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CONSTRUÇÃO CIVIL
Aluno:
Brasília – DF
17 de outubro de 2018
SUMÁRIO
1. Lista 1 MBT....................................................................................................................... 1
ii
5.4. Relação L/D= 0,5 .............................................................................................................. 17
6.1. Cálculo das tensões normais na região B1 para a carga excêntrica P: .............................. 19
iii
LISTA DE FIGURAS
Figura Página
iv
1. Lista 1 MBT
1-Por que as Vigas Parede não devem / não podem ser calculadas como vigas esbeltas? Explique.
Resposta:
Vigas-parede são estruturas laminares planas verticais apoiadas de modo descontínuo, solicitadas por
carregamento atuante em seu próprio plano, para as quais não é válida a hipótese fundamental da teoria de
flexão de Navier-Bernouilli, em virtude de apresentarem relações geométricas inferiores a certos limites
máximos estabelecidos para "l/h (vão teórico/altura total da viga), " l/h (vão livre/altura total da viga) ou,
ainda, para " l /d (vão livre/altura útil da viga).
Na prática corrente de projeto, a análise para estruturas de concreto armado em flexão é geralmente
baseada na suposição de que as seções planas permanecem planas após a ação do carregamento e na de que o
material é elástico e homogêneo. Contudo, a teoria elementar de flexão para vigas esbeltas, da Resistência dos
Materiais, não mais se aplica no caso de vigas-parede pois, sob a atuação de carregamento, as seções não
permanecem planas após a deformação. Mesmo considerando um material homogêneo e perfeitamente
elástico, a distribuição de tensões normais não é linear e a das cisalhantes não é parabólica. Na determinação
dos esforços internos, devem ser levadas em conta condições de equilíbrio, contorno, compatibilidade e
relações constitutivas mais complexas.
2- Quais são os parâmetros que influenciam a distribuição de tensões nas vigas parede?
Resposta: O grande número de variáveis que têm influência no comportamento das vigas-parede é
responsável em grande parte pelas dificuldades de dimensionamento. Entre essas variáveis, podem ser citadas:
• espessura;
• relação "/h;
b. Tipo de apoio
c. Resistência do concreto
d. Armadura
1
• taxa e distribuição;
Embora a relação vão/altura ("/h) seja o parâmetro mais frequentemente referenciado como o
determinante no comportamento de vigas-parede, a importância da relação vão de cisalhamento/altura, sendo
o vão de cisalhamento a distância de centro a centro da carga aplicada ao apoio mais próximo, foi enfatizada
há muitos anos atrás (Kong e Singh, 1972); para flambagem e instabilidade, a relação altura/espessura da viga
(h/b) e a relação excentricidade da carga/espessura (e/b) são ambas relevantes (Garcia, 1982; Kong et al.,
1986) (Kong, F. K. e Chemrouk, M., 1990).
3- O que é o Modelo de Bielas e Tirantes (MBT)? Para que serve? Quando deve / pode ser aplicado?
Quando não deve / não pode ser aplicado?
Resposta:
Os modelos de bielas e tirantes são representações dos campos de tensão discretizados nos elementos
estruturais de concreto armado. As bielas são idealizações dos campos de tensão de compressão no concreto,
e os tirantes, dos campos de tensão de tração que são usualmente absorvidos pelas barras da armadura.
Conhecendo-se um modelo adequado para uma determinada região de uma estrutura, as forças nas bielas e
nos tirantes serão automaticamente calculadas através do equilíbrio entre forças externas e internas. O
dimensionamento dos tirantes e a verificação do concreto das bielas e nós são feitos de modo que eles suportem
estas forças atuantes. É importante assinalar que a resistência do concreto nos campos de compressão depende,
substancialmente, do seu estado multiaxial de tensões e das perturbações causadas pelas fissuras e armaduras.
O comportamento e funcionamento estrutural das vigas-parede são fortemente influenciados pelo tipo e ponto
de aplicação das ações e pelas condições de vinculação. A modelagem deve ser feita, então, em função desses
parâmetros.
2
• o cobrimento da armadura.
O modelo idealizado, que é uma estrutura de barras de treliça, concentra todas as tensões em barras
comprimidas e tracionadas ligando-as através de nós. Um nó pode ser definido como um volume de concreto
que envolve as interseções das bielas comprimidas, em combinação com forças de ancoragem e/ou forças de
compressão externas (ações concentradas ou reações de apoio).
Modelos de bielas e tirantes podem ser sistematicamente desenvolvidos através do fluxo de cargas dentro da
estrutura pelo processo do caminho de carga. Na Figura 2.27 encontra-se um exemplo de aplicação do processo
do caminho de carga em uma viga-parede. O equilíbrio externo da estrutura deve ser sempre satisfeito, assim
como o interno (equilíbrio dos nós). A ação de carregamento distribuído deve ser substituída por forças
concentradas equivalentes. Duas cargas opostas devem ser interligadas por caminhos de carga os mais curtos
possíveis; as curvaturas existentes nesses caminhos representam concentrações de tensões. Após desenhar
todos os caminhos de carga entre as cargas externas, deve-se substituí-los por linhas de um polígono e
equilibrar os nós, formando o modelo.
3
(b) O caminhamento das ações externas;
(c) As linhas do polígono;
(d) O modelo;
(e) O equilíbrio dos nós.
6- Por que a solução da esquerda é melhor que a solução da direita? Escolha as dimensões e cargas, e
dimensione a viga abaixo com os dois modelos mostrados e compare-os: Qual deu mais armadura?
O modelo A é a melhor solução pois é conveniente ter em mente que as cargas tendem a utilizar o
caminho com as menores forças de deformações. Como os tirantes são muito deformáveis que as bielas de
concreto, os modelos que utilizam menos e menores tirantes são melhores porque possibilitam compatibilizar
as deformações do concreto e do aço.
4
200 kN/m
C3 C3
C2
4.00
C1 C1
T1
4.00
200 kN/m
C8 C8
C7 C6 C7
4.00
C5 C5
T3 T3
C4 C4
T2
4.00
5
Tabela 1 - Esforços nos tirantes
Área de aço
Esforço Armadura
Tirante Calculada Armadura
(MN) Adotada
(cm²)
T1 0,2217 5,10 7φ10 8φ10
T2 0,2217 5,10 7φ10 8φ10
T3 0,457 10,51 13φ10 14φ10
C1 0,457
C2 0,2217
C3 0,4
C4 0,4
C5 0,4
C6 0,443
C7 0,2217
C8 0,4
2x4Ø10 2x4Ø10
2x4Ø10
2x7Ø10
Figura 5 – Disposição da armadura nos dois modelos
Para o modelo “Bad” a armadura ficou 3 vezes maior que no modelo “good”.
6
7
2. Tensões Normais 𝝈𝒙𝒙 (L/2 )para carga concentrada
Aplicou-se uma carga concentrada em função do peso próprio de cada viga conforme a tabela 1:
8
2.1. Relação L/D= 4
Tensões 𝛔 D=1m
0,6
0,4
0,2
Eixo Z
0
-1000 -800 -600 -400 -200 0 200 400 600 800
-0,2
-0,4
-0,6
Tensão normal (kN/m²)
Tensões 𝛔 D=2m
1,5
0,5
Eixo Z
0
-1000 -800 -600 -400 -200 0 200 400
-0,5
-1
-1,5
Tensão normal (kN/m²)
9
2.3. Relação L/D= 1
Tensões 𝛔 D=4m
2,5
2
1,5
1
0,5
Eixo Z
0
-1400 -1200 -1000 -800 -600 -400 -200 -0,5 0 200 400
-1
-1,5
-2
-2,5
Tensão normal (kN/m²)
Tensões 𝛔 D=8m
5
4
3
2
1
Eixo Z
0
-2500 -2000 -1500 -1000 -500 -1 0 500 1000
-2
-3
-4
-5
Tensão normal (kN/m²)
10
3. Tensões de cisalhamento 𝝉𝒙𝒚 (L/4) para carga concentrada
Abaixo é apresentado o gráfico com a distribuição de tensões de cisalhamento para 4 relações entre L/D
ao longo do eixo Z obtido através de uma análise de elementos finitos com o programa SAP 2000.
Tensões 𝛕 D=1m
0,6
0,4
0,2
Eixo Z
0
-80 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0
-0,2
-0,4
-0,6
Tensão de cisalhamento (kN/m²)
Tensões 𝛕 D=2m
1,5
0,5
Eixo Z
0
-100 -80 -60 -40 -20 0
-0,5
-1
-1,5
Tensão de cisalhamento (kN/m²)
11
3.3. Relação L/D= 1
Tensões 𝛕 D=4m
2,5
2
1,5
1
0,5
Eixo Z
0
-100 -80 -60 -40 -20 -0,5 0 20 40
-1
-1,5
-2
Tensão de cisalhamento (kN/m²)
Tensões 𝛕 D=8m
5
4
3
2
1
Eixo Z
0
-150 -100 -50 -1 0 50 100
-2
-3
-4
-5
Tensão de cisalhamento (kN/m²)
Aplicou-se um carregamento distribuído em função do peso próprio de cada viga conforme a tabela 2
numa barra de rigidez igual a zero.
12
Figura 15 – Tensões normais para carga distribuída
Tensões 𝛔 D=1m
0,6
0,4
0,2
Eixo Z
0
-400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400
-0,2
-0,4
-0,6
Tensão normal (kN/m²)
13
4.2. Relação L/D= 2
Tensões 𝛔 D=2m
1,5
0,5
Eixo Z
0
-200 -150 -100 -50 0 50 100 150 200
-0,5
-1
-1,5
Tensão normal (kN/m²)
Tensões 𝛔 D=4m
2,5
2
1,5
1
0,5
Eixo Z
0
-100 -50 -0,5 0 50 100 150 200 250
-1
-1,5
-2
-2,5
Tensão normal (kN/m²)
14
Tensões 𝛔 D=4m
2,5
2
1,5
1
Eixo Z 0,5
0
-100 -50 -0,5 0 50 100 150 200 250
-1
-1,5
-2
-2,5
Tensão normal (kN/m²)
Abaixo é apresentado o gráfico com a distribuição de tensões de cisalhamento para 4 relações entre L/D
ao longo do eixo Z obtido através de uma análise de elementos finitos com o programa SAP 2000.
15
5.1. Relação L/D= 4
Tensões 𝛕 D=1m
0,6
0,4
0,2
Eixo Z
0
-40 -35 -30 -25 -20 -15 -10 -5 0
-0,2
-0,4
-0,6
Tensão de cisalhamento (kN/m²)
Tensões 𝛕 D=2m
1,5
0,5
Eixo Z
0
-50 -40 -30 -20 -10 0 10
-0,5
-1
-1,5
Tensão de cisalhamento (kN/m²)
16
Tensões 𝛕 D=4m
2,5
2
1,5
1
0,5
Eixo Z
0
-80 -60 -40 -20 0 20 40
-0,5
-1
-1,5
-2
Tensão de cisalhamento (kN/m²)
Tensões 𝛕 D=8m
5
4
3
2
1
Eixo Z
0
-150 -100 -50 -1 0 50 100
-2
-3
-4
-5
Tensão de cisalhamento (kN/m²)
17
8. Para a estrutura abaixo, determine:
a- Modelo de Bielas e Tirantes
b- Esforços na Bielas e Tirantes
c- Dimensionamento dos Tirantes
d- Verificação das tensões em bielas críticas e em cargas concentradas
e- Disposição da armadura
Dados: Concreto: 25 MPa Aço: fy = 500 MPa.
18
6. Cálculo da viga parede
Aplicando-se o princípio Saint-Venant pode-se dividir uma estrutura em regiões contínuas e
descontínuas: nas regiões contínuas ou “B” (Bernoulli ou Beam), aplica-se a hipótese de Bernoulli e nas
regiões descontínuas ou “D” (Disturbed ou Discontinuity), a hipótese de Bernoulli deixa de ser válida, devido
à existência de perturbações, conforme a figura 20.
1600 kN
D1
B1
D2
B2
P
M=P*3,5
𝑃 𝑀𝑦 𝑃 (𝑃 ∗ 3,5)𝑦
𝜎= ± = ±
𝐴 𝐼 𝐴 𝐼
Máxima tensão de compressão:
1600 1600 ∗ 3,5 ∗
𝜎= + = 0,5 + 1,3 = 1,8 𝑀𝑃𝑎
8 ∗ 0,5 83
0,5 ∗ 12
19
-0.5 MPa
+
-1.3 MPa
1.3 MPa
= -1.8 MPa
0.8 MPa
-1.8 MPa
C2
C1
1.34
2.46 0.82
T1
0.8 MPa
Figura 26 – Resultantes de tração e compressão
20
a T1 b
C2
C1
c C3 d
T2 C4 C5
T3 T4 g
f
e
C6 C7
C8
h i
C10
C11 C12
21
𝑇𝑠
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑
Na Figura 24, é apresentada a armadura principal resultante do cálculo acima. Deve-se colocar, ainda,
uma armadura adicional composta por uma malha em cada lado da viga parede.
2x6Ø10
2x7Ø12.5
2x6Ø10
22