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Maio / Junho 2023 - R$ 39,00
contato@fabiohirata.com.br
Locomotiva da MRS
passando pelo pátio
Parque das Cachoeiras,
em Congonhas (MG).
Pág. 42
Entrevista
Novos projetos
Prêmio RF
12
para regiões
metropolitanas Cobertura do maior SuperVia
evento metroferroviário
20
A crise no transporte
34
do Brasil de passageiros
no Rio
Fiol 1
Começam as obras Mais carros
50
de conclusão da Estímulo à compra
54
ferrovia pela Bamin e aumento do
trânsito em SP
BRASIL EXTERIOR
AGOSTO JULHO
ROLLING STOCK NETWORKING
116ª REUNIÃO DO FÓRUM NACIONAL DE SECRETÁRIOS E 06/07 — Derby, Inglaterra
DIRIGENTES DE MOBILIDADE URBANA Organização: Rail Infrastructure Networking Ltd
10/08 – Brasília, DF Site: https://www.rsnevents.co.uk
Organização: ANTP
Site: www.antp.org.br SETEMBRO
RAILWAY FORUM BERLIN
LOGISTIQUE 2023 06/09 e 07/09 – Berlim, Alemanha
Evento híbrido (presencial e on-line)
22/08 a 24/08 — Joinville, SC
Organização: IPM AG, Schiffgraben 42, Hannover, NDS 2 / 2
Organização: Zoom Feiras & Eventos
Site: https://ipm-conferences.com/railway-forum-berlin
Site: https://logistique.com.br
ICRE 2023: 17. INTERNATIONAL CONFERENCE ON
12TH INTERNATIONAL HEAVY HAUL CONFERENCE RAILWAY ENGINEERING
27/08 a 31/08 — Rio de Janeiro, RJ 23/09 e 24/09 – Londres, Reino Unido
Organizador: IHHA Organização: WASET
Site: https://ihhario2023.com Site: https://waset.org/railway-engineering-conference-in-september-
2023-in-london
SETEMBRO OUTUBRO
29ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA EXPO FERROVIARIA
12 a 15/09 – São Paulo, SP 03/10 a 05/10 – Milão, Itália
Organização: Aeamesp Organização: Mack Brooks Exhibitions Ltd
Site: www.aeamesp.org.br Site: https://www.expoferroviaria.com/en-gb.html
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de trilh :
COMPACTO, ROBUSTO, FLEXÍVEL: mu d a n ç a
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Eduardo Abelar especia
Vollert do Brasil Ltda
Vídeo demonstrativo da
operação na Internet:
Gente que faz Profissionais ferroviários que atuam nas operadoras de carga e
de passageiros e na indústria são os destaques nessa coluna.
Passageiros
34 anos pessoas que utilizam o Jiu-Jitsu para jovens de
transporte público. comunidades carentes
Ferrovia significa...
próximas das linhas do
Um serviço essencial à Um bom ferroviário é...
Metrofor.
sociedade, que integra Aquele que aprende com
as pessoas e fornece o desenvolvimento da Expectativa profissional
qualidade de vida à profissão, que se recicla, Continuar sendo um bom
população. Para mim, que sabe inspirar os mais amigo dos colegas de
ferrovia é uma paixão. jovens e se dedica com profissão e, ao mesmo
amor à profissão. tempo, trabalhando com
Desafio diário
empenho no serviço que
Oferecer o melhor trabalho Momento para recordar
prestamos a sociedade.
possível com serenidade, A criação e execução do
sabedoria e amor ao ofício projeto social "Lutando pela Paulo Cesar Bezerra
ferroviário, contribuindo Vida", com o qual pudemos Segurança Metroviário do Metrofor
Carga
21 anos motivação de toda equipe. Grande (PB).
Ferrovia significa... Um bom ferroviário é... Expectativa profissional
Ferrovia é uma paixão, Dedicado, comprometido Minha profissão fez com que
profissão que exerço com em tudo que faz, autêntico eu retornasse aos estudos,
muito amor e dedicação, para encarar os desafios e me graduando em Logística
sabendo que estou contri- adversidades. e podendo contribuir da
buindo para o desenvolvi- melhor forma possível.
Momento para recordar
mento do nosso país. Participação efetiva na
Desafio diário inspeção de condução do Gerlandio Lopes Ramos
Supervisor de Tração da FTL
Vencemos na categoria de
MELHOR CONSTRUTORA
DE INFRAESTRUTURA
PARA SISTEMA
FERROVIÁRIO
em todo território
nacional.
O imbróglio MP 758/2016
Criado através de decreto presidencial que pretende ligar Sinop (MT) a Miriti-
em fevereiro de 2006, o Parque Nacional tuba (PA), trouxeram a necessidade de
do Jamanxim é uma reserva localizada uma dimensão específica para essa faixa
entre os municípios de Itaituba e Trairão, de domínio, uma vez que a ideia é apro-
no Pará, com 1 milhão e 302 mil hectares. veitá-la para implementar a ferrovia. A
Na delimitação dessa área foi excluída, à Medida Provisória 758, de 2016, propôs
época, a faixa de domínio da BR-163, demarcar 862 hectares de área do parque
construída nos anos de 1970. O decreto, para contemplar essa faixa de domínio,
no entanto, não estabeleceu o perímetro com o objetivo de abrigar tanto a rodovia
dessa faixa de domínio da rodovia. já existente quanto uma futura linha du-
As discussões em torno da Ferrogrão, pla de ferrovia.
APROVADO NO CONGRESSO
Contrapartida ambiental
Como compensação à demarcação de sob o pretexto de criação da Área de Pro-
862 hectares para a faixa de domínio, a teção Ambiental Rio Branco (PA). Ao
MP previu o acréscimo de 51 mil hecta- assinar a Lei 13.452, em junho de 2017,
res ao Parque do Jamanxim, oriundos da o então presidente Michel Temer vetou a
Área de Proteção Ambiental (APA) do exclusão desses 100 mil hectares, man-
Tapajós. Ao analisar a MP, o Congresso tendo no texto apenas a demarcação dos
não só vetou esse acréscimo como tam- 862 hectares dedicados à faixa de domí-
bém retirou 100 mil hectares do parque, nio da rodovia/ferrovia.
Denis Andia
Secretário Nacional de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades
RF – Conte-nos um pouco sobre sua carreira e a relação com o RF – Como a secretaria pretende expandir os eixos estruturan-
tema mobilidade urbana? tes nas grandes cidades?
DA – A minha experiência na vida pública teve início DA – Estabelecemos uma parceria com o BNDES para a
em 2013, quando pela primeira vez disputei e venci produção de um estudo profundo para 21 regiões metro-
uma eleição para prefeito em Santa Bárbara D'Oeste, politanas no Brasil com mais de 1 milhão de habitantes.
no interior de São Paulo. Foram oito anos como pre- É um trabalho que vai também contar com a colabora-
feito desse município de 200 mil habitantes dentro de ção de associações representativas do setor de mobilidade
urbana, como ANPTrilhos. Esse estudo vai nos permitir nor prazo possível, com o melhor custo-benefício, o mais
elaborar um planejamento de longo prazo justamente para breve início de operação. Então, é um formato que, por si
investimentos em transporte de média e alta capacidade. só, junta todos os interesses: os do poder público, que tem
a responsabilidade pelo transporte coletivo, e de quem
RF – Poderia nos detalhar um pouco mais essa parceria? investe e vai operar o sistema. Por isso, é sempre muito
DA – É uma parceria da Secretaria Nacional de Mobili- bem-vindo, sobretudo quando se tem um misto de inves-
dade Urbana firmada com o BNDES. Estamos na etapa timentos em infraestrutura e a operação conjuntamente.
de elencar as consultorias nas 21 regiões metropolitanas.
Através dessas diligências, vamos levantar todos os da- RF – O governo vem se baseando em modelos bem-sucedidos
dos necessários para se formatar aquilo que é a realidade nesse quesito, a exemplo do Metrô de Salvador e do VLT Carioca?
e para onde e de que forma podemos crescer nos próxi- DA – Sim. Via de regra, esses projetos conciliam o in-
mos anos e décadas, com o transporte coletivo no Brasil. teresse da construção, da infraestrutura, com o da opera-
O olhar desse estudo é sobretudo relacionado aos eixos ção do sistema. Isso torna maior o interesse pela agilidade
de média e alta capacidade. São dados que vão nos aju- da construção da infraestrutura, exatamente pela opera-
dar a decidir aonde é necessário investir, em que quan- ção que vem na sequência. Esses dois sistemas são bons
tidade se investir e qual é a projeção, inclusive, para o exemplos disso.
crescimento da necessidade de transporte de passageiros
ao longo das próximas décadas. O objetivo, com esse RF – Nos últimos anos, vimos uma quantidade grande de obras
estudo, é que os acertos sejam maiores no momento de de infraestrutura paralisadas, inacabadas ou que não saíram do
se escolher os investimentos. papel. No âmbito da mobilidade urbana, temos como exemplo o
VLT de Cuiabá, projeto do estado de Mato Grosso, que inclusive
RF – Existe um prazo para a conclusão desse trabalho? recebeu recursos de linha de financiamento federal. A secretaria
DA – É um trabalho que vai levar alguns meses. A nos- tem feito uma reflexão no sentido de evitar que alguns erros do
sa expectativa é, possivelmente, ter uma ideia muito bem passado se repitam?
concretizada desses dados até o final desse ano, para que DA – Um ponto essencial dessa discussão é o modelo
o planejamento possa ser feito. Esse estudo vai levantar aplicado a cada projeto. Sempre que a infraestrutura está
informações técnicas e necessárias para que os tomadores atrelada ao interesse da operação, a obra tende a caminhar
de decisão possam orientar os seus projetos futuros, sejam mais rápido porque há, de fato, um interesse do investidor
prefeituras, colegiados metropolitanos ou governos dos na funcionalidade do sistema. Apostar em investimentos
estados. A ideia é que novos projetos propostos por esses que possam trazer consigo essa conjunção de interesses
entes federativos possam ser respaldados tecnicamente torna a possibilidade de a obra se realizar no menor espaço
pelo estudo. Tenham funcionalidade e sejam otimizados de tempo e poder funcionar, servindo as pessoas. Ou seja,
dentro de um escopo. Como já vêm sendo, e isso deve se tudo muito mais possível, mais provável, na verdade. En-
acelerar bastante, dentro de um modelo de parcerias públi- tão eu acho que essa discussão passa por isso. Obviamente
co-privadas, que se mostra sempre objetivo e exitoso e são que, não é apenas isso, porque não são todos os momentos
muito bem-vindos. e situações em que essa conjunção é possível.
RF – Existe uma predisposição para o modelo de PPP integral, RF – E quando não é possível?
aquela em que o setor privado constrói e opera o sistema? DA – Quando não é possível, a tendência é procurar re-
DA – Sim. Principalmente, porque esse modelo atrela um almente, primeiro: o que nós estamos buscando através
componente importante que é a operacionalidade do siste- desse estudo junto com o BNDES, que é exatamente criar
ma. Não é apenas a construção, mas é se objetivar no me- um rol de dados que permita os planejamentos mais acer-
lacionadas à destinação de resíduos sólidos, segurança, vernança do transporte, premissas essas a serem modelados
saúde, enfim, é uma gama de outros assuntos que extra- e aplicadas conforme a realidade de cada sistema local. O
polam. Mas imagino também que o governo federal deve subsídio público é uma alternativa para custear o transporte,
acompanhar como a nossa secretaria tem acompanhado, que precisa ser construída ao longo do tempo, com transpa-
em particular, o que lhe compete em relação à questão da rência, com fontes de receita definidas, de forma a comuni-
Autoridade Metropolitana. car a população onde o recurso de fato está sendo aplicado
e que melhorias serão sentidas pela população.
RF – É possível estimular a criação de autoridades metro-
politanas, atrelando isso à liberação de recursos de financia- RF – Na gestão passada foi estruturado o Retrem, que é um
mento ou do OGU para projetos de mobilidade de estados/ programa de financiamento para a compra de trens. Mas, até o
municípios, por exemplo? momento essa linha não foi utilizada por operadoras. O que mo-
DA – Há uma complexidade que, muitas vezes, se dá pela tivou esse esvaziamento, esse desinteresse do mercado por essa
divergência de opiniões ou de necessidades, ou de priori- linha, na sua opinião?
dades de prefeituras ou estados que vão se compor. O que DA – O Retrem é um processo seletivo vinculado aos re-
é importante e prioritário para uma cidade é diferente para cursos do Programa Pró-Transporte/FGTS do Ministério
a cidade vizinha. É necessário se debruçar ainda nesse as- das Cidades e também à linha de financiamento do BN-
sunto, não apenas na questão da mobilidade e do transpor- DES/Finem. A linha de crédito está vigente e o governo
te, mas em relação a tudo. Falo aqui como ex-presidente trabalha internamente para torná-la mais acessível, dian-
de Região Metropolitana. Muitas vezes, o caminho para te das particularidades do setor metroferroviário e seus
se encontrar boas soluções está absolutamente dentro do operadores. Em conjunto, estamos debatendo com o setor
pensamento e da ação metropolitana. Para isso, é necessá- para avançar nas formas de alavancar a modernização dos
rio ter segurança em relação às responsabilidades de cada equipamentos com o apoio federal.
parte envolvida.
RF – Qual o impacto no âmbito da mobilidade urbana do
RF – Como está o processo de privatização da CBTU e da Tren- recente programa do governo federal de estímulo à compra
surb? Os sistemas vão seguir o exemplo de Belo Horizonte? de carros?
DA – Trensurb e a CBTU estão dentro do Programa Na- DA – A renovação da frota de veículos individuais traz
cional de Desestatização, e passam pela avaliação. A in- consigo o atendimento a algumas demandas também im-
tenção e a ideia do governo é poder fazer os investimentos portantes à visão mais ampla das necessidades do país
necessários para que esses sistemas trabalhem de forma e dos brasileiros. O fomento à geração de empregos, ao
saudável. Acho que esse é o primeiro passo em relação desenvolvimento da indústria nacional, à troca por novas
a qualquer coisa. O que poderá vir depois disso ainda é motorizações menos poluentes e o impacto positivo na
algo que está sendo discutido e não necessariamente aqui economia como um todo são fatores relevantes ao país.
dentro da Secretaria Nacional de Mobilidade, mas sim em Nada disso impele a disposição e o trabalho, em parale-
outras esferas do governo. lo, para o desenvolvimento de um programa que estimule
a renovação também no transporte coletivo, em todos os
RF – Há uma questão muito relevante para o setor metroferro- seus modais, visando sua estruturação, ampliação, descar-
viário que é o subsídio a tarifas por parte do poder público. Existe bonização, qualificação, modicidade tarifária e universa-
alguma discussão nesse sentido pela secretaria? lização ao usuário. Esse é o nosso foco na Secretaria Na-
DA – A discussão do subsídio está inserida no debate do cional de Mobilidade Urbana. A partir dessas premissas, a
Marco Legal do Transporte Público, que traz abertura para mobilidade caminhará para um novo ponto de equilíbrio
novos mecanismos de financiamento, planejamento e go- com muito mais sustentabilidade ambiental e financeira.
Celebração da ferrovia
Prêmio RF voltou este ano em grande estilo, com homenagens aos melhores do setor
Fotos: Américo Vermelho e Renan Kaldires
A
31ª edição do Prêmio Revista Ferroviária, rea- precisam avançar para o interior do Mato Grosso”, decla-
lizada no último dia 27 de abril, em São Paulo, rou em seu discurso, completando: “Construam ferrovias,
marcou a retomada da premiação no pós-pan- porque carga existe”.
demia. O evento reuniu mais de 400 pessoas O Mato Grosso produz um terço da produção nacional
entre autoridades, representantes das operadoras de carga de soja e milho, mas conta com apenas uma ferrovia em
e de passageiros e da indústria ferroviária para uma grande seu território – a Malha Norte, operada pela Rumo – que
celebração, cuja protagonista foi a ferrovia brasileira. Ao alcança o sul do estado, em Rondonópolis. “Alguns mo-
todo, 29 categorias (24 setoriais e cinco especiais) foram mentos na vida nos fazem acreditar que vale a pena conti-
premiadas durante o jantar festivo, precedido de coquetel. nuar trabalhando por um Brasil mais próspero e que tenha
O destaque da noite foi a homenagem ao Ferroviário do uma economia ainda mais eficiente”, disse.
Ano de 2022, o empresário do agronegócio e presidente Maggi foi escolhido Ferroviário do Ano por ser um legí-
do Conselho da Associação Brasileira das Indústrias de timo representante do agronegócio, setor que mais impul-
Óleos Vegetais (Abiove), Blairo Maggi. O vice-presidente siona as ferrovias atualmente. Em dez anos, a movimenta-
da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, ção de grãos sobre trilhos dobrou no país, alcançando 64,5
Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (Ferroviário do milhões de toneladas. Mas o volume transportado pelo
Ano de 2017) entregou o troféu a Maggi. modal ainda é baixo quando se observa o tamanho da safra
Descendente de uma família de empreendedores que brasileira: cerca de 250 milhões de toneladas em 2022 (só
migrou do Sul para o Centro-Oeste e abriu novas frontei- considerando soja e milho). Não por acaso, praticamen-
ras agrícolas no Brasil, Maggi conhece como poucos a lo- te todos os projetos ferroviários sendo implementados ou
gística do agronegócio no país. Foi um dos idealizadores prospectados no momento visam atender a essa demanda.
do corredor de exportação de grãos em direção a portos
do Norte, com a utilização de hidrovias dos rios Madeira Apoio à indústria
e Amazonas. Mas ainda faltam trilhos nessa infraestrutu- Antes da homenagem a Blairo Maggi, o governador de
ra, reforçou o acionista do Grupo Amaggi. “As ferrovias São Paulo, Tarcísio de Freitas (Ferroviário do Ano de 2018),
Equipe da RF
durante
apresentação
no palco
T R A M O N T I N A . C O M . B R
Só passe cabos, não passe apuros.
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evento
Com a palavra,
os vencedores
Rumo Malhas Norte e Paulista
Melhor Operadora de Carga
Finalistas: Ferrovia Norte-Sul (Tramo Centro-Norte) e MRS Logística
“Foi uma honra receber o prêmio em nome das mais de 9 mil pessoas que fazem a Rumo, que
trabalham noite e dia para movimentar o nosso país, de forma eficiente, segura e sustentável.
Estimular o crescimento do setor ferroviário faz parte dos objetivos da companhia. Participar
de um evento como este é uma honra e mostra que estamos no caminho certo para contribuir
com o desenvolvimento da logística brasileira”.
Altamir Perottoni Junior, diretor Comercial para Grãos
Altamir Perottoni (à dir.) recebe a premiação nas Operações Norte e Central da Rumo
das mãos de Mauro Carvalho, do gov. de MT
MRS Logística
Melhor Operadora Logística • Melhor Operadora com Investimento em Preservação Ferroviária
Finalistas: Brado Logística e VLI Finalistas: Ferrovia Centro-Atlântica e Rumo Malhas Norte e Paulista
“A MRS tem o propósito de criar e operar soluções de logística integrada competitivas, gerando
resultados e bem-estar para a sociedade. Temos feito isso por meio das novas rotas criadas, de novas
soluções para nossos clientes, no aprimoramento do nosso atendimento de excelência e buscando ter,
cada vez mais, o foco do cliente como nosso guia, trabalho que se refletiu nessa premiação.
Além disso, sempre investimos em ações para manter vivas a tradição e a cultura ferroviária”.
Guilherme Mello (à dir.) ao lado de Guilherme Segalla de Mello, presidente da MRS Logística
Marcus Botelho, do gov. de SP
CPTM
Melhor Operadora de Sistema Metropolitano
Finalistas: Metrofor e Trensurb
“É uma sensação de reconhecimento ao trabalho realizado pela minha gestão aqui na CPTM, à CPTM
como um todo, ao pessoal que dá duro todo dia e faz uma operação de excelência. Todo esse trabalho, com
mudança na forma de atuação em busca da satisfação do nosso passageiro, vem culminando nos melhores
indicadores operacionais e gerenciais que nós tivemos na companhia em suas últimas décadas”.
Pedro Tegon Moro, presidente da CPTM
“É um imenso orgulho fazer parte desse momento e representar o Metrô SP nessa celebração.
O Metrô trabalha diariamente na busca da excelência, e o foco é colocar o transporte público
sobre trilhos em primeiro lugar na preferência da população. O empenho da companhia é diário
e incansável para conhecer o passageiro, entender suas necessidades e anseios. E, assim, atualizar
nossos sistemas, nosso modo de operação e de atendimento”.
Guilherme Quintella (à esq.) Paulo Alfredo Falchi Neto, diretor de Assuntos Corporativos do Metrô de São Paulo
e Paulo Alfredo Falchi Neto
VLT Carioca
Melhor Operadora de VLT
Finalistas: VLT Baixada Santista e VLT Maceió (CBTU)
“Esse prêmio foi recebido por mim, mas sou apenas um representante desta equipe que faz o VLT
Carioca acontecer. Buscamos oferecer o melhor todos os dias, e para isso colocamos em prática
nossos valores e o conceito de Mobilidade Humana, que vai muito além de cumprir horários e entregar
trens limpos e com o ar condicionado em pleno funcionamento. Buscamos entender as necessidades
dos clientes e atendê-los de forma humanizada”.
Andre Costa, presidente do VLT Carioca
Andre Costa
Suzano Celulose
Melhor Cliente
Finalistas: Raízen e Usiminas
“O prêmio nos coloca em uma posição de referência, desta vez sob a ótica dos nossos fornecedores.
Ele representa para nós, bem como para o setor, uma oportunidade de valorização do modal ferroviário,
que está em destaque no cenário político e empresarial. As empresas representadas são referências
em suas áreas de atuação, relevantes na conjuntura econômica nacional e que veem no prêmio
uma vitrine dos seus negócios e serviços”.
Mauro Carvalho e Luiz Fernando
Oliosi (à dir.), da Suzano
Thiago Pereira, gerente executivo de Logística da Suzano
Alstom
Melhor Fabricante de Material Rodante – Passageiros
Finalistas: CAF e Marcopolo Rail
“A premiação é mais uma prova de que a Alstom está no caminho certo em contribuir no conforto
e segurança dos usuários, cumprindo com a missão de tornar as cidades mais conectadas.
Sempre acreditamos no Brasil, mesmo quando a indústria enfrentou desafios. Investimos R$ 100 milhões
para ampliar e modernizar nossa fábrica de Taubaté, onde mais de 170 trens serão produzidos”.
Michel Boccaccio, diretor geral da Alstom América Latina e presidente da Alstom Brasil
Michel Boccaccio
Wabtec Corporation
Melhor Fabricante de Material Rodante – Locomotivas • Melhor Criador de TI
Finalistas: Locofer e Progress Rail Finalistas: Motorola Solutions e
Sisten Engenharia LTDA
“Sentimos que as pessoas de fora da empresa estão vendo de forma tangível o que temos construído no
mercado ferroviário. A nossa visão é “revolucionar o mundo do transporte para as futuras gerações”,
pois temos ciência do nosso impacto na sociedade e da revolução que é a indústria ferroviária.
O segredo é o trabalho incansável na busca da excelência em todos os aspectos”.
Márcia C. Gomes, diretora de Relações Governamentais, Marketing e Comunicações da
Wabtec Corporation
Guilherme Quintella (à esq.)
e Danilo Myiasato (Wabtec)
Greenbrier Maxion
Melhor Fabricante de Material Rodante – Vagões • Prêmio Destaque da Indústria
Finalistas: Randon
“Receber o prêmio em uma cerimônia tão prestigiada foi uma honra e uma experiência gratificante.
Entendemos que estamos trilhando, com sucesso, nosso propósito e reforçando nosso compromisso
em fornecer equipamentos de alta qualidade. Temos orgulho em afirmar que trabalharemos
diligentemente para honrar nosso prêmio e continuar a ser referência no setor ferroviário nacional”.
Victor Araújo, diretor executivo da Plasser do Brasil
Mauro Carvalho e Victor Araújo (à dir.)
Super Metal
Melhor Fabricante de Componentes para Via Permanente
Finalistas: Thermit e Voestalpine Railway Systems Brazil
“É um reconhecimento em nível nacional, mas que também representa ainda mais responsabilidade
para nossa empresa, para manter o nível de excelência para perpetuarmos o reconhecimento.
O prêmio reflete não somente a qualidade dos nossos produtos, mas a certeza de que estamos
no caminho certo e preparados para ajudar o cliente a resolver os maiores desafios da ferrovia”.
Bernardo Zeferino Lucas, diretor de Operações da Super Metal
Bernardo Zefferino
evento
Cavan Pré Moldado S/A
Melhor Fabricante de Dormente
Finalistas: Conprem e Metisa
“Receber o prêmio RF traz uma sensação de dever cumprido. Para a Cavan, mostra que estamos no caminho
certo e que todos os nossos esforços estão sendo refletidos na satisfação de nossos clientes. Pretendemos
continuar sendo a maior fornecedora de dormentes de concreto, mantendo a qualidade, pontualidade e
atendimento ao cliente, além de abrir novas fabricas no país para atender melhor as demandas que virão”.
Guilherme Godoy Pereira, diretor presidente da Cavan
Ismael Trinks (à esq.) e Guilherme Godoy
AmstedMaxion
Melhor Fabricante de Componentes para Truques
Finalistas: Amsted Rail e Timken do Brasil
Knorr-Bremse
Melhor Fabricante de Componentes para Sistemas de Choque e Tração
Finalistas: AmstedMaxion e SKF
Siemens
Melhor Fabricante de Sistemas e Produtos – • Melhor Fabricante de Sistemas e Produtos –
Sinalização, Controle e Telecomunicações Alimentação Elétrica, Rede Aérea e Auxiliares
Finalistas: Alstom e Frauscher Finalistas: Knorr-Bremse e WEG
“Posso resumir a premiação em duas palavras: orgulho e incentivo. Tivemos a sensação de que nossos
clientes e parceiros sentem-se bem em relação ao nosso serviço. O Prêmio RF é uma verdadeira pesquisa
de satisfação junto aos nossos clientes e parceiros. Mas, nada disso seria possível sem o comprometimento
forte e constante de nossos colaboradores. Sabemos que a digitalização é a chave para a mobilidade e
para o alcance de metas de disponibilidade e sustentabilidade”.
Andreas Bonetti (à dir.), da Siemens,
e Marcus Botelho Rezier Possidente, Business Development & Strategic Initiatives da Siemens
Voith
Melhor Fabricante de Motores, Partes & Peças, Acessórios e Componentes Eletrônicos
Finalistas: Acumuladores Moura S.A e Cummins
“Receber o prêmio de "Melhor Fabricante de Motores, Partes & Peças, Acessórios e Componentes
Eletrônicos" foi uma sensação incrível para nós, pois representa o reconhecimento do nosso trabalho árduo
e compromisso com a excelência. Essa premiação é um marco significativo para a Voith e também nos
impulsiona a buscar constantes aprimoramentos e a investir em pesquisa e desenvolvimento”.
Adelson Martins, diretor da Divisão de Mobilidade da Voith
Adelson Martins (com troféu na mão)
e parte da equipe da Voith
Digicon
Melhor Fabricante de Sistemas de Bilhetagem e Controle de Acesso
Finalistas: Tacom e Wolpac
Prumo Engenharia
Melhor Construtora de Superestrutura de Via Permanente
Finalistas: Engecom e Pelicano Construções
“Receber o prêmio em uma cerimônia consagrada nacionalmente traz uma sensação de realização e
reconhecimento pelo trabalho árduo e dedicação de todos os colaboradores da Prumo Engenharia.
Foi uma mistura de emoções, como orgulho, felicidade e satisfação, ao ver a nossa empresa sendo
reconhecida pelos especialistas do mercado ferroviário brasileiro”.
Endrigo Lucas, diretor executivo da Prumo Engenharia
Mauro Carvalho e Fernando Vaz (à dir.),
presidente da Prumo Engenharia
Progen
Melhor Consultora
Finalistas: Egis e Sysfer
“Ficamos muito felizes em sermos a empresa que mais ganhou o Prêmio RF nesta categoria.
O reconhecimento realizado por profissionais do mercado reforça ainda mais o nosso posicionamento
como referência no setor, além de ser uma grata resposta à performance e qualidade de nossos serviços.
Ao longo dos últimos anos (2020 – 2022), realizamos mais de quarenta projetos para a MRS
e estudamos 600 km de ferrovias em São Paulo”.
Ricardo Barella, diretor de Engenharia, Suprimentos e Construção da Progen
Leonardo Ribeiro e Rafael Stella (Progen)
Comexport
Melhor Representante Metroferroviário (Bens & Serviços)
Finalistas: Boslooper Tecnologia Ferroviária e Via Permanente
“Receber esse reconhecimento do mercado ferroviário foi uma mistura de felicidade e orgulho.
Esse prêmio é resultado do nosso compromisso em oferecer soluções de qualidade e do esforço árduo
de toda a nossa equipe em buscar sempre a excelência. Nossa vasta experiência de mais de 40 anos
no setor nos permite compreender as demandas do mercado e nos adaptar rapidamente às mudanças
e desafios da indústria ferroviária”.
Roberto Meira, diretor Comercial de Infraestrutura da Comexport
Guilherme Quintella (à esq.) e Roberto Meira
Unicamp
Melhor Instituição de Ensino
Finalistas: Instituto Militar de Engenharia-IME e USP – Escola Politécnica
“É uma satisfação imensa saber que, o que eu e outros colegas plantamos, há tanto tempo, continua a
germinar e dar frutos. Sinto-me parte dessa conquista da Unicamp porque não trabalhamos sozinhos.
Nossas iniciativas são realizadas em parceria com os colegas da Mecânica, da Civil e da Elétrica. Graças às
parcerias e ao apoio dos colegas, superamos desafios e ficamos muitos felizes quando somos reconhecidos”.
Fausto Rodrigues Filho, professor aposentado da Unicamp
Prof. Auteliano Antunes, prof.Dr. Fausto Filho
e Claudinei Carvalho (RF)
Vitrotec
Melhor Fornecedor de Vidros, Poltronas, Ar-Condicionado, Janelas, Portas, Gangways
e demais Componentes para Veículos de Passageiros e Carga
Finalistas: Astra ABC e Temoinsa
Regina Perez entre as autoridades convidadas Guilherme Mello, Paulo Sérgio Sala vip reuniu autoridades
para o Prêmio RF 2023 e Valter de Souza importantes do país
Equipe da
Pelicano com
Geraldo
Alckmin
(segundo à dir.)
Momento descontraído antes Tarcísio de Freitas em conversa na sala vip Fernando Perrone, Jorge Fernando,
da cerimônia de premiação José Matos e Bento Lima
Luciano Johnsson, Murilo Martins, Claudio Dalge, Ary Arruda e Alciones Amaral Equipe da Plasser do Brasil
Fernando Onuka e Thiago Fiori
Coquetel
lotou com
representantes
do setor
Equipe da
Alstom reunida
no Prêmio RF
Tarcísio de Freitas foi ovacionado Os troféus do Prêmio RF 2023 Selfie com o Ferroviário do Ano 2022, Blairo Maggi
Prêmio Destaque da Indústria recebido pelo Time da Greenbrier Maxion Daniel Monteiro, Rebeca Bianco e Pedro Stech
CEO da Greenbrier Maxion, Eduardo Scolari
Rodrigo Silveira, Alessander Boslooper Roberto Meira, Marco Donelas, Rebeca Costa, Francisco Lima, Claudenildo Chaves,
e Jorge Bragança Julio Snitcovsky e Wilson Tunes Guilherme Mello e Ronaldo Costa
Minutos
antes de a
apresentação
ter início
Diego Gevaerd, Claudinei Carvalho, Fabio Savoia, Guilherme Freire e Roberto Maia Jader Bleil e Otevaldo Furlani
Rubinho Gurgel e Osvaldo Lambert
Equipe Rumo:
Rodrigo Verandino,
Raquel D’Alpino e
Danilo Veras
Rubens do Amaral Gurgel, Wilson Rodrigues, José Carlos e Alex Ellwanger Wilson Rodrigues, Lourenço Linhares,
Diogo Forli e Lamarck Sobreira Fátima Amaral e Alciones Amaral
Daniel Aldrighi
(à esq.) e
Lázaro Borges
Procura-se
um novo controlador
Gumi Brasil, da Mitsui, anunciou não ter mais
interesse em seguir como acionista da SuperVia
Por Bianca Rocha
A
crise no transporte ferroviário do Rio de Janei- um novo concessionário fosse escolhido através de uma
ro ganhou um novo capítulo em abril. A Gumi licitação. No caso da Gumi Brasil, não houve pedido de
Brasil, que tem como sócia a Mitsui (majori- devolução da concessão. O que deverá ocorrer é a troca
tária), a operadora ferroviária Japan Railway do grupo controlador da SuperVia, possibilidade também
West e o banco de fomento Join, entrou com um pedido no prevista no contrato de concessão.
governo do estado para a transferência do controle acio- Até que um novo controlador assuma a companhia, a
nário da SuperVia. Quatro anos depois de ter assumido Gumi Brasil deverá manter a operação do sistema. São
a companhia e uma pandemia no meio do caminho, os dois cenários possíveis. O primeiro é entendido como ide-
japoneses afirmam não ter mais capacidade de manter o al: a transferência direta do controle acionário para outro
suporte financeiro ao negócio. investidor, o que depende da anuência do governo do es-
O imbróglio que acontece na SuperVia é mais um pro- tado e do BNDES, financiador de projetos de moderniza-
blema na conta do governo do estado, que também precisa ção feitos pela empresa nos últimos anos. Se não houver
administrar a crise no transporte aquaviário, sob conces- transferência direta do controle acionário, o governo do
são (por enquanto) da CCR Barcas. No fim de 2022, o gru- estado terá que fazer uma nova licitação para a concessão
po pediu a devolução da concessão do sistema ao poder do sistema.
concedente, em razão de desequilíbrios econômico-finan- Os prazos para qualquer um dos cenários que venha a
ceiros no contrato, agravados durante a pandemia. Com vingar estão indefinidos, por enquanto. O que está claro
um acordo assinado no começo desse ano, que envolveu até o momento é um impasse entre a acionista e o go-
o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado verno do estado no que diz respeito a investimentos que
(TCE-RJ), a concessionária concordou em seguir operan- remontam desde 2010, quando a Odebrecht Transport
do o sistema pelos próximos 24 meses. ainda era a acionista majoritária do sistema. Foi naquele
No quesito legal, no entanto, o pedido da CCR Barcas ano que SuperVia e governo do estado – na época co-
difere-se do da Gumi Brasil. Se não houvesse acordo com mandado por Sérgio Cabral – assinaram o termo aditivo
a primeira, o governo deveria assumir a operação até que (TA) ao contrato de concessão de número 8, em que fi-
ELZA BRUCK
TRADUTORA INGLÊS
Ferrovia e
Trem de minério da
MRS em trecho da
Ferrovia do Aço
sustentabilidade
As inovações, os desafios e o papel do heavy haul
na descarbonização serão discutidos no evento
do IHHA, em agosto, no Rio de Janeiro
Por Bianca Rocha
Fotos: Divulgação/IHHA
O
setor de transportes é responsável por cerca de primeiro foi em 2005, também na capital fluminense.
20% das emissões de gases de efeito estufa em A importância dessas discussões gira em torno do fato
todo planeta. O modo rodoviário (caminhões, de que o IHHA reúne 11 países membros. Para se ter uma
ônibus e carros particulares) representa três ideia, mais de 60% de todo o volume de carga movimen-
quartos dessa parcela, seguido dos marítimo e aéreo, com tado sobre trilhos no mundo passam pelas ferrovias hea-
11% e 9%, respectivamente. O setor ferroviário, com seus vy haul associadas, que transportam carga geral, minério
3%, não só tem o menor percentual entre os modais, como de ferro e carvão. Os países são: Austrália (representada
também tem sido o único a reduzir de forma consistente pela Aurizon, na Costa Leste, e BHP e Rio Tinto, na Cos-
suas emissões, segundo a UIC (União Internacional de Fer- ta Oeste), Brasil (Vale e MRS), Canadá (Canadian Pacific
rovias, na tradução). A queda, nos últimos 20 anos, foi de e Canadian National), China (China Academy of Railway
2%, afirma a instituição. Sciences e China Railway), França (International Union of
Essa mudança não aconteceu por acaso: o tema susten- Railways-UIC), Índia (Indian Railways), Noruega (Nordic
tabilidade entrou de vez no dicionário de operação de fer- Heavy Haul Association), Rússia (Russian Railway Rese-
rovias mundo afora (incluindo o Brasil). E não à toa tam- arch Institute), África do Sul (Transnet Freight Rail e Sou-
bém pautará as discussões na 12ª edição da Conferência da th32), Suécia (também Nordic Heavy Haul Association)
Associação Internacional de Heavy Haul (IHHA, na sigla e Estados Unidos (MxV Rail e AAR-The Association of
em inglês). O evento será realizado entre os dias 27 e 31 American Railroads).
de agosto, no Rio de Janeiro, onde são esperados cerca de
1 mil participantes de todos os cantos do planeta, para fa- Tópico inédito
lar sobre avanços, tecnologias, boas práticas e os desafios O tema do evento deste ano é “Aplicação de inovações
na busca de uma operação ferroviária mais eficiente e sus- em heavy haul para um mundo sustentável". A programa-
tentável. É a segunda vez, desde 1978 (primeira edição da ção será composta por dois dias de workshop técnico, três
Conferência do IHHA), que o Brasil sedia o encontro. O dias de sessões plenárias paralelas e três dias de conferên-
Programação intensa
A conferência do IHHA, no Rio de Janeiro, marcará a volta do rão também o chefe de Planejamento e Estratégia da Transnet,
evento pós-pandemia. No primeiro dia do encontro, a visão para o Andrew Shaw, o vice-presidente Executivo de Operações da Union
heavy haul em 2030 será o tema central da plenária de abertura Pacific, Eric Gehringer, e o presidente da UIC, François Davenne.
com a participação do presidente da MRS, Guilherme Segalla de A integração mina-ferrovia-porto será discutida no terceiro dia,
Mello, do presidente da Loram, Bradley Willems, e do vice-presi- com palestras de especialistas e executivos. A principal será do
dente do IHHA, Brian Monakali. Também haverá um painel mode- especialista em Transporte do Banco Mundial, Edpo Covalciuk Sil-
rado com representantes das empresas Rio Tinto, va, sobre “Reforma ferroviária, regulamentações e
MxV Rail, Transnet e Vale. parcerias público-privadas como fatores-chave para
A sustentabilidade será abordada no segundo desbloquear o transporte ferroviário: um estudo de
dia, com destaque para o painel moderado pela di- caso do Brasil e da Índia”. A plenária final abordará
retora de Carga da UIC, Sandra Gehenot, sobre o os próximos passos do heavy haul. Além de premia-
tema “Analisando os desafios e oportunidades glo- ções e reconhecimentos, será anunciado o próximo
bais para a sustentabilidade ferroviária”. Participa- país a sediar a conferência em 2025.
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2023 de materiais, o que acaba exigindo menos esse processo”, explica o especialista.
Rio de Janeiro, Brasil do meio ambiente. É uma cadeia de trans- O presidente da MRS, Guilherme Se-
Aplicação de inovações formações e tecnologias que englobam galla de Mello, corrobora essas informa-
em heavy haul para um
mundo sustentável operação e manutenção de ativos”, expli- ções e também aponta os desafios que pre-
ca Merheb. cisam ser superados. “Buscar outras fontes
de energia para locomotivas permanece
2019
Narvik, Noruega Inspiração e melhorias sendo algo complexo. A estratégia de des-
Heavy Haul 4.0 – No Brasil, MRS e Vale também dis- carbonização passa por novas tecnologias,
Alcançando níveis põem de exemplos positivos. Como que precisam ser adaptadas ao transporte
de desempenho
revolucionários consultor da primeira, Merheb cita, com de cargas pesadas em longas distâncias”,
propriedade, as mudanças significativas afirma, citando uma questão particular da
que testemunhou na operação nos últi- malha brasileira. “Temos uma geografia
2017
Cidade do Cabo, mos anos e que servem de inspiração, mais desafiadora comparada à de outros
África do Sul inclusive, para outras ferrovias associa- países, o que gera vias com traçados sinu-
Avançando as das ao IHHA. Entre 2014 e 2022, o trem
tecnologias de heavy
haul em um mundo de minério da ferrovia que corta a região
em mudança Sudeste do país duplicou de tamanho,
saindo de 136 para 272 vagões. Isso foi
2015
possível com o trabalho integrado de
Perth, Austrália vários setores da empresa, entre eles, de
Excelência em operações operações, que aprimorou a técnica de
condução de trens e adotou soluções ino-
2013 vadoras, pontua Merheb. A otimização da
Nova Delhi, Índia zona de frenagem entre as composições,
Capacitação por meio de trazendo mais segurança operacional foi
operação de heavy haul
um dos benefícios dessa mudança, diz
ele. Outro exemplo foi a instalação do
2011 sistema de sinalização CBTC (Commu-
Calgary, Canadá
nication-based train control), adquirido
Ferrovia em
condições extremas da Wabtec, que possibilitou a introdução
de mais trens na malha numa janela de
2009
intervalo mais curta.
Xangai, China “Reduzir a variação de frenagem e de osos e diferentes níveis de aclives e decli-
Heavy haul e aceleração do trem contribui para a efici- ves. Essa situação traz questões específi-
desenvolvimento
da inovação
ência energética. Na MRS, este índice me- cas para eficiência energética e para busca
lhorou nos últimos 10 anos em 21%. Isso de fontes alternativas de energia”.
é muito para uma ferrovia”, complementa Mello marcará presença na conferência
2005
Rio de Janeiro Brasil Merheb, acrescentando que houve mudan- como palestrante e vai detalhar um pouco
Segurança, ça de cultura nos processos de manuten- as transformações pela quais a MRS pas-
meio ambiente ção também. Com planos de intervenção sou nos últimos anos. E também as que
e produtividade
mais precisos e centralizados, menor se vêm pela frente. O executivo diz que a re-
tornou a necessidade de reposição de ma- novação do contrato de concessão (assina-
2003 teriais, a exemplo de dormentes e trilhos. da em julho do ano passado) foi um marco
Dallas, EUA
“Para fazer essa mudança, não basta só ter para a companhia no sentido de criar um
Implementação da
tecnologia de heavy haul o equipamento. Só é possível tirar ganho novo referencial estratégico e dar sequ-
para eficiência da rede de um equipamento novo se tiver proces- ência a inciativas digitais. “Sem dúvida,
*Eventos do IHHA so e, principalmente, pessoas aplicadas a é possível dizer que a ferrovia já entrou
Antonio Merheb,
presidente do IHHA
e consultor de
Engenharia da MRS
RF – Fizeram o dever de casa... energético para reduzir o consumo
AM – Sim. Mas agora é hora de trazer de combustível que, embora seja
a comunidade para o jogo também. menor comparado a outros modais,
Vamos trazer a nossa eficiência e tec- ainda é relevante.
nologia, nos manter em níveis contro-
láveis de sustentabilidade, mas não RF – Pode-se dizer que a ferrovia
pensar só no nosso sistema. Acho que embarcou no conceito da Indús-
é a primeira vez que a gente traz isso à tria 4.0?
mesa de discussão. AM – Não estar ligado à Indústria 4.0
hoje é perder dinheiro. Isso que o heavy
RF – Quais tecnologias vão despon- haul quer mostrar. É possível melhorar
tar num futuro próximo? o esmerilhamento em 10% ou mais se
AM – A operação com menor inter- os dados forem bem tratados. É preciso
ferência humana é a primeira, sem usar as informações de forma eficiente
dúvida, com os trens autônomos. A para conseguir chegar onde se quer da-
segunda é a sinalização mais eficiente. qui a 30 anos. Não há outro caminho.
Nem todo sistema heavy haul no mundo tem uma sinalização tão
eficiente. Os norte-americanos estão evoluindo muito nisso agora. RF – Como o IHHA discute a integração mina-porto-ferrovia?
Outro ponto é a inspeção autônoma de via e de material rodante. AM – Em qualquer sistema do mundo, a ferrovia nunca é o fim
A ferrovia no mundo todo mudou nos últimos 20 anos. Os índices do processo. Mas o que adianta ter uma ferrovia supereficiente e
mundiais de acidentes, por exemplo, caíram muito. um mina-porto-ferrovia pouco eficiente ou o oposto? Precisamos
pensar integrados. Se você não entender o problema do outro e o
RF – Quais são os desafios para atingir esse nível de tec- outro não entender o seu, haverá mais gastos.
nologia?
AM – Um deles é melhorar a eficiência no caso da auto- RF – Qual é o futuro do heavy haul no Brasil?
mação. Outro é a questão da qualificação e correlação de AM – O que vai manter o Brasil forte não é apenas o heavy haul
dados para uma manutenção mais eficaz, que é a preditiva. A de minério, mas é o transporte de carga geral. Eu falo que o heavy
frota de equipamentos também precisa ser modernizada. Há haul no Brasil vai ser muito além do minério, vai ser mais soja,
novas ligas de metal que podem compor vagões mais produ- carga agrícola etc. O Brasil está se adaptando ao modelo que os
tivos. Pelo lado das locomotivas, há um caminho no quesito norte-americanos já fazem. É uma evolução.
REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2023 47
capa
via heavy haul vai também orientar a indús- Vale e MRS
tria ferroviária no sentido de criar estratégias são co-anfitriãs
do evento do IHHA
de inovação mais assertivas para o mercado. no Rio de Janeiro
“Isso pode contribuir com melhorias signifi-
cativas em segurança, eficiência e sustentabi-
lidade nos próximos anos”, diz, acrescentando
que a operadora passa por problemas frequen-
tes de roubos e vandalização da infraestrutura
ferroviária. “Esse desafio nos levou ao desen-
volvimento de soluções inovadoras”.
O diretor e coordenador da Nordic Heavy
Haul Association, uma associação científica
e tecnológica escandinava de ferrovias he-
avy haul, Per-Olof Larsson-Kraik, lembra
que o IHHA tem uma grande diversidade de
membros e uma variedade de ideias que se- estradas mundo afora, embora o transporte ferroviário seja
rão colocadas à mesa através do documento. “Será uma boa o modal que menos emite gases poluentes. Se volumes não
oportunidade para construir e aumentar o espírito de equipe migrarem para as ferrovias, a tendência é que haja piora nos
do IHHA como organização”, destaca. No que diz respeito níveis de aquecimento global, afirma. Na avaliação de Mo-
à operação heavy haul na Escandinava, Larsson-Kraik res- nokali, as emissões diretas do modo ferroviário ainda preci-
salta as tecnologias que permitiram, nos últimos anos, trens sam ser reduzidas. “É necessário migrarmos para fontes de
mais longos, mais pesados e mais rápidos. “Fato que pro- energia mais verdes para a tração ferroviária”.
porcionou não só o aumento da capacidade, mas também o Sandra Gehenot, diretora de Carga da UIC, compartilha
retorno de investimentos das ferrovias tanto em infraestru- a mesma opinião. Para ela, se nenhuma ação urgente for
tura quanto em material rodante”. tomada, a mudança climática será uma ameaça à existência
humana. As mudanças precisam passar, inevitavelmente,
Passo sustentável pela evolução e expansão do transporte ferroviário no mun-
Para além da Visão 2030, os participantes do evento trarão do", diz. “É necessário também tornar o transporte ferroviá-
questões que envolvem a busca por mais sustentabilidade no rio mais flexível e atraente para os clientes, implementando
setor de heavy haul. O vice-presidente do IHHA, Brian Mo- mudanças tecnológicas e melhorando drasticamente o custo
nokali, ressalta que muitas cargas ainda são transportadas por de movimentação".
Origem do IHHA
A Associação Internacional de Heavy Haul (IHHA) surgiu em
1976, quando empresas de diferentes países se uniram para en-
frentar desafios técnicos do transporte de heavy haul. Essa cola-
boração deu origem a uma organização sem fins lucrativos e não
política, dedicada à busca de excelência nas operações ferrovi-
árias, engenharia, manutenção e tecnologia. Para alcançar essa
missão, a associação patrocina e organiza conferências interna-
cionais e regionais, sessões técnicas especializadas e seminários Conferência do IHHA em 2019, na Noruega
específicos.
Nos últimos anos, nove países sediaram as conferências in- o transporte de heavy haul ao longo de 40 anos, e quatro livros
ternacionais, reunindo profissionais do setor ferroviário de todo o foram escritos sobre melhores práticas para operação ferroviária,
mundo. A última, em 2019, atraiu mais de 600 participantes de construção de infraestrutura, interface roda-trilho, manutenção de
52 países. Ao todo, foram publicados mais de 2 mil artigos sobre via e de material rodante.
48 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2023
reportagem
Mina-ferrovia-porto
Fotos: Divulgação/Bamin
D
ois anos depois de vencer o leilão de conces- No Brasil desde 2006, a Bamin é controlada pelo grupo
são do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oes- Eurasian Resources Group (ERG), com origem no Caza-
te-Leste (Fiol), a Bamin deu início às obras de quistão e negócios em 15 países na área de mineração, me-
conclusão do percurso de 537 km entre Ilhéus tais e logística. O grupo começou a atuar no país a partir
e Caetité, na Bahia. A primeira ordem de serviço foi assi- da autorização para exploração da mina Pedra de Ferro,
nada no último dia 24 de abril, com o consórcio TCR-10, em Caetité. Desde então, a empresa afirma que já investiu
formado pelas construtoras Tiisa e a chinesa Crec-10. Pelo R$ 1,8 bilhão de recursos próprios no projeto baiano.
contrato, as empresas ficarão responsáveis, nos próximos Atualmente, a mina produz 1 milhão de toneladas/ano
36 meses, pela finalização do lote 1F, de 127 km, passando de minério, que são transportadas por caminhão de Caetité
pelos municípios de Ilhéus, Uruçuca, Ubaitaba, Gongogi, até o município de Licínio de Almeida, a 40 km da mina,
Itagibá, Aurelino Leal e Aiquara. O contrato está avaliado onde há transbordo para a malha métrica da Ferrovia Cen-
em R$ 1,1 bilhão. tro-Atlântica. Os trens levam o minério até o terminal de
A conclusão da ferrovia é parte de um projeto gigantes- Petim (na cidade de Castro Alves), onde acontece outro
co que a Bamin pretende implementar em solo baiano. No transbordo para caminhões, que levam a commodity para
mercado, alguns definem como uma “mini-Carajás” a inte- ser escoada no Porto TUP Enseada do Paraguaçu, no lito-
gração mina (Pedra de Ferro, em Caetité), ferrovia (Fiol 1) ral baiano, próximo a Salvador.
e porto (Sul, em Ilhéus) que a empresa trabalha para colocar O pico de 26 milhões de toneladas/ano de minério que
de pé até 2027, ao custo de R$ 20 bilhões. A expectativa é a Bamin espera atingir daqui a alguns anos está condicio-
que sejam transportados no corredor logístico, assim que nado a uma nova infraestrutura ferroviária e portuária na
ficar pronto, 26 milhões de toneladas por ano de minério de região. Os desafios que envolvem um projeto dessa mag-
ferro da Bamin. O volume corresponde a cerca de 40% da nitude passam, principalmente, pela sua estruturação fi-
capacidade instalada da ferrovia, cujo potencial estimado, nanceira. Para além dos investimentos próprios, a compa-
quando concluída, é de 60 milhões de toneladas/ano. nhia vem trabalhando a parte de financiamento, segundo
50 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2023
o diretor de Operações de Fer- Mina Pedra de Ferro produz
atualmente 1 milhão de
rovia da Bamin, Gustavo Cota. toneladas de minério por ano
“A solução para concluir
todo o projeto vai ser múltipla,
não só por equity (acionista)
ou por uma fonte de finan-
ciamento. É uma composição
que estamos estruturando”,
informa Cota, pontuando que
a Guerra na Ucrânia impactou
os negócios do controlador em
função da proximidade geo- O investimento comprometido desde então pela empresa
gráfica do Cazaquistão com o conflito. “De alguma forma foi de R$ 3,3 bilhões ao longo de 35 anos de concessão. À
isso impacta o Brasil, mas nosso trabalho segue na busca época foi previsto que, daquele volume, R$ 1,6 bilhão se-
por essa estruturação”. riam aplicados na conclusão dos 30% restantes da malha.
O contrato para as obras no lote 1F foi dividido em duas A Bamin foi a única empresa a apresentar lance no leilão
ordens de serviço. A primeira, assinada em abril, é para a de concessão da Fiol 1. O valor de outorga oferecido foi de
realização dos trabalhos até o fim deste ano. A segunda R$ 32,73 milhões, o mínimo determinado pelo governo.
ordem de serviço com o consórcio TCR-10 está prevista Depois da assinatura do contrato, a empresa estruturou
para ser assinada em 2024. Comenta-se no mercado que uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), a Bamin
a obra do lote 1F deverá contar com R$ 800 milhões pro- Ferrovia, para tratar especificamente da conclusão e da
vindos de recursos próprios do acionista e R$ 300 milhões operação da malha. Em paralelo à formação da equipe, a
deverão ser financiados. Sem entrar em muitos detalhes, companhia fez um diagnóstico detalhado do ativo – traba-
Cota diz que os R$ 1,1 bilhão necessários para concluir o lho que levou mais de um ano, segundo Cota. O relatório
lote “estão assegurados”. foi finalizado em dezembro de 2022. “Identificamos al-
guns pontos de melhorias, mas não houve surpresas em
Conclusão relação ao que já era esperado para o projeto”, ressalta.
A Fiol 1 foi entregue à mineradora Bamin pelo governo Com o diagnóstico em mãos, a empresa dividiu as
federal com cerca de 70% das obras concluídas. A finali- obras de conclusão da ferrovia em quatro lotes. O 1F, que
zação da ferrovia ficou sob responsabilidade da concessio- foi contratado, é o que apresenta maior volume de inter-
nária, pós-assinatura do contrato, em setembro de 2021. venções, com alguns trechos cuja demanda inclui todo o
processo de infraestrutura, desde a etapa inicial
de supressão vegetal. Por esse motivo, a decisão
foi de começar por ele, explica Cota. Já os lotes
2,3 e 4 estão em diferentes estágios.
O 2 está bastante avançado, mas ainda in-
concluso. “Pontes e viadutos, ou seja, as obras
especiais estão feitas, mas há alguns trabalhos
a serem feitos”. O 3 está praticamente concluí-
do. O 4, que chega à mina em Caetité, está num
nível intermediário: mais avançado que o lote
1, mas restando algumas obras. “Difícil estimar
quantos km faltam para a ferrovia ser concluída,
porque dentro dos próprios lotes há diferentes
avanços. Realmente está bastante pulverizado e
heterogêneo o trabalho ao longo da malha”. A
Pelos planos da Bamin, Fiol 1 deve começar a operar em 2027 previsão da empresa é lançar o edital para os
Lentidão em
São Paulo
Nível de congestionamento na maior cidade
do Brasil piora em meio ao anúncio de
medidas para baratear carros
S
e tem uma certeza na vida meiros mandatos, o presidente Luiz
do paulistano é o (longo) Inácio Lula da Silva também reservou
tempo gasto no trânsito incentivos fiscais às montadoras, para
para se locomover na cida- alavancar a venda de carros. De 2003
de. E essa sensação vem piorando de- a 2007, foram 6,6 milhões de novos
pois de uma breve pausa na pandemia. carros vendidos no país – um recorde.
De acordo com dados da Companhia de Ainda não se sabe, porém, o impacto
Engenharia de Tráfego (CET-SP), hou- das novas medidas, uma vez que o car-
ve acréscimo de 32% na lentidão média ro popular ainda continuará com o pre-
em dias úteis nas ruas de São Paulo, de ço salgado (o mais barato caiu a R$ 58
janeiro a maio deste ano em relação ao mil) para a maior parte da população.
mesmo período de 2022. Em maio, por O sócio-fundador da Urucuia: Inte-
exemplo, foram registrados 342 km de ligência em Mobilidade Urbana e co-
lentidão. No mesmo mês do ano passa- ordenador do Insper, Sérgio Avelleda,
do, esse número foi de 275 km. O ní- acredita, no entanto, que com o incen-
vel alcançado em 2023 só não é maior tivo, a população vai reagir compran-
do que no período pré-pandêmico: em do carro, o que poderá tornar as cida-
maio de 2019 chegou a 498 km. des ainda mais congestionadas. “Não
A explicação óbvia para os altos tem milagre. Espero ver o governo fe-
índices de congestionamento em São deral anunciar um grande plano de in-
Paulo é a quantidade de carros na rua. vestimentos na mobilidade ativa e no
A maior cidade do Brasil também tem transporte público”, declara Avelleda,
a maior frota do país, com 9,2 milhões que complementa:
de veículos, segundo informações da “As cidades, durante a pandemia,
Secretaria Nacional de Trânsito, para não se atentaram à oportunidade de
uma população de 12,3 milhões de investir em espaços para o transporte
habitantes. E o combustível para o público. Como as pessoas não estavam
aumento desse número foi dado: em circulando, ao redesenhar o uso do
junho, o governo federal anunciou um solo, isso poderia ser feito sem grande
programa para baratear o preço de car- resistência. Poucas cidades no mundo
ros populares. Por meio de uma Me- fizeram a priorização do transporte
dida Provisória, foram reservados R$ público e da mobilidade ativa, mas as
1,5 bilhão em subsídios para que se- que fizeram estão colhendo frutos”.
jam gerados descontos de até R$ 8 mil
no preço final de carros. Caminhões e Função social
ônibus também entraram na lista. Para especialistas, a grande questão
Avenida 23 de Maio,
A receita é velha: em seus dois pri- está na mensagem passada com o pro- em São Paulo
E
screvi, neste espaço, em novembro de 2022, que bem-vindo. Os custos de capital para aquisição dos ônibus
ultrapassadas as eleições presidenciais eu vivi o impactam as tarifas do transporte público. Proporcionar
sonho do novo governo anunciar um compro- redução de impostos deverá contribuir para a redução do
misso inédito com a mobilidade urbana, com preço que as pessoas pagam para assegurar acesso nas ci-
os investimentos em transporte público, no acesso às ci- dades brasileiras. Sonegamos a uma legião de brasileiras e
dades, na sustentabilidade e no desenvolvimento de uma brasileiros o direito básico ao acesso às oportunidades de
indústria nacional. trabalho e renda, serviços públicos e lazer.
Parte do sonho já se concretizou: O Ministério das Ci- O Ipea acaba de divulgar importante pesquisa sobre o
dades foi recriado e com ele a Secretaria Nacional da Mo- impacto da gratuidade do transporte público no dia das úl-
bilidade Urbana. Quero registrar quão alvissareira foi a timas eleições presidenciais. Os pesquisadores concluíram
nomeação do ex-prefeito de Santa Bárbara D´Oeste, pro- que a decisão não teve qualquer impacto no resultado do
gressista cidade do interior de São Paulo, para o cargo. Em pleito, mas que confirma a barreira que se cria com o pre-
poucas semanas, Denis Andia, já recebeu todos os setores, ço do transporte. Muitas pessoas impedidas de viajar nas
escutou com atenção e tem demonstrado forte sensibilida- cidades por falta de capacidade de pagamento das tarifas,
de para liderar a política nacional da mobilidade urbana. puderam fazê-lo naquele domingo eleitoral. Não é à toa que
Contudo, partes do meu sonho, que penso ser o sonho a discussão em torno da redução, ou até mesmo eliminação
de muitos dos leitores da coluna, ainda são quimeras. da cobrança das tarifas, vem ganhando corpo na sociedade.
Quero focar na ausência de um plano do governo federal Ao acompanhar o anúncio do programa de incentivo à in-
para a retomada da nossa outrora pujante indústria ferroviária. dústria de carros e ônibus eu fiquei me perguntando: e o trem?
Recentemente o Governo Federal anunciou um plano A indústria ferroviária de trens de passageiros tem lon-
para incrementar a venda de carros. Redução de impostos ga tradição no Brasil. Fomos e podemos ser, a qualquer
para carros que eles denominam de “populares”. Ainda momento, uma plataforma produtora e exportadora de
não conheci um trabalhador das classes C e D, a imensa trens e outros equipamentos ferroviários. Temos parque
maioria da nossa população, que tenha se entusiasmado industrial, profissionais competentes e experimentados e,
para comprar carros na faixa de sessenta mil reais. Ade- fundamentalmente, muita demanda.
mais, repete-se os equívocos do passado: promover a ven- Faltam muitas novas linhas de metrô, trens metropoli-
da de automóveis contribuirá para piorar os graves con- tanos e trens intercidades. Há uma frota de trens em todo
gestionamentos das cidades brasileiras, a poluição gerada o Brasil que precisa ser renovada. Há sistemas obsoletos
pela queima de combustíveis fósseis, incrementar os ín- clamando por modernização.
dices inaceitáveis de mortes no trânsito e, de quebra, não Na verdade, não nos falta quase nada para termos um
será capaz de gerar empregos e nem o desenvolvimento de complexo industrial ferroviário que atenda o mercado na-
uma indústria limpa e moderna. cional atual e aquele que necessita ser expandido, possibi-
Recentemente a WRI (World Resources Institute) pu- litando sermos competitivos também para atendimento do
blicou um estudo demonstrando que investimentos na mercado internacional.
indústria limpa e sustentável tem a capacidade de gerar Não preciso me alongar aqui dos benefícios ambientais
muito mais empregos e de melhor qualidade do que inves- do transporte ferroviário e do imenso potencial que metrôs
timentos na indústria tradicional. e trens de passageiros oferecem para redesenhar cidades,
As reações foram tantas e tão negativas que rapidamen- espraiando as centralidades econômicas.
te o Governo ajustou o plano para contemplar também in- Se temos a necessidade, o parque industrial, o conhe-
centivos aos ônibus urbanos. Esse tipo de incentivo, sim, é cimento e o potencial mercado, o que, de fato, nos falta?
56 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2023
Uma política industrial, de desenvolvimento urbano e como estratégica para o país, beneficiando o setor com
de mobilidade clara, estável e com visão de longo prazo. ações concretas de fomento e desenvolvimento. Linhas de
Perdemos recentemente a nossa capacidade de produzir crédito precisam ser desenhadas, investimentos diretos do
rodas de trens. E ainda não temos demanda que justifique Governo Federal nos sistemas sobre trilhos, além da ne-
uma fábrica local de rodeiros. Que país é esse, continental cessidade de preferência à aquisição de bens produzidos
e com tradição ferroviária, que não possui demanda para no Brasil. Lembro das licitações conduzidas para aquisi-
fabricação de rodas de trens? ção de trens em 2007 no Metrô e na CPTM quando o Go-
O Governo Federal ainda pode, e deve, olhar para a verno do Estado de São Paulo valeu-se da escala da aqui-
mobilidade urbana das cidades e contemplar o seu com- sição (40 trens na CPTM e 17 no Metrô) para possibilitar
promisso com a modernização e a expansão dos sistemas a abertura de nova fábrica de trens no Brasil.
de transporte de passageiros sobre trilhos. O impacto da Também registro que as novas medidas em favor das Par-
retomada da indústria ferroviária brasileira seria sentido cerias Público-Privadas, recentemente anunciadas pelo Minis-
na geração de empregos, divisas e na melhoria da econo- tério da Fazenda, podem favorecer novos investimentos pri-
mia urbana, com a redução de engarrafamentos, doenças vados nas ferrovias. Aqui, a conjugação das novas regras com
respiratórias, mortes no trânsito e maiores oportunidades a liderança do Governo Federal no desenho de projetos, pode
para negócios. Cidades paradas no caos do trânsito não alavancar a expansão e modernização dos nossos trilhos.
são convidativas para novos investimentos. De quebra, Seguimos com esperança, afinal “a esperança é um de-
contribuiria significativamente para as metas de redução ver do homem”.
de emissão de gases de efeito estufa.
*Sérgio Avelleda é sócio-fundador da Urucuia: Mobilidade Urbana e
Compete ao Governo Federal desenhar e liderar essa
coordenador do Núcleo de Mobilidade Urbana do Laboratório Arq.Futuro
política de longo prazo, adotando a indústria ferroviária de Cidades do Insper
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JORNALISMO
FERROVIÁRIO
Frota crescente
Segmento de carga soma 977 máquinas de via;
no de passageiros são 718 equipamentos
A
frota nacional de equipamentos de manu- do lastro nos trechos em que circulam trens de heavy haul
tenção de via chegou a 1.695 máquinas de (minério, carvão e coque).
operadoras de carga e de passageiros. São Na Rumo, houve o descomissionamento de 19 equipa-
23 unidades a mais do que o total registrado mentos, entre eles guincho burro GFK, trator rodoferrovi-
em junho de 2022. O número considera não só as novas ário CHG e rodeiro instrumentado. A tabela da Ferrovia
aquisições das operadoras, mas também correções das Transnordestina Logística (FTL) também apresentou mu-
tabelas de um ano para outro e o descomissionamento de danças. A empresa retirou dois autos de linha da operação,
máquinas. As ferrovias de carga têm ao todo 977 máqui- e também apontou duas reformas entre 2022 e 2023, uma
nas. Já as operadoras de passageiros contabilizaram no delas em um caminhão de via e outra em um auto de linha.
total 718 equipamentos. Na Estrada de Ferro Carajás, a única mudança é referen-
As aquisições se concentraram basicamente na MRS. A te à substituição, por necessidade de adequação, de três
operadora recebeu 26 novos equipamentos, passando de escavadeiras modelo 336 Caterpilar por três escavadeiras
138 para 164 unidades. As novidades são uma renovadora XCMG. As demais concessionárias não registraram alte-
de lastro, 17 módulos de rejeito, uma desguarnecedora a ração em suas frotas.
vácuo, três socadoras, três reguladoras e um alimentador Entre os sistemas de passageiros, quatro tiveram in-
de brita. Segundo a operadora, os novos maquinários são crementos na frota entre 2021 e 2022: Trensurb, CBTU
para atender o projeto de desguarnecimento e renovação João Pessoa, CCR Metrô Bahia e CPTM. Na Trensurb
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foram três novos caminhões ferroviários adap- além de maquinário para medição autônoma
tados e a CBTU João Pessoa adquiriu um ca- de geometria de via e perfil de trilho. Na MRS,
minhão Ford Cargo 2428E implementado com existe a intenção, ainda em processo de avalia-
guindaste tipo munk. ção, de adquirir uma nova frota de vagões para
Na CCR Metrô Bahia foram dois descomis- transporte de trilhos.
sionamentos, além de 11 aquisições, sendo elas: O VLT Carioca informou que algumas ati-
um aparelho de cortes de trilhos, um carrinho vidades de manutenção na via realizadas por
AL Foldable Rail Trolley170X70CM, três indi- empresas terceirizadas foram internalizadas –
cadores de desgaste do trilho, um inclinômetro, é o caso do serviço de solda para manutenção
dois medidores de desgaste, uma régua digital corretiva e preventiva de AMVs. Além disso,
para medição e registro da geometria da via pretende comprar novos equipamentos este
e dos AMVs, um aparelho de medição digital ano, como máquina de solda, cortador a disco,
da inclinação do trilho e uma régua combina- esmerilhador angular e régua de bitola digital.
da para medição da bitola e superelevação da Na CPTM está prevista a entrega de vários
via. Segundo a empresa, a redução foi devido à equipamentos ao longo deste ano e de 2024,
obsolescência do maquinário, já as aquisições mas a operadora não detalhou quais são. A CCR
“são para aumentar a confiabilidade do sistema Metrô Bahia pretende investir em um rugosí-
e produtividade da equipe”. metro portátil para atender as linhas 1 e 2. A
Já a CPTM adquiriu um auto de linha, um CBTU Maceió prevê a aquisição de retroesca-
guindaste e um vagão capina química. A RF não vadeira, auto de linha e veículo rodoferroviário.
obteve retorno, em tempo hábil, do Metrofor e Já a CBTU João Pessoa pretende adquirir um
da CBTU Belo Horizonte. Em função disso, as aparelho de transposição de via para ser utili-
tabelas de 2022 dessas operadoras foram repli- zado no trecho de Cabedelo. Por fim, o Metrô
cadas no levantamento deste ano. de São Paulo programa investimentos em um
veículo plataforma para trabalho em altura nas
Módulo de Próximos investimentos vigas do monotrilho da Linha 15-Prata, na aqui-
rejeitos da MRS A VLI está investindo na compra de equipa- sição de novos TMs para renovação e/ou am-
fabricado
pela Loram mentos de inspeção de componentes de via por pliação de frota das linhas 1, 2 e 3 e de um auto
imagem 3D, que utiliza inteligência artificial, de linha para a Linha 2-Verde.
CPTM
Ano de País de Ano de País de
Nome do equipamento Fabricante Quant. Nome do equipamento Fabricante Quant.
fabricação Origem fabricação Origem
Locomotiva diesel-elétrica Socadora, Alinhadora e
Progress Rail 2021 Brasil 2 Plasser & Theurer 1982 Áustria 1
2200hp Niveladora de AMV's 07-275
CMRA - Composição de Empretec 2020 Brasil 1 Reguladora de Lastro SSP103 Plasser & Theurer 1986 Áustria 1
Manutenção de Rede Aérea Caminhão de Linha OBW-8 Plasser & Theurer 1996 Brasil 4
Socadora, Alinhadora e Plasser & Theurer 2009 Áustria 1 Caminhão de Linha VMT 721 Geismar 1995 Itália 1
Niveladora de Vias 09-16 CSM
Socadora, Alinhadora e Plasser & Theurer 1996 Áustria 1
Socadora, Alinhadora e Niveladora de Vias 08-16
Plasser & Theurer 2009 Áustria 1
Niveladora de AMV's 08-275 3S
Socadora, Alinhadora e
Reguladora de Lastro SSP 203 Plasser & Theurer 2009 Áustria 1 Plasser &
Niveladora de AMV's Modelo 1996 Áustria 1
Theurer
Caminhão de Linha VMT 750 Geismar 2009 Itália 6 08-275
Veículo de Controle e Apoio à Geismar 2006 Itália 3 Reguladora de Lastro SSP 203 Plasser & Theurer 1996 Áustria 1
Rede Aérea VMT 865 Esmerilhadora / Reperfiladora Suíça /
Speno 1996 1
Veículo Lançador e Rebobinador de Trilhos Atlas RR16 Itália
de Cabos e Fios de Rede aérea Geismar 2010 Itália 1 Auto de Linha de Inspeção
de Tração VMT 865 DER D. Wickham 2009 1
40 MK-2
Desguarnecedora de Lastro Plasser & Guindaste Burro Craner Burro Crane 1971 1
2011 Áustria 1
VM 250 JUMBO Theurer
Carro Controle EM100U Plasser & Theurer 2011 EUA 1 Vagão Capina Química (VCQ Empretec 2018 Brasil 1
– 01)
Caminhão de Linha BFCL 1054 Borg / Geovia 1981 Brasil 3
Total 36
Socadora, Alinhadora e Plasser & Theurer 1986 Áustria 1
Niveladora de Vias 07-16 Fonte: CPTM
MetrôRio
Ano de País de Ano de País de
Nome do equipamento Fabricante Quant. Nome do equipamento Fabricante Quant.
fabricação Origem fabricaçãoOrigem
Jipão Ferroviário MetrôRio - Brasil 2 Trem Esmerilhador Speno 1981 Brasil 1
Estados Auto de Linha Plasser 1989 Brasil 5
Locotrator Trackmobile 1976 2
Unidos Estados
Máquina de Socaria Harsco 2011 1
Estados Unidos
Locotrator Trackmobile 1978 3
Unidos Auto de Linha Via Permanente 2014 Brasil 2
Locotrator Tectran 1998 Brasil 3 Locotrator elétrico (baterias) Zagro 2014 Alemanha 2
Estados Auto de Linha Via Permanente 2015 Brasil 2
Locotrator Trackmobile 2014 2
Unidos
Caminhão rodoferroviário VW/supermetal 2019/2020 Brasil 1
Auto de Linha Via Permanente 2011 Brasil 2
Total 29
Pick up rodoferroviária GM/Empretec - Brasil 1
Fonte: MetrôRio
Metrô-DF
Metrô de Salvador (CCR Metrô Bahia)
Ano de País de
Ano de País de Nome do equipamento Fabricante Quant.
Nome do equipamento Fabricante Quant. fabricação Origem
fabricação Origem
Não
Aparelho de corte de trilhos Socadora autoportante Brastan 2018 1
Robel 2014 Suíça 1 informado
por abrasão
Total 1
Aparelho de corte de trilhos Geismar 2022 França 1
Endireitador de agulhas AMVs Robel 2014 Suíça 1
Extratos e insersor de grampo VLT Carioca
Geismar 2014 França 1
Pandrol
Macaco para via férrea com Ano de País de
Robel 2014 Suíça 5 Nome do equipamento Fabricante Quant.
manivela de segurança fabricação Origem
Máquina de parafusamento por Veículo de Limpeza MFH 5500 CMAR 2015 França 1
Robel 2014 Suíça 2 Régua de bitola RCA 1435 MM GEISMAR 2015 França 1
impacto
Máquina de perfuração de trilho Robel 2014 Suíça 2 Veículo Rodoferroviário UG400 CMAR 2015 França 1
Máquina de perfurar dormente Robel 2014 Suíça 4 (reboque e munk)
Máquina esmerilhadora para Troller Amber GEISMAR 2019 França 1
Robel 2014 Suíça 2 Esmerilhadeira - MOD12 GEISMAR 2019 França 1
boleto do trilho
Máquina rebarbadora trilhos e Total 5
Robel 2014 Suíça 2
esmerilhamento AMV Fonte: VLT Carioca
Socadora vertical motora Robel 2014 Suíça 6
gasolina CBTU Belo Horizonte
Troley de medição Geismar 2015 França 1 Ano de País de
Nome do equipamento Fabricante Quant.
Tensionador de trilhos Robel 2014 Suíça 1 fabricação Origem
Rebarbadora de Solda Matweld 2014 EUA 1 Auto de Linha AL-1030-D Geovia Brasil 1988 Brasil 1
Medidor de trilho - Caminhão de Linha com Plasser do Brasil 1995 Brasil 1
Riftek 2016 Rússia 1 guindaste OBW 8 Br nº 62
Perfilômetro
Esmerilhadora de trilhos Autech 2018 Suíça 1 Caminhão de Linha com Plasser do Brasil 1995 Brasil 1
plataforma elevatória CS-6
Régua combinada de medição Vagão Trem de Lastro-Manut.
Geismar 2018 França 5 - - Brasil 4
da bitola e da superelevação Rede Aérea
Régua de medição dos Locomotiva RS-3 GE/ALCO 1953 Canadá 1
Geismar 2019 França 1
parâmetros da via e dos AMVs Locomotiva RS-3 * GE/ALCO 1952 Canadá 1
Ultrassom portátil digital Dopller 2020 China 3 Auto-Torre VMT 850 C/GR Geismar Itália 1998 Itália 1
Carrinho AL Foldable Rail Locotrator TT9 Tectran 1998 Brasil 2
Xiangyang 2022 China 1
Trolley170X70CM Socadora, Alinhadora e
Niveladora 08-16 Plasser & Theurer 1998 Áustria 1
Indicador Desgate do Trilho Xiangyang 2022 China 3
LJ-LGCM-I Reperfiladora de trilhos
SBM-200 * Plasser & Theurer 1983 Áustria 1
Inclinometro DIG OLED Xiangyang 2022 China 1 Reguladora de lastro SSP-
XIANGYANG/JGSO1 Plasser & Theurer 1998 Áustria 1
203
Medidor de desgaste Do Xiangyang 2022 China 2 Veículo Reboque A 10 Br
Nucleo LJ-JXC Plasser do Brasil 1995 Itália 3
nº 63
Régua Digital Para Medição e Veículo Reboque do Auto de
Registro da Geometria da Via e Geismar 2022 França 1 Linha AL-1030-D Geovia Brasil 1988 Brasil 2
dos AMV’S Caminhão Rodoferroviário VW Volkswagem/
Aparelho de Medição Digital 13.180 WORKER Empretec 2005 Brasil 1
Geismar 2022 França 1
da Inclinação do Trilho Santa Matilde/
Vagão Descarga de Brita Cobrasma 1956 Brasil 4
Régua Combinada para Medição Geismar 2022 França 1 Vagão Prancha - - Brasil 5
da Bitola e Superelevação da Via
Total 51 Total 30
Fonte: CCR Bahia *Aguardando reforma. Fonte: CBTU
Novidades à vista
Fabricantes de equipamentos de via
estão otimistas com o mercado
Por Letícia Chiantia
A
s fabricantes de equipamentos de via estão in- e prospecção de via. O diretor não detalha as novidades,
vestindo na expansão da estrutura e ampliando mas revela as encomendas fechadas para os próximos me-
a oferta de serviços com tecnologia de ponta. ses: UTVs para Estrada de Ferro Carajás (EFC), operada
A Harsco Rail é um exemplo. A empresa pos- pela Vale, e perfilômetros para o Metrô de São Paulo. Esse
sui um portfólio completo de equipamentos e tecnologias último é considerado um equipamento altamente tecno-
para manutenção, construção, inspeção de via e segurança lógico, que mede diversos parâmetros das rodas, além de
dos trabalhos, como socadoras, esmerilhadoras, desguar- trazer relatórios em tempo real.
necedoras, Utility Track Vehicles (UTVs), Hy-Rail, New Um dos destaques do portfólio da fabricante suíça
Track Construction (NTC) e Roadworker Protection Sys- Matisa é o sistema Medal. Também conhecido no Brasil
tem (RWPS). como telemetria e tecnologia Comet (Connection of Mati-
O diretor regional da Harsco, Rafael de Araújo, avalia a sa Embedded Technology), ele permite a coleta, em tempo
demanda atual das ferrovias: “Na parte de equipamentos, real, de inúmeros dados e parâmetros de equipamentos de
temos visto uma demanda crescente por esmerilhadoras via, necessitando apenas de conexão com a internet. “Esse
dos mais diversos portes. Se considerar a tecnologia, os avanço tecnológico permite a coleta de dados eficiente,
pedidos são por serviços de inspeção e medição de via. rapidez na circulação da informação e redução dos custos
Também existe uma preocupação, cada vez maior, pela com manutenções corretivas”, explica o diretor geral da
segurança dos trabalhadores.” filial da Matisa no Brasil, Bruno Bonella.
Para corresponder às expectativas dos clientes, a Hars- Na sua avaliação, as ferrovias têm buscado soluções
co tem programado o lançamento de um novo modelo de mais sustentáveis e otimização de gastos com manuten-
socadora, e também uma nova tecnologia para inspeção ção. Segundo ele, alguns clientes já procuram equipamen-
REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2023 67
suprimentos
Renovadora da Matisa, colaboradores. “Estamos em constante evolução
modelo P190, em com as ferrovias brasileiras para implementarmos
operação na EFVM
o full service em todo território nacional. Procura-
mos agregar valor, e o nosso plano é crescer ainda
mais nos próximos anos”, comenta Martins.
O ineditismo do contrato Rumo-Loram tem ins-
pirado outras fabricantes. Parcerias de longo prazo
com as ferrovias também estão no radar da Matisa,
por exemplo. “Estudamos bastante o modelo full
service no Brasil nos últimos anos. E, claro, es-
tamos aptos para adotar esse modelo de negócio.
Hoje, já temos um contrato similar na operação e
manutenção do trem de renovação na EFVM. A
única diferença é que, neste caso, a máquina é de
propriedade da Vale”, conta Bonella. Ele se refere
ao consórcio Prumat, uma parceria da Matisa com
a Prumo Engenharia, contratado pela EFVM para
a remodelação de 45 km de via.
Já na Harsco, as discussões com as concessio-
nárias são para o fornecimento de esmerilhadoras,
tanto no modelo de aquisição direta quanto no full
service. “Vislumbramos possibilidades de contra-
tos que ofereçam eletrificação do sistema de motorização to no modelo full service, não só em esmerilha-
ou, ainda, com predisposição para uma futura adaptação. mento, mas também nos demais serviços possíveis, como
Sobre as próximas encomendas, Bonella não dá detalhes, socaria e inspeção de via”, observa Araújo.
pois ainda estão em fase de negociação, mas conta que,
recentemente, foram entregues duas máquinas de grande Perspectivas
porte para a MRS, uma desguarnecedora de lastro modelo O atual momento do mercado brasileiro divide opini-
C752C, que já está em operação, e um trem de renovação ões. Para Rafael de Araújo, da Harsco, houve diminuição
modelo P 190, em fase de comissionamento. no ritmo de aquisições pelas operadoras. O motivo, se-
gundo ele, é o atraso no cronograma de obras de algumas
Negociações em curso ferrovias, o que postergou também as encomendas. “Este
A Loram do Brasil tem aproveitado as oportunidades ano, temos sentido o mercado mais morno. Algumas de-
que surgem pós-renovação das concessões. Em 2022, a mandas surgem, mas ainda sem fechamento de negócio,
empresa assinou um contrato full service com a Rumo, que é o que importa no final das contas”, destaca.
com prazo de 15 anos para o esmerilhamento de trilhos Apesar disso, o diretor não está desanimado. “Não vi-
nas Malhas Norte e Paulista, entre Rondonópolis (MT) e vemos o melhor momento olhando o curto prazo, mas
Santos (SP). A parceria chamou atenção do mercado por continuamos otimistas com o que está por vir nos médio e
ter sido pioneira no segmento de manutenção de via. longo prazos. Os novos projetos, mais cedo ou mais tarde,
Para o diretor geral da companhia, Murilo Martins, o precisam evoluir e ser aprovados e, consequentemente,
setor ferroviário brasileiro está cada vez mais inclinado ao isso vai aquecer o mercado novamente”, complementa.
modelo full service. Além da Rumo, a empresa espera fe- A Geismar Brasil endossa a percepção da Harsco, no-
char contratos de longo prazo com outras concessionárias. tando o primeiro semestre de 2023 mais devagar compa-
Em paralelo, vem aumentando sua estrutura no Brasil. De rado ao ano anterior. No entanto, também está confiante
uma pequena filial, a companhia ganhou o status de subsi- quanto às oportunidades de negócios para o segundo se-
diária da fabricante norte-americana Loram Maintenance mestre deste ano. “O mercado deverá ficar muito aquecido
of Way. A equipe cresceu e agora conta com cerca de 65 com os novos projetos saindo do papel”, aponta Maxence
empac.com.br | comercial@empac.com.br
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nota técnica
A
movimentação de carga nas ferrovias de ram por conta da EFC, Rumo Malha Norte e Ferrovia
carga aumentou entre janeiro e abril des- Tereza Cristina.
te ano na comparação com o mesmo pe- Em passageiros, chama atenção a redução do nú-
ríodo de 2022. A alta em toneladas úteis mero de usuários em abril deste ano comparado com
(TU) foi de 1%, mas por outro lado, a quantidade de o mesmo mês de 2022 nos sistemas operados pela
toneladas por quilômetro útil (TKU) sofreu redução CBTU (Recife, João Pessoa, Natal e Maceió). Em
de 1,5%. Belo Horizonte, cujo sistema acabou de ser transferi-
As malhas operadas pela VLI (Ferrovia Centro- do para a iniciativa priva (Grupo Comporte), o movi-
-Atlântica e Ferrovia Norte-Sul) registraram cresci- mento foi de alta significativa na comparação entre os
mento no volume de carga transportada – de 17,7% meses de abril (2022 e 2023): 159,9% de passageiros
em TU para a primeira e 4,9% em TU para a segunda. por dia útil e 142,7% de usuários no total no mês.
Com exceção da Estrada de Ferro Carajás, as ferrovias As linhas operadas pelo grupo CCR (4-Amarela
de minério MRS Logística e Estrada de Ferro Vitó- e 5-Lilás do Metrô de São Paulo, e as 8-Diamante e
ria a Minas apresentaram alta de 9% e 9,9% em TU, 9-Esmeralda dos trens metropolitanos de SP) também
respectivamente, no acumulado do ano até abril. As registraram crescimento, em abril, na quantidade de
maiores quedas em termos de volume no período fica- usuários que acessaram as estações diariamente.
Q
uando se pensa em minimização de impac- zados. Adicionalmente, o impacto da Ferrovia EF-151 é
tos econômicos, sociais e ambientais em maior sobre os municípios próximos dos pátios multimo-
projetos de transportes terrestres de longa dais/terminais de acesso do que sobre os munícipios mais
distância, o modal ferroviário ganha desta- distantes dessas estruturas.
que. Entretanto, o setor se ressente da carência de esti- Como exemplo dos resultados, o estudo estimou que as
mativas quantitativas sobre esses impactos. Isso se refle- taxas de crescimento do PIB médio, do PIB per capita e da
te em incertezas na elaboração de estudos de viabilidade taxa de crescimento da população para os municípios em
de novos projetos ferroviários. até 200 km da ferrovia, seriam, respectivamente, 39,8 %,
Um importante passo para a quantificação dos impactos 42,9% e 35,9% menores do que fato ocorreu, caso não tives-
das ferrovias brasileiras foi dado recentemente com a publi- se sido construída a FNS. Conheça os resultados detalhados
cação do estudo de Avaliação Ex Post de Projetos de Inves- na publicação, disponível em: http://dx.doi.org/10.13140/
timento em Infraestrutura, realizado pela extinta Secreta- RG.2.2.23505.20324
ria de Desenvolvimento da Infraestrutura do Ministério da Pode-se dar um exemplo da aplicação dos parâmetros
Economia (SDI-ME) e pelo Programa das Nações Unidas desenvolvidos no Estudo de Avaliação Ex Post. Se um es-
para o Desenvolvimento (PNUD). tudo de viabilidade for feito considerando a implantação de
Foram avaliados sete projetos de distintos setores de uma nova ferrovia com características semelhantes, cada
infraestrutura. No caso da logística de cargas, o projeto 1% de crescimento anual médio deveria ser substituído por
escolhido como piloto foi a EF-151, a Ferrovia Norte-Sul 1,66% com a implantação da infraestrutura. São impactos
(FNS), Tramo Norte. Em sua concepção, a FNS integra o de vulto!
Brasil no seu eixo longitudinal e o Tramo Norte conecta as Os resultados desse estudo sugerem uma recomendação
cidades ao norte de Brasília à costa do Maranhão. Assim, o óbvia de política relevante para o desenvolvimento econô-
estudo quantificou, com modelos econométricos sofistica- mico de um país: a construção, ampliação, manutenção e
dos, o impacto da proximidade dos municípios a um eixo melhoria de uma infraestrutura ferroviária pode produzir
territorial que foi estabelecido como sendo o meridiano de impactos importantes no desenvolvimento regional e rele-
48 graus. A figura ilustra o estudo com uma visão da ferro- vantes ganhos de competividade. O que não é óbvio nessa
via no contexto do eixo longitudinal. recomendação são as magnitudes dos efeitos envolvidos,
As estimações mostram que os municípios mais pró- que são insumos fundamentais para estudos de viabilidade
ximos ao meridiano de 48o possuem uma maior taxa de de novos projetos. As estimativas econométricas apresen-
crescimento do PIB, do PIB per capita, e da população, tadas no Estudo de Avaliação Ex Post contribuem justa-
maior taxa de crescimento e aumento da área colhida e mente nesse sentido. É fundamental retomar essa agenda
da produção agrícola, aumento da produção de soja e de de quantificação de impactos de avaliação ex post, para
milho. Ainda, municípios mais próximos ao meridiano de uma maior segurança na avaliação ex ante dos novos pro-
48 graus tiveram um aumento da proporção de alfabeti- jetos ferroviários.
HAUL CONFERENCE
27 – 31 August 2023
Rio de Janeiro, Brazil
Windsor Convention
& Expo Centre
Momentos como esse nos dão a certeza de que nesses 50 anos não só
presenciamos, mas fazemos parte do crescimento e desenvolvimento do sistema
ferroviário brasileiro, operando de acordo com os métodos mais modernos e
adotando tecnologia de ponta para sempre atender melhor nossos clientes.
plassertheurer.com plasser.com.br
”Plasser & Theurer“, ”Plasser“ e ”P&T“ são marcas registradas internacionalmente