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12b1 - Ritmos Sulistas - Chula e Fandango

CHULA

A chula é uma dança e tipo de canção de origem portuguesa, já referida em fins do século XVII. Como dança, sua existência no
Brasil está documentada pelo menos desde o princípio do século XIX.
Os autores veem-na ora como dança singular, ora como música destinada a várias danças populares. Quando é dança singular, o
único dançarino tira aquele que o substitui, e assim sucessivamente, até que chega a vez do tocador, quando termina a dança.

A chula se liga entre nós à noção de dança violenta, lasciva, sapateada, requebrada, acompanhada de palmas, e em que costuma
aparecer também a umbigada.

A chula-dança mantém-se no Rio grande do Sul, executada preferencialmente por homens, numa coreografia agitada e difícil. Na
Bahia, chula designa genericamente as toadas alegres e vivas e se canta, como refrão, em ternos e ranchos-de-reis.

Como o lundu, de onde provém, evoluiu de dança para canção solista, na forma de um sambinha em frase regular e repetida por
vezes. No Crato CE, chula é apenas um canto, algo como uma embolada, ao som do qual as mulheres dançam sambas.

Em São Paulo, a chula foi registrada como dança de fandango: os pares não se enlaçam nem se tocam, o cavalheiro fica chulando
diante de sua dama, que requebra enquanto ele se contorce até encostar os joelhos no chão.

A chula-canção, nos exemplos conhecidos, apresenta a alternância do ritmo sincopado afro-brasileiro, com séries de valores iguais
(geralmente semicolcheias), muitas vezes construídas sobre um único som. Ainda é frequente apresentar alguns desenhos
melódicos nitidamente portugueses, lembrando sua origem.

É acompanhada por violões, e a chula-dança, por violão, cavaquinho, viola, pandeiros, castanholas ou imitação delas com os
dedos. Alguns autores incluem ainda, no instrumental, o ganzá e o caxambu.

A chula no Rio Grande

A chula caracteriza-se pela agilidade do sapateio do peão ou de diversos peões, em disputas. A masculinidade da dança, num
desempenho solitário, sapateando sobre uma lança estendida no salão, retrata a imponência do peão, forjada pelas intempéries
das campanhas e a coragem das lutas, na guarda de seu chão.

A chula serviu de verdadeiro tira-teima, entre peões, nas tropeadas de mulas e cavalos da Capitania de São Pedro do Rio Grande
do Sul para São Paulo. Tudo era decidido na agilidade dos sapateios, sob a expectativa dos companheiros.

DOBRADO

No Brasil, a palavra dobrado é usada para indicar um subgênero das marchas militares, muito popular entre as bandas militares do
país. Surgiu também no Brasil o chamado dobrado sinfônico, um tipo de peça escrita para bandas de música e bandas sinfônicas
com contrapontos e um plano dinâmico bem mais trabalhados que os dobrados comuns.
FANDANGO
Fandango é uma dança em pares conhecida em Espanha e Portugal desde o período Barroco caracterizada por movimentos vivos
e agitados, com certo ar de exibicionismo, em ritmo de 3/4, muito frequentemente acompanhada de sapateado ou castanholas e
seguindo um ciclo de acordes característico (lá menor, sol maior, fá maior, mi menor).

Fandango no Brasil
O termo fandango, no Brasil, se aplica a dois grandes grupos de folguedos populares:

1) o auto marítimo do ciclo natalino, encontrado em alguns estados nordestinos (ver Fandango (Nordeste do Brasil))

2) o baile sulista, encontrado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo
Em 2011 o Fandango foi agraciado, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como o primeiro bem imaterial do sul
do Brasil por suas características particulares das culturas que colonizaram as regiões do litoral sul paulista e paranaense.

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