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Medidas e Avaliações PDF
Medidas e Avaliações PDF
EM EDUCAÇÃO FÍSICA
autor do original
CARLOS ALBERTO DE AZEVEDO FERREIRA
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2016
Conselho editorial sérgio cabral, alexandre trindade, roberto paes, gladis linhares
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2016.
Prefácio 7
2. Avaliação pré-teste 29
2.1 Anamnese 31
2.1.1 Conceitos 31
2.2 Etapas da Anamnese 31
2.3 Como elaborar um questionário 32
2.4 Elaboração da Anamnese 33
2.5 Perfil de Risco para crianças e adolescentes 37
2.6 Par-Q 45
3. Avaliação Antropométrica 51
5. Avaliação Postural 91
6.1 Eurofit 117
6.1.1 Peso 117
6.1.2 Altura 118
6.1.3 Plate tapping 119
6.1.4 Sentar e alcançar 121
6.1.5 Velocidade 10 x 5m 122
6.1.6 Flexão de braço 123
6.1.7 Salto horizontal 124
6.1.8 Abdominal em 30” 124
6.1.9 Dinamometria manual 125
6.1.10 Course navette de 20 m 126
6.1.11 Tabelas de Referência do Eurofit 126
6.2 Fitnessgram 128
6.2.1 Vaivém 129
6.2.2 Força e Resistência Abdominal (Abdominais) 129
6.2.3 Força e flexibilidade do tronco (Extensão do tronco) 131
6.2.4 Força superior (Extensão de Braços) 132
6.2.5 Teste da Flexibilidade: Sentar e alcançar 134
6.2.6 Teste de Flexibilidade de Ombros 135
6.2.7 Dobras Cutâneas 136
6.2.8 Índice de massa corporal 136
6.2.9 Tabelas de referência do fitnessgram 137
Prefácio
Prezados(as) alunos(as),
Bons estudos!
7
1
Introdução à
medida e avaliação
Este capítulo apresenta uma visão geral sobre a origem da avaliação física, a
antropometria e a importância para o profissional de educação física, tipos de
avaliação, escolha de testes e acompanhamento das variáveis medidas.
OBJETIVOS
• Conhecer a origem da avaliação física.
• Compreender a importância de testar, medir e avaliar para o profissional de Educação Física.
• Conhecer os diferentes tipos de avaliação.
10 • capítulo 1
1.1 Aspectos históricos e conceituais
1.1.1 Histórico
©© WIKIPEDIA
manas ao comparar características cli-
máticas que o ser humano era exposto. A
proporcionalidade corporal também foi
visualizada através de comparações do ta-
manho do cérebro humano e de outros ani-
mais por Aristóteles (384-322 a.C.) (ROSA;
RODRIGUEZ-AÑES, 2002).
A Antropometria (do Grego Anthropos
Antropo ou antropía + metron metría ou
metro) pode ser definida como parte da an-
tropologia que estuda as proporções e me-
didas do corpo humano (MICHELS, 2000).
Este termo parece ter sido utilizado ini-
cialmente em 1659 na tese de graduação
do alemão Elshaltz inspirada em leituras
de Pitágoras e Platão, e na filosofia médica
da época. A Antropometria possui sua ori- Figura 1.1 – Cópia de melhor con-
gem nas artes plásticas, onde escultores e servação de Doryphorus de Polyklitus
pintores buscam proposições ideais entre por Spearman (National Archaeo-
as partes do corpo para retratar o corpo hu- logical Museum of Naples). Fonte:
mano da melhor forma possível (BEUNEN; everystockphoto.
BORMS,1990; MAIA; JANEIRA, 1991).
capítulo 1 • 11
Polyklitus, escultor grego, com sua obra Doryphorus ou lanceiro, desenvol-
vida no século V a.C., representou a forma masculina ideal baseada nas par-
tes anatômicas de vinte indivíduos, servindo até os dias atuais como modelo
de proporcionalidade humana ideal. Esta escultura foi considerada por Ross
e Wilson (1974) como primeiro modelo metafórico (phantom) da história da
Cineantropometria (VELHO et al, 1993; MICHELS, 2000).
Quetelet (1786-1874) é creditado como descobridor e divulgador do termo
Antropometria. Ele descobriu que a teoria da curva normal de Gauss poderia
ser aplicada em modelos estatísticos para analisar fenômenos biológicos tais
como medidas antropométricas. Em 1871, cria o que hoje conhecemos por ín-
dice de massa corporal ou IMC (PETROSKI, 2003, p. 19).
Figura 1.2 – Adolphe Quételet por Joseph-Arnold Demannez. Fonte: wikimedia commons.
Disponível em https://commons.wikimedia.org
12 • capítulo 1
estudantes em Harvard e publica um manual com as medidas e normas femi-
ninas e masculinas (KRAKOWER, 1937; BOVARD; COZENS, 1938; PETROSKI,
2003, p. 19).
A antropometria sofreu avanço considerável a partir do fim do século passa-
do com a definição dos pontos anatômicos para realização das medidas antro-
pométricas. No ano de 1906, no I Congresso Internacional de Antropologistas,
um total de 38 dimensões de cadáveres e 19 medidas da cabeça e face foram
padronizadas. Já no II Congresso Internacional, em 1912, foram padronizadas
medidas do corpo humano vivo (PEREIRA NETO, 1992).
No século XIX, diversas escolas de pensamentos sobre antropometria sur-
gem, sendo as mais importantes, a italiana, a francesa, a alemã e a america-
na que culmina no estudo de Sheldon e Stevens de 1940, no qual classificam o
indivíduo de acordo com três componentes: endomorfia, mesomorfia e ecto-
morfia, conhecido hoje como os três componentes do somatotipo (PETROSKI,
2003, p. 19-21; VELHO et al, 1993).
O primeiro compasso de dobras cutâneas foi desenvolvido por volta de 1930,
permitindo a medida da gordura corporal em determinados locais do corpo.
Em 1939, Benke divide o peso do corpo em gordura e massa magra (VELHO et
al, 1993).
O método de pesagem hidrostática para estudo da composição corporal,
desenvolvido por Harless em 1860 tem origem nos tempos de Arquimedes,
quando descobriu que cada substância tem uma densidade específica e que,
na água, o empuxo equivale ao peso desta substância.
Em 1934, Larson realiza um estudo no qual se propunha a padronização in-
ternacional de medidas antropométricas. A seguir, Weiner e Lourie publicam
em 1969 e 1981 procedimentos usados pelo Programa Biológico Internacional, e
depois surge uma nova tentativa no Projeto Antropológico dos Jogos Olímpicos
de Montreal (PETROSKI, 2003, p. 23).
Simultaneamente às tentativas de padronização das medidas antropomé-
tricas, surge o termo Cineantropometria. Este termo foi primeiramente usado
por Roch Meynard da Universidade de Laval (Quebec), porém foi somente em
1972 que começou a ser expressamente utilizado a partir do uso por Ross no
Belgian Journal of Kinanthropometry (PETROSKI, 2003, p. 25).
O termo Cineantropometria (Kinein = mover-se, Anthropos = homem me-
tria = medir) foi estabelecido por Ross e seus objetivos englobam a antropo-
metria dinâmica, fisiológica e aplicada ao desporto, é “a utilização da medida,
capítulo 1 • 13
no estudo do tamanho, forma, proporção, composição e maturação do corpo
humano, com o objetivo de um melhor conhecimento do comportamento hu-
mano em relação ao crescimento, desenvolvimento e envelhecimento, à ativi-
dade física (exercício, rendimento) e o estado nutricional” (ROSS, 1988 apud
MICHELS, 2000).
Em 1979 é proposto por Drinkwater a divisão do peso corporal em múscu-
los, ossos, gordura e outros resíduos utilizando a correlação entre estes com o
modelo proposto por Ross e Wilson. Em 1982, Ross e Marfell-Jones publicam
a minuciosa padronização canadense Kinanthropometry e, em 1988, Lohman
e colaboradores editam o Manual de Referência Antropométrica (PETROSKI,
2011, p. 25-26).
A cineantropometria como área de estudo foi formalizada em 1986 com a
fundação da ISAK – International Society for Advancement of Kinanthropometry
– em Glasgow com objetivo de “criar e manter uma rede internacional de estu-
diosos que representam a comunidade mundial além dos limites geográficos e
políticos, e dos limites que separam disciplinas a fim de estabelecer uma área
dinâmica de interesses e esforços científicos para o desenvolvimento dos es-
tudos na área da cineantropometria” (PETROSKI, 2003, p. 26; BÖHME, 2000).
A ISAK desenvolve com base no modelo australiano um curso de certificação
de caráter internacional dividido em quatro níveis de formação onde o seu pro-
tocolo de padronização para mediação e avaliação antropométrica é ensinada.
A cineantropometria é a interface quantitativa entre estrutura e função e
pode então ser conceituada como a área científica que estuda “a forma, dimen-
são, proporção, composição, maturação e o desenvolvimento do corpo na on-
togênese humana em relação ao crescimento, ao desporto, à atividade física e à
nutrição” (SANTOS; GUIMARÃES, 2002).
14 • capítulo 1
os pontos fortes e os pontos fracos do indivíduo ou grupo e assim direcionar
de forma muito mais eficiente o processo de intervenção. Podemos dizer que
a avaliação possui como objetivos (POMPEU, 2004, p. 02; ROCHA; GUEDES
JUNIOR, 2013, p. 19-21):
• Avaliar o estado do indivíduo ao se iniciar um programa.
• Detectar deficiências.
• Impedir que a atividade física seja fator de agressão ao corpo.
• Acompanhar crescimento, desenvolvimento e o progresso do indivíduo.
• Selecionar indivíduos para integrar equipes de competição.
• Elaborar novos programas.
• Desenvolver pesquisa.
capítulo 1 • 15
Pesquisa em Seres Humanos, onde por intermédio das Comissões de Ética na
Pesquisa supervisiona e autoriza a realização das mesmas (POMPEU, 2004, p. 2;
MORROW, 1995; GUEDES; GUEDES, 2006, p. 2-5).
Como todas as tarefas que pessoas fazem, a avaliação pode ser feita de uma
forma boa ou ruim. Quando é bem feita, fornece informações importantes ao
examinador e beneficia o examinado, e, para isso podemos seguir algumas di-
retrizes éticas listadas a seguir:
• Não devemos causar danos físicos /ou psicológicos;
• Devemos utilizar as avaliações de acordo com seus objetivos;
• Devemos manter a confidencialidade dos dados da avaliação;
• A avaliação não termina em si mesma e nenhum teste é perfeito;
• Não devemos confundir os resultados do teste com o valor pessoal.
COMENTÁRIO
O melhor teste não pode fornecer a você uma informação adequada se ele for administrado
de forma precária. A administração de forma precisa e eficiente de um instrumento de avalia-
ção precário também não é capaz de lhe fornecer dados de qualidade.
Determinação do referencial
16 • capítulo 1
Ainda com relação ao avaliado, o mesmo deverá no momento da avaliação
estar com o vestuário adequado, respeitando os aspetos culturais, com roupa
de banho, roupas que se ajustem aos contornos do corpo e que permitam rea-
lizar movimentos e exercícios físicos. Não se deve realizar as avaliações caso as
medidas não possam ser corretamente obtidas (consistência da pele, espessura
das dobras adiposas, estado de saúde comprometido).
Aconselha-se que para evitar possíveis problemas de constrangimento na
recolha dos dados que a equipe de avaliação seja composta por dois avaliado-
res (medidor e anotador) e que o medidor possua experiência na realização de
avaliações e de preferência seja do mesmo sexo do avaliado.
capítulo 1 • 17
A precisão das medidas depende da exatidão dos instrumentos. Quanto
mais refinado ele for, melhor será o resultado da medida. Existem dois erros
mais comuns: 1. Erro de Medida que pode ser erro de equipamento (quando
o equipamento não é aferido previamente), erro de medidor (quando o me-
didor erra ao fazer uma leitura do cronômetro, na leitura da trena etc) e erro
administrativo (quando existe algo errado na administração do teste). 2. Erro
Sistemático (diferenças biológicas, como por exemplo, medir a estatura no iní-
cio e final do dia).
A avaliação é a interpretação dos resultados obtidos, é a atribuição de qua-
lidade, mérito pela medida ou comparação de qualidade do atleta ou do aluno.
Uma vez estabelecido o nível da medida compara-se a padrões de referências
nacionais ou internacionais estabelecidos. Ex.: Comparar o valor da estatura/
comprimento da criança de 80 cm e compará-la as tabelas de estatura/compri-
mento da WHO e analisar se a criança está na média ou padrão de crescimento
ou se ela esta acima ou abaixo dos padrões de referência.
A avaliação indica se a metodologia utilizada está sendo satisfatória e se os
objetivos estão ou não sendo alcançados.
Na tabela 1.1 podemos observar as diferenças básicas entre testar, medir e
avaliar e na figura 1.4 características de cada uma delas. A principal diferença
entre medida e avaliação é que a medida abrange um aspecto quantitativo e a
avaliação um aspecto qualitativo.
Tabela 1.1 – Diferença entre teste, medida e avaliação. Adaptado de Guedes & Guedes
(2006, p. 2).
18 • capítulo 1
• Neuromuscular • Antropométrico
• Metabólico • Psicomotor
• Postural • Psicossocial
TESTE • Socioeconômico
• Objetividade
• Reprodutibilidade
• Validade
MEDIDA
• Diagnóstica
• Formativa
• Somativa
AVALIAÇÃO
capítulo 1 • 19
1.4 Critérios de autenticidade científica para
a seleção dos protocolos
1.4.1 Validade
Propriedade que o teste possui de medir aquele fenômeno ou variável a que ele
se propõe. Em diversas situações a Validade é determinada de forma inquestio-
nável ou empírica, na maioria das situações esta propriedade não é simples de
ser apurada, diante disto costuma-se dizer que quanto mais simples e direta for
a forma de mediar determinado fenômeno ou variável, mais válido será o mé-
todo. Por exemplo, desejamos saber quanto estamos pesando, então subimos
em uma balança e esta nos dará o valor da nossa massa corporal, neste exemplo
não há dúvidas de que o procedimento é válido.
Outro método para se determinar a validade de um teste é por meio de tra-
tamentos estatísticos, correlacionando ou comparando-o com outros métodos
já considerados válidos para medir aquele fenômeno ou variável, são os cha-
mados na literatura de “Gold Standard” ou Padrão Ouro, modelo de referência.
Para termos métodos considerados válidos é conveniente considerar dife-
rentes métodos de medição e procurar avaliar a sua validade comparativa, por-
tanto, os tipos de validade geralmente observados são vários.
Para Schweigert (1994) existem três tipos de Validades distintas, chamada
por ele de: Validade de Critério, Validade Conceitual ou Constructo e Validade
Facial.
20 • capítulo 1
É o grau da correlação entre o método desenvolvido com o
método padrão ou “gold standard” existente na literatura para
VALIDADE DE medir determinado fenômeno ou variável chama-se Validade
CRITÉRIO OU de Critério ou Empírica. Existem dois tipos de Validade de
EMPÍRICA Critério: Validade Preditiva quando há espaço de tempo entre
a medida do método desenvolvido e o critério e, validade
Concorrente quando não há intervalo entre as medidas.
capítulo 1 • 21
1.4.3 Objetividade
22 • capítulo 1
tem por função básica a classificação dos indivíduos que se
processa segundo o rendimento alcançado, tendo por parâ-
AVALIAÇÃO metro os objetivos previstos. É realizada ao final do processo
SOMATIVA de intervenção, classificando os indivíduos de acordo com os
níveis de aproveitamento previamente estabelecidos.
2. Variável Metabólica:
Sistema Aeróbico
Sistema Anaeróbico
3. Variável Neuromuscular:
Força
Resistência
Velocidade
Flexibilidade
Coordenação
capítulo 1 • 23
4. Variável Cineantropométrica:
Composição Corporal
Somatotipo
Proporcionalidade
Crescimento e desenvolvimento
24 • capítulo 1
ATIVIDADES
No início do ano letivo, o professor de educação física reúne seus alunos em uma sala de
aula e realiza uma bateria de atividades. Nesta bateria constava a coleta da estatura, massa
corporal e dobras cutâneas dos alunos, a realização de saltos verticais para verificação de
força dos membros inferiores, a subida e descida de um banco para verificação da frequência
cardíaca e consumo de oxigênio, realizar o movimento de ficar em somente um pé e a obser-
vação da silhueta para verificação de alterações posturais. Os resultados encontrados foram
posteriormente comparados aos escores padrões de cada atividade.
Passado seis meses, o mesmo professor antes de iniciar sua aula na quadra, reúne os
mesmos alunos e realiza o mesmo grupo de atividade. No final no ano, volta a repetir o grupo
de atividades com os alunos, só que desta vez em sala de aula e impossibilitado de realizar as
atividades, pediu a um professor colega de outra turma que realizasse as atividades.
Com base na situação exposta, reflita sobre:
03. Preocupação que o professor não teve ao repetir as atividades entre as avaliações.
04. Nos momentos da situação exposta que são considerados testes e avaliações.
05. O critério científico que as atividades realizadas devem atender tendo em vista que du-
rante o ano houve mais de um professor realizando as atividades e coletando dados.
REFLEXÃO
O estudo das características físicas humanas tem sido alvo de estudos ao longo do tem-
po devido, principalmente, a necessidade de classificação do corpo humano. Neste aspecto
nasce a cineantropometria, área científica que se preocupa em estudar características mor-
fológicas atreladas às funcionais. Mas, para que seja possível a identificação de tais carac-
terísticas de forma adequada, aspectos relacionados ao processo de avaliação devem ser
observados e respeitados. Primeiramente é preciso saber diferenciar os termos utilizados no
processo: testar é usar um instrumento (protocolo), procedimento ou técnica para se obter
capítulo 1 • 25
as informações, medir é o processo utilizado para coletar as informações obtidas pelo teste
e avaliar é interpretar os resultados obtidos. O segundo aspecto a ser observado é referente
à escolha de protocolos, testes e formas de avaliação, e aqui estão inseridos os critérios de
autenticidade científica que são a validade (teste ser capaz de medir o fenômeno ou variável
a que ele se propõe), fidedignidade (grau de constância e reprodutibilidade dos seus resulta-
dos) e objetividade (consistência dos dados quando medidos por dois ou mais avaliadores).
Os critérios de autenticidade científica devem ser observados em todas as avaliações,
sejam elas diagnóstica (realizada no início do processo ou período), formativa (realizada du-
rante o processo) ou somativa (ao término do processo).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BOVARD, J.F.; COZENS, F.W. Historical sketch concerning the development of measurement
in Physical Education. In. Tests of measurement in Physical Education. Philadelphia: W.B. Saunders,
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GUEDES, D.P.; GUEDES, J.E.R.P. Manual prático para avaliação em educação física. São Paulo:
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KRAKOWER, Hyman. Anthropometry - A brief survey of the measurement of Man from ancient
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MAIA, J.; JANEIRA, M.A. Cineantropometria: raízes históricas, estado actual de conhecimento e
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MICHELS, G. Aspectos históricos da cineantropometria - do mundo antigo ao renascimento. Rev.
bras. cineantropom. desempenho hum, v. 2, n. 1, p. 106-110, 2000.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos
em serviços de saúde: norma técnica do sistema de vigilância alimentar e nutricional - SISVAN
/ Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília:
Ministério da Saúde, 2011.
MORROW JR., J.R. et al. Medida e avaliação do desempenho humano. 4. ed. Porto Alegre: Artmed,
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PETROSKI, E.L. Antropometria: técnicas e padronizações. 2 ed. Porto Alegre: Pallotti, 2003.
PETROSKI, E.L. Antropometria: técnicas e padronizações. 5 ed. São Paulo: Fontoura, 2011.
26 • capítulo 1
PERElRA NETO, F.B. Estudo conceitual de um banco de dados ergonômico para uso
em projeto de produtos com o auxílio de manequim 3D. UFSC, Eng. Produção e Sistemas
(Dissertação de Mestrado), Florianópolis, SC. 1992.
PITANGA, F.J.G. Testes, medidas e avaliação em educação física e esportes. 3. ed. São Paulo:
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POMPEU, F.A.M.S. Manual de cineantropometria. Rio de Janeiro: Sprint, 2004.
POMPEU, F.A.M.S. Guia para estudos em biodinâmica do movimento humano: normas,
referências, procedimentos metodológicos e analises estatísticas no desenvolvimento de pesquisas
cientificas. São Paulo: Phorte, 2006.
ROCHA, A.C.; GUEDES JUNIOR, D.P. Avaliação física para treinamento personalizado,
academias e esportes: uma abordagem didática, prática e atual. São Paulo: Phorte, 2013.
ROSA, F.J.B.; RODRIGUEZ-AÑES, C.R.R. O estudo das características físicas do homem por
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SCHWEIGERT, W.A. Research methods and statistics for psychology, Brooks/Cole Publishing
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VELHO, N.M et al Antropometria: Uma revisão histórica do período antigo ao contemporâneo.
Comunicação, Movimento e Mídia na Educação Física. Santa Maria: UFSM. Centro de Educação
física e Desportos. p. 29-39, 1993.
capítulo 1 • 27
28 • capítulo 1
2
Avaliação
pré-teste
Em termos gerais, para que o indivíduo ingresse em um programa de atividade
física ou realize um exercício físico é necessário que ele seja submetido antes a
uma avaliação. Esta avaliação é composta por uma parte pré-teste, onde o pro-
fessor/avaliador conhece o avaliado e suas limitações para então poder condu-
zir os testes desejados. Assim, este capítulo aborda a primeira etapa da avalia-
ção, a anamnese, assim como o perfil de risco para crianças e adolescentes e
um dos questionários mais utilizados, o Par-Q.
OBJETIVOS
• Definir anamnese.
• Conhecer os principais tópicos de uma anamnese.
• Conhecer os fatores de risco para a criança e o adolescente.
• Aplicar e interpretar corretamente o questionário Par-Q.
30 • capítulo 2
2.1 Anamnese
2.1.1 Conceitos
capítulo 2 • 31
A anamnese usualmente é elaborada com perguntas abertas, fechadas, es-
cala Likert. As perguntas abertas permitem que o avaliado expresse sentimen-
tos, opiniões e ideias e permitem uma maior interação entre avaliador e avalia-
do, as respostas devem ser escritas com as mesmas palavras do avaliado.
As perguntas fechadas limitam o desenvolvimento da relação do avaliador e
avaliado, pois são respostas prontas, as quais são escolhidas pelo avaliador de
acordo com o que melhor condiz sua situação.
32 • capítulo 2
PERGUNTA é uma pergunta que as opção de resposta são SIM ou NÃO.
DICOTÔMICA
PERGUNTA COM
MATRIZ DE quando montamos um quadro para facilitar a resposta.
RESPOSTA
ESCALA
ORDINAL DE o entrevistado dá uma nota a cada opção de resposta.
PREFERÊNCIA
capítulo 2 • 33
Nos dados biográficos estão inseridos:
• Nome completo
• Endereço
• Números de telefone residencial e celular
• Data de nascimento
• Idade
• Estado civil
• Nacionalidade
• Contato de uma pessoa próxima para eventual emergência.
34 • capítulo 2
Em atividades da vida laboral o avaliador deve saber em que o avaliado tra-
balha, se é a atividade estressante, postura (corporal) adotada na maior parte
do tempo no trabalho, se tem horário para refeições e pausa, se tem programa
de ginástica laboral na empresa.
Exemplos de fichas de anamnese podem ser vistas nas figuras 2.1 (adulto)
e 2.2 (infantil).
Figura 2.1 – Modelo de ficha de anamnese - adulto. Fonte: Elaborado pelo autor.
capítulo 2 • 35
Figura 2.2 – Modelo de ficha de anamnese - infantil. Fonte: Elaborado pelo autor.
COMENTÁRIO
Preste atenção às condições emocionais do aluno durante toda a anamnese! Não devemos
esquecer que alterações nos níveis de estresse e bem-estar influenciam os testes que serão
aplicados após a anamnese.
36 • capítulo 2
2.5 Perfil de Risco para crianças e adolescentes
Quando se trata em perfil de risco cardiovascular, dificilmente o pensamento é
dirigido às crianças e adolescentes, geralmente é visualizado em adultos jovens
e idosos. Porém atualmente as crianças e os adolescentes deixaram de praticar
exercícios físicos no brincar, correr e jogar talvez por causa da violência ou por-
que tais atividades tornaram-se menos atrativas, e como resposta a essa inati-
vidade física veio o sedentarismo (BRANDÃO et al.,2005; OLIVEIRA et al, 2015).
Junto com esta inatividade existe a exigência dos estudos acerca das avalia-
ções do sistema de educação e vestibulares, que faz com que a criança dedique
um tempo maior aos estudos. Este sedentarismo cada vez mais elevado com
uma dieta alimentar cada vez mais calórica e inadequada facilita o surgimen-
to de doenças cardiovasculares na criança e no adolescente, como exemplo a
hipertensão arterial, o que implica na futura elevação da morbidade e morta-
lidade cardiovascular na idade adulta (BRANDÃO et al.,2005; RODRIGUES et
al.,2009; OLIVEIRA et al, 2015).
Neste contexto tem destaque as doenças cardiovasculares que são caracte-
rizadas por uma série de fatores de risco (metabólicos, genéticos e ambientais)
presentes na pessoa. Estes fatores de risco são: obesidade abdominal, índice de
massa corporal (IMC), relação cintura-quadril (RCQ), hipertensão arterial sistê-
mica (HAS) e frequência cardíaca (OLIVEIRA et al., 2004).
O aumento da obesidade em crianças e adolescentes é considerado pro-
blema mundial de saúde pública, de acordo com o último estudo realizado no
Brasil a prevalência de excesso de peso foi de 18,0% nos meninos e 15,4% nas
meninas (entre 10 e 19 anos de idade) (COBAYASHI et al., 2010).
A obesidade relaciona-se com o excesso de gordura corporal, geralmente é
causado por um desequilíbrio crônico entre consumo alimentar e gasto ener-
gético. Existem diversos prejuízos causados pela obesidade, mas o principal é
ela ser um fator de risco independente para o desenvolvimento das doenças
cardiovasculares (e alguns tipos de cânceres) e quando associada a outros fa-
tores de risco cardiovasculares (hipertensão, diabetes e dislipidemias) eleva a
morbidade e mortalidade pelas doenças cardiovasculares. O excesso de peso
na infância aumenta as chances de obesidade na idade adulta (BRANDÃO et
al.,2005).
capítulo 2 • 37
A predisposição genética, alimentação inadequada e sedentarismo estão entre os
principais fatores relacionados à obesidade e a adoção cada vez mais precoce de uma
mudança no estilo de vida, dieta e prática regular de atividade física é um componen-
te básico de prevenção da obesidade e suas comorbidades (ABESO, 2007, p. 99).
As causas secundárias de obesidade na criança e adolescente podem ser vis-
ta na tabela 2.1
38 • capítulo 2
A relação cintura-quadril (RCQ) é um índice que identifica a relação que
existe entre o perímetro de cintura e o de quadril pela equação:
Perímetro de Cintura ( cm )
RCQ =
Perímetro de Quadril ( cm )
AUMENTADOS
LÍPIDES REDUZIDO* MG/DL DESEJÁVEIS MG/DL LIMÍTROFES MG/DL
MG/DL
COLESTEROL TOTAL - < 150 150-169 ≥170
LDL-C - < 100 100-129 ≥130
HDL-C < 44 ≥ 45 - -
TRIGLICERÍDEOS - < 100 100-129 ≥130
capítulo 2 • 39
Figura 2.3 – Estetoscópio. Fonte: Elaborado pelo autor.
40 • capítulo 2
Figura 2.6 – Aparelho de pressão digital. Fonte: Elaborado pelo autor.
COMENTÁRIO
Como medir a pressão arterial com esfigmomanômetro (aneroide ou de coluna de mercúrio)?
Primeiramente a pessoa deve estar de repouso por 5-10 minutos para não influenciar na medida.
- O avaliado deve estar sentado preferencialmente com o braço na altura do coração
e palma da mão voltada para cima.
- O manguito (braçadeira) deve está ajustado a 2,5cm acima do pulso braquial do co-
tovelo.
- Palpe o pulso radial no punho e insufle o manguito até 30mmHg acima do ponto em
que o pulso desaparece.
- Posicione a campânula do estetoscópio sobre o ponto onde o pulso braquial do
cotovelo é percebido, aproximadamente 1 cm abaixo do espaço antecubital.
- Libere lentamente a válvula (2mmHg/s) e o primeiro som (1º ruído de Korotkoff)
aparece, esta é a pressão arterial sistólica.
- Continue liberando a válvula lentamente e o último som (último ruído de Korotkoff)
é a pressão arterial diastólica.
- Libere até o final e retire o manguito do braço da pessoa.
- Geralmente 3 medidas são realizadas para se ter um valor mais preciso da pressão
arterial, com intervalo de 1 minuto.
CONEXÃO
Acesse http://www.eerp.usp.br/ope/manual.htm para visualização de como realizar a medi-
da da pressão arterial.
capítulo 2 • 41
A tabela 2.3 mostra a classificação de pressão arterial em crianças
e adolescentes.
FREQUÊNCIA DE MEDIDA DA
CLASSIFICAÇÃO PERCENTIL* PARA PAS E PAD
PRESSÃO ARTERIAL
PA entre percentis 90 a 95 ou
se PA exceder 120/80 mmHg
Limítrofe Reavaliar em 6 meses
sempre < percentil 90 até <
percentil 95
Paciente assintomático: reava-
liar em 1 a 2 semanas; se hiper-
tensão confirmada encaminhar
Hipertensão estágio 1 Percentil 95 a 99 mais 5 mmHg
para avaliação diagnóstica.
Paciente sintomático: encami-
nhar para avaliação diagnóstica.
PA > percentil 99 mais 5 Encaminhar para avaliação
Hipertensão estágio 2
mmHg diagnóstica
PA > percentil 95 em ambula-
tório ou consultório e PA normal
Hipertensão do avental branco
em ambientes não relacionados
à prática clínica
Tabela 2.3 – Classificação de pressão arterial em crianças e adolescentes. Fonte: Sociedade Brasi-
leira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de Nefrologia, 2006.
CONEXÃO
Para as tabelas de percentis acesse a V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/v_diretrizes_brasileira_hipertensao_arterial_2006.pdf
Tabela 2.4 – Pressão arterial normal por idade. Fonte: Adaptado de Stape et al (1998).
42 • capítulo 2
PRESSÃO SISTÓLICA (MMHG) PRESSÃO DIASTÓLICA (MMHG)
IDADE
SIGNIFICATIVA* GRAVE** SIGNIFICATIVA* GRAVE**
< 2 ANOS 112 118 74 82
2 A 5 ANOS 116 124 76 84
6 A 9 ANOS 122 130 78 86
10 A 12 ANOS 126 140 82 90
13 A 15 ANOS 136 144 86 92
16 A 18 ANOS 142 150 92 98
Tabela 2.5 – Hipertensão arterial por idade. Fonte: Adaptado de Carvalho, Souza e Souza
(2004).
Tabela 2.6 – Níveis normais de frequência cardíaca por idade. Fonte: Adaptado de Stape
et al (1998).
capítulo 2 • 43
Em adultos, a síndrome metabólica é definida como a presença de quais-
quer três dos cinco componentes a seguir: aumento na circunferência abdo-
minal, hipertensão, hipertrigliceridemia, colesterol em lipoproteína de alta
densidade (HDL-C) baixo e hiperglicemia. No entanto, diferenças existem entre
adultos e crianças. Combinações distintas podem ser encontradas nos adultos,
porém, em crianças, há o predomínio da obesidade, associada, na maioria das
vezes, a níveis elevados de triglicerídeos e baixo HDL-C, sendo a hipertensão e a
hiperglicemia em jejum menos frequente. A menor frequência de hipertensão
e hiperglicemia pode explicar, em parte, a prevalência menor da síndrome em
crianças do que em adultos (SINAIKO, 2012).
Os critérios para diagnóstico da síndrome metabólica em adolescentes (a
partir de 10 anos) podem ser visualizados na tabela 2.7.
CRITÉRIO NATIONAL CHOLESTEROL EDUCATION PROGRAM ADULT TREATMENT PANEL III (2001) MODIFICADO
POR COOK ET AL. (2003) PARA ADOLESCENTES
COMPONENTES DA SM ADAPTAÇÃO PARA ADOLESCENTE
Triglicérides ≥ 110mg/dL
HDL-C ≤ 40mg/dL
Circunferência da cintura ≥ percentil 90
Glicemia de jejum ≥ 110mg/dL
Pressão arterial PAS/PAD ≥ percentil 90
CRITÉRIO NATIONAL CHOLESTEROL EDUCATION PROGRAM ADULT TREATMENT PANEL III (2001) MODIFICADO
POR FERRANTI ET AL. (2004)
COMPONENTES DA SM ADAPTAÇÃO PARA ADOLESCENTE
Obesidade (Circunferência da cintura) > Percentil 75 para idade e sexo
Glicemia de jejum ≥ 110mg/dL
Triglicérides ≥ 100mg/dL
< 50mg/dL, exceto meninos de 15 a 18 anos,
HDL-colesterol
cujo ponto de corte < 45mg/dL
Pressão arterial PAS > percentil 90 para idade e sexo
44 • capítulo 2
CRITÉRIO INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION (2007) PARA ADOLESCENTES
ADAPTAÇÃO PARA ADOLESCENTES ADOLESCENTES ≥ 16 ANOS
COMPONENTES DA SM
IDADE: 10-16 ANOS (CRITÉRIO PARA ADULTO)
Menino < 40mg/dL;
HDL-colesterol < 40mg/dL
Menina < 50mg/dL
Pressão arterial PAS ≥ 130 ou PAD ≥ 85 PAS ≥ 130 ou PAD ≥ 85
SM = síndrome metabólica; HDL = lipoproteína de alta densidade; PAS = pressão arterial sistólica; PAD
= pressão arterial diastólica.
2.6 Par-Q
O Par-Q (Physical Activity Readiness Questionnarie - Questionário de Prontidão
para a Atividade Física) é um questionário desenvolvido por canadenses que
deve ser aplicado antes que a pessoa inicie um programa de atividade física re-
gular com o objetivo de saber suas limitações e restrições. Ele é composto por
7 perguntas com respostas sim ou não, e quando alguma resposta é sim, reco-
menda-se que a pessoa procure um médico para investigação e avaliação.
O questionário tem sensibilidade igual 100% (identifica casos positivos cor-
retamente) e especificidade de 80% (identifica casos negativos corretamente)
(ACSM, p. 358).
As perguntas são basicamente sobre os sistemas cardiovascular, nervoso
e musculoesquelético.
1. Alguma vez um médico lhe disse que você possui um problema do cora-
ção e lhe recomendou que só fizesse atividade física sob supervisão médica?
2. Você sente dor no peito, causada pela prática de atividade física?
3. Você sentiu dor no peito no último mês?
4. Você tende a perder a consciência ou cair, como resultado de tonteira
ou desmaio?
5. Você tem algum problema ósseo ou muscular que poderia ser agravado
com a prática de atividade física?
6. Algum médico já lhe recomendou o uso de medicamentos para a sua
pressão arterial, para circulação ou coração?
7. Você tem consciência, através da sua própria experiência ou aconselha-
mento médico, de alguma outra razão física que impeça sua prática de ativida-
de física sem supervisão médica?
capítulo 2 • 45
O modelo original do questionário Par-Q pode ser visto na figura 2.7 e um
modelo adaptado na figura 2.8.
YES NO
1. Has your doctor ever said that you have a heart condition and that you should only do physical activity
recommended by a doctor?
2. Do you feel pain in your chest when you do physical activity?
3. In the past month, have you had chest pain when you were not doing physical activity?
4. Do you lose your balance because of dizziness or do you ever lose consciousness?
5. Do you have a bone or joint problem (for example, back, knee or hip) that could be made worse by a
change in your physical activity?
6. Is your doctor currently prescribing drugs (for example, water pills) for your blood pressure or heart con-
dition?
7. Do you know of any other reason why you should not do physical activity?
answered those which are safe for you. Talk with your doctor about the kinds of activities you wish to participate in and follow his/her advice.
• Find out which community programs are safe and helpful for you.
Informed Use of the PAR-Q: The Canadian Society for Exercise Physiology, Health Canada, and their agents assume no liability for persons who undertake physical activity, and if in doubt after completing
this questionnaire, consult your doctor prior to physical activity.
No changes permitted. You are encouraged to photocopy the PAR-Q but only if you use the entire form.
NOTE: If the PAR-Q is being given to a person before he or she participates in a physical activity program or a fitness appraisal, this section may be used for legal or administrative purposes.
"I have read, understood and completed this questionnaire. Any questions I had were answered to my full satisfaction."
NAME ________________________________________________________________________
Note: This physical activity clearance is valid for a maximum of 12 months from the date it is completed and
becomes invalid if your condition changes so that you would answer YES to any of the seven questions.
Figura 2.7 – Modelo de ficha de PAR-Q. Fonte: Canadian Society of Exercise Physiology
em 2002. Disponível em http://www.csep.ca/cmfiles/publications/parq/par-q.pdf.
46 • capítulo 2
Figura 2.8 – Modelo de ficha de PAR-Q. Fonte: Próprio autor. *Questões retiradas da revi-
são do PAR-Q realizada pela Canadian Society of Exercise Physiology em 2002. Disponível
em http://www.csep.ca/cmfiles/publications/parq/par-q.pdf.
Caso o aluno preencha pelo menos uma resposta SIM, ele deve ser enca-
minhado para consulta médica, para que então possa iniciar a atividade física
com segurança.
O modelo de carta de encaminhamento do aluno a médico pode ser visto na
figura 2.9.
capítulo 2 • 47
Figura 2.9 – Modelo de encaminhamento médico. Fonte: Elaborado pelo autor.
ATIVIDADES
No início do ano o professor pretende realizar uma atividade sobre os riscos da obesidade e
realiza então uma avaliação em sua turma para debater com os alunos os resultados encon-
trados. Realiza então a coleta de massa corporal e estatura para IMC, perímetros de cintura e
quadril, afere a pressão arterial e realiza um breve questionário para identificar os fatores de
risco para o desenvolvimento da obesidade.
No momento do debate ele seleciona aleatoriamente uma das fichas de coleta e escreve
no quadro os resultados encontrados: Gênero masculino, Idade 13 anos, Massa corporal
65kg, Estatura 1,45m, Cintura 80cm, Quadril 92cm, Pressão Arterial 120x70mmHg, Ques-
tionário: Mãe diabética, pai hipertenso, não realiza atividade física extracurricular, Não lembra
qual foi a última vez que fez exame de sangue e não lembra os resultados.
De acordo com dados deste adolescente,
48 • capítulo 2
01. Calcule o RCQ.
03. Este adolescente possui algum fator de risco para o desenvolvimento de doen-
ças cardiovasculares?
REFLEXÃO
Antes de começar a prática regular de uma atividade física, o professor de educação fí-
sica precisa conhecer o aluno e saber dos possíveis riscos que o aluno tem para praticar
tal atividade.
Para isso o aluno passa inicialmente por uma anamnese que caracteriza o aluno e por
questionários e medidas que mostram o perfil do aluno.
Quando se trata de perfil de risco para doenças cardiovasculares, logo se pensa sobre
o idoso ou adulto, porém crianças e adolescentes também podem desenvolver doenças car-
diovasculares associadas a genética, ambiente e estilo de vida. Dentre estes fatores estão a
obesidade, hipertensão arterial e alterações de frequência cardíaca.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ACSM. Manual de pesquisa das diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua
prescrição. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
BRANDÃO, A . P. et al. Síndrome Metabólica em Crianças e Adolescentes. Arq Bras Cardiol., v. 85,
n. 2, p.79-81, ago. 2005.
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PAR-Q. 2002. Disponível em: http://www.csep.ca/cmfiles/publications/parq/par-q.pdf.
CARVALHO, W.B.; SOUZA, N.; SOUZA, R.L. Emergência e terapia intensiva pediátrica. 2. ed. São
Paulo: Atheneu, 2004.
CARVALHO, D.F. et al. Perfil lipídico e estado nutricional de adolescentes. Rev Bras Epidemiol., v.
10, n. 4, São Paulo, p.491-498, ago. 2007.
capítulo 2 • 49
COBAYASHI, Fernanda et al. Obesidade e fatores de risco cardiovascular em adolescentes de
escolas públicas. Arq. Bras. Cardiol. [online]. 2010, v. 95, n. 2, p. 200-206. Epub July 09, 2010.
FREITAS, R.H. Medida e avaliação para o esporte e a saúde. São Paulo: Rubio, 2004.
LWW. Avaliação. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
GIANNINI, D.T.; KUSCHNIR , M.C.; SZKLO, M. Diagnóstico e prevalência da síndrome metabólica
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MAGGE, D.J. Avaliação musculoesquelética. 4.ed. São Paulo: Manole, 2005.
OLIVEIRA, D.R. Concordância entre valores da circunferência da cintura ou índice de massa
corporal no diagnóstico de excesso de peso em adolescentes. Dissertação de Mestrado.
Universidade de São Paulo. São Paulo, 2012.
OLIVEIRA, C. L. et al. Obesidade e síndrome metabólica na infância e adolescência.
Rev. Nutr., v.17, n.2, Campinas. abr./ jun. 2004.
OLIVEIRA, S.K.F.S. Perfil de risco cardiovascular em adolescentes de 16 a 18 anos, pré-
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Ciências do Esporte e VII Congresso Goiano de Ciências do Esporte. Disponível em http://congressos.
cbce.org.br/index.php/7congoce/VII/paper/view/3858/1291.
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infância e na adolescência. Arq. Bras. Cardiol., v.85, supl. VI, 36p, dez. 2005. SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE
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hipertens, v. 13, n. 4, p. 260-312, out.-dez. 2006.
SOUZA, M.A.F. Métodos e técnicas de pesquisa. 2. ed. Curitiba: IBPEX, 2005.
STAPE, A. et al. Terapia intensiva pediátrica: manual de normas. São Paulo: Sarvier, 1998.
50 • capítulo 2
3
Avaliação
Antropométrica
A antropometria, como já discutida no capítulo 1, é a ciência que estuda as pro-
porções e medidas do corpo humano. Sua evolução culmina em padronizações
para medir e caracterizar o homem em suas diferentes dimensões.
OBJETIVOS
• Relembrar o conceito de antropometria.
• Aprender a metodologia para a medida de peso, estatura, altura tronco-cefálica, compri-
mento de membros inferiores e envergadura.
• Aprender a padronização das circunferências de cabeça, braço relaxado, cintura e pan-
turrilha, das dobras cutâneas de tríceps, subescapular e panturrilha e dos diâmetros ósseos
biacromial, biiliocristal, biepicondilar do fêmur e do úmero.
• Identificar os pontos anatômicos utilizados nas medidas.
• Saber utilizar a balança, estadiômetro, trena antropométrica, adipômetro e paquímetro.
• Conhecer o índice de massa corporal (IMC) como indicador do excesso de peso para
crianças e adolescentes.
• Conhecer o perímetro de cintura como indicadores de gordura central para crianças
e adolescentes.
• Saber calcular e interpretar os dados referentes ao IMC e RCQ.
52 • capítulo 3
3.1 Conceito de antropometria
Etimologicamente, a palavra antropometria é formada pela junção de dois ter-
mos de origem grega: ánthropos, que significa "homem" ou "ser humano"; e
métron, que quer dizer "medida".
A origem da antropometria remonta-se à antiguidade, os egípcios e gregos
já observavam e estudavam a relação das diversas partes do corpo. Por mais de
um século a Antropometria tem sido utilizada para avaliar o tamanho e as pro-
porções dos segmentos corporais, com a utilização das medidas de circunfe-
rência e comprimento dos segmentos corporais.
3.2 Peso
Para medir a massa corporal utiliza-se uma balança mecânica ou digital. É im-
portante que a balança esteja devidamente calibrada.
Procedimento em balança mecânica (protocolo ISAK):
1. Destravar a balança.
2. Verificar se a balança está calibrada (a agulha do braço e o fiel devem es-
tar na mesma linha horizontal). Caso contrário, calibrá-la, girando lentamente
o calibrador,
3. Esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados.
4. Após a calibração da balança, ela deve ser travada, e só então o avaliado
subirá na plataforma para ser pesado.
5. Posicionar o avaliado de costas para a balança, descalço, com o mínimo
de roupa possível, no centro do equipamento, ereto, com os pés juntos e os bra-
ços estendidos ao longo do corpo. Mantê-lo parado nessa posição.
6. Destravar a balança.
7. Mover o cursor maior sobre a escala numérica, para marcar os quilos.
8. Depois mover o cursor menor para marcar os gramas.
9. Esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados.
10. Travar a balança, evitando, assim que sua mola desgaste, assegurando
o bom funcionamento do equipamento.
11. Realizar a leitura de frente para o equipamento posicionando-se atrás
da balança, a fim de visualizar melhor os valores apontados pelos cursores.
capítulo 3 • 53
12. Anotar o peso na ficha ou prontuário.
13. Retirar o avaliado da balança.
14. Retornar os cursores ao zero na escala numérica.
3.3 Estatura
Para medir a estatura utiliza-se um estadiômetro que pode ser fixo à parede ou
estar associado à balança.
Procedimento (protocolo ISAK):
1. Posicionar o avaliado descalço e com a cabeça livre de adereços, no cen-
tro do equipamento. Mantê-lo de pé, ereto, com os braços estendidos ao lon-
go do corpo, com a cabeça erguida, olhando para um ponto fixo na altura dos
olhos (Plano de Frankfurt).
2. Encostar os calcanhares, ombros e nádegas em contato com o
antropômetro/parede.
3. Os ossos internos dos calcanhares devem se tocar, bem como a parte in-
terna de ambos os joelhos. Unir os pés, fazendo um ângulo reto com as pernas.
4. Abaixar a parte móvel do equipamento, fixando-a contra a cabeça, com
pressão suficiente para comprimir o cabelo. Retirar o avaliado, quando tiver
certeza de que o mesmo não se moveu.
5. Realizar a leitura da estatura, sem soltar a parte móvel do equipamento,
estando o avaliado em apneia instiratória.
6. Anotar o resultado na ficha/prontuário.
54 • capítulo 3
Procedimento (protocolo ISAK):
1. Sujeito na posição sentada, com as mãos sobre as coxas, faz uma inspi-
ração profunda e o medidor pressiona a região mastoidea para cima.
2. O anotador coloca o aparato do estadiômetro sobre o Vértex, pressio-
nando o cabelo e verifica se o sujeito não contrai os glúteos ou empurra a caixa
com as pernas durante a medição.
3.6 Envergadura
A envergadura é a distância entre os dois dactylions com os braços esticados
na horizontal.
Para se mediar a envergadura utiliza-se uma trena antropométrica ou seg-
mômetro com pelo menos 2 m de comprimento usada em conjugação com um
plano vertical (canto entre duas paredes ou ombreira de porta).
Procedimento (protocolo ISAK):
1. Sujeito de pé, com os pés juntos, encosta-se à parede. Coloca os mem-
bros superiores em abdução no plano horizontal com as palmas das mãos vi-
radas para fora, mantendo os calcanhares, glúteos, costas e braços em contato
com a parede.
2. Sujeito faz uma inspiração máxima e a extensão máxima dos membros
superiores. O anotador verifica se o dactylion se mantém em contato com o can-
to da parede. O medidor verifica a horizontalidade dos membros e observa o
contanãto do dactylion contra lateral com a haste do segmômetro
capítulo 3 • 55
Figura 3.1 – Medida de envergadura. Fonte: Cabañas, Esparza (2009).
3.7 Circunferências
3.7.1 Cabeça
56 • capítulo 3
3.7.2 Braço relaxado
3.7.3 Cintura
capítulo 3 • 57
Figura 3.4 – Medida de cintura. Fonte: Cabañas, Esparza (2009).
3.7.4 Panturrilha
58 • capítulo 3
3.8 Dobras cutâneas
Para medir as dobras cutâneas algumas observações devem ser levadas
em consideração:
• Identificar e marcar os locais a serem medidos, sempre no hemicorpo di-
reito do avaliado. Em casos de alterações, amputações ou má-formações pode-
rão ser realizadas no hemicorpo esquerdo.
• Destacar o tecido adiposo do tecido muscular utilizando os dedos polegar
e indicador da mão esquerda, e segurar a dobra cutânea até que a leitura da
medida tenha sido realizada.
• Introduzir as hastes do compasso de dobras cutâneas aproximadamente
um centímetro abaixo dos dedos que estão segurando a dobra, de forma que as
mesmas fiquem perpendiculares à dobra cutânea.
• Soltar completamente as hastes do compasso, para que toda a pressão de
suas molas possa atuar sobre o tecido medido.
• Executar a leitura da medida no máximo dois a três segundos após a intro-
dução do compasso.
• Repetir todo esse processo três vezes não consecutivas, ou seja, mede-se
todas as dobras cutâneas escolhidas, depois mede-se todas novamente, e então
mais uma vez.
• Adotar o valor mediano (intermediário) como sendo a medida da dobra
cutânea.
• Quando, entre o maior e o menor valor obtido em uma dobra cutânea,
houver uma diferença superior a 5%, deverá ser realizada uma nova série
de medidas.
• O instrumento utilizado para medir as dobras cutâneas chama-se com-
passo de dobras cutâneas, também chamado de adipômetro, plicômetro ou es-
pecímetro. A força de compressão varia em torno de 8 a 10 g/mm3, conforme o
desenho do modelo divide-se em dois tipos: os científicos em que a sua leitura
da medida permite uma maior precisão em uma escala de 0,01mm e os clínicos
onde as escala é de 1 mm.
capítulo 3 • 59
3.8.1 Tríceps
3.8.2 Subescapular
60 • capítulo 3
Procedimento (protocolo ISAK)
1. Posição de pé, relaxada, com os membros superiores pendentes ao lon-
go do tronco.
2. O alinhamento da prega é determinado pelo alinhamento natural da
prega de pele.
3.8.3 Panturrilha
capítulo 3 • 61
3.9 Diâmetros ósseos
3.9.1 Biacromial
62 • capítulo 3
3.9.2 Biiliocristal
O diâmetro biiliocristal é a medida entre os dois pontos mais altos das cris-
tas ilíacas.
Procedimento (protocolo ISAK)
1. Posição de pé, relaxada.
2. Avaliador pode estar à frente ou atrás do avaliado.
3. O valor da medida é lido quando as duas pontas do paquímetro compri-
mem ligeiramente a região mais lateral da região mais alta das cristas ilíacas.
capítulo 3 • 63
Procedimento (protocolo ISAK)
1. Posição sentada, relaxada.
2. Avaliador deve estar à frente do avaliado.
3. O valor da medida é lido quando as duas pontas do paquímetro compri-
mem ligeiramente o fêmur em sua porção distal, lateralmente aos côndilos.
64 • capítulo 3
3.10 Indicadores antropométricos de saúde
Os indicadores de saúde são parâmetros utilizados para mapear a saúde de uma
população. São utilizados índices que nada mais são do que razões entre duas
grandezas (proporções corporais) tais que uma não inclui a outra. Exemplo:
Massa Corporal ( kg )
IMC =
Estatura2 ( m )
capítulo 3 • 65
Figura 3.13 – Gráficos de Percentis do IMC para meninos. Fonte: CDC.
66 • capítulo 3
Figura 3.14 – Gráficos de Percentis do IMC para meninas. Fonte: CDC.
capítulo 3 • 67
Figura 3.15 – Gráficos de Percentis de Estatura e Massa Corporal para meninos. Fonte:
CDC.
68 • capítulo 3
Figura 3.16 – Gráficos de Percentis de Estatura e Massa Corporal para meninas. Fonte:
CDC.
capítulo 3 • 69
AUTOR
Como ler o Gráfico
A parte inferior do gráfico mostra as idades, a partir de 2 a 20 anos. Os lados esquerdo
e direito do gráfico mostram os valores do IMC.
O gráfico mostra que a idade de 2 anos 95% das meninas têm um IMC inferior a 19,2 e
5% têm um a menos que 14,4. Aos 20 anos 95% das meninas tem um IMC inferior a 32 e
5% têm um menor do que 17,8.
Então, para encontrar IMC da criança ou adolescente deve-se ler na horizontal até che-
gar à linha vertical para a idade da criança ou adolescente. Então, ver onde esse ponto está
entre as linhas de percentis.
Por exemplo, uma menina com um IMC de 18 a 12 anos de idade é um pouco abaixo do
percentil 50%.
ATIVIDADES
No início do ano o professor pretende realizar uma atividade sobre os riscos da obesidade e
realiza então uma avaliação em sua turma para debater com os alunos os resultados encon-
trados. Realiza então a coleta de massa corporal e estatura para IMC.
70 • capítulo 3
No momento do debate ele seleciona aleatoriamente uma das fichas de coleta e escreve
no quadro os resultados encontrados: Gênero masculino, Idade 13 anos, Massa corporal
65kg, Estatura 1,45m.
De acordo com dados deste adolescente,
02. Cite dois cuidados que devemos ter ao medir a massa corporal e a estatura.
REFLEXÃO
A antropometria é a ciência que estuda as proporções e medidas do corpo humano. Essas
medidas são utilizadas para acompanhar o crescimento e desenvolvimento infantil e servem
também como indicadores para a saúde da população.
Para coleta das medidas alguns materiais são necessários, tais como balança, estadiô-
metro, trena antropométrica, paquímetro e adipômetro. Cada um com seu objeto de medi-
da específica.
Não podemos esquecer que o material deve estar devidamente calibrado e limpo.
A avaliação deve ser explicada de forma clara ao avaliado para que então possam ser
coletadas as medidas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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NHANES. Anthropometry procedures manual. USA: NHANES, 2004.
PETROSKI, E.L. Antropometria: técnicas e padronizações. 5 ed. São Paulo: Fontoura, 2011.
PETROSKI, E.L.; PIRES-NETO, C.S.; GLANER, M.F. Biometrica. Jundiaí: Fontoura, 2010.
capítulo 3 • 71
72 • capítulo 3
4
Avaliação da
Composição
Corporal
A antropometria é um método duplamente indireto de avaliação da composi-
ção corporal. Consiste na medição e avaliação das dimensões físicas e da com-
posição global do ser humano. Esta técnica tem sido a mais utilizada pela sua
facilidade de execução e inocuidade para diagnosticar níveis populacionais
principalmente na infância e adolescência.
OBJETIVOS
• Analisar a composição corporal e seus dois principais componentes, massa gorda e massa
corporal magra.
• Conhecer o método de dobras cutâneas.
• Saber medir as dobras cutâneas tricipital, subescapular e panturrilha.
• Conhecer as equações recomendadas para calcular o percentual de gordura em crianças
e adolescentes.
• Classificar o percentual de gordura em função da idade, gênero, raça e maturação sexual.
74 • capítulo 4
A antropometria é aplicada em diversas áreas da medicina para estudar as
doenças e anomalias que afetam as dimensões do organismo humano. O ramo
que acompanha o desenvolvimento do corpo infantil, por exemplo, chama-se
Puericultura e está inserido no campo da Pediatria (PETROSKI; PIRES-NETO;
GLANER, 2010, p. 10-11).
As medidas de composição corporal podem ser usadas para acompanhar
as alterações que ocorrem ao longo do processo de desenvolvimento e cresci-
mento, servindo também para acompanhar parâmetros de saúde nas crianças
como a classificação dos níveis de gordura corporal.
Sabe-se que crianças com os níveis de gordura corporal mais elevados apre-
sentarão uma tendência maior de se tornarem adultos obesos, de apresen-
tarem um maior risco cardiovascular. Meninos com mais de 25% de gordura
corporal relativa e meninas com mais de 30% têm maiores níveis de colesterol
e relação lipoproteica de colesterol, maiores valores de pressão sistólica e dias-
tólica (CABAÑAS; ESPARZA, 2009, p. 13-15).
Sabendo-se da necessidade de se acompanhar esse processo de desenvolvi-
mento e crescimento por parte do professor de educação física na escola, res-
salva-se a necessidade desse profissional possuir a capacidade de interpretar
estes resultados de composição corporal para poder orientar os pais e educar
as crianças em relação às alterações morfológicas que ocorrem com elas du-
rante esta fase e principalmente com relação à necessidade de um estilo de
vida saudável, no que tange a uma prática diária de atividade física e uma nu-
trição saudável.
Para a avaliação da composição corporal em crianças, os métodos mais indi-
cados são aqueles que necessitam da menor colaboração da criança para mini-
mizar erros, sejam eles, subestimando ou superestimando a gordura corporal.
E por isso, o método que utiliza as dobras cutâneas para predição da gordura
corporal são os mais utilizados (SANT’ANNA; PRIORE; FRANCESCHINI, 2009).
capítulo 4 • 75
corporal, subdividindo a massa corporal em dois ou mais compartimentos. O
modelo de dois compartimentos é considerado o modelo clássico, dividindo
massa de gordura, composta por todos os lipídios que possam ser extraídos e
massa livre de gordura composta por água, proteínas e componentes minerais.
A medida das pregas cutâneas vem sendo muito utilizada para estimar a
gordura corpórea em avaliações de campo e clínicas devido à sua fácil utiliza-
ção, elevada precisão e custo relativamente baixo quando comparada às outras
técnicas como DEXA e pletismografia (SANT’ANNA; PRIORE; FRANCESCHINI,
2009).
Sua exatidão e precisão dependem do tipo de plicômetro (compasso de do-
bras cutâneas) usado, da familiarização do avaliador com as técnicas de me-
dida e da perfeita identificação do ponto anatômico a ser medido. Por isso, é
tão importante a calibragem do equipamento e o treinamento do avaliador
(SANT’ANNA; PRIORE; FRANCESCHINI, 2009; HEYWARD; STOLARCZYK,
2000, p. 24).
76 • capítulo 4
• A dobra cutânea é uma boa medida da gordura subcutânea;
• A distribuição da gordura subcutânea e interna é similar para todos os
indivíduos do mesmo sexo;
• Devido à existência de uma relação entre gordura subcutânea e gordura
corporal total, a soma de várias dobras cutâneas pode ser utilizada para estimar
a gordura corporal total;
• Há uma relação entre o somatório das dobras cutâneas e a densida-
de corporal;
• A idade é uma variável de predição independente da dobra cutânea tanto
para o gênero masculino quando para feminino.
De acordo com Heyward e Stolarczyk (2000), para a medida das dobras cutâ-
neas alguns cuidados devem ser tomados:
• As medidas são feitas no lado direito do corpo;
• O local da dobra cutânea deve ser identificado de acordo com o protoco-
lo escolhido;
• A dobra deve ser pinçada com firmeza entre o polegar e indicador sendo
destacada por aproximadamente 1 cm;
• Manter a dobra pressionada enquanto a medida é realizada;
• As hastes do adipômetro devem ficar perpendiculares à dobra cutânea;
• A leitura do valor é feita no máximo em 4 segundos após a pressão ter
sido aplicada;
• As hastes do adipômetro são afastadas e somente após deixa-se de exercer
pressão sobre a dobra cutânea.
capítulo 4 • 77
4.1.1 Modelos de predição de dobras cutâneas
LEITURA
Leia mais sobre o assunto em https://periodicos.ufsc.br/index.php/rbcdh/article/
viewFile/3816/3255
Lohman (1989) em seu modelo fez uso de uma constante de correção (inter-
cepto da reta) tendo como base a faixa etária (7 a 16 anos) e o gênero da crian-
78 • capítulo 4
ça (tabela 4.1). As dobras cutâneas utilizadas são a dobra cutânea de tríceps
e subescapular.
%G = 1,35 ( TR + SE ) − 0, 012 ( TR + SE ) −C
2
Tabela 4.2 – Somatório das Dobras Cutâneas tríceps (TR) e panturrilha (PM).
capítulo 4 • 79
Dobras cutâneas triceps mais panturrilha
Dobras cutâneas (mm) meninos
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
6 10 13 17 20 24 28 31 35 38 42
% Gordura
Dobras cutâneas triceps mais subescapular
meninos
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
a 2 68 13 18 23 26 29 32 35 38 41
% Gordura
Dobras cutâneas triceps mais panturrilha
meninas
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
7 11 14 18 21 25 29 32 36 39 43
% Gordura
Dobras cutâneas triceps mais subescapular
meninas
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
b
4 10 15 20 24 28 30 33 35.5 38 40
% Gordura
Figura 4.3 – Quadro do percentual de gordura corporal para crianças (a) meninos e (b)
meninas. Fonte: Heyward; Stolarczyk (2000).
80 • capítulo 4
a composição corporal de meninos e meninas, com faixa etária de 8 a 17 anos e
de etnia negra e branca. Diferente de Lohman (1989) utilizou no modelo de pre-
dição para os meninos a constante para correção (intercepto da reta) o estágio
de maturação da criança, sendo este pré-púbere, púbere ou pós-púbere. Sepa-
rou os modelos de predição para os somatórios das dobras que apresentassem
valores menores que 35 mm (tabela 4.3 e 4.4) e outros para somatórios maiores
que 35 mm (tabela 4.5 e 4.6).
Tabela 4.3 – Somatório das Dobras Cutâneas tríceps e subescapular, menor ou igual a
35 mm – meninos.
Figura 4.4 – Somatório das Dobras Cutâneas tríceps e subescapular, menor ou igual a
35 mm – meninas.
Tabela 4.4 – Somatório das Dobras Cutâneas tríceps e subescapular, maior que 35 mm –
meninos.
Tabela 4.5 – Somatório das Dobras Cutâneas tríceps e subescapular, maior que 35 mm –
meninas.
capítulo 4 • 81
4.3 Massa Gorda e Massa Corporal Magra
Decorrente do crescimento e da maturação a massa livre de gordura (MLG) so-
fre mudanças nos seus componentes de água, minerais e proteínas; o que irá
influenciar diretamente na densidade desta massa. Lohman et al (1984) iden-
tificaram que a densidade da massa livre de gordura aumenta constantemente
do nascimento até a idade de 22 anos na proporção de 1,063 a 1,102 g/cm³ para
as meninas e 1,064 a 1,096 g/cm³ para os meninos.
Os modelos matemáticos de dois componentes de Siri (1961) e Brozek
(1963) subestimam em crianças e jovens a massa livre de gordura de 1,5 a 2,0 kg
e superestimam o percentual de gordura corporal em 3 a 4%.
Diante deste fato faz-se necessário o uso de modelos de predição de mul-
ticomponentes ou de modelos como os de Lohmam (1989) e Slaughter (1988)
que ajustam a densidade da massa livre de gordura em crianças.
82 • capítulo 4
As características sexuais primárias nas meninas, dizem respeito ao de-
senvolvimento dos ovários, útero e da vagina. Nos meninos, correspondem ao
desenvolvimento dos testículos, próstata e produção de esperma (GUEDES;
GUEDES, 2006, p. 80-86). A classificação dos estágios maturacionais se dá a
partir das características sexuais secundárias. Os métodos de avaliação para
maturação sexual são: auto-tanner (pranchas) e avaliação médica.
É importante conhecer os estágios puberais, primeiro porque é um instru-
mento para monitorização do desenvolvimento sexual do adolescente (através
das características sexuais secundárias, pode-se ter um retrato do desenvolvi-
mento das características sexuais primárias). Segundo, devido a grande varia-
bilidade da idade de início e da velocidade de progressão da maturação sexual
dentro de uma população, a idade cronológica tem pouca importância como
parâmetro isolado na avaliação do crescimento e desenvolvimento do adoles-
cente. E, terceiro porque observa-se relação direta entre os estágios de matu-
ração sexual e o momento de crescimento e desenvolvimento físico (GUEDES;
GUEDES, 2006, p. 80-86).
capítulo 4 • 83
Figura 4.5 – Desenvolvimento puberal feminino. Fonte: Malina e Bouchard (2002).
84 • capítulo 4
Figura 4.6 – Desenvolvimento puberal masculino. Fonte: Malina e Bouchard (2002).
capítulo 4 • 85
O escroto começa a aumentar e há mudanças na textura e
ESTÁGIO II coloração (avermelhamento) da pele escrotal.
86 • capítulo 4
Sexo masculino - Desenvolvimento pelos pubiano:
capítulo 4 • 87
Pelos adultos em tipo de distribuição, atingindo a superfície interna das
P5 coxas. Podem, eventualmente, crescer acima da região púbica configu-
rando o estádio P6.
1ª ETAPA 2ª ETAPA
Meninas Mamas (M) Pelos (P)
Meninos Genitais (G) Pelos (P)
88 • capítulo 4
ATIVIDADES
Um professor de educação física avaliou no inicio do ano um aluno, anos depois novamente
no inicio do ano avaliou-o novamente e observou os Perfis A e B. Um menino aos 7 anos
apresentava o perfil A e ao ser avaliado novamente aos 13 anos apresentou o perfil B.
PERFIL A PERFIL B
Estatura – 124,0 cm Estatura – 181,0 cm
Massa Corporal – 32,1 kg Massa Corporal – 59,1 kg
DC de Tríceps – 15,0 mm DC de Tríceps – 3,5 mm
DC de Subescapular – 6,0 mm DC de Subescapular – 4,4 mm
01. Qual o %G nos dois perfis e qual a sua respectiva classificação (Lohman)
02. Com base nas análises realizadas nas questões anteriores dê a sua avaliação do que
ocorreu com o passar dos anos com as características morfológicas desse menino.
REFLEXÃO
A composição corporal sofre modificações com o crescimento e desenvolvimento do in-
divíduo e é usada também para acompanhar parâmetros de saúde nas crianças como a
classificação de obesidade. Ao se tratar de crianças, os protocolos que utilizam as dobras
cutâneas são os mais utilizados por necessitarem de menor cooperação e assim minimizar
os erros. Dentre os protocolos mais utilizados estão os de Lohman e o de Slaughter, e o que
diferencia os dois é o fato do protocolo de Slaughter levar em consideração o estado matu-
racional da criança.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CABAÑAS, M.D.; ESPARZA, F. Cineantropometria. Madrid: CTO editorial, 2009.
GUEDES, D.P.; GUEDES, J.E.R.P. Manual prático para avaliação em educação física. São Paulo:
Manole, 2006.
HEYWARD, V. H.; STOLARCZYK, L.M. Avaliação da Composição Corporal Aplicada. São Paulo:
Manole, 2000.
capítulo 4 • 89
MALINA, R.M.; BOUCHARD, C. Atividade física do atleta jovem: do crescimento à maturação. São
Paulo: Roca, 2002.
MARFELL-JONES, M. et al. International standards for anthropometric assessment. South Africa:
ISAK, 2006.
NHANES. Anthropometry procedures manual. USA: NHANES, 2004.
PETROSKI, E.L. Antropometria: técnicas e padronizações. 5 ed. São Paulo: Fontoura, 2011.
PETROSKI, E.L.; PIRES-NETO, C.S.; GLANER, M.F. Biometrica. Jundiaí: Fontoura, 2010.
SANT’ANNA, M.S.L.; PRIORE, S.E.; FRANCESCHINI, S.C.C. Métodos de avaliação da composição
corporal em crianças. Rev Paul Pediatr, v. 27, n. 3, p. 315-321, 2009.
90 • capítulo 4
5
Avaliação Postural
No capítulo 5 você descobrirá que as organizações podem ser consideradas sis-
temas abertos, pois seu funcionamento sofre influência do ambiente externo.
A postura corporal é a posição que o nosso corpo adota no espaço tendo relação
direta de suas partes e o centro de gravidade do corpo. Para que nós possamos
estar com uma postura ideal, ou seja, uma boa postura, é necessário um equi-
líbrio do sistema neuromusculoesquelético. Para analisar a postura adotada
utilizamos a avaliação postural amplamente utilizada pelos profissionais da
área de saúde, principalmente professores de Educação Física e fisioterapeu-
tas, como um passo inicial e de acompanhamento para a avaliação e prescrição
de atividade física.
OBJETIVOS
• Conhecer a característica de uma postura ideal.
• Conhecer os principais desvios posturais.
• Saber identificar, de forma subjetiva, a existência de possíveis desvios posturais e/ou de-
sequilíbrios musculoesqueléticos.
92 • capítulo 5
5.1 Postura ideal
Com o passar do tempo, o homem passou de uma postura quadrúpede para
uma postura ereta, bípede, com a vantagem de ter suas mãos livres e olhos dis-
tantes do chão permitindo que o homem observe objetos e pessoas mais dis-
tantes (FREITAS, 2004, p. 179).
Mas a postura bípede também apresenta desvantagens, tais como maior sobre-
carga em articulações, na coluna vertebral, dificuldades na mecânica ventilatória e
no fluxo de sangue para as regiões superiores do corpo (MAGEE, 2005, p. 869).
A postura é um composto formado por todas as partes do corpo e a posição
de uma articulação influencia direta e indiretamente na posição de outras arti-
culações (MAGEE, 2005, p. 869; FREITAS, 2004, p. 179).
Classicamente, a postura ideal é aquela que sobrecarrega menos as partes
corporais e suas respectivas articulações. É definida como uma linha vertical
que passa através do lóbulo da orelha, corpos das vértebras cervicais, ponta do
ombro, linha média do tórax, corpos das vértebras lombares, ligeiramente pos-
terior à articulação do quadril, um pouco a frente do eixo articular do joelho e
anterior ao maléolo lateral (MAGEE, 2005, p. 869).
A postura correta, então, é a postura adotada pelo corpo quando um estres-
se mínimo é imposto às articulações e a atividade muscular para mantê-la é
mínima (MAGEE, 2005, p. 869) como pode ser vista nas figuras 5.1 e 5.2.
capítulo 5 • 93
Figura 5.2 – Alinhamento corporal ideal, (A) posterior (B) lateral. Fonte: Kendall, McCreary,
Provance (1995).
94 • capítulo 5
tura, originando as curvaturas secundárias. Assim na coluna vertebral temos 2
curvaturas primárias (torácica e sacral) e 2 curvaturas secundárias (cervical e
lombar) (MAGEE, 2005, p. 869).
A curvatura cervical surge aproximadamente aos 3 meses, quando a criança
começa a realizar a sustentação de cabeça, e a lombar mais tarde, por volta dos
6 a 8 meses quando a criança começa a sentar e andar. A evolução da postura no
crescimento pode ser vista na figura 5.3.
Figura 5.3 – Evolução Postural, (A) Curvatura única; (B) Surgimento da curvatura secundária
cervical; (C) Surgimento da curvatura secundária lombar. Fonte: Adaptado de Tecklin (2002).
capítulo 5 • 95
Por causa da necessidade da criança ter uma base maior na postura de pé
para manter o equilíbrio, os joelhos ficam mais flexionados tendendo a torna-
rem-se ligeiramente arqueados para dentro (geno valgo), até 18 meses de idade
e a seguir arqueados para fora até os 3 anos, ficando retos, como nos adultos
aos 6 anos de idade como pode ser visto na figura 5.5 (MAGEE, 2005, p. 870).
Figura 5.5 – Alinhamento membros inferiores durante a infância. Fonte: Magee (2005).
96 • capítulo 5
Geralmente, a criança aparenta ter o pé plano devido ao desenvolvimento
mínimo do arco longitudinal medial do pé e do coxim gorduroso que localiza-
se abaixo do arco. Conforme a criança cresce, o coxim aumenta de tamanho
evidenciando o arco (MAGEE, 2005, p. 871).
5.2 Instrumentos
A avaliação da postura pode ser realizada de forma subjetiva apenas com a ob-
servação do avaliador, ou podemos utilizar materiais e softwares que auxiliam
na coleta de medidas corporais e ângulos articulares.
capítulo 5 • 97
Os materiais utilizados na avaliação postural são o fio de prumo, o sime-
trógrafo, e o goniômetro. O fio de prumo é utilizado para ver o alinhamento
corporal de forma geral. O simetrógrafo é um painel quadriculado no qual o
indivíduo é posicionado à frente ou atrás do instrumento para avaliação, e o
goniômetro mede o ângulo articular.
98 • capítulo 5
Figura 5.8 – Goniômetros da marca Carci (A) acrílico (B) aço inox.
Figura 5.9 – Indivíduo posicionado no simetrógrafo para observação da vista anterior. Fon-
te: Teixeira (2009).
capítulo 5 • 99
LEITURA
Para saber mais leia o artigo Análise comparativa entre avaliação postural visual e por foto-
grametria computadorizada de Iunes et al (2009) disponível em http://www.scielo.br/pdf/
rbfis/v13n4/aop037_09.pdf
CONEXÃO
Para saber mais sobre o SAPO e realizar o download do software acesse:
http://puig.pro.br/sapo/
100 • capítulo 5
A pessoa é observada de frente, de costas, de lado e em algumas situações,
sentada e deitada nos decúbitos ventral e dorsal. A observação deve ser feita de
baixo para cima, ou de cima para baixo, ou seja, seguindo uma sequência, dos
pés à cabeça, ou da cabeça aos pés (MAGEE, 2005, p. 874-894; FREITAS, 2004,
p. 181-188).
• Tronco:
o A linha da porção superior do trapézio no pescoço é igual em
ambos os lados, ou seja, o volume do trapézio direito e esquerdo
são semelhantes?
o Existe protrusão, depressão ou lateralização de esterno, costela ou
cartilagens costais?
• Membros superiores:
o Os ombros estão nivelados?
o As clavículas e as articulações acromioclaviculares estão niveladas e
são iguais?
o O ângulo de carregação em cada cotovelo é igual, ou seja, os cotove-
los tem a mesma distância do tronco? (o ângulo normal é de 5 a 15º)
o As palmas das mãos estão voltadas para o tronco?
capítulo 5 • 101
• Membros inferiores:
o Os pontos mais altos das cristas ilíacas estão alinhados?
o As espinhas ilíacas antero-superiores estão alinhadas?
o As patelas estão alinhadas e direcionadas anteriormente?
o Os joelhos são retos, varos ou valgos (figura 5.11)?
o As cabeças das fíbulas estão niveladas?
o Os maléolos laterais e mediais estão alinhados?
o Os arcos longitudinais mediais dos pés existem e são semelhantes?
o Os pés estão ligeiramente abduzidos (mantém um desvio lateral de
5 a 18º)?
102 • capítulo 5
Figura 5.11 – Observação do joelho, (A) Geno varo (B) Geno valgo. Fonte: Freitas (2004).
• Cabeça:
o Está bem posicionada entre os ombros?
o Está rodada ou inclinada para um dos lados de forma constante?
o A região cervical da coluna tem seus processos espinhosos alinhados?
• Tronco:
o A linha da porção superior do trapézio no pescoço é igual em
ambos os lados, ou seja, o volume do trapézio direito e esquerdo
são semelhantes?
o A região torácica e lombar da coluna tem seus processos espinho-
sos alinhados?
o As costelas são simétricas?
• Membros superiores:
o Os ombros estão nivelados?
o As espinhas e os ângulos inferiores das escápulas estão nivelados e
são semelhantes?
capítulo 5 • 103
o As margens mediais das escápulas estão equidistantes à colu-
na dorsal.
o O ângulo de carregação em cada cotovelo é igual, ou seja, os cotove-
los tem a mesma distância do tronco? (o ângulo normal é de 5 a 15º)
o As palmas das mãos estão voltadas para o tronco?
• Membros inferiores:
o Os pontos mais altos das cristas ilíacas estão alinhados?
o As espinhas ilíacas póstero-superiores estão alinhadas?
o As pregas glúteas estão niveladas?
o Os joelhos são retos?
o Os tendões dos calcâneos são retos?
o Os maléolos laterais e mediais estão alinhados?
o Os calcanhares são retos (figura 5.13)?
104 • capítulo 5
Figura 5.13 – Observação vista posterior de pé e tendão calcâneo. Fonte: Freitas (2004).
• Cabeça:
o O lóbulo da orelha está alinhado à ponta do ombro e ao ponto mais
alto da crista ilíaca?
o A mandíbula está projetada à frente?
• Tronco:
o A coluna apresenta as quatro curvaturas (lordose cervical, cifose to-
rácica, lordose lombar e cifose sacral) normais?
o O abdome é projetado à frente?
• Membros superiores:
o Os ombros estão alinhados, ou seja, observa-se apenas um?
• Membros inferiores:
o A espinha ilíaca ântero-superior é um pouco mais alta que a póstero-
superior, mantendo o ângulo pélvico próximo de 30º?
o Os joelhos são retos?
o Os tendões dos calcâneos são retos, flexionados ou recurvados?
capítulo 5 • 105
Figura 5.14 – Observação vista lateral (A) direita e (B) esquerda. Fonte: Software gratui-
to SAPO.
A postura sentada é analisada com o avaliado sentado em local sem apoio para
as costas e sem apoiar os pés no chão. São observadas as mesmas estruturas
que foram analisadas na postura em pé nas vistas posterior, anterior e late-
ral acrescentando:
• Os pés mantém a mesma distância do solo, mostrando que as tíbias pos-
suem um mesmo tamanho?
• Na vista lateral um joelho é mais proeminente que o outro?
106 • capítulo 5
5.3.5 Decúbito dorsal
2. Antepé
( ) Alinhado
( ) Abduzido D / E
( ) Aduzido D / E
4. Apoio do antepé
( ) Apoio homogêneo no bordo medial e lateral
( ) Maior apoio em bordo medial D / E
( ) Maior apoio em bordo lateral D / E
capítulo 5 • 107
6. Patelas:
( ) Alinhadas;
( ) Patela mais alta D / E
( ) Patela rodada lateralmente ( rotação lateral do fêmur)
( ) Patela rodada medialmente ( rotação medial do fêmur)
9. Alinhamento do Tronco
( ) Alinhado
( ) Rotação de cintura escapular D / E
( ) Rotação de cintura pélvica D / E
( ) Rotação de cintura escapular e pélvica D / E
( ) Inclinação lateral D / E
10. Tórax:
( ) Simétrico
( ) Assimétrico
12. Cotovelos
( ) Alinhados
( ) Aumento da flexão D / E
( ) Hiperextensão D / E
108 • capítulo 5
13. Clavículas
( ) Simétricas
( ) Clavícula mais horizontalizada D/E
( ) Clavícula mais verticalizada D/E
15. Cabeça:
( ) Alinhada
( ) Inclinação lateral D / E
( ) Rotação D / E
Vista Posterior:
1. Articulações dos tornozelos
( ) Alinhadas
( ) Com varo D / E
( ) Com valgo D / E
3. Apoio do retropé
( ) Apoio homogêneo no bordo medial e lateral
( ) Maior apoio em bordo medial D / E
( ) Maior apoio em bordo lateral D / E
capítulo 5 • 109
5. Espinhas ilíacas póstero-superiores (EIPS)
( ) Alinhadas
( ) Desalinhadas mais alta D / E
7. Coluna Lombar
( ) Alinhada
( ) Convexidade D / E
8. Coluna Torácica
( ) Alinhada
( ) Convexidade D / E
110 • capítulo 5
13. Articulações dos ombros
( ) Alinhados
( ) Ombro mais alto D / E
15. Cabeça
( ) Alinhada;
( ) Inclinação lateral D / E
( ) Rotação D / E
Vista Lateral:
1. Articulações dos tornozelos (ângulo tíbio-társico)
( ) Preservado
( ) Aumentado D / E
( ) Diminuído D / E
4. Pelve:
( ) Alinhada
( ) Com anteversão
( ) Com antepulsão
( ) Com retroversão
( ) Com retropulsão
capítulo 5 • 111
5. Alinhamento do Tronco
( ) Alinhado
( ) Rotação de cintura escapular D / E
( ) Rotação de cintura pélvica D / E
( ) Rotação de cintura escapular e pélvica D / E
6. Coluna Lombar
( ) Curvatura normal
( ) Aumento da lordose
( ) Retificação da lordose
( ) Aumento da lordose tóraco-lombar
7. Coluna Torácica
( ) Curvatura normal
( ) Aumento da cifose
( ) Retificação da cifose
8. Articulação do cotovelo
( ) Alinhada
( ) Aumento da flexão D / E Ângulo de carregamento
( ) Com hiperextensão D / E
11. Cabeça:
( ) Alinhada
112 • capítulo 5
( ) Com protração
( ) Com retração
ATIVIDADE
01. Na escola as crianças e adolescentes podem apresentar alterações posturais que per-
petuem durante toda a vida. Faça uma reflexão e cite pelo menos 3 fatores que podem servir
como fatores que predispõem a aquisição de alterações posturais.
REFLEXÃO
Para uma boa postura, algumas características são importantes: A cabeça deve ser man-
tida ereta numa posição de bom equilíbrio, os membros superiores devem estar relaxados,
ombros, escápulas, ilíacos e joelhos nivelados, a coluna deve preservar as quatro curvaturas
fisiológicas, os pés devem manter os arcos longitudinais e leve abdução.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DANIEL, L.; WORTHINGHAM, C. Análise e avaliação do alinhamento corporal. In: DANIEL L.;
WORTHINGHAM, C. Exercícios terapêuticos para alinhamento e função corporal. 2. ed. São
Paulo: Manole, 1983, p.1-36.
IUNES et al. Análise comparativa entre avaliação postural visual e por fotogrametria
computadorizada. Rev Bras Fisioter, v. 13, n. 4, p. 308-15, jul./ago. 2009.
JOÃO, S.M.A. Avaliação Postural. JOÃO, S. M. A. Avaliação postural. 2009. Departamento de
Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional. Disponível em
http://www.fm.usp.br/fofito/fisio/pessoal/biomecanicaonline/complexos/pdf/Postura
KENDALL, F.P.; MCCREARY, E.K.; PROVANCE, P.G. Músculos: provas e funções. 4. ed. São Paulo:
Manole, 1995.
MAGEE, D.J. Avaliação musculoesquelética. 4.ed. São Paulo: Manole, 2005.
PALMER, L.M.; EPLER, M.E. Postura. In: PALMER, L.M; EPLER, M.E. Fundamentos das técnicas de
avaliação musculoesquelética. 2. ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2000, p.42-62., pp.195-212.
TECKLIN, J.S. Fisioterapia Pediátrica. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
TEIXEIRA, L. Métodos em avaliação postural. 2009. Disponível em http://www.luzimarteixeira.com.br/
capítulo 5 • 113
114 • capítulo 5
6
Bateria de Testes
de Aptidão Física
para Crianças e
Adolescentes
O desenvolvimento físico é um fenômeno que ocorre naturalmente e de forma
dinâmica desde a fecundação até a fase adulta resultante da interação entre os
fatores hereditários e ambientais. Durante a infância e adolescência grandes
mudanças físicas ocorrem nos indivíduos, e conforme o tempo passa, essas mo-
dificações estruturais associadas a mudanças coordenativas das funções moto-
ras fazem com que a qualidade das ações motoras também sejam melhoradas.
OBJETIVOS
• Conhecer a bateria Eurofit e interpretar as variáveis medidas.
• Conhecer a bateria Fitnessgram e interpretar as variáveis medidas.
116 • capítulo 6
6.1 Eurofit
A bateria Eurofit é utilizada nas escolas europeias desde 1988. Foi desenvolvida
em jovens europeus com idade entre 10 e 18 anos, com o objetivo de avaliar a
evolução da aptidão física de crianças e jovens europeus em idade escolar.
As variáveis avaliadas são:
• Peso e estatura
• Força e resistência muscular
• Flexibilidade
• Velocidade
• Agilidade
• Capacidade aeróbica
CONEXÃO
Para maiores informações acesse http://www.sagois.com/eurofit/eurofit.html
6.1.1 Peso
capítulo 6 • 117
Procedimento de teste: O indivíduo deverá subir na balança descalço. O
avaliador deve registrar a massa corporal alcançada após estabilizado o marca-
dor. A seguir o avaliado deverá descer da balança.
Figura 6.1 – Avaliação da massa corporal (A) Balança antropométrica (B) Medida da massa
corporal Fonte: Manual Eurofit
6.1.2 Altura
118 • capítulo 6
Figura 6.2 – Avaliação da estatura (A) Estadiômetro (B) Medida da estatura Fonte: Ma-
nual Eurofit
capítulo 6 • 119
Figura 6.3 – Placa utilizada para teste. Fonte: Manual Eurofit.
120 • capítulo 6
6.1.4 Sentar e alcançar
capítulo 6 • 121
6.1.5 Velocidade 10 x 5m
122 • capítulo 6
6.1.6 Flexão de braço
capítulo 6 • 123
6.1.7 Salto horizontal
124 • capítulo 6
Figura 6.12 – Execução do teste de abdominal em 30”. Fonte: Manual Eurofit.
capítulo 6 • 125
6.1.10 Course navette de 20 m
EDAD Y SEXO 10 11 12 12 14
X 34,48 35,69 38,03 39,91 42,16 44,36 47,96 48,35 53,49 52,09
PESO S 6,56 7,33 6,65 7,38 8,22 7,82 8,63 8,01 9,91 9,13
X 139,24 139,17 143,42 145,94 149,6 151,03 156,42 156,17 163,02 157,91
ESTATURA S 6,01 6,23 5,97 6,99 7,89 6,8 8,60 6,21 8,21 6,64
“PLATE X 15,1 14,79 13,9 13,52 12,87 12,86 11,98 12,26 11,57 11,79
TAPPING S 2,62 2,31 2,06 1,7 1,7 1,44 1,56 1,56 1,85 1,46
FLEXÓN DEL X 18,32 22,73 18,69 23,04 18,75 24,87 19,37 25,92 20,35 26,43
TRONCO S 5,7 5,34 6,15 5,7 5,96 6,06 6,49 5,59 6,99 6,95
VELOCIDADE X 20,66 21,61 20,39 20,72 19,54 20,64 19,10 20,39 18,99 20,81
10X5 M S 2,14 2,39 2,78 2,04 2 1,96 2,08 2,00 2,18 2,57
126 • capítulo 6
EDAD Y SEXO 10 11 12 12 14
FLEXÓN X 12,6 7,72 14,83 8,65 16,67 9,71 18,08 9,95 22,43 9,16
DEL LOS S 10,2 7,7 12,74 8,19 12,86 8,6 13,11 9,27 15,73 8,36
BRAZOS
SALTO X 142,2 134,28 148,65 141,46 160,42 147,04 169,68 151,44 182,85 154,94
HORIZONTAL S 16,96 16,33 17,97 18,62 19,47 18,53 24,39 19,20 24,63 21,70
ABDOMI- X 17,41 15,38 19,12 16,41 20,18 18,12 21,30 18,17 22,46 17,70
NALES EN S 4,59 4,86 5,2 5,22 4,49 4,67 5,01 4,51 5,10 5,36
30 S
DINAMOME- X 16,87 15,68 16,86 17,92 22,17 21,47 26,77 23,84 39,72 26,03
TRIA DE LA S 3,1 3,23 3,67 3,77 4,87 4,96 6,90 4,47 8,26 4,73
MANO
“COURSE X 5,58 4,48 6,3 4,97 7,02 5,36 8,07 5,66 8,43 5,30
NAVETTE” S 1,83 1,43 1,9 1,65 1,83 1,56 2,09 1,48 1,96 1,79
Tabela 6.1 – Tabelas de Referência do Eurofit 10-14 anos. Fonte: Manual Eurofit.
EDAD Y SEXO 15 16 17 18
X 59,09 53,71 61,91 54,974 64,10 55,46 65,82 55,54
PESO S 9,41 7,28 8,931 8,993 8,87 6,391 9,211 7,022
X 168,48 159,48 169,80 160,45 171,89 161,09 171,96 159,59
ESTATURA S 7,89 6,34 6,49 6,09 7,174 6,121 7,02 5,893
“PLATE X 11,25 11,65 10,804 11,470 10,43 11,250 10,42 11,440
TAPPING S 1,42 1,57 1,561 1,61 1,45 1,51 1,74 1,33
FLEXÓN DEL X 22,112 28,38 22,86 28,39 23,634 29,03 24,64 28,271
TRONCO S 7,901 5,774 6,52 5,842 8,22 6,05 7,06 6,48
VELOCIDADE X 17,97 19,31 17,832 19,150 17,221 18,941 17,23 19,32
10X5 M S 2,18 1,483 1,97 1,904 1,75 2,18 1,68 1,96
FLEXÓN DEL X 27,31 11,01 31,312 10,53 33,92 11,94 33,45 11,41
LOS BRAZOS S 15,44 9,421 16,060 9,91 16,722 10,08 15,67 11,452
SALTO X 201 168 208,2 167 214,4 170 218 170
HORIZONTAL S 0,234 0,20 23 21 24,4 20 23 20,2
ABDOMINA- X 24,78 22,32 25,882 22,081 26,864 22,34 27,54 22,27
LES EN 30 S S 4,22 4,004 3,70 4,224 4,73 4,201 5,78 4,103
DINAMOME- X 40,004 28,74 42,55 29,33 44,372 29,701 45,870 30,21
TRIA DE LA S 8,16 4,58 7,65 4,440 8,66 4,293 9,23 4,55
MANO
X 6,612 5,541 8,91 5,302 9,06 5,451 8,84 5,12
“COURSE
NAVETTE” S 1,89 1,67 1,87 1,77 1,800 1,66 1,92 1,57
Tabela 6.2 – Tabelas de Referência do Eurofit 15-18 anos. Fonte: Manual Eurofit.
capítulo 6 • 127
6.2 Fitnessgram
O Fitnessgram não constitui apenas uma bateria de avaliação, ele pode ser con-
siderado um programa de educação e avaliação da aptidão física relacionada à
saúde. Seu objetivo é também auxiliar os professores de educação física a en-
quadrar a atividade física como parte do cotidiano.
A bateria pode ser usada em crianças a partir de 5 anos de idade.
As variáveis testadas são:
• Aptidão Aeróbia:
– Vaivém
• Aptidão Muscular:
– Força abdominal e resistência (Abdominais)
– Força e flexibilidade do tronco (Extensão do tronco)
– Força superior (Extensão de Braços)
– Flexibilidade (Senta e Alcança)
– Flexibilidade (Ombros)
• Composição corporal
– Dobras cutâneas
– Índice de massa corporal (IMC) (como alternativa)
CONEXÃO
Para maiores informações acesse http://www.labes.fmh.utl.pt/programas/fitnessgram/in-
dex2.htm e http://www.fitnessgram.net/
LEITURA
Amplie seus conhecimentos lendo o artigo Aptidão física relacionada à saúde de escolares:
programa fitnessgram. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex-
t&pid=S1517-86922012000200001
128 • capítulo 6
6.2.1 Vaivém
20 m
capítulo 6 • 129
Objetivo: Avaliar a força e resistência dos músculos abdominais.
Procedimento de Teste: O aluno deverá estar deitado em decúbito dorsal
num colchão com as pernas fletidas (aproximadamente a 140º) e com os braços
esticados e as palmas das mãos viradas para baixo com a cabeça apoiada no col-
chão. Deverá ser colocada uma faixa por baixo dos joelhos do executante com a
largura de 11,5 cm que servirá para verificar se os dedos percorrem, em cada vez
que faz uma abdominal, os 11,5 cm. Será considerada correta cada abdominal
quando o aluno executar a elevação do tronco e os dedos percorrerem a faixa
de 11,5 cm, chegando à outra extremidade e logo a seguir descer, retomando a
posição inicial. O teste é finalizado quando o avaliado não for capaz de alcançar
a linha antes do sinal sonoro, por duas vezes, quando não puder mais realizar o
movimento ou quando completar as 75 abdominais.
Figura 6.16 – Teste de resistência abdominal (abdominais) – Posição inicial. Fonte: Cooper
Institute (2013).
Figura 6.17 – Teste de resistência abdominal (abdominais) – Posição final. Fonte: Cooper
Institute (2013).
130 • capítulo 6
6.2.3 Força e flexibilidade do tronco (Extensão do tronco)
Figura 6.18 – Força e flexibilidade do tronco – Posição inicial. Fonte: Cooper Institute (2013).
Figura 6.19 – Força e flexibilidade do tronco – Posição final. Fonte: Cooper Institute (2013).
capítulo 6 • 131
Figura 6.20 – Força e flexibilidade do tronco – Medição. Fonte: Cooper Institute (2013).
132 • capítulo 6
Figura 6.21 – Extensão de Braços – Posição inicial. Fonte: Cooper Institute (2013).
Figura 6.22 – Extensão de Braços – Posição final. Fonte: Cooper Institute (2013).
capítulo 6 • 133
6.2.5 Teste da Flexibilidade: Sentar e alcançar
134 • capítulo 6
Figura 6.24 – Flexibilidade – Posição final. Fonte: Cooper Institute (2013).
No teste de flexibilidade dos ombros, o avaliado deve tocar as pontas dos dedos
de ambas as mãos por trás das costas.
Objetivo: Avaliar a flexibilidade dos ombros.
Procedimento de Teste: Para avaliar o ombro direito, o candidato deve al-
cançar o meio das costas com a mão direita por cima do ombro direito, como
se tentasse “puxar um fecho”. Simultaneamente a mão esquerda deve ser colo-
cada atrás das costas, tentando alcançar os dedos da mão direita; Para avaliar o
ombro esquerdo, o candidato executa o mesmo movimento com a mão esquer-
da sobre o ombro esquerdo. Ao mesmo tempo, a mão direita deve tentar tocar
os dedos da mão esquerda. O aluno executa este exercício com aproveitamento
quando, na avaliação de ambos os ombros, conseguir tocar com os dedos de
uma mão nos da outra.
capítulo 6 • 135
Figura 6.25 – Flexibilidade dos ombros (A) direito (B) esquerdo. Fonte: Cooper Institute
(2013).
136 • capítulo 6
Massa corporal
Índicedemassa corporal =
Estatura2
Figura 6.26 – Tabelas de referência do fitnessgram - meninos. Fonte: Cooper Institute (2013).
capítulo 6 • 137
Figura 6.27 – Tabelas de referência do fitnessgram - meninas. Fonte: Cooper Institute (2013).
138 • capítulo 6
ATIVIDADE
01. Ao se tratar de crianças e adolescentes, 2 baterias motoras são amplamente utilizadas no Bra-
sil: Eurofit e Fitnessgram. Diferencie as duas baterias quanto a faixa etária e variáveis analisadas.
REFLEXÃO
É possível observar que ambas as baterias tem como foco a observação das mesmas capa-
cidades, observando desta forma a semelhança entre alguns testes, e tendo, valores de refe-
rência e de corte voltados para as populações alvos estudadas, europeia e norte-americana.
Mesmo assim, em nada obsta o seu uso na população brasileira, já que esta apresenta um
perfil semelhante aos dois públicos estudados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COOPER INSTITUTE. Fitnessgram®/Activitygram®: Test Administration Manual. 4. ed. Champaign:
Human Kinetics, 2013.
EUROFIT. La Bateria Eurofit em Cataluña. Secretaria General de I’Esport. Barcelona: Gráfiques
Cromotip, 1998.
GUEDES, D.P.; GUEDES, J.E.R.P. Manual prático para avaliação em educação física. São Paulo:
Manole, 2006.
GABARITO
Capítulo 1
capítulo 6 • 139
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
01. Tipo de mochila, forma de carregar a mochila, peso do material escolar, tipo de carteira
escolar e forma de sentar na cadeira.
Capítulo 6
01. Eurofit:
Idade - 10 e 18 anos.
Variáveis – Peso, estatura, força e resistência muscular, flexibilidade, velocidade, agilida-
de e capacidade aeróbica.
Fitnessgram:
Idade – A partir de 5 anos de idade
Variáveis - Aptidão Aeróbia, Força e resistência muscular, flexibilidade e composi-
ção corporal.
140 • capítulo 6
ANOTAÇÕES
capítulo 6 • 141
ANOTAÇÕES
142 • capítulo 6
ANOTAÇÕES
capítulo 6 • 143
ANOTAÇÕES
144 • capítulo 6