prevê a possibilidade de a interceptação telefônica ser
decretada de ofício tanto para fins de investigação criminal quanto para instrução pro-
cessual.
928
Essa foi, inclusive, a posição manifestada pela Procuradoria Geral da República nas
ADI‘s 3450 e 4.112.
Resposta:
929
bra de sigilo bancário, fiscal etc., como medidas necessárias à investigação, podem ser
feitas diretamente pelo MP?
Resposta:
Entendo que o Ministério Público detém poder de investigação próprio. E assim entendo
porque as próprias leis orgânicas trazem dispositivos expressos nesse sentido, e não vejo
qualquer privatividade das diligências investigatórias às Polícias (Federal e Civil). A
única privatividade existente diz respeito ao Inquérito Policial, cuja presidência é mes-
mo da exclusiva alçada da autoridade policial, não podendo o Ministério Público con-
duzi-lo. Outro motivo bastante pertinente em favor do reconhecimento de poderes in-
vestigatórios do Ministério Público decorre da teoria dos poderes implícitos, cunhada no
direito americano: se as investigações pré-processuais se destinam à formação do con-
vencimento do Ministério Público, que é o titular da ação penal, e que pode inclusive
requisitar diligências diferentes das encetadas pela autoridade policial, não há por que
não lhe reconhecer iniciativa investigatória.
930
por organismos policiais, será sempre dirigida por autoridade policial, a quem igual-
mente competirá exercer, com exclusividade, a presidência do respectivo inquérito. - A
outorga constitucional de funções de polícia judiciária à instituição policial não impede
nem exclui a possibilidade de o Ministério Público, que é o "dominus litis", determinar
a abertura de inquéritos policiais, requisitar esclarecimentos e diligências investigató-
rias, estar presente e acompanhar, junto a órgãos e agentes policiais, quaisquer atos de
investigação penal, mesmo aqueles sob regime de sigilo, sem prejuízo de outras medi-
das que lhe pareçam indispensáveis à formação da sua "opinio delicti", sendo-lhe veda-
do, no entanto, assumir a presidência do inquérito policial, que traduz atribuição priva-
tiva da autoridade policial. Precedentes. A ACUSAÇÃO PENAL, PARA SER FOR-
MULADA, NÃO DEPENDE, NECESSARIAMENTE, DE PRÉVIA INSTAURAÇÃO
DE INQUÉRITO POLICIAL. - Ainda que inexista qualquer investigação penal promo-
vida pela Polícia Judiciária, o Ministério Público, mesmo assim, pode fazer instaurar,
validamente, a pertinente "persecutio criminis in judicio", desde que disponha, para tan-
to, de elementos mínimos de informação, fundados em base empírica idônea, que o ha-
bilitem a deduzir, perante juízes e Tribunais, a acusação penal. Doutrina. Precedentes. A
QUESTÃO DA CLÁUSULA CONSTITUCIONAL DE EXCLUSIVIDADE E A ATI-
VIDADE INVESTIGATÓRIA. - A cláusula de exclusividade inscrita no art. 144, § 1º,
inciso IV, da Constituição da República - que não inibe a atividade de investigação cri-
minal do Ministério Público - tem por única finalidade conferir à Polícia Federal, dentre
os diversos organismos policiais que compõem o aparato repressivo da União Federal
(polícia federal, polícia rodoviária federal e polícia ferroviária federal), primazia inves-
tigatória na apuração dos crimes previstos no próprio texto da Lei Fundamental ou, ain-
da, em tratados ou convenções internacionais. - Incumbe, à Polícia Civil dos Estados-
membros e do Distrito Federal, ressalvada a competência da União Federal e excetuada
a apuração dos crimes militares, a função de proceder à investigação dos ilícitos penais
(crimes e contravenções), sem prejuízo do poder investigatório de que dispõe, como
atividade subsidiária, o Ministério Público. - Função de polícia judiciária e função de
investigação penal: uma distinção conceitual relevante, que também justifica o reconhe-
cimento, ao Ministério Público, do poder investigatório em matéria penal. Doutrina. É
PLENA A LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DO PODER DE INVESTIGAR DO
MINISTÉRIO PÚBLICO, POIS OS ORGANISMOS POLICIAIS (EMBORA DE-
TENTORES DA FUNÇÃO DE POLÍCIA JUDICIÁRIA) NÃO TÊM, NO SISTEMA
JURÍDICO BRASILEIRO, O MONOPÓLIO DA COMPETÊNCIA PENAL INVES-
TIGATÓRIA. - O poder de investigar compõe, em sede penal, o complexo de funções
institucionais do Ministério Público, que dispõe, na condição de "dominus litis" e, tam-
bém, como expressão de sua competência para exercer o controle externo da atividade
policial, da atribuição de fazer instaurar, ainda que em caráter subsidiário, mas por auto-
ridade própria e sob sua direção, procedimentos de investigação penal destinados a via-
bilizar a obtenção de dados informativos, de subsídios probatórios e de elementos de
convicção que lhe permitam formar a "opinio delicti", em ordem a propiciar eventual
ajuizamento da ação penal de iniciativa pública. Doutrina. Precedentes: RE 535.478/SC,
Rel. Min. ELLEN GRACIE - HC 91.661/PE, Rel. Min. ELLEN GRACIE - HC
931
85.419/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO - HC 89.837/DF, Rel. Min. CELSO DE
MELLO. CONTROLE JURISDICIONAL DA ATIVIDADE INVESTIGATÓRIA DOS
MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO: OPONIBILIDADE, A ESTES, DO SIS-
TEMA DE DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS, QUANDO EXERCIDO, PE-
LO "PARQUET", O PODER DE INVESTIGAÇÃO PENAL. - O Ministério Público,
sem prejuízo da fiscalização intra--orgânica e daquela desempenhada pelo Conselho
Nacional do Ministério Público, está permanentemente sujeito ao controle jurisdicional
dos atos que pratique no âmbito das investigações penais que promova "ex propria auc-
toritate", não podendo, dentre outras limitações de ordem jurídica, desrespeitar o direito
do investigado ao silêncio ("nemo tenetur se detegere"), nem lhe ordenar a condução
coercitiva, nem constrangê-lo a produzir prova contra si próprio, nem lhe recusar o co-
nhecimento das razões motivadoras do procedimento investigatório, nem submetê-lo a
medidas sujeitas à reserva constitucional de jurisdição, nem impedi-lo de fazer-se a-
companhar de Advogado, nem impor, a este, indevidas restrições ao regular desempe-
nho de suas prerrogativas profissionais (Lei nº 8.906/94, art. 7º, v.g.). - O procedimento
investigatório instaurado pelo Ministério Público deverá conter todas as peças, termos
de declarações ou depoimentos, laudos periciais e demais subsídios probatórios coligi-
dos no curso da investigação, não podendo, o "Parquet", sonegar, selecionar ou deixar
de juntar, aos autos, quaisquer desses elementos de informação, cujo conteúdo, por refe-
rir-se ao objeto da apuração penal, deve ser tornado acessível tanto à pessoa sob investi-
gação quanto ao seu Advogado. - O regime de sigilo, sempre excepcional, eventualmen-
te prevalecente no contexto de investigação penal promovida pelo Ministério Público,
não se revelará oponível ao investigado e ao Advogado por este constituído, que terão
direito de acesso - considerado o princípio da comunhão das provas - a todos os elemen-
tos de informação que já tenham sido formalmente incorporados aos autos do respectivo
procedimento investigatório. (HC 94173, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segun-
da Turma, julgado em 27/10/2009, DJe-223 DIVULG 26-11-2009 PUBLIC 27-11-2009
EMENT VOL-02384-02 PP-00336)
932
15.10. Direito Ambiental
Resposta:
Sim.
A saúde ambiental está ligada à necessidade de se assegurar e promover a qualidade do
meio ambiente, garantindo patamares mínimos de proteção.
Diversos instrumentos da PNMA, inclusive, tem como objetivo garantir uma "saúde
ambiental" mínima (ex. Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental, art. 9°, I,
da Lei PNMA).
Resposta:
Nesse sentido: Provada a existência da atividade nociva ao meio ambiente, cabe ao res-
ponsável indenizar os danos causados (art. 225, § 3º, Constituição Federal, e art. 14, §
1º, Lei n. 6.938/81). Todavia, não cabe ao Julgador fixar aleatoriamente o valor dos da-
933
nos materiais, sem apontar os critérios que serviram para o cálculo. No caso, esse valor
deve ser quantificado por meio de liquidação por arbitramento, na forma da lei proces-
sual civil. 5. A prova da existência de atividade nociva ao meio ambiente também pode
acarretar indenização por dano moral coletivo e difuso (art. 1º, IV, da Lei n. 7.347/85),
já que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é direito de todos, bem de uso co-
mum do povo e essencial à sadia qualidade de vida (art. 225, caput, CF), o que quer
dizer que o direito à integridade do meio ambiente constitui prerrogativa jurídica de
titularidade coletiva. (AC 200137000060576, JUIZ FEDERAL DAVID WILSON DE
ABREU PARDO (CONV.), TRF1 - SEXTA TURMA, DJ DATA:15/10/2007 PAGI-
NA:78.)
Resposta:
A expulsão é o ato pelo qual o Estado retira do território nacional o estrangeiro conside-
rado nocivo ou inconveniente aos interesses nacionais. Materializa-se por decreto e tem
como principais efeitos o de obrigar o estrangeiro a sair do território nacional e o de
proibir o seu retorno. O estrangeiro expulso somente poderá retornar ao Brasil se o de-
creto de expulsão for revogado (caso contrário, cometerá o crime do art. 338 do CP).
2) Estrangeiro sujeito à deportação, foi dado prazo, mas ele não cumpriu, pois estava
fugindo de seu país de origem por perseguição étnica. O que ocorre?
Resposta:
Nessa pergunta acho que a resposta que se queria era a de que não cabe deportação, face
ao princípio do non refoulement, por se tratar de hipótese passível de refúgio.
Resposta:
Não.
EE, Art. 21. Ao natural de país limítrofe, domiciliado em cidade contígua ao território
nacional, respeitados os interesses da segurança nacional, poder-se-á permitir a entrada
nos municípios fronteiriços a seu respectivo país, desde que apresente prova de identi-
dade. § 1º Ao estrangeiro, referido neste artigo, que pretenda exercer atividade remune-
rada ou freqüentar estabelecimento de ensino naqueles municípios, será fornecido do-
cumento especial que o identifique e caracterize a sua condição, e, ainda, Carteira de
Trabalho e Previdência Social, quando for o caso. §§§ 2º Os documentos referidos no
parágrafo anterior não conferem o direito de residência no Brasil, nem autorizam o afas-
tamento dos limites territoriais daqueles municípios.
4) Vem da África como clandestino num navio e alega que veio porque é vítima de per-
seguição ética no seu país de origem. Pode deportar para outro país?
Resposta:
Pode, desde que para país em que sua vida ou liberdade esteja ameaçada.
Lei n. 9.47497, Art. 7º O estrangeiro que chegar ao território nacional poderá expressar
sua vontade de solicitar reconhecimento como refugiado a qualquer autoridade migrató-
ria que se encontre na fronteira, a qual lhe proporcionará as informações necessárias
quanto ao procedimento cabível. § 1º Em hipótese alguma será efetuada sua deportação
para fronteira de território em que sua vida ou liberdade esteja ameaçada, em virtude de
raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opinião política.
935
15.11.1.3. Questões do TRF3
1) Diferencie expulsão e deportação.
Resposta:
Já respondida no item 1.
Resposta:
Já respondida no item 1
Resposta:
O valor é uma qualidade que confere às coisas, aos feitos ou às pessoas uma estimativa,
seja ela positiva ou negativa. A axiologia é o ramo da filosofia que estuda a natureza e a
essência do valor.
Para o idealismo objectivo, o valor encontra-se fora das pessoas; para o idealismo sub-
jectivo, em contrapartida, o valor encontra-se na consciência (isto é, na subjectividade
das pessoas que fazem uso do valor). Para a corrente filosófica do materialismo, a natu-
reza do valor reside na capacidade do ser humano em valorizar o mundo de forma ob-
jectiva. (http://conceito.de/valor)
2) O que é cultura?
Resposta:
936
CULTURA. Forma comum e aprendida da vida, que compartilham os membros de uma
sociedade, e que consta da totalidade dos instrumentos, técnicas, instituições, atitudes,
crenças, motivações e sistemas de valores que o grupo conhece (Foster).
(http://www.prof2000.pt/users/dicsoc/soc_c.html#cultura)
Resposta:
CULTURA – rede de significados que dão sentido ao mundo que nos cerca. Engloba
crenças, valores, costumes, leis, moral, línguas, etc.
4) Qual a diferença entre indivíduo e pessoa ou ator social? Para que servem os pro-
cessos de endoculturação e aculturação?
Resposta:
(http://www.prof2000.pt/users/dicsoc/soc_p.html#pessoa-social)
937
15.12.1.5. Questões do TRF5
Resposta:
Lógica formal ou menor é aquela que determina as leis gerais do pensamento derivadas
da própria forma estrutural deste pensamento (a priori), abstração feita da matéria empi-
ricamente recebida.
Lógica material ou especial é aquela que determina as leis particulares ou métodos es-
peciais impostos ao espírito (a posteriori) pela natureza dos diferentes objetos a conhe-
cer pelas ciências, e que distinguem, portanto, os métodos das ciências naturais em rela-
ção aos métodos das ciências culturais, os métodos das ciências descritivas das prescri-
tivas, etc. (http://books.google.com.br/books?id=xrE-
Hu3zXjgC&pg=PA153&lpg=PA153&dq=%22filosofia+do+direito%22+%22l%C3%B
3gica+formal%22+%22l%C3%B3gica+material%22&source=bl&ots=qB2N1lJ77F&si
g=JmHqqEd3AadNozGbwYqNxkwkknA&hl=pt-
BR#v=onepage&q=%22filosofia%20do%20direito%22%20%22l%C3%B3gica%20for
mal%22%20%22l%C3%B3gica%20material%22&f=false)
Resposta:
938
15.13.1.3. Questões do TRF3
1) Cooperação internacional, qual a mudança recente com a EC no. 45/2004? Houve alguma
mudança de fundo com a modificação de competência do STF para o STJ?
Resposta:
Além da acumulação de demanda que recai sobre o STJ, tendo em vista a alteraçãoda
redação então prevista no art. 102, inciso I, ―h‖ para a atualmente exposta no art. 105, I,
―i‖, a Resolução nº 09\2005 do STJ, que trata da competência do STJ para processar e
julgar, originariamente, a homologação de sentenças e a concessão do exaquatur às car-
939
tas rogatórias,permite ao Presidente do STJ o poder de conceder monocraticamente o
exequatur e homologar a sentença estrangeiraquando não há impugnaçãodo interessa-
do(art. 2º da Resolução), o que gera controvérsia. O Supremo Tribunal Federal já se
pronunciou em sentido diverso:
Resposta:
Resposta:
Existem vários critérios tradicionais para a distinção entre regras e princípios. O mais
comum é o critério da generalidade (Robert Alexy apud Bonavides). Segundo este crité-
rio, os princípios são normas com um grau de generalidade relativamente alto e as re-
gras, normas com um nível relativamente baixo de generalidade. Há também o conheci-
do critério da abstração, segundo o qual os princípios são normas com um grau de abs-
tração relativamente alto e as regras, normas com um nível relativamente baixo de abs-
tração. Outros critérios, tais como o do valor expressado e o da aplicabilidade, são tam-
bém comumente utilizados com o intuito de fazer a distinção entre as regras e os princí-
pios.
Afirma Alexy, ainda, que entre regras e princípios existe não somente uma diferença de
grau, mas uma diferença qualitativa.
940
As ―normas constitucionais de princípios‖ seriam os mandamentos nucleares do sistema
constitucional (Virgílio Afonso da Silva), haja vista consagrarem os principais valores
do ordenamento. Seriam, ainda, mandamentos de otimização, caracterizados pelo fato
de que podem ser cumpridos em diferentes graus, na lição de Alexy. Os critérios de
distinção em relação às regras são variados, como também aponta Canotilho (Grau de
abstração, grau de determinabilidade, carácter de fundamentalidade, natureza normoge-
nética), para quem a tarefa, longe de afigurar-se simples, é demais complexa. As ―nor-
mas constitucionais de preceito‖ apresentam-se sob a forma de um conteúdo determina-
do que é ou não realizado em sua plenitude, isto é, a regra é ou não é cumprida na intei-
ra medida de seu enunciado normativo.
Normas de preceito ou regra disciplinam uma determinada situação; quando ocorre essa
situação, a norma tem incidência; quando não ocorre, não tem incidência. Para as regras
vale a lógica do tudo ou nada (Dworkin). Quando duas regras colidem, fala-se em "con-
flito"; ao caso concreto uma só será aplicável (uma afasta a aplicação da outra). O con-
flito entre regras deve ser resolvido pelos meios clássicos de interpretação: a lei especial
derroga a lei geral, a lei posterior afasta a anterior etc. Por outro lado, normas de princí-
pio são as diretrizes gerais de um ordenamento jurídico (ou de parte dele). Seu espectro
de incidência é muito mais amplo que o das regras. Entre eles pode haver "colisão", não
conflito. Quando colidem, não se excluem. Como "mandados de otimização" que são
(Alexy), sempre podem ter incidência em casos concretos (às vezes, concomitantemente
dois ou mais deles). (GOMES, Luiz Flávio. Normas, regras e princípios: conceitos e
distinções. Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 851, 1 nov. 2005 . Disponível em:
<http://jus.com.br/revista/texto/7527>. Acesso em: 3 set. 2012.). Como bem explica
Marcelo Novelino, uma das principais diferenças entre princípio e regra (preceito) é a
aplicação/atuação prática, senão vejamos:
―(...) Princípios. Por serem a primeira etapa de concretização dos valores, os princípios
possuem um elevado conteúdo axiológico, tornando-se imprescindível como critério de
decisão em todo e qualquer discurso normativo. (...) A par da necessidade de serem le-
vados em conta qualquer que seja a situação em análise é, sobretudo nos casos difíceis
(hard cases), que os princípios atuam com maior peso e com toda a sua força, servindo
como base para a argumentação que fundamenta as sentença (...). Regras. As regras, ao
prescreverem determinações, impõem resultados. Se uma regra jurídica é válida, verifi-
cados os pressupostos de fato abstratamente previstos, ela deverá ser aplicada automati-
camente, de forma absoluta (...)‖. (Direito Constitucional Para Concursos. Edição 2007.
Editora Forense. Pg-73/74).
Resposta:
942
5) O CNJ tem dentro de suas competências o controle atuação de juízes? Essa competência é
originária ou concorrente? Essa competência é originária ou concorrente? Ela deve ser prati-
cada apenas após se esgotar as demais instâncias? (STF – Celso de Mello – Lojas Maçônicas)
Resposta:
A Constituição dispõe, em seu art. 103-B § 4º, que o CNJ possui competência para o
controle da atuação administrativa e financeira do Judiciário e do cumprimento dos de-
veres funcionais dos seus juízes.
Resposta:
De acordo com a Constituição são o Ministério Público (art. 127); a Advocacia Pública
(art. 131); a Advocacia Privada (art. 133) e a Defensoria Pública (art. 134).
Resposta:
Tais princípios estão previstos no parágrafo primeiro do art. 127 da Constituição. São
eles: Unidade: Os membros da Instituição integram um só órgão sob a direção única de
um Procurador-Geral, em cada ramo do Ministério Público. No caso do MPU, é o Pro-
curador-Geral da República.Indivisibilidade: Consequência do princípio anterior, por-
que seus integrantes são membros da Instituição, podendo ser substituídos uns pelos
outros nos processos de que participam; e, Independência Funcional: o Ministério Pú-
blico é independente no exercício de suas funções, sujeitam-se apenas as disposições
das Leis e da Constituição.
8) Há hierarquia entre Ministério Público, juiz e advogado? Há diploma legal que preceitue
essa ausência de hierarquia?
Resposta:
Não há hierarquia entre os detentores de tais funções. O Estatuto da Advocacia, Lei Fe-
deral nº 8.906/94, assevera em seu art. 6º que ―não há hierarquia nem subordinação
entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-
se com consideração e respeito recíprocos‖. Tal norma está em consonância com o art.
133 da Constituição impõe a presença de advogado como essencial à existência de Jus-
tiça. Nasce também disso o dever do Magistrado ter de ―tratar com urbanidade as par-
tes, os membros do Ministério Público, os advogados, as testemunhas, os funcionários e
auxiliares da Justiça, e atender aos que o procurarem, a qualquer momento, quando se
trate de providência que reclame e possibilite solução de urgência" (art. 35, IV, da LC
35⁄79 - Lei Orgânica da Magistratura Nacional).
9) As ofensas irrogadas em juízo pelo advogado são acobertadas pela imunidade? Observa-se
pelas decisões abaixo que, em tese, o advogado, em razão das ofensas irrogadas em juízo,
responde por crimes de desacato e calúnia e, ainda, em casos de excessos, pelos delitos de
injúria e difamação.
Resposta:
O Supremo Tribunal Federal por meio da ADIN 1.127-8 determinou em sede liminar a
―[...] suspensão da eficácia da expressão ―ou desacato” e interpretação de conformidade
a não abranger a hipótese de crime de desacato à autoridade judiciária‖. E assim tam-
944
bém manteve no mérito que: ―VIII - A imunidade profissional do advogado não com-
preende o desacato, pois conflita com a autoridade do magistrado na condução da
atividade jurisdicional”.
Quanto a ilícitos cíveis, passíveis de dano moral, o Superior Tribunal de Justiça afirmou
que ―A inviolabilidade do advogado não é absoluta, estando adstrita aos limites da
legalidade e da razoabilidade‖, no bojo do RESP 988.380 de lavra do Min. Luis Felipe
Salomão (DJ: 20/11/2008). Também se pronunciou no seguinte sentido: ―A imunidade
profissional, garantida ao advogado pelo Estatuto da Advocacia não alberga os exces-
sos cometidos pelo profissional em afronta à honra de quaisquer das pessoas envolvi-
das no processo, seja o magistrado, a parte, o membro do Ministério Público, o serven-
tuário ou o advogado da parte contrária. Precedentes. - O advogado que, atuando de
forma livre e independente, lesa terceiros no exercício de sua profissão responde dire-
tamente pelos danos causados, não havendo que se falar em solidariedade de seus cli-
entes, salvo prova expressa da 'culpa in eligendo' ou do assentimento a suas manifesta-
ções escritas, o que não ocorreu na hipótese‖. Conforme assenta o acordão lavrado pela
Min. Nancy Andrighi, no bojo do RESP: 932.334 (DJ: 18/11/2008).
Resposta:
945
Também se dá de forma provocada que se divide em discricionária e vinculada. A
intervenção provocada discricionária, neste caso, mesmo que provocado, é faculdade da
presidência, por conveniência e oportunidade, determinar tal intervenção. É o caso pre-
visto no inciso IV do art. 34: ―IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes
nas unidades da Federação‖; conforme disposição do art. Art. 36 da Constituição que
dispõe: ―A decretação da intervenção dependerá: I - no caso do art. 34, IV, de solicita-
ção do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido [...]‖. Por sua
vez, a intervenção discricionária vinculada, vem prevista na segunda parte do inciso I do
art. 36 que dispõe: ―ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for
exercida contra o Poder Judiciário‖; Há também as previsões previstas nos demais in-
cisos do art. 36: ―II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requi-
sição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal
Superior Eleitoral; III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representa-
ção do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa
à execução de lei federal‖. O referido inciso VII prevê: ―VII - assegurar a observância
dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e
regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) presta-
ção de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exi-
gido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de trans-
ferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos
de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)‖.
11) O Poder Judiciário pode requerer intervenção federal? Em que hipóteses? Quais os limites?
Resposta:
946
―Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: I - no caso do art. 34, IV (garantir o
livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação), [...] de requisição
do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário; II - no
caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribu-
nal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; III de
provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da
República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)‖.
Resposta:
A União possui competência não legislativa: exclusiva (art. 21 da CF) e comum (art.
23). Nessa competência comum, leis complementares fixarão normas de cooperação
entre a União, os Estados, DF e os municípios (art. 23, parágrafo único da CF). Exem-
plo dessa cooperação é a Lei Complementar nº. 140/2011. Não havendo essa lei com-
plementar de cooperação, o critério para se definir o Ente competente será o critério ou
princípio da preponderância de interesses. Já em relação à competência legislativa da
União, podemos dividi-la em: privativa (art. 22 da CF), cuja competência pode ser dele-
gada, desde que em questões específicas, aos Estados por meio de lei complementar
(art. 22 parágrafo único da CF); concorrente (arts. 24 e 32, §1º, da CF); tributária ex-
pressa (art. 153 da CF); tributária residual (art. 154, inciso I, da CF) e tributária extraor-
dinária (art. 154, inciso II, da CF). (pg-432/434-PEDRO LENZA)
947
federal elaborada pela União sobre norma geral, os Estados e o Distrito Federal (art. 24,
caput, c/c o art. 32, §1º) poderão suplementar a União e legislar, também, sobre normas
gerais, exercendo a competência legislativa plena. Se a União resolver legislar sobre
norma geral, a norma geral que o Estado (ou Distrito Federal) havia elaborado terá sua
eficácia suspensa, no ponto em que for contrária à nova lei federal sobre norma geral.
Caso não seja conflitante, passam a conviver, perfeitamente, a norma geral federal e
estadual (ou distrital). Observe-se tratar de suspensão da eficácia, e não revogação, pois,
caso a norma geral federal que suspendeu a eficácia da norma geral estadual seja revo-
gada por outra norma geral federal, que, por seu turno, não contrarie a norma geral feita
pelo Estado, esta última voltará a produzir efeitos (lembre-se que a norma geral estadual
apenas teve a sua eficácia suspensa)‖. Direito Constitucional Esquematizado. Edição de
2012. Editora Saraiva-pg-433/432).
Por fim, o DF que, da mesma forma que os demais, possui competência não legislativa
comum (art. 23 da CF). Em relação à competência legislativa, ao DF são atribuídas as
competências legislativas reservadas aos Municípios e aos Estados (art. 32, §1º, da CF).
Tudo o que foi dito em relação aos Municípios e aos Estados em matéria de competên-
cia legislativa se aplica ao DF. (Pedro Lenza. Direito Constitucional Esquematizado.
Edição de 2012. Editora Saraiva-pg-451).
Resposta:
948
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004);
Resposta:
Pois a constituição assegura as garantias aos juízes, que são os responsáveis pela prola-
ção de sentenças, o legítimo instrumento da Jurisdição, não ao foro. Nesse aspecto, le-
ciona o TJPR:
Resposta:
Sim, decorre da função atípica judiciária, pois cabe ao Juiz manter a boa gestão e fazer
cumprir, inclusive, os atos administrativos vindos do Tribunal. Podendo fazer uso de
atos normativos diversos, como portarias e resoluções.
16) A quem compete a criação de novas varas? Seria por iniciativa do CNJ ou do STJ?
Resposta:
949
Compete ao Superior Tribunal de Justiça a proposição do projeto de Lei, conforme se
verifica nas disposições da Constituição:
I - aos tribunais:
[...]
Cabe ao STJ, posto que ele é o Tribunal Superior dos Tribunais Regionais Federais,
com competência para a proposição, mesmo que o TRF decida sobre a criação de mais
varas caberá ao STJ encaminhar o Projeto de Lei respectivo.
Resposta:
Assenta a Constituição: ―Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são par-
tes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo
o Ministério Público em todos os atos do processo‖.
Nesse aspecto, cabe destacar a Posição do Procurador Federal Antônio Cavaliere Go-
mes, no Artigo: POVOS INDÍGENAS EM JUÍZO E A ATUAÇÃO DO PODER PÚ-
BLICO - ANÁLISE CONTEM-PORÂNEA À LUZ DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 E
DE NORMATIZAÇÃO RECENTE, disponível no sítio eletrônico oficial da Fundação
Nacional do Índio (FUNAI) –
http://www.funai.gov.br/procuradoria/docs/Artigo_Povos%20Indigenas_e_Poder_%20P
ublico.pdf – no qual afirma:
―Assim, entendemos que o dispositivo (art. 232 da CF) visou garantir o direito dos ín-
dios e de suas comunidades ao acesso à justiça, de forma independente, reconhecendo-
os como legíti-mos integrantes e participantes do Estado Democrático de Direito‖. No
qual ele completa, dispondo das funções do Ministério Público: ―[...] o constituinte não
se referiu a ―índios e suas comunidades ou organizações‖, como o fez no art.232, mas
951
tão somente à ―populações indígenas‖, consagrando, a nosso ver, a defesa, pelo Ministé-
rio Público, de interesses coletivos relativos aos índios, interesses que, por sua natureza,
tenham importância para as comunidades indígenas como um todo, e que, ao final, afi-
gurar-se-ão também como interesses da sociedade em geral.
Resposta:
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação‖.
Resposta:
―Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição‖.
952
20) Quais são as formas de exercício do poder popular?
Resposta:
Da Constituição ―Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e
pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
21) Dentro dos objetivos de promoção da igualdade, fale das cotas de acesso.
Resposta:
Por sua vez, o STF declarou, por meio da ADI 3330 e da ADI 3314, a constitucionali-
dade do PROUNI, sistema que garante bolsas a estudantes em instituição de ensino su-
perior, mediante isenção fiscal, com o fim de corrigir injustiças sociais.
Há ainda outra política que merece ser destacada, prevista no art. 93 da Lei 8.213/1991,
referente ao acesso no mercado de trabalho por pessoas com necessidades especiais.
Resposta:
―Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
I - independência nacional;
VI - defesa da paz;
Resposta:
O asilo político diplomático ocorre quando o Estado que o outorga o faz não em seu
território, mas no próprio território do Estado responsável pela perseguição do asilado,
em locais imunes à jurisdição deste, como embaixadas, consulados e representações
diplomáticas. Trata-se, em razão do seu caráter emergencial, de modalidade provisória
de asilo político, podendo convalidar-se em asilo territorial.
Por sua vez, o asilo territorial ocorre quando o Estado aceita a presença do estrangeiro
no seu território nacional. Trata-se de benefício concedido pelo Ministro da Justiça, por
prazo limitado, de no máximo dois anos, passível de renovação enquanto subsistem as
condições que o ensejaram. O instituto é regulado pela Convenção sobre Asilo Territo-
rial de 1954. Cabe destacar que não há obrigação do asilo diplomático se converter em
territorial. (STF nega a extradição de Cesare Battisti para Itália. Ministro da Justiça con-
cede-lhe asilo político: as nuanças jurídicas do caso concreto. CONJUR. disponível em:
(< http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/590812/stf-nega-a-extradicao-de-cesare-battisti-
para-italia-ministro-da-justica-concede-lhe-asilo-politico-as-nuancas-juridicas-do-caso-
concreto >).
954
Quanto à extradição, cabe destacar que em um julgamento conturbado, pois houve con-
fusão sobre o teor do Voto do então Ministro Eros Grau, o STF, por meio da Extradição
(EXT) 1085 – ―Caso Battisti‖ –, o STF firmou posição ―que a decisão de deferimento
da extradição não vincula o Presidente da República‖. Entretanto, o Presidente da Re-
pública deve ―observar os termos do tratado celebrado com o Estado requerente, quan-
to à entrega do extraditando‖. No mesmo caso, o STF sedimentou que a nulidade abso-
luta na concessão de refúgio a um extraditando ―deve ser pronunciada, mediante provo-
cação ou de ofício, no processo de extradição‖ Assim como afirmou que ―[...] Não ca-
racteriza a hipótese legal de concessão de refúgio, consistente em fundado receio de
perseguição política, o pedido de extradição para regular execução de sentenças defi-
nitivas de condenação por crimes comuns, proferidas com observância do devido pro-
cesso legal, quando não há prova de nenhum fato capaz de justificar receio atual de
desrespeito às garantias constitucionais do condenado." (Ext 1.085, Rel. Min. Cezar
Peluso, julgamento em 16-12-2009, Plenário, DJE de 16-4-2010.)
Cabe destacar que existe diferença conceito e de alcance entre refúgio e asilo. O refúgio
é instituto de direito internacional global, vinculado, humanitário que pode alcançar
uma determinada coletividade, com clausulas de cessação, perda ou exclusão, enquanto
o asilo é instituto regional, discricionário, político, que alcança um indivíduo perseguido
em particular e não há clausulas de cessação, perda ou exclusão.
Resposta:
―Art. 67. A União concluirá a demarcação das terras indígenas no prazo de cinco anos a
partir da promulgação da Constituição‖. Tal prazo, contudo, não foi respeitado. Sendo
que sobre tal disposição se manifestou o STF:
955
são de demarcações de terras indígenas dentro de um período razoável. Preceden-
tes. II – O processo administrativo visando à demarcação de terras indígenas é regula-
mentado por legislação própria - Lei 6.001/1973 e Decreto 1.775/1996 - cujas regras já
foram declaradas constitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. Precedentes. III – Não
há qualquer ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa, pois conforme se
verifica nos autos, a recorrente teve oportunidade de se manifestar no processo adminis-
trativo e apresentar suas razões, que foram devidamente refutadas pela FUNAI. IV –
Recurso a que se nega provimento‖. (RMS 26212, Relator(a): Min. RICARDO LE-
WANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 03/05/2011, DJe-094 DIVULG 18-05-
2011 PUBLIC 19-05-2011 EMENT VOL-02525-02 PP-00290).
Resposta:
Desde que representado por advogado, pela FUNAI ou pelo Ministério Público, sim,
conforme resposta da QUESTÃO 17 DESTE TÓPICO.
26) O motor da Revolução Francesa tem alguma relação com as gerações de Direitos Huma-
nos? Já se esgotou a Revolução Francesa? Há mais quantas gerações de direitos humanos?
Direito à informação integra qual geração? Por que vem sendo assimilado o direito à informa-
ção aos Direitos Humanos?
Resposta:
Sim, a Revolução Francesa foi o primado dos Direitos Humanos, consagrando, por meio
da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789. Os direitos humanos de
primeira geração/dimensão, referente aos direitos civis e políticos, são os chamados
direitos negativos, no sentido de que o Estado deveria se abster de praticar quaisquer
atos que violassem aqueles direitos.
956
Os direitos de terceira geração são referentes aos direitos difusos e coletivos, são os
direitos de fraternidade ou solidariedade, da qual não se consegue determinar de forma
objetiva quem são todos por ele atingidos; desse grupo, são os direitos direito à paz, à
autodeterminação dos povos, ao meio ambiente, à qualidade de vida, à utilização e con-
servação do patrimônio histórico e cultural e o direito à comunicação.
27) Tendo em vista a vedação contida no art. 36, III da L.O.M., como entende esse dis-
positivo à luz do texto constitucional? Esse dispositivo/vedação é inconstitucional
quando se observa que a Constituição garante a livre manifestação de pensamento, à
liberdade de expressão, a condição de o juiz não poder se manifestar por vedação ex-
pressa da lei? Ou é razoável?
Resposta:
28) E se (a manifestação for a respeito) for de algum processo pendente de algum colega ou de
um Tribunal? O magistrado poderia tecer alguma consideração dentro do conceito da liberda-
de de expressão?
Resposta:
Sobre essa questão, o Conselho Nacional de Justiça dispôs, tocando no assunto de cons-
titucionalidade:
Resposta:
Existe uma grande dificuldade de se determinar o que seria terrorismo no meio doutri-
nário, inclusive no âmbito do Direito Internacional. Embora o ato seja previsto como
crime, não há um conceito que o disponha. O crime é previsto na Lei de Segurança Na-
cional, Lei nº. 7.170/1983. Contudo, a doutrina entende que o mesmo não foi recepcio-
nado pela Constituição, exatamente por ser um tipo aberto, norma penal em branco.
Posição não aceita por Antônio Scarance, que é minoritária(SILVA, Emílio de Oliveira
e;MACHADO, Felipe Daniel Amorim.Uma Leitura Das Organizações Criminosas,
A Partir Da Legislação De Emergência. Disponível em:
<http://www.fdv.br/publicacoes/periodicos/revistadireitosegarantiasfundamentais
/n6/7.pdf >).
959
O Projeto De Lei Do Senado, Nº 236 de 2012, que trata do Novo Código Penal, procura
criminalizar, de fato, o terrorismo.
30) A alteração que adveio em 2010 coloca no capítulo da família: a criança, o adolescente do
jovem e o idoso. Haveria conceituação para cada um destes estágios etários? O jovem entraria
neste tópico como sendo o quê? Qualquer um desses poderia ser “o jovem”? Ou há alguma
conceituação precisa?
Resposta:
960
Contudo ainda não há previsão legal para o que seria jovem, é certo que nenhum desses
outros grupos poderia ser considerado como jovem, pois não há legislação que assim o
determine. Ressalta-se que tal conceito tem sido discutido no Congresso no anteprojeto
do Estatuto da Juventude (PL 4529/2004), que dispõe que jovem seria entre quinze e
vinte nove anos, mas é certo o grande debate sobre tal conceito. Como bem aponta a
doutrina:
Para todos os efeitos jurídicos, essa conceituação, de um lado, tem a vantagem de não
conflitar com o Estatuto da Criança e do Adolescente e, de outro, incorpora conceitos
consagrados no Código Civil de 2002, como o de menoridade, que cessa aos dezoito
anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil‖
(BARRIENTOS-PARRA, Jorge. O estatuto da juventude: instrumento para o de-
senvolvimento integral do jovem. Disponível em:
<http://www.uje.com.br/estatutodajuventude/arquivos/EstatutodaJuventudecomentado.
pdf>. acesso em: 6 ago. 2011. p.133).
Resposta:
A Constituição asseverou no art. 5º, IX, que a manifestação intelectual, artística, cientí-
fica e de comunicação, independe de censura ou licença. Por sua vez, o art. 220 e seus
parágrafos vedam qualquer forma de censura.
Mas é importante destacar que a Constituição no mesmo art. 220 e no art. 221, restrin-
gem tal liberdade em favor de outros princípios, contudo, nenhuma dessas restrições é
prévia, é censura.
―Não cabe ao Estado, por qualquer dos seus órgãos, definir previamente o que pode
ou o que não pode ser dito por indivíduos e jornalistas. Dever de omissão que inclui
a própria atividade legislativa, pois é vedado à lei dispor sobre o núcleo duro das ativi-
dades jornalísticas, assim entendidas as coordenadas de tempo e de conteúdo da mani-
festação do pensamento, da informação e da criação lato sensu. Vale dizer: não há li-
berdade de imprensa pela metade ou sob as tenazes da censura prévia, pouco im-
portando o poder estatal de que ela provenha. Isso porque a liberdade de imprensa
não é uma bolha normativa ou uma fórmula prescritiva oca. Tem conteúdo, e esse con-
teúdo é formado pelo rol de liberdades que se lê a partir da cabeça do art. 220 da CF:
961
liberdade de ‗manifestação do pensamento‘, liberdade de ‗criação‘, liberdade de ‗ex-
pressão‘, liberdade de ‗informação‘. Liberdades constitutivas de verdadeiros bens de
personalidade, porquanto correspondentes aos seguintes direitos que o art. 5º da nossa
Constituição intitula de ‗Fundamentais‘: ‗livre manifestação do pensamento‘ (inciso
IV); ‗livre (...) expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação‘
(inciso IX); ‗acesso a informação‘ (inciso XIV). (...) A crítica jornalística, em geral,
pela sua relação de inerência com o interesse público, não é aprioristicamente suscetível
de censura. Isso porque é da essência das atividades de imprensa operar como formado-
ra de opinião pública, lócus do pensamento crítico e necessário contraponto à versão
oficial das coisas, conforme decisão majoritária do STF na ADPF 130. [...] (ADI 4.451-
MC-REF, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 2-9-2010, Plenário, DJE de 1º-7-
2011.) Vide: ADPF 130, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 30-4-2009, Plenário,
DJE de 6-11-2009.
Por tal razão o Plenário do STF, no julgamento da ADPF 130, declarou como não re-
cepcionado pela Constituição de 1988 todo o conjunto de dispositivos da Lei de Im-
prensa (Lei 5.250/1967), pois impunha sanções ao direito da expressão jornalística. E
tratou também das sanções possíveis ao abuso ao direito de expressão, informação e
jornalismo:
"O art. 220 é de instantânea observância quanto ao desfrute das liberdades de pensa-
mento, criação, expressão e informação que, de alguma forma, se veiculem pelos órgãos
de comuni-cação social. Isso sem prejuízo da aplicabilidade dos seguintes incisos do art.
5º da mesma CF: vedação do anonimato (parte final do inciso IV); do direito de resposta
(inciso V); direito à indenização por dano material ou moral à intimidade, à vida priva-
da, à honra e à imagem das pessoas (inciso X); livre exercício de qualquer trabalho,
ofício ou profissão, atendidas as quali-ficações profissionais que a lei estabelecer (inciso
XIII); direito ao resguardo do sigilo da fonte de informação, quando necessário ao exer-
cício profissional (inciso XIV). (...) Tirante, unicamente, as restrições que a Lei Funda-
mental de 1988 prevê para o ‗estado de sítio‘ (art. 139), o Poder Público somente pode
dispor sobre matérias lateral ou reflexamente de imprensa, respeitada sempre a ideia-
força de que ‗quem quer que seja tem o direito de dizer o que quer que seja‘. Logo, não
cabe ao Estado, por qualquer dos seus órgãos, definir previamente o que pode ou o
que não pode ser dito por indivíduos e jornalistas. As matérias reflexamente de im-
prensa, suscetíveis, portanto, de conformação legislativa, são as indicadas pela própria
Constituição, tais como: direitos de resposta e de indenização, proporcionais ao agravo;
proteção do sigilo da fonte (‗quando necessário ao exercício profissional‘); responsabi-
lidade penal por calúnia, injúria e difamação; diversões e espetáculos públicos; estabe-
lecimento dos ‗meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se de-
fenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto
no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser
nocivos à saúde e ao meio ambiente‘ (inciso II do § 3º do art. 220 da CF); independên-
cia e proteção remuneratória dos profissionais de imprensa como elementos de sua pró-
pria qualificação técnica (inciso XIII do art. 5º); participação do capital estrangeiro nas
962
empresas de comunicação social (§ 4º do art. 222 da CF); composição e funcionamento
do Conselho de Comunicação Social (art. 224 da Constituição)." (ADPF 130, Rel. Min.
Ayres Britto, julgamento em 30-4-2009, Plenário, DJE de 6-11-2009.) No mesmo senti-
do: Rcl 11.305, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 20-10-2011, Plenário, DJE de
8-11-2011. Vide: ADI 4.451-MC-REF, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 2-9-
2010, Plenário, DJE de 1º-7-2011.
Cabe destacar que existem decisões no país que censuram matérias jornalísticas, basea-
das no direito de personalidade, mas nenhuma ainda foi julgada pelo STF.
Resposta:
Resposta:
Sem dúvida é a prevista no art. 207 da Constituição que dispõe: ―Art. 207. As universi-
dades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira
e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extensão‖.
"As universidades públicas são dotadas de autonomia suficiente para gerir seu pessoal,
bem como o próprio patrimônio financeiro. O exercício desta autonomia não pode,
contudo, sobrepor-se ao quanto dispõem a Constituição e as leis (art. 207 da
CB/1988). Precedentes: RE 83.962, rel. min. Soares Muñoz, DJ de 17-4-1979, e ADI
1.599-MC, rel. min. Maurício Corrêa, DJ de 18-5-2001. As universidades públicas fede-
rais, entidades da administração indireta, são constituídas sob a forma de autarquias ou
fundações públicas. Seus atos, além de sofrerem a fiscalização do TCU, submetem-se
ao controle interno exercido pelo Ministério da Educação (MEC). Embora as universi-
dades públicas federais não se encontrem subordinadas ao MEC, determinada relação
jurídica as vincula ao Ministério, o que enseja o controle interno de alguns de seus atos
963
(arts. 19 e 25, I, do DL 200/1967). Os órgãos da administração pública não podem de-
terminar a suspensão do pagamento de vantagem incorporada aos vencimentos de servi-
dores quando protegido pelos efeitos da coisa julgada, ainda que contrária à jurispru-
dência. (...) Não há ilegalidade nem violação da autonomia financeira e administrativa,
garantida pelo art. 207 da Constituição, no ato do ministro da Educação que, em obser-
vância aos preceitos legais, determina o reexame de decisão, de determinada universi-
dade, que concedeu extensão administrativa de decisão judicial (arts. 1º e 2º do Decreto
73.529/1974, vigente à época)." (RMS 22.047-AgR, rel. min. Eros Grau, julgamento em
21-2-2006, Primeira Turma, DJ de 31-3-2006.)
Resposta:
"A anistia referida nos arts. 8º e 9º do ADCT foi prevista em benefício daqueles que
foram vítimas de atos de ‗exceção, institucionais ou complementares‘ que, de alguma
forma, sofreram prejuízos em suas atividades profissionais, em seus direitos ou por mo-
tivos políticos, mesmo que trabalhadores da iniciativa privada, dirigentes e representan-
tes sindicais. A anistia dos arts. 8º e 9º do ADCT tem índole político-institucional e,
por essa mesma natureza, sua competência de concessão legislativa é exclusiva do po-
der constituinte originário federal. Isso porque, muito embora seja previsão importante
do ponto de vista da compensação financeira das vítimas de atos de exceção, constitui-
se também na aceitação excepcional de uma responsabilidade civil extraordinária do
Estado, quanto aos atos políticos do passado. Essa repercussão política e financeira
quando da concessão de anistia reveste o ato de absoluta excepcionalidade e, por isso,
não é possível que norma constitucional estadual amplie tal benefício." (ADI 2.639, Rel.
Min. Nelson Jobim, julgamento em 8-2-2006, Plenário, DJ de 4-8-2006.).
Resposta:
Afirmando que a referida LEI seria bilateral, atingiriam tanto os agentes de Estado co-
mo as pessoas que contra eles se levantaram, sendo uma decisão política e conciliatória,
nascida e elaborada no seio do Legislativo. Sendo fruto de seu tempo, no seu período
tem de ser analisado (Leis-Medida), não podendo ser abrangidas por convenções inter-
nacionais posteriores. Cabendo ao Legislativo, caso queria, rever seus preceitos (ADPF
153 / DF).
964
A Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso ―Julia Gomes Lund e outros‖ (ca-
so ―Guerrilha do Araguaia‖) versus Brasil decidiu em sentença de 24.11.10, publicada
em 14.12.10, que a Lei de Anistia não comungava com a Convenção Americana sobre
Direitos Humanos, entre outros ordenamentos, assim como entendeu que a então ausên-
cia ao acesso à informação, por impossibilidade acessar os documentos do período, esta-
ria sendo dificultado, o que feriria o direito das famílias (CIDH_CP-19/10 PORTU-
GUÊSCOMUNICADO DE IMPRENAS. Disponível em:
<http://www.corteidh.or.cr/docs/comunicados/cp_19_10_por.pdf>)
Mas é certo que ainda haverá a discussão se a anistia recairia sobre esses crimes de na-
tureza permanente, pois, como tal, eles se estenderam mesmo sobre a vigência da atual
Constituição.
De outra feita, o Brasil tenta, por meio da Comissão da Verdade (12.528/2012), da Lei
de Acesso à Informação (12.527/2012) e por meio da Lei das indenizações a persegui-
dos (9.140/1995), encontrar a verdade histórica sobre os fatos daquela época.
Resposta:
37) Há exceção à garantia da inamovibilidade? Qual o requisito para isso? Disciplinar? Interes-
se público?
Resposta:
965
―VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse
público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou
do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Redação da EC 45/2004)
Quanto à competência do CNJ sobre o caráter disciplinar, o STF asseverou que ele é
plenamente possível, só que não poderá inovar em normas, além das já instituídas pela
Loman e pela Constituição:
Como requisito tem a decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do
Conselho Nacional de Justiça. Movido pelo interesse publicou e/ou disciplinar, confor-
me regulação prevista na Lei Orgânica da Magistratura.
38) Quando figurar um Estado estrangeiro na relação processual, quem julga? (depende da
outra parte)
Resposta:
Depende da parte.
Será competência do STF, quando, conforme o art. 102, I, e: ―e) o litígio entre Estado
estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Ter-
ritório‖.
[...]
[...]
967
II - julgar, em recurso ordinário:
[...]
Resposta:
De acordo com a Constituição são o Ministério Público (art. 127); a Advocacia Pública
(art. 131); a Advocacia (art. 133) e a Defensoria Pública (art. 134).
40) O TRF pode julgar recurso de sentença de juiz estadual? Quais os casos?
Resposta:
Sim. Ele pode julgar nos casos previstos no art.109, §3º e 4º da Constituição e nos casos
previstos no art. 15 da Lei nº. 5.010/1966.
Do Art. 109:
―[...]
―Art. 15. Nas Comarcas do interior onde não funcionar Vara da Justiça Federal (artigo
12), os Juízes Estaduais são competentes para processar e julgar:
968
III - os feitos ajuizados contra instituições previdenciárias por segurados ou beneficiá-
rios residentes na Comarca, que se referirem a benefícios de natureza pecuniária. (Vide
Decreto-Lei nº 488, de 1969).
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no art. 42 desta Lei e no art. 1.213 do Código
de Processo Civil, poderão os Juízes e auxiliares da Justiça Federal praticar atos e dili-
gências processuais no território de qualquer dos Municípios abrangidos pela seção,
subseção ou circunscrição da respectiva Vara Federal. (Incluído pela Lei nº 10.772, de
21.11.2003)‖ .
Sobre esse assunto o STJ editou a Súmula nº. 55: ―Tribunal Regional Federal não é
competente para julgar recurso de decisão proferida por Juiz estadual não investido de
jurisdição federal‖.
Contudo, cabe destacar que tal disposição não se aplica no âmbito dos juizados especial,
conforme corrente majoritária do Superior Tribunal de Justiça, pois, não haveria compe-
tência delegada no âmbito do Juizado, por tal razão o Juízo estadual não poderia aplicar
decisões nesse âmbito e por consequência o TRF ou suas turmas recursais não poderiam
julgar:
O TRF da 1ª Região contudo seguia uma posição contra-majoritária até esse ano, até
mudar de posição (overruling) conforme se apresenta, primeiro com a posição atual:
971
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO CIVIL. APOSENTADORIA POR IDADE. RU-
RAL. APLICAÇÃO DO RITO ESPECIAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS
ÀS CAUSAS JULGADAS PELO JUIZ DE DIREITO INVESTIDO DE JURISDIÇÃO
FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE. VEDAÇÃO EXPRESSA CONTIDA NO ARTIGO
20 DA LEI Nº 10.259/2001. NULIDADE DOS ATOS DECISÓRIOS. 1. Consoante
entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça "Em razão do próprio regra-
mento constitucional e infraconstitucional, não há competência federal delegada no âm-
bito dos Juizados Especiais Estaduais, nem o Juízo Estadual, investido de competência
federal delegada (artigo 109, parágrafo 3º, da Constituição Federal), pode aplicar, em
matéria previdenciária, o rito de competência do Juizado Especial Federal, diante da
vedação expressa contida no artigo 20 da Lei nº 10.259/2001." (STJ, Sexta Turma,
RESP 200400681478, Relator Ministro NILSON NAVES, DJE DATA:30/03/2009
RSTJ VOL.:00214 PG:00491) 2. Com base nesse entendimento o juízo da 1ª Vara Jui-
zado Especial da Fazenda Pública do Estado de Rondônia, após a sentença prolatada,
declarou a incompetência do referido juízo e determinou a remessa dos autos ao juízo
competente, qual seja, 2ª Vara Cível da Comarca de Rondônia o qual, por sua vez, rati-
ficou todos os atos processuais praticados e recebeu o recurso de apelação. 3. Ocorre
que, consoante expressamente determinado no artigo 113, §2º do Código de Processo
Civil, quando da declaração de incompetência absoluta os atos decisórios serão nulos,
não podendo ser ratificados, motivo pelo qual a sentença proferida é nula. 4. Apelação
do INSS provida. Sentença anulada. (AC , JUÍZA FEDERAL CLÁUDIA OLIVEIRA
DA COSTA TOURINHO SCARPA (CONV.), TRF1 - SEGUNDA TURMA, e-DJF1
DATA:28/05/2012 PAGINA:201.)
Posição anterior:
Resposta:
Não é absoluta. O Advogado é inviolável nos limites da Lei como preceitua o art. 133
da Constituição, sobre isso se manifestou o Supremo Tribunal Federal:
"O art. 7º, § 2º da Lei 8.906/2004, deu concreção ao preceito veiculado pelo art. 133 da
CF, assegurando ao advogado a inviolabilidade por seus atos e manifestações no exercí-
cio da profissão." (HC 87.451, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 14-2-2006, Primeira
Turma, DJ de 10-3-2006.).
Resposta:
―A diferença entre plebiscito e referendo concentra-se no momento de sua realização.
Enquanto o plebiscito configura consulta realizada aos cidadãos sobre matéria a ser pos-
teriormente discutida no âmbito do Congresso Nacional, o referendo é uma consulta
posterior sobre determinado ato ou decisão governamental, seja para atribuir-lhe eficá-
cia que ainda não foi reconhecida (condição suspensiva), seja para retirar a eficácia que
lhe foi provisoriamente conferida (condição resolutiva) (MENDES, Gilmar Ferreira.
Capítulo 9: Direitos Políticos Na Constituição. In: BRANCO, Paulo Gustavo Gonet;
COELHO, Inocêncio Mártires; MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de Direito Consti-
tucional. 4. ed. rev. e atual. - São Paulo: Saraiva, 2009. p. 800-801)‖.
Art. 2º Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere sobre
matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrati-
va.
974
§ 1º O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo,
cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
Resposta:
Não consegui nenhuma informação sobre o que seria ―causa de safra‖ em matéria tribu-
tária ou previdenciária. Mas eu responderia (posição pessoal) que seriam aquelas causas
a que se referem os artigos 543-B e 543-C do Código de Processo Civil, que ensejam
multiplicidade de ações (os artigos falam de recursos) com fundamento em idêntica
questão de direito (eu incluiria também idênticas questões de fato). Ou seja, seriam as
causas que geram multiplicidade de ações com mesma causa de pedir.
Resposta:
Não, correção monetária não configura majoração de tributo. Não há que se confundir a
simples atualização monetária da base de cálculo do imposto com a majoração da pró-
pria base de cálculo. A primeira encontra-se autorizada independentemente de lei, a teor
do que preceitua o art. 97, § 2º, do CTN, podendo ser realizada mediante decreto do
Poder Executivo; a segunda somente poderá ser realizada por meio de lei. Incidência da
Súmula 160/STJ: "é defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em per-
centual superior ao índice oficial de correção monetária‖. (v.g.:, STJ, AgRg no AREsp
66849/MG, Humberto Martins, 2ª T., DJe 14/12/2011)
975
16.2.1.2. Questões do TRF2
1) Princípio da Legalidade Relativa é cabível no direito tributário?
Resposta:
Convém salientar, segundo Rodrigo Aiache Cordeiro, que não se deve confundir o Prin-
cípio da Legalidade com o da Reserva Legal, não obstante tal fenômeno ocorra com
freqüência entre nossos doutrinadores, eis que ―o primeiro significa a submissão e o
respeito à lei, ou a atuação dentro da esfera estabelecida pelo legislador. O segundo con-
siste em estatuir que a regulamentação de determinadas matérias há de fazer-se necessa-
riamente por lei.‖ A Constituição Federal brasileira prevê duas espécies de reserva legal,
que são a absoluta e a relativa. Haverá reserva legal absoluta quando a Constituição
ordenar a edição de lei formal para a sua regulamentação, devendo tal lei ser entendida
como ato elaborado consoante as regras constitucionais de processo legislativo e, tam-
bém, emanado pelo Poder Legiferante. Já a reserva legal relativa vai estar presente
quando a Magna Carta, apesar de exigir edição de lei em sentido formal, permitindo à
mesma estabelecer somente parâmetros de atuação do Poder Executivo, podendo este
complementá-la por ato infralegal, que, por sua vez, deverá estar adstrito ao preconiza-
do na lei em sentido formal. Nesse sentido, o princípio da legalidade relativa (ou reserva
legal relativa) é aplicado ao direito tributário, conforme permite a CF/88 em vários dis-
positivos.
Resposta:
Antes mesmo da entrada em vigor do atual Código Civil, que agasalhou o princípio da
eticidade no campo do Direito Privado, o Professor Roberto Wagner Lima Nogueira já
havia publicado um artigo tratando da ética tributária e cidadania fiscal. Pelo artigo é
possível concluir que o princípio da eticidade é plenamente aplicável ao Direito Tributá-
rio. ―A ética tributária neste contexto é e será um decisivo princípio mediador, entre a
necessidade de recursos por parte do fisco e a liberdade de cada cidadão em seu auto-
organizar. A ética tributária se revela numa profunda dialética entre a individualidade
(microética) e a comunidade (macroética), um equilíbrio entre lei e liberdade, neste sen-
tido, ética tributária é justiça, ou comportamento ético tributário é, antes de tudo, com-
portamento segundo a justiça tributária.‖ Podemos falar hodiernamente no direito tribu-
tário em duas éticas: uma ética fiscal privada e outra ética fiscal pública. A ética privada
é uma ética de condutas que norteia o cidadão-contribuinte que tem o dever fundamen-
tal de pagar tributos segundo a sua capacidade contributiva. Já a ética fiscal publica é
informada por quatro valores: liberdade, igualdade, segurança e solidariedade, que de-
vem orientar a atividade criadora e reguladora de tributos pelo Estado.
976
3) Mudança de interpretação acarreta em novo fato gerador?
Resposta:
Segundo o art. 144 do Código Tributário Nacional, o lançamento rege-se pela lei vigen-
te à data de ocorrência do fato gerador. Ainda que o CTN admita aplicação retroativa da
norma meramente interpretativa (art. 106, I), isso somente é possível quando inexistente
outra interpretação. Assim, a mudança de critério administrativo, em oposição à norma
anterior, não se aplica a fatos ou atos pretéritos, que se subordinam à interpretação vi-
gente quando ocorrido o fato gerador. (v.g., TRF1, AC 9301119412, Osmar Tognolo,
DJ 31.05.1996) A modificação do critério assegura ao contribuinte a subsunção ao no-
vo sistema, apenas a partir dos fatos geradores ocorridos posteriormente à alteração,
garantindo o recolhimento pelo modo anterior quanto aos fatos geradores ocorridos an-
tes da alteração do critério de tributação (art. 146 do CTN).Pelo princípio da legalidade
e da tipicidade a dúvida– da administração e a mudança de interpretação deve ser resol-
vida em favor do contribuinte (art. 112, do CTN), para afastar a penalidade imposta a
título de juros de mora e a multa (art. 161 e § 2º do CTN). (v.g., TRF2, AC
200251010123782, Salete Maccaloz, DJ 02.04.2012)
Resposta:
Resposta:
6) Quem tem legitimidade e qual o prazo para a repetição do indébito do PIS? Quem definiu o
prazo, STF ou STJ?
Resposta:
7) Qual o conceito de direito econômico? Quais são os valores primordiais que estão em jogo?
Resposta:
Existem duas concepções que procuram definir o Direito Econômico. Pela concepção
restrita, o Direito Econômico seria uma disciplina nova, autônoma e original, voltada
para o estudos dos problemas relacionados com a intervenção do Estado no domínio
econômico. Já a concepção ampla define o Direito Econômico enquanto disciplina vol-
tada para o estudo das relações humanas propriamente econômicas. Prevalece o concei-
to restrito, havendo que se diferenciar Direito Econômico de Direito da Economia. Wa-
shington Peluso Albino define-o como ramo do direito que tem por objeto a regulamen-
tação da política econômica e por sujeito o agente que dela participa. Para Leopoldino
seria o conjunto de normas condutoras da interação do poder econômico público e do
poder econômico privado e destinado a reger a política econômica. Os valores princi-
978
pais em jogo são a soberania nacional, a propriedade privada e sua função social, a livre
iniciativa e a livre concorrência, a defesa do meio ambiente e do consumidor, a justiça
social com a redução das desigualdades regionais e sociais, a busca do pleno emprego e
o tratamento favorecido às empresas de pequeno porte.
8) Dentro desses valores podemos incluir o meio ambiente artificial como um dos valores que
devem ser contrapostos ou equilibrados?
Resposta:
Certamente, quando a Constituição Federal, em seu art. 170, arrolou os princípios que
dever ser observados em relação à ordem econômica, considerando-a fundada na valori-
zação do trabalho humano e na livre iniciativa, tendo por fim assegurar a todos existên-
cia digna, conforme os ditames da justiça social, incluiu a defesa do meio ambiente co-
mo um destes princípios. O meio ambiente a que se refere o constituinte deve ser inter-
pretado de forma ampla, de forma a incluir o patrimônio ambiental natural (ar, água,
solo, flora, fauna), o patrimônio ambiental cultural e o patrimônio ambiental artificial,
pois todos estão intimamente entrelaçados e interferem nas condições para uma existên-
cia digna das pessoas.
Resposta:
Resposta:
979
As contribuições sociais de que tratam o art. 195, I, da CF/88 (do empregador, da em-
presa e da entidade a ela equiparada, incidentes sobre a folha de salários e demais ren-
dimentos, a receita ou o faturamento e o lucro), nos termos do § 9º do mesmo artigo,
poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômi-
ca, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutu-
ral do mercado de trabalho. O art. 150, II, da CF/88, vedando a instituição de tratamento
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, segundo Ricardo
Alexandre, tratou da isonomia no seu sentido horizontal, mas deixou implícita a neces-
sidade de tratamento desigual aos que se encontrem em situações relevantemente distin-
tas (sentido vertical). Nesse sentido, o § 9º do art. 195 da CF não fere o princípio da
isonomia, que se aplica às contribuições sociais, pois apenas faculta ao ente tributante
dar tratamento diferenciado a contribuintes que se encontrem em situação desigual, em
razão da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão-de-obra. (v.g., TRF4,
AC 2001.71.08.006689-3, João Surreaux Chagas, dez/2003)
Resposta:
Resposta:
980
13) Como o princípio da isonomia se contrapõe ao princípio altruístico, ou as várias espécies
tributárias convivem em harmonia com esses dois princípios?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
981
Conforme já mencionado em resposta a pergunta anterior, não-incidência refere-se às
situações em que um fato não é alcançado pela regra de tributação, podendo ocorrer de
três formas: a) incidência pura e simples: 1) o ente tributante, podendo fazê-lo, deixa
de definir determinada situação como hipótese de incidência tributária; 2) o ente tribu-
tante não dispõe de competência para definir determinada situação como hipótese de
incidência do tributo; b) não-incidência qualificada (imunidade): a própria Constitui-
ção delimita a competência do ente federativo, impedindo-o de definir determinadas
situações como hipóteses de incidência. A não incidência aplica-se às contribuições
sociais. O § 2º do art. 149, por exemplo, dispõe sobre a imunidade em relação às recei-
tas decorrentes de exportação. O § 7º do art. 195, por outro lado, estipula a imunidade
(apesar de referir-se a isenção) das contribuições para a seguridade social em relação às
entidades beneficentes de assistência social. Também há não-incidência pura e simples
nas respectivas leis instituidoras (verbas indenizatórias, limite acima o teto, remunera-
ção paga diretamente a profissionais de saúde credenciados,.terço constitucional de fé-
rias, 1ª quinzena do auxílio-doença, etc.).
Resposta:
17) Dê dois postulados e dois princípios das contribuições sociais para a previdência social.
Resposta:
Humberto Ávila conceitua postulados como normas de segundo grau, destinadas à in-
terpretação e aplicação concreta de outras normas, diferenciando-os quer dos princípios
quer das regras. Os princípios e regras são primariamente dirigidos ao Poder Público e
982
aos contribuintes; os postulados são frontalmente dirigidos ao intérprete e aplicador do
Direito. Ele cita como postulados hermenêuticos a coerência, hierarquia e unidade do
ordenamento e como postulados normativos aplicativos a ponderação, concordância
prática, proibição de excesso, igualdade, razoabilidade e proporcionalidade. Todos eles
se aplicam na interpretação e aplicação das normas relativas às contribuições sociais.
Sem ater-se à distinção de Ávila, Castro & Lazzari relacionam como princípios do Di-
reito Previdenciário, dentre outros, alguns que têm pertinência ao tema do custeio atra-
vés das contribuições sociais: do orçamento diferenciado, precedência da fonte de cus-
teio, compulsoriedade da contribuição e anterioridade tributária. Cabe adicionar também
os princípios da solidariedade, equidade na forma de participação e custeio, diversidade
na base de financiamento, caráter contributivo e equilíbrio financeiro e atuarial.
Resposta:
Resposta:
O PIS, assim como o PASEP, está previsto no art. 239 da Constituição Federal, dispon-
do que a arrecadação decorrente destas contribuições, criadas pela LC 7/70 e LC 8/70,
passa, a partir da promulgação da CF/88, a financiar o programa de seguro-desemprego
e o abono tratado no § 3º do mesmo artigo. O STF já classificou o PIS como contribui-
ção para a seguridade social (v.g., STF, RE 227.095-5/AL, Maurício Corrêa, jun/98),
tendo em vista que a Constituição destinou a sua arrecadação para fins previdenciários.
983
20) É possível isenção nas contribuições sociais para previdência social?
Resposta:
21) Procedimento Fiscal. A autoridade fiscal pode buscar informações bancárias para fiscalizar?
O MP pode requisitar informações à autoridade fiscal sem ordem judicial? Como se posiciona a
jurisprudência do STJ?
Resposta:
22) Um contribuinte assume que deixou de recolher o tributo e, portanto, pretende os efeitos
da denúncia espontânea, todavia requer o parcelamento. É possível denúncia espontânea e
parcelamento?
Resposta:
984
da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologa-
ção regularmente declarados, mas pagos a destempo" (Súmula 360/STJ).
23) Ilícito penal influi em algum sentido no ilícito tributário? Há alguma relação que se possa
estabelecer? Há repercussão tributária em se tratando de ilícito penal em termos de, por e-
xemplo, efeitos tributários?
Resposta:
José Paulo Baltazar Júnior afirma que ―o chamado direito penal tributário, ou seja, o
conjunto de normas de natureza penal que sancionam práticas relacionadas à violação
de natureza tributária, não deve ser confundido com o direito tributário penal, cujo ob-
jeto são as sanções administrativas de ordem administrativo-tributária‖. A falta de sis-
tematização nos dois corpos legislativos tem gerado várias incongruências. As condutas
que constituem crimes tributários usualmente configuram infrações administrativas. O
art. 935 do Código Civil consagrou a independência entre as responsabilidades civil e
criminal, exceto quanto ao reconhecimento da existência do fato ou de sua autoria, hipó-
teses em que a sentença criminal fará coisa julgada no cível, inclusive em relação às
sanções administrativo-tributárias, produzindo efeitos tributários, como a imposição de
multas. Ocorre que a Súmula Vinculante 24, dispondo que não se tipifica o crime tribu-
tário do art. 1º, I a IV, da Lei 8.137/90, antes do lançamento do tributo, inverte esta ló-
gica, pois nesses casos, a ação penal sequer pode ser proposta, pois o lançamento do
tributo, por decisão da esfera administrativa, é elemento normativo do tipo (para alguns
condição objetiva de procedibilidade).
Resposta:
Segundo Luiz Emygdio F. da Rosa Jr. ―denomina-se qualquer entrada de dinheiro nos
cofres públicos de entrada ou ingresso, mas se reserva a denominação de receita pública
ao ingresso que se faça de modo permanente no patrimônio estatal e que não esteja su-
jeito à condição devolutiva ou correspondente baixa patrimonial. Assim, ingresso ou
entrada é gênero do qual a receita pública é espécie, embora do ponto de vista contábil
as duas expressões sejam equivalentes‖.
Resposta:
Emygdio menciona várias classificações das receitas públicas, dentre elas a de Aliomar
Baleeiro, conciliando as classificações da escola alemã e de Seligman, modificada por
985
Einaudi, distinguindo as Receitas em: I) Originárias ou de Economia Privada, ou Di-
reito Privado ou Voluntárias: a) a título gratuito; b) a título oneroso; II) Derivadas, de
Economia Pública, de Direito Público ou Coativas: a) tributos; b) multas, penalidades e
confisco; c) reparações de guerra. A Lei 4.320/64, baseando-se em critério eminente-
mente econômico, adotou a seguinte classificação: I) Receitas Correntes: tributárias,
contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras, mais transfe-
rências correntes; II) Receitas de Capital: operações de crédito, alienação de bens, a-
mortização de empréstimos, transferências de capital e outras receitas de capital, mais o
superávit do orçamento. Ressalte-se que a Lei 4.320/64 utiliza o sentido lato para o
conceito de receita, considerando o que a doutrina chama de mero ingresso.
Resposta:
Resposta:
São receitas que, embora provinda do patrimônio particular (a título de tributo), não são
arrecadadas pela entidade política que vai utilizá-las. Assim, o dinheiro ingressa nos
cofres públicos de Estados e Municípios não em virtude do seu poder constritivo sobre
particulares, mas em razão de competência de entidade política diversa, por disposição
constitucional.
5) A CIDE pode ser por prazo indeterminado ou deve ser por prazo certo?
Resposta:
986
de intervenção no domínio econômico. Não há sustentação ao entendimento de que a
CIDE deva ser em si interventiva, ou seja, que a sua própria cobrança implique inter-
venção; em verdade, a CIDE é estabelecida para custear ações da União no sentido da
intervenção. Intervir sobre o domínio econômico significa, num sentido negativo, corri-
gir distorções do mercado, almeja corrigir falhas, de forma que, surgida a necessidade
de intervenção do Estado, aparece a possibilidade de cobrança da CIDE. Assim, os pres-
supostos de imposição da CIDE seriam: a) intervenção – a efetiva intervenção da Uni-
ão, no sentido da CF/88 e em segmento específico; b) referibilidade – relação entre o
contribuinte participante e o segmento objeto da intervenção; c) vinculação – do produ-
to da arrecadação à atuação da União; d) transitoriedade – alcançada a finalidade, im-
põe-se a extinção da própria exação. Portanto, para o autor, a CIDE pode até ter prazo
indeterminado, mas deve extinguir-se com o alcance e exaurimento de sua finalidade.
Resposta:
Sim, o art. 148, II, da Constituição Federal de 1988 faculta à União, mediante Lei Com-
plementar, instituir empréstimos compulsórios no caso de investimento público de cará-
ter urgente e de relevante interesse nacional, mas manda observar o disposto no art. 150,
III, ―b‖, que é a anterioridade nonagesimal. Ou seja, não precisa observar a anteriorida-
de de exercício, mas tem que observar a noventena. Já o empréstimo compulsório para
atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência (CF, art. 148, I) podem ser cobrados de imediato, pois a CF/88 não
condiciona sua instituição à anterioridade, seja de exercício seja a nonagesimal. Basta
Lei Complementar.
Resposta:
O art. 15, parágrafo único do Código Tributário Nacional dispõe apenas sobre a obriga-
toriedade de a Lei (Complementar) que instituir o empréstimo compulsório fixar o pra-
zo do empréstimo e as condições de seu resgate, sendo necessária a devolução em moe-
da, conforme já decidiu o STF (RE 121.336/CE, Sepúlveda Pertence). Segundo Leandro
Paulsen, a previsão de prazo de devolução é obrigatória, caso contrário a tributação não
será válida. Previsto o prazo de devolução, a ausência de restituição dá ensejo a ação de
cobrança e não à repetição de indébito, se o empréstimo foi criado obedecendo os requi-
sitos constitucionais e legais, com correção monetária integral, sob pena de configurar
confisco. Não se exige a previsão de multa, mas nada obsta a Lei Complementar de fi-
xá-la.
987
16.2.1.4. Questões do TRF4
Resposta:
À luz do art. 151 do CTN é possível entrever que há causas suspensivas que antecedem
à constituição do crédito tributário pelo lançamento e outras que o encontram constituí-
do. Em qualquer caso, emitida a ordem judicial suspensiva não é lícito à Administração
proceder a qualquer atividade que afronte o comando judicial, sob pena de cometimento
do delito de desobediência, hodiernamente consagrado e explicitado no art. 14, VI e p.u.
do CPC. Exsurgindo a suspensão prevista no art. 151, IV, do CTN no curso do proce-
dimento de constituição da obrigação tributária, o que se opera é o "impedimento à
constituição do crédito tributário". O Judiciário ao sustar a exigibilidade do crédito tri-
butário tanto pode endereçar a sua ordem à que não se constitua o crédito, posto do seu
surgimento gerar ônus ao contribuinte até mesmo sob o ângulo da expedição de certi-
dões necessárias ao exercício de atividades laborais, como também vetar a sua cobrança,
ainda que lançado o tributo previamente à ordem. (v.g.: STJ, REsp 453762 / RS, LUIZ
FUX, 1ª T., DJ 17/11/2003). Em sentido contrário, Ricardo Alexandre, afirmando que
o advento de causa suspensiva prévia ao lançamento não impede a marcha do procedi-
mento de lançamento, mas tão somente a exigibilidade. Precedentes do STJ: AGRESP
200801078444, Mauro Campbel, 2ª T., DJ 27.05.09 REsp 736.040/RS, Denise Arruda,
1ª T., DJ 11.6.2007; REsp 260.040/SP, Castro Meira, 2ª T., DJ 14.12.2006
Resposta:
Se entendi bem o significado da questão, não só pode como está sendo questionado. O
caput do art. 39 da CF/88 estabelecia, originariamente, a obrigatoriedade de adoção, por
parte de cada ente da Federação, um só regime jurídico aplicável a todos os servidores
integrantes de sua Administração direta, autárquica e fundacional. A EC 19/98 alterou o
caput do art. 39 com objetivo de eliminar a obrigatoriedade de adoção de um regime
988
jurídico unificado, mas tal alteração teve sua eficácia suspensa pelo STF, através de
medida cautelar, com efeitos prospectivos, no contexto da ADI 2.135/DF, em
02.08.2007, sob o fundamento de inconstitucionalidade formar, já que tal modificação
não foi submetida a dois turnos de votação. Portanto, que toda a legislação que entrou
em vigor entre a publicação da EC 19/98 e a data da concessão da medida liminar, con-
tinua válida, tenha ou não adotado regime jurídico único, mas voltando a vigorar a reda-
ção original, exige-se novamente a adoção do regime jurídico único.
Resposta:
Resposta:
Sim, há diferença. O poder de polícia tem dois sentidos, um amplo e outro restrito. No
sentido amplo significa toda e qualquer ação restritiva do Estado em relação aos direitos
individuais, abrangendo não só a aplicação como a edição de leis. Em sentido restrito, é
o poder de que dispõe a administração pública para condicionar ou restringir o uso de
bens e o exercício de direitos ou atividades pelo particular, em prol do bem estar da co-
letividade. Ele vem definido no art. 78 do CTN. O poder de tutela pode ser visto sob
dois aspectos, a tutela em relação às atividades dos particulares, que se confunde com o
poder de polícia (posição pessoal) e o poder de autotutela, que a administração tem so-
bre seus próprios atos e agentes, cuja expressão está sintetizada pela Súmula 473 do
STF: ―A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial‖.
989
4) Princípio da Igualdade é absoluta ou relativa? Princípio da Isonomia é sinônimo de igualdade
absoluta?
Resposta:
Citando Cláudio Belmonte, Raquel Carvalho afirma que ―a igualdade em questão será
sempre relativa, nunca absoluta‖, mesmo porque ―a igualdade pressupõe também neces-
sariamente diferença de objetivos, igualdade é sempre a abstração de uma desigualdade
existente, sob um determinado ponto de vista‖. A relatividade consiste em aspecto ine-
rente à isonomia, motivo por que afirmam os doutrinadores que o princípio em comento
autoriza determinadas desigualdades sociais e econômicas sempre que a ausência do
tratamento diferenciado resultar em verdadeira iniqüidade. A desigualdade não é repeli-
da, o que se repele é a desigualdade injustificada. Rocorrendo a Dworkim, o conteúdo
jurídico da igualdade no paradigma do Estado Democrático de Direito é apenas um,
qual seja, tratar todos com a mesma consideração e respeito, não pode ser materializar a
priori, deve ser aberto, amplo, para que discursivamente possibilite a inclusão de todos,
não tem conteúdo preciso, é uma regra de prudência. Analisar a razoabilidade como
critério discriminatório é indispensável para a efetiva isonomia. Paradoxalmente, o prin-
cípio da igualdade determina a diferença legítima de tratamento a ser dado a cada pes-
soa em face de diferenças específicas. O princípio da isonomia se converte, assim, mais
num regulador das diferenças que numa regra de imposição de igualdade absoluta em
todos os planos.
Resposta:
990
ção que o executado tem de cumprir o ato) de executoriedade (possibilidade de a própria
Administração praticar ou compelir materialmente o administrado a praticar o ato (coer-
ção material).
Resposta:
Resposta:
Resposta:
991
Sim, nada impede às pessoas de designarem em testamento, como herdeiros ou legatá-
rios, pessoas jurídicas de direito público. Além disso, nos termos do art. 1844 do Códi-
go Civil, ―não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessível,
ou tendo eles renunciado a herança, esta se defere ao Município ou ao Distrito Fede-
ral, se localizada nas respectivas circunscrições, ou à União, quando situada em terri-
tório federal‖. A herança jacente obedece a mesma fórmula.
Resposta:
Resposta:
Para Carvalho Filho, ―pela própria natureza do fato em si, todo abuso de poder se confi-
gura como ilegalidade. Não se pode conceber que a conduta de um agente, fora dos li-
mites de sua própria competência ou despida da finalidade da lei, possa compatibilizar-
se com a legalidade. É certo que nem toda ilegalidade decorre de conduta abusiva; mas
todo abuso se reveste de ilegalidade e, como tal, sujeita-se a revisão administrativa ou
judicial.‖ Segundo vários autores, a ilegalidade é gênero do qual o abuso do poder é
espécie. Há autores, contudo, que entendem diversamente, consignando que nem todo
abuso de poder constitui ilegalidade (Othon Sidou, Gasparini).
Resposta:
Esta questão parece uma contraposição à questão anterior, para quem considera abuso
de poder como ilegalidade. Assagra afima que ―a ilegalidade e o abuso de poder consti-
tuem o próprio mérito do mandado de segurança‖. Quanto à concepção de ilegalidade,
observa-se que ela é a mais ampla possível e poderá decorrer de violação de qualquer
norma. Para o autor, ―o abuso de poder está, em regra, incluso na concepção de ilegali-
992
dade e decorreria do comportamento da autoridade coatora que extrapola os limites uti-
lizados na lei para agir. Nesse contexto, o abuso de poder é uma ilegalidade qualificada
pela arbitrariedade. Todavia, pode ocorrer o abuso de poder quando o ato impugnado
seja formalmente legal, mas substancialmente desproporcional. Essa situação geralmen-
te ocorre quando a lei é utilizada para beneficiar ou prejudicar pessoas, produzindo situ-
ação de imoralidade administrativa.‖
12) Teça críticas a respeito dos regulamentos autônomos do art. 84, VI, da CF.
Resposta:
13) Há direito adquirido ao direito subjetivo? Se houver prejuízo ao direito adquirido e quiser
retorno ao regime jurídico anterior.
Resposta:
Acho que está questão está truncada. Entendo que queria dizer o seguinte: Há direito
adquirido ao regime jurídico? Se houver prejuízo ao direito adquirido pode haver retor-
no ao regime anterior? Para compreender melhor o conceito de direito adquirido, neces-
sário se faz a análise do conceito do direito subjetivo, que é a possibilidade de ser exer-
cido, de maneira garantida, aquilo que as normas de direito atribuem a alguém como
próprio. Em outras palavras, é um direito garantido por normas jurídicas e exercitável
segundo a vontade do titular. Se o direito subjetivo não for exercido, sobrevindo uma lei
nova, tal direito transforma-se em direito adquirido, porque era um direito exercitável e
exigível à vontade do seu titular e que já tinha incorporado ao seu patrimônio, para ser
exercido quando conviesse. Todavia, se o direito não configurava direito subjetivo antes
993
da lei nova, mas sim mera expectativa de direito, não se transforma em direito adquirido
sob o regime da lei nova, pois esta não se aplica a situação objetiva constituída sob a
vigência da lei anterior. Quanto ao regime jurídico, é pacífica a jurisprudência o STF no
sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico, de forma que a alteração do
regime é lícita, mesmo se vier a trazer prejuízos ao agente, não havendo que se falar em
retorno ao regime anterior.
Resposta:
Resposta:
Aqui me recorro aos ensinamentos de Humberto Ávila, que não denomina proporciona-
lidade e razoabilidade de princípios, mas de postulados normativos, normas de segundo
grau, normas sobre aplicação de normas, ou metanormas. Para ele, a razoabilidade é
usada em vários sentidos, mas três acepções se destacam: primeira, como diretriz que
exige a relação das normas gerais com as individualidades do caso concreto; segunda,
como diretriz que exige uma vinculação das normas jurídicas com o mundo ao qual elas
fazer referência, reclamando suporte empírico e adequado e congruência entre a medida
adotada e o fim que ela pretende atingir; terceiro, como diretriz que exige a relação de
equivalência entre duas grandezas. Razoabilidade como equidade, como equivalência e
como congruência, são as três acepções principais. A razoabilidade não faz referência a
uma relação de causalidade entre um meio e um fim, tal como o postulado da propor-
994
cionalidade, de forma que esta exige três exames fundamentais: o da adequação (o meio
promove o fim?), o da necessidade (dentre os meios disponíveis e igualmente adequa-
dos para promover o fim, não há outro meio menos restritivo dos direitos fundamentais
afetados?), e o da proporcionalidade em sentido estrito (as vantagens trazidas pela pro-
moção do fim correspondem às desvantagens provocadas pela adoção do meio?).
Resposta:
17) Empresa estatal pode realizar seleção pública para investidura nos cargos ao invés de con-
curso público?
Resposta:
De acordo com o caput do art. 37, a Administração Pública direta ou indireta de qual-
quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios deve o-
bedecer os princípios nele elencados e em seus incisos, em especial o inciso II, relativo
à investidura em cargo ou emprego público por meio de concurso público, ressalvados
os casos ali previstos. Outra ressalva a CF/88 faz, permitindo o ingresso por meio de
processo seletivo público, em relação à contratação de agentes comunitários de saúde e
agentes de combates às endemias, introduzida pela EC 51/2006, cuja constitucionalida-
de é questionada por Rafael Maffini. Ricardo Alexandre, por sua vez, diz que não se
sabe ao certo o que quer dizer a alteração no inciso II trazida pela EC 19/98 ao permitir
diferentes formas de concurso público, de acordo com a natureza e a complexidade do
cargo ou emprego, talvez autorizar procedimentos seletivos menos abrangentes. Carva-
lho Filho diz que, à primeira vista, o processo seletivo público introduzido pela EC
51/06 não seria o mesmo que o concurso público previsto no art. 37, II, da CF, consis-
tindo exceção à regra do princípio concursal, mas a legislação regulamentadora, porém,
aludiu a processo seletivo público de provas e títulos, o que espelha o concurso público,
só servindo para suscitar dúvidas ao intérprete. Ao meu ver, impõe-se resposta negativa
à questão (v.g: TRF2, REO 199851010054560, Flávio de Oliveira Lucas, 7ª T., DJ
18/03/2011).
995
18) Como é feita a ponderação de legalidade e indisponibilidade dos bens públicos? O que o
CTN diz sobre isso?
Resposta:
Resposta:
996
2) Quais as providências de ordem administrativa deve o cessionário tomar, na cessão ocorrida
em contrato de SFH?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
997
5) Qual a medida cabível contra a adjudicação em execução extrajudicial? Cabem embargos?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
9) Se na arrematação do Dec.-Lei 70/66 o imóvel for arrematado por preço menor que o devi-
do pelo mutuário, deverá este pagar o restante? E se for arrematado por preço maior, deve ser
restituída a diferença ao mutuário?
Resposta:
Resposta:
998
16.4. Direito Penal
Resposta:
Doutrina minoritária cujo maior precursor é Vicente Greco Filho defende que a defini-
ção de um produto como droga ou não deve ser estabelecido pelo juiz, com base em
perícia. Defende, assim, que deve haver análise do caso concreto. Segundo esta corren-
te, a norma penal em branco é temerária, pois complementada por uma portaria que está
sempre defasada com relação à criatividade do homem. O homem cria drogas que a
portaria não prevê. Crítica: Tal interpretação da lei fere o princípio da taxatividade, pois
o conceito de droga ficará a critério do juiz.
2) Há algum dos delitos elencados na lei de droga que pode ser praticado na modalidade cul-
posa?
Resposta:
Resposta:
Não. A pena privativa de liberdade não pode ser imposta ao usuário nem sequer na hi-
pótese de não haver transação penal. Para o crime do artigo 28 da Lei 11.343/06, a lei
penal somente previu sanções que, em definitivo, não conduzem ao cárcere, ainda que
999
descumpridas. Esta, aliás, é uma das razões para que parte da doutrina (minoritária)
considere o tipo inserido no dispositivo como infração penal sui generis.
4) O senhor pode distinguir descriminalizar e despenalizar? Neste caso, o art. 28 é uma medida
despenalizadora ou descriminalizadora?
Resposta:
Despenalizar uma conduta, de outro lado, significa suavizar a resposta penal, evitando-
se ou mitigando-se o uso da pena de prisão, sem no entanto descriminalizar a conduta
que continuará como uma infração penal.
1ª corrente – STF e STJ: Sustenta que a posse de droga para consumo pessoal não foi
descriminalizada pela novel lei 11.343/06, mas houve tão somente despenalização da
conduta. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Questão de Ordem
suscitada nos autos RE 430105, rejeitou as teses da abolitio criminis e infração penal
sui generis, ambas defendidas pela doutrina (vide abaixo).
2ª corrente - Luiz Flávio Gomes: Segundo o autor, com fundamento na Lei de Intro-
dução do Código Penal (art. 1°), que considera ―crime a infração penal a que a lei co-
mina pena de reclusão ou detenção, quer isolada, quer alternativa ou cumulativamente
com a pena de multa; contravenção, a infração a que a lei comina, isoladamente, pena
de prisão simples ou multa, ou ambas alternativa ou cumulativamente”, o artigo 28 da
Lei 11.343/06 trata de uma infração penal sui generis, afirmando que com seu advento
1000
houve a descriminalização formal da conduta, ao lado da despenalização, mas não abo-
litio criminis.
3ª corrente - Alice Bianchini: ―o artigo 28 não pertence ao direito penal, sim, é uma
infração do direito judicial sancionador, seja quando a sanção é fixada em transação
penal, seja quando imposta em sentença penal, tendo ocorrido descriminalização subs-
tancial (ou seja, abolitio criminis)‖ (Luiz Flávio Gomes et al Legislação Criminal Espe-
cial, p. 219).
5) Abra a lei de drogas e leia o art. 45. A questão da imputabilidade, como o senhor entende
este artigo? Repare que a lei, o legislador foi ao alcance de qualquer ilícito praticado. Qual o
conceito de inimputabilidade?
Resposta:
Resposta:
―Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, pro-
veniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omis-
são, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de en-
1001
tender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendi-
mento‖.
Por sua vez, o artigo 26 e seu parágrafo único e § do artigo 28, todos do Código Penal,
dispõem o seguinte:
―Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Parágrafo único - A pena pode ser re-
duzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou
por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimen-
to.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)‖.
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso for-
tuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de en-
tender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimen-
to.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7) Como se explica a actio libera in causae? Quais são as causas que isentam de pena no caso
da embriaguez?
Resposta:
A Teoria da Actio Libera in Causa reconhece que ato transitório do agente, do qual de-
correu a prática de fato típico, foi revestido de inconsciência. Todavia sustenta que não
se deve analisar a conduta do agente neste momento transitório de inconsciência, mas
sim no momento antecedente que foi livre na vontade, transferindo-se para esse momen-
to anterior a constatação da imputabilidade. A teoria da actio libera in causa não analisa
a vontade no ato transitório revestido de inconsciência, mas sim quando era livre a von-
tade.
Segundo o STJ, ―dada a adoção da teoria da actio libera in causa pelo Código Penal,
somente a embriaguez completa decorrente de caso fortuito ou força maior que reduza
1002
ou anule a capacidade de discernimento do agente quanto ao caráter ilícito de sua con-
duta, é causa de redução ou exclusão da responsabilidade penal nos termos dos §§ 1º e
2º do art. 28 do Diploma Repressor‖.
Resposta:
Segundo Cézar Roberto Bitencourt, a força maior exclui a responsabilidade penal obje-
tiva em razão da impossibilidade de evitar-se o resultado danoso do fato, embora previ-
sível. O caso fortuito, por outro lado, é caracterizado pela imprevisibilidade, embora
seja evitável. A distinção entre as figuras é matéria doutrinária, uma vez que a jurispru-
dência dos tribunais superiores não coteja os institutos.
9) Os diversos núcleos do tipo do art. 33, se o agente praticar ao mesmo momento aqueles
tipos, ele responde por concurso? Só há um juízo de subsunção. Princípio da alternatividade.
Resposta:
10) Conflito aparente de normas, quais são as técnicas para a sua solução?
Resposta:
Por princípio da especialidade entende-se que havendo normas gerais e especiais apa-
rentemente subsuntíveis ao caso concreto, deve o intérprete optar por estas. Há relação
de especialidade, por exemplo, entre os tipos básicos e tipos derivados, entendendo-se
estes como os tipos qualificados e privilegiados.
1003
Aplicar-se-á o princípio da subsidiariedade quando o fato violar o mesmo bem jurídico
em diferentes graus/estágios, de forma que a norma subsidiária deve ser afastada para
aplicação única da norma principal, que acaba por abranger aquela.
11) Aquele que auxilia no infanticídio, é coautor deste crime ou autor de homicídio?
Resposta:
12) Como se averigua a questão das mulas (pequenos traficantes que servem de instrumentos
para o transporte da droga)?
Resposta:
Resposta:
Entende-se que o bem jurídico protegido pelo tipo do artigo 312 do Código Penal é tan-
to o patrimônio da Administração Pública (interesse patrimonial do Estado), ainda que
envolva bens particulares e também a tutela da probidade e fidelidade da Administra-
ção. Assim, aduz-se no tipo a tutela do dano material, político e moral da Administração
Pública.
O Superior Tribunal de Justiça, pelas Turmas que compõem a Terceira Seção do Supe-
rior Tribunal de Justiça, é no sentido de que não se aplica o princípio da insignificância
aos crimes contra a Administração Pública, ainda que o valor da lesão possa ser consi-
derado ínfimo, uma vez que a norma visa resguardar não apenas o aspecto patrimonial,
mas, principalmente, a moral administrativa.
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região, mormente sua 3ª Turma, parece estar conso-
ante o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, pois seu entendimento mais recen-
te é no seguinte sentido: ―O princípio da insignificância não tem aplicação no crime de
peculato , ainda que de pequeno valor o dano causado ao Erário” (HC 0017153-
61.2012.4.01.0000 / TO, e-DJF1 p.889 de 18/05/2012); ―o princípio da insignificância é
inaplicável aos crimes contra a Administração Pública, em razão da relevância do bem
jurídico protegido. Ao censurar a prática do crime de peculato , a norma penal visa
tutelar não somente o patrimônio público, como também a moralidade e a probidade
dos agentes públicos‖ (ACR 0002685-76.2005.4.01.3900 / PA, e-DJF1 p.326 de
13/01/2012)
1005
Segundo a doutrina, são tipos de peculato:
1. Próprio:
2. Impróprio
3. Culposo
5. Eletrônico
Resposta:
A diferença está nos verbos dos tipos, já que a concussão (artigo 316) somente se con-
suma se o agente exigir vantagem indevida, enquanto a corrupção passiva (artigo 317)
ocorre quando o agente solicitar, receber ou aceitar promessa de vantagem indevida.
1006
16.4.1.2. Questões do TRF2
Resposta:
Segundo o Tribunal Regional Federal da 1ª Região ―o crime do art. 183 do Lei 9.427/97
é formal, de perigo abstrato, e tem, como bem jurídico tutelado, a segurança dos meios
de comunicação, pelo que não incide, em relação a ele, o princípio da insignificância‖
(ACR 0004625-33.2006.4.01.3806 / MG, e-DJF1 p.190 de 25/05/2012)
Resposta:
Não. Segundo a Lei 10.826/03, para defesa pessoal somente se permite o registro de
armas de uso permitido. Estas são definidas no artigo 17 do Decreto 3665/00 (R-105),
que dispõe:
III - armas de fogo de alma lisa, de repetição ou semi-automáticas, calibre doze ou infe-
rior, com comprimento de cano igual ou maior do que vinte e quatro polegadas ou seis-
centos e dez milímetros; as de menor calibre, com qualquer comprimento de cano, e
suas munições de uso permitido;
IV - armas de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola, com calibre
igual ou inferior a seis milímetros e suas munições de uso permitido;
V - armas que tenham por finalidade dar partida em competições desportivas, que utili-
zem cartuchos contendo exclusivamente pólvora;
VI - armas para uso industrial ou que utilizem projéteis anestésicos para uso veterinário;
1007
VII - dispositivos óticos de pontaria com aumento menor que seis vezes e diâmetro da
objetiva menor que trinta e seis milímetros;
3) Uma pessoa física pode responder pelos delitos da Lei de crimes financeiros?
Resposta:
4) Existe diferença entre o art. 5º da lei 7.492 e o art. 168, CP? O administrador da empresa
tem a posse desses valores?
Resposta:
A diferença está no sujeito ativo dos crimes, uma vez que somente aqueles agentes in-
cluídos no artigo 25 da Lei 7402/86 (sujeitos ativos qualificados) poderão praticar o
crime do artigo 5° da mesma lei, caracterizando-se como crime próprio o referido tipo.
De outro lado, o artigo 168 do Código Penal trata-se de crime comum, podendo ser pra-
ticado por qualquer pessoa (exceto o proprietário).
5) Todos os tipos penais da Lei no. 7492 só abrangem o Sistema Financeiro Nacional como um
todo?
Resposta:
Segundo Adel El Tasse (in Legislação Criminal Especial, p. 1009), ―quando se analisa
cada tipo da Lei 7.492/86, nota-se a presença de um bem jurídico específico e um se-
1008
cundário atrelado a cada dispositivo. No entanto esta condição não desmente a regra
geral pela qual o objeto da proteção é o sistema financeiro, ou seja, só incorre tipifica-
ção da conduta se houver um enquadramento preciso em algo que agride o sistema fi-
nanceiro como um todo, sem apenas gerar reflexo no bem jurídico secundário. Portanto,
no caso de o bem jurídico secundário ser atingido isoladamente, automaticamente ocor-
re a descaracterização do crime contra o sistema financeiro nacional, passando-se a fa-
lar, em regra, tão somente em crime contra o patrimônio‖.
6) A Lei no. 7492 vem da Lei 1521, Lei da Economia Popular, mas é sinônimo de Sistema Finan-
ceiro?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Gestão fraudulenta é aquela que se faz por meio enganoso, com má-fé e com o intuito
de ludibriar. A doutrina critica o dispositivo legal por vislumbrar no tipo ofensa ao
princípio da legalidade, que exige descrição da conduta tida como criminosa de maneira
clara e definida. Todavia, mediante esforço hermenêutico, a doutrina consegue extrair o
significado do termo ―fraudulenta‖ pela própria construção jurídica que o termo ―frau-
de‖ alcançou no ordenamento jurídico. Assim, tem-se que na gestão fraudulenta há o-
fensa imediata à higidez da gestão e patrimônio da instituição financeira (lesão ao mer-
cado financeiro). Além disso, ofende-se o patrimônio de terceiros de forma reflexa, pois
estas são as pessoas que alocam seus dinheiros e valores junto às instituições.
Resposta:
Sujeito passivo primário é o Estado. Sujeitos passivos secundários são os acionistas das
instituições financeiras e outros terceiros que dependam das diferentes operações finan-
ceiras efetivadas por estas, como os clientes bancários, por exemplo. São estes sujeitos
passivos secundários os outros ―enganados‖ pela prática delituosa.
1009
10) Qual é o elemento subjetivo na gestão temerária?
Resposta:
O dolo. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, o tipo penal da gestão temerária refere-
se a crime comissivo doloso, não prevendo a forma culposa. A expressão temerária sig-
nifica que a gestão criminalmente relevante deve implicar necessariamente num liame
subjetivo entre a conduta do paciente e o resultado danoso.
É pacífico o entendimento segundo o qual o crime, para ser punido na modalidade cul-
posa, deve ter previsão expressa em lei. Tal entendimento, aliás, decorre de disposição
expressa do parágrafo único do artigo 18 do Código Penal.
11) É adequada a forma culposa na gestão fraudulenta? (ver julgado do STJ que diz que é dolo-
so, pois a culpa sempre tem que ser expressa).
Resposta:
Assim como no crime de gestão temerária (vide acima), o crime de gestão fraudulenta
também tem como elemento subjetivo o dolo, de forma que a conduta culposa afastará a
tipicidade, uma vez que não expressa no tipo legal do artigo 5° da Lei 7492/86.
12) Lei no. 9472/97, crimes de clandestinidade das telecomunicações. Art. 183, qual o bem
jurídico tutelado nesse dispositivo? A multa aplicada nesse artigo é de dez mil reais, é possível
tal aplicação?
Resposta:
O crime do art. 183 do Lei 9.427/97 tem como bem jurídico tutelado a segurança dos
meios de comunicação. Este é inclusive o entendimento do Tribunal Regional Federal
da 1ª Região.
1010
FEDERAL ASSUSETE MAGALHÃES, TERCEIRA TURMA, e-DJF1 p.190 de
25/05/2012). O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça ainda não se
manifestaram sobre a aplicabilidade da multa prevista no dispositivo.
13) Efeitos da condenação: quando determinaria a perda do cargo público por força da conde-
nação? Sempre ocorre a perda do cargo público? Em que casos perde o cargo público?
Resposta:
Resposta:
perda da função pública ou mandato eletivo, nos termos do artigo 92, I, a e b do Código
Penal;
a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos,
sujeitos à reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado;
a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime
doloso.
15) A perda do instrumento do crime é um dos efeitos da condenação; essa perda ocorre em
favor de quem?
1011
Resposta:
Segundo determina o artigo 91, II, do Código Penal, a perda dos instrumentos do crime
se dá em favor da União.
16) Tem ciência se na Justiça Estadual decreta-se essa perda em favor do Estado?
Resposta:
Trata-se este efeito do denominado ―confisco em favor da União‖, que se opera ope
legis a partir do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, sendo, portanto,
automático, a perda em favor da União, não sendo necessário qualquer decretação, mui-
to menos em favor do Estado.
Resposta:
Erro de tipo é a falsa percepção da realidade. Entende-se por erro de tipo aquele que
recai sobre as elementares (gerando atipicidade absoluta ou relativa), circunstâncias
(podendo interferir na pena ou presunções legais) justificantes ou qualquer dado que se
agregue a determinada figura típica. No erro de tipo, o agente não sabe o que faz.
ERRO DE TIPO ESSENCIAL: Recai sobre dados principais do tipo. Se o agente sou-
besse do erro, evitaria a conduta criminosa. O erro essencial pode ser:
ERRO ACIDENTAL: Recai sobre dados periféricos do tipo. Se o agente fosse avisado
do erro, o corrigiria e persistiria na conduta criminosa. O erro acidental se divide em:
sobre o objeto;
sobre a pessoa;
na execução;
1012
Todo erro de tipo essencial, seja escusável ou inescusável, EXCLUI O DOLO. No erro
escusável exclui-se o dolo, pois não há o elemento consciência do dolo. Exclui-se tam-
bém A CULPA, pois não há previsibilidade do resultado. No erro inescusável exclui-se
o dolo também porque não há consciência do agente, elemento indispensável à caracte-
rização do dolo. Não se exclui a culpa porque o resultado era previsível. Pune-se então a
conduta a título de culpa, se houver previsão do crime na modalidade culposa em lei.
18) Qual a distinção entre a gestão fraudulenta e a gestão temerária? Qual seria a linha divisó-
ria entre o que seria a ousadia e a gestão temerária?
Resposta:
Embora a doutrina critique bastante tanto o tipo do caput do artigo 4° (gestão fraudulen-
ta) quanto seu parágrafo único (gestão temerária) pela falta de clareza e transparência da
lei sobre seus conceitos (ofensa ao princípio da legalidade), tem-se que aquela seria a
gestão por meio enganoso, com má-fé e intuito de ludibriar, enquanto esta seria a gestão
excessivamente arriscada, arrojada. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região assentou
que ―gestão temerária é a que é feita sem a prudência ordinária, com demasiada confi-
ança no êxito que a previsibilidade normal tem como improvável, assumindo riscos
audaciosos em transações perigosas ou inescrupulosamente, arriscando o dinheiro
alheio (HC 0025494-86.2006.4.01.0000 / PA, DJ p.13 de 31/08/2007). Extremamente
difícil determinar o momento em que a gestão deixa de ser aconselhável e ousada dentro
do padrão de mercado de capitais, passando a caracterizar-se como empreendedora de
riscos aviltantes de modo a caracterizar o crime. Segundo o TRF da 1ª Região, a gestão
temerária é crime de perigo concreto. Sem temeridade - elemento normativo - não há
crime. Assim, a análise desse limite tênue entre conduta típica e atípica há de ser feita
pelo juiz no caso concreto, diante das circunstâncias fáticas postas perante o julgador
para análise
19) O que é gestão fraudulenta? Qual o bem jurídico em jogo? É possível criminalizar uma
conduta por ofender um sistema por si só? É de dano ou de perigo? Abstrato ou concreto? Por
quê?
Resposta:
1013
Segundo entendimento do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o crime é de perigo
concreto, ou seja, não é presumido da conduta, devendo ser comprovado nos autos.
Resposta:
O dolo. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, o tipo penal da gestão temerária refere-
se a crime comissivo doloso, não prevendo a forma culposa. A expressão temerária sig-
nifica que a gestão criminalmente relevante deve implicar necessariamente num liame
subjetivo entre a conduta do paciente e o resultado danoso.
É pacífico o entendimento segundo o qual o crime, para ser punido na modalidade cul-
posa, deve ter previsão expressa em lei. Tal entendimento, aliás, decorre de disposição
expressa do parágrafo único do artigo 18 do Código Penal.
Resposta:
1014
22) No Direito Penal brasileiro, há lei que defenda o bem jurídico segurança jurídica?
Resposta:
23) Há possibilidade de condenação por crime organizado? (art.2º. da Lei no. 9.034). Altera o
conceito de quadrilha?
Resposta:
Por força da Lei 9.034/95, que dispõe sobre a utilização de meios operacionais para a
prevenção e repressão de ações praticadas por organizações criminosas, o crime de qua-
drilha ou bando (artigo 288 do Código Penal) é considerado crime organizado, o que
permite que seja realizada a ação controlada da polícia para sua apuração, bem como
acesso a dados, documentos e informações fiscais, bancárias, financeiras e eleitorais,
nos termos que dispõe a lei.
Com a lei 12.694/2012, fixou-se finalmente o tão debatido conceito de organização cri-
minosa e, para sua caracterização, exigiu o legislador a associação de 3 (três) ou mais
pessoas. Além disso, outras características devem estar presentes para configurar a or-
ganização criminosa, como a estruturação e a divisão de tarefas. Tal definição, confor-
me entendimento já existente na doutrina, não é capaz de alterar o conceito de quadri-
lha, crime que pode se delinear dentro de uma organização criminosa ou não. Assim,
nem toda quadrilha será necessariamente uma organização criminosa, se não preencheu
todos os requisitos de sua definição. Aliás, o próprio artigo 1° da Lei 9.034/95 diferen-
cia quadrilha de organização e de associação criminosa: Art. 1o Esta Lei define e regula
meios de prova e procedimentos investigatórios que versem sobre ilícitos decorrentes de
ações praticadas por quadrilha ou bando ou organizações ou associações criminosas de
qualquer tipo.
Contudo, é bom salientar que não existe o tipo penal de organização criminosa, ou seja,
não há o preceito secundário, que é a fixação de penal para os integrantes da organiza-
ção criminosa. A organização criminosa no Brasil é UMA FORMA de cometer cri-
mes. Já a quadrilha constitui um tipo penal autônomo.
1015
Tem como finalidade aprática de crimes Tem como finalidade obter vantagem de
(dolosos, não importando o tipo ou quanti- qualquer natureza, mediante a prática de
dade da pena em abstrato), sendo dispen- crimes.
sável o objetivo de lucro
Resposta:
Resposta:
Não. Terceiros que não sejam servidores públicos também podem ser sujeitos ativos dos
crimes contra a Administração Pública. Tanto é assim que o artigo 83 da Lei 8.666/93
prevê, unicamente para os crimes cometidos por servidores públicos, além da sanção
penal, a perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo. Além disso, caso sejam
os autores ocupantes de cargo em comissão ou função de confiança, nos termos do arti-
go 84, § 2° do Código Penal, terão suas penas acrescidas da terça parte.
3) Qual a natureza jurídica do crime do art. 98 da Lei de Licitações? (A examinadora pediu que
o candidato verificasse o artigo na Lei). Esse crime difere do crime de concussão previsto no
Código Penal? No crime do art. 98 é possível a tentativa?
Resposta:
1016
gem do agente, este pratica o delito pela prática de qualquer um dos verbos núcleos do
tipo.
Resposta:
Segundo o artigo 3°, j, da Lei 4.898/65, constitui abuso de autoridade qualquer atentado
aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. Trata o dispositivo,
segundo a doutrina, de norma penal em branco, que necessita de complementação em
outros dispositivos legais, como o EOAB (Lei 8.906/94). O artigo 7° da referida norma
complementadora dispõe sobre os direitos dos advogados e, dentre eles, mais especifi-
camente no inciso VIII assegura ao advogado o direito de ―dirigir-se diretamente aos
magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previa-
mente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada”.
Diante disso, conclui-se que, em tese, o magistrado pode cometer abuso de autoridade
mediante o não recebimento imotivado do advogado, e diz-se ―em tese‖ porque, no caso
concreto, é imperioso se observar qual era a intenção do juiz, o fundamento de sua ati-
tude, para que esta possa ser ou não subsumida ao tipo. É que tais crimes de abuso de
autoridade somente são cometidos de forma dolosa e desde que o agente aja com o dolo
específico de abusar, de agir com arbitrariedade, com prepotência (elemento subjetivo
do injusto). É necessário analisar no caso concreto a conduta, a fim de divisar a nem
sempre clara faixa que separa os atos discricionários dos arbitrários.
1017
5) Quais os efeitos extrapenais decorrentes da sentença penal condenatória nos crimes fali-
mentares? São automáticos? Devem ser fundamentados?
Resposta:
Segundo o art. 181 da Lei 11.101/05, são efeitos da condenação por crime previsto nesta
Lei:
O § 1º do mesmo artigo é expresso ao dispor que referidos efeitos de não são automá-
ticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença, e perdurarão até 5 (cinco)
anos após a extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar antes pela reabilitação
penal.
TRF5 – 2012
Resposta:
O princípio da adequação social, por sua vez, sustenta que certos comportamentos, em
si mesmo típicos, carecem de relevância por serem correntes no meio social, de forma
que não deveriam ser punidos. Há um descompasso entre as normas penais incriminado-
1018
ras e o socialmente permitido ou tolerado. A doutrina se digladia quanto à natureza jurí-
dica da adequação social como excludente de tipicidade, excludente de antijuridicidade,
princípio geral de interpretação ou nenhum destes. A discussão se coloca por se tratar a
adequação social de princípio inseguro e relativo. O Superior Tribunal de Justiça possui
entendimento pacífico no sentido de que a adequação social não tem o condão de, por si
só, revogar tipos penais. Tal entendimento já foi aplicado quanto aos tipos do art. 229
do Código Penal (manter casa de prostituição) e 184, § 2º, do Código Penal (pirataria).
Resposta:
Resposta:
1019
2) O juiz que presidiu a justificação fica prevento para eventual ação principal? Este segundo
magistrado estaria vinculado ao que foi colhido naquela primeira fase, na justificação? Ele fica
vinculado ou tem liberdade para apreciar?
Resposta:
Na ação de justificação judicial não há contraditório, razão pela qual não há se falar em
decisão de mérito. A declaração judicial se limita a analisar a verificação da observância
às formalidades legais (AC 200150010044127, Desembargador Federal CASTRO A-
GUIAR, TRF2 - PRIMEIRA TURMA ESPECIALIZADA, DJU - Data::26/06/2009 –
Página::185.). Portanto, não havendo análise de mérito ou decisão de mérito, não se
pode dizer que o juízo em que tramitou a ação de justificação judicial estará prevento
para apreciar a ação principal (CC 0022688-93.1997.4.01.0000 / DF, Rel. JUIZ JIRAIR
ARAM MEGUERIAN, PRIMEIRA SEÇÃO, DJ p.74 de 17/08/1998).
3) Juizado Especial Federal: como é que a lei trata? Competência absoluta, relativa? Como a lei
inicialmente delineia esta competência?
Resposta:
A competência do Juizado Especial Federal possui natureza absoluta (artigo 3°, da Lei
n. 10.259/2001) para o processamento e julgamento das causas afetas à Justiça Federal
até o valor de 60 salários mínimos bem como competência para executar suas pró-
prias sentenças, excetuando-se da regra geral, todavia, as causas a que se refere o § 1º,
incisos I a IV, do art. 3º da Lei n. 10.259/2001,. (AC 0006588-22.2004.4.01.3200 / AM,
Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO DE ASSIS BETTI, SEGUNDA
TURMA, e-DJF1 p.1120 de 11/05/2012) (CC 0005632-22.2012.4.01.0000 / PA, Rel.
DESEMBARGADOR FEDERAL DANIEL PAES RIBEIRO, TERCEIRA SEÇÃO, e-
DJF1 p.33 de 10/04/2012). Porém o tema é polêmico se considerado com a resposta à
pergunta ―4‖.
4) A doutrina vem fazendo uma ponderação sobre se esta competência é concorrente ou ex-
clusiva. Conhece esta polêmica da doutrina? É uma opção ou é imposição, pode ser objeto de
escolha do interessado ou ele é obrigado a percorrer a via do Juizado?
Resposta:
O tema não é pacífico. A jurisprudência do TRF2 vem se consolidando no sentido de
ser competência concorrente, sendo uma opção do interessado (discricionariedade)
1020
escolher o Juizado Especial Federal, se este for competente de acordo com a Lei nº.
10.259/2001, ou a Justiça Comum Federal (AG 200902010183849, Desembargador
Federal SERGIO SCHWAITZER, TRF2 - OITAVA TURMA ESPECIALIZADA, E-
DJF2R - Data::12/07/2011 - Página::233/234.).
5) E se houvesse a necessidade de produzir uma prova mais complexa que não seria cabível,
teoricamente, dado o princípio da simplicidade que rege o Juizado Especial? Poderíamos vis-
lumbrar a possibilidade de a ação ser ajuizada numa vara federal comum previdenciária?
Resposta:
6) Com base em qual artigo da Constituição teríamos que filtrar o art. 3° da lei 10.259? Tería-
mos que fazer uma interpretação conforme a Constituição para não negar vigência a que prin-
cípio?
Resposta:
A Lei 10.259/2001 não fez menção expressa ao critério de menor complexidade da ma-
téria, objeto do litígio, para fixar a competência originária dos Juizados Especiais Fede-
rais. Da interpretação do texto constitucional no art. 98, I, combinado com o seu pará-
grafo primeiro, subsume implicitamente que o critério orientador da definição da com-
petência dos Juizados Federais é o da menor complexidade da causa, verificado segundo
a interpretação conjunta de todo o microssistema. Assim, o art. 3.º da Lei em exame
abre um leque enorme para o ajuizamento de demandas perante os Juizados Especiais
Federais, porquanto é genérico ao definir quais seriam essas ‗causas'. Obviamente que
esse inciso haverá de ser interpretado em sintonia com todo o microssistema e, em par-
ticular, com a linha mestra definida no art. 98, I, c/c o seu parágrafo único da CF, que
delimitam os contornos da competência às causas de ‗menor complexidade.
7) É muito comum o INSS ajuizar ações regressivas para se pagar de valores a título de benefí-
cio acidentário que se vê obrigado a pagar em decorrência do infortúnio que o trabalhador
sofreu. Conhece a temática que envolve a discussão que envolve a prescrição, notadamente
no que concerne ao prazo prescricional destas ações regressivas? Qual o prazo defendido pelo
INSS e com base em que argumento?
1021
Resposta:
As ações regressivas são propostas com base no art. 120 da Lei nº. 8.213/1991. O INSS
defende o prazo prescricional quinquenal (fundamento: Decreto 20.910/1932, Leis
6.367/1976 e 8.213/1991) em relação aos pagamentos pretéritos. Segundo o INSS não
há se falar em prescrição do próprio direito (fundo de direito4) de reaver os pagamentos
por ser imprescritível as ações ressarcimento dos prejuízos causados ao Erário
(fundamento: §5º do art. 37 da CF). O Tribunal Regional Federal da 4ª Região tem deci-
sões no sentido de que estamos diante de pretensão que objetiva um ressarcimento pela
prática de ato ilícito civil, que somente é concretizado ante a demonstração da responsa-
bilidade calcada em culpa ou dolo do agente. Tal realidade autentica a conclusão de se
estar diante de um pedido de reparação de danos, hipótese descrita no artigo 206, pará-
grafo 3º, inciso V, do Código Civil (TRF4 2008.71.17.000959-5, D.E. 31/05/2010;
TRF4 5000153-42.2010.404.7212, D.E. 20/01/2011). Ressalta-se, ademais, que nessas
decisões defendeu-se a tese de que a imprescritibilidade viola o princípio da segurança
jurídica, na medida em que a prestação reclamada é parcela única, não obstante o seu
recebimento de forma parcelada. Trata-se de uma prestação indenizatória, que poderia
ser disposta em uma única parcela, mas em face da legislação em regência e visto a po-
lítica de governo acerca do caso, as parcelas são concedidas de forma continuadas ou
sucessivas. (fonte: http://www.conjur.com.br/2012-jun-21/wagner-balera-prescricao-
trienal-ideal-acoes-regressivas-inss5 acessado no dia 27 de agosto de 2012).
4
Fundo de direito, aliás, é a expressão utilizada para identificar a situação jurídica fundamental a caracterizar a es-
sência e a base de um dado direito. No caso, a obrigação de ressarcir o erário por prejuízo decorrente de um ato
ilícito praticado.
5
Leitura recomendada: http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,prescricao-nas-acoes-regressivas-
acidentarias,37749.html
1022
19/06/2012); (TRF4, EINF 5003831-19.2010.404.7001, Segunda Seção, Relatora p/
Acórdão Loraci Flores de Lima, D.E. 19/06/2012).
Resposta:
A gestão de negócios ―ocorre quando alguém age em nome de outrem sem ter mandato
para tal‖. (RODRIGUES, Silvio. Direito civil: dos contratos e das declarações unilate-
rais da vontade. Vol. 3. 29 ed. São Paulo: Saraiva, 2003. P. 399).
E continua:
―[...] trata-se, no mais das vezes, de um ato de altruísmo, em que o gestor, com o intuito
de evitar um prejuízo para o dono do negócio, porventura ausente, embora sem estar por
ele autorizado, ou pela lei, toma a iniciativa de intervir na órbita de interesses daquele,
para preservá-los, atuando como atuaria o dono da coisa se ali estivesse‖ (RODRI-
1023
GUES, Silvio. Direito civil: dos contratos e das declarações unilaterais da vontade.
Vol. 3. 29 ed. São Paulo: Saraiva, 2003. P. 399).
Cabe destacar que a posição do referido autor é não considerar esse ato unilateral como
uma figura contratual, devido à ausência de anuência do ato por parte do interessado.
Resposta:
―[...] em três hipóteses, entretanto, o gestor responde não só por sua culpa, como até
por caso fortuito: a) quando inicia a gestão contra a vontade real ou presumida do dono
do negócio, caso em que este último poderá não só reclamar indenização como, sendo
possível, exigir que o gestor restitua a coisa ao estado anterior (art. 862); b) quando fizer
operações arriscadas, ainda que o dono do negócio costumasse fazê-las; c) quando o
gestor preterir interesses do dono do negócio, por amor aos próprios (art. 868)‖ (RO-
DRIGUES, Silvio. Direito civil: dos contratos e das declarações unilaterais da vontade.
Vol. 3. 29 ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p.405).
Resposta:
Sim, quando envidar toda diligência habitual na administração do negócio, salvo os da-
nos decorrentes de culpa (art. 866 do CC). Não haverá responsabilização: quando provar
que os danos seriam causados mesmo sem a sua interferência; quando o interessado
anui com os negócios arriscados feitos pelo gestor, que terá de ser indenizado pelas des-
pesas e prejuízos decorrentes da operação (parágrafo único, art. 868 CC); quando o ne-
gócio for utilmente administrado (art. 869) – evitar dano eminente ou aproveite lucro ao
interessado –; e, a ratificação pura e simples do dono do negócio (art. 873), quando a
gestão produzirá efeitos de mandato.
4) Tem relevância o fato de ter agido de acordo com a vontade presumida do dono?
Resposta:
1024
cos [...]‖. (VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: contrato em espécie. 3ª ed. São Pau-
lo: Atlas, 2003, p.195-296).
Cabe apontar que agir contra a vontade presumida do interessado pode dar causa à res-
ponsabilidade do gestor: ―[...] quando inicia a gestão contra a vontade real ou presumida
do dono do negócio, caso em que este último poderá não só reclamar indenização como,
sendo possível, exigir que o gestor restitua a coisa ao estado anterior (art. 862); [...]
(RODRIGUES, Silvio. Direito civil: dos contratos e das declarações unilaterais da von-
tade. Vol. 3. 29 ed. São Paulo: Saraiva, 2003. P. 399).
Resposta:
6) Enriquecimento sem causa. Foi rescindida a sentença, que transitada em julgado, era causa
para recebimento. Desaparece a causa do recebimento?
Resposta:
Depende, a ação rescisória possui dois efeitos, a rescisão da coisa julgada (iudicium
rescindens) e o novo julgamento da causa (iudicium rescissorium), que são cumuláveis,
mas não em todos os casos, sendo dispensável quando ―o pedido de „novo julgamento‟
não precisa(r) ser feito quando a mera rescisão do julgado for suficiente, ou quando
não for possível ao órgão competente para a rescisão proferir novo julgamento‖. (ARE-
NHART, Sérgio Cruz; MARIONI, Luiz Guilherme. Processo de Conhecimento. 10.
ed. ver. atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. p. 661).
―Fora a necessária atenção às causas de pedir, é imprescindível tomar os votos dos ma-
gistrados em duas fases, a rescindente (que desconstitui o acordão rescindindo) e a res-
1025
cisória (que realiza o novo julgamento da causa). [...] De modo que o juízo rescindente
pode ser de procedência e o rescisório de improcedência‖ (ARENHART, Sérgio Cruz;
MARIONI, Luiz Guilherme. Processo de Conhecimento. 10. ed. ver. atual. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2011. p. 665).
7) Registros Públicos. A Lei no. 6.015 trata de todos? O que são os Registros Públicos? Exemplo
de que não está nessa lei. E um exemplo de registro constitutivo.
Resposta:
Não. A Lei nº. 6.015 não trata de todos. O Decreto-Lei nº. 58/ 1937 trata dos procedi-
mentos de registro de loteamento; a Lei nº. 6.766/1979 trata dos procedimentos do par-
celamento de solo urbano; a Lei nº . 9.492/1997 regula o protesto de títulos; a Lei º
8.935/1994 (Lei dos Cartórios) trata sobre serviços notariais e de registro bem como
fala de outras serventias menos conhecidas: o tabelionato e registro de contratos maríti-
mos e o registro de distribuição.
8) Se no RGI o bem consta como alodial, desembaraçado, pode a União dizer que é terreno de
Marinha?
Resposta:
Sim. Na verdade, não há bem particular em áreas consideradas de Marinha, mesmo que
existam títulos para tal. Conforme se depreende do enunciado da Súmula nº. 496: ―Os
registros de propriedade particular de imóveis situados em terrenos de marinha não
são oponíveis à União‖.
9) Em que consiste a chamada vacatio legis? A lei em vacatio revoga a legislação anterior?
Resposta:
A Vacatio Legis é o período entre a publicação de uma Lei e o momento em que come-
çará a sua vigência e produzirá sua eficácia. Assim, a lei que se encontra em vacatio não
revoga uma legislação anterior, está só será revogada quando a Lei nova estiver vigente
1026
e eficaz, conforme art. 8º da Lei complementar nº. 95/1998 e a Lei de Introdução as
Normas do Direito Brasileiro.
Resposta:
11) A LINDB estabelece que “ninguém se escusa de cumprir a lei...”. Fale sobre o erro de direi-
to no direito privado. Formule um exemplo.
Resposta:
1027
12) Qual o limite máximo da cláusula penal previsto no Código Civil? Há outras regras que es-
tabelecem limites menores em outras leis? Os exemplos citados (CDC, Lei 6.676, DL 58, Dec.
22.626) podem ser aplicados por analogia a hipóteses correlatas ou quando não houver previ-
são expressa usaremos sempre o teto do Código Civil? Por exemplo: a atual lei de locação pre-
dial urbana não estabelece limite máximo de cláusula penal para o atraso no pagamento do
aluguel. O locador pode ajustar com o locatário, p. ex., aleatoriamente uma cláusula penal
moratória de 40% sobre o valor atrasado?
Resposta:
―Simples alegação de que a cláusula penal é elevada não autoriza o juiz a reduzi-la. En-
tretanto, a sua redução pode ocorrer em dois casos: a) quando ultrapassar o limite legal;
b) nas hipóteses do art. 413 do estatuto civil. O limite legal da cláusula penal, mesmo
sendo compensatória, é o valor da obrigação principal, que não pode ser excedido
pelo estipulado naquela (...).Quando outras normas fixam determinada limite para a
cláusula penal (Decreto-Lei 58/1937, Lei nº. 6.766/79, Decreto nº. 22.696/93 e o
CDC), Carlos Roberto defende ainda que ―(...) Em qualquer dessas casos, e em mui-
tos outros, o juiz reduzirá, na ação de cobrança, o valor da pena convencional aos re-
feridos limites (...)” (Gonçalves, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, volume II:
teoria geral das obrigações-4ª edição, São Paulo, Saraiva-2008-pg-389/390). O TJMG
entende que a cláusula penal, nos contratos de locação, podem ser reduzidas de
acordo com os arts. 412 e 413, todos do Código Civil (Apelação Cível
1.0024.05.880162-2/003, Rel. Des.(a) Cláudia Maia, 13ª CÂMARA CÍVEL, julgamen-
to em 08/04/2010, publicação da súmula em 28/04/2010); (Apelação Cível
1.0024.08.248512-9/001, Rel. Des.(a) Eduardo Mariné da Cunha, 17ª CÂMARA CÍ-
VEL, julgamento em 04/02/2010, publicação da súmula em 26/02/2010). Em tese, é
possível, a meu ver, a cláusula moratória de 40% sobre o valor atrasado desde
que não ultrapasse o valor total do contrato e leve em conta eventual cumprimento
parcial da obrigação. O TJMG assim entendeu: ―(...) No tocante à multa compensató-
ria, pactuada em 30% do valor do contrato, ela também não se releva excessiva ou abu-
siva, vez que, de acordo com o art. 412, do CCB/2002, a cláusula penal terá como único
limite o valor da própria obrigação principal. Ademais, no caso específico dos autos, a
própria cláusula penal prevista no contrato de locação já leva em consideração o even-
tual cumprimento parcial da obrigação contratual, estando ali consignado, de forma ex-
pressa‖(Apelação Cível 1.0024.08.248512-9/001).
Resposta:
1028
Não encontrei decisões nos TRF's, razão pela qual estou utilizando decisão do TJMG.
Lembre-se que esses casos são tratados de forma reiterada pelos tribunais estaduais. O
Tribunal de Justiça de Minas Gerais entende que o juiz pode reconhecer, de ofício, o
excesso do valor fixado à título de cláusula penal, com base no artigo 413 do Código
Civil, quando o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em
vista a natureza e a finalidade do negócio (Apelação Cível 1.0024.08.197863-7/001,
Rel. Des.(a) Tibúrcio Marques, 15ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 09/06/2011, pu-
blicação da súmula em 30/06/2011). Não há uma fórmula correta de quanto deve dimi-
nuir. Deve-se analisar o caso concreto, a fim de avaliar a natureza e a finalidade do ne-
gócio, para que verifique o valor mais justo. A título de exemplo, nessa decisão men-
cionada, o TJMG reduziu de 61% para 10% a cláusula penal.
Resposta:
1029
15) Qual a distinção entre personalidade e capacidade?
Resposta:
―(...) Quanto à personalidade, essa pode ser conceituada como sendo a soma de carac-
teres corpóreos e incorpóreos da pessoa natural ou jurídica, ou seja, a soma de aptidões
da pessoa. Assim, a personalidade pode ser entendida como aquilo que a pessoa é, tanto
no plano corpóreo quanto no social. No Brasil, a personalidade jurídica plena inicia-se
com o nascimento com vida, ainda que por poucos instantes (...). Quanto ao fim da per-
sonalidade, sabe-se que esta ocorre com a morte (...). A capacidade é a aptidão da
pessoa para exercer direitos e assumir deveres na órbita civil (art. 1º do CC).A capaci-
dade, que é elemento da personalidade, é a medida jurídica da personalidade (...). Ca-
pacidade de direito ou de gozo: é aquela comum a toda pessoa humana, inerente à per-
sonalidade, e que só perde com a morte prevista no texto legal, no sentido de que toda
pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil (art. 1º do CC). Capacidade de fato
ou de exercício: é aquela relacionada com o exercício próprio dos atos da vida civil.
Capacidade de direito + capacidade de fato = capacidade plena. (Tartuce, Flávio. Direito
Civil, 1: Lei de introdução e parte geral. 5ª edição. Rio de Janeiro: Forense. São Paulo.
Método, 2009-pg-138, 146 e 147). Como exemplos de capacidade de direito sem perso-
nalidade, ENTENDO correto apontar: o ―nascituro‖ porque ainda não tem personali-
dade (não nasceu- art. 2º do Código Civil) mas já possui direitos desde a concepção e,
por fim, as entidades despersonalizadas, ou seja, sem personalidade jurídica, mas com
personalidade judiciária, nos termos do art. 12 do Código de Processo Civil: a massa
falida, pelo síndico; a herança jacente ou vacante, por seu curador; o espólio, pelo in-
ventariante; as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a ad-
ministração dos seus bens. Há outros entes sem personalidade jurídica que possuem
personalidade judiciária, entre eles o Ministério Público e as funções de poder do esta-
do.
a. A ordem é rígida?
b. Um caso frequente na justiça: uma pessoa declara-se incapaz, mas demanda contra a União
mesmo sem comprová-la previamente. Como magistrado, como agir? Recebe a inicial, manda
emendá-la ou extingue o feito sem julgamento do mérito?
Resposta:
1030
A ordem legal da tutela é a seguinte: tutor nomeado pelos pais (art. 1.729 e parágra-
fo único do Código Civil); não havendo essa nomeação, os parentes consangüíneos do
menor, na seguinte ordem: primeiro, os ascendentes, preferindo o de grau mais próximo
ao mais remoto; e, na falta dos primeiros, os colaterais até o terceiro grau, preferindo os
mais próximos aos mais remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços;
em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em be-
nefício do menor (art. 1.731, incisos I e II, do Código Civil). Na falta dessas pessoas,
cabe ao juiz nomear (art.1.732 e incisos I, II e III, do Código Civil). A ordem legal da
curatela é a seguinte: cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de
fato (art.1.775 do Código Civil); na falta do cônjuge ou companheiro, é curador legíti-
mo o pai ou a mãe; na falta destes, o descendente que se demonstrar mais apto (§1º do
art. 1.775 do Código Civil). Na falta das pessoas mencionadas neste artigo, compete ao
juiz a escolha do curador (§3º do art. 1.775 do Código Civil). Segundo o entendimento
da doutrina ((FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito
Civil: Famílias. 4. ed. Salvador: Juspodvim, 2012. p. 957 (vol. VI)), a lei estabelece
uma ordem de preferência de nomeação de tutor ou curador, mas ela não é rígida,
obrigatória. Na escolha, o que deve prevalecer é o interesse do incapaz.
Em relação à falta de prévia comprovação dessa condição de incapaz, por meio do ter-
mo de tutela ou curatela, ENTENDO que o magistrado deve determinar a emenda da
inicial (arts. 283 e 284 do CPC).
Resposta:
18) Há alguma distinção em extensão entre o poder familiar e a tutela? Os pais podem alienar
os bens dos filhos sem necessidade de autorização judicial?
Resposta:
Sim.
―Resta, pois, evidenciado que a tutela não tem o mesmo alcance e dimensão do poder
familiar. Até porque ―falta-lhe, principalmente, o envolvimento afetivo decorrente da
relação paterno-filial‖, [...]. Prova irrefutável disso vem do art. 1689, I, da Codificação,
1031
reconhecendo os pais como usufrutuários legais dos bens pertencentes aos seus filhos
menores. É o chamado usufruto legal. Este benefício, entretanto, não é reconhecido ao
tutor‖. (FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil:
Famílias. 4. ed. Salvador: Juspodvim, 2012. p. 954 (vol. VI)).
Quanto o usufruto legal, e o alcance da gestão dos pais sobre o patrimônio dos filhos,
dispõe o Código Civil:
Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos,
nem contrair, em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples admi-
nistração, salvo por necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autori-
zação do juiz.
Parágrafo único. Podem pleitear a declaração de nulidade dos atos previstos neste arti-
go:
I - os filhos;
II - os herdeiros;
Resposta:
Curatela é um ―encargo imposto a uma pessoa natural para cuidar e proteger uma pessoa
maior de idade que não pode se autodeterminar patrimonialmente por conta de uma in-
capacidade. É, visivelmente, uma forma de proteção a alguém que, embora maior de
idade, não possui a plena capacidade jurídica‖. (FARIAS, Cristiano Chaves de; RO-
SENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Famílias. 4. ed. Salvador: Juspodvim,
2012. p. 991 (vol. VI).
1032
20) O art. 1.748, inc V do CC dispõe que compete ao tutor obter autorização judicial. No caso
da curatela o código remete a essa disposição, ou seja, o curador deverá obter autorização
judicial. Ocorre o seguinte: um sujeito alega na inicial ser absolutamente incapaz e, ele mesmo
outorga procuração a um advogado que pede, por exemplo, a reforma militar, pois ele fora
licenciado sem reforma, mas ele já estava alienado mental. O feito é processado e é feita uma
perícia que constata a incapacidade absoluta já ao tempo do licenciamento. O juiz remete os
autos ao Ministério Público que oficia da seguinte maneira: se o autor é absolutamente inca-
paz não poderia ter outorgado procuração ao seu causídico. Então, haveria aí uma nulidade ou
pelo menos se pediria a suspensão até que se obtenha a curatela e a autorização judicial para
o litígio?
Resposta:
Resposta:
São Princípios dos Direitos Reais são (conforme GONÇALVES, Carlos Rober-
to. Direito Civil Brasileiro: Direito das Coisas e Atos Unilaterais. 4. ed. ver. São
Paulo: Saraiva, 2009.):
Resposta:
Destinando-se a operar contra toda a coletividade, não pode qualquer direito real ser
reconhecido juridicamente se não houver prévia norma que sobre ele faça previsão. Por-
tanto, inseridos em regime de ordem pública, os direitos reais são numerus clausus, de
enumeração taxativa, localizados no rol pormenorizado do art. 1.225 do Código Civil
e em leis especiais diversas (v.g., Lei nº 9.514/97 – alienação fiduciária de imóveis).
(FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Direito
Reais. 8. ed. rev. ampl. atual. Salvador: Juspodvim, 2012. p. 41-42 (vol. V)).
―Se é certo que os direitos reais se submetem à taxatividade, o mesmo não se diga da
tipicidade. Cuida-se de conceitos próximos, eventualmente complementares, porém
inconfundíveis. A taxatividade imputa ao legislador o monopólio da edificação de di-
reitos reais. Por sua vez, a tipicidade, como se infere do próprio vocábulo, delimita o
conteúdo de cada tipo de direito real‖. (FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD,
Nelson. Curso de Direito Civil: Direito Reais. 8. ed. rev. ampl. atual. Salvador: Juspod-
vim, 2012. p. 43 (vol. V). Para diferenciar devidamente, ressalta-se que a taxatividade
refere-se à previsão legal, a tipicidade refere-se ao uso e à interpretação dos direitos
reais previstos em Lei.
23) Uma empresa tem imóvel enfitêutico se se fundir à outra há a incidência de laudêmio?
Resposta:
1034
direito de preferência. Só se opera nas transmissões onerosas, como na venda, permuta,
transação ou dação em pagamento. Não há laudêmio ou direito de preferência nas ces-
sões gratuitas, como na doação e dote, bem como na permuta e na transmissão por he-
rança, pois os atos de natureza benéfica visam favorecer determinada pessoa. […] De
acordo com o Código Civil 2002, será proibida a cobrança de laudêmio nas trans-
missões dos bens aforados (art. 2.038). Contudo, a regência dos foros, laudêmios, e
taxas de ocupação relativas aos imóveis da propriedade da União (notadamente os
territórios de Marinha), consta do Decreto-Lei 2.398/87, na qual a SPU apoia a exigên-
cia da exação. (FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito
Civil: Direito Reais. 8. ed. rev. ampl. atual. Salvador: Juspodvim, 2012. p. 779 (vol. V).
Pelo exposto, só incide laudêmio nas enfiteuses da União, nos casos de transmissões
onerosas. Contudo, devido ao art. 2.038 do Código Civil não incide mais laudêmio nas
transmissões de qualquer natureza de bem aforado quando se tratar de propriedades par-
ticulares e não terrenos de marinha. Ou seja, não há mais, em geral, incidência de lau-
dêmio.
Resposta:
Resposta:
convalidar os atos práticos na gestão de negócio, pois ―[...] a gestão se extingue, trans-
formando-se em mandato. Por essa razão, cessam as responsabilidades especiais que
vinculam o gestor e não mais se cogitará de saber se foi útil, ou não, a gestão. É como
se não tivesse havido gestão de negócios, mas apenas mandato‖. (RODRIGUES, Silvio.
Direito civil: dos contratos e das declarações unilaterais da vontade. Vol. 3. 29 ed. São
Paulo: Saraiva, 2003. P. 407).
1035
Resposta:
Resposta:
A doação onerosa é um contrato comutativo, não importa a espécie de doação, pois será
comutativo, conforme ensina Flávio Tartuce: "O contrato é ainda comutativo, pois as
partes já sabem de imediato quais as prestações (...)". (TARTUCE, Flávio. Direito Ci-
vil, Volume 3: teoria geral dos contratos e contratos em espécie. 5ª Edição. Rio de Ja-
neiro. Editora Forense: Método, 2010. p. 324).
Resposta:
"(...) a doação modal ou com encargo é aquela gravada com um ônus, havendo liberali-
dade somente no valor que exceder o ônus (art. 540 do CC). Não atendido o encargo
cabe a revogação da doação, como forma de resilição unilateral (...)". Apesar de alguns
doutrinadores entenderem que a doação modal é um contrato bilateral, opinamos no
sentido de que o contrato é unilateral imperfeito. Isso porque o encargo não constitui
uma contraprestação, um dever jurídico a fazer com que o contrato seja sinalagmático
(...)". (TARTUCE, Flávio. Direito Civil, Volume 3: teoria geral dos contratos e contra-
tos em espécie. 5ª Edição. Rio de Janeiro. Editora Forense: Método, 2010. p. 326/327).
Resposta:
(...) O instituto está tratado entre os arts. 555 e 564 do atual do Código Civil e é reco-
nhecido como um direito potestativo a favor do doador (...). (TARTUCE, Flávio.
1036
Direito Civil, Volume 3: teoria geral dos contratos e contratos em espécie. 5ª Edição.
Rio de Janeiro. Editora Forense: Método, 2010. p. 341). Assim, a meu ver, pode-se
concluir que, independentemente de eventual cumprimento parcial do encargo, poderá
haver a revogação da doação, na medida em que o donatário, desde o início, tem conhe-
cimento, ao aceitar a doação, dessa possibilidade.Portanto, não há se falar em eventual
enriquecimento ilícito pelo fato de o doador receber o bem de volta, diante da revogação
da doação, mesmo o donatário tendo cumprido parcialmente o encargo.
Resposta:
A conditio causa non secuta é sinônimo da cláusula rebus sic stantibus, que constitui a
Teoria da Imprevisão conforme leciona Venosa:
―[...] É levada em consideração a aplicação da conditio causa data non secuta, segun-
do a qual o contrato devia ser cumprido conforme as condições em que foi ultimado.
Possibilitava-se a alteração se se modificassem as condições: contractus qui habent trac-
tum sucessivum et dependentiam de futuro rebus sic stantbus interlligentur. Difundiu-se
a cláusula resumidamente como rebus sic stantbus, nos contratos de trato sucessivo e
dependentes do futuro, como implícita em todo contrato de trato sucessivo. (VENOSA,
Silvio de Salvo. Direito Civil: Teoria geral das obrigações e teoria geral dos contratos;
7ª Ed. São Paulo: Atlas, 2007. (Coleção direito civil; v. 2)
Pelo exposto, a ação ―conditio causa non secuta‖ é aquela que venha a discutir a ocor-
rência de fato que desiquilibra a relação contratual original.
Resposta:
Resposta:
―Ao contrário do usufruto e do direito de uso, que recaem indistintamente sobre móveis
e imóveis, o direito de habitação tem como objeto exclusivo o bem imóvel de fins
residenciais, a teor do exposto no art. 1.414 do Código Civil. No mais, as disposições
aplicáveis ao usufruto estendem-se à habitação, quando não houver ofensa à sua essên-
1037
cia (art. 1.416 do CC). Isso posto, ao contrário do usufruto, a habitação é incessível, mas
tal qual aquele instituto, incidem os mesmos deveres de guarda, conservação e institui-
ção‖. (FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil:
Direito Reais. 8. ed. rev. ampl. atual. Salvador: Juspodvim, 2012. p. 855-856. (vol. V)).
Resposta:
―Duas são as formas usuais de sua criação: por alienação ou retenção do usufruto. Em
qualquer das hipóteses de constituição de usufruto por ato inter vivos, nada impede que
o atributo da onerosidade esteja presente. Malgrado a sua predominância, a gratuidade
não é da essência do usufruto. Poderia soar estranho para os que se acostumam com a
imediata associação do usufruto à tutela alimentar de alguém que se encontra em situa-
ção de vulnerabilidade‖. (FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso
de Direito Civil: Direito Reais. 8. ed. rev. ampl. atual. Salvador: Juspodvim, 2012. p.
824. (vol. V)).
11) O CC revogou o direito real de superfície previsto no Estatuto da Cidade? Por quê?
Resposta:
Não. ―A Lei nº. 10.257/01 é especial e a sua finalidade e essência são distintas do mode-
lo que agora é apresentado pelo Código Civil. O Estatuto da Cidade regula a disciplina
urbanística e deseja promover a função social da Cidade, tornando-a sustentável e dota-
da de condições dignas de vida. Já no Código Civil o direito de superfície é um instru-
mento destinado a atender interesses e necessidades privadas‖. (FARIAS, Cristiano
Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Direito Reais. 8. ed. rev.
ampl. atual. Salvador: Juspodvim, 2012. p. 615 (vol. V)).
Ou seja, apesar de tratarem do mesmo instituto, essas normas tratam ―direito de super-
fície‖ por prismas diferentes.
1038
12) Como é disciplinado o subsolo no CC e no Estatuto da Cidade?
Resposta:
13) Admite-se contrato de SFH com reajustamento pelo índice da categoria? Qual o benefício
ou prejuízo?
Resposta:
"Os reajustes das prestações da casa própria, nos contratos vinculados ao Plano de E-
quivalência Salarial, segundo as regras do Sistema Financeiro de Habitação, devem res-
peitar a variação do salário da categoria profissional do mutuário, salvo aqueles firma-
dos com mutuários autônomos, hipótese em que deve ser observada a data de celebração
do contrato. Se anterior ao advento da Lei 8.004, de 14/03/1990, que revogou o § 4º do
art. 9º do Decreto-lei 2.164/84, deve ser utilizado o mesmo índice aplicado à variação
do salário-mínimo. Se posterior, deve ser aplicado o IPC (RESP 200500133671, DENI-
SE ARRUDA, STJ - PRIMEIRA TURMA, DJE DATA:30/04/2008.)
Tal medida veio beneficiar o mutuário, para que o seu débito fosse quitado sem, contu-
do, o colocar em situação de risco financeiro e, de outra feita, manter o equilíbrio do
Sistema Financeiro de Habitação.
1039
14) Quais as hipóteses de aplicação do Dec.-Lei 70/66?
Resposta:
15) Se na arrematação do Dec.-Lei 70/66 o imóvel for arrematado por preço menor que o de-
vido pelo mutuário, deverá este pagar o restante? E se for arrematado por preço maior, deve
ser restituída a diferença ao mutuário?
Resposta:
Art. 32 [...]
§ 2º Se o maior lance do segundo público leilão fôr inferior àquela soma, serão pagas
inicialmente as despesas componentes da mesma soma, e a diferença entregue ao cre-
dor, que poderá cobrar do devedor, por via executiva, o valor remanescente de seu cré-
dito, sem nenhum direito de retenção ou indenização sôbre o imóvel alienado.
§ 3º Se o lance de alienação do imóvel, em qualquer dos dois públicos leilões, fôr supe-
rior ao total das importâncias referidas no caput dêste artigo, a diferença afinal apurada
será entregue ao devedor‖.
Resposta:
O direito de retenção constitui um dos efeitos particulares do contrato (os outros são a
arras, o vício redibitório, a evicção e a exceção do contrato não cumprido), pode ser
também um exemplo de exceção de contrato não cumprido; em suma, é uma figura con-
trovertida na doutrina.
Sua natureza também repousa em controvérsia, parte da doutrina entende ser ele real e
parte o entende como obrigacional. O primeiro, por recair sobre bem e ser oponível
erga omnes; o segundo seria por não constar no rol numerus clausus dos direitos reais
do art. 1.225 do Código Civil, assim como por não ser passível de registro imobiliário.
1040
Pode ainda ser considerado como um direito obrigacional sui generis, pois decorre de
uma norma jurídica e não de uma relação obrigacional, se assemelhando a uma obriga-
ção propter rem. (FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Di-
reito Civil: Direito Reais. 8. ed. rev. ampl. atual. Salvador: Juspodvim, 2012. (vol. V)).
Direito de retenção que cabe ao possuidor por benfeitorias uteis ou necessárias - concei-
to jurídico. O direito de retenção, não pode ser oposto ao adquirente do prédio. Em face
do código civil, não é direito real, mas pessoal. A retenção tem sua origem, na hipóte-
se, no contrato de locação, que e 'res inter alios acta' para o adquirente. (RE 32683, Ri-
beiro da Costa, STF).
17) Pode haver penhora do bem objeto do direito de retenção? Como ficam os direitos do
retentor? Ele os pode exercer contra terceiros?
Resposta:
Resposta:
Quanto à violação positiva do contrato, a mesma não recai sobre a obrigação principal,
mas sim em colaterais: ―Expressão também conhecida como ―cumprimento defeituoso‖
ou ―cumprimento imperfeito‖, a ―violação positiva do contrato‖ é uma espécie de ina-
dimplemento contratual a imputar responsabilidade contratual objetiva àquele que viola
direitos anexos do contrato.
Resposta:
―Art. 1.997. A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a
partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe
coube. § 1o Quando, antes da partilha, for requerido no inventário o pagamento de dívi-
das constantes de documentos, revestidos de formalidades legais, constituindo prova
bastante da obrigação, e houver impugnação, que não se funde na alegação de pagamen-
to, acompanhada de prova valiosa, o juiz mandará reservar, em poder do inventariante,
bens suficientes para solução do débito, sobre os quais venha a recair oportunamente a
execução. § 2o No caso previsto no parágrafo antecedente, o credor será obrigado a ini-
ciar a ação de cobrança no prazo de trinta dias, sob pena de se tornar de nenhum efeito a
providência indicada. Art. 1.998. As despesas funerárias, haja ou não herdeiros legíti-
mos, sairão do monte da herança; mas as de sufrágios por alma do falecido só obrigarão
a herança quando ordenadas em testamento ou codicilo. Art. 1.999. Sempre que houver
ação regressiva de uns contra outros herdeiros, a parte do co-herdeiro insolvente dividir-
se-á em proporção entre os demais. Art. 2.000. Os legatários e credores da herança po-
dem exigir que do patrimônio do falecido se discrimine o do herdeiro, e, em concurso
com os credores deste, ser-lhes-ão preferidos no pagamento. Art. 2.001. Se o herdeiro
for devedor ao espólio, sua dívida será partilhada igualmente entre todos, salvo se a
maioria consentir que o débito seja imputado inteiramente no quinhão do devedor‖.
1042
16.7. Direito Empresarial
Resposta:
O direito de propriedade, tal como o direito à vida, são direitos individuais e, portanto,
considerados cláusulas pétreas (art. 5º, caput, c/c inciso IV, do §4º, do art.60, todos da
CF). É certo que nenhum direito fundamental é absoluto, nem mesmo o direito à vida
(art. 5º, inciso XLVII, alínea ―a‖, da CF). Outros exemplos que demonstram que o direi-
to à vida não é absoluto são: a legítima defesa, o estado de necessidade etc. Percebe-se,
na verdade, que há, nesses casos, uma ponderação dos direitos fundamentais conflitan-
tes. Da mesma forma que se dá no direito à vida, pode também ocorrer a ponderação
entre o direito de propriedade e o direito à renovação de locação comercial, o qual (este
último) visa imediatamente proteger o empresário e, mediatamente, o desenvolvimento
econômico (circulação de bens e serviços com a proteção do empresário), o trabalho
(manutenção de empregos com a proteção do empresário), o aumento da arrecadação de
tributos etc. Desse modo, ACREDITO que a Lei nº. 8.245/91, ao dispor no art. 51 os
requisitos cumulativos para se ajuizar a ação renovatória, e no art. 52 as causas que
podem ser alegadas pelo locador como justificativas para não ocorrer a renovação,
traçou uma ponderação razoável entre tais direitos fundamentais, que estão aparen-
temente em conflitos, na medida em que afastou o direito à propriedade em casos ape-
nas excepcionais, para garantir a proteção de outros direitos também de suma importân-
cia.
Resposta:
Resposta:
―(...) Nasceu a ideias de leasing (do verbo to lease, alugar), quando Boothe, após a se-
gunda guerra mundial, contratou o fornecimento de alimentos com o exército norte-
americano e ao verificar que o volume excedia sua capacidade operacional, firmou um
contrato com o banco para que este comprasse os equipamentos que lhes eram necessá-
rios. Ante o grande sucesso dessa operação surgiram a Us leasing Company e a Boothe
Leasing Corporation, as quais se seguiram outras‖. (DINIZ, 2003, p.641-642)
4) Discorra um pouco sobre a problemática a respeito do uso do leasing para a compra de au-
tomóveis particulares?
Resposta:
Acredito que a problemática é a seguinte: o que ocorre com certa frequência é que os
contratos de leasing de veículos, em quase sua totalidade, não resguardam ao arren-
datário o exercício da escolha ao final do contrato. E isso porque o valor residual,
cobrado em razão da opção de compra do bem ao final do contrato, via de regra, ou é
cobrado como entrada ou é parcelado juntamente com as demais prestações. Na verda-
de, está sendo retirada do consumidor a liberdade real de não optar pela aquisição do
bem: primeiro, porque terá pagado, ao final do contrato, todo o valor correspondente;
segundo, porque, mesmo não querendo ficar com o bem, dificilmente terá o valor resi-
dual pago restituído. Lembre-se que o leasing de veículos é normalmente trilateral
(concessionário de carros, instituição financeira e o consumidor).
Resposta:
O contrato de leasing, como já dito, é uma simbiose entre o contrato de aluguel e o fi-
nanciamento. O leasing é uma operação com características legais próprias, não se
constituindo operação de financiamento. Nas operações de financiamento, o bem é de
propriedade do mutuário, ainda que alienado, já no ato da compra. A grande vantagem
do leasing, numa visão tributária, é que, por não ser considerado uma operação financei-
ra, não recolhe o IOF (http://www.bcb.gov.br/?LEASINGFAQ). Acredito que o Fisco é
contra o leasing de veículos porque, conforme esclarecida na resposta 4, houve o seu
desvirtuamento (leasing de veículos) e, provavelmente, um dos motivos para esse des-
virtuamento, é o não pagamento do IOF. Sendo essa a razão da manobra, para não
recolher o IOF, com o objetivo de reduzir o preço do veículo. Entendo que o FISCO é
contrário ao leasing de veículos porque este não passa, na verdade, de verdadeiro finan-
ciamento de veículo e que, portanto deveria recolher o IOF.
6) Qual a causa do contrato de leasing? Como ele explica a história do artigo 882 do atual CC?
Resposta:
Resposta:
1045
Fala-se que o leasing financeiro é trilateral por envolver três partes. Três empresas são
necessárias à operação. Ex: a que vende as máquinas; a que compra e paga o preço (a
empresa de crédito, geralmente Banco) e a que as obtém (aluguel), sem ter comprado
os referidos bens (Empresa em geral que utiliza máquina como seu equipamento de
produção ou meio de produção).
Resposta:
Resposta:
3) Admita a hipótese em que alguém pretenda comprar uma determinada mercadoria utili-
zando-se dos serviços do corretor. Compra a mercadoria, leva pra casa e se dá conta de que a
1046
hipótese é de vício redibitório. Como fica a relação com o corretor? A sua atuação se consuma
com a formalização do negócio ou com a aproximação?
Resposta:
O Professor Caio Mário preleciona que contrato de corretagem é aquele pelo qual uma
pessoa, mediante remuneração, obriga-se a intermediar negócios para outra, prestando
informações e esclarecimentos que se fizerem necessários para celebração do contrato
intermediado (Caio Mário da Silva Pereira. Instituições de Direito Civil. Vol. III. p.
267). A responsabilidade do corretor em razão dos vícios do produto ou do serviço,
nas relações de consumo, é solidária com o fornecedor (art. 25, §º c/c 34, todos do
CDC). Nesse sentido também já decidiu o STJ (REsp 1077911/SP6, Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/10/2011, DJe 14/10/2011).
Quanto aos vícios redibitórios, que estão presentes nas relações não consumeristas,
ENTENDO que o corretor poderá responder apenas se ficar comprovado sua falta de
diligência e prudência (art. 723 e parágrafo único do Código Civil). A atuação do corre-
tor se consuma, A MEU VER, quando ocorre a conclusão efetiva do negócio, já que é
momento em que fará jus ao recebimento da comissão de corretagem (STJ: REsp
753566/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
17/10/2006, DJ 05/03/2007, p. 280) (TJDF: 37514020118070001 DF 0003751-
40.2011.807.0001, Relator: JOSÉ DIVINO DE OLIVEIRA, Data de Julgamento:
21/03/2012, 6ª Turma Cível, Data de Publicação: 29/03/2012, DJ-e Pág. 194).
Resposta:
1047
compromete-se pelo pagamento do preço em dinheiro. É uma pacto bilateral, consensu-
al e oneroso, sobre o objeto e o preço, em que pelo menos o vendedor é empresá-
rio.São, pois, elementos básicos da compra e venda mercantil: (res) a coisa móvel ou
semoventes cuja venda é o núcleo do contrato; (pretium) preço que por ela se pagará;
(consensum) consenso que aperfeiçoará a vença; a condição empresarial do vendedor
(...)‖. (Fazzio Júnio, Waldo. Manual de direito comercial. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2012-
pg-455). Nesse sentido, ensina Fábio Ulhoa: ―A compra e venda é mercantil quando
o comprador e vendedor são empresários.(...) A compra e venda mercantil é, na mai-
oria das vezes, contrato sujeito às normas do Código Civil e legislação especial. Even-
tualmente, pode-se configurar, na relação contratual entre empresário-comprador e em-
presário-vendedor, uma compra e venda sujeita ao CDC. Será este o caso se o empresá-
rio-comprador for consumidor, na acepção legal do termo (destinatário final da merca-
doria oi serviços oferecido pelo outro), ou estiver em condição análoga à de consumidor
(vulnerável)‖.(Manual de Direito Comercial. Direito de Empresa. 22ª edição, 2010. Edi-
tora Saraiva- Pg-427). ENTENDO que o que caracteriza a compra em venda mercantil
em oposição à compra e venda civil é o fato de que naquele contrato as partes têm que
ostentar a condição de empresários.
Resposta:
Resposta:
1048
O Parecer CGU/AGU nº 01/2008 - RVJ deu nova interpretação à Lei nº. 5.709/71
(Regula a Aquisição de Imóvel Rural por Estrangeiro Residente no País ou Pessoa Jurí-
dica Estrangeira Autorizada a Funcionar no Brasil), cuja interpretação é supostamente
compatível com a atual realidade da estrutura fundiária nacional. Nesse parecer esclare-
ce dúvidas quanto à aquisição ou arrendamento de imóveis rurais no Brasil por estran-
geiros. Os principais esclarecimentos e interpretações são os seguintes: 1- Toda aquisi-
ção de terras feita por empresas, constituídas por leis brasileiras, mas sob controle es-
trangeiro, deverá se submeter à Lei 5.709/71. Ou seja, no registro constará a informação
de que a propriedade pertence a uma empresa estrangeira; uma espécie de registro apar-
tado, que também será comunicado ao INCRA que fará esse controle juntos aos cartó-
rios; 2. O novo parecer não alcançará os negócios firmados com base em interpretações
anteriores; 3. Com a nova interpretação, as compras de terras serão registradas em livros
especiais nos cartórios de Imóveis; 4. Todos os registros de aquisições feitas por empre-
sas brasileiras controladas por estrangeiros devem ser comunicados trimestralmente à
Corregedoria de Justiça dos Estados e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário; 5. O
parecer prevê, entre outras restrições, que as empresas não poderão adquirir imóvel rural
que tenha mais de 50 módulos de exploração indefinida; 6. Só poderão ser adquiridos
imóveis rurais destinados à implantação de projetos agrícolas, pecuários e industriais
que estejam vinculados aos seus objetivos de negócio previstos em estatuto. Esses pro-
jetos devem ser aprovados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário; 7. As restri-
ções alcançam também o tamanho da terra. A soma das áreas rurais pertencentes a em-
presas estrangeiras ou controladas por estrangeiros não poderá ultrapassar 25 por cento
da superfície do município.
(http://www.agu.gov.br/sistemas/site/templateimagemTextoThumb.aspx?idConteudo
=148958&id_site=3). É bom salientar que o referido parecer, que foi aprovado pelo Pre-
sidente da República, somente vincula o Poder Executivo Federal.
Resposta:
A CF, no art. 190, dispõe que lei regulamentará e a limitará a aquisição de propriedade
rural por estrangeiros. Em que pese essa disposição, muitos juristas defendem a incons-
titucionalidade da Lei nº. 5.709/71, por não considerarem uma norma compatível com a
CF, nem mesmo com o art. 190, senão vejamos:
―(...) A idéia de que aquisições de imóveis rurais pelo capital estrangeiro podem repre-
sentar risco à soberania nacional é uma idéia com resquícios da ditadura militar. De
fato, a lei 5.709/71, ora eventualmente em vigor, foi promulgada no auge desse regime.
Naquela época, o cenário econômico, os mecanismos de controle das atividades empre-
sariais no país, o controle do fluxo de valores entre países eram totalmente diversos da
atual realidade, de maneira que se grupos estrangeiros decidissem comprar mais que 50
módulos rurais, deter mais que 25% de um Município, poder-se-ia vislumbrar nessas
1049
aquisições a estratégia de dominação territorial e, por conseguinte, ofensa à soberania
nacional. Em hipótese alguma é o cenário atual, em que o Governo possui diversos me-
canismos legais para controlar as empresas brasileiras, ainda que controladas por capital
estrangeiro.(...) O artigo 190 da Constituição Federal estabelece que a lei regule a aqui-
sição ou arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira. Por
outro lado, uma vez devidamente constituída no território brasileiro, a pessoa jurídica
passa a ser considerada brasileira. Portanto, para que seja possível restringir empresas
brasileiras com controle estrangeiro, se faz necessária alteração no texto constitucio-
nal.(...)‖. (http://www.observatorioeco.com.br/para-advogado-parecer-da-agu-sobre-
areas-rurais-e-inconstitucional/)
Resposta:
Entendo que sim. O exercício da atividade econômica deve ser compatível com os
princípios e regras voltados à defesa do consumidor (art. 5º, inciso XXXII, e inciso V
do art. 170, todos da CF c/c art. 1º, caput, da Lei nº. 12.529/2011). Portanto, tanto a
atividade econômica desenvolvida pelos particulares como a intervenção estatal nas
relações econômicas deverão observar as regras de proteção do consumidor, em especial
o Código de Defesa do Consumidor.
Resposta:
Resposta:
1050
A Lei nº. 12.529/2011 dispõe, em seu art. 1º e parágrafo único, o seguinte:
Resposta:
Não existe ainda no Brasil uma legislação que regule especificamente o comércio ele-
trônico. Não obstante a ausência de legislação específica, o Poder Judiciário tem se ma-
nifestado, com base nos princípios da boa-fé objetiva, da função social do contrato, da
vulnerabilidade e da hipossuficiência, a favor dos consumidores. As lojas virtuais pa-
gam normalmente os tributos correspondentes às suas atividades, isto é, de acordo com
os fatos geradores que derem causa (http://www.portaltributario.com.br/dicas.htm).
Para fins tributários, ENTENDO que as lojas virtuais são equiparadas às lojas físicas.
Resposta:
O direito positivo brasileiro não contém nenhuma norma específica sobre o comércio
eletrônico, nem mesmo a legislação consumerista de 1990. Assim, o empresário brasi-
leiro dedicado a esse tipo de comércio tem, em relação aos consumidores, exatamente as
mesmas obrigações que a lei atribui aos fornecedores em geral. O contrato de consu-
mo eletrônico internacional rege-se pelas cláusulas propostas pelo fornecedor estran-
geiro, e às quais adere o consumidor brasileiro. O CDC não se aplica a essa relação de
consumo, porque, tratando-se de contratos internacionais, a norma aplicada é a do do-
micílio do proponente, conforme §2º do art. 9ª da Lei de Introdução às Normas do Di-
reito Brasileiro (Resumo de Direito Empresarial- Ponto 12- pg-06).
Resposta:
A ―amazon.com‖ é uma loja virtual americana que vende livros, filmes etc. As compras
na ―amazon.com‖ por brasileiros são consideradas internacionais, aplicando, assim, as
1051
normas americanas (fundamentos da QUESTÃO 2), eis que o endereço eletrônico e a
estrutura da Loja Virtual são totalmente provenientes dos EUA. Contudo, a ―ama-
zon.com‖ pretende7 instalar uma filial no Brasil, com endereço eletrônico e estrutura
física, o que tornará às relações entre a fornecedora (amazon) e os consumidores regidas
pelo Código de Defesa do Consumidor.
Resposta:
Legitimidade ordinária é atribuída àqueles que fazem parte da relação jurídica de direi-
to material que deu causa ao ajuizamento de determinada ação (Ex: ―A‖ bate no carro
de ―B‖. A relação jurídica material estabelecida é entre ―A‖ e ―B‖. ―B‖ detém legitimi-
dade ativa ordinária para ajuizar ação de reparação contra o legitimado ordinário passi-
vo ―A‖). Não havendo essa relação entre as partes do processo e o direito material dis-
cutido ocorrerá a ilegitimidade de partes, salvo se tratar de legitimidade extraordinária.
A legitimidade extraordinária é quando não há essa correspondência entre quem figura
no polo ativo e/ou passivo da ação com a relação jurídica de direito material objeto da
ação. Entretanto, a legitimidade extraordinária por ser exceção, somente será possível
quando autorizada pela lei (Ex: o MP quando tutela direito ao meio ambiente, ou seja,
vai a juízo em nome próprio, tutelando direitos alheios (direitos difusos).
Resposta:
Parcela considerável da doutrina defende que o interesse de agir somente estará caracte-
rizado quando presentes os seguintes pressupostos: necessidade, utilidade e adequação8.
7
http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/06/amazoncom-pretende-entrar-no-brasil-no-4o-
trimestre-2.html
8
Há uma forte corrente doutrinária que defende um terceiro aspecto do interesse de agir que é a adequação. Esta
adequação da via eleita seria a necessidade da parte escolher o meio processual adequado aos seus propósitos.
1052
3) Discorra sobre o binômio necessidade-utilidade? Está certa a expressão?
Resposta:
4) No que tange à competência prevista nos arts. 88, 89 e 90 do CPC, como esta se
relaciona ao direito internacional privado?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
A competência da Justiça Federal, com base no art. 109, inciso I, da CF, se dá ratione
personae (em razão da pessoa), isto é, basta que uma das pessoas, descritas no inciso I,
esteja como autor(a) ou réu (ré) para atrair a competência da Justiça Federal.
Resposta:
Se um dos órgãos (inciso I, art. 109, da CF) intervir em processo em trâmite na Justiça
Estadual, deverá o juízo estadual encaminhar os autos ao juízo federal. Ao juízo federal
cabe verificar se há interesse jurídico do ente federal. Em caso positivo, ou seja, haven-
do interesse, manterá o processo na justiça federal. Em caso negativo, ou seja, não ha-
vendo interesse do ente federal, excluirá o ente federal da lide e, consequentemente, a
Justiça Federal remeterá os autos à Justiça Estadual sem suscitar conflito de competên-
cia.(Enunciados 150 e 224 das Súmulas do STJ).
8) art. 109, parág. 3º. Não há vara federal, competência previdenciária é relativa?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
11) O que se entende por limite temporal da coisa julgada? Basta que a causa de pedir
próxima ou remota? Isso encontra respaldo na Teoria da Substanciação?
Resposta:
1055
O limite temporal da coisa julgada consiste em saber se o comando sentencial, emiti-
do em certo momento, permanecerá inalterado indefinidamente, mesmo quando houver
alteração no estado de fato ou de direito. A imutabilidade, ínsita a coisa julgada, somen-
te atinge a parte dispositiva da sentença, na qual estabeleceu a lei do caso concreto. Po-
rém, a sentença tem eficácia enquanto se mantiverem inalterados o direito e o suporte
fático sobre os quais estabeleceu o juízo de certeza. Pode-se afirmar que a força da coisa
julgada tem uma condição implícita, a da cláusula rebus sic stantibus, a significar que
ela atua enquanto se mantiverem íntegras as situações de fato e de direito existentes
quando da prolação da sentença. A sentença espelha os fatos e o direito que serviram
como seus fundamentos, de maneira que, alterados os fatos ou o direito, modificada
estará a causa de pedir e por consequência a ação. Em outros termos: a alteração da
circunstância de fato constitui alteração da causa de pedir, formando outra (nova) ação e
abrindo ensejo a outra (nova) coisa julgada. (Luiz Guilherme Marinoni. Curso de Pro-
cesso Civil. Vol 2. 10ª Edição, 2012. Editora Revista dos Tribuanis-pg 643/645).
(http://atualidadesdodireito.com.br/renatomontans/2011/08/31/causa-de-pedir/
acessado no dia 31.08.2012).
Ressalta-se, mais uma vez, que novas circunstâncias fáticas e jurídicas podem gerar
novas causas de pedir (próxima e remota) e pedido (mediato e imediato), que resultará
em uma sentença com novos fundamentos (jurídicos e fáticos), razão por que, nesses
casos, não haverá se falar em transgressão à coisa julgada.
Resposta:
Nossa legislação, no art. 485 do CPC, já autoriza a relativização da coisa julgada nas
hipóteses elencadas nos incisos desse artigo. Porém, a ação rescisória deve ser propos-
ta no prazo decadencial de 2 anos contados do trânsito em julgado da sentença. No
entanto, é possível depois desses 2 anos promover a relativização da coisa julgada?
São Constitucionais os §1º do art. 475-L e parágrafo único do art. 741, todos do CPC
por permitirem a relativização até mesmo após o prazo decadencial da ação rescisória?
1057
nal; decisões que ofendam a soberania estatal, que violem os princípios guardadores da
dignidade humana, moralidade pública ou que obriguem alguém a fazer ou a deixar de
fazer algo de forma contrária à lei; decisões que impeçam a liberdade de atuação dos
cultos religiosos, expedidas sem a devida citação do demandado com as garantias asse-
guradas pela lei processual.
Fundamentos contrários: violação dos princípios da segurança jurídica e da razoável
duração do processo (pode levar a discussões sem fim).
Resposta:
Resposta:
Resposta:
16) Art. 47 do CPC. Litisconsórcio necessário? Pode ser considerada uma intervenção in
judicio? Fere o Princípio da imparcialidade?
Resposta:
1059
17) Princípio da subsidiariedade. O que é? É princípio orgânico? Está plasmado na
legislação? (não localizei na doutrina ou na jurisprudência esclarecimentos acerca
dessa princípio, somente tendo identificado a decisão abaixo)
Resposta:
18) Defina subseção a partir do conceito das seções judiciárias do TRF. Quais são os
critérios para fixar competência (Não compreendi a pergunta)? Entre as seções há
competência relativa ou absoluta? E entre as subseções?
Resposta:
Subseção Judiciária é a cidade sede de Vara Federal ou Varas Federais. Lembre-se que,
não raro, vários municípios ficam vinculados, para fins de definição de competência da
Justiça Federal, ao município sede da Justiça Federal.
Cumpre ressaltar que a competência funcional é determinada pela função que o órgão
jurisdicional deve exercer no processo. Pode ocorrer de no mesmo processo terem de
atuar dois ou mais órgãos jurisdicionais. A competência funcional se determina ainda a
partir do objeto do próprio juízo, da hierarquia e das distintas fases de procedimento.
19) Como se compõe um conflito de competência entre JEF x Vara Federal? E Vara
Federal x Justiça Estadual? E Vara Federal x Justiça Estadual atuando em causa federal?
Há essa possibilidade?
Resposta:
Por outro lado, o conflito de competência a Justiça Estadual e a Federal (Vara Federal),
compete ao STJ (art. 105, inciso I, alínea ―d‖, da CF).
1061
Contudo, se o juízo estadual, com competência delegada, estiver vinculado a Tribunal
Federal diverso da do juízo federal suscitante do conflito, ENTENDO que compete ao
Superior Tribunal de Justiça decidir o conflito de competência (art. 105, inciso I, alínea
―d‖, da CF), por se tratar de juízos vinculados a tribunais diversos.
20) Como se faz a distinção entre eficácia formal e eficácia material ou são conceitos
estranhos ao processo civil? (não localizei na doutrina e na jurisprudência uma
resposta específica, essa resposta abaixo foi sugerida por um dos colegas)
Resposta:
21) No âmbito da eficácia material, mais ligada à vigência, como é que ficaria o
funcionamento das normas de processo civil? (não localizei na doutrina e na
jurisprudência uma resposta específica, essa resposta abaixo foi sugerida por um dos
colegas)
Resposta:
Parece que o termo ―eficácia material‖ foi usado como sinônimo de ―eficácia técnica‖
de vigência mesmo, e não no sentido de eficácia social, em contraposição à eficácia
jurídica.
22) Houve uma discussão que foi levada ao STJ recentemente a respeito da taxa dos
juros de mora, um debate sobre se seria uma norma de direito processual e se teria
incidência imediata. Se lembra dessa discussão? Poderia discorrer um pouco sobre ela?
1062
(Não tenho certeza se trata da discussão abaixo)
Resposta:
―(...)A solução acerca da incidência imediata do art. 1o.-F da Lei 9.494/97, que esta-
beleceu o índice de 6% para os juros de mora em condenações contra a Fazenda Públi-
ca, restou sedimentada pelo Supremo Tribunal Federal, com repercussão geral, no jul-
gamento do Agravo de Instrumento 842.063/RS, Rel. Min. CEZAR PELUSO, DJe
02.09.2011, convertido em Recurso Extraordinário.Antes disso, ao julgar o EREsp.
1.207.197/RS, a Corte Especial deste Tribunal pacificou o entendimento de que o art.
1o.-F da Lei 9.494/97, com a redação dada pela Lei 11.960/2009 (resultado da conver-
são da MP 2.180-35/2001), por conter norma de caráter eminentemente processual,
deve ser aplicado sem distinção a todas as demandas judiciais em trâmite.(AgRg no
REsp 1197688/ES, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 07/08/2012, DJe 10/08/2012).
23) O STJ arrumou alguma solução de compromisso, dada essa hibridez da norma que
foi apontada (pelo candidato)? (Não tenho certeza se trata da discussão abaixo)
Resposta:
O STJ entendeu que a norma é de caráter puramente processual, razão pela qual se a-
plica imediatamente.(AgRg no REsp 1197688/ES, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES
MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 07/08/2012, DJe 10/08/2012)
24) Na parte de interpretação: pode-se dizer que a questão dos ônus processuais estão
vinculadas, jungidas, à questão da interpretação das normas processuais ou são
questões distintas?
Resposta:
Resposta:
1063
O juiz pode discordar com o direito que deu causa à correção monetária. Ressalta-se
que o juiz fica adstrito ao pedido (princípio da congruência), mas não à causa de pedir
próxima (fundamentos jurídicos).
A parte pode requerer a correção monetária com base em determinado direito e o juiz
discordar desse direito e negar a correção monetária. Em resumo, o juiz não se vincula
aos fundamentos jurídicos trazido pela parte, senão vejamos:
Ao juiz cabe o enquadramento jurídico dos fatos narrados pelas partes, nos termos dos
brocardos da mihi factum dabo tibi ius e jura novit curia, aplicáveis ao caso. (STJ - A-
gRgREsp 612.495/RS, rel. Min. ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, DJ de 24/5/2004)
Porém, o tema não é pacífico, porquanto em diversas decisões dos tribunais regionais
federais defendem-se que o juiz também fica vinculado à causa de pedir referente
aos fundamentos jurídicos, senão vejamos: "(...) há julgamento fora do pedido tanto
quando o juiz defere uma prestação diferente da que lhe foi postulada, como quando
defere a prestação pedida, mas com base em fundamento jurídico não invocado como
causa do pedido na propositura da ação. Quer isto dizer que não é lícito ao julgador
alterar o pedido, nem tampouco a causa petendi." (AC 200434000246351, JUÍZA
FEDERAL SÔNIA DINIZ VIANA (CONV.), TRF1 - PRIMEIRA TURMA, e-DJF1
DATA:27/01/2009 PAGINA:29.) “Os arts. 128 e 460 do CPC restringem a atuação do
julgador no momento de analisar a questão suscitada, estabelecendo que esse deve li-
mitar-se ao que foi requerido pelas partes, sendo vedado decidir diversamente do pedi-
do e da causa de pedir. Ao julgador, exclusivamente, cabe a aplicação do direito à
espécie, fixando as conseqüências jurídicas diante dos fatos narrados pelas partes, em
respeito ao princípio da congruência -REsp 106529/RS, Ministra DENISE ARRUDA,
PRIMEIRA TURMA, DJe 07/05/2009-( AC 200134000226497, JUIZ FEDERAL DAVID
WILSON DE ABREU PARDO, TRF1 - 5ª TURMA SUPLEMENTAR, e-DJF1 DA-
TA:08/06/2011 PAGINA:234.)
26) Estaria adstrito mesmo que vislumbrasse uma flagrante nulidade nesse
deferimento? Entende que, pelas normas de processo civil, estaria vinculado, jungido
apenas àquele deferimento ou não, apesar de vislumbrar, segundo seu livre
convencimento, que aquela gratificação ou aquela verba não tem o menor amparo
legal?
Resposta:
1064
O juiz pode não concordar com os fundamentos jurídicos invocados, por considerá-los
inaplicáveis ao caso concreto.
Cabe destacar que o juiz, em razão do princípio do livre convencimento motivado, não
fica vinculado aos fundamentos jurídicos apresentados pelas partes, mesmo que os fun-
damentos jurídicos façam parte de uma decisão da Administração Pública. Cabe ao juiz
analisar a plausibilidade daqueles fundamentos jurídicos e, ainda, se são aplicados ao
caso concreto, isto é, se servem de base jurídica para sustentar o pedido.
Resposta:
Resposta:
29) Competência básica do juiz federal na jurisdição civil? (Caros colegas, a resposta
abaixo me parece ser a correta. Não encontrei nada na doutrina que diga a respeito do
assunto).
Resposta:
A competência cível básica do juiz federal são as ações de natureza extrapenal, ou seja,
de natureza cível, que envolvam as pessoas descritas no art. 109, inciso I, da CF.
1065
30) Quais as funções essenciais à justiça?
Resposta:
De acordo com a Constituição são: o Ministério Público (art. 127); a Advocacia Pública
(art. 131); a Advocacia Privada (art. 133) e a Defensoria Pública (art. 134).
31) O TRF pode julgar recurso de sentença de juiz estadual? Quais os casos?
Resposta:
Sim. Ele pode julgar nos casos previstos no art.109, §3º e 4º da Constituição e nos casos
previstos no art. 15 da Lei nº. 5.010/1966.
Contudo, cabe destacar que tal disposição não se aplica no âmbito dos juizados especi-
ais federais, conforme corrente majoritária do Superior Tribunal de Justiça, pois, não
haveria competência delegada no âmbito do Juizado Especial Federal, por tal razão o
Juízo estadual não poderia aplicar decisões nesse âmbito e, por conseqüência, o TRF ou
suas turmas recursais não poderiam julgar:
―(...) não há competência federal delegada no âmbito dos Juizados Especiais Estaduais,
nem o Juízo Estadual, investido de competência federal delegada (artigo 109, parágrafo
3º, da Constituição Federal), pode aplicar, em matéria previdenciária, o rito de compe-
tência do Juizado Especial Federal, diante da vedação expressa contida no artigo 20 da
Lei nº 10.259/2001. 2. Recurso especial provido‖. (RESP 200400681478, NILSON
NAVES, STJ - SEXTA TURMA, DJE DATA:30/03/2009 RSTJ VOL.:00214
PG:00491.).
―(...)- O art. 20 da Lei nº 10.259/01, que regula a instituição dos Juizados Cíveis e Cri-
minais Federais, estabelece ser vedada a aplicação desta Lei no âmbito do juízo estadu-
al. A referida Lei não delegou aos Juizados Especiais Estaduais competência para pro-
cessar e julgar, nas comarcas que não disponham de Varas Federais, causas em que fo-
rem parte instituição de previdência social e segurado. (ROMS 200400802243, GIL-
SON DIPP, STJ - QUINTA TURMA, DJ DATA:28/02/2005 PG:00341 RSTJ
VOL.:00190 PG:00547.).
A proibição expressa na parte final do art. 20 da Lei dos Juizados Especiais Federais
não se aplica às causas previdenciárias, diante do que dispõe o § 3º, do art. 109 da Carta
Magna. Precedente desta Corte (ROMS 200400802255, LAURITA VAZ, STJ - QUIN-
TA TURMA, DJ DATA:18/10/2004 PG:00302.).
O TRF da 1ª Região seguia esse posicionamento minoritário até esse ano, até mudar de
posição (overruling) conforme se apresenta, primeiro com a posição atual:
1066
―(...) A Lei n. 10.259/2001, em seu art. 20, é expressa em excluir os juízos estaduais da
sua aplicação, nas hipóteses de competência delegada, conquanto os JEFs, por ela cria-
dos, tenham competência para processar e julgar causas contra, entre outros entes públi-
cos, as Autarquias Federais, como é o caso do INSS. III. Não se pode interpretar a Lei
n. 12.153/2009 de modo a extrair de seu texto a derrogação daquela vedação expressa
contida na Lei n. 10.259/2001. (AG , DESEMBARGADOR FEDERAL KASSIO NU-
NES MARQUES, TRF1 - PRIMEIRA TURMA, e-DJF1 DATA:28/06/2012 PAGI-
NA:24.)
Resposta:
Primeiramente, cabe destacar que o rol de causas que podem ocasionar a suspeição,
dispostos no art. 135 do Código de Processo Civil são taxativas, conforme entende o
Tribunal Regional da 1ª Região (EXSUSP 283220084014200). A suspeição recai sobre
a vida íntima do juiz, e, diferentemente do impedimento, sua presunção de parcialidade
é relativa. As causas que geram suspeição têm como foco as partes do processo, e não a
pessoa do Juiz como no impedimento, assim, são causas para a suspeição o amigo ínti-
mo ou inimigo capital de qualquer das partes; alguma das partes for credora ou devedo-
ra do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o ter-
ceiro grau; herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; receber
dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do
objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio; interessado
no julgamento da causa em favor de uma das partes.
Cabe destacar o Juiz ainda pode se declarar suspeito por razões de seu foro íntimo, ou
seja, não caberá fundamento.
Cabe destacar que no processo penal há mais causas de suspeição: se o juiz, seu cônju-
ge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre
cujo caráter criminoso haja controvérsia; se o juiz , seu cônjuge, ou parente, consanguí-
neo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo
1067
que tenha de ser julgado por qualquer das partes; se for sócio, acionista ou administra-
dor de sociedade interessada no processo.
Resposta:
As causas de suspeição recaem entre a relação do juiz e a parte, o que é essencial para
sua configuração (EXSUSP 24500 BA 2007.33.00.024500-9), contudo, caberia ao juiz a
declaração de suspeição por motivo íntimo, e não por nenhuma das causas expostas nos
art. 135 do Código de Processo Civil. Não há no processo penal disposição que permita
tal suspeição, lá, contudo existe disposição, para a parte e não o advogado, que em caso
de injuria ao juiz, o juiz não será suspeito, por disposição expressa do art. 256.
TRF5 – 2012
1) Em quais hipóteses o juiz poderia decidir com base em equidade? Qual a distinção
entre julgamento com equidade e julgamento por equidade?
Resposta:
―[...] a eqüidade é o abrandamento dos rigores da lei que, entretanto, só deve ser empre-
gada em situações específicas e expressamente autorizadas. ‗Apresenta-se, dest‘arte, a
eqüidade, no momento da adaptação da norma à situação de fato, como atenuação do
rigor e da rigidez da lei, pois a sua aplicação, crua e simples pode revelar-se de uma
dureza injusta e, muita vez, cruel, conduzindo a uma inconveniência, a um absurdo, a
uma iniqüidade‘ (Eduardo Espínola e Eduardo Espínola Filho, A Lei de Introdução ao
Código Civil Brasileiro comentada na Ordem de seus artigos, Vol. 1°, 1943, Ed. Freitas
Bastos, p. 246.).
[...]
Quanto à sua aplicação, mister se faz distinguir o julgamento com eqüidade do julga-
mento por eqüidade. Na primeira hipótese temos que as decisões judiciais devem ser
tomadas, sempre, com eqüidade, assim entendido o sentido de busca do ideal de
justiça. A decisão por eqüidade é aquela na qual o juiz deixa de aplicar o direito
positivo (critério subsuntivo), ‗é toda decisão que tem por base a consciência e percep-
ção de justiça do julgador, que não precisa estar preso a regras de direito positivo e mé-
todos preestabelecidos de interpretação‘(Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona
Filho, Novo Curso de Direito Civil Parte Geral Volume I, 5ª ed. Editora Saraiva, p.
28)‖. (COUTO, Hudson Fernando. A Eqüidade Nas Relações Cíveis Após O Código
1068
Civil De 2002. Disponível em: < http://www.viannajr.edu.br/revista/dir/doc/art_
20004.pdf >.).
Destaca-se que julgamento por equidade, só pode ser feito nos casos previstos em Lei, a
fim inclusive de evitar arbitrariedades.
Os casos previstos em Lei em que o Juiz deve julgar por equidade são:
No caso de cláusula penal, conforme prevê o Código Civil: ―Art. 413. A penalidade
deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida
em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em
vista a natureza e a finalidade do negócio‖.
Em caso de transporte de pessoa, também nos termos do Código Civil: ―Art. 738. A
pessoa transportada deve sujeitar-se às normas estabelecidas pelo transportador, cons-
tantes no bilhete ou afixadas à vista dos usuários, abstendo-se de quaisquer atos que
causem incômodo ou prejuízo aos passageiros, danifiquem o veículo, ou dificultem ou
impeçam a execução normal do serviço.
Parágrafo único. Se o prejuízo sofrido pela pessoa transportada for atribuível à trans-
gressão de normas e instruções regulamentares, o juiz reduzirá eqüitativamente a inde-
nização, na medida em que a vítima houver concorrido para a ocorrência do dano‖.
Na quantificação do valor a ser indenizado: ―Art. 944. A indenização mede-se pela ex-
tensão do dano.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar,
eqüitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso‖.
No Código de Processo Civil, também assenta casos em que o Juiz deverá julgar por
equidade: ―Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas
que antecipou e os honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida, também,
nos casos em que o advogado funcionar em causa própria.
[...]
1069
§ 4o Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas em que não hou-
ver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções, embargadas ou não,
os honorários serão fixados consoante apreciação eqüitativa do juiz, atendidas as nor-
mas das alíneas a, b e c do parágrafo anterior‖.
No caso de jurisdição voluntária assenta o Código: ―Art. 1.109. O juiz decidirá o pedido
no prazo de 10 (dez) dias; não é, porém, obrigado a observar critério de legalidade estri-
ta, podendo adotar em cada caso a solução que reputar mais conveniente ou oportuna‖.
02) Em quais hipóteses o juiz poderia decidir com base em equidade? Qual a distinção
entre julgamento com equidade e julgamento por equidade?
Resposta:
3) Trate dos deveres no Processo Civil. Quais são esses deveres e quais seus
destinatários?
Resposta:
Há deveres que recaem sobre as partes, procuradores e demais pessoas que venham a
participar do processo (art. 14 e subsequentes); e ao Juiz (art. 125). Os deveres das par-
tes referem-se a boa-fé e a lealdade processual, sendo que seu descumprimento acarreta-
rá, em caso de criação de embaraços à efetivação dos provimentos jurisdicionais, em ato
atentatório à jurisdição (art. 14, parágrafo único).
Por sua vez, ao Magistrado, o mesmo tem o dever de dar tratamento isonômico às par-
tes, promover a solução ágil do litígio, prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à
dignidade da Justiça; e, conciliar quando possível, assim como não eximir de julgar.
Cabe destacar que o juiz pode responder por perdas de danos quando no exercício de
suas funções, proceder com dolo ou fraude; e se recusar, omitir ou retardar, sem justo
motivo, providência que deva ordenar de ofício, ou a requerimento da parte.
O Ministério Público também pode ser punido, quando proceder com dolo ou fraude. A
ele devem ser aplicadas, quando parte, as disposições do art. 14, no que for cabível.
1070
4) Distinga parte processual e parte da relação material.
Resposta:
Entendo que na relação material a parte tem ligação com o direito material discutido.
Nesse esteio, a relação material se dá entre pessoas imbuídas com a qualidade de ser
parte no processo.
Já a parte processual, pode ser tanto a parte da relação material, como pode ser um subs-
tituto processual, um legitimado extraordinário, como o Ministério Público.
Resposta:
A substituição processual ocorre quando terceiro entenda uma ação para pleitear direito
alheio. A substituição processual é uma forma de legitimação extraordinária. São casos
em que terceiro defende direito de terceiro: O sindicato em favor de seus associados
(art. 8º, III da CF), os legitimados pelo art. 82 do Código de Defesa do Consumidor em
casos de interesses individuais homogêneos. O Ministério Público ocupa importante
papel nesse tipo de legitimação extraordinária.
Como causa obrigatória da substituição de parte forma compulsória temos a causa mor-
te. Cabe destacar que há casos que são impossíveis tal sucessão, como nos casos envol-
vendo o processo de divórcio, o que acarretará a extinção do processo (Art. 267, IX)
Resposta:
1071
Conforme o Código de Processo Civil: Nomeação a Autoria (art. 62); a denunciação da
lide (art. 70), esse é de iniciativa do réu ou do autor; Chamamento ao Processo (art. 77),
por ser um litisconsórcio passivo, facultativo e ulterior.
A oposição, por sua vez, é intentada por terceiro estranho a relação processual original.
A intervenção anômala, prevista na Lei nº. 9.469/1997, exposta por Marinoni de forma
bem crítica (ARENHART, Sérgio Cruz; MARIONI, Luiz Guilherme. Processo de Co-
nhecimento. 10. ed. ver. atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. (vol. II)), trata-
se de intervenção da União em processo em que figura ente da administração indireta,
ou seja, a União figura como terceiro ente na relação.
Resposta:
Por sua vez, não haverá preclusão, quando forem as nulidades absolutas.
Aqui cabe fazer duas diferenciações. Algumas nulidades absolutas somente se convali-
darão após a ação rescisória se se encaixarem em umas das hipóteses previstas nos inci-
sos do art. 485 do CPC. Porém, como regra, se convalidam com a sentença transitada
em julgado (art. 475 do CPC), isso ocorreria em decorrência do princípio da segurança
jurídica e da coisa julgada material, previstos no texto constitucional.
Contudo, a segurança jurídica e a coisa julgada podem ser afetadas, pela relativização
da coisa julgada. Marinoni (ARENHART, Sérgio Cruz; MARIONI, Luiz Guilherme.
Processo de Conhecimento. 10. ed. ver. atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.
(vol. II)) apresenta três casos possíveis: Laudo pericial fundado em evidência falsa, ou
seja, discrepante da realidade; No caso de ações de reconhecimento de paternidade de-
corrente de laudo de DNA superveniente; e em casos em que a Lei que se baseou a sen-
tença é declarada inconstitucional ou sua interpretação foi adequada ao texto constitu-
cional.
1072
No aspecto da constitucionalidade – que possuem previsão nos art.‘s 471, parágrafo
único, e no 475-L, §1º, ambos do Código de Processo Civil – cabe apontar que em casos
que podem causar grande instabilidade jurídica o STF pode modular os efeitos de suas
decisões, conforme previsão do art. 27 Lei da nº. 9.868/1999.
Resposta:
Capacidade para ser parte refere-se à possibilidade de figurar como parte, demandan-
te ou demandado, ou seja, como autor ou réu em uma ação processual. Essa espécie de
capacidade liga-se à existência de ―personalidade civil‖. Para a pessoa natural, a perso-
nalidade civil inicia-se com o nascimento com vida, embora a lei ponha a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro. Para a pessoa jurídica, a personalidade civil é ad-
quirida a partir da inscrição do seu ato formativo no respectivo registro.
Por sua vez, capacidade postulatória é a aptidão para requerer perante os órgãos inves-
tidos da jurisdição. De regra, essa espécie de capacidade é privativa do advogado, com-
preendendo-se como tal o profissional regularmente inscrito nos quadros da Ordem dos
Advogados do Brasil (EOAB, art. 1º). No entanto, essa regra do ―jus postulandi‖ tam-
bém comporta exceções, pois há casos em que a lei reconhece "capacidade postulató-
ria" para a própria parte, como se dá na ação de ―habeas corpus‖, ou nos Juizados Espe-
ciais, para causas com valor inferior a 20 salários mínimos e para a Justiça do Trabalho.
Há outros entes sem personalidade jurídica que possuem personalidade judiciária, entre
eles o Ministério Público e as funções de poder do estado – como as casas legislativas
na defesa de suas prerrogativas (STF RE 630537 RJ) – como bem aponta a ORDEM DE
SERVIÇO Nº 10, DE 17 DE AGOSTO DE 2009 da Advocacia Geral da União
(<http://www.agu.gov.br/SISTEMAS/SITE/PaginasInternas/NormasInternas/AtoDetalh
ado.aspx
1073
?idAto=201589 >), tratando da defesa dos entes despersonalizados, mas com personali-
dade judiciária.
Resposta:
Leciona Marinoni: ―Com efeito, imagina-se a oposição. Essa possa ser oposta sempre
que alguém reivindica bem ou direito para si, que é objeto do litígio das partes na fase
de conhecimento. É evidentemente inimaginável a compatibilização desta intervenção
de terceiros com a função desenvolvida pela execução. Ou a intervenção já deveria ter
ocorrido anteriormente (na fase conhecimento), ou não tem mais cabimento discutir a
questão na fase de execução de sentença‖. (ARENHART, Sérgio Cruz; MARIONI, Luiz
Guilherme. Execução. 10. ed. ver. atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. p. 246
(vol. III)).
10) Quais as hipóteses que o juiz poderia julgar por equidade – distinção entre julgar
com equidade e por equidade.
Resposta:
11) O elenco dos deveres – art. 14 CPC – aplica-se à parte e/ou juiz? O que seria ato
atentatório da jurisdição.
Resposta:
Aplicam-se às partes e das demais pessoas que possam a vir participar no processo. Até
mesmo por ser o capitulo a eles destinado, mas cabe destacar que o artigo resguarda é a
boa-fé objetiva processual. Por sua vez, os atos atentatórios à jurisdição são aplicáveis
às partes e demais pessoas que se envolvam com o processo, a exceção do advogado. Os
atos atentatórios à jurisdição estão expostos no art. 14, inciso V do Código de Processo
Civil, consistindo na violação de seus termos: ―cumprir com exatidão os provimentos
mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de nature-
za antecipatória ou final‖. Cabe destacar que os atos dos advogados que possam ser
atentatórios à jurisdição, serão penalizados nos termos dos regulamentos da advocacia.
Os deveres do Juiz são tratadas em capitulação própria (Art. 125 e subsequentes do Pro-
cesso Civil).
1074
12) Discorra sobre a competência internacional dos órgãos do poder judiciário
brasileiro.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Ação material refere-se ao direito individual decorrente de alguma lesão sofrida. A ação
processual surge a partir do momento em que a ação material sai do plano teórico e a-
dentra no plano prático, quando a ação é levada ao judiciário e passa a ser regida por
ele.
Resposta:
15) Discorra sobre as condições da ação e sobre o novo código de processo civil retirar
uma das condições da ação. (ACREDITO QUE ESTEJAM SE REFERINDO AO
ANTEPROJETO DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (PLS 8046, de 2010, reuniu os demais
projetos como apenso)).
Resposta:
1076
Hoje são três as condições da ação: a Legitimidade da Parte, o Interesse de Agir e a pos-
sibilidade jurídica do pedido.
Primeiramente, as condições da ação não são requisitos para o direito de ação e sim para
o seu exercício, pois o direito permanece existente, contudo, o mesmo seria desnecessá-
rio, ilegítimo ou impossível.
Enrico Tullio Liebman, que apresentou as três condições, reviu sua posição, ao não
considerar mais a possibilidade jurídica do pedido como uma condição, mas sim como
parte integrante do interesse de agir.
Por tais críticas, a exposição de motivos do próprio anteprojeto aponta essa mudança na
interpretação doutrinária.
Resposta:
1077
16.9. Direito Processual Penal
1) Qual a posição do senhor a respeito da quebra de sigilo bancário? Tem que estar
concentrado num ator exclusivo, que é o juiz, é a ideia de Platão por exemplo.
Resposta:
Outra situação que gera controvérsia repousa no fato de o STF não considerar constitu-
cional a possibilidade de a Receita Federal quebrar o sigilo bancário, de forma adminis-
trativa, em procedimento administrativo fiscal, eis que essa quebra de sigilo está subme-
tida à cláusula de reserva de jurisdição. Contudo, a decisão do plenário do STF não foi
unânime (RE 389808). O STJ, por sua vez, considera legal a Lei Complementar nº.
105/2001 que autoriza a Receita Federal ter acesso aos dados bancários do contribuinte
(AgRg no Ag 1329960/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em
03/02/2011, DJe 22/02/2011).
Cabe destacar que tal discussão só será encerrará quando o STF analisar a constitucio-
nalidade no controle concentrado.
Por outro lado, em relação à menção a Platão entendo o seguinte: esse filósofo entendia
que cada um tinha suas qualidades; uns deveriam ser artesões, outros cientistas, outros
julgadores. Para Platão, cada um tinha uma função específica, de acordo com sua habi-
lidade. Para ele, o Juiz tinha a função de julgar e somente ele poderia julgar. Assim, essa
decisão do STF de que somente o juiz pode determinar a quebra de sigilo é o mesmo
que defender que é o único que tem capacidade intelectual, maturidade e equilíbrio para
afastar esse direito ao sigilo.
Resposta:
Narrativo
1078
―O inquérito policial é encerrado com a produção de minucioso relatório que informa
tudo quanto apurado. É peça essencialmente descritiva, trazendo um esboço das prin-
cipais diligências realizadas na fase preliminar, e justificando eventualmente até mesmo
aquelas que não foram realizadas por algum motivo relevante, como a menção às teste-
munhas que não foram inquiridas, indicando onde possa ser encontradas.
Não deve a autoridade policial esboçar juízo de valor no relatório, afinal, a opinião
delitiva cabe ao titular da ação penal, e não ao delegado de polícia, ressalva feita à Lei
nº. 11.343/2006 (Lei de Tóxicos), onde na elaboração do relatório deve a autoridade
policial justificar as razões que levaram à classificação do delito (art. 52)‖. (ALENCAR,
Rosmar Rodrigues; TÁVORA Nestor. Curso de Direito Processual Penal. 7ª ed. Salva-
dor: Juspodivm, 2012. p. 129).
Resposta:
Um voto que define bem o alcance do conceito é o do ministro Felix Fischer, atual vice-
presidente do Tribunal, no Habeas Corpus 155.149. Nele consta a seguinte citação do
jurista Jorge Figueiredo Dias: “A verdade material que se busca em processo penal
não é o conhecimento ou apreensão absoluta de um acontecimento, que todos sabem
escapar à capacidade do conhecimento humano.
Segundo o autor, essa verdade real deve ser lida como uma verdade subtraída das influ-
ências da acusação e da defesa. Também não se trata de uma verdade ―absoluta‖ ou ―on-
tológica‖, mas ―há de ser antes de tudo uma verdade judicial, prática e, sobretudo, não
uma verdade obtida a todo preço, mas processualmente válida‖. (A verdade real na ju-
risprudência do STJ, disponível em:
<http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398
&tmp.texto=105250>).
1079
Resposta:
É o princípio que determina que a sentença fique adstrita aos fatos narrados na denún-
cia. Assim, o fato imputado ao réu na peça inicial acusatória deve guardar perfeita cor-
respondência com o fato reconhecido pelo juiz, na sentença, sob pena de violação ao
aludido princípio, assim como aos do contraditório e a ampla defesa. Corresponde ao
princípio da Congruência do Processo Civil. Nesse caso, o juiz pode até mesmo pro-
ceder à adequação da legislação específica relacionada ao caso, ainda que a pena seja
maior, já que o réu se defende de fatos e não da capitulação legal, configurando, nesse
caso, nítido caso de emendatio libelli (art. 383 do CPP). Acerca desse princípio da cor-
relação, já entendeu o STJ: ―(...) O princípio da correlação compõe um dos sustentácu-
los do devido processo legal, já que assegura o direito à ampla defesa e ao contraditó-
rio na medida em que permite ao réu se defender dos fatos narrados na denúncia (HC
91.474/RJ, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado
em 23/02/2010, DJe 02/08/2010).
5) Qual a posição do senhor a respeito da mutatio libelli do art. 384 em confronto com
a CF/88? O senhor admite que o art. 28 do CPP é ainda constitucional?
Resposta:
A fim de bem adequar a Mutatio libelli ao sistema acusatório, foi editada a Lei nº.
11.719/2008. A nova redação da mutatio busca se adequar aos princípios do contraditó-
rio, ampla defesa e do acusatório (inércia) que regem o Processo Penal, pois com a reti-
ficação – diferentemente da redação anterior que dispunha que cabia ao Juiz baixar o
feito em diligência – agora cabe ao Ministério Público verificar a pertinência de promo-
ver o aditamento, sendo que a omissão do órgão ministerial em aditar a denúncia poderá
levar o juiz a aplicar o art. 28 do CPP. Há doutrinadores que defendem a modificação
do §1º do art. 384 do CPP, ao argumento que, uma vez o juiz agindo conforme dispõe o
art. 28 do CPP, estaria, de certa forma, tornando-se parcial, eis que estaria prejulgando o
caso ao indicar o possível crime cometido pelo réu.
1080
Quanto à constitucionalidade do art. 28 do CPP, note-se que o mesmo foi recepcionado
pela Constituição de 1988, pois a divergência entre o Magistrado e o órgão ministerial
será solucionada pelo próprio Ministério Público, que é o titular da ação penal. Destaca-
se que, devido ao princípio da unidade e da indivisibilidade que regem o Ministério Pú-
blico, a substituição do órgão ministerial por outro não altera o exercício da indepen-
dência funcional ou indisponibilidade da ação penal, ou mesmo do promotor natural,
que nesse caso adviria da distribuição do Inquérito a novo promotor, como Longa Ma-
nus do Procurador Geral ou da Câmara de Coordenação e Revisão (ALENCAR, Rosmar
Rodrigues; TÁVORA, Nestor. Curso de Direito Processual Penal. 7. ed. Salvador: Jus-
podivm, 2012).
6) leia o art. 383. A hipótese contempla que instituto? emendatio libelli. Ele tem
alguma repercussão quanto à defesa do réu? E a mutatio libelli?
Resposta:
O art. 383 consagra a emendatio libelli. Na emendatio não há prejuízo, pois ―o réu se
defende dos fatos e não da mera tipificação legal, não há que se falar em prejuízo‖.
(ALENCAR, Rosmar Rodrigues; TÁVORA, Nestor. Curso de Direito Processual Penal.
7. ed. Salvador: Juspodivm, 2012. P. 732).
Contudo, acaso surjam novos fatos no decorrer do processo, não descritos na denúncia,
o juiz somente poderá condenar o réu por esses novos fatos se houver o aditamento,
pelo Ministério Público, da denúncia, com o objetivo de proporcionar o contraditório e a
ampla defesa ao réu, na medida em que em nenhum momento se defendeu desses no-
vos fatos. A esse aditamento, nessas circunstâncias, se dá o nome de Mutatio Libelli .
Em tese, esses ―novos fatos‖ podem estar até contido nos elementos de prova do inqué-
rito, mas se não foram descritos na denúncia, o réu deles não se defenderia, razão pela
qual, em obediência ao princípio do contraditório e da ampla defesa, não poderia ser
condenado por tais fatos, salvo se houver a mutatio libelli. Lembre-se que a jurispru-
dência não admite o arquivamento implícito, motivo pelo qual o MP poderia futuramen-
te utilizar desses fatos implicitamente contidos nos autos do inquérito.
7) O que seria sentença ultra, citra, e extra petita? (Não encontrei nada na doutrina e
na jurisprudência. Portanto, essa resposta decorre de minha interpretação).
Resposta:
1081
deve ser analisada conjuntamente com os institutos da ementatio libelli e mutatio libeli
já explicados nas questões 4, 5 e 6.
8) É possível a prática por crime de peculato por quem não é funcionário publico?
Resposta:
Sim. Nesse sentido entende o STJ: ―A Turma consignou que somente pode ser imputa-
do o crime de peculato ao estranho, ou seja, não servidor público, quando a sua atuação
ilícita dá-se em coparceria com quem ostente essa qualidade‖ (HC 201.273-RJ, Rel.
Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 28/06/2011).
Resposta:
1082
da Justiça não oficializadas (servidores notariais e de registro exercidos em caráter pri-
vado por delegação do Poder Público), entre outras. O estagiário e o terceirizado, a meu
ver, não detêm nem mesmo função pública.
Resposta:
A defesa no processo penal é uma figura dupla, representada pela defesa técnica, por
meio de profissional habilitado, e pela autodefesa realizada pelo próprio Réu, de acordo
com sua conveniência, na audiência de instrução.
Quanto à defesa do processo penal cabe destacar: ―O réu não formula qualquer pedido
no processo penal, tratando-se de ação condenatória. Não manifesta qualquer pretensão
própria. Apenas pode se opor à pretensão punitiva do Estado, procurando afastar o aco-
lhimento do pedido do autor. (...) Repita-se: a defesa não manifesta uma verdadeira pre-
tensão, mas apenas pode se opor à pretensão punitiva do autor. (...) Sob o prisma pro-
cessual, somente a acusação é que alega fatos, atribuindo-os ao réu.‖ (Afrânio Silva
Jardim, in Direito processual penal. 11. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007, p. 212-213).
É impossível justiça sem defesa, como bem ensina a súmula nº. 523 do STF ao destacar
serem causa de nulidade absoluta a ausência de defesa e nulidade relativa caso seja de-
ficitária, sendo inclusive obrigatório à nomeação de defensor, para o oferecimento de
resposta à acusação (art.396,§2º do Código de Processo Penal) ou defesa preliminar (art.
55, da Lei 11.343/2006) quando não houver advogado constituído. Cabe destacar que a
indispensabilidade do advogado no processo penal não é absoluta, sendo dispensável no
caso de Habeas Corpus e da revisão criminal.
11) Quanto ao sujeito da relação processual no processo penal, como seriam estes
sujeitos? Quais são as partes necessárias?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
1084
exemplo?
Resposta:
O Ministério Público pode sim impetrar Habeas Corpus, conforme dispõe a Lei Com-
plementar nº. 75/1993 e a Lei nº. 8625/1993. Contudo, tal hipótese é possível somente
em favor do Réu, como sedimentou a Jurisprudência do STF (RHC 69340, NÉRI DA
SILVEIRA, STF). Vale destacar, ademais, que o membro que subscreveu a denúncia
também pode impetrar o habeas corpus, porquanto este órgão é o defensor dos direi-
tos e liberdades individuais e, no caso concreto, se se deparar como uma ilegalidade (ex:
prisão ilegal), pode e deve tomar as providências cabíveis, dentre elas impetrar aquela
medida. Cabe ao MP zelar pelo andamento da ação penal conforme as regras e princí-
pios constitucionais.
Resposta:
1085
lativo respectivo, em consonância com os limites orçamentários, a alteração da organi-
zação e divisão judiciárias (CF, arts. 96, II, d, e 169). [...] O tema referente à organiza-
ção judiciária não se encontra restrito ao campo de incidência exclusiva da lei, eis que
depende da integração dos critérios preestabelecidos na Constituição, nas leis e nos re-
gimentos internos dos tribunais. 6. [...]. (HC 91024, ELLEN GRACIE, STF)
Resposta:
O Supremo Tribunal Federal declarou que a Lei de Anistia (Lei nº. 6.683/1979) foi
recepcionada.
Afirmando que a referida LEI seria bilateral já que atingiu tanto os agentes de Estado
como as pessoas que contra eles se levantaram, sendo, portanto, uma decisão política e
conciliatória, nascida e elaborada no seio do Legislativo. Sendo fruto de seu tempo, é no
seu período que tem de ser analisada (Leis-Medida), não podendo ser abrangidas por
convenções internacionais posteriores. Cabe ao Legislativo, caso queria, rever seus pre-
ceitos (ADPF 153 / DF).
A Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso ―Julia Gomes Lund e outros‖ (ca-
so ―Guerrilha do Araguaia‖) versus Brasil decidiu em sentença de 24.11.10, publicada
em 14.12.10, que a Lei de Anistia não comunga com a Convenção Americana sobre
Direitos Humanos, entre outros ordenamentos. Entendeu, ainda, que a então ausência ao
acesso à informação, pelo fato de ser dificultado o acesso aos documentos do período,
feriria ainda o direito das famílias (CIDH_CP-19/10 PORTUGUÊS COMUNICADO
DE IMPRENAS. Disponível em:
<http://www.corteidh.or.cr/docs/comunicados/cp_19_10_por.pdf>)
5) Lei no. 9.807/99, art. 13. O que é melhor: colaboração do corréu ou delação
premiada?
Resposta:
1086
Existe diferença entre tais institutos. Na colaboração, o réu assume a culpa e na delação
premiada o réu, além de assumir a culpa, ainda entregará os outros corréus. Em relação
à delação premiada, ensina Luiz Flávio Gomes:
―No ordenamento jurídico atual há previsão de delação premiada em várias leis: lei dos
crimes hediondos (Lei 8.072/1990), lei de proteção das vítimas e testemunhas (Lei
9.807/1999), lei do crime organizado (Lei 9.034/1995), lei de lavagem de capitais (Lei
9.613/1998), nova lei de tóxicos (Lei 11.343/2006) etc. Cada uma conta com suas pecu-
liaridades. Não existe um regramento único e coerente‖. (GOMES, Luiz Flávio. Justiça
Colaborativa e Delação Premiada. Disponível em:
<http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20100301103930889>. - 8 de
março de 2010).
Tal destaque é necessário, pois é importante ressaltar que o benefício do réu muda de
Lei para Lei; contudo, tendo em referência a Lei nº. 9.807/99, os benefícios para a dela-
ção são maiores que a mera colaboração, confissão, que é causa de atenuação. A referi-
da Lei permite o perdão judicial e a extinção da punibilidade ao Réu Primário, atendida
os requisitos da Delação, e se não cumpri-los na totalidade, ainda tem direito a diminui-
ção da pena de um a dois terços.
Resposta:
Não.
“Não se pode confundir delação premiada com colaboração premiada (sem dela-
ção). Esta é mais abrangente. O colaborador da Justiça pode assumir culpa e não incri-
minar outras pessoas (nesse caso, é só colaborador). Pode, de outro lado, assumir culpa
(confessar) e delatar outras pessoas (nessa hipótese é que se fala em delação premiada)‖.
(GOMES, Luiz Flávio. Justiça Colaborativa e Delação Premiada. Disponível em:
<http://www.lfg.com.br/public_html/article.php ?story=20100301103930889>. - 8 de
março de 2010).
Resposta:
1087
pós-modernidade está mais preocupado com sua eficácia prática que com pruridos éti-
cos. Por isso é que o instituto da delação premiada tem futuro”. (GOMES, Luiz Flá-
vio. Justiça Colaborativa e Delação Premiada. Disponível em:
<http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20100301103930889>. - 8 de
março de 2010).
Resposta:
9) Qual a natureza jurídica desse instituto que leva a um benefício pro réu?
Resposta:
―Em relação a sua natureza jurídica, a doutrina dominante sustenta a ausência de seme-
lhança com qualquer prova nominada.
[...]
Assim, a delação premiada é verdadeira prova anômala, por não se identificar com
nenhuma outra prevista no ordenamento jurídico brasileiro.
Não há como negar a sua qualidade de prova, porque assim como qualquer outra
modalidade probatória, é instrumento através do qual o magistrado forma a sua convic-
ção a respeito da ocorrência ou inocorrência dos fatos controvertidos no processo.
Reforça-se, deste modo, que a delação premiada é uma espécie de prova, apesar de não
estar enumerada entre as demais previstas no Código de Processo Penal brasileiro, nos
1088
artigos 158 a 250. Daí ser denominada de prova inominada‖. (GREGHI, Fabiana. A
Delação Premiada no Combate ao Crime Organizado. Disponível em
<http://www.lfg.com.br/public_
html/article.php?story=20090626125936291&mode=print>. 08 julho. 2009.).
Resposta:
Resposta:
O STF tem decisão no sentido de não se admitir (RvC 5010, FRANCISCO REZEK,
STF) a revisão criminal para a aplicação da lei mais benéfica, por não constar no rol do
art. 621 do CPP, razão pela qual caberia, caso o réu já estivesse condenado, ao juiz da
execução penal adequar a legislação mais benéfica ao caso. Nesse mesmo sentido de
que não cabe revisão criminal com o objetivo de aplicar a lei mais benéfica, mas sim
ao juiz da execução penal, é o entendimento consolidado do TRF3 (RVC
00814128420074030000, DESEMBARGADORA FEDERAL RAMZA TARTUCE,
TRF3 - PRIMEIRA SEÇÃO, e-DJF3 Judicial 1 DATA:09/08/2012
..FONTE_REPUBLICACAO:.); (RVC 00617131020074030000, DESEMBARGADO-
RA FEDERAL RAMZA TARTUCE, TRF3 - PRIMEIRA SEÇÃO, e-DJF3 Judicial 1
DATA:13/03/2012 ..FONTE_REPUBLICACAO:.). Nesse sentido também é o Enun-
ciado 611 da Súmula do STF.
1089
Por outro lado, o STF tem decisão no sentido de se admitir (HC 97984, RICARDO
LEWANDOWSKI, STF), ainda que indiretamente, a revisão criminal nesse caso de
aplicação da lei penal mais benéfica:
Resposta:
O TRF da 1ª Região tem decisão no sentido de admitir a revisão criminal nesse caso,
com base no art. 621, inciso III, do CPP (RVCR 200601000061785, JUIZ FEDERAL
LINO OSVALDO SERRA SOUSA SEGUNDO (CONV.), TRF1 - SEGUNDA SE-
ÇÃO, DJ DATA:24/08/2007 PAGINA:8.). Entretanto, da mesma forma que o entendi-
mento que vem prevalecendo é pelo não cabimento da revisão criminal nos casos de
aplicação de lei penal mais benéfica, ENTENDO ser aplicáveis os mesmos fundamen-
tos para não admitir a revisão criminal nos casos de abolitio criminis. É bom salientar
que a revisão criminal é essencial quando envolver o “(...) debate de alegações que de-
mandem revolvimento do material probatório (...)‖.(HC 44.267/PA, Rel. Ministro OG
FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 03/12/2009, DJe 18/12/2009).
Resposta:
1090
"(...) Jurisprudência nova favorável: isolada e momentânea alteração jurisprudencial não
autoriza sua aplicação retroativa em favor do agente do fato. As mutações da jurispru-
dência acontecem quase que diariamente. Mas muitas não se consolidam. Distinta é a
situação quando a mudança jurisprudencial é definitiva. Se a lei nova favorável é retroa-
tiva, por analogia (in bonam partem) a jurisprudência nova (consolidada) também o é.
Por exemplo, quando o Tribunal cancela uma súmula. Isso se deu, v.g., com o cancela-
mento da Súmula 174 do STJ, que autorizava o aumento da pena no roubo mesmo que a
arma fosse de brinquedo. Pode-se afirmar a mesma coisa em relação à decisão do STF,
proferida no HC 82.959, que julgou inconstitucional a lei dos crimes hediondos no pon-
to que proibia a progressa de regime. Não há dúvida que essa decisão tem eficácia retro-
ativa (...)". (Luiz Flávio Gomes. Direito Penal. Parte Geral. Volume 2. Editora Revista
dos Tribunais.2007-pg-96/97)
Resposta:
Cabe, primeiramente, uma ressalva: hoje o rito procedimental dos crimes contra a hon-
ra, previsto nos arts. 519 e subsequentes do Código de Processo Penal está bem restrito,
devido ao surgimento dos Juizados Especiais Criminais Estaduais e Federais, que ab-
sorveu tais demandas, por ―noção de isonomia, de status constitucional‖ (ALENCAR,
Rosmar Rodrigues; TÁVORA Nestor. Curso de Direito Processual Penal. 7ª ed. Salva-
dor: Juspodivm, 2012. p. 814). É aplicável hoje apenas quando o fato for complexo e
quando houver a necessidade de citação por edital, situações incompatíveis com o rito
Sumaríssimo que transcorre no Juizado. ALENCAR, Rosmar Rodrigues; TÁVORA
Nestor. Curso de Direito Processual Penal. 7ª ed. Salvador: Juspodivm, 2012).
Resposta:
1091
o procedimento a ser seguido será o ordinário‖. (ALENCAR, Rosmar Rodrigues; TÁ-
VORA Nestor. Curso de Direito Processual Penal. 7ª ed. Salvador: Juspodivm, 2012. p.
812).
Resposta:
Cabe destacar que existe divergência entre a obrigatoriedade ou não de tal defesa preli-
minar anterior a denúncia. O STJ tem a Súmula 514 que afirma que tal defesa é desne-
cessária se a ação penal é instruída por um inquérito policial; todavia, o STF afirmou
que o fato de ação penal ser acompanhada do inquérito em nada altera a necessidade da
notificação para a apresentação de tal defesa que, ressalta-se, é facultativa, conforme o
HC 96058, Min. Relator Eros Grau, 2ª Turma, DJe.: 17/03/2009.
1092
damento o contido no art. 225, inciso II do parágrafo 1o, no que se refere à proteção ao patri-
mônio genético pelo Poder Público, para que seja determinado ao obstetra responsável que
autorize? Entende que o argumento se justifica? Deferiria o pleito? (essa questão foi feita den-
tro de direito ambiental).
Resposta:
A pretensão tem plausibilidade. Pode-se dizer que o art. 225, § 1o, II, da CF/ 1988 ad-
mite como técnica de tutela do meio ambiente a preservação do patrimônio genético,
corroborado no art. 1º, caput, da Lei nº 11.105/2005 ao prever a diretriz do "estímulo ao
avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saú-
de humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a prote-
ção do meio ambiente". Como o pleito de armazenamento não se destina à comerciali-
zação e atende interesse de eventual utilização do material genético para fins terapêuti-
cos, a pretensão merece acolhida. Aliás, confira-se entendimento do Eg. TRF/1º Região,
em situação assemelhada: "A estocagem do sangue do cordão umbilical - que visa a
preservar as chamadas "células-tronco" - atende ao objetivo da elucidação diagnósti-
ca, cuja teleologia compreende a preservação da saúde e da vida humana. 5. De outra
parte, não há falar-se em maltrato ao interesse público, uma vez que, de acordo com a
Resolução 153/2004 da ANVISA, a regra é o descarte do cordão umbilical após o par-
to." (TRF1, AMS 200534000272155, DJ 10/09/2007)
Resposta:
Resposta:
Foi rejeitada pelo STF a utilização da “interpretação conforme”, pois não havia polissemia no
texto legal. Confira-se o seguinte trecho do voto-condutor da ADI nº 3510/DF, DJe
28/05/2010): “Está-se a propor, aqui, uma sentença de caráter aditivo, mesclada com interpre-
1093
tação conforme, para dotar a lei brasileira de uma exuberância regratória que, em matéria
científica e de saúde, já foi considerada inconstitucional pela Corte italiana; depois, a proposta
de interpretação conforme pressupõe - todos nós sabemos - uma polissemia, uma plurissignifi-
catividade do texto legal sob exame que não me parece própria do artigo sob análise. Pelo que
não tenho como cabível para o caso a técnica de interpretação "conforme a Constituição".”
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Água pluvial é água das chuvas (fluvial: água dos rios). Nos termos do Código de Á-
guas (Decreto nº 24.643/1934), ―as águas pluviais pertencem ao dono do prédio onde
caírem diretamente‖ (art. 103), mas nem por isso poderá desperdiçá-las ou desviar seu
curso sem consentimento dos donos dos prévios que iriam recebê-las (parágrafo único).
A Lei nº 9.433/97 não tratou da temática.
Resposta:
Resposta:
―Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a fundamentar e orien-
tar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos
1095
recursos hídricos.‖ (art. 6º, da Lei nº 9.433/97), devendo possuir conteúdo mínimo (art.
7º), de longo prazo, cabendo às agências de águas elaborá-los (art. 44) e aos comitês de
bacias hidrográficas aprová-los ou não.
Resposta:
2) Cooperação internacional, qual a mudança recente com a EC no. 45/2004? Houve alguma
mudança de fundo com a modificação de competência do STF para o STJ?
Resposta:
A cooperação diz com o intercâmbio entre Estados e seus poderes judiciários para o
cumprimento extraterritorial de medidas processuais, tendo a EC 45/2004 conferido a
competência para o STJ conceder exequatur às cartas rogatórias e homologar sentenças
estrangeiras, com a finalidade de que elas pudessem produzir efeitos internos. Doravan-
te, (1) há possibilidade do emprego do Recurso Extraordinário direcionado ao STF
quando presentes seus requisitos. Anote-se, conforme uma (2) nova modalidade de coo-
peração jurídica internacional (cooperação direta: possibilidade da cooperação jurídica
entre os países para a prática de atos que não se inserem dentro de uma ação judicial em
curso, mas que são necessários para instruir investigações em curso e medidas extraju-
1096
diciais). Além disso, também menciona-se como inovação (3) a possibilidade de con-
cessão de medidas de urgência durante o curso do procedimento de homologação e (4) a
possibilidade de homologação parcial da sentença estrangeira, estas duas face à Resolu-
ção nº 9/2005 do STJ.
3) No que tange à competência prevista nos arts. 88,89 e 90 do CPC, como esta se relaciona ao
direito internacional privado?
Resposta:
Resposta:
Art. 89, II: ponto de ligação (território) de menor intensidade que o anterior, mas visa
impedir que uma universalidade de bens integrados ao patrimônio econômico nacional
possam ser afetados por ato de juiz estrangeiro.
5) Como é que surgiram os direitos humanos? Como este conceito foi idealizado?
Resposta:
Tem seu surgimento com a própria origem do homem e vem se desenvolvendo ao longo
dos tempos, daí serem compreendidos como direitos históricos. Idealizado diante da
compreensão da dignidade humana e da necessidade de respeito de seus direitos ante as
dificuldades, dores, sofrimento, e violência a que estavam submetidas) Aplicação do
Direito de Família na Justiça Federal, exemplo. (Alimentos internacionais).
Resposta:
1097
7) Quais as fontes do Direito Internacional Público e Privado? Ênfase no conflito sobre os Tra-
tados Internacionais no ordenamento jurídico brasileiro.
Resposta:
Resposta:
A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 1969, era um exemplo de nor-
ma consuetudinária, mas com o Decreto nº 7.030, de 14/12/2009, ela foi introduzida no
direito interno brasileiro.
Resposta:
Resposta:
Após a homologação pelo Judiciário brasileiro (art. 483 do CPC), como conseqüência
do princípio de que o Estado não é obrigado reconhecer em seu território decisão origi-
nada de outro.
Resposta:
Conflito entre tratados e leis internas anteriores: prevalece o tratado diante da aplicação
do princípio lex posterior derogat priori. Mas o problema maior consiste no conflito de
tratado e lei infraconstitucional posterior: há hierarquia? Note-se que não se trata de
tratado versando sobre direitos humanos, em que o STF decidiu pelo caráter supralegal
quando julgou a questão do depositário infiel. No julgamento do RE 80.004 (entendi-
mento reiterado na ADI 1480/DF) o STF decidiu que prevalece a lei posterior, sendo
passível responsabilização do Estado no plano internacional (a matéria de fundo era
aplicação da Lei Uniforme de Genebra e as notas promissórias). A doutrina vem perfi-
1098
lhando entendimento contrário, qual seja, a prevalência dos tratados sobre o direito in-
terno pela aplicação do princípio da especialidade e em harmonia com o art. 98 do
CTN, já que eles possuem natureza diversa, além de não terem sido elaborados de ma-
neira semelhante.
Resposta:
Os agentes e as missões diplomáticas são os meios por meio dos quais o Estado acredi-
tante exerce uma missão de serviço público no território acreditado. Costuma-se distin-
guir imunidades (fundadas em regras de direito internacional) de privilégios (origem no
direito internacional e também em medidas de cortesia, permissiva e não imperativa,
dependendo do direito interno). Há imunidade de jurisdição (absoluta), facultando-se o
não comparecimento perante tributais do Estado acreditado. A imunidade criminal so-
mente será excepcionada se o acreditante a renunciar. Nos ilícitos civis, há exceções à
imunidade de jurisdição quando (a) o agente renuncia expressamente, (b) o próprio a-
gente recorre aos tribunais locais como autor, (c) quando o agente é nacional do Estado
em que está acreditado, (d) se a demanda versar de compromissos assumidos pelo exer-
cício de outra profissão. Mas deve-se atentar que estão a salvo de sujeitarem-se a atos
coercitivos, devendo serem buscados no país do devedor.
14) Qual o seu juízo de valor sobre a assertiva: os direitos humanos como princípios gerais do
direito? A partir desta assertiva, como podemos conceituar princípios?
Resposta:
De acordo com a assertiva, pois existem princípios reconhecidos pela generalidade dos
Estados nacionais como obrigatórios, dentre eles o princípio da prevalência dos direitos
humanos, ou do respeito aos direitos humanos, que teve seu auge do seu desenvolvi-
mento após o fim da Segunda Guerra Mundial, ante aos intensos abusos cometidos du-
rante aquele período. Desse modo, princípios podem aqui ser conceituados como produ-
tos de construção histórica que espraia efeitos conformadores do sobre as relações jurí-
dicas.
15) Medidas de proteção internacional dos DHs. Diga ao menos duas e explique?
Resposta:
A Declaração dos Direitos Humanos não previu instrumentos para vindicar os direitos
lá assegurados perante um tribunal, surgindo o problema da aplicabilidade/eficácia. Daí
1099
os Pactos de 1966 tiveram em vista conferir dimensão técnico-jurídica à Declaração,
formando-se a Carta Internacional de Direitos Humanos (junção de documentos: Carta
da ONU de 1945; Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948; Pacto Interna-
cional dos Direitos Civis e Políticos e Pacto Internacional dos Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais), que inaugurou o sistema global de proteção. Mecanismos criados
com os Pactos: a) Mecanismos de monitoramento: (1) relatórios temáticos (ou reports):
Estado relata o modo pelo qual está implementando os direitos; (2) comunicações esta-
tais: um dos Estados-parte no acordo alega que outro incorreu ou está incorrendo inter-
namente em violação. O Protocolo Facultativo Relativo ao pacto Internacional dos Di-
reitos Civis e Políticos trouxe o mecanismo das petições (ou queixas individuais), pos-
síveis quando esgotados recursos internos quanto à reclamação dos direitos violados.
16) Qual seria a diferenciação do termo direitos de primeira geração e direitos de primeira
dimensão?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
1100
São diferentes. Dispõe a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas: art. 29: ―A
pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser objeto de nenhuma forma de
detenção ou prisão. O Estado acreditado trata-lo-á com o devido respeito e adotará tôdas
as medidas adequadas para impedir qualquer ofensa à sua pessoa, liberdade ou dignida-
de.‖ E a Convenção sobre Privilégios e Imunidades Quanto aos funcionários consulares,
eles podem ser presos ou detidos preventivamente por crime grave e por decisão de au-
toridade judiciária competente (art. 41 da Convenção de Viena sobre Relações Consula-
res, 1963). Portanto, não poderia o embaixador ser preso, mas o cônsul, sim.
19) Atos civis ordinários. DF acionou a Representação de Camarões que bateu num poste, diri-
gindo. Há imunidade?
Resposta:
Resposta:
São crimes internacionais porque são bens jurídicos muito caros à comunidade interna-
cional. De acordo com o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional (art. 7º),
―entende-se por "crime contra a humanidade", qualquer um dos atos seguintes, quando
1101
cometido no quadro de um ataque, generalizado ou sistemático, contra qualquer popula-
ção civil, havendo conhecimento desse ataque:
a) Homicídio;
b) Extermínio;
c) Escravidão;
f) Tortura;
j) Crime de apartheid;
1) Muito embora não previsto no art. 38 da CIJ, os atos unilaterais podem ser considerados
fontes do DIP? O que é que caracterizaria o ato unilateral como fonte? Dê um exemplo de ato
unilateral que seja fonte do DIP?
Resposta:
Resposta:
Jus cogens: Valério Mazzuoli sustena a prevalência hierárquica do jus cogens sobre
todas as outras fontes de DIP. A ideia é a de que algumas normas fundamentais, forma-
das pelo costume, deveriam estar situadas em posição superior às convencionais. Elas se
sobrepõem à autonomia da vontade e não podem ser derrogadas por outros tratados (ex.:
autodeterminação dos povos; não agressão; proibição do genocídio; proibição da escra-
vidão).
Soft law: regras com valor normativo menos constringente que as normas jurídicas tra-
dicionais. Falta de elementos que garantam seu enforcement. Apesar de não criar auto-
nomamente normas internacionais, elas tem relevância como fonte, pois são: (a) produto
jurídico inacabado, voltado à assunção de compromissos futuros (programáticos); (b)
governado por um sistema de sanção distinto daquele aplicável ás normas tradicionais,
com cumprimento mais como recomendação do que como obrigação.
Resposta:
São fontes modernas de DIP. Constituem atos institucionais em que o Estado participa
apenas indiretamente (quando vota nas assembléias ou em órgãos decisórios). Podem
surgir com nomenclaturas diversas: resoluções, declaração, decisões, recomendação.
Resposta:
1103
05) Enumere e trace uma diferenciação sobre as espécies de atos internacionais.
Resposta:
Resposta:
Sim, desde que a União esteja a atuar como sujeito de direito internacional: a República
Federativa do Brasil firmando tratados, em que o Presidente atua como Chefe de Estado
e não Chefe de Governo. Nesse sentido, o STF: "a limitação prevista no art. 151, III, da
Constituição (isenção heterônoma) não se aplica às hipóteses em que a União atua
como sujeito de direito na ordem internacional" (AI 223336 AgR, Segunda Turma, DJe
27/11/2008)
07) Muito embora não previsto no art. 38 da CIJ, os atos unilaterais podem ser considerados
fontes do DIP? O que é que caracterizaria o ato unilateral como fonte? Dê um exemplo de ato
unilateral que seja fonte do DIP?
Resposta:
11) Há diferença entre a teoria da imprevisão dos contratos internacionais e a cláusula hard-
ship? É possível a existência conjunta?
Resposta:
1104
a) impossibilidade de cumprir a obrigação: execução impossível do contrato (imprevi-
são) e execução possível, mas com grande dificuldade ou excessiva onerosidade à parte
(hardship);
Resposta:
Resposta:
1105
celebrado por termo nos autos onde tem curso a demanda (juízo ou tribunal). (art. 9º, da
Lei nº 9.307/96).
14) No Brasil o decreto (não anotei o número), acordo de cooperação, envolve apenas proces-
so civil latu senso, inclui também matéria penal?
Resposta:
Resposta:
Segundo o argentino Carlos Cossio, "a ciência jurídica deve estudar a conduta humana
enfocada em sua dimensão social, e não a norma jurídica‖. Sua teoria egológica existen-
cial está inserida na concepção do culturalismo jurídico (que concebe o direito como um
objeto cultural, criado pelo homem e dotado de um sentido de conteúdo valorarito). Para
Cossio o direito é um objeto cultural (cultura é tudo o que se acrescenta às coisas, com a
intenção de aperfeiçoá-las) e egológico (direito incorporado ao próprio ego; egologia
seria a resolução de problemas por meio da intuição) por ter substrato na conduta huma-
na compartida sobre a qual incidem valores, que passa da materialidade do substrato à
vivência do sentido e vice-versa, até alcançar um exato conhecimento do direito. Portan-
to, a experiência jurídica se apresenta no conhecimento científico jurídico; a compreen-
são do sentido da conduta está fundada em valorações positivas da comunidade, daí a
interligação com os costumes como prática reiterada de atos que repercutem na compre-
ensão.
Resposta:
1106
A questão comporta duas visões: pela teoria dualista, o Estado e o Direito são realidades
díspares, sendo o Estado criador do Direito dentro da doutrina tradicional surge a prio-
ridade lógica do Estado sobre o Direito: o Estado é o criador do Direito, estando este
subordinado àquele. Já pela concepção monista, o Estado é identificado com a ordem
jurídica, isto é, o Estado encarna o próprio Direito em determinado nível de ordenação,
constituindo um todo único.
3) Faça uma reflexão sobre a comunicação a respeito da linguagem, há quem diga é o ser, que
não existe nada sem a linguagem , como há quem afirme que a só a ideia existe, e então como
fica linguagem?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Valores são entidades vetoriais, tendo por principal função guiar o indivíduo, apontando
sempre para um sentido que é reconhecível como fim. Assim, ―toda sociedade obedece
a uma tábua de valores, de maneira que a fisionomia de uma época depende da forma
como seus valores se distribuem ou se ordenam." Características dos valores: a) bipola-
ridade (a um valor sempre se contrapõe um desvalor, implicando um processo dialéti-
co); b) implicação (se realizam reciprocamente, pois nenhum dos valores se realiza sem
influir nos demais); c) referibilidade (necessidade de sentido para alguém); d) preferibi-
lidade (teoria dos fins, onde o fim é valor enquanto racionalmente reconhecido como
motivo de conduta); e) incomensurabilidade; f) graduação hierárquica; g) objetividade;
h) realizabilidade e inexauribilidade. (MIGUEL REALE)
7) O que é cultura?
Resposta:
―cultura‖ é o conjunto de tudo aquilo que, nos planos material e espiritual, o homem
constrói sobre a base da natureza, quer para modificá-la, quer para modificar-se a si
mesmo. É, desse modo, o conjunto dos utensílios e instrumentos, das obras e serviços,
assim como das atitudes espirituais e formas de comportamento que o homem veio for-
mando e aperfeiçoando, através da história, como cabedal ou patrimônio da espécie hu-
mana. Não vivemos no mundo de maneira indiferente, sem rumos ou sem fins. Ao con-
trário, a vida humana é sempre uma procura de valores. O conceito de fim é básico para
caracterizar o mundo da cultura. A cultura existe exatamente porque o homem, em bus-
ca da realização de fins que lhe são próprios, altera aquilo que lhe é ―dado‖, alterando-
se a si próprio. (Miguel Reale)
8) Diferencie cultuar e civilização. (não seria “cultura”? se sim, a resposta fica mais fácil)
1108
Resposta:
Resposta:
Estado simples ou Estado unitário diz respeito com a forma singular de Estado (a Fran-
ça é exemplo clássico) e se contrapõe à forma plural (a sociedade de Estados - federa-
ção, confederação, etc).
2) A livre convicção é a mesma coisa que convicção livre? Esta última seria a íntima convicção.
Resposta:
Trata-se de sistemas de apreciação das provas, onde: 1) íntima convicção (certeza moral
do juiz): franqueia-se ao julgador total e ilimitada possibilidade de apreciação das pro-
vas; 2) livre convicção: o juiz age livremente na apreciação das provas, mas deve seguir
regras preestabelecidas, motivando sua decisão. Por fim, ainda há o sistema da certeza
moral do legislador, subtraindo a liberdade de apreciação do julgador.
1109
3) Qual a diferença entre existir e coexistir? O homem é existindo ou coexistindo?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Kelsen atribui como função do direito uma ―ordem de sujeição‖; o próprio Direito deve
fundar o sistema normativo. A norma hipotética fundamental funciona como fundamen-
to de validade último de todo o sistema normativo kelseniano, assim podendo ser enun-
ciada: "devemos obedecer às ordens do autor da Constituição", qualquer que seja o con-
teúdo desta Constituição. Confrontada com a desobediência civil (que implicaria na
suspensão da supremacia constitucional, pois vista como uma ação objetivando a inova-
ção e a mudança da norma por meio de atos de transgressão, visando demonstrar a in-
justiça da lei. ―A violência da lei é eticamente justificada‖ (Bobbbio)), parece existir
incompatibilidade, para Kelsen, da desobediência civil com a observância das normas.
Resposta:
―Bem Comum nada mais é do que o próprio bem particular de cada indivíduo, enquanto
este é parte de um todo ou de uma comunidade: "O bem comum é o fim das pessoas
singulares que existem na comunidade, como o fim do todo é o fim de qualquer de suas
partes". Ou seja, o bem da comunidade é o bem do próprio indivíduo que a compõe. O
indivíduo deseja o bem da comunidade, na medida em que ele representa o seu próprio
bem. Assim, o bem dos demais não é alheio ao bem próprio.
1110
O bem particular buscado por cada um dos membros da comunidade é, em última análi-
se, a própria felicidade, que só se alcança com o perfeito aquietamento do apetite, ou
seja, quando nada resta a desejar. O objeto formal de nossa vontade é o bem, sem limi-
tações, e não este ou aquele bem. Daí que apenas um bem que seja universal é capaz de
saciá-la plenamente. Um bem é tanto mais bem quanto é bem para mais pessoas.‖
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_13/princ-etico.htm)
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Na interpretação gramatical a ordem das palavras e o modo como elas estão conectadas
são importantes para obter o correto significado da norma, de forma mais precisa e obje-
1111
tiva, conferindo maior segurança para as relações jurídicas. Já na interpretação teleoló-
gica os princípios surgem com maior força, em razão de sua abstração e orientação
quanto à possibilidade de atribuir um propósito e finalidade às normas.
10) Quando se faz interpretação extensiva, com relação ao fim e literalidade da norma, o que
se busca?
Resposta:
11) Qual a diferença entre o conhecimento científico e o conhecimento vulgar? Qual a diferen-
ça entre o conhecimento científico e o conhecimento religioso, razão e fé, qual a diferença?
Resposta:
Resposta:
Para Ihering direito subjetivo era o interesse enquanto protegido; interesse juridicamente
protegido. Foram feitas críticas, segundo leciona MIGUEL REALE, de forma que o
direito subjetivo é mais a proteção do interesse do que o interesse protegido. ―Direito
subjetivo é a possibilidade de exigir-se, de maneira garantida, aquilo que as normas de
direito atribuem a alguém como próprio.‖ Interesse é conceito mais amplo e, por isso
mesmo, mais vago.
Resposta:
1112
Conforme PABLO STOLZE, ―Indagado a respeito da natureza jurídica de determinada
figura, deve o estudioso do direito cuidar de apontar em que categoria se enquadra, res-
saltando as teorias explicativas de sua existência.‖ Regime jurídico é o conjunto de di-
reitos, deveres, garantias, vantagens, proibições e penalidades aplicáveis a determinadas
relações sociais qualificadas pelo Direito.
Resposta:
Resposta:
Penso que sim, porque a lei orgânica da magistratura ―veda ao magistrado "procedimen-
to incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções" e comete-lhe o
dever de "manter conduta irrepreensível na vida pública e particular" (LC nº 35/79, arts.
35, inciso VIII, e 56, inciso II)‖ (expressão extraída do Código de Ética da Magistratura,
http://www.cnj.jus.br/codigo-de-etica-da-magistratura).
Resposta:
I - ser ouvido como testemunha em dia, hora e local previamente ajustados com a auto-
ridade ou Juiz de instância igual ou inferior;
1113
II - não ser preso senão por ordem escrita do Tribunal ou do órgão especal competente
para o julgamento, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade
fará imediata comunicação e apresentação do magistrado ao Presidente do Tribunal a
que esteja vinculado (vetado);
III - ser recolhido a prisão especial, ou a sala especial de Estado-Maior, por ordem e à
disposição do Tribunal ou do órgão especial competente, quando sujeito a prisão antes
do julgamento final;
3) e as garantias do juiz?
Resposta:
Resposta:
1114
Resposta:
Resposta subjetiva.
Resposta:
Resposta subjetiva.
Resposta:
Resposta:
O magistrado não vive à margem da sociedade, nela vive e com ela convive. O Judiciá-
rio provavelmente atua direta e habitualmente com pessoas mais do que os demais Po-
deres. A imprensa exerce grande influência nessa interligação entre o serviço prestado e
o usuário. O Código de Ética da Magistratura, ao tratar do princípio da transparência,
prevê que o magistrado deve "na sua relação com os meios de comunicação social,
comportar-se de forma prudente e eqüitativa, e cuidar especialmente:
I - para que não sejam prejudicados direitos e interesses legítimos de partes e seus pro-
curadores;
1115
Art. 13.O magistrado deve evitar comportamentos que impliquem a busca injustificada
e desmesurada por reconhecimento social, mormente a autopromoção em publicação de
qualquer natureza.
Nas relações com o público em geral, especialmente com as partes no processo, o juiz
deverá, respeitadas as situações de segredo de justiça, ―informar ou mandar informar
aos interessados acerca dos processos sob sua responsabilidade, de forma útil, compre-
ensível e clara.‖
2) Trate do assédio moral e assédio sexual, fazendo uma distinção entre essas duas espécies de
abuso.
Resposta:
O assédio sexual causa invasão da liberdade sexual, extrapolando atos que vão além da
cortesia, constrangendo a outra pessoa, persuadindo-a a praticar ato sexual, valendo-se
do poder hierárquico como força de coação. Tipificada no art. 216-A do Código Penal.
Já o assédio moral significa ―a importunação insistente e persistente contra alguém, de
natureza psicológica, com a intenção e objetivo de aborrecer, incomodar e minar as for-
ças internas ou animas, atingindo moralmente a pessoa. É o que se chamou de destrui-
ção moral sutil e que depende de constatação cabal e inconteste, não se satisfazendo
com meras alegações impossíveis de comprovar.‖ (TJSP, Ap 33309505100, Rel. Des.
Rui Stoco, j. 09/11/2009).
03) Trate dos aspectos gerenciais da atividade judiciária. Relação entre gestão e atuação do
juiz.
Resposta:
1116
pessoas ligadas ao processo produtivo visando à excelência no serviço prestado pelo
Poder Judiciário." (http://www.ampb.org.br/artigos/ver/46)
Resposta:
2) E o art. 22 do CDC?
Resposta:
Resposta:
1117
dade contratual pelos danos causados ao paciente, em razão do ato cirúrgico.‖ (REsp
985888/SP, 4T, j. 16/02/2012).
Resposta:
Não haverá culpa passível de atrair o nexo de causalidade entre sua conduta e o resulta-
do, mas o Estado poderá ser responsabilizado, objetivamente.
Resposta:
O CADE tem atividades preventivas (analisar e decidir sobre atos de concentração eco-
nômica), repressivas (investigar e julgar condutas nocivas à livre concorrência) e educa-
cionais/pedagógicas (instruir o público sobre condutas prejudiciais à livre concorrência;
estimular pesquisas; realizar cursos, etc.), relacionadas com a livre concorrência no
mercado. Vale-se de instrumentos como (a) medida preventiva, quando houver indício
ou fundado receio de que o representado, direta ou indiretamente, cause ou possa causar
ao mercado lesão irreparável ou de difícil reparação, ou torne ineficaz o resultado final
do processo, (b) compromisso de cessação da prática sob investigação ou dos seus efei-
tos lesivos, (c) acordo de leniência. Poderá ser fixada pena por prática de infração da
ordem econômica, quando exigir a gravidade dos fatos ou o interesse público geral, de
"cisão de sociedade, transferência de controle societário, venda de ativos ou cessação
parcial de atividade" (art. 38, V, da Lei nº 12.529/2011).
2) O que é dumping?
Resposta:
1118
Resposta:
Consumidor real (art. 2º, CDC). Consumidor ficto (art. 29, CDC: ―equiparam-se aos
consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previs-
tas‖). Presumido? Sinônimo?
Resposta:
02) Discorra sobre a função social da propriedade e a desapropriação por interesse social.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
1120
06) Quais os objetivos do intervencionismo estatal na economia
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Com vistas à integração econômica, política, social e cultural dos povos da América
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações, surgiu em
1991 o Tratado de Assunção, dando feição incipiente ao bloco multilateral. Esse tratado
é um acordo-quadro, continuamente implementado por acordos adicionais, determinan-
do, dentre outros aspectos: a) programa de liberalização comercial; b) coordenação de
políticas macroeconômicas; c) adoção de uma TEC (Tarifa Externa Comum); d) consti-
tuição de um regime de origem e de um mecanismo de solução de controvérsias. Foi
efetivamente criado pelo Protocolo de Ouro Preto, em 1994, tendo personalidade jurídi-
ca de direito internacional. OBJETIVO PRINCIPAL: fomentar o aumento do mercado
interno dos estados signatários por meio das seguintes políticas: 1) integração econômi-
ca, enquanto condição fundamental para acelerar seus processos de desenvolvimento
econômico com justiça social; 2) aproveitamento mais eficaz dos recursos disponíveis,
3) preservação do meio ambiente, 4) melhoramento das interconexões físicas, 5) coor-
denação de políticas macroeconômica da complementação dos diferentes setores da
economia, com base no princípios de gradualidade, flexibilidade e equilíbrio; 6) desen-
volvimento científico e tecnológico dos Estados Partes e modernização de suas econo-
1121
mias para ampliar a oferta e a qualidade dos bens de serviço disponíveis, a fim de me-
lhorar as condições de vida de seus habitantes.
10) Existe algum instrumento com base no MERCOSUL que permite que advogados venha a
atuar no Brasil?
Resposta:
―Em meados de 1993, após uma série de reuniões e encontros realizados em 1991 e
1992, foi criado o Conselho de Colégios e Ordens de Advogados do Mercosul - COA-
DEM19, entidade sem fins lucrativos, de utilidade pública e que congrega os presiden-
tes e delegados das associações máximas dos advogados do Brasil, Argentina, Uruguai,
Paraguai, Bolívia, Chile e Peru. Atualmente sob a presidência do ex-Conselheiro Fede-
ral da OAB e atual integrante da Comissão de Relações Internacionais da entidade, Ser-
gio Ferraz, o COADEM tem tratado das questões relacionadas à prestação de serviços
jurídicos nos âmbito do Mercosul.
(...)
Muito embora não tenha entrado vigor, o projeto elaborado pelo COADEM demonstra o
cuidado com que o tema é tratado pelos órgãos de classe dos respectivos países.‖
1122
11) MERCOSUL: cooperação jurisdicional, discorra.
Resposta:
12) Quais as formas de intervenção do Estado no domínio econômico e como se dá essa inter-
venção?
Resposta:
Por intervenção (1) direta e (2) indireta. Na direta o Estado se faz agente econômico
pela absorção (monopólio) ou pela participação (atua ao lado da iniciativa privada). Na
indireta o Estado limita-se a condicionar o exercício da exploração da atividade econô-
mica, sem assumir posição de agente econômico ativo (o estado atua como agente nor-
mativo e regulador da atividade econômica). Pode-se dar de duas formas, quais sejam
direção e indução. Direção: o Estado se utiliza de normas administrativas ou legais por
meio das quais fixa um comportamento obrigatório para a prática da atividade econômi-
ca, sem o qual o agente responderá no plano administrativo e, por vezes, no plano cri-
minal.
Indução: corresponde à utilização pelo Estado de normas para induzir certos comporta-
mentos econômicos, estimulando (normas premiais) ou desestimulando certas condutas,
conforme a política econômica assim o exige.
1123
16.16.1.3. Questões do TRF3
1) O preâmbulo faz parte do texto constitucional? Qual o seu valor? Ele influi no processo in-
terpretativo?
Resposta:
Não faz parte do texto constitucional propriamente dito e, consequentemente, não con-
tém normas constitucionais de valor jurídico autônomo. Nem por isso é juridicamente
irrelevante, ―uma vez que deve ser observado como elemento de interpretação e integra-
ção dos diversos artigos que lhe seguem.‖ (ALEXANDRE DE MORAES)
Resposta:
Resposta:
1ª) é sempre uma lei (alemão Hoennel) porque emana de um órgão legiferante, tendo
desta forma todo o aspecto formal, externo de lei.
2ª) contrariamente à primeira, aqui foi adotado o critério que classifica as leis de acordo
com seu conteúdo jurídico e não segundo o órgão do qual emanam. Entendem que o
orçamento apresenta externamente a forma de lei, sendo formalmente uma lei, apresen-
tando, no entanto, conteúdo de ato administrativo.
3ª) Léon Duigit liderou a terceira corrente, que considerava o orçamento formalmente
uma lei, mas seu conteúdo em algumas de suas partes ato administrativo e em outras lei.
Desta forma, a parte do orçamento relativa às despesas e às receitas originárias seria ato
1124
administrativo, porém na parte relativa à autorização para cobrança de receitas deriva-
das, deveria ser considerado lei.
4ª) Na quarta corrente, na qual se destacou Gaston Jezé, é defendida a tese de que o or-
çamento é formalmente uma lei, mas em nenhuma de suas partes pode ser entendido
como tendo conteúdo de lei. Esta corrente coincide com a anterior quando não considera
lei as partes do orçamento relativas à autorização das despesas e às receitas originárias.
No entanto, dela diverge, pois não entende que a parte relativa às receitas derivadas te-
nha conteúdo de lei, considerando esta parte como mero ato-condição para cobrança e
arrecadação dos tributos.
Resposta:
1125
16.17.1.4. Questões do TRF4
01) Falar sobre os princípios gerais de direito, a evolução doutrinário e jurisprudencial desse
conceito até o momento presente.
Resposta:
Resposta:
03) Distinção de direito adjetivo e subjetivo, e discorrer sobre a persistência no mundo jurídico
contemporâneo.
Resposta:
Direito objetivo são as normas jurídicas vigentes num determinado país numa certa é-
poca; conjunto de normas que o Estado mantém em vigor. Direito subjetivo refere-se a
―faculdade, assegurada por lei, de exigir determinada conduta de alguém, que, por ato
ou negócio jurídico, está obrigado a observá-la‖. ―Subjetivo por ser direito de uma pes-
soa, opondo-se por isso ao direito objetivo, previsto na lei‖. (PAULO DOURADO DE
GUSMÃO) Persistência?
1126