Você está na página 1de 3

Transmissão automática

A função de uma transmissão automática ou hidráulica consiste em atuar, como uma


embreagem automática, entre o motor e a caixa de mudanças. Permite que o motor
trabalhe com o automóvel parado e começa a transmitir suave e progressivamente
a energia mecânica quando o motorista acelera o motor, comprimindo o acelerador.

Este sistema compõe-se de duas partes rotativas principais: um impulsor – a bomba


– acionado pelo motor, e uma turbina que aciona a caixa de mudanças. Cada uma
destas partes tem a forma de uma calota esférica e contém um certo número de
divisórias radiais, as pás. As duas calotas estão alojadas, voltadas uma para a outra,
num cárter cheio de óleo e separadas por um pequeno espaço para evitar qualquer
contato entre si.

A forma básica de transmissão hidráulica, conhecida como embreagem hidráulica, é


utilizada em vez das embreagens de fricção, em automóveis com caixas de câmbio
pré seletivas. Consiste, essencialmente, numa bomba e numa turbina entre as quais
o óleo circula enquanto o motor está em funcionamento.

Quando o motor trabalha ao ralenti, o óleo é expelido pela bomba, devido à força
centrífuga. Este óleo é atirado pelas pás para a turbina, que permanece parada, visto
a força do óleo não ser suficiente para move-lo. Quando o motorista acelera, a
velocidade da bomba aumenta e o torque resultante do movimento mais rápido do
óleo torna-se suficientemente elevado para vencer a resistência da turbina, que
começa a rodar e põe o automóvel em movimento. Após ter transmitido energia à
turbina, o óleo volta à bomba, repetindo-se então o ciclo. Se a velocidade do motor
continuar a aumentar, a diferença entre as velocidades de rotação da bomba e da
turbina diminuirá gradualmente até se reduzir o escorregamento a cerca de 2%.
Numa embreagem hidráulica o torque aplicado à turbina nunca pode exceder o que
é transmitido à bomba, o que constitui uma limitação.

Os automóveis com transmissão automática utilizam, na sua maioria, um conversor


do torque. Um aumento do torque equivale a uma mudança para uma velocidade
mais baixa; um conversor do torque constitui, assim, um redutor de velocidade que
age como um conjunto extra de engrenagens, antes de a ação do motor se fazer
sentir na caixa de mudanças.

Tal como a embreagem hidráulica, o conversor apresenta uma bomba acionada pelo
motor e uma turbina que está ligada ao eixo primário da caixa de câmbio. Pode
fornecer um torque mais elevado do que o gerado pelo motor, já que apresenta
também, entre a bomba e a turbina, uma pequena roda com pás designada por reator
ou estator. Um dispositivo de engate de um só sentido fixa o reator ao cárter da caixa
de câmbio quando o número de rotações é baixo.
Numa embreagem hidráulica, o óleo procedente da turbina tem tendência a diminuir
a velocidade da bomba. No conversor, porém, as pás do reator, quando este está
engatado, dirigem o óleo segundo uma trajetória mais favorável.

Durante o arranque, o conversor chega a duplicar o torque aplicado à caixa de


câmbio. À medida que o motor aumenta de velocidade, este aumento de 2:1 do
torque vai sendo reduzido até que, à velocidade de cruzeiro, não se verifica qualquer
aumento. O óleo faz então girar o reator à mesma velocidade da turbina, passando
o conversor a atuar como uma embreagem hidráulica, com o reator girando como
“roda livre” e sem qualquer efeito de aumento de torque. Nem a embreagem
hidráulica e nem o conversor podem ser desembreados pelo motorista. Por
conseguinte, são normalmente utilizados em conjunção com vários tipos de
transmissão epicicloidal, que permitem efetuar as mudanças de velocidade sem
desengatar o motor. Mudanças de velocidades sem pedal de embreagem.

Você também pode gostar