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Entrevista: Luiz Paulo Sant’anna - Grupo Equipav/Renuka do Brasil

Ribeirão Preto SP
Novembro - 2010
Ano 3 - Nº 31
R$ 16,90

Usina São Domingos


próxima da perfeição

Lançado o Guia de Compras do


Setor Sucroenergético 2010

Tecnologias que ampliam

SOB OS
a oferta de bioeletricidade

Os 25 anos da Udop

HUMORES
DO CLIMA
A Datagro, de Plínio e Guilherme Nastari,
divulga seu primeiro parecer sobre a safra
2011/12, deverá ser 5% superior ou inferior à
produção de 2010/11. Vai depender do clima REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 1
2 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010
Carta ao leitor

Expediente
Quem matou o Saulo?
Diretores: Plínio César e Marco Baldan o início deste mês de outubro, a no-
Gerente de Comunicação: Fábio Soares Rodrigues
Gerente Administrativo: Luis Paulo G. de Almeida
Gerente Financeiro: Paulo César
Consultor Técnico: Neriberto Simões N vela “Passione”, exibida às 21 ho-
ras pela Rede Globo de televisão,
mostrou que a fábrica de bicicletas da fa-
mília Gouvêa - liderada na trama por Fer-
Redação nanda Montenegro, interpretando Beth Gou-
Editora Chefe: Luciana Paiva
Reportagem: Caio Campanhão, Delcy Mac Cruz vêa - fará um lançamento de bicicleta com
(freelancer), Luciana Paiva, Renato Anselmi (free- plástico verde, produzido a partir da cana-
lancer) e Rogério Barros (freelancer)
Colaboraram com essa edição: de-açúcar. Trata-se da nova tecnologia de-
Amanda Bermudes, Bruno Wanderley de Freitas,
Bryan Manuel Julca-Briceño, Carlos Alberto Barrento senvolvida pela Braskem. O nome da fa-
Filho, Carmem Ruete de Oliveira, César Diniz, Daniel
Coelho Barbosa, Daniela Rodrigues, Fábio Soares bricante não foi citado, mas o personagem
Rodrigues, Luis Fernando Baldan, Marco Antonio Mauro - vivido na trama pelo ator Rodrigo
Conejero, Marcos Fava Neves, Neriberto Simões,
Plínio Nastari e Renato Cunha Lombardi, presidente da fábrica de bicicle-
Editor Gráfico: Thiago Gallo
Arte/Web: Caio Ingegneri e Murilo Pascoal tas - conversava sobre o lançamento com
Publicidade: Faber Fideles (16) 8824 1493 sua namorada, vivida por Carolina Dieck-
faber@pcebaldan.com.br mann, a Diana. Os personagens destacaram
Luis Fernando (16) 9141 7528
luisfernando@pcebaldan.com.br a ação sustentável dessa tecnologia, mos-
Marcos Renato (16) 9761 4447
marcosrenato@pcebaldan.com.br traram como é esse plástico e, mais que uma vez, salientaram que a matéria-prima é
Marco Baldan
marco@pcebaldan.com.br a cana-de-açúcar.
Nilson Ferreira (16) 8823 0605 Por meio dessa ação de merchandising a cana ocupou espaço no horário no-
nilson@pcebaldan.com.br
Plínio César bre, juntamente com a loja de departamentos C&A, a TetraPak, a empresa de cosméti-
plinio@pcebaldan.com.br
cos Natura, a rede de cartão de crédito Cielo e até da fabrica de bicicletas Houston, lá
Assinaturas:
assinaturas@pcebaldan.com.br do Piauí, que investiu R$ 6 milhões em uma participação mais constante em Passione.
Eventos:
O objetivo da Houston é tirar a Caloi da liderança no mercado brasileiro de bicicletas.
eventos@pcebaldan.com.br Atualmente a Houston ocupa a segunda posição, produz 650 mil bicicletas por ano e
Contatos com a redação: tem um faturamento de R$ 105 milhões.
caioc@pcebaldan.com.br
luciana@canamix.net Segundo as empresas participantes, o investimento em merchandising em no-
reportagem@pcebaldan.com.br vela é altamente compensador e não há dúvidas de que o resultado vale o maior valor
Impressão: pago pela inserção na trama. Uma simples citação na novela Passione custa cerca de
São Francisco Gráfica e Editora
R$ 950 mil, bem mais que um tradicional comercial de 30 segundos, que sai por cer-
Tiragem:
10.000 exemplares ca de R$ 450 mil.
Auditoria (tiragem e distribuição):
O motivo para a cobrança de um valor mais alto se deve ao fato de que as ações de
merchandising em meio às cenas registram mais audiência que a das campanhas publi-
citárias nos intervalos comerciais, além de ajudar a formar opinião. Além da emissora, no
Outras publicações da PC & Baldan merchan, o autor e o ator envolvido na ação também ganham um percentual. A estimati-
Guia Oficial de compra do Setor Sucroenergético va é de que os anunciantes paguem cerca de 15% do va-
Revista Panorama Rural
Portal Direto da Usina lor total da ação ao ator, que irá interagir com o produto,
PC & Baldan Consultoria e Marketing e ao autor, que irá escrever o texto da cena.
Av. Independência, 3262
CEP 14025-230 - Ribeirão Preto - SP Quem sabe se antes de o final da Passione, en-
(16) 3913 2555 quanto o público se agita para descobrir quem matou o
www.canamix.com.br
www.pcebaldan.com.br personagem Saulo, aconteça outro merchan do plásti-
Artigos assinados, mensagens publicitárias e o co verde, já apresentando a bicicleta ecológica e, com
caderno Marketing Canavieiro refletem ponto de vista
dos autores e não expressam a opinião da revista. isso, a cana-de-açúcar volte a ter seus segundos de Luciana Paiva - Editora
É permitida a reprodução total ou parcial
dos textos, desde que citada a fonte. fama em horário nobre. luciana@canamix.net

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 3


Guia de Compras SA Anunciantes desta edição
104 TRELLEBORG WHEEL SYSTEM ......................... (14) 3269 3600 CORRENTES TRANSPORTADORAS
PG ÁREA ADMINISTRATIVA FONE 132
PNEUS - VULCANIZAÇÃO
PNEU FORTE JABOTICABAL .............................. (16) 3289 6037
5
65
GENERAL CHAINS ............................................. (19) 3417 2800
PROLINK ........................................................... (19) 3423 4000
ADVOCACIA - JURÍDICA E TRIBUTÁRIA ROLAMENTOS AGRÍCOLA DIFUSORES
111 PERSONALITY ASSESSORIA ............................. (11) 2594 2295 31 KOYO ................................................................ (11) 3887 9173 15 BAZICO TECNOLOGIA ........................................ (11) 3013 3107
CONSULTORIA - ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL SOFTWARES DE GESTÃO DISPERSANTES
109 ABRAHAMS EXECUTIVE .................................... (11) 2507 2045 52 BIOSALC ........................................................... (16) 3913 0760 55 PRODUQUÍMICA ................................................ (16) 3625 2627
15 BAZICO TECNOLOGIA ........................................ (11) 3013 3107 98 MARKANTI TECNOLOGIA................................... (16) 3941 3367 ENERGIA - CONSTRUÇÃO DE SUBESTAÇÕES
111 PERSONALITY ASSESSORIA ............................. (11) 2594 2295 52 TRUST AGRO .................................................... (16) 2111 4250 72 MONRIBE .......................................................... (16) 3434 4000
109 SERTARH .......................................................... (11) 5506 0333 TERMINAIS HIDRÁULICOS ENERGIA - EQUIPAMENTOS PARA GERAÇÃO E COGERAÇÃO
EDITORAS, LIVROS E REVISTAS 103 ATA - ANTONIOSI .............................................. (16) 3384 8000 15 BAZICO TECNOLOGIA ........................................ (11) 3013 3107
35 PANORAMA RURAL .......................................... (16) 3913 2555 TRANSBORDOS 97 FLUID BRASIL ................................................... (11) 3378 7500
ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO 103 ATA - ANTONIOSI .............................................. (16) 3384 8000 ENGENHARIA E PROJETOS - CONSULTORIA INDUSTRIAL
27 AGILY RENTAL .................................................. (62) 3941 4175 106 DMB .................................................................. (16) 3946 1800 72 MONRIBE .......................................................... (16) 3434 4000
ENTIDADES E ASSOCIAÇÕES TRATORES 65 PROLINK ........................................................... (19) 3423 4000
93 BIOSUL ............................................................. (67) 3324 3499 104 JOHN DEERE ..................................................... (19) 3202 5700 89 SUGARSOFT...................................................... (19) 3402 3399
FEIRAS, SIMPÓSIOS E EVENTOS 106 MASSEY FERGUSON .......................................... 0800 704 4198 ENGENHARIA E PROJETOS - EQUIPAMENTOS
113 AG CONNECT .................................................+1 414 274 0669 TRATORES - PEÇAS E SERVIÇOS 97 FLUID BRASIL ................................................... (11) 3378 7500
119 FEICANA ........................................................... (18) 3624 9655 29 BOWKERS ......................................................... (16) 3323 1500 5 GENERAL CHAINS ............................................. (19) 3417 2800
125 MULTIPLUS - FORIND NE .................................. (16) 2132-8936 21 MECAT .............................................................. (62) 3503 1155
106 MASSEY FERGUSON .......................................... 0800 704 4198
99 MULTIPLUS - SUCRONOR ................................. (16) 2132-8936 72 MONRIBE .......................................................... (16) 3434 4000
TUBULAÇÕES ENZIMAS E LEVEDURAS
43 RIBEIRÃO CANA INVEST.................................... (16) 3913 2555 73 JATINOX ............................................................ (11) 2172 0405 61 BETABIO 45....................................................... (11) 3848 2900
GESTÃO DE BENEFÍCIOS E INCENTIVOS TRABALHISTAS 19 KROMINOX ........................................................ (11) 2126 0622 EPI - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
109 SERTARH .......................................................... (11) 5506 0333 TUBULAÇÕES - PRFV E RPVC 13 ANSELL ............................................................. (11) 4976 9615
INFORMÁTICA - HARDWARE 47 EDRA ................................................................ (19) 3576 9300 69 X5 EPI´S ........................................................... (11) 3586 8700
106 RIBERTEC ......................................................... (16) 3931 2303 59 VETRO .............................................................. (16) 3343 1556 FILTROS INDUSTRIAIS
RECURSOS HUMANOS - CONSULTORIA VEÍCULOS DE APOIO 83 ANDRITZ ........................................................... (47) 3387 9100
109 ABRAHAMS EXECUTIVE .................................... (11) 2507 2045 2 FIAT ................................................................... 0800 707 1000 21 MECAT .............................................................. (62) 3503 1155
109 SERTARH .......................................................... (11) 5506 0333 VEÍCULOS E UTILITÁRIOS FIOS ELÉTRICOS
SEGURADORA 104 ERALDO CAMINHÕES........................................ (16) 3968 3400 77 CORDEIRO ........................................................ (11) 4674 7400
12 SEGURALI ......................................................... (17) 3305 0809 2 FIAT ................................................................... 0800 707 1000 72 MONRIBE .......................................................... (16) 3434 4000
SITES / VÍDEOS - DESENVOLVIMENTO 104 PRIORE - IVECO ................................................ (18) 2103 1333 67 NAMBEI............................................................. (11) 5056 8900
123 RGB COMUNICAÇÃO ......................................... (16) 3947-1343 VEÍCULOS E UTILITÁRIOS - PEÇAS E SERVIÇOS GASES INDUSTRIAIS E EQUIPAMENTOS
SOFTWARES DE GESTÃO INTEGRADA 104 ERALDO CAMINHÕES........................................ (16) 3968 3400 85 GASIL................................................................ (81) 3471 8543
53 AUTEQ .............................................................. (11) 2107 1888 2 FIAT ................................................................... 0800 707 1000 GRAMPOS U
52 TRUST AGRO .................................................... (16) 2111 4250 104 PRIORE - IVECO ................................................ (18) 2103 1333 107 VALMEC ............................................................ (11) 3186 5700
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO GUINDASTES
52 TRUST AGRO .................................................... (16) 2111 4250 5 GENERAL CHAINS ............................................. (19) 3417 2800
23
TRANSPORTE E LOGÍSTICA - AÇÚCAR E ETANOL
SERTRAZA ........................................................ (16) 2105 8180
PG ÁREA INDUSTRIAL FONE INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS - AÇÚCAR / ETANOL
15 BAZICO TECNOLOGIA ........................................ (11) 3013 3107
ACOPLAMENTOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
71 BONFIGLIOLI DO BRASIL ................................... (11) 4344 1900 79 UNIVAL ............................................................. (11) 2858 9000
PG ÁREA AGRÍCOLA FONE 45 HCI HIDRAÚLICA E CONEXÕES .......................... (11) 2413 8080 107 VALMEC ............................................................ (11) 3186 5700
79 UNIVAL ............................................................. (11) 2858 9000 MANGUEIRAS
ARTEFATOS DE BORRACHA ANTIBIÓTICOS 39 SUPRIR ............................................................. (16) 2102 6500
78 ANHEMBI BORRACHAS ..................................... (11) 2601 3311 55 PRODUQUÍMICA ................................................ (16) 3625 2627 MANUTENÇÃO ELÉTRICA
CAMINHÕES - CONCESSIONÁRIAS, PEÇAS E SERVIÇOS ANTIBIÓTICOS NATURAIS 72 MONRIBE .......................................................... (16) 3434 4000
104 ERALDO CAMINHÕES........................................ (16) 3968 3400 61 BETABIO 45....................................................... (11) 3848 2900 MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - ACESSÓRIOS
104 PRIORE - IVECO ................................................ (18) 2103 1333 ANTIESPUMANTES E ANTI-INCRUSTANTES 78 ANHEMBI BORRACHAS ..................................... (11) 2601 3311
CARROCERIAS 55 PRODUQUÍMICA ................................................ (16) 3625 2627 72 MONRIBE .......................................................... (16) 3434 4000
117 RODOFORT ....................................................... (19) 3322 2000 ARTEFATOS DE BORRACHA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - EQUIPAMENTOS
CARROCERIAS - TANQUES E RPVC 78 ANHEMBI BORRACHAS ..................................... (11) 2601 3311 5 GENERAL CHAINS ............................................. (19) 3417 2800
47 EDRA ................................................................ (19) 3576 9300 AUTOMAÇÃO - CONSULTORIA / PROJETOS 72 MONRIBE .......................................................... (16) 3434 4000
59 VETRO .............................................................. (16) 3343 1556 88 GRUPO AUTHOMATHIKA ................................... (16) 3513 4000 MATERIAIS ELÉTRICOS
COLETORES DE DADOS 72 MONRIBE .......................................................... (16) 3434 4000 77 CORDEIRO ........................................................ (11) 4674 7400
105 AUTEQ .............................................................. (11) 2107 1888 AUTOMAÇÃO - EQUIPAMENTOS 72 MONRIBE .......................................................... (16) 3434 4000
98 MARKANTI TECNOLOGIA................................... (16) 3941 3367 51 DANFOSS .......................................................... (11) 2135 5400 67 NAMBEI............................................................. (11) 5056 8900
COLHEDORAS DE CANA MEDIDORES, TRANSMISSORES DE VAZÃO E NÍVEL
88 GRUPO AUTHOMATHIKA ................................... (16) 3513 4000
104 JOHN DEERE ..................................................... (19) 3202 5700 97 FLUID BRASIL ................................................... (11) 3378 7500
72 MONRIBE .......................................................... (16) 3434 4000
COLHEDORAS DE CANA - PEÇAS E SERVIÇOS MOENDAS - EQUIPAMENTOS
AUTOMAÇÃO - SOFTWARE 15 BAZICO TECNOLOGIA ........................................ (11) 3013 3107
115 AGRICORTE....................................................... (16) 3368 3560 51 DANFOSS .......................................................... (11) 2135 5400
29 BOWKERS ......................................................... (16) 3323 1500 PAINÉIS DE COMANDO - CONTROLE
88 GRUPO AUTHOMATHIKA ................................... (16) 3513 4000 72 MONRIBE .......................................................... (16) 3434 4000
COMPUTADORES DE BORDO 72 MONRIBE .......................................................... (16) 3434 4000
53 AUTEQ .............................................................. (11) 2107 1888 PENEIRAS ROTATIVAS
89 RAM AUTOMAÇÃO E CONTROLE....................... (14) 3641 5099 83 ANDRITZ ........................................................... (47) 3387 9100
98 MARKANTI TECNOLOGIA................................... (16) 3941 3367 BIOTECNOLOGIA APLICADA
CONEXÕES - PRFV E RPVC PERFIS
61 BETABIO 45....................................................... (11) 3848 2900 73 JATINOX ............................................................ (11) 2172 0405
47 EDRA ................................................................ (19) 3576 9300 BOMBAS CENTRÍFUGAS
59 VETRO .............................................................. (16) 3343 1556 19 KROMINOX ........................................................ (11) 2126 0622
83 ANDRITZ ........................................................... (47) 3387 9100 39 SUPRIR ............................................................. (16) 2102 6500
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
89 EQUIPE.............................................................. (19) 3426 4600 POLÍMEROS
63 ARYSTA LIFESCIENCE ....................................... (11) 3054 5000
BOMBAS DOSADORAS 55 PRODUQUÍMICA ................................................ (16) 3625 2627
91 FMC ..................................................................... 0800 171 787
97 FLUID BRASIL ................................................... (11) 3378 7500 REDUTORES
DISCOS DO CORTE DE BASE
BOMBAS ESPECIAIS 71 BONFIGLIOLI DO BRASIL ................................... (11) 4344 1900
115 AGRICORTE....................................................... (16) 3368 3560
97 FLUID BRASIL ................................................... (11) 3378 7500 REDUTORES PLANETÁRIOS
EPI - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
CABOS ELÉTRICOS 71 BONFIGLIOLI DO BRASIL ................................... (11) 4344 1900
13 ANSELL ............................................................. (11) 4976 9615
69 X5 EPI´S ........................................................... (11) 3586 8700 77 CORDEIRO ........................................................ (11) 4674 7400 REPOTENCIAMENTO - SERVIÇOS
FACAS E FACÕES 72 MONRIBE .......................................................... (16) 3434 4000 5 GENERAL CHAINS ............................................. (19) 3417 2800
115 AGRICORTE....................................................... (16) 3368 3560 67 NAMBEI............................................................. (11) 5056 8900 RESERVATÓRIOS - FIBRA VIDRO / RPVC
FERTILIZANTES CALDEIRAS 47 EDRA ................................................................ (19) 3576 9300
95 AGRICHEM ........................................................ (16) 3969 9122 15 BAZICO TECNOLOGIA ........................................ (11) 3013 3107 59 VETRO .............................................................. (16) 3343 1556
41 CALDEIRARIA RIO GRANDE............................... (16) 3173 8100 RESINAS
63 ARYSTA LIFESCIENCE ....................................... (11) 3054 5000
CHAPAS - AÇO CARBONO 97 FLUID BRASIL ................................................... (11) 3378 7500
55 PRODUQUÍMICA ................................................ (16) 3625 2627
81 CARBINOX......................................................... (11) 4795 9000 ROLAMENTOS
HERBICIDAS 31 KOYO ................................................................ (11) 3887 9173
63 ARYSTA LIFESCIENCE ....................................... (11) 3054 5000 CHAPAS - AÇO INOX
81 CARBINOX......................................................... (11) 4795 9000 SOFTWARE DE GESTÃO
91 FMC ..................................................................... 0800 171 787 52 BIOSALC ........................................................... (16) 3913 0760
49 ROTAM ............................................................. (19) 3258 6763 87 INOXCONSULT .................................................. (11) 2301 1909
17 INTERSTEEL AÇOS E METAIS ............................ (11) 2067 3536 89 RAM AUTOMAÇÃO E CONTROLE....................... (14) 3641 5099
IMPERMEABILIZAÇÃO DE CANAIS (VINHAÇA) 52 TRUST AGRO .................................................... (16) 2111 4250
47 EDRA ................................................................ (19) 3576 9300 73 JATINOX ............................................................ (11) 2172 0405
11 PERMETAL ........................................................ (16) 3916 3699 SOLDAS - ACESSÓRIOS, CONSUMÍVEIS E EQUIPAMENTOS
59 VETRO .............................................................. (16) 3343 1556 101 A ALUGA A SOLDA ............................................ (11) 4617 9696
IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS 19 KROMINOX ........................................................ (11) 2126 0622
39 SUPRIR ............................................................. (16) 2102 6500 TORRES DE RESFRIAMENTO DE ÁGUA
57 AGRIMEC AGRO ................................................ (55) 3222 7710 131 GE WATER & PROCESS TECHNOLOGIES........... (11) 2139 1111
105 CIVEMASA ........................................................ (19) 3543 2100 CLARIFICANTES
85 GASIL................................................................ (81) 3471 8543 TRATAMENTO DE ÁGUA E EFLUENTES
106 DMB .................................................................. (16) 3946 1800 83 ANDRITZ ........................................................... (47) 3387 9100
104 JOHN DEERE ..................................................... (19) 3202 5700 55 PRODUQUÍMICA ................................................ (16) 3625 2627
CONEXÕES 97 FLUID BRASIL ................................................... (11) 3378 7500
IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS - PEÇAS E SERVIÇOS 131 GE WATER & PROCESS TECHNOLOGIES........... (11) 2139 1111
115 AGRICORTE....................................................... (16) 3368 3560 81 CARBINOX......................................................... (11) 4795 9000
45 HCI HIDRAÚLICA E CONEXÕES .......................... (11) 2413 8080 TUBULAÇÕES
57 AGRIMEC AGRO ................................................ (55) 3222 7710 81 CARBINOX......................................................... (11) 4795 9000
29 BOWKERS ......................................................... (16) 3323 1500 87 INOXCONSULT .................................................. (11) 2301 1909
87 INOXCONSULT .................................................. (11) 2301 1909
106 DMB .................................................................. (16) 3946 1800 17 INTERSTEEL AÇOS E METAIS ............................ (11) 2067 3536 17 INTERSTEEL AÇOS E METAIS ............................ (11) 2067 3536
INSETICIDAS 73 JATINOX ............................................................ (11) 2172 0405 73 JATINOX ............................................................ (11) 2172 0405
63 ARYSTA LIFESCIENCE ....................................... (11) 3054 5000 19 KROMINOX ........................................................ (11) 2126 0622 19 KROMINOX ........................................................ (11) 2126 0622
IRRIGAÇÃO - EQUIPAMENTOS, TUBOS E CONEXÕES 39 SUPRIR ............................................................. (16) 2102 6500 39 SUPRIR ............................................................. (16) 2102 6500
47 EDRA ................................................................ (19) 3576 9300 79 UNIVAL ............................................................. (11) 2858 9000 TUBULAÇÕES - PRFV E RPVC
59 VETRO .............................................................. (16) 3343 1556 107 VALMEC ............................................................ (11) 3186 5700 47 EDRA ................................................................ (19) 3576 9300
MÁQUINAS AGRÍCOLAS - ASSISTÊNCIA TÉCNICA CONEXÕES - PRFV E RPVC 59 VETRO .............................................................. (16) 3343 1556
106 MASSEY FERGUSON .......................................... 0800 704 4198 47 EDRA ................................................................ (19) 3576 9300 VÁLVULAS
MÁQUINAS AGRÍCOLAS - LOCAÇÃO 59 VETRO .............................................................. (16) 3343 1556 45 HCI HIDRAÚLICA E CONEXÕES .......................... (11) 2413 8080
27 AGILY RENTAL .................................................. (62) 3941 4175 CONSULTORIA - AÇÚCAR E ETANOL 75 SMV VÁLVULAS ................................................ (19) 2105 1266
PÁS CARREGADORAS 15 BAZICO TECNOLOGIA ........................................ (11) 3013 3107 79 UNIVAL ............................................................. (11) 2858 9000
103 ATA - ANTONIOSI .............................................. (16) 3384 8000 CORREIAS 107 VALMEC ............................................................ (11) 3186 5700
PLANTADORAS DE CANA 39 SUPRIR ............................................................. (16) 2102 6500 VERGALHÕES
106 DMB .................................................................. (16) 3946 1800 CORRENTES 81 CARBINOX......................................................... (11) 4795 9000
PNEUS 5 GENERAL CHAINS ............................................. (19) 3417 2800 17 INTERSTEEL AÇOS E METAIS ............................ (11) 2067 3536
105 MARCHINI ......................................................... (16) 2133 4933 65 PROLINK ........................................................... (19) 3423 4000 73 JATINOX ............................................................ (11) 2172 0405

4 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 5
Sumário
8 Entrevista
- Trabalhando desafios 90 Markestrat
- Os drivers do mercado de açúcar

12 Eventos
- Jalles Machado e IAC
promovem 3º Dia de Campo
94 Espaço Fitotécnico
- O desempenho das novas
variedades de cana
- Movidos à cana-de-açúcar
- Tecnologia da Usina em Discussão
96 Ambiental
- Provou!

24 Espaço Datagro
- Açúcar: uma safra menor
do que o esperado 100 Tecnologia Agrícola
- Desperdícios no campo diminuem
competitividade do setor

32 Guia de Compras SA
- Lançado o Guia de Compras SA 2010
104 Motomecanização
- A luta pelo caminhão canavieiro

38 Ribeirão Cana Invest


- A fitossanidade da cultura canavieira
108 Gestão de Pessoas
- Reunião do Gerhai no mês de outubro

44 Internacional
- Biosocial: o Brasil na era da bioeconomia
110 Saúde e Segurança Ocupacional
- Radiação Ultravioleta no Trabalho

52 Espaço TI
- Hora de manutenção
114 Fora do Trabalho
- Para quem o setor torce

64 Gestão de Negócios
- Próxima da perfeição
120 Setor em Destaque
- Mostra Sucroenergética do Centro-Oeste

70 Especial 25 anos da Udop


- Udop: líder na prestação de serviços
122 Marketing Canavieiro
- Programa Aplique Bem encerra

76 Capa
- Sob os humores do clima
o ano no Nordeste e no Paraná
- Monribe completa 15 anos em novembro.
Conheça melhor a empresa

84 Tecnologia Industrial
- Tecnologias que ampliam
a oferta de bioeletricidade
- Renner Protective Coatings
- ATA Antoniosi realiza evento no
Espaço Golf, em Ribeirão Preto
- Suprir em pleno desenvolvimento

88 Gestão Industrial
- Tem novidade no Gegis
- Barco Escola recebe entidade
assistencial de Campinas
- Produquímica realiza ações
para o setor sucroenergético
- Simpósio sobre produção de
cana-de-açúcar em Dourados, MS
NORDESTE
idade do setor
Atual competitiv
no Nordeste
sucroenergético

48
ECONOMIA
Internacionalizaç
ão
da tecnologia ca

ÉGIA
ESTRATião - Do
ipira
56
Un
Açúcar atados
os atom
açúcar a

ESTILO
Os elegantes
do setor
sucroenergético
60

118

De olho na CanaMix
Boa tarde,
Estava lendo a revista canamix e detectei que uma foto de que-
bra lombo na revista Canamix ano 3 n° 30, página 144, como arquivo
Usina Eldorado. Gostaria de fazer uma correção, pois esta foto é arqui-
vo da Usina Alcídia, Teodoro Sampaio, São Paulo, na qual eu trabalho.
Atenciosamente,
Juliana Medeiros
Gestão de Qualidade
ETH Bioenergia – Polo São Paulo
Unidade Alcídia
Entrevista – Luiz Paulo Sant’anna, diretor-superintendente do Grupo Equipav/Renuka do Brasil

Trabalhando desafios
Rogério Barros O diretor-superintendente do
ono de um currículo invejável dentro
Grupo Equipav/Renuka do Brasil é referência

D do setor, Luiz Paulo Sant’anna é hoje


referência quando o assunto é novas
tecnologias industriais, gestão e desafios do
quando o assunto é novas tecnologias industriais,
gestão e desafios do setor da bioenergia
setor da bioenergia.
Luiz Paulo iniciou sua carreira neste
setor em 1984, no grupo Zilor, onde encon-
trou uma oportunidade de investir em sua
carreira, na época cursando o curso técnico
em açúcar e álcool.
Engenheiro por formação, Luiz Pau-
lo, que hoje ocupa o importante cargo de
diretor-superintendente do Grupo Equipav/
Renuka do Brasil, também traz em seu cur-
rículo os cursos de tecnólogo em açúcar e
álcool; químico e pós-graduações em Eco-
nomia e Finanças na FGV, e Gestão do Se-
tor de Bioenergia na UniUDOP.
No grupo Zanin, de 1988 à 1995,
chegou a ocupar a função de supervisor de
produção industrial.
Mas o upgrade mesmo ocorreu no e dentes para manter as usinas em funcio- atrativas, com responsabilidades sobre ad-
grupo Equipav, onde assumiu a gerência de namento. Iniciamos 2010 trabalhando du- ministração local e operações industriais e
produção industrial em 1995. “Nesse gru- rante a entressafra até meados de março, agrícolas, algo que me alegrou muito como
po, pude participar ativamente da expansão para já em abril iniciarmos a nova safra”. um reconhecimento concreto do trabalho
da usina Equipav, assim como do projeto e Hoje, superada a fase crítica do gru- realizado”, destaca Luiz Paulo, que conce-
start-up da usina Biopav (hoje Revati). Onze po, o superintendente destaca: “consegui- deu a presente entrevista à Revista Cana-
anos depois da minha chegada, em 2006, mos sobreviver, a despeito de tudo, com Mix contando um pouco de sua trajetória e
fui promovido a diretor-industrial do grupo, o forte apoio dos acionistas do antigo gru- desafios.
que já despontava como um dos principais po Equipav, dos novos acionistas do Gru-
do Brasil na produção de açúcar, etanol, co- po Renuka e de toda nossa equipe. O apor- CanaMix – Da experiência que pos-
geração e produção de levedura”, destaca. te de recursos financeiros da Renuka, uma sui, o que mudou nas indústrias sucroe-
Em meados de 2009, no auge da cri- empresa inovadora e de grande expres- nergéticas com o passar desses anos?
se financeira que assolou não apenas o gru- são internacional, possibilitou a estabiliza- Luiz Paulo – O setor passa por um
po, mas vários outros setores, Luiz Paulo ção da empresa e retomada da trajetória de forte processo de mudanças, que iniciou no
assumia a função de diretor- superintenden- crescimento”. final da década de 90 com sua desregula-
te da Equipav Açúcar e Álcool, com a mis- “Em setembro de 2010, minha posi- mentação, surgimento da ideia do carro Flex
são de conduzir as operações industriais e ção de diretor-superintendente foi mantida e interesse pela cogeração. Nesta última dé-
agrícolas das usinas. “Lutamos com unhas pelo Grupo Renuka do Brasil, em condições cada, o desafio tem sido passar de um mo-

8 REVISTA
REVISTACANAMIX
CANAMIX||JULHO
NOVEMBRO
| 2010| 2010
Entrevista – Luiz Paulo Sant’anna, diretor-superintendente do Grupo Equipav/Renuka do Brasil

delo onde a gestão era conduzida pela figu- como a redução do esforço na destilação, industrial pelos quais passei, aprendi a en-
ra do usineiro, para um novo modelo em na medida que tecnologias como a filtra- tender o valor, na gestão, de se trabalhar
que executivos profissionais realizam a ges- gem por membranas se torne comercial- com controles rígidos, planejamento rigo-
tão, reportando-se a conselhos de acionis- mente viável para um uso mais geral. O pró- roso e procedimentos de trabalho formal-
tas. Esse novo modelo demanda profissio- prio desenvolvimento de novos produtos a mente definidos. Essa bagagem, que tra-
nais mais qualificados. Os executivos de partir da fermentação, utilizando levedura go da indústria, acaba sendo um ponto forte
hoje tem que dominar técnicas mais avan- com características especiais, pode permi- do meu método de gestão. Tenho também
çadas de gestão e ter grande habilidade em tir a produção, a partir da cana-de-açúcar, aprendido muito com minha equipe agríco-
saber reportar formalmente as informações de similares ao diesel ou a matérias-primas la que sofre com a grande dificuldade de se
da empresa, algo que não era tão importan- valiosas para a indústria farmacêutica. trabalhar com uma atividade a céu aberto,
te no modelo em que os donos da empre- sujeita a muitas incertezas. A combinação
sa participavam diretamente das operações.
Outro desafio, mais recente, tem sido
a internacionalização do setor (ex. LDC, Re-
nuka, Bunge, Shell) e o fortalecimento de
grupos com tradição em outros setores (ex.
ETH). Isso exige que os executivos se fami-
liarizem com novas culturas organizacionais
e novos idiomas. Talvez a maior capacida-
CanaMix – Quais são os desafios
deste setor para os próximos anos?
Luiz Paulo – Há muitos desafios para
o setor como a redução das barreiras co-
merciais ao etanol, a implementação de no-
vos métodos de gestão, e o fortalecimento
da infraestrutura de logística para escoa-
mento de açúcar e etanol. Acredito, contu-

dos pontos fortes das duas áreas, conso-
lidada em uma visão integrada, agroindus-
trial, é uma necessidade para o sucesso da
gestão operacional do setor, e essa é minha
filosofia de trabalho. Devemos acabar com
a dicotomia de visões (agrícola x industrial)
que acaba prejudicando a obtenção de me-
lhores resultados.


O principal desafio será a formação de
profissionais capacitados em quantidade e qualificação
suficientes para atendimento ao crescimento do setor

de que deve ter um executivo de hoje é a de do, que o principal desafio será a formação CanaMix – E no que se refere à área
estar aberto ao aprendizado contínuo, dado de profissionais capacitados em quantida- agrícola, como você tem visto o desenvol-
que o processo de mudança do setor certa- de e qualificação suficientes para atendi- vimento dessa área?
mente continuará. mento ao crescimento do setor. Na Renuka Luiz Paulo – Fora o desenvolvimento
do Brasil, por recomendação do CEO da Re- contínuo de novas variedades, ideias recen-
CanaMix – Quais na sua visão fo- nuka internacional, o Sr. Narendra Murkum- tes como o sulco duplo alternado, e a pró-
ram as principais novidades tecnológicas bi, iniciamos recentemente um ambicioso pria tecnologia de uso de mini-toletes como
por que o setor passou? programa de trainees, visando a prepara- muda, no plantio, podem ter um papel im-
Luiz Paulo – Nas operações agrí- ção de sucessores. Nesse programa, além portante no aumento da produtividade e re-
colas, desenvolvimentos em novas varie- da formação local, teremos sempre alguns dução de custos. Certamente muito há ain-
dades, na mecanização da colheita e mais profissionais da Renuka indiana sendo trei- da por vir nos próximos anos.
recentemente do plantio. Na indústria, os nados no Brasil e brasileiros sendo treina-
equipamentos são continuamente aperfei- dos em nossas empresas coligadas na CanaMix – O Grupo Equipav foi um
çoados e novas ideias são implementadas Índia. dos pioneiros na utilização de tecnologia
na área de cogeração. As grandes mudan- de ponta para a geração de bioeletricida-
ças, contudo, talvez ainda estejam por vir, CanaMix – O fato de ter uma visão de. É economicamente viável operar as
pela viabilização de tecnologias relaciona- abrangente da área industrial facilita o de- caldeiras e gerar bioeletricidade durante
das ao álcool de segunda geração e altera- sempenho de sua função ? todo o ano?
ção radical de certos processos tradicionais, Luiz Paulo – Nos desafios da área Luiz Paulo – A cogeração é uma im-

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 9


Entrevista – Luiz Paulo Sant’anna, diretor-superintendente do Grupo Equipav/Renuka do Brasil

portante receita adicional para a empre- da cana, antes de partir para outras alternati- “novo” produto. O Congresso tem cresci-
sa, mas à custa de um grande investimen- vas, como o eucalipto. É uma estratégia que do a cada ano, e neste ano, deve superar
to. A operação durante todo o ano exige a tem funcionado. toda e qualquer expectativa, principalmen-
estocagem do bagaço e desenvolvimen- te pelo fato de comemorar os 25 anos da
to de outras alternativas para combustível. CanaMix – Você sempre buscou o Udop e ainda celebrar os mais de 80 mil
Há um ponto positivo na operação das cal- aperfeiçoamento por meio de cursos tec- profissionais já qualificados pelos cursos
deiras na entressafra: menos manutenção. nológicos, ocupando inclusive até hoje o da entidade.
Uma caldeira tende a ter a vida útil menor cargo de coordenador do comitê Industrial
quando há interrupções das operações por da Udop. Conte um pouco sobre esta ex- CanaMix – Qual a mensagem final
períodos prolongados. Utilizando exemplos periência e o que o comitê faz de concre- que deixa a nossos leitores?
de outros segmentos (ex. papel e celulo- to pelo setor. Luiz Paulo – Primeiro, sempre digo
se) que operam ininterruptamente ao lon-
go do ano, desenvolvemos várias técnicas
para realizar manutenção sem parada to-
tal do processo de geração de vapor. Além
disso, a geração na entressafra permite que
façamos contratos mais atrativos com con-
sumidores devido a oferta anual em vez de
sazonal.
Luiz Paulo – Minha participação no
comitê surgiu de um convite do presidente
executivo da Udop, Antonio Cesar Salibe, ao
qual sou muito grato. Conjuntamente, defi-
nimos as estratégias para o comitê, que es-
tão focadas em aulas e palestras. Atuamos
no planejamento, elaboração de temas e
seleção dos palestrantes. Como o interesse

a todos da minha equipe: qualquer que seja
sua atividade na empresa, desempenhe
com dedicação e comprometimento. Faça
sempre o melhor. Isso será sua passagem
para o próximo degrau da sua carreira. En-
tendo que esse comprometimento pode in-
terferir no próprio contato familiar. O apoio
da família e amigos é fundamental dentro


Devemos acabar com a dicotomia de visões (agrícola x industrial)
que acaba prejudicando a obtenção de melhores resultados

CanaMix – Na falta de bagaço vo- por essas atividades tem sido muito gran- desse processo. Felizmente tive o apoio nos
cês utilizam outras matérias-primas? de, acredito que temos acertado em nossas momentos mais críticos de minha carreira.
Quais as mais eficazes, neste caso? escolhas. Para mim tem sido muito gratifi- Sou muito grato a todos. Segundo, nunca
Luiz Paulo – Nosso projeto de coge- cante participar. Isso me permitiu conhecer se deixe abater pelas dificuldades. Faça das
ração é ambicioso. Desde 2006, trazemos melhor os profissionais do setor. Eu mesmo dificuldades sua maior motivação para a
e processamos a palha e incorporamos fiquei mais conhecido depois que comecei busca de suas conquistas. Como dizia Lou-
ao bagaço. Há outros estudos internos em a participar do comitê. is Pasteur: “A diferença entre o possível e o
analises, mas não estamos preparados para impossível está na vontade humana”. Ter-
falar sobre eles neste momento. CanaMix – Quais as novidades da ceiro, na minha trajetória profissional sou
programação da sala industrial do Con- grato a muitas pessoas que me apoiaram
CanaMix – Existem usinas que es- gresso Nacional da Bioenergia da Udop e incentivaram em diferentes fases de mi-
tão investindo também no plantio de eu- deste ano? nha carreira. Particularmente, agradeço, em
calipto para a geração de bioeletricidade, Luiz Paulo – Montamos uma Pro- nome de todos, à pessoa de Adão Louren-
você acha isso viável? gramação bem completa, com temas ino- ço Vicente (in memorian) que me levou a
Luiz Paulo – Pode ser uma alterna- vadores que permitirão a troca de experiên- dar os primeiros passos dentro do setor. Fi-
tiva interessante, especialmente para áre- cia e conhecimento entre os participantes. nalmente, agradeço a Deus por tudo de bom
as de mecanização mais difícil para a cana. Dentre os temas, pelo menos três pales- que tem me acontecido na minha vida pro-
Contudo, nosso foco hoje, na Renuka do tras serão sobre cogeração de energia, por fissional e pelo mais novo membro da famí-
Brasil, tem sido o de aproveitar o potencial acreditarmos realmente no potencial deste lia que nascerá em dezembro.

10 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 11
Eventos

Jalles Machado e IAC


promovem 3º Dia de Campo
Pesquisadores discutiram o tema Manejo Varietal para
Plantio Mecanizado e apresentaram as melhores opções
para a produção da cana-de-açúcar em ambientes de cerrado
Divulgação

Daniela Rodrigues

usina Jalles Machado, localiza-

A da em Goianésia, GO, e o Institu-


to Agronômico (IAC) promoveram,
em 6 de outubro, a terceira edição do Dia
de Campo. Com o tema Manejo Varietal
para Plantio Mecanizado, o encontro apre-
sentou inovações tecnológicas para o se-
tor, com foco nas últimas novidades em
variedades de cana adaptadas para o
Cerrado.
O encontro reuniu cerca de 280
participantes, entre autoridades do se-
tor sucroenergético, técnicos agrícolas
e engenheiros agrônomos de 40 usinas,
consultores, pesquisadores, empresários
e pessoas ligadas à atividade. O presiden-
Dia de Campo reuniu 280 participantes e 40 usinas te executivo do Sindicato da Indústria de

12 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Marcos Landell mostrou o quadro de
variedades IAC plantadas mecanicamente,
que puderam ser vistas em produção no
jardim clonal da Jalles Machado

das para o Cerrado. O evento foi patroci-


nado pelas empresas John Deere, Arysta
LifeScience, DMB, BASF e Dupont.
Parceria – a Jalles Machado é par-
ceira do IAC no desenvolvimento de va-
riedades adaptadas para o Cerrado desde
1995. “É extremamente importante o tra-
balho que o IAC desenvolve com a ajuda

Divulgação
de seus parceiros. Os pesquisadores bus-
cam vencer desafios, no nosso caso, de-
senvolver variedades aptas para ambien-
Fabricação de etanol de Goiás, André Ro-
Marcos Landell e o gerente corporativo agrícola da Jalles Machado,
cha, ressaltou a importância do evento. Rogério Bremm, durante a visita ao campo na Usina
“O Dia de Campo se consolida como um
dos mais importantes espaços para dis-
cussão sobre melhoramento genético da
cana. A pesquisa e o desenvolvimento de
variedades próprias para o cerrado permi-
tem a expansão e o crescimento do se-
tor”, afirmou.
A programação foi composta por
palestras e pela visita ao campo. Os par-
ticipantes viram no jardim clonal da Jal-
les Machado o resultado da aplicação das
Divulgação

tecnologias apresentadas e o desempe-


nho das variedades de cana desenvolvi-

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 13


Eventos
tes de cerrado, que necessitem de pouca ticas adotadas pela empresa para ter um solos mais fracos e exige uma adubação
água e que produzam muito. As pesquisas plantio eficiente. Segundo Bremm, a Usi- diferenciada. Compostagem, rotação de
nos auxiliam bastante no manejo e contri- na, que atualmente planta 37% da cana culturas, gessagem e adubação da cana
buem para o aumento de nossa produtivi- de forma mecanizada, pretende chegar soca são algumas das práticas.
dade”, ressaltou Otávio Lage de Siqueira a 70% em 2011. Bremm ressalta que a Marcos Landell encerrou as apre-
Filho, diretor-presidente da Usina. empresa deve se atentar para a época de sentações afirmando que é extremamente
O diretor do Centro de Cana do IAC, plantio, a forma, as variedades, a quanti- importante as usinas possuírem um pro-
Marcos Landell, salientou a parceria en- dade de mudas e as máquinas, pois esses grama de manejo varietal e adotarem no-
tre o Instituto e a Jalles Machado. O pes- fatores interferem diretamente no desem- vas tecnologias. De acordo com Landell, a
quisador agradeceu a empresa pelo apoio penho do canavial. Jalles Machado é a usina que mais planta
ao programa de melhoramento genético e O pesquisador da Universidade Fe- variedades do IAC e do Centro de Tecnolo-
disse que, graças a importantes parcerias deral de Uberlândia, Gaspar Korndorfer, gia Canavieira (CTC). O melhoramento ge-
como essa, o IAC expandiu suas ativida- Phd nas áreas de fertilidade de solos e nu- nético possibilitou um salto de produtivi-
des, deixou de focar o Estado de São Pau- trição de plantas e consultor da usina Jal- dade nos canaviais da empresa.
lo e passou a atuar em outros locais do les Machado ministrou a palestra Manejo Landell também apresentou o per-
Brasil. Landell também enfatizou que, em da Adubação para o plantio mecanizado na fil agronômico de uma variedade desen-
aproximadamente dois anos, deverão ser cana-de-açúcar em solos de cerrado. Ele volvida para ambientes de cerrado e mos-
lançadas as primeiras variedades resul- ressaltou a importância da correção dos trou o quadro de variedades IAC plantadas
tantes da parceria. solos para melhorar os ambientes de pro- mecanizadamente, que puderam ser vis-
Palestras – os mais renomados dução para que ocorra aumento da pro- tas em produção no jardim clonal da Jal-
pesquisadores e consultores das áreas de dutividade. Segundo ele, o Cerrado possui les Machado.
adubação, manejo de solos, mecanização
e melhoramento genético apresentaram
as melhores opções para a produção de Variedades com destaque em região de cerrado
cana-de-açúcar em ambientes de cerrado. IAC91-1099 Alta capacidade de perfilhamento
O primeiro a se apresentar foi o ge- IACSP93-3046 Excelente densidade de colmos
rente-corporativo agrícola da Jalles Ma- IACSP94-2094 Boa tolerância à seca
chado, Rogério Bremm Soares. Ele expli- IACSP94-2101 Ausência de florescimento e isoporização dos colmos
cou como é feito o plantio mecanizado na IACSO95-5000 Elevada produtividade agrícola
Usina, as variedades utilizadas e as prá- IACSP95-5094 Alto teor de sacarose
IACSP96-2042 Elevada produtividade agrícola
Divulgação

IACSP96-3060 Alta capacidade de perfilhamento

Os participantes viram no jardim clonal da Jalles Machado o resultado da aplicação das


tecnologias apresentadas e o desempenho das variedades de cana desenvolvidas para o Cerrado

14 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 15
Eventos

Movidos à cana-de-açúcar
O 15º Clube da Cana reuniu quase 500 pessoas provenientes de 60 grupos
sucroenergéticos, responsáveis por 70% do mercado sucroenergético

15ª edição do Clube da Cana:


recorde de participantes

Luciana Paiva do futuro e os desafios e oportunidades da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica)


da terceirização em atividades agrícolas. apresentou os planos e perspectivas da
FMC Agricultural Products realizou Marcos Jank, presidente da União instituição, focando as ações realizadas

A entre os dias 21 e 24 de outubro,


na capital paulista, a 15ª edição do
Clube da Cana. Na ocasião, especialistas
do setor e profissionais envolvidos com
a cultura se reuniram para discutir sobre
o bom momento do plantio de cana-de-
açúcar no País, perspectivas de merca-

O apresentador César Filho e Antonio Carlos


Zem, presidente da FMC para a América
Latina. Seu desempenho nas eventos da
empresa é tão dinâmico que Zem é chamado
de “Showman do agribusiness”

16 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


dial e a produção indiana. Arnaldo Luís gociações Internacionais (Icone). Em ou-
Corrêa, sócio-diretor da Archer Consul- tro painel, José Maria Mendes, da Men-
ting apresentou suas perspectivas do des e Mendes Consultores Associados e
mercado de açúcar. Participou também Luiz Cornachionni, da Giordan Bioenergy,
desse painel, André Nassar, diretor do discutiram sobre os desafios da terceiri-
Instituto de Estudos do Comércio e Ne- zação em atividades agrícolas.

Claudemilson Reis, FMC, Edward Pereira, Usina Caçú,


GO, Francisco Celestinho, Grupo João Lyra, Dave Lima,
Vale do Paranaíba, MG e Célio Machado, Trialcool, MG

Cássio Pagiaro, Grupo Cosan, e a esposa Adriana

para o desenvolvimento sustentável do


setor e para abrir mercado internacional
para o etanol.
Abinash Verma, diretor geral da As-
sociação Indiana das Indústrias de Açú-
car (ISMA), falou sobre o mercado mun-

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 17


Eventos
Durante o evento, também hou-
ve o lançamento do inseticida Cigaral,
recomendado para controle da cigarri-
nha-das-raízes e cupim, cuja incidên-
cia aumentou após da ampliação da co-
lheita mecânica. Mas resumir o encontro
na divulgação de produtos da empresa,
não é o objetivo do evento, salienta An-
tonio Carlos Zem, presidente da FMC na
América Latina. Segundo ele, o Clube da
Cana tem a intenção de promover deba-
tes e gerar informações que auxiliem os
profissionais e as empresas a aumentar a
eficiência e seus ganhos.
José Newton Vieira - Caeté unidade paulicéia, Aryl Lyra, Caeté matriz Outro diferencial do Clube é a par-
ticipação das esposas dos gerentes, di-
retores e donos de usinas convidados.
Para as mulheres houve uma programa-
ção diferenciada, com palestras como: A
mulher e os seus papéis no mundo evo-
luído e Você toda bela. E o evento tam-
bém reservou momentos em que o casal
pode desfrutar juntinho, como jantares e
os shows da cantora Daniela Mercury e o
de Dudu Nobre.
Foco no foco do cliente – Zem ob-
serva que a FMC é a agroquímica líder no
mercado de cana-de-açúcar, a lideran-
ça se deve muito ao grande portfólio de
produtos que a empresa destina ao seg-
mento de cana, “temos a maior linha de
Júlio Araújo e a esposa Érika, Usina São José da Estiva, SP
produtos na área de cana do mercado”,
ressalta o presidente da FMC. Mas esse
não é o único motivo, segundo Zem, a
principal razão é que a FMC tem seu foco
no foco do cliente. “Todo mundo diz que
tem foco no cliente, mas nosso foco é no
negócio do cliente, no que ele está inte-
ressado, no que ele precisa. A FMC ga-
nhou o mercado sucroenergético porque
não se escondeu e não se esconde nos
momentos de crise do setor. Se o cliente
precisar de maior prazo para pagamento,
oferecemos este prazo. Oferecemos 12,
15 meses para pagamento. A FMC ajuda
o cliente a sair da crise. Nós gostamos
do cliente”, afirma.
Mauro Beltrão e a esposa Márcia - Usina JB, PE A maior das edições do Clube

18 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Martinho, Unialco, Carlos Lyra, Equipav,
Itamarati, Jalles Machado e São João
(Araras).
Está 15ª edição foi o maior encon-
tro do Clube da Cana. Ismael Perina Jú-
nior, presidente da Organização dos Plan-
tadores da Região Centro-Sul disse que a
FMC tem um trabalho muito próximo ao
setor. “Por isso, não podemos deixar de
prestigiar o Clube da Cana.”
Francisco Celestino, superinten-
dente do Grupo alagoano João Lyra, res-
saltou que a FMC é uma grande parceira,
pois tem entendido a situação financei-
ra do Grupo – que está em recuperação
fiscal e ainda teve a usina Laginha, em
Luiz Fernando Sampaio e esposa, usina São Fernando, MS Alagoas levada pela enchente que var-
reu a região no meio do ano. “A FMC não
da Cana – o posicionamento de Zem é sionais provenientes de 60 grupos que deixou de nos entregar os produtos, nos
confirmado pelo grande número de par- representam 70% do mercado, entre os concedeu mais prazos para pagamento e
ticipantes do evento, quase 500 profis- presentes estavam Grupo Cosan, São é uma das grandes responsáveis por es-

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 19


Eventos
tarmos vencendo a crise, tanto que va-
mos fazer o inacreditável: colocaremos
a Laginha para moer ainda nesta safra,
está programado para iniciar a moagem
em 15 de novembro”, anunciou Chico
Celestino.
A animação é uma das marcas re-
gistradas de Zem e em seu pronuncia-
mento de boa vindas aos participantes
do Clube foi bastante positivo. “Os pró-
ximos 10 anos serão excelentes. No lado
do agronegócio, a demanda por alimen-
tos é crescente, sem o Brasil a Ásia vai
morrer de fome. Então, vamos produzir. E

Joel Soares, Unialco, SP e Leonardo


Costa, Caeté - Volta Grande e Delta, MG

Zem, Sílvia Corrêa,


esposa de Arnaldo
Corrêa, diretor da
Archer Consulting

focando o setor sucroenergético, o custo


do petróleo será cada vez maior se levar-
mos em conta os gastos com guerras e
com seguro para a área petrolífera, após
o vazamento no poço da BP no Golfo do
México o valor do disparou. A saída é in-
vestir nos combustíveis verdes. O setor
está em um ótimo momento e vai melho-
rar ainda mais, vamos comemorar”, vi-
brou Zem.

Esposas representando as usinas


pernambucanas, começando pela
esquerda, União e Indústria, Cruangi e JB

20 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 21
Eventos

Tecnologia da Usina em Discussão


Público acompanha atentamente as
novidades discutidas no evento da Stab

Caio Campanhão Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros


ibeirão Preto, no interior do Estado
do Brasil (Stab) promoveu em Ribeirão Preto

R de São Paulo, é considerada a “ca-


pital” do maior pólo econômico do
setor sucroenergético nacional. Por isso,
o 11º Seminário Brasileiro Agroindustrial

Na lista de palestrantes estavam diretores e são atraídos pela qualidade das palestras e
cada vez mais, vem recebendo eventos li- gerentes dos grupos que hoje são referên- dos temas, que são sempre inovadores”,
gados ao setor. cia quando o assunto é tecnologia. disse. Sant’Anna falou ainda sobre a voca-
Nos dias 27 e 28 de outubro, a ci- O gerente corporativo de extração do ção do evento de gerar novas ideias. “Nos-
dade recebeu o 11º Seminário Brasilei- Grupo Cosan, Paulo Delfini, destacou os sa função é alertar para os futuros projetos,
ro Agroindustrial, realizado pela Socieda- assuntos tratados durante o seminário. “O indicar as principais premissas. É o que é
de dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros evento foi bom porque se forneceu muitas discutido aqui que vai sair para o merca-
do Brasil, a Stab. Este ano, o evento teve informações de qualidade. Isso vai geran- do”, enfatizou.
como tema “Tecnologia da Usina em Dis- do ideias que podem se transformar depois Além das palestras, o evento con-
cussão”. Na pauta, tópicos como impure- em alternativas e soluções”, afirmou. tou também com uma exposição de pro-
zas da cana, extração, cogeração, manu- Já o diretor superintendente da dutos e serviços realizada pelas empresas
tenção profissional, entre outros. Equipav/Renuka do Brasil, Luis Paulo patrocinadoras.
O evento trouxe palestras de altíssi- Sant’Anna, salientou o prestígio do Semi- O evento da Stab para o ano que vem
mo nível, que foram acompanhadas pelos nário. “Este evento é muito respeitado. Tan- já tem data marcada: será nos dias 26 e 27
mais conceituados profissionais do setor. to que o nível do público é muito bom. Eles de outubro de 2011.

22 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 23
espaço

Açúcar: uma safra menor do que o esperado


*Bruno Wanderley de Freitas car, atrás apenas do Brasil, reduzirão suas
e Plinio Mario Nastari disponibilidades para atender o mercado ex-
terno em 10/11. Na Índia, embora haja recu-
difícil identificar se os preços do açú- peração na produção interna, o excedente

É car no mercado mundial sendo ob-


servados atualmente, acima de 28
centavos de dólar norte-americano por li-
exportável deverá suprir apenas mercados
vizinhos, como Bangladesh e especialmen-
te o Paquistão, talvez sobrando um pouco
bra-peso, na condição FOB, ligeiramente para atender o Vietnã.
mais baixos do pico atingido na primeira se- Assim, percebe-se que as importa-
mana de fevereiro deste ano, de 30,4 centa- ções mundiais permanecem aquecidas em
vos por libra-peso, recorde dos últimos 29 10/11, com o Brasil bastante acionado para
anos, se devem a questões mais especulati- atender o mercado externo. Plínio Nastari: O clima não tem sido nada
generoso com os principais centros de
vas do que fundamentais do mercado. Importação mundial aquecida – consumo e produção mundiais de açúcar
É inegável que, após apresentarem projeta-se, portanto, que a importação
alta volatilidade, pois chegaram em maio a mundial de açúcar alcance 48,5 milhões de açúcar por adoçantes sintéticos naque-
13 centavos por libra-peso, os preços espe- de toneladas em 10/11. Em 09/10, o vo- le país. O governo chinês, além de manter
lham novamente as condições do balanço lume de importação mundial de açúcar foi uma política protecionista à indústria nacio-
mundial. Não são poucos os motivos que de 52 milhões. A queda em valores abso- nal, também incentiva o uso de sacarina em
dão suporte aos preços do açúcar nesse lutos em 10/11 se deve apenas à saída da épocas em que a disponibilidade de açúcar
momento. Índia como mercado importador (-3,5 mi- é mais restrita.
Após dois anos de déficits consecu- lhões de tons). Aumento de plantio – para a próxi-
tivos, era de se esperar que os preços pas- Entre os principais destaques, pode- ma temporada, os fundamentos poderão
sassem por uma nova fase de acomoda- mos apontar a Rússia que neste ano deve ser menos construtivos. Devido à alta dos
ção. Em resposta à melhora dos preços, importar no mínimo a mesma quantia im- preços em 2010, muitos países estão pla-
expectativas preliminares apontavam para portada em 09/10, de 2,6 milhões de tone- nejando aumentar os seus plantios de cana
um forte aumento na oferta mundial de açú- ladas. Antes da estiagem que assolou me- e de beterraba.
car em 2010/11, com um superávit inicial- tade do plantio de beterraba daquele país, Considerando condições climáticas
mente previsto de até 4,5 milhões de to- entre meados de julho e agosto de 2010, normais, a recuperação na produção mun-
neladas. Contudo, o balanço mundial deve era prevista uma redução nas importações dial deve ser mais acentuada em 2011/12
apresentar uma situação bem mais equili- para até 1,8 milhão de toneladas. Já o Pa- (outubro/setembro). Porém no Brasil existe
brada em 2010/11 (outubro/setembro). quistão deve importar mais de 1 milhão de a preocupação quanto à seca que prejudi-
Mesmo diante da recuperação da toneladas em 10/11 afim de preencher o dé- cou a cana soca e a taxa de renovação dos
oferta indiana e da contínua expansão da ficit interno. Nessa lista, também podemos canaviais, que poderão limitar a disponibili-
produção brasileira, espera-se que a produ- citar a União Européia, Indonésia, Filipinas dade de cana no próximo ciclo.
ção mundial em 2010/11 atinja 166,42 mi- e possivelmente os EUA como regiões que Mas as atenções devem mais uma
lhões de toneladas, contra um consumo es- não devem abrir mão de adquirir açúcar no vez girar em torno do quadro de oferta na Ín-
timado de 164,61 milhões, o que resultará mercado internacional. dia. É provável que na safra 2011/12, a ini-
num superávit de apenas 1,82 milhão de to- A China também elevará as compras ciar em outubro de 2011, a Índia produza
neladas. Como resultado, o nível dos esto- de açúcar devido à queda dos estoques e um volume superior ao projetado para este
ques será um dos mais baixos nos últimos da produção interna nas últimas tempora- ano – entre 25,5 e 26,2 milhões de tonela-
30 anos. das. No entanto isso não significa que os das – já que existe um grande estímulo para
O clima não tem sido nada genero- chineses continuarão a importar mais açú- o plantio nesse momento. Nesse caso, a
so com os principais centros de consumo car nos próximos anos. É quase uma unani- Índia poderia exportar entre 4 e 6 milhões
e produção mundiais de açúcar. Os planos midade a ideia de que a China deva, no fu- de toneladas em 11/12, o que não signifi-
de reduzir as importações foram mais uma turo, expandir a importação de açúcar, em ca que deixariam de importar. A Índia ten-
vez adiados pela Rússia, Paquistão e Indo- linha com o seu crescimento populacional e de a se tornar um importante centro de refi-
nésia. No lado da oferta, Tailândia e Austrá- econômico. Porém, deve-se levar em con- no de açúcar cru, reexportando-o na forma
lia, que são grandes exportadores de açú- sideração o elevado o grau de substituição de branco.

REVISTACANAMIX
24 REVISTA CANAMIX||NOVEMBRO
NOVEMBRO||2010
2010
No longo prazo, a dinâmica do mer- açúcar bruto. ponde a cerca de 4 milhões de toneladas to-
cado importador de açúcar poderá sofrer Assim, o Brasil deve se manter como dos os anos. Este volume é superior a toda
novas alterações. Com a construção e ex- principal fornecedor das refinarias indepen- a exportação da Austrália, o terceiro maior
pansão de novas refinarias em diversos pa- dentes localizadas em Dubai, Arábia Saudi- exportador mundial.
íses, o comércio de açúcar branco tende a ta, Argélia, Síria e Índia. Mas principalmente,
ser mais localizado, com os preços sendo não se deve esquecer que demanda mun- * Bruno Wanderley de Freitas
influenciados principalmente por variações dial de açúcar continua crescendo a uma é associado e Plinio Nastari é
nos custos de refino e pelas cotações do taxa média de 2,5% ao ano, o que corres- presidente da Datagro Consultoria

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 25


Guia de Compras SA

Lançado o Guia de
Compras SA 2010
Guia de Compras SA e CanaMix, publicações da
PC&Baldan dirigidas ao setor sucroenergético

Texto: Luciana Paiva Já está à disposição, gratuitamente, a nova edição


Fotos: César Diniz
do Guia de Compras do Setor Sucroenergético
Guia de Compras tem sido

“O uma ferramenta bastan-


te útil para a gestão de nos-
sas compras, facilitando sobremaneira o
Esse depoimento de Roberto Zanardi, ge-
rente-geral da Destilaria Malosso, Itápo-
lis, SP, expressa perfeitamente o objetivo
res da PC & Baldan, tiveram ao lançaram,
em setembro de 2006, o Guia de Com-
pras do Setor Sucroenergético, uma pu-
contato entre cliente e os fornecedores.” que Marco Baldan e Plínio César, direto- blicação anual que apresenta, divididas

26 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Plínio César, diretor da PC & Baldan, Manoel Bertone, secretário de Produção e
Agroenergia do Ministério da Agricultura e Marco Baldan, diretor da PC & Baldan,
durante lançamento do Guia de Compras na Conferência Datagro

por áreas, as diversas empresas fornece- res são distribuídos em eventos do setor
doras de produtos e serviços. e também enviados via correio para os
A cada ano, o Guia foi se aprimo- profissionais da agroindústria canavieira
rando e agregando informações, como responsáveis pelo departamento de com-
a listagem de todas as unidades produ- pras e também das áreas de comando.
toras do Brasil, América Latina e Áfri- Desde o ano passado, o lançamen-
ca; panorama e ranking de safra, enti- to oficial do Guia de Compras ocorre du-
dades representativas do setor, opinião rante a Conferência Internacional da Da-
de líderes e executivos e calendário de tagro sobre Açúcar e Etanol, realizada
eventos. no hotel Grand Hyatt na capital paulista,
O material é produzido em por- o motivo deve-se a grande quantidade
tuguês, inglês e espanhol e para que de executivos brasileiros e estrangeiros
maior parte de profissionais sucroener- presentes ao evento que, ao receberem,
géticos tenham acesso às informações, em mãos e gratuitamente, o exemplar
o Guia é gratuito. Os cinco mil exempla- do Guia de Compras, levaram para sua

Marcos Jank, presidente da Unica, recebe exemplar do Guia de Compras das mãos de Plínio César
Guia de Compras SA
empresa, localizada no Brasil ou em qualquer outro país, infor- cedoras de serviços e tecnologias.
mações precisas sobre a agroindústria sucroenergética, desde Este ano, o lançamento do Guia ocorreu no segundo dia
números de produção até a extensa gama de empresas forne- da Conferência Datagro, em 19 de outubro. No mesmo dia à
noite, a PC&Baldan realizou na churrascaria Grill Hall, também
em São Paulo, o lançamento do Guia para as empresas apoia-
doras e patrocinadoras da publicação. Veja imagens dos dois
eventos de lançamento:

Alexandre Andrade,
presidente da Associação
dos Fornecedores de cana
de Pernambuco, presente
na Conferência Datagro,
garantiu seu exemplar

Lançamento do
Guia de Compras
durante Conferência
Nacional Datagro Luiz Alberto
Sant’Anna, da
Organização
dos Plantadores
de Cana da
região Centro-
Sul (Orplana)

Jacyr Costa Filho, presidente da Açúcar Guarani,


participou da Conferência e ganhou o exemplar do Guia

Marcelo Guerra, Sindaçúcar PE

28 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Representantes
do Grupo São
Martinho levaram
seus exemplares

Bernhard Greubel,
Chairman of
WSRO, London, and
Managing Partner,
Pfeifer & Langen KG,
levou para a Europa
o exemplar do
Guia. Tudo bem, vai
entender tudo, pois
o material também
está em inglês

Plínio César
entrega exemplar
do Guia de
Compras a
Pedro Mizutani,
presidente da
Cosan Açúcar e
Álcool
Guia de Compras SA

Não há dúvidas de que o Guia de Compras atraiu a atenção dos participantes da Conferência Datagro. Confiram...

Equipe da Krom
inox

s
Valter Goncalve
m ila Fl or es , Caio Alonso e Ba ld an
Ca PC &
ber Fidelis, da
da Neolider e Fa

30 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Faber Fidelis,
Cintia e Adriano
Cantadeiro da
Markanti

Familia Capozzi
da Intacta

da HCI, Plinio Cesar,


Igor Morgado marketing
l e Ale xan dre Oliv eira da Permetal,
Jorge Lea
Jos e Rob erto da Jatinox
Marco Baldan e

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 31


Guia de Compras SA

Jose Roberto da Jatinox


e Marcos Renato

Lorencini
e família

sotto da Case,
Marco Baldan, Roberto Bia
xan dre Me coni da Brand
Faber Fidélis a Ale
mu nic atio n Cas e IH Latin America
Com

Marcos Renato da PC &


Baldan, Carlos Roberto
e
Crystiano da Valmec

32 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Marcos Renato e Márcio
Santos da Starret

Marcos Renato, Clayton


da
Renner e Igor da HCI

Pessoal da ComLink e
ting
agência Campo de Marke

Plínio Cesar e Fernando


Feitosa diretor
comercial da Betabio 45

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 33


Guia de Compras SA

Plínio Cesar, Jose Roberto


ato
da Jatinox e Marcos Ren

Plínio Cesar, Rodrigo Mic


helle diretor da
GTA Transportes, Marco
Baldan e Elcio
Gald, diretor comercial da
Persico

der Diniz
Sergio Cardoso e Alexan
ato
da ComLink e Marcos Ren

Theo Araújo, gerente com


ercial da
Personality, Marco Baldan
, Alexandre
Moreno presidente da Per
sonality

34 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


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36 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010
REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 37
A fitossanidade da
cultura canavieira
Texto: Luciana Paiva
Fotos: Rafael Cautela O Ribeirão Cana Invest também reuniu
primeiro congresso Ribeirão Cana
especialistas para falar sobre o controle de

O Invest, realizado de 5 a 8 de abril


de 2010, no Theatro Pedro II em
Ribeirão Preto, debateu também a sani-
doenças e pragas da cana-de-açúcar

Na opinião de Leila, uma praga que reta muitas perdas e prejuízo a atividade”,
dade na cultura canavieira. Leila Luci Di- tem ganhado força e aumentando sua ressalta Leila.
nardo Miranda, diretoria do Núcleo de presença nos canaviais é o Sphenopho- Podridão-abacaxi – Enrico De Beni
Pesquisa & Desenvolvimento do Institu- rus, o bicudo-da-cana. “Esta praga era Arrigoni, coordenador de Pesquisa Tec-
to Agronômico (IAC), salientou que a ex- encontrada na região de Piracicaba, mas nológica do CTC na área de Fitossanida-
pansão de algumas pragas se deve, em passou a apresentar crescimento em ou- de, concordou com Leila de que o Sphe-
grande parte, a descuidos e relaxamento tras regiões canavieiras. É um problema nophorus é um problema que acarretará
no controle por parte dos produtores. A mais sério, pois exige manejo diferencia- maiores custos para o seu controle. O
pesquisadora destacou que as principais do e mais caro. Sua expansão é resulta- pesquisador também alertou para o cres-
pragas da cultura canavieira são a bro- do de descuidos no manejo, espero que cimento da doença podridão-abacaxi que
ca e a cigarrinha, mas, felizmente, já há daqui pra frente o produtor seja mais cui- tem sua elevação associada a maior prá-
conhecimento sobre a forma de manejo dadoso e se conscientize que o controle tica do plantio mecanizado. O fungo Thie-
possibilitando o controle dessas pragas de pragas é coisa séria e o descaso acar- laviopsis paradoxa ataca os toletes de
cana causando perda de brotação. O cli-
ma seco e a baixa temperatura estimulam
o surgimento da doença. Enrico salien-
tou que será necessária evolução técnica
para o controle dessa doença.
O pesquisador também observou
a ocorrência da ferrugem alaranjada nos
canaviais brasileiros. “Enfrentamos a pri-
meira safra com a presença dessa doen-
ça, é um patógeno novo para nós, não
sabemos ainda quais as perdas que cau-
sará nesta safra, é possível na safra que
vem, as perdas serão maiores. A vanta-
gem é que a maioria das variedades de
cana é resistente a essa doença. Mas
precisamos ficar atentos”, ressalta.
Leila, Enrico, Rogério e Rene: a importância da fitossanidade na cana-de açúcar Convivência pacífica com as pra-

38 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


seja, sem a aplicação de produtos quími-
cos. Desenvolvemos um manejo integra-
do que tem nos permitido conviver com
as pragas de forma bastante satisfatória,
sem grandes usos de químicos. No caso
Leila: dos cupins, só aplicamos o produto no
preocupação
com o local onde se encontra o foco”, informou.
Sphenophorus Para Bremm, a broca é a princi-
pal praga da cana, mas a Jalles Machado
não tem tido problemas com esta praga,
resultado de eficiente controle biológico.
O Sphenophorus e o Migdolus, segundo
Breem, não foram encontrados nos ca-
gas – Rogério Augusto Bremm Soares, iniciou o processo de produção de cana naviais da usina, em virtude de monito-
gerente-coorporativo agrícola da Jalles orgânica. “Hoje, 25% de nossos cana- ramento constante das mudas, cuidados
Machado, salientou a filosofia ambiental viais são de cana orgânica, em 2015 che- dos centros de mudas que os oferecem
desenvolvida por sua empresa, que em garemos a 50%. O trabalho com orgâni- o produto e vistoria nos caminhões que
2004, conquistou a ISO 14001 para todo co tem nos ensinado a aplicar ações não transportam as mudas. O gerente falou
processo na área industrial e em 2000, convencionais no controle de pragas, ou sobre o maior surgimento do raquitismo

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 39


pode ser encontrada nos canaviais da São Martinho. “Analisa-
mos que essa doença se mantém mesmo com o crescimento
da cana, diferentemente da ferrugem marrom que quase desa-
parece à medida que a cana se desenvolve. Também evidencia-
mos que sua presença nos canaviais é maior mês a mês. Talvez

Enrico: podridão-abacaxi exige novas técnicas para controle

das soqueiras nos canaviais brasileiros, para ele, o fato é decor-


rente da expansão acelerada por qual passou o setor. “Não hou-
ve preocupação sobre a existência das pragas, qualidade e sa-
nidade das mudas, o importante era formar novos canaviais”,
disse.

Rene Sordi: maior atenção com a ferrugem alaranjada

esta doença mereça mais atenção, pois poderá trazer mais da-
nos que os esperados”, observa.
Em relação a pragas como o Sphenophorus, Sordi disse
Rogério Bremm: aprendendo com a cana orgânica que está se expandindo, até porque, tem encontrado condições
climáticas favoráveis para sua propagação. “Na São Martinho,
Ferrugem alaranjada – René de Assis Sordi, assessor de a filosofia é da adoção de controle biológico, mas com o Sphe-
tecnologia e novos negócios do Grupo São Martinho, chamou a nophorus, por ser uma praga de solo, não conseguimos evitar o
atenção para a ferrugem alaranjada, para ele, o setor teve sorte controle químico”, salientou.
de essa doença não ter chegado ao Brasil 10 anos antes, pois Efeitos da redução nos tratos culturais – a crise finan-
a presença nos canaviais da variedade 454, suscetível à do- ceira que afetou o setor em 2008 e 2009 levou a redução nos in-
ença, era bem maior. No entanto, ainda hoje, a existência des- vestimentos nos tratos culturais, envolvendo o controle de pra-
sa variedade é significativa. Outra variedade suscetível, a 1115 gas, doenças e plantas daninhas. Enrico Arrigoni salientou que

40 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 41
essa redução provoca danos duradou- Sordi observou que a São Marti- Breem também destacou as vanta-
ros, pois a soqueira danificada não se re- nho esteve entre as empresas que cres- gens com o sistema de colheita de cana
cupera de um ano para outro. Já o des- ceram com a crise e, dessa forma, os crua e com máquina, que apresenta redu-
mantelamento ou redução da equipe de investimentos em tratos culturais não fo- ção de custos de 25% em relação ao cor-
manejo pode levar até cinco anos para ram reduzidos. O especialista aproveitou te manual com cana queimada. Na Jalles
ser recuperada, pois exige treinamento e para salientar os ganhos da usina com a Machado, 90% da cana também é corta-
a aperfeiçoamento da mão de obra. adoção do corte mecânico de cana crua, da com máquinas e crua. O gerente cha-
Leila considerou bastante pertinen- hoje, cerca de 93% da cana da São Mar- mou a atenção para os ganhos agronô-
te o comentário de Enrico e completou tinho é cortado com máquina e crua. micos com o a adição de potássio por
que, quando a empresa retoma os inves- “Fomos uma das primeiras empresas a meio da aplicação da vinhaça, 75% da
timentos em tratos culturais, a aquisição adotar este sistema. Todos que acompa- área da Jalles é ferti-irrigado. A empresa
de produtos químicos pode ser feito rapi- nharam a mudança para este sistema sa- também utiliza o dejeto de frango, produ-
damente, mas a dispensa de pessoal exi- bem que foi necessário pagar alguns ‘pe- to facilmente encontrado na região, para
ge tempo para a formação de profissio- dágios’, mas agora estamos colhendo os fertilizar o solo. Aproximadamente 80%
nais que possam interpretar as situações bonus, como o aumento da longevidade dos canaviais da usina recebem aduba-
e tomar a decisão de realizar o manejo. dos canaviais.” ção orgânica.

Ribeirão Cana Invest 2011


Prepare-se para a segunda edição do Ribeirão Cana Invest. O maior congresso sucroenergético no interior
do País acontecerá no Theatro Pedro II, em Ribeirão Preto, nos dias 28 de fevereiro, 1 e 2 de março.
Mais informações no site: www.ribeiraocanainvest.com.br

Apoiadores

Patrocinador Platinum Realização

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REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 43
Internacional

Biosocial: o Brasil na
era da bioeconomia
O Brasil tem quatro
anos para se
preparar para a Copa
do Mundo de Futebol.
O País será destaque
ao longo destes 48
meses atraindo a
atenção da mídia
internacional. Uma
chance única para
o Brasil, o setor
sucroenergético
e o agronegócio
evidenciarem suas
vantagens Floresta desvastada pelo besouro “Borkenkaefer” na Baviera, Alemanha

*Daniel Coelho Barbosa tendências, unir as partes interessadas e àrea de jurisdição.


divulgar a qualidade do produto brasilei- Depois de Frankfurt houve com-
om o apoio da Canamix, surge em ro no exterior através da comunicação promisso em Colônia com a certificadora

C Stuttgart o primerio centro interna-


cional de promoção do agronegó-
cio na forma de profissionais unidos em
constante. É uma iniciativa que possui li-
berdade de movimentação entre os diver-
sos atores na UE pela sua neutralidade.
GlobalGAP onde foram discutidas opor-
tunidades para a produção certificada de
alimentos e nichos de mercado. Em se-
uma Oscip voltada também às bioener- A agenda do Roadshow de setem- guida Bruxelas, reunião com Odilson Ri-
gias, a BioSocial. Esta é a embaixada do bro foi um ótimo exemplo de como tra- beiro, adido agrícola do Brasil na Mis-
agronegócio que visa a ressaltar os as- balha o Centro Internacional de Qualida- são Diplomática do Brasil junto à União
pectos sustentáveis da nossa produção e de no Agronegócio. Européia.
a qualidade dos produtos. Por outro lado, Como age a Oscip – passado o ve- Para coroar a semana gravamos
a plataforma serve como base de inter- rão, Setembro é o mês da retomada dos entrevista exclusiva com os pesquisado-
câmbio para empresas estimulando par- negócios. A série de compromissos co- res Dr. Maria Luiza e Rene W. responsá-
cerias, o comércio e investimentos em meça em Frankfurt com a visita ao sr. veis pelo projeto de algas AlgaePARC em
pesquisas. Alexandre Affonso da Motta Barboza, Wageningen, Holanda. A perspectiva de
Basicamente a missão da BioSo- conselheiro do Secom, o departamento uma cooperação com a Universidade de
cial é encurtar caminhos, facilitar o aces- do Consulado Brasileiro em Frankfurt en- Wageningen já foi levada à Embrapa. O
so às informações aos produtores, captar carregado da promoção comercial na sua projeto de destaque internacional ofere-

44 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Edmundo Barbosa, lho aos que tenham a intenção de abrir
líder do Sindalcool-
Paraíba conversou uma porta no exterior. Os interessados de
com Kerstin Uhlig, toda as cadeias de produção estão convi-
da GlobalGAP, sobre
nichos de mercado
dados a contribuírem a para a consolida-
ção desta entidade - basta escrever para
info@biosocial.net .
Tendências das Américas e Euro-
pa na “bioeconomia” USA & Canadá –
massa e oxigênio. enquanto a consolidação da tecnologia
Fechando a para algas esteja prevista para daqui a 10
viagem houve o en- ou 15 anos, existem outras tendências
contro com a em- mais imediatas na UE e nos EUA. Seguin-
baixadora do Quênia do o exemplo da Amirys, outras empre-
na Holanda, Prof. sas norte-americanas estão aderindo às
Ruthie Rono. Foram parcerias com o Brasil. Como o caso da
ce ao Brasil a possibilidade de participar discutidas possibilidades de transferên- KL Energy, que faz etanol celulósico e fe-
em outras áreas de desenvolvimento que cia de tecnologias da Embrapa e outros chou parceria recentemente com a Pe-
otimizem o potencial das biorefinarias. interesses. trobras, ou da Solazyme, que através da
As algas acenam aos investidores com A aproximação das empresas com Bunge aproxima sua experiência em bio-
alternativas lucrativas para retransformar a BioSocial ocorre voluntariamente sem tecnologias da cana.
o CO² resultante da fermentação em bio- vínculos de afiliação e economiza traba- A empresa canadense CORE Bio-

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 45


Internacional
- www.youtube.com/watch?v=SrONJfa
9lZU&feature=player_embedded.
O Brasil dispõe de um mecanis-
mo sempre à escuta das últimas notí-
cias e como ouvido colado no pulso do
mercado, a BioSocial. No dia 15 de se-
tembro Máire Geoghegan-Quinn, que é
“Commissioner for Research, Innova-
tion and Science”, lançou o Fórum Inter-
nacional de Bioeconomia. O objetivo do
fórum é reforçar a e liderança da UE em
bio-ciências mas vale ressaltar que a es-
tratégia, segundo sra. Geoghegan-Quinn,
irlandesa, prevê colaborações com Aus-
trália, Nova Zelândia e Canadá. Pois é, e
o Brasil?
O Fórum Internacional da Bioecono-
mia que simplesmente não incluiu o Bra-
Estações da tour de conversações da BioSocial em Setembro sil reforça a necessidade de afirmarmos
nossa posição no cenário internacional.
fuels (www.corebiofuel.com) também Para quem precisa de uma confirmação A necessidade de voz ativa e pre-
cogita parcerias com o Brasil no seu pro- nos jornais para saber que o momento de sença constante – na grande maioria
jeto de expansões. Quem diz é Brian Bro- marcar presença no exterior é agora, esta das vezes as descrições sobre o Brasil
da, vice-presidente da CORE. Brian reve- foi publicada como luxuoso suplemento até agora ficaram por conta dos “docu-
la que sua tecnologia poderia transformar fora-de-série encadernado. mentários” como os da TV ARTE, acrôni-
o bagaço de cana em gasolina de 92 oc- Muitos analistas prevêm uma épo- mo de Associação de Rádio e Televisão
tanas. Sim, isso mesmo, gasolina celuló- ca dourada para o Brasil porém não exis- Européia. Estes são produções daque-
sica ao invés de etanol celulósico. Hoje, te almoço grátis. Quem quiser ganhar a las que vão ao Brasil e pegam o fazen-
aqui e agora segundo a empresa. longo prazo tem que se repensar, como deiro despreparado. As pessoas abrem e
A CORE Biofuels desenvolveu a disse Fábio Barbosa, presidente do Ban- mostram suas fazendas para depois se-
biomassa como matéria-prima de um co Santander, no TEDx de SP já em 2009 rem criticadas em programas quem nun-
sistema em vias de ser patenteado cha-
mado MKS. No Canadá a matéria-prima
são as àrvores atacadas por um besouro
devastador, o Bark Beetle.
De acordo com a CORE Biofuels, o
sistema MKS produz desta maneira 310L
de gasolina com 92 octanas e 104L de
água por tonelada de madeira. O proces-
so também gera energia elétrica suficien-
te para se auto-alimentar e produz como
resultado biochar, um carvão natural en-
riquecedor dos solos conhecido também
por “terra preta dos índios”.
União Européia – na Europa o jornal
Le Monde publicou no início de Setem-
bro várias reportagens sobre o Brasil sob
o título “Brasil - Um gigante se impõe”. A pesquisadora portuguesa Dra. Maria Barbosa, chefe do projeto AlgaePARC e Prof. Rene Wijffels

46 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


composta pelos diversos atores do agro-
negócio. De outra forma vamos continuar
sofrendo más-interpretações.

A emissora bi-
nacional ARTE
TV transmite
repetidamente
programas em
horário nobre que
criticam a produção
agrícola brasileira

ca assistirão. Estes programas, que são conceituada TV estatal se presta a veicu-


mostrados no horário nobre do jantar na lar estas mensagens negativas.
Alemanha e na França simultaneamen- Por isso é imprescindível uma voz
te, atacam uma vez o café, a carne ou constante que descreva o Brasil pelos * Daniel Coelho Barbosa - analista responsável
pelo desenvolvimento de estratégias para
o suco de laranja ou o etanol. Periodica- seus fazendeiros e através da própria ex- inserção e posicionamento de biocombustíveis
mente e de maneira muito requintada, a periência. Uma voz viva e inter-setorial na União Européia – dcoelho@gmx.de

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Nordeste

Atual competitividade do setor


sucroenergético no Nordeste

Divulgação
canavieira, com destaque para melhora-
mento genético, o que tem sido bastan-
te exitoso. Nestes 12 anos de parceria,
foram lançadas 18 novas variedades da
família “RB” desenvolvidas para o Nor-
deste. O contingente de cultivares “RB”
já é atualmente de cerca de 60% (ses-
senta por cento) na região, tendo eleva-
do a produtividade média do Estado de
Pernambuco em cerca de 15 toneladas
por hectare.
Pesquisas – a coordenação da Es-
tação está a cargo do competente e dedi-
cado, Professor Djalma Euzébio. Na Es-
tação, pesquisadores, à frente o Químico
Francisco Dutra, isolaram e identificaram
Terminal de containers em Suape: a logística é um dos pontos fortes do Nordeste bactéria oriunda do melaço de cana que
se constitui em Biopolímero. Esse plás-
Renato Augusto Pontes Cunha* rústico, de produção do Nordeste, com tico vem sendo utilizado em aplicações
consequentes maiores resistências a es- médicas, tais como: Em cirurgias como
omos sabedores que desde a épo- tresse hídrico. fio cirúrgico para sutura, parafusos, te-

S ca do Proálcool o segmento su-


croenergético no Nordeste teve
expansão limitada. Cresceu, sobretudo,
A Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE) mantém em Car-
pina, PE, a Estação Experimental de Ca-
las, próteses e gel como suporte para
reconstrução de órgãos, bexiga e pele.
Os professores da UFPE interagem com
nos tabuleiros planos do norte de Alago- na-de-Açúcar. No aludido Centro Genéti- a UFRPE no Projeto. Os cientistas mé-
as, assim como naqueles, mais areno- co ocorre desde o ano de 1998, parceria dicos, drs. Salvador Villar, José Falcão
sos, da Paraíba e Rio Grande do Norte. público-privada entre Universidade; inte- Correia Lima, José Lamartine Aguiar e
As áreas mais tradicionais da re- grante da Rede Ridesa e Associadas do Nereide Stela do Santos Magalhães inte-
gião, consolidadas em relevo acidenta- Sindicato da Indústria do Açúcar e do Ál- gram a vitoriosa equipe do Projeto.
do, conseguem crescer verticalmente cool (Sindaçucar), convênio de pesquisa Por outro lado, a logística tem sido
com incrementos paulatinos de produti-
Arquivo Sinimbu

vidade, oriundos do contínuo e consis-


tente trabalho da rede Ridesa. No ano
em curso, a citada Rede de conhecimen-
to efetuou o lançamento em maio últi-
mo de sete novas variedades de cultiva-
res, vocacionadas para o ambiente, mais

No Nordeste, o setor cresceu,


sobretudo na região dos
tabuleiros em Alagoas

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Arquivo
onde existe mais estabilidade climática e condições de escoamento do produto
consequentes reduções de gastos agrí- nordestino ao exterior, quando, em mé-
colas nos “CCT’s” - Corte, Carregamento dia, as usinas distam, apenas, cerca de
e Transporte (mecanização). 60 (sessenta) quilômetros para os termi-
O cenário comparativo entre as nais portuários.
duas regiões mencionadas fundamenta- Os Portos de Natal, Cabedelo, Re-
se pró Nordeste, a partir das adequadas cife, Suape e Maceió, apresentam, sobre-

Os portos do
Nordeste, como
O pesquisador Djalma Euzébio, um dos o de Maceió,
responsáveis pelo desenvolvimento de possuemmenos
variedades de cana para o Nordeste gargalos do que
os existentes
nos portos do
a grande forma de minimizar e neutrali- Centro-Sul
zar parte dos custos mais altos do Nor-
deste, onde prevalecem atividades agrí-
cola manuais, fortemente sociais, versus
Arquivo

aqueles predominantes no Centro-Sul,

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 49


Nordeste

Luciana Paiva
das em sustentabilidade ambiental, com
diminuição, gradual, dos contingentes de
corte de cana queimada, mesmo nas la-
deiras e encostas das áreas agrícolas.
Mecanização nas encostas – a ini-
ciativa teve início na tradicional Usina Pe-
tribú. O Fundo de Tecnologia contratou o
experiente engenheiro Raul Fernandes,
que viajou por mais de trinta dias a vá-
rios países do mundo em busca de tec-
nologia de colhedoras para corte em in-
clinações íngremes, e, o êxito começa a
surgir com testes de máquinas france-
sas (Ilhas Reunion), japonesas e chine-
sas, vocacionadas para áreas de várzeas
e para inclinações que vão principalmen-
te de 12% a 70%.
Vale comentar ainda, acerca de
outra estratégia estruturante na região,
traduzindo-se na elevação que ora fo-
camos, da capacidade de geração de
bioeletricidade, a partir da biomassa (ba-
gaço de cana), com consequente “retro-
Setor investe em tecnologia de corte de cana crua nas áreas de encostas fit” das nossas térmicas (caldeiras), per-
seguindo-se maior geração de mwh com
maneira, menos gargalos do que os exis- O Terminal Açucareiro de Suape aquisições de térmicas mais modernas e
tentes nos portos do Centro-Sul. (T.A.S) com capacidade estática de 160 econômicas. Sem dúvida a geração dis-
Terminal de açúcar refinado – mil toneladas e cadencia-hora de embar- tribuída de bioeletricidade nas redes ten-
nesse particular, no zoneamento do efi- que de 750 toneladas, escoará branco à de a crescer, sobretudo se a energia lim-
ciente porto de Suape, o mais novo do granel, permitindo também em seu pátio pa passar a contar com remunerações
Nordeste, já ocorrem investimentos para o estufamento de containers, bem como em tarifas que contemplem as positivas
moderno terminal de açúcar refinado a embarques de açúcar ensacado, consti- adicionalidades geradas por nosso seg-
granel, possibilitando-se a originação tuindo-se assim em terminal múltiplo. Os mento. É uma questão de tempo, pois,
de maior valor agregado em açúcar com investimentos estimados estão na ordem o apelo ambiental é forte, verdadeiro e
destino ao norte da África e Mediterrâneo, de USD 60 (sessenta) milhões de dóla- sustentável.
regiões, antes do painel da Organização res norte-americanos e dentro dos próxi-
Mundial do Comércio, movido por Brasil, mos três anos já deverá ocorrer o início
Austrália e Tailândia em 2004/2005; su- de operações.
pridas pela Europa (Antuérpia). O advento acima, combinado com
O novo terminal de “branco” de Su- a evolução, ora em curso, de inversões,
ape trará “up grades” logísticos efetivos, sobretudo em corte mecanizado de la-
incrementando equação de vendas, se- vouras de cana, podem valorizar consi-
guramente mais estável e rentável, alicer- deravelmente as unidades agroindustriais
çada em calados com mais de 15 me- da região no curto prazo.
tros de profundidade; bastante versátil Nesse particular, nossas usinas as-
para navios de várias modalidades, acar- sociadas, criaram sob a gestão financeira Renato Augusto Pontes Cunha
Presidente do Sindicato da Indústria
retando “dispatch”; prêmios pela rapidez do Sindaçúcar-PE, um fundo de Inovação do Açúcar e do Álcool no Estado de
de carregamento. Tecnológica, a partir de iniciativas foca- Pernambuco – Sindaçúcar

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Espaço TI

Hora de manutenção
Na entressafra, unidades produtoras correm Caio Campanhão

para realizar as manutenções necessárias na inegável que a tecnologia dos


indústria. Por sorte, a TI está aí para ajudar
É equipamentos utilizados no setor
sucroenergético vem se aprimo-
rando cada vez mais. No entanto, por
mais que as máquinas evoluam, não há
como fugir de um fator importantíssimo
para as unidades, principalmente em
época de entressafra: a manutenção.
Os profissionais do setor sabem
que, somente com uma manutenção
bem planejada e bem realizada, é pos-
sível passar tranquilo pela safra sem
maiores problemas. Mas, com tantas
máquinas e equipamentos na indús-
tria, como fazer para que tudo saia den-
tro dos conformes sem que nenhum
detalhe seja esquecido? A resposta,
cada vez mais, está na tecnologia da
informação.
Hoje, são muitos os softwares
com que os profissionais responsáveis
pela manutenção industrial das usinas
podem contar. Muitas também são as
soluções oferecidas pelos programas.
É o que diz o consultor de informá-
tica José Wellington Ferreira. De acordo
com ele, hoje existem inúmeros softwa-
res para este segmento disponíveis no

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Arquivo
diversos tipos de manutenção. “Pode- dos conceitos de inspeção e manuten-
mos focar em diversos tipos de ma- ção dos ativos industriais, facilidade na
nutenção, tais como manutenção identificação dos problemas crônicos
corretiva, manutenção preventiva, ma- do ativo industrial na análise de falhas
nutenção preditiva e manutenção plane- e na aplicação das diversas ferramen-
jada. Mais do que os registros das ma- tas de melhoria, pleno domínio sobre os
nutenções realizadas, podemos contar custos de manutenção e de inspeção
ainda com diversas ferramentas auxilia- de equipamentos”, entre outras inúme-
res para gestão, facilitando as tomadas ras vantagens.
de decisões”, afirma. Aprovado – os softwares utili-
Ferreira continua a lista de vanta- zados para auxiliar na manutenção in-
gens, citando “Abertura dos canais de dustrial das usinas não é defendido so-
comunicação e plena integração on-line mente por seus desenvolvedores. Os
entre a manutenção, seus clientes e for- profissionais também reconhecem a
necedores, facilidade na elaboração de importância da TI nesta importante eta-
relatórios técnicos e contábeis, redução pa. Que o diga o consultor José Ieda
“É possível focar em diversos tipos
de manutenção”, diz José Wellington do custo do processo de contratação de Neto. Referência quando o assunto é
materiais, equipamentos e serviços, au- relativo à área industrial, ele defende a
mercado. Alguns específicos e dedica- mento da produtividade e da qualidade importância da informática para o setor.
dos somente à manutenção industrial e proporcionados pela rastreabilidade e “Todo o planejamento (de manutenção
outros integrados ao sistema de gestão otimização dos serviços, uniformização industrial) é hoje realizado com ferra-
das empresas. E é claro que contar com

Arquivo
este recurso traz muitas vantagens para
o usuário. “Dentre as inúmeras vanta-
gens da utilização destes softwares po-
demos citar algumas, tais como dis-
ponibilidade de informações em tempo
real e num único sistema, viabilizando
melhores condições de gerenciamen-
to da empresa; tornar visíveis todas
as operações, tanto em termos de sta-
tus como de histórico; padronização de
procedimentos; agilização do processo
decisório, entre outras”, afirma.
Foco direcionado – ainda segun-
do o consultor, outra vantagem da uti-
lização do software adequado é a pos-
sibilidade de direcionar o foco para “A TI tornou a manutenção preventiva simples e de fácil aplicação”, diz Ieda Neto

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 53


Espaço TI
mentas de TI, que proporcionam con-
fecção e controle de cronogramas mais O 3º Congresso Nacional da Bioenergia – Udop
apurados e mais assertivos, eliminan-
do-se assim esquecimentos e fazendo
também terá uma sala voltada para a área de TI
com que tenhamos o perfeito controle Tecnologia da Informação – 17/11
de tempo de manutenções importantes 9h - 10h: Gestão da Segurança da Informação -
na unidade industrial”, diz. Rodrigo Aparecido Fernandes Tomazini – Diretor - RC Brasil
Assim como o consultor José 10h - 10h45: Gestão do Desempenho Organizacional: Ferramentas para
Wellington Ferreira, Neto salienta que Auxiliarem as Empresas a Vencerem o Desafio de Medirem
o software adequado pode ajudar nos seu Desempenho - Paulo Sérgio Corrêa Ribeiro – Gerente
mais diversos tipos de manutenção: “A de Projetos - Compu-Software Sistema Corporativos
TI tornou a manutenção preventiva sim- 10h45 - 11h: Coffee-break
ples e de fácil aplicação a todos que 11h - 12h20: Case Dedini – Modelagem de Processos de Negócios e a
queiram melhorar suas unidades no to- Utilização de uma Ferramenta de Workflow - Marcio Pereira –
cante a aumentar a disponibilidade e Gerente de Contas - Lecom S. A.
reduzir manutenções corretivas. Ela é 12h20 - 14h10: Almoço
importante também neste tipo de ma- 14h10 - 15h40: Implantação de um Portal de Compras para Automatizar o
nutenção, se os profissionais aprovei- Supply-Chain de uma Empresa da Cadeia Produtiva no Brasil -
tarem para colher lições do ocorrido e Artur Simpriano – Coordenador de Projetos - Lecom S. A.
informar o sistema para que, dessa ma- 15h40 - 15h55: Coffee-break
neira, a manutenção preventiva possa 15h55 - 18h: Gerenciamento de Projetos e o PMI – O Desafio de Fazer Acontecer! -
ser aprimorada”, afirma. Tiago Amor – PMP e Gerente de Operações - Lecom S. A.
Neto finaliza listando as facilida-
des proporcionadas pela TI na área in- Tecnologia da Informação – 18/11
dustrial: “A TI facilitou muito o controle 8h50 - 10h30: Avanço Tecnológico Aplicado no Processo Agrícola - Estudo
de peças sobressalentes, nas fichas in- de Caso – Usina São Fernando - Anselmo Deltoro Solinftec –
formatizadas de equipamentos, propor- Solinftec Cm. Equip. Elétrico Eletrônico; Bruno Mourão –
cionou otimização de estoques e inter- Bio TI Sistemas e Automoções; Gustavo Nogueira –
venções de lubrificação e manutenção Gerente de TI da Usina São Fernando
corretas e no momento certo, além de 10h30 - 10h45: Coffee-break
redução de custos e aumento de dispo- 10h45 - 11h20: Dell - Novas Tecnologias de Servidores e Storages -
nibilidade de fábrica. Proporcionou ain- Bruno Piubeli – Diretor Comercial da JBR Consultoria -
da rastreabilidade das manutenções e Dell Partner Direct.
controle de garantias”, observa. Palavra 11h20 - 11h50: HP - Infraestrutura Convergente - José Mário Vicentin Júnior -
de quem entende do assunto. Consultor de Vendas - Suprimática
11h50 - 12h20: IBM e X5: A Revolução do X86 - Wainer M. Toni –
Senior IT Architect - IBM Brasil
12h20 - 14h10: Almoço
14h10 - 14h55: Forefront TMG e Microsoft’s BPOS - Business Productivy
Online Services - Maurício Lopes Corseiro – Software One
15h30 - 15h45: Coffee-break
15h45 - 17h: Gestão de Negócio Através do Conceito de Planejamento -
Estruturado e Flexível - Osmair Barrichello – Sócio Diretor -
Compu-Software Sistemas Corporativos
www.gatua.com.br
rodrigo.soares@biobrasilsa.com.br Mais informações e inscrições:
(18) 3551-9018 www.udop.com.br (18) 2103 0528 e-mail: treinamento@udop.com.br

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REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 55
Economia

A tecnologia caipira ganha o mundo


Delcy Mac Cruz e Luciana Paiva Tecnologia agrícola e industrial desenvolvida
região Nordeste do interior paulis-
no interior paulista rompe fronteiras e

A ta respira cana-de-açúcar há qua-


se 60 anos, com a chegada dos
imigrantes e a introdução das primeiras
amplia presença no estrangeiro

SP, que acompanha o setor desde o co- Embora com ‘apenas’ 20 anos
fábricas de açúcar. meço da década de 1970. de atividades, a Brumazi, especializa-
Esse pólo criou também uma estru- Essa atuação conjunta gerou, por da em soluções industriais, localizada
tura de fornecedores de bens e de servi- exemplo, a presença de industriais, pro- em Sertãozinho, SP, instala equipamen-
ços encravada no entorno. O objetivo era dutores rurais e de fabricantes de equipa- tos na usina que a americana Bunge im-
facilitar a aproximação das usinas e, por mentos ‘porteira adentro’, ou seja, den- planta em Pedro Afonso, no Estado de
isso, fabricantes de implementos para tro da propriedade da planta agrícola e Tocantins.
café instalados nas proximidades tam- industrial. Criada há 34 anos também em Ser-
bém migraram para o nicho canavieiro. Para adequar e mesmo criar deter- tãozinho, primeiramente como fornece-
O passar dos anos revelou a exce- minado implemento, era comum o forne- dora para a então Usina Santa Elisa, que
lência das produtividades agrícola e in- cedor trabalhar ao lado dos gerentes agrí- pertencia aos mesmos controladores, a
dustrial e, também, dos fabricantes de colas. “Foi desse trabalho conjunto que Sermatec avança as fronteiras brasilei-
máquinas. surgiu a tecnologia canavieira caipira”, ras. É dela o difusor de cana em fase de
“Como indústria, campo e fornece- comenta Golfeto. instalação na planta industrial Biocom,
dores buscavam conhecimentos para um Exportação – pois essa tecnologia projeto agroindustrial dos grupos brasi-
setor em desenvolvimento, eles atuavam caipira migra agora para Estados da nova leiro Odebrecht e angolano Damer e So-
juntos”, diz o professor de Economia An- fronteira canavieira, e até mesmo para nangol Holding situado na Angola.
tônio Vicente Golfeto, de Ribeirão Preto, outros países. A tecnologia caipira avança tam-

Colheita mecanizada de amendoim


Arquivo Santal

com equipamento desenvolvido


pela Santal de Ribeirão Preto

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Transbordo de cana desenvolvido pela Tracan de Ribeirão Preto:
cos com a introdução do plantio direto,
a cana impulsiona a tecnologia caipira as empresas brasileiras se especializa-
ram na produção de máquinas e imple-
mentos adequados as condições de nos-
so clima e solo.
Uma das primeiras dessas empre-
sas foi a Baldan, fundada em 1928 em
Matão, SP. Em 1936, em Batatais, nas-
ceu a Jumil. E em 1946, também em Ma-
tão, foi criada a Marchesan. Nasceram
como oficinas e hoje marcam presença

bém para outros setores fora o sucro-


energético. “Era uma tendência natu- Criada em Sertãozinho
em 1964, a DMB
ral, porque a qualificação obtida junto a Máquinas e Implementos
usinas e destilarias também é pertinen- Agrícolas, está entre
as empresas que
te para segmentos como celulose, petró- desenvolvem produtos
leo e gás”, diz o professor da USP Alber- para a área canavieira,
como plantadoras
to Borges Matias.
Tecnologia dos trópicos – nos
dias 16 a 20 de setembro de 1959 foi re-
alizado em São Paulo o primeiro simpó- agrícola brasileira evoluiu muito e tornou- internacionalmente. Os implementos Ju-
sio nacional sobre a fabricação do trator se referência quando o tema é agricultu- mil estão presente em vários países da
e implemento agrícola no Brasil, naque- ra dos trópicos. Acompanhando a nova América do Norte, da África, Oriente, Mé-
la época nossos campos eram ocupados filosofia de trabalho iniciada pela Empre- dio, Oceania, Europa e em toda a Améri-
por máquinas predominantemente im- sa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias ca Latina. A Baldan exporta para 74 paí-
portadas e, em sua maioria, um monte (Embrapa) que na década de 1960 lan- ses, vários são da África, como Sudão,
de cacareco. Desde então, a tecnologia çou o conceito de agricultura dos trópi- Angola, Moçambique e África do Sul.

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 57


Economia
tria vem dando demonstração de for-
ça”, diz.
Segundo Aubert Neto, os desafios
são enormes: Custo Brasil, que torna os
produtos brasileiros cerca de 43% mais
caros (caso da indústria de máquinas);
taxas de juros as mais altas do mundo;
carga tributária que representa cerca de
35% dos custos; taxa de câmbio que im-
põe uma perda irreparável ao setor pro-
dutivo, pois faz com que a indústria fique
menos competitiva nas exportações e,
por outro lado, abre o mercado aos pro-
dutos importados.
Arnaldo Ribeiro Pinto salienta que
o setor ganhar o mercado internacional é
Angolanos visitam a Agrishow em Ribeirão Preto em busca da tecnologia caipira preciso que haja ações promocionais em
feiras e eventos, redução do “custo Bra-
Na esteira da cana – entre as em- da Indústria de Máquinas e Equipamen- sil”, e redução dos custos internos que
presas nacionais de tecnologia agríco- tos (Abimaq). começam a inviabilizar exportações, ao
la que tem como combustível a cultura A Indústria de transformação do ponto de entidades de classe buscarem
canavieira está a Santal, de Ribeirão Pre- Brasil, segundo ele, está em condições a sobretaxa em importações.
to, que neste ano completou 50 anos de de competir em igualdade com as de- No exterior, a tecnologia caipira
atividades, oferecendo ao mercado co- mais indústrias instaladas mundo afora. também sofre com a concorrência des-
lhedoras, plantadoras e carregadoras de “O mais duro desta constatação é que leal por parte da China. Os chineses vi-
cana e implementos na área de amen- a perda de competitividade não ocorre sitam nossas empresas, adquirem um
doim. Segundo Arnaldo Adans Ribei- do portão para dentro das nossas em- exemplar de cada implemento brasileiro e
ro Pinto, presidente da empresa, duran- presas, ou seja, há décadas a indús- pedem o manual, dizem que é para expe-
te muitos anos, os produtores de açúcar
dos países vizinhos pegavam seus avi-
ões e cruzavam o Brasil em direção aos
EUA, Europa e Austrália, buscando tec-
nologia para evoluir suas usinas. De 10
anos para cá a situação se inverteu. O
mundo canavieiro “descobriu o Brasil”
e passou a enxergar com outros olhos,
a respeitar e tentar aprender com quem
produz o etanol e o açúcar mais baratos
do mundo.
Barreiras – os fabricantes da tec-
nologia caipira também são vítimas do
processo de desindustrialização e des-
nacionalização que afeta outros setores
no Brasil. “Nos últimos vinte anos pas-
samos de 5º maior produtor mundial de
máquinas e equipamentos a um modes-
to 14º lugar”, diz em relato Luiz Aubert A Baldan está entre as empresas mais antigas do Nordeste paulista,
Neto, presidente da Associação Brasileira mas que se modernizou para atender a agricultura tropical

58 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


rimentar, mas na verdade, copiam a tec-
nologia, lançam no mercado uma cópia
com baixa qualidade e durabilidade, mas
com preço bem inferior, conquistando a
Avança mecanização
atenção de países pobres que só olham
o preço.
no campo
s vendas de máquinas agrícolas automotrizes avançam no mercado inter-

A no, o que comprova o vigor dos investimentos nos setores agrícolas em


que a tecnificação é urgente, como o sucroenergético. Segundo a Asso-
ciação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em agosto
o mercado interno adquiriu 6,5 mil unidades fabricadas no País, ante 6,4 mil em
julho, e 5,1 mil em agosto do ano passado.
As exportações de máquinas também crescem, mesmo com o dólar cons-
pirando contra. Conforme a Anfavea, em agosto foram exportados em valores
US$ 1,14 bilhão, ante US$ 1,13 bilhão em julho, e US$ 735,4 milhões em agos-
to do ano passado.
Para todo 2010, segundo a Anfavea, deverão ser comercializados no mer-
cado interno 68,7 mil máquinas, 24% a mais que em 2009, quando foram vendi-
das 55,3 mil máquinas. Conforme a entidade, boa parte da expansão de vendas
“A Indústria de transformação do Brasil, está de máquinas está ligada aos programas Mais Alimentos (Governo Federal) e dos
em condições de competir em igualdade
com as demais indústrias instaladas mundo Estados de São Paulo e Paraná.
afora, garante Aubert Neto

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 59


Estratégia

Cosan comemora 100 anos da marca União e


anuncia nova empresa no setor de alimentos
Grupo ampliará atuação no segmento e analisa lançamentos de
produtos nas categorias de atomatados, café, conservas e massas

Renato Anselmi produtos devem agregar valor de maneira


significativa.
doce sabor da marca União não é Uma das possibilidades é o uso do

O percebido somente pela qualidade


superior do açúcar que tem uma
trajetória de sucesso e liderança. A mar-
nome União no segmento de café, confor-
me admite o diretor comercial de mercado
interno. “O assunto está sendo analisado”,

Divulgação
ca impõe respeito e credibilidade junto a observa. A avaliação do lançamento des-
donas-de-casa, especialistas em confeita- se produto ocorre poucos meses após o
ria e doçaria, profissionais e executivos do término do acordo - que durou 10 anos -
setor de açúcar. Referência para o merca- de exploração do direito de uso do nome
do, tornou-se também sinônimo de solu- União pela empresa Sara Lee, comprado-
ções em adoçamento. Por esses e outros ra em 2000 do Café União, do Grupo Nova
motivos, existe hoje um ambiente total- América, que era o proprietário da marca.
mente favorável para a comemoração dos Consumidor – a nova empresa já vai
100 anos do Açúcar União que acontece Açúcar orgânico União chega ao nascer forte, ancorada pela aniversarian-
oficialmente em 4 de outubro. mercado no ano do centenário da marca te União e pela marca Da Barra. Melchia-
O Grupo Cosan, que detém a mar- des Terciotti informa que a Cosan tem uma
ca desde junho de 2009, resolveu fazer a Ao mesmo tempo em que celebra a his-

Divulgação
festa do centenário em grande estilo. Entre tória e a performance de seu carro-chefe
as ações programadas para este ano, es- no setor de alimentos, a Cosan se prepara
tão o lançamento dos produtos Orgânico, para iniciar nova empreitada nessa área. A
Diet Sucralose e Demerara, a publicação Cosan Alimentos, divisão do grupo, se tor-
da “Coleção União Receitas de Sucesso”, nará uma empresa independente até mar-
a veiculação de campanhas promocionais. ço de 2011.
O diretor comercial de mercado in-
terno da divisão, Melchiades Donizeti
Terciotti, afirma que a nova empresa
avaliará oportunidades para disponi-
bilizar alimentos não perecíveis, de
Diet Sucralose categorias representativas, que não
também será
lançado
sejam conflitantes com as atividades
do grupo neste segmento. Apesar
de não confirmar quais serão as no-
vas linhas de produtos, Terciotti não
descarta a atuação em áreas de ali-
mentos, como atomatados, conser- Anúncio com menino nas
Divulgação

vas, café e massas. Segundo ele, os décadas de 1920 e 1930

60 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Divulgação
mento dos negócios. “Não descartamos ampla rede de comercialização de produ-
essa possibilidade. Quanto maior o ritmo tos em todo o Brasil por meio de revende-
de crescimento, maior será a demanda de doras autônomas.
capital”, pondera Terciotti que conside- Novos produtos - Mais do que uma
ra, no entanto, prematura qualquer defini- marca de açúcar, a União se tornou refe-
ção sobre este assunto. Algumas coisas rência nas soluções em adoçamentos, se-
já podem ser consideradas como certas gundo Melchiades Terciotti. Por isso, pro-
na concepção, formatação e estruturação cura disponibilizar produtos voltados aos
da nova empresa. A Cosan Alimentos terá diferentes estilos de seus clientes. Para
“genes” de inovação, qualidade e de cre- ampliar ainda mais o portfólio da marca,
dibilidade junto ao público, provenientes a divisão de alimentos da Cosan está lan-
do feliz casamento do grupo com a mar- çando, em comemoração aos 100 anos, o
ca União. União Orgânico, que é cultivado por meio
Aliás, o forte relacionamento com o de técnicas naturais e segue princípios na-
consumidor é um dos principais ingredien- cionais e internacionais de cultivo orgâni-
tes da história de sucesso da marca União. co. Outra novidade é o União Diet Sucra-
Quarto caderno de receitas da União em 1953 Em consequência disso, um fato relevante lose, um adoçante dietético elaborado a
ocorreu em 1958 quando uma consumi- base de sucralose, que é um edulcorante
participação de 40% no mercado brasilei- dora enviou à empresa uma receita de sua derivado da cana-de-açúcar.
ro de açúcar que movimenta 125 mil tone- autoria feita com açúcar União. Interessa- A empresa está colocando no mer-
ladas por mês. O Açúcar União é respon- da na iniciativa, a diretoria testou e aprovou cado a União Demerara, que é um tipo de
sável por 26% deste volume, a Da Barra a receita, que foi publicada nas embala- açúcar cristal, de coloração caramelo e le-
e outras marcas do grupo (Duçula, Neve, gens do produto. Começava, dessa forma, vemente úmido, devido ao elevado teor
Dolce) têm uma market share de 14%. “Es- o projeto União Docelar, a primeira cozinha de melaço de cana que envolve os cris-
tamos preparando a estrutura para oportu- experimental do Brasil, que deu origem a tais. Em fase de desenvolvimento, o Light
nidades sinérgicas. É um momento de de- diversas ações, como os cursos gratuitos Stevia poderá ser também lançado ainda
safio, bastante positivo”, afirma Terciotti e os tradicionais livros de receitas. este ano, conforme informações do dire-
que deverá ser também o diretor comer- Como parte da comemoração dos tor comercial.
cial de mercado interno da nova empresa. 100 anos, a Cosan lançou a “Coleção Com o objetivo de atender os pro-
A Cosan Alimentos poderá abrir ca- União Receitas de Sucesso”, em parceria fissionais especializados em confeitaria,
pital no futuro dependendo do desenvolvi- com a Gold Editora e a Avon que possui a Cosan Alimentos está disponibilizando

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 61


Estratégia
tre outros, e na decoração de doces, pães,
roscas, donuts e bolos, o Fondant União
O Fondant
Pró – também lançamento da marca - con-

Divulgação
União Pró -
O açúcar tém açúcar granulado, que confere ao pro- recomendado
Demerara vai para a cobertura
engrossar o
duto uma cor extremamente branca, fa- de docinhos
portfólio da vorecendo o uso em receitas que exigem
empresa
Divulgação

uma coloração mais brilhante.


Para fabricar um açúcar diferencia-
do, que faz parte da vida de milhões de
brasileiros, a marca União sempre teve União dos Refinadores que incorporou,
uma grande preocupação com a qualida- posteriormente, o segmento café, e pas-
de. Melchiades Terciotti conta que para a sou a ser denominada Companhia União
produção do Açúcar União, com cor Icu- dos Refinadores - Açúcar e Café.
novas alternativas nessa área. Melchia- msa abaixo de 50, os cuidados começam A empresa foi vendida, em 1928,
des Terciotti observa que a União assumiu com a escolha da matéria-prima e incluem para proprietários de usinas de Pernam-
o compromisso de desenvolver soluções todas as operações do processo industrial, buco. No ano seguinte, o empresário José
de alta performance, incluindo produ- empacotamento e armazenamento do pro- Ferraz de Camargo assumiu o coman-
tos com excelente desempenho técnico e duto. A assepsia, o controle da granulome- do dos negócios e, em 1935, adquiriu o
acabamento. Direcionados para padarias, tria e o elevado nível de automação são al- controle da companhia. Nas décadas se-
confeitarias,doçarias e especialistas do ca- guns fatores que asseguram a fabricação guintes, a empresa passou por um proces-
nal food service, a marca União Pró está de um açúcar de primeira linha. so de expansão, que incluiu a compra da
oferecendo ao mercado, em 2010, o Açú- Trajetória de sucesso – A questão Açucareira Santista em 1939, a implanta-
car Impalpável, utilizado principalmente no da qualidade sempre acompanhou a traje- ção de uma nova unidade refinadora em Li-
polvilhamento de sonhos, bolos, doces e meira, SP, em 1953, e a aquisição da Refi-
pães, além de ser recomendado para a ela- Açúcar naria Piedade, RJ em 1962.
Impalpável,
boração de pasta americana. Este produto utilizado A União passou a ser controlada
é resultado de um processo de moagem principalmente pela Copersucar - Cooperativa de Produ-
no polvilhamento
do açúcar refinado granulado, adicionado tores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado
Divulgação

de sonhos, bolos,
de amido de milho. doces e pães, de São Paulo em 1973, o que criou condi-
além de ser
O Creme Confeiteiro é outra novida- recomendado ções para a duplicação de sua capacida-
de da linha União Pró. É utilizado no pre- para a elaboração de de produção de açúcar. O Grupo NovA-
de pasta
americana
mérica adquiriu a marca União em 2005,
passando a distribuir todos os produtos do
portfólio, ampliando sua participação no
tória da marca. Com o objetivo de oferecer mercado de varejo. Em junho de 2009, a
Divulgação

Creme
Confeiteiro ao mercado produtos diferenciados, que Cosan incorporou as unidades industriais,
é outra
novidade
proporcionassem também ganhos mais comerciais e portuárias da NovAmérica e
da linha elevados, os irmãos e imigrantes italianos, tornou-se a dona da marca União.
União Pró
Giuseppe e Nicola Puglisi Car-
bone convenceram os peque-
Divulgação

nos refinadores de São Paulo a


se unirem e formarem uma úni-
ca empresa. Em 4 de outubro
paro de cremes para recheios de bolos, de 1910, surgia a Companhia
sonhos e bombas, geléia de brilho para tor-
tas, além da decoração de pães e roscas.
Sede da Companhia União dos
Recomendado para a cobertura de doci- Refinadores na Alameda Barão do
nhos - como camafeus, profiteroles, en- Rio Branco, década de 1920

62 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 63
Por meio da matemática a Usina São
Domingos já elevou seu lucro operacional
em 15% nos últimos três anos
Divulgação

Próxima da perfeição
Usina São Domingos investe no desenvolvimento dades sucroenergéticas, se enquadra
naquela faixa, que segundo analistas,
de modelos matemáticos que levam a empresa correm mais risco de ser incorporadas
à obtenção do lucro máximo e do custo mínimo por grandes grupos. Por isso, a preo-
cupação de Rodrigo em encontrar alter-
Luciana Paiva 2,3 milhões de toneladas/ano, produz nativas para deixar sua empresa mais
açúcar, etanol e energia, não é uma em- competitiva e assim garantir espaço no
e Deus tivesse uma usina de cana- presa cooperada, sua gestão é familiar/

S
mercado sucroenergético.
de-açúcar, como ela seria? Na vi- profissionalizada e tem capital 100% na- A resposta aos seus problemas
são de Rodrigo Bacarat Sanchez, cional, ou seja, como a maioria das uni- veio em um momento de entretenimento.
diretor de pesquisa e desenvolvimento da
Luciana Paiva

Usina São Domingos, Catanduva, SP, se-


ria uma empresa perfeita, que dominasse
a fórmula lucro máximo e custo mínimo.
Para chegar próximo a esse ideal, Rodri-
go pensou que a saída poderia ser trans- Rodrigo
explicando
formar commodities em produtos dife- a aplicação
renciados, para agregar valor. “Imaginei dos modelos
matemáticos
em construir uma fábrica anexa a usina
que produzisse, por exemplo, suco de
cana em embalagem tetrapack”, conta.
Fundada em 1952, a Usina São Do-
mingos tem uma moagem por volta de

64 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Em 2005, Rodrigo assistia ao programa oferece softwares empacotados, mas fessor Ricieri, o problema era conseguir
do Jô Soares quando um dos entrevista- soluções personalizadas. um espaçozinho na agenda do mestre.
dos chamou-lhe a atenção. Era o profes- A solução está nos números – ao “Mais que isso, era complicado até con-
sor Aguinaldo Ricieri, físico de formação ouvir o professor que discorria sobre ma- seguir contatá-lo, demorou quase dois
e apaixonado pela matemática. No papo temática com a naturalidade de quem meses para eu ter um retorno. Ele é mui-
descontraído com o apresentador, entre comenta uma partida de futebol, Rodri- to concorrido e sua hora é muita cara”,
uma brincadeira e outra, Ricieri contou go não teve dúvidas de que aquele gênio diz Rodrigo. Para se ter uma noção em
que ministra aulas no Instituto Tecnoló- das fórmulas poderia ajudá-lo a conquis- relação à agenda de Ricieri, há mais de
gico de Aeronáutica (ITA), em São José tar o objetivo de aumentar a competi- 30 grandes empresas na fila de espe-
dos Campos, SP, e que também é mui- tividade de sua empresa. “Percebi que ra, e uma de suas últimas consultorias
to cobiçado para prestar consultorias a não precisávamos criar produtos, mas (e das menos complexas) saiu por R$ 3
empresas do porte de Petrobras, Vale do sim otimizar nosso processo e o cami- milhões.
Rio Doce e Pirelli. A razão de ser objeto nho seria por meio dos números”, salien- O mesmo ideal – depois de tan-
de desejo do meio empresarial deve-se ta. Segundo ele, para acompanhar esse to insistir, Rodrigo conseguiu o tão de-
ao fato de utilizar cálculos matemáticos cenário de eficiência, mais do que nun- sejado encontro, seguiu para São José
avançados para solucionar problemas do ca o agrônomo necessita da matemática, dos Campos e foi recebido por Ricie-
cotidiano. Por meio de complexas equa- porém, infelizmente, nossas universida- ri. “Ele mora em um castelo com estilo
ções (alimentadas por ampla base de da- des e escolas ensinam superficialmente medieval”, observa. Uma vez com o pro-
dos), identifica com precisão a maneira essa disciplina imprescindível à agricul- fessor, explicou-lhe os motivos que o le-
mais eficiente de produzir, transportar ou tura atual. vavam a solicitar o seu trabalho. Contou
desenhar um produto. O consultor não Assim, a saída era recorrer ao pro- que cursou agronomia, mestrado e dou-

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 65


Gestão de Negócios

Luciana Paiva
torado na Unesp de Jaboticabal, univer-
sidade pública e que, por isso, se sentia
em dívida com a sociedade que pagou os
seus estudos. Achava que poderia sau-
dá-la investindo em educação e que por
meio da metodologia aplicada pelo pro-
fessor, não só iria encontrar as melhores
variáveis para aumentar a competitivida-
de de sua empresa, como possibilitaria
às pessoas desenvolver o senso crítico
através da matemática e suas aplicações
no dia a dia.
“O professor disse-me que recusa
trabalho toda semana e que, realmente,
eu não teria condições de remunerá-lo,
no entanto, ficou tocado por meu ideal,
Marcos Bernardo, supervisor de Recursos Humanos. Como sempre, o principal problema
que vai ao encontro do dele. E, por isso, enfrentado pelas inovações é promover mudanças de conceito, para o sucesso do
aceitaria desenvolver o projeto e eu o pa- projeto, a atuação da área de recursos humanos da São Domingos foi fundamental
Luciana Paiva

tar? Como vender? Onde e O que plantar/


produzir/industrializar? Otimizadamente”.
A Usina São Domingos tem 21 mil hecta-
res com cana, divididos em 420 lotes, foi
analisada as possíveis variáveis de cada
um desses lotes.
“O esforço gerou cinco mil docu-
mentos e 10 módulos. No final de 2005,
o modelo teórico estava pronto, preci-
sávamos fazê-los rodar em computado-
res básicos, porém, eram mais de 20 mi-
lhões de variáveis, como tipo de adubo,
espécie de cana, local de plantio e logís-
tica, para isso, era necessário um com-
putador especial, desses que só o go-
verno tem. E não havia à disposição no
Karina Thimoteo Prado, analista de sistema, atua desde 2002 na São Domingos, mercado nacional”, diz Rodrigo. A alter-
integrou a equipe de profissionais que fizeram o curso de matemática:
“a mudança não se dá apenas na parte profissional, mas em nosso dia a dia”, diz nativa foi a aquisição de um supercom-
putador importado dos Estados Unidos,
garia dentro de minhas condições. Fiquei ras. Mas não era essa matemática que a usina investiu R$ 6 milhões obtidos por
exultante e ansioso para começar”, conta ensinam nas escolas, a que castra a cria- meio da Financiadora de Estudos e Pro-
Rodrigo. No início de 2005, o professor, tividade das pessoas e sim a matemática jetos (Finep).
que nunca havia visto um pé de cana, e em sua essência”, salienta. Supercomputador – em 2006, por
sua equipe desembarcaram na Usina São Desse encontro entre pesquisado- oito meses, 30 profissionais do ITA, tra-
Domingos. Trinta funcionários da usina, res e profissionais sucroenergéticos sur- balharam para transformar a teoria em
entre eles, administradores, profissionais giu o sistema Agromathema, depois re- prática. Mesmo com o supercomputa-
de TI, técnicos e agrônomos receberam batizado 3QCO – “Quando e Quanto dor, o programa para rodar os mode-
420 horas de aulas de matemática. “Co- Colher/reformar/adubar? Qual variedade los também não poderia ser o Excel, por
meçava às 7 da manhã e ia até às 23 ho- escolher? Como cortar? Como Transpor- exemplo, pois ele roda até 60 fatorial e

66 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


eles tinham 420 fatorial. “As variáveis a ção de álcool ou açúcar num determina-
considerar são tantas que nenhum pro- do período. Agrocromo – orienta a data exata de
grama existente dava conta. Sempre tra- colheita dos canaviais administra-
vava no meio do caminho. Os pesquisa- Módulos já funcionais – cada mó- dos, considerando custo de arren-
dores chegaram a falar que seria mais dulo analisa milhares de variáveis e damento de lotes, de trato químico e
fácil construir uma bomba atômica que o sistema cruza as informações de mecânico da terra, de carregamento
plantar cana”, diz Rodrigo. A solução en- todos eles para oferecer as melhores e transporte e de operação da usina,
contrada foi empregar um sistema re- alternativas para o processo de pro- entre outros.
conhecedor de constantes numéricas dução, visando o máximo lucro e mí- Transdia – cria roteiros otimizados
em Fortran. Programa antigo, criado em nimo custo. Dos 10 modelos desen- para colher nas diferentes frentes de
1954, porém, bem mais parrudo. volvidos, cinco já estão funcionais: corte de cana.
Deu resultado, em 2007, a usi- Cultural – escolhe os melhores fer- Arrenda – permite ao responsável
na passou a ser gerida seguindo os mo- tilizantes considerando custo, com- pelo arrendamento de terras saber
delos matemáticos desenvolvidos e que posição, tipo de cana e de solo. até que valor pode negociar.
oferece um sistema mais eficiente de Varietal – escolhe a melhor varieda-
produção e transporte e que possibilita de de cana a ser plantada conforme
redução de custos de até 30% nos pró- resistência a pragas, exigência de Resultado até o momento – com
ximos cinco anos. O método também adubação, adaptação ao solo dispo- metade dos módulos aplicados, a São
leva em conta as oscilações do merca- nível e facilidade de colheita e trans- Domingos já conseguiu 15% de lucro so-
do financeiro. Assim, é possível prever porte, por exemplo. bre seu faturamento anual de R$ 165 mi-
se haverá maior lucratividade na produ- lhões. Na safra 2008/09, segundo da-

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 67


Gestão de Negócios
dos do Centro de Tecnologia Canavieira
(CTC), nos meses de maio e junho, a mé- Modelos em fase de Agroplano – com informações men-
dia da região Centro-Sul de produção de operacionalização sais sobre radiação solar, pluviosi-
açúcar por hectare, em toneladas, foi de Agrominhão – gerencia frota, consi- dade, temperatura, umidade do solo
11,13, em São Paulo 11,58 e na região derando tipo de estrada, número de e fertilidade do lote, entre outras, an-
de Catanduva foi 11,84. No mesmo perí- viagens diárias, custo de manuten- tecipa em meses a produtividade e
odo, com o uso dos modelos matemáti- ção dos caminhões e capacidade de maturação da safra, programando
cos, a Usina São Domingos atingiu a mé- carga, por exemplo. melhor a colheita.
dia de produção de 13,64 toneladas de Horoboxe – gerencia a manuten- Prodal – otimiza a produção de
açúcar por hectare. Sobre os resultados ção preventiva e corretiva de ca- derivados, como açúcar, etanol e
na atual safra, confira as tabelas do Pro- minhões, utilitários e equipamentos bagaço.
grama de Acompanhamento Mensal de agrícolas. Renova – define o tempo ideal de
Performance Agrícola (Pampa) do CTC: uso dos equipamentos, consideran-
do custos de manutenção, de ho-
Evolução mensal de pol % cana - total ras paradas e valor de compra e
revenda.
Região Unidades Mar Abr Mai Jun Jul Ago Média

Centro Sul 165 10,83 11,67 12,52 13,46 14,48 15,43 13,54
Prêmio pela inovação – por esse
São Paulo 95 10,87 11,70 12,60 13,52 14,54 15,49 13,58
trabalho pioneiro, em 2008, a São Do-
S.J.Rio Preto 29 10,91 11,65 12,61 13,61 14,69 15,68 13,60 mingos foi uma das vencedoras da 11º
São Domingos 11,92 13,24 14,48 15,05 16,70 14,52 edição do Prêmio Finep de Inovação,
ao lado de grandes empresas como
Região de: Máximo 12,19 13,13 13,98 15,03 16,12 16,70 14,76
Braskem, Datasul, Klabin e Votorantim
S. J. Rio Preto Mínimo 8,81 9,42 11,22 12,20 13,36 14,51 12,05
Metais Níquel. Um importante reconhe-
cimento por seus investimentos em pes-
Evolução mensal de ATR - total
quisa e desenvolvimento que ajudará ao
Região Unidades Mar Abr Mai Jun Jul Ago Média Brasil produzir, por exemplo, combustí-
vel verde de forma sustentável. Até o mo-
Centro Sul 165 109,84 117,59 125,18 133,79 143,27 152,18 134,63
mento, é a única unidade sucroenergéti-
São Paulo 95 110,26 117,98 125,99 134,36 143,93 152,97 135,15 ca a conquistar esse prêmio.
S.J.Rio Preto 29 110,93 118,59 127,12 136,12 146,38 155,92 136,37 Universidade do açúcar – o foco
de compartilhar a metodologia, dissemi-
São Domingos 119,69 131,57 143,07 148,45 164,10 143,64
nar o conceito de lucro máximo e custo
Região de: Máximo 122,42 131,11 138,02 148,33 158,59 164,10 145,98 mínimo e, com isso, promover a continui-
S. J. Rio Preto Mínimo 92,91 97,48 113,34 121,65 132,49 139,49 120,87 dade de pequenas e médias empresas no
segmento sucroenergético, também está
Evolução mensal de produtividade agrícola (TCH) em andamento. Em 2008, a São Domin-
gos colocou em prática a Universidade do
Região Unidades Mar Abr Mai Jun Jul Ago Média
Açúcar, Rodrigo explica que as aulas, que
Centro Sul 165 102,8 97,3 94,2 91,7 86,0 79,5 89,6 acontecem na São Domingos, são minis-
São Paulo 95 105,3 101,6 97,7 95,3 89,6 82,9 93,3 tradas pelos professores do ITA, o curso
tem seis meses de duração, no final, os
S.J.Rio Preto 29 102,5 99,6 100,3 98,9 92,6 82,8 94,6
alunos levam para sua empresa modelos
São Domingos 124,1 115,2 116,6 114,9 93,5 110,9 customizados de acordo com seus negó-
cios, prontos para serem aplicados.
Região de: Máximo 155,9 159,1 155,5 159,2 166,0 97,9 145,6
“Cada empresa tem seu próprio
S. J. Rio Preto Mínimo 67,7 76,6 73,1 74,2 69,7 49,0 70,3
modelo, não é possível aplicar o da São

68 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Domingos em outra empresa, cada uma não é prioridade apenas para os profis- bons e baratos é o lema do usineiro mo-
tem suas características, por isso, não sionais das usinas, fornecedores de cana derno, motivado pela imprevisível globali-
dá para piratear”, salienta Rodrigo. No e empresários de outros segmentos tam- zação da economia. Para tanto, ressalta
entanto, para ter acesso a essa tecno- bém podem frequentar. Rodrigo salien- Rodrigo, investir em pesquisa e capacita-
logia e obter a fórmula do lucro máximo ta que se trata de uma alternativa foca- ção científica dos funcionários deve ser a
e custo mínimo, a empresa não precisa da não para os grandes grupos. “Esses ordem do dia das usinas sucroenergéti-
realizar os mesmos investimentos que já têm dinheiro e as condições de não só cas, caso contrário sucumbirão ao avan-
a São Domingos e muito menos enfren- se manterem no negócio como adquirir ço mundial do capital corporativo e das
tar os caminhos das pedras por que pas-
sou, basta se inscrever na Universidade Luciana Paiva

do Açúcar. “Trata-se de um investimento


de R$ 150 mil, que trará grande retorno à
empresa, inclusive a oportunidade de se
manter no negócio”, ressalta. O São Domingos
também entrou
Segundo Rodrigo, quem deve rea- no projeto:
lizar o curso são os donos e os direto- Rodrigo e a
representação de
res das empresas, pois eles precisam
alguns modelos
ser conscientizados e entender as razões desenvolvidos
dos modelos matemáticos. “A aplicação
irá mudar conceitos estabelecidos na
forma de cultivar, plantar, colher, trans-
portar e moer. Muitas vezes as pesso-
as colocam em dúvida essas mudanças,
assim, é preciso ter autoridade para co- os pequenos”, salienta. Segundo ele, on- novas tecnologias patrocinadas pelos pa-
locá-las em prática”, diz. Recentemente, tem, a quantidade diária de cana-de-açú- íses desenvolvidos, que se vêem amea-
três diretores da Usina Colombo, Arira- car moída era o que separava o grande çados pela crise de energia.
nha, SP, após seis meses, finalizaram o usineiro dos outros. Hoje, a qualidade da Então, não perca tempo e siga o ca-
curso. Para eles, os métodos matemáti- matéria-prima e dos produtos transforma- minho da Universidade do Açúcar, entre
cos são de grande ajuda, pois, por serem dos, alcançada segundo um rendimento em contato com a Usina São Domingos
exatos, facilitam a tomada de decisão. ideal, ótimo, é o que os diferencia. Pro- no telefone (17) 35314125 ou pelo e-mail:
A Universidade é do Açúcar, mas duzir álcool, açúcar, energia e levedura rodrigo@usinasaodomingos.com.br

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 69


Especial 25 anos da Udop

Udop: líder na prestação de serviços


Entidade comemora 25 anos durante Congresso Nacional da Bioenergia,
e traz na bagagem números recordes na qualificação de
profissionais do setor e na prestação de serviços a suas associadas

Divulgação
Equipe de profissionais da Udop

Rogério Barros no negócio, até então novidade para a por Celso Torquato Junqueira Franco, a
maioria - já enfrentou inúmeras crises do entidade hoje abre seu portfólio de servi-
íder na prestação de serviços ao setor e saiu fortalecida a cada novo man- ços e oferece cursos nos Estados de São

L setor sucroenergético, a União dos


Produtores de Bioenergia (Udop)
comemora neste ano seu 25º aniversá-
dato de seus presidentes, empregando
toda sua expertise para cumprir seu pa-
pel: de entidade prestadora de serviços.
Paulo, Minas Gerais, Paraná, Mato Gros-
so do Sul e Goiás, numa parceria que tem
dado certo com os sindicatos e entidades
rio, trazendo na bagagem números que “Os desafios não foram pequenos, sucroenergéticas destes estados.
engrandecem ainda mais o trabalho de- mas com muito trabalho e um direciona- “Trabalhamos desde 2008 com o
senvolvido por esta entidade. São mais mento focado na qualificação profissio- slogan, ‘Expandindo conhecimento, unin-
de 80 mil profissionais já qualificados em nal, na representatividade de nossas as- do forças’, o que demonstra bem nosso
seus cursos desde a fundação, além de sociadas e no trabalho institucional da posicionamento de entidade parceira do
ser dona do portal mais antigo e mais vi- imagem do setor, conseguimos superar setor. Hoje temos uma agenda única com
sitado do setor da bioenergia, e de pos- um a um (os desafios) e hoje somos uma as demais entidades do setor, tais como
suir uma emissora de webTV, projeto entidade forte, com representação em a União da Indústria de Cana-de-açúcar
igualmente inédito no setor. mais de seis Estados brasileiros”, desta- (Unica); o Fórum Nacional Sucroener-
Nestas duas décadas e meia, a ca o presidente-executivo da Udop, An- gético, e suas associadas em todos os
Udop - que nasceu da necessidade das tonio Cesar Salibe, que está na entidade estados canavieiros; e outras”, destaca
destilarias oriundas do PróAlcool de tro- desde sua fundação. Celso Junqueira.
carem informações e se aperfeiçoarem Presidida desde agosto de 2010, A Udop foi fundada em 1985 e teve

70 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Divulgação
como primeiro presidente o empresá- A gestão interna da entidade é outro
rio Adhemar Gottardi, seguido por Mar- diferencial que a torna mais sólida. “Nos-
cos Martins Vilella, Luiz Guilherme Zan- sa gestão compartilhada, com a presen-
caner e José Carlos Toledo. A cada nova ça constante dos coordenadores das di-
gestão os desafios eram lançados e a versas áreas de atuação da associação,
entidade se fortalecia e ganhava novas permite que compartilhemos as princi-
associadas. pais decisões sobre os trabalhos futu-
Hoje com mais de 70 associadas, ros e as perspectivas para o setor. Des-
a Udop representa mais de 20% de toda se colegiado saem os principais projetos
a cana-de-açúcar processada no Brasil, realizados pela Udop”, destaca o presi-
e percentuais cada vez mais represen- dente executivo, enaltecendo ainda que
tativos da produção de açúcar, etanol e “a gestão compartilhada é o que garante
bioeletricidade. que nossas ações não sejam unilaterais,
Prestação de serviços – para o e atendam às necessidades e expectati-
presidente-executivo da Udop, poder se Salibe: superando os desafios vas de nossas associadas”.
fortalecer como entidade prestadora de Dentre as principais ações desen-
serviços é muito importante. “Hoje nos nológico, pós-graduação, MBA, cursos volvidas pela Udop se destacam o portal
orgulhamos de termos as portas aber- operacionais, ou mesmo na representa- da entidade, que hoje se consagra como
tas nas usinas justamente pela qualidade tividade de nossas associadas e no tra- o mais visitado do setor; os comitês de
dos serviços que prestamos, quer seja na balho pela imagem do setor”, destaca gestão; pesquisas como a salarial e a de
área de cursos de aperfeiçoamento tec- Salibe. corte, carregamento e transporte; partici-

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 71


pação ativa nas negociações trabalhis-
tas; TV Udop; e a UniUdop, responsável
por toda a grade de cursos oferecida pela
entidade.
A entidade também trabalha em
parceria com importantes segmentos e
entidades, como a Sociedade dos Técni-
cos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil
(Stab) –, na promoção das aulas/pales-
tras realizadas pela entidade; com a Uni-
versidade Federal de São Carlos (UFS-
Car), através do escritório de Araçatuba,
com o apoio aos cursos de aperfeiço-

Divulgação
amento tecnológico; e com a Empre-
sa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Celso Junqueira: a entidade está
(Embrapa) que possui a expertise nacio- elaborando um plano de qualificação
nal em pesquisas voltadas para a agricul- profissional que vai mapear o Oeste Paulista
tura em geral, onde as associadas Udop
acabaram se transformando em estações Udop lançou há dois anos o primeiro cur-
experimentais. so do mundo voltado para tecnólogo em
Há mais de 10 anos a Udop man- bioenergia, instalado inicialmente na Fa-
tém uma parceria com o Centro Pau- culdade de Tecnologia (Fatec) de Araça-
la Souza, órgão da Secretaria de Desen- tuba, construída também através da par-
volvimento do Estado de São Paulo. A ceria entre a Prefeitura de Araçatuba, a
parceria propiciou a criação dos cursos Udop e a diretora do Centro, Laura Laga-
técnicos de açúcar e álcool, atendendo ná. O curso hoje já é oferecido em outras
a uma demanda do Conselho Regional Fatecs do Estado.
de Química, da 4ª Região. Hoje o curso Com a Universidade Estadual Pau-
é oferecido em inúmeras escolas técni- lista ‘Júlio de Mesquita Filho’ (Unesp),
cas espalhadas por todo o estado de São campus de Medicina Veterinária de Ara-
Paulo. çatuba e a Polícia Militar Ambiental, a
Ainda com o Centro Paula Souza, a Udop firmou parceria para a construção,

Centro de Recuperação
e Triagem de Animais
Silvestres (Ceretas)
em construção
Divulgação
já em estado avançado, do Centro de Re- cana/FeiBio. Fomos chamados de loucos sível com a cadeia do biodiesel. “O que
cuperação e Triagem de Animais Silves- por alguns, mas os números se revela- para muitos era apenas o sonho de uma
tres (Ceretas), cuja finalidade será a de ram bem conservadores no final, e em noite de verão, para nós era a oportunida-
dar atendimento aos animais silvestres 2004, já tínhamos catalogados 20 no- de de levarmos adiante o conceito maior
acidentados e em situação de risco e ain- vos empreendimentos na região, 30 em de biocombustíveis, não apenas o etanol,
da com o maior banco genético destes 2005, enfim, o número de novos projetos mas o biodiesel também, e isto igual-
animais do mundo. não parou de crescer, isto se concretizou mente se mostrou muito acertado”, expli-
Divisor de águas – a Udop foi a com o aumento de unidades e área co- ca o presidente-executivo.
grande incentivadora e parceira da Safra lhida nesta região, o que nos iguala hoje A entidade também tem um tra-
Eventos na realização da Feicana/FeiBio com a tradicional região de Ribeirão Pre- balho forte na área de sustentabilidade,
– Feira de Negócios do Setor de Energia, to, com um diferencial: ainda temos po- atuando em parceria com importantes
desde 2003, em Araçatuba, onde conse- tencial para crescer”, destaca Salibe. órgãos, como a secretaria de Meio Am-
guiu chamar a atenção mundial para a Como nova fronteira da cana-de- biente do Estado de São Paulo, e outros,
nova fronteira da cana-de-açúcar. açúcar, e tendo Araçatuba como centro- além de trabalhar na edição do relató-
“Fato marcante desta última déca- físico desse crescimento, a Udop passou rio de sustentabilidade de suas associa-
da foi justamente a notoriedade que con- a ser convidada para palestrar em inúme- das, que deve ser lançado nos próximos
seguimos, ao chamarmos a atenção do ros eventos do setor e em universidades meses.
mundo para a região Oeste Paulista. Tudo públicas e particulares, falando sobre a Para o futuro, a Udop quer manter-
isto começou com a constatação, em expansão do setor da bioenergia. se firme na representatividade de suas
2003, de que nossa região ganharia mais Outro diferencial da entidade foi associadas, continuando prestando ser-
10 novas usinas, o que iniciamos na Fei- acreditar desde o início na sinergia pos- viços de qualidade e sempre comprome-
Especial 25 anos da Udop

UDOP comemora 25 anos com 3º Congresso Nacional da Bioenergia

Arquivo
s celebrações dos 25 anos de fundação da Udop acon-

A tecem nos dias 17 e 18 de novembro, durante o 3º Con-


gresso Nacional da Bioenergia, promovido pela entida-
de em Araçatuba, e que finaliza a grade de cursos do ano de
2010. O Congresso acontece no UniSalesiano, em Araçatuba, e
tem o apoio cultural das empresas: Dedini, DuPont, Deloitte, GE
e Syngenta.
A exemplo dos anos anteriores, o Congresso Nacional da
Bioenergia contará com 10 salas temáticas e público estimado
em mais de 1 mil pessoas. “Serão mais de 80 palestrantes divi-
didos nas salas: Administrativo/Financeiro, Agrícola, Automotivo,
Comercialização/Logística, Comunicação, Industrial, Recursos
Humanos/Gerhai, Saúde e Segurança do Trabalho/GSO, Susten- Congresso Nacional de Bioenergia em 2009
tabilidade e Tecnologia da Informação.
“O Congresso propicia aos participantes a oportunidade Vanessa Olivieri.
de manter-se atualizado no que há de mais moderno em termos A programação do Congresso permite ao participante esco-
tecnológicos e em temas que dão suporte ao desenvolvimento lher as melhores palestras dentro de sua área de interesse, além
desse segmento, alavanca do agronegócio neste país”, destaca de trocar experiência (network) com profissionais de renome de
a coordenadora da UniUdop – Universidade Corporativa Udop, toda a cadeia produtiva e empresas de suporte que prestam servi-

tida com o desenvolvimento do setor da uma parceira do setor público na imple- “Estamos elaborando um plano de
bioenergia. mentação de programas para o desen- qualificação profissional, que no primeiro
Novos projetos – visando os próxi- volvimento regional, aumentando a inte- estágio vai mapear a região Oeste Pau-
mos 25 anos, a Udop quer manter-se for- gração com os municípios impactados lista, além de firmar parcerias com en-
te aliada das usinas de bioenergia e ainda pela cadeia da cana-de-açúcar. tidades e poderes constituídos, visando
trazer um crescimento sustentável para
Divulgação

este setor, importante mola propulsora


do desenvolvimento do agronegócio bra-
sileiro”, destaca o novo presidente Cel-
so Junqueira, que também é prefeito da
cidade de Sud Mennucci/SP, onde dirige
a Pioneiros Bioenergia, fundada por seu
pai, Cícero Junqueira Franco, considera-
do um dos pais do PróAlcool e demais
parceiros.
“Ainda nos nossos planos pleite-
amos a criação de um pólo tecnológico
de pesquisas da Embrapa, voltado para
o setor da bioenergia e a criação de uma
universidade focada exclusivamente para
o setor da bioenergia, sonho que começa
a tomar forma através do convênio Udop/
Embrapa e dos entendimentos para a ins-
talação de uma faculdade de agronomia
Um dos muitos cursos promovidos pela Udop em Araçatuba”, finaliza Salibe.

74 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


ço a este segmento. Mais informações no site: www.udop.com.br zendo um enriquecimento cultural à sociedade e ao setor, além
Jantar – na noite do primeiro dia do Congresso (17), convi- de premiar o profissionalismo, a mensagem correta, a abordagem
dados ilustres e os participantes do Congresso comemoram com positiva e o rigor técnico.
as associadas Udop os 25 anos da entidade, em jantar oferecido As reportagens são julgadas pela comissão organizado-
no Bela Vista Eventos, em Araçatuba. ra, formada por representantes da Udop e do Fórum Nacional
O jantar contará com homenagens às usinas sócias-fun- Sucroenergético.
dadoras da entidade; homenagem aos presidentes; e a entrega
da Medalha da Agroenergia, ao ex-presidente da Embrapa, Sil-
vio Crestana, em reconhecimento à grande contribuição do mes-
mo ao setor da bioenergia e a visão estratégica ao firmar parceria
com a Udop, em 2009, a fim de fomentar o desenvolvimento ain-
da maior de pesquisas da Embrapa na área da cana-de-açúcar.
Durante o jantar ainda serão entregues os troféus do Prê-
mio Udop de Jornalismo, para as categorias Jornal, TV, Internet
e Revista, cujos ganhadores levam também prêmios em dinhei-
ro, e ao primeiro colocado será oferecida uma passagem para
Nova York.
O Prêmio Udop de Jornalismo tem como objetivo estimular,
divulgar e prestigiar trabalhos jornalísticos sobre o setor da bioe-
nergia, com a finalidade de contribuir na divulgação de informa- A jornalista Luciana Paiva, da CanaMix, ganhou
ções sobre os reais benefícios da produção e sua utilização, tra- o Prêmio Udop 2009 na categoria revista

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 75


Capa

Sob os humores do clima

Jorge Metne
Durante Conferência
Internacional Datagro
Sobre Açúcar e Etanol,
consultoria divulga seu
primeiro parecer sobre
a safra 2011/12, que
deverá ser 5% superior
ou inferior à produção
de 2010/11. Vai
depender do clima

Luciana Paiva

Orquestra Paulistana de Viola Caipira abriu a Conferência entoando o Hino Nacional Brasileiro
a abertura da 10ª Conferência In-

N ternacional Datagro de Açúcar e


Etanol, realizada na capital pau-
lista, nos dias 18 e 19 de outubro, Plí-
que apresentem perdas entre 18% a 20%,
acima da redução esperada advinda do
rante a Conferência. A nova avaliação da
Datagro para a atual safra aponta moa-
nio Nastari, presidente da Datagro, des- envelhecimento. A safra apresentou ca- gem de cana no Brasil de 633.88 milhões
tacou que o fenômeno climático La Niña, nas com maior concentração de açúca- de toneladas, sendo 574.88 no Centro-
já esperado para o início deste ano, apre- res totais e maior teor de açúcares re- Sul e 63 milhões no Norte-Nordeste.
sentou-se bastante intenso, ocasionan- dutores (que não cristalizam). As canas Em sua apresentação, Ismael Peri-
do clima muito mais seco que o normal ficaram leves, comprometendo a efici- na Junior, presidente da Organização dos
na região Centro-Sul e muitas chuvas no ência do sistema de colheita e transpor- Plantadores de Cana da Região Centro-
Nordeste. O resultado, no Centro-Sul, foi te, aumentando os custos. Também hou- Sul (Orplana), disse que a queda de pro-
canaviais muito amarelados e em alguns ve elevação considerável no teor de fibra, dução na safra 2010/11 teve início em
casos com morte da gema apical. em setembro, algumas regiões apresen- 2008 em decorrência da crise financei-
Segundo Plínio, canas colhidas a taram 18%. ra que reduziu os tratos culturais e pos-
partir de outubro de 2009 interrompe- Em março deste ano, a Datagro di- tergou a renovação de áreas de plantio.
ram o ciclo vegetativo e a perspectiva é vulgou sua primeira estimativa da safra Os problemas se ampliaram com o ex-
2010/11, apontando 590 milhões de to- cesso de chuvas em 2009, que prejudi-
Cézar Diniz

neladas para a região Centro-Sul, mas a cou a moagem e deixou muita cana no
seca severa fez com que a consultoria campo. “A produtividade agrícola foi boa,
refizesse várias vezes os cálculos duran- mas rendimento péssimo”, salientou. Em
te o ano. “Quase nos tornamos especia- relação a 2010, Ismael disse que teve iní-
listas em clima, de tanto que realizamos cio prematuro devido a previsão de gran-
consultas climáticas”, brincou Plínio du- de volume de moagem. Apresentou gran-
de quantidade de cana bis, acima de 60
milhões de toneladas. A seca acentua-
Plínio Nastari: da em vários Estados acelerou o corte e
especialista no clima houve necessidade de colheita de cana

76 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Nova estimativa da safra 2010/11 da Datagro consolidação no setor é outro motivo.
Segundo estimativa da Datagro, a parti-
ESTIMATIVA BALANÇO OFERTA / DEMANDA - SAFRA 2010/11 cipação de empresas estrangeiras no se-
HIPÓTESE: com 20 +/– 1% anidro até 01.maio.2010 - 8ª estimativa em 18.Outubro.2010
tor sucroenergético deve atingir 37% até
CENTRO- NORTE 2015, hoje, a fatia dos estrangeiros é de
DISCRIMINAÇÃO BRASIL
SUL NORDESTE
23,3%.
I - CANA (MILHÕES DE TONS)
Mesmo com preços mais remu-
PRODUÇÃO (milhões de tons) 637.88 574.88 63.00
Rendimento (kg ATR/ton) 144.59 145.53 136.00 neradores para o etanol, mais cana está
sendo direcionada para a produção de
Oferta de ATR (000 tons) 92,229.92 83,661.92 8,568.00
Variação em relação à safra anterior 17.2% 18.5% 6.0% açúcar na safra atual, no entanto, Plínio
diz que o abastecimento de etanol está
com pouca idade. “Uma safra com pro- sem o produto de outras em dificuldades, garantido nos meses de entressafra de-
dutividade agrícola ruim e qualidade mui- impedindo que uma grande quantidade vido, em parte, aos estoques que es-
to boa”, disse. de etanol chegasse ao mercado. A maior tão sendo feitos neste momento. O setor
O mercado do etanol na safra

Jorge Metne
2010/11 – Nastari observou que nos úl-
timos meses, a alta do preço do etanol
está mais acelerada que o verificado no
ano anterior. Segundo ele, o sentimento é
de que as cotações subam até a sua pa-
ridade com a gasolina. O consumo men-
sal de etanol deve recuar em relação ao
registrado no ano passado, disse.
Os preços mais remuneradores
para o produtor são um reflexo da maior
capitalização do setor, através das expor-
tações de açúcar, que criaram condições
para que os produtores pudessem arma-
zenar mais etanol. Além disso, a criação
dos agentes de comercialização permitiu
que usinas mais capitalizadas compras- Mais uma vez grande público prestigiou o evento

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 77


Capa

César Diniz
terá estoques razoáveis no final da sa- da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica),
fra 2010/11, disse ele. Para a Datagro, disse que as safras 2009/10 e 2010/11
56,9% da cana do Centro-Sul foi dire- foram completamente diversas, a primei-
cionada para a produção de açúcar ante ra apresentou alta produtividade agrícola
57,4% na safra passada. O mix do açú- e baixa sacarose, a segunda foi marcada
car cresceu, no período, de 42,6% para por baixa produtividade e alta qualidade.
43,1%. Em relação à safra atual, Pádua obser-
Expectativa sobre a safra 2011/12 vou que a estimativa é de uma produção
– Nastari afirmou que ainda é cedo para de 574 milhões de toneladas de cana na
estimar qual será a oferta de cana-de- região Centro-Sul, porém não se sabe se
açúcar para a safra 2011/12. Mesmo toda essa cana será colhida, pois existe
assim, divulgou seu primeiro parecer, a a possibilidade de que a cana cortada em
produção deverá ser 5% superior ou in- dezembro de 2009 seja deixada no cam-
ferior à produção de 2010/11, estimada po, já que, por causa do clima seco, não
em 574,8 milhões de toneladas. “Vai de- Alexandre Aidar Jr., presidente do Sugar desenvolveu como o esperado.
Club Brasil, anunciou que o Sugar Dinner
pender da quantidade de chuvas. Se cho- Para a safra 2011/12, na melhor
2011 acontecerá em 24 de novembro e
ver durante a entressafra até março, o será abordo de um navio. “Levaremos das hipóteses, diz Pádua, será que a pro-
resultado será pior. Se chover em abril, os convidados até o porto de Santos e dução seja igual à deste ano. A seca afe-
passaremos à noite a bordo navegando
teremos uma produção mais positiva”, pelo litoral”, anunciou. A Conferência tou a produção, os canaviais paulistas
explica. Para o consultor, a taxa de re- Datagro será nos dias 21 e 22 de novembro perderam cerca de sete toneladas por
novação nos canaviais no período de ja- hectare. Já as novas fronteiras canaviei-
neiro a abril de 2011 deve ser superior a ços de hidratado competitivos na mar- ras como Minas Gerais, Goiás e Mato
18%, sendo fator adicional para manter gem com preços da gasolina. A capa- Grosso do Sul, devido aos novos inves-
sob controle a área colhida em 2011/12. cidade de demanda doméstica de etanol timentos devem processar 40 milhões
Segundo Plínio, a oferta de ATR deve se expandir no futuro em decorrên- de toneladas de cana a mais, compen-
deve voltar a crescer em 2012/13, e para cia do aumento da frota flex. E as expor- sando justamente os 40 milhões de to-
o para o próximo ano, os cenários per- tações de etanol devem voltar a crescer neladas perdidas por São Paulo. Mas sa-
manecem construtivos no curto e médio em 2012, principalmente para os Esta- lientou que a produção advinda de novos
prazo. A produção de açúcar deve expan- dos Unidos. investimentos diminui o fôlego, depois da
dir na região Centro-Sul e a produção do Em sua participação, Antonio de corrida verificada em meados da década,
etanol deve se manter controlada por pre- Pádua Rodrigues, diretor técnico da União a crise iniciada em 2008 reduziu o ape-

78 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


tite dos investidores. No ano passado, Irineu Meira
19 usinas foram inauguradas. Neste ano,
serão 10 e, em 2011, apenas quatro.
O diretor da Unica alertou para so, com o clima mais úmido,
outros fatores que podem afetar a sa- pode haver uma proliferação
fra 2011/12 como o envelhecimento da praga chamada Ferrugem

César Diniz
dos canaviais, que reduz a produtivida- Alaranjada. Este ano, a Fer-
de do setor. Para recuperá-los, os agri- rugem apesar de preocupar
cultores terão de reduzir a área plantada não se desenvolveu por causa do clima variedades suscetíveis e 18% de indefini-
no próximo ano para ter algum resultado seco, já mais chuva pode ser um motivo das. Ainda segundo Pádua, a próxima sa-
em 2012, destaca o executivo. Além dis- complicador, 10 % dos canaviais são de fra de cana-de-açúcar do Centro-Sul de-
verá ter seu início atrasado para meados
César Diniz

de abril ou até maio. A seca registrada na


região entre abril e setembro deste ano
fez com que a cana colhida no primeiro
trimestre de 2010 não voltasse a crescer.
Safra 2011/12 repete a produção
da safra atual – durante a Conferência
perguntamos para alguns participantes
qual a expectativa de produção para a sa-
fra 2011/12. Irineu Meira, diretor-execu-
tivo da Morgan Stanley, disse não acre-
ditar que a safra 2011/12 cresça, deve
no máximo repetir os números deste ano.
“É assim que o mercado enxerga o cená-
rio para o próximo ano, redução de oferta
e preços remuneradores para o açúcar.
Acho preocupante a redução na produ-
ção brasileira por dois anos consecuti-
vos, pode resultar em perdas de alguns
Equipe Datagro realizou mais uma Conferência de muito sucesso mercados e será difícil recuperá-los”,

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 79


Capa
observa. Alexandre Franceschi:
no máximo repete a safra
José Carlos Toledo, executivo da
Equipav, também acha que a próxima
safra deve repetir a atual. Toledo salien-
ta que o setor tem feito grandes esforços etanol, porém, a tecnologia flex equilibra-
para conquistar mercados, por isso, fará rá o consumo, com o aumento do preço

César Diniz
tudo para não perdê-los. Nesse caso, o do etanol, o consumidor irá para a gaso-
sacrificado será o mercado interno de lina, o etanol voltando a ficar competiti-
vo, o consumidor volta para o combus-
tível da cana. “O consumidor é movido
pelo bolso”, ressalta.

A produção cresce Para Alexandre Franceschi, dire-


tor-presidente da Usina Alvorada, Itapo-
rã, Minas Gerais, na melhor das hipóte-

em Minas Gerais César Diniz


ses 2011 repetirá a atual safra. A redução
de oferta fará com que os preços cres-
çam ainda mais, no entanto, a preocupa-
ção é o câmbio, “o real valorizado reduz
a competitividade de nossos produtos.”
Manoel Bertone, Secretário de Pro-
dução e Agroenergia do Ministério da
Agricutura, disse concordar com a pre-
visão de Nastari de que a produção em
2011 possa variar 5% para mais ou para
menos. “Quem definirá é o clima”, salien-
ta. Segundo ele, o ano deve ser de preços
mais remuneradores que o atual. Berto-
ne comenta que nos últimos três meses
voltou a crescer no Ministério a procu-
ra de informações sobre o setor por par-
te de investidores estrangeiros. O maior
Cotta Martins: novos investimentos em Minas Gerais
estão amarrados a redução do ICMS sobre o etanol interesse está na aquisição e parcerias
com empresas já existentes. “Na visão
uiz Custódio Cotta Martins, presidente do Siamig/Sindalcool-MG, a produ-

L
do empreendedor compensa mais do
ção cresce em Minas Gerais em decorrência de novas unidades. Na safra
de 2009/10, chegou a quase 50 milhões de toneladas, para esta safra eram Manoel Bertone: pode variar
esperadas 58 milhões, mas a seca causou estragos e a expectativa é que fique 5% para mais ou para menos
entre 54 a 55 milhões de toneladas. Para 2011, Cotta Martins acredita que deva
César Diniz

crescer por volta de 1 milhão de toneladas. Minas Gerais é uma das regiões que
ainda apresentam área de expansão para cana, mas Cotta Martins, disse que dei-
xou claro ao governo mineiro que, se não houver redução de ICMS ao etanol, não
adianta construir novas unidades. “Minas precisa passar a ter seu mercado inter-
no de etanol, o alto ICMS de 25% impede que isso ocorra”, salienta.
Após uma luta de sete anos para a redução da alíquota em Minas, o Siamig
obteve sua primeira vitória, a partir de janeiro de 2011, a alíquota do ICMS do eta-
nol de 25 cai para 22% e o ICMS da gasolina vai de 25 para 27%. “Mais ainda é
pouco, continuamos brigando por mais”, informa Cotta Martins.

80 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


César Diniz

se fazer bons negócios”, observa. Em sua experiência de 33 anos no


Vera Lúcia de Mello, diretora admi- setor sucroenergético, Henrique Amo-
nistrativa da Vale do Ivaí, Paraná, esta fe- rim, presidente da Fermentec, Piracica-
liz da vida, pois a expectativa é de mer-

César Diniz
cado em alta, preços melhores que os
atuais e a Usina com mais produção, em
decorrência de áreas de expansão. Nes-
ta safra a expectativa da Vale do Ivaí é
moer 1,6 milhão de toneladas de cana e
em 2011 a produção esperada é de 2,7
milhões de toneladas de cana.
Jacyr Costa Filho, diretor-presi-
dente da Açúcar Guarani, afirma que em
2011 o grupo terá quebra de 5% na pro-
dução, em decorrência da seca e da re-
Vera Lúcia: expansão de área aumenta dução de tratos culturais nos canaviais
a produção da Vale do Ivaí em 2011 dos fornecedores de cana, reflexo da cri-
se de 2008. Na Guarani, 75% da cana
que investir em novo projeto. Como pelo vem de fornecedores. Nesta safra, juntas
menos 65% do setor está melhor finan- as sete unidades do grupo devem moer Jacyr Costa Filho: em 2011, quebra
ceiramente, aumenta a oportunidade de 20 milhões de toneladas de cana. de 5% na safra da Açúcar Guarani

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 81


Capa

César Diniz
ba, SP, conta que já viu de tudo no se-
tor. “Muitas vezes disseram que ia faltar
cana e não faltou, já disseram que ia so-
brar e não sobrou, tudo depende dos hu-
mores do clima. Se de outubro a março
fizer dias quentes com noites com chu-
va, a cana vai se desenvolver muito bem
e poderemos ter um aumento superior a
5%, mas se não, podemos ter uma que-
bra maior que 5%. Tudo pode acontecer.
Não faço previsão”, finaliza.

Henrique Amorin:
Tudo pode acontecer

Homenagens e doação de carro


10ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar beneficiada foi o Centro de Reabilitação e Readaptação Dr.

A e Etanol não teve apenas palestras e debates, teve


também homenagens e a já esperada doação de um
veículo da GM para uma entidade filantrópica. Desta vez, a
Henrique Santillo – CRER, que oferece tratamento multipro-
fissional de reabilitação aos portadores de deficiências físi-
cas e auditivas.
Jorge Metne

O evento emocionou
Sérgio Daher, representante do o público com a
CRER, recebe as chaves de José homenagem a Luiz Ribeiro
Carlos Pinheiro Neto, vice- Pinto, presidente do
presidente da GM do Brasil. Ao conselho da Santal, e
centro, André Rocha, presidente que por suas invenções é
do Sifaeg, que foi quem indicou a considerado o “professor
entidade para receber o carro Pardal do setor”. Ribeiro
Pinto foi saudado por
Pedro Mizutani, presidente
da Cosan Açúcar e Álcool,
José Carlos Pinheiro Neto, Luiz Custódio Cotta
Jorge Metne

vice-presidente da GM do Brasil, Martins, presidente do


também foi homenageado por sua Siamig/Sindaçúcar-MG e
parceria de longa data com o setor Plínio Nastari

82 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Previsão na Índia para a safra 2010/11

César Diniz
resente à Conferência Datagro a secretaria do Departamen- diretor da F.O. Licht, disse que a

P to de Alimentação e Distribuição Pública da Índia, Alka Si-


rohi, anunciou que a previsão oficial é que o país produzirá
24,5 milhões de toneladas de açúcar na safra 2010/11 (a safra na
produção global vai aumentar em
11,9 milhões de toneladas de açú-
car, mas as quebras de safras no
Índia vai de outubro a setembro), o que representará um aumento mundo por problemas climáticos
de 30% em relação ao total na safra anterior (18,8 milhões de to- manterão o superávit menor do que
neladas). Para isso serão processadas de 324,9 milhões de tone- o esperado. Segundo ele, a Rús-
ladas de cana-de-açúcar e uma área cultivada de 4,86 milhões de sia vai continuar importando volu-
hectares. A secretária indiana prevê um excedente exportável, uma mes significativos e a China vai am-
vez que o consumo indiano esta previsto em 22,5 milhões de to- pliar suas importações de 1 milhão
neladas, mas não arrisca volumes e nem quando as exportações para 2 milhões de toneladas em
ocorrerão. “O governo vai definir esses volumes e quando eles se- 2010/11 por causa da estiagem
rão autorizados ao longo da safra, conforme ela for evoluindo”, dis- que atingiu 70% de sua produção
se Alka. Segundo analistas a previsão apresentada pela Secretária é de açúcar. Também estima que
bastante conservadora, a Datagro prevê que a produção de açúcar as inundações no Paquistão farão Abhilasha, representante
na Índia será de 25,5 milhões de toneladas. Já a consultoria F.O. Li- com que o país tenha que impor- do Consulado Indiano e
a Secretária Alka Sirohi:
cht. prevê produção de 26,2 milhões de toneladas no país, com um tar em torno de 1 milhão de tone- previsão conservadora
excedente exportável de 3 milhões de toneladas que devem ser es- ladas. Para Uhlenbrock, se houver
coadas até setembro de 2011. mais revisões para baixo nas produções mundiais, os preços po-
Também presente a Conferência Datagro Stefan Uhlenbrock, dem chegar a um novo pico.

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 83


Tecnologia Industrial

Tecnologias que ampliam


a oferta de bioeletricidade
Mercado abre caminho para equipamentos e
processos que apresentam elevada eficiência energética
Renato Anselmi coluna pressurizada”, explica. Segundo ele, três meses”, informa.
o processo é largamente utilizado na Euro- Apesar de exigir um investimen-
interesse das usinas e destilarias pa. “A destilação a vácuo não era difundida to mais elevado em comparação ao siste-

O em aumentar a oferta de bioeletrici-


dade – o terceiro produto do setor
sucroenergético – está ampliando o espaço
no Brasil, porque não havia necessidade de
economizar vapor. A Exal começou a dis-
ponibilizar o processo há aproximadamente
ma convencional, José Sartori afirma que o
custo da destilação a vácuo é amortizado
em um período de 12 a 18 meses. De acor-
de tecnologias que apresentam elevada efi-
Divulgação

ciência energética. Algumas delas não são


consideradas novidades. Foram já utiliza-
das em outros países ou segmentos. Exis-
tem as que estavam “engavetadas”, apesar
de serem do conhecimento e domínio de
especialistas brasileiros. Há ainda equipa-
mentos e processos tecnológicos que sur-
gem como inovações.
A hora é agora. O momento é opor-
tuno – de acordo com a estratégia de cada
unidade e grupo produtor – para tecnolo-
gias que ajudem a elevar a disponibilida-
de de energia para venda. Sintonizada com
as atuais demandas do setor, a Exal Brasil,
de Piracicaba, SP, lançou recentemente o
Multipress que utiliza o vácuo contínuo no
processo de destilação de etanol, propor-
cionando uma economia de 50% no con-
sumo de vapor.
O consultor da empresa, o engenhei-
ro agrônomo José Valdir Sartori, afirma que
o sistema reduz o consumo de 3 quilos de
vapor por litro de etanol hidratado para 1,5
quilo por litro. “Uma das colunas trabalha a
vácuo. A alimentação de vapor só ocorre na

Setor investe em tecnologias que


apresentam elevada eficiência energética

84 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Judas Tadeu, do Grupo Sada, localizada em nomia de vapor e ausência de gastos com
Jaíba, MG. Com capacidade para produzir desidratantes químicos. Segundo ele, esse
400 mil litros de etanol hidratado, o equipa- processo utiliza aproximadamente 0,55 kg
mento será entregue em fevereiro de 2011. de vapor por litro de etanol, enquanto o mo-
Segundo o gerente de novos ne- noetileno glicol consome em torno de 0,75
gócios do Grupo Exal, Eduardo Aleixo, o
sistema, que gera também economia no
consumo de água, pode ser adaptado às
destilarias já existentes. “Há ainda o baixo
índice de incrustação – depósito de resídu-
os - na coluna de destilação e o aumento da
vida útil do equipamento”, afirma.
Desidratação de etanol – a corri-
da pelo aumento da cogeração de energia
está despertando a busca por tecnologias
de desidratação alcoólica que tenham bai-
“O custo da destilação a vácuo é amortizado em
xo consumo de vapor e possibilitem a pro-
um período de 12 a 18 meses”, diz José Sartori
dução de etanol anidro que atendam as es-
do com ele, a tecnologia tem despertado o pecificações do mercado internacional.
interesse de diversas unidades produtoras. José Sartori destaca que a peneira molecu-
A Exal vendeu, em outubro, o equipamento lar- um dos sistemas oferecidos pela Exal –
de destilação Multipress para a Usina São proporciona, entre outras vantagens, eco- Eduardo Aleixo: “baixo índice de incrustação”

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 85


Tecnologia Industrial
a 0,78 kg/l e o ciclo-hexano, 1,58 a 1,6 kg/l. ocorrer a consolidação do mercado externo terrupções e retomadas das operações,
A grande maioria das novas unidades tem de etanol. “Os benefícios do processo são em sistemas por bateladas requerem maior
inclusive optado pela peneira molecular. significativos. Mas, exige a necessidade de consumo de energia.
O mercado sucroenergético já está novos investimentos”, constata A busca pela eficiência energética
disponibilizando, no Brasil, a tecnologia de Biodigestão – a escalada da bioele- exige que as unidades em operação pla-
desidratação alcoólica conhecida como tricidade poderá abrir caminho para o biodi- nejem investimentos em caldeiras de alta
membrana molecular – denominada tam- gestor nas unidades sucroenergéticas bra- pressão, eletrificação de moendas ou aqui-
sileiras, de acordo com observações do sição de difusor, substituição de todo o sis-
consultor Peter Jais. A tecnologia da bio- tema de acionamento, entre outras tecnolo-
digestão possibilita a diminuição do volume gias, segundo o professor da FCAV/Unesp,
de vinhaça e a produção de metano - reti- Marcos Omir Marques – que é também di-
rado desse subproduto - que pode ser utili- retor da Saccharum Tecnologia em Açúcar
zado para geração de energia. Ele observa e Álcool, de Ribeirão Preto, SP. Ele avalia
que o biodigestor oferece condições favo- que a realização de gastos nessa área pre-
ráveis para a queima da ponta de cana, o cisa ser acompanhada pela elevação do fa-
que não é viável no processo convencional. turamento, principalmente com a amplia-
Segundo Peter Jais, uma unidade ção das vendas no mercado internacional.
produtora de etanol no Peru – que conta “Quando a Índia se recuperar, ocor-
com consultoria da Sugarsoft -, com mo- rerá uma queda da exportação de açúcar
agem diária de 5 mil toneladas de cana, brasileiro. O aumento das vendas de etanol
consegue produzir 60 megawatts (MW) de para o exterior depende ainda da abertura
Peter Jais: “a escalada da bioeletricidade energia, sendo 40 MW gerada na caldeira
poderá abrir caminho para o biodigestor e 20 MW no processo de biodigestão – 10
nas unidades sucroenergéticas brasileiras”
MW da vinhaça e outros 10 MW da ponta
de cana. Essa destilaria, que consome 5,6
bém como pervaporação – que gera uma MW, utiliza caldeira com pressão de 67 kgf/
economia ainda mais significativa de va- cm² e temperatura de 490ºC.
por, de acordo com o químico e tecnólo- Além de tecnologias que ainda não
go de açúcar Peter Charles Jais, diretor da estão incorporadas às plantas industriais
Sugarsoft, empresa de consultoria para usi- sucroenergéticas brasileiras – como desti-
nas de açúcar e álcool, localizada em Pira- lação a vácuo, membrana molecular, bio-
cicaba, SP. Ele observa que este sistema digestão -, existem alternativas de equipa-
gasta menos energia, pois não exige a re- mentos e processos que podem contribuir
destilação. É um processo contínuo de de- para a elevação da eficiência energética.
sidratação, que torna desnecessária a inter- “Há uma série de pequenas coisas que po-
rupção da atividade para regeneração dos dem reduzir o consumo de energia. Muitas
seus elementos. delas já eram de conhecimento do setor.
“A bioeletricidade gera ganhos significativos”,
A planta de membrana molecular – Mas, não estavam sendo utilizadas porque diz Marcos Omir
conforme a avaliação de especialistas da não havia necessidade”, esclarece.
área - consome em torno de 0,3 quilo de va- Peter Jais observa que pode ser de novos mercados, o que requer a mu-
por por litro de etanol hidratado. Para o en- aproveitado, por exemplo, o calor do con- dança de legislação em diversos países”,
genheiro agrônomo Marcos Omir Marques, densado usado na embebição. A sobra ge- analisa. Ele considera, no entanto, que os
professor do Departamento de Tecnologia ralmente não é utilizada, descartando-se investimentos voltados à elevação da efici-
da Faculdade de Ciências Agrárias e Ve- – na maioria dos casos – calor e água. O ência energética podem se tornar compen-
terinárias da Universidade Estadual Paulis- consultor esclarece que os processos con- sadores, pois a bioeletricidade gera ganhos
ta “Júlio de Mesquita Filho” (FCAV/Unesp), tínuos – como os adotados no cozimen- significativos. “Tem usina divulgando que a
campus de Jaboticabal, SP, essa tecno- to de açúcar e na fermentação de etanol energia já é responsável por 30% do fatura-
logia vai ser disseminada no país quando – também são outras opções, pois as in- mento da empresa”, revela.

86 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 87
Gestão Industrial

Tem novidade no Gegis


O Grupo de Estudos em Gestão Industrial terá sede própria na
cidade de Sertãozinho, com laboratório, auditório, salas para
treinamento e banco de vagas para os profissionais do setor
Caio Campanhão

Grupo de Estudos em Gestão In-

O dustrial do Setor Sucroenergé-


tico (Gegis) se reuniu mais uma
vez na cidade de Sertãozinho, no Centro
Empresarial Zanini, para realizar a nona
reunião do ano de 2010. Na pauta, temas
interessantes aos profissionais do setor
sucroenergético da área industrial, como
é costumeiro.
Dentre as palestras, todas de alto
nível, algumas se destacaram por apre-
sentar temas diferenciados. Foi o caso
Gegis, que atualmente realiza suas reuniões no
da palestra ministrada pelo gerente de
Centro Empresarial Zanini, terá agora sua própria sede
desenvolvimento de mercado da Jatinox,
José Roberto de Andrade. Ele falou so- safra e, em outras, dura duas. Com o aço Açúcar. “No início, por conta de o setor
bre Exemplos do Elevado Desempenho inox, a duração vai para quatro, seis, oito, sucroenergético ser bastante tradiciona-
do Inox 410D em Regiões de Desgaste até dez safras, dependendo das caracte- lista, o redutor planetário era visto com
em Usinas de Açúcar. “O material pode rísticas. Isso porque, com o aço carbo- certa desconfiança, mesmo já sendo um
ser usado no preparo e moagem, ou seja, no, o processo de desgaste é acelerado e produto consolidado. Ele já era utilizado
é utilizado na mesa alimentadora, lateral o inox é mais resistente. O inox tem cro- em setores como mineração, siderurgia e
de esteirão de cana, picador e desfibra- mo na liga, o que o torna resistente à cor- até em geração de energia. Hoje se sabe
dor, esteiras de arraste, entre outras onde rosão”, disse. que não existe nenhum tipo de transmis-
o material deve ser colocado sob nossa Redutores Planetários – outro são mecânica mais eficiente que a de um
orientação. Toda essa região é um pro- tema que chamou a atenção foi o pro- redutor planetário”, disse o palestrante.
blema para as usinas em termos de des- posto por Paulo Vizin, da TGM, que falou Ainda segundo Vizin, a resistência
gaste, já que ele é muito acentuado. Em sobre Soluções e Rendimento de Reduto- do setor com relação ao redutor já não
algumas usinas, o aço carbono dura uma res Planetários em Moendas de Cana-de- existe mais, já que é um tipo de aciona-

edna@gegis.com.br
(14) 3263-4506

88 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


José Roberto gis, Eliana Canevarolo, aproveitou a nona
de Andrade, da
Jatinox, palestra reunião para adiantar algumas novida-
para profissionais des do grupo. Ela afirmou que a próxi-
do setor durante
reunião do Gegis
ma reunião será no dia 26 de novembro
e que, após as palestras, os convida-
dos participarão de um almoço de con-
fraternização em comemoração aos nove
anos de Gegis. Eliana adiantou ainda que
a primeira reunião de 2012 acontece no
mento que privilegia a grande aposta das Tonon Bioenergia, Unidade Santa Cruz, mês de fevereiro e que ela trará um en-
unidades para os próximos anos: a coge- Capacitação Profissional na Área de Au- contro da área industrial com a área agrí-
ração de energia. “Em algumas usinas, o tomação Industrial para o Setor Sucroe- cola. O tema discutido será Qualidade da
uso do redutor planetário implica em uma nergético, palestra ministrada por Marco Matéria-Prima.
eficiência 10% maior. Isso pode repre- Antônio Alasmar, Comunicação e Carrei- Outra novidade adiantada pela pre-
sentar 1MW/h a mais de exportação de ra, da psicóloga Nayara Gallati, Sistemas sidente diz respeito à sede do grupo, que
energia, o que diz respeito a uma receita de Acionamentos, do palestrante André será instalada na cidade de Sertãozinho.
considerável”, salientou. Nunes e Como Minimizar as Perdas In- “Vamos montar nosso lugar, onde tere-
Outras palestras da nona reunião determinadas na Fermentação, por Ricar- mos laboratório, auditório e salas para
do Gegis foram a apresentação dos in- do Ventura. treinamento, que poderão ser dados pe-
dicadores de safra por Márcio Mori, da Novidades – a presidente do Ge- los profissionais das usinas. Teremos
também um banco de vagas para ajudar
os associados a conseguirem um empre-
go”, disse. Outro serviço oferecido pelo
Gegis, após a construção da sede, será a
prestação de serviços às unidades. “Com
esse laboratório, vamos poder fazer algu-
mas análises que as usinas não tem con-
dições de fazer. Agora, elas poderão utili-
zar nosso laboratório”, afirmou.

PROGRAME-SE
Agenda Gegis
26 de novembro
Tema: Utilidades
Confraternização e comemoração pe-
los nove anos do Gegis
A presidente do Gegis, Eliana Canevarolo, adiantou algumas novidades para o grupo nos próximos anos

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 89


Coluna – A coluna de estratégia no setor sucroenergético

Os drivers do mercado de açúcar


Marcos Fava Neves,
Marco Antonio Conejero e
Bryan Manuel Julca-Briceño

omo sétimo artigo da Markestrat

C na CanaMix, nossa discussão será


em torno dos drivers (ou direcio-
nadores) do mercado do açúcar no Brasil
e no mundo. O açúcar é uma commodity
global estratégica da qual toda a indústria Marcos Fava Neves - Marco Antonio Conejero - Bryan Manuel
Coordenador da Markestrat e Pesquisador da Markestrat Julca-Briceño
alimentícia e de bebidas é dependente, Professor Titular da FEA-RP/USP
além de ser reconhecida como uma fon-
te energética de consumo básico. Dessa de subsídio. Conforme a Figura 1, em do, percebe-se que são diversas as va-
maneira, praticamente todos os países do 2009/2010 a produção mundial de açú- riáveis que afetam a produção, o consu-
mundo fabricam o produto, tendo como car atingiu as 152,2 milhões de tonela- mo e, consequentemente, os preços do
base a cana-de-açúcar, a beterraba e o das, sendo que o total de exportações foi açúcar.
milho. de 50,5 milhões de toneladas, enquanto o Do lado da demanda, o mercado
O Brasil é o principal protagonista, as importações registraram 51,3 milhões do açúcar é influenciado principalmen-
pois é o maior produtor e exportador, pra- de toneladas. te pelo crescimento populacional e da
ticamente sem contar com nenhum tipo Feito esse painel inicial do merca- renda. O mundo vem crescendo nos úl-

Figura 1. Fluxo Internacional de Comércio do Açúcar

Fonte: USDA (2010)

90 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 91
Coluna – A coluna de estratégia no setor sucroenergético
timos anos a uma taxa média de 5% ao co da pecuária. Portanto, no momento, canização e ganhos de escala, com bai-
ano, sendo que países como a China e não há limitações de áreas para produção xa eficiência agrícola quando comparada
Índia cresceram a 10%. O mesmo deve canavieira e seus derivados. ao Brasil, subsídios nos preços de ferti-
ocorrer com o incremento de renda. Atu- A Índia é o segundo maior produ- lizantes, um sistema de transações ain-
almente 200 milhões de pessoas nos pa- tor, e atualmente, aquele que mais inter- da totalmente regulamentado e controla-
íses emergentes ganham mais de US$ 3 fere nos preços, pois é o segundo país do pelo Governo, e unidades industriais
mil dólares por ano e em 20 anos deverá mais populoso e apresenta as maiores ta- mais antigas. Contudo, tirando os fatos
ser 2 bilhões de pessoas. Nesse contex- xas de crescimento populacional do mun- ligados a produção, a Índia tem grande
to de grande potencial para o consumo de do. Na safra 2003/04, a produção indiana crescimento de população e de renda, e
alimentos processados por populações de açúcar caiu 31,6% em relação à sa- tem chances ainda de adotar um progra-
cada vez maiores e melhores financeira- fra anterior, o que diminuiu os estoques ma de etanol a partir de cana, o que pode
mente, o consumo de açúcar continuará mundiais e consequentemente provocou mudar radicalmente este balanço de ofer-
crescendo. alta nos preços. As dificuldades indianas ta e demanda.
Segundo o USDA (United States não estão resolvidas, o país apresenta sé- Sendo que o mercado do açúcar é
Department of Agriculture), na última dé- rios problemas com relação à produção complexo, além das variáveis comenta-
cada, o crescimento do consumo foi de futura de açúcar. As questões vão desde das existem outras que podem alterar o
24%, atingindo 155,1 milhões de tonela- a estrutura agrária do país, que tem áre- equilíbrio, estas são sintetizadas no Qua-
das em 2009/2010. Por outra parte, F.O. as muito pequenas, dificultando a me- dro 2.
Licht’s estima que, em 2014, o mun-
do consumirá 180 milhões de toneladas, Quadro 2. Variáveis que afetam os preços do açúcar
um crescimento de 17,8%. A Índia será
a maior consumidora do mundo (15% Variáveis que afetam Variáveis que afetam
do total consumido), seguida pela China a oferta de açúcar a demanda de açúcar
(12%), pelo Brasil (9%) e Estados Unidos
(6%). Embora o consumo mundial cresça '


< 

 

sem grandes variações, a produção será >

 
  [



  
   
fortemente influenciada pelos estoques, desenvolvimento;
mundo;
que por sua vez são os grandes respon- \   ] 
  
- Condições edafoclimáticas;
sáveis pelas flutuações nos preços. inovadores (adoçante de açúcar, açú-
- Área plantada;
Do lado da oferta é importante ana- car light, açúcar orgânico, etc);

 
lisar os dois grandes produtores mun- \
 
- Destino da cana (mix de produção);
diais, Brasil e Índia. 

 
- Expansão de capacidade;
O Brasil teve um crescimento ver- '  
   
  
   
  
tiginoso na produção de cana-de-açúcar açúcar;
mudanças estruturais na Austrália, Ín-
nos últimos 20 anos. Na safra de 09/10, a ^     '` { } {
dia, União Européia, Tailândia, África
moagem alcançou quase 603 milhões de EUA e na União Européia;
e outros países;
toneladas de cana, crescimento de 200% \[
  
 


    " 
 #
em relação à safra de 90/91. Contudo, açúcar para etanol nos EUA;
na União Européia, África e outros
estimativas do MAPA indicam que ainda ~<[ 
 

<
países.
existe potencial de liberação de área equi- brasileiro.
valente a 34,2 milhões de hectares, pro-
venientes da elevação do nível tecnológi- Fonte: Livro “Estratégias para a Cana no Brasil”, Neves e Conejero, 2009.

Nossa opinião: O atual cenário mundial favorece ao Brasil. A indústria brasileira deverá ganhar parte do espaço deixado pela Índia e pela
União Européia, que estão saindo do mercado de exportação e chegando inclusive a ampliar as importações para atender ao mercado do-
méstico. Nesse sentido, o Brasil terá que manter o foco nos mercados dos países em desenvolvimento, onde são observados os maio-
res crescimentos de consumo. A inovação em produtos de maior valor também é atrativa (como açúcar mascavo, orgânico, light, líquido
etc.) porque atende mercados de maior renda, embora de menor tamanho, e fica menos vulnerável às mudanças de preços.

92 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 93
Espaço Fitotécnico

O desempenho das novas


variedades de cana
Pesquisadores e profissionais discutem o desenvolvimento
e o desempenho de novas variedades de cana

Arquivo Jalles Machado


Caio Campanhão

ntre os temas que mais conquis-

E tam espaço na pauta dos profissio-


nais da área agrícola do setor su-
croenergético está o de desenvolvimento
de novas variedades de cana, principal-
mente àquelas adaptadas as condições
das novas fronteiras canavieiras. Dis-
cute-se se será possível plantar cana-
de-açúcar em determinadas regiões do
Brasil que, a princípio, não apresentam
condições de abrigar áreas canavieiras e
se a produção será tão viável quanto as
plantações nas regiões tradicionais .
Foi com o objetivo de fomentar ain- Clones de variedade desenvolvida para atender as condições do cerrado
da mais estas discussões, apresentar
ideias e discuti-las com quem realmen- genético da cana e profissionais da área de alguns Estados brasileiros.
te entende do assunto que o Centro de agrícola de diversas unidades produtoras, Entre as instituições presentes,
Cana, localizado nas dependências do para falar sobre a aplicação dessas no- representando os desenvolvedores de
Instituto Agronômico (IAC), em Ribeirão vas variedades na prática. Outro tema co- novas variedades, estavam Monsan-
Preto, recebeu, nos dias 29 e 30 de se- locado em questão foi o desenvolvimen- to-CanaVialis, o Centro de Tecnologia
tembro, o 4º Grande Encontro Sobre Va- to de novas variedades visando combater Canavieira (CTC), de Piracicaba, a Ri-
riedade de Cana-de-Açúcar. pragas como a ferrugem alaranjada, por desa (Rede Interuniversitária Para o De-
O evento reuniu as maiores institui- exemplo, tema que no começo do ano senvolvimento do Setor Sucroalcooleiro),
ções nacionais na área de melhoramento ameaçou tirar o sono dos canavicultores formada pela união de dez universida-
des federais, além do próprio IAC, que
Caio Campanhão

recentemente lançou três novas varie-


dades, que puderam ser conferidas em
matéria publicada na revista CanaMix de
setembro.

Profissionais atentos às
informações dos pesquisadores

94 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Arquivo Jalles Machado
na-de-açúcar sob a influência do estres-
se hídrico característico da região.
Presente ao Encontro de Varieda-
des realizado em Ribeirão Preto, Rogério
Bremm disse à CanaMix que é possível
sim cultivar cana na região do cerra-
do com bons resultados. “Trabalhamos
muito bem com algumas variedades do
IAC, CTC e Ridesa. Elas apresentam um
comportamento muito bom e estável e
tem suportado bem o estresse hídrico de
nossa região. Estamos tentando substi-
tuir as variedades mais antigas, com as
quais já trabalhávamos, por variedades
As condições do cerrado podem facilitar o florescimento da cana
novas”, afirmou.
Representando as companhias su- ciparam do evento pesquisadores e con- Segundo Bremm, são vários os fa-
croenergéticas, estiveram presentes Cás- sultores das áreas de adubação, manejo tores que limitam a produtividade da cana
sio Manin Paggiaro, do Grupo Cosan, de solos, mecanização e melhoramento no cerrado. O mais grave deles, no en-
para falar sobre planejamento e manejo genético, entre eles o diretor do IAC de tanto, é o grande estresse hídrico da re-
varietal relatando a experiência do pró- Ribeirão Preto, Marcos Landell e o ge- gião. “Por isso, para que a cana-de-
prio grupo e René de Assis Sordi, do Gru- rente agrícola da usina Jalles Machado, açúcar prospere no cerrado, temos que
po São Martinho, que falou sobre ma- Rogério Bremm, que apresentaram as trabalhar com variedades que apresen-
nejo varietal nas usinas São Martinho e melhores opções para a produção de ca- tem bom perfilhamento e um desenvol-
Iracema. vimento rápido. Isso porque não temos
Ao final do evento, os participantes muitas chuvas, quando acontecem, pre-
receberam, além de certificado, um CD Ganhos indiretos com o cisamos aproveitá-las. A cana também
com todas as palestras ministradas. não pode florescer e não deve ter isopo-
Cerrado – outro evento que envol-
projeto Manejo Varietal/ rização. Também estamos trabalhando
veu o tema variedade aconteceu na cida- Pesquisa desenvolvido com variedades que se adaptam melhor
de de Goianésia, no Estado de Goiás, no pela Jalles Machado ao plantio e à colheita mecanizada”, diz.
dia 06 de outubro.Trata-se do 3º Dia de Média Média % Mas será que todas essas alternati-
Campo Programa IAC e Jalles Machado. 2002/05 2006/10 acréscimo vas podem fazer com que a cana do cer-
O encontro, que este ano teve como tema 1 80,1 101,0 26,1% rado apresente uma produção semelhan-
“Manejo Varietal para Plantio Mecaniza- 2 74,4 89,9 20,8% te à das usinas paulistas, por exemplo?
do”, falou sobre as inovações ténológi- 3 68,1 78,9 15,9% “Acreditamos muito neste potencial. No
cas na área e trouxe também as últimas Média
entanto, é difícil por conta das condições
novidades em variedades de cana-de- 76,4 89,9 17,7% da região. Ainda não é possível, mas
3 cortes
açúcar adaptadas para o Cerrado. Parti- Jalles Machado acreditamos que em breve seja”, finaliza.

Programação do
Grupo Fitotécnico
Cana em 2010
mlandell@iac.sp.gov.br
23/11 - Plantio/ferrugem/variedades
(16) 3919-9927

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 95


Ambiental
A redução de calda permite otimização dos
equipamentos de aplicação, redução da
estrutura e mão de obra operacional
Arquivo

Provou!
de calda e tamanho de gota sobre caracte-
rísticas da pulverização em cana-de-açú-
Pesquisa desenvolvida pelo IAC e Basf car, de autoria de Marcelo da Silva Scapim,
constatou que é possível diminuir o volume de aluno da faculdade de agronomia de Ituve-
calda para a aplicação de herbicidas em até rava, SP.
60% e aumentar o ganho operacional em 30% A proposta da monografia, que ti-
nha a orientação do Prof. Dr. Hamilton
Humberto Ramos, do Instituto Agronô-
Luciana Paiva tal – cada vez mais escassa. Por isso, toda mico (IAC), foi imediatamente aceita pela
ideia que possa contribuir para o uso ra- Basf, conta Fabrício Catissi, técnico de De-
eduzir o consumo de água nas prá- cional da água na agricultura é bem-vinda. senvolvimento de Mercado da empresa, e

R ticas agrícolas passou a ser funda-


mental, não só pelo ponto de vis-
ta econômico – a água vai ficar cada vez
Foi o que ocorreu com a Basf em feverei-
ro de 2008, quando Daniel Medeiros, um
dos colaboradores da empresa, apresen-
se transformou no projeto Provar. Em par-
ceria com o IAC, a Basf colocou em prática
o projeto que passou a estudar a possibi-
mais cara –, mas, principalmente, ambien- tou a monografia: Interferência do volume lidade de reduzir o volume de água utiliza-
Luciana Paiva
do na aplicação de herbicidas, em especial
o herbicida Plateau. Segundo Catissi, a es-
colha do Plateau deveu-se ao fato de o pro-
duto poder ser aplicado tanto na época de
chuvas como no período de seca e em er-
vas daninhas de folhas largas e estreitas.
Para medir a eficiência na redu-
ção do volume de calda nas aplicações
de Plateau em cana-de-açúcar, com ga-
nhos econômicos e ambientais, o projeto
contou com a participação de seis gran-
des unidades sucroenergéticas localizadas
no Estado de São Paulo. Envolveu também
fornecedores de cana, pesquisadores e
empresas terceirizadas na área de aplica-
ção de herbicidas, foram realizadas 11 pa- Catissi: comprovação científica
lestras para apresentação do projeto e um
total de 118 pessoas acompanhou o de- ensaio de campo foram avaliados três ta- contendo três repetições. As aplicações
senvolvimento do Provar. manhos de gotas (grossa, muito grossa e ocorrem no início da safra (abril a junho);
Metodologia – o período estipulado extremamente grossa) com quatro volu- no meio (julho a setembro); e fim da sa-
para o estudo vai de 2008 a 2010 e para o mes de calda (50, 100, 150 e 200 L/ha.), fra (outubro a novembro). Apenas em áre-
Divulgação
Produtores conferindo o resultado da redução de calda

as de cana soca e em canaviais com cana água pode representar para as usinas re-
crua e queimada. dução do custo operacional da aplicação
“Em 2008, realizamos a aplicação que varia de 8 a 24 % do total investido.
tanto em canavial com cana crua como Pode se observar que, de modo geral o
queimada. Porém, em 2009, passamos a herbicida Plateau em todos os volumes de
nos concentrar na cana crua, pois, com o calda utilizados proporcionou controle su-
Protocolo Agroambiental, que extingue a perior a 85% sobre as plantas daninhas até
queima até 2014, vimos que não há ne- a 150 DAT (dias após tratamento), consi-
cessidade de aplicar o estudo em áreas de derando a comunidade infestante levanta-
cana queimada, já que deixarão de existir. da de acordo com a distribuição das es-
Mas, os estudos iniciados nas duas áreas, pécies nas parcelas testemunhas e área
não apresentram diferença entre canaviais tratada.
com corte de cana crua para o de cana “A pesquisa constatou que é possí-
queimada”, diz Catissi. Segundo ele, nas vel diminuir o volume de calda em até 60%
seis unidades sucroenergéticas os testes e aumentar o ganho operacional em 30%,
foram realizados com todos os tamanhos pois, permite otimização dos equipamen-
de gotas, quantidade de caldas e em todas tos de aplicação, redução da estrutura e
as fases da safra, respeitando a proposta mão de obra operacional”, salienta Catissi.
do estudo. Também, levou-se em conside- Segundo ele, uma das unidades que parti-
ração a temperatura e a deriva do vento. cipou do Projeto, após analisar os resulta-
Em 2008, a aplicação ocorreu em 61 áre- dos dos estudos, já abandonou seu méto-
as; em 2009, em 43 áreas e em 2010 es- do tradicional de aplicação de 250 litros de
tão previstas 70 áreas. A extensão de cada calda por hectare e passou a adotar 150 li-
área em estudo varia de 8 a 15 hectares. tros por hectare, redução de 40% na quan-
Resultados – o Projeto está em an- tidade de água utilizada. “Tínhamos uma
damento e será finalizado em março de noção de que era possível reduzir a quan-
2011, no entanto, os resultados obtidos tidade de calda sem causar danos à ope-
até o momento já estão sendo divulga- ração, mas como não havia nada com-
dos pela Basf. De acordo com a empresa, provado, ninguém queria abrir mão do já
o herbicida Plateau aplicado com volumes conhecido. Agora, com os resultados po-
de até 70 litros por hectare, com cobertu- sitivos comprovados cientificamente pelo
ra do solo até 8% controla as plantas dani- projeto Provar, usinas e produtores de
nhas de forma eficiente na cultura da cana cana, podem tranquilamente adotar o uso
quando aplicado no início, meio ou final de racional da água na aplicação do herbicida
safra. A adoção de menores volumes de Plateau”, finaliza.

98 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 99
Tecnologia Agrícola

Desperdícios no campo diminuem


competitividade do setor
O uso de equipamentos inadequados, falhas no preparo do solo,
plantio e colheita proporcionam prejuízos para usinas e destilarias

Luciana Paiva
que a cana-de-açúcar dá muito dinheiro,
por isso absorve desperdícios. Mas, ele
adverte que essa situação pode provo-
car sérias dificuldades de sobrevivência
para diversas usinas devido à elevação
de competitividade no mercado. Nem
mesmo os avanços importantes obtidos
pelo setor sucroenergético têm sido su-
ficientes para afastar o desperdício das
lavouras de cana-de-açúcar. Na avalia-
ção dele, existe ainda um atraso tecno-
lógico significativo em comparação, por
exemplo, às culturas de grãos.
“Tecnologia sofisticada não é a
solução”, diz o professor da Esalq/USP.
Segundo ele, o uso de GPS e piloto au-
tomático pode proporcionar ganhos in-
teressantes em usinas no Estado de São
Paulo que possuem uma realidade dife-
renciada. Mas, pode não ter o mesmo
efeito positivo em unidades produtoras
Falhas no plantio estão entre as causas da perda de competitividade
localizadas em outros Estados.
Renato Anselmi (Esalq/USP), campus de Piracicaba, SP. “É um tanto comum na busca da
Perdas de metragens de sulcação necessária inovação tecnológica uma
aplicação de tecnologias inade- por hectare, falhas no plantio, absurdas empresa cometer o grave e custoso

A quadas, a falta de melhor contro-


le de qualidade e de desempenho
das operações no campo, a carência
perdas na colheita mecanizada e semi-
mecanizada, destruição de soqueiras
por pisoteio, abandono de insumos no
erro de não buscar aquela que é ‘adap-
tada’ para sua realidade. Acaba adqui-
rindo uma tecnologia ‘sofisticada’ que
de investimentos em qualificação pro- campo, ausência de adequada compa- lhe trará mais problemas que soluções”,
fissional são responsáveis por desper- tibilização entre fontes de potências e ressalta.
dícios nas lavouras de cana-de-açúcar, máquinas movidas – o que provoca ele- Caetano Ripoli enfatiza que a me-
de acordo com Tomaz Caetano Canna- vação de consumo e aumento de cus- lhoria da eficiência em unidades e gru-
vam Ripoli, professor do Departamen- tos operacionais - estão entre os exem- pos produtores está diretamente ligada
to de Engenharia de Biossistemas da plos de prejuízos que ocorrem no setor, aos investimentos em aprimoramento
Escola Superior de Agricultura Luiz de conforme a avaliação de Caetano Ripoli. profissional. “A inovação não vem de
Queiroz da Universidade de São Paulo O professor da Esalq/USP observa máquinas. Não basta ter o melhor equi-

100 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Divulgação

também um monitoramento adequado


do desempenho das atividades desen-
volvidas no campo. Por falta de orien-
“Tecnologia tação e fiscalização, não ocorre, em di-
sofisticada não versos casos, uma avaliação correta
é a solução”,
diz Ripoli dos erros de espaçamento no plantio de
cana, do grau de infestação de plantas
daninhas, entre outras variáveis. Existe
inclusive uma falta de critérios na obten-

Segundo o pesquisador, a colheita mecanizada


ainda apresenta elevados índices de perdas
devido à “cultura do desperdício”

pamento se não tiver mão de obra qua-


lificada para operá-lo”, diz. Apesar de
considerar essa afirmação óbvia, ele es-
clarece que a questão não é entendida
pela maioria das usinas e destilarias.
Perdas na lavoura – falta de con-
trole da qualidade das operações é um
dos principais motivos que causam des-

Luciana Paiva
perdícios em diferentes etapas do pro-
cesso de produção agrícola. Não há

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 101


Tecnologia Agrícola
ção de amostragens no campo. necessário preparar o operador da má- nizado ajudam a aumentar as perdas nas
A colheita mecanizada, que regis- quina para o corte mecanizado da cana lavouras de cana-de-açúcar, de acor-
trou crescimento significativo nos últi- e para a colheita de mudas. Uma manei- do com Caetano Ripoli. “Na cultura de
mos anos, é uma atividade que apresen- ra de minimizar a perda de produtividade grãos, as máquinas fazem semeadura
ta elevados índices de perdas devido à devido a paradas provocadas por que- com altíssima precisão”, compara. Ele
“cultura do desperdício” ainda existen- bra da máquina é conscientizar e prepa- considera que o sistema de plantio me-
te nas lavouras de cana-de-açúcar. Ca- rar o operador para atuar como operador canizado tem apresentado evolução no
etano Ripoli observa que o corte de 500 mantenedor. Na entressafra, esse pro- setor sucroenergético, apesar do pouco
a 700 toneladas de cana por colhedo- fissional deve inclusive ajudar na manu- tempo de existência. As plantadoras de
ra durante 24 horas, registrado em di- tenção da colhedora, segundo Caetano cana começaram a “invadir” os cana-
versas usinas brasileiras, está muito Ripoli. Ele sugere que a remuneração do viais há pouco mais de seis anos.
aquém do que pode ser obtido nessa operador deve estar vinculada à produ- O professor da Esalq alerta que as
empresas, com algumas exceções, têm

Arquivo
um enfoque distorcido quando buscam
apenas elevação da produção e da pro-
dutividade. Na opinião dele, devem bus-
car aumento dos ganhos econômicos.
“De que adianta aumentar a produção
cada vez mais se a rentabilidade eco-
nômica tende a diminuir?, indaga. Os
resultados mais favoráveis poderiam
ocorrer – observa Caetano Ripoli – por
meio de novas práticas, técnicas e equi-
pamentos, como: utilização de varieda-
des eretas de alta produtividade; adoção
de novos espaçamentos de plantio; uso
de plantadoras de menor porte e maior
velocidade, de colhedoras de duas fi-
leiras, de transbordos auto-propelidos
mais ágeis, de subsoladores que exi-
gem menor potência e realizam melhor
trabalho, entre outras medidas.
As empresas devem buscar aumento nos ganhos
Segundo ele, as atitudes geren-
operação. “Na Austrália, as máquinas tividade. Na opinião dele, pagamento de ciais frente às novas tecnologias dispo-
chegam a colher 1000 toneladas em 12 salário fixo, neste caso, é um procedi- níveis e ao mercado exigem mudanças
horas”, revela. mento do passado. comportamentais marcantes em relação
Segundo Ripoli, desempenhos sa- Apesar de considerar que as co- ao que hoje existe no setor sucroener-
tisfatórios na colheita dependem de fa- lhedoras evoluíram nos últimos anos, gético brasileiro. “A gerência moderna
tores, como bom preparo do solo, plan- Ripoli diz que existe uma demanda por deve ter como foco o investimento em
tio correto, tratos culturais adequados e máquinas com preços mais acessíveis, qualificação de mão de obra; na redução
mão de obra qualificada. É preciso con- na faixa entre R$ 200 mil a R$ 300 mil, dos custos de produção, na diminuição
tar também com uma logística eficien- que atenda as necessidades de fornece- do desperdício, na redução do consu-
te. A sistematização da área deve pre- dores de cana. “Como ficarão os pro- mo de energia, na qualidade das opera-
ver – de acordo com ele – talhões de dutores que não têm disponibilidade de ções, na agregação de valor, na preser-
1.500 metros, e não de 300 metros, capital, a partir de 2014 quando será vação ambiental e na responsabilidade
como ocorre em diversas unidades proibida a queima da palha no Estado de social, objetivando a melhor rentabilida-
produtoras. São Paulo?”, questiona. de econômica e não apenas determina-
O professor da Esalq afirma que é As falhas durante o plantio meca- do lucro”, afirma.

102 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 103
Motomecanização

A luta pelo caminhão


canavieiro
Luciana Paiva

Buscando soluções para os problemas encontrados nos


caminhões canavieiros, Gmec realiza seminário no IAC de
Ribeirão Preto juntamente com representantes das montadoras

Até o momento não existe um caminhão canavieiro, apenas adaptações

Caio Campanhão cedes-Benz, Scania, Volkswagen (Man nados de 90 x 1.60, 90 x 1.50; A utiliza-
Latin America) e Volvo. ção de pneus de alta flutuação interfere
Grupo de Motomecanização do A reunião teve como objetivo pro- na configuração do veículo e atende à le-

O Setor Sucroalcooleiro (Gmec) re-


alizou no dia 24 de setembro uma
de suas reuniões mais aguardadas. Tra-
mover uma interação entre os profissio-
nais das usinas e os fabricantes dos ve-
ículos, para que fossem apresentadas
gislação?; Redimensionamento da sus-
pensão dianteira para suportar maiores
cargas e manobras; O melhoramento da
ta-se do Seminário Caminhões Transbor- as principais queixas sobre os produtos robustez de todo o conjunto: cabine, pa-
do, que contou com a presença de pro- e respectivas soluções. Os temas que ralamas, lanternas, tanque de diesel, car-
fissionais da área e de representantes de constaram na pauta do evento foram os caça do filtro de ar, entre outros; Pro-
todas as montadoras de caminhões que seguintes: Adequação de bitola para es- teções para tubulações de ar, chicotes
hoje atendem ao setor: Ford, Iveco, Mer- paçamentos de 1.40m, 1.50m e combi- elétricos, etc; entre outros temas. Resu-

104 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Caio Campanhão
mindo, o objetivo da reunião foi mostrar
aos fabricantes que seus veículos preci-
sam ser adaptados ao modo de trabalho
do setor sucroenergético.
Durante horas, os representan-
tes das montadoras foram questiona-
dos pelos membros do grupo que tam-
bém aproveitaram para fazer sugestões.
Um dos participantes do evento, o diretor
da Sigma Consultoria e Assessoria Au-
tomotiva, Luiz Nistch, realizou inclusive
uma apresentação para mostrar aos fa-
bricantes as principais exigências do se-
tor. Para ele, os transbordos sobre cami-
nhões são a grande tendência do setor
canavieiro em substituição aos transbor-
dos tracionados por trator. O que aconte-
ce, no entanto, é que eles ainda não es-
tão preparados e com a robustez exigida O consultor Luiz Nistch em apresentação realizada no Seminário do Grupo de Motomecanização
Caio Campanhão

pelo forte trabalho no canavial. “Os cami-


nhões vendidos hoje ainda não estão pre-
parados para este tipo de trabalho e estão
quebrando muito. Este evento serve para
que possamos tentar encontrar uma luz
no fim do túnel. Eu luto pela customiza-
ção destes caminhões, ou seja, para que
eles sejam preparados para esta ativida-
de”, afirmou.
Ainda segundo Nistch, a principal
reclamação ouvida por ele quando o as-
sunto são caminhões canavieiros, é o ta-
manho da bitola. “O carro-chefe das re-

Representantes das montadoras


fizeram apresentações mostrando
seus produtos voltados para o setor

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 105


Motomecanização

Membros do
Gmec lotaram
o auditório do
IAC buscando
soluções para
os problemas
encontrados
nos caminhões
transbordo
Caio Campanhão

clamações é o problema das bitolas, po de motomecanização, Luis Antonio hoje não se tem notícia de um evento
porque este problema imobiliza o cami- Bellini, diz ter saído satisfeito do evento. com estas especificidades. Como pri-
nhão. O resto, com algumas medidas “O objetivo do seminário era colocar na meiro encontro, acredito que tenha ha-
paliativas, se consegue sobreviver. Mas sala todos os fabricantes de caminhões vido um progresso, ainda que embrioná-
quando quebra uma carcaça, não tem jei- e saber deles qual o compromisso que rio”, disse.
to”, explicou. têm com este nicho de mercado que nós Rosas falou ainda sobre a elabora-
Mesmo sendo esta a principal re- achamos tão importante. Enxergamos ção de um documento pelo grupo sobre
clamação do setor, o que se ouviu da uma série de vantagens na utilização de o olhar da agricultura direcionado para a
grande maioria dos fabricantes foi que as caminhões transbordo, com relação à indústria. “A indústria precisa ouvir o que
alterações exigidas esbarram na lei, que consumo, à produtividade e velocidade, a agricultura tem a dizer. O documento
não permite o espaçamento exigido pe- mas no momento enxergamos mais pro- será curto e objetivo e terá a finalidade
los canavieiros em veículos rodoviários. blemas do que vantagens, e se os fabri- de mostrar esses problemas discutidos
Um dos representantes chegou inclusi- cantes estiverem dispostos a sanar isso, hoje”, revelou.
ve a propor que as alterações sejam fei- para nós será uma grande coisa. Saio sa-
tas e que o veículo seja então classifica- tisfeito”, afirmou.
do como máquina agrícola. Não se sabe, O pesquisador do Centro de En-
no entanto, se isso será possível. genharia e Automação do Instituto Agro-
Avaliação – Mesmo com alguns nômico (IAC), Jair Rosas, foi mais lon-
“nãos” ouvidos pelos membros do Gmec ge e afirmou que o evento realizado pelo http://gmec.locaweb.com.br
dos fabricantes, o coordenador do gru- Gmec foi algo histórico no Brasil. “Até

106 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 107
Gestão de Pessoas

Reunião do Gerhai
no mês de outubro
Em 22 de outubro, o Grupo de Estudos em Recursos Humanos na
Agroindústria (Gerhai) se reuniu em Ribeirão Preto, clima organizacional
e sustentabilidade estiveram entre os temas apresentados

Arquivo
Da redação De acordo com ela, atualmente 96
usinas participam do Relatório de Susten-
pós a apresentação das Comis- tabilidade da Unica. O trabalho que vem

A sões de Trabalho do Gerhai, o


consultor Mário Ibide e o repre-
sentante da Nardini, Mauro Garcia rea-
sendo realizado, segundo Iza, tem dis-
seminado nas associadas o verdadeiro
conceito de sustentabilidade, as empre-
lizaram um balanço sobre o IX Seminá- sas passaram a mensurar qual o retorno
rio Gerhai, que aconteceu em setembro dos projetos realizados, se o investimen-
deste ano. Foram destacadas as princi- to está sendo bem empregado. Caso não
pais palestras, os temas que mais atraí- estejam, estão sendo substituídos por
ram as atenções do evento e já se iniciou novos projetos mais bem estruturados.
o debate e consulta para a elaboração da “Muitas vezes, o projeto pode ter tradi-
programação do X Seminário Gerhai, que ção e parecer muito bonito, mas não está
acontecerá em 2011. apresentando resultados para as pessoas
Logo após, ocorreu a palestra do envolvidas, comunidade e para a empre-
consultor empresarial Mario Bitencourt, sa. As associadas passaram a ficar aten-
que apresentou o case “Resultado de tas a qualidade do projeto”, disse Iza.
Mário Íbide: consulta sobre a
um clima organizacional”. Segundo ele, programação do X Seminário Gerhai
grande parte dos problemas na área de
Recursos Humanos acontece devido à gem correta e sempre manter o anonima-
falta de comunicação dentro da empresa. to do colaborador que respondeu.”
“Por isso, utilizamos a ferramen- Sustentabilidade no setor sucroe-
ta de Clima Organizacional, ela mostra a nergético – encerrando o evento, a Co-
percepção dos colaboradores da unida- ordenadora de Sustentabilidade da Unica,
de. Um verdadeiro raio x da organização, Maria Luiza Barbosa, falou sobre os pro-
por meio dessa imagem temos maior fa- jetos de sustentabilidade da entidade. “A
cilidade para corrigir os erros”, salientou. Unica tem trabalhado para desmistificar a
O consultor explicou também como imagem do setor. O que mostrou a cara
é utilizada a ferramenta. “São aplicadas do setor sucroenergético foi o Relatório
pesquisas em diversas áreas da empre- de Sustentabilidade, pois apontou os pro-
sa, mas não necessariamente em todos blemas, desafios e também tudo que tem
os funcionários, é preciso ter a amostra- sido feito”, observou.

108 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Participação do Gerhai no 3º Congresso Nacional da Bioenergia - UDOP
Recursos Humanos/Gerhai – 17/11 Recursos Humanos/Gerhai – 18/11
14h10 - 14h50: Abertura da 155ª Reunião do Gerhai - 8h50 - 10h: Negócio Sustentável e Pessoas:
Mesa Diretora - Apresentação dos Participantes Uma Visão para o dia a dia - Parte 02 -
14h50 - 15h40: As Tendências na Modernização das Relações Douglas Liberato – Mais Ação
do Capital e Trabalho – 10h - 10h30: Comentários e Análise dos Indicadores de
Visão Legal e Visão Prática – Parte 01 Desenvolvimento Sustentável – IDS 2010
Rober Renzo – Grupo Tereos - Açúcar Guarani – divulgado pelo IBGE em Setembro -
Erotides Gil Bosshard - Abengoa Bioenergy Brasil Valter Lorenti – Grupo Colorado
15h40 - 15h55: Coffee-break 10h30 - 10h45: Coffee-break
15h55 - 17h: Oficina Nacional sobre Saúde do Trabalhador 10h45 - 11h50: As Tendências na Modernização das
no Setor Canavieiro - Comentários e Relações do Capital e Trabalho –
Conclusões - João Augusto - GSO Visão Legal e Visão Prática - Parte 02
17h - 18h: Negócio Sustentável e Pessoas: Rober Renzo – Grupo Tereos - Açúcar Guarani
Uma Visão para o dia a dia - Erotides Gil Bosshard - Abengoa Bioenergy Brasil
Parte 01 - Douglas Liberato – Mais Ação 11h50 - 12h30: Questões Contraditórias: Os Acordos e
Convenções Coletivas de Trabalho,
a Legislação Trabalhista e a
Operacionalização nas Empresas
Dra. Elimara Ap. Assad Sallum – Assessora
de Relações Trabalhistas e Sindicais da Unica

*As Inscrições para esta sala serão realizadas pela coordenação do Gerhai
Heloísa Helena Minto Santos - heloisa.minto@allezcomunicacao.com.br - (16) 3904-9171

Segurança do Trabalho/GSO no 3º Congresso Nacional da Bioenergia - UDOP


Em 18/11 14h10 - 15h30: Novos Desenvolvimentos e a Segurança no
8h50 - 10h30: Prevenção das Perdas Auditivas Relacionadas Manuseio de Produtos Químicos - Miguel
ao Trabalho - Raul Nielsen Ibañez - Secretário Antonio Sinkunas - Químico responsável
da Comissão de Doenças Ocupacionais da pela Quiminac Indústria e Comércio,
Associação Brasileira de Otorrinolaringologia Diretor de Químicos - ABRALIMP
10h30 - 10h45: Coffee-break 15h30 - 15h45: Coffee-break
10h45 - 12h20: Seleção de Respiradores e sua Importância - 15h45 - 17h: Pericias Técnicas de Insalubridade e
Luiz Claudio Ferreira da Costa - Técnico de Periculosidade - Virgilio Souza Lara -
Segurança do Trabalho, Membro Técnico Eng.º Químico pós-graduado em Eng.
ABHO e Regional de Vendas - MSA do Brasil. de Segurança do Trabalho e Diretor
12h20 - 14h10: Almoço - Acseg- Engenharia
17h: Encerramento
*As inscrições para esta sala serão realizadas pela coordenação do GSO
Mário Márcio dos Santos - mario@uag.com.br - (17) 3331-9000

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 109


Saúde e Segurança Ocupacional

Radiação Ultravioleta no Trabalho


Dr. Carlos Alberto Barrento Filho Figura 2
Farmacêutico Industrial
Stoko Skincare – 2010

exposição solar é constante no dia a

A dia das pessoas. Ao andar na rua, ir


à praia, piscina e nas atividades diá-
rias estamos expostos constantemente aos
raios do sol. Quando se trata de exposição
no local de trabalho, ela é bem mais inten-
sa. Trabalhadores agrícolas e que realizam
trabalhos externos permanecem horas ex-
postos ao sol. Trabalhadores de solda tam-
bém estão expostos à radiação UV.
A radiação solar que atinge a super-
fície do planeta é formada principalmente
de ultravioleta (UV), luz visível, e infraver-
melho. Essas várias formas de energia ele- nm) e UV-C (100-280 nm) fundamente na pele, mesmo na sombra es-
tromagnética são constituídas de pequenos O UV-A tem o menor efeito agressor tamos expostos à radiação UV-A, principal
componentes chamados fótons. do ponto de vista biológico (maior compri- responsável pela perda de elasticidade da
Para classificar os diferentes tipos de mento de onda) e alcança a superfície do pele, manchas, rugas finas e profundas,
energia do espetro eletromagnético, utiliza- planeta em grandes quantidades, indepen- características do tão temido fotoenvelhe-
se o comprimento de onda, medido em na- dentemente da espessura da camada de cimento. Tem importante participação nas
nômetros (nm). Um nanômetro equivale a ozônio localizada na estratosfera. (figura 2) fotoalergias e também predispõe a pele ao
um bilionésimo do metro. O comprimen- Estima-se que a quantidade de raios UV-A surgimento do câncer.
to de onda é inversamente proporcional à seja de 10 a 100 vezes maior do que os do Apenas os raios UV-B e UV-C cau-
quantidade de energia. Portanto um fóton de tipo UV-B. A radiação UV-A possui inten- sam as queimaduras solares portanto, o fato
ultravioleta possui mais energia que um fó- sidade constante durante todo o ano, atin- de você não ter ficado vermelho, não significa
ton de luz visível ou infravermelho. (figura 1) gindo a pele praticamente da mesma forma que sua pele não sofreu a ação danosa da ra-
O espectro do ultravioleta (UV) durante o inverno ou o verão. Sua intensi- diação UV, porque o UV-A não causa queima-
abrange o comprimento de onda de 100 a dade também não varia muito ao longo do duras mas danifica a pele. Aquele sol de inver-
400 nm e divide-se em três faixas: dia, sendo pouco maior entre 10 e 16 ho- no que pareceu não causar problemas porque
UV-A (315-400 nm), UV-B (280-315 ras que nos outros horários. Penetra pro- você não se queimou nada, na verdade tam-
bém está prejudicando sua pele favorecendo,
Figura 1 Espectro eletromagnético principalmente, o seu envelhecimento.
Agência de Proteção contra Radiação O UV-B é mais lesivo que o UV-A e
do Governo Australiano – 1999
tem maior parte dos seus raios, absorvidos
pela camada de ozônio. (figura 2) Os raios
UVB penetram superficialmente e causam
as queimaduras solares. É a principal res-
ponsável pelas alterações de DNA e RNA
celulares que predispõem o câncer da pele.
O UV-C é potencialmente o mais da-
noso aos tecidos biológicos por ter a maior

110 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


quantidade de energia. Altamente eritema- Cerca de 75% da radiação solar re-
toso (queimadura solar) e fortemente can- cebida durante a vida, ocorre nos primeiros
cerígeno. Essa tipo de radiação é total- 20 anos, portanto, quanto mais cedo co-
mente absorvida pela camada de ozônio, meçar a se proteger do sol, melhor. Os efei-
entretanto na industria a radiação UV é am- tos da radiação solar ultravioleta (UV), em
plamente utilizada em processos de fabri- geral, só se manifestam com o passar do
cação, e na maioria das vezes alem das ra- tempo, pois vão se acumulando no orga-
diações UV-A e UV-B também são emitidas nismo. As lesões começam a aparecer na
as radiações UV-C. Como por exemplo as maioria das vezes, por volta dos 40 anos de
lâmpadas de esterilização e prensas, no en- idade. Por isso, proteja as crianças e esti-
durecimento de pinturas, plásticos e reves- mule os adolescentes a se protegerem.
timentos de superfícies por meios da Luz O trabalho sob o sol é uma rotina co-
UV, e especialmente na área de soldagem mum nas atividades agrícolas, pecuárias,
por arco e elétrica, nas quais se produzem florestais e da pesca. O desconforto tér-
doses elevadas de radiação UV-C. mico em ambientes quentes é responsável
O excesso de exposição aos raios pela perda de: produtividade, motivação,
ultravioletas emitidos pelo sol pode cau- velocidade, precisão, continuidade e o con-
sar danos à saúde, como queimaduras da sequente aumento da incidência de aciden-
pele, fotoalergias, envelhecimento precoce, tes e doenças de pele.
câncer de pele. O uso do filtro solar retarda O trabalho sob o sol requer o plane-
o envelhecimento precoce e principalmen- jamento das atividades e a adoção das se-
te, previne o câncer de pele. guintes soluções:
De acordo com o Instituto Nacional
do Câncer, o câncer de pele corresponde a  '` 
`
25% de todos os tumores malignos regis- preferência com aba larga
trados no país, quando detectado precoce-  ^"



#
mente apresenta altos percentuais de cura. com Fator de proteção de amplo
O câncer de pele pode e deve ser tra- espectro (UV-A, UV-B em
tado, o diagnóstico precoce é muito impor- exposições especificas UV-C)
tante para se obter à cura. A grande maio-  € 


ria dos cânceres de pele localiza-se na face cor branca e tecido de algodão
logo, proteja-a sempre. Procure um médico  < 

] ‚ 
dermatologista para saber se existem man-  >



] 
 
chas na sua pele que estão se modificando,  \ 



] ]
formam “cascas” na superfície, sangram  \<  

com facilidade; feridas que não cicatrizam noturnas, quando possível
ou lesões de crescimento progressivo.

REFERÊNCIAS
1. OLIVEIRA, G.F, CAMPOS, R.L.C, TEMPORAL, W.F. Efeito da radiação ultravioleta nas atividades
aéreas e terrestres. Revista Médica da Aeronáutica do Brasil, Rio de Janeiro, 2005. p.19-26
2. LOW, L; REED, A. Eletroterapia Explicada, princípios e prática , 3º ed, Manole, 2001, p. 411-449.
3. KITCHEN, S; BAZIN, S. Eletroterapia de Clayton , 10º ed, Ed Manole, São Paulo, 1998, p. 211-217.
4. BISSCHOP, G; BISSCHOP, E; COMMANDRÉ F. Eletrofisioterapia, ed. Santos, São Paulo, 2001,p. 65-69.
5. Estimativa 2008/Incidência de câncer no Brasil,Instituto Nacional do Câncer, Ministério da Saúde,
2008. p.35-36. www.inca.gov.br
6. MAZZO, R.. On line. Disponível em: www.gruponoticia.com.br, Trabalho sob sol, Mazzo,R.-
acesso 3.fev.2006
7. COUTO, Luiz Viana. On line. Disponível em: www.ufrrj.br, Riscos de acidentes na Zona rural,
Eng° Agrônomo é Luiz Viana do Couto, 2005
8. www.solamigo.org
Fora do Trabalho

Para quem o setor torce


Rubens Ometto
Não é só a safra de cana-de-açúcar Silveira Mello,
que está na reta final, o campeonato o Pelé do setor
sucroenergético,
brasileiro de futebol 2010 também. é santista...

E o Brasileirão está mexendo com os


nervos de nossos executivos

Luciana Paiva

uando o negócio é futebol, os executivos do setor su-

Q croenergético não são muito diferentes dos milhões de


brasileiros. Alguns até não ligam muito, em compensa-
ção, outros são “loucos, doentes e roxos”, por seus clubes de
futebol.
Para muitos (como os Balbo e os Della Coletta), jogar fu-
tebol é um compromisso sagrado. Outros batem uma bolinha, ...assim como
mas gostam mesmo é de torcer e comentar o tema, até deixam seu fiel escudeiro
Pedro Mizutani
de falar sobre toneladas de cana para comentar as toneladas a
mais do Ronaldo.

é paixão também no setor, fiz uma consultazinha para saber


para quem o setor torce. É apenas uma amostragem, descul-
pem-me os loucos pela bola que não aparecem nesta matéria.
Podem reclamar enviando e-mail para nós.

Jairo e seu
pai Menezes:
milhares de
gols e paixão
pelo Palmeiras

Futebol no mundo canavieiro é coisa séria, tanto que Me-


nezes Balbo não queria ser conhecido como usineiro, mas por
Marcos Jank, presidente da Unica, Arnaldo Corrêa,
boleiro. Está certo ele, afinal, usineiros são muitos, porém, só também é santista e está torcendo diretor da Archer
ele e seu filho Jairo conseguiram fazer mais de dois mil gols, para o time conquistar a tríplice Consulting, é mais
coroa, o Estadual paulista e a um que se encantou
nem Pelé chegou perto.
Copa do Brasil já são do Peixe, já pela arte do Pelé, é
Já que estamos na reta final do Brasileirão e como a bola o Brasileirão está mais longe santista “doente”

114 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Já o Marinho, diretor
agroindustrial da Usina São
Martinho, Pradópolis, SP, é famoso
por sua paixão pelo Palmeiras. E
aí, Marinho, o Palmeiras conquista Quem também está na
a vaga para a Libertadores 2011? expectativa é o Pádua,
diretor-técnico da Unica,
são-paulino doente,
vê seu time, em 2010,
sofrer em busca de uma Mas os times mineiros não
vaguinha na Libertadores ficam de fora, pelo menos o Minas Gerais apresenta uma
Cruzeiro. A Mônica Santos, surpresa, eu estava crente que
assessora de imprensa do Luiz Custódio Cotta Martins,
Siamig, confidenciou-me que presidente do Siamig/Sindaçúcar-
o Mário Campos, assessor MG, seria Cruzeiro, Atlético ou até
econômico da entidade, é América Mineiro, mas que nada,
Ismael Perina cruzeirense roxo, não é azul doutor Luiz Custódio não é fã do
Jr, presidente da não, torce tanto que fica roxo. mundo animal, com ele não tem
Orplana, reforça a Mário vive dias de expectativa vez a raposa, o galo ou o coelho,
torcida do São Paulo com final do campeonato ele torce para o Vasco

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 115


Fora do Trabalho
Onório Kitayama,
nosso homem da
bioeletricidade,
também integra o
“bando de loucos”,
tem até camisa do
Corinthians com seu
nome nas costas e
ostenta o número
9. Na ausência do
Ronaldo, o Tite já
tem quem colocar
no lugar

Alexandre Ruette Aspásio, da Delta Energia, e seu avô Antônio Ruette,


presidente do Grupo Ruette, são um bom exemplo de que a “loucura” José Pilon,
pelo Corinthians é hereditária. Alexandre que é sócio-torcedor do Timão, presidente da
daqueles que não perde os jogos e acompanha a Fiel Torcida, conta que J.Pilon Açúcar e
seu avô é: “corintianaço com direito de me levar ao Morumbi quando eu Álcool, representa
tinha 10 anos para ver a final contra o São Paulo, na conquista de nosso o Timão no
primeiro titulo brasileiro, com 120 mil pessoas no morumba” Conselho da
Unica, está
ansioso para seu
clube faturar o
Brasileirão no ano
de seu centenário

Antonio César Salibe,


presidente-executivo da
Udop, é outro “louco”
confesso pelo Corinthians,
deve estar pensando em
montar a “Universidade
do Timão” para qualificar
seus torcedores sobre a
história do Coringão

O que seria do futebol se


não fossem as zebras?
Antonio Carlos Zem,
presidente da América
Latina da FMC Química, é
piracicabano e desafia os
grandes times torcendo
pelo XV de Novembro de
Piracicaba. Em 2011, o
Nhô Quim volta a disputar
a segunda divisão do
campeonato paulista
O jornalista Sérgio Prado, assessor
da Unica, o mundo é o limite, gaúcho,
torcedor do Internacional de Porto Alegre,
Sérgio já saboreou mais uma conquista
da Libertadores e agora aguarda o
mundial de clubes. Barbaridade, tchê!

116 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 117
Estilo

Os elegantes do
Carminha Ruete de Oliveira
setor sucroenergético
Alguns destes executivos já são assíduos desta lista, mas há também novos integrantes

Maurilio Biagi Filho, presidente do Grupo


Maubisa, da Bioenergética Aroeira, O executiv
o Marcelo
do Conselh Ometto, in
Conselheiro da Unica, integrante do o do Grupo tegrante
apaixonado São
Mello, Conselho de Desenvolvimento Econômico e por automob Martinho e
etto Silveira ilismo
Rubens Om Conselho do Grupo Social da Presidência da República – CDES
do e
presidente de açúcar
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rtadora
do Grupo USJ Açúcar e Álcool S/A

118 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 119
Setor em Destaque

Mostra Sucroenergética
do Centro-Oeste
VII Feira de Fornecedores e Atuali- de outubro, no Centro de Convenções de blico que compareceu com o objetivo de

A zação Tecnológica da Indústria de


Alimentação – Ffatia e a II Sucro-
este - Mostra Sucroenergética do Centro-
Goiânia, receberam 24791 visitantes de
16 Estados brasileiros e da Colômbia.
Ao final da feira, foi notável a satis-
conhecer novos equipamentos, tecno-
logias e produtos voltados para a o se-
tor industrial alimentício. Confira algumas
Oeste, realizadas entre os dias 19 e 22 fação tanto de expositores como do pú- imagens do evento:

Abhijit Pittule (gerente de marketing da Lars Enviro), Yogesh Marwaha


(vice-presidente da IJT), Kitan Dangwal (diretor de marketing da KBK), Lytton
Medrado (diretor comercial da Bazico Tecnologia), Dalci J. Freddo (gerente
de suprimentos da Usina Odebrecht), Luiz Roberto C. Corrêa (engenheiro da
Odebrecht) e Dermeval Neves (diretor de marketing da Bazico Tecnologia)

Sérgio Movilla (gerente do Grupo Feital),


Luiz Massimino Filho (engenheiro MassiMa)
e Siqueira (técnico comercial da Dalferinox)

Eduardo Castro
(supervisor
de vendas
da Andritz
Separation) e
Juliana James
(analista
de vendas
da Andritz
Separtion)

Emerson Oliveira (gerente coorporativo da Sertraza)

Sílvio Silas
(gerente
comercial da
Turbimaq)

Fabiano Farinelli
Ruiz (gerente
120 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 comercial da JW)
Rodrigo Coelho (diretor da Pipe Fittings)
Daniel Marques
e Paulo Murtha
(diretores da Ribertec)

Nelson Nako
(diretor)
e Sérgio
Aparecido
(comercial
da Dwyler)

Adriana Resstel, Antonio de Freitas


e equipe da Sherwin Williams

Estande da Cestari

Cristina (gerente comercial da Combustanq)

Estande da Bazico

Estande da
KSB Bombas
REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 121
Marketing Canavieiro

Programa Aplique Bem encerra


o ano no Nordeste e no Paraná
Programa Aplique Bem, serviço itinerante que orienta os pro-
O dutores rurais a utilizar corretamente defensivos agrícolas, evi-
tar danos ambientais e reduzir custos sociais – parceria entre a
Arysta LifeScience e o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) –
percorre cidades do Paraná e do Nordeste no mês de novembro e
início de dezembro, e finaliza 2010 com mais de 200 municípios vi-
sitados pelos duas unidades do programa – os Tech Móveis.
Durante o treinamento, os agricultores terão acesso a infor-
mações sobre o uso adequado e seguro de defensivos agrícolas; a
utilização correta de equipamentos de proteção individual (EPIs) e a
regulagem dos pulverizadores, reduzindo os riscos de impacto am-
biental e à saúde humana. O Aplique Bem conta com duas unidades do TEch Movel
De acordo com o Censo Agropecuário do IBGE (Instituto Bra-
sileiro de Geografia e Estatísticas) 56% das propriedades rurais do para educação de produtores rurais. No mês de setembro, o pro-
país, um total de 1,4 milhão, utilizam defensivos de forma inade- grama comemorou três anos de trajetória e já ultrapassou a marca
quada, por isso os treinamentos pretendem atender e orientar essa de 500 propriedades visitadas pelos Tech Móveis, treinando mais
demanda. Assim, com o Programa, estima-se que o treinamento de 13 mil produtores em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais,
correto desses trabalhadores represente uma redução de 90% nos Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina, Paraná,
riscos de contaminação e prejuízos ao meio ambiente e à saúde hu- Rio Grande do Sul, Bahia, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e
mana, além de colaborar economicamente com o produtor. Pernambuco.
“O grande diferencial do programa está em trabalhar com o “A principal mensagem que queremos passar por meio de
tripé equipamento, pessoas e pulverização, que são os elementos nossos treinamentos é de que independentemente do equipamen-
fundamentais para uma correta aplicação: um equipamento regula- to que o produtor possui, quando bem utilizada por pessoas capa-
do, com pessoas capacitadas e uma pulverização dentro das con- citadas, ele será uma ferramenta eficaz que trará benefícios eco-
dições ambientais e técnicas recomendadas resultam em um uso nômicos, com o menor impacto ambiental e protegendo a saúde
racional e correto”, conclui a Coordenadora de Stewardship e Re- do trabalhador e das pessoas que consumirão os alimentos”, con-
gistro da Arysta LifeScience, Líria Hosoe. clui Líria.
A iniciativa começou com produtores de hortifruti no inte-
rior de São Paulo, mas hoje o Aplique Bem atende todo o Brasil
e atua em diferentes culturas, tornado-se um importante projeto Próximas cidades - Paraná:
Quitandinha: 16/11
Curitiba: 17/11 e 18/11
Próximas cidades - Nordeste: Palmeira: 19/11
Laranjeiras (SE): 05/11
Reserva: 22/11
Igreja Nova (AL): 06/11
Londrina: 23/11
Coruripe (AL): 08/11
Assis: 24/11
São Miguel dos Campos (AL): 09/11
Mauá da Serra: 25/11
Campo Alegre (AL): 10/11
Paranavaí: 26/11
Boca da Mata (AL): 11/11
Faxinal: 29/11
São Miguel dos Campos (AL): 12/11
Borrazópolis: 30/11
Petrolina (PE): 25 e 26/11
Chopinzinho: 02/12
Clevelândia: 03/12
122 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010
REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 123
Marketing Canavieiro

Monribe completa 15 anos em novembro.


Conheça melhor a empresa
3.300 m² e cerca de 100 funcionários. Em seu portfólio de ser-
viços estão: serviços em engenharia, instalações elétricas, ins-
trumentação e automação industrial, fabricação de cubículos de
média tensão e painéis CCM de baixa tensão. Os segmentos da
economia atendidos hoje pela Monribe são muitos e incluem os
setores de alimentação, bebidas, açúcar e etanol, cimento, pa-
pel e celulose, fabricantes de máquinas, entre outros. Atualmen-
te, a empresa é focada na busca de novas tecnologias, visando
sempre melhorar a qualidade de seus serviços.
No setor sucroenergético, no qual a Monribe tem forte
atuação, os serviços oferecidos vão desde o fornecimento de
riada em novembro de 1995, através da união de seus dire- projetos de implantação de novas unidades, até pequenas so-
C tores fundadores, Jurandi de Almeida e Benício Carreira Fi-
lho, a Monribe Comércio e Instalações Elétricas, empresa com
luções em manutenção, em usinas nacionais e internacionais.
São oferecidas também soluções completas nos sistemas de
sede na cidade de Ribeirão Preto, SP, um dos principais pólos geração, distribuição, medição, controle e automação.
econômicos do Estado de São Paulo, tornou-se referência nas Para conhecer melhor os serviços oferecidos pela Monri-
áreas de energia e automação elétrica e industrial. be, bem como saber mais sobre a empresa e ver alguns de seus
Atualmente, a empresa conta com uma sede própria clientes, basta acessar o site www.monribe.com.br

Renner Protective Coatings


Soluções em tintas e revestimentos anticorrosivos de alto desempenho
Renner possui muitas alternativas em tintas e revestimentos tica ser de fácil aplicação, aceitar maiores espessuras em uma
A industriais destinados à proteção e à preservação de mate-
riais expostos a agentes de corrosão agressivos.
única demão, aplicação pelo sistema wet on wet (úmido sobre
úmido) e apresentar curto intervalo de tempo quando recebe ou-
São sistemas de pintura diferenciados que oferecem óti- tras tintas de acabamento. Com isso propicia menor tempo de
mo desempenho anticorrosivo, não agridem a natureza nem parada de manutenção do equipamento e risco zero de explosão
seus usuários, portanto ecologicamente corretos, homologados quando a aplicação é feita em locais confinados.
para contato com alimentos, auxiliam as indústrias a reduzirem A Renner conta ainda com os produtos Revran UWA 935,
seus gastos anuais de manutenção, pois aumentam os prazos Revchem DHR 870 e com produtos da linha polidura que ofere-
de pintura e repintura de seus equipamentos e estruturas e aten- ce soluções para a redução de tempo e de custos de obras com
dem às principais normas ambientais mundiais. a pintura de pisos e paredes de indústrias alimentícias, hospi-
O Revran ECO ARA 997 cores é um exemplo de tinta con- tais, e indústrias de maneira geral.
siderada ecológica por ser isenta de solventes e de metais pe- Para consultas sobre o melhor sistema de pintura para a
sados. É indicada para revestimento interno de equipamentos sua indústria, entre em contato através do site www.rennercoa-
em contato com produtos alimentícios, tendo como caracterís- tings.com ou contato@rennercoatings.com.

124 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 125
Marketing Canavieiro

ATA Antoniosi realiza evento no


Espaço Golf, em Ribeirão Preto
presidente da Usina Santa Fé, localizada na cidade de Nova Eu-
ropa, SP.
Ainda antes do jantar promovido pela empresa, os convi-
dados puderam conferir uma palestra ministrada por Luiz Carlos
Corrêa Carvalho, o Caio, presidente da Canaplan Consultoria,
que falou sobre “Tendências, Desafios e Oportunidades do Seg-
mento Sucroenergético Mundial e Brasileiro”. Já durante o jan-
tar, o entretenimento ficou por conta da dupla humorística Nilton
Pinto e Tom Carvalho.
Para o diretor de marketing e vendas da Antoniosi, Alex
Antoniosi, o rápido crescimento da empresa só foi possível por-
que a gestão da empresa sempre prezou pelas regras e segui-
las foi um passo importante. “Sempre fomos preocupados em
Transbordo Antoniosi exposto no Espaço Golf ter regras e em respeitá-las. Isso foi bastante importante para
nossa evolução. Além disso, apesar de a administração central
ATA Antoniosi, empresa que produz implementos para pro- estar em nossa família, contamos com a colaboração de muitos
A fissionais do setor sucroenergético e que tem como espe-
cialidade os transbordos, realizou no dia 24 de setembro um
profissionais para que tudo isso seja possível. Nos últimos anos
tivemos um crescimento acima da média, em torno de 40% a
evento que reuniu amigos, clientes e parceiros no Espaço Golf, 45% ao ano, o que fez com que no ano passado nos tornásse-
na cidade de Ribeirão Preto, no interior paulista. mos um dos líderes em nosso segmento”, afirmou.
O evento foi realizado no mesmo dia em que o Grupo de
Motomecanização do Setor Sucroenergético (Gmec) realizou
uma reunião na cidade e, por conta disso, contou com a presen-
ça de inúmeros profissionais relacionados ao setor canavieiro.
Durante o evento, membros e amigos da família Antonio-
si discursaram e alguns receberam até homenagens, como foi
o caso do cliente número 1 da empresa, Roberto Malzoni Filho,

Alex Antoniosi: “Nos últimos três anos, tivemos crescimento acima da média”

Já o presidente da empresa, Adélio Antoniosi, falou sobre


a importância de nunca desistir e deu um conselho a quem de-
seja o mesmo sucesso. “Um conselho que dou a todas as pes-
soas que trabalham, é que, se um dia estiverem desemprega-
das, que continuem fazendo o que sabem fazer. Fazendo o que
se sabe fazer, se vai melhorando cada vez mais”, concluiu o pa-
Conselho de Adélio Antoniosi é fazer o que se sabe fazer melhor triarca dos Antoniosi.

126 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


Suprir em pleno desenvolvimento
mentos agrícolas e demais áreas que utilizam esta vasta linha
de produtos.
Já o segmento Inox tem em seu portfólio tubos nos mais
diversos diâmetros, barras, perfis, chapas, bobinas nas ligas
201 - 202 - 304 - 316 e uma ampla gama de conexões destina-
das a atender os segmentos sucroalcooleiro, papel e celulose,
alimentício e toda sua ampla cadeia de fornecedores de produ-
tos e serviços (equipamentos, transporte, etc.).
Tendo norteado seu crescimento na qualidade e pronta
entrega de produtos, o total respeito às parcerias desenvolvi-
das com clientes e fornecedores e uma sólida posição finan-
ceira, a Suprir encerrará este exercício com vendas de R$ 60
milhões, atingindo um universo de 3.700 clientes em todo ter-
ritório nacional.
Agosto marcou uma nova etapa na expansão da empre-
sa com a inauguração de seu escritório de vendas na cidade de
São Bernardo do Campo, com vistas a aproximá-la da grande
gama de clientes atuais e potenciais locados nas regiões próxi-
mas ao maior mercado consumidor do País.
Depósito da Suprir, de 5 mil m², ficou pequeno para tanta demanda. Os telefones de contato deste novo endereço Suprir são:
Previsão é de que um novo galpão seja construído 0055 11 4121- 8130 e 4121- 7422. Mais informações no site:
www.suprir.com.br
Suprir Indústria de Metais Ltda., sediada em Ribeirão Pre-
A
Divulgação

to, SP, fundada pelos sócios Francisco Carreira e Francisco


Elias, está para completar vinte e um anos de existência e vive
um momento de pleno desenvolvimento empresarial.
Localizada às margens da Rodovia Anhanguera, local pri-
vilegiado, pois permite fácil acesso a todas as rodovias que ser-
vem aos principais mercados consumidores do Brasil, possui
excelente estrutura física destinada a atender às necessidades
de crescimento previsto para os próximos anos. Para tanto dis-
põe de uma área de 13.000 m², um depósito já finalizado de
5.000 m² e está iniciando a construção de 3.500 m² adicionais
para atender a este objetivo.
Tendo iniciado seus negócios no setor de correias e man-
gueiras, através da marca “Transpower” (uma das mais concei-
tuadas do setor), há quinze anos agregou um novo segmento de
mercado ao seu portfólio de negócios através do início da distri-
buição de uma grande gama de produtos em aço inox.
O portfólio de produtos “Transpower” é composto por
mangueiras hidráulicas e industriais (em borracha e PVC) e cor-
reias lisas e dentadas destinadas a atender aos segmentos de Profissional da Suprir durante o trabalho
revendas, eletrodomésticos (linha branca), máquinas e imple- na empresa, na Rodovia Anhanguera

REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 127


Marketing Canavieiro

Barco Escola recebe entidade


assistencial de Campinas
conscientização continua, junto a estudantes e edu-
cadores de escola públicas, municipais e particula-
res do município de Americana e região, além de en-
tidades, como é o caso da Casa de Maria de Nazaré”.
Todas as atividades do programa são desen-
Divulgação

volvidas no período de três horas no espaço físico da


associação, tendo como campo de ação o Reserva-
tório Salto Grande, localizado em Americana. O pro-
jeto está sendo desenvolvido pelo Barco Escola des-
de 2001, e tem como meta atender cerca de 13 mil
alunos por ano.
Larissa Vieira, do departamento de marketing e
comunicação, diz que o programa Responsabilidade
Social da empresa visa levar às crianças Educação
Ambiental e Ciência utilizando Tecnologia e Conheci-
mento. “Esse tipo de projeto é muito importante para
mostrarmos na prática o que os maus hábitos am-
bientais podem causar ao meio ambiente e ensina de
forma interativa o que não devemos fazer. A maioria
As crianças à bordo do Barco Escola: conhecimento com gosto de aventura dessas crianças nunca teve acesso a esse tipo de
atividade escolar e vão levar o que aprenderam aqui
Associação Barco Escola da Natureza, através do Programa
A “Navegando nas Águas do Conhecimento”, recebeu, nos
dias 20 e 21 de outubro, as crianças e adolescentes da Institui-
para suas casas e isso é ainda mais impactante. Com os dois
dias de atividades atendemos 110 crianças da periferia de Cam-
pinas”, afirma Larissa.
ção Casa de Maria de Nazaré – Unidade Casa dos Anjos, do mu-
As crianças aprendem na prática o que os maus
nicípio de Campinas. A atividade foi promovida em parceria com hábitos ambientais podem causar ao meio ambiente
a empresa Monsanto (CanaVialis e Alellyx)
também localizada na cidade.
A Casa de Maria de Nazaré é uma ins-
tituição com fins não econômicos que há
mais de 17 anos assiste crianças e adoles-
centes carentes, bem como suas famílias
na cidade de Campinas.
A coordenadora do projeto Barco Es-
cola, Thaís Fabiane de Campos, informa que
“o projeto visa a promover educação am-
biental de forma dinâmica e criativa, atra-
vés do acesso à teoria e interações com o
ambiente, fornecendo subsídios para uma

128 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 129
Marketing Canavieiro

Produquímica realiza ações para o setor sucroenergético


O Grupo inaugurou este ano um departamento exclusivo para o setor
Produquímica, que há mais de 45 anos desenvolve tecno-
A logias e soluções para nutrição vegetal e animal, insumos
químicos para processos industriais e produtos para tratamento
de água, reuniu seus colaboradores em Ribeirão Preto, SP, para
realizar o Treinamento de Qualificação e Atualização para o Se-
tor Sucroenergético.
Com o objetivo de apresentar novas metas e se preparar
para a safra 2011/12, o grupo participou durante os dias 3, 4 e
5 de novembro de um encontro no Hotel JP coordenado pelo di-
retor de Negócios Sucroalcooleiro Franco Borsari, ex-diretor co-
mercial do grupo Produquímica.
“Ao desenvolver novos projetos de micronutrientes, pes-
quisas em cana-de-açúcar, criamos uma ligação com as uni-
versidades e institutos de pesquisa, assim conseguimos divul-

Silvio Luis Silva - Supervisor Comercial

gar mais a eficácia dos nossos produtos para o aumento da


produtividade”, informou o engenheiro agrônomo Gean Carlos
Silva, doutor em nutrição de plantas pela ESALQ-USP.
Segundo o supervisor comercial Silvio Gomes, o grupo
começou a investir no setor Sucroenergético em 2007, com a
aquisição da Adesol, e em julho de 2010 foi inaugurado em Ri-
beirão Preto um escritório comercial destinado a atender ex-
clusivamente o setor. O novo departamento possui profissio-
nais das áreas administrativa, comercial e técnica, que atende
as áreas agrícola, química e de commodities. Além disso, ofe-
rece soluções eficientes em polímeros aniônicos e catiônicos
destinados para o tratamento de caldo, decantação, flotação e
Gean Carlos Silva Mathias - Gerente de Nutrição Vegetal filtração.

Simpósio sobre produção de cana-de-açúcar em Dourados, MS


II Simpósio Sobre Produção de Cana-de-Açúcar será no plantio e colheita de cana-de-açúcar e o encerramento será
realizado nas instalações da Universidade Federal da Grande às 17h.
Dourados, nos dias 22 e 23 de novembro de 2010. No dia 22 Inscrições: www.fapems.org.br
o início será às 7h30 com término às 16h; no dia 23 às 7h40 Estudantes: R$ 25,00.
o início se dará com a palestra sobre agricultura de precisão Profissionais: R$ 35,00.

130 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010


REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010 131
132 REVISTA CANAMIX | NOVEMBRO | 2010

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