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RADIOJORNALISMO – BASICO

O ofício do radiojornalista
Yara Verônica Ferreira

Os profissionais de radiojornalismo como qualquer outro jornalista devem seguir


regras de elaboração de uma notícia, e também observar as normas éticas e morais,
tanto ao formular a pauta como ao apurar os fatos e entrevistar pessoas que possam
elucidar o tema.

As regras do radiojornalismo
Formulando a pauta: deve buscar informações precisas de todos os fatos,
considerando sempre todas as partes envolvidas; levantar documentos sobre os
fatos, principalmente em pautas que exigem um fazer mais investigativo, como as de
casos policiais, que envolvem questões jurídicas ou políticas, erros médicos, ou
outras que envolvam denúncias, para não correr o risco de cometer gafes que
prejudiquem pessoas ou o próprio veículo de comunicação.

Antes de sair buscando mais informações, pense sobre qual a importância dessa
informação para o ouvinte da emissora e defina a intenção da comunicação, se vai
ser apenas informativa, de denuncia, se vai determinar a formação de opinião dos
ouvintes.

Pensando o texto: trace um roteiro pensando no que seus ouvintes gostariam de


saber, mas sempre respeitando a linha editorial da emissora. Esse pré-roteiro, se
possível, deve ser pensado antes de checar dados e fontes, assim facilita a tarefa de
checagem, evitando levantar informações ou fazer entrevistas que não utilizará na
reportagem. Esse roteiro não é definitivo, mas colabora para buscar mais
informações das fontes, e, surgindo novos dados, o roteiro pode até mudar
completamente.

Agora é hora de buscar as fontes e checar os dados.


(veja o vídeo da Band: https://www.youtube.com/watch?v=Cy-tDluTqZ0).
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Os entrevistados devem sempre elucidar os fatos, de forma a mostrar visões


diferentes, nunca ouvir apenas um lado da história. Entrevistas agendadas, lembrar
durante a entrevista de manter o foco determinado, pensando sempre em elucidar
um detalhe novo sobre o tema, fazendo perguntas que ainda não foram feitas a esse
entrevistado. Perguntas feitas de forma direta e objetiva, exigem respostas diretas e
objetivas. Há entrevistados que fogem do tema da entrevista, às vezes até por
querer, não desista, repita a pergunta usando outras palavras.

Levantando dados in loco: sempre deve ir ao local dos fatos, para checar a
realidade, não só observando o ambiente, como entrevistando pessoas que possam
comprovar os fatos.

Antes de formular seu texto, ouça as entrevistas, assim já separa o que vai usar
como sonora, por ser uma declaração importante da fonte e o que usará para
construção do texto. Pense que a sonora do entrevistado é como as aspas do texto
escrito, portanto, tem que ser clara e sem recortes.

O texto deve privilegiar uma linguagem sem rebuscamentos, ser direto e objetivo,
elucidando as novidades sobre o tema, principalmente as que foram fornecidas
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direto junto às fontes. Texto pronto, é hora de transcrever na lauda, se acaso não o
fez direto, inserindo as sonoras destacadas da gravação da entrevista.

O modelo de lauda/roteiro não precisa ser o padrão de Rádio A ou B, pense em uma


das reportagens que já fez e conforme as informações abaixo, que são primordiais
em uma lauda, crie seu próprio modelo:

Redator: Indique o nome daquele que redigiu a notícia.


Data: Dia em que você está redigindo o seu texto.
Retranca: Duas palavras que identifiquem o assunto de sua matéria.
Fonte: De onde foram tiradas as informações para redação da nota.
Tempo: Duração de sua lauda. (cada linha de 70 toques corresponde a cinco
segundos de locução).
Validade: Até quando as informações contidas nesta nota são válidas
jornalisticamente.

O roteiro/lauda tem que atender as necessidades de informação para se fazer a


locução de uma reportagem no rádio.
Saiba mais:
http://www.mackenzie.com.br/fileadmin/Graduacao/CCL/PIPE/A_estrutura_do_texto
_radiofonico_-_Profa._Dra_Paula_Renata_Camargo_de_Jesus.pdf

Resumo: O texto "O ofício do jornalista" reflete parte da atividade do fazer diário
dos radiojornalistas, ou seja, é uma pequena parte da rotina da construção da
notícia para ser veiculada em emissora de rádio. Bem cçaro fica, que há muito mais
responsabilidades para o profissional, mas essa ideia básica de como elaborar uma
pauta para chegar à elaboração da reportagem, representa uma parte muito
importante, já que sem levantar informações e checar dados, nada pode ser levado
a conhecimento público.

Referências:
BARBEIRO, Heródoto; LIMA, Paulo Rodolfo. Manual de Radiojornalismo: produção,
ética e internet.2ª Edição – Revista e Atualizada. Editora Campus, 2003.
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CHANTLER, Paul; STEWART, Peter. Fundamentos do Radiojornalismo. 1ª edição.


São Paulo: Rocca, 2006.

CHANTLER, Paul; HARRIS, Sim. Radiojornalismo. São Paulo: Summus, 1998.

KENNEDY, Rosean. PAULA, Amadeu Nogueira. Jornalismo e Publicidade no Rádio.


1ª ed. São Paulo: 2013.
Disponível em:
<http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4204433/4101398/estudos6.pdf> Acesso em:
01 abril 2015.
Disponível em:
<http://www.mackenzie.com.br/fileadmin/Graduacao/CCL/PIPE/A_estrutura_do_text
o_radiofonico_-_Profa._Dra_Paula_Renata_Camargo_de_Jesus.pdf > Acesso em
18 abr 2015.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Cy-tDluTqZ0> Acesso em: 18


abr 2015.

RADIOJORNALISMO – INTERMEDIARIO

Princípios da comunicação no rádio


Celso A. Freitas e Yara Verônica Ferreira

O rádio, mesmo com as evoluções tecnológicas, continua sendo o mais dinâmico


meio de comunicação, dada à sua agilidade, simplicidade de transmissão, de
recepção, longo alcance e preço modesto do equipamento. Também é o mais
popular veículo de comunicação, presente em praticamente todos os lares e carros
brasileiros, sendo de extrema eficácia em momentos de emergência, tais como
enchentes, interrupções de tráfego, acidentes e outros. Além de emissoras
oficializadas, há as chamadas comunitárias e as “piratas”, que servem os pequenos
povoados. A maioria das cidades brasileiras dispõe apenas do rádio como meio de
comunicação local.
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Tem a vantagem da absoluta instantaneidade, superior até à internet, trabalha com a


emoção, desfruta de credibilidade e é altamente mobilizador. Mas, para
uma comunicação radiofônica eficaz, o profissional do rádio deve observar
muitos requisitos, seguem alguns:

O lead – Ocupa, no rádio, o lugar do título do jornal, resume a ideia central da

notícia. Precisa chamar a atenção do ouvinte para que fique sintonizado. É um


resumo de no máximo uma linha e meia e nunca deve ser repetido na segunda
frase, porque compõe o texto normal que o apresentador ou locutor vai ler.

O repórter – é porta-voz do ouvinte, então, deve sempre questionar para si

mesmo quais as informações que o ouvinte precisa e deseja receber. Mesmo que
provocado pelo entrevistado, nada de animosidades, já que na maioria dos casos é
uma forma de defesa, de escamotear as informações, um teste para medir a
fragilidade do jornalista. O repórter deve ter conhecimento dos fatos, mas não deve
ir para a matéria com pré-conceitos, com opinião já formada, pois isto anula o
caráter esclarecedor da reportagem. É o entrevistado quem deve informar, trazer a
novidade. Deve ouvir fontes alternativas, que tenham posições contrárias ou visões
diferentes sobre o assunto. Isso permite que o ouvinte tenha mais de uma versão
para analisar.

A informação – seja para uma reportagem ou nota informativa, é necessária

uma boa apuração dos fatos e uma percepção da lógica dos acontecimentos.
Duvide sempre, pergunte, confirme, cheque com mais de uma fonte se não sentir
segurança naquilo que você apurou. A credibilidade é um longo, árduo e penoso
caminho para a conquista de audiência e da credibilidade.

Release – releases são importantes para a produção de matérias diferenciadas.


Faça contato com os assessores, apure informações adicionais, marque entrevista
exclusiva, ouça fontes isentas de interesse, crie suítes da informação, amplie o
leque da cobertura. Não seja comodista aceitando o release como chegou à
redação.
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Versatilidade – a dinâmica do rádio, devido a equipes reduzidas, o mesmo

repórter que informa sobre as condições do trânsito, instantes depois pode estar na
Bolsa de Valores, numa reunião de executivos ou de cientistas, ou ainda
acompanhando fatos inesperados, como enchentes, acidentes, incêndios. É preciso
conhecer o básico dos principais assuntos das mais diversas áreas. A única maneira
de conquistar essa versatilidade é lendo muito e debatendo com outras pessoas
sobre assuntos atuais e fatos históricos. Por mais humilde que seja o ouvinte, ele
saberá distinguir quando o repórter é despreparado, pelo nível das perguntas e pela
superficialidade, inconsistência e dificuldade em transmitir as informações. Na era da
Internet, não há mais desculpa para não ter o mínimo de conhecimento.

Tecnologia – As emissoras de rádio estão usando diversas tecnologias e

conseguem assim, não só manter ouvintes, como conquistar internautas. Veja um


exemplo de emissora de rádio que tem usado várias tecnologias a seu
favor: http://cbn.globoradio.globo.com/sao-paulo/SAO-PAULO.htm

Cuidados – o repórter de rádio deve sempre checar seus instrumentos de

trabalho. Verifique sempre a carga de pilhas ou baterias e se seu gravador está


funcionando.
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Para finalizar: seja simples. Rádio é conversar com o ouvinte. É contar a


história.

DESAFIO: Hora de seguir as dicas e criar seu produto radiofônico: elabore uma
pauta sobre economia de energia e de água, levante dados, faça entrevistas, edite
as sonoras, elabore as laudas e, enfim, grave.

Resumo: O texto "Princípios da comunicação no rádio", elaborado pelos professores


de Radiojornalismo, Celso A. Freitas e Yara Verônica Ferreira, retrata a importância
do rádio como veículo de comunicação e dá dicas importantes que não podem ser
esquecidas na hora de produzir qualquer texto para rádio.

Referências:
BARBEIRO, Heródoto; LIMA, Paulo Rodolfo. Manual de Radiojornalismo: produção,
ética e internet. 2ª Edição – Revista e Atualizada. Editora Campus, 2003.

CHANTLER, Paul; STEWART, Peter. Fundamentos do Radiojornalismo. 1ª edição.


São Paulo: Rocca, 2006.

CHANTLER, Paul; HARRIS, Sim. Radiojornalismo. São Paulo: Summus, 1998.

KENNEDY, Rosean. PAULA, Amadeu Nogueira. Jornalismo e Publicidade no Rádio.


1ª ed. São Paulo: 2013.

Disponível em: <http://cbn.globoradio.globo.com/sao-paulo/SAO-PAULO.htm>


Acesso em 18 abr 2015.
Disponível em: <http://podcast.unesp.br/radiorelease> Acesso em 18 abr 2015.
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RADIOJORNALISMO – AVANÇADO

Podcast - uma mídia versátil


Yara Verônica Ferreira

A fusão de duas palavras: iPod (tocador de mp3 da Apple) e Broadcast


(transmissão, em inglês) deu origem a um novo termo: podcast, que pode ser usado
como uma espécie de programa de rádio tipo on-demand, ou seja, que pode ser
escutado a hora que for mais plausível para o ouvinte. Essa nova forma de
comunicação é tão versátil que tem sido aplicada por empresas, pessoas comuns e
empresas jornalísticas de várias formas, com os mais diversos objetivos.

Basta uma pesquisa pela internet que encontrará programas de


notícias e outros que tratam de temas como tecnologia, saúde,
cultura, humor, diversão e até as empresas já estão aproveitando
essa tecnologia para publicar temas de interesse em seus sites,
como a história da empresa ou falando sobre algum produto de
sua fabricação. Veja
exemplos: http://podcast.unesp.br/radiorelease ou http://www.senior.com.br/podcast-
gcs-tera-treinamentos-ao-publico-em-geral-para-solucoes-de-rh/

Não são só jornalistas ou radialistas que produzem podcasts, dá se o nome de


podcasters às pessoas que produzem podcast, já que com poucos recursos pode-se
gravar um programa. Basta um gravador e um software de edição de audio. Há
várias técnicas que podem ser usadas para gravar, como gravador de celular,
gravador digital, notebook, computador, e, se quiser fazer uma entrevista com
alguém fora da cidade ou do país, basta usar tecnologias da internet. Um podcast
pode até utilizar a tecnologia do Skype para entrevistar pessoas, como explica
Paulinho Degaspari, criador do Podcast Irmãos.com. Assista ao
vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=u6KQwapIkvs
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Os programas em formato podcast são


veiculados no formato mp3, portanto,
podem ser ouvidos no computador, no
celular e podem até ser gravados em
CD.

Hoje nos Estados Unidos há pessoas


que ganham dinheiro com gravações de podcasts, através da venda de anúncios
nos programas, assim como se faz em sites ou em emissoras de rádio. No Brasil
ainda não há registros da rentabilidade, as pessoas estão usando mais como um
hobby e são mais usados mesmo por profissionais de comunicação, por empresas e
outras organizações, como a Ethos: http://www3.ethos.org.br/cedoc/paulo-
itacarambi-fala-sobre-negocios-sustentaveis-pela-otica-da-integridade-cbn-coluna-
responsabilidade-social-03-01-2014/#.VTRq_iFViko

Algumas rádios já estão utilizando a tecnologia para disponibilizar os seus


programas também no formato de podcast e criando muitos com temas distintos,
que ficam disponíveis nos sites das emissoras. Vide
exemplos: http://radiobandeirantes.band.uol.com.br/conteudo.asp?ID=749039

As empresas estão usando até para se comunicar ou treinar os seus funcionários e


até para engajar seu público alvo, conforme indicam os especialistas em
marketing: http://marketingdeconteudo.com/podcasts/ EStão usando até para
elucidar o comportamento organizacional da empresa, como esse que mostra a
importância de treinamentos para as empresas, em forma de entrevista, alertando
como aperfeiçoar o comportamento dos
funcionários: http://www.cimentoitambe.com.br/treinamento-faz-parte-da-evolucao-
da-empresa/

DESAFIO: Crie um podcast sobre um tema importante para a sociedade.


Consulte como você pode criar o seu: http://www.tecmundo.com.br/como-
fazer/35676-como-fazer-um-podcast.htm
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Veja exemplo de um podcast: http://cbn.globoradio.globo.com/series/agua-o-preco-


do-desperdicio/2015/03/20/AGUA-DEVE-SE-TORNAR-UM-BEM-CADA-VEZ-MAIS-
VALIOSO.htm

Resumo: Este texto tem como objetivo mostrar como a tecnologia de podcast pode
colaborar para que haja uma efetiva comunicação com as pessoas que não podem
ouvir rádio ou programas disponíveis em site na hora em que vão ao ar. Além disso,
o intuito é mostrar como qualquer pessoa pode aprender e gravar um podcast, até
mesmo com poucos recursos tecnológicos.

Referências:

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=u6KQwapIkvs> Acesso em: 18


abr 2015.
Este vídeo, gravado por Paulinho Degaspari, criador do Podcast Irmãos.com, está
sendo indicado porque contém explicações detalhadas de como se grava um
podcast e ainda mostra as tecnologias apropriadas para produzir um podcast.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Gh0b4s42460> Acesso em: 18


abr 2015.
Este vídeo, gravado por Paulinho Degaspari, criador do Podcast Irmãos.com, está
sendo indicado porque contém explicações detalhadas de como se edita um podcast
depois de gravado e ainda mostra as técnicas e tecnologias apropriadas para a
edição.

Disponível em: <http://www.tecmundo.com.br/como-fazer/35676-como-fazer-um-


podcast.htm> Acesso em: 18 abr 2015.
Este texto está sendo indicado porque contém explicações detalhadas de como se
grava um podcast.

Disponível em: <http://mundopodcast.com.br/podcasteando/programas-gravar-


conversas-skype/> Acesso em: 18 abr 2015.

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