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Fatores Interferentes Na Fermentação Alcoólica para Produção de Etanol PDF
Fatores Interferentes Na Fermentação Alcoólica para Produção de Etanol PDF
RESUMO: O etanol é um composto orgânico utilizado no Brasil como combustível automotivo, obtido através da
fermentação do caldo da cana-de-açúcar, a partir de micro-organismos denominados levedura Saccharomyces cerevisiae.
O etanol com o teor alcoólico desejado é obtido como produto final após a destilação do caldo fermentado. A qualidade e o
rendimento do produto são dependentemente conseqüentes de uma série de etapas que devem ser seguidas desde a
obtenção da matéria prima, e durante todo o processamento e armazenamento do produto obtido. A fermentação é a
principal etapa e se destaca pela conversão do substrato açucarado em etanol e outros compostos desejados. Sendo assim,
alguns fatores desta etapa devem ser controlados, como aeração (agitação), temperatura, pH, nutrientes, contaminação
bacteriana, e a concentração de etanol no meio fermentescível, porque interferem diretamente na fermentação alcoólica. O
objetivo deste trabalho foi estudar a influencia dos fatores interferentes e limitantes ao processo fermentativo para a
produção de etanol. Esses fatores interferem diretamente no rendimento fermentativo e produtivo acarretando perdas
durante o processamento. A aeração e a agitação devem ser realizadas no início da fermentação para uma melhor
multiplicação das leveduras, sendo evitadas durante a fermentação, pois a presença de oxigênio pode propiciar a formação
de acido acético. A temperatura deve ser controlada entre 25ºC à 30ºC. O pH deve estar em torno de 4,5 à 5,0 afim de
evitar o desenvolvimento de bactérias indesejadas, e afetar o crescimento das leveduras. Os nutrientes são importantes
porque influenciam o desenvolvimento das leveduras e em concentrações altas, podem inibir seu crescimento. A
contaminação bacteriana provoca perda no rendimento prejudicando a fermentação e a qualidade do produto, provocando
o aumento da acidez, que é a inversão da sacarose. A presença do etanol acima de 8ºGl pode inibir o crescimento da
levedura pela sua desnaturação.
PALAVRAS CHAVE: Etanol; Fermentação; Produção; Rendimento.
ABSTRACT: Ethanol is an organic compound. In Brazil, it is used as an auto fuel after the fermentation of the sugar cane
syrup when microorganisms called Saccharomyces cerevisiae come into action. The necessary alcohol level of ethanol is
subtracted after the distillation of fermented syrup. Its quality and quantity is followed by many steps, which start at the
harvest site until its processing and storage of the final product. Fermentation, which is the transformation of the syrup into
ethanol and other products, is the main step of the process. For this matter, some factors must be under control such as
agitation, temperature, pH, nutrients, bacterial contamination and ethanol because they have a direct impact on the
fermentation process. The purpose of this study is to analyze the factors involved during the fermentation for the
production of ethanol as an auto fuel. Agitation must happen at the beginning of the fermentation in order to increase the
growth of yeast. However, it must be avoided during the fermentation process because of the probable formation of acetic
acid in the presence of oxygen. Temperature must be between 25ºC to 30ºC. The pH level must be over 4,5 to 5,0 in order
to avoid the growth of unwanted bacteria and decrease the growth of yeast. Nutrients are important because they act on the
growth of the yeast and high concentration of nutrients can inhibit its growth. Bacterial contamination reduces the process
and it affects the fermentation and the product quality with an increase of the acid level, which in turn, is the opposite of
the sucrose process. The presence of ethanol above 8ºGl may inhibit the growth of yeast
KEY WORDS: Ethanol; Fermentation; Profit; Production.
de energia para agitação, e promovendo um aumento na intervalos estreitos é de grande importância (RIBEIRO,
capacidade de transferência de massa e calor. 2010).
Para Chaves (2006), a aeração do mosto melhora Já para Nogueira e Venturini Filho (2005), o
a multiplicação do fermento. Isso pode ser feito pela mosto é colocado na dorna com uma temperatura que
formação de uma espécie de chuveiro para a entrada do corresponde à ambiente. No início da safra, que coincide
mosto na dorna. com o inverno, sua temperatura é baixa, chegando acerca
Segundo Cardoso et al. (2007), a levedura possui de 14ºC a 15°C requerendo o aquecimento para atingir a
dois tipos de metabolismo celular: oxidativo e temperatura de 28ºC a 30°C, favorável à atividade da
fermentativo. O metabolismo oxidativo ocorre na presença levedura alcoólica. No decorrer da safra, com o aumento
de oxigênio, em que a levedura pode apresentar o efeito da temperatura ambiente, esta medida se faz desnecessária.
“pasteur” oxidando os carboidratos por respiração e Como a fermentação alcoólica é um processo exotérmico,
estimulando a multiplicação intensa.entretanto na ausência a temperatura do mosto pode ultrapassar os limites
de oxigênio o metabolismo passa a ser fermentativo, ocorre admitidos para uma fermentação normal.
assim a produção de etanol e gás carbônico. O gás Para Moraes (2001), temperatura do mosto é um
carbônico formado na aeração de transformação de dos fatores que afetam a atividade microbiana e,
sacarose em etanol contribui para a manutenção da consequentemente, a eficiência e produtividade do
anaerobiose na dorna de fermentação. processo de fermentação. A faixa ideal de temperatura para
Para Espinoza (2006), a aeração é necessária na fermentação alcoólica, está entre 26º e 32ºC. Para manter
fase de propagação, facilitando o aumento do número de essa faixa de temperatura, a indústria deve aquecer o mosto
células. em épocas frias e possuir um sistema de resfriamento
Já para Cardoso et.al. (2007), deve-se evitar quando a temperatura estiver elevada.
durante a fermentação a aeração do mosto, já que o Segundo Cabral; Kremer; Trossini (2006), para se
aumento de oxigênio faz com que o lêvedo transforme o obter uma boa fermentação (Fig.1.) a temperatura do
açúcar em ácido acético em vez de etanol. mosto deve ser a 30°C.
Temperatura x Tempo
conteúdo em etanol no meio. A fermentação pode iniciar- Como uma consequência, o pH pode ser usado para
se a temperatura de 34ºC a 36ºC (Fig.2), Contudo, essa selecionar preferencialmente as leveduras sobre as
temperatura deve diminuir, à medida que o teor alcoólico bactérias e diminuir a susceptibilidade á contaminação
aumentar 28ºC, sob pena de perda da viabilidade celular. bacteriana. Por exemplo, uma fermentação a pH 3 é bem
menos sujeita à contaminação.
1E+13
Segundo Cardoso (2006), como o pH do caldo de
cana é normalmente em torno de 5,5, a acidificação
1E+12
realizada antes da inoculação favorece a fermentação
alcoólica e também previne crescimento das bactérias
1E+11
contaminastes.
Durante as fermentações o pH pode variar por
N. Cel / mL
1E+10
diversas razões, como variações devido ao consumo de
fontes de nitrogênio e também formação de ácidos, tais
1E+09 como acético, láctico, pirúvico, succínico (RIBEIRO,
2010).
1E+08 Já para Rodrigues Filho e Oliveria (1999) deve ser
feito uma correção do meio para o ajuste do pH, que deve
10000000 ficar entre 4 e 5 . Este meio esta o com o pH abaixo de 4
aumenta muito a produção de álcoois superiores e o pH
1000000 acima de 5 aumenta a produção de acido acético e de
0 5 10 15 20 25 30 furfural.
Tempo (h)
25 C 30 C 34 C 38 C
Substrato x Nutrientes
Contaminantes Bacterianos
Etanol % (p/p)
ao processo, pos reduz a eficiência fermentativa
2
Etanol 1,5