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Ética e Cidadania

Elaine Arantes

PARANÁ

Curitiba-PR
2013
Presidência da República Federativa do Brasil

Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica

© INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ – EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para a rede e-Tec Brasil.

Prof. Irineu Mario Colombo Prof.ª Patrícia de Souza Machado


Reitor Coordenadora de Ensino Médio e
Técnico do Câmpus EaD
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Chefe de Gabinete Prof.ª Monica Beltrami
Coordenadora do Curso
Prof. Ezequiel Westphal
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Assistente Pedagógica
Gilmar José Ferreira dos Santos
Pró-Reitor de Administração – PROAD Prof.ª Ester dos Santos Oliveira
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Designers Instrucionais
Neide Alves
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Revisora
Bruno Pereira Faraco
Pró-Reitor de Planejamento e Aline Kavinski
Desenvolvimento Institucional – PROPLAN Diagramadora

Prof. Marcelo Camilo Pedra e-Tec/MEC


Diretor Geral do Câmpus EaD Projeto Gráfico

Prof. Célio Alves Tibes Junior


Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão –
DEPE/EaD
Coordenador Geral da Rede e-Tec Brasil – IFPR

Thiago da Costa Florencio


Diretor Substituto de Planejamento e
Administração do Câmpus EaD

Catalogação na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paraná


Apresentação e-Tec Brasil

Prezado estudante,

Bem-vindo à Rede e-Tec Brasil!

Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma
das ações do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego. O Pronatec, instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo
principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação
Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira propiciando
caminho de o acesso mais rápido ao emprego.

É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre
a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias
promotoras de ensino técnico como os Institutos Federais, as Secretarias de
Educação dos Estados, as Universidades, as Escolas e Colégios Tecnológicos
e o Sistema S.

A Educação a Distância no nosso país, de dimensões continentais e grande


diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao
garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da
formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou
economicamente, dos grandes centros.

A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do


país, incentivando os estudantes a concluir o Ensino Médio e realizar uma
formação e atualização contínuas. Os cursos são ofertados pelas instituições
de educação profissional e o atendimento ao estudante é realizado tanto nas
sedes das instituições quanto em suas unidades remotas, os polos.

Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional


qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz
de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com
autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social,
familiar, esportiva, política e ética.

Nós acreditamos em você!

Desejamos sucesso na sua formação profissional!

Ministério da Educação
Novembro de 2011

Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
3 e-Tec Brasil
Indicação de ícones

Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de


linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.

Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.

Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o


assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao
tema estudado.

Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão


utilizada no texto.

Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes


desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos,
filmes, jornais, ambiente AVA e outras.

Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em


diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa
realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado.

5 e-Tec Brasil
Sumário

Palavra da professora-autora 11

Aula 1 – Ética e moral 13


1.1 Introdução à Ética 13
1.2 Introdução à Moral 14
1.3 A visão ética de Einstein 16

Aula 2 – Valores éticos individuais e organizacionais 19


2.1 Valores e virtudes 19
2.2 Consciência ética 21

Aula 3 – Conduta humana fundamentada na ética 23


3.1 A conduta ética 23
3.2 O
 s dilemas pessoais e profissionais que enfrentamos 23
3.3 Os interesses pessoais 24

Aula 4 – Por que falar sobre ética? 27


4.1 D
 ecisões éticas e antiéticas
na história da humanidade 27
4.2 Pesquisas científicas 28
4.3 Internet com ética 29

Aula 5 – A conduta cidadã 31


5.1 Evolução do conceito de cidadania 31

Aula 6 – C
 idadãos: direitos e deveres cotidianos 35
6.1 Cidadão ou consumidor do governo? 35
6.2 O “jeitinho” é um traço cultural brasileiro? 36

Aula 7 – Ética profissional 39


7.1 O que é profissão? 39
7.2 Virtudes exigidas na conduta profissional 40
7.3 Código de ética de uma profissão 40

e-Tec Brasil
Aula 8 – Código de ética 43
8.1 Código de ética empresarial e profissional 43
8.2 Como se elabora um código de ética empresarial 44

Aula 9 – G
 estão da reputação do profissional 47
9.1 A ética, a reputação e a imagem do profissional 47
9.2 Direito de uso de imagem 47

Aula 10 – Ética
 na administração e gestão 53
10.1 Habilidades para a administração 53
10.2 Mudanças na natureza do trabalho
e a necessidadedo desenvolvimento
de novas habilidades de gestão 54

Aula 11 – Questões éticas envolvidasnos relacionamentos


interpessoais no trabalho 57
11.1 O processo de comunicação 57
11.2 Ruídos de comunicação e conflitos 58

Aula 12 – Adversidades no ambiente de


trabalho e o papel da liderança 61
12.1 A linha que separa a firmeza
da liderança e o assédio moral 61
12.2 Resiliência: suportando pressões
num ambiente de adversidades 61

Aula 13 – A gestão da diversidade


valorizando as diferenças no
convívio social e profissional – I 65
13.1 A gestão da diversidade 65
13.2 Afrodescendentes no Brasil 65
13.3 A política de cotas no Brasil 67

Aula 14 – A gestão da diversidade


valorizando as diferenças no
convívio social e profissional – II 69
14.1 Exemplos de superação 69
14.2 A normatização brasileira garantindo a
inclusão de pessoas com deficiência 70
Aula 15 – A segurança no trabalho
para pessoas com deficiência 73
15.1 Conceito de deficiência 73
15.2 P essoas com deficiência no ambiente de trabalho 74
15.3 S egurança e medicina no trabalho
para pessoas com deficiência 75

Aula 16 – Interculturalidade, relações


interpessoais e a conduta ética profissional 79
16.1 A influência do contexto cultural
no comportamento ético profissional 79
16.2 A moral brasileira 79

Aula 17 – É
 tica nas negociações 81
17.1 O “sim” nem sempre é o suficiente 81
17.2 Natureza do conflito 81
17.2.2 Conflitos devem ser evitados? 82

Aula 18 – A
 ética no setor público 85
18.1 O código de ética do servidor público 85

Aula 19 – A
 ética, a transparência e a
responsabilidade social 89
19.1 Como a responsabilidade social
se insere na gestão das organizações 89
19.2 A
 gestão socialmenteresponsável dos
negócios e o respeito à diversidade 90
19.3 O
 que a responsabilidade tem a
ver com a segurança do trabalho? 91

Aula 20 – É
 tica pessoal, pública e privada 93
20.1 D
 ecisões éticas são tomadas por pessoas éticas 93

Referências 95

Atividades autointrutivas 99

Currículo da professora-autora 119

e-Tec Brasil
Palavra da professora-autora

Querido aluno,

Ética é um tema sempre presente no nosso cotidiano desde o relacionamento


pessoal e profissional até a reflexão sobre as descobertas feitas por pesquisas
científicas feitas cujo impacto leva ao questionamento sobre os limites do
controle da vida do ser humano. Nós nos deparamos frequentemente
com escândalos e tendemos a crer que a falta de ética é a regra geral, na
conduta do homem. Quero, neste livro, ressaltar que cabe a cada um de
nós o comportamento ético e moral diário dando a devida importância ao
exercício pleno da cidadania contribuindo para a formação de pessoas e
profissionais que construam uma Nação melhor.

Iniciaremos nossa abordagem com os conceitos fundamentais de ética, moral,


cidadania, valores, conduta ética, dilemas éticos e consciência ética. Vistos
estes conceitos, vamos aplicá-los no cotidiano do homem e do profissional,
voltando para a gestão. O profissional de segurança do trabalho, assim como
aqueles de diferentes áreas, se depara diariamente com situações em que
seus valores são colocados à prova.

Quais parâmetros considerar para a tomada de decisão? Vamos discutir


amplamente neste livro os temas voltados para a gestão e sua relação com
as bases éticas fundamentais. Liderança, comunicação, relacionamento
interpessoal, código de ética profissional e organizacional, gestão da
reputação, valorização da diversidade, ética no serviço público são alguns
temas sobre os quais você refletirá em termos de consciência e conduta ética.
Ao final deste livro, fica a pergunta: Ética pública e privada: há luz no fim do
túnel? Vamos refletir e responder juntos a partir das discussões que fizemos
ao longo desta obra. Artigos, vídeos, entrevistas e enquetes complementam o
conteúdo apresentado a partir da percepção de outras pessoas e nos permitem
comparar o que foi visto neste livro, nossa própria percepção e a contribuição
de terceiros. Minha sugestão é que você leia, reflita e discuta com os seus
colegas, construindo coletivamente o conhecimento sobre este tema.

Boa leitura e bom trabalho!

Professora Elaine Cristina Arantes

11 e-Tec Brasil
Aula 1 – Ética e moral

Na primeira aula, vamos abordar os conceitos fundamentais de


ética e moral desde sua abordagem nos tempos antigos, antes
de Cristo até nossos dias. Vamos refletir sobre a base destes
conceitos e compreender a diferença entre o que é moral, imo-
ral e amoral.

Desde já, quero deixar claro que não é minha pretensão abordar a ética
e seus conceitos correlatos em bases filosóficas, mas trazendo para nosso
cotidiano a reflexão sobre o que é ético e antiético assim como a relação do
cidadão com seu município, estado e país na busca pelo bem comum.

1.1 Introdução à Ética


Há uma confusão na compreensão dos termos ética e moral, inclusive levan-
do a crer que ambos têm o mesmo significado. Deixo claro que isto não está
correto. Vamos compreender o conceito de ética para depois diferenciá-lo
de moral.

Quando falamos sobre ética, parece que as coisas estão indo mal. Parece
que há uma crise e logo nos reportamos a escândalos envolvendo a admi-
nistração pública. "Ora, cada um de nós tem sua própria ética baseada nas
regras impostas pelo grupo do qual fazemos parte cujas ações se fundamen-
tam na cultura transmitida de geração a geração e que nos diz o que é certo
ou errado".

“A ética, como ciência do ethos, é um saber elaborado segundo regras ou


segundo uma lógica peculiar” segundo o ensinamento de Patrus-Penas e
Castro (2010, p. 32).

É a ética, conforme Srour (2011, p.21), que esclarece o motivo que leva os
agentes sociais a tomarem esta ou aquela decisão, orientados por este ou
aquele valor, condicionados por estes ou aqueles interesses. Portanto, ser
ético, significa ser um agente social cujas decisões são fundamentadas na
moral do grupo ao qual pertence e são tomadas com base em valores e in-
teresses que busquem o bem comum.

13 e-Tec Brasil
Colombo et. al (2011, p.11) recorre a Vázquez (2005) para ensinar que ética
“pode ser compreendida como ‘teoria, investigação ou explicação de um tipo
de experiência humana ou forma de comportamento dos homens’ e possui
como função fundamental estudar a essência do comportamento moral”.

O termo ética foi trazido pelos trabalhos de Pitágoras em VI a.C. e por Aris-
tóteles, em IV a.C. em sua obra “Ética a Nicômaco”.

Cada sociedade tem sua ética própria, assim, não podemos dizer que há cer-
to ou errado quando se compara o papel que se atribui à mulher no ocidente
Preconizado: que se com aquele preconizado no Oriente Médio ou na cultura muçulmana. Veja
preconizou; aconselhado,
recomendado. Fonte: http:// o exemplo da Figura 1.1, em que a mulher muçulmana está usando uma
aulete.uol.com.br/preconizado. burka, vestimenta que não é adotada pela mulher ocidental.

Figura 1.1: Burka – vestimenta obrigatória para as mulheres mulçumanas.


Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.

1.2 Introdução à Moral


Colombo et. al (2011 p. 25) indica que, para Vásquez (2005) o compor-
tamento moral é legislado pela ética. Os autores reforçam ainda que “a
ética vai definir o que é bom e investigar princípios da moralidade de uma
sociedade. Ela fundamenta e justifica certos comportamentos, mas não cria
a moral”.

A moral de um povo é o conjunto de normas vigentes consideradas como


critérios que orientam o modo de agir dos indivíduos daquela sociedade.

“Quando se qualifica um comportamento como bom ou mau, tem-se um


critério que é definido no espaço da moralidade” ensina Rios (2011, p. 29) e
isso interessa à ética no sentido de procurar o fundamento dos valores que
oferecem sustentação para este comportamento bom ou mau.

e-Tec Brasil 14 Ética e Cidadania


Observe que a Figura 1.2 resume e diferencia a ética como disciplina teórica
e a ética individual, a moral e a conduta.

Figura 1.2: Terminologia para ética, moral e conduta.


Fonte: SROUR, HENRY, 2003.

A origem da palavra “ética”, conforme Srour (2011, p. 18), está no “caráter


distintivo, os costumes, hábitos e valores de determinada coletividade ou
pessoa”. Daí surge a confusão entre ética e moral, pois a palavra “costume”
foi traduzida em latim por mos ou mores no plural, derivando a palavra mo-
ral, no português.

Vamos nos reportar a Srour (2011, p. 21) para a definição de ética como
sendo “o estudo dos fatos sociais, ou seja, relações entre agentes histori-
camente definidos. A Ética é o conhecimento científico dos fatos morais”.

As escolhas que estes agentes fazem considerando suas avaliações sobre o


bem e o mal; o mal e o bem (quando se admite que há um mal necessário
para que um bem maior seja atingido); o bem e o bem (quando só é possível
beneficiar uma das partes como exemplificado na Figura 1.3); e o mal e o
mal (quando se admite que “entre os males, o menor”) é o que diferencia
fatos morais (estudados pela ética) de fatos sociais (do cotidiano).

Figura 1.3: A escolha entre o bem e o bem: o que é bom para a gazela não é bom para a leoa.
Fonte: ©Brocken Inaglory/Wikimedia Commons.

Aula 1 – Ética e moral 15 e-Tec Brasil


Temos então que moral, para Rios (2011, p. 32) é “um conjunto de normas
e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos em uma comunidade
social dada”. Estas normas e regras, para Rios (2011, p. 32) “se sustentam
nos valores criados pelos sujeitos em suas relações entre si e com a natureza”.

1.3 A visão ética de Einstein


A humildade, afabilidade, cordialidade e confiança naquilo que fazia eram
características de Albert Einstein (veja Figura 1.4) cuja irreverência, segundo
Sá (2010, p. 46) era fruto de seu inconformismo. Sua visão ética sobre a vida
foi um de seus legados, além das brilhantes pesquisas no campo da Física
e da Matemática. Sá (2010, p. 47) reforça alguns dos princípios éticos de
Einstein:

• Valor para a simplicidade, liberdade e respeito a cada ser;

• Recusa a normas, dogmas, inconformismo e submissão;

• Aceitação daquilo que se pode compreender;

• Repúdio à escravidão;

• Confiança na criatividade do ser humano;

• Crença de que os males são resultado do desamor e da ignorância;

• Aceitação de que não se ensina ou aprende o que não se ama;

• Fama merece cautela, pois causa inveja e ressentimento.

Albert Einstein nasceu na Alemanha em 1879.


Conhecido por ter desenvolvido a teoria da
Assista ao vídeo com a relatividade, seu trabalho abriu caminho para
entrevista concedida pelo
Prof. Mario Sergio Cortella o desenvolvimento da energia atômica. Rece-
a Jô Soares, exibido pela TV beu em 1921 o Prêmio Nobel de Física pela
Globo e disponível no link
http://www.youtube.com/ sua teoria quântica, esclarecendo o efeito fo-
watch?v=QK5LDsEKuEA. Nesta
entrevista, Cortella fala sobre toelétrico. Perseguido pelos nazistas, deixou
ética e explica conceitos a Alemanha passando a morar nos Estados
como: moralidade;
amoralidade e imoralidade. Unidos, como cidadão americano onde fa-
leceu em 1955. Em 2009 foi eleito por 100
renomados físicos em todo o mundo como o
Figura 1.4: Albert Einstein em 1921.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons. físico mais memorável de todos os tempos.

e-Tec Brasil 16 Ética e Cidadania


Resumo
Nesta aula, vimos que ética e moral não são a mesma coisa. Ética é uma
disciplina teórica que estuda os princípios da moralidade. A moral é um con-
junto de normas e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos em
uma comunidade social. Vimos também que alguns dos princípios de Eins-
tein, um gênio que não se rendeu a condutas antiéticas mesmo que tenha
sido perseguido em seu próprio país.

Atividades de aprendizagem
• Reflita sobre um personagem da História que tenha deixado um lega-
do ético assim como vimos nesta aula, em relação a Einstein. Faça uma
relação dos princípios desta pessoa e a utilize como exemplo para suas
reflexões sobre os temas que iremos abordar neste livro.

Aula 1 – Ética e moral 17 e-Tec Brasil


Aula 2 – V
 alores éticos individuais
e organizacionais

Nesta aula, vamos abordar os valores, elementos fundamentais


para as decisões éticas individuais e organizacionais, sejam elas
públicas ou privadas.

A consciência ética também é um tema desta aula e sua abordagem será feita
com base nos exemplos que temos em nosso cotidiano. Vamos saber mais?

2.1 Valores e virtudes


Valores são princípios dos quais não se abre mão. Eles estão na base de
nossa conduta individual assim como são os fundamentos da tomada de
decisão das organizações. Você conhece os valores declarados pela empresa
onde você trabalha? Observe que na Figura 2.1, os valores estão na base do
planejamento estratégico das organizações. Os níveis estratégico, tático e
operacional executam suas tarefas e tomam decisões com base nas crenças
da organização.

Sá (2010, p. 79), recorre a Aristóteles para ensinar que “aos hábitos dig-
nos de louvor chamamos virtudes”. Vale aqui ressaltar que os virtuosos são
dignos de louvor ainda que o meio em que vivam ou trabalhem não pro-
porcione a prática da conduta virtuosa. A conduta virtuosa (respeitar todos
os seres, por exemplo) é uma qualidade fundamental no campo da ética e
somente é possível para pessoas com valores (respeito, por exemplo) fortes.

Figura 2.1: valores da organização na base de seu planejamento estratégico.


Fonte: elaborada pela autora.

19 e-Tec Brasil
Veremos mais adiante a importância dos códigos de ética profissionais e
organizacionais, contudo, vale aqui observar que de nada adianta existirem
padrões de conduta se as pessoas não se identificarem legitimamente com
seus princípios.

Quando os valores mudam os costumes também mudam, a legislação acom-


panha esta mudança e estabelece limites para o convívio harmonioso e este
conjunto determina o comportamento ético das pessoas naquela sociedade.
Por exemplo, na década de 50 não se imaginava que as mulheres traba-
lhassem fora de casa. O valor atribuído à presença da mulher no mundo do
trabalho era diferente daquele que vemos atualmente, no século XXI.

A mudança deste valor leva a uma mudança de costumes, pois atualmente


não somente a mulher trabalha como já se vê uma mudança radical de valo-
res em que o homem passa a se dedicar mais às atividades domésticas. Com
esta mudança de valores e costumes, a legislação que prevê os direitos das
mulheres passa a reger situações como a obrigatoriedade de berçário para
empresas com um número mínimo de mulheres empregadas.

Para Rios (2011, p. 29), “não é apenas no campo da moralidade que se en-
contram valores. Existe valoração na medida em que qualquer interferência
do homem na realidade se dá para conferir um significado a esta realidade”.

Figura 2.2: O papel da mulher nos anos 50 e no século XXI.


Fonte: http://office.microsoft.com

e-Tec Brasil 20 Ética e Cidadania


2.2 Consciência ética
O que fazer se o Código Civil protege o sigilo e a lei fiscal obriga sua quebra?
A consciência, como bem lembra Sá (2009, p. 73) “tem como mais forte o
dever de não trair e de não insurgir-se contra aquele que se tem o dever Insurgir: opor-se reagir.
Fonte: http://michaelis.uol.
de proteger”. com.br/moderno/portugues/
index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=insurgir
Contudo, quando prevalece o bem público, age a lei no sentido de revelar
aquilo que a consciência leva a omitir. Deveria ser necessária a ação da lei já
que se sabe que a omissão prejudica o bem estar público?

Uma imagem que me vem à mente quando falo sobre consciência ética é a
ocupação, em novembro de 2010, do Morro do Alemão e um ano depois,
em novembro de 2011 a ocupação da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.
Estas duas comunidades mantinham seu próprio código de ética respeitado
não somente pelos próprios traficantes, mas também pelos moradores inde-
pendente de sua opinião a respeito.

Figura 2.3: Ocupação do Complexo do Alemão em novembro – 2010.


Fonte: ©Agência Brasil – ABr/Wikimedia Commons.

A intervenção dos policiais, com apoio do Governo Federal brasileiro se deu


e foi legítima, pois a ética ali predominante entrava em conflito com a ética
da sociedade, prejudicando os moradores daquele local e oferecendo um
exemplo de conduta para outros indivíduos que não condiz com a convivên-
cia saudável que se espera para os seres humanos.

Aula 2 – Valores éticos individuais e organizacionais 21 e-Tec Brasil


A consciência ética daqueles que dominavam estas comunidades não condiz
com aquela que é aceita em nossa sociedade. É deste choque de percepções
Para saber mais sobre a sobre o que é certo e errado que se origina confrontos com estes aos quais
ocupação da polícia na Favela da
Rocinha em 2011 acesse: http:// assistimos.
veja.abril.com.br/noticia/brasil/
rocinha-ganha-reforco-no-
policiamento-a-pe Sá (2011, p. 74) apresenta alguns estados especiais de manifestação da
consciência ética ao indicar que sentimentos morais, religiosos, partidários e
econômicos assim como as expressões do ego voltadas para o interesse e a
emoção podem tentar a consciência ética a ceder. A qualidade destas mani-
festações é que determina o quanto as circunstâncias ambientais influencia-
Leia o artigo sobre o
pensamento e a obra de rão na firmeza do caráter de quem toma a decisão.
Aristóteles, em especial “Ética
a Nicômaco” disponível no
link http://www.webartigos.
com/articles/5996/1/Etica-a-
Resumo
Nicomaco/pagina1.html. Nesta aula, aprendemos que valores são princípios dos quais não se abre
mão, podendo ser individuais ou organizacionais. Vimos que hábitos dignos
de louvor são chamados de virtudes e que de nada adianta códigos da pro-
fissão ou de organizações se as pessoas não internalizarem seu significado.
A consciência ética também foi tema de discussão desta aula em que trata-
mos dos dilemas a que são confrontados os profissionais.

Atividades de aprendizagem
• E você, quais são seus valores? Já pensou sobre isso? Quais são as atitu-
des, os posicionamentos dos quais você não abre mão?

e-Tec Brasil 22 Ética e Cidadania


Aula 3 – C
 onduta humana
fundamentada na ética

Nesta aula, abordaremos a ética como base para a conduta do


homem, individualmente, nas organizações em que trabalha
ou nos grupos sociais aos quais pertence.

Ao compreendermos que o estudo da ética passa pela normatização das


condutas dos indivíduos, precisamos também conhecer as razões que levam
os indivíduos a aceitarem as normas impostas pelo grupo ao qual pertencem. Normatização: (norma+izar)
VTD Estabelecer normas para. Cf.
normalizar. Fonte: http://www.
dicionarioweb.com.br/norma-
tizar.html
3.1 A conduta ética
Você já observou que há situações em que se faz necessária a orientação
quanto às roupas adequadas para situações especiais no cotidiano, no am-
biente de trabalho e no culto religioso. Veja que, no nosso país, não há
penalidades legais implícitas, mas existem punições sociais expressas pela
rejeição do grupo. Já em outros países, o desrespeito às normas de conduta
simples como o uso de vestimentas específicas ferem os princípios religio-
sos e, neste caso existe a punição pela lei. Veremos este tema mais adiante
quando tratarmos da ética presente na interculturalidade.

Neste sentido, vale ressaltar que a conduta humana deve respeitar normas
implícitas no convívio ou explícitas em manuais, códigos ou na lei, por exem-
plo. A palavra “etiqueta” traz este conceito, pois trata-se do respeito à ética
em situações específicas do convívio, como por exemplo à mesa, durante
as refeições; numa cerimônia religiosa; num evento político. O cerimonial
segue uma etiqueta prevista que por sua vez contempla os princípios éticos
fundamentados na moral, nos costumes e valores daquele grupo.

3.2 O
 s dilemas pessoais e
profissionais que enfrentamos
No exercício de nossa profissão, nos deparamos frequentemente com dile-
mas éticos que exigem reflexão. Por exemplo, o que dizer de um advogado
que deve defender um criminoso? Ou de um contador que, mesmo sabendo
das atividades ilícitas de seu cliente, tenha que lhe prestar serviço? Ou de um
da obrigatoriedade de se reportar um acidente ocorrido no trabalho ainda
que isto cause impactos negativos para a empresa junto à sociedade?

23 e-Tec Brasil
A sabedoria de Salomão

Apresentaram-se duas mulheres a Salomão. Uma disse: "Senhor, eu e esta


mulher habitávamos na mesma casa. Durante a noite, estando a dormir,
sufocou o filho e, aproveitando-se do meu sono, pôs o meu filho adorme-
cido junto de si e colocou aos meus pés o seu filho que estava morto. De
manhã, olhando de perto para ele, vi que não era o meu filho".

A outra mulher interrompeu: "Não, o meu filho é o que está vivo, o teu
morreu". A primeira replicou: "Não, o teu é que morreu. O que está vivo
é meu". E continuaram a disputar. Então o rei disse: Trazei uma espada,
dividi em duas partes o menino que está vivo e dai metade a cada uma!".
Cheia de amor ao seu filho, a mulher cujo filho estava vivo suplicou: "Se-
nhor, peço-vos que lhes deis a ela o menino vivo e não o mateis!".

A outra, pelo contrário, dizia: "Não seja para mim nem para ti, mas divida-
-se". Então Salomão disse: "Dai a primeira o menino vivo porque é ela a
verdadeira mãe". E assim todo o povo de Israel soube que a sabedoria de
Deus assistia ao rei para julgar com retidão.

Fonte: http://www.bibliacatolica.com.br/historia_biblia/17.php. Acesso em: 08 set. 2011.

3.3 Os interesses pessoais


Para Srour (2011, p. 41), interesses são “fatores tão valiosos para os agentes
sociais que eles se mobilizam para satisfazê-los e defendê-los”. O problema
começa quando os interesses pessoais encontram-se no limite do egoísmo e
da ganância. Você se lembra da fraude de 65 bilhões de dólares conduzida
por Bernard Madoff, ex-presidente da bolsa eletrônica Nasdaq? A pirâmide
de investimentos que ele criou consistia em usar o dinheiro de novos apli-
cadores para remunerar os antigos. Quando houve uma brusca queda nos
novos investimentos em 2008 face à recessão mundial, o esquema desmoro-
nou. Em junho de 2009, Madoff foi condenado a 150 anos de prisão. Mui-
tos perderam suas economias neste investimento que contava com a boa fé
das pessoas e que acabou prejudicando suas vidas.

Por outro lado, há uma situação interessante a ser observada. Os trabalha-


dores muitas vezes se queixam da pressão sofrida no ambiente de trabalho,
mas quando são chamados a revelar a causa do estresse, não apontam suas
verdadeiras causas acreditando que colocarão em risco sua competência
profissional. Veja o resultado da pesquisa feita pela ONG britânica Mind.

e-Tec Brasil 24 Ética e Cidadania


A ONG britânica Mind, voltada para a saúde mental, publicou um le-
vantamento referente ao estresse endêmico que acomete milhões de
Endêmico: que tem caráter de
trabalhadores no Reino Unido e que acarreta a perda de bilhões de dó- endemia. Peculiar a um povo
lares em horas de trabalho. O mais curioso é que 93% mentiram a seus ou região. Endemia: Doença
que existe constantemente em
patrões a respeito do motivo real de seu absenteísmo. Alegaram dores de determinado lugar e ataca as
pessoas que aí vivem. Fonte:
estômago, resfriados, dores de cabeça, consultas médias, problemas em http://www.dicionarioinformal.
casa ou doenças na família, menos o estresse no trabalho. Não confes- com.br/end%C3%AAmico
saram que aguentam cada vez menos as pressões para o cumprimento
de metas, nem tentaram discutir as questões referentes ao ambiente de
trabalho em que prevalece o moral baixo, a baixa produtividade e formas
escapistas de enfrentar tensões. Sugiro que você pesquise
sobre aCAT - Comunicação
de Acidentes de Trabalho
Fonte: Srour, 2011. nos links http://www.inss.
Citado em: www.mind.org.uk/news/4106_the_final_taboo_millions_of_employees_forced_to_lie_about_stress gov.br/conteudoDinamico.
php?id=39 e http://www.mps.
gov.br/conteudoDinamico.
php?id=463.
À medida que cada um olha somente para seus interesses pessoais, cria-se
A matéria “Hemofilia e o dilema
um círculo vicioso e todos perdem. Veja como a conduta ética permeia vários ético” disponível no link http://
veja.abril.com.br/blog/genetica/
aspectos do nosso cotidiano exigindo reflexões constantes! arquivo/hemofilia-e-o-dilema-
etico/ é um exemplo do estudo
da ética voltado para questões
Resumo científicas e de convívio social
Nesta aula, vimos que o estudo da ética passa pela normatização das condutas envolvendo a ética profissional
na área médica. Neste caso,
dos indivíduos. Ainda que o interesse pessoal exista, este não deve ser tal que um dilema se impõe aos
médicos envolvendo um caso
se exceda para o egoísmo e para a ganância que prejudicam a todos. Por outro de paternidade. Leia, reflita e dê
lado, a sinceridade na avaliação de situações difíceis contribui para sua solução sua opinião. Discuta com seus
colegas a respeito e compare as
enquanto que condutas evasivas somente levam a uma perda coletiva. opiniões a respeito deste caso.

Atividades de aprendizagem
• No exercício de sua profissão, você já se deparou com dilemas éticos?
Qual escolha você fez e a que você renunciou? Após sua decisão, qual foi
sua avaliação: a escolha que fez demonstrou ser a mais acertada?

Aula 3 – Conduta humana fundamentada na ética 25 e-Tec Brasil


Aula 4 – Por que falar sobre ética?

Nesta aula, vamos rever alguns temas polêmicos ao longo da


história da Humanidade que nos levam a refletir sobre as ra-
zões para sermos éticos.

“Como querem que eu faça tudo direito se a justiça é morosa, os impostos


são um absurdo, todo dia vemos escândalos com os políticos em quem vota-
mos, o mundo cheio de gente esperta[...] por que eu tenho que ser ético?”
Querido aluno, estas e outras situações não podem servir como parâmetros
para nossa conduta. Vamos saber mais?

4.1 D
 ecisões éticas e antiéticas
na história da humanidade
A história da humanidade revela situações baseadas em decisões antiéticas
que ao longo do tempo foram corrigidas. Ao declarar que a Terra se move
em torno do Sol e não o inverso, Galileu Galilei desafiou a Igreja Católica que
o convocou para julgamento diante do Santo Ofício, em Roma. Condenado
a se retratar publicamente, diz-se que ele teria sussurrado Eppur si muove ou
seja “mas ela se move” referindo-se ao movimento da Terra em torno do Sol.

Imagine que somente no Século XX, a Igreja Católica por meio do Papa João
Paulo II se retratou publicamente, assumindo o erro por esta condenação.

Físico, matemático e astrônomo, o italiano


Galileu Galilei nasceu em Pisa em 1564 e
faleceu em Florença em 1642, na Itália.
Suas pesquisas revolucionaram a ciência
com o enunciado do princípio da inércia e
os estudos sobre o movimento uniforme-
mente acelerado e sobre o movimento do
pêndulo. Descobertas sobre manchas so-
lares, satélites de Júpiter, anéis de Saturno
e estrelas da Via Láctea complementaram
Figura 4.1: Galileu Galilei. a defesa que fez do heliocentrismo.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.

27 e-Tec Brasil
4.2 Pesquisas científicas
Em 1996, pesquisadores escoceses surpreenderam o mundo com o resulta-
do da primeira experiência de clonagem de animais: nascia a ovelha batizada
como “Dolly” a partir de uma célula da glândula mamária de uma ovelha
adulta. Na sequência, foram também clonados bois, cavalos, ratos e porcos.

Figura 4.2: A ovelha Dolly, primeiro mamífero clonado.


Fonte: ©Toni Barros/Wikimedia Commons.

Produzir artificialmente um ser vivo tornou-se objeto de polêmicas entre re-


ligiosos, políticos e movimentos sociais em diversos países. A discussão reto-
mou sua força quando Dolly precisou ser sacrificada, em 2003, devido à uma
doença pulmonar progressiva.

Pesquisas com células tronco nos levam a crer na esperança de cura para
doenças como diabetes, esclerose, Alzheimer, distrofia muscular e Parkinson.
As células embrionárias usadas nestas pesquisas são as únicas com capacida-
de de diferenciação nos 216 tecidos que formam o corpo humano. Por outro
lado, despertam discussões calorosas sobre o acesso do homem a células
embrionárias. A discussão gira em torno da vida de um indivíduo que deixa
de se formar para curar outro ser humano.

Também os resultados de pesquisas são objeto de preocupação dos órgãos


públicos. No Brasil, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) divulgou diretrizes que promovem a ética na divulgação
dos resultados das pesquisas que são realizadas em nosso país. Esta iniciativa
se deu devido a fraudes ocorridas na comunicação de resultados obtidos por
pesquisadores brasileiros.

e-Tec Brasil 28 Ética e Cidadania


Não se pode realizar procedimentos médicos sem a anuência do paciente. A
ética se faz presente na condução de situações como esta já que há grupos
de pessoas incapazes de decisão como crianças e pacientes de hospitais psi- A ovelha Dolly foi o primeiro
mamífero clonado e teve que
quiátricos cuja concordância com pesquisas científicas deve se dar por seus ser sacrificada devido à uma
representantes legais. Entram em cena a consciência ética do ser humano e doença pulmonar progressiva.
Saiba mais lendo: http://www1.
do profissional fundamentada nos valores do indivíduo que toma a decisão e folha.uol.com.br/folha/ciencia/
ult306u8462.shtml acessado
nos deveres profissionais éticos esclarecidos no código da categoria. em 04/12/2011.

Pesquisas com células tronco são


o tema da matéria publicada em
4.3 Internet com ética http://veja.abril.com.br/idade/
exclusivo/celulas_tronco/01.
Você faz parte de redes sociais como Orkut, Facebook ou Linkedin? Se a res- html. Acesso em: 04 dez. 2011.
Leia esta matéria e reflita sobre
posta for afirmativa, você sabe quantas mudanças ocorreram nestes espaços os avanços que as pesquisas
virtuais buscando oferecer alguma privacidade aos seus participantes. Então científicas podem trazer para
a medicina e considere as
você também sabe o quanto esta privacidade é cada vez mais difícil de se polêmicas geradas por estes
obter. Os usuários da internet consomem a informação quando quiserem e movimentos científicos.

a utilizam da maneira que desejarem. Quantos processos já foram movidos Leia no link http://www.
inovacaotecnologica.
por pessoas que se sentiram prejudicadas pelo uso indevido de seus nomes, com.br/noticias/noticia.
comprometendo a imagem pessoal e profissional! Ainda que seja possível php?artigo=cnpq-
diretrizes-eticas-
descobrir a fonte de observações equivocadas feitas na internet, somente pesquisa&id=010175111026.
com o apoio da Justiça pode-se consultar os provedores e então fazer mo- Acesso em: 04 dez. 2011 sobre
as diretrizes éticas estabelecidas
vimentos para tentar restabelecer a imagem de quem se sentiu prejudicado. no Brasil pelo CNPq para que
sejam feitas pesquisas científicas.

O fato é que não é possível haver um controle 100% efetivo sobre o que
acontece no ambiente virtual. Dependemos da consciência ética das pessoas
que nele navegam para que seu uso seja feito para o bem comum. É isso que
você vê no seu dia a dia?A pirataria na internet ocorre quando se obtém có-
pias não autorizadas de bens para uso pessoal (Srour, 2011), da mesma ma-
neira que estas cópias são vendidas no mercado, nas ruas ou nas casas, sem
autorização legal. A moral do oportunismo se instala e a conduta antiética
é justificada pela necessidade do suprimento de necessidades básicas do ser
humano. Esta conduta se justifica? Srour (2011, p. 38), indica que “raciona-
lização antiética” está na base desta conduta orientando práticas racionais
fundamentadas no que Sá (2010, p. 263), chama de “ética da mentira”. As
pessoas estabelecem um conjunto articulado de justificativas para seus atos
imorais e ilícitos, condenados pela sociedade.

Aula 4 – Por que falar sobre ética? 29 e-Tec Brasil


Resumo
Nesta aula, vimos que ao longo da história da Humanidade foram tomadas
decisões antiéticas que se basearam nos princípios vigentes naquele momen-
to e que norteavam a conduta da sociedade. Vimos também que polêmicas
são levantadas a partir de pesquisas científicas realizadas na busca pela cura
de doenças. A ética na internet é um tema contemporâneo que precisa ser
considerado orientando o comportamento dos indivíduos no sentido de pro-
mover um convívio harmônico de todos.

Atividades de aprendizagem
• Em que medida é válido colocar em risco seres vivos ou mesmo colocá-los
em risco para se desenvolver pesquisas científicas? Observe quantos ex-
perimentos são feitos e relacione seus benefícios comparando-os com os
riscos que apresentam. Reflita sobre os resultados desta análise e compare
com os de seus colegas.

e-Tec Brasil 30 Ética e Cidadania


Aula 5 – A conduta cidadã

Nesta aula, vamos abordar a conduta de cada cidadão em re-


lação aos seus direitos e deveres para com à coletividade a que
faz parte. Vamos refletir sobre a ética presente no cotidiano do
cidadão não somente em relação ao que ele pode exigir do Es-
tado mas no que diz respeito ao cumprimento de seus deveres.

Ao abordar o tema da conduta ética, é fundamental tratar a questão da re-


lação entre o indivíduo e o Estado, ou seja, a cidadania. Já na Roma Antiga
– um período que durou 12 séculos e se iniciou em VIII a.C. com a fundação
de Roma - se estabeleceu os direitos e deveres que cada indivíduo tem para
com o Estado.

5.1 Evolução do conceito de cidadania


Originado na Grécia antiga (1100 a.C. até 146 a.C.) o termo cidadania indica
aquele que habita uma cidade (civitas) e dizia respeito à sua atuação efetiva
o que significava dizer que nem todos eram cidadãos, mas somente aqueles
que usufruíam de privilégios em determinadas classes sociais. O conceito,
naquela época excluía mulheres, crianças e escravos e incluía somente os
homens totalmente livres, ou seja, aqueles que não precisavam trabalhar para
viver. Imagine que o número de cidadãos era bem reduzido.

Figura 5.1: Grécia Antiga.


Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.

31 e-Tec Brasil
Na Roma Antiga, cidadania estava relacionada ao exercício de direitos polí-
ticos, civis e religiosos atribuída somente aos patrícios (homens livres, des-
cendentes dos fundadores da cidade); negada aos plebeus (descendentes
de estrangeiros) assim como aos escravos (todos aqueles que não saldavam
suas dívidas, os traidores e os prisioneiros de guerra). Com a expansão militar
romana, o advento da Lei das Doze Tábuas (450 a.C.) assegurou aos plebeus
o acesso ao exercício da cidadania.

Com a queda do Império Romano e o início da Idade Média, as relações


entre o cidadão e o Estado passaram a ser controladas pela Igreja Católica
e com o Feudalismo, a vassalagem estabeleceu uma relação intensa de de-
pendência do camponês. O homem medieval nunca foi cidadão. De alguma
maneira, foram “suspensos” os princípios de cidadania.

A Revolução Francesa, que iniciou em Paris em 14 de julho de 1789, com a


Queda da Bastilha, alterou o quadro político daquele país e foi um marco na
instauração de um Estado democrático voltado para os interesses de todos
os cidadãos e um exemplo seguido por outros países. Com o início da Idade
Moderna foram introduzidos os princípios de liberdade e igualdade na busca
pela justiça e contra os privilégios.

A queda da Bastilha foi o


evento decisivo para o início da
Revolução Francesa de 1789. A
Bastilha era uma velha fortaleza
construída em 1370, utilizada
pelo regime monárquico como
prisão de criminosos comuns.
Para saber mais acesse: http://
www.infoescola.com/historia/
queda-da-bastilha/.

Figura 5.2: Obra de Eugène Delacroix representando


“Marianne” que personifica a República Francesa.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.

e-Tec Brasil 32 Ética e Cidadania


O conceito de cidadania no Estado Democrático de Direito, conforme explica
Luiz Flávio Borges d’Urso está relacionado a

“um status jurídico e político mediante o qual o cidadão adquire direi-


tos civis, políticos e sociais; e deveres (pagar impostos, votar, cumprir
as leis) relativos a uma coletividade política, além da possibilidade de
participar na vida coletiva do Estado. Esta possibilidade surge do prin-
cípio democrático da soberania popular.”

Disponível em: <http://www.oabsp.org.br/palavra_presidente/2005/88/>.


Acesso em: 04 dez. 2011.

Assim, participar ativamente da condução da gestão pública faz parte do


exercício pleno da cidadania importando não somente em apontar as melho-
rias a serem realizadas, mas também em atuar na direção de sua realização.

A inclusão política se faz por meio do exercício pleno da cidadania o que é


reforçado pela colocação de Dalmo de Abreu Dallari (1998, p. 14),

“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a pos-


sibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo.
Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social
e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade den-
tro do grupo social”.

Observe que as palavras de Dallari (1998) indicam que “participar ativamen-


te da vida e do governo” é um direito do povo. Você tem exercido este
direito, em seu município? No Brasil, a Constituição de 1988 foi um marco Para relembrar o que foi o
na conquista do povo pelo seu direito a participar da tomada de decisões no Impeachment do Presidente
Fernando Collor de Mello leia
país. No dia 27 de julho de 88, em que foi promulgada a nova Constituição, a reportagem disponível em:
http://g1.globo.com/politica/
Ulysses Guimarães disse: noticia/2012/09/impeachment-
de-collor-faz-20-anos-relembre-
fatos-que-levaram-queda.html.
“essa será a Constituição cidadã, porque recuperará como cidadãos
milhões de brasileiros, vítimas da pior das discriminações: a miséria”.
“Cidadão é o usuário de bens e serviços do desenvolvimento. Isso hoje
não acontece com milhões de brasileiros, segregados nos guetos da
perseguição social”.

Aula 5 – A conduta cidadã 33 e-Tec Brasil


Movimentos populares como a Ação Ci-
dadania Contra a Miséria e pela Vida, li-
derado por Betinho e a ação dos “caras
pintadas” que incentivou o impeachment
do Presidente Fernando Collor de Mello
são exemplos do exercício destes direitos.

Figura 5.3: logotipo do movimento


liderado por Betinho.
Fonte: http://www.acaodacidadania.com.br

Outro exemplo é o recolhimento correto dos impostos que deve ser feito por
todos os cidadãos da mesma maneira que devem contribuir para a manuten-
ção da segurança e do patrimônio público. Considerando estes exemplos,
você diria que temos exercido a cidadania de maneira plena?

Vale também ressaltar que a cidadania empresarial é também uma maneira


de as organizações cumprirem com seus deveres ao mesmo tempo em que
A Declaração dos Direitos usufruem de seus direitos na relação com os públicos que de alguma manei-
Humanos que se encontra
na íntegra no link http:// ra são impactados por suas atividades. A cidadania empresarial está presente
www.onu-brasil.org.br/ quando uma organização oferece aos seus funcionários mais do que prevê
documentos_direitoshumanos.
php, foi proposta pela ONU – a lei, como no caso de berçário, creche, assistência médica extensiva a fa-
Organização das Nações Unidas
e assinada por todos os Estados miliares, integração de pessoas com deficiência ao ambiente de trabalho e
Membros garantindo “a todos promoção de seu relacionamento saudável com os colegas, etc. Este é um
os membros da família humana
e de seus direitos iguais e termo que tem sido cada vez mais utilizado no Brasil desde que o Instituto
inalienáveis é o fundamento
da liberdade, da justiça
Ethos de Responsabilidade Social iniciou suas atividades, em 1998, estimu-
e da paz no mundo”. lando o investimento em projetos sociais e ambientais pela iniciativa privada.

Resumo
Nesta aula, vimos que o conceito de cidadania evoluiu desde a Roma e a
Grécia Antigas até os dias de hoje, mudando ao longo do tempo face aos
novos cenários políticos que se apresentavam. Durante o Feudalismo, vimos
que os princípios relacionados à cidadania ficaram “suspensos” com a insta-
lação de relações de dependência entre o homem e o Estado que passava a
ser controlado pela Igreja Católica.

Atividades de aprendizagem
• Observe a conduta das pessoas que você conhece (a sua própria, inclusi-
ve!) e analise se todos estão praticando plenamente a cidadania no senti-
do de exercer o direito à gestão pública seja de seu município, seu estado
ou do nosso país.

e-Tec Brasil 34 Ética e Cidadania


Aula 6 – C
 idadãos: direitos
e deveres cotidianos

Nesta aula, vamos refletir sobre o exercício cidadão face à ad-


ministração pública. Vamos também discutir o conhecido “jei-
tinho brasileiro” de se resolver as situações delicadas.

Há aqueles que afirmam que se trata de um traço cultural do povo brasileiro,


enquanto outros defendem a afirmação de que se trata de pura falta de ética
mascarada pela culturalidade. Vamos conhecer o que alguns pesquisadores
dizem a respeito e refletir sobre seus ensinamentos, comparando-os com o
que vemos no nosso cotidiano.

6.1 Cidadão ou consumidor do governo?


Em seu artigo, Mintzberg (1998, p. 151), retoma o questionamento feito
por Tom Peters sobre a máxima que conhecemos: “o direito de uma pessoa
termina quando começa o direito da outra”. Leia atentamente o trecho do
artigo de Mintzberg:

“Eu não quero, diz Tom Peters, um burocrata da prefeitura me criando


dificuldades. Eu quero tratamento apropriado, rápido,eficaz e profis-
sional. Mas o que acontece se meu vizinho quiser uma permissão para
aumentar a casa dele, fazendo sombra sobre a minha?Quem é o clien-
te da prefeitura neste caso?” MINTZBERG, 1998.

Você sabia?

Henry Mintzberg (nascido nos EUA em 1939) é reconhecido mundial-


mente como uma referência nas áreas de estratégia e gestão de negócios.
Mintzberg afirma que o gestor gerencia os negócios em três níveis: ação,
informação e pessoas.

Thomas Peters (nascido em 1942/EUA) é uma referência mundial na ges-


tão de negócios. “Destruição Criativa” e “Descontinuidade” são temas
que ele aborda alertando para a gestão nociva da manutenção de antigos
paradigmas.

35 e-Tec Brasil
Com base no que vimos até agora, vale lembrar Matias-Pereira (2010, p. 37)
quando indica que o conceito de cliente pode ser ampliado quando se fala
em administração pública “considerando o cidadão como um cliente que
recebe serviços ao mesmo tempo em que se concebe a organização como
um sistema integrado de provedores internos e externos”.

Observe como temos aqui afirmações que se complementam: o cidadão


pode ser visto como um consumidor na medida em que interage com a
gestão pública como provedor externo de informações, recolhimento de tri-
butos, conservação de patrimônio público, etc. Vale aqui ressaltar que na
iniciativa privada, as organizações cada vez mais têm envolvido os consumi-
dores no desenvolvimento e aperfeiçoamento de seus produtos e serviços.

Também as organizações têm sido cobradas pela sociedade pelo exercício


da “cidadania empresarial” ou seja, seu comprometimento com a gestão do
que é público por meio de parcerias estratégicas. O exercício da cidadania
empresarial não se limita ao recolhimento de tributos, é mais amplo do que
isso. São exemplos de cidadania empresarial: programas de inclusão social
por meio de investimento social; integração de pessoas com deficiência no
ambiente de trabalho, indo muito além do que exige a legislação; preserva-
ção meio ambiente, entre outros.

6.2 O “jeitinho” é um traço


cultural brasileiro?
O antropólogo Roberto da Matta (2009), ao discutir o tema: “O jeitinho brasi-
leiro é uma forma de corrupção?” ensina que esta forma de resolver situações
Leia o artigo “Você tem difíceis contando com a benevolência dos outros poderia ser mundial, não
cultura?” escrito por Roberto da
Matta e disponível no link http:// fosse em países como a Alemanha ou Suíça onde impera a rigidez no cum-
www.arq.ufsc.br/urbanismo5/ primento das normas. Para este autor, o mesmo “jeitinho” que facilita a vida
artigos/artigos_mr.pdf
Acesso em: 21 dez. 2012. no cotidiano também coloca o brasileiro acima da lei: “o jeitinho se confunde
Compreenda a reflexão que o com corrupção porque desiguala o que deveria ser tratado com igualdade”.
autor faz sobre “o agir cultural”
brasileiro de dizer
que não tem cultura.
Para da Matta, há uma questão sociológica envolvida no “jeitinho” que es-
tabelece uma relação ruim com a norma estabelecida para todos. O cidadão
exige o cumprimento da lei pelo político que ocupa um cargo público, mas
por outro lado, pede a um parente que faça “vista grossa” sobre um tributo
não recolhido. Como lidar com a ética nesta situação? Como dizer que o
representante do povo foi antiético e precisa ter seus direitos políticos cassa-
dos se o próprio cidadão transgride a lei.

e-Tec Brasil 36 Ética e Cidadania


Resumo
Aprendemos nesta aula, que a relação entre os cidadãos e o governo precisa
ser muito mais intensa do que o mero recolhimento de tributos e sua apli- Subterfúgio: pretexto
para evitar uma dificuldade.
cação na área pública. A participação do cidadão na gestão faz a diferença Fonte: http://michaelis.uol.
entre ser apenas consumidor e ser cidadão atuante na gestão pública. Vimos com.br/moderno/portugues/
index.php?lingua=portugues-
também que o “jeitinho brasileiro” é uma maneira que encontramos de portugues&palavra=
subterf%FAgio
resolver situações difíceis usando subterfúgios ou contando com a bene-
volência dos outros.

Atividades de aprendizagem
• Discuta com seus colegas as seguintes colocações: Al Gore quando era
vice-presidente dos EUA afirmou que o povo americano é consumidor
do governo; Henry Mintzberg se diz mais do que mero consumidor do
governo. Qual sua percepção sobre estas duas colocações? O que dizem
seus colegas a respeito?

Anotações

Aula 6 – Cidadãos: direitos e deveres cotidianos 37 e-Tec Brasil


Aula 7 – Ética profissional

Nesta aula, veremos o conceito de profissão e as virtudes que


seu exercício exige.

Discutiremos a relação entre a habilidade técnica no exercício da profissão e


a prática das virtudes universais que permeiam as profissões.

7.1 O que é profissão?


O “exercício habitual de uma tarefa, a serviço de outras pessoas” é o concei-
to que Sá (2009, p. 155) atribui à profissão. Os benefícios, tanto para quem
desempenha esta tarefa como para quem é beneficiado por sua execução
também integram este conceito.

Figura 7.1: Profissões.


Fonte: IFPR 2013.

39 e-Tec Brasil
A ética, para Sá (2009) ,permeia o exercício da profissão na medida em que a
conduta profissional condizente com a moral e a regulação feita pela lei ga-
rantem benefícios para os profissionais, a categoria à qual pertencem e para
a sociedade. Vale aqui ressaltar que a conduta ética universal independe das
culturas cujos costumes são diferenciados, ou seja, o zelo, a honestidade,
e a competência são virtudes desejadas em qualquer exercício profissional
independente da área de atuação ou cultura em que for desenvolvido. Uma
frase de Sá (2009, p. 164) é significativa: “A profissão não deve ser um meio,
apenas de ganhar a vida, mas de ganhar pela vida que ela proporciona, re-
presentando um propósito de fé”.

7.2 Virtudes exigidas


na conduta profissional
Para o exercício de uma profissão, habilidades técnicas são exigidas. A per-
gunta que coloco para sua reflexão é: somente habilidades técnicas são su-
ficientes para que seja virtuoso o exercício de uma profissão? Na matéria
publicada na edição especial “Veja na História”, observa-se que durante a
Segunda Guerra Mundial, médicos nazistas utilizaram as técnicas da pro-
fissão para uma determinada finalidade que inclui pesquisas. Não é preciso
dizer que tais práticas foram e continuam sendo condenadas pela ausência
absoluta de respeito à dignidade humana, virtude necessária à prática de
qualquer profissão. Sei que o exemplo é extremo, mas coloco aqui para que
não nos esqueçamos que a prática de nossas profissões requer acima de
tudo o exercício da moral e da ética colocando em prática as virtudes univer-
sais que permeiam os relacionamentos, em nossa sociedade.

7.3 Código de ética de uma profissão


Em seu livro, Sá (2009, p. 152) ensina que “a profissão pode enobrecer pela
ação correta e competente, pode também ensejar a desmoralização, através
Leia a matéria publicada na da conduta inconveniente, com a quebra de princípios éticos.” Ao pertencer
edição especial Veja na História,
disponível no link http://veja. a uma classe profissional, qualquer que seja sua natureza, o indivíduo assu-
abril.com.br/especiais_online/ me um compromisso com a sociedade e com os colegas de profissão. O que
segunda_guerra/edicao006/
sub2.shtml dizer de um médico ou um enfermeiro que negligencia os cuidados com um
Acesso em: 22 jan. 2012. paciente? E um professor que desrespeita um aluno? Veja os políticos! Te-
Reflita sobre exemplos de outras
atuações profissionais em que mos aqueles que se dedicam ao exercício da representação popular e aque-
somente o domínio da técnica
não é suficiente para garantir a les citados negativamente pela mídia. Observe como existe uma tendência a
conduta ética do profissional. generalizar a atuação profissional, fazendo referências negativas ou positivas
a uma classe profissional apenas pela observação de um ou de alguns indiví-
duos cuja ética é questionável pela sociedade.

e-Tec Brasil 40 Ética e Cidadania


Resumo
Aprendemos, nesta aula, que o conceito de profissão envolve a prática ha-
bitual de uma tarefa e pressupõe a conduta ética do profissional que a de-
senvolve. Virtudes como zelo, honestidade, e competência são inerentes ao
exercício de qualquer profissão independente do país e da cultura onde for
colocada em prática.

Atividades de aprendizagem
• Discuta com seus colegas o seguinte tema: em que medida a ampliação
do conhecimento de um profissional para além das habilidades técnicas
contribui para sua conduta ética?

Anotações

Aula 7 – Ética profissional 41 e-Tec Brasil


Aula 8 – Código de ética

Nesta aula, vamos falar sobre o código de ética empresarial e


profissional e para finalizar, abordaremos o código de ética do
técnico em segurança do trabalho.

Inicialmente, vamos compreender o que tem motivado as organizações a re-


digirem, publicarem e disseminarem um código de ética para os públicos com
os quais se relaciona. Na sequência, discutiremos uma metodologia de pro-
dução do código de ética envolvendo os funcionários de uma organização.

8.1 C
 ódigo de ética
empresarial e profissional
O que é um código de ética? ARRUDA (2006, p. 526) ensina que se trata
de um documento cujo objetivo é “nortear condutas, mas procedimentos
específicos devem constar de normas, manuais ou políticas definidas concre-
tamente para cada setor ou atividade”.

O código de ética, segundo Patrus-Pena e Castro (2010, p. 48) representa a


“oportunidade de a empresa manifestar os valores básicos que pautam sua
conduta no mundo dos negócios e na relação com a sociedade”.

Desde que o Instituto Ethos iniciou suas atividades no Brasil, em 1998, as


organizações têm discutido o tema da responsabilidade social cujo conceito
volta-se para a gestão do negócio de maneira ética e transparente com os
públicos com os quais se relaciona, pautando-se no desenvolvimento susten-
tável, caminho para sua sustentabilidade.

Com a evolução das discussões sobre este tema, observa-se que as organiza-
ções cada vez mais têm adotado o código de ética como uma ferramenta de
orientação de conduta das pessoas que nelas trabalham. Lembre-se que já
falamos que não existem empresas éticas, mas pessoas éticas que trabalham
nas empresas. As decisões destas pessoas no cotidiano da gestão do negócio
constrói a reputação tanto da organização como dos próprios profissionais
tomadores de decisão.

43 e-Tec Brasil
No sentido de orientar a atuação dos profissionais no sentido da conduta éti-
ca, zelando pela reputação da categoria, é redigido e divulgado o código de
ética da profissão. De quantos casos você já tomou conhecimento por meio da
mídia sobre médicos, por exemplo, que tiveram cassado seu registro no con-
selho da profissão devido à sua conduta antiética? Leia a reportagem sobre a
médica do Hospital Evangélico de Curitiba. Disponível em: http://g1.globo.
com/jornal-hoje/noticia/2013/02/hospital-evangelico-de-curitiba-afas-
ta-47-funcionarios-da-uti.html e faça também outras pesquisas.

8.2 Como se elabora um


código de ética empresarial
Se um código de ética orienta a conduta dos profissionais de uma orga-
nização, então, para que seja efetivo é preciso que eles participem de sua
elaboração. Algumas sugestões são feitas por ARANTES (2011, p. 143) para
que este processo seja inclusivo e educativo. Sugiro que sejam seguidas as
seguintes etapas na produção de um código de ética empresarial:

1. Organizar reuniões de trabalho no formato de oficinas.

2. Selecionar representantes de todas as áreas da organização para partici-


par das reuniões.

3. Iniciar com a explicação sobre os objetivos do trabalho que será realizado.

4. Propor uma discussão inicial sobre o entendimento de cada participante


sobre os conceitos: ética, moral, cidadania, valores, entre outros.

5. Levantar as situações vividas pelos participantes que exemplifiquem con-


dutas éticas e antiéticas.

6. Discutir a necessidade de normas para o convívio harmonioso e produtivo.

7. Conhecer códigos de ética de outras organizações.

8. Iniciar a elaboração do código de ética da organização utilizando como


base os conhecimentos adquiridos.

9. Apresentar para a alta direção e validar o conteúdo.

e-Tec Brasil 44 Ética e Cidadania


10. Organizar reuniões com todos os funcionários divididos por área para apre-
sentação da íntegra do código elaborado e aprovado pela alta direção.

11. Entregar o código de ética a cada um dos funcionários com protocolo.

12. Enviar o código de ética para os demais públicos com os quais a organi-
zação se relaciona: fornecedores, principais clientes, governo, parceiros
estratégicos.

13. Disponibilizar o texto do código de ética no website da organização.

14. Disponibilizar um canal de denúncias para condutas antiéticas.

15. Organizar um comitê de ética que avalie as denúncias, dê retorno àque-


les que se identificaram e acompanhe a aplicação do código de ética na
organização.

16. Tornar público os nomes dos participantes do comitê de ética.

Resumo
Aprendemos. nesta aula, que a conduta de um profissional causa impacto
sobre sua própria reputação assim como sobre a reputação da organização
onde ele trabalha e sobre a categoria à qual ele pertence. Vimos que para Conheça o conteúdo do Código
de Ética e Disciplina da OAB
ser efetivo, é preciso que o código de ética de uma organização tenha cunho no link www.oab.org.br/
educativo e seja elaborado com a participação de representantes de todas as Content/pdf/LegislacaoOab/
codigodeetica.pdf
áreas. Conhecemos também os movimentos que a Federação dos Técnicos Acesso em: 14 maio 2013.
em Segurança no Trabalho estão fazendo para que o profissional da área
tenha aprovado o código de ética de sua profissão.

Atividades de aprendizagem
• Pesquise o código de ética da organização em que você trabalha. Você já
o conhecia? Procure saber como ele foi construído e divulgado e se todos
os funcionários têm conhecimento de seu conteúdo, além de seguir aquilo
que nele está indicado. O que você mudaria no texto do código de sua
organização? Caso ela ainda não tenha, reflita sobre a possibilidade de pro-
por uma discussão sobre a ética e os outros temas tratados em nossas aulas.

Aula 8 – Código de ética 45 e-Tec Brasil


Aula 9 – G
 estão da reputação
do profissional

Nesta aula, vamos discutir os impactos causados pela conduta


sobre a reputação de um profissional.

Abordaremos o quanto a exposição dos profissionais nas redes sociais pode


causar impactos positivos e negativos sobre a reputação de um profissional.

9.1 A
 ética, a reputação e a
imagem do profissional
O patrimônio de um profissional é constituído também da percepção que se
tem dele, de suas decisões na vida pessoal e de sua conduta na organização
com os colegas e na sua relação com o trabalho. Em sua obra, Sá (2010) re-
força o valor do código de ética da profissão no sentido de preservar o nome
profissional que causa impactos em toda categoria.

Ao tratar as condutas antiéticas do ser humano, Sá (2010, p. 153) reforça


a importância de se preservar a imagem pessoal e profissional que faz por
merecer a confiança da sociedade e das organizações. “O que se faz du-
rante toda uma vida, em poucos dias pode desmoronar, diante dos efeitos
malévolos da ação dos caluniadores, traidores, difamadores, chantagistas e
intrigantes” diz Sá (2010, p. 153). Energia e inteligência são necessárias para
que possamos nos contrapor aos resultados das ações que buscam destruir
uma imagem positiva, seja ela pessoal ou profissional.

9.2 Direito de uso de imagem


Pessoas que constroem ao longo de suas vidas uma imagem tão positiva
que acabam se tornando uma celebridade precisam cuidar para que dela
não se faça uso indevido ou sem autorização. Campanhas de comunicação
frequentemente utilizam a imagem de atletas, atores, entre outros para en-
dossar produtos ou serviços de organizações de diferentes segmentos.

A imagem de um profissional é um assunto tão sério que a normatização de


seu uso é feita pela legislação. A lei 9.610 de 19/02/1998 cuja íntegra está
disponível no link http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm,
acesso em: 05 fev. 2012, dispõe sobre direitos autorais.

47 e-Tec Brasil
Vale aqui ressaltar que também fazem parte desta discussão o direito ao
desenvolvimento de um produto, serviço, autoria de textos ou produções
culturais, entre outros. O INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial é
o órgão que regula os registros de patentes neste campo. Quando patentes
são registradas e seus produtos tornados públicos qualquer utilização sem
autorização prévia ou fazendo a devida referência é punida pela lei.

Da mesma maneira, textos acadêmicos devem fazer referência aos seus au-
tores originais, como fontes de referência. Veja o exemplo deste livro. Inúme-
Leia no link http://www. ros autores são citados, suas referências estão no texto e ao final desta obra.
jornaldocampus.usp.br/index.
php/2011/03/professor- Assim, quando fazemos trabalhos acadêmicos, devemos seguir as normas
demitido-responsabiliza-aluna- da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas que oferecem as diretri-
por-plagio, acesso em: 06 fev.
2012, a matéria sobre uma zes para as instituições de ensino, como a nossa, e seus alunos. Observe que
caso de apropriação indevida
de trechos de obras
o Manual de Normas para a Redação de Trabalhos Acadêmicos do IFPR está
publicadas onde os nomes das à sua disposição, em nosso portal.
pessoas envolvidas foram
também publicados.
Fica altamente prejudicada a imagem daquele que se apropria de trechos de
obras já publicadas, sem fazer a devida referência, conforme orienta a ABNT.

Para refletir

A matéria intitulada “Reputação on-


-line: como cuidar da sua imagem na
internet” que você lê a seguir aborda
um tema muito atual voltado para o
acesso ilimitado que todos têm sobre
todas as pessoas, apenas digitando
seus nomes num site de pesquisa, na
internet. Você já teve sua privacidade
invadida pela internet? Até que ponto
considera benéfica a participação em Figura 9.1: Imagem em foco.
redes sociais como Orkut, Facebook e Fonte: IFPR 2013.
outros sites de relacionamento, e de que maneira esta exposição pode preju-
dicar um profissional? Que atitudes você adota para se prevenir de situações
indesejáveis que possam afetar sua imagem como profissional?

e-Tec Brasil 48 Ética e Cidadania


Reputação on-line: como cuidar de sua imagem na internet

Atenção, você está sendo “googlado”. Qualquer pessoa com conexão à


internet pode ter acesso à informações básicas sobre outra em uma sim-
ples busca em sites, por exemplo, o Google. Inclusive o atual chefe e um
futuro empregador.

Monitorar a imagem e ter certos cuidados antes de se expor nas redes so-
ciais e sites não é uma tarefa impossível. “Ninguém enviaria um currículo
impresso com uma foto de biquíni anexada para tentar uma nova opor-
tunidade de emprego. A necessidade de etiqueta pessoal e profissional
ocorre em qualquer contexto e é apenas mais evidente na internet”, diz
Ana Paula Zacharias, sócia-diretora da Hunter Consulting Group.

Vamos fazer um teste?

1. Pesquise o seu nome:

Observe o que as outras pessoas podem descobrir sobre você e veja se


há textos e fotos comprometedores ou indesejáveis a seu respeito. Muita
gente com blog pessoal e sites de fotos como Flickr ou Fotolog pode se Postagens= Pôr-se,
colocar-se. Fonte: http://
esquecer de postagens antigas e até com opiniões que já não condizem michaelis.uol.com.br/
com a sua, mas que podem comprometer na busca por um emprego. moderno/portugues/index.
php?lingua=portugues-
portugues&palavra=postar
Caso o seu nome seja comum ou não apareça nos primeiros resultados,
o escreva entre aspas e veja o que é listado com o nome completo e as
variações possíveis dele. O uso de palavras-chave, como o atual emprega-
dor ou cidade, acompanhadas do nome também ajudam a potencializar
a pesquisa. Altere as configurações de privacidade das redes sociais que
aparecem nos resultados ou delete o conteúdo indesejado. Se o resultado
não puder ser removido, pode ser necessário buscar ajuda especializada.

2. Não adianta se esconder.

Quem prefere não ter conta em redes sociais ou se esconder atrás de ape-
lidos corre outro risco: perder oportunidades. “A escolha de não se expor
deixa o profissional sem visibilidade diante da busca de um recrutador.
Não estar na rede hoje pode ser grave e significar desatualização, princi-
palmente para algumas carreiras”, explica Ana Paula.

Aula 9 – Gestão da reputação do profissional 49 e-Tec Brasil


Redes sociais como LinkedIn e o Facebook, se usadas corretamente, po-
dem turbinar a carreira e ser vitrine do seu trabalho. Usá-las a seu favor
conta pontos e pode ser determinante na busca por um emprego ou no
crescimento profissional.

3. O que um recrutador pode procurar?

Em um processo de seleção, por que o recrutador busca os profissionais


na internet antes de decidir se a entrevista de emprego será oferecida?
Usar o Google ou procurar informações nas redes sociais fornecem, de
antemão, dados sobre o perfil da pessoa, que poderá ser o desejado pela
empresa ou não.

Opiniões polêmicas, fotos comprometedoras ou falta de credibilidade po-


dem afetar o julgamento do profissional, mas um recrutador espera sem-
pre encontrar pontos favoráveis sobre o candidato.

“O selecionador quer ter acesso a informações pessoais do candidato,


mas deve entender que um profissional pode se expor na rede diferente-
mente da forma como conduz a vida profissional”, diz Ana Paula.

4. Qual imagem virtual agrada empregadores?

Informações sobre envolvimento em atividades e pessoas relacionadas à


função exercida pelo profissional contam a favor. “É importante que o
profissional seja verdadeiro e ativo nas redes sociais, mostrando uma ima-
gem que condiz com o histórico profissional”, diz Ana Paula.

5. Como melhorar a reputação on-line?

Publique boas informações a seu respeito na internet. Quem possui contas


de blogs, Twitter, Facebook e LinkedIn, entre os principais, pode usar a ati-
vidade online a seu favor. Poste opiniões e textos que condizem com a sua
profissão e use uma linguagem adequada.

Dê uma checada às vezes nas buscas a seu respeito, inclusive nos fóruns de
discussão da web, para não escorregar diante da liberdade de expressão.

e-Tec Brasil 50 Ética e Cidadania


Fique atento ainda às configurações de privacidade das suas redes sociais.
Se for preciso, crie um perfil profissional no Facebook, por exemplo, e
Leia a íntegra da palestra
mantenha o seu pessoal com configuração para não aparecer em buscas. proferida pelo jurista brasileiro
“O cuidado sempre tem que existir porque o que você publica pode estar Dalmo de Abreu Dallari sobre
Ética, disponível no link https://
acessível, mas uma exposição condizente com o seu objetivo pode dar gestao.dnit.gov.br/institucional/
comissao-de-etica/artigos-e-
bons resultados”, aconselha Ana Paula. publicacoes/publicacoes/Etica-
Dalmo%20de%20Abreu%20
Fonte: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/reputacao-online-veja-como-cuidar-da-sua-imagem-na-internet Dallari.pdf
Acesso em: 24 abr. 2011. Quais
pontos chamaram sua atenção
no texto? Reflita e discuta com
Resumo seus amigos.
Nesta aula, vimos que a imagem de um indivíduo é elemento fundamental no
patrimônio de uma pessoa e de um profissional. Pessoas, profissionais e orga-
nizações constroem imagens positivas sustentadas por ações que beneficiam
a sociedade. Indivíduos cuja imagem está associada à ética e à retidão de ca-
ráter são frequentemente citados como exemplos para a sociedade. A legis-
lação prevê normas específicas para o uso de imagem e deve ser respeitada.

Atividades de aprendizagem
• Faça uma revisão dos perfis que você disponibiliza nas redes sociais. Veja
também as fotos que você publicou. Reflita sobre o impacto que estas
informações pode ter sobre sua reputação como indivíduo e como profis-
sional. Você acredita que é necessário alterar seu perfil nas redes sociais?
Discuta com seus colegas e acompanhe suas reflexões sobre este tema.

Aula 9 – Gestão da reputação do profissional 51 e-Tec Brasil


Aula 10 – Ética
 na administração
e gestão

Nesta aula, discutiremos a tomada de decisão dos gestores de


uma organização com base em suas habilidades.

Você conhecerá as habilidades necessárias para um profissional atuar na ges-


tão e vamos refletir sobre a atuação profissional do técnico em segurança de
trabalho no contexto organizacional.

10.1 Habilidades para a administração


Uma organização tem três níveis para sua gestão: estratégico, ocupado pela
presidência e diretoria; tático, ocupado pela gerência; e operacional, ocupado
por todos aqueles que não estão nos dois primeiros níveis. Vale aqui lembrar
que quando falamos em nível operacional, não estamos nos referindo apenas
às pessoas que trabalham na indústria, operando máquinas, mas também
aos supervisores, coordenadores, analistas, estagiários, etc.

Em todos estes níveis, é necessário que o profissional domine habilidades que


estão demonstradas na Figura 10.1:

Figura 10.1: As habilidades de um administrador.


Fonte: Chiavenato (2003).

Observe que as habilidades técnicas são mais específicas do nível operacio-


nal, o que não significa dizer que os demais níveis não precisem ter domínio
sobre questões técnicas envolvidas nos processo. Eles precisam, mas numa

53 e-Tec Brasil
intensidade menor. Chiavenato (2003), denomina de “intermediário” ou ”tá-
tico” o nível em que estão os gerentes cuja visão do negócio (habilidades
Urbanidade: qualidade do conceituais) deve ser mais intensa do que o domínio de habilidades técnicas.
que é urbano; civilidade. Fonte:
http://michaelis.uol.com.br/ Quanto ao nível estratégico, observa-se pela figura 10.1 que as habilidades
moderno/portugues/index. conceituais são ainda mais requisitadas (CHIAVENATO, 2003; RIBEIRO, 2009).
php?lingua=portugues-
portugues&palavra=urbanidade.
Observe, contudo que o relacionamento humano é fundamental na gestão
de um negócio e isto fica claro na figura 10.1, pois as habilidades humanas
aparecem com a mesma intensidade nos três níveis de uma organização.

O exercício da profissão com urbanidade, independente do nível em que


o profissional se encontra é fundamental para que se forme um ambiente
Para saber mais sobre as saudável de trabalho em que os profissionais complementem sua formação
mudanças do perfil do
trabalhador acesse: técnica e sua visão sobre o negócio em que estão atuando.
http://www.mte.gov.br/fisca_
trab/inclusao/lei_cotas_2.asp
e http://www.procon.sp.gov.br/
categoria.asp?id=680
Acesso em: 05 fev. 2012.
10.2 Mudanças na natureza do trabalho e
a necessidade do desenvolvimento
No link http://www.ufrgs.br/ de novas habilidades de gestão
bioetica/eticprof.htm, acesso Montana e Charnov (2010, p. 468) chamam nossa atenção para as mu-
em: 17 maio 201,3 você
encontra reflexões sobre a ética danças ocorridas na natureza do trabalho, ao longo do tempo. Conforme
profissional e suas relações
sociais, propostas por Rosana
indicam estes autores, em 1979, o maior número de trabalhadores ocupava
Soibelmann Glock e José a função de balconista, posição anteriormente ocupada pelo operário e, an-
Roberto Goldim. Neste texto,
são discutidos temas como a tes deste, pelo agricultor. A mudança estrutural do mundo dos negócios da
ética da ação voluntária com fabricação para o processamento de informações. Neste contexto, Montana
uma perspectiva que vai fazê-lo
pensar. e Charnov (2010, p. 468) indicam que funções no campo da informação
Acesse os links:
tiveram um notável crescimento de 1980 a 1995, passando de uma porcen-
http://www.mte.gov.br/fisca_ tagem de 17% para 65% da força de trabalho e aumentando significativa-
trab/inclusao/lei_cotas_2.asp
e http://www.procon.sp.gov.br/ mente com o acesso à internet.
categoria.asp?id=680
Acesso em: 17 maio 2013. E
conheça a legislação voltada O perfil do trabalhador tem mudado, exigindo dos profissionais o desen-
para as pessoas com deficiência.
Reflita sobre a atuação do
volvimento de novos conhecimentos, habilidades e atitudes. Trabalhadores
técnico em segurança do idosos têm sido cada vez mais percebidos no mercado de trabalho da mesma
trabalho para proporcionar
às pessoas com deficiência maneira que a mudança de valores sociais abriram espaço para a entrada das
condições adequadas para mulheres na força de trabalho. Pessoas com deficiência também compõem
o desenvolvimento de suas
funções, nas organizações. uma força de trabalho cuja atuação é regulada pela legislação.

e-Tec Brasil 54 Ética e Cidadania


Resumo
Nesta aula, vimos que numa organização há três níveis nos quais se distri-
buem os profissionais: estratégico (alta direção); tático (gerência); e opera-
cional (demais funcionários) e que a cada um cabem habilidades conceituais
e técnicas em mais ou menos intensidade. Vimos também que habilidades
humanas são fundamentais para os profissionais nos três níveis para garantir
um ambiente saudável no trabalho. A mudança na força de trabalho das
organizações tem exigido dos profissionais o desenvolvimento de conheci-
mentos, habilidades e atitudes

Atividades de aprendizagem
• Faça uma avaliação sobre suas habilidades e verifique se você tem mais
habilidades conceituais do que técnicas. Veja também se você tem desen-
volvido habilidades humanas de maneira a promover um relacionamento
profissional que garanta um ambiente de trabalho saudável com aqueles
que o cercam.

Aula 10 – Ética na administração e gestão 55 e-Tec Brasil


Aula 11 – Q
 uestões éticas envolvidas
nos relacionamentos
interpessoais no trabalho

Nesta aula, vamos discutir o processo de comunicação que


permeia as relações interpessoais na organização e os ruídos
que podem ocorrer.

Inúmeras ações promovem um ambiente de trabalho saudável em que as


pessoas se relacionam preservando o respeito ao próximo, adotando um
comportamento ético em suas decisões. No cotidiano da organização, os
relacionamentos entre as pessoas são fundamentais para que o ambiente
saudável de trabalho proporcione condições favoráveis para a tomada de
decisão. São as decisões dos profissionais que garantem a imagem positiva
da organização perante o mercado, fortalecendo o relacionamento com os
consumidores ao longo do tempo como ação importante na conquista da
sustentabilidade do negócio.

11.1 O processo de comunicação


Quando estudamos o processo de comunicação, nos é apresentado um con-
ceito relacionado com o esquema que você vê na figura 11.1.

Figura 11.1: Componentes do processo de comunicação.


Fonte: elaborada pela autora.

A comunicação aparentemente é muito simples: uma mensagem é enviada


por meio de um canal por um emissor para um receptor. Este dá um retorno
(feedback) sobre seu entendimento. O problema está nos ruídos[...]ah! os Feedback: retorno de informa-
ção ou, simplesmente retorno.
ruídos de comunicação!

57 e-Tec Brasil
11.2 Ruídos de comunicação e conflitos
Na sequência, você vai conhecer algumas situações na área da comunicação
que podem gerar conflitos: comunicação com consumidores de outras cul-
Uma nova ótica nos turas; boatos; feedbacks para os membros da equipe. Observe as inúmeras
relacionamentos interpessoais”
é o título do artigo escrito possibilidades de acontecerem no cotidiano das organizações situações que
por Anderson Alberto Canfild, podem causar constrangimentos nos relacionamentos abrindo espaço para
psicólogo do trabalho. Muito
mais do que habilidade técnica, condutas impróprias, mesmo que sem intenção.
a construção de relacionamentos
no trabalho demanda uma
percepção diferenciada sobre as A gestão da atuação dos profissionais no relacionamento com outras culturas
pessoas. Leia e reflita sobre suas
próprias habilidades. Acesse é papel da liderança da equipe, contudo, cada um dos seus integrantes pre-
http://www.leituracorporativa. cisa ter bem definida a importância de um comportamento adequado a este
com.br/open.
php?pk=246&fk=83&id_ contexto. Montana e Charnov (2010, p. 453) apontam que a diferença de
ses=4&canal=23
Acesso em: 17 maio 2013.
idioma é o primeiro obstáculo ainda que se contrate tradutores para apoio na
comunicação. Gírias e expressões locais dão origem a situações que precisam
Leia o artigo publicado no link
http://www.administradores. ser administradas para não se refletirem em conflitos.
com.br/informe-se/artigos/a-
etica-do-networking/37375/,
acesso em: 17 maio 2013 Veja os exemplos apresentados por Montana e Charnov (2010, p. 453):
e reflita sobre a ética do
networking. Como administrar
um relacionamento de troca –– Nos EUA, a General Motors apresentava uma campanha de comu-
cujas normas não são escritas,
mas estão implícitas? A autora nicação em que se referia à qualidade do chassi de seus automóveis
avisa “Cuide de sua rede de com a expressão: “Body by Fisher” ou “feito por Fisher” em portu-
contatos com ética, ou será
melhor não tê-la”. Reflita guês. Esta mesma expressão na Holanda significa: “Cadáver feito por
sobre a importância de uma
rede de contatos ativa para a Fisher”.
organização de eventos. –– Numa negociação, o norte americano propôs que as discussões fos-
sem “tabled” ou “adiadas” em português. Para o inglês que estava
Leia o artigo “Reflexões sobre na mesa de negociação, esta expressão significa exatamente o con-
o relacionamento interpessoal”
disponível no link http://www. trário, ou seja, trazer para discussão.
administradores.com.br/
informe-se/artigos/reflexoes-
sobre-relacionamento- Boatos são fontes inesgotáveis de conflitos. Palavras mal utilizadas ou percep-
interpessoal/45725
Acesso em: 17 maio 2013. ções inadequadas das pessoas, falta de sigilo e predisposição em se propagar
Apesar de ser fundamental em informações não confirmadas, costumam causar situações constrangedoras
nosso cotidiano, muitas vezes
colocamos de lado nossas para todos. Você já presenciou alguma situação delicada na organização em
habilidades de relacionamento
devido à carga de atividades que que trabalha envolvendo boatos que levaram a situações conflitantes? Como
temos. Reflita sobre o quanto esta situação ocorreu e como foi resolvida?
isso é prejudicial para você e
para as pessoas com
quem você se relaciona e Outra possibilidade de ocorrência de conflitos face à comunicação inadequa-
de quem você gosta.
da se dá em função do feedback (retorno) que os trabalhadores esperam de
suas lideranças. O acompanhamento do desempenho dos funcionários parte
do princípio que critérios de avaliação foram estabelecidos previamente e
comunicados aos funcionários. Reuniões de feedback (retorno) devem ser pe-

e-Tec Brasil 58 Ética e Cidadania


riódicas entre a liderança e os liderados a fim de que os profissionais saibam
como está sendo percebido seu desempenho, os pontos fortes e aquilo que
precisa ser desenvolvido ou aprimorado. No processo de feedback a comu-
nicação é incentivada e os relacionamentos se consolidam aproximando as
pessoas entre si.

Quando isso não acontece, dúvidas são levantadas pelos trabalhadores não
somente em relação ao seu próprio desempenho, mas também em relação
à atenção que seus superiores dão ao seu trabalho. Isto pode levar à falta de
motivação e comprometimento e, como consequência, resultados negativos
inesperados.

Resumo
Nesta aula, vimos que o processo de comunicação pode apresentar ruídos
que abrem espaço para situações constrangedoras entre as pessoas, com-
prometendo seu relacionamento interpessoal. Situações como diferença de
expressões idiomáticas não são intencionais, mas podem comprometer rela-
cionamentos de negócios. Já os boatos ocorrem a partir de comportamen-
tos inadequados. Os feedbacks, quando feitos corretamente pelas lideranças
para os membros de suas equipes previnem situações delicadas ao indicar a
necessidade de desenvolvimento e aprimoramento de atitudes das pessoas
no ambiente de trabalho.

Atividades de aprendizagem
• Você já se viu diante de uma situação como a que foi ilustrada na Figura
11.2? Reflita sobre as consequências para as pessoas envolvidas nesta si-
tuação de ruídos na comunicação. Faça uma relação daquilo que poderia
ter sido feito para evitar esta situação e suas consequências.

Aula 11 – Questões éticas envolvidas nos relacionamentos interpessoais no trabalho 59 e-Tec Brasil
Aula 12 – A
 dversidades no ambiente de
trabalho e o papel da liderança

Nesta aula, vamos discutir um tema que tem sido objeto de


muitas discussões dentro e fora do ambiente de trabalho: o
assédio moral.

Vamos refletir sobre a seguinte pergunta: qual a diferença entre cobrar re-
sultados com firmeza e assediar moralmente? Falaremos sobre o conceito
de “resiliência”, termo que tem sido utilizado pelas organizações, na gestão
de pessoas.

12.1 A
 linha que separa a firmeza da
liderança e o assédio moral
Em uma organização, as lideranças são cobradas para alcançar e superar me-
tas. Você pode já ter presenciado uma situação em que o estresse tomou
conta de um líder que se viu pressionado para o alcance de resultados. A
superação destas situações faz parte do papel da liderança, assim como a
capacidade de resistência às pressões deve ser atributo de um líder. Por outro
lado, ser firme na cobrança do alcance e superação de resultados é muito
diferente de pressionar o time de trabalho! É inaceitável que líderes com o
poder de decisão extrapolem os limites impostos pela ética, assim sendo, a
legislação cuida muito bem de lhes impor a adequada punição!

12.2 R
 esiliência: suportando pressões num
ambiente de adversidades
Inicialmente, vamos compreender o que significa o termo “resiliente”. Este é
um termo utilizado na Física para designar a propriedade que alguns mate-
riais têm de suportar pressão interna ou externa. Alguns materiais retornam
ao seu estado inicial sem qualquer deformação após sofrer algum tipo de
pressão enquanto outros, modificam-se completamente. É o caso por exem-
plo de uma barra de gelo e uma barra de aço. Se você bater no gelo, ele se
quebra, podendo dissolver-se completamente, ou seja, apresenta baixíssimo
nível de resiliência porque ao se exercer uma pressão sobre ele, verifica-se
uma deformação até irreversível. O mesmo não ocorre com o aço que ao ser
pressionado com outro material apresenta pouca ou nenhuma deformação,
o que demonstra seu alto nível de resiliência.

61 e-Tec Brasil
O termo foi incorporado pelas organizações para indicar um profissional que
consegue suportar mais ou menos a pressão do cotidiano por resultados.
Observe que não se trata de aceitar todas
as situações, popularmente conhecido
como “engolir sapo” o tempo todo, mas de
ser capaz de lidar com situações difíceis,
buscando uma saída para os problemas ao
mesmo tempo em que se envolve com as
pessoas da equipe de trabalho.

No esporte, temos no Brasil alguns excelen-


tes exemplos de atletas com altíssimo nível
de resiliência, como Lars Grael que demons-
trou sua capacidade de superar obstáculos
ao recuperar-se e voltar a competir mesmo
após sofrer um acidente que o levou a am-
Figura 12.1: Lars Grael.
Fonte: ©José Cruz – ABr/Wikimedia Commons. putar uma perna.

Como diz Cobra (2004, p.12), “Temos que fazer o caminho inverso, redes-
cobrir que somos fortes e que os limites na verdade, não existem. São cria-
dos por nós e vigoram apenas em nossa cabeça.” Lars Grael não permitiu
obstáculos impondo limites em sua vida.

Piovan (2010, p.25), ensina que a pessoa resiliente segue alguns princípios:

1. Ter consciência de que é preciso conviver com as dificuldades, pois elas


existem queiramos ou não;

2. A Espiritualidade é a compreensão da natureza humana são desejáveis;

3. É preciso persistir;

4. Decisões difíceis e necessárias ocorrem em nossa vida. É preciso nos de-


dicarmos a elas com a energia necessária;

5. Sair de nossa zona de conforto, ou seja, mudar comportamentos ou ações


que estamos acostumados é condição fundamental para o crescimento;

6. São as dificuldades da vida nos permitem crescer;

e-Tec Brasil 62 Ética e Cidadania


7. Um ditado chinês fala sobre a resiliência: os chineses dizem que árvores
robustas não se curvam, mas são as primeiras a serem derrubadas por
uma tempestade. Por outro lado, o bambu se curva, se adapta ao am-
biente e sobrevive às tormentas.

Leia mais sobre “assédio


moral” no link http://www.
assediomoral.org/spip.
php?article1
Acessado em 24/04/2011.
Este texto indica outras leituras
que você pode fazer para
complementar sua busca por
este assunto, além de esclarecer
algumas questões que envolvem
este tema tão polêmico.
Figura 12.2: Árvores frondosas não se curvam como o bambu,
mas são as primeiras derrubadas durante uma tempestade.
Fonte: ©Stefan Wernli/Wikimedia Commons. ©Nitin Pai/Wikimedia Commons.

Resumo
Nesta aula, discutimos a diferença entre cobrar resultados da equipe de
trabalho e praticar assédio moral. Aprendemos que a lei impõe a devida
punição para aqueles que se valem de seu poder de decisão para assediar
moralmente funcionários. Vimos que o termo “resiliência” diz respeito à ca-
pacidade que alguns materiais têm de se manter sem qualquer deformação
mesmo após terem sofrido algum tipo de pressão. Discutimos a utilização
deste termo pelas organizações associando resiliência à capacidade que um
indivíduo tem de suportar as pressões do cotidiano organizacional.

Atividades de aprendizagem
• Faça uma avaliação sobre seu comportamento profissional e reflita sobre
o quanto você é resiliente. Você estaria disposto a assumir um cargo de
chefia, mesmo sabendo que seu antecessor precisou sair da organização
devido ao estresse causado pela pressão por resultados? Caso sua respos-
ta seja negativa, você está disposto a mudar?

Aula 12 – Adversidades no ambiente de trabalho e o papel da liderança 63 e-Tec Brasil


Aula 13 – A
 gestão da diversidade
valorizando as diferenças no
convívio social e profissional – I

Nesta aula, vamos estudar a importância da valorização desta


diversidade cujas diferenças quando somadas nos enriquecem
como indivíduos e como profissionais.

Em nosso país, temos uma grande diversidade de etnias que compõem a


beleza de nossa formação cultural. A ética nos relacionamentos inclui a per-
cepção destas diferenças, seu conhecimento e sua valorização.

13.1 A gestão da diversidade


Gerenciar a diversidade dentro de uma organização, conforme ensina Car-
valho-Freitas (2009) “surge e ganha contornos específicos no contexto do
processo de globalização e fusão das empresas e em função da pressão de
organismos internacionais ou de movimentos sociais.” Não devemos confun-
dir gestão da diversidade com ações afirmativas.

As ações afirmativas das organizações têm cunho social e voltam-se exclusi-


vamente para diminuir as distâncias entre as pessoas face às suas diferentes
maneiras de ser e perceber o mundo à sua volta. Na gestão da diversidade,
conforme reforça Carvalho-Freitas “a diversidade passa a ser vista como van-
tagem competitiva para a organização”.

Observe que nesta e nas próximas aulas, vamos tratar tanto as ações afir-
mativas do governo brasileiro como seus movimentos e os movimentos das
organizações privadas no sentido de gerenciar a diversidade.

13.2 Afrodescendentes no Brasil


Em nosso país, temos profundas influências da cultura africana razão pela
qual abordaremos neste livro a importância da valorização desta etnia, tão
presente em nosso cotidiano. As relações entre o Brasil e a África se aprofun-
dam desde que o Brasil foi descoberto e vai muito além da escravidão à qual
os negros foram submetidos, em diversos países.

As lutas africanas pela independência política, pelo desenvolvimento e pela


manutenção de sua cultura são objeto de estudo e reflexão, merecendo des-

65 e-Tec Brasil
taque face à influência dos povos daquele continente na formação cultural
brasileira. As influências africanas são percebidas nas diferentes expressões
culturais brasileiras: música, pintura, culinária, religião, entre outros.

Apesar desta profunda influência da cultura africana em nosso país, observa-


-se que as desigualdades raciais existentes no Brasil têm sido objeto de estu-
dos e movimentos sociais culminando resultados que demonstram melhorias,
sobretudo na educação, mas que, por outro lado, apresentam ainda dispari-
dades em termos de renda.

A cidadania empresarial passa pelo respeito à diversidade, pela promoção do


ambiente saudável de relacionamento de todas as pessoas, independente de
seu credo, etnia, gênero, idade, local de nascimento, maneira de pensar, etc.
Esta é uma preocupação mundial e tem merecido há alguns anos, a atenção
da Administração Pública, conforme veremos a seguir. Nas tabelas a seguir,
você observa os resultados apresentados pelo 4º Relatório Nacional de Acom-
panhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio para a relação
entre as etnias, no que diz respeito à educação, em nosso país.

Na tabela 13.1, você verifica que o perfil educacional brasileiro demonstra


uma evolução de 1992 a 2008 em relação à participação das etnias no ensino
fundamental, para pessoas entre 7 e 14 anos.

Tabela 13.1: Evolução do percentual de pessoas


no ensino fundamental no Brasil por etnia.
Ano Percentual pessoas entre 7 e 14 anos
Negros ou pardos Brancos
1992 75,3% 87,5%
2008 94,7% 95,4%

Fonte: Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – Relatório Nacional de Acompanhamento. BRASÍLIA: Ipea, 2010.
Disponível em: http://www.mds.gov.br/. Acesso em: 03 maio 2011.

Já no ensino médio brasileiro, ou seja, para pessoas entre 15 e 17 anos, o


resultado apresentado na tabela 13.2, demonstra disparidades significativas.

Tabela 13.2: Evolução do percentual de pessoas no ensino médio no Brasil por etnia.
Ano Percentual pessoas entre 15 e 17 anos
Negros ou pardos Brancos
1992 9,2% 27,1%
2008 42,2% 61%

Fonte: Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – Relatório Nacional de Acompanhamento. BRASÍLIA: Ipea, 2010. Dispo-
nível em: http://www.mds.gov.br. Acesso em: 03 maio 2011.

e-Tec Brasil 66 Ética e Cidadania


Foi verificado um alto percentual de queda da desigualdade em termos de
analfabetismo conforme mostra a Tabela 13.3.

Tabela 13.3: Queda da desigualdade no analfabetismo – por etnia.


Ano Percentual
Negros ou pardos Brancos
1992 86,8% 95,6%
2008 97,3% 98,7%

Fonte: Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – Relatório Nacional de Acompanhamento. BRASÍLIA: Ipea, 2010. Dispo-
nível em: http://www.mds.gov.br. Acesso em: 03 maio 2011.

13.3 A política de cotas no Brasil


Quando se pensa sobre a política de cotas em nosso país, é preciso levar em
conta dados que se referem aos afrodescendentes que demonstram, confor-
me pesquisa feita por Kroth e Marchiori Neto (2006) a relação entre a média Leia o texto “Diversidade:
tolerância, respeito e
de anos de estudos, a etnia e a renda média mensal do aluno brasileiro. valorização” disponível no
link http://diversidadedigital.
blogspot.com/2007/05/
O resultado desta pesquisa indica que, no Brasil, a média de anos de estudo diversidade-tolerncia-
dos brasileiros brancos é de 8,3 anos com uma renda mensal mínimo de 3,9 respeito-e.html. Acesso em: 17
maio 2013. Reflita sobre a frase:
salários mínimos enquanto que os negros e pardos têm uma média de 6 “A diversidade só tem sentido
na troca, no compartilhamento
anos de estudos com cerca de 1,9 salários mínimos de renda. Quando se cultural, e não na "preservação"
avalia em termos de localização geográfica desta população, os autores des- da diferença como peça de
museu, ou pior, como vitrine
ta pesquisa identificaram que em todo o país há uma média maior para os para consumo turístico e
brancos tanto de anos de estudos quanto de renda mensal medida por salá- cultural.” Quais manifestações
de “preservação” da diferença
rios mínimos. você conhece e qual sua opinião
a respeito?

O relatório do PNUD (2010:32) Consulte a página da SECAD


onde você encontra materiais
aponta no Brasil a introdução muito importantes sobre
Educação das Relações Étnico
do programa “Bolsa Família” Raciais e o Ensino de História e
para exemplificar o crescimento Cultura Afro-Brasileira e Africana.
http://portal.mec.gov.
do envolvimento do setor pú- br/dmdocuments/
blico no esforço para reduzir as orientacoesetnicoraciais.pdf
Acesso em: 17 maio 2013.
desigualdades, alocando de re-
Conheça a agenda afro-brasileira
cursos para pessoas cuja renda acessando o link http://www.
é menos favorecida. Além deste, agendaafrobrasileira.com.br
Acesso em: 17 maio 2013.
outros programas contribuem
para reduzir as desigualdades,
em nosso país. Dentre eles es-
tão: Luz para todos; Alfabetiza-
Figura 13.1: interior do Museu Afro Brasil:
vitrine com máscaras africanas. ção de jovens e adultos; Agricul-
Fonte: ©Dornicke/Wikimedia Commons. tura familiar; e o ProUni.

67 e-Tec Brasil
Instalado na Capital de São Paulo desde 2004, o Museu Afro Brasil apresen-
tado na figura 13.1 preserva e celebra a cultura, a memória e a história do
Brasil quando vista a partir da influência africana ao longo de tantos anos.
Localizado no Parque do Ibirapuera, num espaço de 11 mil metros quadrados
o Museu Afrobrasil expõe mais de 5 mil obras. Quando você tiver a oportuni-
dade visite este espaço cultural em São Paulo!

Resumo
Nesta aula, abordamos a relevância de se tratar com ética o tema da gestão
da diversidade nas organizações. Nosso país tem influências fortes da cultura
africana, o que nos leva à necessidade de conhecer e discutir a importância
da redução das desigualdades sociais e a promoção da valorização da cultura
africana como parte integrante de nosso cotidiano. Há leis específicas em
nosso país que garantem o acesso de pessoas com deficiência a inúmeros
serviços, bem como preserva os direitos da criança, do adolescente e do
idoso além de punir qualquer tipo de discriminação. A educação inclusiva é
um direito do cidadão.

Atividades de aprendizagem
• Reflita sobre a frase “A diversidade só tem sentido na troca, no compar-
tilhamento cultural, e não na "preservação" da diferença como peça de
museu, ou pior, como vitrine para consumo turístico e cultural.” Quais
manifestações de “preservação” da diferença você conhece e qual sua
opinião a respeito?

e-Tec Brasil 68 Ética e Cidadania


Aula 14 – A
 gestão da diversidade
valorizando as diferenças no
convívio social e profissional – II

Nesta aula, vamos abordar a inclusão de pessoas com deficiên-


cia no ambiente de trabalho.

Você vai perceber que valorizando a diversidade, promovendo o relacio-


namento saudável com todos que nos cercam e aprendendo que ter uma
deficiência – seja ela congênita ou adquirida - é sinônimo de superação e
não de limitação, servindo inclusive de exemplo para todos nós.

14.1 Exemplos de superação


Ouça as músicas maravilhosas de Ray Charles e Steve Wonder e imagine que
sua deficiência visual em nenhum momento os impossibilitou de aprender
a tocar piano e a cantar. Observe Lars Grael e Herbert Vianna e veja que a
limitação de movimentos imposta por um acidente ocorrido em suas vidas
em nenhum momento os impediu de continuar a praticar o esporte que o
consagrou ou a compor, tocar e cantar em shows no país e no exterior.

Leia a reportagem sobre


Marcos Alexandre, portador de
deficiência física, acesso em
17 maio 2013, disponível em:
http://jornalismodigital.f2j.edu.
br/2010/04/26/a-insercao-dos-
deficientes-no-mercado-de-
trabalho

Figura 14.1: Herbert Viana e Ray Charles.


Fonte: ©Dimang Kon Beu/Wikimedia Commons. ©Victor Diaz Lamich/Wikimedia Commons.

A inclusão das pessoas com deficiência tem sido promovida por organizações
do terceiro setor como o Sesi do Paraná por meio de atividades culturais e
esportivas no contexto da inclusão social além de capacitações utilizando a
modalidade educação a distância, preparando os alunos para a importância
de sua integração ao ambiente de trabalho e promovendo sua reintegração
ao meio empresarial.

69 e-Tec Brasil
14.2 A normatização brasileira garantindo
a inclusão de pessoas com deficiência
No sentido de garantir às pessoas com deficiência a proteção de que pre-
cisam para se integrar no contexto social e profissional em nosso país, a
Câmara dos Deputados, em 2010, disponibilizou no link http://bd.camara.
gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/2521/legislacao_portadores_
deficiencia_6ed.pdf?sequence=8, acesso em: 17 maio 2013, a Legislação
Brasileira sobre Pessoas Portadoras de Deficiência.

Observe que também o Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Se-


cretaria de Segurança e Saúde no Trabalho desenvolve ações que garantem
o direito das pessoas com deficiência considerando o princípio democrático
de promover junto à sociedade brasileira a conscientização da igualdade de
direitos e deveres bem como de promoção do exercício pleno da cidadania
das pessoas com deficiência, integrando-as ao processo produtivo da socie-
dade moderna.

Estes movimentos em nossa sociedade tiveram seu impulso com a Constitui-


ção Federal promulgada em 1988 que estabelece em seu artigo 37, III, que
"a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão". É neste
sentido que o empresário deve cumprir a política de cotas vigente em nosso
país, garantindo a inclusão de pessoas com deficiência e a segurança de sua
atuação profissional.

Resumo
Nesta aula, vimos que as pessoas com deficiência estão sendo cada vez mais
integradas no mundo do trabalho requerendo, portanto, atenção dos gesto-
res quanto à sua segurança na estrutura organizacional. Vimos também que
a deficiência, seja ela congênita ou adquirida, não impediu muitas pessoas
de continuar suas atividades cotidianas, profissionais, inclusive tornando-se
um exemplo de superação para todos nós.

e-Tec Brasil 70 Ética e Cidadania


Atividades de aprendizagem
• Na empresa onde você trabalho há políticas internas específicas para ofe-
recer apoio a pessoas com deficiência?

Anotações

71 e-Tec Brasil
Aula 15 – A
 segurança no trabalho para
pessoas com deficiência

Nesta aula, vamos apresentar e discutir a forma como os ges-


tores estão adequando o ambiente de trabalho para receber
as pessoas com deficiência contratadas pela organização ofe-
recendo-lhes condições adequadas e seguras para o desempe-
nho de suas funções além de qualidade de vida.

Você vai perceber que valorizando a diversidade, promovendo o relacio-


namento saudável com todos que nos cercam e aprendendo que ter uma
deficiência – seja ela congênita ou adquirida - é sinônimo de superação e
não de limitação, servindo inclusive de exemplo para todos nós.

15.1 Conceito de deficiência


Inicialmente, vale ressaltar que o conceito de deficiência está relacionado à
anormalidade completa ou parcial das funções do corpo humano que acar-
rete comprometimento das funções física, auditiva ou visual (AMIRALIAN et
al, 2009; CARVALHO-FREITAS, 2009).

Classificação da conceituação de deficiência

Deficiência: perda ou anormalidade de estrutura ou função psicológica,


fisiológica ou anatômica, temporária ou permanente. Incluem-se nessas
a ocorrência de uma anomalia, defeito ou perda de um membro, órgão,
tecido ou qualquer outra estrutura do corpo, inclusive das funções men-
tais. Representa a exteriorização de um estado patológico, refletindo um
distúrbio orgânico, uma perturbação no órgão.

Incapacidade: restrição, resultante de uma deficiência, da habilidade


para desempenhar uma atividade considerada normal para o ser huma-
no. Surge como consequência direta ou é resposta do indivíduo a uma
deficiência psicológica, física, sensorial ou outra. Representa a objetivação
da deficiência e reflete os distúrbios da própria pessoa, nas atividades e
comportamentos essenciais à vida diária.

73 e-Tec Brasil
Desvantagem: prejuízo para o indivíduo, resultante de uma deficiência
ou uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho de papéis de
acordo com a idade, sexo, fatores sociais e culturais Caracteriza-se por
uma discordância entre a capacidade individual de realização e as expec-
tativas do indivíduo ou do seu grupo social. Representa a socialização da
deficiência e relaciona-se às dificuldades nas habilidades de sobrevivência.

Fonte: AMIRALIAN et al. Rev. Saúde Pública vol.34 n.1 São Paulo Feb. 2009.

15.2 Pessoas com deficiência


no ambiente de trabalho
A Lei n. 8.213 de 1991, regulamentada em 1999, com a publicação do De-
creto n. 3.298 estabelece a reserva legal de cargos para pessoas com deficiên-
cia. Estabelece que as empresas devem contratar um determinado percentual
de pessoas com deficiência em função do número de empregados que tiver
em seu quadro, ou seja:

Tabela 15.1: Percentual de pessoas com deficiência


em função do número de funcionários.
Percentual de empregados com de-
Número de empregados no quadro
ficiência que a organização é obri-
da organização
gada a contratar
de 100 a 200 2%

de 201 a 500 3%

de 501 a 1.000 4%

de 1.001 em diante 5%

Fonte: BRASIL, ANO. Disponível em: http://www.mte.gov.br/fisca_trab/inclusao/lei_cotas.asp Acesso em: 04 mar. 2012.

No entanto, Carvalho-Freitas (2009) enfatiza que as organizações não estão


preparadas para receber pessoas com deficiência em seu quadro de funcio-
nários dadas as condições de trabalho que estes trabalhadores necessitam.
Além disso, há que se considerar ainda a satisfação que buscam e encontram
no ambiente de trabalho, fato que transcende a busca pelo desempenho e
precisa ser considerado pelas organizações em suas decisões cotidianas.

Para avaliar o nível de limitação de um trabalhador, Stephens e Hétu (1991)


sugerem que se realize entrevistas, aplique questionários ou testes. Desta
maneira, a organização pode conhecer as limitações ou incapacidades do
trabalhador reunindo subsídios para oferecer-lhe um ambiente de trabalho
seguro e saudável.

e-Tec Brasil 74 Ética e Cidadania


15.3 S
 egurança e medicina no trabalho
para pessoas com deficiência
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, para facilitar a inclusão de
pessoas com deficiência no ambiente de trabalho, a empresa pode adotar
o Programa de Gestão de Questões Relativas à Deficiência no Local de Tra-
balho incluindo-o no PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
e PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. A OIT –
Organização Internacional do Trabalho orienta as organizações nesta direção
com o objetivo de oferecer às pessoas com deficiência igualdade de acesso
e oportunidade a um ambiente seguro e saudável para seu desenvolvimento
profissional.

No que diz respeito aos aspectos ergonômicos do espaço físico, equipamen-


tos e organização do trabalho, vale ressaltar que os parâmetros a serem res-
peitados incluem: ajustes dos equipamentos; das estações de trabalho; das
tarefas a serem desempenhadas e do tempo para sua execução; e adaptação
do espaço físico.

Definições estabelecidas pela Lei n. 10.098 de 19/12/2000 para promoção


de acessibilidade de pessoas com deficiência.

A Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000, regulamentada pelo Decre-


to n. 5.296 de 2004 estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos
nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e refor-
ma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicação. Para fins
dessa Lei são estabelecidas as seguintes definições:

1. Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização,


com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos
urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de
comunicação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade
reduzida;

2. Barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o aces-


so, a liberdade de movimento e a circulação com segurança das pes-
soas, classificadas em:

75 e-Tec Brasil
• Barreiras arquitetônicas urbanísticas: as existentes nas vias públicas e
nos espaços de uso público;

• Barreiras arquitetônicas na edificação: as existentes no interior dos edi-


fícios públicos e privados;

• Barreiras arquitetônicas nos transportes: as existentes nos meios de


transporte;

• Barreiras nas comunicações: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte


ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por inter-
médio dos meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa.

Fonte: BRASIL, ANO. Disponível em: http://www.mte.gov.br/fisca_trab/inclusao/lei_cotas_10.asp


Acesso em: 04 mar. 2012.

A questão que se impõe aqui é: em que medida estes ajustes devem ser fei-
tos? Minha sugestão é que o trabalhador com deficiência seja consultado a
Leia o artigo acadêmico intitulado este respeito. Reunir e conversar com as pessoas com deficiência que atuam
“Inserção e gestão do trabalho
de pessoas com deficiência: um no ambiente de trabalho é o melhor caminho para efetuar adequadamente
estudo de caso” de autoria de os ajustes necessários para que seu desempenho profissional seja possibilita-
Maria Nivalda de Carvalho Freita
e publicado na RAC Revista de do, oferecendo-lhe um ambiente digno de trabalho.
Administração Contemporânea da
Associação da ANPAD – Associação
Nacional de Pós-Graduação e
pesquisa em Administração. O
artigo está disponível no link http:// Observe ainda que o BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-
www.scielo.br/pdf/rac/v13nspe/ mico e Social por meio do PAIS - Programa de Apoio a Investimentos Sociais
a09v13nspe.pdf,
acesso em: 17 maio 2013. de Empresas disponibiliza recursos para que as organizações realizem pro-
gramas de adaptação necessários para incluir pessoas com deficiência. Sobre
Acesse também o link
http://www.scielosp.org/ este tema, consulte o link http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/
scielo.php?pid=S0034-
89102000000100017&script=sci_ sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/inf_bndes/
arttext&tlng=ptpt e leia o inf_1203_0104.pdf
artigo acadêmico “Conceituando
deficiência” publicado na Revista
de Saúde Pública. Resumo
Nesta aula, vimos que o conceito de deficiência volta-se para a perda ou
Saiba mais sobre a Lei de Cotas
acessando o link http://www. anormalidade de estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica,
mte.gov.br/fisca_trab/inclusao/ temporária ou permanente de uma pessoa. Conhecemos a obrigatoriedade
lei_cotas.asp, acesso em:
17 maio 2013. imposta às organizações para contratação de um percentual de pessoas com
deficiência em seu quadro de trabalho. Discutimos também o caminho para
que a organização realize os ajustes necessários para receber pessoas com
deficiência em seu quadro de funcionários e vimos que o BNDES disponibili-
za financiamento para obras de adaptação.

e-Tec Brasil 76 Ética e Cidadania


Atividades de aprendizagem
• Verifique na empresa onde você trabalha quais são as medidas adotadas
para receber pessoas com deficiência. Caso elas ainda não tenham sido
discutidas ou implementadas, reflita sobre os caminhos para fazê-lo.

Anotações

77 e-Tec Brasil
Aula 16 – Interculturalidade, relações
interpessoais e a conduta
ética profissional

Nesta aula, vamos tratar do relacionamento ético pessoal e


profissional com outras culturas e seu impacto no nosso cresci-
mento pessoal e no sucesso profissional.

Vimos nas últimas aulas que, a diversidade é uma dimensão presente em


nosso país e com a qual convivemos buscando nosso aprimoramento como
indivíduos e como profissionais.

16.1 A
 influência do contexto cultural no
comportamento ético profissional
Organizações que possuem filiais ou unidades industriais no exterior inter-
nacionalizam também as normas de segurança no trabalho. Evidentemen-
te, quando se trata de implementar estas normas no Brasil, os obstáculos
enfrentados são diferentes daqueles provenientes de diferentes culturas, a
começar pelo idioma, como vimos em aulas anteriores.

Montana e Charnov (2010, p. 455) alertam para o perigo de se tentar im-


plantar normas em organizações instaladas em outros países da mesma ma-
neira que se faz no Brasil. Os autores sugerem que “a empresa também deve
procurar opiniões e conselhos locais sobre a prática dos negócios. Insistir que
todos os negócios devem ser feitos segundo o modelo do país sede leva ao
fracasso inevitável.”

16.2 A moral brasileira


Você se lembra daquela série exibida pela TV Globo: “Você decide”? Em
cada episódio, temas polêmicos eram apresentados e provocavam sérias dis-
cussões entre os telespectadores. Em um dos episódios intitulado “Cobiça”,a
situação apresentada envolvia uma secretária que recebia uma oferta irrecu-
sável para servir como “laranja” de uma empresa fictícia e de uma “conta
corrente fantasma”. A pergunta do episódio era: “Você abriria mão de seus
princípios em nome de uma vida melhor?”. Srour (2003, p. 217) traz em
sua obra os resultados obtidos pelo programa de TV: 24,3% indicaram que
a secretária deveria denunciar o caso à polícia; 27,2% sugeriram que ela
pedisse demissão e não revelasse nada a ninguém. A grande maioria: 48,5%

79 e-Tec Brasil
optaram pela conivência da secretária ao esquema que lhe foi proposto.
Ao somarmos os dois primeiros resultados, teremos uma situação de quase
“A diversidade cultural no Brasil” empate entre o “sim” e o “não”. Você acredita que se esta situação tivesse
é o título do artigo disponível no
link http://www.brasilescola. acontecido em outro país, o resultado seria diferente?
com/brasil/a-diversidade-
cultural-no-brasil.htm acesso
em: 17 maio 2013. Neste texto, Certa vez, morando fora do meu domicílio eleitoral, fui justificar o voto jun-
você encontra abordadas as tamente com um casal suíço que observou a necessidade deste procedimen-
peculiaridades culturais de nosso
país presentes em diversas to e as sanções a que o eleitor brasileiro sofre no caso do não cumprimento
regiões.
das obrigações eleitorais. Eles contaram que as eleições em seu país não
Maria Augusta Orofino seguiam o mesmo procedimento que o nosso. As pessoas simplesmente
publicou no link http://www.
mariaaugusta.com.br/categoria/ se dirigiam aos locais de votação e faziam suas escolhas num equipamento
eventos/page/3, acesso em: 17 preparado para isso digitando seu número de identificação, isso sem moni-
maio 2013 o artigo “Eventos
empresariais no exterior”. Leia toramento de ninguém. Eu (na minha santa ingenuidade!) perguntei como,
e reflita sobre os aspectos
éticos envolvidos nas questões no país dela, se evita que uma pessoa vote pela outra. Surpresa com minha
abordadas pela autora. dúvida, a mulher me respondeu com outra pergunta: “Quem faria isso?”.
Leia a matéria “Lei Seca”
disponível no link http://veja. Frequentemente me lembro desta cena e me questiono sobre a influência
abril.com.br/idade/exclusivo/
perguntas_respostas/lei_seca/ da cultura sobre nossa maneira de pensar e agir. Reflita sobre sua opinião.
index.shtml que discute os
motivos para impor um limite
para o teor alcoólico no
organismo sujeitando seus
Resumo
infratores às penalidades da Nesta aula, discutimos a influência da cultura sobre o modo de pensar e agir
legislação. Nesta matéria, você das pessoas. Apresentamos casos para reflexão sobre a opinião do brasilei-
conhece também outros países
que também adotam este ro e de uma pessoa de outra nacionalidade face a situações cujo compor-
procedimento.
tamento ético foi colocado à prova. Normas que são implementadas com
sucesso no país sede de uma organização podem não funcionar numa filial
ou numa planta industrial em outro país. As opiniões das pessoas de outras
culturas devem ser consideradas para se garantir que as normas sejam im-
plantadas e cumpridas.

Atividades de aprendizagem
• Ao ler a matéria sobre a “Lei Seca” http://veja.abril.com.br/idade/
exclusivo/perguntas_respostas/lei_seca/index.shtml) reflita sobre o
seguinte: qual a relação que você percebe entre impor uma norma para
controlar a conduta das pessoas e fiscalizar o cumprimento desta norma.
Somente impor uma lei é suficiente ou então bastaria uma fiscalização
mais rigorosa?

e-Tec Brasil 80 Ética e Cidadania


Aula 17 – É
 tica nas negociações

Nesta aula, vamos discutir que chegar ao “sim” em uma nego-


ciação nem sempre é suficiente, é preciso também considerar
a continuidade dos relacionamentos. Vamos compreender a
natureza dos conflitos e se eles precisam ser sempre evitados.

A negociação faz parte de nosso cotidiano. As trocas que fazemos com as


pessoas com quem convivemos e com o meio ambiente que nos cerca re-
quer análises constantes. As necessidades e desejos das partes envolvidas são
analisadas; as perdas e ganhos são consideradas e, muitas vezes, as emoções
entram em jogo conduzindo as negociações para o sucesso ou fracasso.

17.1 O “sim” nem sempre é o suficiente


Há situações em que os negociadores não aceitam uma determinada pessoa
no processo por saberem de sua conduta antiética, buscando sempre o fe-
chamento da negociação a qualquer preço, sem respeitar as outras partes.
Outra situação frequente é a busca pelo fechamento da negociação rapi-
damente para não dar à outra parte o tempo de que precisa para refletir.
Situações em que se está disposto a ganhar não importando se a outra parte
vai perder, reflete a falta de ética nas negociações.

Quantas vezes precisamos ceder para que a negociação chegue a bom ter-
mo, sendo boa para ambas as partes. A continuidade do relacionamento
entre aqueles que negociam facilita a aproximação e a condução de novas
rodadas de discussões sobre interesses muitas vezes divergentes.

A estratégia de atuação durante a negociação assim como a busca por infor-


mações sobre a outra parte fazem parte do processo. Condutas antiéticas,
no entanto, conduzem à desconfiança, prejudicam a negociação e sua con-
tinuidade assim como a implementação do que foi decidido.

17.2 Natureza do conflito


Quando o sistema de valores de uma pessoa é confrontado com o de ou-
tra ou então com os valores da organização, instala-se o conflito. Para al-
guns, “vale tudo no amor, na guerra e nos negócios” enquanto para outros,
deve-se preservar a conduta ética em todas as situações. Com relação aos

81 e-Tec Brasil
trabalhadores de uma organização, Montana e Charnov (2010, p. 348) en-
sinam que “quando seu senso de ética é radicalmente diferente dos valores
ancorados na cultura organizacional, experimentam conflitos internos que
podem assumir dimensões de risco de vida.” Quantas pessoas você conhece
que têm úlcera, pressão alta, insônia, problemas conjugais como extensão
dos problemas encontrados no ambiente de trabalho? E o que dizer dos aci-
dentes de trabalho ocorridos por desatenção devido à pressão cotidiana, ao
cansaço por excessivas horas de trabalho e conflitos pessoais no trabalho?

17.2.2 Conflitos devem ser evitados?


Somos levados a acreditar que conflitos são destrutivos e devem ser evitados
a qualquer preço. De fato, situações conflitantes consomem energia dos en-
volvidos além do seu tempo e, muitas vezes recursos financeiros. Por outro
lado, conforme indicam Montana e Charnov (2010, p. 349) os conflitos po-
dem “estimular a inovação na solução de problemas e, consequentemente,
pode ser benéfico para a organização.” Vale ressaltar, contudo, que neste
caso é importante a atuação de uma liderança firme que conduza o processo
conflituoso para o caminho dos resultados positivos para todos, sobretudo
sem ressentimentos das partes envolvidas.

Como o excesso de harmonia prejudicava a Yahoo!

A Yahoo! Apresentou o exemplo de uma organização que sofreu impac-


tos negativos pelo excesso de harmonia e ausência de conflitos funcionais.
Como isso é possível? A Yahoo! foi fundada em 1994 e tornou-se em
pouco tempo uma das marcas mais conhecidas da internet.

Em 1999, acompanhamos a implosão das empresas “ponto.com” e em


2001, vimos também que os espaços na internet para anunciantes já não
eram mais negociados com a mesma facilidade que se viu no início das
ações na internet.

Figura 17.1: Yahoo!


Fonte: ©Sebastian Bergmann/Wikimedia Commons.

e-Tec Brasil 82 Ética e Cidadania


As ações da Yahoo! haviam perdido 92% do valor que conseguiram atin-
gir em seu momento de maior alta verificado na Bolsa de Valores. Foi
No link http://www.rh.com.
neste momento que Terry Semel trouxe para a Yahoo! sua habilidade de br/Portal/Grupo_Equipe/
administrar conflitos. Semel que já havia trabalhado na Warner Brothers, Artigo/6366/gestao-de-conflito.
html, acesso em: 17 maio
descobriu que a empresa estava “isolada e desprovida de conflitos fun- 2013, a autora reforça o fato
de que conflitos fazem parte de
cionais. Ela não conseguia responder à mudança. Chefes e subordinados nosso cotidiano. O importante
estavam em tamanha harmonia que ninguém queria mudar nada”. é conhecer caminhos eficazes
para resolvê-los. Encontra-se
também à sua disposição uma
A fonte do problema, foi descoberta. Por incrível que pareça, o proble- série de outros temas que você
pode consultar e que o ajudarão
ma era seu presidente Tim Koogle que havia definido para a organização a refletir sobre o relacionamento
interpessoal. Alguns destes temas
uma cultura de ausência de confrontos. Se por um lado, este cenário é são: amizades no trabalho; razões
benéfico para o ambiente de trabalho, por outro, mostrou-se ruim para os para não se isolar da equipe;
fofocas no ambiente de trabalho,
negócios. O presidente Koogle foi substituído por outro executivo que em entre outros. Boa leitura!
sua gestão, estimulou conflitos funcionais. Com isso, a Yahoo! estimulada
O artigo “A liderança e ética nas
à confrontação, teve que buscar a inovação. O resultado foi à reconquista empresas: a influência do líder
na saúde mental da equipe”
de seu lugar de destaque entre as empresas “ponto.com”. aborda o papel do líder na
condução de iniciativas baseadas
Fonte: ROBBINS, 2005. pág. 334. na justiça, igualdade, confiança e
tolerância. Acesse no link: http://
www.recantodasletras.com.br/
trabalhosacademicos/1385295.
Resumo Acesso em: 17 maio 2013.
Nesta aula, vimos que a condução ética do processo de negociação pas-
sa pelo respeito a todas as partes envolvidas, considerando que é antiético
buscar a vantagem a qualquer preço, prejudicando o outro. A manutenção
do relacionamento também é fundamental neste processo. Vimos também
que a resolução de conflitos é uma habilidade para negociadores eficientes.
Conflitos muitas vezes são geradores de inovações, mas precisam ser moni-
torados para que sejam benéficos.

Atividades de aprendizagem
• Você já viveu situações em que o conflito gerou uma inovação na organi-
zação em que você trabalha? Qual foi o papel da liderança e como reagi-
ram as pessoas que integraram esta situação?

Aula 17 – Ética nas negociações 83 e-Tec Brasil


Aula 18 – A
 ética no setor público

Nesta aula, vamos abordar os princípios que regem a atuação


do servidor público.

A obrigatoriedade no cumprimento ético dos deveres se dá tanto na esfera


da gestão privada, como da pública, sendo esta feita por meio da atuação
dos servidores públicos a quem a população confia a gestão da “coisa públi-
ca”. Por meio de políticas públicas ou no cotidiano de seu trabalho cabe ao
servidor dedicar-se com zelo e moralidade na busca pelo bem comum dos
cidadãos.

18.1 O código de ética do servidor público


Para resgatar a imagem do Poder Executivo, abalada pela renúncia do Presi-
dente Fernando Collor, o Presidente Itamar Franco, em 22/06/1994 aprovou
o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal. Algumas das orientações deste código indicam que:

–– o trabalho do servidor público deve ser orientado pela dignidade, de-


coro, zelo, eficácia e consciência dos princípios morais;
–– de sua conduta deve fazer parte o elemento ético, a verdade, o sigilo,
o zelo, a disciplina, a moralidade, a cortesia, a boa vontade, o cuidado
e o tempo que ele precisa para o cumprimento de seus deveres;
–– não é suficiente apenas distinguir o bem e o mal para garantir a mo-
ralidade na Administração Pública; além disso, deve-se ter a consciên-
cia de que a razão da atuação do servidor público é o bem comum;
–– a remuneração do servidor público é proveniente dos tributos pagos
pelos cidadãos brasileiros; a contrapartida que a sociedade brasileira
exige do servidor volta-se para a moralidade administrativa associada
às normas jurídicas;
–– tudo aquilo que o servidor público fizer em âmbito privado tem in-
fluência em sua vida profissional; desta forma sua conduta fora do
órgão público deve ser tão ética quanto durante o exercício de seu
trabalho diário;
–– qualquer dano ao patrimônio público “constitui uma ofensa (...) a to-
dos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu
tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los”; assim sendo
cabe ao servidor zelar pelo patrimônio público e dele fazer bom uso;

85 e-Tec Brasil
–– deixar o cidadão esperando em longas filas; maus tratos ao cidadão;
e atraso na prestação do serviço também são considerados danos
morais aos usuários dos serviços públicos.

A seguir, você conhece alguns atos do Poder Público para orientar o servi-
dor público no exercício ético de suas atividades.

• Código de Conduta da Alta Administração Federal

Foi proposta em 18/08/2000 conforme carta ao Presidente da Repúbli-


ca disponível no link http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/codigos/
codi_conduta/cod_conduta.htm Acesso em: 15 ago. 2011, e aprovado
em 21/08/2000. Este código está disponível na íntegra no link http://
www.servidor.gov.br/codigo_conduta/index.htm Acesso em: 15
ago. 2011.

• Comissão de Ética Pública

Foi criada em 25/09/2003 pela Resolução n. 8, pela Presidência da Repú-


blica, por meio de sua Casa Civil publicada no link http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/codigos/codi_Conduta/resolucao8.htm, acesso em:
15/08/2011, com o objetivo “orientar as autoridades submetidas ao Có-
digo de Conduta da Alta Administração Federal na identificação de situa-
ções que possam suscitar conflito de interesses (...)”.

• Comitê de ética do IFPR - Instituto Federal do Paraná

O IFPR possui uma Comissão de Ética Pública de “caráter deliberativo e


consultivo” conforme informa o link http://reitoria.ifpr.edu.br/menu-
-institucional/comissoes/comissao-de-etica-publica, acessado em: 15
ago. 2011, e tem como objetivos: “orientar, supervisionar, acolher denún-
cias e analisá-las, difundindo os princípios da conduta ética do servidor no
relacionamento com o cidadão e no resguardo do patrimônio público”.

Recomendo a você que acesse estes links e conheça estes códigos. Como ci-
dadão brasileiro, é sua responsabilidade conhecer as diretrizes dadas àqueles
a quem você confiou (ainda que indiretamente) a responsabilidade de zelar
pela administração pública.

e-Tec Brasil 86 Ética e Cidadania


Para você refletir!

Leia atentamente o Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Exe-


cutivo Federal e analise os serviços públicos que são oferecidos a você. Qual
o resultado de sua avaliação? Como cidadão brasileiro, o que você sugere
para melhorar aquilo que considera necessário e quais serviços você consi-
dera de alta qualidade?

Resumo
Nesta aula, vimos que o servidor público federal brasileiro deve respeitar um
Código de Ética aprovado pelo Presidente Itamar Franco em 1994 e deve
ser seguido sob pena de descumprimento da norma jurídica. Vimos tam-
bém que foram feitos movimentos pela Administração Pública no sentido
de aprovar diretrizes para orientar a atuação do servidor público com ética,
moral, zelo, integridade, respeito, sigilo, disciplina, cortesia, entre outros cui-
dados necessários ao cuidado com aquilo que é público.

Anotações

87 e-Tec Brasil
Aula 19 – A
 ética, a transparência e a
responsabilidade social

Veremos nesta aula, como inserir um comportamento social-


mente responsável na gestão das organizações e no cotidiano
dos profissionais que nelas trabalham.

Você certamente já ouviu falar em responsabilidade social e sabe que este


conceito se relaciona com o respeito às pessoas e ao meio ambiente. Também
fazem parte deste conceito a ética e a transparência presentes no relaciona-
mento entre as organizações e os públicos com os quais se relaciona.

19.1 Como a responsabilidade social se


insere na gestão das organizações
Cada vez mais os profissionais tomadores de decisão nas organizações têm
sido cobrados por seu comportamento ético e transparente, levando em
consideração as pessoas e o meio ambiente em seus processos internos e
externos.

Para o Instituto Ethos, responsabilidade social é:

“A forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da


empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo
estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvol-
vimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e
culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promo-
vendo a redução das desigualdades sociais”. http://www1.ethos.org.br

Em abril de 2010, no Golfo do México, uma plataforma da British Petroleum


– BP afundou após uma explosão, matando 11 funcionários. Esta tragédia
resultou em 650 milhões de litros de óleo vazando do litoral do Texas até
a Flórida. Isso é mais de 15 vezes o que o navio Exxon Valdez derramou no
Alasca em 1989 e que foi motivo de indignação de todo o mundo. Além
disso, a BP teve que desembolsar US$ 37 bilhões para reparar os danos ao
meio ambiente e indenizar as famílias prejudicadas com este acidente. As
ações da empresa despencaram nas bolsas de valores de todo mundo e o
prejuízo foi imensurável. Diante de uma situação como esta é difícil dizer
que a gestão das organizações não está relacionada com a transparência e
a ética na tomada de decisões. O profissional de segurança do trabalho tem

89 e-Tec Brasil
muitos motivos para refletir profundamente sobre seu papel na gestão dos
negócios das organizações sejam eles de alto ou baixo risco para os públicos
de interesse.

19.2 A gestão socialmente


responsável dos negócios
Saiba mais sobre o desastre
ecológico no Golfo
e o respeito à diversidade
do México em 2010. Na aula dedicada ao tema da diversidade, aprendemos como a soma das di-
Acesso em: http://noticias.uol.
com.br/blogs-e-colunas/coluna/
ferenças pode adicionar valor às decisões dos gestores de uma organização.
thomas-friedman/2010/06/15/ No que diz respeito à segurança do trabalho e considerando que as orga-
estilo-de-vida-e-responsavel-
pelo-desastre-ambiental-no- nizações estão contratando cada vez mais pessoas com deficiência, vamos
golfo-do-mexico.htm compreender os cuidados necessários que a gestão deve ter com pessoas
Veja também imagens
dos animais afetados em: com limitações visuais, auditivas ou de locomoção.
http://noticias.uol.com.br/
album/100614animaisgolfo_
album.jhtm?abrefoto=
11#fotoNav=2

Acesse o link www.ethos.org.


br e conheça as ações realizadas
pelo Instituto Ethos de Empresas
e Responsabilidade Social. Trata-
se de uma organização sem fins
lucrativos, caracterizada como
Oscip (organização da sociedade
civil de interesse público). Sua
missão é mobilizar, sensibilizar e
ajudar as empresas a gerir seus
negócios de forma socialmente
responsável, tornando-as Figura 19.1: Cadeirantes.
parceiras na construção de uma Fonte: ©ArnoldReinhold/Wikimedia Commons.©Leinad/Wikimedia Commons.
sociedade justa e sustentável.
A legislação prevê o cumprimento de especificações que permitam a pessoas
com deficiência o acesso a rotas de fuga. Cabe ao gestor colocar em prática
as ações necessárias para garantir o bem estar das pessoas que trabalham
nas dependências de uma organização afinal, cabe a ele zelar pela relação
ética e responsável entre a empresa e os stakeholders. São denominados
stakeholders de uma organização acionistas, fornecedores, clientes, funcio-
nários, meio ambiente, comunidade, sociedade, governo além de outros
que podem influenciar os negócios como a mídia, as ONGs, as instituições
de ensino.

Você pode se perguntar: o cumprimento da lei deve ser o único balizador


para a tomada de decisões do gestor? A consciência ética de cada um de nós
deve ser o fundamento de nossas decisões e se a lei existe é para garantir
que haja uma padronização de movimentos pela harmonia no convívio.

e-Tec Brasil 90 Ética e Cidadania


19.3 O
 que a responsabilidade tem a ver
com a segurança do trabalho?
São conhecidas as medidas que as organizações devem adotar para preservar
a integridade física das pessoas que trabalham em suas instalações físicas.
Trata-se da relação ética e transparente garantida pela legislação que deve Acesse o link http://www.
mudancasclimaticas.andi.
ser cumprida. Observe que cada vez mais os profissionais estão escolhendo org.br/node/91 e conheça o
as empresas onde trabalhar e os consumidores preferindo este ou aquele documento Our Common Future
ou Relatório Brundtland, como
fornecedor diante da imagem socialmente responsável da marca. Organiza- é mais conhecido. Este relatório
foi composto em 1987 sob a
ções que não tomam as medidas necessárias, mesmo que seja apenas para liderança de GroBrundtland,
cumprimento da lei e não pela consciência ética de seus gestores, têm sido primeira ministrada Noruega
na época e designada pela
cada vez mais descartadas da lista de empregadores e fornecedores pelos ONU – Organizações Unidas
talentos que atuam no mercado e pelos consumidores dos quais dependem para conduzir a Comissão
Mundial sobre Meio Ambiente e
os negócios. Desenvolvimento. Acesso em:
17 maio 2013.

Considere por exemplo a medida necessária para que uma cadeira de rodas
passe por uma porta, em situação de fuga.

Resumo
Nesta aula, vimos que responsabilidade social é a relação ética e transparente
entre as organizações e seus públicos de interesse ou stakeholders. Aprende-
mos que os stakeholders são: acionistas, fornecedores, clientes, funcionários,
meio ambiente, comunidade, sociedade, governo além de outros que podem
influenciar os negócios como a mídia, as ONGs, as instituições de ensino. Dis-
cutimos a importância da atuação responsável do profissional de segurança
de trabalho e os resultados positivos de sua atuação ética e transparente.

Atividades de aprendizagem
• Você já participou de projetos de alto risco para as pessoas e o meio
ambiente e que tenham exigido a participação efetiva do profissional de
segurança do trabalho? Quais foram as maiores dificuldades enfrentadas
e quais os aprendizados obtidos?

91 e-Tec Brasil
Aula 20 – É
 tica pessoal, pública e privada

Nesta aula, vamos tratar a importância das decisões e ações éti-


cas e transparentes dos profissionais para a construção da ima-
gem positiva das organizações sejam elas públicas ou privadas.

Não importa onde atue o técnico de segurança do trabalho, ele será sempre
antes de mais nada um cidadão cuja relação harmoniosa com a comunidade
que o cerca, com a gestão pública, com a sociedade em geral é desejada por
todos como parte da busca pela harmonia e equilíbrio social.

20.1 D
 ecisões éticas são tomadas
por pessoas éticas
Srour (2011, p. 31), tem uma frase que nos faz acreditar na conduta ética
das pessoas individualmente ou no âmbito empresarial: “as pernas da esper-
teza encurtam cada vez mais, a repressão aos negócios ilícitos se intensifica
e os clientes medem os riscos de fazer transações com comerciantes que se
encontram na mira da justiça”. Acredito nesta frase porque acredito que o
homem busca a harmonia no convívio. Se existem exceções e se elas me-
recem mais crédito na mídia do que aquelas ações positivas, então vamos
analisá-las e tê-las como exemplos de caminhos que não devemos seguir.

Costumo dizer que nunca estamos sozinhos, estamos a sós com nossa cons-
ciência. Quero acreditar que tudo sobre o que discutimos neste livro fará
diferença quando você, nosso aluno precisar tomar uma decisão seja no
âmbito pessoal, seja profissionalmente.

Observe que as organizações já estão utilizando como critério de contra-


tação ações como a prática do voluntariado além de avaliar as habilidades
técnicas e conceituais. Isto se dá porque uma pessoa que se dedica ao vo-
luntariado é um profissional que sabe trabalhar em equipe, sabe ceder, sabe
negociar. A busca pelo resultado positivo para a organização tem sido fun-
damentada em valores que ao serem percebidos pela sociedade se refletem
positivamente na imagem da marca.

A gestão ética e transparente faz parte do processo de relacionamento entre


as organizações e os usuários de seus produtos e/ou serviços. As organiza-
ções somente poderão ser vistas como éticas se as pessoas que nelas traba-

93 e-Tec Brasil
lham agirem eticamente. Isso vale tanto para a iniciativa privada como para a
pública. Evidentemente, a percepção da sociedade sobre uma organização é
positiva ou negativa de acordo com as decisões que seus gestores tomam no
cotidiano. É assim que escolhemos produtos, serviços e candidatos.

A área pública também tem sido cobrada pela sociedade por uma conduta
ética e as denúncias que se avolumam na mídia demonstram o inconfor-
Ouça o poema “Só de mismo do brasileiro que já não aceita mais práticas antiéticas, sobretudo
sacanagem” escrito pela
jornalista e atriz Elisa Lucinda com os tributos recolhidos pelo cidadão. As constantes CPIs – Comissões
declamado pela cantora Ana Parlamentares de Inquérito são um exemplo da ação dos representantes do
Carolina em um de seus shows.
Reflita sobre o texto. Disponível povo, neste sentido.
em: http://letras.terra.com.br/
ana-carolina/832783
Faça uma relação das ações Quando refletimos sobre o exercício do cidadão, vale ressaltar que sua parti-
que você pode realizar para
colocar em prática os conceitos cipação na gestão pública faz parte de seus deveres na busca pela harmonia
que praticamos durante no convívio em comunidade. Quando Matias-Pereira (2010, p. 37) aborda
nossas aulas. Pense em você e
naqueles que o cercam pessoal esta relação cidadão-gestão pública, coloca foco na qualidade da prestação
e profissionalmente, reflita sobre de serviços àquele que Al Gore chamou de “consumidores” conforme vimos
a maneira como você pode
influenciar as pessoas. em nossas aulas. A prestação de serviços envolve a participação do usuário e
seu nível de qualidade depende também daquele que o utiliza.

Quando refletimos sobre a luz no final do túnel, é importante considerar nos-


sas próprias decisões em nosso cotidiano. Nossas atitudes são fundamentais.

Resumo
Nesta aula, vimos que há profissionais cuja conduta antiética possam com-
prometer a imagem da marca já não estão mais sendo contratados ou manti-
dos nas organizações que estão privilegiando o equilíbrio entre as habilidades
dos gestores. Reforçamos também o conceito da construção da imagem po-
sitiva das organizações a partir da imagem dos profissionais que nela atuam.

Atividades de aprendizagem
• Assista ao vídeo disponível no link http://www.youtube.com/
watch?v=f41Vjkus2q8, acessado em: 21 jan. 2012. Fábio Barbosa, Pre-
sidente do Grupo Santander Brasil aborda os temas que foram tratados
nas nossas aulas desta disciplina: Ética, liderança, relacionamentos, sus-
tentabilidade. Reflita sobre as colocações que o executivo faz e compare
com o que vimos em nossas aulas.

e-Tec Brasil 94 Ética e Cidadania


Referências

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Desigualdade+racial+persiste+apesar+de+melhorias+na+educacao.html>. Acesso em
03 maio 2011.

Referências das Figuras


Figura 1.1: Burka - vestimenta obrigatória para as mulheres mulçumanas.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.

Figura 1.2: Terminologia para ética, moral e conduta.


Fonte: SROUR, Robert Henry. Ética empresarial: a gestão da reputação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

Figura 1.3: A escolha entre o bem e o bem: o que é bom para a gazela não é bom para a leoa.
Fonte: ©Brocken Inaglory/Wikimedia Commons

Figura 1.4: Albert Einstein em 1921


Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.

Figura 2.1: Valores da organização na base de seu planejamento estratégico.


Fonte: elaborada pela autora.

Figura 2.2: O papel da mulher nos anos 50 e no século XXI.


Fonte: http://office.microsoft.com/en-us/images/results.aspx?qu=woman+washing+dishes&ex=1#ai:
MP900403653
http://office.microsoft.com/en-us/images/results.aspx?qu=executive+business&ex=1#ai:MP900178803

Figura 2.3: Ocupação do Complexo do Alemão em novembro – 2010.


Fonte: ©Agência Brasil – ABr/Wikimedia Commons.

Figura 4.1 Galileu Galilei.


Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.

Figura 4.2: A ovelha Dolly, primeiro mamífero clonado.


Fonte: ©Toni Barros/Wikimedia Commons.

Figura 5.1: Grécia Antiga.


Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.

Figura 5.2: Obra de Eugène Delacroix representando “Marianne” que personifica a República Francesa.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.

Figura 5.3: Logotipo do movimento liderado por Betinho.


Fonte: http://www.acaodacidadania.com.br

Figura 7.1: Profissões.


Fonte: http://digitalblue.blogs.sapo.pt/342300.html

Figura 9.1: Imagem em foco.


Fonte: http://fastsolucoes.com.br/blog/?p=600

Referências 97 e-Tec Brasil


Figura 10.1: As habilidades de um administrador.
Fonte: CHIAVENATO, 2003.

Figura 11.1: Componentes do processo de comunicação.


Faltou: elaborada pela autora.

Figura 12.2: Lars Grael.


Fonte: ©José Cruz – ABr/Wikimedia Commons.

Figura 12.3:
Árvores frondosas não se curvam como o bambu,
mas, são as primeiras derrubadas durante uma tempestade.
Fonte: ©Stefan Wernli/Wikimedia Commons.
©Nitin Pai/Wikimedia Commons.

Figura 13.1: Interior do Museu Afro Brasil: vitrine com máscaras africanas.
Fonte: ©Dornicke/Wikimedia Commons.

Figura 14.1: Herbert Viana e Ray Charles.


Fonte: ©Dimang Kon Beu/Wikimedia Commons.
Victor ©Diaz Lamich/Wikimedia Commons.

Figura 17.1: Yahoo!


Fonte: ©Sebastian Bergmann/Wikimedia Commons.

Figura 19.2: Cadeirantes.


Fonte: ©ArnoldReinhold/Wikimedia Commons.
©Leinad/Wikimedia Commons.

e-Tec Brasil 98 Ética e Cidadania


Atividades autointrutivas

1. Sobre os conceitos de ética e moral, é possível afirmar:

a) Apresentam o mesmo conceito.

b) A moral é somente regulada pela lei.

c) Cada sociedade tem sua própria ética.

d) O estudo da ética nada tem a ver com a moral.

e) Ética e a moral são as mesmas para todas as sociedades.

2. Sobre a ética, pode-se afirmar:

a) A felicidade individual é a única razão pela qual se estuda a ética.

b) A busca pelo equilíbrio na sociedade é de responsabilidade apenas do


Poder Público.

c) É um tema recente, inovador que surgiu com escândalos financeiros em


todo mundo.

d) Confrontos éticos estão presentes em questões que envolvem pesquisas


no campo da bioética.

e) Trata-se de uma disciplina exclusiva da Filosofia que somente pode ser


discutido na teoria, nunca na prática.

3. Leia as frases abaixo, assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso
em relação ao que foi visto em nossas aulas:

( ) A ética vai definir o que é bom e investigar princípios da moralidade de


uma sociedade.
( ) Cada sociedade tem sua ética própria, assim, não podemos dizer que
há certo ou errado quando se compara o papel da mulher no Oriente
e no Ocidente.
( ) Ser ético, significa ser um agente social cujas decisões são fundamen-
tadas na moral do grupo ao qual pertence e são tomadas com base em
valores e interesses que busquem o bem comum.

99 e-Tec Brasil
Assinale a alternativa CORRETA:

a) V, V, V

b) F, V, V

c) V, F, V

d) F, F, F

e) V, V, F

4. Sobre valores individuais e empresariais, pode-se afirmar que:

a) valores são princípios dos quais não se abre mão.

b) costumes não mudam porque os valores mudam.

c) conduta virtuosa, valores e ética não são conceitos relacionados.

d) valores individuais não causam impactos na gestão da organização.

e) códigos de ética profissionais baseiam-se na técnica e não em princípios.

5. Quando abordamos o tema da consciência ética, dizemos que:

a) a manutenção da ética em locais como o Morro do Alemão e a Rocinha


expressa a consciência ética da sociedade brasileira.

b) nada tem a ver com ética da sociedade a intervenção em grupos cuja


consciência ética difere da maioria da população.

c) sentimentos morais, religiosos, partidários e econômicos não têm qual-


quer influência sobre a consciência ética das pessoas.

d) a conduta de um determinado grupo não influencia a intervenção do


poder público para garantir o bem estar da sociedade.

e) a lei age quando prevalece o bem público independente da consciência


ética de um determinado grupo.

6. Quando falamos em conduta ética, afirmamos que:

a) a conduta das pessoas no que diz respeito à vestimenta é a mesma inde-


pendente da cultura.

b) cerimonial, protocolo e etiqueta nada tem a ver com a ética e bons cos-
tumes do comportamento em comunidade.

e-Tec Brasil 100 Ética e Cidadania


c) a normatização não se aplica à conduta dos indivíduos que devem seguir
os costumes desenvolvidos em família.

d) a conduta ética não se aplica a questões organizacionais já que estas são


voltadas exclusivamente para o lucro.

e) para promover a harmonia do convívio entre as pessoas, a conduta ética


deve respeitar normas implícitas ou explícitas em manuais, códigos ou na
lei, por exemplo.

7. Dilemas nos acompanham no dia-a-dia, neste sentido, é CORRETO


afirmar:

a) Somente no campo profissional enfrentamos dilemas.

b) Dilemas éticos não são frequentes no âmbito profissional.

c) Ética e moral não estão presentes na avaliação de dilemas.

d) Dilemas ocorrem quando as alternativas para um problema não são sa-


tisfatórias.

e) Na solução de dilemas profissionais os interesses do indivíduo devem


prevalecer.

8. Relacione os itens I, II, III e IV com suas descrições:

I. Ética
II. Moral
III. Cidadania
IV. Dilemas

( ) Se expressa por meio das relações entre os indivíduos e a gestão pública


do local em que exercem seus direitos e deveres.
( ) Estuda os discursos normativos que identificam, em cada comunidade,
o que é certo ou errado fazer. Traz uma reflexão crítica sobre a dimen-
são moral do comportamento do homem.
( ) Ocorre quando quaisquer das alternativas não trazem os benefícios de-
sejados, são difíceis de serem analisadas para se escolher apenas uma
ou então todas apresentam prejuízos.
( ) conjunto de regras que uma sociedade estabelece para regular as rela-
ções entre as pessoas na busca pelo bem comum, pela felicidade, com
base na justiça.

Atividades autoinstrutivas 101 e-Tec Brasil


Escolha a alternativa que apresenta a análise que você fez:

a) I, II, III, IV

b) IV, I, II, III

c) II, III, I, IV

d) III, I, IV, II

e) II, I, IV, III

9. Discussões éticas acompanham a história da Humanidade. Assina-


le a alternativa que exemplifica esta afirmação:

a) Pesquisas com célula tronco foram proibidas porque têm alto custo.

b) Discussões éticas sempre ficaram no campo político, nunca religioso.

c) A ovelha Dolly nascida de um processo de clonagem causou polêmica.

d) Órgãos públicos não interferem na veracidade de resultados de pesquisas.

e) Pesquisas médicas podem ser realizadas com pacientes mesmo sem sua
anuência.

10. As redes sociais são objeto de análise do comportamento ético


e causam impacto na imagem das pessoas e organizações. Sobre
este tema, assinale a alternativa CORRETA:

a) Não se pode falar em “moral do oportunismo” quando se trata do uso


indevido do espaço virtual.

b) Os espaços virtuais não proporcionam oportunidades para impacto nega-


tivo na imagem das pessoas que deles participam.

c) O controle 100% efetivo do que acontece no ambiente virtual garante a


privacidade de quem se utiliza do espaço virtual.

d) Os usuários da internet consomem a informação quando quiserem e a


utilizam da maneira que desejarem.

e) Não se tem notícia de processos movidos por pessoas que se sentiram


prejudicadas pelo uso indevido de seus nomes, comprometendo sua a
imagem pessoal e profissional.

e-Tec Brasil 102 Ética e Cidadania


11. Sobre a conduta cidadã, é CORRETO afirmar:

a) Cabe ao poder público a gestão da cidadania dos indivíduos que convi-


vem em determinado espaço.

b) O recolhimento de impostos é a expressão máxima do exercício pleno da


cidadania pelos indivíduos.

c) O termo cidadania tem sua origem na Revolução Francesa com a integra-


ção do povo à gestão pública.

d) A conduta cidadã é unicamente individual, não se associando à conduta


empresarial de nenhuma maneira.

e) O exercício da cidadania não se limita ao recolhimento de tributos, mas


estende-se à participação na gestão pública.

12. Sobre os temas analisados em nossas aulas voltados para a con-


duta ética e a cidadania, analise as frases apresentadas abaixo e
marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas.

( ) a mudança de valores e costumes voltados para a participação da mu-


lher no mercado de trabalho é sustentada também pela legislação.
( ) sentimentos morais, religiosos, partidários e econômicos não têm influ-
ência sobre a consciência ética.
( ) a origem da palavra ética está nos costumes, hábitos e valores de deter-
minada comunidade.
( ) quando a consciência ética de um grupo entra em conflito com aquela
da sociedade onde está instalada, a lei pode intervir. Um exemplo é a
ação da polícia no Rio de Janeiro, ocupando o Complexo do Alemão em
novembro/2010 e a Rocinha, um ano depois.

Escolha a alternativa que corresponde à análise que você fez:

a) V, F, V, V

b) V, V, F, V

c) F, V, V, V

d) V, V, V, F

e) F, F, V, V

Atividades autoinstrutivas 103 e-Tec Brasil


13. Sobre o comportamento cidadão de um indivíduo ou de uma or-
ganização, podemos afirmar que:

a) A prática da cidadania individual ou empresarial resume-se ao recolhi-


mento de tributos.

b) Programas de preservação do meio ambiente não estão relacionadas à


cidadania empresarial.

c) As empresas estão sendo cobradas pela sociedade para se compromete-


rem na promoção da cidadania empresarial.

d) O indivíduo que vive em uma cidade deve ser solidário com a gestão
apenas do município em que reside. Assim deve ser com os outros mu-
nicípios.

e) O profissional que exerce seu trabalho em uma organização não desem-


penha seu papel como cidadão, pois isso nada tem a ver com o recolhi-
mento de impostos na cidade onde vive.

14. Complete as lacunas da frase abaixo:

O conceito de cliente pode ser ________ quando se fala em admi-


nistração pública, podendo ser visto como um consumidor na me-
dida em que _______ com a gestão pública como provedor externo
de informações, _________ de tributos, conservação de patrimônio
_______, etc. Também as organizações tem sido _________ pela so-
ciedade em relação ao seu comprometimento com a gestão do
que é público por meio de parcerias estratégicas.

Assinale a alternativa que completa as lacunas corretamente:

a) Ampliado – integra – sonegação – privado – cobradas

b) Ampliado – discute – informação – privado - liberadas

c) Reduzido – interage – comunicação – público - liberadas

d) Reduzido – integra – recolhimento – privado – cobradas

e) Ampliado – interage – recolhimento – público – cobradas

e-Tec Brasil 104 Ética e Cidadania


15. A moral brasileira é diferente daquelas em outras culturas. Esco-
lha a alternativa que apresenta a postura mais adequada de uma
organização que têm filiais em outras regiões ou outros países,
com diferentes expressões culturais:

a) Os profissionais locais devem ser questionados, antes de sua contrata-


ção sobre sua disposição em abandonar suas culturas locais.

b) As empresas devem manter um planejamento estático de suas ações,


de maneira a não ser influenciadas pelas diferentes culturas.

c) Para evitar situações difíceis, a organização deve levar sempre os fun-


cionários que compartilhem da mesma cultura da região onde se situa
sua matriz.

d) Adaptações constantes são necessárias para que os planos de ação das


organizações consigam atingir o que foi estabelecido para se alcançar
à visão da organização.

e) Não há qualquer influência das culturas locais sobre o desenvolvimento


do planejamento organizacional, portanto, a gestão não deve se preo-
cupar com este aspecto.

16. Quando se fala em cidadania empresarial, faz-se referência:

a) Unicamente à filantropia empresarial.

b) Especialmente ao bem estar do funcionário.

c) Ao recolhimento de tributos, exclusivamente.

d) Aos projetos ambientais que a empresa patrocina.

e) Ao conjunto de ações com foco na comunidade e governo.

17. Assinale a alternativa CORRETA em relação ao exercício pleno da


cidadania individual:

a) Trata-se da preservação do patrimônio público.


b) Refere-se às doações que faz para ações populares.
c) Refere-se exclusivamente ao recolhimento de IPTU e IR.
d) É sinônimo de clientelismo, portanto não tem contrapartida do cidadão.
e) Faz referência ao conjunto de ações do indivíduo em relação ao próximo
e ao governo.

Atividades autoinstrutivas 105 e-Tec Brasil


18. 18. Leia o parágrafo abaixo e complete as lacunas:

A relação entre os cidadãos e o governo precisa ser muito mais


_______ do que o mero recolhimento de _________ e sua aplica-
ção na área _______. A participação do cidadão na gestão faz a
diferença entre ser apenas consumidor e ser cidadão atuante na
gestão pública.

Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas:

a) Intensa – tributos – pública

b) Restrita – doações – pública

c) Restrita – doações – privada

d) Aprofundada – taxas – privada

e) Intensa – contribuições – privada

19. Sobre o exercício ético da profissão, é CORRETA afirmar:

a) Em algumas culturas não se exige a prática ética das profissões.

b) A ética profissional se refere ao domínio das técnicas específicas.

c) Prática de virtudes e ética profissional não são conceitos relacionados.

d) O relacionamento ético com as pessoas influencia na imagem do profis-


sional.

e) Somente precisam ser éticos os profissionais cuja categoria tem um có-


digo de ética.

20. Leia as proposições abaixo, assinale (V) para as verdadeiras e (F)


para as falsas.

( ) Somente habilidades técnicas são suficientes para que seja virtuoso o


exercício de uma profissão.
( ) Ao pertencer a uma classe profissional, qualquer que seja sua natureza,
o indivíduo assume um compromisso com a sociedade e com os colegas
de profissão.
( ) Faz-se referências negativas ou positivas a uma classe profissional ape-
nas pela observação de um ou de alguns indivíduos cuja ética é ques-
tionável pela sociedade.

e-Tec Brasil 106 Ética e Cidadania


Assinale a alternativa CORRETA:

a) F, V, V

b) V, V, V

c) F, V, F

d) V, F, V

e) F, F, F

21. Sobre o código de ética, pode-se afirmar:

a) Todas as empresas adotam o mesmo código de ética.

b) O ideal é que seja redigido apenas pela direção da organização.

c) Trata-se de um documento cujo conteúdo é o mesmo para todas as pro-


fissões.

d) É um documento cujo conteúdo orienta as ações e decisões dos profis-


sionais.

e) Não há necessidade de sua leitura, pois o conteúdo não afeta o trabalho


do profissional.

22. Sobre a elaboração e divulgação do código de ética empresarial,


é CORRETO afirmar:

a) O website da empresa não é um meio de divulgação do código de ética.

b) O comitê de ética da organização não precisa seguir o conteúdo do có-


digo de ética.

c) Por ser sigiloso, somente funcionários devem receber uma cópia do có-
digo de ética

d) Para que seja efetivo, é preciso que os profissionais da organização par-


ticipem de sua elaboração.

e) Os funcionários apenas devem ser envolvidos no momento da entrega


do código de ética impresso.

Atividades autoinstrutivas 107 e-Tec Brasil


23. Quando relacionamos direito de uso de imagem e conduta ética,
podemos afirmar:

a) Não há órgão público brasileiro que regule registros de patentes.

b) O uso da imagem é normatizado por lei dada a seriedade do tema.

c) É permitido por lei citar textos de outros autores sem indicar a fonte.

d) Por serem intangíveis, serviços não são afetados pela lei de uso de imagem.

e) Pode-se utilizar a marca de um produto ou serviço sem autorização de


seu proprietário.

24. Sobre a reputação profissional, é CORRETO afirmar:

a) Somente a conduta na organização com os colegas e a relação com o


trabalho constroem a reputação profissional de um indivíduo.

b) O respeito ao código de ética da profissão não influi na construção da


reputação profissional nem causa impactos em toda categoria.

c) A imagem pessoal e profissional que faz por merecer a confiança da


sociedade e das organizações se baseia unicamente em domínio das téc-
nicas.

d) O patrimônio de um profissional é constituído também da percepção


que se tem de suas decisões na vida pessoal além de sua relação com o
trabalho.

e) Energia nem sempre é necessária para que se possa contrapor aos re-
sultados das ações que buscam destruir uma imagem positiva, seja ela
pessoal ou profissional.

25. Sobre uso ético da imagem de um profissional, da marca de uma


organização ou de obras de sua autoria pode-se afirmar:

a) Direito de uso de imagem somente se aplica ao uso indevido de trechos


de músicas.

b) Pode-se utilizar sem autorização a marca de uma empresa, pois torna-se


de direito público ao ser registrada no INPI.

c) Com o falecimento de uma pessoa, termina a necessidade de se pedir


autorização para que se use sua imagem, nome ou marca.

e-Tec Brasil 108 Ética e Cidadania


d) Qualquer pessoa precisa cuidar para que não se faça uso indevido ou
sem autorização de sua imagem bem como das obras de sua autoria.

e) A utilização de trechos de obras literárias sem a devida referência é per-


mitida em trabalhos acadêmicos e não é punida pela legislação brasileira.

26. A
 conduta ética na gestão de uma organização:

a) não influencia a imagem que a marca constrói.

b) diz respeito aos três níveis: estratégico, tático e operacional.

c) depende do nível de habilidades técnicas dos profissionais.

d) não é esperada do nível operacional que apenas se ocupa da operação.

e) é desejada nos profissionais da alta direção que precisam desenvolver


habilidades técnicas.

27. Q
 uando refletimos sobre a ética e cidadania empresarial, estamos
nos referindo a que?

a) Às habilidades técnicas de seus gestores.

b) Unicamente ao recolhimento correto de tributos.

c) A projetos ambientais e sociais, exclusivamente.

d) Especialmente ao respeito às regras dos sindicatos dos trabalhadores.

e) À tomada de decisão baseada na responsabilidade para com os stakeholders.

28. Sobre as mudanças na natureza do trabalho e a necessidade do


desenvolvimento de novas habilidades de gestão, é CORRETO
afirmar:

a) As mudanças ocorridas na natureza do trabalho, ao longo do tempo não


afetaram o perfil do trabalhador.

b) Novos conhecimentos, habilidades e atitudes são exigidos dos profissio-


nais e seus valores são também avaliados.

c) Os valores que os funcionários trazem de sua formação familiar não têm


qualquer influência sobre sua profissão.

Atividades autoinstrutivas 109 e-Tec Brasil


d) Não houve mudanças no campo da gestão da informação o que tornou
esta área obsoleta ao longo do tempo.

e) O exercício da profissão com urbanidade foi substituído pela atuação


tecnicamente correta, excelente, sem erros.

29. Sobre questões éticas envolvidas nos relacionamentos interpes-


soais no trabalho, sabe-se que:

a) a ausência de conflitos sempre proporciona sucesso empresarial.

b) os ruídos de comunicação não influenciam os relacionamentos interpes-


soais.

c) o ambiente saudável de trabalho proporciona condições favoráveis para


a tomada de decisão.

d) o relacionamento com os consumidores não se relaciona com imagem


da organização.

e) a sustentabilidade do negócio, relacionamento com os consumidores e


ética não se relacionam.

30. Sobre situações que podem gerar conflitos de comunicação e im-


pactar negativamente na reputação do profissional ou da organi-
zação, escolha a alternativa CORRETA:

a) A gestão da atuação dos profissionais no relacionamento com outras


culturas não é papel da liderança da equipe.

b) Gírias e expressões locais dão origem a situações que precisam ser admi-
nistradas para não se refletirem em conflitos.

c) Comunicação com consumidores de outras culturas; boatos; feedbacks


para os membros da equipe raramente geram conflitos.

d) A diferença de idioma nunca pode ser visto como o primeiro obstáculo


para o relacionamento, pois contratam-se tradutores para apoio na co-
municação.

e) Constrangimentos nos relacionamentos como o assédio moral, por


exemplo, não abrem espaço para uma percepção negativa da imagem
do profissional.

e-Tec Brasil 110 Ética e Cidadania


31. Sobre ruídos de comunicação, conflitos e conduta antiética no
ambiente de trabalho, marque (V) para as frases verdadeiras e (F)
para as falsas:

( ) cada um dos integrantes de uma equipe de trabalho precisa ter bem


definida a importância de um comportamento adequado no contexto
da organização.
( ) Boatos são fontes inesgotáveis de conflitos.
( ) Reuniões de feedback devem ser periódicas para que os profissionais
saibam como está sendo percebido seu desempenho, os pontos fortes
e aquilo que precisa ser desenvolvido ou aprimorado.
( ) Falta de motivação e comprometimento e, como consequência, resul-
tados inesperados na organização podem ser causados por ausência de
feedback da liderança para o membro da equipe de trabalho.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) F, V, V,V

b) V, V, V,V

c) F, V, F, F

d) V, F, V, F

e) F, F, F, V

32. Sobre a resiliência no ambiente de trabalho, pode-se afirmar:

a) Nada tem a ver com o ambiente de trabalho.

b) Diz respeito à competência de liderança do indivíduo.

c) Está relacionado com a conduta ética do profissional.

d) Trata-se da capacidade que um profissional tem de realizar suas tarefas.

e) Relaciona-se com a capacidade que o indivíduo tem de suportar pressões.

33. Q
 uando observamos as adversidades no ambiente de trabalho e
o papel da liderança, podemos dizer que:

a) É papel do liderado e não do líder desenvolver sua capacidade de resiliência.

b) A liderança tem responsabilidade sobre o desenvolvimento das compe-


tências de seus liderados, inclusive no que diz respeito à resiliência.

Atividades autoinstrutivas 111 e-Tec Brasil


c) Numa organização, ser firme na cobrança de resultados é o mesmo que
praticar assédio moral, pois nenhuma destas atitudes é punida pela lei.

d) Praticar assédio moral é permitido por lei e nada tem a ver com compor-
tamento antiético, pois oferece suporte ao alcance de resultados organi-
zacionais.

e) A liderança eficaz estimula os profissionais de sua equipe de trabalho


a permanecerem em suas zonas de conforto para evitar discussões no
ambiente organizacional.

34. Complete as lacunas da frase a seguir:

A _________ da diversidade no ambiente de trabalho ________


o ambiente saudável e promove o _______ das relação com os
stakeholders. A cidadania empresarial passa pelo respeito à diver-
sidade, pela promoção do ambiente saudável de relacionamento
de todas as pessoas, ________ de seu credo, etnia, gênero, idade,
local de nascimento, maneira de pensar, etc.

Escolha a alternativa que completa as lacunas corretamente:

a) paralização – melhora – respeito – observando.

b) supressão – favorece – fortalecimento – conforme.

c) valorização – favorece - fortalecimento – independente.

d) premiação – desfavorece – enfraquecimento – conforme.

e) valorização – desfavorece – enfraquecimento – independente.

35. Sobre a valorização da diversidade nas organizações como expres-


são da cidadania empresarial, é CORRETO afirmar:

a) Somente o poder público pode fazer a gestão da valorização da diversi-


dade.

b) Por diversidade entende-se somente as diferentes etnias presentes em


um determinado espaço físico.

c) A inclusão de pessoas com deficiência no ambiente de trabalho não é


uma expressão de cidadania empresarial.

e-Tec Brasil 112 Ética e Cidadania


d) Há leis específicas em nosso país que garantem o acesso de pessoas com de-
ficiência ao mercado do trabalho, bem como a inúmeros serviços públicos.

e) A valorização da diversidade somente é prática de gestão se representar


aumento de lucratividade e nada tem a ver com conduta ética ou repu-
tação empresarial.

36. Sobre organizações que possuem filiais ou unidades industriais


no exterior, é CORRETO afirmar:

a) As normas brasileiras devem prevalecer em qualquer outro país, indepen-


dente de sua cultura.

b) Todos os negócios devem ser feitos segundo o modelo do país sede, isso
é garantia de sucesso.

c) Como a moral e a ética são universais, as decisões tomadas no Brasil


devem valer em outros países.

d) As diferenças culturais não influenciam na tomada de decisão empresa-


rial.

e) Insistir que todos os negócios devem ser feitos segundo o modelo do país
sede leva ao fracasso.

37. Negociações fazem parte do nosso cotidiano pessoal e profissio-


nal. Sobre este tema, pode-se afirmar:

a) A conduta ética leva a buscar o fechamento da negociação a qualquer


preço.

b) No caso de divergências, deve-se sempre “virar a mesa” e abandonar a


negociação.

c) Condutas antiéticas numa negociação nunca prejudicam o relaciona-


mento das partes.

d) Muitas vezes é preciso ceder e nem sempre um “sim” é o suficiente


numa negociação.

e) Independente do relacionamento e da perda da outra parte, deve-se fe-


char uma negociação.

Atividades autoinstrutivas 113 e-Tec Brasil


38. Sobre os conflitos nas negociações, marque (V) para as frases ver-
dadeiras, (F) para as falsas:

( ) Quando o sistema de valores de uma pessoa é confrontado com o de


outra ou então com os valores da organização, instala-se o conflito.
( ) Risco de vida no trabalho pode ser consequências de conflitos de valo-
res entre o indivíduo e a organização.
( ) Acidentes de trabalho podem ocorrer devido ao conflito de valores e
interesses que leva à pressão cotidiana e ao estresse do trabalho.
( ) Conflitos devem ser exaustivamente evitados numa organização.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) F, V, F, V
b) V, F, V, F
c) V, V, V, F
d) V, V, V, V
e) F, F, F, V

39. A obrigatoriedade no cumprimento ético dos deveres se dá tanto


na esfera da gestão privada, como pública. Sobre este tema, é
CORRETO afirmar:

a) O código de ética da Administração Pública não prevê a gestão com base


na moral brasileira.

b) Não há princípios da administração pública voltados para o exercício ético


da gestão da “coisa pública”.

c) Cabe ao servidor público dedicar-se com zelo e moralidade na busca pelo


bem comum dos cidadãos.

d) O servidor público não tem nenhum código de ética para ser seguido, em
qualquer das esferas da Administração Pública.

e) Segundo o código de ética da Administração Pública, a distinção entre o


bem e o mal é suficiente para garantir a moralidade no serviço público.

40. No que diz respeito ao código de ética do servidor público civil do
Poder Executivo Federal no Brasil, pode-se afirmar que:

a) Danos morais não estão previstos neste documento.

e-Tec Brasil 114 Ética e Cidadania


b) A verdade, o sigilo e o zelo não são princípios previstos neste código de ética.

c) Danos ao patrimônio público não podem constituir desrespeito a este


código de ética.

d) O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executi-


vo Federal foi aprovado no governo de Itamar Franco.

e) Segundo este código de ética tudo aquilo que o servidor público faz em
âmbito privado não tem influência em sua vida profissional.

41. Sobre a relação que existe entre conduta, reputação e marca, es-
colha a alternativa CORRETA:

a) Não há relação alguma, pois cada pessoa, profissional e organização tem


sua forma de agir.
b) A mídia não se interessa pela reputação das organizações, portanto, é
um stakeholder que não precisa de grande atenção.
c) O investimento em responsabilidade social é um movimento das organi-
zações para uma conduta ética, imagem e reputação positivas da marca.
d) O investimento em propaganda é suficiente para garantir a imagem e
reputação positivas das organizações, independente de sua conduta.
e) Somente ações voltadas para a comunidade garantem a imagem positiva das
organizações, construindo uma reputação que garanta aumento de vendas.

42. As organizações precisam se preparar para integrar as pessoas


com deficiência em seu ambiente de trabalho. Sobre este tema, é
CORRETO afirmar que:

a) Somente são foco da preocupação das organizações as pessoas com de-


ficiência visual.
b) Não há no Brasil lei que regule a reserva legal de cargos na organização
para pessoas com deficiência.
c) Todas as organizações brasileiras estão adequadas para integrar pessoas
com deficiência ao seu quadro de funcionários.
d) O governo brasileiro não disponibiliza qualquer financiamento para que
as organizações façam as adequações necessárias para receber pessoas
com deficiência.
e) A legislação brasileira estabelece que as empresas devem contratar um
determinado percentual de pessoas com deficiência em função do nú-
mero de empregados que tiver em seu quadro.

Atividades autoinstrutivas 115 e-Tec Brasil


43. Sobre a interculturalidade, relações interpessoais e a conduta éti-
ca profissional, pode-se afirmar:

a) A moral brasileira em nada difere da moral em outros países.

b) Todos os negócios nas filiais em outros países devem ser feitos segundo
o modelo do país sede.

c) Independente do país onde está instalada a filial da organização, a con-


duta ética será a mesma que na matriz porque a ética é universal.

d) Para fortalecer o relacionamento com os funcionários de outros países,


uma organização deve implementar as mesmas normas que na matriz.

e) As diferenças culturais implicam diferente conduta ética de um país para


outro o que leva uma organização a adaptar suas regras, respeitando a
ética daquela sociedade.

44. Conflitos estão presentes no cotidiano dos indivíduos e em sua


atuação profissional. Analise as afirmativas abaixo e escolha
aquela que apresenta a relação CORRETA entre os conflitos, às
negociações e à ética.

a) Qualquer que seja a negociação é eticamente aceitável no mercado que


uma parte use qualquer meio para vencer ainda que prejudique a outra
parte.

b) Não existem casos em que se rejeite uma pessoa na mesa de negociação


por saber que ela se utiliza de meios ilícitos e ilegais para vencer a outra
parte.

c) Não faz parte da negociação à estratégia de atuação durante a negocia-


ção assim como a busca por informações sobre a outra parte.

d) O sucesso de uma das partes numa negociação quando conquistado por


meios ilícitos ou antiéticos prejudica o relacionamento da organização
no mercado.

e) A continuidade do relacionamento entre aqueles que negociam em nada


facilita a condução de novas rodadas de discussões sobre interesses mui-
tas vezes divergentes.

e-Tec Brasil 116 Ética e Cidadania


45. Sobre a ética no setor público, pode-se afirmar:

a) Ao servidor é permitido danificar o patrimônio público.

b) Não existe qualquer código de ética para o servidor público.

c) Os princípios da Administração Pública nada têm a ver com a atuação


ética do servidor.

d) O servidor público deve ter consciência de que a razão de sua atuação é


o bem comum.

e) Aquilo que o servidor público faz em sua vida particular não influencia
sua reputação profissional.

46. Responsabilidade social é um conceito relacionado a:

a) doações.

b) filantropia.

c) benemerência.

d) ética e transparência.

e) preservação do patrimônio.

47. A gestão socialmente responsável é atribuição:

a) apenas do governo.

b) da Legislação brasileira.

c) somente dos voluntários.

d) das ONGs exclusivamente.

e) das organizações públicas, privadas e do terceiro setor.

48. Sobre a relação entre práticas socialmente responsáveis e a seguran-


ça no trabalho, é possível afirmar:

a) Não há relação entre organizações socialmente responsáveis e a retenção


de talentos.
b) Medidas de segurança no trabalho não causam impacto na reputação da
organização.

Atividades autoinstrutivas 117 e-Tec Brasil


c) As empresas devem adotar medidas que preservem a integridade física
dos trabalhadores.
d) A legislação não interfere na conduta socialmente responsável nem na
segurança no trabalho.
e) Pessoas com deficiência não fazem parte do público alvo das medidas de
segurança no trabalho.

49. Sobre ética, cidadania e segurança no trabalho, escolha a alterna-


tiva CORRETA:

a) Não há relação entre estas 3 variáveis da gestão de uma organização.

b) A reputação de uma organização nada tem a ver com sua conduta ética
na segurança do trabalho.

c) O relacionamento da organização com seu público alvo não está vincula-


do ao exercício de sua cidadania.

d) A conduta ética de uma organização na segurança dos funcionários con-


tribui para o exercício de sua cidadania empresarial.

e) A gestão de uma organização não deve se pautar pela ética nem na cida-
dania empresarial na busca pelo desempenho extraordinário.

50. Quando abordamos o tema da cidadania, concluímos que:

a) diz respeito somente ao cidadão e nada tem a ver com as organizações.

b) o exercício da cidadania relaciona-se com a participação do cidadão na


gestão pública.

c) cidadãos não podem ser vistos como consumidores dos serviços do go-
verno porque não pagam por eles.

d) a área pública não pode ser cobrada por uma conduta ética porque é
composta por representantes eleitos pelo povo.

e) a cidadania se relaciona com o recolhimento de tributos pelos indivíduos


para o governo e nada tem a ver com as organizações.

e-Tec Brasil 118 Ética e Cidadania


Currículo da professora-autora

Elaine Cristina Arantes

Mestre em Administração (2006) pela Pontifícia Universidade Católica do


Paraná (PUC/PR) onde desenvolveu pesquisa que relaciona o investimento
em responsabilidade social e o retorno para as empresas. É especialista em
Planejamento e Gestão de Negócios (2004) e graduada em Administração
(2002) pela FAE Business School (Faculdade de Administração e Economia).
É Técnica em Secretariado, formada pela Escola Técnica Walter Belian (1983).
Foi finalista do “Prêmio Ethos Valor de Responsabilidade Social” (2002)
ao relacionar a decisão de compra do consumidor e o investimento em
responsabilidade social feito pelas empresas.

Com 26 anos de experiência na iniciativa privada, no setor público e em


educação, trabalhou em organizações como: Whirlpool/Embraco; ISAE/FGV;
O Boticário; Herbarium Laboratório Fitoterápico; e Serrana S/A de Mineração.

Coordenou a implantação estratégica do processo de responsabilidade


social em unidades industriais no Brasil, China, Eslováquia, Itália e Estados
Unidos, além de participar do processo de elaboração e disseminação do
Código de Ética, nestes países. Trabalhou na área de marketing do Grupo
Boticário, no qual foi responsável por eventos institucionais e de lançamento
de produtos no Brasil e no exterior, bem como por apoios e patrocínios a
projetos culturais, esportivos e sociais e por materiais de comunicação como
o livro “A Essência dos Sonhos”.

Lecionou em cursos de graduação e pós-graduação, nas modalidades


presencial e a distância em instituições como: ISAE/FGV; Grupo Uninter e
Eadon em parceria com o Instituto Chiavenato. É autora de livros didáticos e
parecerista de obras na área de Administração. Atualmente, integra o corpo
docente do IFPR - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Paraná - Educação a Distância, onde coordena o Curso Técnico em Serviços
Públicos e leciona disciplinas relacionadas à sua formação e experiência
profissional. Integra o Comitê de Ética Pública do IFPR.

119 e-Tec Brasil

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