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#Direito Constitucional - Teoria, Prática, Peças e Modelos Processuais (2017) - Caroline Müller Bitencourt e Jariê Rodrigues Reck PDF
#Direito Constitucional - Teoria, Prática, Peças e Modelos Processuais (2017) - Caroline Müller Bitencourt e Jariê Rodrigues Reck PDF
#Direito Constitucional - Teoria, Prática, Peças e Modelos Processuais (2017) - Caroline Müller Bitencourt e Jariê Rodrigues Reck PDF
DIREITO
CONSTITUCIONAL:
Teoria, prática,
peças e modelos
processuais
1
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
DIREITO
CONSTITUCIONAL:
Teoria, prática, peças e
modelos processuais
1ª edição
Santa Cruz do Sul
2017
2
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
CONSELHO EDITORIAL
COMITÊ EDITORIAL
3
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Todos os direitos são reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida por qualquer
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tora. A utilização de citações do texto deverá obedecer as regras editadas pela ABNT.
As ideias, conceitos e/ou comentários expressos na presente obra são criação e elaboração exclusiva
do(s) autor(es), não cabendo nenhuma responsabilidade à Editora.
Texto eletrônico.
Modo de acesso: World Wide Web.
CDD-Dir: 341.2
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
SUMÁRIO
2 FORMAS DE GOVERNO 22
2.1 QUANTO À SUA ORIGEM 22
2.2 QUANTO AO SEU DESENVOLVIMENTO 22
2.3 QUANTO À EXTENSÃO DO PODER 22
3 SISTEMAS DE GOVERNO 24
3.1 PRESIDENCIALISMO 24
3.2 PARLAMENTARISMO 25
4 FORMAS DE ESTADO 27
4.1 PRINCIPAIS FORMAS 27
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6 PODER CONSTITUINTE 32
6.1 CONCEITO 32
6.2 TITULARIDADE 32
6.3 DIVISÕES 33
6.3.1 Poder constituinte originário 33
6.3.1.1 Subdivisão 33
6.3.1.2 Características 33
6.3.1.3 Formas de Expressão 33
6.3.2 Poder constituinte derivado 34
6.4 QUESTÕES 36
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
14.5.2 Suspensão 87
14.7 PARTIDOS POLÍTICOS 88
14.7.1 Dicas especiais sobre partidos políticos e seu tratamento na 88
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
16 REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA 99
16.1 QUESTÕES 101
16.2 ESQUEMA DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS 102
16.2.1 Competência da União Federal 102
16.2.2 Competência dos Estados-membros 102
16.2.3 Competência dos Municípios 103
16.2.4 Competência do Distrito Federal 104
17 INTERVENÇÃO 105
17.1 CONCEITO 105
17.2 QUEM PODERÁ INTERVIR 106
17.3 HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO FEDERAL NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 106
17.3.1 No caso Federal – artigo 34 107
17.3.2 No caso Estadual – artigo 35 108
17.4 QUESTÕES 109
17.5 QUEM PODE PROVOCAR O PRESIDENTE DA REPÚBLICA PARA DECRE- 110
TAR INTERVENÇÃO FEDERAL
17.6 AÇÃO DIRETA INTERVENTIVA 111
17.7 QUESTÕES 112
17.8 ASPECTOS IMPRESCINDÍVEIS EM UMA AÇÃO DIRETA INTERVENTIVA 113
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REFERÊNCIAS 432
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Direito Internacional
Direito Natural Direito Nacional-social
Lex Mercatória
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OS ESTADOS
MODERNOS SOB UMA
PERSPECTIVA
HISTÓRICA E TEÓRICA:
SÍNTESE
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1.1.2 Conquistas
Revolução industrial.
Primeiros problemas trabalhistas.
Repressão aos movimentos coletivos.
Reconhecimento dos movimentos coletivos.
Surgimento de centros urbanos.
Críticas de Marx.
Atuação de Bismarck.
Progressiva atuação do Estado nas áreas social e econômica.
Constatação da insuficiência das ideias de liberdade e igualdade
formais.
Primeira Guerra Mundial.
Crise de 1929.
New Deal.
Segunda Guerra Mundial.
Doutrinas sociais da Igreja (Rerum Novarum – 1891).
Revoluções socialistas russa e mexicana, em 1917 e 1919, respec-
tivamente.
Constituição de Weimar, em 1919.
Utilitarismo reflexivo das elites, i.e., vão-se os anéis, ficam os dedos.
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1.2.2 Conquistas
Direitos trabalhistas.
Direito à educação primária.
Direitos previdenciários.
Direitos do consumidor.
Direitos da criança e do adolescente.
Direitos do idoso.
Assistência social voltada à emancipação.
Direitos da concorrência.
Proteção contratual.
Igualdade material, i.e., tratamento dos desiguais como desiguais,
e não como iguais. Exemplo: tributos, ônus da prova, etc.
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1.3 Neoliberalismo
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FORMAS
DE
GOVERNO
22
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Monarquia
Normais Aristocracia
Democracia
Formas de governo
Tirania
Anormais Oligarquia
Demagogia
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SISTEMAS
DE
3 GOVERNO
3.1 Presidencialismo
É o regime de governo com as seguintes características:
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
3.2 Parlamentarismo
É o sistema de governo com as seguintes características:
Em grande maioria, decorre das monarquias constitucionais, como no caso
europeu. Duas são as principais figuras do Poder Executivo: um Chefe de Estado
(PJ de Dir. Público Externo), normalmente exercido pelo Monarca ou pelo Presi-
dente da República, e um Chefe de Governo, exercido por um Primeiro Ministro
ou Presidente do Conselho de Ministros:
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
CURIOSIDADE
EM 1993, FOI REALIZADO IMPORTANTE PLEBISCITO NO BRASIL: em
21 de abril de 1993, foi realizado plebiscito que demandava a escolha da mo-
narquia ou da república e do parlamentarismo ou presidencialismo. Essa con-
sulta consolidou a forma e o sistema de governo atuais (BRASIL, 1993, www.
justicaeleitoral.jus.br).
Resultado:
Monarquia: 6.790.751
República: 43.881.747
Parlamentarismo: 16.415.585
Presidencialismo: 36.685.630
Brancos: 6.813.179
Nulos: 8.741.289
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
FORMAS
DE
4 ESTADO
Não possui poder constituinte decorrente, Possui poder decorrente, podendo, as-
ou seja, não pode fazer uma Constituição sim, elaborar sua própria Constituição
local, mas apenas um Estatuto local que sem precisar de autorização do governo
precisará ser aprovado por órgão central. federal.
Os Estados federados participam, através
Não é prevista alguma participação espe-
de seus representantes, da elaboração e
cífica das regiões autônomas.
da revisão da Constituição Federal.
No Estado unitário, não existe qualquer No Estado Federal, existe uma segunda
segunda Câmara Parlamentar de represen- Câmara Parlamentar cuja composição é
tação das regiões autônomas ou cuja com- definida em função dos Estados federa-
posição seja definida em função delas. dos (Câmara dos Deputados).
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CLASSIFICAÇÃO
DAS
CONSTITUIÇÕES1
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5.7 Elementos
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Observação Geral
Em síntese, a atual Constituição brasileira é formal, escrita, dog-
mática, promulgada, rígida, analítica ou dirigente e prolixa.
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PODER
CONSTITUINTE
6.1 Conceito
6.2 Titularidade
PREÂMBULO
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
6.3 Divisões
6.3.1.1 Subdivisão
6.3.1.2 Características
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IMPORTANTE
Exemplos:
1) Art. 60 parágrafos 4º e incisos –cláusulas pétreas.
2) As impossibilidades de emendar à Constituição na vigência do Estado
de defesa, de sítio e intervenção federal.
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
IMPORTANTE
6.4 QUESTÕES
Resposta: D
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
FENÔMENOS QUE
ENVOLVEM UMA
NOVA
CONSTITUIÇÃO
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
8
DOS PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS
8 E OBJETIVOS
DA REPÚBLICA
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
EFICÁCIA DAS
NORMAS
CONSTITUCIONAIS
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
ASPECTOS
IMPORTANTES
SOBRE OS DIREITOS
FUNDAMENTAIS
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
10.3 QUESTÕES
Exame de Ordem XI
QUESTÃO 2
Morales, de nacionalidade cubana, participante de reality show produzido
e divulgado por emissora de televisão brasileira, alega que teve o seu direito
fundamental à intimidade violado, ao serem amplamente divulgadas imagens
suas em ato de convulsão, decorrentes de disfunção epilética que possui. As-
sim, após sua saída do programa, ingressa com demanda em face da emissora
de televisão.
Considerando o fato acima descrito, responda fundamentadamente:
A) É possível invocar um direito fundamental, previsto na Constituição, em
uma demanda movida contra um particular? (Valor: 0,65)
B) Seria correto o argumento, posto em sede de defesa que a norma cons-
titucional que resguarda o direito à intimidade não pode ser invocada, tendo em
vista a ausência de lei disciplinando o dispositivo constitucional? (Valor: 0,60)
Gabarito comentado:
O objetivo da questão é verificar se o candidato tem conhecimento das ca-
racterísticas dos direitos fundamentais, bem como das teorias sobre sua aplicação.
A) A demanda é possível. Deve-se explicar o que é eficácia horizontal dos
direitos fundamentais, bem como esclarecer que ela é horizontal e decorre da
dimensão objetiva dos direitos fundamentais.
B) Não é correto o argumento da defesa. Os direitos individuais, nos
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Note-se que o texto constitucional atual, no seu parágrafo terceiro, diz que
SOMENTE OS TRATADOS INTERNACIONAIS EM MATÉRIA DE DIREITOS HUMANOS
QUE TIVEREM A VOTAÇÃO QUALIFICADA (3/5 em 2 turnos em 2 casas) TERÃO
FORÇA DE EMENDA CONSTITUCIONAL – LOGO, FORÇA DE CONSTITUIÇÃO. Assim,
é possível dizer que há tratados internacionais em matéria de direitos humanos
que não serão considerados direitos fundamentais (pois estão na Constituição).
Ante a dogmática do texto constitucional, parece que a Constituição pretende,
sim, adotar tal distinção que terá implicações práticas relevantes no âmbito da
hierarquia e proteção dessas normas no ordenamento jurídico brasileiro.
Distinção proposta na obra do prof. Ingo Wolfgang Sarlet4:
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
O art. 5°, § 2°, CF 1988 diz que „Os direitos e garantias expres-
sos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em
que a República Federativa do Brasil seja parte“. (BRASIL, 1988, www.
planalto.gov.br, grifou-se).
Como se vê, a Constituição, em seu art. 5°, §2°, institui um sistema consti-
tucional aberto – não excluindo outros decorrentes dos tratados internacionais
em matéria de direitos humanos. O catálogo dos direitos elencados no art. 5º
é exemplificativo, não é taxativo, exaustivo, pois se encontram direitos funda-
mentais esparsos na Constituição.
A Constituição, no seu art. 5º, LXII, prevê a prisão civil em caso de inadim-
plemento de prestação alimentícia e em caso de depositário infiel.
A CF já dispõe, no parágrafo 2º do art. 5º, que os direitos e garantias nela
expressos “não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Fe-
derativa do Brasil seja parte”. (BRASIL, 1988, www.planalto.gov.br, grifou-se).
Nesse sentido, existe o Pacto de São José da Costa Rica, ratificado pelo Brasil
em 1992, o qual não prevê a prisão civil de depositário infiel, contrariando dispo-
sitivo constitucional expresso. Após grandes embates entre as teorias unista (se-
gundo a qual, todo tratado, quando ratificado, ganhou status de emenda consti-
tucional – não era a corrente adotada pelo STF) e dualista (para a qual, os tratados
internacionais entrariam com força de lei ordinária, ou seja, inferior à Constituição
– até então, era a posição adotada pelo STF), SURGE A EMENDA CONSTITUCIONAL
Nº 45/2004, que acrescentou um parágrafo 3º ao artigo 5º da CF para dispor que
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
10.8 QUESTÕES:
Gabarito comentado:
A) A resposta é negativa. O art. 60 da Constituição estabelece a iniciativa
para a proposta de Emenda à Constituição: (I) um terço, no mínimo, dos mem-
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Entre muitos exemplos a serem arrolados, pode-se citar o art. 5º, XI, XII e
XIII, que trata dos casos em que se restringe/limita direitos, como a inviolabi-
lidade do domicílio, o sigilo de correspondência, o livre exercício do trabalho
(mediante a imposição de certas exceções ao exercício ilimitado desses deter-
minados direitos).
EXEMPLO:
É livre a locomoção no território nacional, em tempo de paz.
Todos têm direito a voto, desde que possuam a idade consti-
tucionalmente exigida.
É livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato.
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
ATENÇÃO:
Proporcionalidade
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
O Congresso decide sobre ratificação do de- O Congresso Nacional precisa autorizar previa-
creto em 10 dias (art. 136, § 6º); se rejeitada, mente, por maioria absoluta, a decretação (art.
cessa o estado de defesa (art. 136, § 7º). 137, § único).
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvi- Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos
dos os líderes partidários, designará Comissão os líderes partidários, designará Comissão com-
composta de 5 de seus membros para acom- posta de 5 de seus membros para acompanhar e
panhar e fiscalizar a execução das medidas fiscalizar a execução das medidas referentes [...]
referentes ao estado de defesa [...]. ao estado de sítio.
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
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DIREITOS
FUNDAMENTAIS
EM ESPÉCIE:
ARTIGO 5º
E SEUS INCISOS
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
ATENÇÃO:
Integridade física e uso de algemas: SÚMULA VINCULANTE 11
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por par-
te do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob
pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de
nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsa-
bilidade civil do Estado.
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
DICA
É POSSÍVEL DIZER QUE A CONSTITUIÇÃO DE 1988 ADMITE DESIGUALDADES
CONHECIDAS COMO POSITIVAS, OU SEJA, TRATAR DE FORMA DESIGUAL OS DESIGUAIS.
COM INTUITO DE PROMOVER IGUALDADES, É VEDADO TRATAMENTO MERAMENTE
DISCRIMINATÓRIO, COM INTUITO DE PROPAGAR A DESIGUALDADE. EM VISTA DE TAIS
QUESTÕES, O BRASIL ATUA COM A PROMOÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS, TRATA DE
AÇÕES AFIRMATIVAS E DISCUTE TAIS QUESTÕES NO ÂMBITO DA JUSTIÇA DISTRIBUTIVA.
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Artigo 5º
“IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”.
“V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além
da indenização por dano material, moral ou à imagem”.
FORMAS DE EXPRESSÃO:
a liberdade de opinião exterioriza-se pelo exercício das liberdades,
como comunicativa, religiosa, intelectual, artística, científica e cultural.
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Artigo 5º
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão pres-
tadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aque-
las cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
11.3.4.1 QUESTÕES
Gabarito comentado:
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Ser pacífica;
Não apresentar armas;
Não frustrar outra reunião agendada;
Ser em locais abertos ao público;
Ter prévia comunicação das autoridades competentes;
Ter fim lícito e determinado.
Exceção: decisão judicial, é a única e exclusiva forma que pode mandar im-
pedir, mandar fechar, encerrar as atividades (– não cabe processo administrativo).
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Judicial
Extrajudicial
Autorização deve ser expressa
Procuração
Decisão em assembleia
Conformidade com o estatuto
SÚMULA VINCULANTE 40
A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Consti-
tuição Federal só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
11.3.7.1 QUESTÕES
Gabarito comentado:
A) Não caberia a ADC por falta de comprovação de relevante controvérsia
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
dados;
correspondência.
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins
de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social,
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula
de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do
segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de
reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório es-
pecial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida
agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de
reforma agrária no exercício.
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações
de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
11.8.1. Autoral
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Art. 37, caput, dirá que o administrador só poderá fazer algo em virtude lei,
exclusivamente em virtude de lei – é o princípio da legalidade voltado à adminis-
tração pública e sua responsabilidade para com seus administrados, cidadãos.
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
SÚMULA VINCULANTE 3
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União, asseguram-se o con-
traditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revo-
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
SÚMULA VINCULANTE 5
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo discipli-
nar não ofende a Constituição.
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos.
XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis.
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo
com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado.
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral.
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam perma-
necer com seus filhos durante o período de amamentação.
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimen-
to em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou
de opinião.
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente.
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal.
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recur-
sos a ela inerentes.
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sen-
tença penal condenatória.
LVIII – o civilmente identificado não será submetido à identificação crimi-
nal, salvo nas hipóteses previstas em lei.
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não
for intentada no prazo legal.
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita
e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans-
gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comu-
nicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por
ele indicada.
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
DOS DIREITOS
SOCIAIS
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
logia com o art. 142, § 3º, IV, da CF, relativamente à situação dos policiais
militares. Esclareceu que a Constituição tratou das carreiras policiais de for-
ma diferenciada ao deixá-las de fora do capítulo específico dos servidores
públicos. Segundo o ministro, as carreiras policiais são carreiras de Estado
sem paralelo na atividade privada, visto que constituem o braço armado
do Estado para a segurança pública, assim como as Forças Armadas são o
braço armado para a segurança nacional. Diversamente do que ocorre com
a educação e a saúde — que são essenciais para o Estado, mas têm paralelo
na iniciativa privada —, não há possibilidade de exercício de segurança pú-
blica seja ostensiva pela Polícia Militar, seja de polícia judiciária pela Polícia
Civil e pela Polícia Federal, na União. Em outras palavras, não há possibi-
lidade de nenhum outro órgão da iniciativa privada suprir essa atividade,
que, por si só, é importantíssima e, se paralisada, afeta ainda o exercício do
Ministério Público e do próprio Poder Judiciário.
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
DIREITOS DE
NACIONALIDADE
13 – ARTIGO 12
Requisitos:
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
LEMBRETES IMPORTANTES
AQUISIÇÃO DE NACIONALIDADE SECUNDÁRIA
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Requisitos:
ser d qualquer nacionalidade;
ser residente no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos;
não ter condenação penal;
solicitar pelo estrangeiro.
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
13.4 QUESTÕES:
Gabarito comentado:
A) A resposta é negativa. A despeito da previsão constante da legislação
italiana, Filipa é brasileira nata, conforme previsão constante do artigo 12, inci-
so I, da Constituição. Além disso, o artigo 12, § 4º, II, “a”, dispõe que não perde
a nacionalidade brasileira aquele que tiver reconhecida a sua nacionalidade ori-
ginária pela lei estrangeira, caso de Filipa. Os brasileiros natos não podem ser
extraditados, conforme artigo 5º, inciso LI, da Constituição.
B) A resposta é negativa. As hipóteses de outorga da nacionalidade brasi-
leira, quer se trate de nacionalidade originária, quer se trate de nacionalidade
derivada, decorrem exclusivamente do texto constitucional.
80
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
81
14
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
DIREITOS
POLÍTICOS
– ARTIGO 14 e ss.
Observar:
82
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
14.3 Inelegibilidades
83
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
ATENÇÃO!
SÚMULA VINCULANTE 13
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral
ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou as-
sessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda,
de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendi-
do o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
SÚMULA VINCULANTE 18
A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato,
não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.
14.4 QUESTÕES
EXAME DE ORDEM XX
QUESTÃO 4
84
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
os seus políticos resolveu pleitear, junto ao Poder Judiciário, a perda dos respec-
tivos mandatos.
Com base na situação narrada, responda aos itens a seguir.
A) A iniciativa do partido político de reaver o mandato do Deputado Fede-
ral X tem fundamento na CF/88? Justifique. (Valor:0,65)
B) A solução jurídica é a mesma para o caso do Senador Y? Justifique. (Va-
lor:0,60)
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do
dispositivo legal não confere pontuação.
Gabarito comentado:
A) Sim. A jurisprudência do STF é firme no sentido de que, nos cargos
sujeitos ao sistema proporcional (deputados federais, deputados estaduais e
vereadores), previsto no art. 45, caput, da CF/88, o mandato eletivo pertence ao
partido político, e não ao parlamentar. No caso em tela, o abandono de legenda
pelo Deputado Federal X enseja a extinção do seu mandato parlamentar, porque
não há a caracterização de justa causa, ou seja, mudanças na ideologia do parti-
do ou criação de um novo partido político. Portanto, a iniciativa deve ser julgada
procedente, em atenção às características do sistema proporcional, cuja ênfase
é dada aos votos obtidos pelos partidos políticos e não pelos parlamentares.
Excepcionalmente será admitida resposta baseada na EC 91/16.
B) A solução jurídica não deve ser a mesma, porque, nos cargos sujeitos ao
sistema majoritário (presidente da república, governador, prefeito e senador), o
mandato eletivo pertence ao parlamentar, e não ao partido político. Nesse caso,
o abandono de legenda pelo Senador Y não enseja a extinção do seu mandato
parlamentar, porque o sistema majoritário se caracteriza pela ênfase na figura
do candidato, daí a jurisprudência do STF no sentido da inaplicabilidade da regra
de perda do mandato por infidelidade partidária. Portanto, a iniciativa deve ser
julgada improcedente, em atenção ao princípio da soberania popular. Ou seja,
no caso em tela, a mudança de partido feita pelo Senador Y, sem qualquer justa
causa, não frustra a vontade do eleitor e não vulnera o princípio da soberania
popular (Art. 1º, parágrafo único, e Art. 14, caput, ambos da CF/88).
85
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Exame de Ordem VI
QUESTÃO 2
Gabarito comentado:
A) Não, pois há impedimento em razão de parentesco. Marco Antonio se
lançaria candidato a Senador pelo Estado em que sua esposa é Governadora.
Neste caso, não ocorre a exceção da parte final do art. 14, par. 7, porque Marco
Antonio não é “titular do cargo de Senador pelo Estado Y”.
B) Sim, porque o impedimento previsto no art. 14, par. 7, limita-se aos pa-
rentes dos chefes do Poder Executivo (Prefeito, Governador e Presidente).
14.5.1 Perda
86
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
14.5.2 Suspensão
art. 15, II, III e V; art. 17-3 Dec. 3.927/2001 (Tratado de Amizade)
e art. 55, II, e §1º, c/c art. 1º, I, “b” da L.C. 64/1990;
Incapacidade civil absoluta: casos de interdição;
Condenação criminal transitada em julgado: enquanto durarem os
efeitos da condenação;
Improbidade administrativa: Art. 37, §4º CF/88, sendo declarada
apenas através de Processo Judicial.
87
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
88
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
89
15
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
ORGANIZAÇÃO
DO ESTADO
FEDERAL BRASILEIRO
– ARTIGO 1º c/c
com ARTIGO 18
90
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
15.1 Conceito
15.2 Composição
91
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
92
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
15.3.1.1 QUESTÕES
EXAME DE ORDEM XV
QUESTÃO 2
Gabarito comentado:
A) O examinando deve identificar que, conforme previsão constante do
art. 20, IX, da Constituição, são bens da União os recursos minerais, inclusive
os do subsolo. O art. 176, da Constituição, em idêntico sentido, dispõe que as
jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais constituem propriedade
93
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
15.3.2 Estados-membros
15.3.3 Municípios
94
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Para distinguir com maior clareza o que significa o Estado Federal (repre-
sentado pela União) e o que significa Estado-membro, os dois conceitos são
fundamentais. Diz-se que a soberania é atributo do Estado Federal, que detém
o poder/dever de manter a unidade federativa como um todo, o que lhe confere
“poder” – soberania sobre os demais membros do pacto federativo. Já a autono-
mia é nota característica dos demais entes, haja vista que reflete e representa
a ideia de descentralização, nos limites, é claro, da própria soberania. Assim, a
autonomia é a possibilidade de coordenação desses entes, tanto administrativa
como política e financeiramente.
95
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
15.4.1 Estados-membros
Art. 18, § 3°, CF 1988 – Os Estados podem incorporar-se entre si, subdivi-
dir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros ou formarem novos Esta-
dos ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente inte-
ressada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
INCORPORAÇÃO – união de dois ou mais Estados-membros para
formação de um novo e único Estado-membro – NASCE NOVA PERSONALIDADE
JURÍDICA E DESAPARECEM AS ANTERIORES.
SUBDIVISÃO – seccionamento do território de um Estado-membro
para criação de dois novos Estado-membros – DESAPARECE A PERSONALIDADE
JURÍDICA DO ESTADO ANTERIOR, MAS NASCEM DUAS NOVAS.
DESMEMBRAMENTO:
CASO 1 – desmembramento de parte do território de um Estado-membro
para anexação a outro Estado-membro já existente – NO CASO, NÃO SE ALTERAM
AS PERSONALIDADES JURÍDICAS;
CASO 2 – desmembramento de parte do território para formação ou cria-
ção de novo Estado-membro ou território nessa porção desmembrada – PERMA-
NECE A PERSONALIDADE JURÍDICA DO ESTADO-MEMBRO QUE FOI DESMEMBRA-
DO E CRIA-SE UMA NOVA PERSONALIDADE JURÍDICA.
96
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
15.4.2 Municípios
97
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
ATENÇÃO:
98
16
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
REPARTIÇÃO
DE
COMPETÊNCIA
DICA
No âmbito da repartição de competência, é fundamental compreen-
der a nomenclatura para entender o que enuncia o dispositivo constitu-
cional. Assim, deve-se atentar aos significados a seguir.
99
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
OUTRAS DICAS:
100
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
16.1 QUESTÕES
Gabarito comentado:
101
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
dos Estados para legislar sobre defesa da saúde, conforme Art. 24, XII, da CF.
B) Não, o dispositivo da lei estadual que atribui responsabilização civil ao
médico por falta de notificação é inconstitucional; cabe à União legislar sobre
essa matéria conforme Art. 22, I, da CF. (ADI 2875, 20/06/2008).
102
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
103
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
104
17
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
INTERVENÇÃO
17
17.1 Conceito
105
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Art. 35. O Estado não intervi-
Federal, exceto para: rá em seus Municípios, nem a
I – manter a integridade nacional; União nos Municípios localiza-
II – repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Fede- dos em Território Federal, ex-
ração em outra; ceto quando:
III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; I – deixar de ser paga, sem
IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas motivo de força maior, por
unidades da Federação; dois anos consecutivos, a dívi-
V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que: da fundada;
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de II – não forem prestadas con-
dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; tas devidas, na forma da lei;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fi- III – não tiver sido aplicado
xadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos o mínimo exigido da receita
em lei; municipal na manutenção e
VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; desenvolvimento do ensino e
VII – assegurar a observância dos seguintes princípios cons- nas ações e serviços públicos
titucionais: de saúde;
a) forma republicana, sistema representativo e regime de- IV – o Tribunal de Justiça der
mocrático; provimento a representação
b) direitos da pessoa humana; para assegurar a observân-
c) autonomia municipal; cia de princípios indicados
d) prestação de contas da administração pública, direta e na Constituição Estadual, ou
indireta. para prover a execução de lei,
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de im- de ordem ou de decisão judi-
postos estaduais, compreendida a proveniente de transfe- cial.
rências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas
ações e serviços públicos de saúde.
106
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
107
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Mu-
nicípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I – deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecu-
tivos, a dívida fundada;
II – não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
108
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
17.4 QUESTÕES
Gabarito comentado:
A) A resposta é negativa. A intervenção é medida excepcional, que só po-
derá ocorrer nas hipóteses taxativamente enumeradas no texto constitucional.
A Constituição somente autoriza a intervenção federal em Estados ou em Muni-
109
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
cípios situados em territórios federais (artigos 34 e 35, da CF), mas não a inter-
venção federal em municípios situados em Estados (ainda que haja omissão do
Estado). Nesse sentido, o STF, de longa data, deixou assentada essa impossibili-
dade, registrando que os municípios situados no âmbito dos Estados-membros
não se expõem à possibilidade constitucional de sofrerem intervenção decre-
tada pela União, eis que, relativamente a esses entes municipais, a única pes-
soa política ativamente legitimada a neles intervir é o Estado-membro. Por isso
mesmo, no sistema constitucional brasileiro, falece legitimidade ativa à União
para intervir em quaisquer Municípios, ressalvados, unicamente, os Municípios
localizados em Território Federal.
B) A resposta é positiva. A intervenção estadual no Município, no caso
descrito, é ato executado pelo Chefe do Poder Executivo (Governador). Nada
obstante, a própria Constituição da República estabelece o controle político a
posteriori da Assembleia Legislativa do Estado sobre o Decreto de intervenção
expedido pelo Governador (Art. 36, § 1º, CF).
110
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
ATENÇÃO!
Observar:
111
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
17.7 QUESTÕES
Exame de Ordem X
QUESTÃO 4
O Estado W, sem motivo de força maior, não repassa aos municípios recei-
tas tributarias determinadas pela Constituição Federal, nos prazos nela determi-
nados. O Município JJ necessita dos recursos para realizar os serviços básicos de
atendimento à população.
Diante do narrado, responda aos itens a seguir.
A) Quais as consequências do não repasse das verbas referidas? (Valor:0,50)
B) Quais os procedimentos exigidos pela Constituição nesse caso? (Va-
lor:0,75)
O examinando deve fundamentar corretamente sua resposta. A simples
menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua.
Gabarito comentado:
A) Nos termos do Art. 34, V, b) da CF (art. 34. A União não intervirá nos
Estados nem no Distrito Federal, exceto para: ... V - reorganizar as finanças da
unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por
mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de en-
tregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos
prazos estabelecidos em lei;). Trata-se de intervenção para defesa das finanças
estaduais.
B) O ato de intervenção será formalizado por decreto do Poder Exe-
cutivo (CF, Art. 36). No caso em tela dependerá apenas da constatação dos
fatos, ou seja, do não repasse. Haverá a nomeação de um interventor, pois
se trata de intervenção no Executivo. Será o decreto submetido ao Congresso
Nacional que, se em recesso, sofrerá convocação extraordinária (CF, art. 36,
§§ 1º e 2º). O ato pode ser realizado ex officio pelo Presidente da República
ou decorrer de comunicação do município. Deverão ser ouvidos o Conselho
da República (Art. 90, I, da CF) e o Conselho de Defesa Nacional (art. 91, §
1º, II, da CF).
112
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
113
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
face do Estado..., uma vez que foi praticado ato violador de princípio constitu-
cional sensível, referente a direitos da pessoa humana, conforme art. 34, inciso
VII, alínea “b”, da CF/88, conforme se descreve e comprova abaixo:
1) DOS FATOS
As condições em que se encontram os presidiários que estão cumprindo sua
pena na unidade prisional de ..., cuja responsabilidade pela administração é do
Estado..., correspondem a uma situação violadora dos direitos humanos e mani-
festamente contrária aos princípios constitucionais sensíveis, expressos na Cons-
tituição, mas propriamente no que diz respeito à dignidade da pessoa humana.
2) DO DIREITO
2.1) DA COMPETÊNCIA
Compete ao STF, conforme art. 102, “a”, e art. 36, inciso III, ambos da
CF/88, a competência originária para apreciar a Ação Direta Interventiva propos-
ta pelo Procurador-geral da República.
114
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
3) DOS PEDIDOS
a) O recebimento da inicial em duas vias, conforme art. 3° parágrafo único
da Lei nº 12.562/11;
b) A intimação do órgão ou entidade violador do princípio constitucional
sensível, conforme art. 5º, parágrafo 1º, Lei nº 12.562/2011;
c) O deferimento do pedido liminar para que seja determinada a suspensão
do ato impugnado para restabelecer a ordem; caso não baste a suspensão, de-
crete-se a intervenção, conforme art. 5°, parágrafo 2°, Lei nº 12.562/11;
d) A intimação do Advogado-geral, no prazo de 5 dias, conforme art. 5º,
parágrafo 1º, Lei nº 12.562/2011;
e) A juntada das provas da violação do princípio constitucional sensível,
conforme art. 3°, inciso III da Lei 12562/11;
f) Ao final, seja declarada a inconstitucionalidade do ato violador de princí-
pio constitucional sensível.
115
18
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
PROCESSO
LEGISLATIVO
18
IMPORTANTE:
116
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
117
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
18.2 QUESTÕES
118
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Gabarito comentado:
A) A resposta é positiva. A Emenda Constitucional nº 32/2001, que mo-
dificou a redação do art. 84, VI da Constituição da República, permitiu, em
nosso ordenamento pós-Constituição de 1988, o chamado ‘decreto autônomo’,
isto é, aquele decreto de perfil não regulamentar, cujo fundamento de validade
repousa diretamente na Constituição. Contrapõe-se aos chamados decretos re-
gulamentares, ou de execução, previstos no art. 84, IV, da Constituição, que não
criam, modificam ou extinguem direitos, mas apenas desenvolvem a lei já exis-
tente, de onde buscam fundamento de validade. Tanto assim que o STF admite o
controle, por via de ação direta de inconstitucionalidade, do decreto autônomo,
revestido de conteúdo normativo, mas não o admite quando se tratar de decreto
de regulamentação da lei.
OU A resposta é negativa. O princípio da legalidade, de acordo com o art.
5º, II da CF/88, em harmonia com o art. 84, VI da CF, não permite a existência de
decretos autônomos no ordenamento jurídico brasileiro, ou seja, regulamentos
com a capacidade de inovar primariamente a ordem jurídica.
119
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
VEDAÇÃO À EMENDA
VOTAÇÃO
120
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
votação para fins de aprovação de emendas à Constituição (CF, art. 60, § 2º), de
sorte que inexiste parâmetro objetivo que oriente o exame judicial do grau de
solidez da vontade política de reformar a Lei Maior. A interferência judicial no
âmago do processo político, verdadeiro lócus da atuação típica dos agentes do
Poder Legislativo, tem de gozar de lastro forte e categórico no que prevê o texto
da CF. (ADI 4.425, Min. Luiz Fux, julgado em 14/03/2013, DJE de 19/12/2013).
121
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
A QUEM CABE?
Membro ou Comissão da Câmara dos Deputados
Do Senado Federal ou
Do Congresso Nacional
Ao Presidente da República
Ao Supremo Tribunal Federal
Aos Tribunais Superiores
Ao Procurador-geral da República e
Aos cidadãos
122
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
ATENÇÃO:
Leis Complementares maioria absoluta = metade dos mem-
bros + 1 – tem sua autorização para edição quando à constituição expressamen-
te prever – não podem ser tratadas por medidas provisórias ou leis delegadas.
REQUISITOS:
123
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
124
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
125
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Em seguida, pediu vista o Ministro Roberto Barroso. (MS 27931/DF, Rel. Min.
Celso de Mello, 18.03.2015).
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela
outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou à
promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
126
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
127
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
18.8 QUESTÕES
Gabarito comentado:
São basicamente duas as diferenças entre a lei complementar e a lei ordiná-
ria: (i) enquanto a primeira demanda quórum de aprovação de maioria absoluta,
a segunda pode ser aprovada por maioria simples (presente à sessão a maioria
absoluta dos membros da casa legislativa); (ii) há determinadas matérias que
só podem ser reguladas por meio de lei complementar e elas estão definidas
expressamente no texto constitucional.
Não existe, portanto, hierarquia entre lei complementar e lei ordinária, uma
vez que esta não decorre daquela. Ambas decorrem da Constituição. Este enten-
128
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
dimento, que conta com o apoio da maioria dos doutrinadores, já foi confirmado
pelo STF (RE419.629). Uma lei complementar que disponha sobre matéria para
a qual a Constituição não exige maioria absoluta (típica de lei complementar)
poderá ser modificada por lei ordinária. É dizer, neste caso, será uma lei com-
plementar com status de lei ordinária. Embora a Constituição determine que
não será objeto de medida provisória a matéria reservada a lei complementar,
tal vedação não afeta o caso em tela, pois a matéria de que trata a referida lei
complementar (direito de família) não é reservada à lei complementar, podendo
neste caso ser modificada por medida provisória. Ambos os atos normativos,
portanto, são constitucionais.
129
19
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
PODER
LEGISLATIVO
19
130
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Deputados Esta-
Deputados Federais Senadores Vereadores
duais
8 anos – será
renovado de
quatro em 4 anos – não ha- 4 anos – não ha-
4 anos – não havendo li-
Mandato quatro anos, vendo limites para vendo limites para
mites para recondução.
alternadamen- recondução. recondução.
te, por um e
dois terços.
131
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
19.2 Conceitos
PERÍODO
SESSÃO LEGISLATIVA SESSÕES
LEGISLATIVO
Art. 57. O Congresso Cada um dos dois pe- ORDINÁRIAS: são aquelas já previstas
Nacional reunir-se-á, ríodos que compõem na ordem regular.
anualmente, na Capital a sessão legislativa.
Federal, de 2 de feverei- O primeiro período EXTRAORDINÁRIAS: ocorrem quando
ro a 17 de julho e de 1º legislativo compreen- houver convocação extraordinária do
de agosto a 22 de de- de aquele entre 2 de Congresso Nacional e somente para de-
zembro. fevereiro a 17 de ju- liberar sobre matéria objeto da convoca-
lho. O segundo pe- ção.
→ Sessão legislativa é en- ríodo legislativo com- § 6º A convocação extraordiná-
tão o período ANUAL de preende aquele entre ria do Congresso Nacional far-se-á:
reuniões do Congresso 1º de agosto a 22 de [...]
Nacional. dezembro. II - pelo Presidente da República, pe-
los Presidentes da Câmara dos Depu-
→ Cada sessão legislati- tados e do Senado Federal ou a reque-
va se compõe de DOIS rimento da maioria dos membros de
períodos legislativos. ambas as Casas, em caso de urgência
ou interesse público relevante, em to-
das as hipóteses deste inciso com a
aprovação da maioria absoluta de cada
uma das Casas do Congresso Nacional.
Art. 57, § 3°, II, CF/88 – Além de outros casos previstos nesta Constitui-
ção, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjun-
ta para [...] elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns
às duas Casas. (BRASIL, 1988, www.planalto.gov.br, grifou-se).
Art. 51, III, CF/88 – Compete privativamente à Câmara dos Deputados [...]
elaborar seu regimento interno. (BRASIL, 1988, www.planalto.gov.br, grifou-se).
Art. 52, XII, CF/88 – Compete privativamente ao Senado Federal [...] ela-
borar seu regimento interno. (BRASIL, 1988, www.planalto.gov.br, grifou-se).
132
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Cada uma das casas legislativa terá composta sua mesa e terão
funções administrativas e de condução/direção dos trabalhos legislativo.
As Mesas assumem papel importante porque podem propor Ação
Direta de Inconstitucionalidade, ação declaratória de constitucionalidade e ar-
guição de descumprimento de preceito fundamental, no caso do legislativo fe-
deral.
São eleitas para um mandato de 2 anos, vedada a recondução para
o mesmo cargo na eleição posterior.
Não se considera recondução a eleição para o mesmo cargo em
legislaturas diferentes, ainda que sucessivas.
Na constituição das Mesas, deverá ser assegurada a representação
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da res-
pectiva Casa.
Conforme determina a Constituição, a Mesa do Congresso Nacio-
nal será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão
exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara
dos Deputados e no Senado Federal.
133
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
134
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
135
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
19.4 QUESTÕES
OAB 2010.03
Questão 01
Gabarito comentado:
A) A previsão regimental é inconstitucional, por introduzir requisito para
instauração das CPIs que não encontra paralelo na Constituição da República.
O artigo 58, §3º, da CF contempla modelo de observância compulsória pelos
Estados-membros e garante o direito das minorias legislativas ao estabelecer,
como requisito objetivo para instauração de CPI, a subscrição do requerimento
por, no mínimo, 1/3 dos membros da Casa Legislativo, sem condicionar à apro-
vação pelo Plenário. De fato, de acordo com a jurisprudência do STF, a garantia
da instalação da CPI independe de deliberação plenária.
B) A jurisprudência do STF é firme no sentido de que o Partido Político,
para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade, deve estar representado por
seu Diretório Nacional, ainda que o ato impugnado tenha sua amplitude norma-
tiva limitada ao Estado ou Município do qual se originou (artigo 103, §1º, VIII,
da CRFB).
136
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
137
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
sobre a execução dos planos de governo” COMBINADO COM Art. 84, XXIV
(Cabe ao Presidente Prestar). Art. 71, I, CF/88 [Compete ao Tribunal de Contas
da União] “apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da Repúbli-
ca, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar
de seu recebimento – EMITE PARECER NÃO JULGAR. PAPEL DE CONTROLE
EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
IMPORTANTE!
DISTINÇÃO entre crimes comuns e crimes de responsabilidade:
Em síntese, os crimes comuns referem-se aos previstos na legislação pe-
nal, seja no Código Penal seja na legislação extravagante ou especial, tendo
sua competência de julgamento pelo Poder Judiciário, enquanto os crimes de
responsabilidade são graves infrações de caráter político-constitucional cometi-
das pelas mais altas autoridades constitucionais dos demais Poderes do Estado,
têm sua natureza jurídico-política, e sua SANÇÃO está prevista no art. 52, §
único, CF/88, que regulamenta as linhas básicas dos processos de crimes de
responsabilidade: Nos casos previstos nos incisos I e II [do art. 52], funcionará
como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que
somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do
cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem
prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
138
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
139
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
19.6.3 Síntese
19.6.4 Competências
São competências:
I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República,
mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de
seu recebimento;
Inciso I – Elaborar parecer prévio sobre as contas de governo,
anualmente. As contas serão aprovadas ou reprovados pelo Congresso
Nacional, mediante decreto legislativo (maioria absoluta). No caso dos
Municípios, há um quórum maior, de 2/3 dos vereadores para não apro-
var o parecer (art. 31, § 2º).
II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por di-
140
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
141
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
SÚMULA VINCULANTE 3
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União, asseguram-se o con-
traditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revo-
gação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação
da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
SÚMULA 347
“O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público”.
142
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
143
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Analisando criticamente:
O STF não revogou o verbete da Súmula 347 que reconhece a competência
para declaração de constitucionalidade por parte do Tribunal de Contas. Contu-
do, às manifestações em decisões via Mandado de Segurança tem ressaltado a
impossibilidade de um Tribunal não jurisdicional declarar a inconstitucionalida-
de de Lei, isso porque é incompetente para o exercício do controle repressivo de
constitucionalidade.
Tais compreensões estão também relacionadas à natureza do órgão,
concluindo-se que sua função é de natureza administrativa no auxílio téc-
nico do Poder Legislativo na função fiscalizadora e julgadora das Contas
do Executivo. Para exercer tal função, haveria o reconhecimento da possi-
bilidade da declaração de constitucionalidade. Demonstrou que tal redação
que autorizava o agir do Tribunal, bem como o contexto da redação sumu-
lar, é anterior à Constituição de 1988 e, portanto, deve ser relida à luz da
nova ordem jurídica.
Não pairam dúvidas quanto à impossibilidade dessa declaração ser com-
preendida sob a ótica do controle abstrato, pois haveria uma usurpação de com-
petência originária do STF. Parte da doutrina e dos julgados trata de uma possível
declaração de constitucionalidade pela via incidental, o que não restou pacífico.
Isso, pois, há também a compreensão de que a natureza não jurisdicional do
órgão impede falar em controle de constitucionalidade, e sim em não aplicação
de lei inconstitucional. Adverte-se no texto que independentemente da postura
adotada, reconhecer a força das manifestações prolatadas pelo Tribunal de Con-
tas quando afasta a incidência de uma norma ou quando declara sua inconstitu-
cionalidade é fundamental para se discutir outras questões decorrentes, como a
necessidade ou não de se observar a cláusula de reserva de plenário, a transcen-
dência da decisão para casos concretos, a vinculação do Tribunal de Contas caso
já exista a manifestação sobre a alegação de inconstitucionalidade em comento
em sede de recurso extraordinário.
19.7 QUESTÕES
Exame de Ordem V
QUESTÃO 2
144
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
pelas irregularidades.
Com base no cenário acima, responda aos itens a seguir, empregando os
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
A) É juridicamente possível a suspensão cautelar do procedimento licitatório
por decisão do TCU? (Valor: 0,65)
B) Supondo que, contra a aplicação da multa sancionatória, não tenha sido
interposto qualquer recurso administrativo, qual é a providência a ser adotada
para sua execução? (Valor: 0,60)
Gabarito comentado:
A) Quanto à adoção de medidas cautelares pelo Tribunal de Contas da
União, a jurisprudência do STF reconhece a atribuição de índole cautelar às Cor-
tes de Contas, com apoio na teoria dos poderes implícitos, permitindo a adoção
das medidas necessárias ao fiel cumprimento de suas funções institucionais
e ao pleno exercício das competências que lhe foram outorgadas, diretamen-
te, pela própria Constituição da República. O leading case na matéria foi o MS
24.510, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 19-11-2003, Plenário, DJ de 19-3-
2004. Além disso, seria um poder implícito decorrente da competência expressa
no artigo 71, IX, da CRFB.
B) Por sua vez, as decisões dos Tribunais de Contas de que resulte aplica-
ção de multa ostentam eficácia de título executivo extrajudicial (artigo 71, §3º,
CRFB) e sua execução compete ao órgão de representação judicial do ente públi-
co beneficiário da condenação, no caso, a Advocacia-geral da União.
Art. 53 e parágrafos
145
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
19.9 QUESTÕES
Exame de Ordem VI
QUESTÃO 4
Gabarito comentado:
É impossível a manutenção da prisão por decisão judicial, uma vez que, em
função da imunidade formal prevista no art. 53, §2º, da Constituição da República,
146
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Gabarito comentado:
A) O examinando deve indicar que, conforme previsão constante da
Constituição, aos Deputados é garantida a imunidade material, civil e penal,
pela qual os parlamentares federais são invioláveis e irresponsáveis pelas
suas opiniões e votos quando o fazem na qualidade de agentes políticos. O
dispositivo constitucional que assegura tal direito é o artigo 53, caput, da
Constituição: “os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmen-
te, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.” Portanto, o deputado
“G” não pode ser condenado pelo discurso proferido, ainda que ofensivo às
minorias. Deve ser indicado que a imunidade material se estende para os
discursos proferidos fora do ambiente do Congresso Federal, desde que pro-
feridos em razão do exercício do mandato parlamentar (isto é, na qualidade
de agentes políticos). Nesse sentido é a jurisprudência pacífica do Supremo
Tribunal Federal.
B) O examinando deve identificar que a garantia constitucional da imu-
nidade parlamentar em sentido material também alcança os vereadores, para
excluir a responsabilidade civil e penal do membro do Poder Legislativo, por
danos eventualmente resultantes de manifestações, orais ou escritas, desde
que motivadas pelo desempenho do mandato (prática in officio) ou externadas
147
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
148
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
149
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150
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
151
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152
20
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
PODER
EXECUTIVO
153
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154
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
155
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Ter pelo menos 21 anos e estar em pleno gozo dos direitos políticos;
São cargos em comissão, ou seja, de livre provimento por parte do
presidente.
São basicamente organismos responsáveis em coordenação, mui-
tas vezes uma matéria demanda a ação conjunta de mais de um ministério.
IMPORTANTE!
DECISÃO DO STF (MP 207 2004 e MP 2.409-11 de 2000, respec-
tivamente): a Advocacia Geral da União e a Presidência do Banco Central pos-
suem status de Ministro, porquanto, gozam também da prerrogativa de foro
privilegiado.
SÚMULA VINCULANTE Nº 13 SOBRE O NEPOTISMO – NÃO
SE APLICA AOS CARGOS DE MINISTRO DE ESTADO, SECRETÁRIOS ESTA-
DUAIS E MUNICIPAIS.
156
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
20.3.1 Natureza
Ferreira Filho (2015, p. 143) – “Em primeiro lugar [...] impõe-se o exame
do fundamento do impeachment. A consulta à Constituição de 1988, art. 85,
revela ser ele uma conduta contrária à Constituição. A lei, todavia (n. 1079, de
10-4-1950), define as figuras que dão ensejo ao impeachment. Sem dúvida, a
maior parte dessas figuras retrata comportamentos politicamente indesejáveis
e não condutas antissociais. Essas figuras, pois, não são crimes, no sentido
que a ciência penal dá a esse termo. Todavia, a ocorrência de fatos que se en-
quadram exatamente na descrição da figura da Lei n. 1079 [isto é: a tipicida-
de], é indispensável para que possa desencadear-se o impeachment. Assim, o
fundamento deste em sua substância é político, mas em sua forma é um crime
(em sentido formal)”.
157
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
QUESTÃO INTERESSANTE:
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns,
o Presidente da República não estará sujeito à prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
MUITO IMPORTANTE!
Decreto-lei nº 201
158
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
julgados pelo Poder Judiciário, são crimes comuns, a (pena mais grave
– inclusive, prisão):
§1º Os crimes definidos neste artigo são de ação pública, punidos os dos
itens I e II, com a pena de reclusão, de dois a doze anos, e os demais, com a pena
de detenção, de três meses a três anos;
159
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
160
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
FORO PRIVILEGIADO
Art. 51, I, CF/88 – Necessidade de prévia autorização da Câmara
dos Deputados para a instauração de qualquer ação judicial contra o Presidente
da República, inclusive a ação penal.
Art. 102, I, “b” – Competência originária do STF para o processa-
mento e julgamento do Presidente da República pela prática de crime comum.
IMPORTANTE:
o foro privilegiado vale somente para agentes públicos que ainda
estejam no exercício do cargo; ASSIM, AO TÉRMINO DO MANDATO, cessam o
161
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
162
21
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
PODER
JUDICIÁRIO
21
163
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
EM RAZÃO DA MATÉRIA:
Parte do Poder Judiciário tem sua competência estatuída com base
em matérias ou temas específicos. Exemplo: Justiça Militar, Justiça do Trabalho,
Justiça Eleitoral.
EM RAZÃO DO LUGAR:
A competência se define em função de um dado território geográ-
fico. Juízes de Direito têm competência em razão da Comarca em que atuam;
Tribunais de Justiça estaduais, em razão do território do Estado; Tribunais Re-
gionais Federais, em razão de determinadas regiões (exemplo: Tribunal Regional
Federal da 4ª Região possui competência sobre o território dos estados do RS,
SC e PR).
ALGUMAS NOTAS:
• Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do STF, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, (trata da forma de ingresso, das promoções,
subsídios, remoções, etc.).
164
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
ÓRGÃO ESPECIAL
JUIZADOS ESPECIAIS
Função de substituir o QUINTO CONSTITUCIONAL
pleno
Art. 93, XI, CF/88 “Nos Art. 94 “Um quinto dos lugares Art. 98, I, CF/88 “A União, no
tribunais com número su- dos Tribunais Regionais Fede- Distrito Federal e nos Territó-
perior a 25 julgadores, po- rais, dos Tribunais dos Estados, rios, e os Estados criarão: jui-
derá ser constituído órgão e do Distrito Federal e Territórios zados especiais, providos por
especial, com o mínimo de será composto de membros, do juízes togados, ou togados e
onze e o máximo de vinte Ministério Público, com mais de leigos, competentes para a
e cinco membros, para o dez anos de carreira, e de advo- conciliação, o julgamento e a
exercício das atribuições gados de notório saber jurídico e execução de causas cíveis de
administrativas e jurisdi- de reputação ilibada, com mais menor complexidade e infra-
cionais da competência do de dez anos de efetiva atividade ções penais de menor potencial
tribunal pleno.” profissional, indicados em lista ofensivo, mediante os procedi-
sêxtupla pelos órgãos de repre- mentos oral e sumaríssimo [isto
Ou seja, requisitos: sentação das respectivas classes. é: simplificado], permitidos, nas
maior do que 25 inte- Obs.: Tem relação com a forma- hipóteses previstas em lei, a
grantes, poderá consti- ção desses tribunais, logo, os transação e o julgamento de re-
tuir órgão entre 11 e 25 tribunais são compostos por cursos por turmas de juízes de
membros juízes de carreira promovidos primeiro grau.
Deve ser instituído por por antiguidade e merecimen-
Lei complementar. Ex.: to, por membros da OAB e tam- Poderá ser composto por
No caso estadual ini- bém do Ministério Público. juízes leigos, ou seja, não
ciativa é do Tribunal de Após recebidas as indicações são magistrados, muito em-
Justiça o Tribunal forma uma lista bora a homologação da sen-
tríplice e o chefe do Poder tença ocorrerá por juízes
Executivo escolhe um para togados. Temos os juizados
nomear. cíveis e criminais.
21.2 QUESTÕES
Exame de Ordem IV
QUESTÃO 4
Gabarito comentado:
O ingresso do advogado na carreira da magistratura pode ocorrer através
do denominado Quinto Constitucional, pois a norma do art., 94, da CF, reserva
um quinto das vagas dos tribunais para ocupação dentre membros do Ministério
165
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
GARANTIAS VEDAÇÕES
art. 95 art. 95
I – aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos inter-
nos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das
partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos ór-
166
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
DICA:
CRIAÇÃO DE ÓRGÃOS JUDICIÁRIOS:
Então, é isto:
167
22
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
CONSELHO
NACIONAL
22 DE JUSTIÇA
EMENDA nº 45/2004
STF (ADIn 3.367, in Notícias STF, 13.04.2005) – teve questionada a consti-
tucionalidade de sua criação, em que se declarou constitucional pelo STF.
6 O CNJ é uma instituição pública que visa aperfeiçoar o trabalho do sistema judiciário
brasileiro, principalmente no que diz respeito ao controle e à transparência administra-
tiva e processual.
Missão do CNJ: contribuir para que a prestação jurisdicional seja realizada com morali-
dade, eficiência e efetividade em benefício da Sociedade.
Visão do CNJ: ser um instrumento efetivo do Poder Judiciário.
168
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
169
23
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
FUNÇÕES
ESSENCIAIS
23 À JUSTIÇA
I – as seguintes garantias:
a) VITALICIEDADE, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo
senão por sentença judicial transitada em julgado;
b) INAMOVIBILIDADE, salvo por motivo de interesse público, mediante deci-
são do órgão colegiado competente do Ministério Público, por voto de dois terços
de seus membros, assegurada ampla defesa;
c) IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIO, fixado na forma do art. 39, § 4º, e res-
salvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;”
II – as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percenta-
gens ou custas processuais;
170
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública,
salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas na lei.
23.3.1 Advocacia
171
24
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
ORDEM ECONÔMICA
E SOCIAL NA
24 CONSTITUIÇÃO
DE 1988
172
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
173
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
174
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real
da indenização e os juros legais.
Política agrária
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social,
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula
de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do
segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
175
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
176
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
177
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Lembrar da gratuidade
V – valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na for-
ma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público
de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional nº 53, de 2006);
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII – garantia de padrão de qualidade;
VIII – piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação
escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 53, de 2006).
178
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Tombamento ex lege
179
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Direito intergeracional
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
[...] III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais
e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Regu-
lamento)
Criar unidades de conservação: basta ato administrativo. Suprimir unidade
de conservação: lei.
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencial-
mente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio
de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)
180
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes,
línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradi-
cionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respei-
tar todos os seus bens.
[...]
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais
energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas
só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as
comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da
lavra, na forma da lei. [...] § 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas
terras, salvo, «ad referendum» do Congresso Nacional, em caso de catástrofe
ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do
País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese,
o retorno imediato logo que cesse o risco.
181
25
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
DEFESA
DO ESTADO
E DAS INSTITUIÇÕES
DEMOCRÁTICAS
Art. 142, CF 1988 „As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo
Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regula-
res, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à
garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei
e da ordem.“(BRASIL, 1988, www.planalto.gov.br).
182
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
183
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
184
26
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
DIREITO
ADMINISTRATIVO
CONSTITUCIONAL
26
185
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186
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
187
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
189
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190
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Lei nº 9.784:
191
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
[...]
Lei nº 9.784.
192
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR
193
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Mencionado no art. 37, esse princípio foi inserido pela Emenda Constitu-
cional nº 19. De algum modo, é despiciendo, pois é óbvio que a Administração
Pública deve ser eficiente.
194
27
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
ORGANIZAÇÃO
DA ADMINISTRAÇÃO
27 PÚBLICA
195
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
abrangendo desde o funcionário mais subalterno até o seu centro neural, que
o presidente do Poder Executivo no âmbito do poder executivo, o Tribunal no
âmbito do poder judiciário e as mesas no âmbito do Poder Legislativo.
Constituição Federal
Código Civil:
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
196
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
I – a União;
II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III – os Municípios.
Assim, uma demanda, por exemplo, contra o Congresso Nacional será di-
rigida contra a União. Do mesmo modo, se for contra a Câmara de Vereadores,
será dirigida ao Município.
27.1.1 Centralizada
27.1.2 Descentralizada
197
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
198
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
27.2.2 Hierarquia
Quanto à importância:
Quanto à composição:
Unipessoal: um titular e auxiliares deste titular por uma só pessoa. Ex.:
Ministério e seus auxiliares, juiz e servidores.
199
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Colegiados: conselhos.
Função:
Ativos: fazem coisas – licitações, atos materiais (asfaltar, etc.), cobrar
tributos.
De controle: fiscalizam os outros órgãos.
Consultivos: aconselhamento e emissão de pareceres. A peculiaridade
é que o parecer jurídico, se errôneo, por causar a responsabilização solidária,
muito embora ainda a questão seja controversa.
27.2.4 Competência
Órgãos públicos só podem ser criados por lei. Interessante é que, atual-
mente, mediante decreto, é possível modificar a estrutura dos órgãos públi-
cos, desse que não implique aumento de despesa.
200
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Art. 61
§ 1º – São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública,
observado o disposto no art. 84, VI (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001)
Assim, uma demanda, por exemplo, contra o Congresso Nacional será di-
rigida contra a União. Do mesmo modo, se for contra a Câmara de Vereadores,
será dirigida ao Município.
A Administração Pública rege-se por uma lógica hierárquica e piramidal,
abrangendo desde o funcionário mais subalterno até o seu centro neural, que
o presidente do Poder Executivo no âmbito do poder executivo, o Tribunal no
âmbito do poder judiciário e as mesas no âmbito do Poder Legislativo.
Constituição Federal
201
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
202
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
O poder hierárquico dá poderes ao superior para dar ordens, rever atos, avo-
car atribuições, delegar competências e fiscalizar a atividade dos subordinados.
Coordenação e subordinação da Administração Pública.
Desse poder, decorrem as possibilidades de:
editar atos normativos para organizar o serviço;
dar ordens a subordinados;
controlar a atividade dos órgãos inferiores;
delegar atribuições;
avocar atribuições, isto é, concentrar nas mãos do superior poderes dos
inferiores.
A ideia de avocação e de delegação de competências não são triviais.
Lei 9.784
203
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
204
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
nomia mista são executadas judicialmente como empresas normais, tendo seus
bens penhorados. Algumas delas, por prestarem serviços públicos (ex.: Cor-
reios, companhias de docas), pagam por precatórios, como a administração di-
reta e as autarquias – art. 100 da CF;
existirá tanto um controle administrativo interno ao Poder Executivo,
quanto um externo pelo Tribunal de Contas – arts. 70 e 71 da CF;
as entidades de Direito público possuem privilégios de ordem processual
prazo em quádruplo para contestar e em dobro em geral (art. 188 do
CPC). Não se aplicam ao JEC Federal;
reexame necessário;
inaplicabilidade dos efeitos materiais da revelia;
impossibilidade de liminar em desfavor da AP em certos casos.
27.3.2 Entes
27.3.2.1 Autarquias:
Decreto-lei 200.
27.3.2.2 Fundação:
205
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Art. 5º do DL 200
IV – Fundação Pública – a entidade dotada de personalidade jurídica
de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização le-
gislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução
por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa,
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funciona-
mento custeado por recursos da União e de outras fontes. (Incluído pela Lei
nº 7.596, de 1987)
Art. 5º do DL 200
III – Sociedade de Economia Mista – a entidade dotada de personalidade
jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econô-
mica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto perten-
çam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969). (BRASIL, 1967, www.planalto.gov.br).
206
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Art. 5º do DL 200
II – Empresa Pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direi-
to privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei
para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer
por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-
se de qualquer das formas admitidas em direito. (Redação dada pelo Decreto-lei
nº 900, de 1969). (BRASIL, 1967, www.planalto.gov.br).
Nota-se que existe ainda outra classificação possível para dois tipos de
empresas estatais (empresa pública e sociedade de economia mista): uma presta
serviços públicos, outras executam atividade econômica. As que executam ativi-
dade econômica (ex.: Banco do Brasil, que está em regime de concorrência com
os demais bancos) têm regime “mais” privado do que as que prestam serviços
públicos (como os Correios, que estão em regime de monopólio).
27.3.2.6 Agências
207
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Agências executivas
Qualificação dada à autarquia ou à fundação que celebre contrato de ges-
tão com o órgão da administração pública direta à que se acha vinculada, para a
melhoria da eficiência e da redução de custos. Trata-se de uma entidade preexis-
tente que recebe essa qualificação (Decretos federais nº 2.487 e 2.488). Único
caso no Brasil é o do INMETRO.
Agências reguladoras
Já existiam entidades com funções reguladoras; contudo, não eram deno-
minadas agência (ex.: instituto do açúcar e do álcool, Bacen, CVM, etc.).
Regular significa organizar determinado setor afeto à agência, bem como
controlar as entidades que atuam nesse setor. Essas agências exercem, ao mes-
mo tempo, poder de polícia, bem como controlam concessões e permissões.
Neste último caso, assumem a importante de função de manter o equilíbrio eco-
nômico financeiro dos contratos.
Não existe lei geral para as agências reguladoras, elas são criadas por leis
esparsas e adquirem cores diversas. Um aspecto comum é que são todas au-
tarquias de regime especial, que se refere, usualmente, à estabilidade de seus
dirigentes através de um mandato fixo, além do caráter final de suas decisões,
que não podem ser revisadas pela Administração Direta.
São também entidades da Administração Indireta, criadas a partir da
Lei Federal nº 11.107. Têm personalidade jurídica e são formados pela con-
tratação entre os diferentes entes federativos. Eles procedem à chamada
gestão associada. Os entes irão se associar e formar uma associação, que
poderá ser de direito público ou privado. Para se criar um consórcio, será
necessário, primeiramente, um protocolo de intenções do Executivo; de-
pois, lei dos entes federativos, em seguida um contrato e, após, a formali-
zação mediante estatutos.
O consórcio público, independentemente de ser de natureza pública ou
privada, poderá promover desapropriações e servidões, ser contratado com dis-
pensa de licitação pela AP, limites mais elevados para a necessidade de licitação
e para as modalidades previstas.
Os entes consorciados firmarão:
• contrato de rateio – versará sobre a repartição das despesas, com sua
devida inclusão nas leis orçamentárias;
• contrato de programa – tem a ver com a cooperação do consórcio com
algum ente federativo.
208
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
209
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
210
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
regulamentado em lei (art. 37, VI e VII). Tal lei ainda não existe, de modo que se
controverte acerca de sua possibilidade atualmente.
Acumulação de cargos – é vedada a acumulação de cargos, empregos
e funções públicos remunerados, exceto (37, XVI):
dois cargos de professor;
professor + técnico ou científico;
dois profissionais da saúde.
Conforme outros trechos da Constituição, permite-se outras acumulações:
vereador + serviço público;
juízes e MP + magistério.
Informativo 862:
Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de
cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37, XI, da Constitui-
ção Federal pressupõe consideração de cada um dos vínculos formali-
zados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao soma-
tório dos ganhos do agente público.
Logo, o teto deverá ser considerado especificamente para cada
cargo, sendo permitido que ele receba acima do limite previsto no art.
37, XI da CF se considerarmos seus ganhos globais, situação essa que
pode ocorrer por exemplo de um Ministro do STF ser professor Uni-
versitário de uma Universidade Federal e somado ao que recebe como
Ministro do Supremo.
(STF. Plenário. RE 612975/MT e RE 602043/MT, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgados em 26/04/2017 e 27/04/2017).
LEMBRAR: ACUMULAÇÃO DE CARGO PÚBLICO E TETO REMUNERA-
TÓRIO
A CF/88 (art. 37, XVI) proíbe a acumulação remunerada de cargos públicos,
exceto se forem dois cargos de professor, um cargo de professor e outro técnico
ou científico, dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde e
profissões regulamentadas.
Nessas hipóteses, o teto deverá ser considerado para cada um dos víncu-
los, de forma separada. Essa interpretação vai além da literalidade do art. 37, XI.
Reforçou nesse sentido o entendimento que o STJ já tinha a respeito
dessa matéria: [...] A jurisprudência desta Corte orienta-se no sentido de que em
se tratando de cumulação legítima de cargos, a remuneração do servidor público
não se submete ao teto constitucional, devendo os cargos, para este fim, ser con-
siderados isoladamente. [...] STJ. Primeira Turma. AgRg no RMS 45.937/DF, Rel.
Min. Benedito Gonçalves, julgado em 05/11/2015.
211
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Quem quer que dê prejuízo à Administração Pública pode ser punido civil,
administrativa e criminalmente. Existe ainda uma quarta modalidade, que cor-
responde aos atos de improbidade administrativa. Lei nº 8.429/1992.
212
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Enriquecimento ilícito:
suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos;
multa de até 3 vezes o valor do acréscimo patrimonial;
proibição de contratar com a Administração Pública até 10 anos.
Prejuízo ao erário:
suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos;
multa de até 2 vezes o valor do prejuízo;
proibição de contratar com a Administração Pública até 5 anos.
Violação a princípio:
suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos;
multa de até 100 vezes o valor da remuneração do agente;
proibição de contratar com a Administração Pública até 3 anos.
27.4.6.3 Procedimentos
213
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS:
TEORIA E PRÁTICA
CONSTITUCIONAL
Estão dispostos no art. 5º como forma de proteção e tutela dos
direitos fundamentais (exceto a ação civil pública, embora também seja
interpretada nesse sentido).
214
28
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
HABEAS
CORPUS
28
28.2 Conceito
215
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
216
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Objeto
• Não é cabível em face meros indícios ou boatos, etc. Logo, fala-se que
caberá habeas corpus SEMPRE QUE HOUVER DIREITO LÍQUIDO E CERTO.
217
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
28.5 Liminar
28.6 Cabimento
218
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
28.8 Legitimidade
ATIVA PASSIVA
28.9 Competência
219
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
STF (ART.105, I)
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pes-
soas mencionadas na alínea “a”, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua
jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da
Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
TRF (art.108, I)
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
• Em regra, não cabe habeas corpus para o STF contra decisão mo-
nocrática do Ministro do STJ que não conhece ou denega habeas corpus
que havia sido interposto naquele Tribunal. É necessário que primeiro
220
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
28.11 Procedimento
221
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
IMPORTANTE:
O habeas corpus pode também ser utilizado para a prisão civil advinda de
dívida de alimentos, desde que não exija dilação probatória acerca da situação
econômica da parte autora.
No habeas corpus, NÃO SE DEVE ESQUECER DE INSERIR OS PEDIDOS DE: 1)
intimação da autoridade coatora para que preste informações; 2) Vista ao Minis-
tério Público.
222
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
28.13 QUESTÕES
Exame de Ordem VI
QUESTÃO 4
223
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
• Trancamento de ação
224
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
1) DOS FATOS
O paciente teve sua liberdade de locomoção violada pela autoridade coatora.
2) DO DIREITO
2.1) LEGITIMIDADE
O impetrante é legitimado ativo, pois qualquer indivíduo pode impetrar
em benefício próprio ou de terceiro, que esteja sofrendo ou na iminência de
sofrer violação de liberdade. Legitimado passivo é a autoridade coatora por ter
cometido a ilegalidade ou abuso de poder violador da liberdade de locomoção
do paciente.
2.2) CABIMENTO
Cabe Habeas Corpus, pois o paciente teve sua liberdade de locomoção
violada pela autoridade coatora, tendo em vista que está preso por mais tem-
po do que determina a lei, ou pela incompetência da autoridade coatora que
determinou a prisão, ou porque cessou os motivos que autorizaram a coação,
ou em razão de não ter sido admitido a possibilidade de prestar fiança, nos
casos em que a lei a autoriza ou porque o processo é manifestamente nulo, ou
pois está extinta a punibilidade do paciente, conforme artigo 648, inciso... do
Código de Processo Penal.
2.3) DA LIBERDADE
O Paciente possui direito à liberdade, conforme artigo 5°, caput, da Cons-
tituição Federal. Ainda, não pode ser preso antes do trânsito em Julgado do
processo, nos termos do artigo 5°, inciso LVII da Constituição Federal.
225
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
periculum in mora e fumus bonis juris. Trata-se de direito líquido e certo, re-
presentando um risco irreparável a impetrante em decorrência da demora no
pedido da concessão da liberdade.
3) PEDIDO
a) A concessão da medida liminar em face do periculum in mora e fumus
boni iuris demonstrado, com a expedição de alvará de soltura;
b) A intimação da autoridade coatora para que prestes às informações ne-
cessárias;
c) Vista ao Ministério Público, como fiscal da lei;
d) Procedência total do pedido, confirmando-se no julgamento de mérito;
e) A juntada de toda documentação que confirmam as alegações da inicial
em relação a violação da liberdade de locomoção do paciente.
226
29
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
HABEAS
DATA
227
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
29.2 Conceito
É uma novidade entre os writs; uma tutela específica dos direitos e ga-
rantias fundamentais que visa assegurar ao cidadão interessado a exibição de
informações constantes nos registros públicos ou privados, nos quais estejam
incluídos seus dados pessoais, para que tome conhecimento e, se for o caso,
retifique ou complemente eventuais erros.
29.4 Objeto
Lei nº 9.507/1997
Art. 1º (VETADO)
Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou banco
de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a
terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou
depositária das informações. (BRASIL, 1997, www.planalto.gov.br).
228
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
29.5 Legitimidade
ATIVA PASSIVA
29.6 Competência
229
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
29.8 Procedimento
230
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
MUITO IMPORTANTE
231
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
taxas judiciais dos litigantes, bem como de quaisquer valores para o atendi-
mento do requerimento administrativo.
Não há ônus de sucumbência (honorários advocatícios) em
habeas data.
Para o ajuizamento da ação, exige-se advogado.
29.10 Liminar
Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária à tutela
judicial ou administrativa de direitos fundamentais.
Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre condu-
tas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por agentes públi-
cos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição de
acesso. (BRASIL, 2011, www.planalto.gov.br).
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de si-
gilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo industrial decorrentes
da exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física
ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder público. (BRASIL,
2011, www.planalto.gov.br).
232
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
233
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
cação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo (CF, art. 5º, LXXII, a e b). No caso, visa a segurança ao forneci-
mento ao impetrante da identidade dos autores de agressões e denúncias que
lhe foram feitas. A segurança, em tal caso, é meio adequado. Precedente do STF:
MS 24.405/DF, Ministro Carlos Velloso, Plenário, julgado em 03/12/2003, DJ de
23/04/2004; RMS 24.617, Rel. Min. Carlos Velloso, julgado em 17/05/2005,
segunda turma, DJ de 10/06/2005.
234
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
1) DOS FATOS
235
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
2) DO DIREITO
2.1) DA LEGITIMIDADE
O impetrante é legitimado ativo para propor Ação de Habeas Data, pois
teve seu direito ao acesso à informação pessoal negado. A Autoridade Federal
é legitimada passiva, em razão de ter sido ela autoridade que negou acesso às
informações solicitadas administrativamente pelo impetrante.
2.2) COMPETÊNCIA
A Justiça Federal é competente para processar e julgar habeas data con-
tra ato de autoridade federal, conforme artigo 109, inciso VIII da Constitui-
ção Federal.
2.3) CABIMENTO
Cabe Habeas Data para assegurar informações relativas à pessoa do impe-
trante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamen-
tais ou de caráter público, conforme artigo 5.º, LXXII alínea “A” da Constituição
Federal e/ou artigo 7° inciso I Lei 9.507/2007.
O instrumento deve ser lido à luz dos princípios constitucionais de inviola-
bilidade da intimidade vida privada, honra e imagem, conforme artigo 5° inciso
X, da Constituição Federal, bem como de acordo com a inviolabilidade do sigilo
da correspondência e comunicações, consoante artigo 5° inciso XII da Constitui-
ção Federal.
236
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
DOS PEDIDOS
a) A notificação da Autoridade Coatora, entregando-lhe a segunda via da
inicial, conforme artigo 9.º da Lei 9.507/1997, a fim de que, no prazo de dez
dias, preste as informações que julgar necessárias;
b) A não realização de audiência de conciliação ou mediação, com base
nos artigos 319, inciso VII e 334, parágrafo 4º, II, ambos do Código de Proces-
so Civil;
c) A juntada da documentação essencial que comprove o indeferimento
do pedido na via administrativa, conforme artigo. 8º, parágrafo único da Lei
9507/97;
d) Oitiva do Ministério Público conforme artigo 12 da Lei 9.507.1997, no
prazo de 5 dias;
e) a condenação da parte ex adversa em honorários;
f) O julgamento de mérito da ordem, com a procedência do Habeas Data
para determinar à autoridade coatora que apresente ao Impetrante as informa-
237
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Local..., data...
Advogado...
OAB...
29.14 QUESTÕES
238
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Item Pontuação
Competência e endereçamento 0 / 0,5 / 1,0
Legitimidade ativa e passiva 0 / 0,3 / 0,6
Fundamentação: (I) direito à informação pessoal; (II) abuso de 0 / 0,3 / 0,6 / 0,9
autoridade; (III) normas constitucionais, direitos individuais. (0,3
para cada um)
Requerimento de juntada de documentos essenciais (art. 8º, pa- 0 / 0,25 / 0,5
rágrafo único, Lei nº 9.507/97)
Valor da causa – R$ 1.000,00, para efeitos procedimentais 0 / 0,5
Postulação – procedência do habeas data 0/0,25 / 0,5
Requerimento de intervenção do Ministério Público 0 / 0,25 / 0,5
Requerimento de notificação da autoridade coatora 0/0,25 / 0,5
Exame de Ordem IX
QUESTÃO 1
José, em um evento de confraternização na empresa em que trabalha, ou-
viu de Roberto, alterado pela ingestão de bebida alcoólica, que este detinha um
cargo em comissão no Tribunal de Contas da União, ao qual nunca comparecera,
exceto para a retirada do contracheque, ao final de cada mês.
José se dirige, no dia seguinte, ao Tribunal de Contas da União e solici-
ta cópia dos assentamentos funcionais relativos a Roberto, a fim de instruir
239
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Gabarito comentado:
A questão trata do habeas data, remédio constitucional destinado a asse-
gurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, cons-
tantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público, nos termos do art. 5º, LXXII, da CF. O examinando deve destacar
a competência do STF, conforme previsão expressa do Art. 102, I, “d” da CF. A
prova do anterior indeferimento do pedido de informação de dados pessoais, ou
da omissão em atendê-lo, constitui requisito indispensável para que se concreti-
ze o interesse de agir no habeas data. Sem que se configure situação prévia de
pretensão resistida, há carência da ação constitucional do habeas data. Esse é
o entendimento de longa data consagrado pelo STF (RHD 22, Rel. p/ o ac. Min.
Celso de Mello, julgamento em 19-9-1991, Plenário, DJ de 1º-9-1995) e pelo
STJ (Súmula 2). Esse entendimento restou positivado no art. 8º, § único, da Lei
n. 9.507/1997 e vem sendo reafirmado, sempre, pelo STF. (Nesse sentido: HD
87-AgR, Rel. Min. Carmen Lúcia, julgamento em 25-11-2009, Plenário, DJE de
5-2-2010). A pretensão de José não é amparada por habeas data, pois o remé-
dio não se presta para solicitar informações relativas a terceiros, nos termos da
alínea “a” do inciso LXXII, do art. 5º, da CF. Sua impetração deve ter por objetivo
“assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante.”
(Nesse sentido, ainda, jurisprudência STF: HD 87-AgR, Rel. Min. Carmen Lúcia,
julgamento em 25-11-2009, Plenário, DJE de 5-2-2010).
240
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Gabarito comentado:
Ser cidadão brasileiro nato não é condição para a impetração do habeas
data, conforme se depreende da Lei nº 9.507/97 e do disposto no Art. 5º, inciso
LXXII, da CF/88. O status de cidadão brasileiro somente é exigido para o ajuiza-
mento de Ação Popular. Não é cabível a impetração de habeas data na hipótese,
pois, de acordo com o art. 5º, inciso LXXII, da CF/88, esse remédio constitucio-
nal destina-se a assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governa-
mentais ou de caráter público.
241
30
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
MANDADO
DE SEGURANÇA
INDIVIDUAL
E COLETIVO
30.1 Fundamento
CF, art. 5º
Lei 12016/2009
242
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
30.2 Histórico
243
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
30.4 QUESTÕES
Gabarito comentado:
A) A dúvida sobre matéria de direito não impede a movimentação do Ju-
diciário pela via de mandado de segurança. Sobre o tema o STF manifestou-se
por meio da Súmula nº 625. Nesse sentido, a exigência de direito líquido e certo
para a impetração de mandado de segurança não se refere à inexistência de
“controvérsia sobre matéria de direito”, mas à inexistência de controvérsia sobre
fatos, que devem ser objeto de pronta comprovação.
244
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
30.5 Cabimento
245
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
246
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
247
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7º desta
Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro do
prazo improrrogável de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos
serão conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser necessariamente pro-
ferida em 30 (trinta) dias. (BRASIL, 2009, www.planalto.gov.br).
30.7 Competência
248
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
249
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
EXEMPLOS
30.8 Modalidades
250
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Art. 7º - [...] III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando
houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da
medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante,
caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pes-
soa jurídica. (Atentar aos requisitos do art. 300, §3º do NCPC).(BRASIL, 2009,
www.planalto.gov.br).
251
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
REGRA GERAL:
Juiz de 1° grau:
1) Autoridades Municipais de qualquer órgão (Executivo, Legislativo, Admi-
nistração Indireta), salvo se a Constituição estadual dispuser de maneira diver-
sa, o que é incomum.
2) Autoridades estaduais (Executivo, Legislativo e Judiciário).
EXCEÇÕES:
1) Quando a autoridade coatora for Juiz, participante de Mesa da Assem-
bleia Legislativa, membro de Tribunal de Contas, Secretários de Estado e Mem-
bros do Ministério Público, a CF não especifica expressamente, mas geralmente
é o Tribunal de Justiça local.
2) Se for juiz de JEC: Câmara Recursal Súmula 376 do STJ.
Competência Variável.
252
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
1) DOS FATOS
A impetrante teve seu direito líquido e certo negado pela autoridade
coatora.
2) DO DIREITO
2.1) LEGITIMIDADE
A legitimidade ativa da impetrante decorre de ter sido ela a prejudicada.
A autoridade coatora é legitimada passiva, por ela ser a entidade que negou
direito líquido e certo à impetrante.
2.2) CABIMENTO
253
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
OU
3) PEDIDO
a) A não realização de audiência de conciliação ou mediação, com base
nos artigos 319, inciso VII e 334, parágrafo 4º, inciso II, ambos do Código de
Processo Civil;
b) A concessão da medida liminar OU tutela de evidência, com expedição
de ofício para que a autoridade coatora suspenda o ato lesivo que deu motivo
ao pedido, assegurado o direito do impetrante até o julgamento do mérito da
ordem, conforme artigo 311, inciso II e 7º, inciso III, da Lei 12.016/2009;
c) A notificação da Autoridade Coatora para prestar informações no prazo
legal de dez dias, entregando-lhe a segunda via da petição, conforme artigo 7º,
inciso I, da Lei 12.016/2009;
d) Dar ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídi-
ca interessada, conforme artigo 7º, inciso II, da Lei 12.016/2009;
e) A Intimação do Ministério Público, para apresentar seu parecer no prazo
de dez dias, conforme artigo 12 da Lei 12.016/2009;
f) Acatar as provas que demostrem a liquidez do direito em questão, con-
firmando prova pré-constituída;
g) requerer, ao final, seja concedido o Mandado de Segurança, tornando
definitiva a liminar, assegurando o direito líquido e certo do Impetrante.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
254
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
30.11 QUESTÕES
Exame de Ordem XI
PEÇA PROFISSIONAL
Gabarito comentado:
A ação proposta foi o mandado de segurança regulado pela Lei nº
12.016/09 e prevista no art. 5º, LXIX, da CF (Conceder-se-á mandado de segu-
rança para proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas corpus”
ou “habeas data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público).
O impetrante foi Fábio e o impetrado, o Coordenador Estadual do Exame
Nacional, autoridade coatora. Sendo o pedido julgado improcedente por senten-
ça, o recurso cabível é o de apelação (LMS, Art. 14. Da sentença, denegando ou
concedendo o mandado, cabe apelação. § 1º Concedida a segurança, a sentença
estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição. § 2º Estende-se à
autoridade coatora o direito de recorrer.). O recorrente será Fábio e o recorrido,
255
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
João e José são pessoas com deficiência física que concluíram curso de
nível superior. Diante da abertura de vagas para preenchimento de cargos vin-
culados ao Ministério da Agricultura, postularam suas inscrições no número que
deveria ser reservado, por força de disposição em lei federal, aos deficientes
físicos com o grau de deficiência de João e José, o que restou indeferido por ato
do próprio Ministro de Estado, aduzindo que a citada lei apesar de vigente há
dois anos e com plena eficácia, não se aplicaria àquele concurso, pois não houve
previsão no seu edital. Irresignados, os candidatos apresentaram mandado de
segurança originariamente no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, tendo a
seção competente, por maioria de votos, denegado a segurança, dando razão
ao Ministro de Estado. Houve embargos de declaração, improvidos. Ainda incon-
formados, apresentaram o recurso cabível contra a decisão do colendo Superior
Tribunal de Justiça.
Gabarito comentado:
O enunciado indica a competência originária do Superior Tribunal de Jus-
tiça para julgamento dos mandados de segurança impetrados contra atos de
Ministro de Estado, a teor do art. 105, I, b) da CF (art. 105. Compete ao Su-
perior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: b) os man-
dados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos
256
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
c) princípio da isonomia, CF, art. 5º, caput (Todos são iguais perante
a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade...).
257
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
ITEM PONTUAÇÃO
Mérito do RO:
0,00- 0,90 – 1,00
1) Legalidade, (0,90) CRFB, Art. 5º, II (0,10).
Mérito do RO:
2) Reserva de vagas (0,90), CRFB, Art. 37, VIII ou Art. 2º,
III, c, da Lei 7853/1989 ou Art. 5º, §2º da Lei 8112/1990 0,00 – 0,90 - 1,00
ou Convenção Internacional sobre os direitos das pes-
soas com deficiência, Art. 27, 1, g.(0,10).
Mérito do RO:
3) Isonomia (0,90), CRFB, Art. 5º, caput (0,10). 0,00 - 0,90 – 1,00
258
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Gabarito comentado:
259
31
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
MANDADO
DE INJUNÇÃO
DICA
FALTA DE NORMA REGULAMENTADORA + INVIABILIDADE DO EXER-
CÍCIO
260
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
261
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
262
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
31.3 Legitimados
31.4 Da competência
263
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
31.5 Procedimento
264
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos
até o advento da norma regulamentadora. (BRASIL, 2016, www.planalto.gov.br).
CONTUDO:
§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão,
quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade
ou da prerrogativa objeto da impetração.
265
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
IMPORTANTE:
Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser
revista, a pedido de qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes mo-
dificações das circunstâncias de fato ou de direito.
Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedi-
mento estabelecido nesta Lei. (BRASIL, 2016, www.planalto.gov.br).
266
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
267
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
de..., Estado...,
1) DOS FATOS
O Sindicato foi procurado por seus filiados, sob a alegação que não rece-
bem do Estado..., adicional noturno, contrariando o estabelecido no artigo 73 da
Consolidação das Leis do Trabalho.
2) DO DIREITO
2.1) LEGITIMIDADE
2.2) CABIMENTO
Cabe mandado de injunção, pois visa à defesa dos interesses dos seus
filiados na proteção do direito ao adicional noturno, conforme artigo 37, inciso
IX, combinado com o artigo 39, parágrafo 3°, em razão de omissão legislativa
que tornou inviabilizado o exercício do direito, conforme o disposto no artigo
5º, inciso LXXI, da Constituição Federal de 1988 e na Lei nº 13.300/16.
268
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
3) PEDIDO
Local..., data...
Advogado...
OAB...
31.8 QUESTÕES
269
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
dereço..., vem por seu procurador signatário, inscrito na OAB n°... (procuração
em anexo), com endereço profissional na Rua..., n°..., Bairro..., Município..., lo-
cal onde recebe suas intimações, impetrar MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO,
com base no artigo 5º, inciso LXXI, da Constituição Federal de 1988 e na Lei nº
13.300/16, em face do GOVERNADOR DO ESTADO BETA, com endereço profis-
sional na Rua..., n°..., Bairro..., Município..., vinculado ao ESTADO BETA, pessoa
jurídica de Direito Público, endereço profissional na Rua..., n°..., Bairro..., Municí-
pio..., com endereço eletrônico..., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
1) DOS FATOS
O Sindicato foi procurado por seus filiados, sob a alegação que não rece-
bem do Estado Beta, adicional noturno, contrariando o estabelecido no artigo 73
da Consolidação das Leis do Trabalho.
2) DO DIREITO
2.1) LEGITIMIDADE
O Sindicato possui legitimidade ativa para defender os interesses da ca-
tegoria, dispensada autorização especial dos filiados, na forma do artigo 12,
inciso III, da Lei 13.300/16.
2.2) CABIMENTO
Cabe mandado de injunção, pois visa à defesa dos interesses dos seus
filiados na proteção do direito ao adicional noturno, em razão de omissão legis-
lativa, conforme o disposto no artigo 5º, inciso LXXI, da Constituição Federal de
1988 e na Lei nº 13.300/16.
270
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
3) PEDIDO
a) o recebimento desta inicial;
b) a notificação do governador do Estado Beta e do estado para apresentar
suas razões defensivas;
c) reconhecimento da omissão e do estado de mora legislativa, a fim de
que seja concedida a ordem de injunção coletiva;
d) ser determinado prazo razoável para que o Governador promova a edi-
ção da norma regulamentadora, nos termos do artigo 8º, inciso I, da Lei nº
13.300/16;
e) seja suprida a omissão normativa, garantindo-se a efetividade do direito
à percepção do adicional noturno, no percentual de 20% conforme disposições
contidas no artigo 73 da Consolidação das Leis do Trabalho, nos termos do arti-
go 8º, incisos II, da Lei nº 13.300/16;
f) intimação do Ministério Público, no prazo de 10 (dez) dias, nos termos
do artigo 7° da Lei nº 13.300/16.
Local, data.
Advogado
OAB
1. a). A referida Emenda Constitucional viola limitações constitucionais de
ordem material, ou seja, viola uma cláusula pétrea, nos termos do artigo 60,
parágrafo 4º, inciso IV, da CF/88. Afronta ao princípio da anterioridade eleitoral,
garantia individual do Cidadão eleitor, prevista no artigo 16 da CF/88.
b) A redação atual do artigo 17, parágrafo 1º, da CF/88, dada pela Emenda
Constitucional nº 52/2006, extinguiu a chamada verticalização das coligações
partidárias e conferiu plena autonomia aos partidos políticos para definir o regi-
me de suas coligações eleitorais.
2. a) A Administração Pública estadual não se desviou do ordenamento
jurídico-constitucional ao deixar de conceder o auxílio-alimentação a Roberto
quando passou à inatividade, porque o direito a esse auxílio não se estende aos
servidores inativos e em razão do efeito vinculante da Súmula Vinculante 55 STF.
b) Não existe hierarquia em abstrato entre princípios, devendo a precedên-
271
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
cia relativa de um sobre o outro ser determinada apenas à luz do caso concreto.
Ademais, os direitos fundamentais não possuem escala hierárquica prévia, ine-
xistindo prevalência inata de específicos direitos fundamentais sociais sobre o
direito à alimentação.
3. a) A norma municipal é inconstitucional, porque inexistente consulta
pública à população e qualquer estudo prévio de viabilidade do novo ente fede-
rativo. Assim, compete ao Estado autorizar, mediante lei ordinária, o desmem-
bramento do município, segundo o artigo 18, parágrafo 4º, da CF/88.
b) Atualmente, a criação, o desmembramento e a fusão de municípios não
são possíveis até que seja editada a lei complementar federal que discipline as
limitações de calendário para tais atos, conforme artigo 18, parágrafo 4º, da
CF/88.
4. a) Sim, o Decreto Presidencial de 1975 foi recepcionado pela nova Cons-
tituição, na medida em que não há nenhuma incompatibilidade material com
este paradigma de análise, inexistindo, no direito brasileiro, a inconstitucionali-
dade formal superveniente.
b) O Decreto Presidencial de 1975 foi recepcionado pela nova ordem cons-
titucional com o status de lei federal e, portanto, seria necessária a edição de lei
federal para autorizar a nova localização da usina no município Beta, nos termos
do artigo 225, parágrafo 6º, da CF/88.
272
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
32
AÇÃO POPULAR
32.2 Conceito
• Para Pietro (2017), “É ação civil pela qual todo cidadão pode pleitear a in-
validação de atos praticados pelo poder público ou entidades de que participe,
lesivos ao patrimônio público, ao meio ambiente, à moralidade administrativa
ou patrimônio histórico e cultural, bem como a condenação por perdas e danos
dos responsáveis pela lesão”.
273
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
32.3 Objeto
274
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
32.4 Pressupostos
A Lei n° 4.717/65, embora definindo os atos nulos (art. 2°) e os atos anu-
láveis (art. 3°), dando a impressão de que exige demonstração de ilegalidade,
no artigo 4° faz uma indicação casuística de hipóteses em que considera nulos
determinados atos e contratos, sem que haja qualquer ilegalidade, como, por
exemplo, no caso de compra de bens por valor superior ao corrente no mercado,
ou a venda por preço inferior ao corrente no mercado. Trata-se de hipóteses em
que pode haver imoralidade, mas não ilegalidade propriamente dita. (PIETRO,
2012, p. 864).
275
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
• Diga-se que o ato inválido não precisa ser ilícito na sua origem, mas deve
ser ilegal na sua formação ou no seu objeto; logo, a ação destina-se a invalidar
atos praticados com ilegalidade de que lesou o patrimônio público, podendo ser
proveniente de vício formal ou substancial, ou até mesmo de vício de desvio de
finalidade. (art. 2º “a” e “e”).
• Ato lesivo é todo ato ou omissão administrativa que desfalca o erário
ou prejudica a Administração, da mesma forma como o que ofende bens ou
valores artísticos, cívicos, culturais, ambientais e históricos. Diga-se, pode
esta ser presumida, em conformidade com o que dispõe o art. 4º, bastando a
prova do ato naquelas circunstâncias elencadas para considerar o ato lesivo
e nulo de pleno direito.
276
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
ATIVA PASSIVA
32.7 Observação
32.8 Da competência
277
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
SÚMULA 508, STF
SÚMULA 556, STF
278
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
32.9 Procedimento
279
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
ATENÇÃO
Embora a sentença de procedência da ação tenha
efeitos erga omnes, ou seja, contra todos, não cabe a de-
claração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo em
sede de ação popular, visto que o controle concentrado de consti-
tucionalidade é de competência exclusiva do STF, conforme art. 102, I,
“a”, da CF, vez que figuraria uma usurpação de competência do Tribu-
nal. (MEIRELLES, 2008).
280
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
DICAS IMPORTANTES:
ATENÇÃO
Como observar a competência:
• Analisar o critério conforme a origem do ato. Exemplo: ato
emanado por autoridade federal – Justiça Federal, autoridade estadual
e municipal – Justiça estadual.
• Identificar, depois de definida a Justiça, a competência territorial que
depende da autoridade que emanou o ato. Vide a importante regra do art.109,
parágrafo 2º da CF: aos juízes federais compete processar e julgar: § 2º As
causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em
que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que
deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito
Federal. No caso de autoridade Estadual e Municipal, as organizações judiciá-
rias fixam o foro.
• É encontrada no art. 5º, parágrafo 1º, COMPETÊNCIA POR EQUIPARAÇÃO.
No âmbito estadual e municipal, essa equiparação é notadamente para pessoas
jurídicas de direito privado (uma vez que autarquias e fundações já se inserem
no conceito de Fazenda Pública por terem personalidade jurídica). Assim, atos
e omissões de empresas públicas estaduais e municipais, instituições privadas
que recebam recursos estaduais e municipais receberão julgamento.
281
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
282
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
1) DOS FATOS
2) DO DIREITO
2.1) Legitimidade
Autor pode figurar como autor da ação popular, em razão de sua condição
de cidadão com título de eleitor, conforme o artigo 1º, parágrafo 3º, da Lei nº
4.717/65, e que a parte ré, na hipótese em tela, praticou atos contrários a esses
referenciais, conforme o artigo 6º da Lei nº 4.717/65.
283
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
2.4) Competência
3) DOS PEDIDOS
284
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Local..., data...
Advogado...
OAB...
32.13 QUESTÕES
Exame de Ordem VI
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
285
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Gabarito comentado:
A ação popular pode ser proposta por qualquer cidadão para proteção con-
tra atos que causem danos ao erário.
No caso vertente, havendo irregularidades na licitação, possível a ação po-
pular lastreada na violação dos princípios regentes da Administração Pública (CF,
art. 37, caput), quais sejam, moralidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
de e eficiência, bem como o do inciso XXI – ressalvados os casos especificados
na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados me-
diante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a to-
dos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à
garantia do cumprimento das obrigações. O autor será o cidadão indicado no
enunciado, e os réus serão o Estado e as empresas beneficiárias (art. 6º, da Lei
nº 4.717/65). Os requisitos da petição inicial seguem os mesmos do rito ordiná-
rio (CPC, art. 282). Há intervenção obrigatória do Ministério Público (art. 6º, § 4º,
da Lei nº 4.717/65). O juízo competente é aquele com competência fazendária
(art. 5º da Lei nº 4.717/65). Consoante o enunciado, o juízo competente é o da
Comarca sede, que tem competência fazendária.
286
33
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
AÇÃO
CIVIL
PÚBLICA
33.2 Conceito
287
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
33.4 Objeto
33.5 Legitimidade
Ativa Passiva
288
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
289
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
33.8 Da competência
• Na Ação Civil Pública, não existe foro por prerrogativa de função, sendo
que a competência para processo e julgamento dessa ação é determinada pelo
local onde ocorreu o dano. Salvo quando o ato lesivo é imputado à pessoa jurí-
dica que tenha foro na Justiça Federal, a Ação Civil Pública deverá ser ajuizada e
julgada originariamente por juízes ordinários estaduais. (ALEXANDRINO, 2008).
• Art. 16 da Lei nº 7.347/85: “A sentença civil fará coisa julgada erga om-
nes, nos limites da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido
for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer
legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de
nova prova.”
• A ação pública só faz coisa julgada erga omnes nos limites da competên-
cia territorial do órgão prolator.
• “Só será cabível o controle difuso, em sede de Ação Civil Pública [...] como
instrumento idôneo de fiscalização incidental de constitucionalidade, pela via
difusa, de quaisquer leis ou atos do Poder Público, mesmo quando contestados
290
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
33.10 Da sentença
33.11 Liminar
33.12 Custas
291
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
1) DOS FATOS
292
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
2)DO DIREITO
2.1) COMPETÊNCIA
2.2) LEGITIMIDADE
293
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
3) DO PEDIDO
Local..., data...
Advogado...
OAB...
33.15 QUESTÕES
294
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
que procuram esse serviço. O argumento das autoridades era o de que não
havia profissionais capacitados e medicamentos disponíveis em quantitativo
suficiente. Em razão desse estado de coisas e do elevado número de idosos
correndo risco de morte, a Associação resolveu peticionar ao secretário mu-
nicipal de saúde, requerendo providências imediatas para a regularização do
serviço público de saúde. Ele respondeu que a situação da saúde é realmente
precária e que a comunidade precisa ter paciência e esperar pela disponibi-
lização de repasse dos recursos públicos federais, já que a receita prevista
no orçamento municipal não fora integralmente realizada. Reiterou, ao final
e pelas razões já aventadas, a negativa de atendimento laboratorial aos ido-
sos. Apesar disso, as obras públicas da área de lazer do bairro em que esta-
va situado o Posto de Saúde Gama, em que eram utilizados exclusivamente
recursos públicos municipais, continuaram a ser realizadas. Considerando
esses dados, na condição de advogado(a) contratado(a) pela Associação Alfa,
elabore a medida judicial cabível para o enfrentamento do problema, inclu-
sive com providências imediatas, de modo que seja oferecido atendimento
adequado a todos os idosos que venham a utilizar os serviços do Posto de
Saúde. A demanda exigirá dilação probatória. (Valor: 5,00)
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam
ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição
do dispositivo legal não confere pontuação.
Gabarito comentado:
A peça adequada nesta situação é a petição inicial de uma Ação Civil
Pública a ser endereçada ao Juízo Cível da Comarca X ou ao Juízo de Fazenda
Pública da Comarca X, já que os dados constantes do enunciado não permi-
tem identificar a organização judiciária do local. O(A) examinando(a) deve
indicar, na qualificação das partes, a Associação Alfa, como demandante, e
o Município Beta, como demandado. A legitimidade ativa da Associação Alfa
decorre do fato de ter sido constituída há mais de 1 ano e destinar-se à defe-
sa do patrimônio social e do direito à saúde de todos, atendendo ao disposto
no art. 5º, inciso V, alíneas a e b, da Lei nº 7.347/85. A legitimidade passiva
do Município Beta é justificada por ser o responsável pela gestão do Posto de
Saúde Gama. O cabimento da Ação Civil Pública decorre do fato de o objetivo
da demanda judicial ser a defesa de todos os idosos que procuram o aten-
dimento do Posto de Saúde Gama, nos termos das finalidades estatutárias
da Associação – defesa do patrimônio social e, particularmente, do direito
à saúde de todos, e não eventual defesa de direito ou interesse individual.
Como se discute a qualidade do serviço público oferecido à população e
esses idosos não podem ser individualizados, é típico interesse difuso, en-
quadrando-se no Art. 1º, incisos IV e VIII, da Lei nº 7.347/85. Verifica-se, na
295
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
296
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
ITEM PONTUAÇÃO
Legitimidade
297
34
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
CONTROLE
DE
CONSTITUCIONALIDADE
298
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
DIFUSO CONCENTRADO
299
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
300
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
301
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
• sistema piramidal;
• aspectos formal e material da Constituição;
• filtro de constitucionalidade;
• rigidez porque o processo de alteração constitucional é mais complexo
do que a alteração das demais espécies normativas, ou seja, somente se altera
mediante as emendas constitucionais, que é a forma mais complexa de votação
constitucional.
302
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
303
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
34.5 Preventivo
304
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
305
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
34.6 Repressivo
306
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.
307
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Podem ser:
• Subjetivos: relacionam-se com a iniciativa do processo legislativo, ou
seja, com a conduta dos seus agentes constitucionalmente responsáveis pela
propositura. Art. 61, parag. 1º, II, c).
• Objetivos: relacionados com as demais fases do processo legislativo,
que será determinado pela Constituição para cada espécie de ato normativo.
308
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
• O dirigismo estatal refere-se à Constituição como uma Lei Maior, que obri-
ga e vincula todos os poderes à sua concretização, impondo-se um dever/agir
estatal; do contrário, os direitos fundamentais restariam letras mortas na CF/88.
309
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
310
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
311
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
34.9 Resumindo
ATENÇÃO:
EFEITOS DA DECISÃO SERÃO ERGA OMNES E VINCULANTE:
312
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Art. 28. Dentro do prazo de dez dias após o trânsito em julgado da deci-
são, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário da
Justiça e do Diário Oficial da União a parte dispositiva do acórdão.
313
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
34.10.1 Conceito
314
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
34.10.2 Resumindo
• Efeitos da decisão:
regra geral: inter partes – a decisão que afasta o ato inconstitucional não
beneficia a quem não for parte da demanda em que se reconhecer a inconstitu-
cionalidade.
315
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
316
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
317
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
34.11 QUESTÕES
318
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Gabarito comentado:
319
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
A Lei nº 9.868 contém disposição (art. 27) que autoriza o STF, ten-
do em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, a
restringir os efeitos da declaração de inconstitucionalidade ou a estabelecer que
ela tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que
venha a ser fixado, desde que tal deliberação seja tomada pela maioria de dois
terços de seus membros.
Existindo razões de ordem pública ou sociais, é possível, desde
que de maneira excepcional, no caso concreto, a declaração de inconstitucio-
nalidade incidental com efeitos ex nunc, com base nos princípios da segurança
jurídica e na boa-fé.
A Lei nº 9.868 trouxe inovações, permitindo ao STF a limitação dos
efeitos da declaração de inconstitucionalidade. Seu art. 27 prevê que, ao decla-
rar a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o STF, por maioria
de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou
decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro
momento que venha a ser fixado. Dessa forma, permitiu-se ao STF a manipula-
ção dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade denominada de modula-
ção, ou limitação temporal pela Corte, seja em relação à sua amplitude, seja em
relação aos seus efeitos temporais.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a incons-
titucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. (BRASIL, 1988, www.
planalto.gov.br).
SÚMULA VINCULANTE 10
320
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
321
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
34.14 QUESTÕES
OAB 2010.03
Gabarito comentado:
A) Ao estabelecer que a nova alíquota só poderá ser cobrada no ano se-
guinte ao da sua majoração, a Turma estaria entendendo que a sua cobrança
imediata seria inconstitucional por violar o art. 150, III, “b”. Portanto, trata-se de
322
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Exame de Ordem IV
QUESTÃO 3
Gabarito comentado:
A) No caso, a lei (de 1999) é posterior à CF (de 1988), mas anterior à emen-
da constitucional (de 2000). De acordo com a jurisprudência do STF (ADI 2), a
incompatibilidade entre uma lei e uma norma constitucional posterior a ela im-
plica a revogação da lei, e não a sua inconstitucionalidade. Tratando-se de revo-
gação, e não de inconstitucionalidade, e considerando-se que a competência do
Senado se restringe aos casos de declaração de inconstitucionalidade, a decisão
não deveria ser encaminhada àquela Casa legislativa.
B) Embora o art. 481, parágrafo único, do Código de Processo Civil “dis-
pense” o órgão fracionário de um Tribunal (no caso, a 1ª Câmara Cível do Tri-
323
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Art. 950. [...] § 1o As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela
edição do ato questionado poderão manifestar-se no incidente de inconstitucio-
nalidade se assim o requererem, observados os prazos e as condições previstos
no regimento interno do tribunal.
324
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
325
35
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
35.1 Conceito
326
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Súmula 279: para simples reexame de prova não cabe recurso ex-
traordinário.
35.3 Prazo
327
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
328
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
35.7 Procedimentos
329
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo
interno, nos termos do art. 1.021. (BRASIL, 2015, www.planalto.gov.br).
330
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
35.9.1 Conceito
Por sua vez, conforme Sarlet, Marinoni e Mitidiero (2012), o conceito de re-
percussão foca-se no binômio relevância da controvérsia constitucional e trans-
cendência da questão debatida. Assim, a questão constitucional levada a julga-
mento por meio do Recurso Extraordinário terá seu conhecimento subordinado
à alegação de questões relevantes sob o ponto de vista econômico, social, po-
lítico ou jurídico. Além disso, a questão deve ultrapassar o âmbito do interesse
subjetivo das partes, ou seja, deve ser transcendente.
331
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Objetivos:
diminuir os números de Recurso Extraordinário;
ampliar os efeitos em nome da concretização constitucional;
reservar a atuação da Corte apenas para os casos detenham rele-
vância para a ordem constitucional.
Críticas:
Não há critérios nem controle do que é declarado como repercussão
geral. O Recurso Extraordinário tem gerado a chamada jurisprudência de-
fensiva, que, visando a diminuir o número de demandas, tem-se fixado em
aspectos formais:
332
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
333
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
[...]
§ 9º O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julgado
no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os
que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.
[...]
334
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
335
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Competência: STF.
Partes:
336
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Tendo em vista que a Lei Federal ... ofende os artigos 5º da Constituição Fe-
deral, que estabelece a igualdade no ordenamento jurídico. Foi intimado em ...,
apresenta seu recurso no prazo legal de 15 dias úteis, a saber em ..., conforme
a regra do artigo 1.003, parágrafo 5º do Código de Processo Civil.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
337
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
RECORRENTE:
RECORRIDO:
PROCESSO nº:...
1) DOS FATOS
2) DO DIREITO
2.1) DA TEMPESTIVIDADE
2.2) DO CABIMENTO
Cabe recurso extraordinário, com base no artigo 102, inciso III, alínea “a”,
da Constituição Federal e artigo 1.029, inciso II do Código de Processo Civil do
uma vez que o acórdão a quo, quando negou o direito..., e acabou por violar os
artigos...
338
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
2.4) PREQUESTIONAMENTO
2.5) DA INCONSTITUCIONALIDADE
3) DO PEDIDO
Local..., data...
Advogado...
OAB...
339
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
35.12 QUESTÕES
Gabarito comentado:
340
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
341
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
342
36
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
RECLAMAÇÃO
CONSTITUCIONAL
36.1 Objeto
343
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
ATENÇÃO
344
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Citado O beneficiário.
345
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
36.2 QUESTÕES
CASO PRÁTICO
(Exame 2006.3) João Lima ingressou com ação contra a Caixa Econômica Federal no
Juizado Federal, pleiteando a correção dos depósitos do seu fundo de garantia por tempo
de serviço (FGTS), em decorrência dos expurgos inflacionários dos planos Collor e Verão
1. Julgada improcedente a ação, João recorreu à Turma Recursal, sustentando, entre outras
razões, precedentes do Supremos Tribunal Federal (STF) reconhecendo esse direito. No en-
tanto, o recurso foi desprovido, contrariando decisões do STF, apesar de ter sido pré-ques-
tionada a matéria constitucional invocada. Dessa forma, João interpôs recurso extraordi-
nário, fundado na violação a dispositivo da Constituição, que, contudo, não foi admitido.
Interposto agravo de instrumento, o presidente da Turma Recursal negou-lhe seguimento,
tendo como fundamento o descabimento do recurso extraordinário nos juizados espe-
ciais. Diante dessa situação hipotética, como advogado de João Lima, proponha a medida
judicial que entender cabível, para se preservar a competência do STF e se viabilizar o
trânsito do agravo dirigido a esse tribunal contra a inadmissão do recurso extraordinário.
ESQUELETO DA PEÇA
Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do Supremo Tribu-
Endereçamento
nal Federal.
Resumo dos fatos Não admissão de recurso extraordinário por turma recursal.
Peça Reclamação constitucional.
Legitimidade
Presidente da Turma Recursal Federal + beneficiário
passiva
346
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
1) DOS FATOS
2) DO DIREITO
2.1) DA LEGITIMIDADE
2.2) DA COMPETÊNCIA
2.3) CABIMENTO
347
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
3) PEDIDO
348
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Local..., data...
Advogado...
OAB...
349
37
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
RECURSO
ORDINÁRIO
CONSTITUCIONAL
350
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
37.4 Prazos
37.5 Recebimento
351
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
37.6 QUESTÕES
CASO PRÁTICO
a) Competência do Juízo;
e) Adequação do recurso.
ESQUELETO DA PEÇA
Legitimidade passi-
Governador do Estado
va
a) Recebimento do recurso
b) Notificação para contrarrazões em 15 dias
Requerimentos
c) Pré-questionamento
d) Acesso aos elementos de prova
352
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Local..., data...
Advogado...
OAB...
RECORRENTE:
RECORRIDO:
ORIGEM: Tribunal de Justiça do Estado...
PROCESSO N°:
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
COLENDA TURMA
353
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
1) DOS FATOS
Autor visando exercer seu direito de cidadão e interpor ação popular con-
tra ato que considerou violador do patrimônio público, teve negado acesso a
elementos que permitissem a certificação de situações capazes de gerar ação
popular, mesmo diante de seu direito líquido e certo de acesso à informação,
direito de petição e acesso à Justiça.
Contra a situação narrada e ante seu direito líquido e certo, impetrou Man-
dado de Segurança no Tribunal de Justiça, juízo originário para apreciação da
causa, que mesmo diante da liquidez do direito e da violação de seus direitos
constitucionais denegou a ordem.
2) DO DIREITO
2.1) DA COMPETÊNCIA
2.2) DA LEGITIMIDADE
354
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
descrita no art. 5º, inciso LXXIII da CF, garantindo a todos legitimados a possi-
bilidade de anulação de atos lesivos ao patrimônio público, por quaisquer que
sejam os atos eivados de vício da administração pública. Todavia, exercendo
seu direito constitucional, a fim de instruir a sua demanda, requereu ao recor-
rido acesso aos documentos que permitiriam instruir a presente demanda, em
evidente violação dos direitos fundamentais de acesso à informação artigo 5°
inciso XXXIII da CF/88 e direito de petição, artigo 5°, inciso XXXIV da CF/88, para
além da violação de suas obrigações constitucionais descritas no artigo 37 da
caput, CF/88 violando os princípios da administração pública, como publicidade
e transparência, por tal razão, o então recorrente impetrou mandado de segu-
rança perante o Tribunal de origem, cuja a competência era originária em face
da autoridade coatora ser o Governador de Estado.
3) DO PEDIDO
Local..., data...
Advogado...
OAB...
355
38
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
SÚMULA
VINCULANTE
356
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
357
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
358
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
359
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
360
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
361
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
SÚMULA VINCULANTE 37: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem
função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o funda-
mento de isonomia.
362
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
363
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art.
150, VI, “c”, da CF, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades
para as quais tais entidades foram constituídas.
364
39
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
CONTROLE
CONCENTRADO
DE 39
CONSTITUCIONALIDADE
365
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
39.1 Características
• Natureza objetiva: o processo não tem partes, e exatamente por isso não
está sujeito a princípios constitucionais como ampla defesa e contraditório.
• Seus efeitos são peculiares, quais sejam: eficácia erga omnes, efeito ex
tunc e vinculantes das decisões proferidas pelo STF, ou seja, são contra todos e
não retroagem, considerando-se nulo o ato normativo desde a origem.
366
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
367
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Obs.: o terceiro é aquele que tem interesse direto na causa e aparece no pro-
cesso brasileiro em diferentes modalidades
STF Celso Mello: “ A admissão de terceiro, na condição de amicus curiae,
no processo objetivo de controle normativo abstrato, qualifica-se como
fator de legitimação social das decisões da Suprema Corte, enquanto Tribu-
nal Constitucional, pois viabiliza, em obséquio ao postulado democrático,
a abertura do processo de fiscalização concentrada de constitucionalida-
de, em ordem a permitir que nele se realize, sempre sob uma perspecti-
va eminentemente pluralística, a possibilidade de participação formal de
entidades e de instituições que efetivamente representem os interesses
gerais da coletividade ou que expressem os valores essenciais e relevantes
de grupos, classes ou estratos sociais. Em suma: a regra inscrita no art.
7º, § 2º, da Lei nº 9.868/99 - que contém a base normativa legitimadora
da intervenção processual do amicus curiae - tem por precípua finalidade
pluralizar o debate constitucional.
368
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
369
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
I – O Presidente da República;
II – A Mesa do Senado Federal;
III – A Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – A Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal;
V – O Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI – O Procurador-Geral da República;
VII – O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII – Partido político com representação no Congresso Nacional;
IX – Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Obs.: quanto à entidade de classe de representação no âmbito nacional, há
necessidade de representação pelo menos em 9 unidades da federação, cons-
tituída pelo menos há 1 ano. (BRASIL, 1988, www.planalto.gov.br).
370
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
39.5 QUESTÕES
Exame de Ordem IV
QUESTÃO 1
371
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Gabarito comentado:
Exame de Ordem X
QUESTÃO 2
Lei do Estado “Y”, editada em abril de 2012, com base no Art. 215, § 1° da
Constituição da República, regulamenta a chamada rinha de galo, prática popu-
lar onde dois galos se enfrentam em lutas e espectadores apostam no galo que
acreditam ser o vencedor.
Comumente, os dois galos saem com muitos ferimentos da contenda, e
não raras vezes algum animal morre ou adquire sequelas permanentes que re-
comendam seu abate imediato. A Associação Comercial do Estado “Y” ajuíza
ADIn no STF em que pleiteia a declaração de inconstitucionalidade da referida
lei estadual.
Em defesa da norma, parlamentar que votou pela sua aprovação, diz, em
entrevista a uma rádio local, que a prática da conhecida briga de galos é comum
em várias localidades rurais do Estado “Y”, ocorrendo há várias gerações. Além
do mais, animais, especialmente aves, são abatidos diariamente para servir de
alimento, o que não ocorreria com as aves destinadas para as rinhas.
Responda justificadamente aos questionamentos a seguir, empregando os
argumentos jurídicos apropriados e apresentando a fundamentação legal perti-
nente ao caso.
A) Quanto ao mérito do pedido, é cabível a declaração de inconstitucionali-
dade da lei do Estado “Y”, que regulamenta a chamada rinha de galo? (Valor:0,65)
B) Há regularidade na legitimidade ativa da ação? (Valor:0,60)
Gabarito comentado:
A) Em que pese a Constituição dispor que o Estado protegerá as mani-
festações das culturas populares, há norma expressa que proíbe práticas que
submetam os animais à crueldade. O caso é de aplicação do art. 225, § 1°, VII
da Constituição da República. Pelo princípio da unidade da Constituição e/ou o
princípio da especialidade, não é possível que o Estado proteja manifestações
372
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
culturais que submetam animais à crueldade. Precedentes do STF: ADI 3776, ADI
1856 e ADI2514.
LEMBRAR!
As ações do controle concentrado não admitem desistência, pois
vigora o princípio da indisponibilidade.
Foro competente é o STF (originária).
• Autores legitimados estão previstos taxativamente na Constituição.
• Não existe lide no caso concreto.
• Não se admite intervenção de terceiros.
• Efeito erga omnes.
• Eficácia imediata da decisão.
• Inexiste prescrição ou decadência.
373
40
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
AÇÃO DIRETA
DE
INCONSTITUCIONALIDADE
(GENÉRICA)
40.1 Objeto
O objeto da não recai somente sobre a lei stricto sensu, podendo ser objeto
qualquer ato normativo que tenha as características de abstração e generalida-
de, buscando garantir a segurança das relações jurídicas e retirar qualquer lei
ou ato normativo federal ou estadual que seja violador da ordem constitucional.
Assim, refere-se às espécies descritas no art. 59 da CF, bem como atos normati-
vos, a exemplo dos regimentos internos dos Tribunais.
374
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Lembrar:
40.4 Procedimento
375
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
376
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
377
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
40.7 Decisão
De acordo com o art. 125, §2°, da CF/88: “Cabe aos Estados a institui-
ção de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos esta-
duais ou municipais em face da Constituição Estadual...” O julgamento será pelo
respectivo Tribunal de Justiça.
378
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
• Lei Estadual poderá ser atacada via ADI (STF) no caso de viola-
ção à CF, bem como à Constituição Estadual; poderá ser interposta no
Tribunal de Justiça. Nesses casos, segundo jurisprudência do STF, deci-
de-se, primeiramente, no nível estadual – no tribunal de justiça local,
e, posteriormente, no STF, caso a decisão do TJ viole à Constituição – o
meio é o RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO STF.
379
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
40.8 QUESTÕES
EXAME DE ORDEM XV
QUESTÃO 1
380
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Gabarito comentado:
PEÇA PROFISSIONAL
O Tribunal de Justiça do Estado J julgou improcedente ADIn proposta pelo
Prefeito do município W, tendo o acórdão declarado constitucional norma da lei
orgânica municipal que dispôs que o Prefeito e o Vice-Prefeito não poderiam au-
sentar-se do país, por qualquer período sem autorização da Câmara Municipal.
No prazo recursal, foram ofertados embargos declaratórios, improvidos. Contra-
tado como advogado pelo Prefeito do Município, após a decisão proferida nos
embargos declaratórios, apresente a peça cabível.
Gabarito comentado:
O tema apresentado diz respeito à aplicação do princípio da simetria aos
afastamentos determinados por legislação municipal, tendo em vista as regras
constitucionais pertinentes ao Presidente da República. Do acórdão prolatado
pelo Tribunal de Justiça em julgamento de ADIn de lei municipal, cabe recurso
extraordinário, por quebra do princípio da simetria constitucional ao STF. Apli-
cável ao caso as regras do art. 29, caput (art. 29. O Município reger-se-á por
lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
381
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Atenção
382
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
40.10 QUESTÕES
Peça prático‐profissional
383
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Gabarito comentado:
384
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
385
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Gabarito comentado:
386
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
387
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
ITEM PONTUAÇÃO
Cabimento da ADIn
(a) A despeito de se tratar de um Decreto, não se tra-
ta de ato de regulamentação da lei, mas sim de ato 0,0 – 0,40
normativo primário, que inova na ordem jurídica.
(b) O Decreto representa direta violação ao princípio
da separação de poderes e ao princípio da legalida-
0,0 – 0,40
de, e porá em risco a graduação de milhares de ba-
charéis.
Fundamentação para a pretensão de anulação:
1. violação ao princípio da separação de poderes
(0,40), previsto no art. 2º da CF (0,10); 0,0 – 0,40 –
Obs.: a simples menção do dispositivo legal não pon- 0,50
tua
2. violação ao princípio da legalidade (0,40), previsto
no art. 5º, inciso II OU no art. 37 OU art. 84, inciso IV,
todos da CF (0,10); 0,0 – 0,40 –
Obs.: a simples menção do dispositivo legal não pon- 0,50
tua
3. violação da norma da liberdade do exercício pro-
fissional (0,40), prevista no artigo 5º, inciso XIII da
CF (0,10); 0,0 – 0,40 –
Obs.: a simples menção do dispositivo legal não pon- 0,50
tua
388
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
1) DOS FATOS
389
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
2) DO DIREITO
2.1) Competência do STF. Conforme art. 102, inciso I, alínea “a”, compete
ao STF a apreciação de ato normativo Estadual que violar à Constituição, ca-
bendo-lhe a guarda da Constituição Federal, contra ato normativo Estadual e
Federal.
2.4) Cabimento
A Lei Estadual ..., criou uma tabela para fixar os preços a serem cobrados
em estacionamentos privados. A referida Lei Estadual, ofende o artigo 1º da CF,
que explicita a livre iniciativa como um dos fundamentos da República brasileira;
O artigo 5º, inciso XXII da CF, que garante o direito fundamental à Propriedade; O
artigo 170 da CF, que assegura a ordem econômica, observando o princípio da
propriedade privada. Nos termos do artigo 22, inciso I, da CF, é de competência
privativa da União, legislar sobre direito civil.
3) DO PEDIDO
390
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Local..., data...
Advogado...
OAB...
391
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
392
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
393
41
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
AÇÃO DIRETA
DE
INCONSTITUCIONALIDADE
POR OMISSÃO
394
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
395
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
41.1 Objeto
396
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Atenção
41.4 Procedimento
397
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
[...]
398
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
399
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Bairro..., Cidade..., Estado..., por seu procurador inscrito na OAB n° ..., pro-
curação em anexo, endereço eletrônico..., com escritório profissional situado na
400
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., onde recebe intimações, vem, respeito-
samente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 102, inciso
I, alínea “a” da Constituição Federal, para propor AÇÃO DIRETA DE INCONSTITU-
CIONALIDADE POR OMISSÃO, em face do CONGRESSO NACIONAL, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:
1) DOS FATOS
2) DO DIREITO
401
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
3) DOS PEDIDOS
Local..., data...
Advogado...
OAB..
402
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
41.6 QUESTÕES
Gabarito comentado:
403
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Local e data
Advogado/OAB
ITEM PONTUAÇÃO
Endereçamento: STF (0,10). 0,00 / 0,10
Legitimação ativa: Partido Político com representação no 0,00 / 0,10
Congresso Nacional (0,10).
Legitimação Passiva: Congresso Nacional (0,10). 0,00 / 0,10
Fundamentação: da legitimidade ativa – a legitimidade ati-
va e universal do partido político para a propositura da pre-
sente ação (0,60) encontra assento no art. 103, inciso VIII, 0,00 / 0,60 / 0,70
da CF/88. (0,10);
Provas
Requer a produção de todas as provas admitidas em direi-
to (0,20), na forma do Art. 14, parágrafo único, da Lei nº 0,00/0,20 /0,30
9.868/99. (0,10)
404
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
42
AÇÃO
DECLARATÓRIA DE
CONSTITUCIONALIDADE –
ADC/ADECON
Introduzida pela Emenda Constitucional nº 03/93 e aperfeiçoada
pela Emenda Constitucional nº 45/04 – com a finalidade declarar a constitucio-
nalidade de atos normativos federais em face da Constituição –, tornando caso
julgado procedente.
42.1 Objeto
Atenção
A palavra-chave, quando se trata de ADC, será sempre a relevante
controvérsia judicial, ou seja, deve pairar incertezas, dúvidas ou con-
trovérsias no âmbito judicial.
405
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
42.4 Procedimento
42.5 Fundamento
42.6 QUESTÕES
406
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Gabarito comentado:
407
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
• Declaração de constitucionalidade.
1) DOS FATOS
408
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
2) DO DIREITO
a) Da Legitimidade ativa
O Partido Político com representação no Congresso Nacional é legitimado
universal, conforme artigo 103, inciso VIII da Constituição Federal, para propo-
situra de Ação Declaratória de Constitucionalidade.
b) Pertinência Temática
c) Documentos Necessários
e) Da Medida Cautelar
f) Da competência
409
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
f) Por fim, que a presente demanda seja julgada procedente, com a ideia
de resolver a controvérsia judicial entre os tribunais, para que seja declarada
constitucional a Lei Federal nº ..., artigo ..., com efeito erga omnes, vinculante,
ex tunc, nos termos do artigo 102, parágrafo 2º, da CF e artigo 28, parágrafo
único da Lei nº 9.868/99.
Advogado ...
OAB ...
EXAME DE ORDEM XX
PEÇA PROFISSIONAL
410
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Gabarito comentado:
A peça adequada nesta situação é a petição inicial de Arguição de Des-
cumprimento de Preceito Fundamental, que deve ser endereçada ao STF, órgão
judicial competente para processar e julgar a referida ação, conforme o Art. 102,
§ 1º, da CF/88 c/c o art. 1º da Lei nº 9.882/99. O examinando deve indicar a
legitimidade do partido político, que possui representação no Congresso Nacio-
nal, na forma do Art. 2º, inciso I, da Lei nº 9.882/99 c/c o Art. 103 da CRFB/88.
O examinando deve justificar o cabimento da ADPF como única ação de
controle concentrado de constitucionalidade cabível contra norma municipal e
anterior à CF/88, na forma do Art. 1º, parágrafo único, inciso I, e do Art. 4º, § 1º,
ambos da Lei nº 9.882/99. O examinando deve indicar o ato municipal impug-
nado (Art. 11 e Art. 12 da Lei Orgânica do Município Alfa). O examinando deve
indicar e demonstrar justificadamente os preceitos fundamentais da CRFB/88
violados, quais sejam:
411
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
ITEM PONTUAÇÃO
Legitimidade
1. Partido político que possui representação no Congres-
so Nacional (0,20), na forma do Art. 2º, inciso I, da Lei
0,00 / 0,20 / 0,30
nº 9.882/99 OU o Art. 103, inciso VIII, da CF/88 (0,10).
Objeto
Indicação do ato municipal impugnado (Arts. 11 e 12
0,00 / 0,10 / 0,20
da Lei Orgânica do Município Alfa) (0,20)
Pedidos
1. Pedido liminar: sustar a eficácia do Art. 11 e, por
consequência, suspender o trâmite da representação
por crime de responsabilidade oferecida em desfavor 0,00 /0,20
do Prefeito. (0,20)
412
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Fechamento da peça:
0,00 / 0,10
Local..., Data..., Advogado... e OAB... (0,10)
Uma lei estadual foi objeto de ADI ajuizada junto ao STF. Supondo que o
Tribunal tenha se pronunciado, neste caso, pela inconstitucionalidade parcial
sem redução de texto, explique o conceito acima, apontando quais os efeitos da
declaração de inconstitucionalidade nesse caso.
Gabarito comentado:
Item Pontuação
O conceito de inconstitucionalidade parcial sem redução de 0 / 0,5
texto
Efeitos – eficácia contra todos e efeito vinculante 0 / 0,5
413
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
O Conselho Federal da OAB ajuizou, junto ao STF, ADI, tendo por objeto um
artigo de uma lei federal em vigor desde 2005, sendo manifesta a pertinência
temática do dispositivo impugnado com o exercício da advocacia. O STF en-
tende que o referido dispositivo legal é inconstitucional, mas por fundamento
distinto do que fora apresentado pelo Conselho Federal da OAB na ADI, tendo
o STF inclusive declarado a inconstitucionalidade desse mesmo dispositivo no
julgamento de um caso concreto, em Recurso Extraordinário (RE).
Com base nas informações acima, responda:
I. o STF pode julgar a ADI procedente a partir de fundamento diverso do
que fora apresentado pelo Conselho Federal da OAB? Justifique.
II. o STF pode julgar a ADI procedente em relação também a outro dis-
positivo da mesma lei, mesmo não tendo este dispositivo sido objeto da ADI?
Justifique.
Gabarito comentado:
414
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Gabarito comentado
A Emenda Constitucional nº 3/93, ao criar a ação declaratória de constitu-
cionalidade, não atribuiu legitimidade ativa aos mesmos que poderiam ajuizar
a ADI, de modo que o partido político com representação no Congresso Nacio-
nal poderia ajuizar apenas esta, mas não aquela. A Emenda Constitucional nº
45/2004, relativa à Reforma do Poder Judiciário, alterou o art. 103, estabele-
cendo que todos aqueles que podem propor a ação de inconstitucionalidade
(ADI) podem também ajuizar a ação de constitucionalidade (ADC). Embora o art.
103 não faça qualquer discriminação entre os legitimados para a propositura
das ações, a jurisprudência do STF é pacífica no sentido de que alguns dos le-
gitimados só podem ajuizar ADI ou ADC se demonstrarem pertinência temática
com a lei ou ato normativo objeto da ação. Estes são denominados legitimados
especiais (art. 103, IV, V e IX), ao passo que aqueles que não precisam demons-
trar pertinência temática são chamados de legitimados universais (art. 103, I,
II, III, VI, VII e VIII). O partido político, no entanto, é um dos legitimados univer-
sais, não sendo necessário demonstrar pertinência temática para poder ajuizar a
ação. Quanto à representação no Congresso Nacional, embora se refira a órgão
bicameral, abrangendo Câmara dos Deputados e Senado Federal, o STF tem anti-
ga jurisprudência no sentido de que basta a representação em uma das Casas do
Congresso para que se possa afirmar que o partido político tem representação
no Congresso Nacional. Desse modo, não há dúvida de que o partido político em
questão pode ajuizar a ADI.
Quanto à possibilidade de uma lei declarada constitucional em ADC ser obje-
to de ADI, a doutrina é pacífica no sentido de que isso é possível, uma vez que não
reconhecer esta possibilidade implicaria afirmar que o STF, após haver declarado
a constitucionalidade de uma lei, jamais poderia mudar seu entendimento, ainda
que estivesse disso convencido. O STF poderá, por motivos de segurança jurídica,
declarar a inconstitucionalidade com efeito não retroativo ex nunc ou determinar
uma data a partir da qual a lei deveria ser considerada inconstitucional, mas não
415
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
há obrigatoriedade nesse sentido, não havendo nada que impeça o STF de decla-
rar a inconstitucionalidade com efeito retroativo (ex tunc).
Exame de Ordem X
QUESTÃO 3
Gabarito comentado
A) Há diversas inconstitucionalidades formais. Inicialmente a PEC não
poderia ser apresentada por 10% dos Deputados Federais, já que, segundo o Art.
60, I da Constituição, só pode ser emendada por proposta de, no mínimo, um
terço dos membros da Câmara dos Deputados. A proposta deveria ser aprovada
por três quintos dos membros de cada casa do Congresso Nacional (Art. 60, §
2º da Constituição), e não pela maioria absoluta dos Deputados e Senadores.
Por fim, não cabe sanção ou veto de proposta de emenda à Constituição, pois,
conforme art. 60, § 3º da Constituição, as emendas deverão ser promulgadas
pelas Mesas da Câmara e do Senado. Materialmente, também há inconstitucio-
nalidade, uma vez que o teor da proposta, ao submeter todas as decisões do
STF, no controle abstrato, ao crivo do Congresso Nacional, é atentatório contra
a cláusula pétrea da separação dos poderes (Art. 60, § 4º, III da Constituição),
416
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
417
43
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
ARGUIÇÃO
DE
43
DESCUMPRIMENTO
DE PRECEITO
FUNDAMENTAL – ADPF
A ADPF na CF/88.
CF/88: art. 102, par. único, Emenda Constitucional nº 3/93, para
§1º: “A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta
Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei”.
Regulada pela Lei nº 9.882/99.
OBS.: foi considerada norma de eficácia limitada do art.
102, §1º, CF/88 – até sua regulamentação 9.882
418
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
43.1 Objeto
Inconstitucionalidade x Descumprimento
(apenas atos normativos) (quaisquer atos do Poder Público)
Tavares (2012)
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CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
420
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
421
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
Art. 4º [...]
§ 1º Não será admitida arguição de descumprimento de preceito
fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a
lesividade.
422
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
43.6 Procedimento
ATENÇÃO!
423
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
424
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
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plo, constituir uma banca presencial, ou mesmo fazer a avaliação por fotos.
Fundamental é que se realize de uma forma que respeite a dignidade humana,
preservando o candidato.
Importante: o candidato que concorrer à vaga por cotas também poderá
concorrer à vaga geral, caso não obtenha a aprovação por cotas, e sim pela vaga
geral, sua vaga de cotas será destinada a outro candidato, assumindo ele a vaga
geral. Caso algum candidato que tenha sido aprovado por cotas desista da vaga,
ela deverá ser destinada ao preenchimento novamente pelas cotas.
STF informativo: “Assim, acrescentou que é legítima a utilização de crité-
rios subsidiários de heteroidentificação para concorrência às vagas reservadas.
A finalidade é combater condutas fraudulentas e garantir que os objetivos da
política de cotas sejam efetivamente alcançados, desde que respeitada a digni-
dade da pessoa humana e assegurados o contraditório e a ampla defesa. Citou,
como exemplos desses mecanismos, a exigência de autodeclaração presencial
perante a comissão do concurso, a apresentação de fotos e a formação de co-
missões com composição plural para entrevista dos candidatos em momento
posterior à autodeclaração. A reserva de vagas vale para todos os órgãos e,
portanto, para todos os Poderes da União. Os Estados e os Municípios não estão
obrigados por essa lei, mas serão consideradas constitucionais as leis estaduais
e municipais que adotarem essa mesma linha. Quanto aos critérios de alternân-
cia e proporcionalidade na nomeação dos candidatos, o Plenário exemplificou
a forma correta de interpretar a lei. No caso de haver 20 vagas, quatro seriam
reservadas a negros, obedecida à seguinte sequência de ingresso: primeiro co-
locado geral, segundo colocado geral, terceiro colocado geral, quarto colocado
geral, até que o quinto convocado seria o primeiro colocado entre os negros, e
assim sucessivamente. Dessa forma, evita-se colocar os aprovados da lista geral
primeiro e somente depois os aprovados por cotas.”
43.9 QUESTÕES
426
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Gabarito comentado:
427
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428
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
I – DOS FATOS
O Prefeito Municipal Alfa procurou o Partido Político Beta com representa-
ção no Congresso Nacional para pedir auxílio em relação à Lei Orgânica Muni-
cipal, tendo em vista que seus artigos 11 e 12, estão em dissonância com a CF.
II – DO DIREITO
II.a – DA COMPETÊNCIA
Compete ao STF julgar descumprimento de preceito fundamental que, nes-
te caso, refere-se à norma anterior à CF/88 e de Lei Municipal que afronta con-
teúdo constitucional, caberá ao STF, exercendo nesse caso seu papel de guar-
dião da Constituição, conforme artigo 102, parágrafo 1º da CF.
429
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
II.d – DA VIOLAÇÃO
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DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria, prática, peças e modelos processuais
Local, data.
Advogado
OAB
431
CAROLINE MÜLLER BITENCOURT E JANRIÊ RODRIGUES RECK
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